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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO PARTICIPATIVA Autora: Ana Paula Jacintho Orientador Profª. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O presente trabalho propõe uma ... futuro sem os males do passado e com ... significando uma importante revisão dos pressupostos

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO PARTICIPATIVA

Autora: Ana Paula Jacintho

Orientador

Profª. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO PARTICIPATIVA

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Administração e Supervisão Escolar.

Por: Ana Paula Jacintho.

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos, família e professores que

acreditaram em mim e contribuíram para a

realização de um sonho.

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DEDICATÓRIA

Sempre ao meu esposo (Anderson) e minha

amada filha (Julia), pelas horas de ausência

e por sempre confiar na minha capacidade.

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RESUMO

O trabalho de memória monográfica que apresento incide sobre a temática

gestão participativa.

O mesmo consiste numa reflexão teórica sobre o modelo de gestão

participada nas escolas.

O objetivo primordial é refletir sobre a pertinência e os desafios que o

modelo de gestão participada coloca às nossas escolas procurando conhecer o

grau de coerência entre o discurso e a forma como se materializa na prática

educativa.

Sendo a gestão participativa indispensável para uma gestão aberta na

escola, a sua focalização em termos científicos é necessário, refletir, questionar e

construir na escola um clima de participação de todos os atores envolvidos, ou

seja, buscando uma escola para todos, e onde todos sentem-se integrados.

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METODOLOGIA

A pesquisa apresentada é de caráter bibliográfico onde será feita a leitura

de determinados autores, para que possa possibilitar uma boa sustentação

teórica. Com esses dados pretendo chegar a conclusão de hipóteses que foram

levantadas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – Gestão Democrática 10

CAPÍTULO II – Gestão Participativa 22

CAPITULO III – O Papel do Gestor 36

CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

ÍNDICE 53

FOLHA DE AVALIAÇÃO 54

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho propõe uma reflexão sobre a gestão escolar a partir de

uma perspectiva de participação de todos os protagonistas da unidade escolar, ou

seja, direção, professores, alunos, pais e comunidade em geral.

Nas últimas décadas, os acontecimentos no mundo se aceleraram em tal

ordem e com tamanho grau de intensidade, a ponto de colocar em dúvida nossas

próprias convicções. Aquele antigo modelo de sociedade estável e conservadora

já não se justifica mais no turbilhão de inovações sociais, econômicas, culturais e

tecnológicas que se aperfeiçoam a cada dia. É preciso que se veja a educação

com uma dimensão de totalidade da realidade social, se quisermos construir um

futuro sem os males do passado e com diretrizes mais confiáveis.

A partir dos conhecimentos adquiridos, precisamos fazer uma análise

consciente, e verificar até que ponto a prática pedagógica pode ou deve ser

aperfeiçoada.

As reflexões e questionamento, no espaço educativo, especialmente quanto

à forma de administração da escola, a concepção das pessoas diretamente

envolvidas no processo educacional sobre a qualidade das práticas escolares e a

possibilidade de estabelecer parâmetros confiáveis de qualidade dos serviços

educacionais, originou o tema do presente estudo, gestão participativa: A chave

para o sucesso escolar.

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9No século da ciência, o planeta se contorce para sustentar a avalanche de

informações e transformações que alteram a rotina da humanidade.

Seus ventos não trouxeram, excepcionalmente, comodidade; todavia,

encurtaram distâncias, liquefizeram culturas, desvendaram os segredos dos

povos, facilitaram a vida...Abriram vácuos, incertezas.Idéias e comportamentos

entram em colisão.Tamanho alvoroço se alarga para todos os setores,

principalmente para a escola, que exige otimismo e iniciativa dos gestores para

atingir a meta da formação de uma sociedade coerente em tempo de

astigmatismo.

O desafio maior é edificar a escola ideal que impulsione o sistema

educacional, governo, educadores e especialistas a discutirem alternativas,

romperem obstáculos, contradizerem conjeturas e confrontarem com a resistência

de uma sociedade que sonha com melhoria, mas não se organiza para obter uma

educação formadora.

Fortalecer as bases de ensino é uma necessidade tão emergente que

incomoda muitos, pois a gestão participativa descentraliza poderes, ramificando as

discussões de medidas e mudanças que dissolve os ranços, desagregam o

sistema de méritos e influencias políticas para implantar um modelo democrático –

flexivo é um grande desafio.

Para realizar esse sonho, é imprescindível despertar a comunidade escolar

para sanar um problema que exige a participação de todos, pois supera o maior

desafio do terceiro milênio, que é o equilíbrio para conquistar a sustentabilidade,

exige da educação modificações emergentes, porque, como veículo intercessor,

obrigatoriamente deverá se reestruturar para confrontar como tal realidade. É

preciso idoneidade para traçar metas com a sociedade, os educadores e

educandos. É nessa parceria que o gestor com visão do futuro projeta resultado

envolvendo a comunidade para esse fim por meio da capacidade administrativa e

da moderação para gerenciar os conflitos.

Precisamos de gestores com espírito empreendedor, líderes com senso de

justiça. Gestores que tracem estratégias seguras e planos reais, que tenham o

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10mínimo de respeito com os educadores e dignidade com os educandos, que

acreditem na força da educação para transformar vidas, que modifiquem a

realidade através de critérios que correspondam às suas expectativas de cidadão.

Para conquistar esses princípios, a comunidade deve exigir que o gestor

seja mais do que um intercessor, mas um articulador que interligue a escola com a

comunidade e com o mundo, para que o educando se guie pelos caminhos da

realização por meio de projetos e estratégias que criem alternativas pedagógicas,

administrativas e sociais. O entrosamento do coordenador pedagógico com

educadores, educandos e gestores é essencial. Somente assim teremos uma

escola cumpridora do seu papel social.

Não basta fazer movimentos, para provocar mudanças. Temos que mudar

para modificar o nosso meio, porque a educação em si não tem poderes para

modificar o mundo, mas a educação, em nós, ganha dimensões gigantescas a

ponto de transformar vidas, principalmente se a comunidade escolar se organiza

para esse fim.

Mesmo com as estruturas abaladas pela deficiência de valores diluídos pelo

desrespeito e pela carência de caráter de amor ao próximo, que vulnerabiliza os

nossos educandos, não devemos atribuir essa situação aos problemas sociais,

políticos e econômicos, mas à insuficiência de atitudes coerentes por partes das

autoridades competentes, que, na maioria das vezes, chega ao descaso,

caracterizando a falta de políticas educacionais.A gestão eficaz não é um sonho, é

um ideal ao alcance de toda a comunidade que tenha interesse de se organizar

para atingir objetivo. Basta torná-la um fato no cotidiano da escola.

CAPÍTULO I

GESTÃO DEMOCRÁTICA

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Muito se tem falado sobre a gestão democrática do ensino e partição

popular nas escolas, bandeira que atualmente acompanha a luta dos setores mais

progressistas da área da educação, por entenderem que a possibilidade de se

estender o atendimento assegurar os recursos para escola pública e melhorar a

qualidade do ensino, passa pelo processo de democratização da escola.

Entretanto, é preciso analisar com profundidade os pressupostos teóricos e

políticos que acompanham as propostas, notadamente aquelas que nasceram no

seio dos aparelhos do Estado, não se podendo desprezar, segundo BASTOS

(1999), “os problemas subjacentes à participação dos usuários dos serviços

públicos educativos, pais – cidadãos e trabalhadores – de uma sociedade,

tradicionalmente marcada pela subordinação econômica e pela exclusão política e

cultural”.

Ressalte-se que a presença de usuários no interior da escola não constitui

novidade histórica. Na década de 1920 e início da década de 1930 as teses

reformistas educacionais já defendiam a abertura da escola à participação da

comunidade. Muito embora essas propostas estivessem voltadas apenas para a

educação destinada às “massas”, pois, para os reformistas, no ensino destinado

às elites prevalecia a harmonia entre o conteúdo da ação pedagógica e os setores

sociais que a ela tinham acesso.

Para GOHN (1997), a gestão democrática, tendo sido institucionalizada

parcialmente como princípio ou diretriz constitucional, e não tendo sido definidos

os mecanismos participativos, abriu uma brecha para futuras lutas e movimento

dos profissionais da educação.

Anísio Teixeira (1997, p.33-35) foi o primeiro administrador público a

relacionar democracia com administração da educação. Seu projeto de educação

concebia a escola como o único caminho para democracia. Esse movimento de

democratização foi vetado pelas forças políticas que preparavam o Estado Novo.

A partir da década de 1970, sob a égide do regime autoritário, essa

“participação” passou a ser compulsória, com a obrigatoriedade da criação de

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12canais como as Associações de Pais e Mestres, subordinados a regras

burocráticas, numa espécie de “cidadania sob controle”.(BASTOS 1999 – p.48).

Foi também na década de 1970 que recomeçaram, no interior das lutas

populares, o movimento pela democratização da administração escolar, quando

alguns governantes, sentindo-se pressionado, efetivaram eleições para diretores

de escola, uma realidade atualmente presente em boa parte dos estados

brasileiros.

A literatura sobre gestão democrática reconhece que a vida organizacional

contemporânea é altamente complexa, assim como seus problemas. Segundo

Lück (1998), no final da década de 1970, os educadores e pesquisadores de todo

o mundo iniciaram um processo de maior observação quanto ao impacto da

gestão participativa na eficácia das escolas enquanto organizações. Ao notarem

que era impossível para o diretor solucionar sozinho todos os problemas e

questões relativas à sua escola, passaram a adotar a abordagem participativa

fundada no princípio de que, para a organização ter sucesso é necessário que os

diretores busquem o conhecimento específico e a experiência dos seus

companheiros de trabalho. Os diretores participativos baseiam-se no conceito de

autoridade compartilhada, por meio da qual o poder é delegado a representantes

da comunidade escolar e as responsabilidades são assumidas em conjunto.

A discussão a respeito das formas de administrar tem passado

obrigatoriamente pela questão da participação principalmente a partir de 1968,

significando uma importante revisão dos pressupostos teóricos do taylorismo, cujo

padrão de relacionamento autocrático, hierárquico e formalista passou a ser

substituído por valores contemporâneos, como flexibilidade, tolerância com as

diferenças, relações mais igualitárias, justiça e cidadania. Esse comportamento

pode ser explicado a partir das mudanças culturais que o mundo todo passou a

pós a Segunda Guerra Mundial.

Muitas são as classificações de teóricos de diversas tendências que

procuram compreender, através de pesquisas, esse fenômeno. Para alguns que

se basearam numa análise empobrecida e mecânica do marxismo pode-se

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13perceber a participação como uma seqüência de tipos definidos e evolutivos

dentro do processo mais amplo dos conflitos no campo da produção que,

iniciando-se nas lutas sindicais, passaria pelas comissões de fábrica, conselhos,

co-gestão, chegando até a auto-gestão generalizada; para outros, de uma linha

mais conservadora, a preocupação é classificar o fenômeno, nunca se chegando a

um consenso quanto à definição de participação no trabalho, nem como aferir sua

intensidade e abrangência. Segundo FERREIRA (1998), a discussão se enriquece

quando pesquisadores alguns com formação em engenharia decidem tentar

verificar o que está acontecendo no interior das organizações, em vez de se

preocupar com macroexplicações. Porém, segundo o mesmo autor, a partir de

uma perspectiva mais recente que enfatiza a atual (ou suposta...) valorização da

dimensão da aparência e a intranscendentalidade dos valores, a participação se

confunde com todas as formas de organização possíveis, convivendo nesta colcha

de retalhos aparentemente absurda que caracterizaria a pós-modernidade.

A escola é um universo específico cuja realidade, bem como a ação das

pessoas que nela atuam, só pode ser compreendida a partir de um conhecimento

prévio. Sabe-se que a escola pública tem uma intensa relação com a comunidade,

principalmente por lhe dar com a enorme heterogeneidade cultural brasileira,

atuando num Brasil real, onde existe miséria, pobreza em todos os sentidos,

significando que a gestão democrática no âmbito da escola pública é uma relação

entre desiguais, onde nem sempre a comunidade está preparada nem mesmo

para o próprio exercício da cidadania, sendo a participação na administração da

escola garantida, pelo menos teoricamente, por meio do funcionamento do

Conselho de Escola, que foi adotado com sentido de dotar a escola de autonomia

para poder elaborar e executar seu projeto educativo.

Segundo FERREIRA (1998), toda e qualquer organização que tente

implantar e desenvolver práticas de natureza participativa vive sob a constante

ameaça da reconversão burocrática e autoritária dos seus melhores esforços. As

razões para isto são diversas: história de vida dos membros, supervalorização

ideológica das formas tradicionais de gestão, demandas políticas difíceis de

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14conciliar, etc. Para o autor, um ponto deve ser destacado: a participação se funda

no exercício dos diálogos entre as partes. Esta comunicação ocorre, em geral,

entre pessoas com diferentes formações e habilidades, ou seja, entre agentes

dotados de distintas competências para a construção de um plano coletivo e

consensual de ação.

Sabemos que a escola, pela sua natureza, é um lugar de inúmeras e

diversificadas práticas, sendo que estas não se sustentam sem uma concepção de

sociedade ou de mundo. Daí, essa diversidade de práticas está em permanente

movimento no cotidiano da escola, seja para o seu êxito ou para o seu fracasso.

As práticas de gestão constituem parte importante desse cotidiano que não deve

servir apenas para controlar, mas principalmente, para estimular novos

conhecimentos, ou seja, as relações de poder devem ir além do administrativo,

fazendo-se presente no pedagógico e materializando-se nas relações profissionais

do currículo. Neste sentido, a gestão democrática tem que atingir todas as esferas

da escola, chegando até a sala de aula, que ao contrário do que muitos pensam,

não é apenas um local de conteúdos, mas também o lugar de disputa pelo saber,

da construção da subjetividade e da educação política.

Para Lück, em organizações democraticamente administradas – inclusive

escolas – os funcionários são envolvidos no estabelecimento de objetivos, na

solução de problemas, na tomada de decisões, no estabelecimento e manutenção

de padrões de desempenho e na garantia de que sua organização está atendendo

adequadamente às necessidades do cliente. Ao se referir a escolas e sistema de

ensino, o conceito de gestão democrática envolve, além de professores e outros

funcionários, os pais , os alunos e qualquer outro representante da comunidade

que esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico.

A introdução do processo eleitoral para a escolha de dirigentes escolares,

trouxe para dentro da escola a disputa política, com conflitos e divergências

inerentes ao processo democrático. Poder participar da escolha de diretores de

escola através do voto direto, foi uma grande conquista daqueles que sempre

lutaram pela democratização do ensino.

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15É bem verdade, porém, que as eleições, por si só não resolvem todos os

problemas na gestão escolar, pois existem os eleitos que não correspondem às

expectativas dos leitores fazendo-nos refletir que o voto popular não é a única

fonte de participação na democratização do poder, pois existe outra fonte de

democracia, decorrente do voto, que é a participação nas decisões.

É, portanto, necessário à existência de conselhos escolares atuantes, que

junto com a comunidade, tragam para o cotidiano escolar vozes diferentes e

discordantes, pois embora pareçam assustadores para alguns dirigentes, trata-se

de elementos importantes no conjunto das relações democráticas, porque fazem

refletir e provam que a realidade não é homogenia e está sempre em movimento.

Segundo BASTOS (1999), o debate, o movimento e as práticas

administrativas compartilhadas estão sinalizando três posturas distintas no

cotidiano escolar. Há aqueles dirigentes que se posicionaram conscientemente em

relação às práticas compartilhadas no administrativo e no pedagógico, e procuram

construir coletivamente um novo projeto de escola pública; existem outros

dirigentes que não discordam da participação e do ambiente criativo

desencadeado pela gestão democrática, mas temem que a escola não esteja

preparada para a prática das decisões compartilhadas. Para esses dirigentes, as

normas constituem a base do funcionamento da escola. E, finalmente podemos

observar que o cotidiano escolar é propício para a manutenção de um bom grupo

de dirigentes que foram eleitos, por não haver ninguém que queira assumir a

direção da escola. São dirigentes céticos em relação às propostas de gestão

democrática.

Vale salientar que a perspectiva de gestão democrática do ensino, ainda

segundo BASTOS (1999), abre para a comunidade da escola o compromisso de

reeducar o seu dirigente, e colocar diante dele a necessidade de administrar a

escola com as representações de todos os seguimentos dela.

O trabalho compartilhado pressupõe a formação de equipe, que é uma

dimensão básica do estilo de gestão compartilhada. Para Lück (1998), o diretor

eficaz é um líder que trabalha para desenvolver uma equipe composta por

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16pessoas que conjuntamente são responsáveis por garantir o sucesso da escola.

Para ele, a ênfase principal da liderança está no papel do ensino, pois o líder deve

ajudar a desenvolver as habilidades nos outros, para que compartilhem a gestão

da unidade.

Cabe, portanto, aos profissionais da educação aos alunos, pais e

comunidade, consciente da necessidade de um projeto democrático de educação,

organizarem-se e forma a pressionar e exigir do diretor o compromisso com a

participação de todos na construção de uma escola democrática.

No Brasil, a prática administrativa, em especial a administração escolar,

apresenta-se continuamente conformada com a situação, fundamentando-se na

coação e na imposição legal e burocrática. É uma tradição herdada do

autoritarismo e dos interesses dominantes. Desta forma, por muitas décadas a

administração, principalmente na escola pública, foi orientada através da ação

administrativa em direção ao centralismo burocrático, sem se preocupar com o

trabalho participativo.

Porém, a partir das pressões de professores organizados, alunos e da

sociedade civil em geral, iniciados no ano de 1978, exigindo novos rumos às

práticas administrativas da educação, o provimento de cargos de administração foi

se fazendo através de eleições diretas. Dali em diante foi desaparecendo a figura

do diretor com cargo quase vitalício e que decidia tudo de forma autoritária e

centralizada, para dar lugar à administração participativa, em forma de colegiado,

exigindo o envolvimento de todos nos processos de tomada de decisão.

Apesar de todo esse avanço, “esse movimento foi engendrado no conjunto

da sociedade, no chamado período de `abertura política´, recebendo no seu

transcurso a influência das práticas políticas do país, freqüentemente marcadas

pelo clientelismo político e pelo corporativismo de interesses.” (FORTUNA, 1998).

Para FORTUNA, existe e sempre deverá existir uma insatisfação com os

processo de democratização, especialmente na realidade escolar, levando se em

conta que os sujeitos decepcionam-se com a democracia, porque esperam dela

um resultado, um fato acabado, uma conclusão. Entretanto, deve-se levar em

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17conta que se trata de um processo em constante evolução e que não se pode

desconsiderar a dimensão subjetiva das práticas dos atores envolvidos, com seus

valores, suas concepções, suas imagens, seus desejos, seus fantasmas, enfim,

com toda a sua história de vida, que entra como dote que cada um traz consigo

para o intercâmbio entre essas relações.

Apesar de todos os movimentos em defesa da gestão democrática, ainda

existe uma boa parcela daqueles que atuam na educação que insistem em não

acreditar que a ampliação dos mecanismos da participação seja capaz de delinear

uma nova trajetória para elevação da qualidade do ensino com sua efetiva

extensão àqueles setores mais oprimidos de nossa sociedade.

O ceticismo desses setores não lhes deixa enxergar que os modelos

centralizados, burocráticos, mutilador do trabalho do professor em sala de aula e

sem a participação das forças que atuam na sociedade, só tem contribuído, como

a própria história tem nos demonstrado, para aniquilar a educação pública no

Brasil. É inaceitável que essa forma arcaica de conduzir os rumos do ensino ainda

seja defendida por profissionais da educação, em nome do comodismo, do medo

do novo e da falta de compromisso com a quebra de velhos paradigmas.

Nunca é demais enfatizar que jamais existirá qualquer canal institucional

que venha a ser criado no sistema de ensino que, sozinho, transforme a qualidade

da educação. Nessa perspectiva, “a gestão democrática poderá constituir um

caminho real de melhoria da qualidade do ensino se for concebida, em

profundidade, como mecanismo capaz de alterar práticas pedagógicas” (BASTOS

1999).

Desta forma, a gestão democrática deve-se constituir como instrumento de

transformação das práticas escolares. A gestão e a melhoria da qualidade serão

expressões inócuas, se não houver uma direção predisposta às mudanças, se não

houver uma nova proposta pedagógica capaz de romper com toda e qualquer

prática autoritária, visto que as principais características da gestão participativas

são, segundo Lück (1998): compartilhamento de autoridade; delegação de poder;

responsabilidades assumidas em conjunto; valorização e mobilização da sinergia

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18de equipe; canalização de talentos e iniciativas em todos os seguimentos da

organização; e compartilhamento constante e aberto de informações.

