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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
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GESTÃO PARTICIPATIVA NO ORÇAMENTO PÚBLICO
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Por: Luiza Lima Capecchi
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Orientador
Prof. Willan Rocha
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
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GESTÃO PARTICIPATIVA NO ORÇAMENTO PÚBLICO <>
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Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Gestão Pública....
Por: Luiza Lima Capecchi.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela força e
determinação, ao amigo e incentivador o
Sr. Prof. Dr. Rogério Tupinambá Fernandes
de Sá, a minha mãe Francisca L Capecchi,
as filhas Thaís Capecchi Valadão e Lívia
Capecchi Valadão, sem eles não seria
possível tornar este sonho em realidade,
obrigada.
4
DEDICATÓRIA
Esta Monografia é dedicada ao amigo e
incentivador o Sr. Prof. Dr. Rogério
Tupinambá Fernandes de Sá, a minha mãe
Francisca L Capecchi, as filhas Thaís
Capecchi Valadão e Lívia Capecchi
Valadão e ao meu pai Orlando Capecchi (in
memoriam).
5
RESUMO
Este trabalho vem fortalecer o conceito e a necessidade da gestão participativa
no orçamento público. Temos uma legislação que progrediu no sentido de
democratizar o processo orçamentário do país.
Gestão participativa no orçamento é um assunto relativamente novo e polêmico,
pois para muitos, leva-lo ao conhecimento e participação popular pode
representar perda de poder. Atualmente, os gestores públicos encontram-se
diante da necessidade de melhor administrarem os recursos das entidades que
representam no intuito de promover o bem estar coletivo. A correta
aplicabilidade da Lei Orçamentária só traria benefícios e popularidade para a
gestão do governo em exercício, pois se adequaria às peculiaridades de cada
região ou município. Cabe registrar a importância da gestão participativa como
experiência revolucionária de planejamento democrático que se contrapõe à
visão tecnoburocrática de planejamento central. Fundamental a implantação de
um sistema de acompanhamento orçamentário, por ser este peça chave das
políticas públicas. É através das contas públicas que podemos fiscalizar, se as
ditas prioridades de campanha serão realizadas.
Se não conhecemos não podemos cobrar, transparência e participação fazem
parte de uma visão política contemporânea. Valores devem ser revistos e
lembrados. A política não pode impedir um país, estado ou município de evoluir.
Para prosperarmos é necessário se ter metas, entender e exercer a democracia.
.
6
METODOLOGIA
No momento atual, os administradores públicos encontram-se diante da
necessidade de melhor administrarem os recursos das entidades que
representam, no intuito de promover o bem-estar coletivo. Todavia, para que
isso ocorra, faz-se necessário que esses implantem um sistema de
acompanhamento orçamentário, possibilitando assim que o orçamento público
materialize o programa de ações do governo. O estudo apresentado foi
realizado através de pesquisas em livros, internet, e no dia à dia do município de
e Saquarema participando de fóruns e reuniões em associações e institutos não
governamentais, tendo como tema: Gestão Participativa no Orçamento Público
como instrumento de planejamento e controle, cujo objetivo é conhecer
substancialmente, de forma informativa, além de breves resumos no que se
refere a história do orçamento público e sua evolução.
.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - História do Orçamento Público 10
CAPÍTULO II - Ascensão 20
CAPÍTULO III – Princípios Orçamentários 24
CAPÍTULO IV – História do PPA 29
CAPÍTULO V – Gestão Participativa 32 CAPÍTULO VI – Orçamento Participativo 41 CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46
ÍNDICE 59
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
8
“O orçamento é uma instituição inviolável e
soberana, havendo a necessidade urgente
de fazer dessa Lei das Leis uma força de
nação.”
Rui Barbosa, 1891
9
INTRODUÇÃO
O tema desta monografia é Gestão participativa no orçamento público.
A questão central deste trabalho é de fundamental relevância, pois vem
consolidar o exercício da cidadania plena. Com o intuito, de demonstrar a
evolução do orçamento público e a importância da gestão participativa no
orçamento público, desde seu surgimento na Idade Média, passando pela Idade
Moderna e chegando à Idade Contemporânea. Além de, esclarecer como é
elaborado o orçamento que, hoje, possuímos.
Orçamento público não é apenas a mera fixação de receitas visando o
pagamento de certas despesas, mas sim o direcionamento das receitas públicas
para cumprimento das diversas finalidades estatais, atribuindo verbas a cada
uma das diversas dotações orçamentárias, desdobrando-se cada uma delas em
vários elementos de despesas, atendendo ao princípio da transparência
orçamentária e possibilitando a fiscalização e o controle eficiente dos gastos
públicos pelo Legislativo.
É através do orçamento que se fixam os objetivos a serem atingidos
pelo Estado. Por meio dele é que o Estado assume funções reais de intervenção
no domínio econômico. O orçamento público permite ao cidadão identificar o
plano de ação governamental, bem como saber se as promessas de campanhas
do governante eleito estão refletidas ou não nesse programa de governo,
podendo cobrar da máquina administrativa o cumprimento da lei,
continuamente, com transparência, eficiência e moralidade. Orçamento público
está intimamente ligado ao desenvolvimento dos princípios democráticos. O
controle interno na Administração Pública deve, sobretudo, possibilitar ao
cidadão informações que confiram transparência à gestão da coisa pública.
Segundo Lino de Martins da Silva, o orçamento é estudado sob os
seguintes aspectos: Aspecto Político, Jurídico, Econômico e Financeiro.
10
Nos movimentos sociais tem-se agregado uma ênfase mais ampla na
conciliação da democracia. Assim, podemos dizer que a construção da
cidadania aponta para a construção e a difusão de uma conduta democrática.
No Brasil, a elaboração do orçamento tem logrado significativos avanços
após a Constituição Federal de 1988, proporcionando a abertura de diálogo
entre os poderes executivo e legislativo e maior abertura na participação
popular, a exemplo das experiências do Orçamento Participativo, os conselhos
de políticas públicas e a mobilização dos Fóruns do Orçamento.
Lamentavelmente, essa circunstância ainda não foi suficiente para despertar um
efetivo interesse do conjunto da população quanto à importância do orçamento
para a consecução dos objetivos de melhorias coletivas.
11
CAPÍTULO I
HISTORIA DO ORÇAMENTO PÚBLICO
1.1 Origem e Evolução
As origens históricas do orçamento devem ter em conta as características
sociais, políticas e econômicas existentes na sociedade medieval que definem e
contextualizam o seu aspecto financeiro. As relações sociais eram
estabelecidas, basicamente, no espaço destinado aos feudos. Como não havia
cidades, era ali que florescia a organização social, centralizada na figura do
senhor feudal, detentor de terras e propriedades, que estabelecia uma relação
de dependência aos servos. Estes, reservados aos trabalhos do campo e
submetidos à autoridade feudal, geravam a riqueza do feudo, em troca de pão,
abrigo e proteção, apoio recíproco deste com o Rei, essencial à segurança e a
manutenção daquela sociedade.
Como, na época, não existiam os Estados Nacionais, a construção das
relações sociais, econômicas e militares se estabeleciam nos feudos, nas
relações de subordinação. O Rei cobrava dos senhores feudais um valor
referente à utilização das terras reais. Tal preço dominial era o que
proporcionava a formação e manutenção do exército real. O Rei lançava tributos
adicionais o que, desde já, demonstrava a arbitrariedade na formação e
recebimento dos recursos reais. Em outras palavras, o Rei podia dispor de
numerários obtidos mediante a cobrança de impostos conforme os desígnios
reais.
Tal situação só foi alterada quando se passou a exigir o consentimento
dos principais vassalos reais para a cobrança dos tributos adicionais, gerando a
impossibilidade do Monarca, coativamente, arrecadar os tributos almejados.
12
A partir de então, a instituição de tributos só seria possível se existisse
um caráter extraordinário e o consentimento dos principais súditos, que se
reuniam em conselhos ou assembléias, para autorizar a instituição do tributo
tido como extraordinário e essencial.
A origem do orçamento advém desde o período de transição do Mercantilismo
para o Liberalismo. Inicialmente, o orçamento vinculou-se às reivindicações da
burguesia, que buscava a limitação dos poderes do Soberano que, durante o
Absolutismo, era visto como fonte de poder absoluto, divino, acarretando que a
vontade do Rei se confundia com o próprio ordenamento normativo.
O Mercantilismo fora o conjunto de medidas econômicas colocadas em prática,
ao longo do período da transição feudalismo/capitalismo (século XV ao século
XVIII), caracterizadas pela rigorosa intervenção do Estado no plano econômico.
Os mercantilistas compreendiam a importância das trocas comerciais entre os
países, favorecidas pela formação de um comércio em escala mundial, a partir
do século XVI. Num primeiro momento, prevaleceu a noção de balança de
contratos, isto é, o controle sobre o total de contratos comerciais assinados
entre nacionais e estrangeiros. Num segundo momento, devido às dificuldades
de controle por parte do Estado, chegou-se à teoria da balança de comércio
favorável, segundo a qual, o que contava era o saldo existente nas relações
comerciais com a totalidade das nações.
A evolução do orçamento público tem seu surgimento na Idade Média,
passando pela Idade Moderna e chegando à Idade Contemporânea.
O estudo do orçamento público, com características contemporâneas, remota à
década de 1920 nos Estados Unidos da América, quando a gestão empresarial
deu enormes saltos de qualidade, propiciando o desenvolvimento de diversas
técnicas de gestão e de elaboração do orçamento.
13
Desde 1916, o francês JULES HENRI FAYOL, em sua obra “Administração
Industrial e Geral”, já defendia que as empresas eram conjuntos de funções
(técnicas, comerciais, financeiras, segurança, contábeis e administrativas).
Assim, com o desenvolvimento do pensamento empresarial e acadêmico, para
efetuar o acompanhamento e controle da função administrativa, era necessário
estabelecer mecanismos que proporcionassem bases seguras na condução das
atividades empresariais. Nesse sentido, surgiram às técnicas orçamentárias,
dentre elas, o Orçamento Público.
Orçamento Público é o instrumento de planejamento e execução das finanças
públicas. Na atualidade, tal conceito está intimamente ligado à previsão das
Receitas e fixação das Despesas públicas. Em outras palavras, o Orçamento
Público é o documento legal (ou o conjunto de documentos legais) contendo a
previsão de receitas e despesas de um governo, durante um determinado
exercício.
A concepção inicial de orçamento vincula-se às reivindicações da então
revolucionária classe burguesa, desejosa de que houvesse limitações aos
poderes exercidos pelo Soberano que, no Absolutismo, era visto como fonte de
poder divino (absoluto).
Atualmente, o orçamento se apresenta como um verdadeiro método utilizado
pela Administração para coordenar as despesas e receitas públicas imprimindo-
lhe organização e possibilitando um panorama geral dos negócios públicos bem
como a avaliação e a correção do emprego dos recursos públicos, todavia, a
origem do orçamento não se deu a partir de um olhar financeiro contemporâneo,
marcadamente impregnado pela técnica e racionalidade financeira.
Pode-se afirmar que o orçamento faz parte de uma política de descentralização
do governo, que já é prevista na Constituição vigente. Pois, nas diretrizes
estabelecidas em cada plano, é fundamental a participação e apoio das esferas
inferiores da administração pública, que sem dúvida têm mais conhecimento dos
desafios e dos problemas que se fazem necessários defrontar para um
desenvolvimento sustentável.
14
Como parte do ordenamento jurídico, o orçamento público é dinâmico e se
modifica com a evolução da sociedade, adequando-se e modificando-se com o
tempo, ganhando assim cada vez mais um aspecto social e deixando de ser a
simples análise das contas públicas.
O entendimento contemporâneo para Orçamento Público diz se tratar de
um plano de governo expresso na forma da lei, que se faz a estimativa de
receita a arrecadar e fixa a despesa de igual valor entre todos os seus órgãos
para um período determinado de um ano, discriminando o programa de trabalho
autorizado a ser realizado, elaborado segundo os princípios da unidade,
universalidade e anualidade, chamado de exercício financeiro. Do ponto de vista
político, corresponde ao contrato formulado anualmente entre governo,
administração e sociedade sobre as ações a serem implementadas pelo Poder
Público.
1.2 Aspectos do Orçamento Público
O Orçamento anual da União é composto pelos orçamentos: Fiscal, da
Seguridade Social e de Investimento das Estatais. Ele prevê todos os recursos e
fixa todas as despesas do Governo federal, referentes aos Poderes Legislativos,
Executivo e Judiciário.
O orçamento público expressa o esforço do governo para atender à
programação requerida pela sociedade, a qual é financiada com as
contribuições sociais e tarifas de serviços públicos.
O orçamento público apresenta três importantes dimensões, todas de interesse
direto para a sociedade: Dimensão jurídica, econômica, política.
Atualmente, o orçamento deixou de ser mera peça orçamentária e tornou-se um
poderoso instrumento de intervenção na economia e na sociedade, o orçamento
15
tem vários aspectos: Aspecto Político, porque revela ações sociais e regionais
na destinação das verbas, também tem características econômicas por
manifestar a realidade da economia. É técnica porque utiliza cálculos de receita
e despesa e tem ainda, aspectos jurídicos, porque atende as normas da
Constituição Federal e leis infraconstitucionais.
Segundo Lino Martins da Silva, orçamento é estudado sobre os seguintes
aspectos:
Aspecto Político – que diz respeito à sua característica de plano de
Governo ou Programa de Ação do grupo ou fração partidária que detém o
Poder.
Aspecto Jurídico - é o que define a Lei Orçamentária no conjunto de Leis
do país.
Aspecto Econômico – e o resultado da evolução das características
políticas do orçamento. Se o orçamento público é peça fundamental ao
cumprimento das finalidades do Estado, não há duvida de que deverá observar
que o melhor plano é aquele que resulta numa produção de menor gasto.
Aspecto Financeiro – caracterizado pelo fluxo monetário das entradas da
receita e das saídas das despesas, meio efetivo e normal da execução
orçamentária.
16
1.3 Evolução Histórica do Orçamento Público
No decurso da história, as grandes nações evidenciaram esforços no
sentido de implantar um instrumento de controle das receitas e despesas
públicas. No entanto, a Inglaterra deteve, até o final do século XIX, a maioria
das referências no que se refere á técnica de orçamento público.
O embrião da concepção de Orçamento Público teve origem na Carta Magna
outorgada em 15 de junho de 1215, pelo rei João Sem Terra, nos seguintes
termos:
“Nenhum tributo ou auxilio será instituído no reino, se não pelo seu conselho
comum, exceto com o fim de resgatar a pessoa do rei, fazer seu primogênito
cavaleiro e casar sua filha mais velha mais uma vez, e os auxílios para esse fim
serão razoáveis em seu montante”.
Para que não fosse deposto, o rei João Sem-Terra aceitou acatar as
determinações impostas pela Magna Carta, documento de 1215 que viria a
remodelar o papel do rei na Inglaterra, estabelecendo limites ao poder real,
principalmente às questões jurídicas, tributárias e que envolvessem a guerra.
Entre outras disposições, a nova lei dizia que o rei não poderia mais criar
impostos ou alterar as leis sem antes consultar o Grande Conselho, órgão que
seria integrado por representantes do clero e da nobreza. Além disso, nenhum
súdito poderia ser condenado à prisão sem antes passar por um processo
judicial. Esse foi o resultado da união entre o Clero e a Nobreza.
Com o passar dos séculos, esse modelo evoluiu para o controle exercício
pelo Poder Legislativo (controle político, que procurava garantir que o tributo
fosse apenas fonte de recursos para a solução de anseios da sociedade
administrada, sem cobranças desnecessárias).
Faz-se mister destacarmos um fato histórico para a humanidade ocorrido na
França em 26 de agosto de 1978, “ declaração do direito do Homen e do
Cidadão”, em seus artigos 13, 14 e 15 in verbio:
17
Art 13. Para a manutenção da força pública e
para as despesas de administração é indispensável
uma contribuição comum que se deve ser dividida
entre os cidadãos de acordo com as suas
possibilidades.
Art. 14. Todos os cidadãos têm direito de
verificar, por si ou pelos seus representantes, da
necessidade da contribuição pública, de consenti-la
livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar
a repartição, a coleta, a cobrança e a duração.
Art. 15. A sociedade tem direito de pedir contas
a todo agente público pela sua administração. (...).
A partir deste fato observa-se na história o direito que a sociedade francesa
adquiriu de se manifestar sobre o Orçamento Público, dos impostos que iriam
pagar à sua aplicação, inclusive, o direito de não ser tributado aleatoriamente e
ilimitadamente pelos agentes públicos de plantão.
1.4 Evolução Política do Processo Orçamentário no Brasil
As mudanças no processo político brasileiro, ocorridas ao logo dos seus
quinhentos anos de historia, causaram impacto imediato nos arranjos
constitucionais que balizam processo orçamentário.
James Giacomoni nos ensina que ainda no período colonial, a
Inconfidência Mineira tentou conquistar a soberania, para o país, usando como
motivação o descontentamento em face das disposições tributárias emanadas
18
de Portugal. Ao suspender a “derrama” (cobrança dos impostos atrasados). As
autoridades fizeram abortar o movimento, comprovado que havia mais
disposição em fugir do fisco português e menos consciência política em prol da
independência da Colônia.
A primeira Carta Magna Brasileira é de 1824, o imperador D. Pedro I
instituiu um conselho de notáveis para a elaboração da Carta Magna, que fazia
menção ao orçamento e tornava obrigatório o orçamento formal por parte das
instituições do período do Império. Promulgada por D.Pedro I como a 1ª
Constituição Brasileira. Esta embora promulgada por um Chefe de Estado, foi a
Constituição de mais longa duração em toda história brasileira (65 anos).
Em seu artigo 172 estabelecia que:
“ o ministro de Estado de Fazenda, havendo
recebido dos outros ministros os orçamentos relativos
às despesas das suas repartições, apresentara na
Câmara dos Deputados anualmente, logo que esta
estiver reunida, um balanço geral da receita e
despesa do Tesouro Nacional do ano antecedente, e
igualmente o orçamento de todas as despesas
públicas do ano futuro e da importância de todas as
contribuições e rendas públicas” (GIACOMONI, 2001,
p.22).
No Brasil a primeira Lei Orçamentária foi formulada por um corpo
legislativo, desde a fundação do Império, e sancionada por decreto de
15/12/1830, para os exercícios de 1831-1832.
A primeira Constituição Republicana de 1891 determinava ao Congresso
Nacional orçar a receita, fixar a despesa federal anualmente e tomar as contas
da receita e despesa de cada exercício financeiro. A Constituição de 1934
cuidou do Orçamento em seção específica e a de 1937 transformou-o em ato
administrativo.
19
Renasce o orçamento na Constituição de 1946. Competia ao Congresso
nacional com a sanção do Presidente da República, votar o orçamento. O
orçamento passa e ser visto como programa de governo, através do qual havia
de se demonstrar não apenas a elaboração financeira, mas como orientação de
Governo.
No decorrer dos anos as constituições brasileiras passaram por algumas
evoluções e retrocessos, no entanto, há que se destacar aquela que provocou
profundas alterações no processo orçamentário que foi a de 1967, instituída
durante o período do Regime Militar, da qual se retirou, através de emenda
constitucional, a competência do Congresso Nacional de discutir e votar o
orçamento, embora nessa constasse como uma das suas atribuições. O papel
do Legislativo foi reduzido à aprovação do projeto de lei oriundo do Executivo, já
que a hipótese de rejeição era impossível de ser considerada.
Na Constituição de 1967 existia a previsão de uma política de emissão de
títulos públicos a ser regulamentada por lei específica. Na ausência dessa
regulamentação o Governo usou Decretos-Leis. Nesse mesmo ano, o Decreto
Lei nº 200 definiu o planejamento como um dos princípios fundamentais de
orientação às atividades da administração federal, sendo o Orçamento
Programa Anual entendido como um dos seus instrumentos básicos. Essa
concepção, que associa planejamento e orçamento como elos de um mesmo
sistema, foi reforçada na Constituição Federal de 1988, que tornou obrigatória a
elaboração de Planos Plurianuais, bem como a elaboração da Lei de Diretrizes
Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual.
A restrição de competência do Congresso Nacional só foi extinta com a
Constituição de 1988 que restabeleceu a participação dos representantes do
povo, eleitos através do voto direto, e inseriu também o princípio da participação
popular.
20
A visualização da importância de participar nas atividades do Estado e
interferir de forma concreta foi incorporada por entidades e pela sociedade civil.
Alguns cientistas sociais como sociólogos, contadores, economistas entre
outros, aprofundaram-se nas últimas décadas no estudo sobre o novo papel das
entidades públicas governamentais dentro do contexto social. A percepção
desta importância em relação ao orçamento foi concretizada em nível de
município quando da elaboração do primeiro Orçamento Participativo no Brasil
que foi na cidade de Porto Alegre – RS na administração do Prefeito Olívio
Dutra (PT), em 1989. (Horvath, 1999, p. 90)
1.5 Prática do Orçamento no Brasil
O conceito clássico do orçamento caracterizava-se como sendo uma mera peça
contábil, de conteúdo financeiro, já que continha apenas à previsão de receitas
e a autorização das despesas, sem preocupação com os planos
governamentais e com o interesse efetivo da população.
A 8ª Constituição Brasileira registra uns dos momentos históricos, o fim do
regime político instaurado em 1964, onde os próprios militares preparavam o
retorno para o regime democrático desde a distensão lenta e gradual do
governo Geisel, a anistia política, processo de abertura do governo Figueiredo e
a eleição indireta de Trancredo Neves e José Sarney pelo Congresso Nacional
para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República. Por outro lado, as
forças oposicionistas conseguiram obter seguidas vitórias nas eleições
realizadas além de mobilizar a opinião pública e as forças da sociedade civil
para o processo de redemocratização do Estado brasileiro.
A Constituição Brasileira de 1988, promulgada em 5 de outubro, onde o então
presidente da Assembléia Nacional Constituinte, denominou-a como
21
“Constituição Cidadã”, tendo como uma de suas características, o
restabelecimento do regime Democrático do País.
Com a finalidade de apresentar o orçamento público com maior transparência, a
Constituição de 1988 mudou a sistemática de elaboração, fixando a
obrigatoriedade da elaboração do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e da Lei do Orçamento Anual (LOA). Desta forma,
devolveu aos Legisladores a prerrogativa de participar, de forma concreta, da
elaboração dos planos e dos orçamentos públicos, nos três níveis de governo.
CAPITULO II
Ascensão
2.1 Instrumento Democrático
A origem da palavra orçamento é de origem italiana: "orzare", que
significa "fazer cálculos".
Lembra o professor CELSO RIBEIRO BASTOS que a finalidade
última do orçamento "é de se tornar um instrumento de exercício da democracia
pelo quais os particulares exercem o direito, por intermédio de seus
mandatários, de só verem efetivadas as despesas e permitidas as arrecadações
tributárias que estiverem autorizadas na lei orçamentária" (in "Curso de Direito
Financeiro e de Direito Tributário", 2ª edição, Saraiva/1992, pg. 74).
No Brasil o orçamento é do tipo misto, visto que a iniciativa cabe ao
Poder Executivo, mas a sua aprovação é submetida ao Poder Legislativo, bem
como o controle e julgamento.
22
Os dois poderes participam ativamente do processo orçamentário. Em
regime parlamentarista o orçamento é Legislativo, visto que a competência
orçamentária é privativa do Poder Legislativo, e aprovado pelo Poder Executivo
ou eventualmente submetido à votação pelo Legislativo, que não poderá alterá-
lo, além de ter caráter autorizado, e não impositivo. Quando o orçamento anual
é aprovado, transformando-se na LOA- Lei Orçamentária Anual.
2.2 Leis Orçamentárias
A competência para a elaboração dos planos de ação governamental e do
orçamento é sempre do Executivo. De acordo com a Constituição Federal, nos
incisos I, II e III, art. 165:
“Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada;
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. (OLIVEIRA, 2004, p.118)”
23
O Plano Plurianual é um plano feito para a duração de quatro anos, tendo
vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato da futura
administração.
Nele devem constar, obrigatoriamente, os orçamentos de investimentos que
nortearão as diretrizes, objetivos e metas da administração municipal para as
despesas de capital e outras dela decorrentes. Nenhum investimento cuja
execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
inclusão neste plano, ou em lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade. O prazo de encaminhamento ao Legislativo é 31 de agosto.
A Lei das Diretrizes Orçamentárias é um plano de curto prazo capaz de
traduzir as diretrizes e os objetivos do PPA em metas e prioridades para o ano
seguinte, servindo como orientação para elaboração do orçamento anual. No
Legislativo o projeto da LDO poderá receber emendas, desde que compatíveis
com o Plano Plurianual. O prazo de encaminhamento ao Legislativo é 15 de
abril.
A LDO compreenderá as metas e prioridades da administração, segundo
a CF, art165, §2º, orientará a LOA e disporá sobre alterações tributária, com a
LRF em vigor, a LDO municipal também deve dispor:
a) sobre o equilíbrio da receita e despesa;
b) sobre os programas financeiros com receitas do orçamento;
c) sobre as normas relativas de controle dos custos;
d) sobre as condições e exigências para transferência de recursos a entidades
pública e privada;
e) sobre as metas fiscais e os riscos fiscais.
24
Já a Lei Orçamentária Anual concretiza o planejado no PPA, obedecendo
as metas e prioridades estabelecidas pela LDO, transformando-as em dotações
orçamentárias efetivas. O Prazo de encaminhamento ao Legislativo é 31 de
agosto. É com base na LOA que as despesas do exercício são executadas.
A LOA corresponderá:
a) o orçamento fiscal;
b) o orçamento de investimentos;
c) o orçamento da seguridade social.
A figura abaixo mostra de forma resumida os prazos legais para elaboração e
cumprimento do orçamento
Projeto Caminhamento ao Poder Legislativo
Devolução ao Poder Executivo
Plano Plurianual 4 meses antes do término do primeiro exercício financeiro do presidencial
Até 15 de dezembro do exercício em que for encaminhado
Lei de Diretrizes Orçamentária
8 meses e meio antes do término do Exercício Financeiro( 15 de abril)
Até 30 de Junho do exercício do exercício que foi encaminhado
Lei Orçamentária Anual
4 meses antes do término do exercício financeiro (31 de agosto)
Até 15 de dezembro do exercício que for encaminhado
25
CAPÍTULO III
Princípios Orçamentários
3.1 Conceito
Segundo Diniz os princípios orçamentários têm como objetivo o
estabelecimento de normas e critérios que orientem e norteiem a elaboração, a
execução e o controle do orçamento público. Esses princípios caracterizam e
distinguem o orçamento público dos demais orçamentos. (Paulo de Matos
Ferreira Diniz, Lei 4.320/64 (Orçamento Público), 1997, p.29).
Maria Sylvia Di Pietro ao tratar dos princípios administrativos, ensina que
“princípios de uma ciência, são as proposições básicas, fundamentais, típicas,
que condicionam todas as estruturas subseqüentes”.
Os princípios orçamentários são regras válidas para todo o processo
orçamentário, mas não tem caráter absoluto, visto que apresentam exceções.
LEI Nº 4.320 - DE 17 DE MARÇO DE 1964 - DOU DE 23/3/64
Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração
e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e Distrito Federal, de acordo com o disposto no art. 5º, inciso
XV, letra "b", da Constituição Federal.
26
3.2 Princípios orçamentários
Os princípios orçamentários podem ser divididos em:
Legalidade – Por este princípio, o orçamento anual, ao final da sua elaboração,
deve ser aprovado pelo Poder Legislativo, tornando-se uma lei. Também de ser
objeto de lei as Diretrizes Orçamentárias e o Plano Plurianual (art. 165 da
CF/1988). O orçamento anual materializa-se numa lei, a LOA - Lei Orçamentária
Anual ou mediante créditos adicionais. Segundo o princípio da legalidade,
nenhuma receita poderá ser arrecadada e nenhuma despesa poderá ser
aplicada sem que estejam incluídas no orçamento anual, nem os seus limites
poderão ser ultrapassados, com a função de limitar o poder estatal e garantir a
indisponibilidade do interesse público, já que se falar em vontade pessoal no
trat6o da coisa pública.
Anualidade – também denominado periodicidade, preconiza as previsões de
receita e despesa que devem referir-se, sempre a um período limitado de tempo
em geral, um ano ou o chamado “exercício financeiro”. No Brasil, de acordo
com o art. 4º da Lei 4.320/1964: “... o exercício financeiro coincidirá com o ano
civil - 1º de janeiro a 31 de dezembro”. A discriminação da receita e despesas da
Lei orçamentária no seu art. 2º contém, de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecido os
princípios da unidade, universalidade e anualidade.
A autorização e abertura de créditos especiais extraordinários é uma exceção –
se promulgados nos últimos quatro meses do ano - conforme o art. 167, §2º, da
CF: ... os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados , salvo se o ato de autorização dor
promulgado nos últimos quatro meses, casos em que são reabertos nos limites
de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro e
subseqüente.
27
Universalidade – o principio da universalidade está compreendido nos arts. 2º,
3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, na Ementa Constitucional nº 01/1969, e também
no § 5º do art. 165 da Constituição Federal de 1988. A lei do orçamento
compreenderá todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União,
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta.
Esse princípio segundo James Giacomoni, um economista e mestre em
administração de empresas conceituado amplamente aceito entre os tratadistas
permite ao Legislativo:
a) Conhecer a priori todas as receitas e despesas do Governo e dar prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização;
b) Impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita de despesas sem prévia autorização parlamentar;
c) Conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar as cobranças de tributos estritamente necessários para atendê-las.
Tendo como exceção o Orçamento Operacional das Empresas Estatais
Independentes.
Orçamento Bruto - O Princípio do Orçamento Bruto está explicitamente
inserido no art. 6º da Lei nº 4.320/1964, que diz que todas as receitas e
despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções. O §1º do mesmo artigo reforça este princípio: “As cotas de receita
que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como receita, no
orçamento de que as deva receber”.
Importante ressaltar que tanto o principio da universalidade como o do
orçamento bruto contêm “todas as receitas e todas as despesas”. Com uma
diferença onde apenas o Orçamento Bruto contêm a expressão “pelos seus
totais”
28
Exclusividade – O orçamento deve conter apenas matéria orçamentária e não
cuidar de assuntos estranhos (art. 165, da CF). Este princípio foi introduzido no
direito brasileiro pela reforma constitucional de 1926. Sua adoção como norma
constitucional pôs fim às distorções das famosas “caudas orçamentárias”.
Exceção a este princípio são as autorizações para abertura de créditos
suplementares e contratação de créditos.
Unidade/totalidade – princípio este que discorre sobre o Orçamento deve ser
uno, ou seja no âmbito de cada esfera de Governo ( União, estados e
municípios), deve existir apenas um orçamento e não mais que um para dado
exercício financeiro. Visa-se com esse princípio eliminar a existência de
orçamentos paralelos.
Especificação ou discriminação ou especialização – Este princípio objetiva
vedar as autorizações globais, ou seja, as despesas devem ser classificadas
com um nível de desagregação tal que facilite as análises por parte das
pessoas. De acordo com o art. 15 da Lei nº 4.320/64, a discriminação da
despesa da lei-de-meios far-se-á, no mínimo, por elementos (pessoal, material,
serviços, obras, etc).
Não-afetação das receitas ou não-vinculação – o princípio da não afetação
das receitas veda a vinculação dos impostos a órgão, fundo ou despesa, exceto
as próprias transferências constitucionais para manutenção e desenvolvimento
do ensino (FPE, FPM, etc), e as garantias às operações de crédito por
antecipação da receita.
Publicidade – um dos princípios fundamentais que regem a administração
Pública (art. 37 da CF/1988). O Orçamento de um país deve ser sempre
divulgado quando aprovado e transformado em lei. No Brasil, o Orçamento
Federal é publicado no Diário Oficial da União, podendo também abranger
jornais, internet ou outro veículo de comunicação.
29
Equilíbrio – As despesas autorizadas no Orçamento devem ser iguais às
receitas previstas. Não pode haver um desequilíbrio acentuado nos gastos. A
finalidade deste princípio é deter o crescimento desordenado dos gastos
governamentais e impedir o déficit orçamentário, que nem sempre significa um
mal para o Governo, a utilização de déficits orçamentários é recomendada para
solucionar crises econômicas.
Planejamento e Programação – O Princípio do Planejamento, de acordo com a
Constituição Federal de 1988, refere-se à obrigatoriedade de elaboração do
PPA – Plano Plurianual, e de acordo com a LRF, art 1º, §1º. “a responsabilidade
de gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente , e, que se previnem
riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas...”
O princípio da programação diz que o orçamento deve evidenciar os programas
de trabalho, servindo como instrumento de administração do Governo,
facilitando a fiscalização, gerenciamento e planejamento.
Como o “programa” é o elo entre planejamento e orçamento, esses princípios
são apresentados juntos.
Não estorno – o princípio do não estorno encontra-se expressamente previsto
no art.167, VI da CF: “é vedado: a transposição, o remanejamento ou a
transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de
um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa”. Se houver insuficiência
de orçamentária ou carência de novas dotações, deve-se recorrer a abertura de
crédito suplementar ou especial , mediante autorização do Poder Legislativo,
contida no LOA ou em Lei específica de credito adicional.
30
CAPÍTULO IV
História do PPA
4.1 Plano Plurianual
O Plano Plurianual – PPA é o instrumento legal de planejamento de maior
alcance no estabelecimento das prioridades e no direcionamento das ações do
Governo. Ele abrange não só o montante relativo aos dispêndios de capital, mas
também as metas físicas, que devem ser alcançadas ao final do mandato,
discriminadas por tipo de programa e ação.
Com vistas a alcançar os objetivos constitucionais estabelecidos no art. 3º da
CF, o critério utilizado é o estabelecimento de diretrizes ,objetivos e metas é a
regionalização ( não é por estado nem por Municípios) e o critério populacional.
Essa regionalização não se refere apenas ao PPA, mas a todos os demais
planos, conforme o art. 167, § 4º , devem ser elaborados em consonância com o
plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
Regionalização – Este princípio encontra-se regulamentado na Constituição de
1988, no art. 165, § 1º e 6º.
“§ 1º A lei que instituir o plano plurianual
estabelecerá de forma regionalizada as
diretrizes, objetivos e metas da administração
pública federal [...]
“§ 6º O projeto de lei orçamentária será
acompanhado de demonstrativo regionalizado
do efeito, sobre as receitas e despesas,
decorrente de isenções, anistias, remissões,
31
subsídios e benefícios de natureza financeira,
tributária e creditícia”.
4.2 Breve histórico do PPA.
O primeiro PPA 1991-1995 foi o único que conceituou as diretrizes,
objetivos e metas, conforme prescrito pela Constituição de 1988, assim foi o
único que relacionou as despesas correntes resultantes das despesas de
capital.
No período de 1996/1999, o PPA “Brasil em Ação” inovou ao introduzir
mecanismos modernos de gerenciamento de empreendimentos estratégicos,
transformando o planejamento num processo que compreende a sua
elaboração, implementação e posterior avaliação.
PPA – Avança Brasil 2000/2003 introduziu a Administração Pública Federal a
prática da gestão por resultados, sem dúvida a principal inovação foi focada na
gestão. As ações do Estado deveriam otimizar o uso dos recursos fiscais
disponíveis para o atendimento das demandas da sociedade e orientar-se no
longo prazo para o desenvolvimento sustentável. As modificações visam tornar a
Administração Pública menos burocrática e mais gerencial, com mais liberdade
para agir e focada nos resultados. Uma nova maneira de administrar valorizando
a sociedade e uma administração mais preocupada em beneficiar os cidadãos.
PPA Um Brasil de Todos 2004/2007 manteve a mesma metodologia do
anterior no que se refere ao desenvolvimento regional e local associado aos
planos nacionais e territoriais. Podemos identificar ainda nesse PPA as
seguintes características: inclusão da sociedade organizada – orçamento
participativo; lançamentos das PPPs- Parcerias Publico – Privadas; e
consolidação do processo de gestão por resultados a partir dos programas.
32
PPA Desenvolvimento com Inclusão Social e Educação de Qualidade
2008/2011, sua construção contou com a participação de seguimentos
representativos da sociedade, através de conferencias, fóruns e conselhos, com
vistas a garantir mais apoio na implementação e fortalecimento do controle
social. Para o período desse PPA três desafios foram identificados: 1- acelerar o
crescimento econômico; 2- promover a inclusão social; e 3- reduzir as
desigualdades regionais. Para vencer esses desafios, as ações foram
estruturadas em três eixos: crescimento econômico, agenda social e educação
de qualidade.
