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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE AS ATRIBUIÇÕES E DIFICULDADES DO AUDITOR INTERNO Por: Andressa Di Luccio Sabato Orientador Prof. Luciano Gerard Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AS ATRIBUIÇÕES E DIFICULDADES DO AUDITOR INTERNO

Por: Andressa Di Luccio Sabato

Orientador

Prof. Luciano Gerard

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AS ATRIBUIÇÕES E DIFICULDADES DO AUDITOR INTERNO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Auditoria e

Controladoria.

Por: Andressa Di Luccio Sabato

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AGRADECIMENTOS

.À minha família por estar presente em

todos os momentos da minha vida, aos

professores do curso, por todos os

conhecimentos que me proporcionaram

e aos meus colegas de trabalho por

toda a ajuda concedida.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as pessoas

que sempre me apoiaram a conquistar

meus objetivos.

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo demonstrar como funciona a

auditoria interna, sua história e as principais funções do auditor. A importância

desta ferramenta dentro de uma empresa e as dificuldades encontradas pelo

profissional desta área, sobretudo em empresas de construção civil.

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METODOLOGIA

A metodologia da pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa e

espontânea ou estimulada, a pesquisa qualitativa normalmente serve de base

para uma pesquisa quantitativa. A pesquisa é um trabalho em processo não

totalmente controlável ou previsível. Adotar uma metodologia significa escolher

um caminho, um percurso global. A Metodologia da Pesquisa caracteriza-se

pela proposta de discutir e avaliar as características essenciais da ciência e de

outras formas de conhecimento; as abordagens metodológicas, enfocando o

planejamento, a apresentação de projetos e a execução dos mesmos.

Segundo Minayo (1994), metodologia é o caminho do pensamento e a prática

exercida na abordagem da realidade. Neste sentido, a metodologia ocupa um

lugar central no interior das teorias e está sempre referida a elas. A

metodologia para o trabalho será a da pesquisa bibliográfica em livros, artigos

e publicações on-line. Optando-se pelo método dissertativo para abordagem

do tema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Da Auditoria Interna 10

CAPÍTULO II - A Auditoria como Ferramenta Administrativa 19

CAPÍTULO III – A Auditoria na Construção Civil 32

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47

BIBLIOGRAFIA CITADA 49

ÍNDICE 51

FOLHA DE AVALIAÇÃO 53

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INTRODUÇÃO

As organizações estimuladas a cumprirem seus objetivos, procuram

sua continuidade através do crescimento e da diversificação das atividades

que asseguram ao empresário a constituição de um patrimônio e o retorno

necessário a suas expectativas. Devido a esse fato, a administração passa a

necessitar de alguém que lhes afirme que os controles internos e as rotinas de

trabalhos estão sendo habilmente executados e que os dados contábeis

merecem confiança, pois devem espelhar a realidade econômica e financeira

da empresa.

Na atualidade, as empresas estão expandindo cada dia mais suas

atividades diversificando e elevando a sua capacidade de produção,

contratando funcionários e inaugurando filiais, despertando assim

preocupações no sentido de controlar e obter informações confiáveis de

pessoas independentes aquelas que as executam. Com vistas ao resguardo de

seus interesses, as organizações devem implantar uma área de auditoria

interna, que tem por finalidade fornecer aos administradores, em todos os

níveis, informações confiáveis que os auxiliem na tomada de decisões.

A ação de auditoria interna estende-se por todos os serviços,

programas de operações e controles existentes na empresa. Para que essa

avaliação seja efetuada com sucesso, os auditores necessitam de um apoio

constante na empresa para que se obtenha um desempenho satisfatório de

suas responsabilidades com abrangência e independência.

O auditor é o profissional que examina cuidadosamente com o

objetivo de averiguar se as atividades desenvolvidas em determinada empresa

ou setor estão de acordo com as disposições planejadas e/ou estabelecidas

previamente, se estas foram implementadas com eficácia e se estão

adequadas à consecução dos objetivos. O auditor pode ser externo ou interno.

Atualmente, o auditor interno tem a função de fiscalizar os processos da

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organização, analisando os procedimentos para determinar quais são mais

produtivos e adequados às áreas. Já o auditor externo tem como tarefa

principal analisar e validar as contas e saldos de balanço. Além disso, distribui-

se em várias ramificações: auditoria de sistemas, auditoria de recursos

humanos, auditoria da qualidade, auditoria de demonstrações financeiras,

auditoria jurídica, auditoria contábil. A auditoria interna surgiu da necessidade

de as empresas terem um maior controle e acompanhamento sobre seus

procedimentos.

Outro importante fator é o fato de a auditoria externa focar o seu

trabalho no exame das demonstrações contábeis, fazendo surgir à

necessidade de a empresa ter um profissional com a experiência e o know-how

do Auditor externo em tempo integral na entidade. Assim, o Auditor Interno, a

princípio, utilizaria as mesmas técnicas do Auditor Externo para além das

fronteiras contábeis, ou seja, para todos os demais controles internos, sejam

contábeis, operacionais ou administrativos. O auditor interno trabalha para

fornecer informações tecnicamente elaboradas, relativas às atividades para

cujo acompanhamento e supervisão o administrador não tenha condições

técnicas e tempo para realizar.

CAPITULO I

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DA AUDITORIA INTERNA

A auditoria interna é uma atividade de avaliação, independente

dentro da organização, para a revisão da contabilidade, finanças e outras

operações, como base para servir à administração. É um controle

administrativo, que mede e avalia a eficiência de outros controles. Examina o

grau de confiabilidade das informações e o desempenho das tarefas

delegadas.

1.1 RESUMO HISTÓRICO

Não se constitui uma tarefa simples precisar quando começa a história

da auditoria, pois toda a pessoa que possuía a função de verificar a

legitimidade dos fatos econômico-financeiros, prestando contas a um superior,

pode ser considerada como auditor. Os imperadores romanos nomeavam altos

funcionários que eram encarregados de supervisionar as operações financeiras

de seus administradores provinciais e lhes prestar contas verbalmente.

Na França, no século III, os barões tinham que realizar leitura pública

das contas de seus domínios, na presença de funcionários designados pela

Coroa. Na Inglaterra, por ato do Parlamento, o rei Eduardo I dava direito aos

barões de nomear seus prepostos. Ele próprio mandou verificar as contas do

testamento de sua falecida esposa. A aprovação desses auditores é atestada

em um documento que constitui um dos primeiros relatórios de auditoria,

denominado probatur sobre as contas.

No Brasil colonial, existia a figura do juiz colonial, o olho do rei, que era

destacado pela Coroa portuguesa para verificar o correto recolhimento dos

tributos para o Tesouro, reprimindo e punindo fraudes. Mas o grande salto da

auditoria ocorreu após a crise econômica americana de 1929. No início dos

anos 30, é criado o famoso Comitê May, um grupo de trabalho instituído com a

finalidade de estabelecer regras para as empresas que tivessem suas ações

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cotadas em bolsa, tornando obrigatória a Auditória Contábil Independente nos

demonstrativos financeiros dessas empresas.

1.1.1 Origem e evolução

Conforme assevera Boynton et. al (2002),1 a origem da auditoria

foi, em muito, discutida de forma rigorosa pelos especialistas, mas, todavia,

ainda torna-se importante relacioná-la com o início das atividades econômicas

desenvolvidas pelo homem.

Segundo Boynton (2002),

“Auditoria começa em época tão remota

quanto à contabilidade. Sempre que o avanço

da civilização tinha implicado que a

propriedade de um homem fosse confiada, em

maior ou menor extensão, a outra, a

desejabilidade da necessidade de verificação

da fidelidade do último, tornou-se clara”.

(BOYNTON, 2002 p. 58)

Assim, de acordo ainda com Boynton et. al. (2002), pode-se

constatar que, desde os primórdios, no antigo Egito havia a necessidade de se

ratificar as atividades praticadas, tais como a verificação dos registros de

arrecadação de impostos; e inspeções nas contas de funcionários públicos,

estas na Grécia.

Conforme Crepaldi (2004),2 se percebe o porquê o cargo de

auditor foi criado na Inglaterra, em 1314, visto a potência econômica desse

país desde a época das colonizações, que se tornaria, séculos depois, o berço

do capitalismo com a Revolução Industrial.

Segundo Crepaldi (2004),

1 BOYNTON, William C.; JOHNSON, Raymond N.; KELL, Walter G. Auditoria: Tradução Autorizada. 7ª ed. (idioma inglês de Modern Auditing). São Paulo: Atlas, 2002. 2 CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.

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“A grandeza econômica e comercial da

Inglaterra e da Holanda, em fins do século

passado, bem como dos Estados Unidos, onde

hoje a profissão é mais desenvolvida,

determinou a evolução da auditoria, como

conseqüência do crescimento das empresas,

do aumento de sua complexidade e do

envolvimento do interesse da economia

popular nos grandes empreendimentos.”

(CREPALDI, 2004, p. 105).

Deste modo, já ao alcançar um maior grau de evolução, a auditoria de

empresas começou com a legislação britânica, promulgada durante a

Revolução Industrial, em meados do século XIX A partir daí, pode-se elaborar

um retrato de todo processo de evolução da auditoria. (BOYNTON et. al 2002).

O marco da necessidade de aprimoramento no sistema contábil

e, por conseguinte, da auditoria, ocorreu em 1929, com a quebra da bolsa de

valores de Nova Iorque, visto que muitas empresas não tinham transparência e

consistência nos seus dados financeiros, contribuindo, assim, com a já

conhecida crise mundial. Houve, a partir daí, a necessidade de se mitigar as

falhas nas divulgações contábeis das empresas, tendo como um dos primeiros

passos, a criação do Comitê May, que atribuía regras para as instituições que

tinham as suas ações negociadas em bolsa de valores, tornando-se obrigatória

a auditoria independente das demonstrações contábeis.

Portanto, com o surgimento dos órgãos citados, a auditoria estaria mais

do que nunca, se fundido, gradativamente, junto ao desenvolvimento

econômico mundial para o alcance do status de colaboradora para a

continuidade das empresas, contribuindo diretamente no aprimoramento do

processo de governança corporativa, amenizando, assim, sua aparência

histórica de somente gerar custos para a entidade.

1.1.2 Conceito

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Conjunto de procedimentos que visam examinar os controles internos,

objetivando a verificação da integridade, adequação e eficácia destes e das

informações físicas, contábeis financeiras e operacionais da entidade. Define,

também, que o auditor interno deve ser contador com registro no CRC.

Quanto à origem, define-se de acordo com Attie (2006),3 auditoria como

uma palavra advinda da língua latina audire, que significa ouvir. A palavra

auditoria provém da língua inglesa, mais precisamente do verbo inglês to audit,

que significa examinar, ajustar, corrigir, e/ou certificar.

No sentido amplo, no entendimento de Oriá Filho (2002),4 a auditoria

pode ser definida como um processo de confrontação entre uma situação

encontrada com um determinado critério, ou seja, a comparação entre um fato

ocorrido com o que deveria ocorrer. No sentido exato, a Auditoria restringe-se

apenas ao universo Contábil / Financeiro, surgindo daí o conceito de auditoria

contábil.

A Auditoria está atrelada historicamente à atuação sobre resultados da

área Contábil-Financeira, por esta razão muitas conceituações de Auditoria até

pouco tempo atrás se detinha neste foco. Ao longo dos anos, o conceito e

definição de Auditoria sofreram, e ainda vem sofrendo, evoluções,

desprendendo-se de uma atuação com foco Contábil, e passando para uma

abordagem global e sistêmica da organização.

A maior completude e/ou abrangência evolutiva dos conceitos de

Auditoria é um reflexo da necessidade que os administradores das empresas

têm em possuir uma unidade de Auditoria Interna para assegurar que os

controles e procedimentos internos adotados nos processos executados estão

propícios para garantir eficiência e eficácia das áreas organizacionais, bem

como para que estas áreas possam fornecer informações precisas e no tempo

hábil, visando subsidiar os gestores da empresa nas tomadas de decisões em

3 ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 4 ORIÁ FILHO, Humberto Ferreira. Monografia de graduação: As fraudes contra as organizações e o papel da auditoria interna. Fortaleza: UNIFOR, 2002.

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prol do cumprimento de missões, objetivos e metas individuais - visão

funcional, por setor ou área - e gerais - visão sistêmica, o todo.

De acordo com o CRC - Conselho Regional de Contabilidade,

podemos conceituar auditoria interna como um controle gerencial que funciona

por meio de medição e avaliação da eficiência e eficácia de outros controles.

Deve ser entendida como uma atividade de assessoramento à administração

quanto ao desempenho das atribuições definidas para cada área da empresa,

mediante as diretrizes políticas e objetivos por aqueles determinados.

O papel da auditoria na organização, sem duvidas, é

fundamental. Subsidia o administrador com dados e informações tecnicamente

elaboradas, relativos às atividades para cujo acompanhamento e supervisão

este não tem condições de realizar, sendo que, ela o faz alicerçado nos

exame da:

a) adequação e eficácia dos controles;

b) integridade e confiabilidade das informações e registros;

c) integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para

assegurar a observância das políticas, metas, planos, procedimentos,

leis, normas e regulamentos, e da sua efetiva aplicação pela

empresa;

d) eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da utilização

dos recursos; dos procedimentos e métodos para salvaguarda dos

ativos e a comprovação de sua existência, assim como a exatidão

dos ativos e passivos;

e) compatibilidade das operações e programas com os objetivos, planos

e meios de execução estabelecidos.

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COMPARAÇÃO ENTRE AUDITORIA INTERNA E EXTERNA

ITENS AUDITORIA EXTERNA AUDITORIA INTERNA

1. OBJETIVO Opinar sobre as

demonstrações financeiras.

Assessorar a administração

da empresa no efetivo

desempenho de sua função.

2. PROFISSIONAL

Independente com

responsabilidade civil e

contratação por período pré-

determinado.

Há relação de dependência

com responsabilidades

trabalhistas entre as partes.

3. EXISTÊNCIA Obrigatória em determinadas

empresas. Facultativa.

4. A QUEM

INTERESSA

Empresa, órgãos

governamentais, credores e

investidores em geral.

Empresa.

5. PRODUTO

FINAL

Parecer sobre

demonstrações financeiras.

Relatório de

recomendações/sugestões à

administração.

Fonte: www.ibracon.com.br

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1.2 AUDITORIA INTERNA

Em virtude das freqüentes alterações ocorridas no ambiente

externo das organizações, pelo aumento da competitividade e, principalmente,

pela fortificação da estrutura contábil e da auditoria, as empresas se

organizaram por meio de planejamentos estratégicos para a otimização de

seus recursos.

Segundo Oliveira (2005, p. 47),5

“... planejamento estratégico é o processo pelo

qual se decidem os programas que a empresa

adotará e a quantidade aproximada de

recursos que a empresa reservará para cada

um desses programas, nos vários anos

seguintes”.

Com essa otimização, conforme assevera Oliveira (2005), muitas

organizações se expandiram e criaram filiais com o objetivo de conquistar

mercados, internos e externos.

Alicerçado nestes programas, se observa a importância da

adoção de uma auditoria interna, pois, segundo Attie (1992, p. 26)6

“... a administração passa a necessitar de

alguém que lhes afirme que os controles e as

rotinas de trabalho estão sendo habilmente

executados e que os dados contábeis, com

efetividade, merecem confiança, pois

espelham a realidade econômica e financeira

da empresa”.

5 OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia, Práticas. 22ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. 6 ATTIE, Willian. Auditoria Interna. 1a ed. São Paulo: Atlas, 1992.

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De acordo com a NBCT 12 - Normas Brasileiras de Contabilidade

da Auditoria Interna, item 12.1.1.1 a auditoria interna constitui o conjunto de

procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade,

adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas,

contábeis, financeiras e operacionais da Entidade. (CFC, 2003).

Para que a auditoria interna atinja, então, a eficácia em seus

trabalhos, é necessária a sua independência em relação aos diversos setores

da entidade, quais sejam, financeiro, recursos humanos, marketing,

administrativo, etc. Attie (1992) é categórico ao afirmar que a necessidade de o

auditor ser imparcial e de se manter numa condição que o permita agir íntegra

e objetivamente exige que seja colocado separadamente das pessoas cujas

atividades examinam.

FIGURA 1: Posição do Departamento de Auditoria no Organograma

Fonte: Adaptado de Almeida, (2003, p. 30).7

7 ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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CAPITULO II

A AUDITORIA COMO FERRAMENTA ADMINISTRATIVA

Há muito se fala que a auditoria numa empresa é dispensável por

ser uma atividade meio e não uma atividade fim e, por conta disso, deixa de

agregar valor.

Se partirmos do princípio de que todos os valores não gastos numa

empresa podem ser vistos e entendidos como uma economia, então fica fácil

de se admitir que aqueles que são evitados pelo trabalho de uma auditoria, na

correção de procedimentos inadequados e incorretos, sejam igualmente

considerados uma economia. Neste particular, a auditoria estará auxiliando a

empresa a diminuir os custos decorrentes de desperdícios e ações

operacionais impróprias. Conseqüentemente, o lucro tão almejado e muitas

vezes visto à distância pelos administradores passa a ser uma realidade.

Até bem pouco tempo empresários ainda sustentavam a fixa idéia e

a visão de que a auditoria só serve para pegar ladrão e/ou fraudador.

A isto se atribui o fato de que, por anos a fio ganharam espaço e se

sustentaram no noticiário nacional, seja na imprensa falada, escrita ou

televisada, fatos relacionados a irregularidades envolvendo empresas do setor

público e privado.

É a partir daí que começa a existir a grande discriminação a respeito

da ação e atuação da auditoria nas empresas. A visão de uma estrutura

policialesca, fiscalizadora ou de caçadora de vilões deixou de existir. A

auditoria, nos moldes atuais deve ser vista como uma estrutura de

assessoramento e de auxílio à administração dos gestores modernos.

Deve ser vista como colaboradora que leva à alta administração

dados e informações confiáveis e imparciais sobre todas as atividades da

empresa, sejam de natureza administrativa, operacional ou de gestão.

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A análise criteriosa dos controles internos e dos procedimentos de

trabalho, aliada a sugestões de melhoria, aumenta sobremaneira o

desempenho operacional, bem como a qualidade técnica dos serviços ou

mesmo da produção.

À medida que os empresários e dirigentes passarem a utilizar os

recursos que a auditoria coloca a sua disposição, mais perto estarão de

impedir que falhas e/ou erros voluntários, e alguns involuntários, sejam

cometidos na organização, bem como contribuirão para que manchetes

sensacionalistas deixem de ser divulgadas pela imprensa, o que, de certa

forma, acarreta prejuízos ainda maiores à empresa, pois compromete a sua

imagem perante os clientes e fornecedores.

Conforme nos indica Crepaldi (2000),8 a filosofia da auditoria

consiste em avaliar a política de sistema da empresa, em termos da

adequação, comunicação, aceitação, aplicação e controle, se é necessária na

situação, se contribui para atingir os objetivos da empresa, se permite

assegurar a correta utilização dos recursos da empresa, tanto de natureza

financeira, econômica e humana.

No setor público, por exemplo, destaca-se a Secretaria dos Controles

Internos, com um programa de avaliação das contas das estruturas públicas

e das autarquias, que, a exemplo das empresas privadas, buscam através

da atuação da Auditoria a melhoria dos serviços prestados à população.

Longe está da função policialesca. É uma estrutura que visa auxiliar os

gestores públicos a encontrarem o equilíbrio financeiro e administrativo dos

órgãos sob sua administração.

Hoje, independentemente dos rigores e disposições da Lei de

Responsabilidade Fiscal, um planejamento bem elaborado contempla a

atuação de auditorias justamente para auxiliarem aos gestores públicos a

terminarem seus mandatos de bem com o Tribunal de Contas do Estado ou da

União, dependendo do caso. Algumas empresas privadas, principalmente

8 CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.

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aquelas que recebem orientações normativas do Banco Central, como é o

caso das Administradoras de Consórcio, viram-se compelidas a utilizarem os

serviços da auditoria interna, própria ou terceirizada, para avaliarem seus

procedimentos de trabalho e de gestão, de modo a eliminarem as não

conformidades do resultado das análises procedidas por técnicos daquele

órgão público.

Destacam-se, ainda, os serviços prestados pela auditoria no auxílio

à tomada de decisões, nos casos de avaliações de empresas a serem

incorporadas ao patrimônio ou mesmo nos processos de fusão, sem

considerar as ações do dia-a-dia constante de relatórios de avaliação da

operacionalidade da empresa.

Encontramos, ainda, a efetiva atuação das auditorias quando

organizações com os olhos num padrão de qualidade que as coloque em

condições de igualdade ou de competitividade decidem pela implantação de

normas da família ISO 9000, 14000, etc. Mais do que nunca se fazem

presentes e necessários os serviços da auditoria, como avaliadora das ações e

procedimentos de trabalho.

2.1 À AUDITORIA

2.1.1 Conceitos

A Auditoria pode ser definida como sendo uma atividade formal e

documentada, executada pôr pessoas que não tenham responsabilidades

direta com a área auditada, sendo estas pessoas devidamente habilitadas e

treinadas, utilizando-se de métodos de coleta a análise de informações

baseadas em evidências objetivas e imparciais. É executada e balizada

através de uma Norma ou um Check list de Auditoria.

A Auditoria da Qualidade é uma ferramenta chave de gestão para

atingir os objetivos estabelecidos dentro de uma política organizacional. Ela

avalia a correspondência entre as medidas planejadas e a implementação das

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mesmas. É bom lembrar que a decisão quanto à utilização de auditorias

internas não cabe ao auditor, mas a administração da empresa.

As auditoras devem ser efetuadas com o intuito de determinar se os

vários elementos que compõem o sistema de qualidade de uma empresa são

efetivos e adequados, contribuindo efetivamente para que os objetivos da

qualidade estabelecidos sejam atingidos.

A Auditora da Qualidade também é uma grande arma referente à

necessidade de reduzir, eliminar e principalmente prevenir as não-

conformidades. Os resultados destas auditorias podem ser usados pela

administração para melhorar o desempenho da organização. (CAMPOS,

1992)9

2.1.2 Requisito ISO 9000

A norma ISO 9000, no elemento 4.17 & Emdash; Auditorias da Qualidade

estabelece os seguintes requisitos quanto ao sistema de auditoria interna a

ser utilizado pela empresa:

• Estabelecer e manter procedimentos documentados para planejamento

e implementação de auditorias internas da qualidade, para verificar se

as atividades da qualidade e respectivos resultados estão em

conformidade com as disposições planejadas e para determinar a

eficácia do sistema da qualidade.

• O sistema de auditoria interna deve ser definido através de

procedimentos internos que estruturem toda a sistemática a ser aplicada

para o planejamento, execução, gerenciamento e revisão dos resultados

das auditorias internas.

• As auditorias internas da qualidade devem ser programadas com base

na situação atual e importância da atividade a ser auditada.

9 CAMPOS, Vicente Falconi. TQC Controle da Qualidade Total (no estilo japonês) Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG. Rio de Janeiro: Ed. Bloch,1992.

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• A freqüência de execução das auditorias internas devem ser

estabelecidas em função da importância do elemento auditado para o

sistema da qualidade, do desempenho do elemento nas auditorias

anteriores ou pôr qualquer outro motivo que a empresa julgar

importante.

• Devem se executadas pôr pessoal independente daquele que tem

responsabilidade direta pela atividade que está sendo auditada.

• Os auditores internos devem estar preparados para realizarem uma

auditoria interna, portanto é esperado que seja escolhido um grupo

auditor, este seja treinado e qualificado internamente. Quando do

desenvolvimento do planejamento das auditorias, deverá ser

programado auditores independentes da área auditada, ou seja, um

auditor interno não pode fazer auditoria na área ou departamento a que

pertence.

• Os resultados das auditorias devem ser registrados e levados ao

conhecimento do pessoal que tenha responsabilidade na área auditada.

• Após o término de uma auditoria, o auditor deverá registrar os

resultados da auditoria executada e em algum momento divulgá-lo para

a área auditada de forma que a mesma tenha pleno conhecimento do

seu desempenho com relação aos requisitos estabelecidos pêlos

procedimentos internos e pela Norma.

• O pessoal da Administração responsável pela área deve tomar em

tempo hábil, ações corretivas referentes às deficiências encontradas

durante a auditoria.

• Responsáveis pela área auditada devem desenvolver ações corretivas

para as não conformidades apontadas pelo auditor durante a auditoria

interna de forma a eliminar as causas que originaram a mesma.

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• Atividades de acompanhamento da auditoria devem verificar e registrar

a implementação e eficácia das ações corretivas tomadas.

• As ações corretivas implementadas devem ser revisadas quanto a sua

implementação e também se foi causa raiz que originou a não

conformidade.

As auditorias internas são um dos pilares para a manutenção e

aprimoramento do sistema da qualidade implementado. Portanto, os

resultados de auditorias internas da qualidade devem fazer parte das

informações necessárias de análise crítica pela administração.

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2.2 OBJETIVOS DA AUDITORIA

O objetivo fundamental da Auditoria da Qualidade é ser sistema de

gerenciamento dinâmico e eficaz no sentido de estar:

• Avaliando a eficácia e Adequação de um Sistema da Qualidade

implementada ou em implementação em relação a uma norma

estabelecida e/ ou procedimentos internos;

• Informando a empresa dos pontos fortes e fracos do sistema da

qualidade;

• Reportando prontamente as informações relevantes para análise e

tomada de ação de melhoria pela gerência e pessoa envolvido;

• Verificando a eficácia das ações corretivas e de melhoria do sistema da

qualidade pela gerência:

• Assegurando a manutenção do sistema da qualidade implantado.

Os Sistemas da Qualidade preestabelecem meios de administrar e

controlar a Qualidade. O estabelecimento do nível de qualidade deve levar em

consideração os aspectos técnicos e econômicos envolvidos, bem como os

interesses e a segurança dos usuários do produto ou serviço.

Segundo a Norma ISO 10011-1, as auditorias têm normalmente um

ou mais dos seguintes objetivos:

• Determinar a conformidade ou não conformidade dos elementos do

sistema da qualidade com requisitos específicos;

• Determinar a eficácia do sistema da qualidade implementado no

atendimento aos objetivos da qualidade especificados

• Prover ao auditado uma oportunidade para melhorar o sistema da

qualidade;

• Atender aos requisitos regulamentares;

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• Permitir o cadastramento do sistema da qualidade da organização

auditada em um registro.

Ainda, segundo a Norma ISO 10011-1, geralmente as auditorias são

realizadas pôr uma ou mais das seguintes razoes:

• Avaliar inicialmente um fornecedor quando se pretende estabelecer uma

relação contratual;

• Verificar se o sistema da qualidade da própria organização continua a

atender aos requisitos especificados e se está sendo implementado;

• Avaliar o sistema da qualidade da própria organização frente a uma

norma de sistema da qualidade.

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2.3 TIPOS DE AUDITORIA

A Auditoria pode ser classificada:

• Quanto à Aplicação

• Quanto às Partes Interessadas

• Quanto à Relação com o Sistema

• Quanto à Abrangência

• Quanto à Programação

• Quanto ao Planejamento

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2.4 FUNÇÕES DO AUDITOR

Os auditores devem:

• Manter-se sempre no escopo da auditoria:

• Ser objetivo;

• Coletar e analisar evidências relevantes e suficientes para permitir a

formulação de conclusões relativas ao sistema de qualidade auditado;

• Ficar atento a quaisquer indicações de evidências que possam

influenciar os resultados da auditoria e possivelmente exigir uma

auditoria mais ampla;

• Estar aptos a responder questões;

• Atuar de forma ética durante todo o tempo.

2.4.1 Responsabilidade do auditor

O auditor líder é o responsável final pôr todas as fases da auditoria,

deve ter capacidade gerencial e experiência, e deve-lhe ser conferida a

autoridade para tomar as decisões finais relativas à condução e quaisquer

observações da auditoria da qualidade.

As responsabilidades do auditor líder incluem, também:

• Participar da seleção dos outros membros da equipe auditora;

• Preparar o plano de auditoria;

• Representar a equipe auditora junto à administração do auditado;

• Apresentar para apreciação o relatório da auditoria;

Podemos ainda acrescentar:

• Definir os requisitos para auditoria:

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• Fazer cumprir os prazos das auditorias, comunicação das não &

Emdash; conformidades ao auditado e a gerência;

• Análise crítica da documentação do Sistema da Qualidade.

2.4.2 Funções do auditor

O Auditor líder deve:

• Definir os requisitos para cada auditoria designada, incluindo as

qualificações exigidas do auditor;

• Cumprir os requisitos de auditoria aplicáveis e outras diretrizes

apropriadas;

• Planejar a auditoria, preparar os documentos de trabalho e instruir a

equipe auditora;

• Analisar criticamente a documentação das atividades do sistema da

qualidade existente para determinar sua adequação;

• Relatar imediatamente ao auditado as não-conformidades críticas;

• Relatar quaisquer obstáculos importantes encontrados durante a

execução da auditoria;

• Relatar os resultados da auditoria de maneira clara, conclusiva e sem

atraso indevido.

2.4.3 Características do trabalho de um auditor

O Auditor possui características de trabalho muito singular, pois

sempre atua distante de sua base ou setor, devendo manter-se fiel ao

planejamento de execução da auditoria e as normas ou check lists definidos

para orientar e documentar a execução da auditoria como forma de avaliar a

adequação de Sistema da Qualidade.

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Possui pouca supervisão direta, atuando de forma interativa com as

pessoas e as atividades a elas associadas, tendo que fazer julgamentos

precisos e tomar decisões importantes.

O seu trabalho representa uma atividade física e mental que exigem

muito do auditor, criando situações onde pode ter que atuar em ambientes

hostis, agressivos e de alta pressão, pôr isso o trabalho é na maioria das vezes

muito cansativo.

Exigem um alto grau de preparação e conhecimento com relação

aos seguintes itens:

• Conceitos e técnicas de execução de auditorias;

• Norma base que estrutura o sistema da qualidade;

• Funcionamento sistêmico da empresa;

• Trabalho em equipe;

• Relação interpessoal com colegas de trabalho.

2.4.4 Postura do auditor

O Auditor em relação ao Sistema Organizacional no qual atua, é visto de

uma forma ímpar, onde muitas vezes pode ser visto como um intruso, como

um policial ou até mesmo um espião da alta administração. Esta é uma

visão, quando ocorre, é equivocada pôr parte do auditado. Portanto, o

auditor deve ter uma forma de atuação e procedimentos de trabalho que

eliminem esta visão negativa. Desta forma o auditor precisa manter uma

postura firme, inspirar confiança e parceria, ser transparente e profissional,

isto deverá ser buscado através de uma atuação bem definida que inclua:

• Apresentar ao auditado os objetivos e razoes da execução da auditoria:

• Utilizar evidencias objetivas e analisá-las de forma objetiva e justa;

• Manter-se fiel ao objetivo da auditoria;

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• Avaliar os efeitos das observações de auditoria e da sua interação com

os auditados;

• Tratar os efeitos das observações de auditoria e da sua interação com

os auditados;

• Tratar com respeito o pessoal envolvido;

• Ser sensível a cultura do auditado;

• Evitar distrações em pontos irrelevantes à auditoria;

• Reagir de forma sensata em situações de tensão;

• Utilizar processos adequados para uma boa comunicação e integração

com o auditado;

• Ser gentil e calmo em quaisquer circunstâncias;

• Ser pontual;

• Ser preparado, determinado, direto, decidido e preciso;

• Fazer bom juízo, com bom senso, estando preparado para fazer

algumas concessões.

• Ser independente em pensamento e neutro nas atitudes quando houver

controvérsias;

• Permanecer fiel a uma conclusão apesar da pressão para mudar o que

não está baseado em evidencias objetivas.

CAPITULO III

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31

A AUDITORIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A partir da década de 90, com a inclusão no mercado dos Programas

Qualidade em Habitação (QUALIHAB) e o Programa Brasileiro da Qualidade e

Produtividade no Habitat (PBQP-H), baseados nas séries de normas NBR ISO

9000, observaram-se significativas mudanças na modernização das indústrias

da construção civil.

Particularmente, a auditoria interna dos sistemas de gestão da

qualidade passa a ser encarada como uma eficiente e eficaz ferramenta na

melhoria dos processos auditados. Como exemplo de um programa de

auditoria pode-se destacar, entre outros, a verificação da conformidade com

requisitos contratuais e a contribuição para a melhoria do sistema de gestão, o

que aponta para a auditoria como oportunidade de avaliar necessidades por

aperfeiçoamentos, através do uso de ações preventivas e/ou corretivas.

Assegurar-se que o estabelecimento de um processo que responda

eficiente e eficazmente às necessidades de avaliação dos pontos fortes e

fracos da implementação de um sistema de gestão da qualidade é

fundamental para o alcance das melhorias pretendidas. O referido processo

garante uma leitura independente, capaz de demonstrar por meio da

identificação de evidências objetivas que os requisitos existentes estão sendo

atendidos, uma vez que a auditoria interna avalia o desempenho da

organização.

Verificar se a prática de visão sistêmica de processo, que deve vir ao

encontro da necessidade por controles sobre o conjunto de ações

indispensáveis que garantam, de maneira eficiente e eficaz, o planejamento,

desenvolvimento, execução e controle dos produtos e serviços disponibilizados

aos seus clientes, está seguramente disseminada na organização.

3.1 AS CONSTRUTORAS E A FALTA DE CONTROLE DE CADASTRO

Atualmente, com tantas exigências é natural, mas não comum, que a

empresa construtora interessada em vender seus papéis ao mercado possua

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bons controles internos e conheça muito bem os seus clientes. Controles como

livro de visitas e inspeções programadas de compradores aos canteiros de

obras durante a construção poderiam evidenciar a terceiros (fundo de

investimento) a existência real do direito e permitiriam, ainda, a atualização do

cadastro desses clientes.

Através da auditoria, pode-se observar falhas de atualização e

preenchimento do cadastro de clientes pela ausência de preocupação de

muitos empresários do setor de construção. A alegação é de que existe

garantia real na operação, como por exemplo a alienação fiduciária do bem.

Cabe observar que no caso de antecipação de recebíveis, o mercado avalia

para menos os papéis de construtoras com controles ruins sobre os seus

clientes e aplica um deságio maior no fechamento da negociação.

A classificação de clientes (entre bons e maus pagadores) que vem

sendo praticada nesse mercado baseia-se nas Resoluções no 2.682 e no

2.697 do Banco Central, pelo fato de também ser adotada pelos bancos e

fundos de investimentos. Essas normas distribuem os devedores em nove

níveis e institui regras para classificar o cliente e a operação de crédito, daí

cresce a importância de elaboração de um bom dossiê dos clientes da

construtora.

Um dossiê de crédito para as construtoras poderia ser mantido para

cada cliente contendo informações do tipo, identificação do cliente, histórico da

empresa/grupo econômico (quando for o caso), análise do setor de atuação da

empresa onde o cliente trabalha, dados e análises sobre restrições internas

(com histórico de pagamento), restrições externas (Serasa, Cadin, SPC, CRC),

demonstrações financeiras atualizadas dos dois últimos exercícios (quando se

tratar de empresas), análise do endividamento do cliente, análise do fluxo de

caixa.

Tudo isso tem ficado longe das pretensões e necessidades do setor de

construção residencial devido ao grau de dificuldades de obtenção dessas

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informações, a falta de pessoal técnico capacitado na área de escritório e a

ausência de sistemas informatizados adequados.

A implementação de auditorias internas ajuda a analisar a qualidade do

crédito das construtoras, com o objetivo de levar um relatório de classificação

por risco da contraparte aos fundos de investimento interessados em adquirir

esses papéis. Para que a nota do devedor e da construtora seja boa para o

negócio, deve-se investir na qualidade dos controles internos de cadastro.

3.2 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE E AUDITORIAS

As empresas de Construção Civil devem executar auditorias internas em

intervalos planejados para determinar se o Sistema de Gestão da Qualidade

está conforme os requisitos do Regimento do SIAC - Sistema de Avaliação da

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Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil - e se

está mantido e implementado eficazmente.

A natureza e complexidade da indústria da construção civil requerem um

sistema de gestão da qualidade com características particulares, que

contemple atividades que assegurem sua adequação e promoção de ajustes

necessários ao seu constante aprimoramento, de forma a torná-lo peça

fundamental na avaliação da conformidade aos requisitos especificados.

Para se aferir o alcance e a efetividade de um sistema da qualidade,

bem como o cumprimento de políticas e objetivos da qualidade de uma

empresa, são utilizados processos sistemáticos que permitem a análise crítica

pela alta direção e outros propósitos internos ou externos, com a obtenção de

evidências, que avaliadas objetivamente, permitem determinar a extensão na

qual o conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos são atendidos.

Um perfeito entrosamento entre o sistema de gestão da qualidade e o

mecanismo que possibilita verificar sua consistência com objetivos específicos

e políticas estabelecidas, como as auditorias da qualidade, é essencial para o

aperfeiçoamento e melhoria contínua dos processos desenvolvidos pela

empresa.

As auditorias da qualidade conforme Mills (l994),10 são definidas como a

realização de um exame ou uma avaliação, reconhecida oficialmente pelos

interessados e sistematizada pelos atos e/ou decisões das pessoas, a fim de

assegurar que o sistema, programa, produto, serviço e processo aplicáveis

perfaçam todas as características, critérios e parâmetros exigidos.

No entender de Feigenbaum (1994),11 auditorias de um sistema da

qualidade são essenciais ao gerenciamento da qualidade total e normalmente

ocorrem atreladas a um programa integralmente estruturado, que incluirá a

avaliação de todas as atividades chave do sistema.

10 MILLS, C. Auditoria da Qualidade: uma ferramenta para a avaliação constante e sistemática da manutenção da qualidade. São Paulo: Makron Books,1994. 11 FEIGENBAUM, A. V. Controle da qualidade total. São Paulo: Makron Books, 1994.

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A NBR ISO 19011/2002 define auditoria como sendo o processo

sistemático, documentado e independente para obter evidências de auditoria e

avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios da

auditoria são atendidos. Ainda segundo a referida norma, a auditoria serve

para obter informações que contribuem para a melhoria do desempenho das

organizações.

Os princípios da auditoria que devem ser seguidos pelos auditores,

peças importantes no processo de condução, relato e finalidades da mesma,

são os seguintes:

• Conduta ética - confiança, integridade e confidencialidade;

• Apresentação justa - constatações de auditoria, conclusões de auditoria

e relatórios de auditoria refletem verdadeiramente e com precisão as

atividades de auditoria;

• Devido cuidado profissional - a aplicação de diligência e julgamento na

auditoria. - Por outro lado, outros os princípios relacionados à auditoria,

que por definição é independente e sistemática, também devem ser

observados:

• Independência - base da imparcialidade na auditoria e objetividade das

conclusões de auditoria;

Dispondo a alta direção de uma empresa de instrumento elaborado com

essas características, terá as mesmas condições satisfatórias para analisar

seus resultados de forma efetivamente crítica, avaliar se sua organização está

produzindo ou prestando um serviço que satisfaça e atenda, assim como

supere, os requisitos dos clientes.

É indiscutível a importância da análise do processo de mudança na

implementação de ações como a realização de auditorias, cujos resultados

operacionais, normalmente, ficam aquém do desejado.

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De acordo com Bailey (1993),12 entre 50% e 75% dos casos de

implementação não alcançam os resultados almejados.

Para Fruin (1997),13 nesse sentido, o conceito - de origem japonesa - de

melhoria contínua, parece não ser muito bem compreendido, visto que uma

série de fatores intangíveis que explicam o desenvolvimento e execução de

atividades de melhoria contínua são comumente negligenciados nas empresas

ocidentais.

A NBR ISO 9001/2000 considera a melhoria contínua como sendo um

aperfeiçoamento da eficácia do sistema de gestão da qualidade, que fiel à

política da qualidade, objetivos, indicadores e metas de desempenho,

fundamenta-se na análise de dados, análises críticas da alta direção,

promoção de ações corretivas e preventivas, devendo-se destacar, a propósito,

a importância da condução e resultados das auditorias.

A auditoria sobre sistema da qualidade pode verificar se a prática de uso

de processo vem de encontro à necessidade por controles sobre o conjunto de

ações indispensáveis para fazer com que o processo para execução de

produtos e serviços seja eficiente e eficaz. Auditorias, de uma maneira geral,

revestem-se de toda uma expectativa de identificação de erros e problemas,

sendo comumente encarada pelos colaboradores como um ato de “sofrer”

referida intervenção, onde parece se querer fazer sobressair aspectos

negativos vivenciados na organização ou unidade auditada.

Essa maneira de encarar esse processo de avaliação, provavelmente, é

a responsável pelo fato das auditorias não funcionarem como deveriam,

podendo em certos casos, até levar ao insucesso da manutenção desses

sistemas.

12 BAILEY, J. Managing people and technological change. Pitman Publishing, 1993. 13 FRUIN, M. Knowledge works – managing intellectual capital at Toshiba. Oxford University, 1997.

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3.3 AUDITORIAS DA QUALIDADE

Compreendendo a auditoria da qualidade como um evento de avaliação

independente, onde as características da organização têm um papel

fundamental no seu planejamento e realização, ao estabelecer um programa

de auditoria planejado, voltado a projetos específicos, que possam se tornar

difusores de práticas focadas na obtenção de resultados promissores

perceberam-se as vantagens de melhoria contínua ao adotar-se tal enfoque.

Seguindo as orientações da NBR ISO 9001/2000, notadamente no que

diz respeito às responsabilidades e aos requisitos para o planejamento e

execução de auditorias, associado aos artifícios de sensibilização para a sua

compreensão como elemento concreto de melhoria contínua, estimulando a

participação consciente e voluntária de todos os envolvidos, pelo exaustivo

exemplo de transparência e comprometimento da alta direção, vem-se

alcançando resultados e mantendo-se registros cada vez mais significativos e

estimulantes na realização desse exercício.

Normalmente a construção civil é uma indústria com falta de

disseminação das informações, em que as soluções adotadas para resolução

de determinados problemas numa obra não conseguem ser replicadas em

outras, devido às características do setor, como a falta de formalização dos

procedimentos, rotatividade do pessoal, variabilidade do produto, a falta do

resgate das soluções tecnológicas, entre outras razões.

As auditorias em Sistemas de Gestão da Qualidade baseados na NBR

ISO 19.011 são definidos e compreendidos de forma a transformá-la num

instrumento de otimização e evolução dos processos, com o correto tratamento

das não-conformidades e com a internalização da filosofia de melhoria

contínua através do ciclo PDCA.

As não-conformidades detectadas em uma determinada auditoria são

grandes e importantes fontes para se evitar os mesmos erros no futuro e /ou

prevenir possíveis erros, devendo ser adequadamente catalogadas, utilizadas

e tratadas.

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A nova ISO se alicerçou no modelo de processos conforme a Figura

abaixo, tomando como base oito princípios de gestão da qualidade (MELLO et

al, 2002):14

• Foco no cliente: atender as necessidades atuais e futuras do cliente, a

seus requisitos e procurar exceder suas expectativas;

• Liderança: estabelece a unidade de propósitos, e é necessária para

manter as pessoas envolvidas no propósito de atingir os objetivos da

organização;

• Envolvimento das pessoas: é a essência da organização e seu

envolvimento é primordial para o sucesso da organização;

• Abordagem de processo: o resultado é alcançado mais eficientemente

quando atividades e recursos são gerenciados como um processo;

• Abordagem sistêmica: identificar, compreender e gerenciar os

processos inter-relacionados como sistema para eficiência e eficácia a

fim de atingir os objetivos da organização;

• Melhoria contínua: a melhoria contínua do desempenho global da

organização deveria ser um objetivo permanente;

• Abordagem baseada em fatos: decisões eficazes são baseadas em

dados e informações;

• Benefícios mútuos com fornecedores: a organização e os

fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios

mútuos aumenta a capacidade de ambos em agregar valor.

14 MELLO, Carlos H. P. et al. ISO 9001:2000 : sistema de gestão da qualidade para operações de produção e serviços. São Paulo: Atlas, 2002.

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Modelo de abordagem por processos da ISO versão 2000 (NBR ISO 9000,

2000)

Fonte: Mello (2002)

Na construção civil, o movimento da qualidade com as empresas se

iniciou em 1994, por meio de um programa de capacitação de empresas

construtoras em gestão da qualidade voltado para pequenas e médias

empresas, resultado de uma parceria do CTE (Centro de Tecnologia de

Edificações) e o SindusCon – SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do

estado de São Paulo). O primeiro grupo de empresas adota do sistema

proposto pelo CTE em 1995.

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3.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA AUDITORIA INTERNA

A vantagem da auditoria interna para Franco (2001),15 é a existência,

dentro da própria organização, de um departamento que exerça permanente

controle - prévio, concomitante e conseqüente - de todos os atos da

administração. Portanto, ter uma auditoria interna, em tempo integral,

levantando informações, examinando e confirmando é, sem dúvida, muito

benéfico para a empresa. Sobretudo pelo fato de que os controles da auditoria

interna não serão aplicados somente para os eventos passados, mas também

para os eventos que virão e para os que estão acontecendo no momento.

As desvantagens da auditoria interna ocorrem em razão de:

• Laços de amizade que o auditor interno estabelece com os demais

funcionários, podendo gerar afrouxamento dos controles e do rigor dos

exames;

• A rotina do trabalho pode fazer com que o auditor examine somente o

que lhe apresentarem, deixando de levantar e examinar os controles em

geral.

15 FRANCO, H. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

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3.5 AUDITORIA INTERNA NA GESTÃO DE RISCOS

A grande diferença da Auditoria de Gestão, incluindo a gestão de riscos,

para as demais (Auditoria contábil, administrativa, operacional) está,

primeiramente, no momento em que se dá, pois a auditoria interna é definida

como um conjunto de procedimentos que objetivam examinar os controles

internos para garantir a integridade, adequação e eficácia dos controles e das

informações físicas, contábeis financeiras e operacionais da entidade. (ATTIE,

1999)16

Esses exames e controles ocorrem no tempo passado ou presente,

enquanto, na Auditoria de gestão de riscos, todo o trabalho é com vistas à

projeção do futuro.

A Auditoria de gestão utiliza a captação e exame das informações em

todos os processos do ciclo, de forma a estabelecer uma sintonia entre as

áreas. Então, o foco da Auditoria de gestão é o de estabelecer, por meio de

suas técnicas e estudos, razoável segurança quanto a possibilidades futuras,

seja no auxílio à realização de planejamentos, no desenvolvimento de novos

produtos, sistemas e tecnologias e na realização das pesquisas que lhes dêem

suporte, seja na criação de programas de qualidade em execução.

A auditoria interna com base no risco pretende ampliar a perspectiva da

auditoria interna para abarcar todas as técnicas de gestão de riscos, incluindo

outras técnicas de gestão, além de atividades de controle. Dessa forma, uma

série de questões importantes que se relacionam ao negócio e que fogem aos

controles internos são consideradas e estudadas. (MIGLIAVACCA, 2002)17

A Auditoria Interna, em gestão, desempenha suas atividades,

participando de comitês operacional-financeiros, reuniões de diretoria, grupos

de projetos de qualidade total, grupos de projetos e de pesquisa de novos

produtos etc. O nível de envolvimento está relacionado ao planejamento

16 ATTIE, William. Auditoria - Conceitos e Aplicações. São Paulo: Atlas, 1999. 17 MIGLIAVACCA, Paulo Norberto. Controles Internos nas Organizações. São Paulo: Edicta, 2002.

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estratégico, tático e ao processo decisório decorrente da aplicação de

sistemas, políticas, critérios e procedimentos. O processo de auditoria inicia

com o conhecimento da entidade auditada, principalmente no que tange a:

a. Controles organizacionais;

b. Controles gerais das atividades;

c. Controle do sistema de informações;

d. Controles internos contábeis;

e. Princípios e métodos de contabilidade.

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CONCLUSÃO

Atualmente os auditores buscam agregar mais fatores de confiança ao

conhecimento do negócio da empresa, através do uso da tecnologia da

informação e da gestão globalizada do conhecimento. Desta forma, até mesmo

a auditoria tradicional das demonstrações contábeis adquiriu a flexibilidade

necessária, sem negligenciar, todavia, o rigor e a perspectiva de

responsabilidade pública exigida para a mesma.

O impacto das mudanças na sociedade certamente está se

refletindo tanto sobre as empresas da área privada, quanto no âmbito

governamental, quer seja pela necessidade de reformulação do modelo de

gestão, quer seja pelo cultivo da ética. Os aspectos da eficiência, eficácia e

economicidade se sobressaem frente à nova ordem e a avaliação sistemática

dos mesmos representa a contribuição dos auditores para um país mais

idôneo, justo e melhor administrado.

O setor de construção, é crucial na geração de empregos em

qualquer economia e, por isso, deveria ter crédito de longo prazo e a um custo

factível para contribuir ainda mais com o desenvolvimento econômico de nosso

País. É lamentável que no Brasil isso ainda não tenha sido tratado pelos

nossos parlamentares com a devida importância.

Isso tem levado alguns empresários do ramo de construção

residencial a buscar alternativas de antecipação de caixa por meio de

operações estruturadas, sendo a negociação de recebíveis (notas

promissórias), por exemplo, uma via adotada. Nesse caso, por se tratar de

uma antecipação de recebimento, recomendamos a tomada de cuidados

especiais para evitar um deságio excessivo dos papéis no mercado e a

utilização de auditores independentes no processo para auxiliar na

classificação de risco de crédito.

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No setor de construção, ao ser concedido o crédito, corre-se o risco

da contraparte não honrá-lo, atrasar a liquidação de suas dívidas ou, ainda,

quando pagar, não fazê-lo nas condições pactuadas. No Brasil há um grande

número de construtoras do segmento residencial que utilizam recursos próprios

para financiamento dos seus clientes, principalmente devido às altas taxas de

juros praticadas pelo mercado. Com isso, numa necessidade de caixa, têm

optado por emitir notas promissórias e vendê-las antecipadamente a fundos de

investimento ligados ao setor imobiliário com o intuito de fomentar recursos

para novas construções.

A própria natureza da indústria da construção, que trabalha ainda

com uma mão-de-obra, em sua grande maioria, terceirizada, pouco qualificada

e com baixo nível de instrução, e o baixo índice de industrialização dos

componentes de construção dificultam uma coleta eficiente de dados nos

canteiros de obras e, conseqüentemente, ações de melhoria nos processos

construtivos e no produto edifício. O que se pode concluir é que não se dá a

real importância ao sistema de indicadores nas empresas construtoras e

incorporadoras certificadas, apesar de a medição ser um dos requisitos mais

importantes de um sistema de gestão da qualidade para assegurar que os

objetivos estejam sendo cumpridos, sejam eles para satisfação dos

consumidores, controle da qualidade dos produtos e serviços, padronização de

processos, iniciativas de melhoria ou de inovação.

É necessário que as pesquisas com o uso de indicadores possam

integrar o sistema de medição com o sistema de gestão da qualidade (SGQ),

de uma forma, porém, diferente de como é feito ainda hoje, em que uma lista

de indicadores é geralmente proposta pela empresa que presta consultoria na

implantação do SGQ, sem que tal conjunto de indicadores reflita as

necessidades e a realidade da organização à qual se destina.

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45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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47

BIBLIOGRAFIA CITADA

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2- CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 3ª ed. São

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3- ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 4- ORIÁ FILHO, Humberto Ferreira. Monografia de graduação: As fraudes contra as organizações e o papel da auditoria interna. Fortaleza: UNIFOR, 2002. 5- OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia, Práticas. 22ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. 6- ATTIE, Willian. Auditoria Interna. 1a ed. São Paulo: Atlas, 1992. 7- ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2003. 8- CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. 9- CAMPOS, Vicente Falconi. TQC Controle da Qualidade Total (no estilo japonês) Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG. Rio de Janeiro: Ed. Bloch,1992. 10- MILLS, C. Auditoria da Qualidade: uma ferramenta para a avaliação constante e sistemática da manutenção da qualidade. São Paulo: Makron Books,1994. 11- FEIGENBAUM, A. V. Controle da qualidade total. São Paulo: Makron Books, 1994.

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48

12- BAILEY, J. Managing people and technological change. Pitman Publishing, 1993 13- FRUIN, M. Knowledge works – managing intellectual capital at Toshiba. Oxford University, 1997. 14- FRANCO, H. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 15- ATTIE, William. Auditoria - Conceitos e Aplicações. São Paulo: Atlas, 1999. 16- MIGLIAVACCA, Paulo Norberto. Controles Internos nas Organizações. São Paulo: Edicta, 2002.

ÍNDICE

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49

FOLHA DE ROSTO

2

AGRADECIMENTO

3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Da Auditoria Interna 10

1.1 – Resumo Histórico 10

1.1.1 - Origem e Evolução 11

1.1.2 – Conceito 13

1.2 – Auditoria Interna 17

CAPÍTULO II

A Auditoria como Ferramenta Administrativa 19

2.1 – A Auditoria 21

2.1.1 – Conceitos 21

2.1.2 – Requisito ISO 9000 22

2.2 – Objetivos da Auditoria 25

2.3 – Tipos de Auditoria 27

2.4 – Funções do Auditor 28

2.4.1 – Responsabilidade do Auditor 28

2.4.2 – Funções do Auditor 29

2.4.3 – Características do Trabalho de um Auditor 29

2.4.4 – Postura do Auditor 30

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CAPÍTULO III

A Auditoria na Construção Civil 32

3.1– As Construtoras e a falta de controle de cadastro 33

3.2 – Sistema de Gestão da Qualidade e Auditorias 35

3.3 – Auditorias da Qualidade 39

3.4 – Vantagens e Desvantagens da Auditoria Interna 42

3.5 – Auditoria Interna na Gestão de Riscos 43

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47

BIBLIOGRAFIA CITADA 49

ÍNDICE 51

FOLHA DE AVALIAÇÃO 53

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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