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UM ESQUEMA DE BIDOCÊNCIA COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA: EM BUSCA DA APROPRIAÇÃO DA METODOLOGIA
INVESTIGATIVA NO ENSINO
Alice Maria Figueira Reis da Costa13. Faetec/RJ. Eixo Temático: Práticas de inclusão/exclusão em educação
Categoria: Pôster [email protected]
INTRODUÇÃO: O CONTEXTO DE EMERGÊNCIA DO ESQUEMA DE
BIDOCÊNCIA
Em atendimento às determinações legais no que tange a educação inclusiva, conforme a
Constituição e as leis, a Fundação de Apoio a Escola Técnica - Faetec/RJ, através do
CAEP Escola Especial Favo de Mel e da Escola Estadual de Ensino Fundamental
República, se propôs a realizar uma pesquisa investigativa com um esquema de bidocência
numa classe especial. Estes alunos predominantemente residentes da periferia do Estado do
Rio de Janeiro, contemplados por benefícios governamentais para pessoas com deficiência
intelectual.
Através da análise dos instrumentos pedagógicos integrantes do Plano de Ensino
Individualizado (PEI) do Ciclo II Ano 2 foram identificados os alunos que apresentavam
comportamento autônomo e adequado em diferentes situações de aprendizagem,
considerando principalmente os aspectos psicossociais e cognitivos, estes foram indicados
para inclusões em classes regulares nos dois últimos trimestres do ano letivo de 2012 pela
docência especializada.
Contudo, os relatórios de desempenho não foram suficientes para oferecer segurança e
confiança no trabalho sócio-educacional que poderia ser realizado em outra escola sob a
13 Professora Especialista em Educação Especial e pesquisadora voluntária do Núcleo de Estudos e Pesquisas (NEP/NIL) da Faetec/Escola Especial Favo de Mel. Pesquisadora voluntária do Grupo de Pesquisa Docência na Cibercultura (GPDOC/UERJ), liderado pela Profa. Dra. Edméa Santos.
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perspectiva da educação inclusiva, pois, os responsáveis que já contavam com histórias de
insucessos, baixo desempenho escolar e exclusão na história de vida de seus filhos pela
itinerância em algumas classes regulares. Desta forma, a E. E. Favo de Mel encontrava-se
no impasse da inclusão desta clientela, também pleiteada pelo Ministério Público do
Estado do Rio de Janeiro. Quais estratégias legais e de ensinoaprendizagem poderiam dar
conta das inclusões destes alunos com deficiência intelectual?
NORTE TEÓRICO METODOLÓGICO
A apropriação dos termos inclusão/exclusão de diferentes ordens presentes nas políticas
públicas brasileiras tem sido uma prática frequente no Brasil e em diversos países.
Sabemos que a apropriação política dos termos denota discussões problemáticas, segundo
os estudos de Castel (1997), Ferreira (2002) entre outros autores. Entretanto, neste breve
estudo trataremos de inclusões educacionais, pois, implicam em sucessivas transformações
às situações de vida social, profissional, educacional, econômica, digital entre outras áreas.
O quadro teórico que sustenta a dinâmica metodológica foi baseado nos conceitos de
interatividade (SILVA, 2000), concebida como “intencionalidade comunicacional que
extrapola a mera interação entre emissores e receptores de mensagens”, nos/com os
espaçostempos, e conhecimentos que se conectam pelas infovias da educação, concebendo
ainda a coerência lógica empírica e política das interpretações propostas nos diferentes
momentos do ato educativo (MACEDO, 2011); a interdisciplinaridade, a pesquisa e a
transformação crítica da informação mapeada em conhecimento, baseada na prática da
pesquisa-ação (BARBIER, 2002) que envolve discussões de grupo, desempenho de papéis,
conversas aprofundadas visando o planejamento, ação, observação e reflexão, novo
planejamento da experiência em curso entre alunos e professores e à pesquisa-formação
(NÓVOA, 2004; SANTOS, 2005) que todas essas interlocuções constituem espaçostempos
de reflexão, (co)criação de etnométodos e formação docente.
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Para tal, adotamos o diário de itinerância, os registros audiovisuais e a análise de conteúdo
como instrumentos de registros dos acontecimentos, avanços, estagnações, retrocessos, e
das problemáticas cotidianas orientadas pelos estudos de Barbier (2002).
REFLEXÃO SOBRE AS PRÁXIS PEDAGÓGICAS
A escola especial tem seu ano letivo organizado em quatro trimestres. Suas avaliações são
registradas por trimestres nos documentos: Relatório Descritivo de Desempenho Escolar
organizado de forma disciplinar.
A formação das professoras que participam do esquema de bidocência no Ensino
Fundamental é a seguinte: uma graduada em pedagogia, especialista em Educação
Especial, Psicopedagogia e Educação Tecnológica e a outra formada em Letras e Espanhol
e especialista em Psicopedagogia.
As turmas são formadas com o número máximo de quinze alunos em fase de
desenvolvimento similar sob os aspectos de faixa etária, desenvolvimento psíquico e
cognitivo, essas (re)organizações foram possíveis pelos estudos das práticas já
estabelecidas nos estudos que consideraram a “dificuldade mental de origem orgânica e/ou
hereditária”, a “organização homogênea das classes”, as “influências das condições
sociais” (ANTIPOFF; CUNHA, 1932), a “psicometria” (GALTON, 1880; BINET, 1900) ,
uma “funcionalidade adaptativa nas atividades comuns do dia a dia”, um “déficit no
processamento da informação” (FIERRO, 2004 apud AMARO, 2007).
Nesta turma do Ciclo II ano 3 haviam 9 alunos: 7 alunos vindos de uma turma do Ciclo II
ano 2 entre 12 e 15 anos de idade; e dois alunos de outra turma do mesmo Ciclo de15 a 18
anos. Uma das alunas da primeira turma foi incluída no ensino regular oferecido pelo
governo municipal por opção da responsável.
Cada professor (re)organiza sua turma e sala com autonomia. Predominam os círculos de
aprendizagem, da partilha de informações com o outro visando fomentar o desejo de
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pesquisa e favorecer o acesso à diversidade de fontes na interatividade das hipermídias
(hipertextos com multimídias, multilinguagens), vivendo o que Vygotsky (1994) chamou
de “relação dialética entre o indivíduo, a sociedade e a natureza”, em ampla interação
social nas situações de aprendizagem que compreendiam o uso da memória associativa,
flexibilidade cognitiva, estratégia e planejamento, atenção, organização e integração de
informações complexas articuladas com o desenvolvimento de habilidades manuais, ou
seja, estimulando o desenvolvimento do pensamento abstrato na constituição das zonas de
desenvolvimento proximal (ZPD).
Os usos de diferentes abordagens pedagógicas nitidamente contribuíram para a
ressignificação do papel dos atores no processo educativo, nas formas de pensar as
adaptações curriculares, na percepção dos estilos de aprendizagem a partir das mediações
com diferentes hipermídias, linguagens, ambiências, nas relações interpessoais, do ritmo
de aprendizagem, das “reações mais lentas, mais inertes e mais viscosas” (LURIA, 1964
apud AMARO, 2007), considerando a viscosidade genética (INHELDER; PIAGET, 1998;
BEYER, 2006) entre outros conceitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este breve estudo colabora para o que Maciel (2007) identificou em sua pesquisa sobre a
possibilidade de adoção do esquema de bidocência no Ensino Fundamental em uma
proposta alemã, considerando a importância de mobilização da comunidade escolar para o
desenvolvimento de uma práxis inclusiva que articule de forma interativa as adaptações e a
acessibilidade necessárias à dinâmica Política, Antropo-social, Econômica e Filosófica dos
indivíduos conectados em rede, bem como a tentativa de englobar os desdobramentos que
este comportamento requisita ao contexto da sociedade contemporânea.
Neste sentido, há a convergência das ações educacionais para propiciar às condições
necessárias as inclusões, constituindo uma cultura institucional inclusiva (SILVA, 2010),
onde a responsabilidade e a solução de problemas da instituição são compartilhadas com a
comunidade escolar.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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