33
CAPITULO V
Gestão Participativa
5.1 Orçamento e Gestão Participativa.
O chamado Orçamento Participativo tem sido um dos temas de vários
debates e encontros, tanto em cenários municipais, como em cenários
nacionais. Apesar de ser um assunto muito discutido e debatido nos dias atuais,
muitas pessoas ainda não sabem ao certo o que significa.
O Orçamento Participativo tem como principal objetivo ser um instrumento de
democratização, ou seja, assegurar a participação direta da população na
definição das principais prioridades para os investimentos públicos. Essa nova
experiência de participação popular procura romper com a tradição até então
existente, de apenas os governantes tomarem suas decisões, deixando os
interesses da população de lado.
O fortalecimento do espaço público, abertura da gestão pública à participação
da sociedade civil na elaboração de suas políticas públicas é sempre complexa
e muitas vezes contraditória. A institucionalização de práticas participativas
inovadoras que marcam rupturas com a dinâmica predominante em um universo
de questões que, apesar da sua multiplicidade, se centram na associação entre
cidadania, democracia participativa, governabilidade e sustentabilidade.
Esse assunto nos leva aprofundar a reflexão em torno das dimensões da
participação e das possibilidades de ampliação da cidadania na gestão.
A inovação é sempre um desafio, é imprescindível analisarmos, os dois lados da
moeda. De um lado os impactos de práticas participativas que apontam a partir
da manifestação do coletivo para uma nova qualidade de cidadania, que institui
o cidadão como criador de direitos para abrir novos espaços de participação
sociopolítica, e, de outro, os aspectos que configuram as barreiras que precisam
34
ser superadas para multiplicar iniciativas de gestão que articulam eficazmente a
complexidade com a democracia.
O principal desafio que se coloca é de construir uma ordem societária baseada
na articulação da democracia política com a participação social, representada
por uma maior permeabilidade da gestão às demandas dos diversos sujeitos
sociais e políticos. Essa perspectiva abre a possibilidade de buscar a articulação
entre a implantação de práticas descentralizadoras e uma engenharia
institucional que concilia participação com heterogeneidade, formas mais ativas
de representatividade. Cabe observar os sempre permanentes e tensos vínculos
entre representação e participação.
A participação popular está prevista no art. 61, § 2º, da CF/88:
“A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
décimos por cento dos eleitores de cada um deles”.
5.2 Revendo Conceitos
A palavra da ordem é gestão, entender esse novo modelo de administrar faz-se
necessário rever alguns conceitos para que se possa assumir uma nova forma
de gerenciar, inclusive uma administração pública. Mas, toda mudança requer
vontade, determinação, empenho. Implantar essa jovem metodologia em um
curto período da gestão governamental se torna trabalhoso por envolver toda
uma população, e a maioria dos cidadãos brasileiros ainda não absorveu essa
cultura, a de se envolver efetivamente nas questões políticas.
A implantação da administração participativa envolve mudanças em três
dimensões da organização: comportamental, estrutural e interfaces.
35
5.3 O lado comportamental da participação
A administração participativa, em primeiro lugar, é a substituição dos estilos
tradicionais de administrar pessoas – autoritário, impositivo, indiferente,
paternalista – por cooperação mútua, liderança, autonomia e responsabilidade.
Informar, envolver, delegar, consultar e perguntar, em vez de mandar, são as
palavras-chaves da administração participativa no que diz respeito ao
comportamento dos administradores.
5.4 O lado estrutural da participação
Além dos aspectos comportamentais, a administração participativa também
implica o redesenho das estruturas. Cargos, grupos de trabalho e a estrutura
como um todo são organizados de modo que a participação dependa não
apenas das atitudes e disposições favoráveis das pessoas, mas também e
principalmente do sistema de normas e procedimentos. A estrutura deve
estimular as pessoas à participação. Nas organizações tradicionais ou não
participativas, acontece o inverso: os regulamentos, as carreiras, a divisão do
trabalho e o próprio organograma são estruturados de maneira que o poder
fique concentrado no topo da pirâmide.
5.5 Administração participativa de interface
Na organização governamental participativa, a administração é compartilhada
em diferentes interfaces e não apenas nas relações com os funcionários. As
pessoas são consultadas em determinadas decisões sobre inclusive do que
seria melhor para o seu bairro, a sua comunidade e serviços formando grupos
associações, promovendo fóruns, participado de projetos. Discutindo melhorias
para o Estado ou Municípios. O governo procura ter um sistema participativo
36
interno, do ponto de vista comportamental e estrutural, e também aberto para o
ambiente externo (povo), recebendo todas as informações que possam ajudar
no aprimoramento de sua administração.
5.6 A construção de espaços participativos no Brasil
A redefinição das relações entre Estado e sociedade civil, no Brasil, no final dos
anos 70, implica a constituição, com muitos percalços, de uma esfera societária
autônoma. A cidadania regulada "constitui seletivamente os atores beneficiados
pelo processo de modernização econômica, atores que, de acordo com os
planejadores estatais, seriam capazes de trocar a cidadania social e civil pelo
papel de membros de uma sociedade de consumo despolitizada" (Avritzer,
1994).
O advento da sociedade civil brasileira está indissoluvelmente vinculado não
apenas à emergência de movimentos sociais, mas, conforme Avritzer (1994), ao
"processo pelo qual atores sociais modernos e democráticos surgiram,
adquiriram uma nova identidade democrática e passaram a pressionar o Estado
e o sistema político a se adaptarem a uma nova concepção acerca da moderna
institucionalidade democrática".
Os atores sociais que emergem na sociedade civil após 1970, à revelia do
Estado, criaram novos espaços e formas de participação e relacionamento com
o poder público. Estes espaços foram construídos, tanto pelos movimentos
populares como pelas diversas instituições da sociedade civil que articulam
demandas e alianças de resistência popular e lutas pela conquista de direitos
civis e sociais. Muitos movimentos apontam, a partir da reposição do coletivo,
para uma qualidade diferenciada de participação na gestão da coisa pública,
onde a representação não resume todo o esforço de organização. Os
movimentos tornam manifesta uma identidade que se concretiza a partir da
construção coletiva de uma noção de direitos que, relacionada diretamente com
37
a ampliação do espaço de cidadania, dá lugar ao reconhecimento público das
carências.
O fato diferenciador destas transformações é, segundo Melucci (1994), o
fortalecimento de novas instituições, as mudanças no relacionamento do quadro
de pessoal com os usuários, a nova mentalidade sobre a gestão da coisa
pública enquanto aspectos constitutivos de uma nova cultura política.
O processo de construção da cidadania é perpassado por paradoxos, na medida
em que se explicitam três dinâmicas concomitantes: o reconhecimento e a
construção das identidades dos distintos sujeitos sociais envolvidos, o contexto
da inclusão das necessidades expressas pelos distintos sujeitos sociais e a
definição de novas agendas de gestão, notadamente no que se refere à
extensão dos bens a amplos setores da população. Esta noção de cidadania
está estruturada a partir de uma definição legal dos direitos e deveres que a
constituem.
5.7 Evolução de Gestão Participativa no Brasil
No Brasil, a reflexão em torno da cidadania centra-se em torno dos obstáculos à
sua extensão, decorrentes da cultura política tradicional, e nas perspectivas da
sua transformação.
