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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA EM GESTÃO DE PROJETOS Por: Vanessa Pedrosa da Silva Gomes Orientador Prof.Nelson Magalhães Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA EM GESTÃO DE PROJETOS

Por: Vanessa Pedrosa da Silva Gomes

Orientador

Prof.Nelson Magalhães

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NA GESTÃO DE PROJETOS

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez

do Mestre – Universidade Cândido Mendes

como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em gestão de projetos.

Por: Vanessa Pedrosa da Silva Gomes

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer à DEUS

por esta oportunidade de adquirir mais

conhecimento, ao meu marido Leandro que

sempre me incentivou , aos meus pais que

sempre me ajudaram e aos meus filhos pela

compreensão nos meus momentos ausentes .

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu marido , meus

pais e meus filhos e todos aqueles que direta

ou indiretamente contribuíram para conclusão

deste trabalho.

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo identificar e analisar o papel dos líderes e

suas qualidades a fim de exercer uma liderança eficiente na gestão de projetos

como também nas equipes de trabalho dentro das Organizações. A busca da

excelência na qualidade de liderar é essencial para uma otimização dos

resultados e para da gestão de pessoas nas organizações e como o

comportamento dentro da empresa pode se tornar um diferencial no sentido de

gerenciamento na modernidade. Em seguida, o estudo aborda vários aspectos

da liderança, mostrando as diversas teorias e tipos de liderança. Procurou-se

fazer uma análise comparativa da liderança exercida até nossos dias por Jesus

Cristo que é nosso maior exemplo de liderança. Estudar os fatores críticos de

sucesso certamente aumentará a contribuição ao conhecimento da disciplina

Gerência de Projetos.

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METODOLOGIA

Este trabalho baseia-se em pesquisa bibliográfica através de livros e

sites consagrados na área e tem por objetivo estudar como a liderança pode

ser determinante para o sucesso da Gestão de Projetos influenciando assim o

resultado final da Organização.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – Liderança 09

CAPÍTULO II – Gestão De Projetos 25

CAPÍTULO III - A importância da liderança na gestão de projetos 38

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA 50

ÍNDICE 54

FOLHA DE AVALIAÇÃO 56

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INTRODUÇÃO

A liderança passou a ser um importante foco diferencial para obtenção

de resultados pelas empresas, por causa da globalização, o mundo passa por

um processo de constantes mudanças tornando necessário medidas e a busca

constante pela melhoria da qualidade nos processos, nos produtos e nos

serviços e a liderança de torna uma poderosa arma para se atingir esse

objetivo . Ao longo dos anos, instituem-se, nas maiores empresas do mundo,

políticas de governança baseadas em estruturas verticais e sólidas. Isso fazia

com que cada pessoa soubesse exatamente o que deveria fazer e quem eram

as pessoas responsáveis por dar as ordens. A flexibilidade era muito baixa e os

profissionais funcionavam como em uma grande máquina.

Com o passar do tempo, a realidade mudou. As pessoas passaram a

exercer papéis diversificados dentro de uma empresa, fazendo parte de uma

estrutura horizontal e não apenas vertical. Tudo isso trouxe mudanças no modo

de se gerenciar. Extinguiu-se a imagem do líder autoritário e entrou em cena

aquele capaz de lidar com o indivíduo. Sendo assim as atuais exigências do

mercado passou a exigir um novo tipo de líder, participativo , comunicativo e

comprometido com a organização . Sabendo usar de forma consciente seus

conhecimentos . criatividade , autonomia , habilidade de trabalhar em equipe,

ouvir, e delegar poderes serão ferramentas utilizadas para o desenvolvimento

de sua função. Os fatores críticos de sucesso em projetos fazem parte das

preocupações, tanto acadêmicas como práticas. Estudar suas causas

aumentará o conhecimento em Gerenciamento de projetos. Se destaca como

fator crítico de sucesso as habilidades dos gerentes de projetos

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CAPÍTULO I

LIDERANÇA

Líder é aquele que consegue os resultados esperados através de outras

pessoas e liderar é fazer com que os outros façam voluntariamente o que você

quer que façam. O atual líder não dá ordens, controla e pune. Ele colabora,

orienta, desenvolve conhecimentos e habilidades (JORDÃO, 2004).

Alguns princípios de liderança: Conhecer a si mesmo; Explicar-se, várias

vezes se necessário, até que as pessoas entendam aonde você quer chegar;

Exija o máximo sem medo, pois exigir o melhor é um pré-requisito para obtê-lo;

Procure obter consenso antes de uma decisão, pois isto irá mobilizar aqueles

dos quais você depende após a tomada da decisão; Procure estar no lugar

certo: para usar seu potencial de liderança é necessário que você combine

seus objetivos e talentos à organização certa.

1.1 A História da liderança

Costuma-se dizer que a liderança faz o mundo andar. O conceito de

liderança ressalta de forma surpreendente, a capacidade de alguns indivíduos

comoverem, inspirarem e mobilizarem massas populares, de forma a

caminharem juntos na busca do mesmo objetivo. Algumas vezes, a liderança

está a serviço de fins dignos; outras, não. Entretanto, independentemente de

seus objetivos, os grandes líderes deixam sua marca pessoal nos anais da

História.

A liderança pode melhorar ou piorar a História. Alguns líderes têm sido

responsáveis pelas loucuras mais extravagantes e pelos crimes mais

monstruosos. Em contrapartida, outros têm sido vitais em conquistas da

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10humanidade, tais como a liberdade individual, a tolerância racial e religiosa, a

justiça social e o respeito pelos direitos humanos.

Não há um modo seguro de reconhecer antecipadamente quem irá

liderar para o bem ou para o mal. Um dos critérios de avaliação pode ser este:

os líderes comandam pela força ou pela persuasão? Pela dominação ou pelo

consentimento?

Na maior parte do curso da História, a liderança foi exercida pela

autoridade de direito divino. O dever dos seguidores era submeter-se e

obedecer. A grande revolução dos tempos modernos foi a revolução da

igualdade. A idéia de que todos os indivíduos podem ser iguais perante a lei

solapou as velhas estruturas de autoridade, hierarquia e respeito.

Um governo fundamentado na reflexão e na escolha exigia um novo

estilo de liderança e uma nova qualidade de seguidores. Tornavam-se

necessários líderes que respondessem aos anseios populares e seguidores

ativos, suficientemente bem informados para participar do processo.

Um segundo critério para avaliar a liderança pode ser a finalidade da

procura do poder. Quando alguns líderes têm como objetivo a supremacia de

uma raça, a promoção de uma revolução totalitária, a aquisição e exploração

de colônias, a proteção de ambições e privilégios, ou a preservação do poder

pessoal, é bem provável que suas lideranças em nada façam avançar a causa

da humanidade.

Quando o objetivo do líder é a abolição da escravatura, a libertação da

mulher, a ampliação de oportunidades para os pobres e desamparados, a

extensão de direitos iguais para as minorias raciais, a defesa da liberdade de

expressão e de oposição, é provável que sua liderança seja uma contribuição

para o aumento da liberdade e do bem-estar humanos.

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11Alguns líderes têm causado um grande mal à humanidade. Outros foram

responsáveis por grandes benefícios. Mesmo os "bons" líderes devem ser

olhados, com certa cautela. Líderes não são semi-deuses: eles comem e se

vestem como o mais simples dos mortais. Nenhum líder é infalível, e cada líder

deve ser lembrado disso de tempo em tempo. A submissão total corrompe o

líder e degrada seus seguidores.

O culto do líder é sempre um erro. Felizmente, a adoração do herói gera

seu próprio antídoto, pois, como disse o filósofo americano Ralph Waldo

Emerson (século XIX), "Todo herói acaba se tornando um chato". Os grandes

líderes atestam à realidade da liberdade humana contra as supostas

inevitabilidades da História.

Confirma a sabedoria e o poder eventualmente contidos em cada uma

das pessoas, o que explicaria por que Abraham Lincoln continua a ser o

exemplo supremo de uma liderança notável. "Um grande líder", disse Emerson,

"aponta novas possibilidades para toda a humanidade." "Nós nos alimentamos

de gênios... Existem grandes homens para que possa haver homens maiores

ainda".

Platão em "A República", ao narrar o duelo verbal entre Sócrates e

Trasímaco, cerca de 250 anos antes de Cristo, afirma:

(...)nenhum chefe, em qualquer lugar de comando, na medida em que é

chefe, examina ou prescreve o que é vantajoso a ele mesmo, mas o que o é

para seu subordinado, para o qual exerce a sua profissão, e é tendo esse

homem em atenção, e o que lhe é vantajoso e conveniente, que diz o que diz e

faz tudo quanto faz.

Mais exemplos da história: líderes como Churchill, Hitler e De Gaulle,

para o bem e para o mal, capitalizaram e catalisaram as aspirações do seu

povo? Hitler só surgiu porque o povo alemão estava humilhado e esfomeado

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12pelas condições de rendição impostas na Primeira Guerra Mundial. Ele não foi

o primeiro a pensar que o povo alemão deveria se rebelar contra as condições

do pós-guerra. Não sendo ele o primeiro a criar e a pensar numa dita

superioridade da raça ariana.

Esta noção é só um exemplo que prova que estas idéias e pensamentos

eram pré-existentes, dos quais ele se utilizou para resgatar a auto-estima de

um povo. Hitler subiu ao poder como um líder que catalisou algumas idéias e

se tornou um ditador pelo medo com o auxílio de sua polícia política, a

Gestapo. Suas ações são recriminadas pela história.

Churchill e De Gaulle se tornaram líderes porque catalisaram a idéia de

que não se deveria ser conivente e passivo com o avanço do nazismo.

Também não eram idéias próprias, mas um sentimento geral de suas nações.

Com a proximidade do final da guerra, Churchill não conseguiu mais ser um

catalisador de idéias e ideais para a Inglaterra e perdeu as eleições no verão

de 1945. Seu temperamento agressivo e suas palavras duras prejudicaram

suas chances de vitória, chegando a ser vaiado no Walthamston Stadium.

Muitos anos depois Churchill foi eleito o "Maior Britânico de Todos os Tempos",

concorrendo com Darwin, Shakespeare e outros.

De Gaulle só se tornou presidente da França em 1958, quando

conseguiu provar que não era somente bom para a guerra, catalisando as

idéias de reformar a constituição francesa e as diversas instituições do império

francês. Estes eram os ideais do povo francês, descontente com a quarta

república. De Gaulle foi um dos maiores estadistas e líderes deste século. Na

história recente do Brasil Fernando Henrique Cardoso catalisou o ideal de

estabilidade econômica. Para ser escolhido como líder da nação, o presidente

Lula catalisou o ideal de justiça social, mantendo a estabilidade econômica.

Ser líder é servir aos outros. É aceitar que o reconhecimento pode vir

tardio, talvez até após sua despedida do poder. É saber que será combatido. É

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13saber que só terá colaboradores se convencê-los de que é a pessoa certa para

levar as idéias e ideais adiante.

A conjuntura que se delineou no passado, caracterizada pelo líder

totalitário, não é mais aceita com o advento e consolidação da democracia,

principalmente nos países ocidentais. A mudança do líder de nação, observou

mudanças também no líder das empresas e organizações, onde mãos de ferro

dão lugar a flexibilidade e a ponderação. A liderança, portanto vai ganhando

outras facetas. É neste contexto contemporâneo onde observa-se o conceito

de liderança e as características de um líder.

1.2 O Conceito de liderança

O objetivo é determinar quais são as principais características desejadas

para os líderes de empresas e/ou organizações no contexto social e

empresarial, para isso é necessário abordar o conceito de liderança, para

posteriores análises sobre as características do líder. Um dos conceitos de

liderança muito conhecido é verificado com a capacidade de influenciar um

grupo em direção ao alcance de objetivos como diz:

A origem desta influência pode ser formal, como a conferida a um alto

cargo na organização, ou não. A liderança não sancionada é aquela

capacidade de influenciar os outros que emerge fora da estrutura formal da

organização é geralmente tão importante quanto a influência formal, ou até

mais. (ROBBINS, 2002, p. 168)

Concorda ainda com estas idéias, outro grande autor e conhecido

administrador que explícita:

É necessário aprender a liderar em situações nas quais não temos a

autoridade formal do comando. O teste de fogo do líder está em comandar

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14pessoas fora da sua equipe. Quando tiver que liderar seus pares. Ou o seu

chefe. Ou seja, quando tiver que liderar para os lados ou para cima. (SOUZA,

2000, p. 35)

O autor em suma acrescenta ainda que os líderes da "Era da

Conectividade" precisam derrubar paredes que delimitam o seu território de

ação, mudar a mentalidade e construir pontes internas e externas que liberem

a criatividade dos talentos humanos, conectando-os melhor tanto entre si na

empresa quanto externamente com clientes, fornecedores e comunidades onde

atuam. É valido ainda complementar com a seguinte interlocução:

(...) apesar da escala e extensão da ação do líder poder variar de um

contexto ao outro, de acordo com a tradição cultural, religião, costumes,

problemas sociais e econômicos específicos de sua região, forte ênfase deve

ser colocada nas tecnologias de comunicação e habilidades motivacionais e

organizacionais dos futuros líderes, para capacitá-los a agir como "formadores

de equipes", animadores e mediadores de conflitos. (RATTNER, 1998, p. 49)

Complementa ainda esta afirmação o entendimento de outro grande

pensador que diz:

(...) enquanto o mando, em última instância, opera com meios físicos

para obter apoios e obediências, e acena sempre com o espantalho da

imposição, a influência opera com meios cognitivos para obter adesões e

conformidade, e corresponde à persuasão e ao convencimento. Assim, a

influência depende sempre do consentimento dos outros. (SROUR, 1998, p.

28)

A dificuldade de liderar pessoas também foi um tema abordado por

Kepner e Tregoe (1991. Pág. 97). "Quando afirmam que o que dá trabalho são

problemas humanos". As pessoas não fazem o que se espera delas. Uma peça

de equipamento não tem auto-estima, mas o tipo de pessoa que você quer

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15trabalhando para você tem bastante. Identificar as deficiências de uma

máquina ou um sistema só pode ter um efeito positivo sobre o desempenho

futuro, tal entendimento interage com o de outro grande nome da teoria Geral

da Administração na qual:

(...)colocam que a flexibilidade é um dos fatores de eficácia da liderança.

Deve-se atuar de acordo com a situação. A Liderança Situacional reconhece a

existência de dois comportamentos envolvidos na liderança: o comportamento

autocrático ou diretivo e o comportamento democrático ou de apoio.

(BLANCHARD, 1995, p. 56)

Com isto ele defende a adoção de quatro estilos de liderança dentro da

Liderança Situacional: Direção, Treinamento, Apoio e Delegação. A aplicação

de cada um dos quatro estilos depende do grau de maturidade da equipe ou do

colaborador.

A liderança sob conceito de Empowerment foi introduzida por Blanchard

et al. (1996. p. 39 e 47). O Empowerment são conceitos através do quais os

gerentes gradualmente, transferem às equipes de trabalho a responsabilidade

e a autoridade condições essenciais para um desempenho superior. O

Empowerment não é dar poder às pessoas, mas, antes liberar as pessoas para

que possam fazer uso do poder, dos conhecimentos, das habilidades e da

motivação que já têm.

Para que tais situações ocorram, é necessário que os gerentes criem

condições favoráveis de aprendizado, ação e decisão para que as pessoas

possam fazer uso da autonomia e assumir a iniciativa e a responsabilidade

pela coleta e análise de dados e pela tomada de decisões o que, nas

organizações tradicionais é atribuição quase exclusiva dos gerentes.

A Liderança, portanto é um termo carregado de conotações enviesadas

que evoca a idéia de comando ou controle de um indivíduo sobre os seus

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16seguidores, tendo como base um conjunto de traços pessoais. Se o poder é

visto como algo negativo, a liderança tende a ser considerada como uma

qualidade. Essa colocação tem sido um dos fatores que impedirá, através dos

tempos, uma análise neutra e sistemática desse fenômeno que surge toda vez

que pessoas se reúnem em grupo, seja esse formal ou informal.

A questão da liderança atraiu principalmente a atenção dos estudiosos

da psicologia e da administração no afã de se compreender a emergência e

estabelecer a sua eficácia nas organizações produtoras de bens ou serviços.

Apesar do acúmulo de estudos nessa área, cujo número tem-se multiplicado

nos últimos oitenta anos, os resultados têm sido pouco conclusivos.

O conceito de liderança tem um status ambíguo na prática

organizacional, da mesma forma como na teoria. As primeiras investigações

sistemáticas sobre a liderança centraram-se na procura de um conjunto de

traços universais que distinguiram o líder dos seus seguidores. Essas

características procuradas variavam desde fatores físicos e constitucionais até

habilidades, traços de personalidade, história de vida etc.

Os resultados dessa linha de investigação acabaram por redirecionar o

foco para análise desta interação para outras formas de entendimento sendo

elas voltadas mais para uma forma de relacionamento, com a definição de

categorias ou fatores que captassem as características do líder eficaz e

permitisse encontrar fórmulas ou prescrições universais para a liderança ideal.

