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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
TELECOMUNICAÇÕES - A PORTABILIDADE NUMÉRICA
NO BRASIL
Por: Ricardo Pastore
Orientador
Prof.: Luiz Claudio Lopes Alves, D.Sc.
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
TELECOMUNICAÇÕES – A PORTABILIDADE NUMÉRICA
NO BRASIL
Por: Ricardo Pastore
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para
a conclusão do Curso de Pós-Graduação
“Lato Sensu” em Gestão de Projetos.
3
AGRADECIMENTOS
....aos amigos, familiares, colegas de turma e de trabalho...
4
DEDICATÓRIA
.....dedico ao meu filho Giovanni
por me emprestar o computador
para realizar este trabalho.
5
RESUMO
O objetivo deste trabalho é avaliar o que mudou no Brasil após a
privatização das empresas de telecomunicações e à introdução do
conceito de Portabilidade Numérica, decorridos dez anos desde a
privatização.
Este trabalho está divido em três capítulos, que procuram, passo
a passo, mostrar a evolução das telecomunicações no Brasil desde os
tempos do Império, passando pela República e chegando aos dias
atuais, mostrando também a evolução dos serviços de
telecomunicações, culminando na análise dos benefícios que uma
facilidade tão moderna e atual, com a portabilidade numérica, poderá
trazer à população.
Inicialmente, no Capítulo 1, faremos um retorno ao passado nos
reportando ao surgimento das telecomunicações no Brasil ainda nos
tempos do Império e seu grande entusiasta, D. Pedro II,
prosseguiremos com a sua evolução no período da República,
atravessando períodos políticos extremamente conturbados, chegando
aos dias atuais. No segundo capítulo, iremos enfocar de uma forma
mais detalhada os serviços de telecomunicações oferecidos pelas
empresas do ramo à população e seu impacto no cotidiano das
pessoas. No terceiro capítulo mostramos a evolução do conceito de
Portabilidade Numérica e quais são os casos ao que o mesmo se
aplica. Finalizamos concluindo a cerca do tema apresentado,
apontando os possíveis ganhos e perdas ao se adotar a Portabilidade
Numérica, seu impacto para a população e para as empresas
prestadoras de serviços de telecomunicações.
6
METODOLOGIA
Como o tema abordado é muito atual e está em constante
mudança, praticamente não existem bibliografias específicas, lancei
mão de informações obtidas em sua maioria através da Internet e de
revistas especializadas do setor de telecomunicações. Outras fontes de
consulta utilizadas foram jornais de circulação diária, sempre via os
respectivos sites na Internet. Utilizei também como referência duas
publicações técnicas da área de telecomunicações e informática.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A Evolução das Telecomunicações no Brasil 09 CAPÍTULO II – Os Serviços de Telecomunicações no Brasil 26
CAPÍTULO III – A Portabilidade Numérica 34
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 42
ANEXOS 43
ÍNDICE 53
8
INTRODUÇÃO
Hoje em dia, os serviços de telecomunicações prestados pelas
Operadoras de telecomunicações possibilitam um grande número de
possibilidades, seja para a telefonia fixa como para a telefonia móvel
celular.
São oferecidos inúmeros serviços, principalmente pelas
operadoras de telefonia celular mas, com pacotes incluindo aparelhos
ultramodernos, com tarifas mais baixas e outras facilidades de modo a
atrair consumidores novos ou “roubar” clientes das operadoras
concorrentes.
O consumidor, então atraído pelas chamadas “promoções”
ficava num dilema que consistia no fato de que para trocar de
operadora e aproveitar a “promoção”, ele iria ter que trocar de número
de telefone, o que para muitos consumidores poderia se transformar
em transtornos de diversos tipos, uma vez que o número antigo já
possuía ampla divulgação. Este fato também ocorria, muitas vezes, na
mesma operadora.
Muitos consumidores, ao se depararem com esse problema,
desistiam da migração, fosse para outra operadora ou para a mesma
operadora. É nesse contexto que surgiu a Portabilidade Numérica, que
iria permitir que o usuário trocasse de operadora e mantivesse o
mesmo número da operadora anterior.
Para se alcançar tal objetivo, grandes esforços foram feitos
pelas operadoras de telefonia fixa e celular de modo a adaptarem seus
sistemas para suportar a portabilidade numérica mas, e a população?
Será que as pessoas estão cientes dos benefícios que a portabilidade
poderá trazer?
9
O objetivo deste trabalho é avaliar o que mudou no Brasil após a
privatização das empresas de telecomunicações e à introdução do
conceito de Portabilidade Numérica, decorridos dez anos desde a
privatização.
Este trabalho está divido em três capítulos, que procuram, passo
a passo, mostrar a evolução das telecomunicações no Brasil desde os
tempos do Império, passando pela República e chegando aos dias
atuais, mostrando também a evolução dos serviços de
telecomunicações, culminando na análise dos benefícios que uma
facilidade tão moderna e atual, com a portabilidade numérica, poderá
trazer à população.
Inicialmente, no Capítulo 1, faremos um retorno ao passado nos
reportando ao surgimento das telecomunicações no Brasil ainda nos
tempos do Império e seu grande entusiasta, D. Pedro II,
prosseguiremos com a sua evolução no período da República,
atravessando períodos políticos extremamente conturbados, chegando
aos dias atuais. No segundo capítulo, iremos enfocar de uma forma
mais detalhada os serviços de telecomunicações oferecidos pelas
empresas do ramo à população e seu impacto no cotidiano das
pessoas. No terceiro capítulo mostramos a evolução do conceito de
Portabilidade Numérica e quais são os casos ao que o mesmo se
aplica. Finalizamos concluindo a cerca do tema apresentado,
apontando os possíveis ganhos e perdas ao se adotar a Portabilidade
Numérica, seu impacto para a população e para as empresas
prestadoras de serviços de telecomunicações.
10
CAPÍTULO I
A EVOLUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES NO
BRASIL
11
1.1 – As Telecomunicações no Império
Conforme Souza (1999), com a vinda da família real para o
Brasil em 1808 e como conseqüência da guerra na Europa, D. João VI
instalou os primeiros telégrafos ópticos do País no Rio de Janeiro.
Esses telégrafos ópticos interligavam o Morro da Babilônia, o Morro do
Castello, Villegagnon e a Fortaleza de Santa Cruz.
Em 1844 Samuel Morse inventa o telégrafo com fio e, em 1852,
é instalada a primeira linha telegráfica da América Latina, ligando a
cidade do Rio de Janeiro e Petrópolis.
A telegrafia, que até 1861 era de uso exclusivo do governo e
limitava-se às proximidades do Rio de Janeiro e Petrópolis, sofreu
grande expansão com o advento da Guerra do Paraguai. Em 1855
foram construídos 20.000 km de linhas telegráficas, e em 1856 foi
ativada a primeira linha de longa distância ligando o Rio de Janeiro a
Porto Alegre, passando por Curitiba.
Os estados do Nordeste estariam interligados à rede telefônica
através de cabos submarinos lançados ao longo da costa brasileira em
1875 e, a Amazônia em 1886.
No entanto, apesar do notável progresso e integração que o
telégrafo proporcionava, o mundo científico continuava pesquisando
novas tecnologias, sendo uma dessas tecnologias, o telefone,
inventada por Alexander Graham Bell.
Apesar da inovação tecnológica proporcionada pelo telefone
ser totalmente revolucionária, havia uma acomodação em torno do
telégrafo, o qual já estava muito difundido pelo mundo, levando o
revolucionário invento a uma posição de pouco destaque no cenário
mundial.
12
Figura 1.1 – Alexander Graham Bell demonstra sua invenção – o Telefone
Fonte: http://br.geocities.com/saladefisica9/biografias/bell.htm, acessado em
02-04-2009
Em 1877, por ocasião de uma exposição comemorativa do
primeiro centenário da independência dos Estados Unidos da América,
D. Pedro II, presente à cerimônia, é apresentado a Graham Bell e seu
revolucionário invento, o telefone.
