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XV SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO A Cidade, o Urbano, o Humano Rio de Janeiro, 18 a 21 de setembro de 2018 UMA COLÔNİA SUÍÇA PLANTADA PELO CAFÉ: REFLEXÕES SOBRE A GÊNESE DE NOVA FRİBURGO VILAS E CIDADES, URBANIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO VÍVIAN ALVES DE ASSIS DOUTORANDA DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO DA UFRJ RESUMO O presente ensaio revisita narrativas sobre a gênese de Nova Friburgo a partir do resgate da história da ocupação territorial da região que, no Brasil Colônia, se denominava Sertões do Leste, e deu origem à Magna Cantagalo. A presente pesquisa busca, assim, revelar as relações entre a Coroa Portuguesa e os senhores da região cafeeira na criação do núcleo colonial suíço, por meio do Decreto de 16 de maio de 1818, na área que ganha o título de Vila de São João Batista de Nova Friburgo em 1820, ao estabelecer que a colônia foi “plantada” pelo café, nos termos de Deffontaines. Nesta perspectiva, visa desmistificar a ideologia da “Suíça brasileira”, a partir do questionamento do suposto isolamento da vila de colonos suíços em relação à realidade histórica socioeconômica da região de Cantagalo, permeada pela grande propriedade, pela monocultura do café e pelo trabalho escravo para o mercado externo, inserida, portanto, no “sentido da colonização” identificado por Caio Prado Júnior. PALAVRAS-CHAVE: ocupação territorial; colonização de imigrantes; Nova Friburgo

UMA COLÔNİA SUÍÇA PLANTADA PELO CAFÉ: REFLEXÕES ...anpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/21_82664.pdf · DOUTORANDA DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO DA UFRJ RESUMO

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XV SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO

A Cidade, o Urbano, o Humano Rio de Janeiro, 18 a 21 de setembro de 2018

UMA COLÔNİA SUÍÇA PLANTADA PELO CAFÉ:

REFLEXÕES SOBRE A GÊNESE DE NOVA FRİBURGO

VILAS E CIDADES, URBANIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO

VÍVIAN ALVES DE ASSIS

DOUTORANDA DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO DA UFRJ

RESUMO

O presente ensaio revisita narrativas sobre a gênese de Nova Friburgo a partir do resgate da história da ocupação territorial da região que, no Brasil Colônia, se denominava Sertões do Leste, e deu origem à Magna Cantagalo. A presente pesquisa busca, assim, revelar as relações entre a Coroa Portuguesa e os senhores da região cafeeira na criação do núcleo colonial suíço, por meio do Decreto de 16 de maio de 1818, na área que ganha o título de Vila de São João Batista de Nova Friburgo em 1820, ao estabelecer que a colônia foi “plantada” pelo café, nos termos de Deffontaines. Nesta perspectiva, visa desmistificar a ideologia da “Suíça brasileira”, a partir do questionamento do suposto isolamento da vila de colonos suíços em relação à realidade histórica socioeconômica da região de Cantagalo, permeada pela grande propriedade, pela monocultura do café e pelo trabalho escravo para o mercado externo, inserida, portanto, no “sentido da colonização” identificado por Caio Prado Júnior.

PALAVRAS-CHAVE: ocupação territorial; colonização de imigrantes; Nova Friburgo

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A SWISS COLONY PLANTED BY COFFEE:

REFLECTIONS ABOUT THE GENESIS OF NOVA

FRIBURGO

ABSTRACT

This essay revisits narratives about the genesis of Nova Friburgo from the rescue of the territorial occupation history of the region that was called “Sertões do Leste”, in Brazil Colony, which gave birth to Magna Cantagalo. The present research seeks, therefore, to reveal the relations between the Portuguese Crown and the regional coffee farmers in the creation of the Swiss colonial nucleus, by the Decree of May 16, 1818, in the area that wins the title of Vila de São João Batista de Nova Friburgo in 1820, when establishing that the colony was "planted" by the coffee in terms of Deffontaines. In this perspective, it aims to demystify the ideology of "Brazilian Switzerland", by questioning the supposed isolation of the village of Swiss settlers in relation to the historical socioeconomic reality of the Cantagalo region, permeated by the large property, the monoculture of coffee and the slave labor for the external market, inserted, therefore, in the "sense of colonization" identified by Caio Prado Júnior.

KEY-WORDS: territorial occupation; colonization of immigrants; Nova Friburgo

3

1. Considerações iniciais

“Para a História, terão mais importância as intenções que os resultados numericamente mínimos.” (PRADO JÚNIOR, 1994, p. 186)

Às vésperas da comemoração dos 200 anos da cidade de Nova Friburgo, localizada na

região serrana do Estado do Rio de Janeiro, organizada pela Prefeitura Municipal 1 para 16 de maio

deste ano, em razão da assinatura do Decreto Real de 1818 expedido pelo Rei D. João VI, conhecido

como Tratado de Colonização, estabelecendo a vinda, a título de experiência, de 100 famílias

católicas suíças para as terras da antiga Fazenda do Morro Queimado, o presente artigo visa a refletir

sobre a história da ocupação territorial da região que em 1820 foi elevada ao título de Vila de São

João Batista de Nova Friburgo.

Na presente pesquisa o processo de conquista da região tratada retoma, necessariamente, a

discussão acerca da gênese das vilas e cidades brasileiras, tratada por clássicos da historiografia

como Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior e Pierre Deffontaines. A partir da percepção de

FRIDMAN, de que o “consenso entre os autores apresenta-se em torno da idéia que no Brasil a

maioria dos núcleos dependeu de atos da vontade dos poderosos”.

Preliminarmente, cabe considerar que a comemoração da data da fundação da cidade, com o

marco em 16 de maio de 1818, gera controvérsias entre os estudiosos regionais. Para o jornalista

Pedro Curio 2 e o historiador João Raimundo Araújo a data em que a colônia recebe o status de Vila,

pelo Alvará de D. João VI de 3 de janeiro de 1820, deveria ser comemorada como a data da

fundação, já que na data do decreto se comemoraria uma “colônia sem povo” (ARAÚJO, 2003, p.

264).

Por outro lado, o historiador suíço Martin Nicoulin considera que não convém escolher 16 de

maio de 1818 ou 3 de janeiro de 1820 como data de fundação de Nova Friburgo. A Vila teria nascido

apenas nos dias 17 e 18 de abril de 1820 com o encontro dos habitantes da vila que teriam

simbolicamente assentado o marco de sua fundação em uma comemoração (NICOULIN, 1995, p.

180).

Longe de ser uma polêmica banal sobre datas comemorativas, a comemoração no dia 16 de

maio teve início no ano de 1918, que seria o centenário da cidade, com o intuito de depositar em Dom

João VI os créditos pela criação de Nova Friburgo. Assim, o centro das homenagens focava-se no rei

português e sua “criação genial e visionária” (ARAÚJO, 2003, p. 21) de uma colônia de trabalhadores

brancos, europeus e livres.

1 Cf. Programa 200 anos de Nova Friburgo: cidade de todos os povos. Disponível em:

<https://www.200anos.com> Acesso em: 10 fev. 2018. 2 CURIO solicitou pareceres, publicados em seu livro (1974, pp. 77- 81), de entidades credenciadas sobre o

assunto que concordaram com o seu entendimento de que a data de comemoração de fundação da cidade deveria ser em 3 de janeiro de 1920, dentre elas o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, com pareceres datados em 1956 e 1967 e da Comissão da Carta Geológica do Mundo representada por Alberto Ribeiro Lamego.

4

Outro fato recente que merece destaque é que, apesar de existir um grande consenso entre

historiadores3 sobre o fato de Nova Friburgo não ser a “Suíça brasileira”, Lei Estadual nº 7.683

editada em setembro de 2017, proposta pelo Deputado Samuel Malafaia e sancionada pelo

Governador Fernando Pezão, dá esse título à cidade.

A rejeição do título de “Suíça brasileira” entre estudiosos da história da cidade tem como

marco referencial a tese do professor João Raimundo Araújo Nova Friburgo: a construção do Mito da

Suíça Brasileira (1910-1960) defendida no Departamento de História da Universidade Federal

Fluminense (ARAÚJO, 2003), que trata do mito de origem da cidade como ideologia com base numa

tradição inventada que se inicia com o processo de industrialização da cidade, sendo sistematizada e

consolidada na comemoração do centenário, em 1918, e nos festejos de 1954 e 1956.

ARAÚJO desenvolve sua hipótese a partir da categoria analítica do “mito fundador”

desenvolvida por Marilena de Chauí como algo imaginário que bloqueia a percepção da realidade e

“não cessa de encontrar novos meios para exprimir-se, novas linguagens, novos valores e idéias”

(CHAUÍ, 2000, p. 9).

Ainda segundo ARAÚJO a ideologia da “Suíça brasileira” foi sistematizada por Agenor De

Roure em discurso no centenário da cidade. Posteriormente, esse discurso foi assumido por outros

intelectuais locais como Galdino do Valle Filho 4, Pedro Curio, como também por lideranças políticas

que algumas vezes o modernizaram sem lhe alterar a essência (2013, p. 189).

Nesse trabalho, esse discurso mítico fundacional é percebido como forma de isolar a

fundação da Vila de Nova Friburgo da essência da formação do Brasil, identificada por PRADO

JÚNIOR pela categoria “sentido da colonização” (2011), síntese do caráter mercantil da colônia. A

Vila em questão não foge da realidade de que nos constituímos para fornecer gêneros para o

mercado externo, no caso, especialmente, o café, ou seja, a orientação da colônia estava voltada

para fora.

Nesse sentido, a partir da proposta de DEFFONTAINES, que considera o fazendeiro como

“plantador de cidades” (1944, p. 302), no sentido que lhe dá FRIDMAN, de que os fazendeiros, com

apoio da Igreja e prestigiados pelo Estado, fundaram centros administrativos ou “vilas de comércio”

por onde passavam as estradas (2006, p. 135), pretende-se refletir sobre a origem da Vila de Nova

Friburgo, com vistas a revisitar e contribuir com a reflexão acadêmica que desmistifica a formação

socioeconômica e cultural da cidade de Nova Friburgo.

3 Dentre os autores que questionam esse título podemos citar os trabalhos de João Raimundo de Araújo,

Rodrigo Marretto, José Carlos Pedro, Jorge Miguel Mayer e Gisele Sanglard. 4 Segundo COSTA, em sua dissertação defendida no Departamento de História da UFF, Visões do “Paraíso

Capitalista”: Hegemonia e Poder Simbólico na Nova Friburgo da República, o médico Galdino do Valle Filho

5

2. Dos Sertões do Leste à criação de Cantagalo

O território dos municípios que hoje compõem o centro norte fluminense era denominado

Sertões do Leste ou Sertões do Macacu no Brasil Colônia. Essa região era coberta de ipês,

sanandus, quaresmeiras, jequitibás e cedros entre outras árvores que futuramente serviram de

madeira à Corte Imperial (CORRÊA, 2011, p. 27).

Os Sertões do Leste pertenciam ao Município de Santo Antônio de Sá, conhecido como

Macacu, até o início do século XVIII a região era habitada por índios das tribos coroados, puris e

coropós. Segundo a “Carta Topográfica da Capitania do Rio de Janeiro” de 1767, do sargento-mor

Manuel Vieira Leão, a região era um “sertão occupado por índios brabos” (LAMEGO FILHO, 1963, p.

216).

Em meados do século XVIII, por ocasião do pedido de Maurício Portugal à Intendência Geral

do Ouro, foi concedida autorização para a abertura de um garimpo na região que se denominava

Sertões do Leste, mas rapidamente a mesma foi revogada por ordem do Vice-Rei, determinando o

fechamento de todos os garimpos e a destruição de todas as fazendas que estavam localizadas na

base da Serra do Mar (MARRETTO, 2014, p. 14). Com isso, essa região foi oficialmente interditada

para que através dela não evadisse clandestinamente o ouro extraído de Minas Gerais.

Assim, apenas no final da década de 1770, com o exaurimento das jazidas em Minas Gerais,

a região foi ocupada por um grupo de garimpeiros sob a liderança de Manoel Henriques, conhecido

pela alcunha de “Mão de Luva” 5, contrabandista fugitivo que invadiu os Sertões do Leste em busca

de ouro nos afluentes dos rios Grande, Negro e Macuco (LAMEGO FILHO, 1963, p. 217).

“Mão de Luva” é um personagem histórico controverso, posto que uma lenda romântica o liga

à nobreza portuguesa: ele seria o Duque de Santo Tirso, apaixonado pela futura D. Maria I, mas

conspirando contra Pombal, que o teria enviado para o Brasil. Antes da partida, a então princesa, em

visita ao cárcere, teria lhe dado uma luva preta. Por morte do rei D. José, o vice-rei do Brasil teria

recebido ordens expressas de obstar a volta do exilado que, desiludindo-se, teria se embrenhado

pelas selvas brasileiras (LAMEGO FILHO, 1963, p. 217).

Ludwig Wilhelm Von Eschwege, mineralogista alemão, na obra Pluto Brasiliensis6, narra seu

encontro com o famoso contrabandista descrevendo-o como:

“[...] mulato ativo e atrevido, que entrara já em muitas desordens. Em uma delas perdera uma das mãos, que ele substituíra [...] por uma de couro, razão pela qual foi desde logo conhecido e temido pela alcunha de Mão de Luva” (ESCHWEGE, 1944, p. 139).

atuou politicamente, em grande parte, entre 1910 e 1920, sendo uma figura determinante no processo de

construção da hegemonia liberal burguesa em Nova Friburgo (1997, p. 12). 5 O bando de “Mão de Luva” era composto por homens brancos, pardos e escravos conforme lista enviada para

São Martinho ao governador das Minas com a relação dos homens presos na noite de 13 de maio de 1786 sendo 10 brancos, 3 pardos e 24 negros escravos dos ditos brancos (Arquivo Nacional, p. 69 apud OLIVEIRA, 2008, 131) 6 Publicada originalmente em 1833 em Berlim, a obra do geólogo e mineralogista alemão Ludwig Wilhelm Von

Eschwege, cujo título latino significa “Riqueza do Brasil”, foi o resultado de sua atuação no país, entre 1808 e 1821, como Intendente das Minas e de suas pesquisas sobre as reservas auríferas e diamantíferas brasileiras.

6

O famoso contrabandista teria sido perseguido por diligência, provavelmente dirigida por

Joaquim José de Souza Xavier, Tiradentes, que fazia registro e ronda de patrulha. Outra diligência,

em 1786, comandada pelo tenente-coronel Manuel Soares Coimbra e outros em um

“empreendimento militar de envergadura” (LAMEGO FILHO, 1963, p. 218), se embrenhou pela região

e capturou o bando liderado por “Mão de Luva” classificando-o como branco (Arquivo Nacional, p. 69

apud OLIVEIRA, 2008, 131), divergindo assim da descrição de Eschwege transcrita acima 7.

A tradição oral diz que o nome Cantagalo surge do episódio da prisão do “Mão de Luva” e seu

bando, quando as tropas perdidas na floresta localizaram o arraial pelo canto de um galo (LAMEGO

FILHO, 1963, p. 219).

Após essa diligência, foram distribuídas sesmarias a todos que possuíssem no mínimo 12

escravos e quisessem garimpar ou plantar (FRIDMAN, 2011, p. 65). As terras da região de Cantagalo

foram distribuídas para diversos beneficiados, dentre eles Manoel de Sousa Barros, José Antônio

Ferreira Magalhães e Lourenço Correia Dias, este último foi proprietário das terras que formaram a

Fazenda do Morro Queimado posteriormente adquiridas pelo Monsenhor Almeida, que foram

compradas para a alocação dos colonos suíços, como se verá no próximo tópico (CURIO, 1974, p. 8

e 9).

Em 1814, o primeiro povoado da região, o arraial de Cantagalo, formado por pequenos

acampamentos temporários que a princípio eram nômades na busca de metais, foi erigido à Vila de

São Pedro de Cantagalo (MAYER, 2003, p. 36) 8.

Ressalta-se que no ultramar villas ou cidades e lugares ou arraiais eram classificados em

função da existência ou não de autonomia judiciária e administrativa. Com isso, todos concelhos da

América portuguesa tinham por sede uma villa ou, excepcionalmente, uma cidade, designação que se

situava no topo da hierarquia das designações urbanas (FONSECA, 2014, p. 657).

Neste contexto, a designação de Vila não era suficiente para desencadear o crescimento de

um burgo, o que se confirma na Vila de São Pedro de Cantagalo que em 1833 não tinha mais do que

60 casas configurando-se como mais uma das tantas “vilas de domingo” brasileiras

(DEFFONTAINES, 1944, p. 299).

Como dito anteriormente, o povoamento da região de Cantagalo se deu de forma dispersa,

primeiramente pelo interesse na mineração que rapidamente se percebeu exaurida e em seguida

pelo cultivo de café nas fazendas da região. Entre 1787 e 1808 diversas sesmarias foram concedidas

para senhores que tivessem capital para adquirir escravos e instalar lavouras na bacia do Rio Grande

no distrito de São Pedro de Cantagalo.

A unidade de povoamento era, portanto, a grande propriedade, a fazenda e não a vila,

seguindo a orientação do povoamento rural no Brasil (DEFFONTAINES, 1944, p. 141). A expansão

do café que vinha do Vale do Paraíba alcançou o interior fluminense e em 1817 inicia a marcha do

café na região com base na exploração de mão de obra escrava.

7 LAMEGO FILHO confirma a origem portuguesa de “Mãos de Luva”, assim o fato dele ser descrito como mulato

pelo mineralogista Ludwig Wilhelm Von Eschwege possivelmente decorre de uma mentalidade racista pelo fato de ele ser um bandido, contrabandista (1963, p. 217). 8 Destaca-se que o marco da ocupação por sesmarias e engenhos nos Sertões do Leste foi a freguesia de Santo

Antônio de Casserebu institucionalizada em 1644, que atualmente comporta a cidade de Itaboraí (FRIDMAN, 2011, p. 7).

7

3. A gênese da Vila de São João Batista de Nova Friburgo: os suíços colonizados

A crise econômica suíça em 1815 e 1816, somada a problemas climáticos que arruinaram as

colheitas, agravando a crise alimentar, bem como a restrição do mercado para os seus produtos por

medidas protetivas francesas e pela concorrência com os ingleses (NICOULIN, 1995, p. 33 e 34),

dentre outros fatores, agravaram a crise social naquele país, proporcionando as condições perfeitas

para que Sébastien-Nicolas Gachet, em 1817 desembarcasse no Rio de Janeiro como representante

diplomático do cantão de Fribourg, e também como agente de uma sociedade capitalista, para propor

a fundação de uma colônia suíça no Brasil (FERREIRA, 2013, p. 26).

Deve-se registrar que a Suíça possuía uma tradição migratória, sendo o desequilíbrio entre

economia e demografia um dos fatores preponderantes deste fluxo helvético, que no século XVIII e

XIX elegeu os Estados Unidos como principal destino (NICOULIN, 1995, p. 29 e 30).

Gachet foi escolhido para solicitar a D. João VI uma concessão de terras em Santa Catarina,

com objetivo de instalar colonos suíços na região sul do país. Segundo a proposta helvética, a

empresa a que Gachet estava associado desejava gerir o negócio colonizador, cuidar da

comercialização dos produtos e garantir o translado de 3.000 suíços (MAYER, 2003, p. 25).

Desta forma, é importante frisar que partiu do representante diplomático e mercantil suíço, e

não da Realeza Portuguesa, a proposta que marcou o início da política de colonização estrangeira no

Brasil.

No mesmo período, em virtude dos tratados assinados por Portugal com a Inglaterra em

1810, logo após a transferência da Corte Real portuguesa para o Rio de Janeiro, delineava-se a

perspectiva de redução do tráfico negreiro. Nesse período, adotam-se políticas imigrantistas

antevendo os problemas de mão de obra para a lavoura brasileira que adviriam desse acordo, apesar

do fim do tráfico negreiro se consolidar apenas em 1850. No mesmo ano de 1810 o país se torna

mais acessível aos estrangeiros, que por meio de naturalização poderiam tornar-se proprietários de

sesmarias.

Contrariando os interesses do representante helvético, D. João VI decidiu que a Coroa arcaria

com as despesas de transporte e daria aos colonos um lote de terra, sementes para plantar e animais

de criação, subsídio real, nos primeiros tempos, e isenção de impostos por dez anos, limitando o

número de imigrantes a 100 famílias de origem católica 9.

Porém, ao invés das 100 famílias contratadas vieram 261, sendo que ao fixar o número de

colonos em famílias, e não em indivíduos, o referido Decreto abriu uma brecha para a vinda do que

se chamou de “famílias artificiais”: grupos que reuniam uma média de quatro casais com seus filhos e

poderia reunir de 16 a 18 pessoas (NICOULIN, 1995, p. 95).

Assim, a proposta suíça, que visava à criação de manufaturas e a produção capitalista,

sucumbiu perante os interesses da Coroa portuguesa que associavam a imigração às estruturas e

necessidades da grande lavoura cafeeira da região.

9 A imposição de que os imigrantes fossem apenas católicos se deve à preocupação da monarquia com as

Revoluções que varriam a Europa e por ser a religião oficial do Estado. Apesar dessa imposição, havia protestantes entre os imigrantes que chegaram à região (MAYER, 2003, p. 28).

8

Em 16 de maio de 1818 foi assinado um contrato com o Rei D. João VI, conhecido como

Tratado de Colonização, estabelecendo a vinda, a título de experiência, de apenas 100 famílias,

todas de religião católica, para as terras da antiga Fazenda do Morro Queimado.

A originalidade desse projeto de colonização residia na deliberada introdução de trabalho livre

e na instalação de uma organização social de pequenas propriedades, inaugurando a política de

colonização estrangeira no Brasil que durante três séculos limitou o fluxo migratório aos imigrantes

portugueses e aos africanos 10

.

O incentivo à imigração europeia realizado pela Coroa Portuguesa se inseria ainda na crença

de que estes trabalhadores, considerados àquele tempo mais bem dotados intelectualmente, trariam

consigo o progresso ao Brasil, cujo desenvolvimento retardado era atribuído à maciça presença

negra.

Como se sabe, apesar das barreiras legais do regime de sesmarias que vigorou até 1822 não

conceder a propriedade absoluta das terras, na realidade, prevalecia a força social dos latifundiários,

que conservavam a propriedade de extensões muito superiores às suas possibilidades de

aproveitamento, o que demonstra a conivência do Estado na fiscalização e as prerrogativas dos

sesmeiros na ocupação do território (LIMA, 2012, p.6).

Para o núcleo foi adquirida a Fazenda de Morro Queimado, escolhida por Monselhor Miranda

Malheiros, designado como inspetor do núcleo colonial, composta por quatro sesmarias totalizando

duas léguas de testada por três de fundo, por um preço vinte vezes superior ao seu valor e da qual foi

omitida a infertilidade. A primeira légua foi dividida em 120 lotes, a metade da segunda légua

destinou-se à Vila de Nova Friburgo, criada em 1820 e, na outra metade, foi constituída a fazenda de

São João do Ribeirão que permaneceu sob o proveito da coroa (FRIDMAN, 2011, p. 14). Conforme o

“Mappa de Municipio da Nova Friburgo”, n. 3, 11/3/722 reproduzido por NICOULIN:

10

Os imigrantes até esse momento eram quase todos portugueses com exceção de alguns holandeses no Nordeste e poucos ingleses (MAYER, 2003, p. 23). Somam-se a eles o fluxo de africanos para o trabalho escravo.

9

(BNRio apud NICOULIN,1995, p.189)

A vila dividia-se em quatro partes segundo Padre Joey. Na margem oeste do Rio Bengala

ficava a administração da colônia, onde moravam o inspetor e os funcionários portugueses. Do outro

lado do rio, estendia-se a cidade em três bairros onde ficavam as cem casas destinadas aos colonos.

O primeiro bairro compreenderia os 14 primeiros números; o segundo, do 15 ao 62 inclusive; e o

terceiro os demais (Carta do Padre Joey, AEF: Coll. Gremaud apud NICOULIN 1995, p. 293).

Os lotes destinados aos colonos formavam um retângulo de uma légua por 3 de

comprimento, dividido em 120 lotes de 300 braças por 750. Apenas 100 lotes são doados aos

colonos em sorteio e outros 20 são reserva (NICOULIN, 1995, p. 188), conforme se visualiza no

mapa a seguir:

(FUNDAÇÃO DOM JOÃO VI, 2018)

10

A infertilidade das terras acima mencionada foi confirmada pelo Barão Von Tschudi que, em

passagem por Nova Friburgo em 1860, integrando uma missão para tratar dos problemas da

imigração suíça, relatou a precariedade dos terrenos doados aos colonos da seguinte forma:

“Mas as terras em questão não eram de molde a satisfazer nem as mais modestas aspirações de um agricultor, a colônia toda assentava sôbre terreno íngreme e pedregoso, sulcado de estreitos vales, apresentando como única vantagem os abundantes cursos dágua.” (TSCHUDI, 1953, p. 96)

A escolha do local para além do seu objetivo geral demográfico ˗ identificado por Emília Viotti

da Costa como mote para a política de núcleos coloniais no período joanino ˗ (COSTA, 2010, p. 107),

serviria para o abastecimento de alimentos da metrópole, bem como ganhava sentido na expansão

das fronteiras da economia cafeeira, numa área onde o controle político-administrativo se fazia

necessário.

A decisão da Coroa pela Fazenda do Morro Queimado em região onde já havia escravos e

plantações de café, ao invés de terras ao sul do Brasil, sugeridas por Gachet, bem como a

localização do núcleo colonizador entre a região cafeeira e a metrópole em terras mal situadas e

improdutivas, convinha aos senhores de terra que não as pretendiam para si (COSTA, 2010, p. 108).

Soma-se a isso, o clima frio que desaconselhava a produção de produtos comuns na monocultura

escravista brasileira como café e açúcar.

Portanto, no presente trabalho argumenta-se que não convém arguir a consagrada crítica de

Sérgio Buarque de Holanda de “desleixo” (2014, p. 131) na constituição de cidades pelos

portugueses nos primórdios da fundação do núcleo colonial em questão, já que esse argumento

desvaloriza o elemento colonizador e a efetiva participação planejada da Coroa na edição do Decreto

que estabeleceu a instalação do núcleo colonial na região.

Nesse sentido TSCHUDI corrobora com o entendimento de que a escolha para a localização

da colônia não seria desleixo, nem ignorância, mas uma política de planejamento da Coroa

portuguesa:

“Não sei a que atribuir a escolha tão infeliz do local da colônia, se à ignorância ou ao desleixo. Estou, entretanto, inclinado a crer que se procedeu de acordo com um frio cálculo e idéias preconcebidas, que se podem resumir da seguinte maneira: essas terras não têm para nós nenhum valor, mas os pobres colonos suíços as tornarão cultiváveis e as aproveitarão, pois a miséria os obrigará a tal.” (grifo nosso, 1953, p. 96)

Porém, como argumenta COSTA os núcleos coloniais localizados em região onde o café se

desenvolvia de maneira promissora, somado ao fato de as fazendas serem muitas vezes

autossuficientes em razão das dificuldades nos meios de transportes, impossibilitava o

desenvolvimento de um regime de pequena propriedade por falta de mercados. Além disso, os

núcleos urbanos tinham uma população pouco significativa e a abundância de escravos na lavoura

reduzia drasticamente as possibilidades de trabalho livre (2010, p. 113).

Esses fatores explicam a redução da população da vila de Nova Friburgo de 1.662 suíços em

1820 para 632 em 1830 (NICOULIN, 1995, p. 221). Na vila permaneceram, de modo geral, além das

11

famílias mais frágeis por problemas de saúde, dos órfãos e das viúvas, aqueles que pretendiam

dedicar-se ao trabalho artesanal e ao comércio.

A dispersão dos colonos se deu em três eixos: para a metrópole; para a região de Cantagalo,

onde muitos prosperaram com o café adquirindo escravos; e em direção à Macaé, em zona pioneira,

distribuída pelo diretor da colônia em 1821 aos colonos, na qual há registro do confronto com

escravos fugitivos que haviam ali formado um quilombo, em 1822. Neste confronto mencionado

saíram vitoriosos os suíços, se apossando das terras e benfeitorias e constituindo fazendas de café

(NICOULIN, 1995, p. 221 e 222).

Destaca-se que a presença negra na região estudada, negligenciada por diversos estudiosos,

era expressiva, conforme o registro de batismo realizado pelo Padre Jacob Joye em 1828. Na

paróquia de São João Batista de Nova Friburgo havia 1.272 escravos e 1.615 livres registrados, ou

seja, a população escrava representava 44,06% do total da população (MARRETTO, 2014, p. 20).

Entre os raros trabalhos que tratam do tema da escravidão negra, especificamente em Nova

Friburgo, destacam-se trabalho o pioneiro de Gioconda Lozada, Presença Negra. Uma nova

abordagem sobre a história de Nova Friburgo de 1991 que demonstra o uso de trabalho escravo na

produção das pequenas e médias propriedades da região e nas atividades urbanas da Vila; a

dissertação de José Carlos Pedro A Colônia do "Morro Queimado": Suíços e luso- brasileiros na

Freguesia de São João Batista de Nova Friburgo, 1820-1831 de 1999; o livro Os crimes da fazenda

Ponte de Tábuas: um estudo sobre a escravidão no século XIX, dos autores Edson Lisboa e Jorge

Miguel Mayer, de 2008; e A Escravidão Velada: A Formação de Nova Friburgo na Primeira Metade do

Século XIX, tese de mestrado de Rodrigo Marins Marreto, de 2014.

A ilha de liberdade e produção manufatureira ˗ cantada nas décadas seguintes por interesses

capitalistas e civilizatórios em discurso que se renova até a atualidade, que dá base ao mito da “Suíça

Brasileira” ˗ na verdade nunca se concretizou, considerando que os suíços foram submetidos muitas

vezes a trabalhos forçados em obras públicas e limitados na sua liberdade de locomoção, que

deveria ser autorizada pela direção da colônia (MAYER, 2003, p. 45).

Adota-se, portanto, o entendimento de MARRETTO sobre a relação simbiótica entre a Coroa,

que construía naquele momento o Estado Nacional, e os senhores de escravos na fundação da Vila

de Nova Friburgo, bem como se destaca que essa classe senhorial passou a dominar o aparelho

administrativo local e a expandir seu estilo de vida (2014, p. 4).

Diante o exposto, na vila de colonos suíços, instalada onde funcionava uma fazenda com

escravos em uma região cujo território adjacente já estava ocupado por lavouras de café, de

proprietários luso-brasileiros, trabalhadas com mão de obra escrava, na realidade na grande maioria

dos casos “os suíços foram colonizados” (MAYER, 2003, p. 45).

4. À guisa de uma fundação desmistificada

Como visto anteriormente, o povoamento dos Sertões do Leste, no fim do século XVIII, foi

resultado do avanço colonizador para o interior, atraído pela busca de metais no Sudeste, metal que

rapidamente se mostrou esgotado na região. Assim, o povoamento de Cantagalo se originou do

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esgotamento do ouro nas Minas Gerais e se intensificou com a formação de fazendas de café que

transpuseram o Vale do Paraíba.

A partir da releitura das narrativas da história regional sobre o povoamento sistemático da

região em que foi fundada Nova Friburgo percebe-se que, longe de ser uma ilha de liberdade em um

espaço tomado pelo café e escravidão ˗ como pretendia Agenor De Roure, membro do IHGB, na sua

conferência em comemoração ao centenário da cidade ˗, o povoamento da região ocorreu pelo

impulso colonizador compatível com os interesses dos proprietários de café e escravos que

ocupavam a região, migrando do sul de Minas Gerais.

A fundação intencional da vila de Nova Friburgo partiu dos helvéticos, mas foi aceita com

ajustes para se adequar ao planejamento da Coroa portuguesa ˗ especialmente de expansão

demográfica para a manutenção da ordem, para controlar o espaço interno, para expandir a

arrecadação de tributos, e para impor a religião católica, credo oficial ˗ intenções essas alinhadas aos

interesses dos senhores do café e de escravos da região.

Assim, a vila de Nova Friburgo tem sua gênese nos interesses dos cafeicultores da região,

que convergiam com o projeto de D. João VI, que autorizou por Decreto que o povoamento fosse

realizado confirmando o papel do fazendeiro como “plantador de cidades” (DEFFONTAINES, 1944, p.

302).

A fundação da vila de Nova Friburgo está inserida, dessa forma, no “sentido da colonização”,

identificado por Caio Prado Júnior, por ter se organizado nos interesses da produção cafeeira

baseada na grande exploração da escravidão, não se constituindo em um incidente secundário que

não se articula com o todo como pretende a ideologia que sustenta o mito da “Suíça brasileira”.

As intenções dessas elites cafeeiras articuladas com a política joanina de povoamento e

urbanização, o projeto de urbanização português, plantaram a Vila de Nova Friburgo, o que

permanece sendo ocultado pela perpetuação do mito da “Suíça Brasileira”, renovado em Lei

Estadual, cobrindo com um véu a origem cafeeira e escravocrata de Nova Friburgo.

Pelo exposto, o momento de celebração dos 200 anos da cidade se mostra muito oportuno

para se refletir sobre o “mito fundador” (CHAUÍ, 2000) calcado na ideologia da “Suíça brasileira” para

que esse momento sirva para um aprofundamento da reflexão histórica da cidade e não uma

modernização desse discurso.

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