A efetiva participação da população nos processos decisórios, como é o caso do
Orçamento Participativo em funcionamento em mais de 100 municípios no
Brasil, vem se constituindo como um mecanismo ampliado de engajamento da
sociedade na gestão das políticas públicas. Isto explicita um esforço crescente
de institucionalização da possibilidade de atendimento das demandas em bases
negociadas. Trata-se de processar demandas e pressões e de implementar
mecanismos formais que contemplem, tanto os setores organizados e
mobilizados estimulando sua adequação à institucionalidade respeitando a
38
autonomia e a auto-organização, como o envolvimento dos setores
desorganizados. Este processo de inovação social é definido por Avritzer (2002)
como uma inovação entendida como uma prática societária de negociar
abertamente o acesso a bens públicos que se torna um desenho participativo
institucionalizado, por ele denominado de "públicos participativos". A
radicalização da democracia que alarga os direitos de cidadania no plano
político e social começa a substituir práticas das elites e o seu particularismo por
formas ampliadas de discussão e tomada de decisão. Assim, neste processo de
gestão através do ingresso da cidadania organizada na máquina do Estado, os
participantes podem conhecer seu funcionamento e seus limites. Isto estimula a
construção de uma relação de co-responsabilização e de disputa, visando
produzir consensos cada vez mais qualificados.
5.8 Incentivo aos Princípios Democráticos
Essa tendência representa uma oportunidade de mudança, que deve gerar uma
nova perspectiva dentro do conceito de direito à cidade.
Também incentiva os princípios de gerenciamento democrático, função social da
propriedade e políticas inclusivas. Além disso, reforça a necessidade de se
garantir distribuição igualitária, justa e universal dos recursos, das riquezas, dos
serviços e oportunidades para todos sem distinção.
A necessidade de fortalecer a conexão entre o governo, sociedade civil e
privada é gritante. O progresso é inevitável, mas o desenvolvimento tem que ser
comutativo a uma política contemporânea, uma política pública participativa,
Política tem que ser bom para todos e não apenas para o poder em exercício.
No final dos anos 70 e início dos anos 80, especialmente a partir das eleições
de 1988, o Partido dos Trabalhadores (PT) que venceu as eleições em algumas
prefeituras, adota como um dos seus principais modelos para se governar, o
39
Orçamento Participativo. É bom salientar que o PT não foi o pioneiro neste
processo de planejamento participativo, sendo que o Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB) esteve na frente das experiências do
planejamento participativo no início da década de 70. Porém o PT foi o partido
que priorizou este programa.
Em pesquisas exemplificam a cidade de Porto Alegre – RS, considerada a
"menina dos olhos" do Orçamento Participativo, pois desde a sua implantação
em 1989, o Orçamento Participativo tem trazido inúmeros resultados positivos
tanto para a população em geral, quanto para os seus governantes. Em 1989,
com o então Prefeito José Machado, Piracicaba também implantou o Orçamento
Participativo trazendo com isso benefício para a cidade como um todo.
Em 1996, o Orçamento Participativo ganhou destaque internacional, sendo
escolhido como uma das quarenta melhores práticas do mundo apresentadas
ao Habitat II. Mais recentemente artigos produzidos pelo professor Pires foram
agraciados com um prêmio nacional e outro internacional. E agora, o Estatuto
da Cidade aprovado em 2001 através da LEI 10.257, o consagra em seu art.4º.
5.9 Estatuto da Cidade - Gestão Democrática
O Estatuto da Cidade (Lei Nº 10. 257 de 10 de julho de 2001).
Capítulo I - Diretrizes Gerais
Art. 1º Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei.
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da
Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o
uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-
estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
40
Conhecida como a Lei do Meio Ambiente Artificial, o Estatuto da Cidade, adapta
o conceito de cidade ao seu conceito jurídico-constitucional (ordem urbanística
associada à ordem econômica e social). O Estatuto elucida dentro da
sistemática por ele adotada, diretrizes gerais assim como instrumentos de
política urbana, plana diretor, gestão democrática da cidade e disposições
gerais, além de reunir princípios e diretrizes sobre as cidades cuja atual gestão
prime pelo planejamento urbano, o direito à cidade e o respeito ao meio
ambiente.
No artigo 4º, o Estatuto da Cidade define um extenso conjunto de instrumentos
para que o Município tenha condições de construir uma política urbana que
concretize, de fato, a função social da propriedade urbana e o direito de todos à
cidade.
Estabelece que a política urbana deva ser objeto de um planejamento
extensivo, envolvendo planos de ordenamento do território integrados entre si,
nas escalas nacional, estaduais, regionais, metropolitanas, municipais e
intermunicipais. Especificamente no âmbito municipal, detalha que o
planejamento municipal deve envolver o planejamento urbano, ambiental,
orçamentário, setorial e o planejamento do desenvolvimento econômico e social,
especificando também que a gestão orçamentária deve ser feita de forma
participativa, aberta a todos os cidadãos.
Cabe destacar que o Estatuto da Cidade não estabelece uma correlação direta
entre transformações urbanas e instrumentos. Cada município escolhe,
regulamenta e aplica os instrumentos conforme a estratégia de desenvolvimento
urbano desejada. Diversos instrumentos do Estatuto da Cidade não apresentam
por si só a solução para um determinado problema urbano, ou de modo
contrário, uma determinada transformação urbana pretendida depende da
aplicação de um conjunto de instrumentos de maneira coordenada e integrada
no território. Assim sendo, a regulamentação dos instrumentos deve ser feita
dentro de uma estratégia de desenvolvimento urbano para sua efetiva aplicação
e deve estar expressa no Plano Diretor.
41
Em 2003, o Ministério das Cidades liderou o processo para que o Brasil se
tornasse o primeiro país em desenvolvimento a se unir à Aliança das Cidades.
Algumas literaturas ratificam experiências e conceitos que orientam o esforço
brasileiro na superação da desigualdade urbana, os livros se tornaram grandes
aliados e grandes disseminadores para se construir cidades mais justas.
O Ministério das Cidades tem pela frente um grande e desafiante trabalho que é
reverter a segregação sócio espacial, estes e outros assuntos são levados
anualmente ao Fórum Urbano Mundial (FUM), encontro promovido pela ONU –
Organização das Nações Unidas. Em 2001, a Assembléia Geral das Nações
Unidas decidiu realizar, a cada dois anos, sessões de um Fórum Urbano
Mundial, este é um Programa das Nações Unidas para os Assentamentos
Humanos além de ter como objetivo reunir regularmente, uma ampla gama de
parceiros governamentais, da sociedade civil e do setor privado, em torno dos
grandes desafios colocados pela crescente urbanização. No debate são
pautadas as economias nacionais, a organização das sociedades, as
comunidades locais e as próprias cidades. São levados em pauta assuntos
relevantes como a ordenação do espaço público e formas de incorporar a
sustentabilidade às políticas públicas. O FUM já aconteceu no Quênia, Espanha,
Canadá, China e Brasil o próximo acontecerá na Itália (2014).
42
CAPÍTULO VI
Orçamento Participativo
6.1 O Papel da Sociedade
A sociedade tem um papel fundamental no processo de elaboração de
políticas públicas voltadas para um desenvolvimento sustentável e de sua
implementação. Através da formação de parcerias entre autoridades locais e os
outros setores para assim, nortear o futuro desejado.
Quando o assunto é desenvolvimento sustentável e sua implementação, são de
suma importância a mobilização de todos os setores da sociedade, ressaltando,
que nada acontece sem a cooperação e compromisso dos governos locais. Para
se implementar as ações locais e uma administração descentralizada, é
importante se criar espaços de diálogo onde estes representantes viabilizam
Planos Locais de Desenvolvimento Sustentável que dar-se-á através de um
processo contínuo, aproximando o cidadão da gestão e das políticas públicas.
6.2 Metodologia
Adotar como metodologia a Mobilização da sociedade; Construção
coletiva;
Consolidação Municipal; Formalização de Fóruns Locais e constituir como
premissa as diferentes demandas da sociedade através de um mapeamento
detalhado do cenário local contemplando os anseios, propostas e visões dos
quatro setores de um município, com a sociedade local representada nos fóruns
de maneira paritária e com o objetivo comum, é possível construir os Planos
Locais de Desenvolvimento Sustentável.
43
A partir daí se terá uma visão privilegiada do cenário no qual serão indicadas as
potencialidades que serão aproveitadas como norteadoras em benefício de
todos, fortalecendo a cidadania e organização social, aproximando o cidadão da
gestão e das políticas públicas.
É uma metodologia para se conquistar espaço e garantir a elaboração de
um planejamento que reflita as necessidades locais e acompanha sua
implantação.
A mobilização social é parte importante do processo de fomento à participação.
Ela acontece quando um grupo de indivíduos se reúne e decide agir para um
bem comum. Fazer parte de um processo de mobilização é uma escolha que
depende das pessoas se verem ou não como responsáveis e capazes de
transformar sua realidade.
O desenvolvimento local depende do acesso a informações organizadas e
disponibilizadas com transparência a todos os interessados. Para que possam
participar efetivamente dos processos decisórios e influenciar as políticas locais,
os cidadãos devem estar bem informados sobre os problemas, oportunidades e
potenciais da região.
O desafio é promover formas de organizar, disponibilizar e divulgar as
informações de modo integrado, coerente e acessível a todos, para que elas se
tornem ferramentas eficazes de participação social.
Através da participação direta da população na escolha de seus representantes
para cada bairro, as prioridades essenciais para os investimentos públicos dos
bairros são mais bem definidos. Com essa atitude promove-se uma modificação
nas relações políticas e sociais da cidade.
44
6.3 Benefícios do Orçamento Participativo
Com a implantação do Orçamento Participativo, tanto o prefeito como os
vereadores perdem um pouco de seu poder e com isso ganha mais trabalho.
Perde-se o poder porque ele é dividido com a população. O poder de decisão
sobre onde serão aplicados os recursos é diminuído e se ganha mais trabalho
porque muitas pessoas estarão envolvidas nesse planejamento em várias e
novas etapas.
Mas para que serve o Orçamento Participativo? Pode-se dizer que entre
outras coisas serve como um instrumento importante no combate à corrupção. A
corrupção que afeta os órgãos públicos está cada vez mais em evidências nos
dias atuais, é um mal que atinge todos os lugares do mundo e especialmente o
Brasil. Com a implantação do Orçamento Participativo, a população passa a
fiscalizar a destinação dos recursos do município e consequentemente reduz-se
a possibilidade de existir a corrupção.
45
CONCLUSÃO
A motivação é um problema complexo, dinâmico, mutável e fluido. Ela
varia no tempo e no espaço, de acordo com a situação e o indivíduo. Varia no
mesmo indivíduo em épocas e situações diferentes. Seus fatores ou razões, ou
seja, os motivos humanos exibem forças diversas, tanto em pessoas e situações
diferentes, quanto na mesma pessoa em situação e época distintas. O que é
bom hoje poderá ter efeito oposto amanhã, dependendo da personalidade do
indivíduo (sua inteligência, caráter, valores, atitudes, expectativas e percepções)
e da situação (com seus inúmeros aspectos e influências ambientais, pessoais,
financeiros, políticos, econômicos, religiosos, sociais, psicológicos, culturais,
educacionais, científicos, técnicos, tecnológicos, gerenciais e administrativos).
A motivação constitui o fator principal e decisivo no êxito da ação de
todo e qualquer indivíduo ou empreendimento coletivo. Só com o acaso e a
sorte é que se aproxima relativamente a esse êxito, mas com muito menos
força. Não se compreende um administrador insensível ao problema da
motivação. Com este trabalho, visamos identificar e explicar as mais importantes
teorias e abordagens disponíveis, com as respectivas críticas, ligações e inter-
relacionamentos. Com tudo isso, tentamos propiciar uma visão geral e
abrangente dos aspectos positivos, negativos, conjunturais e diferenciais destas
teorias e abordagens, bem como a importância da motivação para o trabalho.
O inter-relacionamento entre administração e motivação foi descrito
como uma maneira de mostrar a melhor forma de coordenar o pessoal,
buscando inputs que resultem em motivação e que venham trazer bons
resultados para as organizações. O relacionamento existente entre liderança e
motivação com a finalidade de mostrar como transformar uma organização.
46
BIBLIOGRAFIA
Agenda 21 de Saquarema 2011 – Fórum Local www.agenda21saquarema.com.br
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Câmara dos Vereadores do Estado do Rio de Janeiro,- http://www.camara.gov.br/internet/interacao/orcamento/resumo_topico_orcamento.asp Câmara dos Deputados Federal do Rio de Janeiro-http://www.camara.gov.br/internet/interacao/orcamento/resumo_topico_orcamento.asp Casa civil Subchefia para Assuntos Jurídicos – Lei 4.320/64 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4320compilado.htm FUM5 termina com divulgação de campanha mundial - 26/03/2010 http://wuf5.cidades.gov.br/pt-BR/Home.aspx Lei complementar 101/2000 – entendendo a lei de responsabilidade fiscal- 2ª ed. Atualizada – secretaria do tesouro nacional. [email protected]
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Paludo, Augusto Vicente – Orçamento Público e Administração Financeira e Orçamentária- 2010, Elsevier Editora Ltda. Revista Contábil & Jurídica – Netlegis – 2011- 04-11 http://www.netlegis.com.br/index.jsp?arquivo=detalhesDestaques.jsp&cod=3191
Wikipédia, a enciclopédia livre – orçamento público - desde junho de 2009-http://pt.wikipedia.org/wiki/Or%C3%A7amento_p%C3%BAblico
Wikipédia, a enciclopédia livre – 17/06/2010 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Estatuto_da_Cidade
47
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
História do Orçamento Público 10
1.1 – Orçamento e evolução 11
1.2 – Aspectos do Orçamento Público 14
1.3 - Evolução Histórica do Orçamento 16
1.4 - Evolução política do processo Orçamentário
no Brasil 17
1.5 – Prática do Orçamento no Brasil 20
CAPÍTULO II
Ascensão 20
2.1 Instrumento Democrático 21
2.2 Leis Orçamentárias 22
CAPÍTULO III
Princípios Orçamentários 24
3.1 Conceito 25
3.2 Os Princípios Orçamentários 26
CAPÍTULO IV
História do PPA 29
48
4.1 Plano Plurianual 30
4.2 Breve histórico do PPA 31
]
CAPÍTULO V
Gestão Participativa 32
5.1 Orçamento e Gestão participativa 33
5.2 Revendo Conceitos 34
5.3 O lado Comportamental Participação 35
5.4 O Lado Estrutural da participação 35
5.5 Administração Participação Interface 35
5.6 A construção de espaço participativo no Brasil 36
5.7 Evolução da Gestão Participativa no Brasil 37
5.8 Incentivo aos Princípios Democráticos 38
5.9 Estatuto da Cidade – Gestão Democrática 39
CAPÍTULO VI
6.1 O Papel da Sociedade 42
6.2 Metodologia 42
6.3 Benefícios do Orçamento Participativo 44
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIA 46
ÍNDICE 47
49
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