Conta-se que o Imperador ao experimentar o telefone, teria dito
a Graham Bell:
Segundo Alencar (1988):
“Santo Deus! Isto fala...”
D. Pedro II ficou tão entusiasmado com o invento que o
contratou para desenvolvê-lo no Brasil com a condição de o país ser o
primeiro a utilizá-lo.
13
Como conseqüência do desenvolvimento da tecnologia do
telefone, foi feita a instalação de uma linha telefônica entre o palácio de
São Cristóvão e a fazenda de Santa Cruz, da família imperial, muito
antes de o telefone ser comercializado no mundo.
Em 1881 seria instalada no Rio de Janeiro a primeira central
telefônica do Brasil, simultaneamente à instalação da de Lisboa. A
Companhia Telephonica do Brasil, controlada pela Western Telegraph
Company, passaria a ser a primeira concessionária de telefonia no
Brasil.
Figura 1.2 - Duas fileiras de comutação telefônica manual, Capelle 1893
Em 1885, o Brasil já contava com 7 centrais em funcionamento
e 3.335 assinantes. Apesar desse notável progresso, os Estados
Unidos já contavam com cerca de 137.570 assinantes, a Alemanha
com 14.732, a Itália com 4.346, a França com 7.175 e a Suécia com
5.705 assinantes.
Mesmo ficando em posição inferior em relação aos países mais
desenvolvidos, o Brasil do Império, através de seu Imperador, D. Pedro
II, deu um grande passo em relação à modernidade, acreditando em
uma tecnologia recém descoberta e que iria transformar a vida das
pessoas permanentemente.
14
No final do Império, o Brasil se associou à recém-fundada
União Postal Internacional, além de fazer parte de todos os acordos
internacionais que regulavam a telegrafia, os cabos submarinos e a
sinalização marítima.
1.2 – As Telecomunicações na República
O advento da República causou uma desaceleração do
crescimento do País e isso se refletiu também nas telecomunicações.
Somado a isto, diversas empresas internacionais lutavam pela
possibilidade de explorar não só os serviços de telecomunicações, mas
também energia elétrica, transportes.
Apesar da maior lentidão do cenário político confuso, em 1904
são feitas as primeiras experiências de telegrafia sem fio no Brasil.
Paralelamente, o telégrafo com fio continuava a sua expansão rumo à
Região Norte do País e, em 1911, o Brasil já contava com cerca de
31.000 km. Nessa época, já era possível receber mensagens enviadas
da Torre Eiffel, em Paris, através de cabos submarinos, os quais
começavam a ser instalados interligando os continentes.
Mesmo com a instalação crescente de linhas telegráficas e
ampliação do serviço de telefonia, o Brasil já tinha ficado bem para trás
na corrida tecnológica, quando comparamos a República com o
empreendorismo do Império.
Em 1914, o Brasil possuía apenas 39.183 telefones, estando a
maior parte dos mesmos nas mãos de companhias privadas. Além
disso, comparando com os Estados Unidos, no mesmo período,
contavam com 9.542.017 telefones e a Alemanha 1.420.100, assim
como os demais países da Europa que também possuíam mais
telefones do que o Brasil.
15
Mesmo apresentando lentidão, os serviços de
telecomunicações continuavam sua expansão e diversificação,
contando com a telegrafia sem fio, a telegrafia marítima, o rádio e, em
1929, as primeiras experiências com a televisão.
Em 1922 foi instalada a primeira central telefônica automática
do País em Porto Alegre, que se tornou, desta forma, a primeira cidade
brasileira e a terceira da América do Sul a dispor de serviços
telefônicos automáticos. Cabe aqui uma curiosidade quanto à invenção
da central telefônica automática.
Um agente funerário da cidade de Kansas City, Missouri, em
1889, Almon B. Strowger, ao perceber que a telefonista da cidade
direcionava para a funerária concorrente as ligações referentes a
falecimentos, inventa a primeira central telefônica automática do
mundo, que permitiria ao usuário “discar” o número de sua preferência,
e neste caso optar pela funerária de seu interesse, dispensando a
necessidade da telefonista.
Figura 1.3 – Central automática Strowger
Fonte: www.fundacaotelefonica.com.br, acessado em 29-03-2009
Essa invenção, que não nasceu em nenhum laboratório de
pesquisa, trouxe uma mudança significativa à telefonia, o que a
permitiu superar o telégrafo como meio de comunicação. A
possibilidade de poder “discar” para o número desejado sem a
necessidade da interferência de uma telefonista, era sem dúvida uma
grande avanço.
16
Figura 1.4 – Um dos primeiros modelos de telefone com disco
Fonte: http://www.br.ambientar.com.ar/, acessado em 02-04-2009
Retornando a 1922, ano marcante por vários motivos, entre
eles a Semana de Arte Moderna, também foi marcante para as
telecomunicações. Além da primeira ligação na Central Automática de
Porto Alegre, a Companhia Radiográfica Brasileira – Radiobrás inicia
os serviços de telegrafia e telefonia, via rádio, entre Rio de Janeiro,
Nova York, Roma, Paris, Londres e Berlim.
No dia 7 de setembro de 1922 é realizada a primeira
transmissão radiofônica no Brasil, com a saudação entre os
Presidentes do Brasil, Epitácio Pessoa, e dos Estados Unidos, Herbert
Hoover.
Ainda em setembro de 1922, mais precisamente no dia 22, é
inaugurada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, sendo conhecida
posteriormente como Rádio Roquete Pinto.
Em 1928, é inaugurado o serviço telefônico na região Sudeste,
em São Paulo, e em 1929, o sistema telefônico automático em Ouro
Preto - MG. Ainda em 1929, a Companhia Telefônica Brasileira instala
em São Paulo o maior PABX da América do Sul e é inaugurada a
primeira estação telefônica automática no Rio de Janeiro.
Em 1931, a Companhia Telefônica instala o primeiro grande
PABX em empresa particular, com 40 ramais internos e os telégrafos
17
passam à Administração Geral dos Correios, com o nome de
Departamento dos Correios e Telégrafos.
Em 1933, Roquete Pinto faz a primeira tentativa de
transmissão de TV no Brasil. A experiência com transmissão de
televisão somente viria a ter sucesso em 18 de setembro de 1950
quando a TV Difusora (depois TV Tupi) inicia oficialmente suas
transmissões.
Em 1956 é nacionalizada a Sociedade Anônima Brazilian
Telephone Company, sob a denominação de Companhia Telefônica
Brasileira (CTB). São criadas em vários estados da federação as
companhias telefônicas estaduais.
Paralelamente, a telefonia e a telegrafia continuavam
avançando e integrando o País, sendo instalado em 1957 o primeiro
sistema telefônico por Microondas, ligando Rio de Janeiro, São Paulo e
Campinas.
Figura 1.5 – Vista de torre de uma estação de microondas
Fonte: HTTP://www.wilkipedia.org, acessado em 04-04-2009
18
Em 1957, mais um grande marco para as telecomunicações: a
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) lança o primeiro
satélite artificial, o Sputnik I. Este fato iria promover um grande avanço
tecnológico e só se tornou possível devido a invenção do transistor, em
1949, o que possibilitou a miniaturização dos circuitos eletrônicos,
viabilizando assim o satélite de comunicações.
Figura 1.6 – Sputnik I - o primeiro satélite artificial
Fonte: http://www.chandrakantha.com, acessado em 04-04-2009
Em 1958, a CTB inaugura o Sistema de Discagem a Distância -
DDD entre Santos e São Paulo, sistema este que permite a realização
de ligações telefônicas interurbanas sem a necessidade de auxílio de
uma telefonista.
Em 1960 é criado o Serviço Nacional de Telex. Ao contrário do
que se pensa, até os dias atuais, a rede de Telex permanece em
operação, sendo utilizada principalmente pela Empresa de Correios e
Telégrafos.
19
Figura 1.7 – Máquina Telex
Fonte: http://www.tre-pi.gov.br, acessado em 04-04-2009
Em 1962 é instituído o Código Brasileiro de Telecomunicações;
criando o Conselho Nacional de Telecomunicações - CONTEL;
autorizando o Poder executivo a constituir uma empresa para explorar
os serviços de telecomunicações.
Em 1965 o Brasil se associa ao Consórcio Internacional de
Telecomunicações por Satélite - INTELSAT. A EMBRATEL é
constituída como empresa pública.
Em 1969 é inaugurada, a primeira estação terrena para
comunicações via satélite em Tanguá, no Rio de Janeiro, fruto da
associação do Brasil ao INTELSAT. Neste ano, é realizada no Brasil a
primeira transmissão de TV via satélite, levando ao ar o lançamento da
Apolo XI.
Figura 1.8 – Estação Terrena de Tanguá – Embratel
Fonte: http://www.embratel.com.br, acessado em 04-04-2009
20
Infelizmente continuávamos atrasados em relação ao mundo,
uma vez que a primeira transmissão via satélite a nível mundial ocorreu
em 1967, com a transmissão de um programa de televisão em que o
grupo The Beatles interpretava “All You Need Is Love”.
A rede de telefonia por microondas continua sua evolução e,
em 1972, chega a Manaus, sendo inaugurado o tronco Manaus / Porto
Velho, tendo já passado pelo Sul e Nordeste do Brasil.
Em 1970 é realizada a transmissão da Copa do Mundo de
Futebol. O Brasil conquistava o tri-campeonato mundial de futebol, no
México, com imagens ao vivo.
Em 1972, é realizada a primeira transmissão de TV a cores no
Brasil, por ocasião da Festa da Uva em Caxias do Sul. Neste ano são
criados a Telecomunicações Brasileiras S/A – TELEBRÁS e o Centro
de Pesquisa e Desenvolvimento da Telebrás, o CPQD.
Em 1974, o estado do Piauí é interligado ao Sistema Nacional
de Telecomunicações. Neste ano, também são instaladas as primeiras
estações terrenas para serviços domésticos via satélite em Manaus e
Cuiabá, e entra em operação comercial a nova Rede Nacional de
Telex.
Em 1975, entra em operação a nova Rede Nacional de
Estações Costeiras. Um marco para o Brasil acontece neste ano: a
inauguração do Sistema de Discagem Direta Internacional - DDI. Este
serviço iria permitir a realização de ligações telefônicas com vários
países sem que fosse necessária a intermediação de uma telefonista.
Em 1976, a Companhia Telefônica Brasileira passa a
denominar- se Telecomunicações do Rio de Janeiro S/A – TELERJ e é
fundada a Empresa Brasileira de Radiodifusão S/A - Radiobrás. O
então território de Roraima é integrado à rede de comunicações por
satélite com a inauguração da estação terrena de Boa Vista.
21
Em 1977, entra em operação comercial o novo Sistema de TV
Executiva (Rede Brasileira de Circuito de Televisão). De 1977 a 1980,
o sistema de microondas e o sistema de comunicações por satélite vão
sendo cada vez mais expandidos, com a construção de vários troncos
de microondas e várias estações terrenas.
Em 1980, é iniciada a operação do cabo submarino BRUS,
ligando o Brasil aos Estados Unidos da América (EUA). Também em
1980 é lançado oficialmente um importante serviço de comunicação de
dados: o TRANSDATA. Esse é mais um marco importantíssimo da
evolução das telecomunicações no Brasil. O serviço TRANSDATA
abriu inúmeros horizontes tecnológicos permitindo a troca de
informações entre computadores, atuando como embrião das novas
redes de comunicação de dados, principalmente da Internet.
Em 1981 é inaugurado o serviço internacional de Comunicação
de Dados Aeroviários - AIRDATA. Entra em operação comercial
também o Serviço de Ligações Telefônicas com Intérprete.
Em 1982 são inauguradas as comunicações Marítimas via
Satélite - INMARSAT, em embarcações de bandeira brasileira, a Rede
Nacional de Televisão por Satélite - TV-SAT e o Serviço Internacional
de Comunicação de Dados - INTERDATA.
Em 1984, é ativada a Rede Nacional de Comunicação de
Dados por Comutação de Pacotes (RENPAC), oferecendo ligações
comutadas e admitindo ampla variedade de equipamentos, protocolos
e velocidades.
1985 – Outro grande marco para as telecomunicações com o
lançamento do primeiro satélite de comunicações do Brasil, o Brasilsat
A1, pela Embratel. Em 1986 é lançado o Brasilsat A2.
A década de 90 traria mais avanços para o setor, sendo os
principais destaques relatados a seguir:
22
- Entrada em operação das Centrais Telefônicas por Programa
Armazenado, as CPA-T, onde começam a se mesclar as
tecnologias de telecomunicações e informática;
Figura 1.9 – Central Telefônica CPA-T
Fonte: http://www.wilkipedia.org, acessado em 29-03-2009
- Início da operação, em 1990, do Sistema de Telefonia Móvel
Celular, utilizando tecnologia analógica;
Figura 1.10 – O primeiro aparelho de telefonia móvel celular
Fonte: http://www.guanabarainfo.com, acessado em 04-04-2009
- Início da operação da primeira operadora de TV por
Assinatura via cabo no Brasil, a NET Serviços.
- Entra em operação o primeiro trecho da Rede Nacional de
Fibras Ópticas interligando Rio de Janeiro e São Paulo.
- Inaugurado o Americas I, primeiro sistema internacional de
cabos submarinos de fibras ópticas entre o Brasil e os EUA.
23
Vários outros cabos submarinos de fibras ópticas são ativados
interligando o Brasil ao Mundo e ao MERCOSUL. No Brasil, prossegue
a construção de trechos terrestres de fibras ópticas, interligando as
capitais dos estados.
Complementando a frota de satélites, em adição aos satélites
Brasilsat A1 e A2, são lançados os satélites Brasilsat B1 e B2 que
podem atender ao MERCOSUL.
1.3 – As Telecomunicações na atualidade
Da década de 90 até os dias atuais, também registramos
muitos avanços tecnológicos, além da mudança de modelo ocorrida
com a privatização das empresas de telecomunicações em 1998, além
da abertura de novas faixas de freqüência para as operadoras de
Telefonia Móvel Celular: Bandas A e B já existentes e Bandas D e E.
De 1889 até 2009, 220 anos se passaram e a tecnologia do
telefone e das telecomunicações evoluiu bastante desde então. Seria
inimaginável hoje em dia uma situação semelhante à que se vivia em
termos de tecnologia do setor naquela época.
O setor das telecomunicações no Brasil nasceu privado, foi
estatizado e novamente privatizado em 1998, no governo de Fernando
Henrique Cardoso.
Praticamente 11 anos após a privatização das empresas do
setor de telecomunicações no Brasil, várias mudanças ocorreram em
nosso cotidiano como consequência da privatização.
As empresas e consórcios que se formaram na privatização já
tiveram mudanças de controladores, fundiram-se com outras, enfim
hoje o quadro de empresas atuantes no setor e suas respectivas
composições societárias são bem diferentes daquelas de julho de
1998.
24
Com relação à tecnologia, naquela época, convivíamos com
grandes dificuldades na área de telecomunicações, principalmente no
que diz respeito à aquisição de linhas telefônicas fixas e móveis
celulares.
Atualmente, a obtenção de uma linha telefônica fixa é bastante
simples e de uma linha telefônica móvel celular mais simples ainda,
bastando ir à uma loja de uma concessionária de serviços de telefonia
móvel celular.
Existe ainda a possibilidade de que o serviço móvel celular ser
prestado na modalidade pré-paga, onde se contrata antecipadamente
um pacote de serviços ou pós-paga, onde paga-se pelo serviço
utilizado.
Além da extrema facilidade com que hoje podemos obter uma
linha telefônica celular, os aparelhos celulares atuais podem prover
uma série de serviços, incluindo acesso à Internet, games, vídeo,
música, localizadores GPS, ou seja, podemos considerar que os
aparelhos celulares atuais são pequenos computadores que servem
até como telefones.
Parece que a última barreira tecnológica a cair é a
portabilidade numérica. A portabilidade numérica permite que mesmo
trocando de operadora, seja no serviço de telefonia fixa ou móvel, o
usuário pode manter o número que possuía na operadora anterior.
O grande desafio é implantar a portabilidade a nível nacional e,
posteriormente, implantá-la a nível mundial. Tanto a nível nacional
como a nível mundial, no caso da telefonia móvel, o usuário teria seu
telefone identificado em qualquer parte do mundo, ou seja, o usuário
poderia ser encontrado em qualquer país, além de poder realizar
ligações sendo reconhecido pela operadora local.
25
Este cenário considerado por alguns como “futurista” talvez
esteja bem mais próximo do que possamos imaginar, uma vez que a
portabilidade já é uma realidade no Brasil, tendo iniciado a sua
implantação em setembro/2008 e, a partir de março/2009, o usuário de
qualquer lugar do Brasil pode solicitar a portabilidade.
Hoje em dia, contrastando com o pioneirismo do Império, a
morosidade da República nos anos iniciais, o desenvolvimento
financiado pelo Estado durante os anos de ditadura militar, o setor é
dominado pelas empresas transnacionais de telecomunicações e
grandes conglomerados financeiros, associados aos fabricantes dos
equipamentos.
E no Brasil, a situação não poderia ser diferente do restante do
mundo, com o setor dominado por grandes grupos financeiros, mesmo
que nacionais, aliados aos fabricantes de equipamentos.
Se por um lado, isso trouxe a competição considerada
saudável pelo neocapitalismo, por outro lado aniquilou o
desenvolvimento tecnológico e, no caso específico do Brasil, o outrora
renomado Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Telebrás, o
CPQD, que desenvolvia tecnologias na área de Telecomunicações,
hoje em dia limita-se a homologar equipamentos para a Anatel.
26
CAPÍTULO II
OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES NO
BRASIL
27
2.1. – A Lei Geral de Telecomunicações
Em 16 de julho de 1997, o Congresso Nacional aprovou a Lei
No 9472, também conhecida como a Lei Geral de Telecomunicações
(LGT) – fonte: www.teleco.com.br, acessado em 11/05/2009, a qual
define serviço de telecomunicações como o conjunto de atividades que
possibilita a oferta de telecomunicações. Telecomunicações é a
transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios
ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos,
caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer
natureza.
Não constituem serviços de telecomunicações o provimento de
capacidade de satélite, a atividade de habilitação ou cadastro de
usuários e de equipamentos para acesso a serviços de
telecomunicações e os serviços de valor adicionado.
Classificação - Quanto à abrangência dos interesses a que
atendem, a LGT classifica os serviços de telecomunicações em
serviços de interesse coletivo e serviços de interesse restrito.
Interesse coletivo - Os serviços de interesse coletivo são
aqueles passíveis de serem oferecidos a todos aqueles que se
enquadrarem no regulamento específico, ou seja, o prestador não pode
deixar de prestá-lo quando solicitado, desde que seja técnica e
economicamente viável.
Interesse restrito - Entende-se como de interesse restrito o
serviço destinado ao uso do executante ou de um grupo de pessoas
naturais ou jurídicas, caracterizado pela realização de atividade
específica (p. ex. passageiros de navios).
Regime Jurídico - Quanto ao regime jurídico de sua
prestação, os serviços de telecomunicações classificam-se em públicos
e privados.
28
Regime público - O serviço de telecomunicações em regime
público é sempre de interesse coletivo e é aquele prestado mediante
concessão ou permissão, com atribuição a sua prestadora de
obrigações de universalização e de continuidade. Incluem-se neste
caso as diversas modalidades do serviço telefônico fixo comutado, de
qualquer âmbito, destinado ao uso do público em geral.
Regime privado - Já o regime privado está sujeito a regras
mais flexíveis e com menor interferência da União na sua regulação,
não havendo controle de tarifas (pratica-se preço). O serviço prestado
no regime privado é outorgado mediante autorização (existindo
exceções nas quais ele é objeto de concessão, como é o caso do
Serviço Móvel Celular - SMC) e pode ser de interesse restrito ou
coletivo.
A promulgação da LGT lançou as bases para a privatização
das empresas de telecomunicações do Sistema Telebrás, ocorrida em
29-07-1998, o que permitiu a crescente oferta e diversidade de serviços
para a população, tanto na área de telefonia fixa como móvel.
2.2. A Criação da ANATEL
A promulgação da LGT, conforme citado no item 2.1., por si só
não iria garantir o cumprimento da mesma, sendo nessa mesma lei
criado um órgão fiscalizador do setor, a Agência Nacional de
Telecomunicações – ANATEL, com a finalidade de controlar a
qualidade dos serviços de telecomunicações prestados à população
pelas respectivas empresas concessionárias, principalmente após a
privatização do setor.
Foram, então, criados pela ANATEL dois importantes planos de
cumprimento obrigatório pelas concessionárias de serviços de
telecomunicações privatizadas:
29
Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico
Fixo Comutado Prestado em Regime Público (PGMU) - este plano
estabelece que a universalização vem a ser o acesso direto de toda
pessoa ou instituição, independentemente de sua localização e
condição sócio-econômica, ao Serviço Telefônico Fixo Comutado –
STFC destinado ao uso do público em geral, prestado no regime
público. A íntegra deste plano encontra-se disponível no endereço
eletrônico http://www.anatel.gov.br.
Plano Geral de Metas de Qualidade para o Serviço Telefônico Fixo
Comutado (PGMQ) – este plano estabelece as metas de qualidade, a
serem cumpridas pelas prestadoras de Serviço Telefônico Fixo
Comutado, destinado ao uso público em geral (STFC), prestado nos
regimes público e privado. A íntegra deste plano encontra-se disponível
no endereço eletrônico http://www.anatel.gov.br.
Anteriormente à criação da Anatel, não existiam mecanismos
tão explícitos de controle e o órgão de controle anteriormente existente,
Departamento Nacional de Telecomunicações – DENTEL, atuava
principalmente na fiscalização do uso de radiofreqüências, não sendo a
qualidade e universalização do STFC seu ponto alvo.
A ANATEL ao estabelecer ambos os planos deu um grande
passo na direção de assegurar tanto o atendimento qualitativo como
quantitativo em termos de serviços telefônicos básicos à população,
punindo as empresas que não alcançarem as metas estabelecidas.
Atualmente, de acordo com informações obtidas no site da Anatel,
várias empresas têm sido multadas pelo descumprimento das metas de
qualidade estabelecidas pelo PGMQ.
30
2.3. – Os Serviços de Telecomunicações
Hoje existem 67 serviços de telecomunicações diferentes com
regulamentações próprias (fonte: www.teleco.com.br, acessado em
11/05/2009), existindo uma intenção da Anatel de reduzi-los a apenas
quatro serviços. Nesse cenário diversificado, a abordagem seria
bastante abrangente e complexa, razão pela qual serão tratados neste
tópico os serviços de maior relevância. Os principais serviços são:
2.3.1. Telefonia Fixa
Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) é o serviço de
telecomunicações que, por meio de transmissão de voz e de outros
sinais, destina-se à comunicação entre pontos fixos determinados,
utilizando processos de telefonia. De interesse coletivo, o STFC é
prestado em regime público e em regime privado e admite as seguintes
modalidades:
Local: destinada à comunicação entre pontos fixos
determinados, situados em uma mesma área Local.
Longa Distância Nacional: destinada à comunicação entre
pontos fixos determinados, situados em áreas locais distintas no
território nacional.
Longa Distância Internacional: destinada à comunicação
entre um ponto fixo situado no território nacional e outro ponto no
exterior.
Dois tipos específicos de STFC merecem ser objeto de
destaque:
Telefone de Uso Público (TUP) – é aquele que permite o
acesso de qualquer pessoa, dentro de condições normais de utilização,
independentemente de assinatura de inscrição junto à prestadora de
serviço, e;
31
0800 - que corresponde a uma chamada franqueada do
Serviço Telefônico Público, completada sem interceptação, destinada
ao assinante do Serviço Telefônico Público responsável pelo seu
pagamento, conforme contrato específico.
2.3.2. Telefonia Móvel (SMC e SMP)
Serviço Móvel Celular (SMC) é o serviço de telecomunicações
móvel terrestre, aberto à correspondência pública, que utiliza sistema
de radiocomunicações com técnica celular, interconectado à rede
pública de telecomunicações, e acessado por meio de terminais
portáteis, transportáveis ou veiculares, de uso individual.
Excepcionalmente, por motivos históricos, o SMC, que é prestado em
regime privado, foi objeto de contrato de concessão e não de
autorização. Atualmente, a Anatel já não emite outorgas para SMC e
incentiva as operadoras detentoras das licenças a substituí-las por
novas licenças de SMP.
O novo serviço, Serviço Móvel Pessoal (SMP) é definido como
o serviço de telecomunicações móvel terrestre de interesse coletivo
que possibilita a comunicação entre Estações Móveis e de Estações
Móveis para outras estações. O SMP é caracterizado por limitar a sua
comunicação entre estações de uma mesma Área de Registro do SMP.
Caso as estações se encontrem em diferentes Áreas de Registro, a
comunicação far-se-á mediante acesso a redes de telecomunicações
de interesse coletivo.
2.3.3. Comunicação Multimídia
Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) é um serviço fixo de
telecomunicações de interesse coletivo, prestado em âmbito nacional e
internacional, no regime privado, que possibilita a oferta de capacidade
de transmissão, emissão e recepção de informações multimídia,
utilizando quaisquer meios, a assinantes dentro de uma área de
prestação de serviço. O SCM substituiu o SLE - Serviço Limitado
32
Especializado de Redes e Circuitos e atualmente a Anatel não emite
mais outorgas para essas modalidades de SLE.
2.3.4. Comunicação de Massa
Serviços de Comunicação De Massa (SCMa) são serviços de
telecomunicações de interesse coletivo que possuem simultaneamente
as seguintes características essenciais:
a) distribuição ou difusão dos sinais ponto-multiponto ou ponto-
área;
b) fluxo de sinais predominantemente no sentido prestadora
usuário,
c) conteúdo das transmissões não gerado ou controlado pelo
usuário,
d) escolha do conteúdo das transmissões realizada pela
prestadora do serviço.
A nova regulamentação do SCMa ainda está sendo discutida e
os serviços incluídos - basicamente Radiodifusão e TV por Assinatura -
são atualmente objeto de legislação específica.
2.3.5. Outros Serviços
Outros serviços de relevância que merecem ser citados são:
SME - Serviço Móvel Especializado (“Trunking”)
SER – Serviço Móvel Especial de Radio Chamada (“Paging”)
SMGS – Serviço Móvel Global por Satélite (geoestacionários
ou não)
Serviço de Rádio-Táxi
Serviço Móvel Marítimo (Estação de Navio)
Serviço de TV por Assinatura (TV a Cabo)
Rádio do Cidadão
Serviço de Radioamador
Serviço Público Restrito
SRTT - Serviço de Rede de Transporte de Telecomunicações
33
O SRTT inclui as seguintes sub-modalidades: Serviço Especial
de Repetição de Sinais de TV, Vídeo e Áudio, Serviço por Linha
Dedicada Nacional e Internacional, Serviço de Rede Comutada e
Serviço de Comunicação de Textos – Telex.
2.3.6. Serviços Especiais
Serviços de telecomunicações que teem por finalidade o
atendimento de necessidades de comunicações de interesse geral, não
abertos à correspondência pública. Alguns exemplos são Serviços
Especiais para Fins Científicos ou Experimentais e de Rádio
Determinação.
34
CAPÍTULO III
A PORTABILIDADE NUMÉRICA
35
3.1. – As Telecomunicações Hoje em Dia
O avanço da tecnologia tem proporcionado realidades e
serviços inimagináveis há tempos atrás, materializados apenas nos
filmes de ficção-científica.
Conforme mencionado no capítulo II, a desregulamentação do
setor de telecomunicações no Brasil e a posterior privatização do
mesmo, permitiu que a população brasileira tivesse acesso com maior
rapidez às novas tecnologias de telecomunicações emergentes.
No entanto, apesar de todos esses avanços, com o surgimento
de diversas tecnologias, ainda é bastante difundido no Brasil o uso do
telefone fixo tradicional e do também agora chamado celular
tradicional, onde o principal serviço oferecido aos usuários é a
tradicional telefonia, ou o serviço de voz.
Com os avanços tecnológicos, até mesmo para o tradicional
telefone fixo surgiram algumas novas implementações de serviços
adicionados, como, por exemplo, os oferecidos pela Operadora Oi:
• Identificador de Chamadas (BINA);
• Chamada em Espera;
• Conferência;
• 134 Hora Programada;
• Bloqueio de Chamadas a Cobrar;
• Bloqueio Controlado para Celular;
• Caixa Postal
As demais Operadoras (Telefônica, Embratel, Brasil Telecom,
GVT, etc.) que oferecem o serviço de telefonia fixa, também oferecem
serviços semelhantes, o que indica que a tecnologia atual é comum a
todas as Operadoras, sendo a diferença entre as mesmas baseada nos
planos oferecidos e na região em que se encontram disponíveis.
36
Já os celulares hoje em dia podem ser considerados
computadores que até servem para falar, oferecendo uma enorme
gama de serviços e tecnologias. Obviamente, o valor dos serviços
também acompanha as inovações, bem como o custo dos aparelhos.
Além dos serviços oferecidos, as tecnologias de conexão à Internet
disponíveis, como por exemplo a tecnologia Wireless ou WiFi
(conexões que utilizam retransmissores de rádio), permitem a total
mobilidade para os chamados smartphones (aparelhos celulares com
teclado de computador e que acessam a Internet).
Cada vez mais os fabricantes esmeram-se no desenvolvimento
de novas tecnologias que vão sendo gradativamente absorvidas pelas
Operadoras e incorporadas aos serviços oferecidos. Além dos serviços
de telefonia, foi introduzida recentemente no Brasil a Televisão em
Padrão Digital, a qual irá permitir a recepção de imagens com
qualidade muito superior à atual.
Obviamente, mais uma vez, o desenvolvimento do padrão
digital, qualquer que seja, somente foi possível pelo desenvolvimento
anterior de receptores de televisão com novas tecnologias: Plasma,
LCD e OLED.
Enfim, com tudo isso, a oferta de novos serviços à população
somente se torna viável após o desenvolvimento da tecnologia que
possibilite esta oferta.
3.2. – A Portabilidade Numérica
Apesar de todos esses avanços tecnológicos, em termos de
telefonia fixa e móvel, ainda estamos amarrados à conceitos da época
do surgimento da telefonia: o número do assinante, seja fixo ou móvel,
só “existe” na cidade onde o mesmo reside. Ou seja, podemos ter dois
assinantes em duas cidades diferentes com o mesmo número.
37
Tal fato é no mínimo estranho e possibilita que um usuário
receba uma ligação equivocada, pelo fato de quem a fez não introduziu
corretamente o código DDD da localidade. Caso o número fosse único,
o assinante poderia ser localizado pelo Sistema de Telefonia em
qualquer parte do Brasil, ou até mesmo no Mundo.
Isto chega a parecer uma utopia, mas é tecnicamente possível,
sendo este justamente o conceito de Portabilidade, ou seja, o usuário
ser o portador de seu próprio número.
Para a população em geral, anteriormente à chegada da
Portabilidade, para se mudar de Operadora Celular era obrigatória a
mudança do número do telefone. Isto porque cada Operadora tinha
uma certa faixa de numeração definida pela Anatel e, o consumidor,
atraído pelo plano de tarifas e serviços de outra operadora, tinha que
mudar de número, o que era um verdadeiro transtorno na vida das
pessoas.
Já para a Telefonia Fixa este fato era de mais difícil ocorrência
até 1998, pois não existia concorrência no setor, o qual era dominado
pelas operadoras estatais. Este fato acontecia também porque as
operadoras estatais, organizadas por Estado da federação, eram
detentoras das redes de pares metálicos que permitem a ligação dos
usuários à central telefônica, o que dificultava a entrada de outra
operadora no setor para prestar o mesmo serviço.
Com a privatização do setor, outras operadoras passaram a ter
a autorização (conforme a Natureza dos Contratos de Serviços, ver
anexo 2) da ANATEL para explorar o serviço local, podendo utilizar
outras tecnologias diferentes dos pares metálicos.
Surgiram, então, algumas alternativas:
- a Embratel, com o Livre, que vem a ser um telefone fixo
conectado por rádio à central telefônica
38
- a NET, que oferece juntamente com os seus serviços de TV
por assinatura e Banda Larga (Vírtua) via cabo, o Netfone (produto
suportado pela Embratel e comercializado pela NET), que utiliza a
tecnologia VoIP (Voz sobre IP)
- a TIM, com um serviço semelhante ao Livre da Embratel.
Com a oferta desses serviços, já é possível ao consumidor
migrar o seu telefone fixo convencional para uma dessas opções,
mantendo o número anterior, o que evita o transtorno de ter que
divulgar um novo número de telefone para as pessoas de seu
relacionamento.
A ANATEL, para facilitar o entendimento do assunto pela
população, lançou uma cartilha sobre a Portabilidade Numérica,
disponível no Anexo 3, que instrui sobre os casos em que a
Portabilidade se aplica e como solicitar a mesma às operadoras de
telecomunicações.
3.3. – Os Benefícios da Portabilidade Numérica
A Portabilidade Numérica, além de proporcionar a migração de
operadora tanto no serviço de telefonia fixa como no móvel, ainda
aumentou a concorrência entre as operadoras, as quais passaram a
ser muito mais agressivas em suas campanhas e planos de modo a
evitar a perda de clientes.
Anteriormente à Portabilidade Numérica, as operadoras de
telefonia móvel obrigavam o cliente a assinar um contrato de fidelidade,
geralmente por um prazo mínimo de 1 ano, para que o mesmo pudesse
ter acesso a planos mais acessíveis. Esta prática forçava o cliente a
permanecer na operadora mesmo estando insatisfeito com a mesma,
pois a quebra de contrato obrigava o pagamento de multa rescisória.
39
Com o advento da Portabilidade Numérica, o cliente poderá
trocar de operadora e mesmo que esteja vinculado a um contrato de
fidelização, a multa rescisória não poderá ultrapassar 10% do valor das
mensalidades a vencer, segundo entendimentos do Instituto de Defesa
do Consumidor – Idec (ver anexo 1). Este fato proporcionou aos
usuários algumas opções de planos e operadoras, com a vantagem de
poder manter o mesmo número da operadora de origem.
Para o caso da telefonia fixa, apesar das ofertas serem em
menor número devido a pouca concorrência no setor, os usuários já
contam com algumas opções nas áreas urbanas. Essas opções
permitem a migração de operadoras e planos de serviços, o que vem a
se constituir num grande benefício para a população em geral.
40
CONCLUSÃO
Indiscutivelmente a vinda da família real para o Brasil em 1808
pode ser considerada um marco em termos evolução tecnológica,
forçando a Coroa Portuguesa a encarar a Colônia de outra forma. O
ápice tecnológico do Império ocorreu durante o império de D. Pedro II,
trazendo a tecnologia de telecomunicações para o Brasil.
Dos tempos do Império até os dias de hoje, a tecnologia e
telecomunicações, bem como muitas outras apresentou um enorme
avanço, provendo serviços e facilidades inimagináveis para aquela
época.
O telefone, principal símbolo das telecomunicações, até bem
pouco tempo atrás, era destinado tão somente ao serviço de voz. Com
a evolução da tecnologia digital para a tecnologia analógica e a
miniaturização dos circuitos eletrônicos, foi possível a criação dos
telefones móveis, mais conhecidos como “telefones celulares”.
A tecnologia continuou evoluindo e, hoje em dia, nós temos
verdadeiros computadores móveis tais como os chamados
Smartphones e o I-Phone (exclusivo da Apple Corporate Inc.). Ambos
teem uma infinidade de recursos de voz, vídeo, entretenimento,
acessam a Internet como um computador normal, sendo que o I-Phone
ainda possui localizador GPS embutido.
Mas, ainda ficava faltando alguma coisa em toda essa
evolução: não era possível mudar de operadora e levar o mesmo
número, tanto para o telefone fixo como para o celular, faltava a
Portabilidade Numérica.
No Brasil, ingressamos na Portabilidade Numérica em
setembro de 2008 e, ao final de março de 2009 todas as localidades do
país já podiam contar com o serviço.
41
No mercado de telefonia celular, a portabilidade numérica
gerou um enorme número de planos e “promoções” das operadoras de
modo a atrair os clientes de outras operadoras, oferecendo pacotes de
serviços e aparelhos bastante atrativos.
Já no mercado de telefonia fixa, esta migração apresenta maior
dificuldade devido a existência de pouca concorrência no mesmo,
mesmo após a privatização do Sistema Telebrás, havendo ainda
poucas ofertas para a população.
Apesar das poucas opções na telefonia fixa, podemos
considerar que a Portabilidade Numérica trouxe um maior número de
oferta de serviços de telecomunicações para a população, além de
proporcionar menos desconforto ao se trocar de operadora, podendo o
usuário continuar utilizando o seu número antigo, fato este que veio a
se tornar um grande benefício para a população.
Portanto, o grande desafio a ser encarado pela evolução da
tecnologia de telecomunicações é que a Portabilidade Numérica possa
ser estendida para todo o planeta, propiciando ao usuário utilizar o seu
telefone celular em qualquer país, além de poder se localizar e ser
localizado com os recursos dos localizadores GPS.
42
BIBLIOGRAFIA
Documento Plano de Ampliação do Sistema de Telecomunicações e do
Sistema Postal (PASTE 2000) – Site ANATEL www.anatel.gov.br
Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico
Fixo Comutado Prestado em Regime Público (PGMU) - Site ANATEL
www.anatel.gov.br
Plano Geral de Metas de Qualidade para o Serviço Telefônico
Comutado (PGMG) - Site ANATEL www.anatel.gov.br
Sousa, Lindberg Barros de, Redes de Computadores: Dados, Voz e
Imagem – Lindberg Barros de Souza – São Paulo: Érica, 1999
Alencar, Marcelo Sampaio de, Telefonia Digital – Marcelo Sampaio de
Alencar – São Paulo: Érica, 1998
Barradas, Ovídio, Você e as Telecomunicações – Ovídio Barradas –
Rio de Janeiro: Interciência, 1995
Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico
Fixo Comutado Prestado em Regime Público (PGMU) - Site ANATEL
www.anatel.gov.br
Plano Geral de Metas de Qualidade para o Serviço Telefônico
Comutado (PGMG) - Site ANATEL www.anatel.gov.br
43
ANEXO 1
INTERNET
CIRCUITO - por Cristina De Luca Tecnologia @ Informação @ Internet @ Software Livre @ Cultura Livre @ Inclusão Digital @ Infoinclusão
segunda-feira, Março 02, 2009
Portabilidade: o que você deve saber
A portabilidade numérica em vigor em todo o país a partir de hoje
permite, no caso da telefonia celular, a manutenção do número para
quem quiser trocar de plano (de pós-pago para pré-pago e vice-versa)
na mesma operadora.
O cliente também pode solicitar a portabilidade de uma linha
cadastrada como CNPJ para uma linha cadastrada como Pessoa
Física. Mas, antes, precisa regularizar o cadastro na outra operadora.
Primeiro solicite à operadora a que pertence a alteração do cadastro de
sua linha de CNPJ para CPF - como a transferência de assinatura.
Depois que sua linha estiver como CPF, entre em contato com a
operadora para a qual deseja migrar, para agendar sua portabilidade.
Tem mais: se o consumidor pretende trocar de operadora de telefonia
celular e ainda está em prazo de fidelização, poderá fazê-lo, arcando
com a multa pelo cancelamento antecipado do contrato.
O Idec entende que o valor da multa não pode ultrapassar 10% da
soma das mensalidades referentes aos meses restantes para que se
completem 12 meses de contrato.
O cálculo do valor da multa, segundo o Idec é o seguinte: se o
consumidor, por exemplo, contratou um plano pós-pago de R$
90,00/mês e cumpriu 10 meses de contrato, faltam ainda 2 meses (ou
seja, R$ 180,00). A multa seria de, no máximo, 10% de R$ 180,00, ou
seja, R$ 18,00.
Se você não tem plano de fidelidade em vigência, você não precisa
avisar a sua operadora atual da mudança, somente a operadora para
qual você quer ir! A solicitação deve ser feita à operadora para a qual
você pretende migrar. A operadora que perde o usuário não participa
44
da negociação.
O processo de portabilidade deve ser concluído no prazo máximo de 5
(cinco) dias, contados da solicitação pelo consumidor. Depois de 1
(um) ano de funcionamento da portabilidade na localidade, esse prazo
será reduzido para 3 (três) dias.
O Idec avisa também que:
- Se você possui um celular pré-pago, deve ser programar para usar
todos os créditos antes de portar seu número, pois eles não serão
transferidos da empresa antiga para a nova;
- Para a portabilidade ser concluída, sua linha deverá estar ativa. Por
isso, não a cancele;
- Fique atento às promoções. As empresas fazem promoções para
atrair novos clientes. Mas antes de contratar um novo serviço, informe-
se sobre a validade e condições da promoção para não ter surpresas;
- A portabilidade numérica não atinge aqueles que têm Nextel.
45
ANEXO 2
INTERNET
Legislação: Serviços de Telecomunicações A LGT define serviço de telecomunicações como o conjunto de atividades que possibilita a oferta de telecomunicação. Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza. Não constituem serviços de telecomunicações o provimento de capacidade de satélite, a atividade de habilitação ou cadastro de usuários e de equipamentos para acesso a serviços de telecomunicações e os serviços de valor adicionado.
Classificação Quanto à abrangência dos interesses a que atendem, a LGT classifica os serviços de telecomunicações em serviços de interesse coletivo e serviços de interesse restrito. Interesse coletivo Os serviços de interesse coletivo são aqueles passíveis de serem oferecidos a todos aqueles que se enquadrarem no regulamento específico, ou seja, o prestador não pode deixar de prestá-lo quando solicitado, desde que seja técnica e economicamente viável. Interesse restrito Entende-se como de interesse restrito o serviço destinado ao uso do executante ou de um grupo de pessoas naturais ou jurídicas, caracterizado pela realização de atividade específica (p. ex. passageiros de navios). Quanto ao regime jurídico de sua prestação, os serviços de telecomunicações classificam-se em públicos e privados. Regime público O serviço de telecomunicações em regime público é sempre de interesse coletivo e é aquele prestado mediante concessão ou permissão, com atribuição a sua prestadora de obrigações de universalização e de continuidade. Incluem-se neste caso as diversas
46
modalidades do serviço telefônico fixo comutado, de qualquer âmbito, destinado ao uso do público em geral. Regime privado Já o regime privado está sujeito a regras mais flexíveis e com menor interferência da União na sua regulação, não havendo controle de tarifas (pratica-se preço). O serviço prestado no regime privado é outorgado mediante autorização (existindo exceções nas quais ele é objeto de concessão, como é o caso do Serviço Móvel Celular - SMC) e pode ser de interesse restrito ou coletivo.
Natureza dos Contratos de Serviços
Regime Público
concessão ou permissão interesse coletivo
Telefonia Fixa Comutada (STFC)
Regime Privado
autorização e excepcionalmente concessão interesse coletivo ou restrito
Telefonia Fixa Comutada e todos os demais serviços
Em princípio, o serviço em regime público é sempre objeto de um contrato de concessão, ficando a permissão reservada para alguns casos excepcionais. Concessão Define-se como concessão de serviço de telecomunicações a delegação de sua prestação, mediante contrato, por prazo determinado, no regime público, sujeitando-se a concessionária aos riscos empresariais, remunerando-se pela cobrança de tarifas dos usuários ou por outras receitas alternativas e respondendo diretamente pelas suas obrigações e pelos prejuízos que causar. Permissão Define-se como permissão de serviço de telecomunicações o ato administrativo pelo qual se atribui a alguém o dever de prestar serviço de telecomunicações no regime público e em caráter transitório, até que seja normalizada a situação excepcional que a tenha ensejado. Observa-se, portanto, que a permissão é reservada para casos excepcionais. Autorização Já os serviços sob o regime privado são, em princípio, objeto de autorização, existindo exceções, casos em que são objeto de concessão. Define-se como autorização de serviço de telecomunicações o ato administrativo vinculado que faculta a exploração, no regime privado, de modalidade de serviço de
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telecomunicações, quando preenchidas as condições objetivas e subjetivas necessárias. São condições objetivas: a) a disponibilidade de radiofreqüências quando necessárias, e; b) a apresentação de um projeto viável. São condições subjetivas para a empresa: a) ser constituída sob as leis brasileiras; b) não estar proibida de contratar com o poder público; c) dispor de qualificação técnica, e; d) não ser responsável pela prestação da mesma modalidade de serviço na mesma área.
48
ANEXO 3
ANATEL - CARTILHA DA PORTABILIDADE
49
ANEXO 4
Jornal Valor Econômico (24/junho/200)
Veja, na íntegra, a matéria publicada no Jornal Valor Econômico de hoje, 24 de junho, que aponta os novos desafios que a tecnologia impõe às operadoras de telecomunicações. DESAFIOS DA QUALIDADE - Valor Econômico (24/06/2009) Aumentar a base de assinantes, com cobertura nacional, e oferecer serviços mais atrativos aos usuários, sem perda de qualidade e com mais receita: eis o dilema das companhias brasileiras de telecomunicações, depois de mais de dez anos de operação sob as regras da privatização. É um desafio que está hoje sob fogo cerrado dos consumidores, cada vez mais conscientes de seus direitos, e fiscalizado com crescente rigor por entidades de defesa do consumidor, como o Procon, e de órgãos governamentais, como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Na segunda-feira, em despacho publicado no "Diário Oficial" da União, a Anatel decidiu proibir a Telefônica de vender o Speedy, um produto de acesso à internet em banda larga, até que a operadora adote medidas que assegurem a qualidade do serviço. "Desde que houve a privatização do Sistema Telebrás, em 1997, mudou dramaticamente o mapa das telecomunicações no Brasil. O tráfego do sistema de telefonia cresceu exponencialmente, aumentando, por consequência, as exigências dos usuários por acessos com maior velocidade, para transmissão não apenas de voz, mas também de dados na internet e novos serviços multimídia", avalia João Paulo Bruder, analista de telecomunicações da IDC Brasil. Segundo a Anatel, o número de celulares em operação no Brasil chegou a 157,5 milhões em junho, enquanto o número de telefones fixos alcança 41,7 milhões, e o acesso de banda larga chega a 10,4 milhões de assinantes. "As operadoras investiram bastante em infraestrutura, nos últimos anos, mas ainda há espaço para novos investimentos em tecnologias mais avançadas para suportar redes cada vez mais complexas", diz Bruder. No caso das operadoras de telefonia fixa, a perda de espaço para as móveis, na disputa pelo orçamento do consumidor, direciona os investimentos para aspectos inovadores, em termos de atuação. Tradicionalmente voltada para o mundo corporativo e para a área de telefonia de longa distância, a Embratel, por exemplo, diversificou suas operações e hoje atua em vários segmentos, incluindo serviços de telefonia local, longa distância nacional e internacional, transmissão de dados, vídeo, internet e TV por assinatura, além de oferecer soluções via satélite. "Nosso desafio é evoluir para uma empresa que participe do mercado, concorrendo com tecnologias mais avançadas. Essa foi uma mudança difícil, mas conseguimos encontrar um caminho para a Embratel", diz José Formoso Martinez, mexicano que preside a
50
empresa desde o início do ano passado. No começo da privatização, informa Martinez, a Embratel pagou dívidas pesadas e investiu muito na modernização de suas plataformas de redes, que operavam com tecnologias ultrapassadas. Os patamares de investimentos continuam altos, segundo ele. Em 2006, a Embratel investiu mais de R$ 1,4 bilhão na expansão de sistemas, desenvolvimento de novas tecnologias, contratação de nova geração de satélites e melhoria do atendimento aos clientes. Em 2007, os investimentos somaram R$ 1,2 bilhão, e em 2008 foram mais R$ 1,8 bilhão. No primeiro trimestre de 2009, foram outros R$ 400 milhões. "Isso deu maior presença da empresa no mercado", confia o executivo. Já são mais de 5,8 milhões de linhas de telefonia fixas, cerca de 30 mil km de fibras ópticas, quatro satélites geoestacionários para comunicações domésticas e internacionais e o serviço Net fone, uma solução "triple play" com assinatura de TV, internet banda larga e telefone fixo, em parceria com a Net, fechou em março com 181,9 mil clientes. "A próxima geração de investimentos terá como foco o crescimento da banda larga. Temos uma grande oportunidade de negócios", diz Martinez. A GVT, outra operadora de telefonia fixa, também buscou o caminho da inovação. Já em outubro de 2007, a empresa tomou a decisão de não comercializar acesso de banda larga em velocidades abaixo de 1 Mbps. E em março, lançou um pacote de acesso com 10 Mbps de velocidade a R$ 59,90, uma associação de velocidade e preço inédita em telecomunicações. Em 2000, a companhia implantou uma nova forma de tarifação em telefonia fixa, a cobrança por minutos ao invés de pulsos, que se tornou realidade em todo o mercado apenas em 2007 por força da regulamentação. A GVT também fez movimentos fortes de expansão geográfica, passando a atender os Estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Hoje conta com cerca de 2 milhões de assinantes, 30% a mais que em 2008. Pelo menos 148 mil assinantes vieram com o novo sistema de portabilidade. "Nosso próximo desafio é construir uma rede de alta qualidade para garantir serviços de voz, não de dados, para nossos clientes", diz Alcides Troller Pinto, vice-presidente de marketing e vendas da GVT. Na área de telefonia móvel, que já representa mais de 50% das receitas do setor de telecomunicações no Brasil, os investimentos estão concentrados no aumento da capacidade da infraestrutura para suportar o avanço rápido e crescente da base de clientes. "Já ultrapassamos a marca de 40 milhões de clientes, e manter um serviço de atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana, para tamanha audiência, é um desafio muito grande", diz Miguel Cui, diretor de clientes da Claro, subsidiária da América Móvil para o Brasil, que faturou R$ 11,5 bilhões em 2008. "Temos equipes técnicas de alto nível profissional, serviço de manutenção constante de toda rede, e investimos fortemente para manter essa infraestrutura em pleno funcionamento", afirma. A empresa não divulga os investimentos em tecnologia, mas se diz preparada para atender os níveis de exigências
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dos seus clientes e dos órgãos reguladores e de fiscalização, como Anatel e Procon. Investimentos conferem velocidade à rede A estratégia da Oi é manter foco na convergência de serviços, de telefonia fixa e móvel, informa Flávia Bittencourt, diretora de marketing. Entre as principais iniciativas para ampliar o portfólio está o lançamento do serviço de TV por satélite (DTH-Direct to home, ou seja, direto para casa), além de ampliar atuação nas áreas definidas para a Brasil Telecom. "Temos metas a cumprir na área de voz fixa e móvel, por conta de obrigações com a Anatel, mas uma das ações que mais têm demandado investimentos são os serviços de banda larga", diz Flávia. Ao longo deste ano, indica ela, a Oi vai investir de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões, incluindo as operações integradas com a Brasil Telecom. Desse total, 60% serão destinados à telefonia fixa, incluindo dados, e o restante para telefonia móvel. Detentora da maior cobertura nacional, a Vivo, joint venture controlada pela Telefônica e Portugal Telecom (PT), realizou nos últimos três anos um investimento da ordem de R$ 10 bilhões para melhorar a relação custo-benefício de sua operação e obter melhor qualidade de conexão, de acordo com Hugo Janeba, VP de marketing e inovação. Só no último ano, a companhia investiu mais de R$ 6 bilhões, contando com os valores aplicados na aquisição do controle da Telemig Celular, das licenças 3G e de SMP. "Hoje, temos o melhor índice de atendimento das metas de qualidade da Anatel, com um acumulado de janeiro a abril de 2009 de 99,9% das metas", diz ele. A Vivo concentrou esforços também na oferta da rede 3G no Brasil, a partir de 2004, com a tecnologia EV-DO; lançou a rede HSUPA/WCDM em setembro de 2009 e, atualmente, cobre 55% da população brasileira. Em 2009, a companhia vai investir R$ 2,6 bilhões, parte desse montante destinado à ampliação da rede 3G e à manutenção da qualidade de sinal. Desde janeiro, a operadora já expandiu sua cobertura de terceira geração a novas 107 localidades, um número 30% superior ao total de localidades atendidas em relação ao registrado no final do ano passado. O esforço da TIM é diferenciado. "Nossa estratégia é dar prioridade à qualidade em relação à potência de fogo. Ou seja, direcionamos os investimentos para melhorar a qualidade de transmissão de voz, ao invés de aumentar a velocidade da rede", conta Rogério Takayanagi, diretor de marketing da TIM. Significou um reforço da rede 2G, com tecnologia GSM, colocando em segundo plano os investimentos no licenciamento da tecnologia 3G. A empresa também vem se preocupando muito com a melhora da qualidade de atendimento de sua base de clientes, que hoje alcança 36,5 milhões de assinantes. Mais de 20% dos investimentos foram destinados à melhoria do sistema de tarifação e de relacionamento
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com os consumidores, informa Takayanagi. "Ainda não chegamos ao ponto de satisfação plena, mas em julho de 2008 a TIM era a sétima empresa em qualidade, de acordo com os indicadores da Teleco. Hoje, somos a segunda", garante o executivo. (G.C.) Publicada em 24/06/2009
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A EVOLUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL 9
1.1. As Telecomunicações no Império 10
1.2. As Telecomunicações na República 13
1.3. As Telecomunicações nos Dias Atuais 22
CAPÍTULO II
OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL 26
2.1. A Lei Geral de Telecomunicações 27
2.2. A Criação da ANATEL 28
2.3. Os Serviços de Telecomunicações 30
CAPÍTULO III
A PORTABILIDADE NUMÉRICA 34
3.1. As Telecomunicações Hoje em Dia 35
3.2. A Portabilidade Numérica 37
3.3. Os Benefícios da Portabilidade Numérica 38
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 42
ANEXOS 43
ÍNDICE 53