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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A CONTRIBUIÇÃO DO BRINCAR NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DE CRIANÇA DE DOIS A SEIS ANOS.
Por: Maria da Consolação Martins
Orientador
Prof. Edla Trocoli
Niterói
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A CONTRIBUIÇÃO DO BRINCAR NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DE CRIANÇA DE DOIS A SEIS ANOS:
à Apresentação de monografia Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Educação
Infantil e Desenvolvimento
Por: . Maria da Consolação Martins
AGRADECIMENTOS
.Agradeço primeiramente a Deus por
ter me concebido a vida, ao meu pai
Antônio Alves Martins e minha mãe
Maria Barbosa ao meu esposo Anésio
de Oliveira e minha amiga Deise
Moreno..
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a mestre EdlaTricoli
que mesmo com o pouco tempo que nos foi
cedido, foi de grande valia para o meu
crescimento e enriquecendo o meu
conhecimento profissional. .
RESUMO
Com este trabalho procura-se comover os professores da Educação
Infantil o importante papel que os jogos, as brincadeiras e os brinquedos
exercem no desenvolvimento da criança. A borda-se a trajetória histórica do
lúdico e a mudança de pensamento dos educadores em relação ao brincar de
como a criança era vista.
Analisa-se as fases do desenvolvimento da criança e a parte
existente entre o mundo imaginário trazido de casa e sua utilização na
adaptação do educando dentro da instituição de ensino, a diferenciação entre
brinquedo e jogos, e o papel do educador na utilização das atividades lúdicas.
Para isso se faz necessário saber o significado do brincar,
conceituar os principais processos utilizados para designar o de brincar,
tornando-se também fundamental analisar o papel do educador neste processo
lúdico, e ainda benefícios que o brincar proporciona. Será feito também
algumas considerações importante sobre os jogos e os brinquedos. Desta
forma, espera-se oferecer uma leitura mais acerca da importância do brincar na
vida do ser humano, em especial na vida da criança.
METODOLOGIA
Com os métodos utilizados nestes estudos sistematizados através de
pesquisa teórica bibliográfica com base em materiais publicado em livros,
revistas, redes eletrônicas, isto é material acessível.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I- A valorização dos jogos brinquedos e brincadeiras na educação infantil 11
CAPÍTULO II - A importância do brincar no processo aprendizagem 17
CAPÍTULO III – - O aprendizado através dos jogos e brincadeiras 28
1.1 Aprendizagens através das brincadeiras 36
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
ANEXOS 46
ÍNDICE 59
8
Introdução
A infância é o momento dos jogos, brinquedos e brincadeiras. Na visão
do educador a brincadeira e o estudo ocupam momentos distintos na vida das
crianças.
“Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e
estarem no mundo deve ser o grande desafio da educação infantil. Embora
os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia e sociologia possam
ser de grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas
características comuns de ser, elas permanecem únicas em suas
individualidades e diferenças”. Alerta Rosamilha (1979, p.77) :
Segundo Froebel a Educação Infantil é indispensável para a formação
da criança – e essa idéia foi aceita por grande parte dos teóricos da educação
que vieram depois dele. O objetivo das atividades nos jardins-de-infância era
possibilitar brincadeiras criativas. As atividades e o material escolar eram
determinados de antemão, para oferecer o máximo de oportunidades de tirar
proveito educativo da atividade lúdica.
“Atualmente há uma tentativa de aproximar o lúdico à Educação Às
instituições têm discutido e, em especial, sobre como profissionais uma
aprendizagem pela via do prazer, do afeto e do despertar das
emoções que realmente resulte em sua aprendizagem significativa para
todos os educadores, independente da idade”. (Santos, 2006, p 23-24 ).
É dessa forma que a aprendizagem ocorre de modo prazeroso e
significativo á criança, conforme pesquisa realizada por kishimoto 2001. A
brincadeira de acordo com kishimoto 2005 estimula a criatividade, imaginação,
inserção da criança no mundo amplia sua cadeia de relacionamento social, por
9
intermédio de jogos nota-se a estimulação do desenvolvimento cognitivo, motor
e brincadeiras as crianças estão diretamente ligada uma ás outras. As crianças
fazem das brincadeiras uma ponta para o imaginário, a partir dele o muito
trabalhado. Contar, ouvir história, dramatizar, jogos com regras, desenhar entre
outras atividades constituem meios prazerosos de aprendizagem.
Através delas as crianças expressam suas criações e emoções, refletem
medos e alegrias, desenvolvem características importantes para a vida adulta.
O raciocino lógico, a aceitação de regras, socialização, desenvolvimento da
linguagem entre as crianças são algumas importantes habilidades
desenvolvidas durante as brincadeiras. Esse instrumento também estimula a
integração e desperta o interesse em todos os alunos, resultando na função
primordial da escola, ou seja, estimular o aprendizado na criança, para formar
cidadãos consciente capazes de exercer o pensamento critica e criativo, pode-
se notar a importância das brincadeiras no desenvolvimento da criança. Isso
significa quais jogos e brincadeiras são requisitos imprensidiveis no âmbito
escolar.
“A brincadeira é o recurso privilegiado de desenvolvimento
da criança pequena por acionar e desenvolver processos psicológicos
particularmente a memória e a capacidade de expressar elementos com
diferente linguagem, de representar o mundo por imagem, de tomar o ponto
de vista de um interlector e ajustarem-se seus próprios argumentos por meio
de conforto de papeis que nele se estabelecer, de ter prazer e de partilhar
situações plenas de emoção e a festividade”. [oliveira, 2002, p. 230]
Nos referenciais curriculares nacionais para a educação infantil [R CN
EI], pode-se notar o enfoque de tal documento na sensibilização de educadores
para a importância do brincar tanto em instituições escolares ou não, pelo fato
da brincadeira apresentar à linguagem infantil que associa o símbolo a
10
realidade da criança. Os jogos e as brincadeiras dependem muito da habilidade
do educador, pois, podem influenciar diretamente, decisivamente e
proporcionar nos alunos o aprender a conviver com os outros praticarem
cooperação, a iniciativa, organização e regras das atividades sociais. Assim, a
verdadeira educação é aquela que estimula um comportamento adequado para
satisfazer suas varias necessidades intelectuais e orgânicas, com necessidade
de saber, observar, de explorar, de jogar, de viver e a educação tem apenas
um caminho, isto é, organizar seu conhecimento partindo da realidade, da
necessidade e do interesse da criança. É neste que se encontra necessidade
de conhecer de estudar o desenvolvimento da criança.
11
Capitulo I
VALORIZAÇÃO DOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Segundo vygotsk (1991) a brincadeira é uma importante ferramenta no
desenvolvimento, como foco de lente de aumento, contém todas as
propensões do desenvolvimento de forma condensada. Para o autor, a
brincadeira fornece uma estrutura básica para mudanças das necessidades e
da consciência. A partir daí as crianças passam a serem respeitadas e
compreendidas como seres históricos e ativos na sociedade vigente. Pois se
conclui que a criança desde que nasce esta inserida em um contexto social,
desenvolve-se a partir dele e se constitui como sujeito.
Segundo Áries (1986) As principais características desse período é o fato
de as crianças estão cada vez inseridas no mundo dos adultos, o que se difere
da situação encontrada no século XVII, onde, ao se reconhecer à necessidade
de limitar a participação das crianças no “mundo dos adultos”, separa-se o
espaço infantil dos adultos. A brincadeira contribui como uma atividade cultural
e social, possibilitando-se a criança no desenvolvimento e o entendimento da
realidade.
A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou
transformando o sentido do que entende por material pedagógico e cada
estudante, e independente de sua idade, passou a ser um desafio á
competência do professor. Seu interesse passou a ser a força que comanda o
processo de aprendizagem, suas experiências e descoberta, o motor de seu
progresso é o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes. O
jogo ajuda a criança construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece
sua personalidade e simbolizar no instrumento pedagógico que leva ao
professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.
12
A maioria dos filósofos, sociólogos, etólogos e antropólogos concordam
em compreender o jogo como uma atividade que contém em si mesmo o
objetivo de decifrar os enigmas da vida e de construir um momento de
entusiasmo e alegria na aridez da caminhada humana. Assim, brincar significa
extrair da vida humana outra finalidade que não seja ela mesma. Em síntese o
jogo e o melhor caminho de iniciação ao prazer estético, á descoberta da
individualidade e á meditação individual.
“O homem que a educação deve realizar em cada um de nós,
não é o homem que a natureza fez, mas o homem que a sociedade quer que
ele seja; e ela o quer conforme o reclame a sua economia interna e os
equilíbrios” (Parkleim 1992, p.75).
A criança vive agitada e em tenso processo de desenvolvimento corporal
e mental. Nesse desenvolvimento se expressa à própria natureza da evolução
e esta exige a cada instante uma nova função e exploração de nova habilidade.
Essas funções e novas habilidades, ao entrarem em ação, impelem a criança a
buscar um tipo de atividade que lhe permita manifestar-se de uma forma mais
completa. A imprescindível “linguagem” dessa atividade é o brincar, é o jogar.
Portanto, a brincadeira infantil está muito mais relacionada de estimular
internos que as contingências exteriores. A criança não é atraída por um jogo
por forças Externas inerentes ao jogo e sim por uma força interna, pela chama
acessa e sua evolução por essa chama que busca no meio exterior aos jogos
que lhe permitem satisfazer a necessidade imperiosa posta por seu
crescimento.
Como escrevem Imma Marín e Silvia Penón especialistas em brinquedo e educação,
“Brincar é a principal atividade da infância. Responde à necessidade
de meninos e meninas de olhar, tocar, satisfazer a curiosidade, experimentar,
descoimpulso primário e gratuito que nos impele desde pequenos a
descobrir, conhecer, dominar e amar o mundo e a vida”. (2003/2004, p. 30)
13
Existem dois aspectos divisíveis no emprego dos jogos como
instrumentos de uma aprendizagem significativa. Em primeiro lugar o jogo
ocasional, distante de uma cuidadosa e planejada programação, é tão inéditas
quanto um único momento de exercício aeróbio para quem pretende ganhar
maior mobilidade física e em segundo lugar, uma grande quantidade de jogos
reunidos em um manual somente tem validade efetiva quando rigorosamente
selecionados á aprendizagem que se tem em mente como meta. Em síntese,
jamais pense em usar jogos pedagógico sem o rigoroso e cuidadoso
planejamento, marcado por etapas muito medidas e que efetivamente
acompanhem o progresso dos alunos, e jamais avalia sua qualidade de
professor pela quantidade dos jogos que se preocupou em pesquisar e
personalizar.
A partir dos estudos da socióloga da infância Ângela Borba afirma que a
brincadeira é produto e pratica cultural. No brincar, ao mesmo tempo em que
as crianças se apropriem do patrimônio de seu grupo (nas praticas de
transmissão), recriam-no com suas ações. A psicologia histórico-cultural, em
especial pela contribuição de vygotsky o entrelaçamento entre o mundo
subjetivo e cultural, a formação da consciência na interação com a vida social,
a formação do eu na relação com o outro. A brincadeira na vida das crianças é
um espaço privilegiado para construir significado sobre o mundo social
compartilhado, mobilizando as crianças em diferentes papeis sociais e
possibilitando a ação criativa sobre as coisas.
O autor afirma que a brincadeira sempre preenche uma necessidade,
entendida como tudo o que é motivo para a ação. As ações e necessidades
variam no curso do desenvolvimento. No inicio, a relação com o mundo é
marcada pela imediaticidade pelas restrições situacionais e as ações das
crianças sobre as coisas são pontuadas pelas funções das próprias coisas
(uma porta é para abrir, e uma bola para jogar, por exemplo). Aos poucos
surgem tendências e necessidades não realizadas de forma imediata, mais
permanece a tendência a realizá-las. Para o autor, este movimento gera a
brincadeira, como espaço imaginário de realização dos desejos.
14
A brincadeira abre um espaço para a experiência da criança em papeis
diferentes dos que ela ocupa na vida cotidiana, permitindo experimentar o
mundo de novos modos, Segundo Yygtsty “a brincadeira ensina a criança a
desejar relacionamento seus desejos a um eu fictício, do seu papel no jogo”.
Quer dizer, a criança é convocada a um movimento metacogntivo, ou seja, a
tomar como objeto de reflexão ações e papeis sociais que no cotidiano vive de
modo irreflexivo, distanciar-se do seu lugar rotineiro no mundo para vê-lo “de
fora” de outra maneira. Toda brincadeira claramente imaginária esta calcada em
situações reais, baseada em regras de comportamento. Ao mesmo tempo, toda a
brincadeira claramente de regras, possui uma situação imaginária subjacente (como
por exemplo, no jogo de movimentação das peças são colocadas de lada em função
da condenação que permite o jogo coletivo). Regra e imaginação são forças intenção
nas produções das crianças. No espaço da invenção recriam regras, no espaço das
regras, desafiam as possibilidades da invenção.
Nos campos teóricos e nos reflexão apresentadas, é possível dizer que a
brincadeira se constitui como um espaço de sociabilidade das crianças, onde
experimentam a partir de objetos e significado. Ao mesmo tempo em que é um
espaço de criação e recriação de regras, da realidade mais ampla. É um espaço de
dialogo entre as crianças e o mundo, entre a infância e o mundo.
“(...)é preciso compreender claramente que o trabalho escolar deva ser mais
que um jogo e menos que um trabalho(restrito). É um equilíbrio entre o
esforço e o prazer, instrução e diversão, educação e vida nas escolas
materiais e jardins, será ainda quase um jogo, um divertimento, um desafio,
nas séries mais avançadas, estará próximo do trabalho(produção,
elaboração, esforço, busca, descoberta do conhecimento)” ( Almeida ,
1992.p.61).
Brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo,
jogando com seu companheiro, aprende a conviver, ganhando ou
perdendo,procurando entender regras e conseguir uma participação
satisfatória. No jogo, a lei não deveria do poder ou da autoridade, mais das
regras, portanto, do jogo em si. Conhecidas norma todos têm as mesmas
oportunidades, e participando do jogo, a criança aprende aceitar regras, o
15
desafio está, justamente, em saber respeitá-las. Esperar sua vez, aceitar o
resultado dos dados ou de outro fator de sorte são excelentes exercícios
para lidar com frustração e ao mesmo tempo elevar o nível de motivação.
Nas dramatizações, a criança, vive personagens diferentes, alargando assim
sua compreensão sobre relacionamentos humanos. As relações cognitivas e
afetivas, conseqüentes da interação lúdica, propiciam amadurecimento
emocional e vão, pouco a pouco construindo a sossibialidade infantil.
Especialmente jogos grupais, a interação acontece de maneira mais
fácil, pois é estimulada pela necessidade que os elementos de grupo tem de
alcançar determinadas metas. Para extrair resultados mais ricos dessa
interação e necessário mudar sempre os elementos de cada grupo.
“Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas
um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas
e ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da
sociedade. É acreditar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer
várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos,
aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá educar encontrar. Educar e preparar
para a vida” [kami, 1991, p 125].
Como brincar existe necessariamente uma participação e engajamento,
o brinquedo é certamente uma forma de desenvolver a capacidade de engajar-
se, de manter-se ativo e participante. A criança que brinca bastante serão
adultos trabalhadores. A criança que sempre participou de jogos e brincadeiras
grupais, saber trabalhar em grupo por ter aprendido a aceitar as regras do jogo,
sabendo também respeitar as normas dos grupos sociais. É brincando bastante
que a criança vai aprender a ser um adulto consciente, capaz de participar e
engajar-se na vida de sua comunidade. Quando a criança é estimulada a
brincar acostuma-se há ter seu tempo livre criativamente utilizado, esse hábito,
se bem cultivado além de trazer satisfação irá se transformando, com a
maturidade, em atitudes de predisposição para o trabalho. O importante é que
16
seja preservados a gratuidade e o prazer, o gosto de fazer as coisas por elas
mesmas e não somente pelos resultados que possam ser alcançados.