É, necessário, sobretudo, que o gestor escolar dê plena liberdade ao

professor para que crie as condições para uma ampla reformulação de práticas

educacionais, em busca de um novo modelo pedagógico através de um projeto

coletivo que pressuporá a presença de alunos, pais e demais protagonistas da

sociedade.

É bem verdade que essa trajetória poderá ser permeada por avanços e

recuos. Não deixarão de existir as dificuldades nessa interação e será preciso

romper com práticas enraizadas. Não há dúvidas, porém, que esse processo

enriquecerá a atividade educativa, com avanços significativos na qualidade do

ensino, a partir de uma profunda reflexão alimentada pelos problemas concretos

enfrentados na sociedade, construindo-se, assim, novas relações sociais num

espaço público de decisão e discussão, sem a tutela do Estado.

Para o alcance do êxito da democratização da escola, é preciso que se

levem em consideração não só os aspectos políticos e sociais externos à escola,

mas também os internos que inviabilizam qualquer discussão sobre sua

democratização, tais como: qualidade de acesso e a permanência.

É importante destacar que as dificuldades encontradas no processo da

administração escolar constituem-se também em estratégias que poderão manter

a escola com boa imagem diante da comunidade, ressaltando a integração e a

interação das equipes, dos funcionários e dos professores na convivência com os

alunos e pais, reforçando a relação participativa entre a escola e comunidade.

Essa relação é resultante de um ambiente promissor concretizado por eleito

multiplicador nas relações estabelecidas que permeiem o foco de estudo da

gestão escolar.

Também a participação tanto de professores quanto de estudantes e ainda

de funcionário em processo de sinergia gera um clima favorável com influência

direta no desenvolvimento das atividades. Isso pode ser explicado pelas variáveis,

que intervêm na composição do clima da organização escolar.

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19Já quanto ao aspecto comportamental, grupal, expresso por funcionários,

este deve ser analisado em relação à participação e em que momento ele é

reconhecido na escola, destacando também a necessidade de o gestor

educacional estar mais próximo da equipe pedagógica, valorizando o coletivo.

Neste momento cabe assinalar que há necessidade de mudanças na

articulação do pedagógico e do administrativo, para que se possa propiciar uma

prática pedagógica qualitativamente atualizada, criando, desta forma, um clima de

participação efetiva de toda comunidade escolar nas decisões administrativas e

pedagógicas, porém, quando se descentraliza o poder é quando se confia e se

acredita em um trabalho de equipe.

Diante deste contexto, entende-se que a educação é o ponto de chegada e

de partida da administração escolar, sendo função essencial do gestor escolar

entender o processo educacional. Portanto, o próprio trabalho pedagógico é que

vai estabelecer os padrões da administração. Daí a necessidade de a escola

discutir e apresentar o aspecto pedagógico para a equipe administrativa, de modo

que se estreitem tais relações e se suscite sua valorização.

O clima organizacional instalado nas escolas propicia a participação, traz

novas tessituras de relações que se efetuam dinamicamente. Trata-se da

modalidade de atuação que conquista espaços e autonomia na construção

coletiva do projeto pedagógico da escola, priorizando a ação do gestor de forma

descentralizada, mas com co-participação e comprometimento da comunidade

escolar. Isso leva às mudanças no processo de modo que se legitime que cada

setor escolar deve definir seus próprios recursos, de acordo com as diretrizes

traçadas, diferenciando-se da ação desconcentrada que permite apenas a

distribuição de tarefas, porém, com o poder de decisão centralizado no dirigente

da escola.

A autonomia pode interferir na eficácia do processo administrativo escolar,

sendo um dos princípios centrais das políticas educativas da década de 90, trata-

se de dotar as escolas com os meios para responderem de forma útil aos desafios

cotidianos.

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20A liderança organizacional é um dos fatores que contribuem para o alcance

da escola eficaz, e é o líder quem irá promover estratégias adequadas de atuação

e participação de todos os envolvidos no processo educativo. Nessa perspectiva,

autonomia implica, por um lado, a responsabilidade dos profissionais, dos alunos,

dos pais e da comunidade e, por outro lado, a preocupação de aproximar o centro

de decisão da realidade escolar.

A liderança da escola pode ser reforçada pela própria equipe de trabalho,

priorizando assim um ambiente democrático, favorecendo a participação dos

diversos atores que compõem o processo educativo, em que a coesão e a

qualidade de uma escola dependem, em larga medida, da existência de uma

liderança organizacional efetiva e reconhecida, que promova estratégias

adequadas de atuação e estimulem o empenho individual e coletivo na realização

dos projetos de trabalho.

A liderança organizacional deve ser legitimada por uma tomada de decisões

e participação colegiada, envolvendo o conjunto da comunidade educativa na

definição e na salvaguarda dos objetivos próprios do estabelecimento de ensino.

Destaca-se a necessidade da presença da liderança, aliada ao

desenvolvimento da gestão democrática, para uma efetiva participação da escola

e dos demais segmentos da comunidade.

Por outro lado, a participação nos diferentes níveis dos atores que

compõem a gestão da escola deve ser estimulada pelo gesto, sendo assim

moralmente desafiados a responder competentemente aos reclamos da sociedade

contemporânea.

Um novo sentido é dado para a administração da escola no que concerne à

formação de profissionais que irão atuar na formação de seres humanos desde o

ensino fundamental até o ensino superior, pois eles terão a responsabilidade de

formar cidadãos capazes de enfrentar com dignidade e possibilidades a

complexidade do mundo moderno.

Entende-se a administração da educação como uma instância inerente à

prática educativa, que abrange o conjunto de normas / diretrizes e práticas /

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21atividades que garantem, de um lado o significado ou o sentido histórico do que se

faz e, de outro lado, a unidade do conjunto na diversidade de sua concretização, e

que a administração da educação engloba políticas, planejamento, gestão e

avaliação da educação.

Assim, a gestão democrática implica principalmente repensar a estrutura de

poder da escola, tendo em vista sua descentralização e democratização. A

socialização do poder propicia a prática da participação coletiva, a qual atenua o

individualismo; amplia a reciprocidade; elimina gradativamente a exploração;

propicia a solidariedade, suprimindo a opressão pela autonomia, que anula a

dependência dos órgãos intermediários os quais elaboram políticas educacionais

para que a escola seja mera executora.

A busca da gestão democrática inclui, inicialmente, uma ampla participação

dos representantes dos diferentes segmentos da escola nas decisões e ações

administrativas – pedagógicas ali desenvolvidas.

Dessa forma, dada a possibilidade de se praticar à gestão escolar como

uma administração modernizada e atualizada em seus aspectos internos e

externos, isso significa romper gradativamente com a ótica do controle excessivo

sobre as coisas, as pessoas e as ações, inserindo a participação com exigência

ou como condição imprescindível ao processo democrático ensejado.

Inúmeras experiências de participação são, portanto, realizadas, sem que

tenham um sentido político-democrático, ou sentido pedagógico de transformação.

É por esse motivo que o conceito e a prática concreta da participação devem ser

particularmente analisados quando se considera a questão da gestão escolar.

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22

CAPÍTULO II

GESTÃO PARTICIPATIVA

O destaque “participativo” refere-se à filosofia de cooperação e união entre

todos os seus participantes, dirigentes, funcionários, gerando um perfil de família

unida. Assim, para que a gerência participada ocorra de forma vantajosa é

necessário o envolvimento dos trabalhadores na vida da escola, e quando maior

for o seu envolvimento, mais se sentirão donos e parte da vida escolar e estarão

prontos a ajudar a alcançar os objetivos preconizados.

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23Este sistema resulta na integração entre trabalhadores, instituições e

comunidade. Para isto, antes de qualquer coisa, é preciso que os próprios

gestores/ diretores percebam a real importância dos funcionários dentro da

organização. Por outro lado, percebam que é com esta relação de convivência

dentro das organizações que se consegue civilizar o processo de

desenvolvimento, identificando interesses convergentes entre a base e o topo nas

organizações. Só assim se desperta a verdadeira cidadania para se chegar ao

objetivo primeiro e último da gestão participativa: a melhoria da qualidade de vida

de todos.

Quando todos os intervenientes do processo se envolvem no planejamento

da vida organizacional, aumenta a produtividade e a motivação bem como os

resultados, permitindo a seus dirigentes tomadas de decisões estratégicas mais

seguras.

Define-a como um conjunto de princípios e processos que defendem e

permitem o envolvimento regular e significativo dos trabalhadores na tomada de

decisão. Partindo desta perspectiva é imprescindível, enfatizar a necessidade da

participação ativa dos trabalhadores na definição das metas e objetivos; na

resolução de problemas; no processo de tomada de decisão; no acesso à

informação e no controle da execução são aspectos considerados fundamentais.

A gestão participativa é uma forma de gestão que cria condições para a

participação dos diferentes membros ou atores de uma organização, no sentido de

favorecer a execução de um trabalho coletivo, interativo e progressivamente mais

autônomo entre os diversos intervenientes escolares (direção, os professores, os

alunos, os pais e encarregados de educação e a comunidade em geral).

Considera-se que este desenvolvimento recente da gestão participativa ficou a

dever, essencialmente, a dois tipos de fatores:

• Primeiro, no domínio das teorias da administração e da análise organizacional,

mostrando que já existem vários estudos que revelam a importância do individuo

(da sua racionalidade, da sua autonomia e das suas estratégias) nas

organizações;

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24• Segundo, no domínio das práticas de gestão empresarial onde se tem assistido à

influência crescente dos princípios e modelos japoneses, com a criação de

dispositivos de desenvolvimento empresarial, baseados na partilha de

responsabilidades pelas equipes de trabalho, com o aparecimento dos círculos de

qualidade como forma de associar voluntariamente os trabalhadores à resolução

de problemas e ao processo de tomada de decisão, com o desenvolvimento do

trabalho em equipe, com a co-gestão participativa na escola.

Hoje em dia existe um largo consenso quanto à necessidade de introduzir

formas de gestão participada nas organizações (publicas ou privadas, industriais

ou de serviços, lucrativos ou sem fim lucrativo), embora, as motivações passam a

ser diversa.

A participação é uma forma de cidadania e é entendida como “a capacidade

de colaboração” ativa dos atores na planificação, direção, avaliação, controle e

desenvolvimento dos processos sociais e organizacionais. A participação pode ser

abordada numa outra perspectiva mais personalizada como “um processo

(consensual e conflitual), um modo de contribuir para a construção da

organização, sacrificando, até certo ponto, os objetivos singulares e pessoais e a

liberdade e autonomia individuais.

Ser parte e participar são coisas completamente distintas. Enquanto parte,

o cidadão afirma a sua autonomia pessoal contra outros particulares ou contra a

coletividade; mas já enquanto participante, ele representa e afirma o interesse de

um grupo, participa na publicação democrática e aparece como portador de uma

função no todo coletivo. Daí podem reafirmar que a gestão participativa exige que

os participantes sejam ativos e dinâmicos. De nada vale implementar uma gestão

participada se todos os participantes não estão envolvidos no mesmo. Pois, a

participação na gestão de uma escola é considerada como: poder real de tomar

parte ativa na elaboração e desenvolvimento do processo educacional, tanto no

nível institucional como no nível social mais amplo, de todos atores que intervêm

no processo educacional, ou seja, alunos, pais e responsáveis, docentes e

representantes da comunidade. Também, podemos dizer que a participação é um

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25processo educativo tanto para os diretores / gestores como para os demais

membros da comunidade escolar e local. Ela permite confrontar idéias,

argumentar com base em diferentes pontos de vista, expor novas percepções e

alternativas (Ferreira. 2000, 30).

A escola, como sabemos, é um espaço de diversidade de pessoas e não

só, daí a necessidade de trabalharmos de forma cooperativa, onde valorizamos o

pensar e o fazer coletivo e cada um se sintam parte integrante deste processo.

Devemos entender que quando participamos ativamente na vida da escola

conseguimos entender as relações humanas, e posteriormente sentimo-nos

preparados para enfrentar e solucionar os problemas e os conflitos. Mas, também

participamos na vida da escola como forma de exercer a democracia, buscando

sempre a construção de uma sociedade dinâmica, solidária e democrática.

A gestão participativa na organização é uma forma de dar vez e voz a todos

os intervenientes escolares. E para conseguirmos de forma eficiente, o importante

é ter sempre presentes os pontos básicos: a prender a aprender, para inovar; criar

uma visão compartilhada; planejar a transição, a análise organizacional, a

colaboração ambiental e potencialização de si e dos outros, para que a gestão

seja uma soma de esforços individuais e grupais em busca do aperfeiçoamento

permanente da organização e dos seus recursos humanos.

Os atores da gestão participativa nas escolas, a gestão das escolas e dos

sistemas de ensino deve contar com a participação de pais e encarregados de

educação, alunos e professores (comunidade escolar), mas também com

representantes das associações do poder público e da comunidade local.

Quando referirmos à gestão participativa nas escolas, estamos a falar

essencialmente do envolvimento dos trabalhadores na gestão, o que no caso da

escola, quer dizer, em primeiro lugar, dos professores. Pois estes constituem, em

princípio, uma força de trabalho altamente especializada e qualificada que em

muitos casos se aproxima de um corpo profissional. Mas, também existem outros

fatores que justificam o envolvimento dos docentes na gestão das escolas.

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26Numa organização como a escola, a gestão é uma dimensão do próprio ato

educativo. Cabe assim aos docentes escolares, definir os objetivos, selecionar as

estratégias, planificar, organizar, coordenar, avaliar as atividades e os recursos, ao

nível da sala de aula, ou ao nível da escola no seu conjunto, são tarefas com

sentido pedagógico e educativo evidente, mas igualmente ligadas à função

participativa na vida escolar. Por outro lado, a redefinição da profissão docente e

as próprias mudanças nos modelos e práticas do ensino, têm valorizado a

abordagem do professor como um gestor de situações educativas. O professor já

não é um mero transmissor de conhecimentos, mas um facilitador da

aprendizagem do aluno e cria condições para a aprendizagem. Por tudo aquilo

que realçamos, o professor desempenha um papel central para a gestão de uma

escola e para a sua adequação aos objetivos educacionais. Todavia, podemos

dizer que a gestão do ensino e das escolas é uma tarefa complexa que exige

conhecimentos específicos, no domínio da administração educacional, e que

deveria fazer parte da formação inicial e contínua de cada professor, em função da

natureza dos cargos que exercesse e das tarefas pelas quais se

responsabilizasse.

Em muitos setores nomeadamente ligados à administração da educação,

ainda é dominante a concepção do aluno como produto do trabalho dos

professores e da atividade da escola. Assim sendo, leva-nos a pensar que esta

concepção está ligada aos modelos e práticas de gestão tradicional, consideradas

“aquelas que negavam as pedagogias novas, progressistas, inovadores e

modernos, ao nível das concepções, dos métodos e das técnicas pedagógicas,

das formas organizativas e disciplinares”. Mas, hoje em dia vivemos num mundo

dinâmico, onde o aluno é visto como um “cliente” e o professor como um

“Prestador de serviços”. Por isso, devemos sempre ter nas nossas mentes que “o

aluno é está intrínseco à produção do próprio ato educativo”. E se pretendemos

envolvê-los no processo de gestão participada, devemos considerá-los como se

fossem trabalhadores, no sentido de defender a participação dos mesmos.

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27Na verdade, se optarmos por uma concepção pedagógica atualizada, “os alunos

são considerados, não como objetos da formação, mas sim como sujeitos da

formação”, isto leva-nos a pensar que devemos valorizar cada aluno como sujeito

ativo da escola capaz de oferecer apoio e cooperar com a escola em busca da

melhoria do desenvolvimento da mesma. Por isso, a escola deve criar condições

para que os alunos sejam autores do seu próprio crescimento (físico, psíquico,

intelectual, afetivo, moral etc.).

A escola deve envolvê-los, criando iniciativas e formas de participação; que

os alunos devem ser ouvidos, em todos os assuntos que lhe digam respeito pelos

professores, diretores de turma e órgãos de administração e gestão da escola. Daí

a necessidade de oferecer-lhes oportunidades de cooperação no processo e na

organização escolar. Do ponto de vista da gestão participativa, não basta dizer

que a participação dos alunos na gestão das escolas é uma aprendizagem da

cidadania, mas, além disso, a participação dos alunos na gestão das escolas é

uma condição essencial para a própria aprendizagem.

Hoje em dia existem estudos muito apurados sobre a participação dos pais

e encarregados de educação na vida da escola e a sua contribuição para o

progresso do aluno.

A relação entre a família e a escola constitui um elemento funcional e

dinâmico na vida da escola, pois, proporciona benefícios para os pais e

encarregados de educação, para os alunos e para a própria escola, de uma forma

geral. Para que exista uma colaboração entre a escola e a família é necessária

fazer com que aquela seja aberta a esta, no sentido dos pais e encarregados de

educação terem a oportunidade de intervir, envolvendo nas atividades e

colaborando nos projetos da escola (Marques. 1991,12). Com certeza, quando os

pais participam ativamente na escola, valorizam mais o trabalho de todos os

intervenientes escolares (os professores, os alunos a direção), isto também

contribui para o desenvolvimento pessoal dos próprios pais, desenvolvendo-lhes

competências de cidadania, aumentando a sua informação e motivação perante o

meio que o rodeia. Assim, podemos fazer a seguinte consideração: a escola

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28constitui um espaço de partilha dos saberes, onde os representantes de pais e

encarregados de educação têm uma tarefa a desempenhar de forma, colaborando

com a mesma, mas também partilhando com os outros pais e encarregados de

educação a informação recebida. Assim, se cria na escola uma entrada e saída de

informação com vista à melhoria de interação e desenvolvimento de todos.

Como é sabido, hoje em dia a escola deve estar aberta à comunidade e a

sociedade em geral e uma forma de abertura é criar parceria com a autarquia, no

sentido, de beneficiar a organização e o funcionamento da escola. A participação

de representantes da autarquia na gestão da escola justifica-se numa perspectiva

de parceria e traduzindo uma co-responsabilização real de elemento da sociedade

local no funcionamento da escola e na concretização dos seus objetivos. Os

elementos da autarquia na gestão da escola devem acontecer quando à medida

que houver iniciativas concretas que envolvam a escola e os serviços autárquicos.

Instrumentos e práticas de gestão escolar que favoreçam a participação.

Definiremos aqui cinco pilares sobre os quais deve assentar, a nosso ver, uma

gestão escolar participativa: a construção do projeto político pedagógico a adoção

de uma dinâmica funcional descentralizada, a envolvência da comunidade

educativa no processo de tomada de decisão, o investimento na construção de um

clima e cultura organizacional favorável e desenvolvimento de boas praticas de

participação e comunicação.

Hoje em dia um dos problemas que se colocam à gestão é a reduzida

margem de autonomia de que, goza na resolução dos aspectos fundamentais ao

funcionamento da escola sendo que a autonomia da escola constitui na atualidade

um tema central para a dinâmica da escola. Consideramos que a autonomia é um

conceito que exprime sempre um certo grau de relatividade. Somos mais, ou

menos, autônomos. Podemos ser autônomos em relação a umas coisas e não em

relação a outras. A autonomia é, por isso, uma maneira de gerir, orientar, as

diversas dependências em que os indivíduos e os grupos de gestão participativa

na escola encontra-se, assim ligado umbilicalmente ao conceito de autonomia.

Enquanto instrumento de planejamento e gestão dá origem à autonomia e,

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29conseqüentemente, a concretiza. Pois, a autonomia só se concretizará

plenamente quando surge como o processo e o produto de uma planificação

orientada, intencional e, muito importante, desejada. Esta planificação, assumida

pelo projeto político pedagógico tem que ter em conta a definição de um sentido

para a ação comum, uma gestão participativa e uma explicitação de valores

comum.

Só assim a escola conseguirá apropriar-se autonomamente do seu espaço

próprio para se afirmar perante a comunidade que a envolve. O projeto político

pedagógico deve ser capaz de procurar antever o futuro, deve ter em conta o

indeterminado, deve ser capaz de se adaptar às dificuldades que vão surgindo,

para as ultrapassar, avaliando permanentemente a sua ação. Por isso, o projeto

político pedagógico deve ser fruto da discussão participada e consensual de uma

comunidade educativa que o deseja; deve ser autônomo, mas não independente.

O projeto político pedagógico permite passar do desejo da ação, do "eu" ao "nós",

é um instrumento gerador de descentralização e de participação.

O projeto político pedagógico, participação e autonomia são indissociáveis.

O projeto educativo é o instrumento organizacional de expressão da vontade

coletiva da escola-comunidade educativa que dá sentido útil à participação e a

corporização operativa da autonomia da escola comunidade.

A construção da escola que queremos necessita de uma real participação de toda

a comunidade na construção do projeto político pedagógico; requer liberdade,

autoridade e competência profissional dos professores; exige poder de decidir

porque só decidindo se alcança a autonomia.

A descentralização constitui um outro aspecto bastante relevante numa

organização que se quer participativa. Efetivamente para que uma escola seja um

local de participação e caminhe para a democracia, o gestor / diretor enquanto

pessoa chave necessita, porém, de realizar uma transição da figura

do gestor/ autoritário para a figura do educador dirigente.

O gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode

administrar todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização, isto é,

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30o compartilhamento de responsabilidades com alunos, pais, professores e

funcionários.

Nesta era de mudança, as organizações que descentralizam (delegam)

autoridade permitem que os gestores tomem decisões importantes, ganhem

aptidões e evoluam na organização. Por terem o direito de tomar decisão sobre

um vasto leque de questões, os gestores desenvolvem competências que lhes

permitem enfrentar os problemas. Abordando a questão da descentralização

dentro da gestão participativa, podemos dizer que o processo decisório deve ser

totalmente delegado e descentralizado, as informações totalmente compartilhadas,

sendo a comunicação deve observar os princípios de clareza, coerência e

adequação. É claro que devemos delegar tarefas, mas também temos de controlar

todos os aspectos para que a delegação seja um trabalho de responsabilidade,

mas também de partilha.

A tomada de decisões como oportunidade de uma gestão participativa

A teoria clássica de decisão defende o princípio de que a tomada de decisão

resulta de um processo racional, através do qual os dirigentes escolhem a melhor

das alternativas (entre as existentes), para atingir os objetivos pretendidos. A

tomada de decisão é sobre tudo meios e não fim. O processo através do qual um

gestor tenta atingir um determinado estado desejado, ou seja, as respostas a um

determinado problema. Deve ser um processo dinâmico, influenciado por muitas

forças, incluindo o ambiente organizacional e o conhecimento, a capacidade e a

motivação do gestor.

O processo de tomada de decisões envolve diferentes intervenientes da

organização em que cada pessoa participa conscientemente e racionalmente

escolhendo entre as alternativas mais ou menos racionais; cada pessoa decide

em função de sua percepção das situações. Fazendo retrospectiva da situação,

refere que no processo de tomada de decisões, percorrem-se alguns passos

específicos que contribuem para decisões de alta qualidade: Identificar e definir o

problema (é fazer um diagnóstico da organização, mostrando os seus pontos

fortes e fracos, as ameaças e as oportunidades).

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31 Desenvolver soluções alternativas (uma vez definido o problema, é

necessário desenvolver alternativas exeqüíveis, soluções potenciais, e ter as

conseqüências possíveis de cada alternativa).

Avaliar soluções alternativas (significa, uma vez desenvolvidas devem ser

avaliadas e comparadas).

Em cada situação de decisão, o propósito da tomada de decisão é:

escolher a alternativa que vaticine os resultados mais favoráveis e evite os menos

favoráveis.

Dentro deste contexto podemos analisar condições de certeza (o dirigente

tem o conhecimento absoluto do resultado de cada alternativa; condições de

incerteza. Escolher a alternativa visa resolver um problema para se atingir um

objetivo predeterminado. Significa que a decisão não é um fim em si, mas apenas

um meio para atingir um fim).

Implementar a decisão, ou seja, uma decisão deve ser eficazmente

implementada para que se atinja o objetivo para o qual foi tomada.

Avaliar e controlar significa, que uma gestão eficaz implica medições

periódicas dos resultados. Se existirem desvios quando se comparam resultados

atuais com o planejado, é necessário proceder às alterações. Após a

implementação da decisão, o gestor/ diretor não pode presumir que o resultado

venha a satisfazer o objetivo inicial. Daí a necessidade de um sistema de controle

e avaliação para garantir que os resultados obtidos são coerentes com o

planejado a quanto da tomada de decisão.

A tomada de decisão não é um processo fixo, mas um processo seqüencial,

onde os gestores percorrem um certo número de etapas que ajudam a pensar o

problema e a desenvolver estratégias alternativas. As etapas não precisam ser

aplicadas de forma rígida, o seu valor reside na capacidade de obrigar os

dirigentes a estruturar o problema de uma forma coerente.

A teoria clássica de decisão defende o princípio de que a tomada de

decisão resulta de um processo racional, através do qual os dirigentes escolhem a

melhor das alternativas (entre as existentes), para atingir os objetivos pretendidos.

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32Mostrando que o processo racional de tomada de decisão desenvolve-se ao longo

das seguintes lógicas: definição de objetivos; Identificação das alternativas;

avaliação das alternativas; avaliação e controle.

No processo de tomada de decisões, o dirigente deve analisar todas as

alternativas possíveis e escolher aquela que permite maximizar a ação face aos

objetivos desejados. Assim, podemos entender que o processo de tomada de

decisão é interativo e racional. Quando falamos da gestão participativa, também

pensamos na participação de todos os intervenientes no processo de tomada de

decisões. Muitas pesquisas têm revelado que “as decisões consensuais com cinco

ou mais participantes são melhores do que as decisões individuais”, pois em

conjunto, ou seja, em grupo existe maior probabilidade de criatividade na tomada

de decisões todos os intervenientes devem participar e, de inicio, para encorajar a

participação, deve evitar-se a avaliação das idéias individuais.

Gestão constitui de princípios e práticas decorrentes que afirmam ou

desafirmam os princípios que as geram. Estes princípios, entretanto não são

intrínsecos à gestão como a concebia a administração clássica, mas são

princípios sociais.

No entanto, a passagem de uma administração autoritária para uma

administração democrática e participativa é complexa e terá de enfrentar vários

desafios ou superar vários obstáculos, antes de produzir os resultados esperados.

Mas, o maior e mais difícil desafio a ser resolvido são fazer com que a

administração escolar, nas instituições de ensino atinja graus satisfatórios de

autonomia, que lhes garantam recursos e condições capazes de permitir a

implantação de novas idéias pedagógicas e administrativas surgida no coletivo.

Logo, sabendo da complexidade, e da dificuldade que as mudanças provocam,

uma vez que para se mudar de uma idéia / ação que não corresponde com a

realidade vigente para outra nova idéia / ação que exige a ruptura histórica na

prática administrativa da escola requer tempo e muita conscientização dos

profissionais. A exemplo disso LUCK (2000) nos diz:

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33(...) nem sempre os membros da escola estiveram

preparados para formas complexas de ação e passam a

simplificá-la e a estereotipá-las, burocratizando-as e

estabelecendo, desnecessariamente, hierarquizar e

segmentação inadequada. (p. 88).

Portanto, toda mudança provocada no âmbito de qualquer instituição exige

muitas discussões dialética, para não evoluir para um grau de insatisfação onde

não exista espaço para discussões, questionamento e muito menos crítico. Por

isso a gestão participativa se constitui numa alternativa a administração

centralizada. É um tipo de gestão que se baseia na representação. Um conselho é

formado por representantes eleitos de todos os setores da entidade administrada,

com poderes não só consultivo, mas também normativo e até deliberativo. No

caso específico da escola, este conselho é formado por representantes dos

alunos, dos professores, funcionários, dos setores de apoio. Gestão participativa

parece, portanto, minimizar o aspecto coercitivo inerente à própria administração,

uma vez que as decisões não ocorrem unilateralmente de cima para baixo, mas

sim, ao contrário de baixo para cima, já que cada indivíduo participa direta ou

indiretamente, das decisões administrativas.

A gestão democrática da educação é um princípio consagrado pela

Constituição Federal de 1988, e abrange as dimensões pedagógicas,

administrativa e financeira da unidade educacional. As palavras de BASTOS

(2000), a respeito da gestão democrática são bastante esclarecedoras:

A gestão democrática restabelece o controle da

sociedade civil sobre a educação e a escola pública,

introduzindo a eleição de dirigentes escolares e os

conselhos escolares garante a liberdade de expressão,

de pensamento, de criação e de organização coletiva

na escola, facilita a luta por condições materiais para

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34aquisição e manutenção dos equipamentos escolares

bem como por salários dignos a todos os

profissionais (p. 7).

Neste contexto, a gestão democrática exige a ruptura histórica na forma

estrutural como a escola vinha se organizando já que a democracia é o regime da

reflexibilidade, é o regime que se reflete e se decide em comum sobre o que se vai

fazer, tudo isso concerne à discussão sobre os objetivos políticos e das

instituições.

A gestão democrática prever a descentralização e um processo de autonomia

para as escolas poderem decidir questões referentes ao seu plano pedagógico,

material que quer utilizar e como administrar recursos financeiros, além de

transferir parte da responsabilidade sobre a administração, socializando todas as

decisões referentes à melhoria das escolas.

Assim, a participação dos diferentes segmentos da escola, formam os

chamados conselhos escolares ou colegiados e são peças fundamentais dessa

engrenagem. Os colegiados devem constitui-se num espaço de construção

coletiva em que determinado momento funcionará como uma arena onde

interesses distintos se confrontam; em outro momento constitui-se em um palco de

denuncias, ou em instâncias consagradas de certas práticas, decisões e propostas

em muitos outros, em um grupo de trabalho que pensa, elabora e determina os

rumos dessa escola. Para tanto, exige-se de todos que participam desse

processo.

A gestão democrática é, portanto, um fazer prático participativo, pois há

transformações dos sujeitos envolvidos. Daí para uma proposta se auto denominar

de revolucionária deve não apenas abalar as estruturas concretas da organização,

mas atuar com e para as pessoas, porque são elas e para elas que a organização

existe.

Segundo Marques (1981), a participação de todos nos diferentes níveis de

decisão e nas sucessivas fases de atividades é essencial para segurar o eficiente

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35desempenho da organização. A flexibilidade de pessoas e da própria organização

permite uma abordagem aberta, facilitando a aceitação da realidade e permitindo

constantes reformulações que levam ao crescimento pessoal e grupal. A

dignidade do grupo, e de cada um, se faz pelo respeito mútuo.

Na sociedade, observa-se o desenvolvimento da consciência de que o

autoritarismo, à centralização, a fragmentação estão ultrapassados, por

conduzirem ao imobilismo, a instituições. A escola encontra-se, hoje, no centro de

atenções, isto porque se reconhece que a educação, na sociedade globalizada,

constitui grande valor estratégico para o desenvolvimento da humanidade.

As mudanças fazem com o que o gestor assuma um papel importante

nesse processo, visando à organização da escola, com recursos para promoção

de experiências de formação de seus alunos, tornando-os cidadãos participativos

na sociedade. O gestor não decide de forma arbitrária pela escola em que atua,

mas convida a comunidade para a elaboração do projeto político-pedagógico,

momento em que se discute, no coletivo, o dia-a-dia da escola em todos os

sentidos que lhe sejam inerentes. Procura a criar momentos de conscientização

da comunidade escolar, como um todo, para o fato de que os problemas

enfrentados no cotidiano escolar não estão dissociados da realidade social em

que a escola está inserida. Inclusive, pode fazer um trabalho com os professores

no sentido que revejam sua postura e atualize-se para melhor exercerem sua

função de agentes educativos e de transformação nesse contexto.

Em decorrência da situação exposta muda a fundamentação teórico-

metodológica necessária para a orientação compreensão do trabalho da direção

da escola, que passa a ser entendido como um processo de equipe, associado a

uma ampla demanda social por participação.

Além de procurar a participação dos professores na divisão de tarefas e

responsabilidades, assim como na elaboração do processo de decisão, o gestor

deve coordenar a animação e a circulação da informação, assim como o

treinamento em exercício dos professores.

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36 A gestão participativa caracteriza-se por uma força de atuação consciente,

pela qual os membros da escola reconhecem e assumem seu poder de influenciar

na determinação da dinâmica dessa unidade escola, de sua cultura e de seus

resultados.

O que é gestão participativa?

O entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si,

a idéia de participação, isto é, do trabalho associado de

pessoas analisando situações, decidindo sobre seu

encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto. Isso

porque o êxito de uma organização depende da ação

construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho

associado, mediante reciprocidade que cria um “todo”

orientado por uma vontade coletiva. LUCK,1(996), p.37.

Sob a designação de participação, experiências são promovidas, muitas

das quais, algumas vezes, com resultados mais negativos do que positivos. Nelas

deve-se considerar a legitimidade do envolvimento de pessoas na determinação

de ações e da sua própria efetivação. Isto porque, em nome da construção de

uma sociedade democrática ou da realização de atividades que possibilitem e até

condicionem a sua participação. No entanto, existe a possibilidade de que essa

prática, dita moderna porque permite uma participação democrática, permaneça

ainda dentro do controle de pessoas e processos. Esta é a razão da análise do

que é realmente a gestão participativa.

A abordagem participativa na gestão escolar demanda maior participação

de todos os interessados no processo decisório da escola, envolvendo-os também

na realização das múltiplas tarefas de gestão. Esta abordagem também amplia a

fonte de habilidades e de experiências que podem ser aplicadas na gestão das

escolas.

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37Por não haver uma única maneira de se implantar um

sistema participativo de gestão escolar, identificamos alguns

princípios gerais da abordagem participativa. Nos mais bem

sucedidos exemplos de gestão escolar participativa,

observou-se que os diretores dedicam uma quantidade

considerável de tempo à capacitação profissional e ao

desenvolvimento de um sistema de acompanhamento

escolar e de experiências pedagógicas pela reflexão – ação.

(LUCK, 1998, p.27).

CAPÍTULO III

O PAPEL DO GESTOR

Na década de 70 início dos anos 80, a orientação dos programas oficiais

para a educação nos aspectos relativos a administração escolar, congruente à

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38influência tecnicista do texto legal, guiavam-se nas determinações da

administração científica do trabalho’, nos princípiosTaylorista e Fayolista.

É dentro dessa concepção que surgem os especialistas na organização do

trabalho na escola, produto, é claro, da diversificação da divisão do trabalho

escolar. É também por essa época que vão aparecer as habilitações para

Orientação, Supervisão e Administração Escolar no curso superior de pedagogia.

Conforme se observa na Lei 5692/71, capitulo V, artigo 33:

A formação de administradores, planejadores, orientadores, inspetores,

supervisores e demais especialistas de educação será feita em curso superiores

de graduação, com duração plena ou curta ou de pós – graduação.

O Administrador Escolar aparece nesse cenário como o especialista em

administrar uma espécie de gerente que coordena e controla o trabalho alheio,

recolhendo o saber de todos em suas mãos. Esse papel atribuído ao diretor, que a

partir daí assume a posição de especialista, contém em sua essência os princípios

Taylorista de gerência, como aquele que organiza, controla e administra. Aquele

que detém a concepção do trabalho planeja e controla a execução do mesmo,

concebendo o ato de administrar como a seleção de recursos para se atingir

determinados fins. Essa visão no campo educacional começa a mudar a partir da

década de 80, com a democratização da gestão escolar na tentativa de superar

procedimentos tradicionais baseado no clientelismo e corporativismo. Segundo

LUCK (2000).

“ Estas reformas abrangem um movimento para

democratizar a gestão e aprimorar a qualidade

educacional, traduzindo estratégias diversas. O

estabelecimento de colegiados ou conselhos

escolares, que incluem representantes dos

professores, dos funcionários, dos pais e o diretor da

escola, com autoridade deliberativa e poder

decisório, tem obtido níveis variados de sucesso”

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39(p. 14).

Com o processo de democratização da gestão educacional, aprofunda-se o

debate em torno da figura do diretor. Eles estão sendo obrigados a deixar o estilo

tradicional de administrar, para adotar um novo modelo de administração

totalmente voltado e integrado à esfera pedagógica. Segundo essa ótica, todas às

ações administrativas, até as mais burocráticas, devem visar o produto final, que é

a educação. Uma outra visão que permeia o novo modelo de administração

escolar, é a eleição direta para diretores, algo impensável até bem pouco tempo

atrás. Mas que agora é realidade, a eleição direta para diretores, tem como maior

virtude a explicitação do debate no contexto da escola. Permite que os vários

segmentos que a compõem se manifestem e defendam seus interesses,

confrontem-se, pleiteiem e ao final, pela proeminência do debate cheguem a uma

dada convivência. O que se discute, o que se debate, o que se disputa é: quem

administra a escola.

Nesse contexto quebra-se um tradicionalismo que durante décadas tornou-

se imutável e impensável às mudanças, a rotina escolar. Esse novo gestor delega

poderes e responsabilidades aos outros parceiros para compartilhar as funções da

escola. Que antes era exclusivo da escola passa a ser discutido com a

comunidade. A participação dos pais torna-se um dos pontos chaves do processo

administrativo e pedagógico, acompanhando o desempenho de alunos e

professores, discutindo projetos dando sugestões, fiscalizando e em alguns casos

tomados decisões.

O diretor continua tendo o papel mais importante, pois fica com a missão de

identificar e mobilizar os diferentes talentos para que as metas sejam cumpridas.

E, principalmente conscientizar todos da importância da contribuição individual

para a qualidade da educação. Nessa nova realidade, cabe a ele desenvolver

algumas competências, como aprender a buscar parcerias, pensar em longo

prazo, trabalha com as diferenças e mediar conflitos, ter coragem para buscar

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40soluções alternativas, está em sintonia com as mudanças da área e não perder de

vistas as metas educacionais.

Na História da Educação brasileira, a questão concernente à administração

escolar sempre esteve vinculada aos princípios e métodos utilizados na

administração de empresas.

Assim sendo o processo de transferência das teorias empresarias para o

interior das escolas, centrou-se nas idéias da “administração cientifica do

trabalho“, nos princípios Taylorista e Fayolista. Logo essas idéias tiveram

profundas implicações nas organizações escolares, assim as escolas passaram a

ser vistas como uma organização que deve promover a eficiência e produtividade.

Ao transpor as máximas das teorias administrativas para dentro do universo

escolar encontramos uma escola voltada para seus ambientes internos cujos

problemas, dificuldades e soluções: tinham como referência básica a sua

realidade interna.

E muitos dos profissionais ligados à educação apenas cumpriam tarefas,

meramente rotineiras e mecanicista para a realização do trabalho. Dentro desse

enfoque foi significativa a ausência de discursos nas organizações educacionais

sobre a natureza profunda do ser humano que educa e é educado, que administra

e é administrado, como atores estratégicos capazes de elaborar hipóteses sobre

seus parceiros, sabendo respeitar suas identidades, interesses desejos e projetos,

sobretudo, interpretando incessantemente os comportamentos dos outros.

Portanto, agindo como seres ativos que não absolvem passivamente o contexto

daí derivado a impossibilidade de vê-los apenas como trabalhadores e alunos que

devem desempenhar suas funções visando à produtividade e a eficiência e que,

necessariamente, deverão apresentar um produto acabado ao final do processo,

segundo o ritmo ditado pelo sistema. Esquecendo, portanto, os principais objetivos

do processo de ensino do qual as organizações escolares estão destinadas que é

promover a socialização, ampliar os conhecimentos, desenvolver o pensamento,

raciocínio entre outros. Mas felizmente percebe-se uma mudança no sentido de

reverter esse quadro delineado nas organizações escolares chama-se gestão

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41participativa em constitui-se numa alternativa a organização clássica, e consiste

em conceber formatos organizacionais no âmbito da escola que promova a

educação participativa e a aprendizagem não autoritária.

A divisão do trabalho Taylorista deve ser substituída pela integração de

tarefas firmada no princípio da cooperação. Esta deve ser uma preocupação de

educadores, educandos, diretores e funcionários, de toda a sociedade.

Etimologicamente a palavra gestão vem do latim “gentio”, que por sua vez

vem de “genere” trazer em si, produzir. Gestão é o ato de administrar um bem fora

de si (alheio), mas também é algo que traz em si, porque nele está contido. É o

conteúdo deste bem é a própria capacidade de participação sinal maior de

democracia.

Gestão é administração, é direção, relaciona-se com atividade de

impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir sua função

desempenhar seu papel.

No entanto, a passagem de uma administração autoritária para uma

administração democrática e participativa é complexa e terá de enfrentar vários

desafios ou superar vários obstáculos, antes de produzir os resultados esperados.

Mas, o maior e mais difícil desafio a ser resolvido são fazer com que a

administração escolar, nas instituições de ensino atinja grau satisfatório de

autonomia, que lhes garantam recursos e condições capazes de permitir a

implantação de novas idéias pedagógicas e administrativas surgida no coletivo.

Logo, sabendo da complexidade, e da dificuldade que as mudanças provocam,

uma vez que para se mudar de uma idéia / ação que não corresponde com a

realidade vigente para outra nova idéia / ação que exige a ruptura histórica na

prática administrativa da escola requer tempo e muita conscientização dos

profissionais. A exemplo disso LUCK (2000) nos diz:

(...) nem sempre os membros da escola estiveram

preparados para formas complexas de ação e passam a

simplificá-la e a estereotipá-las, burocratizando-as e

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42estabelecendo, desnecessariamente, hierarquizar e

segmentação inadequada. (p. 88).

Portanto, toda mudança provocada no âmbito de qualquer instituição exige

muitas discussões dialética, para não evoluir para um grau de insatisfatoriedade

onde não exista espaço para discussões, questionamento e muito menos crítico.

Por isso a gestão participativa se constitui numa alternativa a administração

centralizada. É um tipo de gestão que se baseia na representação. Um conselho é

formado por representantes eleitos de todos os setores da entidade administrada,

com poderes não só consultivo, mas também normativo e até deliberativo. No

caso específico da escola, este conselho é formado por representantes dos

alunos, dos professores, dos funcionários, dos setores de apoio.

Gestão participativa parece, portanto, minimizar o aspecto coercitivo

inerente à própria administração, uma vez que as decisões não ocorrem

unilateralmente de cima para baixo, mas sim, ao contrário de baixo para cima, já

que cada indivíduo participa direta ou indiretamente, das decisões administrativas.

Nas escolas eficazes, os gestores agem como líderes pedagógicos, apoio o

estabelecimento das prioridades, avaliando os programas pedagógicos,

organizando e participando dos programas de desenvolvimento de funcionários e

também enfatizando a importância de resultados alcançados pelos alunos.

Também age como líderes em relações humanas, enfatizando a criação e a

manutenção de um clima escolar positivo e solução de conflitos, o que inclui

promover o consenso quanto aos objetivos e métodos, mantendo uma disciplina

eficaz na escola.

Deve-se ter em conta que a motivação, o ânimo e a satisfação não são

responsabilidades exclusivas dos gestores. Os professores e os gestores

trabalham juntos para melhorarem a qualidade do ambiente escolar, criando as

condições necessárias para o ensino e aprendizagem mais eficaz, identificando e

modificando os aspectos do processo do trabalho, considerados adversários da

qualidade do desempenho.

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43A prática de liderança em escolas altamente eficazes excluem: apoiar o

estabelecimento com objetivos claros, propiciar a visão do que é uma boa escola e

encorajar os professores, de modo a auxiliá-los nas descobertas dos recursos

necessários para que realize adequadamente o seu trabalho.

LUCK (1996), elenca as dimensões de liderança relacionadas com as

escolas eficazes, que são: enfoque pedagógico do diretor, ênfase nas relações

humanas, criação do ambiente positivo, ações voltadas para metas claras,

realizáveis e relevantes, disciplina em sala de aula garantida pelos professores

capacitação em serviço voltada para questões pedagógicas e acompanhamento

contínuo das atividades escolares.

Nas escolas, onde há integração entre professores, tendem a ser mais

eficaz do que aquelas em que os professores se mantêm profissionalmente

isolados. A escola, os professores, tudo flui e tudo rende e a comunidade percebe

que naquele ambiente acontece a gestão participativa. As escolas bem dirigidas

exibem uma cultura de reforço mútuo das expectativas: confiança, interação entre

os funcionários e a participação na construção dos objetivos pedagógicos,

curriculares, e de prática em sala de aula.

A postura crítica na adoção de novas perspectivas deve somar-se a novas

formas de facilitar sua introdução no sistema escolar, o que exigirá uma cultura em

constante processo de auto-organização, um estado de experimentação, pesquisa

e análise de novos processos e, ao mesmo tempo consolidação via resolução

consistente de problemas encontrados no dia - a -dia.

O papel principal do gestor é saber acompanhar essas mudanças e tentar

ampliar a capacidade de realização da organização escolar, levando-a a atingir

seu potencial pleno e a torna-se uma instituição que traga orgulho profissional a

seus integrantes.

Segundo LUCK (1990), o gestor escolar tem como função precípua

coordenar e orientar todos os esforços no sentido de que a escola como um todo

produza os melhores resultados possíveis no sentido de atendimento às

necessidades dos educandos é a promoção do seu desenvolvimento.

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44Dentro desta concepção o gestor, deve revestir-se de esforços voltados

para o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, para que a sua

atuação participativa torne-se gradativamente mais eficiente.O gestor assume a

responsabilidade quanto à consecução eficaz da política educacional do sistema e

desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e

coordenando todos os esforços nesse sentido e controlando todos os recursos

para tal.

Devido a sua posição central na escola, o gestor, no desempenho do seu

papel, exerce forte influência sobre todos os setores e pessoas da escola.

LUCK (1990), relata ainda, que o gestor deve ter a habilidade de influenciar

o ambiente que depende, em grande parte, da qualidade e do clima escolar, do

desempenho do seu pessoal e da qualidade do processo ensino – aprendizagem.

A vivência de uma metodologia participativa em que as relações solidárias

de convivência pontificam, provocam, mesmo que lentamente, a concretização de

uma nova ordem social, iniciando pela parcela menor, que é a escola. Faz-se

necessário propiciar à comunidade escolar a vivência de uma nova dimensão da

vida social, na qual não participe só da execução, mas também da discussão dos

rumos da instituição escolar. Em outras palavras, sendo presença ativa e criativa

no ambiente escolar.

O clima relacional de uma escola provém, basicamente, dos educadores

que nela atuam. São eles que determinam as relações internas, através de

acolhimento, da aceitação, da empatia, da real comunicação, do diálogo, do ouvir

e do escutar, do partilhar interesses, preocupações e esperanças.

A gestão participativa preocupa-se em promover um clima de amor, de

fraternidade e de diálogo, que alimente o convívio, não só entre os professores,

mas destes com seus alunos, procurando estabelecer comunhão e compromisso.

Propicie integração e coesão, isto é, a vivência da comunhão entre o grupo de

educadores, podendo assim estabelecer atividades integradas, tais como:

partilhas, debates, reflexões sobre textos específicos, confraternizações, amigo

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45secreto, manhãs ou tardes de formação, atividades coletivas, sempre com vistas a

criar e a desenvolver um clima integrador e dialógico.

O processo participativo visa envolver todas as pessoas da instituição

escolar na busca comum e na responsabilidade pelo todo da instituição.

Sabe-se que o grupo de professores pode transformar ou manter a

dinâmica de uma instituição. A força transformadora de uma escola está em seu

corpo docente e isso tudo dependerá do rumo e do auxílio do gestor.

Para que a gestão participativa aconteça é necessário segundo LUCK

(1998), seguir alguns passos iniciais que incluem:

1. Redigir um código de valores que represente o comprometimento

de todos da escola com gestão participativa. As frases que

abordam os valores podem, muitas vezes, ser apenas uma

estratégia do responsável por relações públicas. No entanto, se

uma frase for desenvolvida com base no debate de um grupo

numeroso de funcionários, pode agir como uma orientação sobre o

que a organização pretende alcançar. As pessoas podem ser

influenciadas e motivadas por um senso maior de propósito e as

frases sobre conceitos e valores podem direcionar este esforço.

2. Construir o comprometimento pessoal de cada pessoa envolvida

com a escola. Uma liderança forte é necessária para superar as

várias barreiras e dificuldades. Se o diretor e a equipe de apoio

não estiverem comprometidos, os professores sempre

questionarão se o envolvimento será levado a sério ou se ele é

realmente válido.

3. Promover a capacitação em serviço de professores e pais para

que desenvolvam as habilidades necessárias à atuação

participativa. Administrar participativamente, assim como ensinar,

é uma forma de arte, quando bem praticada. No entanto, a gestão

participativa baseia-se em habilidades em técnicas específicas. Ao

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46desenvolver estas habilidades, os membros da escola necessitam

de tempo para aperfeiçoá-las. A gestão participativa pode parecer

confusa e atrapalhada para muitos, em um primeiro momento,

inclusive, parece tomar mais tempo do que o necessário. Por isso,

tantos os diretores quando os demais funcionários devem estar

dispostos a dedicar algum tempo e atenção para esta

aprendizagem, viabilizando a criação de um sistema de trabalho

com base na gestão participativa.

4. Circular a informação de cima para baixo na organização.

Consultar é um esforço de mão dupla. Se um diretor dá a

impressão que consultar significa apenas fornecer informações

aos superiores, então os demais funcionários podem se sentir

frustrados. No entanto, se este processo envolver a troca de idéias

entre o diretores e os professores, o ambiente será mais propício à

existência de consultas. E, embora nem todos os professores têm

o interesse em participar do processo decisório, a maioria gosta de

saber que alguns de seus colegas tomou parte no processo,

representando suas percepções.

A liderança participativa é uma estratégia empregada para

aperfeiçoar a qualidade educacional. É a chave para liberar a riqueza do ser

humano que está presa no sistema de ensino. Baseada no bom senso a

delegação de autoridades aqueles que estão envolvidos na produção de

serviços educacionais, é construída a partir de modelos de liderança

compartilhada, que são os padrões de funcionamento de organizações ao

redor do mundo, com alto grau de desempenho.

Saber ouvir opiniões diferentes e aprender a lidar com a diversidade

são características necessárias ao diretor para levar à frente uma proposta

de trabalho coletivo. Oferecer subsídios teóricos para elucidar dúvidas

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47existentes ao comentar experiências conhecidas são algumas sugestões

para conduzir esse tipo de trabalho.

Através de um constante diálogo é que surge a certeza de que

faremos na escola uma gestão participativa.

A participação da comunidade escolar na elaboração de projetos

pedagógicos que a mesma pretenda desenvolver acontece a partir de

encontros e reuniões na própria escola.

Trazer a comunidade para o debate sobre a prática a ser viabilizada

no interior da escola, representa o ponto alto no processo de gestão

participativa, enquanto enfrentamento e negociação do caminho que

queremos dar para a educação no meio em que vivemos. A estratégia do

desenvolvimento e participação da comunidade externa no cotidiano

escolar conduz ao comprometimento maior desta para com o

desenvolvimento da escola, a transformação social e a construção da

democracia, enquanto gestão compartilhada.

Quando há participação e quando há gestão, essas conseguem

estabelecer espaço e clima para que todos os seus membros discutam e

decidam sobre os procedimentos a serem adotados e há também

compromisso e a responsabilidade pelo processo de transformação,

orientado o rumo que devemos tomar.

Quando defendemos a idéia de uma gestão participativa,

pressupomos a necessidade das existências de uma escola bem dirigida,

organizada pela vontade da maioria, que defenda uma atitude aberta e

democrática. Portanto, a comunidade escolar vê –se desafiada a promover

a combinação de liderança forte e atuante num processo participativo de

tomadas de decisões.

Segundo LUCK (1998), a gestão já pressupõe, em si, a idéia de

participação, isto é do trabalho associado de pessoas analisando situações,

decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto.

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48No caso da gestão, participar significa atuar conscientemente dentro

do contexto no qual encontra-se inserido, mantendo-se informado ao

buscar dados necessários para fundamentar a elaboração de projetos, com

boas chances de sucesso e tomando parte no ato de gerir.

A tarefa do gestor é contribuir para a implementação das mudanças,

ajudando a criar um clima favorável na comunidade que cerca a escola. A

educação é um processo de construção de identidades e estas se

constituem pelo desenvolvimento da sensibilidade e pelo conhecimento do

direito a igualdade. Trata-se de um clima no qual cada um perceba que tem

responsabilidade por suas ações e sentimentos.

A gestão escolar, enquanto gestão participativa, é entendida neste

novo contexto como sendo um processo de tomada de decisão que envolve

todos os membros que compõem a comunidade escolar.

Participar significa atuar conscientemente no contexto no qual

encontra-se inserido, mantendo-se informado ao buscar dados necessários

para fundamentar e possibilitar a elaboração de estratégias racionais, com

boas chances de êxito e tomando parte do ato de gerir.

O trabalho coletivo possibilita a articulação entre os diversos

segmentos da comunidade escolar e é fundamental para sustentar a ação

da escola. É condição indispensável para que as atividades sejam

devidamente planejadas e avaliadas, tendo em vista a direção comum que

se pretende imprimir ao processo ensino aprendizagem.

Certamente, é grande o desafio do gestor em efetivar seu trabalho no

âmbito da ação participativa. Para tanto, cabe a ele viabilizar articulações

promovendo abertura no interior da escola para que professores, alunos e

pais, como um todo, possam participar e fazer parte do trabalho pedagógico

na sua totalidade. A gestão acontece quando o gestor informa os

professores sobre os acontecimentos da escola, criam uma atmosfera de

trabalho, permitindo que o quadro de funcionários opine e participe da

escola.

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49O gestor deve atuar como um elo de ligação, gerindo e avaliando o

dia - a - dia da escola, podendo contar com sua equipe. As decisões

coletivas e abertura à participação da sociedade dentro da escola

possibilitam o acesso e a permanência da população à necessária e base

culturais e à formação, exigidas pelas condições das sociedades atuais.

Ao analisar o termo gestão, o elo associativo mental induz a idéia de

controle sobre processos ou pessoas. Adjetivando-se a palavra gestão,

acrescentando-se outra vertente de análise, hora denominada de

competência.

Atualmente, a competência administrativa e pedagógica é

representada pela forma como gestores respondem às necessidades da

sociedade e conseguem efetivamente exercer seu potencial em prol da

sociedade.

Para que isso ocorra, torna-se necessário primordialmente criar um

elenco de padrões de competência que inclua o domínio dos recursos

didáticos, pedagógicos e conhecimento de métodos, técnicas e habilidades

em administração geral, conjulgando-se a isso a implantação de um

sistema adequado que se englobe critérios de formação profissional, de

seleção e avaliação, de modo que se garanta o compromisso dos padrões

esperados de desempenho.

As transformações que surgiram tanto no interior do sistema de

ensino quanto no meio social, provocaram mudanças nas concepções da

educação, do papel da escola na sociedade e do papel do professor no

processo de aprendizagem. Dessa forma, constata-se, ainda, em traves na

administração e na autoridade do gestor escolar, indispensáveis ao

ajustamento dentro do grupo social.

A necessidade de autoridade, de um gestor escolar e que a

autoridade deste, está na capacidade de efetuar movimentos em direção à

realização dos objetivos escolares. Portanto, é necessário que esta

autoridade seja descentralizada.

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50Nesse sentido, o diretor escolar transforma-se em um animador da

equipe responsável por estimular e regular os diferentes grupos e, nesta

qualidade, deve adquirir determinadas competências no domínio nas

relações humanas, de forma que se torne capaz de resolver os conflitos,

tomando os agentes locais, como pais, comunidade ou coletividade local,

para se tornarem parceiros ávidos de informação.

A escola já não pode limitar-se a uma simples instituição, mas

cooperar cada vez mais, com os outros setores da comunidade, com vistas

à preparação dos jovens para a vida social, familiar e profissional.

Neste processo, o desempenho de uma organização escolar

depende, em grande parte do “estilo de sua administração”. O diretor que

enfatiza a melhoria da qualidade do ensino, sua escola vive em clima de

questionamento, com estudos em conjuntos na busca de soluções para os

problemas decorrentes das contradições do sistema e das suas inúmeras

manifestações. Isso implica dizer que o diretor de escola torna-se um

verdadeiro ponto de referencia e constitui-se em um desencadeador

privilegiado de qualquer ação especifica que vise a melhoria da qualidade

de ensino.

O compromisso com a mudança define o olhar voltado para os fins

da educação, para o ensino, para o aluno e não para fidelidade ao sistema.

A coerência com este compromisso impulsiona a ação para a submissão,

com a relação estabelecida com a função reguladora e normativa, que

impõe uma base vindo de fora, em vez de auxiliar a construção de um

saber de coletividade, refletido e autoconstruido.

É evidente que a “dimensão do papel “ é realizada por meio da

autoridade atribuída ou delegada pelas atividades relacionadas ao seu

papel. Referencia esta que determina a qualidade e o nível de autoridade,

que qualquer individuo obtêm ou defende na hierarquia que lhe é conferida,

independentemente de o indivíduo dirigir os subordinados em suas

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51atividades, pela posição correspondente, ou seja, autonomia e

competência.

Entre os gestores escolares, há variáveis que os diferenciam entre si,

assim como experiências, treinamentos, personalidades e aparência

pessoal.

Assim sendo, as bases da autoridade formal estão compreendidas

por legitimação, posição e sanções inerentes ao cargo, enquanto as bases

de autoridade funcional são compreendidas de competência profissional,

experiências e habilidades de relações humanas, que dão apoio ou

competem com autoridade formal.

Vale salientar que a posse e a utilização de uma base de autoridade

total de um gestor escolar parecem maiores do que a soma de suas partes.

A pertinência da afirmação ilustra a compreensão de que a escola

não pode desempenhar a função de educar um grande número de crianças

e jovens se o seu sistema de autoridade estiver em um estado de perpétua

mudança ou inconstância.

O poder da autoridade deriva da legitimidade da posição, enquanto a

autoridade deriva da competência pessoal.

A autoridade, a gestão escolar, pode ou deve ser exercida dentro de

uma organização escolar, com diálogo e confiança entre diretor, professor

e aluno, como principais responsáveis pela existência da autoridade com

qualidade e responsabilidade.

Agir com firmeza não significa sujeitar-se à mudança precoce, às

divisões ou aos desvios inconseqüentes. Não significa autoritarismo mas

uma firmeza compreendida como decisão tomada diante de um

planejamento administrativo coerente e responsável.

O diretor deve ser razoável incluindo condição de justiça sem

exigências desproporcionais, sem excessos, pois, diante da razoabilidade,

está a analise dos fatos.

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52 Para ser consistente, deve-se ser coerente, por harmonia, sem

contradições.

Além das qualidades evidenciadas, outras poderiam ser acrescidas.

Portanto, desempenhando sua ação na escola ou na comunidade, o diretor

poderá encontrar, muitas vezes resistências vivas, bem como ter suas

atividades criativas criticadas ou questionadas, o que exigirá dele e da

equipe administrativa que o auxilia outras formas ou habilidades para obter

a mobilização do grupo com o qual atua. Esta consideração, muitas vezes,

explicita o óbvio, e toda inovação ou proposição de mudanças gera

dificuldades, não esquecendo que a boa qualidade do ensino depende da

boa gestão.

CONCLUSÃO

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53

Sabe-se que a administração é uma atividade essencial em qualquer

organização, que requer habilidades tanto técnicas como políticas. Na

administração escolar, em particular, em que seja dado em foque a uma gestão

participativa, além dessas qualidades, impõe-se ao administrador uma

responsabilidade diferenciada.

O gestor é a figura principal da comunidade escolar que, além de ser um

administrador, deve ser educador. Com o papel de contribuir de forma efetiva para

estimulação e concretização do projeto político pedagógico da escola.

É preciso, portanto, buscar-se cada vez mais a participação de todos,

procurando tomar as decisões em forma de colegiado, envolvendo o maior

número possível de atores do processo ensino / aprendizagem, nunca

esquecendo dos pais como sujeitos ativos desse processo, que devem ser

incentivados e estimulados a dar a sua importante parcela de contribuição e a

sentir-se um membro efetivo da comunidade escolar.

Conclui-se, portanto, que na administração escolar, assim como na

administração de outras entidades, o êxito das ações empreendidas está

diretamente ligado ao exercício do poder de uma forma descentralizada, criativa e

inovadora, onde o famoso e tradicional organograma vertical sede lugar ao

organograma horizontal, em que não existem chefes e subordinados,

comandantes e comandados, mas sim gestores, empreendedores e

colaboradores, todos com papéis bem definidos e bem distribuídos, onde a

delegação de poderes e a tomada de decisões em conjunto fazem de cada

membro da organização um entusiasmado batalhador e co-responsável pelo seu

sucesso ou fracasso.

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54

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55TEIXEIRA, Anísio. Educação para a Democracia. Introdução à administração

educacional. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed.UFRJ, 1997.

ÍNDICE

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56

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Gestão Democrática 10

CAPÍTULO II

Gestão Participativa 22

CAPÍTULO III

O Papel do Gestor 36

CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

ÍNDICE 53

FOLHA DE AVALIAÇÃO 54

Page 57: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O presente trabalho propõe uma ... futuro sem os males do passado e com ... significando uma importante revisão dos pressupostos

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes.

Título da Monografia: Gestão Participativa.

Autor: Ana Paula Jacintho.

Data da entrega: 27/01/2011

Avaliado por: Profª. Mary Sue Pereira Conceito: