Upload
dohanh
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
IMPACTOS DO AQUECIMENTO GLOBAL
Por: Magda Majores
Orientador
Profª. Maria Esther de Araujo
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
IMPACTOS DO AQUECIMENTO GLOBAL
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Ambiental.
Por: Magda Majores
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por permitir a
realização deste trabalho, aos meus
queridos pais, irmã e amigos que me
apoiaram ao longo deste curso.
4
DEDICATÓRIA
Dedico com muito carinho aos meus
amados pais Oswaldo e Lurdinha que me
incentivaram a dar mais um passo na
minha vida profissional.
5
RESUMO
A presente monografia refere-se a um estudo sobre o aquecimento global,
sendo como principal responsável, a queima de combustíveis fósseis e outros
processos em nível industrial, que levam à acumulação na atmosfera de gases
propícios ao Efeito Estufa.
O aquecimento global consiste na elevação da temperatura atmosférica em
todo o planeta e tem sido a preocupação de cientístas e governantes.
Será apresentada uma abordagem referente a causas naturais e
antropogênicas provenientes das mudanças climáticas, o efeito estufa e
conseqüências catastróficas, caso haja um desequilíbrio energético do Planeta.
Em Dezembro de 2009, foi realizada a 15ª Conferência do Clima, em
Copenhagen, onde foram estabelecidas metas para a redução emissões de
poluentes entre 25 e 40% até 2020.
No último capítulo, será citada a lei que institui a Política Nacional de
Mudanças Climáticas, tendo como compromisso reduzir as emissões de gases
de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020.
Para minimizar ou reverter este quadro, muitos paises já estão adotando
formas de energias renováveis, como solução para substituir completamente
os combustíveis fósseis e criar condições favoráveis de vida neste Planeta.
6
METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica, revistas,
Internet, publicações científicas relacionadas ao tema.
Serão abordadas as origens do aquecimento global, o efeito estufa, as causas
e conseqüências das mudanças climáticas, a conferência de Copenhagen, a
lei que estabelece a Política Nacional de Mudanças Climáticas, energias
renováveis e finalizando, a teoria e conceito de um dos maiores cientistas
ambientais do mundo: James Lovelock.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A Origem do Aquecimento Global 10
1.1 – Arrhenius e o Aquecimento Global 12
1.2 – O Efeito Estufa 13
1.3 – Começa o Degelo no ártico 16
1.4 – Modelo de Hansen 18
CAPÍTULO II
Mudanças Climáticas 20
2.1 - Principais causas 20
2.2 - Principais conseqüências 25
2.3 - Conferência de Copenhagen 2009 29
CAPÍTULO III
Política Nacional de Mudanças Climáticas 31
3.1 – Energias Renováveis 33
3.2 – Teoria de Gaia e o Aquecimento Global 38
CONCLUSÃO 40
ANEXOS 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 56
ÍNDICE 57
FOLHA DE AVALIAÇÃO 58
8
INTRODUÇÃO
O aquecimento global consiste na elevação da temperatura atmosférica em
todo o planeta e tem sido a preocupação de cientístas que divulgaram através
de relatórios que o fato é real, preocupante e de grande escala, provocado por
gases de efeito estufa lançados na atmosfera.
Dados mais recentes têm comprovado a intensificação do aquecimento do
planeta e a influência das atividades humanas, como o uso de combustíveis
fósseis e outros processos a nível industrial, que levam à acumulação na
atmosfera gases propícios ao efeito estufa, tais como o dióxido de carbono,
Metano, Óxido Nitroso, Clorofluorcarbonetos e o vapor de água.
Os países industrializados têm sido responsáveis pela maior parte das
emissões destes gases poluentes, porém, vários países em desenvolvimento,
como a China, Índia e Brasil, também estão envolvidos entre os grandes
emissores, decorrentes de queimadas, desmatamentos e algumas atividades
agropecuárias.
Como estes gases continuam aumentando, estamos passando por uma
experiência climática global, cujos resultados poderão apresentar desafios sem
precedentes.
Trata-se de um problema em longo prazo que requer importantes decisões dos
atuais e futuros líderes nacionais e mundiais.
Infelizmente, os recursos naturais não foram bem utilizados ao longo de
décadas, danificando seriamente o meio ambiente. Animais extintos, grandes
desmatamentos, sem mencionar a poluição excessiva do ar, rios e oceanos, o
que coloca em risco o equilíbrio de todo o ecossistema terrestre e a própria
sobrevivência do homem.
Os principais impactos causados pelo aquecimento global são as mudanças
climáticas, provocando chuvas intensas, inundações, ondas de calor, secas,
furacões e tornados, além do aumento do nível do mar.
9
Outras conseqüências incluem reduções na produção agrícola, diminuição das
calotas polares, extinção de várias espécies, como a fauna e flora.
Para minimizar ou tentar reverter este quadro, muitos paises já estão adotando
formas de energias renováveis, como a biomassa, solar, nuclear, eólica,
geotérmica e oceânica.
Estas energias limpas nunca irão se esgotar, e um dia elas poderão substituir
completamente os combustíveis fósseis.
No dia 30 de Dezembro de 2009 foi sancionada a lei que estabelece a Política
Nacional de Mudanças Climáticas pelo presidente da república Luiz Inácio Lula
da Silva, em exercício no segundo mandato.
A lei (12.014/09), busca assegurar recursos para projetos e ações que
contribuam para a mitigação da mudança do clima e adaptação a seus efeitos.
Este trabalho tem por objetivo indicar os principais impactos ocasionados pelo
aquecimento global, relatando a sua origem, causas e conseqüências, assim
como medidas a serem adotadas a fim de minimizar os efeitos
causados pelo aquecimento global e a atual lei que estabelece a Política
Nacional de Mudanças Climáticas.
10
CAPÍTULO I
A origem do Aquecimento Global
Há 4,6 bilhões de anos de história terrestre, o ar do planeta variou
bastante: durante a maior parte do tempo, a atmosfera era composta
sobretudo de dióxido de carbono (CO2) e gases de enxofre. A vida
multicelular era impossível, só os oceanos eram habitados por criaturas
semelhantes às bactérias. O planeta era tão quente nesse período que os
geólogos o chamavam de Hadeano, em homenagem a Hades, deus grego dos
infernos.
Com o tempo, surgiram no oceano organismos capazes de retirar do ar o CO2
e expirar um gás então tóxico à maioria das formas de vida daquele período:
o oxigênio.
Mais um tempo de evolução e surgiram organismos capazes ainda de usar
o gás carbônico que retiravam da atmosfera e combiná-lo com cálcio para
formar carapaças protetoras.
A medida que morriam, estes microorganismos depositavam suas
carapaças no fundo do oceano, formando o calcário.
Nessa época, cerca de 65 milhões de anos atrás, ou período dos dinossauros,
acredita-se que um asteróide de 10 km de diâmetro chocou-se com a Terra,
perto da Península de Yucatán, no México.
O impacto foi tão violento, que abriu um buraco de 200 km de diâmetro no leito
oceânico, produzindo um tsunami de 1 km de altura e levantou tanta poeira
que a Terra ficou mergulhada numa espécie de inverno nuclear, matando boa
parte das plantas.
Por uma imensa infelicidade, o fundo do mar na região onde o bólido caiu era
formado por uma camada de 3 km de calcário.
Segundo o Geólogo americano Walter Alvarez, o calcário é a maneira da
natureza estocar dióxido de carbono em forma sólida. Ao bater em
altíssima velocidade sobre essas rochas, o pedregulho fatal vaporizou-as,
liberando no ar Cretáceo uma quantidade imensa de gás carbônico.
11
Isso, acreditam os geólogos, aprisionou o calor da Terra na atmosfera,
elevando a temperatura global em vários graus e conseqüentemente,
Poucas espécies estavam aptas a suportar essa mudança tão radical e tão
instantânea. Os dinossauros não estavam entre elas.
O que o asteróide de Yucatán fez no instante de sua colisão foi a mesma
coisa que nós, seres humanos, temos feito com as nossas atividades
industriais e agrícolas: mudar a composição química do ar de forma a
acelerar o efeito estufa, nome dado ao fenômeno de retenção do calor
irradiado pela Terra por uma capa de gases dissolvidos na sua atmosfera, em
especial o CO2 .
A diferença é que o bólido do Cretáceo só precisou de alguns segundos para
disparar o fenômeno, e a humanidade tem se empenhado nisso há pelo menos
um século e meio, quando a Revolução Industrial tornou o “ser humano”
completamente dependente da queima de grandes fontes de CO2: os
combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural.
Apesar de mais lenta, a aceleração do efeito estufa causada pelos humanos é
potencialmente tão danosa ao planeta e às espécies que nele habitam quanto
a tragédia de 65 milhões de anos atrás. (ÂNGELO, 2008, p. 20, 21,26).
Figura 1 – Aquecimento Global
http://cuidedoplaneta.wordpress.com/2009/05/26/aquecimento-global-2/ acessado em 25/09/2010
1.1 – Arrhenius e o Aquecimento Global
12
O Químico sueco Svante Arrhenius foi o primeiro cientista a propor que o
aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera por atividades
humanas, como a queima de carvão, tinha a capacidade de alterar
significativamente a temperatura e o clima do planeta.
Suas conclusões foram publicadas em dezembro de 1895, num estudo
intitulado “Sobre a Influência do Ácido Carbônico do Ar na Temperatura do
Chão”.
Arrhenius calculou para diversas latitudes, quanto à temperatura do planeta
subiria ou cairia caso os níveis de CO2 na atmosfera variassem em relação à
concentração presente no ar daquela época.
Em uma das muitas tabelas de seu artigo, ele conclui que a redução do nível
de CO2 no ar era a possível causa da glaciação, milhares de anos atrás,
quando os países que hoje gozam do maior grau de civilização, estavam
cobertos de gelo.
Em outra, ele apresenta o dado que dá pela primeira vez a dimensão do
problema do efeito estufa: dobrar a concentração de ácido carbônico na
atmosfera faria o planeta esquentar de 5ºC a 6ºC, abrindo a possibilidade que
a gélida Escandinávia poderia vir a ter um clima ameno.
Alguns anos mais tarde, Guy Callendar, “Tecnólogo de vapor da Associação de
Pesquisa das Indústrias Elétricas Britânicas”, apresentou um artigo à Real
Sociedade Meteorológica de Londres dizendo que as temperaturas globais já
estavam subindo, e ele sabia que a causa era do dióxido de carbono produzido
pelas atividades humanas.
Callendar descobriu que, da época em que Arrhenius fez seu estudo pioneiro
até o fim da década de 1930, o nível de CO2 no ar havia crescido em 10%.
Isso explicaria a elevação de temperatura observada por ele naquele período.
(ÂNGELO, 2008, p. 38).
1.2 – O Efeito Estufa
13
O efeito estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação solar
refletida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases
presentes na atmosfera. Como consequência disso, o calor fica retido, não
sendo libertado para o espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada
faixa é vital para a vida na Terra, pois é ele, que mantem as condições ideais e
garantir a manutenção da vida, com temperaturas mais amenas e adequadas.
O que se pode tornar catastrófico é a ocorrência de um agravamento do efeito
estufa que destabilize o equilíbrio energético no planeta e origine um fenómeno
conhecido como aquecimento global. O IPCC (Painel Intergovernamental para
as Mudanças Climáticas, estabelecido pelas Organização das Nações Unidas
e pela Organização Meteorológica Mundial) no seu relatório mais recente diz
que a maior parte deste aquecimento, observado durante os últimos 50 anos,
se deve a um aumento dos gases do efeito estufa.
Os gases de estufa (dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), Óxido nitroso
(N2O), CFC´s (CFxClx) absorvem alguma radiação infravermelha emitida pela
superfície da Terra e radiam por sua vez alguma da energia absorvida de volta
para a superfície. Como resultado, a superfície recebe quase o dobro de
energia da atmosfera do que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca de
30 °C mais quente do que estaria sem a presença dos gases «de estufa».
Um dos piores gases é o metano, cerca de 20 vezes mais potente que o
dióxido de carbono, é produzido pela flatulência dos ovinos e bovinos, sendo
que a pecuária representa 16% da poluição mundial.
A poluição dos últimos duzentos anos tornou mais espessa a camada de
gases existentes na atmosfera. Essa camada impede a dispersão da energia
luminosa proveniente do Sol, que aquece e ilumina a Terra e também retém a
radiação infravermelha (calor) emitida pela superfície do planeta. O efeito do
espessamento da camada gasosa é semelhante ao de uma estufa de vidro
para plantas, o que originou seu nome. Muitos desses gases são produzidos
naturalmente, como resultado de erupções vulcânicas, da decomposição de
matéria orgânica e da fumaça de grandes incêndios. Sua existência é
14
indispensável para a existência de vida no planeta, mas a densidade atual da
camada gasosa é devido as atividades humanas. Em escala global, o aumento
exagerado dos gases responsáveis pelo efeito estufa provoca o aquecimento
do global, o que tem consequências catastróficas.
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_estufa>
Segundo a fonte World Resources Institute, divulgada em 12/12/2009, os paises que se destacam em emissoes de gases estufa são:
1- China – 19,12%
2- EUA – 18,44%
3- União Européia – 13,37%
4- Rússia – 5,19%
5- India – 4,91%
6- Japão – 3,56%
7- Brasil – 2,69%
8 –Alemanha – 2,59%
9 –Canadá – 1,94%
10 –Reino Unido – 1,69%
Baseados em dados do Estudo de Impactos Ambientais (EIA), Os
combustíveis fósseis queimados em usinas de energia elétrica são a maior
fonte isolada do CO2 proveniente de atividades humanas, seguidos do
transporte e a indústria. Até o ano de 2025, espera-se que a população
mundial seja de aproximadamente 7,5 bilhões de pessoas — 1,5 bilhões a
mais em relação a 2005. Elas precisarão de energia para alimentação,
iluminação, transporte, atividades industriais, e outras. O International Energy
Outlook 2005, publicado pela Administração de Informações sobre Energia dos
EUA (EIA), prevê que o uso mundial de energia aumentará em cerca de 50%
de 2001 a 2025. O uso de energia renovável incluindo a biomassa, solar,
nuclear, eólica, geotérmica e oceânica, aumentará de forma consistente, mas
15
prevê-se que a queima de carvão, gás natural e petróleo irão crescer ainda
mais rápidos.
Figura 2 – Conseqüências boas e más do efeito estufa
http://geografianovest.blogspot.com/2009/10/o-que-e-e-quais-as-consequencias-boas-e.html
acessado em: 25/09/2010
1.3 - Começa o Degelo no Ártico
16
Durante as eras glaciais, as temperaturas globais chegaram a ser, em média,
5°C mais baixas do que hoje, por milhares de anos. Além do mais, o sistema
pode desequilibrar-se de um estado para outro com surpreendente rapidez.
Aquecimentos repentinos esporádicos, intercalados na última era glacial,
fizeram as temperaturas subirem na Groenlândia até 16°C em apenas algumas
décadas. O motivo pelo qual o clima saltou tão depressa ainda não foi
totalmente compreendido, mas está claro que gases estufa associados ao
calor do sol, levaram no passado a dramáticas reações no sistema climático.
O relatório de 2007 do IPCC confirmou que nenhum “registro Proxy” nas
temperaturas fossem eles baseados nos anéis de troncos de árvore, núcleos
de gelo, cintas de coral ou em outras fontes, mostra qualquer período nos
últimos 1.300 anos que tenha sido tão quente quanto hoje.
Na verdade, relatórios sobre o fundo do mar indicam que as temperaturas
estão a um grau abaixo de seus níveis mais elevados, e isso ocorreu há um
milhão de anos atrás.
A parte do planeta mais vulnerável do aquecimento global, e provavelmente a
região que assistirá pela primeira vez à ultrapassagem do “ponto de
desequilíbrio”, é o ártico. Ali, as temperaturas estão subindo a uma proporção
duas vezes maior que a global. Particularmente o Alaska e a Sibéria estão
ficando mais quentes com crescente rapidez.
Nessas regiões, os termômetros já subiram de 2°C a 3°C nos últimos 50 anos.
Os impactos dessa mudança já são profundos. Em Barrow, no Alasca, o
derretimento da neve ocorre agora, em média, dez dias antes do que nos anos
1950, e já começaram a brotar arbustos nas terras estéreis e musgosas da
tundra. Cientistas em Fairbanks, Alasca, documentaram umsúbito derretimento
de blocos de gelo subterrâneo na North Slope, região daquele estado que é
normalmente fria, formando-se novos lagos provenientes do descongelamento
e modificando a paisagem. Essas massas de gelo haviam permanecido sólidas
por no mínimo 3 mil anos.
17
Em outras regiões do estado, lagos inteiros estão escorrendo para as fendas
do solo, à medida qie a camada impermeável de permafrost degela por
debaixo deles. Mais de 10 mil lagos já encolheram ou desapareceram
completamente, no último meio século, destacando uma alarmante queda no
nível freático do estado.
Espécies dependentes de da água, desde as larvas de insetos e camarões de
água doce até filhotes de pássaros, estão desaparecendo em resultado disso.
A vegetação, que antes se desenvolvia nesses solos finos e saturados de
água, agora está tão ressequida que facilmente pega fogo.
As geleiras nas montanhas do Ártico também estão reagindo. Na península
Seward, no Alasca, a geleira Grand Union está se retraindo tão rapidamente
que, segundo se estima, irá desaparecer por completo até o ano 2035. Outras
geleiras muito maiores, em outras regiões do Alasca, também estão
diminuindo rapidamente. Só na última década de 2001 estima-se que as
maiores geleiras do Alasca tenham perdido 96 Km cúbicos de gelo, elevando
os níveis globais do mar até quase três milímetros. Através de todo o ártico, as
geleiras e calotas de gelo já perderam 400 Km cúbicos de volume durante os
últimos 40 anos.
Talvez o sinal mais evidente das mudanças se encontre no meio do mar. A
camada de gelo do Ártico tem apresentado constante redução. A cada ano,
revela-se uma média de 100 mil Km quadrados de oceano aberto, a medida
que se derrete o gelo que antes o recobria.
Só em setembro de 2005, uma área de mar gelado do Ártico do tamanho do
Alaska desapareceu sem deixar vestígios. Mesmo na escuridão total dos
meses de inverno, a camada de gelo que cobre o mar tem se retraído: tanto
em 2005 quanto em 2006, a extensão da camada de gelo se reduziu até muito
abaixo da dimensão média.
É aqui que entra o ponto de desequilíbrio: Enquanto o gelo branco e brilhante,
recoberto de neve, reflete mais de 80% do calor solar que incide sobre ele, o
oceano aberto, mais escuro, pode absorver até 95% da radiação solar
incidente.
18
Os modelos climáticos divergem sobre exatamente onde poderá estar o ponto
de desequilíbrio do mar ártico, porém quase todos concordam que, uma vez
ultrapassado determinado ponto de aquecimento, o desaparecimento de toda
a camada de gelo polar do norte será quase inevitável. (LYNAS, 2008, p.38)
Figura 3 – Está tudo derretendo
http://desfibrilar.blogspot.com/2009_05_01_archive.html
acessado em: 26/09/2010
1.4 - Modelo de Hansen
Em setembro de 2006, James Hansen, diretor do Instituto Goddard de Estudos
Espaciais da Nasa, juntamente com seus colaboradores, publicou na revista
"PNAS", da Academia Nacional de Ciências dos EUA, uma matéria em que
são apresentadas informações detalhadas de um modelo climático
19
aperfeiçoado desde os anos 1980, alimentado por medições originadas de
satélites, navios e estações meteorológicas no mundo inteiro.
O estudo afirma que nos últimos 30 anos o planeta esquentou 0,6 °C,
perfazendo um aumento total de 0,8 °C no século XX. A temperatura média
atual é a maior dos últimos 12 mil anos, faltando apenas mais 1 °C para que
seja a mais alta do último milhão de anos.
Segundo Hansen, caso o aquecimento aumente a temperatura média em mais
2 °C ou 3 °C, o cenário geográfico do planeta será radicalmente diferente do
atual. A última vez em que a Terra esteve tão quente foi 3 milhões de anos
atrás, na época do Plioceno, quando o nível do mar estava vinte e cinco metros
acima do atual. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquecimento_global>
Um artigo de Hansen ( com cinco outros importantes co-autores), publicado em
maio de 2007, adverte que “recentes emissões de gases estufa colocam a
Terra perigosamente próxima a uma drámatica mudança de clima, que poderia
escapar de nosso controle, com grandes riscos para os seres humanos e
outras criaturas”.
Hansen adverte: se a proporção do derretimento do manto de gelo dobrar a
cada década, a consequente elevação do nível do mar irá totalizar cinco
metros até o ano 2100.
Entretanto, a alegação de Hansen, de que os mantos de gelo do mundo
poderão ser destruídos muito mais depressa do que propõe o IPCC, tem uma
sólida base na física. (LYNAS, 2008, p.79)
20
CAPÍTULO II
Mudanças Climáticas
Segundo o “Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas” (sigla em
inglês IPCC), mudança climática é a variação do clima em escala global ou dos
climas regionais da Terra ao longo do tempo. Estas variações dizem respeito a
mudanças de temperatura, precipitação, nebulosidade e outros fenômenos
climáticos em relação às médias históricas. Tais variações podem alterar as
características climáticas durante um período extenso (que pode durar
décadas a milhões de anos).
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Mudan%C3%A7a_do_clima>
2.1 - Principais causas:
Embora as mudanças climáticas globais possam ter origens naturais, os
cientistas atribuem que as principais causas estão relacionadas às atividades
humanas, que intensificam o efeito de estufa através do aumento na queima
de gases de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural.
A queima dessas substâncias produz gases como o dióxido de carbono (CO2),
o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das
radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de
plantas, esse processo causa o aumento da temperatura. Outros fatores que
contribuem de forma significativa para as alterações climáticas são os
desmatamentos e a constante impermeabilização do solo.
Entre as causas comprovadas e as prováveis encontram-se as seguintes:
Causas Naturais
O fenômeno da mudança do clima é um evento que pode acontecer de forma
natural. Assim, esse fenômeno pode ter causas de origem externa, de fora do
planeta, bem como origem interna.
21
Influência externa
Dentre as causas com origem fora do globo terrestre temos as causas de
origem solar, que vão desde a variação da energia solar que chega a terra até
a variação da própria órbita terrestre.
Ciclo solar
A temperatura da terra depende do sol, que emite radiação em direção ao
planeta. Esta radiação é a solar, que em parte é refletida para o espaço e o
restante é absorvido pela terra em forma de calor. Esta energia não
chega à terra de maneira uniforme, apesar do sol ser uma estrela de
classe G e ser muito estável, essa energia aumenta cerca de 10% a cada
um bilhão de anos, ou seja, no início da vida na terra, quase quatro bilhões
de anos atrás, a energia do sol era em torno de 70% da atual.
Outro tipo de variação da radiação solar ocorre em decorrência dos
ciclos solares, que são mais importantes que a primeira, no que diz
respeito à mudança do clima terrestre.
Figura 4 - Ciclo Solar
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mudan%C3%A7a_do_clima
acessado em: 02/09/2010
22
Variação orbital
Variação orbital é o aumento ou diminuição das radiações solares devido às
variações no movimento da Terra em relação ao sol. Apesar da variação da
radiação solar pelos ciclos solares e pelo aumento gradual ao longo de bilhões
de anos resultar em certa estabilidade, o mesmo não pode dizer das variações
da órbita terrestre. A variação orbital ocorre periodicamente, fazendo com que
a radiação solar chegue de forma diferente em cada hemisfério terrestre de
tempos em tempos. Esta variação provoca as variações glaciais que são
períodos de longos verões e longos invernos.
Impactos de meteoritos
Impactos de meteoritos são eventos raros, mas também podem modificar o
clima na terra. Impactos de grandes proporções podem modificar
profundamente a biosfera. O último evento deste tipo foi denominado Extinção
K-T e ocorreu há mais ou menos sessenta e cinco milhões de anos atrás.
Eventos assim podem desencadear uma série de tragédias ecológicas. Com o
impacto, detritos podem ser arremessados até o espaço e entrarem na órbita
da Terra, onde ficariam por algum tempo e só depois cairiam. Ocorreriam
incêndios em escala global e a liberação de grandes quantidades de gás
carbônico (CO2) na atmosfera causando o efeito estufa. Com o calor, as
moléculas de nitrogênio e oxigênio se quebrariam e se combinariam com o
hidrogênio formando o ácido nítrico (HNO3). Sucederiam-se então longos
períodos de chuva ácida, prejudicando ainda mais a vida terrestre. Paralela e
consecutivamente, o aumento da acidez e da temperatura dos oceanos
afetaria gravemente os ecossistemas marinhos.
23
Influência Interna
As causas com origem dentro do globo terrestre são as mais variadas, dentre
elas temos:
Mudanças ou deriva dos continentes aproximando ou afastando-se dos pólos.
A movimentação das placas tectônicas (geofísica 2 cm ano), sobre a
astenosfera, ocorre algo em torno de centímetros por ano, o que poderia
provocar um distúrbio na atmosfera.
Os movimentos orogenéticos de formação de montanhas também poderiam
estar prejudicando a circulação dos ventos.
El Niño e La Niña
Os fenômenos “El Niño” e “La Niña” são mudanças na temperatura da água
em partes do Oceano Pacífico. Este fenômeno influencia na intensidade dos
Ventos que pode fazer com que massas de água quente e massas de ar,
também se desloquem no Pacífico de forma diferente dos registros das médias
históricas.
As Variações de intensidade dos Ventos influenciam na pressão atmosférica
do oceano, afetando vários fenômenos climáticos em todo o mundo.
Esfriamento global e glaciações
O esfriamento global é uma teoria de que ocorrerá um resfriamento total da
superfície terrestre iniciando uma nova era glacial, ou seja, uma nova
glaciação.
Os cientistas defensores desta teoria prevêem que, entre os anos de 2012 a
2015, a temperatura global da Terra começaria uma lenta redução, que
alcançaria os níveis mínimos entre 2055 e 2060. Esse período de esfriamento
duraria pelo menos 50 anos e que, até o século XXII, a Terra começaria
novamente outra fase de aquecimento global.
24
As glaciações provocaram grandes mudanças no relevo continental e no nível
do mar. Quando a temperatura global diminui, ocorre como conseqüência, o
aumento das geleiras ou seja, as baixas temperaturas provocam o
congelamento da água nos pólos aumentando a quantidade de gelo nas
calotas polares.
Outra conseqüência é o rebaixamento eustático do nível dos oceanos devido à
retenção de água nos pólos. O Oceano se afasta da linha da costa, das praias,
por exemplo, expondo grandes extensões de terra e ligando ilhas e continentes
entre si, formando as chamadas pontes terrestres.
Entre os períodos glaciais há os períodos interglaciais em que a temperatura
da Terra se eleva. O período em que vivemos é um interglacial.
Vulcanismo
A atmosfera carregada de pó vulcânico prenderia a radiação terrestre,
aumentando a temperatura na superfície da Terra. Entretanto, objetiva-se que
o tamanho das partículas não é suficientemente pequeno para barrar a
radiação e tais poeiras teriam que permanecer por muitos anos em suspensão,
o que é altamente improvável.
Causas Antropogênicas
A maioria dos cientistas atribui aos gases do efeito estufa como o gás
carbônico, que em excesso, aumenta a temperatura, retendo mais calor.
Entretanto, podemos notar que em outros lugares, o que retém calor é o vapor
de água. Alguns fatores antropogénicos que se destacam no aumento da
emissão de CO2 e de outros gases incluem:
O desmatamento, a queima de combustíveis fósseis, o cultivo do gado,
indústrias geradoras de energia elétrica, refinarias, siderurgias, cimenteiras,
indústrias químicas e de adubos, mineração, transportes rodoviários,
construções e habitações.
25
O uso de solventes em colas, tintas, produtos de proteção de superfície,
aerossóis e limpezas de metais é responsável pela emissão de quantidades
apreciáveis de compostos orgânicos voláteis.
Existem outras fontes poluidoras que também são responsáveis, tais como:
A queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais, feita muitas
vezes em situações descontroladas;
A queima de resíduos explosivos, resinas, tintas, plásticos, pneus, é
responsável pela emissão de compostos perigosos;
Os fogos florestais, são responsáveis por emissões significativas de CO2;
O uso de fertilizantes e o excesso de concentração agro-pecuária, são os
principais contribuintes para as emissões de metano, amoníaco e N2O;
As indústrias de minerais não metálicos, a siderurgia, as pedreiras e áreas em
construção, são fontes importantes de emissões de partículas.
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Mudan%C3%A7a_do_clima>
2.2 - Principais Consequências:
As consequências do aquecimento global podem influenciar não somente nas
atividades humanas mas também nos ecossistemas. Aumento da temperatura
global permite que um ecossistema mude; algumas espécies podem ser
forçadas a sair dos seus habitats (possibilidade de extinção) devido a
mudanças nas condições enquanto outras podem espalhar-se, invadindo
outros ecossistemas.
Com o aumento da temperatura, poderá surgir na Terra uma série de
fenômenos catástróficos, tais como:
SECA
Um dos efeitos do aquecimento global da Terra é a seca. Quando a
temperatura aumenta, a água se aquece rapidamente. Em alguns lugares,
onde não chove normalmente, a vida vegetal acaba por depender de lagos e
rios para sobreviver. E quando a temperatura aumenta, a água nesta área
26
evapora-se e com isso surge a seca. A vida vegetal começa a morrer e
conseqüentemente não existirá muitas plantas para retirar o dióxido de
carbono do ar. Isto poderá fazer com que várias colheitas sejam destruídas e a
fome ou a sede comece a prejudicar as pessoas mais carentes. E não pára por
aí, poderá também fazer com que o efeito estufa se agrave mais ainda.
Aumento do Nível do mar
Outro efeito do aquecimento global da Terra será o aumento no nível do mar.
Quando se esquenta (acima dos 0 graus Celsius), é um fato que o gelo irá
derreter. Se a temperatura da Terra aumentar nas regiões polares, grandes
quantidades de gelo irão derreter, fazendo com que toda essa água vá direto
para os oceanos. Toneladas e mais toneladas de gelo ficarão derretidas se a
Terra aquecer o suficiente para isso, o que irá causar um aumento drástico no
nível do mar. Cidades costeiras ficarão submersas, destruindo assim muitos
imóveis e estruturas, o que irá custar milhões para as companhias de seguro.
E se todas essas pessoas que moravam nessas regiões que ficaram
submersas mudarem de uma vez para o interior do continente; isso poderá
acarretar em uma falta de espaço muito grande para poder alojar todos os que
foram prejudicados por este aumento no nível do mar.
O extremo
Outro efeito do aquecimento global da Terra será o tempo que ficará ao seu
extremo. Mudança na temperatura significa a mudança significativa do tempo
em muitos lugares. Quanto mais o tempo fica quente mais características
tropicais se estabelecem sobre o mesmo. Este aumento da temperatura irá
intensificar os ventos, a chuva e as tempestades. Existem outros fatos que
poderão ocorrer como o aumento dos preços de produtos, mudança no valor
das terras, o desaparecimento de colheitas inteiras, etc. Muitos animais serão
totalmente extintos, e outros também se encontrarão em condições
desfavoráveis à sobrevivência, por causa da mudança no clima.
Portanto, pode-se ver que existem muitas outras conseqüências que poderão
ocorrer na Terra se a temperatura no globo continuar aumentando.
27
O buraco na camada de Ozônio
A camada de ozônio é uma capa desse gás que envolve a Terra e a protege
de vários tipos de radiação, sendo que a principal delas, a radiação ultravioleta
(são ondas semelhantes a ondas luminosas, as quais se encontram
exatamente acima do espectro da luz visível violeta), a principal causadora de
câncer de pele. No último século, devido ao desenvolvimento industrial,
passaram a ser utilizados produtos que emitem clorofluorcarbono (CFC), um
gás que ao atingir a camada de ozônio destrói as moléculas que a formam
(O3), causando assim a destruição dessa camada da atmosfera.
Sem essa camada, a incidência de raios ultravioletas nocivos à Terra fica
sensivelmente maior, aumentando as chances de contração de câncer. Nas
últimas décadas tentou-se evitar ao máximo a utilização do CFC e, mesmo
assim, o buraco na camada de ozônio continua aumentando, preocupando
cada vez mais a população mundial. As ineficientes tentativas de se diminuir a
produção de CFC, devido à dificuldade de se substituir esse gás,
principalmente nos refrigerantes, fez com que o buraco continuasse
aumentando, prejudicando cada vez mais a humanidade. O maior produtor
desse gás em todo o planeta é os EUA.
Em 1978 os EUA produziam, em aerossóis, 470 mil toneladas de CFC,
aumentando para 235 mil em 1988. Em compensação, a produção de CFC em
outros produtos, que era de 350 mil toneladas em 1978, passou para 540 mil
toneladas em 1988, mostrando a necessidade de se utilizar esse gás em
nossa vida cotidiana. De qualquer forma, temos que evitar ao máximo a
utilização do CFC, para que possamos garantir a sobrevivência de nossa
espécie.
28
Figura 5 - Buraco na camada de Ozônio
http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=22746&action=reportagem acessado em: 25/09/2010
A região mais afetada pela destruição da camada de ozônio é a Antártida.
Nessa região, principalmente no mês de setembro, quase a metade da
concentração de ozônio é misteriosamente sugada da atmosfera.
Esse fenômeno deixa à mercê dos raios ultravioletas uma área de 31 milhões
de quilômetros quadrados, maior que toda a América do Sul, ou 15% da
superfície do planeta. Nas demais áreas do planeta, a diminuição da camada
de ozônio também é sensível; de 3 a 7% do ozônio que a compunha já foi
destruído pelo Homem. As moléculas de clorofluorcarbono passam intactas
pela troposfera, que é a parte da atmosfera que vai da superfície até uma
altitude média de 100 mil metros. Em seguida essas moléculas atingem a
estratosfera, onde os raios ultravioletas do sol aparecem em maior quantidade.
Na Antártida, devido ao rigoroso inverno de seis meses, essa circulação de ar
não ocorre e, assim, formam-se círculos de convecção exclusivos daquela
área. Os poluentes atraídos durante o verão permanecem na Antártida até a
época de subirem para a estratosfera. Ao chegar o verão, os primeiros raios de
sol quebram as moléculas de CFC encontradas nessa área. Em 1988, foi
29
constatado que na atmosfera da Antártida, a concentração do monóxido de
cloro é cem vezes maior que em qualquer outra parte do mundo.
<http://www.coladaweb.com/quimica/quimica-ambiental/efeito-estufa>
2.3 - Conferência de Copenhagen 2009
Em dezembro de 2009, na 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima
(COP 15), em Copenhague, na Dinamarca, deve ser acordado um novo arranjo
para o enfrentamento das mudanças climáticas. Entretanto, os governos dos
países desenvolvidos ainda não sinalizaram com uma proposição concreta de
redução de emissões de gases de efeito estufa que venham a representar
avanços significativos em relação ao Protocolo de Kyoto – que expira em 2012.
De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudança Climática da ONU,
para que isso não aconteça, é fundamental que as nações desenvolvidas
reduzam entre 25 e 40% de suas emissões até 2020, em relação aos níveis de
1990. E as decisões precisam ser tomadas rapidamente. Isso porque o novo
acordo não entra em vigor imediatamente: é necessário criar uma emenda ao
Protocolo, especificando as novas metas, sua duração e sua
operacionalização. E após essas alterações, todas as nações terão de ratificar
novamente o documento. Esse processo, de maneira geral, exige negociações
nacionais, inclusive com aprovação dos parlamentos. Quanto mais tarde o
novo protocolo ficar pronto, portanto, maiores são os riscos de que em 2013
tais metas ainda não estejam em vigor. Os países, entretanto, não estão
demorando apenas para alcançar a um consenso, mas também para
apresentar suas propostas. Apenas a União Européia ofereceu números
concretos. Propôs reduzir suas emissões em 20% em relação aos níveis de
1990.
As nações desenvolvidas alegaram que a mudança do cenário econômico e o
grande aumento das emissões de países emergentes devem ser consideradas
no estabelecimento de novos compromissos. Apontaram, ainda, que ações
focadas na redução de suas próprias emissões, conforme estabelecido pelo no
30
Protocolo de Quioto, não são mais suficientes para a redução do aquecimento
global.
Já os países em desenvolvimento, como Brasil e China, continuam
defendendo a tese de responsabilidade histórica das nações desenvolvidas
nas emissões de gases de efeito estufa. O Brasil, acompanhado da Bolívia e
de diversos outros países, ressaltou o princípio do “poluidor-pagador”. De
acordo com esse conceito, oriundo do direito internacional ambiental, aquele
que poluiu ou usufruiu os recursos ambientais deve arcar com as despesas de
proteção e restauração do meio ambiente. Por isso, segundo a visão brasileira,
os países desenvolvidos devem arcar com a maior parte da compensação dos
danos ambientais.
<http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/content/debates-rumo-cop-15-
necessitam-de-definicao>
Figura 6 - Apresentações da sessão plenária ISPS Copenhagen 2009
http://www.isps.org/copenhagen_plenary.shtml - acessado em: 21/09/2010
31
Capítulo III
Política Nacional de Mudanças Climáticas
No dia 30/12/2009 foi publicada pelo Diário Oficial da União a lei que institui a
Política Nacional sobre Mudança do Clima (lei 12.187/2009) e sancionada
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com três vetos.
No início de Dezembro, o governo também publicou a lei 12.114/2009, que
institui o Fundo Nacional sobre Mudanças Climáticas (FNMC) e busca
assegurar recursos para projetos e ações que contribuam para a mitigação da
mudança do clima e adaptação a seus efeitos. O texto da lei determina que o
fundo ficará vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e será administrado por
um comitê formado por representantes do governo federal e da sociedade civil.
Aprovada pelo Congresso Nacional, às vésperas da Reunião do Clima, que
aconteceu no início de dezembro em Copenhague, na Dinamarca, a matéria
teve originem no projeto de lei 18/07, do deputado Sarney Filho (PV-MA),
modificado por um substitutivo de Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP),
com redação final de Miro Teixeira (PDT-RJ).
Metas
A política nacional fixa em lei o compromisso do Brasil de reduzir as emissões
de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020. Um decreto
presidencial ainda deverá ser editado para detalhar as ações de cada setor da
economia para o cumprimento dessa meta.
Também deverá haver medidas de adaptação às mudanças climáticas e
planos de ação para prevenção e controle do desmatamento em biomas como
o Cerrado, a Amazônia e a Mata Atlântica.
32
Vetos
O presidente Lula vetou três pontos do texto aprovado pela Câmara e pelo
Senado. Um deles proibia o contingenciamento de recursos orçamentários
para combate às mudanças climáticas. Outro limitava os estímulos
governamentais às usinas hidrelétricas de pequeno porte. E o terceiro previa o
gradativo abandono do uso de fontes energéticas que usem combustíveis
fósseis, como é o caso do petróleo.
Fundo
As ações previstas na lei serão financiadas com recursos de um fundo
específico, além de linhas de crédito, financiamentos públicos e medidas
fiscais e tributárias.
Outro mecanismo previsto é o do mercado de carbono, no qual países ricos
podem comprar créditos, pagando por projetos que reduzam as emissões
poluidoras na atmosfera. A lei define os créditos de carbono como títulos
mobiliários negociáveis em bolsas de valores e de mercadorias e futuros. Com
informações da Agência Câmara.
<http://www.observatorioeco.com.br/index.php/integra-da-lei-de-politica-
nacional-sobre-mudanca-do-clima/>
Íntegra da Lei 12.187/2009 no ANEXO 1
33
3.1 – Energias Renováveis
Muitas fontes alternativas já são amplamente utilizadas. Usinas de energia
hidrelétricas e nucleares geram uma porção significativa da energia do mundo.
Outras fontes, incluindo energia solar, eólica e combustível da biomassa,
fornecem uma pequena parte da energia de uma região, mas poderiam
fornecer muito mais. Fontes como energia maremotriz e calor geotérmico são
específicas de cada localidade, e usadas apenas nos locais certos. Algumas
tecnologias promissoras, por exemplo, a célula de combustível a hidrogênio,
ainda está em desenvolvimento.
Ao contrário daquela gerada pelos combustíveis fósseis, a energia proveniente
da luz solar, vento, água, plantas e calor geotérmico não cria dióxido de
carbono adicional, e portanto não piora o aquecimento global. O melhor de
tudo é que, essas fontes de combustível são renováveis, e nunca irão se
esgotar. Um dia, elas poderão substituir completamente os combustíveis
fósseis. <http://www.seed.slb.com/subcontent.aspx?id=4126&LangType=1046>
A humanidade desloca-se em ritmo descontrolado rumo a novas catástrofes
ambientais, problemas ecológicos e o aquecimento global. O aproveitamento
dos recursos naturais de maneira correta é o mais importante passo para que
possamos reverter este quadro. <http://energiarenovavel.org>
Algumas vantagens:
• Aumentam a quantidade e oferta de energia
• Garantem a sustentabilidade e renovação dos recursos
• Reduzem as emissões atmosféricas de poluentes
• Economicamente viáveis e abundantes
• Em geral, integram pequenas centrais geradoras.
34
Fontes de Energia Atualmente em Uso:
Energia Solar
Coletores solares concentram a luz solar que os atinge e a convertem em
energia. Isso é feito de várias formas, dependendo de se o objetivo é obter
eletricidade para uma região ou aquecer a água de uma piscina. O maior
obstáculo para a energia solar é o preço de instalação. Os equipamentos
solares têm um custo consideravelmente mais alto que o dos equipamentos de
energia tradicionais. São necessários muitos anos de uso para se ter um
retorno sobre o investimento. Apesar da despesa, a energia solar é uma
maneira viável de fornecer energia nas cidades. Em áreas rurais, onde o custo
de instalação de linhas de energia é maior, a energia solar se torna a melhor
opção para a obtenção de eletricidade.
Energia Hidrelétrica
A energia hidrelétrica utiliza a energia da água em precipitação para
movimentar turbinas e gerar eletricidade. A energia gerada dessa forma
depende do controle de um fluxo d'água como um rio, normalmente com uma
represa. A energia hidrelétrica tem muitas vantagens. Geradores movidos a
água não produzem emissões. O fluxo d'água controlado dentro da usina
hidrelétrica determina a quantidade de energia produzida, portanto a energia
pode ser fornecida conforme necessário. Cerca de 20% da eletricidade do
mundo provém dessa fonte. Os maiores usuários de energia hidrelétrica
incluem Noruega, Rússia, China, Canadá, Estados Unidos e Brasil.
Combustível da Biomassa
O termo “biomassa” descreve praticamente qualquer resíduo vegetal—resíduos
de madeira, resíduos agrícolas, resíduos de aterros sanitários, além de certas
plantações usadas como combustível. Esses resíduos vêm de indústrias como
a madeirense, de construção ou de celulose; os resíduos agrícolas provêm de
atividades de cultivo; e até mesmo resíduos sólidos de aterros municipais e o
gás metano gerado nesses aterros. Além disso, certos tipos de pastagem
podem ser cultivados para fermentarem e se transformarem em
35
biocombustíveis. Ao redor do mundo, o combustível da biomassa
principalmente produtos de madeira é queimado juntamente com carvão em
usinas de eletricidade movidas a carvão. Os biocombustíveis representam o
outro principal uso da biomassa. O etanol pode ser usado sozinho ou como um
aditivo à gasolina.. O biodiesel feito de óleo vegetal, gordura animal e gordura
alimentar—pode substituir completamente o diesel combustível padrão. Ele
também pode ser usado em misturas. O maior produtor e consumidor de
biodiesel é a Alemanha.
Embora queime e produza dióxido de carbono, o combustível da biomassa é
considerado “carbono neutro”.Os combustíveis fósseis liberam CO2 antigo,
criando uma carga extra de CO2 na atmosfera. O CO2 liberado com a queima
de combustíveis da biomassa é absorvido pelas plantas cultivadas para
substituí-los. Contudo, os combustíveis fósseis ainda são usados na produção
de combustível da biomassa, alimentando os equipamentos agrícolas,
abastecendo os caminhões de madeira, e em outras etapas ao longo do
caminho. Atualmente, o combustível da biomassa não é verdadeiramente
neutro em termos de carbono. Porém, ele de fato diminui as emissões gerais
de CO2, o que é um passo na direção certa.
Energia Eólica
Pequenos moinhos de vento eram comuns em todo o mundo até que
máquinas a vapor e, posteriormente, a eletricidade, os substituíram. O
interesse por grandes turbinas eólicas aumentou com as crises do petróleo, na
década de 1970. Na década de 1980, parques eólicos—fileiras de turbinas—
começaram a se espalhar nos litorais de vários países do mundo. Os maiores
usuários de energia eólica incluem Alemanha, Estados Unidos, Dinamarca e
Espanha, com Índia e China como usuários emergentes de energia eólica.
Turbinas eólicas gigantes geram energia quando o vento movimenta as
grandes pás. As pás são fixadas a um gerador, produzindo eletricidade.
Grandes parques eólicos podem atender às necessidade básicas de energia
de um serviço público. Parques eólicos menores e moinhos de vento isolados
podem alimentar residências, satélites de telecomunicações e bombas d'água.
Assim como ocorre com a energia solar, a construção de um parque eólico
36
exige um grande investimento inicial que não necessariamente tem um retorno
rápido.
Energia Geotérmica
A energia geotérmica utiliza recursos naturais como fontes termais e bueiros
de vapor para produzir eletricidade ou abastecer uma região com água quente.
Usinas de energia geotérmica enviam o vapor que atinge a superfície da Terra
para turbinas. As turbinas se movimentam, alimentando geradores que fazem
eletricidade. A primeira usina de energia geotérmica à base de vapor foi
inaugurada em Larderello, Itália, em 1904. Essa usina ainda está em operação.
Estados Unidos, Islândia, Filipinas, El Salvador, Rússia, Quênia e Tibet estão
entre os 24 países que usaram os 8.900 megawatts de eletricidade gerados
por instalações geotérmicas em 2005. O aquecimento geotérmico direto utiliza
água quente na superfície da Terra, como fontes termais para aquecer casas e
outros edifícios. Mais de 16.000 megawatts de energia foram gerados por
fontes geotérmicas diretas em 2005, em cerca de 72 países.
Energia Nuclear
A energia nuclear surgiu como uma alternativa aos combustíveis fósseis na
década de 1970. As usinas realizavam a fissão nuclear em um ambiente
controlado, produzindo energia. Os baixos custos com combustível
equilibravam o investimento financeiro necessário para construir usinas
nucleares, resultando em energia mais barata. Apesar dos acidentes notáveis
na usina de Three Mile Island, na Pensilvânia, e em Chernobyl, na Ucrânia, a
energia nuclear continua a ser uma fonte viável de energia em muitos lugares.
As usinas de energia nuclear fornecem cerca de 16% da energia do mundo,
em 70 países. Elas são uma fonte essencial de energia para países sem
muitos recursos naturais de combustíveis fósseis. França e Japão têm
programas nucleares particularmente ativos. As usinas agora incorporam
múltiplos sistemas de segurança para evitar derretimentos de núcleo e
liberação de substâncias radioativas.
37
Energia Oceânica
Uma usina de energia maremotriz captura a energia proveniente do movimento
das marés em uma baía ou estuário. Uma represa especial, chamada de
barragem, separa a área das marés em bacias superiores e inferiores.
Turbinas no interior da barragem se movimentam à medida que a água flui de
uma bacia para outra, dependendo da direção das marés. As turbinas
alimentam um gerador, que então produz eletricidade.
A instalação de uma usina de energia maremotriz é cara, portanto a usina deve
ser capaz de gerar energia suficiente para compensar o investimento. Isso
ocorre apenas quando há uma diferença de pelo menos 5 metros entre a maré
alta e a maré baixa. Qualquer coisa menos que isso não gera energia
suficiente para tornar uma usina de energia maremotriz economicamente
viável. Apenas cerca de 40 pontos do mundo poderiam atender a esses
critérios. A usina maremotriz mais famosa é a de La Rance, na região da
Bretanha, na França. Outros locais incluem a usina Annapolis Royal, em Nova
Scotia, Canadá, além de usinas na Rússia, China, Índia e País de Gales.
Energia Hídrica
A energia hídrica é aquela que utiliza a força cinética das águas de um rio e a
converte em energia elétrica, com a rotação de uma turbina hidráulica.
À exceção das grandes indústrias hidrelétricas, que atendem ao vasto
mercado, há também a aplicação da energia hídrica no campo através de
pequenas centrais hidrelétricas (PCHI), baseadas em rios de pequeno porte. A
região Centro-sul do país é especialmente propícia ao uso desse tipo de
recurso.
As pequenas centrais são capazes de suprir uma propriedade e alimentar seus
geradores. Na Europa, muitos sítios e chácaras se utilizam dessas instalações
como fonte alternativa.
<http://www.seed.slb.com/subcontent.aspx?id=16516&LangType=1046>
38
3.2 – Teoria de Gaia e o Aquecimento Global
A Teoria de Gaia, também conhecida como Hipótese de Gaia, é uma tese que
afirma que o planeta Terra é um ser vivo. De acordo com esta teoria, nosso
planeta possui a capacidade de auto-sustentação, ou seja, é capaz de gerar,
manter e alterar suas condições ambientais.
A Teoria de Gaia foi criada pelo cientista e ambientalista inglês James
Lovelock, no ano de 1969. Contou com os estudos da bióloga norte-americana
Lynn Margulis. O nome da teoria é uma homenagem a deusa Gaia, divindade
que representava a Terra na mitologia grega.
<http://www.suapesquisa.com/o_que_e/teoria_gaia.htm>
Segundo James Lovelock, enquanto não enxergarmos que a TERRA é mais
que uma mera bola de rocha é improvável que consigamos reverter o quadro
do aquecimento global.
A causa central não é o dióxido de carbono em excesso no ar, nem a perda da
biodiversidade à medida que as florestas são derrubadas; e sim o excesso de
população, seus animais de estimação e gado – mais do que a TERRA pode
suportar.
Por sua mera existência, as pessoas e seus animais são responsáveis pelas
emissões de gases de efeito estufa que superam dez vezes todas as viagens
aéreas do mundo. (LOVELOCK, 2010, p.19)
A redução da queima de combustíveis fósseis, do uso de energia, e destruição
das florestas não será uma resposta suficiente ao aquecimento global,
principalmente porque parece que a mudança climática pode acontecer mais
rápido do que somos capazes de reagir a ela. E pode ser irreversível.
A evidências de que a TERRA se comporta como um sistema vivo, são fortes,
pois ela pode tanto resistir à mudança climática, como intensificá-la.
Devemos ter sempre em mente que é arrogância achar que sabemos como
salvar a TERRA: nosso planeta cuida de si próprio. Tudo o que podemos fazer
é tentar nos salvar. (Id., 2010, p. 25, 26).
39
O IPCC está certo em pensar que levará milhares de anos para desfazer o
dano que causamos e que, para todos os efeitos, não há volta.
Também tem razão quanto às emissões de dióxido de carbono é da ordem de
cem anos. Mas é errado achar que nada pode acontecer rapidamente quando
se trata de mudança climática.
Aerossóis na atmosfera, albedo de neve e gelo, resposta do ecossistema e , é
claro, resposta humana – qualquer um deles pode causar uma mudança
climática perceptível em questão de meses. (Ibid., 2010, p.67)
40
CONCLUSÃO
Após a realização deste trabalho, concluímos que o homem tem grande
influência no aquecimento global, através dos gases de efeito estufa
provocados pela queima de combustíveis fósseis, desmatamentos,
queimadas, cultivo de gado, poluição excessiva do ar, rios e oceanos, o que
coloca em risco o equilíbrio de todo o ecossistema terrestre e a própria
sobrevivência humana.
Como estes gases continuam aumentando, estamos passando por uma
experiência climática global, cujos efeitos poderão ser irreverssíveis.
Para minimizar ou reverter este quadro, muitos paises já estão adotando
formas de energias limpas para substituir completamente os combustíveis
fósseis.
Revolução e evolução são necessárias, mas se pararmos para refletir nas
ações antrópicas desde o descobrimento do fogo percebemos uma crescente
escala de destruição. A necessidade de alcançarmos novamente a
sustentabilidade é precisa e se faz necessária em caráter de urgência.
Enquanto os países que comandam a economia mundial não se sensibilizarem
e realmente incorporarem a real necessidade de mudança, e não pararem de
pensar somente em benefícios economicamente e politicamente vantajosos à
sua nação – ao invés de pensar em âmbito global, estaremos a mercê de toda
a fúria que a natureza ainda nos reserva.
41
ANEXO 1
INTERNET
Observatório Eco – Direito Ambiental
http://www.observatorioeco.com.br/index.php/integra-da-lei-de-politica-nacional-sobre-
mudanca-do-clima/
Lei 12.187/2009, que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima -
PNMC e estabelece seus princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos.
Art 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - adaptação: iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas
naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do
clima;
II - efeitos adversos da mudança do clima: mudanças no meio físico ou biota
resultantes da mudança do clima que tenham efeitos deletérios significativos
sobre a composição, resiliência ou produtividade de ecossistemas naturais e
manejados, sobre o funcionamento de sistemas socioeconômicos ou sobre a
saúde e o bem-estar humanos;
III - emissões: liberação de gases de efeito estufa ou seus precursores na
atmosfera numa área específica e num período determinado;
IV - fonte: processo ou atividade que libere na atmosfera gás de efeito estufa,
aerossol ou precursor de gás de efeito estufa;
V - gases de efeito estufa: constituintes gasosos, naturais ou antrópicos, que,
na atmosfera, absorvem e reemitem radiação infravermelha;
42
VI - impacto: os efeitos da mudança do clima nos sistemas humanos e
naturais;
VII - mitigação: mudanças e substituições tecnológicas que reduzam o uso de
recursos e as emissões por unidade de produção, bem como a implementação
de medidas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e aumentem
os sumidouros;
VIII - mudança do clima: mudança de clima que possa ser direta ou
indiretamente atribuída à atividade humana que altere a composição da
atmosfera mundial e que se some àquela provocada pela variabilidade
climática natural observada ao longo de períodos comparáveis;
IX - sumidouro: processo, atividade ou mecanismo que remova da atmosfera
gás de efeito estufa, aerossol ou precursor de gás de efeito estufa;
X - vulnerabilidade: grau de suscetibilidade e incapacidade de um sistema, em
função de sua sensibilidade, capacidade de adaptação, e do caráter,
magnitude e taxa de mudança e variação do clima a que está exposto, de lidar
com os efeitos adversos da mudança do clima, entre os quais a variabilidade
climática e os eventos extremos.
Art. 3º A PNMC e as ações dela decorrentes, executadas sob a
responsabilidade dos entes políticos e dos órgãos da administração pública,
observarão os princípios da precaução, da prevenção, da participação cidadã,
do desenvolvimento sustentável e o das responsabilidades comuns, porém
diferenciado, este último no âmbito internacional, e, quanto às medidas a
serem adotadas na sua execução, será considerado o seguinte:
I - todos têm o dever de atuar, em benefício das presentes e futuras gerações,
para a redução dos impactos decorrentes das interferências antrópicas sobre o
sistema climático;
II - serão tomadas medidas para prever, evitar ou minimizar as causas
identificadas da mudança climática com origem antrópica no território nacional,
sobre as quais haja razoável consenso por parte dos meios científicos e
técnicos ocupados no estudo dos fenômenos envolvidos;
III - as medidas tomadas devem levar em consideração os diferentes contextos
43
sócio-econômicos de sua aplicação, distribuir os ônus e encargos decorrentes
entre os setores econômicos e as populações e comunidades interessadas de
modo eqüitativo e equilibrado e sopesar as responsabilidades individuais
quanto à origem das fontes emissoras e dos efeitos ocasionados sobre o
clima;
IV - o desenvolvimento sustentável é a condição para enfrentar as alterações
climáticas e conciliar o atendimento às necessidades comuns e particulares
das populações e comunidades que vivem no território nacional;
V - as ações de âmbito nacional para o enfrentamento das alterações
climáticas, atuais, presentes e futuras, devem considerar e integrar as ações
promovidas no âmbito estadual e municipal por entidades públicas e privadas;
VI – (VETADO)
Art. 4º A Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC visará:
I – à compatibilização do desenvolvimento econômico-socio com a
proteção do sistema climático;
II – à redução das emissões antrópicas de gases de efeito estufa em
relação às suas diferentes fontes;
III - (VETADO);
IV – ao fortalecimento das remoções antrópicas por sumidouros de
gases de efeito estufa no território nacional;
V - à implementação de medidas para promover a adaptação à mudança do
clima pelas 3 (três) esferas da Federação, com a participação e a colaboração
dos agentes econômicos e sociais interessados ou beneficiários, em particular
aqueles especialmente vulneráveis aos seus efeitos adversos;
VI - à preservação, à conservação e à recuperação dos recursos ambientais,
com particular atenção aos grandes biomas naturais tidos como
Patrimônio Nacional;
VII - à consolidação e à expansão das áreas legalmente protegidas e ao
incentivo aos reflorestamentos e à recomposição da cobertura vegetal em
áreas degradadas;
VIII – ao estímulo ao desenvolvimento do Mercado Brasileiro de Redução
de Emissões - MBRE.
44
Parágrafo único. Os objetivos da Política Nacional sobre Mudança do
Clima deverão estar em consonância com o desenvolvimento sustentável a
fim de buscar o crescimento econômico, a erradicação da pobreza e a
redução das desigualdades sociais.
Art. 5º São diretrizes da Política Nacional sobre Mudança do Clima:
I - os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima, no Protocolo de Quioto e nos demais
documentos sobre mudança do clima dos quais vier a ser signatário;
II - as ações de mitigação da mudança do clima em consonância com o
desenvolvimento sustentável, que sejam, sempre que possível, mensuráveis
para sua adequada quantificação e verificação a posteriori;
III - as medidas de adaptação para reduzir os efeitos adversos da mudança do
clima e a vulnerabilidade dos sistemas ambiental, social e econômico;
IV - as estratégias integradas de mitigação e adaptação à mudança do clima
nos âmbitos local, regional e nacional;
V - o estímulo e o apoio à participação dos governos federal, estadual, distrital
e municipal, assim como do setor produtivo, do meio acadêmico e da
sociedade civil organizada, no desenvolvimento e na execução de políticas,
planos, programas e ações relacionados à mudança do clima;
VI - a promoção e o desenvolvimento de pesquisas científico-tecnológicas, e a
difusão de tecnologias, processos e práticas orientados a:
a) mitigar a mudança do clima por meio da redução de emissões antrópicas
por fontes e do fortalecimento das remoções antrópicas por sumidouros de
gases de efeito estufa;
b) reduzir as incertezas nas projeções nacionais e regionais futuras da
mudança do clima;
c) identificar vulnerabilidades e adotar medidas de adaptação adequadas;
VII - a utilização de instrumentos financeiros e econômicos para promover
ações de mitigação e adaptação à mudança do clima, observado o disposto no
art. 6o;
45
VIII - a identificação, e sua articulação com a Política prevista nesta Lei, de
instrumentos de ação governamental já estabelecidos aptos a contribuir para
proteger o sistema climático;
IX - o apoio e o fomento às atividades que efetivamente reduzam as emissões
ou promovam as remoções por sumidouros de gases de efeito estufa;
X - a promoção da cooperação internacional no âmbito bilateral, regional e
multilateral para o financiamento, a capacitação, o desenvolvimento, a
transferência e a difusão de tecnologias e processos para a implementação de
ações de mitigação e adaptação, incluindo a pesquisa científica, a observação
sistemática e o intercâmbio de informações;
XI - o aperfeiçoamento da observação sistemática e precisa do clima e suas
manifestações no território nacional e nas áreas oceânicas contíguas;
XII - a promoção da disseminação de informações, a educação, a capacitação
e a conscientização pública sobre mudança do clima;
XIII - o estímulo e o apoio à manutenção e à promoção:
a) de práticas, atividades e tecnologias de baixas emissões de gases de
efeito estufa;
b) de padrões sustentáveis de produção e consumo.
Art. 6º São instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima:
I - o Plano Nacional sobre Mudança do Clima;
II - o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima;
III – os Planos de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento
nos biomas;
IV - a Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima, de acordo com os critérios estabelecidos por
essa Convenção e por suas Conferências das Partes;
V - as resoluções da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima;
VI - as medidas fiscais e tributárias destinadas a estimular a redução das
emissões e remoção de gases de efeito estufa, incluindo alíquotas
diferenciadas, isenções, compensações e incentivos, a serem
estabelecidos em lei específica;
VII – as linhas de crédito e financiamento específicas de agentes
46
financeiros públicos e privados;
VIII – o desenvolvimento de linhas de pesquisa por agências de fomento;
IX – as dotações específicas para ações em mudança do clima no
orçamento da União;
X – os mecanismos financeiros e econômicos referentes à mitigação da
mudança do clima e à adaptação aos efeitos da mudança do clima que
existam no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima e do Protocolo de Quioto;
XI – os mecanismos financeiros econômicos, no âmbito nacional,
referentes à mitigação e à adaptação à mudança do clima;
XII - as medidas existentes, ou a serem criadas, que estimulem o
desenvolvimento de processos e tecnologias, que contribuam para a redução
de emissões e remoções de gases de efeito estufa, bem como para a
adaptação, dentre as quais o estabelecimento de critérios de preferência nas
licitações e concorrências públicas, compreendidas aí as parcerias público-
privado e a autorização, permissão, outorga e concessão para exploração de
serviços públicos e recursos naturais, para as propostas que propiciem maior
economia de energia, água e outros recursos naturais e redução da emissão
de gases de efeito estufa e de resíduos;
XIII - os registros, inventários, estimativas, avaliações e quaisquer outros
estudos de emissões de gases de efeito estufa e de suas fontes,
elaborados com base em informações e dados fornecidos por entidades
públicas e privadas;
XIV - as medidas de divulgação, educação e conscientização;
XV - o monitoramento climático nacional;
XVI - os indicadores de sustentabilidade;
XVII - o estabelecimento de padrões ambientais e de metas, quantificáveis e
verificáveis, para a redução de emissões antrópicas por fontes e para as
remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa;
XVIII - a avaliação de impactos ambientais sobre o microclima e o macroclima.
Art. 7º Os instrumentos institucionais para a atuação da Política Nacional
de Mudança do Clima incluem:
47
I - o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima;
II - a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima;
III - o Fórum Brasileiro de Mudança do Clima;
IV – a Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais
Rede Clima;
V – a Comissão de Coordenação das Atividades de Meteorologia,
Climatologia e Hidrologia.
Art. 8º As instituições financeiras oficiais disponibilizarão linhas de crédito e
financiamento específicas para desenvolver ações e atividades que atendam
aos objetivos desta Lei e voltadas para induzir a conduta dos agentes
privados à observância e execução da PNMC, no âmbito de suas ações e
responsabilidades sociais.
Art. 9º O Mercado Brasileiro de Redução de Emissões - MBRE será
operacionalizado em bolsas de mercadorias e futuros, bolsas de valores e
entidades de balcões organizados, autorizados pela Comissão de Valores
Mobiliários - CVM, onde se dará a negociação de títulos mobiliários
representativos de emissões de gases de efeito estufa evitadas certificadas.
Art. 10. (VETADO)
Art. 11. Os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos das políticas
públicas e programas governamentais deverão compatibilizar-se com os
princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos desta Política Nacional
sobre Mudança do Clima.
Parágrafo único. Decreto do Poder Executivo estabelecerá, em consonância
com a Política Nacional sobre Mudança do Clima, os Planos setoriais de
mitigação e de adaptação às mudanças climáticas visando à consolidação de
uma economia de baixo consumo de carbono, na geração e distribuição de
energia elétrica, no transporte público urbano e nos sistemas modais de
transporte interestadual de cargas e passageiros, na indústria de
transformação e na de bens de consumo duráveis, nas indústrias químicas fina
48
e de base, na indústria de papel e celulose, na mineração, na indústria da
construção civil, nos serviços de saúde e na agropecuária, com vistas em
atender metas gradativas de redução de emissões antrópicas quantificáveis e
verificáveis, considerando as especificidades de cada setor, inclusive por meio
do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL e das Ações de Mitigação
Nacionalmente Apropriadas - NAMAs.
Art. 12. Para alcançar os objetivos da PNMC, o País adotará, como
compromisso nacional voluntário, ações de mitigação das emissões de gases
de efeito estufa, com vistas em reduzir entre 36,1% (trinta e seis inteiros e um
décimo por cento) e 38,9% (trinta e oito inteiros e nove décimos por cento)
suas emissões projetadas até 2020.
Parágrafo único. A projeção das emissões para 2020 assim como o
detalhamento das ações para alcançar o objetivo expresso no caput será
disposto por decreto, tendo por base o segundo Inventário Brasileiro de
Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa não Controlados
pelo Protocolo de Montreal, a ser concluído em 2010.
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 29 de dezembro de 2009; 188o da Independência e 121o da
República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Nelson Machado
Edison Lobão
Paulo Bernardo Silva
Luis Inácio Lucena Adams.
MENSAGEM Nº 1.123, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009.
49
Senhor Presidente do Senado Federal,
Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1o do art. 66 da
Constituição, decidi vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse
público e inconstitucionalidade, o Projeto de Lei no 18, de 2007 (no 283/09 no
Senado Federal), que “Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima
PNMC e dá outras providências”
Ouvidos, os Ministérios da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão e
a Advocacia-Geral da União manifestaram-se pelo veto ao seguinte
dispositivo:
Inciso VI do art. 3º
“Art. 3º ssssssssssssssss..
VI - o dispêndio público com as ações de enfrentamento das alterações
climáticas não sofrerá contingenciamento de nenhuma espécie durante a
execução orçamentária.”
Razões do veto
“O dispositivo carreia comando com mandamentos genéricos sobre finanças
públicas, matéria afeta a Lei Complementar, conforme previsto no art. 163, I,
da Constituição Federal. Ademais, o dispositivo contraria o princípio presente
na Lei de Responsabilidade Fiscal de que as prioridades de cada exercício
devam ser definidas por meio das leis diretrizes orçamentárias.”
Ouvido, também, o Ministério de Minas e Energia manifestou-se pelo veto aos
seguintes dispositivos:
Inciso III do art. 4º
“Art. 4º ssssssssssssssss..
III - ao estímulo ao desenvolvimento e ao uso de tecnologias limpas e ao
paulatino abandono do uso de fontes energéticas que utilizem
50
Combustíveis fósseis;
ssssssssssssssssssssssssssss”
Razões do veto
“A atual política energética do País já tem priorizado a utilização de fontes de
energia renováveis em sua matriz e obtido avanços amplamente reconhecidos
no uso de tecnologias limpas. Uma das balizas dessa política é o
aproveitamento racional dos vários recursos energéticos disponíveis, o que
torna inadequada uma diretriz focada no abandono do uso de combustíveis
fósseis. A estratégia para o setor deve atender aos princípios e objetivos
estabelecidos pela Lei 9.478, de 6 de agosto de 1997, que congrega a
proteção ao meio ambiente a outros valores relevantes para a política e a
segurança energéticas.”
Art. 10
“Art. 10. A substituição gradativa dos combustíveis fósseis, como instrumento
de ação governamental no âmbito da PNMC, consiste no incentivo ao
desenvolvimento de energias renováveis e no aumento progressivo de sua
participação na matriz energética brasileira, em substituição aos combustíveis
fósseis.
Parágrafo único. A substituição gradativa dos combustíveis fósseis será
obtida mediante:
I - o aumento gradativo da participação da energia elétrica produzida por
empreendimentos de Produtores Independentes Autônomos, concebidos com
base nas fontes eólicas de geração de energia, nas pequenas centrais
hidrelétricas e de biomassa, no Sistema Elétrico Interligado Nacional;
II - o incentivo à produção de biodiesel, preferencialmente a partir de unidades
produtoras de agricultura familiar e de cooperativas ou associações de
pequenos produtores, e ao seu uso progressivo em substituição ao óleo diesel
derivado de petróleo, particularmente no setor de transportes;
51
III - o estímulo à produção de energia a partir das fontes solar, eólica, termal,
da biomassa e da co-geração, e pelo aproveitamento do potencial hidráulico de
sistemas isolados de pequeno porte;
IV - o incentivo à utilização da energia térmica solar em sistemas para
aquecimento de água, para a redução do consumo doméstico de eletricidade e
industrial, em especial nas localidades em que a produção desta advenha de
usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis;
V - a promoção, por organismos públicos de Pesquisa e Desenvolvimento
científico-tecnológico, de estudos e pesquisas científicas e de inovação
tecnológica acerca das fontes renováveis de energia;
VI - a promoção da educação ambiental, formal e não formal, a respeito das
vantagens e desvantagens e da crescente necessidade de utilização de fontes
renováveis de energia em substituição aos combustíveis fósseis;
VII - o tratamento tributário diferenciado dos equipamentos destinados à
Geração de energia por fontes renováveis;
VIII - o incentivo à produção de etanol e ao aumento das porcentagens de seu
uso na mistura da gasolina;
IX - o incentivo à produção de carvão vegetal a partir de florestas plantadas.”
Razões do veto
“O dispositivo pretende indicar as formas de substituição dos combustíveis
fósseis na matriz energética brasileira. Essa indicação, entretanto, não está
adequadamente concatenada com as necessidades energéticas do País, o
que pode fragilizar a confiabilidade e a segurança do sistema energético
nacional.
52
Há que se destacar, por exemplo, que as diretrizes do dispositivo
desconsideram a possibilidade de utilização de energia produzida a partir de
centrais hidrelétricas, fonte que contribui sobremaneira para que a matriz
energética brasileira esteja entre as mais limpas do mundo, além de constituir
grande parte da geração de energia elétrica do País.
Assim, as diretrizes da PNMC e da Política Energética Nacional deverão ser
harmonizadas de forma a proteger o meio ambiente e, ao mesmo tempo,
garantir a segurança energética necessária para o desenvolvimento do País.
Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar os dispositivos
acima mencionados do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada
apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional.
<http://www.observatorioeco.com.br/index.php/integra-da-lei-de-politica-
nacional-sobre-mudanca-do-clima/>
53
ANEXO 2
PRODUZINDO O MATERIAL
Revista Veja – Nº 2178 – Ano 43 – Nº33
A onda de calor extremo que transformou a Rússia num inferno, com
temperaturas 20 graus acima da média e incêndios florestais que cobriram
Moscou com fumaça tóxica, intriga os climatologistas. O suspeito óbvio é: 0
aquecimento global.
São 65 graus de diferença entre uma estação e outra, no mesmo ano.
Uma onda de calor infernal, daquelas capazes de deixar até os habitantes dos
trópicos esbaforidos, abateu-se sobre a Rússia nos últimos dois meses. Os
termômetros, que por quase um mês se mantinham acima dos 30 graus,
bateram em 39 graus no centro de Moscou por dois dias seguidos.
Antes disso, a temperatura mais alta já registrada na capital russa fora de 37,2
graus, em agosto de 1920. Este é o verão mais quente no país desde que se
iniciaram os registros meteorológicos, em 1880. Das 83 regiões do país, um
terço está em estado de emergência por causa do fogo e da fumaça. As
autoridades estimam que apenas na capital 5000 pessoas já tenham morrido
em decorrência do calor. Outras 1200 se afogaram em piscinas, praias e
lagoas em varias partes do país quando, depois de muita vodca, tentavam se
refrescar na água.
Historicamente, o verão em Moscou é ameno. A média em julho, o mês mais
quente, é de 23 graus. Em agosto, já cai para 20 graus.
Não bastasse o calor, desde o início de agosto a fumaça dos incêndios
florestais tornou irrespirável o ar de Moscou. A concentração de partículas
tóxicas na atmosfera aumentou em vinte vezes.
Boa parte da população só sai à rua com máscaras cirúrgicas, numa tentativa
de filtrar o ar que respira.
54
Não apenas os russos estão em estado de choque com temperaturas tão
extremas, Cientistas e Climatologistas de todo o mundo procuram entender a
razão dessa anomalia climática. Sobretudo porque o verão infernal foi
antecedido por um inverno especialmente gelado.
Em dezembro, a neve acumulada nas ruas de São Petersburgo atingiu 35
centímetros de altura, a maior quantidade desde 1881. No mês seguinte, os
termômetros em Moscou registraram 26 graus negativos, bem abaixo da média
de 14 graus negativos. Isso significa que, entre o inverno e o verão de 2010, os
moscovitas foram submetidos a uma torturante diferença térmica de 65 graus.
Em certos pontos do Deserto do Saara, onde os gradientes térmicos são
normalmente os mais amplos do planeta, a variação média é de 60 graus. O
suspeito óbvio para explicar a alta temperatura na Rússia e o aquecimento
global. Ambientalistas aproveitaram a oportunidade para protestar contra as
emissões de gases do efeito estufa no país, o terceiro maior poluidor mundial.
O presidente Dimitri Medvedev, que no passado endossou a tese de que um
aumento de 2 ou 3 graus na temperatura global seria benéfico para a Rússia,
mudou de idéia. Na semana passada, ele convocou as nações para discutir
medidas urgentes contra as mudanças climáticas. A dúvida é se o diagnóstico
está correto.
"Não é possível fazer uma relação direta entre o que ocorre na Rússia e o
aquecimento global", explica o meteorologista Carlos Nobre, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
"Mas a ocorrência nos últimos anos de várias anomalias climáticas sucessivas
parece realmente indicar que o aquecimento global está piorando."
Segundo a Administração Nacional para Oceanos e Atmosfera dos Estados
Unidos (NOAA), o número de dias extremamente quentes triplicou nos últimos
130 anos. O calor que castiga a Rússia é similar ao que matou 15000 pessoas
na Europa no verão de 2003. "Em ambos os episódios se percebe uma área
de alta pressão atmosférica, o que impede a dissipação das ondas de calor",
diz o meteorologista Marcelo Seluchi, do Inpe. A causa imediata da zona de
alta pressão é as correntes de vento que transportam o calor das regiões
quentes para as mais frias. As chamadas Ondas de Rossby, correntes que
levam o ar quente dos trópicos para a Rússia, são também responsáveis pelas
55
monções no Paquistão, onde ocorre igualmente um fenômeno extremo. As
chuvas deste ano, as mais intensas desde 1929, causaram inundações que
desabrigaram 6 milhões de pessoas. De acordo com a NOAA, dezesseis
paises registraram temperaturas acima da média histórica neste ano. Em maio,
o calor chegou aos incríveis 53,5 graus no Paquistão.
Os termômetros ultrapassaram 47 graus no Iraque, Nigéria e Arábia Saudita. 0
mês de junho foi o mais quente no Hemisfério Norte desde o século XIX.
Em termos climáticos, 2010 é um ano de recordes.
VEJA, 28 de Agosto de 2010
56
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ÂNGELO, Claudio. O Aquecimento Global: 1ª Ed. Publifolha 2008
WIKIPÉDIA - http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_estufa
LYNAS, Marck. Seis Graus: 1ª Ed. Zahar 2008
WIKIPÉDIA - http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquecimento_global
WIKIPÉDIA - http://pt.wikipedia.org/wiki/Mudan%C3%A7a_do_clima
COLA DA WEB
http://www.coladaweb.com/quimica/quimica-ambiental/efeito-estufa
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/content/debates-rumo-cop-15-
necessitam-de-definicao
OBSERVATÓRIO ECO – Direito Ambiental
http://www.observatorioeco.com.br/index.php/integra-da-lei-de-politica-
nacional-sobre-mudanca-do-clima/
SEED - http://www.seed.slb.com/subcontent.aspx?id=4126&LangType=1046
PORTAL BRASILEIRO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
http://energiarenovavel.org
http://www.seed.slb.com/subcontent.aspx?id=16516&LangType=1046
LOVELOCK, James. Gaia: Alerta Final: 1ªEd. Intrínseca 2010
57
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A Origem do Aquecimento Global 10
1.1 – Arrhenius e o Aquecimento Global 12
1.2 – O Efeito Estufa 13
1.3 – Começa o Degelo no Ártico 16
1.4 – Modelo de Hansen 18
CAPÍTULO II
Mudanças Climáticas 20
2.1 – Principais Causas 20
2.2 – Principais Conseqüências 25
2.3 – Conferência de Copenhagen 2009 29
CAPÍTULO III
Política Nacional de Mudanças Climáticas 31
Energias Renováveis 33
Teoria de Gaia e o Aquecimento Global 38
CONCLUSÃO 40
ANEXO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 56
ÍNDICE 57
FOLHA DE AVALIAÇÃO 58
58
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – Pós Graduação
“Lato Sensu” – Projeto A Vez do Mestre
Título da Monografia: Impactos do Aquecimento Global
Autor: Magda Majores
Data da entrega: 26/10/2010
Avaliado por: Maria Esther de Araújo
Conceito:
59
60
A
nível nacional destacam-se, pelas suas emissões, as Unidades In
A nível nacional destacam-se, pelas suas emissões, as Unidades Industriais e de Produção de Energia como a geração de energia eléctrica, as refinarias, fábricas de pasta de papel, siderurgia, cimenteiras e indústria química e de adubos. A utilização de combustíveis para a produção de energia é responsável pela maior parte das emissões de SOX e CO2 contribuindo, ainda, de forma significativa para as emissões de CO e NOX. O uso de solventes em colas, tintas, produtos de protecção de superfícies, aerossóis, limpeza de metais e lavandarias é responsável pela emissão de quantidades apreciáveis de Compostos Orgânicos Voláteis.
Existem outras fontes poluidoras que, em certas condições, se podem revelar importantes tais como:
• • a queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais, feita muitas vezes, em situações incontroladas. A queima de resíduos de explosivos, resinas, tintas, plásticos, pneus é responsável pela emissão de compostos perigosos;
• • os fogos florestais são, nos últimos anos, responsáveis por emissões significativas de CO2;
• • o uso de fertilizantes e o excesso de concentração agro-pecuária, são os principais contribuintes para as emissões de metano, amoníaco e N2O;
• • as indústrias de minerais não metálicos, a siderurgia, as pedreiras e áreas em construção, são fontes importantes de emissões de partículas;
• • as causas naturais, como explosões vulcânicas.
dustriais e de Produção de Energia como a geração de energia eléctrica, as refinarias, fábricas de pasta de papel, siderurgia, cimenteiras e indústria química e de adubos. A utilização de combustíveis para a
61
produção de energia é responsável pela maior parte das emissões de SOX e CO2 contribuindo, ainda, de forma significativa para as emissões de CO e NOX. O uso de solventes em colas, tintas, produtos de protecção de superfícies, aerossóis, limpeza de metais e lavandarias é responsável pela emissão de quantidades apreciáveis de Compostos Orgânicos Voláteis.
Existem outras fontes poluidoras que, em certas condições, se podem revelar importantes tais como:
• • a queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais, feita muitas vezes, em situações incontroladas. A queima de resíduos de explosivos, resinas, tintas, plásticos, pneus é responsável pela emissão de compostos perigosos;
• • os fogos florestais são, nos últimos anos, responsáveis por emissões significativas de CO2;
• • o uso de fertilizantes e o excesso de concentração agro-pecuária, são os principais contribuintes para as emissões de metano, amoníaco e N2O;
• • as indústrias de minerais não metálicos, a siderurgia, as pedreiras e áreas em construção, são fontes importantes de emissões de partículas;
•
nível nacional destacam-se, pelas suas emissões, as Unidades Industriais e de Produção de Energia como a geração de energia eléctrica, as refinarias, fábricas de pasta de papel, siderurgia, cimenteiras e indústria química e de adubos. A utilização de combustíveis para a produção de energia é responsável pela maior parte das emissões de SOX e CO2 contribuindo, ainda, de forma significativa para as emissões de CO e NOX. O uso de solventes em colas, tintas, produtos de protecção de superfícies, aerossóis, limpeza de metais e lavandarias é responsável pela emissão de quantidades apreciáveis de Compostos Orgânicos Voláteis.
Existem outras fontes poluidoras que, em certas condições, se podem revelar importantes tais como:
• • a queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais, feita muitas vezes, em situações incontroladas. A queima de resíduos de explosivos, resinas, tintas, plásticos, pneus é responsável pela emissão de compostos perigosos;
62
• • os fogos florestais são, nos últimos anos, responsáveis por emissões significativas de CO2;
• • o uso de fertilizantes e o excesso de concentração agro-pecuária, são os principais contribuintes para as emissões de metano, amoníaco e N2O;
• • as indústrias de minerais não metálicos, a siderurgia, as pedreiras e áreas em construção, são fontes importantes de emissões de partículas;
nível nacional destacam-se, pelas suas emissões, as Unidades Industriais e de Produção de Energia como a geração de energia eléctrica, as refinarias, fábricas de pasta de papel, siderurgia, cimenteiras e indústria química e de adubos. A utilização de combustíveis para a produção de energia é responsável pela maior parte das emissões de SOX e CO2 contribuindo, ainda, de forma significativa para as emissões de CO e NOX. O uso de solventes em colas, tintas, produtos de protecção de superfícies, aerossóis, limpeza de metais e lavandarias é responsável pela emissão de quantidades apreciáveis de Compostos Orgânicos Voláteis.
Existem outras fontes poluidoras que, em certas condições, se podem revelar importantes tais como:
• • a queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais, feita muitas vezes, em situações incontroladas. A queima de resíduos de explosivos, resinas, tintas, plásticos, pneus é responsável pela emissão de compostos perigosos;
• • os fogos florestais são, nos últimos anos, responsáveis por emissões significativas de CO2;
• • o uso de fertilizantes e o excesso de concentração agro-pecuária, são os principais contribuintes para as emissões de metano, amoníaco e N2O;
• • as indústrias de minerais não metálicos, a siderurgia, as pedreiras e áreas em construção, são fontes importantes de emissões de partículas;
nível nacional destacam-se, pelas suas emissões, as Unidades
Industriais e de Produção de Energia como a geração de energia
63
eléctrica, as refinarias, fábricas de pasta de papel, siderurgia, cimenteiras
e indústria química e de adubos. A utilização de combustíveis para a
produção de energia é responsável pela maior parte das emissões de SOX
e CO2 contribuindo, ainda, de forma significativa para as emissões de CO
e NOX. O uso de solventes em
64
65