“Apresentamos o lúdico como uma das maneiras mais eficazes para envolver
os alunos nas atividades, pois a brincadeira está intimamente ligada à
criança. É muito importante aprender com alegria. Enquanto se divertem, as
crianças se conhecem, aprendem e descobrem o mundo. De acordo com o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, “os jogos e as
brincadeiras propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da
atividade lúdica” (BRASIL, 1998, p. 27).
Nas atividades lúdicas, as crianças transformam os conhecimentos que
já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Por
exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve
conhecer alguma de suas características. Seus conhecimentos provêm da
imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família
ou em outros ambientas, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas
assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc. A fonte de seus
conhecimentos é múltipla, mas encontram-se ainda, fragmentados. É no ato de
brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre características do
papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros
papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações.
17
CAPITULO: II
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO PROCESSO DA APRENDIZAGEM:
"O brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. O brincar é
uma experiência humana, rica e complexa." (ALMEIDA, M. T. P, 2000)
Para entender o universo lúdico é fundamental compreender o que é
brincar e para isso, é importante conceituar palavras como jogo, brincadeira e
brinquedo, permitindo assim aos professores de educação infantil trabalhar
melhor as atividades lúdicas. Esta tarefa nem sempre é fácil exatamente pelo
fato dos autores compreenderem os termos de forma diferente. Tem que
salientar que esta dificuldade não é somente do Brasil, outros países que se
preocupam em pesquisar o tema, também têm dificuldade quanto às
conceituações.
“Longe de desvalorizar o trabalho dos professores de sala de aula.... aumentaria sue prestígio, ao reconhecer plenamente a formidável variedade e os níveis de exigências feitas a eles atualmente, e ao envolvê-lo não apenas no planejamento do trabalho de suas classes, mas também no estabelecimento de uma estrutura curricular para a escola toda” (KRAMER, 1994, 82).
Ao representar realidades imaginárias, os brinquedos expressam,
preferencialmente, personagens sob forma de bonecos, como manequins
articulados ou super-heróis, mistos de homens, animais, máquinas e monstros.
O brinquedo propõe um mundo imaginário à criança e representa a visão que o
adulto tem da criança. No caso da criança, o imaginário varia conforme a idade:
para pré-escolar de 3 anos, está carregado de animismo; de 5 a 6 anos, integra
predominantemente elementos da realidade. O adulto introduz nos brinquedos
imagens que variam de acordo com a sua cultura.
O brinquedo contém sempre referência ao tempo de infância do adulto
com representações veiculadas pela memória e imaginação. O vocábulo
18
“brinquedo” não pode submeter á pluralidade de sentidos do jogo, com a
compreensão a criança tem uma importância material, cultural e técnica. Como
objeto, é sempre suporte de brincadeira. É estimulante material para fazer fluir
o imaginário infantil, tendo relação estreita com o nível de seu
desenvolvimento. As crianças precisam ter mais tempo para rir e brincar
livremente. É de fundamental importância manter na consciência de que a
atividade lúdica é uma necessidade da criança, que propicia o seu
desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e afetivo. Brincando a
criança ordena o mundo a sua volta, assimilando experiências e informações,
incorporando atividades e valores. O lúdico permite que a criança tenha mais
liberdade de pensar e de criar para se desenvolver plenamente.
“O brincar corresponde a um impulso da criança, e este sentido, satisfaz uma
necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica” (
Rizzi e Haydt 1987 p. 14)
A brincadeira permite um extravasar dos sentimentos, auxilia na reflexão
sobre a situação, criando várias alternativas de conduta para o desfecho mais
satisfatório ao seu desejo. O ato de brincar com outras crianças favorecem o
entendimento de certos princípios da vida, como o de colaboração, divisão,
liderança, obediência às regras e competição. As crianças tendo a
oportunidade de brincar estarão mais preparadas emocionalmente para
controlar suas atitudes e emoções dentro do contexto social, obtendo assim
melhores resultados gerais no desenrolar da sua vida. Brincar é uma
importante forma de comunicação e, por meio dela, a criança pode reproduzir o
seu cotidiano. Mas vale lembrar que cada faixa etária tem uma necessidade e
um interesse diferentes durante a brincadeira. As Crianças menores têm maior
dificuldade em dividir os seus brinquedos, enquanto as maiores gostam de
jogos em grupo.
“Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua
identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, am-
pliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários
papéis sociais ou personagens. Na brincadeira, vivenciam concretamente a
elaboração e negociação de regras de convivência, assim como a elaboração
19
de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e
das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é
sempre individual e depende dos recursos emocionais de cada criança que
são compartilhados em situações de interação social. Por meio da repetição
de determinadas ações imaginadas que se baseiam nas polaridades
presença/ausência, bom/mau, prazer/desprazer, passividade/atividade,
dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito etc., as crianças também podem
internalizar e elaborar suas emoções e sentimentos, desenvolvendo um
sentido próprio de moral e de justiça”. (BRASIL, 1998, p. 22-23).
A decisão de se permitir envolver no mundo mágico infantil seria o
primeiro passo que o professor deveria dar. Explorar o universo infantil exige
do educador conhecimento teórico, prático, capacidade de observação, amor e
vontade de ser parceiro da criança neste processo. Os professores podem
através das experiências lúdicas infantis obterem informações importantes no
brincar espontâneo ou no brincar orientado. Estas descobertas podem definir
critérios tais como: A duração do envolvimento em um determinado jogo, as
competências dos jogadores envolvidos, grau de iniciativa, criatividade,
autonomia e criticidade que o jogo proporciona ao participante, a verbalização
e linguagem que acompanham o jogo, o grau de interesse, motivação,
satisfação, tensão aparente durante o jogo (emoções, afetividade), construção
do conhecimento (raciocínio, argumentação), evidências de comportamento
social (cooperação, colaboração, conflito, competição, integração).
Acredita-se que a intervenção do professor neste processo é de extrema
relevância para lançar desafios, questionar e orientar no sentido de ampliar o
universos cultural de seus alunos, contribuindo com elementos que favoreçam
o criar, o descobrir e a troca recíproca de experiências entre as crianças.
A realização de jogos, brincadeiras e brinquedos em diferentes situações
educacionais podem ser um meio para estimular, analisar e avaliar
aprendizagens específicas, competências e potencialidades das crianças
envolvidas. No brincar espontâneo podemos registrar as ações lúdicas a partir
da: observação, registro, análise e tratamento. Com isso, podemos criar para
20
cada ação lúdica um banco de dados sobre o mesmo, subsidiando de forma
mais eficiente e científica os resultados das ações. É possível também fazer o
mapeamento da criança em sua trajetória lúdica durante sua vivência dentro de
um jogo ou de uma brincadeira, buscando dessa forma entender e
compreender melhor suas ações e fazer intervenções e conhecimento mais
seguros ajudando o indivíduo ou o coletivo. Com isso podemos definir, a partir
de uma escolha criteriosa, as ações lúdicas mais adequadas para cada criança
envolvida, respeitando assim o princípio básico de individualidade de cada ser
humano.
“ Conduzir a criança a busca, ao domínio de um conhecimento mai
abstrato misturando habilmente uma parcela de trabalho ( esforço ) com uma
boa dose de brincadeira transformaria o trabalho, o aprendizado, num jogo
bem sucedido momento este em que a criança pode mergulhar plenamente
sem se dar conta disso” ( Almeida 1992 p. 60).
Brincar é a principal atividade da infância. Responde à necessidade de
meninos e meninas de olhar, tocar, satisfazer a curiosidade, experimentar,
descobrir, expressar, comunicar, sonhar... Brincar é uma necessidade, um
impulso primário e gratuito que nos impele desde pequenos a descobrir,
conhecer, dominar e amar o mundo e a vida.
“Deve jogar com as crianças e participar ativamente de suas brincadeiras,
talvez seja o caminho mais seguro para obter informações e conhecimentos
sobre o mundo infantil”. (RIZZO, 1996, p.27 e 29).
Já no brincar dirigido podem-se propor desafios a partir da escolha de
jogos, brinquedos ou brincadeiras determinadas por um adulto ou responsável.
Estes jogos orientados podem ser feitos com propósitos claros de promover o
acesso a aprendizagens de conhecimentos específicos como: matemáticos,
lingüísticos, científicos, históricos, físicos, estéticos, culturais, naturais, morais
21
etc. E outro propósito é ajudar no desenvolvimento cognitivo, afetivo, social,
motriz, lingüístico e na construção da moralidade (nos valores).
I. A educação lúdica pode ser uma arma na mão do professor despreparado,
arma capaz de mutilar, não só o verdadeiro sentido da proposta, mas servir de
negação do próprio ato de educar;
II. A educação lúdica pode ser para o professor competente um instrumento de
unificação, de libertação e de transformação das reais condições em que se
encontra o educando. É uma prática desafiadora, inovadora, possível de ser
aplicada.
Sobre este tema do papel do educador como facilitador dos jogos, das
brincadeiras, da utilização dos brinquedos e principalmente da organização dos
espaços lúdicos para criança de 2 a 6 anos muito poderia ser dito, mas
gostaríamos de chamar atenção sobre alguns aspectos considerados
importantes para facilitar a relação da criança e do professor nas atividades
lúdicas.
Segundo REGO (1994), autora da obra citada, o papel do educador é o
seguinte:
O educador tem como papel ser um facilitador das brincadeiras, sendo
necessário mesclar momentos onde orienta e dirige o processo, com outros
momentos onde as crianças são responsáveis pelas suas próprias
brincadeiras. É papel de o educador observar e coletar informações sobre as
brincadeiras das crianças para enriquecê-las em futuras oportunidades.
Sempre que possível o educador deve participar das brincadeiras e aproveitar
para questionar com as crianças sobre as mesmas. É importante organizar e
estruturar o espaço de forma a estimular na criança a necessidade de brincar,
também visando facilitar a escolha das brincadeiras. Nos jogos de regras o
professor não precisa estimular os valores competitivos, e sim tentar
22
desenvolver atitudes cooperativas entre as crianças. Que o mais importante no
brincar é participar das brincadeiras e dos jogos. Devemos respeitar o direito
de a criança participar ou não de um jogo. Neste caso o professor tem que criar
uma situação diferente de participação dela nas atividades como: auxiliar com
materiais, fazer observações, emitir opiniões etc. Em uma situação de jogo ou
brincadeira é importante que o educador explique de forma clara e objetiva as
regras às crianças. E se for necessário pode mudá-las ou adaptá-las de acordo
com as faixas etárias. Estimular nas crianças a socialização do espaço lúdico
e dos brinquedos, criando assim o hábito de cooperação, conservação e
manutenção dos jogos e brinquedos. Exemplos: "quem brincou guarda"; "no
final da brincadeira todos ajudam a guardar os materiais" etc. Estimular a
imaginação infantil, para isso o professor deve oferecer materiais dos mais
simples aos mais complexos, podendo estes brinquedos ou jogos ser
estruturados (fabricados) ou serem brinquedos e jogos confeccionados com
material reciclado (material descartado como lixo), por exemplo: pedaço de
madeira; papel; folha seca; tampa de garrafa; latas secas e limpas; garrafa
plástica; pedaço de pano etc. Todo e qualquer material cria para a criança uma
possibilidade de fantasiar e brincar. É interessante que o professor providencie
para que as crianças tenham espaço para brincar (área livre), e que possam
mexer no mobiliário, montar casinhas, fazer cabanas, tendas de circo etc. O
professor deve dar o tempo necessário às crianças para que as brincadeiras
apareçam se desenvolvam e se encerrem. Ser aquele que coordena sua ação
a ação da criança, pelo conhecimento e ligação com as emoções desta.
"A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é
encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder - alguém muito
consciente e que se preocupe com ela e que a faça pensar, tomar
consciência de si de do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para
construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor". (ALMEIDA,
1987, p.195)
RIZZO (1996) em seu livro "Jogos Inteligentes" analisa com muita
propriedade alguns aspectos necessários para que um bom educador possa
23
realizar sua atividade com crianças. Para a autora o educador: Deve ser um
líder democrático, que propicia, coordena e mantém um clima de liberdade
para a ação do aluno, limitado apenas pelos direitos naturais dos outros. Deve
atuar em sintonia com a criança para estabelecer a necessária cooperação
mútua. Precisa ter antes construído a sua autonomia intelectual e segurança
afetiva. Precisa aliar a teoria à prática e valorizar o conhecimento produzido a
partir desta. Deve jogar com as crianças e participar ativamente de suas
brincadeiras, talvez seja o caminho mais seguro para obter informações e
conhecimentos sobre o mundo infantil. (RIZZO, 1996, p.27 e 29) Espera-se que
as sugestões acima possam abrir novos horizontes, reflexões e
questionamentos para o educador infantil, e que com isso ele possa
desenvolver atividades mais conscientes e seguras.
Os docentes da educação infantil, por seu turno, são mais resistentes a
assimilar o jogo à aprendizagem, ainda que reconheçam sua importância para
o desenvolvimento infantil. Uma hipótese para entender esta posição, já
apresentada em outro trabalho (Fortuna, 2000), é que, por muito tempo, a
definição de sua identidade profissional baseou-se na oposição brincar versus
estudar: a "escolinha" e a creche são lugares de brincar, enquanto a escola (as
demais séries do ensino) é lugar de estudar. Outra hipótese é que a disposição
de “deixar brincar” é seu modo de insurgirem-se contra as práticas educativas
que submetem o tempo passado na escola infantil ao pragmatismo e ao
utilitarismo da Economia escolar. No entanto, quando admitem que brincar é
aprender, não é no sentido amplo, em plena conexão com o próprio
desenvolvimento, e sim como resultado do ensino dirigido, onde tudo acontece,
menos o brincar – exatamente como procedem os professores do ensino
fundamental, tentando instrumentalizar aquilo que é indomável, espontâneo,
imponderável.
Para a professora CUNHA (1994), o brincar é uma característica
primordial na vida das crianças. Segundo a autora em seu livro "Brinquedoteca:
24
um mergulho no brincar" o brincar para a criança é importante: é bom, é
gostoso e dá felicidade, e ser feliz é estar mais predisposto a ser bondoso, a
amar o próximo e a partilhar fraternalmente,porque é brincando que a criança
se desenvolve,exercitando suas potencialidades, brincando, a criança aprende
com toda riqueza do aprender fazendo, espontaneamente, sem pressão ou
medo de errar, mas com prazer pela aquisição do conhecimento, brincando, a
criança desenvolve a sociabilidade, faz amigos e aprende a conviver
respeitando o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo,
brincando, aprende a participar das atividades, gratuitamente, pelo prazer de
brincar, sem visar recompensa ou temer castigo, mas adquirindo o hábito de
estar ocupada, fazendo alguma coisa inteligente e criativa brincando, prepara-
se para o futuro, experimentando o mundo ao seu redor dentro dos limites que
a sua condição atual permite, brincando, a criança está nutrindo sua vida
interior, descobrindo sua vocação e buscando um sentido para sua vida.
"A ludicidade poderia ser a ponte facilitadora da aprendizagem se o
professor pudesse pensar e questionar-se sobre sua forma de ensinar,
relacionando a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de
aula". (Campos, 1986, p.111)
O jogo e o brinquedo guardam diferenças significativas. Uma grande
divergência entre os dois é o fato de o brinquedo suprir uma relação que atua
no interior com a criança e uma indeterminação conto ao uso, ou seja, há
ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização. O brinquedo
estimula a apresentação, imaginação quando a criança brinca, ela pode
imaginar qualquer situação, lugar e personagem. Ela pode ser quem quiser e
onde achar melhor. Todo seu potencial criativo pode entrar em ação. A infância
é a idade do possível.
“Para as crianças, a brincadeira é uma forma privilegiada de interação com
outros sujeitos, adulta e crianças, e com os objetos e a natureza à sua volta.
Brincando, elas se apropriam criativamente de formas de ação sociais
tipicamente humanas e de práticas sociais específicas dos grupos aos quais
pertencem, aprendendo sobre si mesmas e sobre o mundo em que vivem. Se
entendermos que a infância é um período em que o ser humano
25
está se constituindo culturalmente, a brincadeira assume importância
fundamental como forma de participação social e como atividade que
possibilita a apropriação, a ressignificação e a reelaboração da cultura pelas
crianças”. (BORBA, 2007, p. 12)
Borba, no artigo publicado na Revista Criança do Professor de Educação
Infantil, em novembro de 2007, intitulado “A brincadeira como experiência de
cultura na educação infantil”, aponta diversas ações que devem ser realizadas
pelas escolas de Educação Infantil no que diz respeito às brincadeiras: 1)
organização dos espaços de forma a disponibilizar brinquedos e materiais para
as crianças, oferecendo diferentes possibilidades de interação e de significado;
2) acompanhamento, observação e apoio às crianças nas suas brincadeiras; 3)
incorporação da dimensão lúdica no trabalho com os conhecimentos das várias
áreas, de modo a contribuir para que as crianças estabeleçam associações e
significações que ampliam suas possibilidades de aprendizagem.
Ainda a respeito das brincadeiras nas creches e pré-escolas, algumas
educadoras infantis (ROSSETTI-FERREIRA etal, 2007) também nos lembram
que, observando o brincar das crianças, podemos compreender seu processo
de socialização. Por meio da brincadeira de faz-de-conta, afirmam estas
educadoras, a criança aprende a dominar regras, a trabalhar suas emoções e
seus medos, a dominar o mundo e a compreender como ele é. Vejam como as
educadoras escrevem sobre o faz-de-conta e tentem se lembrar de momentos de sua
infância nos quais você experimentou “outros papéis”.
“Brincando, a criança entra no mundo imaginário onde ela é autora
do seu script. Quando diz: “Faz de conta que eu sou o motorista”, ela passa a
ser o motorista naquele momento. Ela pode entrar na fantasia, experimentar
outros papéis, criar outros temas e cenários. Mas ela sabe que ela é uma
criança e não um motorista. Na hora em que ela acabar a brincadeira, ela
volta à realidade” (ROSSETTI-FERREIRA et al, 2007, p. 101)
26
No caso da educação infantil, qual é, então, o melhor lugar que a
brincadeira pode ocupar? Nem tão "largada" que dispense o educador, dando
margem a práticas educativas espontaneístas que sacralizam o ato de brincar,
nem tão dirigida que deixe de ser brincadeira (Ramos, 2002). Como se faz
isso? Qual é o papel do educador em relação ao brincar na educação infantil?
O lúdico é uma atividade incontestável ao pensamento: livre,
imprevisível e espontânea, mas, ao mesmo tempo, determinado; meio de
vencer da infância, assim como modo de organização da infância; jeito de
adequação do mundo de forma ativa e direta, mas, também, através da
exposição, ou seja, da imaginação e da linguagem (Wajskop, 1995). Divertindo,
a criança age como se fosse outra coisa e permanecesse em outro tempo e
lugar, embora, para que a atividade seja considerada brincadeira e não a
ilusão, ele deve estar completamente estabelecido com a realidade. Na
verdade Ajuriaguerra e Marcelli (apud Fortuna, 2000) acham tudo isto para
dizer que é uma afirmação querer definir o lúdico com excessiva exatidão.
Alem de alguns conceitos não é de surpreender que não seja possível
afirmar claramente para que serve o lúdico na educação infantil. Contudo, as
dificuldades desta atividade são tão superiores para as condições que brincam,
cobrindo dispêndio de ocasião, força e exposição a riscos, que a volta, em
termos de vantagens, deve ser muito grande (Yamamoto e Carvalho, 2002).
Aqueles que brincam porem, a indagação ‘brincar pra quê?’e não, pois
se brinca por brincar, porque brincar é uma forma de existir. Como lembra
Yamamoto e Carvalho, o sujeito que brinca não o faz porque isto o deixa mais
capaz, seja no espaço próximo, seja no futuro. A exposição de motivar para
brincar é inseparável à própria atividade.
Mesmo sem propósito de aprender, quem brinca aprende, até porque se
aprende a brincar. Como formação social, a brincadeira estende-se no tempo
pela aprendizagem, pois os brinquedos e o ato de brincar, a um só tempo,
contam a história da humanidade e dela participam, diretamente, sendo
aprendidos, e não uma Tendência natural do Homem. Esta aprendizagem é
mais constante com os pares do que ligado ao ensino diretamente
transgeracional (Carvalho e outros, 2003, p. 21). Fazer compreender no tempo,
possivelmente, ao surgimento do sentimento de infância a partir da
modernidade, quando as crianças forem principalmente incentivadas a conviver
entre si, na escola, e não mais com os adultos, no trabalho.
28
CAPITULO: III
O APRENDIZADO ATRAVÉS DOS JOGOS E BRINCADEIRAS:
Estudos e pesquisas têm comprovado a importância das atividades lúdicas, no
desenvolvimento das potencialidades humanas das crianças, proporcionando
condições adequadas ao seu desenvolvimento físico, motor, emocional,
cognitivo, e social. Atividade lúdica é toda e qualquer animação que tem como
intenção causar prazer e divertimento a quem pratica. São lúdicas as
atividades que favorecem a experiência completa do momento, relacionando o
ato, o pensamento e o sentimento. A criança traduzi identifica conhecimentos e
constrói a sua realidade quanto está praticando alguma atividade lúdica. Ela
também reflete a sua experiência, qualificando a realidade de acordo com seus
desejos e interesses. Na educação Infantil podemos comprovar a
preponderância positiva das atividades lúdicas em um ambiente aconchegante,
desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das
crianças. Os primeiros anos de vida são importantes na formação da criança,
pois se trata de um período em que a criança está construindo sua identidade e
grande parte de sua estrutura física, socioafetiva e intelectual. É, sobretudo,
nesta fase que se devem adotar várias habilidades, entre elas as atividades
lúdicas, que são capazes de torna-se mediador positivamente no
desenvolvimento da criança, fornecendo suas necessidades biopsicossociais,
assegurando-lhe condições apropriadas para desenvolver suas competências.
Todas as instituições que atendem crianças de educação infantil devem
promover o seu desenvolvimento integral, ampliando suas experiências e
conhecimentos, de forma a estimular o interesse pela dinâmica da vida social e
contribuir para que sua integração e convivência na sociedade estimuladora,
acessível ás crianças possibilitando a realização de ações sócias educativas.
29
“é preciso que os profissionais de educação infantil tenham acesso ao
conhecimento produzido na área da educação infantil e da cultura em geral,
para repensarem sua prática, se reconstruir enquanto cidadãos e atuarem
enquanto sujeitos da produção de conhecimento. E para que possam, mais do
que "implantar" currículos ou "aplicar" propostas à realidade da creche/pré-
escola em que atuam, efetivamente participar da sua concepção, construção e
consolidação”. (Kramer apud MEC/SEF/COEDI, 1996 p.19).
Dentro da educação infantil, é complicado criar um horário para a
brincadeira e um horário para a aprendizagem. Hoje se sabe que a criança
aprende brincando. O mundo em que ela vive é divulgado através de jogos dos
mais diversos tipos que vão dos mais simples de encaixe às mais curiosas
brincadeiras folclóricas. O jogo, para a criança, é o consolidar e a preparação
para a vida adulta. É através das brincadeiras, seus movimentos, sua interação
com os objetos e no espaço com outras crianças que ela desenvolve suas
potencialidades, descobrindo várias capacidades.
"Ao professor cabe organizar o brincar e, para isto, é necessário que ele
conheça suas particularidades, seus elementos estruturais, as premissas
necessárias para seu surgimento e desenvolvimento”. (2000, p.48).
Brincando à criança prover a possibilidade de ser um sujeito ativo e
criador do seu próprio conhecimento. A criança desde pequena vivencia
ricamente a sua imaginação e a sua fantasia através das brincadeiras de roda,
bonecas de pano, carrinhos de madeira, contos de fada, além de pintar,
desenhar, cantar, modelar, dentre outras atividades que são importantes
elementos para a formação do seu caráter.
A preocupação dos educadores durante anos foram os métodos de
ensino. Não dava praticamente nenhuma importância para a maneira em que o
aluno assimilava os conteúdos e se a aprendizagem era realmente eficaz. A
preocupação está em descobrir como a criança aprende.
30
O educador pode usar uma estratégia de ensino excelente, na sua visão,
mas se não estiver adequada ao modo de aprender da criança, de nada
servirá. Toda criança gosta de brincar. Então, se a criança aprende brincando,
por que então não ensinar da maneira que ela adquiri conhecimento, de uma
forma prazerosa e, portanto, eficaz? A utilização de certos jogos e brincadeiras
como facilitadores na aprendizagem, na educação infantil, são sem dúvida, a
solução para se obter resultados positivos no processo de ensino –
aprendizagem das crianças. É essencial que se tenham bem fixado os
objetivos que querem alcançar quando trabalham como o lúdico, e tiver
cuidado também com as brincadeiras que deve mediar, para que esta esteja
ligada ao momento esmerado do desenvolvimento infantil. Os brinquedos e as
brincadeiras são fontes primordiais de interação lúdica e afetiva. Para uma
aprendizagem eficaz é preciso que o aluno construa o conhecimento,
identifique os conteúdos. O jogo é um interessante recurso para facilitar a
aprendizagem. Neste caso, CARVALHO afirma que:
"desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental
importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está
a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida
pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e
atenção as atividades vivenciadas naquele instante." (2003,p14)
Os beneficio com o jogo devem ser produzido e reproduzido, para que
seja sempre uma nova descoberta, e sempre converter em um novo jogo, em
uma nova forma de jogar. Quando brinca, a criança toma certa distância da
vida cotidiana, entra em seu mundo imaginário e ilusório, não estando
preocupada com o conhecimento ou desenvolvimento de qualquer habilidade
mental ou física. O que importa, neste caso, é o sistema em si de brincar, algo
que flui naturalmente, pois o único objetivo é o prazer, a alegria, a livre
utilização do brinquedo. Diante dessas informações sobre o prazer de que a
aula, partindo da curiosidade dos alunos, atualmente, muitos educadores
pensa que dinamizar as suas atividades utilizando jogos e brincadeiras são
pura "perda de tempo". Porem é fundamental conscientizar esses educadores
da valorização do brincar. Mas como fazê-lo? A brincadeira sendo orientada,
31
seguindo uma linha de aprendizagem para o alcance de objetivos é o caminho.
Torna-se importante levar o educador a meditar sobre a sua prática pedagógica
no que diz respeito à utilização de jogos e brincadeiras, no decorrer de suas
aulas, e também de buscar conhecimentos, sobre a prática de ensino de
alguns educadores que trabalham com crianças e que conciliam as suas aulas
com os jogos e com as brincadeiras. É considerável também empenhar sobre
algumas brincadeiras e jogos que pareçam sem valor para os adultos, testando
diversas habilidades e conhecimento da criança.
"e o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto
significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança,
já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em
ludicidade, denotando-se portanto em jogo."Carvalho 2003,p28)
A criatividade dos jogos e brincadeiras incetivam e sustenta a
participação da criança em grupos de amigos. Isso lhes concedera a
capacidade de entender o comportamento de outros indivíduos e de
proporcionar a eles dentro dos padrões sociais em que vivem. As cores, os
sons, a movimentação e a profundidade intelectual dos jogos (mesmo que não
sejam notados e concluidos) sempre serão a mola propulsora do
desenvolvimento mental e físico do ser humano. Isso é comprovado por
inúmeros estudos que atestam o fato de que crianças impedidas de brincar
possuem um desenvolvimento motor, psíquico e social inferior ao das crianças
que brincam normal e regularmente.
“É preciso dúvida reencontrar caminhos novos para a pratica pedagógica
escolar; Uma especie de libertação, de desafio, uma luz na escuridão...A
educação lúdica pode ser uma boa alternativa” ( Almeida, 1992,p.62).
A brincadeira além de oferecer alegria para as crianças acalma e ensina
como dividir, aceitar, compreender e se comportar diante de outros seres
humanos. Aprendendo novas brincadeiras e aumentando suas potencialidades,
formando união neurais que serão de extrema importância em seu
desenvolvimento mental futuro. O ato de brincar é uma chance que a criança
32
tem de experimentar uma noção da realidade num ambiente mais ou menos
controlado e seguro.
Segundo Oliveira (1990), " as brincadeiras são a essência da
infância". Por isso, foi preciso uma grande mudança da imagem da criança na
sociedade para associar uma visão positiva a suas atividades espontâneas,
surerindo como consequência à valorização dos jogos e brinquedos.
Desta forma, o jogo, a brincadeira, o lazer equivalem atividades livres,
que é original daquilo que representa as atividades lúdicas, que se limitam
apenas em atividades infantis. Freinet (1998) denomina "práticas lúdicas
fundamentais" como o não exercício exclusivo de alguma atividade, pois, ele
acredita que qualquer atividade pode alterar nas suas essências, dependendo
do uso que se faz dela.
No brincar o que importa não é apenas o rendimento da atividade, o que
dela resulta, mas a própia ação, o momento vivido. Possibilita a quem a
vivência, momentos de encontro consigo e com o outro, momentos de fantasia
e de realidade, de valor e percepção, momentos de auto conhecimento e
conhecimento do outro, de cuidar de si e olhar para o outro, momento de vida.
O brincar também ajuda as crianças na hora de lidar com os seus sentimentos.
Dependendo da faixa etária, pode se tornar difícil falar de uma determinada
vivência dolorosa. Mas, ao brincar, elas demonstram suas sensibilidades, além
de se sentirem acolhidas. Dentro da faixa etária dos 2 a 6 anos nota-se a
circunstância dos jogos simbólicos, que correspondem a necessidade da
criança de não somente relembrar o mentalmente o acontecido, mas de
realizar a representação.
O brincar é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que
aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer
33
que é preciso haver conhecimento da diferença existente entre a brincadeira e
a realidade imediata que dar conteúdo para realizar-se. Nesse sentido, para
brincar é preciso acomodar-se de elementos da realidade imediata de tal forma
a atribuir-lhes novos significados. Essa qualidade da brincadeira ocorre por
meio da articulação entre a imaginação e imitação da realidade- (Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil). O faz de conta refere-se ao
“mundo do imaginário, da fantasia. É no brincar que as crianças encontram
sentido para sua vida, é nelas que idéias se realizam e que as experiências são
construídas de muitos modos e repetidas quantas vezes a criança quiser. O
parquinho e a brinquedoteca são lugares que favorecem às crianças entrarem
no mundo da fantasia, incentivar a criatividade e dando possibilidades a elas de
edificarem símbolos, cenários, personagens ou qualquer coisa que desejarem ,
desde animais a super-heróis. O faz de conta permite também que as crianças
interajam uma com as outras, estimulando tambem a exploração de todas as
linguagens.
Diversos adultos valorizam o brincar da boca para fora. Este trabalho
determinado principalmente nos educadores da infância inicial tem o objeto de
ajudar professores, auxiliares de creche, pais e todos aqueles que influenciam
as vidas das crianças e ajudam a perceber como brincar pode ser
verdadeiramente utilizado para o desenvolvimento e a aprendizagem durante
toda a vida.
Segundo Oliveira (2000) as crianças dedicadas com uma atividade
raramente conseguem participar de conversas intelectualmente desafiadoras,
porque sua atenção esta dirigida para a tarefa. Os professores precisam inferir,
a partir de suas atitudes externas, concentração, expressões faciais, motivação
aparente, e assim por diante, qual esta sendo sua aprendizagem; de outra
maneira, como eles podem saber que ensino e aprendizagem são necessários.
Kishimoto (1994), análise o próprio brincar:
“As escolhas de oportunidade lúdicas que fazemos habitualmente, sem
refletir, podem, se refletirmos a respeito, ser psicologicamente informativas
34
sobre nós mesmos e podem sugerir uma série de questões muito
interessantes sobre o significado psicológico dessas escolhas”. (1994, p. 29).
A grande aprendizagem está na ocasião oferecida à criança de aplicar
algo da atividade lúdica dirigida a alguma outra situação. Cunha (1994) explica
claramente suas idéias em relação a este ponto de vista quando diz que “o
brincar, como uma atividade, está continuamente produzindo novas situações.
Não se brinca apenas com e dentro de situações antigas”.
Em crianças pequenas, as incidências de aprendizagem podem ser
muito pequenas, mas são elas que fazem a criança avançar um estágio. E são
essas aprendizagens que, livres do constrangimento do ensino ou da
aprendizagem clara, podem ser verdadeiramente consideradas como brincar,
segundo Pourtois & Desmet (1999, p. 52), “a exploração tende a preceder o
domínio, que tende a preceder o brincar, e nem sempre é fácil distingui-los”.
Com a brincadeira livre, exploratória, as crianças aprendem alguma
coisa sobre situações, pessoas, atitudes e respostas, materiais, propriedades,
texturas, estruturas, atributos visuais, auditivos e sinestésicos. Por meio do
brincar dirigido, elas têm outra dimensão e uma nova variedade de
possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro daquela área ou
atividade. O brincar livre imediato e ampliado, as crianças provavelmente
serão capazes de aumentar, enriquecer e divulgar sua aprendizagem. Quanto
mais jovem a criança, mais provável que seja necessário o brincar no contexto
geral e exploratório em suas experiências pré-escolar, em casa ou com colegas
de brincadeiras. Elas então chegam à escola possivelmente com expectativas
muito diferentes em relação ao “brincar”.
A pré-escola precisa ser mais do que um lugar prazeroso, onde se
brinca. Deve ser um espaço estimulante, educativo, seguro, afetivo, com
educadores realmente preparados para acompanhar a criança nesse método
intenso e cotidiano de descobertas e de crescimento. Precisa propiciar a
35
capacidade de uma base sólida que influenciará o desenvolvimento futuro
dessa criança.
As atividades realizadas na pré-escola enriquecem as experiências
infantis e possuem um significado para a vida das crianças, elas podem
beneficiar o processo de desenvolvimento e aprendizagem, quer no nível do
reconhecimento e da representação dos objetos e das suas vivências, quer no
nível da expressão de seus pensamentos e afetos.
O brincar é encarado como uma situação cotidiana e um direito das
crianças. Por meio do brincar, elas se apropriam dos elementos da realidade e
dão a eles novos significados.
Nas atividades lúdicas, se aprende e são incorporados conceitos,
preconceitos e valores. Nas brincadeiras, se materializam os caminhos
singulares de vida das crianças, seus valores e suas experiências. O brincar
faz parte integral da formação da criança e os pais e as escolas devem encarar
isso de maneira a estar seriamente comprometido com o brincar de forma a
desenvolver e educar a criança é lógico que as brincadeiras e os brinquedos
devem sempre ser dequados para as crianças e terem em consideração as
suas idades e seus esenvolvimentos cerebrais - o ideal é escolher. A
supervisão sadia, por parte dos pais ou responsáveis, deve ser aplicada e
oferecida sempre que solicitada. Limites devem ser propostos e mantidos
mediante um diálogo aberto e franco dentro das habilidades de entendimento
das crianças. Tudo isso coopera para um adulto feliz, centrado e capaz de
sobreviver com êxito numa sociedade competitiva como a nossa.
36
1.1 Aprendizagens através das brincadeiras:
“É fundamental que se assegure á criança o tempo e os espaços para que o
caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a
base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobre tudo para o
exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção...como se fora
brincadeira de roda...”( Marcelino, Nelson .c 1996 p. 38)
Toca do Coelho: Dispor bambolês no pátio da escola de forma que
fiquem duas crianças em cada um e que sobre uma fora do bambolê. Ao sinal
do professor, as crianças deverão trocar de toca, entrando duas em cada um.
Sempre sobrará uma criança fora da toca.
Boliche Cego
Jogam um participante de cada equipe. O objetivo do jogo é fazer o strike, não
importando quantos lançamentos foram, uma vez que quando um erra, é a vez
do outro. OBS.: Os participantes jogam de olhos vendados.
Protegido
Duas pessoas irão dar as mãos e fazer uma roda. Dentro dessa roda ficará o
protegido. Quando as duas pessoas disserem JÁ, os demais participantes
deverão tocar no protegido, mas não será fácil, pois as duas pessoas o
protegerão de todas as formas possíveis, inclusive correndo. Quem conseguir
tocar o protegido é o novo protegido.
Futágua
É um baleado, mas é com bexigas de água, quem for baleado ficará molhado e
deverá pegar outra bexiga de água e molhar outro.
Dentro e Fora: Fazer uma forma geométrica bem grande no chão e pedir
que as crianças entrem na delimitação desse espaço. Se quiser o professor
37
poderá fazer outra forma dentro da que já fez onde irá pedir que os alunos
adentrem também, explorando ainda que se a forma é pequena eles irão ficar
apertados.
Enche Humano
Dinâmica com 4 pessoas sentadas em bancos. Primeiro, cada participante
senta nas costas do outro. Depois que todos já estiverem "deitados", retiram-se
os bancos. Como sair da situação?
Passa ou Repassa
Todos brincam. Porém, em cada rodada, um jogador de cada equipe
participará. Será feita uma pergunta (sem alternativas) para um dos
participantes. Se ele não souber, ele passa. Se o adversário não souber, ele
repassa. Se, mesmo assim, o primeiro não souber, ou errar, o seu rival dará
uma tortada na cara dele. Porém, se ele acertar, é ele quem dá a tortada.
Vence a equipe que acertar mais perguntas e, claro, receber menos tortadas.
OBS.: Fazer dezenas de tortas pode sair mais barato do que parece. Basta
sentar e pensar em ingredientes baratos que podem render vários pratos de
torta.
Cuzcuzinho
É feito um cuscuz de terra e é colocado uma vara nele. Cada jogador tira um
pouquinho de terra. Se o jogar derrubar a vara com a sua retirada de terra, os
outros devem bater nele até ele chegar na ronda.
Pega- pega em câmera lenta
Pega-pega comum, só que feito em câmera lenta. É fenomenal!
Pega-pega comum, mas com chutes. Quem levar um chute, será o novo
pegador e deverá chutar alguém para ser substituído.
Futebol Americano
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Futebol com as mãos. Há dois times e um único gol. Vale tomar a bola na
marra. O time que fizer mais gols vence.
Xadrez Humano
Joga uma dupla de cada vez. Em alguns pedaços de papel, escreve-se
números de 1 a 12. Em outros pedaços de papel, escreve-se 4 partes do corpo
(mão, pé, bumbum, cabeça). No chão, faz-se um grande quadrado dividido em
12 quadradinhos, de aproximadamente 40 cm cada, numerados de 1 a 12. Tira
par ou impar pra ver quem começa. É feito o sorteio de número e de parte do
corpo. A missão é colocar a parte do corpo sorteada no número sorteado. Ex.:
Cabeça no 7, Pé no 11... E por aí vai até alguém se desequilibrar. Quem
ganhar, escolhe o novo adversário.
Pichorra
Uma bexiga é pendurada no alto e os representantes das equipes, depois de
vendados e rodados, devem estourá-la com um pau, sendo guiadas pelas
respectivas equipes.
De onde vem o cheiro? A professora irá passar perfume em um paninho
e o esconderá na sala, num lugar fácil, onde os alunos deverão descobrir de
onde vem o cheiro.
Arremesso de Bambolê.
Tipos arremessam de argolas, mas com bambolê. Uma pessoa será a vítima e
ficará a 5 metros dos jogadores. Faz 1 ponto quem conseguir encaixar o
bambolê na pessoa primeiro
Arremesso: O professor fará uma linha no chão, usando fita crepe e as
crianças deverão arremessar garrafinhas plásticas cheias de areia, para frente.
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O professor irá medir as distâncias e verificar quem conseguiu
arremessar mais longe. Depois, em sala de aula, poderá fazer um gráfico
explicativo.
Pneus: Esses podem ser usados para várias brincadeiras, como pular
dentro e fora, se equilibrar andando sobre a parte de sua lateral ou ainda quem
consegue rolar o pneu de um determinado lugar até outro sem deixá-lo cair.
Que som é esse?: Com faixas de tinta pretos, vendar os olhos dos
alunos e fazer diferentes barulhos usando instrumentos musicais, latas,
brinquedos, etc., a fim de que as crianças identifiquem os mesmos.
Caixa Surpresa: Com uma caixa de papelão encapada, o professor irá
mandar para a casa de um aluno a fim de que os pais enviem algum material
que possa ser descoberto pelas crianças. O professor vai fazendo descrições
do material, até que as crianças descubram o que é.
Pega-Pega Diferente: Dividir a turma em dois grupos e identificá-los com
lenços ou fitas de cores diferentes. Após o sinal do professor os grupos
deverão pegar uns aos outros e a criança pega deverá ficar num espaço
delimitado pelo professor. Vence o grupo que tiver mais pessoas que não
foram pegas.
Cobra-cega
Todas as crianças deverão sentar-se na roda, uma delas será escolhida para
ser a cobra-cega, esta terá os olhos vendados, ficando no centro da roda ao
comando da educadora começara andar até chegar a uma criança passando
as mãos em seu roto, cabelo e em seguida tentar identificá-la, esta dará
continuidade ao jogo. Andar de trem; As crianças deverão andar com as mãos
no ombro do amigo, em forma de trem cantando a música e realizando os
gestos propostos de acordo com a música: "Eu vou andar de trem".
Corre cotia;
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As crianças sentarão em uma roda e cantarão a música "Corre cotia", uma será
o comandante e outras respondentes, o comandante terá nas mãos um lenço e
colocará (na ultima frase), atrás de uma criança. Essa criança deverá pegar o
lenço e correr para pegar a que colocou esta deverá se sentar rapidamente no
local da outra, e assim sucessivamente.
Batata quente
As crianças deverão permanecer sentadas no circulo, voltadas para o
centro. Uma delas escolhida por sorteio começa a brincadeira sentada de costa
para o grupo e cantando "batata-quente, quente, queimou". A criança que
estiver com o objeto na mão neste momento deverá continuar cantando. Põe a
mão na cabeça (musica da raposa) ao cantarmos a música da raposa às
crianças deverão repetir os gestos mostrando as partes do corpo nela
referidas.
Vamos passear (jogo simbólico). Através do "faz de conta",
estimularemos as com algumas brincadeiras utilizando os materiais da sala.
Pois na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o "faz de
conta", ainda mais quando expressa corporalmente as atividades.
Faremos de conta que estamos em uma floresta, e daremos inicio ao nosso
passeio por esta aventura que imaginaremos juntos. Produção de massinha;
Fazer a massinha com farinha de trigo, demonstrando todas as etapas para as
crianças, em seguida dividir entre elas a massinha, pedindo-lhes que façam
uma escultura para que possamos deixar secando para expormos no dia da
apresentação do projeto. O brincar é de suma importância no desenvolvimento
infantil por este motivo é importante desenvolver um projeto focado em jogos e
brincadeiras. Em todas as aulas as crianças devem ser convidadas a
sentarem-se na roda de conversa, onde se discute sobre os mais variados
assuntos (final de semana, meu brinquedo favorito, minha família, os
combinados, a chamada entre outros); em seqüência apresenta-se à proposta,
falando sobre o projeto e a atividade a ser trabalhada no dia vigente.
Todos devem saber o tema do projeto e o que este significa, todos devem ter
41
acesso aos diversos tipos de jogos e brincadeiras, tanto livres como de regras
simples, promovendo assim o desenvolvimento do raciocínio lógico de todo o
grupo, respeitando a etapa desenvolvimento individual de cada criança.
“Brincar é uma parte fundamental da aprendizagem e do desenvolvimento
nos primeiros anos de vida. As crianças brincam instintivamente e, portanto,
os adultos deveriam aproveitar essa inclinação “natural”. Crianças que
brincam confiantes tornam-se aprendizes vitalícios, capazes de pensar de
forma abstrata e independente, assim como de correr riscos a fim de resolver
problemas e aperfeiçoar sua compreensão. Significa que os programas de
educação infantil inicial devem estar baseados em atividades lúdicas como
princípio central das experiências de aprendizagem. Isso é bastante difícil de
conseguir na vigência de práticas excessivamente prescritivas em termos de
conteúdo curricular. Crianças pequenas alcançam a compreensão através de
experiências que fazem sentido para elas e nas quais podem usar seus
conhecimentos prévios. O brincar proporciona essa base essencial. É muito
importante que as crianças aprendam a valorizar suas brincadeiras, o que só
pode acontecer se elas forem igualmente valorizadas por aqueles que as
cercam. Brincar mantém as crianças física e mentalmente ativas”.. (MOYLES,
2009, p. 19)
42
CONCLUSÃO
“ A brincadeira é o recurso privilegiado de desenvolvimento da
criança pequena por acionar e desenvolver processos psicológicos-
particularmente a memória e a capacidade de expressar elementos
com diferentes linguagem, de repensar o mundo por imagens, de
tomar o ponto de vista de interlocutor e ajustar seus próprios
argumentos por meio de confronto de papeis que nele se estabelece,
de ter prazer de partilhar situações plenas de emoção e afetividade”.
( Oliveira , 2002, p. 230).
Conclui-se que o brincar é o caminho natural do desenvolvimento
humano, é competente nos seus efeitos e oferece a quem dele faz uso, a
construção de uma base solida para toda vida, pois é capaz de atuar no
desenvolvimento cognitivo e emocional de forma natural e harmônica. As
atividades lúdicas, juntamente com a boa pretensão dos educadores, são
caminhos que contribuem para o bem-estar, entretenimento das crianças,
garantindo-lhes uma agradável estadia na creche ou escola. Certamente, a
experiência dos educadores, além de somar-se ao que esta sendo proposto, irá
contribuir para maior alcance de objetivos em seu plano educativo.
Torna-se necessário que o educador insira o brincar em um projeto
educativo, o que supõe intencionalidade, ou seja, ter objetivos e consciência da
importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem
infantil. Este contexto educativo, no entanto, não passa de ponto de partida
para sua prática pedagógica, jamais ponto de chegada definido rigidamente de
antemão, pois é preciso renunciar ao controle, centralização e a capacidade de
que ocorre com as crianças em sala de aula. De um lado, o educador deve
desejar - a dimensão mais subjetiva de "ter objetivos" e, ao mesmo tempo,
deve abdicar de seus desejos no
43
sentido de permitir que as crianças, tais como são na realidade, advenham,
reconhecendo que elas são elas mesmas, e não aquilo
que ele, educador, deseja que elas sejam. Será a ação educativa sobre o
brincar infantil contraditória, paradoxal? Sim, tal como o brincar!
44
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
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Guanabara.
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ANEXO
47
48
Amarfanhado
49
50
PINTURA COM BARBANTE
51
Pintura desenho soprado
52
Modelagem com massa biscui
53
54
MASSA DE MODELAGEM
55
56
Quebra-cabeça com caixa de sapato infantil
57
Dedoche
58
Recorte e colagem com silueta preta
59
INDICE
CAPA 1
CAPA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATORIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I- A valorização dos jogos brinquedos e brincadeiras na educação infantil 11
CAPÍTULO II - A importância do brincar no processo aprendizagem 17
CAPÍTULO III –O aprendizado através dos jogos e brincadeiras 28
1.1 Aprendizagem através da brincadeiras 36
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
Anexo 46
Índice 59