Os estudos pioneiros isolaram duas variáveis ou dimensões que

determinariam a liderança eficaz, a consideração e a estrutura, sintetizando

duas tendências bastante claras das ciências da administração, ou seja, os

aspectos humanos (consideração) e aspectos técnicos (estrutura). O estilo

ideal seria aquele em que o líder apresentasse alta consideração

(relacionamento e comunicação) e alta estruturação (papel ativo no

planejamento e direcionamento do grupo).

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17Com inspiração neste modelo bastante simples, surgiram outros com

outras variáveis, todas elas com um ponto em comum: a busca de estilos

ideais. As diferenças eram a introdução de variáveis intervenientes situacionais

ou contingências tais como: características, necessidades, motivação do

liderado, natureza da atividade, condições do meio ambiente, e etc. Todos

esses modelos focalizavam a relação chefe/subordinado dentro do contexto da

organização, partindo do pressuposto de que o líder pode adquirir as

habilidades requeridas pela liderança eficaz através do treinamento.

As evidências empíricas indicam a ausência de dados suficientes que

comprovem a validade total e indiscutível de vários modelos estudados,

embora cada um deles tenha contribuído para esclarecer alguns aspectos

desta pertinente questão. Vê-se por isto, a necessidade de observar os tipos de

liderança.

1.3 Tipos de liderança

Embora não haja consenso entre os estudiosos a respeito da liderança

eficaz e das múltiplas variáveis que nela intervêm, todos concordam num ponto

central: sua importância para o desenvolvimento e a sobrevivência das

empresas produtoras de bens ou serviços, sejam elas públicas ou privadas.

A história, grande mestra da humanidade, tem demonstrado que a

utilização abusiva e inadequada do poder contextual através da coerção,

autoritarismo e distribuição de recompensas manipulativas que oprimem e

despersonalizam os seres humanos, começa a criar reações individuais e

coletivas em vários setores da sociedade, particularmente nas organizações.

O modelo de gerenciamento militar comanda pela autoridade; a

liderança empresarial precisa obter lealdade, alcançar comprometimento e

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18merecer respeito. Só assim poderá exercer atos influenciais que integrem os

indivíduos ao redor de objetivos comuns e ações coletivas.

Liderança, como já foi visto, é um fenômeno relacional, os atos

influenciais geram reações nos liderados e essas, por sua vez, estimulam

respostas nos líderes. O relacionamento entre líder e liberado não se dá,

entretanto, no vácuo, mas sim numa determinada realidade social que envolve

situações e contingência das mais variadas.

Líder e liderados atuam num cenário dinâmico de interações, permeadas

por intenções e finalidades limitadas em algum tipo de estrutura, como ó o caso

da empresa. Uma das alternativas para a análise da eficácia dos estilos de

liderança considerados é verificar como os atos de influências em termos da

energia despendida pelo líder e grau de controle que esse tem sobre o

liderado, atuam no grau de envolvimento desse último.

De acordo com o grande professor Chiavenato (2005), existem três tipos

de liderança, que são a liderança autocrática, liberal e democrática e estas

possuem algumas características:

Cronograma

de Trabalho

Liderança

Autocrática

Liderança

Democrática

Liderança

Liberal

Tomada de

Decisões

Apenas o líder

decide e fixa as

diretrizes sem

qualquer

participação do

grupo.

As diretrizes são

debatidas e decididas

pelo grupo que é

estimulado e assistido

pelo líder.

Total liberdade para

a tomada de

decisões grupais ou

individuais, com

participação mínima

do líder.

Programação

dos

Trabalhos

O líder determina

providências pra a

execução das

tarefas, uma por

O próprio grupo

esboça providências e

técnicas para atingir o

alvo com o

A participação do

líder no debate é

limitada

apresentando

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19

vez, na medida em

que são

necessárias e de

modo imprevisível

pra o grupo

aconselhamento

técnico do líder. As

tarefas ganham novos

contornos com os

debates.

apenas alternativas

ao grupo,

esclarecendo que

poderia fornecer

informações desde

que solicitada.

Divisão do

Trabalho

O líder determina

qual a tarefa que

cada um deverá

executar e qual

seu companheiro

de trabalho.

A divisão das tarefas

fica a critério do grupo

e cada membro tem

liberdade de escolher

seus próprios colegas.

Tanto a divisão das

tarefas quanto a

escolha dos colegas

ficam por conta do

grupo. Com

absoluta falta de

participação do

líder.

Participação

do Líder

O líder pessoal e

dominador nos

elogios e nas

críticas ao trabalho

de cada um.

O líder procura ser um

membro normal do

grupo. É objetivo e

estimula com fatos,

elogios ou críticas.

O líder não faz

nenhuma tentativa

de avaliar o curso

das coisas. Faz

apenas comentários

quando perguntado.

Fonte: CHIAVENATO, 2005.

As classificações postas no quadro anterior possuem algumas

diferenças das que se pôde perceber em algumas instituições administrativas

verificadas durante este estudo, nas quais, ao entender deste autor, deveriam

ser classificadas em outros parâmetros e codinomes, mas possuindo algumas

características das acima citadas, perceba a diferença entre os estilos e

diferenças de liderança.

CARACTERÍSTICAS DIFERENCIADORAS ENTRE GERENTES E LÍDERES.

Gerentes Líderes

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20

Administra Inova

É uma cópia É um original

Foco: sistemas e estruturas Foco: pessoas

Apoia-se no controle Inspira confiança

Visão de curto prazo Visão de longo prazo

Pergunta como e quando Pergunta o quê e por quê

Tem os olhos sempre nos limites Tem os olhos sempre no horizonte

Limita Dá origem

Aceita o status quo Desafia

É o clássico bom soldado É a sua própria pessoa

Faz certo as coisas Faz a coisa certa

1.4 Estilos de liderança

Existem diversos estilos, seria um erro afirmar que um estilo é melhor

que o outro, porque cada um deles é mais vantajoso em determinada situação.

- Líder Facilitador: Ajuda as pessoas a identificar seus valores e interesses.

- Líder Participativo: Colaboradores contribuem com as decisões.

- Líder Servidor: Atua ajudando a equipe onde for necessário, dando exemplo

de como deve ser feito e não simplesmente mandando fazer.

Liderança Situacional

O conceito de liderança situacional se baseia no princípio de que o estilo

de liderança a ser utilizado depende mais da situação que da personalidade do

líder. Não há um perfil ideal de líder, nem um estilo ideal de liderança e sim um

estilo ideal a cada situação. Assim, o líder precisa ter sensibilidade situacional,

isto é, precisa perceber o que se passa à sua volta, para utilizar a dimensão

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21apropriada do seu estilo básico, o que é considerado como flexibilidade de

estilo (REDDIN, 1989).

Desse modo, devido à falta da percepção, algumas pessoas são líderes

em algumas situações e não o são em outras.

Qualidades essenciais para ser um líder

Pode-se ser um Gerente e não conseguir ser um líder de equipe, para

unir as duas atribuições, algumas características são fundamentais em um

líder. Deve-se possuir as virtudes esperadas ou requeridas pela equipe de

trabalho (JORDÃO, 2004).

- Integridade: Qualidade fundamental, através dela as pessoas passam a

acreditar e a confiar no líder.

- Motivação: É a capacidade de definir metas pessoais e perseguí-las com

energia, entusiasmo e comprometimento com o trabalho.

- Empatia: Habilidade para perceber as reações de outra pessoa.

- Imparcialidade: Líderes eficientes não devem ter favoritos, tratar as pessoas

de forma igualitária e imparcial.

- Competência: Para ter o respeito da equipe o líder precisa demonstrar

competência técnica e administrativa.

- Criatividade: Capacidade de criar com antecipação, novos planos ou linha de

ação.

- Humildade: Saber ouvir e procurar ver como ajudar a todos para juntos

crescerem.

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22 Não se consegue ter todas as características, o que um bom líder deve

fazer é potencializar as boas características e desenvolver aquelas que julga

serem seus pontos fracos.

As Funções de Liderança

“Líder é o indivíduo no grupo, a quem é dada a tarefa de dirigir e

coordenar as atividades” (FIEDLER, 1967). Para tal, ele precisa cumprir certas

funções.

Definição da tarefa: As pessoas que integram a equipe têm noção sobre

o que deve ser feito, porém faz-se necessário que o objetivo da tarefa seja

claro, realista, possível de ser avaliado e limitado quanto ao tempo. Sem estes

objetivos a equipe pode chegar perto sem, no entanto, obedecer aos prazos e

aos custos. Cabe ainda ao líder esclarecer por que e o que fazer.

Planejamento: Planejamento é uma forma de imaginar como o objetivo

da tarefa será alcançado, orienta a equipe como, quando e quem faz o quê. O

planejamento exige controle, que é feito comparando o idealizado com o

realizado. Desta comparação o líder avalia a necessidade de alteração e

correção da rota. “Tudo que é bem planejado tem maior chance de sucesso”

(JORDÃO, 2004).

Instruções: “O que importa não é o que é dito, ou como é dito, porém

como é ouvido” (HUNTER, 2004). Portanto a clareza na comunicação do líder é

fundamental para que a tarefa seja realizada corretamente. Dar instruções é

delegar, e quando o líder delega alguma tarefa a alguém, está demonstrando

que confia nesta pessoa, porém é essencial que o líder dê apoio sem tirar a

responsabilidade da pessoa delegada.

Controle: Através do controle é que se garante que a energia da equipe

esteja canalizada para a execução da tarefa e que os recursos sejam usados

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23de maneira correta. É mais eficaz depender do controle baseado no

comprometimento da equipe do que no controle baseado na autoridade. Deste

modo o líder extrai os melhores resultados com o mínimo de recursos.

Avaliação: É efetuada durante toda a execução da tarefa. Avaliação e

controle andam juntos, pois toda vez que se checa o que foi realizado, o que

falta para fazer ou quanto tempo gastou para concluir, está se procedendo uma

avaliação. A avaliação, para ser eficaz deve ser justa e imparcial, lembrando

sempre a velha máxima: Elogie em público, critique em particular.

Motivação: “Processo que desperta, dirige e mantém um comportamento

que se orienta para um determinado objetivo” (GREENBERG, 1999). Para se

conseguir realmente motivar as pessoas é preciso que elas conheçam as

metas, os objetivos, que saibam aonde devem chegar e o porquê de quererem

chegar lá. Porém para tal, o líder precisa primeiramente estar motivado para só

então pensar em motivar a equipe. É desejoso que o líder procure focar as

virtudes dos membros da equipe, e trabalhar para que estas sejam

potencializadas. “Se você foca as fraquezas, consegue levar as pessoas até a

média. Mas quando foca nos pontos fortes, no que gostam de fazer, nos seus

talentos, aí você pode levá-los até a maestria” (LEIDER, 1986).

Organização: “Para ser um bom líder é necessário saber administrar o

tempo, pois se precisa de tempo para pensar e para as pessoas” (JORDÃO,

2004). A forma essencial de administrar o tempo reside na organização do líder

e esta deve ser uma prioridade na sua profissão, pois se o líder não souber se

organizar, fatalmente isto será refletido na equipe.

Ser exemplar: Não se deve esperar que as outras pessoas ouçam o seu

conselho e ignorem o seu exemplo. Líderes têm que dar exemplos. O sucesso

da liderança é a credibilidade. O líder deve sempre procurar cumprir o que

prometeu e não pedir a outrem que faça algo que o próprio líder não faria,

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24enfim, um bom líder deve prezar pela ética, consolidando desta forma uma

carreira sólida e respeitada.

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25

CAPÍTULO II

GESTÃO DE PROJETOS

O trabalho tem como objetivo expor os itens desejáveis que um Gerente

de Projetos como líder deve ter. Discutindo sobre características de um líder,

estilos e funções de liderança.

“Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um

produto , serviço, ou resultado exclusivo.”(GUIA PMBOK ,2004 , pág.5).

Sugerimos a troca da expressão : “ produto , serviço ou resultado exclusivo “

para “produto único” .

Um projeto é uma iniciativa que é única de alguma forma, seja no

produto que gera, seja no cliente do projeto, na localização, nas pessoas

envolvidas , ou em outro fator. Isto diferencia projetos de operações regulares

de uma empresa – a produção em série de margarinas é uma operação da

empresa, mas por outro lado, a criação de um móvel sob encomenda é um

projeto.

Em segundo lugar, um projeto tem um fim bem definido, ou seja, tem

um objetivo claro, que quando atingido, caracteriza o final do projeto. Isto faz

com que o desenvolvimento de um novo negócio, por exemplo, possa não ser

considerado um projeto.

2.1 Definição

Vários autores abordam a gestão de projetos, com ligeiras variações de

conceito:

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26Kerzner (1992), a gestão de projeto de relativamente curto prazo que foi

estabelecido para a concretização de objetivos específicos;

Turner (1994), refere que a gestão de projetos é um processo através do

qual um projeto é levado a uma conclusão. Tem três dimensões: objetivos

(âmbito, organização, qualidade, custo, tempo); processo de gestão (planejar,

organizar, implementar, controlar); níveis (integrativo, estratégico, táctico);

PMI (Project Management Institute) (2004), define gestão de projetos,

tão simplesmente, como sendo o processo através do qual se aplicam

conhecimentos, capacidades, instrumentos e técnicas às actividades do

projecto de forma a satisfazer as necessidades e expectativas dos diversos

stakeholders envolvidos no mesmo;

Reduzida à sua forma mais simples, e confinada a uma das suas nove

áreas do conhecimento (de acordo com o PMBOK), a gerência de projetos,

pode ser aplicado como disciplina de manter os riscos de fracasso em um nível

tão baixo quanto necessário durante o ciclo de vida do projeto, potenciando, ao

mesmo tempo, as oportunidades de ocorrência de eventos favoráveis do

projecto. O risco de fracasso, decorrente da ocorrência de ameaças, aumenta

de acordo com a presença de incerteza do evento, e da sua probabilidade de

ocorrência, durante todos os estágios do projeto. A variação da probabilidade

(P) de ocorrência dos riscos (sob a forma de ameaças ou oportunidades)

diminui, ao longo do ciclo de vida do projecto, aumentando o impacto (I) da

possível ocorrência do mesmo, na razão inversa, sem que seja,

necessáriamente, na mesma proporção. A relação entre estas duas variáveis

(PxI), é designada, na gestão dos riscos do projecto, como valor esperado (Ve),

e consiste numa medida de avaliação da importância e influência do risco, para

alcançar o objectivo do projecto em causa.

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27Um ponto-de-vista alternativo diz que gerenciamento de projetos é a

disciplina de definir e alcançar objetivos ao mesmo tempo em que se otimiza o

uso de recursos (tempo, dinheiro, pessoas, espaço, etc).

A gerência de projetos é frequentemente a responsabilidade de um

indivíduo intitulado gerente de projeto. Idealmente, esse indivíduo raramente

participa diretamente nas atividades que produzem o resultado final. Ao invés

disso, o gerente de projeto trabalha para manter o progresso e a interação

mútua progressiva dos diversos participantes do empreendimento, de modo a

reduzir o risco de fracasso do projeto, podendo arcar com qualquer ônus.

2.2 História da gerência de projeto

Como uma disciplina, a gerência de projeto foi desenvolvida de diversos

campos de aplicação diferentes, incluindo a construção civil, a engenharia

mecânica, projetos militares, etc. Nos Estados Unidos, o "pai" da gerência de

projeto é Henry Gantt, chamado o pai de técnicas do planejamento e do

controle, que é conhecido pelo uso do gráfico de barras como uma ferramenta

de gerência do projeto, para ser um associado às teorias de Frederick Winslow

Taylor de administração científica, e para seu estudo do trabalho e da gerência

do edifício do navio da marinha. Seu trabalho é o precursor a muitas

ferramentas de gerência modernas do projeto, tais como a WBS (Work

Breakdown Structure) ou EAP (Estrutura Analítica do Projeto) de recurso que

avalia o trabalho.

Os anos 1950 marcam o começo da era moderna da gerência de

projeto. Outra vez, nos Estados Unidos, antes dos anos 50, os projetos foram

controlados basicamente se utilizando os gráficos de Gantt, técnicas informais

e ferramentas. Nesse tempo, dois modelos de projeto matemático foram

desenvolvidos:

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281. Program Evaluation and Review Technique ou o PERT, desenvolvido

como a parte programa do míssil do submarino Polaris da marinha dos

Estados Unidos' (conjuntamente com o Lockheed Corporation);

2. Critical Path Method (CPM) desenvolvido em conjunto por DuPont

Corporation e Remington Rand Corporation para projetos da

manutenção de planta. Estas técnicas matemáticas espalharam-se

rapidamente em muitas empresas.

Em 1969, o Project Management Institute foi dando forma para servir ao

interesse da indústria da gerência de projeto. A premissa do PMI é que as

ferramentas e as técnicas da gerência de projeto são terra comum mesmo

entre a aplicação difundida dos projetos da indústria do software à indústria de

construção. Em 1981, os diretores do PMI autorizaram o desenvolvimento do

que se transformou em um guia de projetos o Project Management Body of

Knowledge, contendo os padrões e as linhas mestras das práticas que são

usados extensamente durante toda a carreira profissional do gestor de

projetos.

2.3 O gerente de projeto

Um projeto é desenvolvido pelo profissional denominado gerente de

projeto. Este profissional raramente participa das atividades diretas do projeto

que produzem os resultados. Sua função é gerenciar o progresso do

empreendimento e através das variáveis (qualidade, custo, prazo e âmbito)

verificar seus desvios. Desta forma, seu objetivo geral é proporcionar que as

falhas inerentes aos processos sejam minimizadas.

Um gerente de projeto tem que determinar e executar as necessidades

do cliente, baseado nos seus próprios conhecimentos. A habilidade de adaptar-

se aos diversos procedimentos pode lhe proporcionar um melhor

gerenciamento das variáveis e desta forma uma maior satisfação do cliente.

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29Em campo, um gerente de projeto bem sucedido deve poder imaginar o

projeto inteiro do seu começo ao seu término e desta forma assegurar que esta

visão seja realizada.

Qualquer tipo de produto ou serviço — edifícios, veículos, eletrônicos,

software de computador, serviços financeiros, etc — pode ter sua execução

supervisionada por um gerente de projeto e suas operações por um gerente de

operações.

2.4 Abordagens

Na indústria de informática, geralmente há dois tipos de abordagens

comumente utilizadas no gerenciamento de projetos. As abordagens do tipo

"tradicional" identificam uma sequência de passos a serem completados. Essas

abordagens contrastam com a abordagem conhecida como desenvolvimento

ágil de software, em que o projeto é visto como um conjunto de pequenas

tarefas, ao invés de um processo completo. O objetivo desta abordagem é

reduzir ao mínimo possível o overhead. Essa abordagem é bastante

controversa, especialmente em projetos muito complexos. Mesmo assim, tem

conquistado adeptos em números crescentes.

Nas últimas décadas, emergiram uma série de abordagens na indústria

em geral. Dentre essas abordagens se destaca a abordagem do PMBOK, que

tem se tornado um padrão de facto em diversas indústrias.

Abordagem tradicional

Na abordagem tradicional, distingue-se cinco grupos de processos no

desenvolvimento de um projeto:

1. Iniciação;

Page 30: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · fazer uma análise comparativa da liderança exercida até nossos dias por Jesus Cristo que é nosso maior exemplo de liderança

302. Planejamento;

3. Execução;

4. Monitoramento e controle;

5. Encerramento.

Nem todos os projetos vão seguir todos estes estágios, já que alguns

podem ser encerrados antes do inicialmente esperado. Outros projetos

passarão pelos estágios 2, 3 e 4 múltiplas vezes. O projeto ou empreendimento

visa a satisfação de uma necessidade ou oportunidade, definida no texto acima

como fase inicial na qual existem muitas áreas e/ou pessoas envolvidas.

Em geral sempre existe mais que uma solução ou alternativas para

atender às mesmas necessidades. A técnica usada para definir a solução final

passa pelo desenvolvimento de alternativas extremas. A primeira, de baixo

custo, que atende as necessidades mínimas para ser funcional. A segunda

tenta atender a maior parte das as exigências das diversas áreas envolvidas no

escopo, que resulta num projeto com custo muito maior e pouco competitivo. A

partir de ambas as alternativas é desenvolvida uma solução intermediária entre

as mesmas, que atende a uma boa parte das exigências com um custo

competitivo.

Vários setores utilizam variações destes estágios. Por exemplo, na

construção civil, os projetos tipicamente progridem de estágios como pré-

planejamento para design conceitual, design esquemático, design de

desenvolvimento, construção de desenhos (ou documentos de contrato) e

administração de construção. Embora os nomes difiram de indústria para

indústria, os estágios reais tipicamente seguem os passos comuns à resolução

de problemas (problem solving): definir o problema, balancear opções, escolher

um caminho, implementar e avaliar.

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31Para manter o controle sobre o projeto do início ao fim, um gerente de

projetos utiliza várias técnicas, dentre as quais se destacam:

• Planejamento de projeto;

• Análise de valor agregado;

• Gerenciamento de riscos de projeto;

• Cronograma;

• Melhoria de processo.

2.5 As Variáveis

Alguns empreendimentos necessitam ser executados e entregues sob

determinadas variáveis ou restrições. As variáveis principais também podem

ser denominadas como tradicionais. O gerenciamento de projetos tenta adquirir

controle sobre três variáveis:

• Tempo;

• Custo;

• Escopo.

Isto é conhecido também como "triângulo da gerência de projeto", ou

"triângulo de restrições" onde cada lado representa uma variável. Um lado do

triângulo não pode ser mudado sem impactar no outro. Como comentado

anteriormente, alguns profissionais entendem que a variável qualidade está

separada do escopo e o definem como sendo uma quarta variável,

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32considerando a, desta forma, como parte do triângulo de restrição triplo

expandido. Outros autores defendem, ainda, como sendo a terceira variável do

"triângulo de restrições", classificando o âmbito (escopo), como uma das áreas

do conhecimento - gestão do âmbito (PMBOK).

A restrição do tempo influencia o prazo até o término do projeto. A

restrição de custo informa o valor monetário incluído no orçamento disponível

para o projeto. Já a restrição do escopo designa o que deve ser feito para

produzir o resultado de fim do projeto. Estas três variáveis estão

freqüentemente competindo: o escopo aumentado significa tipicamente o

tempo aumentado e o custo aumentado, uma restrição apertada de tempo

poderia significar custos aumentados e o escopo reduzido, e um orçamento

apertado poderia significar o tempo aumentado e o escopo reduzido.

A disciplina da gerência de projeto trata de fornecer as ferramentas e as

técnicas que permitem a equipe de projeto, e não apenas ao gerente de

projeto, organizar seu trabalho para lidar com essas variáveis.

Tempo

O tempo requerido para terminar os componentes do projeto é

normalmente alterado quando se pretende baixar o tempo para execução de

cada tarefa que contribui diretamente à conclusão de cada componente. Ao

executar tarefas usando a gerência de projeto, é importante dividir o trabalho

em diversas partes menores, de modo que seja fácil a definição das condições

de criticidade e de folgas.

Custo

O Custo para desenvolver um projeto depende de diversas condições

iniciais disponíveis para o desenvolvimento de cada projeto tais como: taxas

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33labor, taxas materiais, gerência de risco, planta (edifícios, máquinas, etc),

equipamentos e lucro.

Escopo

São as exigências especificadas para o resultado fim, ou seja, o que se

pretende, e o que não se pretende realizar. A qualidade do produto final pode

ser tratada como um componente do escopo. Normalmente a quantidade de

tempo empregada em cada tarefa é determinante para a qualidade total do

projeto.

Essas variáveis podem ser dadas por clientes externos ou internos. A

definição dos valores das variáveis remanescentes fica a cargo do gerente do

projeto, idealmente baseada em sólidas técnicas de estimativa. Os resultados

finais devem ser acordados em um processo de negociação entre a gerência

do projeto e o cliente. Geralmente, os valores em termos de tempo, custo,

qualidade e escopo são definidos por contrato.

2.6 Padrões de gerência de projetos

Ao longo do tempo, houve diversas tentativas para desenvolver padrões

internacionais de gerência de projetos. Dentre elas, destacam-se:

• Project Management Body of Knowledge (PMBOK), um conjunto de

conhecimentos gerenciado pela organização Project Management

Institute. Tem-se tornado um padrão de fato em diversas indústrias;

• ISO 10006: 1997, Quality management - Guidelines to quality in project

management;

• PRINCE2™: Projects IN a Controlled Environment;

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34• Referencial Brasileiro de Competências (RBC), um dos conjuntos de

conhecimentos mais recentes sobre gerenciamento de projetos, aborda

além dos processos de gestão, competências Associação Brasileira de

Gerenciamento de Projetos (ABGP);

• [[IPMA Competence Baseline]] (ICB), edição mais recente do corpo de

conhecimento desenvolvido pelo International Project Management

Association, cuja representação no Brasil é realizada pela ABGP. Trata

do olho da competência em gerenciamento de projetos e tenta trazer à

área uma visão mais holística e inovadora do gerenciamento de

projetos.

O que é Gerenciar um Projeto?

Gerenciar, administrar, coordenar ou gerir um projeto é a aplicação de

técnicas, conhecimento e habilidades para garantir que um projeto tenha

sucesso.

E gerenciar um projeto envolve desde iniciá-lo até finalizá-lo, passando

pelas etapas de planejamento, execução e atividades de controle.

Muitos de nós – senão todos – já coordenaram projetos ao menos uma

vez. E o que foi feito para gerenciar o projeto? É possível que um projeto seja

gerenciado apenas utilizando-se o bom senso ou boas práticas herdadas de

colegas, é possível que outro projeto seja gerenciado apenas usando-se

algumas ferramentas como o Microsoft Project, e também é possível que ele

seja gerido utilizando-se técnicas adequadas para cada uma das suas fases.

O PMI compilou as melhores práticas de gerenciamento de projetos

utilizadas ao redor do mundo, que são aplicadas em projetos de tamanhos e

áreas diferentes, e montou uma publicação, chamada PMBOK – Project

Management Body of Knowledge.

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35Esta publicação contém inúmeros processos de trabalho, cada um com

um conjunto de técnicas e ferramentas, para serem usadas ao longo das cinco

fases de um projeto, que, como foi mencionado, são: iniciação, planejamento,

execução, controle e finalização.

Este conjunto de processos e técnicas é mundialmente aceito como

sendo um padrão bastante razoável para se aplicar em projetos de todos os

tipos e tamanhos, e é considerado um conjunto de técnicas modernas de

gerenciamento de projeto.

O que se ganha ao aplicar estas técnicas? Aumenta-se

significativamente a probabilidade de seu projeto atingir os objetivos para o

qual ele foi criado, dentro do prazo estipulado, e dentro do custo esperado. E

isso já é um grande benefício, uma vez que é fato que a maioria dos projetos é

concluída em atraso e com custo acima do previsto.

Os processos de trabalho foram organizados pelo PMI em nove áreas

do conhecimento. Por exemplo, a gestão do escopo é uma destas áreas, e

trata de todos os processos envolvidos para iniciar o projeto, planejar o escopo

do projeto, definir como as alterações de escopo serão tratadas ao longo do

projeto, controlar o escopo e assim por diante.

De forma análoga, a gestão de custos é outra área de conhecimento,

que trata da realização de estimativas de custos, da criação de orçamentos, de

técnicas para se controlar os custos do projeto, etc...

Outra área de conhecimento lida com o gerenciamento de riscos no

projeto, e envolve a identificação, a classificação e priorização de riscos, assim

como a definição de estratégias a serem adotadas para cada situação que

envolve risco.

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36As demais áreas de conhecimento são: gestão integrada do projeto,

gestão de prazo, gestão de recursos humanos, gestão da qualidade, gestão da

comunicação, e gestão das aquisições (procurement).

Da mesma forma que existem técnicas para executar cada atividade

dentro do processo de gerenciamento de projetos, existem ferramentas para

auxiliar as atividades de gestão de projetos, e há ferramentas bastante

sofisticadas, como alguns softwares bastante conhecidos, como Microsoft

Project, os pacotes da empresa Primavera, Timecontrol, ABT, entre outros

inúmeros aplicativos de apoio à gestão de projetos existentes no mercado.

Cuidado deve ser tomado para não aproveitar a facilidade com que são

gerados os primeiros resultados em determinados softwares, e considerar o

simples uso do software como sendo uma prática completa de gerenciamento

do projeto.

Isto significa que, por mais que um software seja sofisticado, se ele não

for bem “pilotado”, ou seja, se não houver conhecimento teórico, conceitual,

que extrapole os limites do software, existe o risco de cair no que é chamado

de GIGO – garbage in, garbage out, ou seja, em uma tradução livre, “se entra

lixo, sai lixo”.

Corremos o risco de estar colocando “lixo” no software, e por

conseqüência , extraindo “lixo” dele.

Aliás, algumas das técnicas modernas de gestão de projetos nem

requerem o uso de ferramentas sofisticadas, por exemplo, na definição da

estrutura analítica do projeto – um dos processos da fase de “planejamento”,

da área de conhecimento “gestão de escopo” – é mais apropriado utilizar folhas

de flip chart e adesivos (como post-its), do que ferramentas computacionais.

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37Lembremos sempre que o gerenciamento de projetos envolve lidar com

pessoas a todo momento – a equipe do projeto, o cliente, quem financia o

projeto, outras áreas envolvidas, fornecedores, entre outros, e isto requer

habilidades que vão além do simples uso de softwares.

Estas breves explicações devem ter introduzido o assunto, esclarecido

algumas dúvidas e apresentado o grande espaço existente nas organizações

para se aplicar as técnicas modernas de gestão de projetos.

É importante ter consciência de que muito há para se apresentar sobre o

tema ainda, muitas são as técnicas de gerenciamento de projetos existentes e

que podem ser utilizadas pelas empresas.

E os benefícios de se utilizar os conceitos modernos de gestão de

projetos vão da melhor utilização dos recursos da empresa, redução no tempo

de colocação de novos produtos no mercado, melhor controle e consequente

redução dos custos envolvidos nos projetos, e, culminam, obviamente, na

maior satisfação do cliente do projeto e de todas as outras pessoas envolvidas

com o projeto.

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38

CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NA

GESTÃO DE PROJETOS

O PMBOK afirma que “compreender e aplicar o conhecimento, as

ferramentas e as técnicas reconhecidas como boas práticas, não é suficiente

para um gerenciamento eficaz.”.

Um gerente de projetos deve ser também um líder. Além das habilidades

pessoais e técnicas de gerenciamento, é fundamental o conhecimento do

assunto referente ao projeto. Exemplo, em um projeto de engenharia, o gerente

de projeto tem que ter conhecimento técnico do assunto, caso contrário como

ele poderá ser líder e indicar a direção a ser seguida pela equipe que executará

o projeto?

É preciso ter em mente que liderar não é gerenciar. Lideram-se pessoas

e gerenciam-se coisas. Para ser um bom líder é preciso dar para receber, ouvir

para ser ouvido, tratar a sua equipe como você gostaria de ser tratado, pois

desta forma haverá harmonia no ambiente de trabalho, além de um melhor

desempenho de seus colaboradores. O verdadeiro líder é facilmente

reconhecido pela forma como conduz sua equipe, exercendo influência

pessoal, motivando-a a ser forte, fazendo-a trabalhar em um objetivo comum,

de boa vontade e de bom grado. Uma característica fundamental de um líder é

saber equilibrar o uso do poder e da autoridade, lembrando sempre do lado

humano e do bom relacionamento com sua equipe, identificando suas

exigências físicas ou psicológicas.

O líder não pode se considerar um ser superior perante os seus

colaboradores, deve sim, integrar-se à sua equipe , sem divisão de poder.Não

deve fazer uso de seu posto ou cargo para liderar, pois será tido como um líder

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39ditatorial, fazendo uso do poder que possui, causando temor às pessoas, por

meio de ameaças e coação. Este líder não sobreviverá com o passar do tempo.

Sua equipe o obedecerá por temer a perda de emprego e não por estar feliz e

motivada a fazer o que ele ordena, gerando uma insatisfação constante no

ambiente de trabalho, o qual deve ser um ambiente seguro, onde as pessoas

possam cometer erros sem o medo de receber advertências de forma

grosseira. Para conseguir disciplina no ambiente de trabalho, deve existir

orientação e treinamento, não punição. Outrossim, o líder também não pode

ser paternalista, ou seja, aquele que faz tudo sozinho, por ser muito afável e

não se impor perante sua equipe, distribuindo uniformemente as atividades

para atingir os objetivos da empresa, trabalhando junto com ela. Deve ser

ponderado, manter um equilíbrio hierárquico e ser democrático. Um líder deve

conduzir sua equipe, com palavras e ações, inspirando segurança, por possuir

uma visão mais abrangente, orientando-a para o caminho certo a ser seguido,

que ele conhece bem e melhor, além de identificar as suas necessidades e

satisfazê-las, por meio do diálogo, amizade e compreensão e ter uma

consciência crítica bem desenvolvida. Deve incentivar e dar condições para o

desenvolvimento da equipe, planejando e organizando ações para ajudar a sua

formação e, desta forma, remover as barreiras existentes, criando pontes para

que possam servir aos clientes e atingir seus objetivos. É preciso agir para

obter bons resultados. O que o líder dá aos liderados, normalmente, é o que

ele recebe em troca, mantendo, assim, sua equipe como sua aliada e,

principalmente, trabalhando efetivamente como equipe, aumentando a auto-

estima das pessoas, fazendo-as sentirem-se satisfeitas consigo.

Não atua isoladamente, e não procura destacar-se, os resultados é que

se destacam. Conduz e estimula formando um time unido, que joga em

conjunto, forma uma equipe unida, usando o poder de persuasão e influência

sobre as pessoas sem precisar apelar para o uso do poder ditatorial e recebe

mútua colaboração, onde todos produzem o seu melhor.

Para que o gerenciamento de projetos seja eficaz, é necessário um

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40entendimento das forças motivacionais e de liderança maior que em qualquer

outra forma de organização do trabalho. A capacidade de construir equipes de

projeto, motivar pessoas e criar estruturas organizacionais que conduzam à

inovação e a um trabalho eficaz requer sofisticadas habilidades interpessoais e

organizacionais.

Não existe fórmula mágica para o sucesso em gerenciamento de

projetos. Entretanto , muitos gerentes seniores concordam que o

gerenciamento eficaz de atividades multidisciplinares requer um entendimento

da integração entre os elementos organizacionais e comportamentais para

construir um ambiente que atenda às necessidades motivacionais da equipe e

que leve efetivamente à complexa integração do projeto ao longo de suas fases

multifuncionais.

3.1 Forças motivacionais em gerenciamento de projetos

Entender as pessoas é importante para o gerenciamento eficaz de

equipes dos desafiantes projetos atuais . Os gerentes que conseguem sucesso

nesses ambientes , muitas vezes desestruturados, enfrentam muitos desafios.

Internamente , eles precisam estar aptos para lidar de forma eficaz com uma

variedade de interfaces e dar suporte a pessoas sobre as quais eles tem pouco

ou nenhum controle . Externamente , os gerentes precisam lidar com

mudanças rápidas e constantes na tecnologia , mercados, regulamentos e

fatores socio-econômicos .Mais que isso , os métodos tradicionais de

administração baseada na autoridade, de medida de desempenho e de

controle são impraticáveis nestes ambientes contemporâneos.

Os gerentes de projeto precisam percorrer as linhas funcionais da

empresa para conseguirem o suporte necessário, principalmente quando

trabalham em uma estrutura matricial. O gerente precisa tornar as equipes

multidisciplinares em grupos de trabalho coesos e lidar com a variedade de

interfaces como departamentos funcionais, grupos de suporte, clientes e alta

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41administração. Este é um ambiente de trabalho onde o poder gerencial é

compartilhado por vários indivíduos. Na organização tradicional, a posição de

poder emana basicamente da autoridade legítima, da recompensa e punição.

Em contrapartida, os gerentes de projeto precisam construir sua própria base

de poder , porém a partir de outras fontes. Confiança, respeito, credibilidade e

imagem são os alicerces de poder e influência de um facilitador de um

ambiente de trabalho profissionalmente estimulante.

A definição de motivação é algo interessante e que possui muitas

conotações, alguns administradores especialistas em recursos humanos,

definem como motivação:

(...)a motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e

persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada

meta e cumpra determinados objetivos. (ROBBINS 2002, p. 112)

Em consonância com este conceito, define-se como conceito de

motivação:

A preocupação e a busca de explicações para a insatisfação do

trabalhador em relação a seu trabalho têm sido temas constantes em várias

pesquisas efetuadas por cientistas do comportamento humano. Torna-se difícil

ignorar o grau de alienação do homem em relação ao trabalho que executa nas

organizações. (ABBOUD, 1980, p. 18)

Por outro lado, o que se entende é que parece difícil existir uma ligação

entre este nível de alienação e a motivação humana, interferindo no aumento

ou diminuição da produtividade. Em outras palavras, quanto maior for à

alienação do homem em relação ao trabalho que executa mais difícil se torna o

ato de motivá-lo para o mesmo.

Historicamente pode-se afirmar que a introdução do estudo do

comportamento humano no contexto industrial vai acontecer através de Mayo e

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42seus colegas da Universidade de Harvard quando do desenvolvimento da

pesquisa na Western Electric Company, de Hawthorne, em 1927.

Dentre os autores que se preocuparam com o tema satisfação no

trabalho podemos citar Herzberg (1959, p. 57), que sugeriu "uma distinção

entre fatores higiênicos e fatores de motivação no trabalho". Maslow (1970. p.

15), por sua vez, formulou sua "hierarquia das necessidades, partindo das

necessidades mais básicas em relação ao ato de sobreviver, chegando até a

necessidade de auto-realização". Pode-se citar ainda as duas visões distintas

do ser humano: uma basicamente negativa, chamada de Teoria X, e outra

basicamente positiva chamada de Teoria Y proposta por Douglas McGregor

(1960, p. 13).

Coloca-se aqui que embora algumas atividades humanas aconteçam

sem motivação, praticamente quase todos os comportamentos conscientes são

motivados ou possuem uma causa. O trabalho do gerente é identificar os

impulsos e as necessidades dos empregados, canalizando o comportamento

deles para o desempenho das tarefas. O conhecimento das forças

motivacionais ajuda os administradores a compreenderem as atitudes de cada

empregado no trabalho. Pode então lidar com cada empregado de maneira

particular, levando em consideração o impulso motivacional mais forte em cada

caso.

Seguindo um entendimento parecido outro professor explica que:

O fenômeno motivacional pode ser entendido, genericamente, como

sendo uma fonte de energia interna que direciona ou canaliza o

comportamento do indivíduo na busca de determinados objetivos. Este estado

interno que energiza o comportamento está diretamente relacionado com as

necessidades de cada pessoa, necessidades estas que variam de indivíduo

para indivíduo, em razão das diferenças individuais inerentes ao próprio ser

humano. (ARAÚJO, 1985, p. 37)

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Bergamini (1997, p. 98) ainda confirma estas diferenças quando afirma

que "a motivação cobre grande variedade de formas comportamentais". A

diversidade de interesses percebida entre os indivíduos permite aceitar, de

forma razoavelmente clara, que as pessoas não fazem as mesmas coisas

pelas mesmas razões. É dentro desta diversidade que se encontra a principal

fonte de informações a respeito do comportamento motivacional, por paradoxal

que isto possa parecer.

(...) propõe-se que de um modo geral o grau de satisfação no trabalho

manifestado por um indivíduo pode ser afetado pelas características do

trabalho, do indivíduo, do ambiente de trabalho, do ambiente social e do

ambiente organizacional. (KORDA, 1986, p. 213)

Para finalizar vamos citar Archer (1997, p. 51) que afirma que a tarefa de

induzir comportamento positivo deverá tornar-se mais fácil, caso o verdadeiro

relacionamento entre motivação, satisfação e comportamento seja claramente

compreendido.

3.2 Fatores que geram motivação

Vários fatores têm que ser analisados pela figura do líder dentro das

empresas e/ou organizações, que inspirado nos preceitos de Teoria Geral da

Administração (TGA) e que são elencados e discutidos por alguns teóricos do

presente tema, como o professor Chiavenato (2000, p. 394), o professor

Araújo(1985, p. 287), dentre outros, que em suma, os citam da seguinte forma:

Trabalho interessante. Desafio, autonomia e variedade de tarefas. A

cada novo projeto os colaboradores têm que elaborar pelo menos um

"desenho" que eles nunca fizeram e que tenha um grau de dificuldade maior do

que aqueles já elaborados anteriormente. Com isto eles exercitam o ato de

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44liderar, funcionando também como um treinamento para aqueles que desejam,

e têm potencial, para assumir o posto de coordenador de projetos.

Auto-Realização. Sendo este um sentimento que brota de dentro das

pessoas quando elas reconhecem a utilidade e os resultados do próprio

trabalho, cabe a aos líderes (administradores) a função de mostrar ao

colaborador que o trabalho foi realizado a contento. Para suprir esta

necessidade, sugere-se ao final de um projeto um relatório de encerramento

para que todos possam ver, em números, a qualidade do projeto.

Reconhecimento. Este é um dos pontos de maior importância, muito

valorizado pelos colaboradores. O pleno reconhecimento do trabalho realizado

é difícil de alcançar. Mesmo quando se está satisfeito com o trabalho realizado

por uma pessoa, há que se ter sabedoria para transmitir adequadamente esta

informação. Procurar elogiar sempre quem flagrar os membros da equipe

fazendo algo ótimo.

Segurança. A falta de estabilidade no emprego é um fator motivador

nos dias de hoje. Costuma-se dizer às pessoas que lá trabalham que sempre

há lugar para profissionais competentes e que devemos buscar a excelência

em nossas atividades para que, com o recebimento de novos pedidos,

mantenhamos nosso emprego.

Diálogo de Desenvolvimento. O "feedback", principalmente o positivo,

é um grande impulsionador de motivação.

Desenvolvimento Pessoal e Treinamento. A oportunidade de adquirir

conhecimentos e habilidades associadas ao cargo também é muito valorizada,

na medida que elevando a capacitação técnica e administrativa das pessoas,

elas consideram-se mais capazes para exercer a função, aumentando a auto-

estima. Além disto, por terem sido convocadas para um treinamento, acreditam

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45que a empresa está investindo nelas por serem competentes ou por terem

potencial, o que desperta a motivação.

Esta competência também pode ser vista, como uma forma de manter

um bom curriculum, o que significa aumentar a empregabilidade interna ou no

mercado. O treinamento é com certeza o ponto forte da política de recursos

humanos de qualquer empresa que queira motivar seus funcionários. A chefia

direta tem por obrigação identificar as necessidades de treinamento de seus

funcionários e planejar os recursos necessários.

Remuneração. Uma boa remuneração (salário) não desperta

normalmente motivação nos colaboradores por um longo período. Porém um

salário abaixo da média do mercado ou, pior ainda, abaixo dos colegas da

empresa que exercem funções semelhantes sem diferenças gritantes de

desempenho, é um dos principais fatores desmotivadores. Para evitar isto,

como instrumento de apoio, a empresas deve desenvolver pesquisa de

mercado para acompanhar a gestão de remuneração, procurando-se, com isto,

manter a empresa competitiva. Os segmentos pesquisados deve referir-se às

empresas do mesmo ramo de atividade, porte e localização geográfica.

Promoção e crescimento na organização. Com a política de redução

de níveis hierárquicos adotada por praticamente todas as grandes e médias

empresas de qualquer ramo de atividade, ficou ainda mais difícil oferecer

promoções ou crescimento dentro das organizações como fator motivador ou

de retenção de talentos. Para contornar este problema é necessário que a

empresa adote uma carreira Y.

Quando um profissional chega a um estágio de sua carreira onde já não

desempenha mais uma atividade técnica ou administrativa corriqueira e, por

outro lado, não há espaço para ascensão profissional em nível gerencial, ele é

promovido a consultor ou especialista. São cargos que se caracterizam pela

aplicação de tecnologia específica ou pelo desempenho de atividades de apoio

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46que requerem conhecimentos especializados. A atuação deve ser feita de

forma independente ou através da liderança técnica de uma pequena equipe

de colaboradores.

Condições de trabalho. Uma boa condição de trabalho é um ponto

indiscutível para gerar motivação. A empresa deve organizar seu ambiente de

acordo com a atividade desempenhada de maneira a oferecer a seus

colaboradores o melhor ambiente.

Colegas. Serem colegas amistosos e colaboradores não é algo que o

coordenador possa exigir dos membros de sua equipe mas o tema deve ser

sempre abordado nas reuniões mensais e, até mesmo, no recrutamento de

novos colaboradores, este é um quesito considerado. A empresa não pode

obrigar pessoas a serem amigas, mas deve promover um ambiente saudável e

disponibilizar áreas de lazer para que estas amizades sejam cultivadas e

aprofundadas.

Benefícios: É também, a exemplo da remuneração - pois não deixa de

ser um salário indireto, um fator de desmotivação se não estiver equiparado às

funções equivalentes dentro ou fora da empresa.

Status: Símbolos que deixam claro a importância do cargo ocupado. As

pessoas que valorizam este tipo de benefício são, neste departamento, cada

vez mais raras. Mesmo dentre aquelas que valorizam este não foi apontado

como um fator alavancador de motivação.

Sugestões para melhoramento: Programas participativos. A opinião do

funcionário é importante e as suas sugestões para melhoria devem ser

realmente consideradas e premiadas. A iniciativa deve ser valorizada através

de um sistema de envio de sugestões para melhoramento.

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47Estimular o estrategismo: Sempre que se tenta influenciar o

comportamento de outras pessoas, envolve-se em um ato de liderança.

Portanto, liderança é um ato de influência. Caso tenha-se interesse em

desenvolver os recursos humanos e criar um ambiente motivador, que resulte

em altos níveis de produtividade e traga satisfação às pessoas a curto e longo

prazo, então precisa-se pensar no estilo de liderança, priorizando as atividades

e atitudes que induzem um comportamento positivo nos colaboradores. Abaixo

alguns exemplos praticados de como despertar a motivação nas pessoas

através da liderança.

Estabelecer objetivos claros: Todos devem ter clareza de

entendimento do que seja o trabalho da equipe, e porque ele é importante. Os

objetivos devem ser desafiadores, porém atingíveis, mutuamente acordados, e

ter relação direta com a visão da equipe. Cada membro deve compreender o

seu papel nesta realização.

Empoderamento: Criar confiança dos membros na capacidade da

equipe de superar obstáculos e atingir os objetivos. O mútuo respeito faz com

que todos compartilhem as responsabilidades, ajudando-se mutuamente,

tomando a iniciativa para ir de encontro aos desafios. As políticas,

regulamentos e processos devem permitir aos membros executar suas tarefas

com facilidade. Os colaboradores devem ter a oportunidade de desenvolver e

aprender novas habilidades. Faz-se também necessária uma sensação de

poder individual e coletivo.

Relacionamento e Comunicação: Deve-se manter aberta a

comunicação, e os membros da equipe devem poder expressar suas opiniões,

pensamentos e sentimentos sem receio das conseqüências. Saber ouvir deve

ser considerado tão importante quanto falar. As diferenças de opinião e

perspectiva devem ser devidamente valorizadas. Através de "feedback"

sincero, demonstrativo de interesse genuíno, os colaboradores conscientizam-

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48se de suas forças e fraquezas. Propiciar uma atmosfera de confiança e

integração.

Reconhecimento e Apreço: As realizações individuais e as da equipe

devem ser reconhecidas freqüentemente pelo líder, celebrando-se as etapas,

realizações e eventos. Os colaboradores devem sentir-se altamente

prestigiados dentro da equipe, ficando imbuídos de um senso de realização

pessoal em relação à equipe e pelas próprias tarefas.

Moral: O líder deve ser entusiasta em relação ao trabalho da equipe, e

deve transmitir aos outros o orgulho de ser um membro esta equipe. Deve

ainda manter a confiança e o empenho, sendo otimista em relação ao futuro.

Estas atitudes elevarão o moral dos demais membros.

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CONCLUSÃO

Por tudo que foi exposto, nota-se que exercer o papel de líder não é

tarefa fácil. Depende das percepções pessoais e situacionais, dos

relacionamentos.

É errado pensar que a pessoa nasce líder, nato, o que se defende é que

para se tornar líder é preciso, de maneira contínua, muito estudo, dedicação,

vontade e motivação para se alcançar a excelência e a realização profissional.

Os aspectos apontados são as estratégias encontradas para exercer

uma liderança motivacional eficaz em uma empresa. Para manter uma sólida

posição de liderança, precisa-se entender que qualquer organização seja ela

uma nação, cidade ou empresa privada, recebe aceitação explícita ou implícita

dos grupos que são afetados por sua existência, ou seja, os resultados que

dizem respeito à liderança quer sejam eles positivos ou negativos estão

atrelados à aceitação das pessoas que se relacionam com ela.

Para que se possa implantar, desenvolver, conduzir e gerir uma

liderança eficaz se faz necessário o entendimento da mesma, uma vez que se

tem como diretriz, um líder, o qual conduzirá os demais componentes da

organização, a sucumbir às expectativas anteriormente expostas a eles em

forma de objetivo, aprendizagem ou meta. Portanto, pode-se dizer que neste

caso, a liderança é vista como uma forma explícita de entendimento.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

LIDERANÇA 09

1.1 – A História da Liderança 09

1.2 – Conceito de Liderança 13

1.3 – Tipos de Liderança 17

1.4 – Estilos de Liderança 20

CAPÍTULO II

GESTÃO DE PROJETOS 25

2.1 – Definição 25

2.2 – História da Gerência de Projeto 27

2.3 – O Gerente de Projeto 28

2.4 – Abordagens 29

2.5 – As Variáreis 31

2.6 – Padrões de Gerência de Projetos 33

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CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NA GESTÃO DE PROJETOS 38

3.1 – Forças Motivacionais em Gerenciamento de Projetos 40

3.2 – Fatores que Geram Motivação 43

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA 50

ÍNDICE 54

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – Instituto a Vez do

Mestre.

Título da Monografia: A Importância da Liderança na Gestão de Projetos.

Autora: Vanessa Pedrosa da Silva Gomes

Data da Entrega: 12/01/2011

Avaliado por: Prof. Nelson Magalhães Conceito: