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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
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O Deficiente Auditivo e sua
Inserção no Mundo Oralizado
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Por: Anita Verçosa Lins Silva
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Orientador
Prof. Mary Sue
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
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O Deficiente Auditivo e sua
Inserção no Mundo Oralizado
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Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Educação Inclusiva
Por: Anita Verçosa Lins Silva
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AGRADECIMENTOS
Em 1º lugar agradecemos a Deus por nos dar a oportunidade de presenciar o
desenvolvimento pessoal e profissional da Letícia (perda auditiva profunda)
depois de muita garra e persistência. È um momento de muita emoção.
Hoje está terminando o Curso de Analise e Desenvolvimento de Sistemas e
acabou de fazer o Implante Coclear e está aguardando o momento da
ativação. É um momento único de toda família.
Agradeço a minha mãe Noemia e a todos os professores e amigos que
de alguma forma contribuíram para os meus estudos.
4
DEDICATÓRIA
“A maior deficiência é da alma e do coração de quem não quer ver a essência
do Ser e de quem não quer ver a si mesmo”
Ao meu filho LÍVIO... Já não vive entre nós... Que mudou a minha forma de ver
o mundo e também a LETÍCIA e LÍGIA que souberam com sabedoria
compreender e apreender a essência daquele momento. E também aprender a
grande LIÇÃO DE VIDA que seu irmão veio proporcionar a todos nós.
5
RESUMO
É com enorme satisfação que apresento esta Monografia. Este
estudo pretende contribuir principalmente aos pais de crianças portadores de
Necessidade especiais dando ênfase aos surdos.
Pretendemos demonstrar através deste trabalho em sua primeira
parte um apanhado geral sobre a natureza e causas da surdez. Inclui também
uma discussão ampla sobre a pessoa surda sendo inserida no mundo
oralizado e as mudanças que ocorrem da vida do surdo oralizado, não
esquecendo que o surdo é uma pessoa real, que pensa e se expressa, sem
nunca esquecer, porém das características individuais e únicas de cada
sujeito.
Podemos dizer ainda que um surdo oralizado é aquele indivíduo que
teve grande apoio de um fonoaudiólogo, família, escola ,se esforçou e se
esforça até hoje em sua aprendizagem. Conheceu Libras, aprendeu, conviveu
com vários surdos como ele e fez a escolha de falar mesmo que não possua
uma pronuncia perfeita, porém consegue se comunicar bem com os ouvintes.
Tudo isto é uma questão de opção de vida. O importante é ser feliz oralizado
ou não.
Porém existem surdos que por questão de escolha ou opção
familiar se identificam com a Língua Brasileira de Sinais A LIBRAS é capaz de
expressar idéias sutis, complexas e abstratas. Os seus usuários podem discutir
filosofia, literatura ou política, além de esportes, empregos, moda, etc. A
LIBRAS PODE EXPRESSAR POESIA E HUMOR. Como outras línguas,
LIBRAS aumenta o vocabulário com novos sinais introduzidos pela
comunidade surda em resposta da mudança cultural e técnica.
Este estudo informa também os diferentes tipos de surdez.
Mostrará a importância para a vida dos surdos das novas tecnologias e as
mudanças que ocorrem em suas vidas.
6
Principalmente o Implante Coclear que veio revolucionar com a vida
dos surdos... E as emoções dos primeiros sons na vida do surdo...
Acreditamos que este estudo enriquecerá enormemente o conhecimento a
respeito de pessoas portadoras de deficiência auditiva, trazendo novos dados,
estimulando reflexões e indagações, e quem sabe, indicando um novo
caminho para todos aqueles que de uma forma ou de outra, por razões
pessoais ou profissionais, estão envolvidos com pessoas surdas.
7
METODOLOGIA
Este estudo sobre a Deficiência Auditiva (profunda) teve por base a
leitura de vários textos sobre o assunto abordado. Conversa com várias
pessoas surdas que fazem uso de Libras e outros surdos oralizados usuários
de Implante Coclear. Pesquisa em sites, revistas e relato de uma
Fonoaudióloga com grande experiência em trabalhar com surdos.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - O QUE É UM SURDO ORALIZADO. 11
CAPÍTULO II - DIVULGAÇÃO DA LIBRAS. 24
CAPÍTULO III – OS DIFERENTES TIPOS DE SURDEZ 28
CAPÍTULO IV – AS NOVAS TECNOLOGIAS MUDANDO 37
A VIDA DOS SURDOS.
CONCLUSÃO 39
ANEXO 40 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41
ÍNDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO 44
9
INTRODUÇÃO
Este estudo tem por base demonstrar que o individuo independente
da deficiência que tenha, tem condição de se desenvolver desde que lhe seja
dado as oportunidades.
O surdo Através de várias técnicas especiais pode restaurar ou
adquirir a comunicação tanto expressiva como receptiva.
Assim respeitando-se as diferenças individuais pode ser
desenvolvido um trabalho, visando incentivar o surdo a usar diferentes
possibilidades comunicativas: linguagem oral, língua de sinais, alfabeto
manual.
Considerando-se o grau de perda auditiva e o tipo de deficiência,
todas as metodologias enfatizam a necessidade de se estimular, ao máximo, a
audição residual.
Assim, objetivando desenvolver a percepção sonora e a utilização
funcional da audição, o trabalho de estimulação auditiva é iniciado após a
avaliação do profissional especializado e sob sua orientação.
“Não há barreiras que o ser humano não possa transpor.”
Para que o surdo possa se integrar na sociedade nas mesmas
condições do ouvinte, são necessários vários anos de terapia. Sendo
fundamental a época do inicio da mesma, a idade cronológica do surdo e a
eficiência da terapia utilizada.
Podemos demonstrar ainda que o indivíduo surdo e o ouvinte têm
as mesmas condições intelectuais, quando realizado um bom trabalho de
oralização, com o uso do aparelho de amplificação sonora individual, ou ainda
o Implante coclear.
Outro fator muito importante é a participação da efetiva da família.
Com o apoio de um bom fonoaudiólogo o surdo pode surpreender a todos,
10
mesmo que seja portador de uma surdez profunda, possibilitando dessa forma
à inclusão do surdo na sociedade.
11
CAPÍTULO I
O QUE É UM SURDO ORALIZADO
1 – Antes de falarmos sobre o surdo oralizado, temos que saber o que é
surdez?
É a ausência, dificuldade, inabilidade para ouvir, sons específicos
(tons puros), ambientais (ruídos familiares), e os sons da fala humana (tons
complexos).
Dessa forma, podemos dizer que a audição está ligada a um
comportamento auditivo e a integridade neurológica, biopsicológica e perfeita
função das estruturas auditivas centrais e periféricas.
A prevenção da Surdez pode e deve ser iniciada num Posto de
Saúde, Escolas, Jornais, Revistas, e nos mais difundidos meios de
Comunicação: Rádio e TV.
Nestes meios de divulgação, a Saúde deveria ter o lugar de
prestígio que tem as propagandas de cigarro, bebidas, etc.
Sob os aspectos físico e mental, o surdo pode apresentar
deficiências que provocam prejuízos irreparáveis em suas capacidades se não
forem combatidas e sujeitas a um processo de recuperação desde cedo. Não é
objetivo deste estudo o relato minucioso desses aspectos. As informações
dadas, a seguir, tem como finalidade apresentar noções fundamentais da
capacidade física e mental do surdo, conhecimento indispensável à elaboração
de quaisquer estudos sobre os mesmos.
Aspetos físicos
Muitas são as deficiências físicas que podem ser provocadas pela
surdez:
a) Lesões cerebrais
A lesão cerebral, além da própria surdez, é, segundo alguns
estudiosos (Perelló e Tortosa, 1978, 67). Uma deficiência que pode ter sérias
12
conseqüências no desenvolvimento do indivíduo. Scuri afirma que, a despeito
da aparente normalidade anatômica, há uma evolução evidente no córtex
cerebral. Hamberger, Floberg e Hyden, através da fotografia
microespectroscópica, encontraram uma concentração de proteínas deficiente
nas áreas correspondentes à audição; existe uma diminuição de fibras
nervosas do nervo acústico, as células ganglionares são poucas, de tamanho
reduzido e pigmentação anormal; registraram, também, redução de proteínas
no plasma.
Perelló e Tortosa (1978, 67), baseados nestas informações são
categóricos:
,A atrofia parcial por falta de uso de uma grande zona cerebral
determina um desequilíbrio na estrutura do circuito neuropsicoassociativo. A
parte do cérebro lesada perturba a parte restante. Por analogia, uma área
cerebral não desenvolvida repercute negativamente sobre o resto do
funcionamento cerebral. Por isto, o treinamento acústico da criança deve
começar o quanto antes, para que tal alteração não se estabeleça ou se torne
definitiva.
É imprescindível, portanto, desenvolver ao máximo o sentido
acústico no surdo e colocá-lo em funcionamento ainda que de modo
rudimentar, Isto é possível porque na grande maioria dos casos,, esses
deficientes apresentam restos de audição e podem ser educados
acusticamente. E mesmo nos casos mais graves, onde a audição é nula com
auxílio de amplificadores, a percepção do que é um som e o desenvolvimento
dessa percepção podem ser conseguidos.
b) Dificuldades respiratórias
Embora não se aperceba disto, a respiração do surdo não
recuperado é irregular, causando, invariavelmente, um cansaço desnecessário
em qualquer tentativa de fonação. Mitrinovitch (em Perelló e tortosa, 1978,78)
constatou que sua respiração é predominantemente diafragmática, não há
correspondência entre os movimentos do tórax e do abdome, não há simetria
entre os lados do tórax e do abdome, não existe ritmo nem regularidade
respiratória, os movimentos respiratórios não são flexíveis, a voz é nasalizada,
os surdos utilizam mais quantidade de ar por unidade de tempo durante a
13
fonação. Foi constatado, também, que o perímetro torácico e a capacidade
pulmonar são menores nos surdos.
Todos esses problemas de respiração são devidos à falta de noção
de ritmo. Quando há tentativa de fonação a freqüência inspiratória aumenta,
cortando e interrompendo a fluidez das palavras. A produção de palavras
“sacudidas” e “desgarradas” dá-se, portanto, porque não há ritmo inspiratório e
expiratório.
A noção de ritmo para o desenvolvimento físico deve ser dada ao
surdo o mais cedo possível para anular ou diminuir algumas das deficiências
mostradas. Sabemos que a consciência da existência e utilização do ritmo é
indispensável para a fala.
c) O andar
O andar do surdo não treinado não deve ser considerado como
anomalia de marcha. Não é, portanto, uma deficiência física, embora seja um
comportamento anormal do corpo provocado pela surdez. Em geral, o surdo
faz mais ruído ao andar, arrasta os pés e bate com muita força no chão. Corpo
e braços muitas vezes parecem desengonçados por seus movimentos
disrítmicos.
Para Silvermann (em Perelló e Tortosa, 1978, 73), o comportamento
dos pés revela uma procura de contato maior e mais profundo com o solo.
A recuperação do modo correto de locomover-se pode ser feita
através de exercícios de coordenação motora baseados no ritmo.
d) anormalidade da laringe
A laringe dos surdos tende a encontrar-se muito elevada e
distendida. Seus movimentos são anormais. A dificuldade de contração das
cordas vocais, além da falta de retroalimentação auditiva, torna sua voz débil,
áspera ou rouca. Além disso, o ar inspirado não se transforma totalmente em
ondas vibratórias, encurtando o tempo de fonação e obrigando o falante a
inspirar com mais freqüência.
Exercícios vocais podem recuperar o órgão e suprir certos hábitos já
adquiridos. Tudo vai depender da idade com que o surdo começa a realizá-los.
e) Músculos da boca
14
Os músculos da boca são normais, embora pouco desenvolvidos em
várias de suas potencialidades, pois não são, a priori, utilizados da mesma
forma que ocorre com os falantes normais. A língua, por exemplo, não faz
todos os movimentos que a de um falante normal e, se não for exercitada
desde cedo, haverá dificuldade para articulação dos sons.
No que se refere aos músculos da boca e ao sistema articulatório,
de modo geral, cabe, lembrar as observações de Lenneber (em Slogin, 1980,
163), que afirma serem cerca de cem os músculos responsáveis pelo sistema
da fala. Lenneberb admite que
Uma vez que a passagem de um som qualquer da fala para
outro depende no final das contas, de diferentes ajustes
musculares, quatorze vezes por segundo, uma “ordem deve
ser enviada a cada músculo”, seja para se contrair, seja para
relaxar, seja para manter o seu tono.
Tendo em vista que toda a musculatura ligada à articulação dos
sons, por falta de uso, encontra-se comprometida, compreende-se por que é
imprescindível um treinamento especial para o surdo na fase preparatória à
desmutização.
ASPECTOS MENTAIS
Deficiências mentais podem ser provocadas pela surdez:
a) Lesões cerebrais
As lesões cerebrais são fatores prejudiciais relevantes se, como
afirmam Perelló e Tortosa (1978, 67-8), houver prejuízo sobre o resto do
funcionamento cerebral provocado pela zona cerebral desativada e atrofiada
pela ausência de uso. Para evitá-lo, é preciso desenvolver ao máximo a
capacidade acústica do indivíduo.
b) Ausência do fator verbal no desenvolvimento da inteligência.
A maioria dos autores afirma que o surdo pode apresentar um
atraso intelectual de dois a cinco anos e responsabiliza a ausência da
15
linguagem por esse atraso. Segundo alguns estudiosos, o aspecto mais
afetado é o pensamento abstrato: o raciocínio lógico, a simbolização, o cálculo
e as classificações e estes aspectos se estabelecem de modo bastante
rudimentar numa abordagem e só podem ser desenvolvidos através de ensino
especializado.
Perelló e Tortosa (1978, 93-4) não aceitam o diagnóstico de
retardamento: acham que o desenvolvimento é qualitativamente igual ao de
um indivíduo normal, mas quantitativamente diferente. Acreditam que o
desenvolvimento do raciocínio abstrato não depende essencialmente da
linguagem, embora esta influa consideravelmente.
Entre as várias espécies de percepção, o canal visual é muito
importante para o surdo e, através dele, é possível desenvolver os vários tipos
de memória e percepções que o ouvinte normal adquire através da
comunicação verbal
Surdez e Linguagem
A surdez é uma deficiência não visível fisicamente e se limita a
atingir uma pequena parte da anatomia do indivíduo. Suas conseqüências, no
entanto,são extraordinárias no que diz respeito ao desenvolvimento emocional,
social e educacional do surdo (em fine, 1977,81), isto por que a privação de
um dos sentidos devido à existência de uma inter-relação funcional tem como
conseqüência uma interferência direta no mecanismo perceptual.
Automaticamente, há uma alteração dos padrões de adaptação e de conduta
do ser humano. Falta ao surdo a capacidade de situar, através do som, um
objeto no espaço como também, as indicações alertadoras e os avisos do
nosso ambiente físico.
(Krech e Crutchfield, 1963,47). Falta-lhe, sobretudo, a facilidade de
aquisição da linguagem a fim de que possa se servir dela desde a mais tenra
idade para participar, efetivamente, do ambiente, expressar com facilidade
suas necessidades básicas e utilizá-la como instrumento de vital importância
16
para seu desenvolvimento mental, emocional e de integração social, como
será demonstrado a seguir.
Linguagem E Formação de Processos Mentais
Por muito tempo a psicologia não considerou a linguagem como
fator participante da formação dos processos mentais da criança.
Procedimento típico dos behaviorostas encabeçados por Thorndike e Watson
até as últimas pesquisas de Guthrie, preponderou o pensamento de que as
formas complexas da atividade da criança advinham de uma combinação de
hábitos, considerada, então, a linguagem como um aspecto destes hábitos
motores, sem qualquer vínculo especial com a conduta e formação intelectual.
Vigotsky, por volta de 1934, apresenta-se como um dos primeiros
pesquisadores soviéticos e julgar ter a linguagem um papel decisivo na
formação dos processos mentais e, para prová-lo, empreendeu uma série de
experiências que visaram testar a formação da atenção ativa, processos de
desenvolvimento da memória) por meio da aquisição de linguagem, a
memorização passa a ser ativa e voluntária) e outros processos mentais
superiores. Todas as experiências levaram-no a dar, efetivamente, a
linguagem papel de destaque na formação dos processos mentais, como
previra.
Exemplo de Vigotsky, apareceram outros estudiosos como o
psicopatólogo Goldstein e o psicólogo Gelb, Ambos alemães, que em trabalhos
publicados em 1920, 1934 e 1937, defenderam a idéia de que a aquisição da
linguagem permite ao ser humano ir além da percepção direta e visual na
análise dos dados, relacionando os objetos percebidos com certas categorias,
tornando possível a organização de sua conduta não pela situação visualizada,
mas conforme uma reflexão “categorizada” do mundo e portanto mais
profunda.
A linguagem apresenta-se, assim, como fator fundamental de
formação da consciência, permitindo, pelo menos, três mudanças essenciais à
atividade consciente do homem: é capaz de duplicar o mundo perceptível,
17
assegurar o processo de abstração e generalização, e ser veiculo fundamental
de transmissão de informação (Luria, 1979,80 segs.)
Isto posto, é impossível considerar como única diferença existente
entre a criança normal e a surda; o fato de esta não ouvir e, talvez,não falar.
Pesquisas realizadas por psicólogos e neurolinguistas de todo o mundo têm
mostrado as falhas dos processos perceptivos do surdo decorrentes da
ausência de fala ou fala pouco desenvolvida. E é neste sentido que Luria e
Yudovich (1978,20) são categóricos:
Ao ficar excluído da comunicação verbal por sua deficiência
auditiva, deixa de possuir todas estas formas de reflexão da realidade que se
produzem graças à linguagem verbal. O surdo a quem não se ensinou a falar
indica objetos ou ações com um gesto e é incapaz de abstrair a qualidade ou a
ação do próprio objeto, capaz de formar conceitos abstratos, de sistematizar os
fenômenos do mundo exterior com ajuda de sinais abstratos proporcionados
pela linguagem e que não são normais à experiência visual adquirida
praticamente.
A falta do instrumental lingüístico adequado comum aos indivíduos
que o cercam parece dificultar, portanto, não apenas o desenvolvimento do
surdo em si mesmo, como também a possibilidade, através de testes
comparativos com ouvintes, de conhecê-lo melhor.
O isolamento pela falta de audição deve ser colocado, também,
como um dos principais problemas de integração do surdo em termos
emocionais, influindo, portanto, em sua personalidade. Esse isolamento é
causado não só pela falta do domínio de um dos principais meios de
comunicação que é a língua usada pelo contexto em que vive o surdo, mas
porque o sentido auditivo proporciona uma série de informações referentes ao
ambiente que o cerca.
LINGUAGEM E INTEGRAÇÃO SOCIAL
No que se refere à importância da linguagem como instrumento de
socialização, muitos foram os estudos realizados, todos unânimes em dizer
18
que a linguagem tem papel de destaque no comportamento da integração
social do individuo .
Klineberg (1967,72), preocupado em descrever a psicologia social,
afirma que a linguagem serve
COMO INSTRUMENTO DO PENSAMENTO E
COMUNICAÇÃO, COMO MEIO E CONTROLE DE AÇÃO DOS
OUTROS E COMO FORÇA QUE UNE OS MEMBROS DE UMA
COMUNIDADE PARTICULAR, AO PASSO QUE OS SEPARA
DE OUTRAS.
O significado social da surdez está, portanto, intimamente ligado a
ausência da linguagem comum ao meio cultural em que vive o surdo.
O que é um surdo oralizado?
Podemos dizer que um surdo oralizado é aquele indivíduo que teve
grande apoio de um fonoaudiólogo, família, escola ,se esforçou e se esforça
até hoje em sua aprendizagem. Conheceu Libras, aprendeu, conviveu com
vários surdos como ele e fez a escolha de falar mesmo que não possua uma
pronuncia perfeita, porém consegue se comunicar bem com os ouvintes. Tudo
isto é uma questão de opção de vida. O importante é ser feliz oralizado ou não.
Porém está realidade faz parte da minoria. Deveríamos ter políticas
Publicas voltadas para essas pessoas.
Exemplo:Iniciar a informação sobre surdez da seguinte forma:
Através de folhetos explicativos, vídeos, etc.
A família deveria ser esclarecida quanto as características que
determinam a possibilidade de a criança ser surda.
O cuidado de identificação da surdez o mais cedo possível, vai
favorecer na escolha de atendimento adequado, em tempo hábil para que não
haja uma defasagem no desenvolvimento da linguagem e sua integração ao
seu meio social.
19
O bebê surdo ao nascer tem aparentemente as mesmas reações de
um bebê ouvinte, porém se ficarmos atentos vamos perceber que ele, não
reagirá a uma série de sons, como por exemplo:
Diante de um ruído muito intenso o bebê deve ter reações reflexas
do tipo;
à Reflexo de Moro – estremecer, abrindo os braços rápido;
à Pára a atividade que estiver fazendo (mamando, rindo, chorando,
olhando algo, etc);
à Aumenta ou diminui o ritmo da sucção;
à Aumenta ou diminui o ritmo cardíaco/respiratório;
à Arregala os olhos;
à Movimenta (ou tenta) a cabeça procurando o som.
à Quando a criança é maior:
à Fica desatenta, não responde, não entende o que é dito:
à Pede que repita/fale mais alto/fica agressiva, inquieta ou apática
(insegura); sua linguagem estará comprometida (em maior ou menor grau, de
acordo com a perda auditiva)
Portanto, é importante saber que o bebê surdo até mais ou menos 7
meses vai apresentar respostas lingüísticas semelhante ao ouvinte no contexto
social.
Porém é preciso estar atenta à ausência de respostas aos
estímulos auditivos que rodeiam a criança, para encaminhar ao especialista
para orientação.
Outro fator importante é a IDENTIFICAÇÃO da surdez
precocemente, de preferência no berçário se o bebê estiver no grupo de alto-
risco, que incluem:
à Asfixia. Meningite, Infecção congênita Perinatal, Toxicoplasmose,
Rubéola Congênita, Citomegalovirus, Herpes Genital.
Esse trabalho preventivo não poderia faltar em todos os Estados,
pois visa a adequação de atendimento, melhor desenvolvimento da
linguagem com bom desempenho na comunicação, suporte para familiares.
A maioria dos surdos não encontra escola especializada, e quando
encontra é longe e depende do esforço dos pais ou responsáveis. Uma
20
situação que fica difícil para o surdo agüentar por muito tempo. E a
conseguência é o abandono da escola.
Falta principalmente esclarecimento, orientação aos pais e
atendimento precose das necessidades da criança surda; isso se tivesse
políticas publicas voltadas pra este fim.
Surdos oralizados usam aparelhos auditivos ou implantes cocleares
(ou não usam nenhum dos dois, inclusive) e são experts em leitura labial.
Surdos oralizados falam como qualquer pessoa ‘normal’ (ou melhor, ouvinte).
Alguns surdos oralizados também conhecem a Libras e se comunicam com
seus amigos/colegas/parentes que são sinalizados através dela – e são
considerados bilíngues. Surdos oralizados são pessoas independentes,
dominam o português falado e escrito e não necessitam de uma terceira
pessoa envolvida na sua comunicação (um intérprete). Surdos oralizados NÃO
vivem em função da surdez e NÃO vivem presos a um grupo pequeno de
pessoas (a chamada “comunidade surda”).
O oralismo como ideologia dominante
O oralismo tem sido e continua sendo, ainda hoje, em boa parte do
mundo, a ideologia dominante dentro da educação dos surdos. A concepção
do sujeito surdo ali presente diz respeito exclusivamente a uma dimensão
clínica — a surdez como deficiência, os surdos como sujeitos patológicos —
numa perspectiva terapêutica — a surdez deve reeducar-se e/ou curar-se, os
surdos devem ser reeducados e/ou curados. E a conjunção de idéias clínicas e
de idéias terapêuticas conduziu, historicamente, a uma transformação
progressiva e sistemática do contexto escolar e de suas discussões e
enunciados, em contextos médico-hospitalares (Lane, 1993).
A análise e as críticas relativas ao oralismo foram, de modo geral,
realizadas apenas como se se tratasse de um poder vertical, onipresente e
absoluto; essa simplificação provém, entre outras coisas, de uma leitura
legalista de suas estratégias negativas mais explícitas — proibições do uso da
linguagem de sinais, controle e castigo corporal, fracasso escolar maciço etc.
21
Não obstante, a questão do oralismo como ideologia dominante extrapola
completamente a instituição escolar e implica todo um contínuo de senso
comum, de estereótipos e de imaginários sociais difundidos em vários níveis
das sociedades. Dessa perspectiva, o oralismo não deve ser compreendido
somente como um poder exercido através de leis e seria ingenuidade pensar
que surgiu, simplesmente, graças a um decreto em um momento preciso da
história.
Como qualquer ideologia dominante, o oralismo deu origem a
determinados efeitos, pois — seguindo a linha de raciocínio desenvolvida por
Moreira e Silva (1994) — contou com o consentimento e a cumplicidade da
medicina e dos médicos, dos
profissionais paramédicos, dos pais e familiares dos surdos, dos
professores ouvintes e inclusive com a de alguns surdos, os que então
representavam, e ainda representam, os progressos inevitáveis da terapêutica
— isto é, o surdo que fala — e da tecnologia — o surdo que escuta. Além
disso, não pode ser definida somente como um conjunto de idéias e práticas
institucionais supostamente coerentes, uniformes e homogêneas, orientadas
exclusivamente para que os surdos falem. Com essas idéias e essas práticas
convivem algumas concepções filosóficas, religiosas e políticas já dominantes
no século XIX.
Finalmente, a ideologia dominante não é hegemônica e dá origem a
interpretações diferentes.
Entre essas interpretações aparecem algumas formas de resistência
que, no caso dos surdos, expressam-se de múltiplas maneiras. A criação de
associações de surdos é apenas um exemplo disso e, curiosamente, todas
elas surgiram depois de ter sido imposta a oralidade nas escolas. Dessa
perspectiva, resulta no mínimo paradoxal que continuem sendo consideradas
guetos e não espaços libertos do controle relativo à deficiência. Atualmente, as
lutas pelos direitos humanos e pelo direito específico que têm os surdos à
aquisição de uma primeira língua constituem somente a face formal dessa
resistência. Talvez os matrimônios, as produções artísticas e culturais
diferenciadas, o refúgio das crianças surdas nos banheiros das escolas
22
oralistas para comunicar-se sejam expressões ainda mais genuínas desse
processo.
Reflexões para uma redefinição ou para uma nova visão sobre os
problemas da educação dos surdos
Uma análise limitada da ideologia dominante pode dar origem
também a uma limitada explicação sobre os problemas cruciais que
caracterizam a educação dos surdos. Assim, as causas e as conseqüências do
fracasso parecem inverter-se. O fracasso na educação dos surdos, com seus
múltiplos e variados sintomas, constituiu e constitui ainda hoje motivo para dois
tipos de justificativas igualmente inapropriados: por um lado, que os surdos são
os responsáveis diretos por esse fracasso — fracasso, pois, da surdez, dos
dons biológicos naturais —; por outro, que se trata de uma dificuldade
metodológica, o que fortalece a necessidade de purificar e sistematizar ainda
mais os métodos. Nesses
dois tipos de justificativas mencionadas, procurou-se evitar qualquer
denúncia relativa ao fracasso da escola e/ou das políticas educacionais e/ou
do Estado (Arroyo, 1991). Uma síntese acerca do fracasso seria, , a seguinte:
na educação dos surdos, os surdos não fracassaram; fracassaram os ouvintes
que nela trabalham.
A educação dos surdos encontra-se, portanto, diante não de um
problema mas de um duplo sistema de problemas. O primeiro deles poderia
ser definido como o problema dos poderes e saberes dos ouvintes em torno
das modalidades de comunicação e de linguagem adequadas para os surdos.
Embora aparentemente contenham posições antagônicas, todas elas
conservam e reproduzem um círculo de baixas expectativas pedagógicas
(Johnson, Liddell & Erting, 1991). O segundo sistema de problemas poderia
ser entendido como o da existência de múltiplas variáveis que, efetivamente,
intervêm na construção de uma educação significativa para os surdos;
variáveis com que se cruzam fatores históricos, políticos, regionais e culturais
específicos, relativos a cada uma das situações pedagógicas concretas e que,
portanto, não permitem reduzir a educação dos surdos a uma questão
metodológica, a uma problemática fechada em si mesma.
23
A proposta atual para a análise das construções educacionais
possíveis para os surdos seria, pois, determinada por um conjunto das
variáveis interdependentes (Skliar, 1996a; 1996b); são elas: o reconhecimento
do fracasso educativo em suas raízes e em suas conseqüências pessoais,
sociais, cognitivas, lingüísticas, comunicativas, de cidadania, de formação
acadêmica e profissionais; a natureza e tipo das atitudes, dos estereótipos, das
representações e do imaginário social acerca dos surdos e da surdez,
presentes dentro e fora da escola; as políticas e a situação lingüística concreta
da comunidade educativa; a participação da comunidade de surdos no debate
lingüístico e pedagógico e sua participação efetiva no projeto escolar; as bases
ideológicas e arquitetônicas para a estruturação e a consecução de objetivos
pedagógicos; a continuidade institucional do projeto educativo; e, finalmente,
as pressões geradas pelas políticas de integração social e escolar.
CAPÍTULO II
O que é Libras
Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais
As Línguas de Sinais (LS) são as línguas naturais das comunidades
surdas.
24
Ao contrário do que muitos imaginam, as Línguas de Sinais não são
simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a
comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias.
Atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque elas
também são compostas pelos níveis lingüísticos: o fonológico, o morfológico, o
sintático e o semântico.
O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas oral-
auditivas são denominados sinais nas línguas de sinais.
O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua
modalidade visual-espacial.
Assim, uma pessoa que entra em contato com uma Língua de
Sinais irá aprender uma outra língua, como o Francês, Inglês etc.
Os seus usuários podem discutir filosofia ou política e até mesmo
produzir poemas O que é Libras
Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais
As Línguas de Sinais (LS) são as línguas naturais das comunidades
surdas.
Ao contrário do que muitos imaginam, as Línguas de Sinais não são
simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a
comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias.
Atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque elas
também são compostas pelos níveis lingüísticos: o fonológico, o morfológico, o
sintático e o semântico.
O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas oral-
auditivas são denominados sinais nas línguas de sinais.
O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua
modalidade visual-espacial.
Assim, uma pessoa que entra em contato com uma Língua de
Sinais irá aprender uma outra língua, como o Francês, Inglês etc.
Os seus usuários podem discutir filosofia ou política e até mesmo
produzir poemas
3 Convenções da LIBRAS
25
3.1 A grafia: os sinais em LIBRAS, para simplificação, serão
representados na Língua Portuguesa em letra maiúscula. Ex.: CASA,
INSTRUTOR.
3.2 A datilologia (alfabeto manual): usada para expressar nomes de
pessoas, lugares e outras palavras que não possuem sinal em ará
representada pelas palavras separadas por hífen. Ex.: M-A-R-I-A, H-I-P-Ó-T-E-
S-E.
3.3 Os verbos: serão apresentados no infinitivo. Todas as
concordâncias e conjugações são feitas no espaço. Ex.: EU QUERER CURSO.
3.4 As frases: obedecerão à estrutura da LIBRAS, e não à do
Português. Ex.: VOCÊ GOSTAR CURSO? (Você gosta do curso?)
3.5 Os pronomes pessoais: serão representados pelo sistema de
apontarão. Apontar em LIBRAS é culturalmente e gramaticalmente aceito.
Muitas pessoas acreditam que a Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS) é o português nas mãos, na qual os sinais substituem as palavras.
Outras pensam que é linguagem como a linguagem das abelhas ou do corpo.
Muitas pensam que é somente gestos iguais daqueles que às línguas
verdadeiras. Entre as pessoas que acreditam que é uma língua, há algumas
que crêem que e limitada e expressa apenas informações concretas, e que
não tem o poder de expressar idéias abstratas
Pesquisa lingüística vem sendo desenvolvidas, mostrando porém,
que a LIBRAS é comparável em complexidade e expressividade a quaisquer
línguas orais. Não é uma forma de português. Tem sua própria estrutura
gramatical, que deve ser aprendida do mesmo modo que a gramática de
outras línguas. LIBRAS difere de línguas orais no canal comunicativo usado,
isto é, a visão em vez da audição, e os componentes do sistema são
configurações precisas das mãos e movimentos exatos
A LIBRAS é capaz de expressar idéias sutis, complexas e abstratas.
Os seus usuários podem discutir filosofia, literatura ou política, além de
esportes, empregos, moda, etc. A LIBRAS PODE EXPRESSAR POOESIA E
HUMOR. Como outras línguas, LIBRAS aumenta o vocabulário com novos
26
sinais introduzidos pela comunidade surda em resposta da mudança cultural e
técnica.
A LIBRAS não é universal. Assim como as pessoas ouvintes em
países diferentes falam diferentes línguas, também as pessoas surdas por todo
parte do mundo usam línguas de sinais diferentes. Observamos que surdos de
países diferentes comunicam-se mais facilmente uns com os outros do que os
falantes de línguas orais diferentes. Isso é devido a capacidade que as
pessoas surdas desenvolvem durante a vida de aproveitar gestos e
pantomimas para a comunicação, características mais semelhantes entre as
línguas de sinais.
A LIBRAS foi desenvolvida por surdos do Brasil para comunicação
entre eles existe há tanto tempo quanto a existência dos surdos brasileiros. A
padronização começou quando foi fundado o Instituto Nacional de Educação
dos Surdos IINES0 em 1857.
Sendo o INES, a única escola para surdos por muitos anos,
funcionando em regime de internato, recebia alunos de todas as regiões do
Brasil, os quais ao voltarem para suas cidades, nas férias, difundiram essa
língua por todo o país. Assim a LIBRAS difere da língua de sinais de Portugal.
A partir de um congresso em Milão em 1880, a filosofia educacional
começou na Europa e consequentemente em todo o mundo. O método
combinado, que utilizava tanto sinais como o treinamento em língua oral, foi
substituído em muitas escolas pelo método oral puro, o oralismo. Muitos
pedagogos de boa vontade, mas com pouca compreensão da experiência em
surdez, acreditavam que a única forma possível para que as crianças surdas
se integrassem ao mundo dos ouvintes seria falar e ler os lábios. E assim
passaram a insistir com os alunos surdos para que entendessem a língua oral
e passassem a falar. Os professores surdos já existentes nas escolas naquela
época, foram afastados, e os alunos desestimulados a usarem a língua de
sinais, tanto dentro da sala de aula como também fora. Era uma prática
amarrar as mãos das crianças para impedi-las de fazer sinais. Isso aconteceu
da mesma forma também no Brasil, mas apesar dessas tentativas de
27
desestimular o uso da língua de sinais, LIBRAS continuou sendo a língua
preferida da comunidade Surda. Quando viram que o uso e sinais estava
proibido, os surdos reconheceram e consideraram LIBRAS como sua língua
natural, a qual reflete valores culturais e guarda suas tradições e heranças
vivas.
CAPÍTULO III
OS DIFERENTES TIPOS DE SURDEZ
E Principais meios de comunicação
Classificação da Surdez
Tipos de Perda Auditiva (Quanto ao local da lesão):
à Perda condutiva: São determinadas por Algumas patologias
localizadas no ouvido externo /médio como por exemplo: corpo estranho no
ouvido externo (grãos, insetos, introduzidos no conduto auditivo), malformação
28
do ouvido, do conduto auditivo externo (estreitamento), e também da cadeia
ossicular, perfuração da membrana timpânica.
à Perda Neurossensorial: Local da lesão é determinada na Cóclea
e/ou no Nervo Coclear.
à Perda Mista: Quando afeta ao mesmo tempo o ouvido médio e
ouvido interno.
Classificação das Perdas de acordo com o grau:
Esta classificação foi elaborada por DAVIS e SILVERMANN (1970),
baseia-se na média obtida da soma do limiar encontrado em 500, 1000 e 2000
Hz comparando com a tabela a seguir:
CLASSIFICAÇA
O
MÉDIA
ENCONTRDA
CARACTERÍSTICAS
NORMAL
LEVE
0 a 25 Db
26 a 40 dB
Não percebe os fonemas da mesma
forma, isto altera a compreensão das
palavras; voz fraca e distante não é
ouvida – criança considerada
“desatenta”, a aquisição da linguagem é
“normal/lenta, mais tarde vai ter
dificuldade na leitura e/ou na escrita;
precisa acompanhamento.
MODERADA 41 a 70 dB Percebe a voz com certa intensidade;
pode ocorrer atraso na linguagem e
alteração articulatória; discriminação
difícil em lugares ruidosos.
SEVERA 70 a 90 dB Identifica ruídos familiares
(predominando os graves); percebe voz
(grave) a família necessita orientação
precoce para auxiliar o rendimento da
criança, compreensão verbal
29
compreensão Verbal associada a
grande aptidão visual.
PROFUNDA Acima de 90 dB Não percebe a voz humana sem um
estímulo adequado; não há feed-back
auditivo; maior facilidade para perceber
as pistas visuais.
Porém, devido a irregularidade das curvas, adota-se combinação de
dois termos, por exemplo: leve a moderada ou severa/profunda.
Existe ainda uma outra consideração a ser feita: se a perda é
unilateral, se o grau de perda é o mesmo no ouvido direito e no esquerdo.
Audiometria
É o exame realizado em um audiometro ( com tons puros em
freqüência de 125, 250, 500, 1000, 2000, 3000, 4000, 6000, 8000, Hz,
variando em intensidades de -10, -5, 0, 10, até 120dB) que vai permitir a
determinação dos limiares auditivos (quanto precisa de intensidade em cada
freqüência testada para ouvir)
A realização desse exame requer muitos pré-requisitos do
examinador como:
à conhecimento do equipamento e seus recursos;
à conhecimento do desenvolvimento normal da criança;
à conhecimento das técnicas a serem aplicadas;
à ter facilidade em estabelecer empatia com a criança;
à ser capaz de identificar o comportamento através das mínimas
reações-respostas;
à ter criatividade e flexibilidade em sua atuação, conduzindo o
exame de modo agradável e produtivo;
Dar as coordenadas para o exame de modo ameno, porém seguro e
confiante.
Observar na criança condições ideais para a realização do exame
como:
30
.tranqüilidade, empatia, disposição, estar bem alimentada (fome e
sede), ter dormido bem, se sentir segura com o ambiente e com o profissional:
à evitar que a criança se canse;
à observar se a criança tem necessidades fisiológicas a serem
satisfeitas(se está inquieta por isso
à Os exames e testes realizados com o objetivo de determinar os
limiares auditivos, entre eles;
à Screening Test; realizado com auxilio de instrumentos musicais
calibrados, que dão, a referencia da faixa de freqüência e do nível de
intensidade capaz de despertar a curiosidade da criança quando ela tem a
sensação sonora.
à Condicionamento; através desta técnica, consegue determinar o
limiar auditivo, seja com instrumentos ou com audiômetro.
à Audiometria com jogos de encaixe; a medida que se percebe o
som, a criança vai encaixando o jogo, e o profissional vai marcando no
audiograma (gráfico onde é traçado a curva da perda auditiva).
à Peep-Show; também usando o condicionamento temos a
resposta através do estímulo visual + auditivo nas freqüências e intensidades
pesquisadas, quando se tem o condicionamento, dá-se apenas o estímulo
auditivo, se a criança procurar o estímulo visual é porque ouviu o som..
à Audiometria Tonal; realizado com tom puro, pesquisando as
freqüências e intensidades já citadas anteriormente. Com base nos resultados
obtidos nos exames audiométricos pode-se pensar na indicação A.A;S;I., pois
ele vai mostrar os limiares auditivos, mostrando quanto o indivíduo tem de
ganho em cada freqüência e quanto de intensidade necessita para perceber os
sons.
O individuo precisa de um tempo com, o aparelho para se
familiarizar com os sons e então poder iniciar o trabalho de adaptação. Desse
modo ele terá a sua referencia e registro dos sons que passa a conhecer.
O TREINAMENTO AUDITIVO COM A PRÓTESE
31
Segundo R. Carthart, treinamento auditivo é o processo de ensinar
crianças e adultos com dificuldades de audição a utilizarem de forma vantajosa
as pistas sonoras acessíveis a eles.
O treinamento auditivo tem por finalidade desenvolver a capacidade
de percepção, reconhecimento e discriminação de ruídos, sons ritmos e
entonação, favorecendo assim aquisição a aquisição e desenvolvimento da
linguagem, aproveitando a audição residual por meio da amplificação dos sons
e seguindo uma metodologia adequada e sistemática.
COMO AMPLIFICAR OS SONS
Alguns problemas acarretados pela surdez podem ser corrigidos ou
minimizados através do uso de aparelhos de amplificação, que permita
permitem ao paciente com perda auditiva, o acesso ao mundo sonoro, obtendo
maior facilidade de compreensão e controle de sua própria fala.
Esses aparelhos devem ser utilizados segundo indicação médica e
sob orientação de profissionais especializados que procederão a educação ou
reeducação auditiva, conforme o caso.
A prótese jamais poderá ser considerada como um novo ouvido.
Ela é uma tentativa válida de substituir, razoavelmente, o órgão
comprometido,
É importante frisar que qualquer aparelho de amplificação para
surdez, por mais aperfeiçoado que seja, por si só não será capaz de realizar
milagres. Os resultados só serão alcançados quando forem observvados
algum fatores essências. Como:
A correta indicação do aparelho, adequado ao tipo e ao grau de
perda auditiva do surdo
à um período de adaptação ao aparelho, seguido de educação ou
reeducação auditiva, orientada por profissional especializado (fonoaudiólogo
ou professor de surdos).
32
à uso real do aparelho, isto é, uso constante, durante todo o dia
após adaptação.
Como Aprender a Ouvir
Para que uma criança surda possa chegar ao domínio da sua língua
materna partindo da audição, é necessário que em primeiro lugar, aprenda a
ouvir.
Aprender a “ouvir” não quer dizer recuperar a audição. Aprender a
“ouvir” significa tomar conhecimento de seus restos de audição e aprender a
utilizá-los, mesmo que a curva auditiva seja muito reduzida, como no caso da
surdes severa e profunda. Ainda nesses casos, há uma zona em que a criança
poderá perceber sons e, por menor que seja, sua importância é muito grande.
O aprimoramento do processo auditivo depende de estimulação e
oportunidades bem precoces. Experiências demonstram que a criança que for,
desde cedo beneficiada com rica estimulação auditiva, provavelmente atingirá
um alto nível de aprendizagem neste campo. Porém, outras experiências
demonstram que crianças com educação iniciada aos 6,7,10 e até 12 anos
também obtiveram bons resultados com relação a audição e aquisição da
linguagem, ou seja, sempre haverá muita coisa a ser feita, através de um
trabalho adequado quando e sistemático
São muito importantes no desenvolvimento auditivo os processos de:
a) –Consciência auditiva -capacidade de reagir a um estímulo sonoro,
b) – Localização auditiva - habilidade de determinar de qual direção
está vindo o som.
c) – Identificação auditiva - Habilidade de relacionar o som com a fonte
sonora.
d) Atenção auditiva - capacidade de concentrar a atividade
psíquica nos estímulos auditivos.
e) Memória auditiva - capacidade de reter, reproduzir e reconhecer
estímulos auditivos anteriormente apresentados.
f) Seqüência auditiva - capacidade de perceber a ordem em que os
estímulos são produzidos.
33
g)Discriminação auditiva - habilidade de diferenciar um som de outro e
distinguir pequenas diferenças nos sons.
h) Análise e síntese auditivas - capacidade de identificar e reconhecer as
características dos sons de um todo e
resumidos formando este todo,
O trabalho de estimulação auditiva é demorado e os resultados não
aparecem
Logo que o aparelho é colocado. A criança tem que realizar um
longo e difícil
Trabalho, graças ao qual aprenderá primeiro a receber os sons,
descobre que esses sons podem ser diferentes e, aos poucos, começa a
decodificá-los, isto é, a identificá-los se desenvolvendo seus limiares
diferenciais
Muitas pessoas desanimam de ensinar linguagem oral aos surdos,
porque acham que acham que eles não entendem nada quando lhes falam. É
claro, não entendem mesmo no início. Podem precisar de dias e até semanas
para fazerem a grande descoberta “As coisas têm nomes!”. Só a partir daí
começa seu interesse pela linguagem de compreensão. A proporção que a
audição é estimulada a criança começa a ter mais facilidade para compreender
e, como conseqüência, começa a tentar alguns sons.
O trabalho fonético vai sendo feito paralelamente ao treinamento
auditivo, preparando os órgãos da fala, instalando ou corrigindo os fonemas,
aperfeiçoando a expressão oral, para que o surdo, além de querer falar, o faça
da melhor maneira possível, de acordo com sua capacidade individual.
TREINAMENTO FONOARTICULATÓRIO
O treinamento fonoarticulatório na verdade está ligado a um
conjunto de sistemas interligados entre si, que vão auxiliar o individuo a
estabelecer o elo de comunicação entre os seres: a fala,
A fala é produzida por um conjunto de 6 sistemas. Respiração,
emissão, ressonância, articulatório, nervoso central, e nervoso periférico.
34
Em cada um desses sistemas atuam em harmonia vários
componentes que se afetados de alguma forma vão interferir em todo o
complexo.
No trabalho integrado da reabilitação cada sistema é observado e
realizado um trabalho específico para recompor suas funções.
Se não houver integridade em suas funções, uma dificulta a
estabilização da outra.
Uma das funções mais visadas, principalmente nos métodos orais, é
o sistema articulatório, sem esquecer o respiratório e o de emissão.
Articular e emitir um som depende da funcionalidade dos demais
(ressonância, respiração)
Ensinar exercícios fonoarticulatorios, é muito mais do que
simplesmente fazer caretas e soltar sons. Uma série de funções atuam em
conjunto, para se atingir o objetivo final: cada fonema (letra/som) necessita de
uma preparação prévia até que se chegue a articulação satisfatória.
Requer conhecimento de técnicas especiais, de profissional criativo
e responsável, que envolva a criança e a estimule a tentar sem medo de errar.
Requer, acima de tudo, muita paciência, desprendimento e uma boa
dose de carinho e amor pelo que faz.
Treino da Linguagem
Ao se desenvolver um trabalho com a criança portadora de surdez
temos
Temos como meta principal ensinar-lhe a compreender a linguagem
para que possa utilizá-la como meio de expressão
Há diversos caminhos a serem seguidos no processo de aquisição
de linguagem,.quer seja por metodologias oralistas ou por filosofias
educacionais.
A orientação dos pais e a intervenção precoce é essencial, visando
que a dificuldade dos pais é uma das barreiras mais profundas do que possa
aparece. Os sentimentos e comportamentos verificados necessitam ser
orientados, para que juntos possamos compartilhar as situações, trocar afeto,
fazendo assim com que os pais mantenham um equilíbrio emocional,
35
proporcionando maior confiança em relação ao filho e ao trabalho terapêutico e
educacional.
A linguagem é o instrumento, a ferramenta, o meio pelo qual a
experiência é simbolizada e comunicada. Acreditando nisso: o método materno
Reflexivo, que é originado de fundamentos teóricos dos métodos naturais e
construtivos baseia-se no desenvolvimento normal da criança ouvinte e na
espontaneidade surgidas nas situações informais, visando oferecer a criança
portadora de surdez modelos de linguagem coloquial e progressivamente estes
vão sendo aumentados, este método é destinado à criança com perdas
auditivas na fase pré-linguistica, considerando a CONVERSAÇÃO, a repetição
a análise, suportes do desenvolvimento da linguagem considerando
As principais características deste método são:
,Conversação: Centro de todas as aquisições a nível de linguagem e
processo básico de toda aprendizagem.
.Uso de depósitos: É todo o material da conversação, fixado no
diário da criança, constituindo assim um depósito que usará em outras
situações.
. Leitura precoce: É uma leitura que visa facilitar a memorização do
conteúdo promovido pela conversação.
Retenção das Regras Gramaticais: Feitas pelo processo de
descoberta, semelhante ao uso da criança ouvinte.
.Controle das Produções Orais: Realiza-se um treino específico de
fala, que permite a criança utilizar a linguagem expressiva de forma clara. O
sucesso está vinculado ao bom funcionamento das vias responsáveis pela
linguagem oral (leitura labial), treinamento auditivo, respiração, articulação e
memória)
.Treino de Percepção sonora Estimula-se resíduos auditivos ou
sensação de vibração para melhorar a qualidade do ritmo:, entonação, e
acentuação da linguagem,
. Decepção de Estrutura da Língua: Feita sempre com base na
conversação, utilizando todo o material escrito nos diários, papelógrafos
(textos, redações, bilhetes, cartas, etc). Leva a criança desde a idade pré-
escolar a desenvolver a analise dos sistemas sintático e semântico,
36
fundamentais na linguagem oral e escrita. Neste processo, não são dados
modelos para serem transformados. Ela descobre por si própria conversando.
Baseado nestas características, a utilização do método Materno
Reflexivo é imprescindível na educação de crianças portadoras surdez,
visando que a intervenção precoce e a utilização adequada do método são
pontos chaves para o sucesso da estruturação da linguagem oral e escrita,
sendo a base de toda a cultura.
Assim concluímos que o esforço dos que hoje lidam com portadores
de surdez representa uma vitória sobre preconceitos milenares, sendo a
comunicação natural a melhor forma, a mais eficiente e motivadora.
CAPÍTULO IV
AS NOVAS TECNOLOGIAS MUDANDO A VIDA DOS SURDOS
A informática está presente em todos os lugares da nossa vida. O
contato com os computadores, com a Internet e seus recursos é, hoje,
fundamental para uma melhor integração com o mundo moderno e com as
oportunidades de trabalho.
A universalização do acesso a Internet tem contribuído com
eficiência para minimizar dificuldades, oferecendo às pessoas com
necessidades educativas especiais oportunidade de acesso à comunicação
através dos avanços tecnológicos.
A Internet surgiu como uma nova forma de comunicação e pesquisa,
proporcionando um novo ambiente de aprendizagem, em Língua Portuguesa
escrita, para a pessoa surda, onde através dos e-mails e chats, a comunicação
se expande. A exploração dos sites pelos surdos proporciona aos mesmos
uma maior autonomia investigativa nas suas atividades de pesquisa.
A telefonia celular também merece destaque, pois as pessoas
surdas podem se comunicar através de mensagens escritas, não necessitando
mais de mediadores,
37
A Internet tem influenciado significativamente para o surgimento de
novos paradigmas educacionais.
Sentimos que, diante de um ambiente de aprendizagem
informatizado o surdo interage com os amigos, com os professores e com a
comunidade virtual, onde manifesta seus sentimentos de maneira construtiva,
podendo através de um trabalho constante, superar algumas de suas
dificuldades, possibilitando, assim, uma inclusão social.
Com isso, acreditamos que possamos transformar e contribuir para
uma mudança significativa na vida das pessoas surda.
Não podemos esquecer que, ao mesmo tempo em que os
movimentos surdos reivindicam direitos e justiça social para esta comunidade,
a ciência avança em descobertas e novas possibilidades tecnológicas. Os
avanços tecnológicos trouxeram aparelhos de amplificação sonora mais
sofisticados – e mais caros também – além de treinadores de fala, técnicas
cirúrgicas mais complexas e implantes cocleares que restituem parte da
audição. Trouxeram, também, novos instrumentos de comunicação que
facilitaram, e muito, a vida das pessoas, como o vídeo e a televisão, os
aparelhos de fax, os telefones celulares com possibilidades de mensagens
escritas, pagers, correio eletrônico, vídeo-fone no computador, vídeo-fone no
aparelho celular... Embora muitos surdos dispensem os avanços na área
médica, fonoaudiológica e reabilitatória, poucos duvidam das infinitas
oportunidades trazidas pelas tecnologias de informação e comunicação, em
especial a Internet. Desta forma, na época em que vivemos, onde propostas
educacionais diametralmente opostas coexistem em todos os âmbitos da
sociedade, observamos uma avalanche de recursos tecnológicos disponíveis,
correspondendo tanto aos objetivos das escolas e clínicas de reabilitação da
fala e da audição, quanto aos dos próprios movimentos surdos em todo mundo
na preservação de sua língua, de sua identidade e de sua cultura.
Considerando apenas o aspecto da comunicação e da informação
originadas pela complexidade da própria sociedade, nos deparamos hoje com
38
a supremacia da cultura audiovisual, observada na profusão de meios cada
vez
mais sofisticados de transmissão de imagens sonoras e,
especialmente visuais, num processo criativo inesgotável. E esta profusão de
informações visuais tem beneficiado, e muito, as pessoas surdas, ao mesmo
tempo em que têm despertado nelas o desejo e a necessidade de
apropriarem-se de uma antiga tecnologia, tida até então como privilégio
somente de quem fala com a boca e inacessível a ouvidos moucos – a escrita.
Além disso, a sociedade tem exigido “um novo tipo de indivíduo e trabalhador:
um indivíduo dotado de competências técnicas múltiplas, habilidade de
trabalho em equipe, capacidade de aprender e de adaptar-se a situações
novas”.
CONCLUSÃO
A historia é: Quem inclui quem? Ou, quem exclui quem ou o quê?
Não incluímos o portador de deficiência no mundo, incluimo-nos no
mundo do portador de deficiência. E aí, vamos ver onde está a deficiência, no
outro, ou em mim? Será que as limitações, as deficiências que vejo ou projeto
no outro não são deficiências do mim em lidar com a “deficiência” do outro?
Incluímos o verdadeiramente o outro quando incluímos o outro em nós.
Deixamos de ver as “muletas” do outro quando libertamo-nos das nossas
“muletas e permitimos superar obstáculos, subir montanhas e não somente ver
o outro – seja ele sujeito, objeto ou situação – como um obstáculo.
Quando oferecemos obstáculo para o outro não encontramos em nós
coragem para superar nossas próprias barreiras, O problema só é problema
quando o vemos como um problema. Quando o vemos com uma possibilidade
de crescimento, de alegria, de superação, de conhecimento de um novo
mundo e nossas possibilidades de desenvolver nossas competências, ele
deixa de ser problema.
.A vida familiar oferece educação importantíssima para o
desenvolvimento social, como a formação da identidade e a formação da auto-
imagem (sua formação é baseada no sentimento de aceitação que recebe dos
39
pais) tão necessária para enfrentar as dificuldades do dia a como barreiras de
comunicação, o estigma que a sociedade coloca no surdo
O caminho que o surdo seguir, varia de acordo com a cultura, condição
financeira, estimulação precoce (fala gestual), disposição dos pais em
assumirem o compromisso de ajudá-los a se integrarem no meio
Os surdos que recebem uma base sólida da família, fato este que leva
o deficiente a acreditar no seu potencial – será complementado na escola –
quando leva dentro de si a imagem positiva dos estímulos adequados
recebidos ao longo do tempo, tem elementos que podem modificar conceitos
negativos existentes na sociedade, pela falta de reconhecimento da sociedade
em geral – do aspecto psicológico em relação ao mesmo.
ANEXO
Breve relato sobre Letícia e Célio.
Lembrando David Vlright, poeta e romancista sul africano ensurdecido aos 7 anos, ao citar o início do Evangelho de João: " no príncipio era o verbo"... Como indivíduos sem audição são capazes de formular conceitos diante de tal afirmação?
Adquirir um veículo para o pensamento e a comunicação, eis o grande desafio.
Buscando vencer este desafio imensurável, duas crianças Letícia e Célio,ambos no 1°ano de vida, investem numa proposta reeducativa, amparadas amorosamente por suas famílias na conquista do direito de oportunidades educacionais, integrados em turmas regulares de ensino. Seguindo-se paralelamente o atendimento fonoaudiológico e acompanhamento ao educando com necessidades especiais.
A vida deles transcorre em que no alcance de muitas metas: analisar criticamente o meio em que vive, desenvolver sua anatomia enquanto cidadão, agir como agente transformador e não apenas como mero expectador, ter postura crítica inclusiva, dominar a língua portuguesa numa proposta de educação monolíngue com pleno uso e compreensão semântica. A aquisição da língua de sinais ocorreu voluntária quando adultos.
Independentemente de possuir uma ótima compreensão e expressão lingüística (indivíduo surdo X ouvinte e vice-versa), podemos afirmar com certeza que Letícia e Célio cada um conquistou a partir de suas potencialidades o pleno exercício de sua cidadania consciente e responsável. Célio é arquiteto e Letícia é universitária de Análise e Desenvolvimento de Sistemas
40
41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
III Congresso internacional e IX Seminário Nacional do Inês
22 a 24 de setembro de 2004 – Rio de Janeiro – RJ
Múltiplas faces do Cotidiano Escolar.
Fernandes,Eulália
Problemas lingüísticos e cognitivos do surdo/Eulália Fernandes.—Rio de
Janeiro: Agir, 1990
MultiEducação
Núcleo Curricular Básico – Rio de Janeiro: 1996
Sacs Oliver
Vendo Vozes: Uma jornada pelo mundo dos surdos – Oliver Sacs –
Imago
Revista Brasileira de Educação Especial
fonte na internet:
http://cronicasdasurdez.com/sobre-surdos-libras-acessibilidade-e-
noticias-equivocadas-sobre-surdez/
Indice
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FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 7 SUMÁRIO 8 INTRODUÇÃO 9 CAPITULO I 11 CAPITULO II 24 CAPITULO III 28 CAPITULO IV 37 CONCLUSÃO 39 ANEXO 40 BIBLIOGRAFIA 41 ÍNDICE 42