36
1 UNIVERSIDA DE CANDIDO MENDES PÓS-G RADUAÇÃO “LATO SENSU” EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL PROJETO A VEZ DO MESTRE REDUÇÃO DE CUSTOS NA DISTRIBUIÇÃO DE SINAIS VIA SATÉLITE Por: Alan da Silva Murakami Orientad or Prof. Antônio Fernando Vieira Ne y Rio de Janeiro 2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … DA SILVA MURAKAMI.pdf · O princípio de funcionamento das comunicações por satélites artificiais é ... freqüência de suas ondas

  • Upload
    vuongtu

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL

PROJETO A VEZ DO MESTRE

REDUÇÃO DE CUSTOS NA DISTRIBUIÇÃO DE SINAIS

VIA SATÉLITE

Por: Alan da Silva Murakami

Orientador

Prof. Antônio Fernando Vieira Ney

Rio de Janeiro

2004

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL

PROJETO A VEZ DO MESTRE

REDUÇÃO DE CUSTOS NA DISTRIBUIÇÃO DE SINAIS

VIA SATÉLITE

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Logística

Empresarial

Por: . Alan da Silva Murakami

3

AGRADECIMENTOS

....Aos amigos de turma e os professores

pelo apoio e companheirismo.

4

DEDICATÓRIA

....A minha mulher e meu filho pelo apoio

na jornada da vida, e pela compreensão

da importância em perseverar em nossos

objetivos.

5

INTRODUÇÃO

O setor das telecomunicações no Brasil, seguindo a tendência mundial,

está em franca expansão. Novos serviços associados a evolução tecnológica da

informática e da eletrônica colaboram para este quadro. Em adição, as novas

políticas para as telecomunicações no país onde um processo de privatização e

abertura para o investimento internacional foi rapidamente conduzido

proporcionaram novas perspectivas e tendências para o mercado nacional.

Esse trabalho visa abordar dentro das Telecomunicações, especificamente

as transmissões via satélite no Brasil e tem como objetivo demonstrar uma

oportunidade na redução de custos nesse tipo de serviço, com a utilização de

uma tecnologia ainda pouco explorada no país.

Sendo o trabalho dividido em 3 capítulos, onde no capítulo l é mostrado um

breve histórico das telecomunicações do Brasil, além das definições e conceitos

básicos das transmissões via satélite. No capítulo ll é realizada uma análise

comparativa entre os tipos de transmissões via satélite, especificamente entre os

tipos de transmissão utilizando banda C e banda Ku. No último capítulo é

realizado um estudo que mostra a redução de custos operacionais a o se utilizar a

os satélites em banda Ku, seguido da Conclusão do trabalho. Adicionalmente

foram inseridos 2 anexos onde o primeiro fala sobre o custo do aumento de

qualidade na prestação de serviços e no segundo uma tabela com as operadoras

de satélite.

6

CAPÍTULO I

DEFINIÇÕES E CONCEITOS

Para melhor compreensão do trabalho apresentado, algumas definições e

conceitos técnicos serão apresentados ao longo do capítulo.

1.1 O conceito de Telecomunicações

Entende-se por telecomunicações como um conjunto de dispositivos e

técnicas para a transmissão de informações instantâneas a longa distância. Essa

transmissão pode ser de voz, sinais gráficos, dados, imagens ou sinais de

televisão. Todos eles têm os mesmos princípios fundamentais, mas se

diferem na forma de manipular as informações e nos meios utilizados para

transmiti-las. Por exemplo, sistemas de telegrafia, telefonia, televisão e redes

de dados informatizados transmitem informações por meio da

radiocomunicação, transmissão por cabo, por satélites artificiais e por fibras

ópticas.

7

1.1.1 A comunicação por ondas eletromagnéticas

A comunicação por ondas eletromagnéticas entre pontos distantes

de um mesmo país, ou ainda entre países não muito afastados, pode ser

feita por uma cadeia terrestre de retransmissores de microondas1,

dispostos estrategicamente ao longo de todo o caminho, desde que esses

retransmissores possam se “enxergar”, ou seja que não haja nenhum

obstáculo entre eles, sendo visíveis um para o outro.

Trata-se de um método aplicável inclusive para ligações entre países

situados em um mesmo continente.

Para as ligações intercontinentais, porém, esse método é inaplicável,

dadas as enormes distâncias a superar, quer através de regiões desérticas,

quer pela obrigatoriedade de se atravessar oceanos, além do problema da

curvatura do globo terrestre, que faz com que a distância máxima de visão

entre dois pontos não passe de 50 Km, sendo necessário várias

retransmissores de sinais para interligar pontos mais distantes

1 Retransmissores de microondas: Equipamentos de rádio transmissão e recepção de ondas eletromagnéticas que operam em freqüências superiores a 1GHz, com um comprimento de onda inferior a 30 centímetros.

8

1.2 Os Satélites de comunicação

Antes do advento dos satélites artificiais para comunicação, as ligações

telefônicas transoceânicas eram praticadas unicamente por meio de cabos

coaxiais que são cabos de transmissão de sinais elétricos, dotados de

amplificadores de sinal, situados de intervalos a intervalos. Tais cabos se

estendiam por todo o leito oceânico, de um continente a outro. Não obstante

serem de grande utilidade, os cabos coaxiais possuíam graves deficiências; uma

das principais era uma limitação severa quanto ao número de conversações

telefônicas simultâneas que se podiam realizar. Além disso, eles não permitiam a

transmissão de programas de televisão.

Já o sistema que utiliza retransmissores de microondas permite um grande

número de comunicações simultâneas e também a transmissão de programas de

televisão. Mas como instalá-las sobre o oceano ou em grandes desertos? A

resposta é encontrada entre os satélites artificiais.

O princípio de funcionamento das comunicações por satélites artificiais é

semelhante ao utilizado no sistema de estações terrestres de microondas. A

grande diferença, porém, é que entre duas estações situadas a grande distância

uma da outra existe apenas uma estação repetidora - exatamente o satélite. Nas

redes terrestres, as estações precisam "enxergar" uma à outra; assim, não raro

são necessárias muitas estações repetidoras para formar um vínculo entre um

centro de comunicação e outro.

Os satélites na verdade são repetidores de sinais. Os sinais enviados pela

terra são recebidos pelo satélite, alterada sua freqüência, amplificados e

reenviados para terra. Essa função é realizada pelos transponders2 que estão

localizados no satélite.

2 Transponder ou repetidor: Nome dado ao conjunto receptor + emissor + antenas, a bordo de um satélite e cuja função é a de retransmitir (para a Terra) os sinais recebidos pelo satélite da estação terrestre.

9

Figura 1 - O funcionamento de um transponder:

As freqüências dos sinais empregados na comunicação por satélite são

muito elevadas, situando-se entre 1GHz3 e 14 GHz. Isso traz vantagens técnicas

tais como a possibilidade de utilizar antenas altamente direcionais, que irradiam

feixes com comprimentos de ondas muito pequenos (semelhantes, na forma, ao

feixe luminoso dos faróis de um automóvel); e a transmissão de bandas de

freqüências4 relativamente extensas, o que se traduz na possibilidade de se

realizar inúmeras comunicações telefônicas simultâneas, ou vários programas de

televisão a um só tempo. A freqüência elevada permite aos sinais atravessarem a

atmosfera e a ionosfera terrestre sem sofrer atenuações muito acentuadas.

Os satélites permitem, ainda, ligar mais de duas estações terrestres a um

só tempo. Para isso, basta que ele seja "visível", simultaneamente, por todas elas;

3 Hz - Medida de frequência onde 1 Hz corresponde a uma variação por segundo4 Banda de freqüência: Nome que designa uma faixa de freqüência delimitada no espectro magnético. A autoridade que regulamenta as telecomunicações reserva uma banda para cada de serviço, para evitar interfer6encia entre os sinais.

DIVISOR

DE

RF

A P

A P

A P

A P

A P

A P

A P

COMBINADOR

DE

RF

TX doSatélite

EIRPD

RX noSatélite

F.ol.

Frequência do oscilador local (fixa)

Faixa de frequênciasde descida

‘ DIVISOR

DE

RF

A P

A P

A P

A P

A P

A P

A P

COMBINADOR

DE

RF

TX doSatélite

EIRPD

RX noSatélite

F.ol.

Frequência do oscilador local (fixa)

Faixa de frequênciasde descida

10

os sinais referentes a cada comunicação distinguem-se uns dos outros pela

freqüência de suas ondas portadoras. É possível também o caso inverso: uma

estação transmite para todas as outras, estabelecendo-se um sistema global de

comunicações.

Figura 2 - Exemplo de área de cobertura dos satélites:

11

1.3 As órbitas terrestres

Os satélites artificiais, uma vez colocados no espaço, circulam ao redor da

terra, na chamada órbita terrestre. Existem, basicamente, 4 tipos de órbitas

utilizadas pelos satélites que se diferenciam pela distância da Terra:

Órbita Geoestacionária (GEO): 35.786 km (Órbita de Clarke –Arthur C.

Clarke);

Órbita Baixa (Low Earth Orbit - LEO): entre 500 e 2.000 km;

Órbita Média ou intermediária (Medium Earth Orbit -MEO / Intermediate

Circular Orbit - ICO);

Órbita altamente elíptica (Highly Elliptical Orbit - HEO).

1.4 Os Satélites Geoestacionários

Os satélites são ditos geoestacionários quando estes são colocados em

uma órbita circular em torno da terra tal que a sua velocidade de rotação seja a

mesma da terra, ou seja, para um observador na terra o satélite comporta-se

como se estivesse estacionário em um determinado local no céu.

De acordo com a lei de Kepler, o período orbital de um satélite varia

conforme o raio da órbita elevado à potência 3/2, desta forma satélites colocados

a uma altitude de aproximadamente 36000Km apresentam um período de 24

horas, girando assim a mesma velocidade da terra.

12

Figura 3 - A órbita Geoestacionária

Para a comunicação com este tipo de satélite as estações de terra podem

utilizar antenas fixas, antenas estas que apresentam um pequeno custo de

operação e manutenção em relação às móveis.

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) dividiu o espaço

geoestacionário em 180 posições orbitais, cada uma separada da outra de um

ângulo de 2°. O Brasil pleiteou 19 posições orbitais junto à UIT. Destas,

atualmente sete se encontram designadas para uso dos operadores brasileiros

(Star One, Loral e Hispasat).

Figura 4 - A Geometria de um satélite Geoestacionário

13

1.5 As bandas de Frequência

Os satélites de comunicações diferem em sua faixa de freqüência utilizada. As freqüências mais utilizadas para comunicação via satélite são as da banda C e banda Ku, que são as bandas abordadas pelo trabalho.

- Banda C Banda Ku

Frequência de uplink 5 5,850 a 6,425 GHz 14,0 a 14,5 GHz

Frequência de downlink 6 3,625 a 4,200 GHz 11,7 a 12,2 GHz

Tabela 1 – As faixas de freqüência utilizadas pelas bandas C e Ku

Figura 5 – Um enlace de Satélite

5 Frequência de Up Link: Frequência utilizada pelo sinal no percurso Terra - Satélite6 Frequência de Down Link: Frequência utilizada pelo sinal no percurso Satélite - Terra

SEGMENTO ESPACIAL

Estação TerrenaEstação Terrena

Lance de Subida

(up-link)

Lance de Descida

(down-link)

Segmento Espacial(fração de transponder)

Segmento Terrestre(estações terrenas)

ENLACE SATÉLITE

SEGMENTO TERRESTRE

14

Um transponder em banda C tem, tipicamente, 36MHz de largura de

banda7, enquanto que os de banda Ku tem tipicamente 27MHz.

Internacionalmente, a banda mais popular é a banda Ku, pois permite

cursar tráfego com antenas menores que as de banda C, devido ao fato das suas

freqüências serem mais altas.

Entretanto, devido ao mesmo fato, a transmissão em banda Ku é mais

suscetível a interrupções causadas pela chuva. Dessa forma a banda C é mais

popular em países tropicais.

No Brasil durante muito tempo só se utilizou a banda C. Mais recentemente,

a banda Ku vem recebendo maior aceitação.

Os satélites americanos, europeus, asiáticos, com ênfase nos japoneses,

utilizam freqüência da Banda Ku nos seus transpônderes, desde suas gerações

anteriores. O Brasil, no entanto, por razões técnicas e estratégicas, não optou pela

utilização das freqüências da Banda Ku, na primeira e segunda série de seus

satélites nacionais denominados Brasilsat.

Mesmo não inserindo no plano de freqüência dos satélites Brasilsat as

freqüências da Banda Ku, o Brasil não deixou de utilizar, ao longo desses anos,

serviços de transmissão na faixa dos 27mm, através da locação de transpônderes

em satélites internacionais, para cobrir áreas específicas do território nacional,

sobretudo pela demanda dos serviços de TV por assinatura do sistema Direct-to-

Home8. Hoje, essa demanda está cada vez mais crescente, incluindo a demanda

de serviços para os enlaces de transmissão de dados e para os streams de banda

larga da internet via satélite.

7 Largura de banda: ou banda passante de um dado sinal. Das suas características depende a qualidade do sinal transmitido, logo a qualidade daquele que será recebido. Quanto maior a largura de banda, melhor a qualidade do sinal transmitido 8 Direct-to-home: Tipo de transmissão via satélite onde o assinante recebe o sinal diretamente do satélite. Ex.: Sky / Directv

15

Diferentemente das transmissões na Banda C, que atingem áreas globais e

hemisféricas do planeta, as transmissões em Banda Ku são mais pontuais e

zonais, cobrindo áreas menores, em razão dos focos das antenas que transmitem

suas frequências serem mais fechados. A Banda Ku tem sido mais adequada para

áreas como Europa, o Japão, onde os interesses individuais de operadoras não

são continentais. Excepcionalmente, o Canadá e Estados Unidos, apesar de suas

dimensões territoriais, utilizam satélites em Banda Ku, pela multiplicidade de

operadoras de satélites que servem os seus territórios.

O Brasil, em razão de suas dimensões continentais, necessitava utilizar a

TV via Satélite como fator de integração nacional. Para atingir dimensões

continentais, as tramissões da Banda C eram mais indicadas, na ocasião em que

os satélites brasileiros foram planejados para serem postos em órbita. Essa foi

uma das razões, e razão estratégica, para que as duas gerações dos satélites

brasileiros não contemplassem, nos seus planos de frequência, a Banda Ku. Um

outro fator, esse técnico, é a influência que as transmissões na Banda Ku sofrem

das condições atmosféricas. E o Brasil tinha a necessidade de integrar a região

amazônica onde um alto índice de precipitação pluviométrica ocorre ao longo do

ano, interferindo na qualidade de recepção na faixa de 27 mm.

Diante da crescente necessidade de uso de frequências da Banda Ku e, a

despeito da quase multinacionalização das provedoras de serviços de transmissão

via satélite, com a quebra do monopólio das telecomunicações, satélites

domésticos brasileiros têm de inserir-se, necessariamente, na era do provimento

de frequências da Banda Ku, programando-se o lançamento de satélites híbridos

para reposição dos que estão em atividade e para manutenção da ocupação de

espaço cada vez mais escasso na órbita geo-estacionária. Assim é que a

subsidiária de empresa brasileira de telecomunicações já contratou a construção

do Star One C1 que disporá de transpônderes de Banda Ku, além dos de Banda

C. O C1 reporá o satélite Brasilsat B2, hoje em operação.

16

CAPÍTULO 2

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A UTILIZAÇÃO DAS

BANDAS C E KU

Como atualmente grande parte dos enlaces de satélite atualmente

utilizados no Brasil utilizam-se da banda C para enviar e transmitir seus sinais,

observa-se uma oportunidade de migração dos serviços tráfego de sinal para a

banda Ku com o benefício da redução de custos operacionais.

Atualmente o investimento industrial e tecnológico em comunicações via

satélite encontra-se concentrado em banda Ku, sendo este, entre outros, um fator

de redução de custo operacional.

17

2.1 Banda C x Banda Ku

Tabela 2 – Comparativo entre a utilização de satélites utilizando banda C e Ku.

2.2 O efeito Chuva sobre os enlaces de banda Ku

A principal desvantagem observada nos sistemas de banda Ku em relação

aos de banda C é que por trafegar em freqüências mais elevadas, sua atenuação

por efeito de chuvas é mais intenso.

2.2.1 Medidas para Solucionar os Efeitos de Chuvas

Intensas

A formação da chuva ocorre na atmosfera, do solo a alguns Km de

altura e os satélites estão a 36000 Km. Assim, só uma pequena parte do

link é afetado.

PiorMelhor Disponibilidade do Enlace

Mais SimplesMais DifícilCoordenação de Freqüências

Mais SimplesMais DifícilEstudo de Interferência

Mais BaratoMais CaroCusto do Segmento Espacial

MuitaEscassaOferta

Mais BaratoMais CaroImplantação

Em AltaEm BaixaEsforço Industrial

Em AltaEm BaixaEvolução Tecnológica

MelhorPior Facilidades para Embalagem e Transporte

MenorMaiorNecessidade de Infraestrutura

MenoresMaioresDimensão Física dos Equipamentos

MenoresMaioresDiâmetros de Antenas

KuC

PiorMelhor Disponibilidade do Enlace

Mais SimplesMais DifícilCoordenação de Freqüências

Mais SimplesMais DifícilEstudo de Interferência

Mais BaratoMais CaroCusto do Segmento Espacial

MuitaEscassaOferta

Mais BaratoMais CaroImplantação

Em AltaEm BaixaEsforço Industrial

Em AltaEm BaixaEvolução Tecnológica

MelhorPior Facilidades para Embalagem e Transporte

MenorMaiorNecessidade de Infraestrutura

MenoresMaioresDimensão Física dos Equipamentos

MenoresMaioresDiâmetros de Antenas

KuC

COMPARATIVO

Ítem Banda

18

Para contornar esse problema é possível adotar as seguintes

medidas:

UPC- (Uplink Power Control) - ferramenta utilizada para automaticamente

aumentar a potência na subida do sinal, quando é detectada alguma

atenuação do sinal devido ao efeito de chuvas fortes. Mantém constante a

potência de transmissão no link terrestre.

Preferir utilizar satélites com maior índice de elevação em relação a estação

do Uplink.

Maior Elevação => Menor Atenuação

Menor Elevação => Maior Atenuação

2.3 Principais Vantagens de enlaces de Banda Ku:

• Custos mais baratos de alocação de Banda nas operadoras satélites.

• Satélites com níveis de potência superiores a Banda C.

• Utilização de antenas menores para downlink implicando em menos espaço

físico no site do cliente.

• Feixes direcionais.

• Exclusão de custos de serviços Turn Around9 devido a sinais externos tanto da

Europa como do EUA serem em Banda Ku.

9 Serviços Turn Around: Serviço prestado por operadoras de satélite de transformar sinais em banda Ku para banda C.

19

• Disponibilidade de acesso aos serviços elevada.

• Existência de provedores de acesso ao segmento espacial.

• Grande número de Operadoras Satélites em Banda Ku gerando competitivadade

a nível de preço ao cliente.

Figura 6 - Comparativo de Crescimento em número de Estações Terrenas

Fonte: Comsy

O gráfico acima demonstra que o crescimento de novas estações terrenas

em Banda Ku é bem superior ao de banda C

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

C

Ku

Number of VSATs Ordered - Cumulative Source: COMSYS, 2

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998C 2,60 4,50 5,20 5,60 8,30 9,30 13,40 16,90 20,20 27,70 33,00 41,50 50,50 62,60Ku 3,00 5,90 14,30 29,00 37,10 60,20 71,10 91,80 109,70 138,70 167,00 197,00 237,10 304,00

20

CAPÍTULO III

A ANÁLISE DE REDUÇÃO DE CUSTO

Nesse capítulo é feita uma abordagem do ponto de vista financeiro,

apresentando uma análise comparativa de custos operacionais dos serviços de

transmissão e recepção de sinal via satélite.

A análise foi realizada através de uma simulação de custos com exemplos

práticos para cotação de preços junto às operadoras dos satélites que possuem

cobertura em território Brasileiro.

Uma vez cotados os custos dos serviços, eles são apresentados sob a

forma de tabelas, para facilitar a visualização para comparação dos preços.

21

3.1 Preços em Banda C:

Para realizar a análise dos preços praticados pelas operadoras de satélite

em banda C, foram utilizados 2 exemplos práticos, simulando uma utilização com

larguras de banda – que definem a qualidade do sinal a ser transmitido – mais

utilizadas pelas emissoras de TV, com o período de utilização médio de

transmissão de um evento esportivo que é de 5 horas.

Os preços foram cotados com a operadora Starone, detentora do maior

número de satélites em banda C no território Brasileiro.

Situação 1:

Utilização ocasional de satélites da Starone, utilizando uma largura de

banda de 9 MHz, com 9 utilizações mensais de 5 horas para efeito de cotação de

preços, utilizando Satélites em banda C.

Tabela 3 - Banda C 9Mhz Fonte: Starone

O valor cotado junto a operadora Starone no Satélite Brasilsat B1 pela

utilização do segmento espacial com largura de banda de 9 MHz de 9 eventos

mensais com 5 horas de duração cada um foi de R$ 42.097,50 .

R$ 42.097,505 horas99MhzBrasilSatStar One

ValorMedia HorasQta. EventosBandaSatéliteOperadora

Satélites da Star One Banda C

R$ 42.097,505 horas99MhzBrasilSatStar One

ValorMedia HorasQta. EventosBandaSatéliteOperadora

Satélites da Star One Banda C

22

Situação 2:

Utilização ocasional de satélites da Starone, utilizando uma largura de

banda de 6 Mhz, com 40 utilizações mensais de 5 horas para efeito de cotação de

preços, utilizando Satélites em banda C:

Tabela 4 – Banda C 6 Mhz Fonte: Starone

O valor cotado junto a operadora Starone no Satélite Brasilsat B1 pela

utilização do segmento espacial com largura de banda de 6 MHz de 40 eventos

mensais com 5 horas de duração cada um foi de R$ 150.000,00.

R$ 150.000,005 horas406MhzBrasilSatStar One

ValorMédia HorasQta. EventosBandaSatéliteOperadora

Satélites da Star One Banda C

R$ 150.000,005 horas406MhzBrasilSatStar One

ValorMédia HorasQta. EventosBandaSatéliteOperadora

Satélites da Star One Banda C

23

3.2 Preços em banda Ku:

Para realizar a análise dos preços praticados pelas operadoras de satélite

em banda Ku, foi simulada uma utilização com largura de banda de 9 MHz, já que

não foi possível cotar, no momento da pesquisa, os valores para utilização com

largura de banda de 6 Mhz.

As operadoras de Satélite que operam em território brasileiro na banda Ku

consultadas foram: Starone - Satélite Brasilsat; Hispamar - Satélite Amazonas e

Loral Skynet – Satélite Estrela do Sul.

No momento da pesquisa, as operadoras Starone e Hispamar não

dispunham de cotação de preços.

Tabela 5 – Banda Ku 9 Mhz Fonte: Loral Skynet, Hispamar e Starone

O valor cotado junto a operadora Loral Skynet pela utilização do segmento

espacial no satélite Estrela do Sul com largura de banda de 9 MHz de 9 eventos

mensais com 5 horas de duração cada um foi de R$ 33.750,00.

sem cotação5 horas99MhzC1Star One

sem cotação5 horas99MhzAmazonasHispamar

R$ 33.750,005 horas99MhzEstrela do SulLoral Skynet

ValorMedia HorasQta. EventosBandaSatéliteOperadora

Satélites Brasileiros em Banda Ku

sem cotação5 horas99MhzC1Star One

sem cotação5 horas99MhzAmazonasHispamar

R$ 33.750,005 horas99MhzEstrela do SulLoral Skynet

ValorMedia HorasQta. EventosBandaSatéliteOperadora

Satélites Brasileiros em Banda Ku

24

3.3 Comparação de preços satélites nacionais:

Abaixo temos a confrontação de preços em forma de tabela, demonstrando

os valores cobrados pela contratação de serviços junto a operadora Loral Skynet,

demonstrando o menor preço praticado em banda Ku sobre a contratação de

serviços em banda C.

Tabela 6 – Comparativo de preços nacionais Fonte: Operadoras dos satélites

Com base nos valores cotados, constata-se que a utilização do segmento

espacial no satélite Estrela do Sul com largura de banda de 9 MHz e 9 eventos

mensais com 5 horas de duração cada utilizando-se a banda C foi de R$

33.750,00, totalizando R$ 505.170,00 anuais.

O mesmo serviço cotado utilizando a banda Ku do mesmo Satélite foi de

R$ 42.097,50 totalizando R$ 505.170,00 anuais O que representa uma economia

anual nessas condições de R$ 100.170,00 o que equivale a 19,82 %

Operadora Satélite Eventos Mensal Ku Mensal C %Economia Anual Ku Anual C %EconomiaLoral Skynet Estrela do Sul 9 33750,00 42.097,50 19,82% 405000,00 505.170,00 19,82%

Hispamar Amazonas 9 s/cotação s/cotação s/cotação s/cotação s/cotação s/cotaçãoStar One C1 9 s/cotação s/cotação s/cotação s/cotação s/cotação s/cotação

Satélites Brasileiros

25

3.4 Comparação de preços satélites internacionais:

Para completar a análise de custos, foram pesquisados os preços

praticados pelas operadoras de satélite internacionais

Abaixo temos a confrontação de preços em forma de tabela, demonstrando

os valores cobrados pela utilização do segmento espacial de satélite com largura

de banda de 9 MHz e 9 eventos mensais com 5 horas de duração cada, em banda

Ku, junto as operadoras de satélites internacionais:

Hispasat - Satélite Hispasat 1;

Panamsat - Satélites Panamsat 9 (Pas-9) e Panamsat 1R (Pas-1R);

Loral Skynet – Satélite Telestar12;

Newskies – Satélite NewSkies 7 (NSS-7);

Telesat – Satélite Anik F1;

Nahuel – Satélite Nahuel-1.

Os preços foram confrontados com os praticados pela Starone no Satélite

Brasilsat B1 em banda C.

Satélites Estrangeiros

Operadora Satélite Eventos Mensal Ku Mensal C %Economia Anual Ku Anual C %EconomiaHispasat Hispasat1 9 21060,00 42097,00 49,97% 252720,00 505164,00 49,97%

Panamsat Pas-9 9 29700,00 42097,00 29,44% 356400,00 505164,00 29,44%

Panamsat Pas-1R 9 29700,00 42097,00 29,44% 356400,00 505164,00 29,44%Loral Skynet Telestar12 9 33750,00 42097,00 19,82% 405000,00 505164,00 19,82%

Newskies NSS-7 9 37125,00 42097,00 11,81% 445500,00 505164,00 11,81%

Telesat Anik F1 9 40500,00 42097,00 3,79% 486000,00 505164,00 3,79%

Nahuel Nahuel-1 9 40500,00 42097,00 3,79% 486000,00 505164,00 3,79%tabela 7 – Comparativo de preços Fonte: Operadoras dos satélites

26

Com base nos valores cotados de segmento espacial em satélites

estrangeiros, a economia constatada com a utilização da banda Ku em relação a

da banda C é de até 49,97 %, no caso do satélite Hispasat 1 da operadora

Hispasat, representando uma economia anual de até R$ 252.444,00.

27

CONCLUSÃO

A evolução da tecnologia pode ser um grande aliado das empresas na

redução dos custos.

Apesar do fato da banda Ku ser mais sensível as fortes chuvas, as novas

tecnologias de transmissão podem contornar esses fatores climáticos.

A Qualidade e disponibilidade de qualquer meio de comunicação está

diretamente atrelada aos custos de implantação e tipo de serviço desejado

conforme demostrado no anexo 1.

Com base nas análises de custo demonstradas ao longo do trabalho

demonstram que é possível uma economia de custos operacionais com serviços

de transmissão via satélite da ordem de até 49,97 % com a migração para

sistemas de transmissão em banda C para de banda Ku.

É claro que inicialmente haverá um custo adicional de mudança de

plataforma que não foram abordados nesse trabalho mas que certamente serão

absorvidos pelo ganho em economia e evolução tecnológica, garantindo uma

qualidade superior na prestação de serviços.

28

Anexo 1

O custo da Qualidade num enlace de satélite:

DEPENDEM

- da disponibilidade desejada

- do desempenho desejado (qualidade)

- do orçamento previsto (economia)

DISPONIBILIDADE:

QUEDA:

DESEMPENHO:

MARGENS DE ENLACE

CN

CN

CN

CN

CN

CN

minimo

minimo

desempenho

• É o parâmetro mais importante do sub-sistema de RX de uma estação terrena

• A disponibilidade do enlace satélite depende bastante do valor do G da estação terrena.T

• G = GR - 10 log (TA + TABR), onde:T

- G/T é a figura de mérito em dB/K- GR é o ganho de recepção da antena em dBi- TA é a temperatura equivalente de ruído em K- TABR é a temperatura equivalente de ruído em K do amplificador

de baixo ruído

FIGURA DE MÉRITO G T

29

X1099,9

X999,8

X899,7

X799,6

X699,5

X599,4

X499,3

X399,2

X299,1

X199

FIGURA DE MÉRITO G/T (dB/K)

X1099,9

X999,8

X899,7

X799,6

X699,5

X599,4

X499,3

X399,2

X299,1

X199

FIGURA DE MÉRITO G/T (dB/K)

item

d (%)

G/T versus DISPONIBILIDADE ( chuvas torrenciais no DOWN-LINK)

DISPONIBILIDADE DE ENLACE versus CUSTO

99,599,499,399,299,199 99,6 99,7 99,8 99,9

C1

C10

C2

C7

C6

C5C4

C3

C9

C8

CUSTO

30

Anexo 2

As operadoras de satélite

As Empresas Detentoras de Direito de Exploração de Satélite Brasileiro:

Empresa Satélite BandaPosição

OrbitalEm Operação

Hispamar AMAZONAS C e Ku 61,0º W Não

Loral Skynet ESTRELA DO SUL Ku 63,0º W Sim

BRASILSAT-A2 C 63,0º W Órbita inclinada

BRASILSAT-B1 C e X 70,0º W Sim

BRASILSAT-B2 C e X 65,0º W Sim

BRASILSAT-B3 C 84,0º W Sim

BRASILSAT-B4 C 92,0º W Sim

STAR ONE-C1 Ku e Ka 65,0º W Não

Star One

Não Definido Ku 70º W Nã0

31

As Empresas Detentoras de Direito de Exploração de Satélite Internacional:

Empresa Satélite BandaPosição

OrbitalEm Operação

Astrolink USASAT 310 Ka 97,0º W Não

Embratel NAHUEL 1 Ku 72,0º W Sim

W1 Ku 10,0º W Sim

ATLANTIC BIRD 1 Ku 12,5º W Sim

ATLANTIC BIRD 2 Ku 8,0º W SimEutelsat

ATLANTIC BIRD 3C e

Ku5,0º W Sim

GALAXY II R Ku 95,0º W SimGalaxy

GALAXY III C Ku 95,0º W Sim

HISPASAT - 1C Ku 30,0º W SimHispamar

HISPASAT - 1D Ku 30,0º W Sim

Hugues GALAXY VIII(i) Ku 95,0º W Sim

INMARSAT - 3 AOR

EASTL e C 15,5º W Sim

InmarsatINMARSAT - 3 AOR

WEST-2L e C 54,0º W Sim

INTELSAT 705C E

Ku50,0º W Sim

INTELSAT 707 C 1,0º Wautorizado até

29/02/04

INTELSAT 706C E

Ku53,0º W Sim

INTELSAT 805 C 55,5º W Sim

INTELSAT 901 C 18,0º W Sim

INTELSAT 801 C 31,5º W Sim

IS 903 C 34,5º W

IS 905 C 24,5º W

Intelsat

IS 907 C 27,5º W Sim

32

Key TV PAS-3C e

Ku34 W Sim

Loral Skynet TELSTAR 12 Ku 15,0º W Sim

Nahuelsat NAHUEL 1 Ku 72,0º W Sim

NSS-7C e

Ku21,5º W Sim

NSS-806C e

Ku40,5º W SimNew Skies

NSS-8C e

Ku105,0º W Não

PAS 1RC e

Ku45,0º W Sim

Panamsat

PAS-9 Ku 58,0º W Sim

SOLIDARIDAD 2 Ku 113,0º W Sim

SatmexSATMEX 5

C e

Ku116,8º W Sim

SES AMC - 4 Ku 101,0º W Sim

PAS-3R Ku 43,0º WSky

PAS-6B Ku 43,0º W Sim

Star one ANIK F1 Ku 107,3º W Sim

33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

MULLER, Nathan J. Telecomunication Factbook. Toronto, Ca: Mc Graw Hill, 2002.

DORMAN, Andy. Wireless Communications - O Guia Essencial de Comunicação

sem Fio. São Paulo: Campus, 2002.

NASCIMENTO, J. R. Cristóvam. “Visão Geral das Telecomunicações” Rio de

Janeiro: UFF, 2002 Apostila do curso MBA em serviços de Telecomunicações –

UFF.

34

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

INTRODUÇÃO 5

CAPÍTULO I

Definição e conceitos 6

1.1 O conceito de Telecomunicações 6

1.1.1 A comunicação por ondas eletromagnéticas 7

1.2 Os Satélites de comunicação 8

1.3 As órbitas terrestres 11

1.4 Os Satélites Geoestacionários 11

1.5 As bandas de Freqüência 13

CAPÍTULO ll

Análise comparativa entre as bandas C e Ku 16

2.1 Banda C x Banda Ku 17

2.2 O efeito Chuva sobre os enlaces de banda Ku 17

2.2.1 Medidas para Solucionar os Efeitos de Chuvas

Intensas 17

2.2 Principais Vantagens de enlaces de Banda Ku 18

CAPÍTULO Ill

Análise de Redução de Custo 20

3.1 – Preços em banda C 21

3.1 – Preços em banda Ku 23

3.1 – Comparação de Preços nacionais 24

35

3.1 – Comparação de Preços internacionais 25

CONCLUSÃO 27

ANEXOS 28

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 33

ÍNDICE 34

36

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Projeto A Vez do Mestre

Título da Monografia: REDUÇÃO DE CUSTOS NA DISTRIBUIÇÃO DE SINAIS

Autor: Alan da Silva Murakami

Data da entrega: 12/04/2004

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: