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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DO DESENHO INFANTIL PARA A COMUNICAÇÃO DA CRIANÇA, COM CRIANÇAS DAS TURMAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL I, COM O OLHAR ARTETERAPÊUTICO Por: Elaine Vieira da Silva Orientador Profa. Me. Fátima Alves Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS- GRADUAÇÃO “LATO … · 2015-08-24 · Os desenhos infantis observados foram realizados pelos alunos em ... que trazem para as crianças são

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM

FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO DESENHO INFANTIL PARA A COMUNICAÇÃO DA

CRIANÇA, COM CRIANÇAS DAS TURMAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E

ENSINO FUNDAMENTAL I, COM O OLHAR ARTETERAPÊUTICO

Por: Elaine Vieira da Silva

Orientador

Profa. Me. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM

FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO DESENHO INFANTIL PARA A COMUNICAÇÃO DA

CRIANÇA, COM CRIANÇAS DAS TURMAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO

FUNDAMENTAL I, COM O OLHAR ARTETERAPÊUTICO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Arteterapia. Por: Elaine

Vieira da Silva

Rio de Janeiro

2015

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AGRADECIMENTOS

... a Deus, aos meus pais, meu marido,

meu irmão e minha cunhada por toda

ajuda e incentivo...

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DEDICATÓRIA

...aos meninos da família: meu filho

Miguel e meu afilhado Nícolas que

possibilitaram o melhor entendimento

através dos seus desenhos...

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RESUMO

Neste trabalho será abordada a importância e a valorização do desenho

infantil como facilitador para a comunicação da criança. Nesta fase a criança se

expressa e reproduz, através do desenho, experiências vividas que ficaram

guardadas em sua memória. Através desta obra de arte, feita por ela, será

possível conhecer o que está sendo vivenciado e valorizado em sua vida.

Nancy Rabello (2014) assegura que “quando a criança desenha traz imagens

mentais para o papel e cria sua obra de arte. Isso significa transformar o que

tem na imaginação, na linguagem artística. Sendo assim, há uma relação

dialética entre o que imagina e o que desenha, portanto transforma a sua

imaginação em formas gráficas e deixa registrado o que está sentindo, o que

pensa, ou o que desejaria que acontecesse”. Através dos desenhos a criança

tem a oportunidade de expressar aquilo que ela não consegue verbalizar, às

vezes por ser tímida ou viver num ambiente opressor. Esclarecendo como o

desenho pode ajudar na comunicação da criança e demonstrando como ela se

sente no mundo. Será compreendida a importância do desenho infantil com a

análise da evolução do grafismo.

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METODOLOGIA

Nesta pesquisa foi feito um estudo dirigido nas turmas de educação

infantil e ensino fundamental I, através de um estudo teórico sobre a

importância e valorização do desenho infantil como meio de comunicação da

vida e sentimento da criança.

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de análise de livros e

sites.

Os desenhos infantis observados foram realizados pelos alunos em

atividades livres, sem a interferência do professor e foram utilizados para a

ilustração do assunto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Compreensão do desenho infantil 10

CAPÍTULO II – Analisar a evolução do grafismo 17

CAPÍTULO III – Facilitar a comunicação da criança com o mundo

através do olhar arteterapêutico 29

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 41

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INTRODUÇÃO

“O desenho é uma das manifestações semióticas, isto é, uma das

formas através das quais a função de atribuição da significação se expressa e

se constrói. Desenvolve-se concomitantemente às outras manifestações, entre

as quais o brinquedo e a linguagem verbal (PIAGET, 1973).”

O presente trabalho irá relatar a importância que deve ser dada ao

desenho infantil. É fundamental que pais, professores e educadores conheçam

que a criança tem algumas fases e que elas devem ser orientadas

corretamente, para que possam se expressar, através dos seus riscos, e

posteriormente, pelos seus desenhos, obras de arte. Na fase do desenho é

possível ser desenvolvida habilidades na criança com atividades livres e

dirigidas, cuidando para serem respeitadas as fases em que o indivíduo está

passando. O desenho tem a função de possibilitar a representação da

realidade.

Segundo Nancy Rabello (2014) o desenho infantil é muito importante,

pois, nele sempre tem uma história ser a contada. Mesmo inconsciente a

criança produz algo que marcou uma história de grande valia em os seus

desenhos. Suas obras de artes trazem detalhes importantíssimos da vida e da

memória da criança.

O primeiro capítulo irá tratar sobre o grafismo infantil, ele já pode ser

observado desde muito cedo, chamamos de garatujas os seus primeiros traços

no papel. Esta fase se inicia apenas com um e meio a dois anos de idade. Uma

grande característica do desenho infantil é que ele tem muito que a criança

sabe do objeto e pouco parece com o que ela vê.

É preciso permitir e incentivar a criança para o desenho, pois o mesmo

vai sendo aperfeiçoado com o passar dos anos. A criança vai adquirindo

controle e confiança em seus movimentos e pode começar a definir melhor a

forma desejada, com o passar do tempo.

O segundo capítulo aborda a evolução do grafismo infantil, assim como

há o desenvolvimento do corpo e o aprimorar das habilidades, também o

grafismo precisa desta maturação. Cada criança se desenvolve a seu tempo.

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Conforme vão crescendo, seus rabiscos ficam mais complexos. Não se

tem uma precisão para datar com certeza quando a criança passará de uma

fase pra para outra. Quando as crianças iniciam seus desenhos, não é possível

identificar formas que conhecemos, é uma mistura de traços.

Não se deve subestimar uma criança no momento em que ela estiver

produzindo sua “obra”, assim, com essa atitude indevida, é possível bloquear

sua criatividade e seu interesse pelo desenho.

O terceiro capítulo mostra o olhar arteterapêutico:

“O olhar arteterapêutico nos abre possibilidades de enriquecimento, de ajuda à criança em relação ao seu estar no mundo, além de trabalhar a sua autoestima e seu autoconhecimento. (...) a leitura dos desenhos, por certo, irá ampliar o conhecimento que se tem das crianças, conhecer seus desejos, seus anseios, saber de suas inseguranças e tristezas (...). Este poderá ser o papel do arteterapeuta na escola, um mediador entre crianças, pais e coordenação”, explica Nancy Rabello.

Com esse olhar mais sensível e propiciar um ambiente correto para essa

análise dos desenhos, o arteterapeuta observa a criança que se expressa

através dos seus desenhos, pois muitas vezes não sabem relatar o que sentem

ou o que estão vivendo e assim, relatam graficamente e também através das

cores. Nestes desenhos podem ser encontradas muitas respostas para alguns

problemas e assim surgirão sugestões para um melhor convívio e

desenvolvimento no dia a dia da criança.

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CAPÍTULO I

COMPREENSÃO DO DESENHO INFANTIL

“Eu não pinto as coisas como as vejo,

mas sim como as penso.” Pablo Picasso

Desde os tempos pré-históricos, o humano procurava representar, pelo

desenho, o seu dia a dia. Nesta época, começa a surgir a arte rupestre. O

homem primitivo desenha suas impressões no seu habitat: cavernas, em

peles de animais ou em árvores, tudo que o cercava era registrado em seus

rabiscos, inclusive personagens de sua imaginação. A criança, na fase pré-

escolar não é diferente, elas adoram desenhar e dar forma aos seus

pensamentos. Com o desenho elas possuem a possibilidade de expor seus

sentimentos e expressar suas emoções em relação a si mesmas e ao

mundo. Quando ela desenha traz para o seu papel imagens de sua mente,

transformando o que imagina em arte, dando formas para sua imaginação.

http://pt.slideshare.net/Mariinazorzi/arte-rupestre-25279063 - 28/07/15

Desenhar é uma atividade divertida e mexe com o lúdico, e através dela,

a criança pode expressar seus sentimentos utilizando traços e cores. Esta é

uma fase onde a criatividade não tem fim, o lúdico está muito aflorado e

desenhar é muito importante. Este simples ato, não é feito com

compromisso, é algo que flui com suavidade e livremente. Quando produz

seus desenhos a criança conversa com ele, mostrando que é mais uma de

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suas brincadeiras, mas essas obras de arte carregam, em algumas vezes,

uma história interessante onde a criança expressa sua realidade, mostrando

como está o seu mundo, sua vida.

O desenhar está presente na maioria das atividades das escolas de

educação infantil e em muitas destas escolas o desenho não é valorizado

pelo profissional ou responsável que está com a criança. Quando dizem que

não sabem desenhar quase sempre não recebem atenção ou orientação do

profissional para melhorar seus rabiscos. Em algumas escolas não há um

retorno construtivo por parte dos profissionais, que ao receber um aluno com

seu desenho não demonstra interesse nesta obra tão rica. É um conteúdo

muito mais rico que conseguimos imaginar. É necessário estar sempre

preparado para ajudar as crianças na produção de seus desenhos. É preciso

que ela receba condições tanto materiais como pedagógicas para conseguir

se expressar de forma livre e criativa em seus momentos de criação.

É possível bloquear, interromper o ato criador e expressivo se o adulto,

ansioso, em ver uma evolução rápida no grafismo da criança fazendo com

que a criança fique desmotivada em continuar desenhando. Ficará insegura

com o resultado ou a avaliação que poderá ser recebida. Alguns professores

alegam que oferecem desenhos prontos porque os alunos não sabem

desenhar e então, ao dar estes desenhos prontos para a criança colorir, o

profissional deixa de respeitar e valorizar a personalidade infantil mostrando

para os pequenos que eles não são capazes de produzir os seus próprios

desenhos, suas próprias “capinhas” de seus trabalhos.

Nancy Rabello (2014) afirma que “os desenhos, que algumas vezes vi

em escolas, que trazem para as crianças são desenhos prontos,

mimeografados e neles a criança só tem de pintar, e com isso, inibe a

criatividade”. Atividades de artes devem ser de maneira livre e criadora,

deixando a criança criar com espontaneidade, sem a utilização de materiais

com desenhos prontos, também não se deve ensiná-las a colorir, elas devem

ser sensíveis em criar o seu.

Utilizar o desenho livre em casa ou em sala de aula ajuda a estimular a

criatividade, organizar pensamento, coordenação motora, entre outros. A

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criatividade não é ensinada e sim estimulada na hora da criação do desenho.

O desenho é para a criança algo que frui do imaginário e ela desenvolve

utilizando sua criatividade. Derdyk (2003, p.64) escreve que: “A criança, em

um determinado momento, percebe que tudo que está depositado no papel

partiu dela. Não lhe foi dado, foi inventado por ela mesma. Inaugura-se o

terreno da criação”.

http://avisala.org.br/index.php/assunto/tempo-didadico/ver-alem-dos-rabiscos/ 28/07/15

Fayga Ostrower (2004) diz que “a criatividade é inerente à condição

humana”.

Porcher diz que “O desenho é um ato de inteligência, desenhar é um ato

de inteligência. Isto quer dizer notadamente que, para as crianças, ele

representa uma das maneiras fundamentais de apropriar-se do mundo e, em

particular do espaço”. (1982, p.106)

É importante os profissionais entenderem que quando a criança está

desenvolvendo o seu desenho, depositando toda a sua imaginação e

criatividade, ela está realizando e imprimindo no papel, experiências,

vivências e momentos importantes do seu mundo. Isto é fundamental para o

seu desenvolvimento, pois se expressar artisticamente é estar registrando a

sua personalidade.

Mas não só isso que esse fazer simples, mas muito importante,

possibilita. Em muitas vezes, o desenho infantil, pode parecer sem sentido

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para os adultos, mas nestes traços podemos visualizar o que a criança sabe

daquele objeto e que os riscos, aparentemente igual para nós, para ela são

únicos e cheios de significados. Se for criticada pelo adulto, com o tempo, a

criança não desenha mais com espontaneidade, fica preocupada em

produzir formas perfeitas, com medo da avaliação de certo ou errado do

adulto. Eles passam para as crianças que o desenho tem que parecer muito

com o real.

A opinião dos pais em relação aos desenhos das crianças pequenas

também tem seu valor. Malchiodi (1998), arteterapeuta, afirma:

“As observações feitas por pai/mãe podem ter um impacto no desejo e

na motivação das crianças para fazer arte; mesmo os pais mais bem

intencionados têm por vezes interpretado mal o conteúdo do desenho de

um filho, talvez inconscientemente desencorajando-o de continuar a

desenhar”. (Malchiodi, 1998, p.22)

“É importante que preservemos nos desenhos a criatividade da criança,

não querendo que desenhe casinhas iguais às nossas ou patinhos que são

parecidos com o número 2, ou ainda, que suas árvores sejam sempre verdes

e frondosas. Já vi muitos adultos dizendo que ‘não é assim que se faz... vou

fazer aqui e você copia’. Isso tolhe a liberdade e a criatividade. Se o desenho

feito não parece com o real, aos olhos dos adultos, no entanto, para a

criança, está perfeito. Isso é o que importa.” (Nancy Rabello, 2014)

http://magnoliamoura.blogspot.com.br/2011/07/grafismo-infantil-um-desafio.html- 28/07/15

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Para se comunicar com os adultos ou com os outros, a criança utiliza de

suas garatujas, usando dos seus conhecimentos sobre a família, ela

desenha seus brinquedos, reproduz lugares que visitou ou que deseja visitar.

Cria histórias fantasiosas com personagens de sua imaginação e super-

herois. Ferreira (1998, p.45) afirma que, “a constituição da criança não pode

ser explicada apenas pelos fatores biológicos. Os fatores culturais e sociais

também constituem a criança”.

O fazer artístico tem grande chance de trazer enriquecimentos e

conhecimentos, trazendo oportunidades de ser criativo, respeitando cada

fase do seu desenvolvimento.

Para nós adultos, é difícil compreender esses traçados. Nessa etapa,

parecem rabiscos sem ordens e sem significados, mas para quem o produz

ele é cheio de valores.

Ao desenhar a criança imprime o que conhece do mundo real e sua

imaginação, utilizando de fatos da realidade, traz vivências do seu dia a dia.

É uma maneira de fazer a comunicação com o mundo e com quem a cerca

através do desenho e não das palavras, pois ainda não as domina. É preciso

perceber que as crianças têm um sentimento diferenciado ao dos adultos em

relação a sua arte. Por isso, ao apreciar uma obra de arte infantil, é preciso

considerar que a criança passa por fases de desenvolvimento e que se deve

respeitar todo o seu simbolismo, ideias, sua individualidade.

Em um trabalho artístico, não se faz necessário uma avaliação, não tendo

certo ou errado quando se trata de uma expressão artística.

De forma inconsciente e também consciente o indivíduo traz para o seu

desenho informações importantíssimas. Jung dizia que os desenhos

carregam símbolos do inconsciente. Jung (in FURTH, 2006) diz que

informações do inconsciente são representadas através de símbolos que

aparecem nos desenhos.

As “obras de arte” destes pequenos artistas trazem valores de sua cultura,

credo. Fazer esses desenhos é comum no mundo infantil. Elas são

formuladas e criam formas através das experiências vividas e influenciadas

pelo meio em que vive.

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PCNs/Arte (2000, p.20): A arte de cada cultura revela o modo de

perceber, sentir e articular significados e valores que governam os diferentes

tipos de relações entre os indivíduos na sociedade. A arte solicita a visão, a

escuta e os demais sentidos como portas de entrada para uma compreensão

mais significativa das questões sociais.

Da autora - Desenho da Santa Missa feito por uma criança de 6 anos

Segundo Arno Stern (1974) educador alemão que faz pesquisas sobre o

desenho infantil há mais de sessenta anos, podemos usar os desenhos em

três áreas: testes para serem usados por psicólogos, na psicanálise e nas

áreas terapêuticas. Ele também é usado em escolas para possibilitar, através

do olhar da Arteterapia, a criança possa ser mais bem compreendida.

Aurora Ferreira (2004 p.53) afirma que, “O importante é que a arte da

criança seja valorizada e que os adultos não permitam que as crianças

passem pelas etapas de desenvolvimento de forma incorreta, trazendo

consequências futuras”.

Barbosa (1991, p.4) afirma que:

“Arte não é apenas básico, mas fundamental na educação de um país

que se desenvolve. Arte não é enfeite. Arte é cognição, é profissão, é uma

forma diferente da palavra para interpretar o mundo, a realidade, o imaginário

e é conteúdo. Como conteúdo, arte representa o melhor trabalho do ser

humano”.

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Para finalizar, um trecho do texto Montessori:

“... não ensinamos desenho diretamente à criança. Nós a preparamos

indiretamente, deixando-a livre para a misteriosa e divina tarefa de produzir

coisas de acordo com seus próprios sentimentos. Assim, o desenho vem

satisfazer uma necessidade de expressão, da mesma forma que a

linguagem; e quase toda ideia pode buscar expressão por meio do desenho.

O esforço de aperfeiçoar essa expressão é muito similar ao que a criança

desenvolve quando se esforça para aperfeiçoar sua linguagem a fim de ver

seu pensamento traduzido em realidade. Esse esforço é espontâneo; e o

verdadeiro professor de desenho é a vida interior, que a partir de si mesma,

se desenvolve, atinge o refinamento e busca irresistivelmente nascer para a

existência externa sob alguma forma empírica. Até a menor das crianças

tenta espontaneamente desenhar os objetos que vê (...). O desenvolvimento

universal da maravilha linguagem das mãos não virá de uma ‘escola de

desenho’, mas de uma ‘escola do novo homem’, que fará essa linguagem

brotar espontaneamente como água de uma fonte inesgotável. Para conferir

o dom do desenho, devemos criar um olhar que veja, uma mão que obedeça,

uma alma que sinta; e para esta tarefa a vida toda deve colaborar. Nesse

sentido, a própria vida é apenas uma preparação para o desenho. Se

estivermos vivos, a centelha interior da visão fará o resto.

(MONTESSORI, 1918)

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ANALISA

Vanessa Coutinh

p.63),

“Desde o nasci

princípio, guiados pe

por uma infinidade d

verbos que a huma

seus primeiros mome

http://www.prof2000.pt

A criança se e

estudiosos, cientista

se expressar com es

realiza algo com extr

Vanessa Coutin

buscam apontar se

forma de brincar. Nã

suficiente que saib

expressão possíveis

CAPÍTULO II

ALISAR A EVOLUÇÃO DO GRAFI

outinho cita, em seu livro Arteterapia com

ascimento, temos forte necessidade de n

s pelo instinto de sobrevivência, e com o p

de de outras razões. Expressar, comunica

umanidade busca desde seus primórdios, e

omentos”.

0.pt/users/hjco/viseuweb/gravasco/sentir.htm - 03/08

uma criança de um ano de idade

se expressa livremente quando está br

ntistas pesquisaram sobre este assunto: o br

om espontaneidade, a pessoa não está contid

m extrema vontade, afirma Read.

outinho (2013, p. 64), diz que “Existem

se o brincar seria uma forma de arte ou a

. Não entrarei nesse mérito, uma vez que co

saibamos serem ambos, o brincar e a

veis de serem utilizadas pelas crianças”.

17

RAFISMO

com crianças (2013,

e nos expressar. A

o passar do tempo,

nicar, relacionar são

s, e o bebê, desde

3/08/15 - Desenho de

tá brincando. Vários

: o brincar infantil. Ao

contida, de forma que

em discussões que

ou a arte seria uma

e considero

a arte, formas de

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18

A evolução das etapas do desenho da criança se dá de forma

semelhante para todas e independe do meio em que ela vive, da cultura,

localidade, etc. Pode ser que suas vivências venham aparecer em suas

obras de arte, porém as fases do grafismo são semelhantes.

Será relatado neste capítulo, as fases da evolução do grafismo,

mostrando as etapas de maneira simples e prática.

Para cada etapa, o indivíduo tem um jeito de decidir como será feito o

seu elemento. Não é exata a combinação entre a idade em que a criança

está e a fase do grafismo. Fazendo referência a Jean Piaget, Vasconcelos

(2001, p. 24) diz:

“Para Piaget, a forma de raciocinar e de aprender da criança passa por

estágios. Por volta do dois anos, ela evolui do estágio sensório-motor, em

que a ação envolve os órgãos sensoriais e os reflexos neurológicos básicos

(como sugar a mamadeira) e o pensamento se dá somente sobre as coisas

presentes na ação que desenvolve, para o pré-operatório”.

http://www.prof2000.pt/users/hjco/viseuweb/gravasco/sentir.htm - 03/08/15 - Desenho de

uma criança de 2 anos de idade

É um assunto que ainda precisa ser muito estudado por existir uma

enorme variação de criança para criança desenvolvendo-se cada uma a seu

jeito.

A grafia infantil tem variações de ser expressa, pois varia de acordo

com a idade em que a criança se encontra. Existem momentos em que

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esses desenhos são comuns. Para Lowenfeld (1977), existem alguns

estágios desse grafismo.

Estágios da evolução do grafismo

1º – Estágio da rabiscação – Prolongamento dos gestos:

É uma fase muito importante no desenvolvimento e formação da criança. É

preciso que o profissional responsável da educação que esteja responsável

por aquela criança, tenha o conhecimento, a formação necessária sobre o

desenvolvimento e evolução do grafismo na infância para melhor orientar o

seu aluno.

Derdyk (2003, p. 15) cita que... “Se o arte-educador da pré-escola não

possuir uma vivência prática e afetiva das linguagens expressivas, facilmente

incorrerá em erros grosseiros na avaliação daquelas garatujas e rabiscos

aparentemente inúteis”.

Viktor Lowenfeld (1977) separa a evolução do grafismo em quatro

estágios, neste primeiro é caracterizado por um traço próprio cheio de

personalidade. Esta fase se passa por volta de um ano a quatro anos de

idade, com variações, no surgimento de movimentos motores, gestos

instintivo, ação motora. Esses desenhos realizados no início da infância são

realizados com ação e gestos grandes com amplitude, utilizando as mãos, os

braços e o corpo. Momento de exploração e conhecimento do corpo. Não

são gestos organizados, acontecem sem o propósito de desenhar

determinada imagem. Elas não têm o objetivo de realizar desenhos, não tem

a intenção, fazem instintivamente. Mas se pode observar o registro no papel

e perceber a força, a cor, o traço, o movimento.

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http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/galeria-apurando-olhar-producoes-artisticas-

educacao-infantil-749246.shtml#ad-image-6- 28/07/15

São gestos que resultam em prazer, ampliando suas necessidades

motoras. Neste estágio, mais prazeroso que intencional, a criança se

expressa, libertando e demonstrando através do seu traçado seus

sentimentos, ternura, medo, agressividade.

Para a pesquisadora Rhoda Kellogg (1985), o movimento da rabiscação

da primeira infância tem um papel fundamental nos desenhos futuros. Ela

diz,

“... dos rabiscos iniciais, nascem as formas circulares, triangulares,

irregulares, a cruz e o x, denominado por ela de diagramas básicos. A cruz e

o x podem parecer simples, mas a construção das duas perpendiculares,

com horizontal/vertical ou com linhas oblíquas, é uma ação importante”.

2º – Estágio de início da figuração – Figuras reconhecíveis:

Nesta fase a criança libera uma descarga de energia natural sobre o

papel juntamente com o material que está sendo usado. Essa

experimentação pode rasgar e até furar o papel. O educador fica um pouco

preocupado e indeciso neste momento. Não se deve reprimir a criança neste

momento, isso tudo faz parte desta fase. É a fase de estimular a liberdade de

criar, oferecendo materiais de acordo com o momento.

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21

Não é correto que o profissional faça comentários e nem perguntas em

relação ao que a criança desenhou. Ela entra agora na fase da fabulação,

etapa em que a criança começa a dar nomes às suas produções. Nesta

etapa é importante entender a criança e o que ela produz. Derdyk (2003, p.

15) comenta:

“Para o educador da pré-escola, é essencial absorver a noção da

possível inter-relação e interdependência de todas as instâncias físicas,

psíquicas, emocionais, culturais, biológicas, simbólicas, enfim, de tudo o que

ocorro para o pleno desenvolvimento da criança”.

Segundo Viktor Lowenfeld (1977), este segundo estágio acontece por

volta de quatro aos sete anos de idade, que se classifica por início da

figuração. É a fase em que os rabiscos vão ficando reconhecíveis, definindo

os seus significados. Elas percebem que podem fazer uma relação entre o

desenho e o pensamento.

http://www.prof2000.pt/users/hjco/viseuweb/gravasco/sentir.htm - 03/08/15

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS- GRADUAÇÃO “LATO … · 2015-08-24 · Os desenhos infantis observados foram realizados pelos alunos em ... que trazem para as crianças são

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http://www.prof2000.pt/users/hjco/viseuweb/gravasco/sentir.htm - 03/08/15

Existe uma constante mudança nos símbolos que a criança

experimenta em seu desenho. Constantemente ela vai modificando o seu

objeto está sempre em busca de conceituar a forma ao fazê-lo, repetindo os

elementos em sua arte.

Em alguns momentos de produção artística, a criança mexe o papel,

vira a folha diversas vezes enquanto cria e fala sobre sua expressão gráfica.

O criante começa a perceber que existe uma relação entre sua obra, o

pensar e sua realidade.

Nesta fase a criança começa a representar a figura humana por um

círculo não regular e dele desenha os braços e pernas, aprimorando-o

posteriormente com mais detalhes, enriquecendo esta figura. Por conta deste

momento, esta estrutura feita nesta fase, é a base para os desenhos das

figuras humanas futuras.

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Desenho feito pelo Miguel de 4 anos- “Este é o meu amigo David”

http://avisala.org.br/index.php/assunto/tempo-didadico/ver-alem-dos-rabiscos/ 03/08/15

Lowenfeld (in FERREIRA, 2010) diz que nesta etapa a criança não

consegue demonstrar em sua criação a proporção correta dos tamanhos

reais, de acordo com a realidade. Podendo dar preferência em fazer em

tamanhos maiores aquilo que mais lhe agrada. Aparecem alguns exageros e

figuras repetidas. Suas figuras são desalinhadas e com figuras enfileiradas

não se preocupando com o espaço. Por volta dos seis anos, a criança

organiza melhor seu espaço. Já realiza desenhos de árvores, casas,

pessoas e imprime detalhes de sua cultura.

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Sobre isso, Sans (1995, p.48) afirma:

“A criança que está fantasiando em suas estórias, brincadeiras,

desenhos e, de modo geral, misturando sonho e realidade, está fazendo uso

mais intenso da inteligência e está se aproximando cada vez mais de

conquistar uma nova visão do mundo”.

Desenho feito por uma criança de apenas 5 anos – “Vovó Rosa pegando sol”

Está dentro da normalidade que a criança ainda esteja com

características da primeira fase ao pintar. Existe a evolução no desenho mas

ela ainda pinta com rabiscos.

Segundo Lowenfeld (1997), a criança usa a cor de acordo com a sua

emoção e por prazer, não se preocupa em copiar a realidade, fazendo o uso

da cor de acordo com o seu agrado, seu gosto.

3º – Estágio da figuração esquemática – Desenha o que sabe:

Acontece por volta de sete a dez anos, faz uma organização espacial

melhor em sua obra aparecendo, com mais frequência, casas, árvores,

carros, pessoas que fazem parte de sua cultura.

Algumas características desta fase, denominada simbólico-esquemática

aparecem: linha de base ou linha do chão, figura humana de frente, na linha

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do chão ficam as árvores, casas. Colore com cores reais com as vistas,

folhas verdes, sol amarelo. Utiliza também a borda da folha como linha do

“chão”. Nicolau (1995, p.14) diz sobre este momento:

“Dependendo de suas experiências emocionais, a criança

poderá usar a borda do papel como linha de base, omiti-la,

desenhá-la dupla ou curva. Outro processo de representar o

espaço é do rebatimento ou dobragem, quando os objetos são

desenhados perpendicularmente à linha de base. E há ainda outro

tipo de representação, os raios X, em que é mostrado o interior

dos objetos”.

Uma das características desta etapa é a transparência. Segundo

Lowenfeld a transparência acontece quando a criança desenha o que

aparece fora e dentro do seu modelo. Ela nos mostra o interior, por exemplo,

de um carro, uma casa, o bebê que está dentro da barriga da mamãe que

está grávida.

Nicolau (1995, p.14) diz:

“Os desenhos, as pinturas e realizações expressivas das

crianças não apenas representam seus conceitos,

percepções e sentimentos em relação ao meio, como

também possibilitam ao adulto sensível e consciente uma

melhor compreensão da criança”.

Meu sobrinho desenhou o papai, a mamãe grávida e ele.

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4º- Estágio da figuração realista – Representa o que vê:

Nesta etapa recomenda-se a usar estímulos que remetem as

experiências do cotidiano da criança, explorando o potencial criativo

incentivando-a com o uso de desafios para assim estimular sua curiosidade.

Aos dez anos de idade, a criança, produz seus desenhos com muito cuidado

e detalhes. Cabe ao professor elogiar, incentivar, dando valor à criação

artística da criança, assim haverá um progresso em suas criações havendo

mais interesse e curiosidade nas realizações de seus desenhos.

Aurora Ferreira (2012, p.47) diz que “O papel do professor é sempre

demonstrar segurança, afetividade e tranquilidade aos seus alunos”.

Este estágio é denominado por Viktor Lowenfeld (1997) por idade da

“turma”, pois percebe que a criação pode ser melhor quando se está em

grupo e não sozinha. Ela, a criança, já consegue copiar tudo que a cerca,

super-heroi, vídeo game e os desenhos dos amigos. Sobre este fato, Louis

Porcher (1982, p. 128) explica:

“O fato é que a partir desse momento, e cada vez mais (até

o fim da adolescência, na verdade, se é que ela ainda está

desenhando e pintando) a criança copia. Mas ela tem

também consciência da imperfeição das suas cópias, as

quais não conseguem, aliás, equilibrar o seu sentimento de

impotência. Ela desanima, e passa a fazer decalques.

Decepciona-se mais e mais; sente vergonha, e abandona:

é o famoso “eu não sei desenhar”.

Neste momento o professor deve incentivar a criança a explorar o seu

processo criador para realizar desenhos pessoais e não utilizar sua

criatividade realizando cópias de desenhos prontos que coopera na

destruição do seu potencial criador.

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A isso Aurora Ferreira (2012, p. 46) diz que “O desenho mimeografado,

o desenho pronto, deve ser abolido das atividades artísticas da criança, pois

sua prática interfere negativamente no desenvolvimento da criança, no

processo de percepção, no raciocínio e na criatividade”.

Aproximadamente aos 12 anos, a criança dá inicio ao uso da

perspectiva, é a etapa que termina o grafismo infantil. Ela é detalhista e

produz suas obras sem falhas, com perfeição. Começa a ficar mais crítica e

diminui a espontaneidade.

http://www.prof2000.pt/users/hjco/viseuweb/gravasco/sentir.htm - 03/08/15

Cada criança evolui em seu tempo, umas mais rápidas, outras mais

devagar e essa evolução deve ser no tempo da criança, sem acelerar a

passagem das etapas; elas são carregadas de sentimentos, emoções. A arte

que a criança faz não tem importância, o que importa é a criança.

Nancy Rabello (2014, p.58) diz:

“Acredita-se que estas etapas acontecem no desenvolvimento

infantil, independentemente de classe social ou mesmo cultural,

porém as crianças menos estimuladas permaneçam mais em

alguma etapa ou demoram em atravessar cada etapa,

diferentemente das mais estimuladas ou, ainda, crianças com

necessidades educativas também podem permanecer em uma

fase por mais tempo ou mesmo não atingir a fase que vem a

seguir, permanecendo em um determinado estágio do desenho”.

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CAPÍTULO III

FACILITAR A COMUNICAÇÃO DA CRIANÇA COM O MUNDO ATRAVÉS DO OLHAR

ARTETERAPÊUTICO

“O desenho é a maneira que as crianças têm de se

comunicar e de se posicionar no mundo”.

Nancy Rabello

A arteterapia segundo Phillippini (2000):

“... considerá-la como um processo terapêutico, que ocorre através da

utilização de modalidades expressivas diversas. As atividades artísticas

utilizadas configurarão uma produção simbólica, concretizada em inúmeras

possibilidades plásticas, diversas formas, cores, volumes, etc. Esta

materialidade permite o confronto e gradualmente a atribuição de significado às

informações provenientes de níveis muito profundos da psique, que pouco a

pouco serão apreendidos pela consciência”.

A Arteterapia possibilita a utilização de experiências e criatividades

humanas para obter o seu autoconhecimento e transformação. É a soma dos

saberes.

É necessário que se tenha um olhar variado em relação ao desenho que

a criança faz. Ao olhar o desenho infantil é possível ter variados pontos de vista,

mas o que será tratado neste capítulo é um olhar mais apurado, o olhar do

arteterapeuta. Por isso, é importante valorizar tudo o que for usado pelo criante:

o espaço da folha, a força que foi usada no desenho, as cores, tudo isso traz

uma história importante sobre a criança.

Quando se trabalha interpretando as garatujas destes pequenos artistas,

é papel do arteterapeuta, ser um mediador, levando informações para os pais e

os educadores, para que eles conheçam todo o simbolismo existente nestes

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desenhos, assim terão mais conhecimentos sobre esta criança, para que ela

melhor se relacione.

http://muletacientifica.blogspot.com.br/2015/04/tudo-sobre-arteterapia-no-combate.html -

31/07/15

Desta forma, o arteterapeuta, irá reunir imagens contidas nos desenhos

realizados pelas crianças para descobrir o que cada figura traz de informação e

simbolismo, através de diálogos com os criadores. Sabendo que nem todos os

detalhes tem algo a contar, sem necessidade de ficar decifrando todo rabisco

feito pela criança.

Nancy Rabello (2014, p.16) diz que:

“O olhar arteterapêutico nos abre possibilidades de enriquecimento, de

ajuda à criança em relação ao seu estar no mundo, além de trabalhar a sua

autoestima e se autoconhecimento. Isso poderá ocorrer caso seja realizado um

trabalho posterior à interpretação dos desenhos, sendo que a leitura dos

desenhos, por certo, irá ampliar o conhecimento que se tem das crianças,

conhecer seus desejos, seus anseios, saber de suas inseguranças e tristezas.

Isto significa visualizar o seu mundo interno, podendo transformar traçados

aflitos em traçados mais amenos, cores fortes em cores que transmitem

serenidade e harmonia, sempre partindo de um trabalho realizado com a

criança, com consentimento dos pais, o que não acontece de um dia para o

outro, fazendo parte de um processo (sendo realizado em sessões com

arteterapeutas e nunca na sala de aula). Este poderá ser um papel do

arteterapeuta na escola, um mediador entre crianças, pais e coordenação”.

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Desta maneira, o arteterapeuta consegue perceber a evolução do

grafismo da criança. Se essa evolução está de acordo com a idade em que está

e com o meio sociocultural em que vive.

https://sites.google.com/site/seourpicz/1/people-and-society/br/9/criancas-desenho-page-

46 03/08/15

Por ainda não conseguirem se expressar por palavras, por estarem em

desenvolvimento, às crianças não entendem seus sentimentos e não

conseguem identificá-los e sem perceber registra-os em seus desenhos

retratando também suas necessidades. Portanto ao desenhar, a criança, traz

para seus trabalhos importantes informações, e é papel do arteterapeuta ter

este olhar mais sensível, buscando informações e respostas para estes

possíveis problemas.

http://rosanagonzales.blogspot.com.br/2012/10/analise-de-desenho-para-o-curso-de-

pos.html - 03/08/15

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Ao desenhar, a criança, retrata em seu desenho, seus sentimentos e

necessidades. Muitas vezes sem perceber que estão deixando registrado algo

tão importante e valioso de sua vida, inconscientemente, pois ainda estão em

processo de formação e desenvolvimento. Estes rabiscos trazem mensagens

que não se tem uma total compreensão, pois vem do inconsciente da criança.

Uma simples representação ou figura comum pode nos contar algo muito

além do que parece familiar.

Ainda observamos símbolos que aparecerão nos desenhos, mas a

criança não saberá defini-los, pois são feitos de maneira inconsciente e, sem

saber como, os registram no papel. Estar consciente sobre o que desenha e o

que significa cada elemento feito só serão possíveis quando se trabalha com o

adolescente e o adulto. A criança ainda não consegue definir tais elementos. Os

adolescentes ou até mesmo as crianças mais velhas conseguem demonstrar

esses sentimentos, raiva, tristeza, etc.

http://www.prof2000.pt/users/hjco/viseuweb/gravasco/sentir.htm - 03/08/15 - Desenho

de uma criança de 11 anos.

Ao trabalhar o desenho com crianças maiores, é possível o arteterapeuta

conversar com a criança sobre a sua obra. Esta conversa possibilitará uma

possível resposta às questões em que a criança esteja passando, trazendo

informações para que o arteterapeuta oriente os pais e a escola sobre a

criança.

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Quando acontece algum problema escolar, em sala de aula, ou quando o

comportamento do aluno modifica, chamando a atenção da escola. Nesse caso,

é possível que o arteterapeuta utilize deste método, o desenho, para uma

avaliação deste comportamento aparecendo através do desenho feito pela

criança e que seja avaliado e analisado pelo profissional da arteterapia.

Rabello (2014, p. 18) diz que...

“Entendendo o valor do desenho, passará a observar os detalhes,

as cores, os temas abordados, dando ao desenho o valor que

deve ser dado a esta via de expressão usada pelas crianças. Mas,

cabe ressaltar que esta atitude deve ser um estudo e não a uma

atitude impensada, procurando símbolos,onde não há, criando

situações e análise inadequadas e, portanto, devem ser

assessoradas e supervisionadas por arteterapeutas capacitadas

para esta atividade na escola. Devemos usar o bom senso de

deixar a criança criar e desenhar, sem estarmos sempre buscando

analisar o seu fazer”.

O arteterapeuta pode, neste caso, colaborar com os professores e

coordenadores a observar os desenhos dos seus alunos e ver como é o

pensamento, personalidade, como age o aluno que ele orienta e é responsável.

Rabello (2014, p. 19) afirma que,

“O olhar que vamos utilizar não é muito diferente do que acontece ao

irmos admirar uma obra de arte. Até porque, os desenhos podem e

devem ser considerados como obra de arte. É um olhar que busca

descobrir o que está contido nas linhas, no colorido, na harmonia da

representação e, para melhor compreensão destes desenhos, deixar que

o nosso eu interior fale, assim como o olhar da intuição, além dos nossos

conhecimentos teóricos”.

Dentro do universo da arteterapia existem diversos tipos de materiais a

serem utilizados de acordo com a necessidade de cada indivíduo em cada

momento vivido. Mas o desenho é uma ferramenta importantíssima e

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fundamental para o trabalho e sondagem do arteterapeuta. É preciso ter um

olhar sensível e sutil, com atenção e cuidado. Buscando o que está entre as

linhas, o que não é perceptível.

O que deve ser valorizado no desenho do criante é o conteúdo da

mensagem com histórias de sua vida e não se ele desenha bem, não julgar pela

estética do grafismo, pela beleza.

Jung dizia que encontramos no desenho muitos símbolos do nosso

inconsciente. É comum usar o desenho como ferramenta para realizar o

trabalho do arteterapeuta trazendo informações e representações simbólicas do

inconsciente.

http://respostacarioca.com.br/grande-exposicao-2aparte/ 03/08/15

Segundo Nancy Rabello,

“... os símbolos são fenômenos naturais, trazendo significados

subjacentes. Os símbolos vão além do que se vê, são inseparáveis para quem

os desenha ou os sonha ou os pinta, ou escreve”.

Faz-se necessário conhecer um pouco da história da pessoa antes de

observar e analisar o seu desenho, pois um mesmo símbolo não significa a

mesma coisa para duas pessoas, tendo significado único dentro de cada

história de vida.

A criança precisa ter momentos para realizar os seus desenhos livre,

para que possa se expressar com criatividade e liberdade. Não utilizando de

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desenhos prontos, pois os mesmos não acrescentam nada no desenvolvimento

da criança e nem possibilita obter conhecimentos gráficos das crianças.

Estimular sempre o desenho de forma livre, com esses desenhos pode

se conhecer um pouco mais da vida da criança observada, sem que ela se sinta

incomodada ou invadida. Através de uma conversa simples com a criança, o

arteterapeuta analisa este desenho.

A cor está presente em nosso dia a dia e em tudo que nos cerca. Para

analisar um desenho infantil através do uso das cores é preciso ver em que

frequência à cor é usada e em quais locais, para que seja possível adquirir

afirmações.

Para um arteterapeuta analisar um desenho deve-se observar todos os

detalhes, as cores e suas nuances, seus contrastes e o uso de uma só cor em

um mesmo trabalho. Mas para observar e tentar “interpretar” todos esses

pormenores o profissional deve ter um bom conhecimento teórico.

https://sites.google.com/site/seourpicz/1/people-and-society/br/9/criancas-desenho-

page-46 03/08/15

Cada cor nos remete a um sentimento, amor, carinho, raiva, alegria,

entre outros.

A cor por si só não nos afirma informações em relação à vida da criança,

ela nos indica algo.

“Como arteterapeutas, devemos abrir nosso olhar, buscar as

simbologias e as relacionar, assim como usar da nossa intuição e do

nosso conhecimento, conhecer quem desenha olhar mais de uma

produção daquela criança e ver o que é constante e o que se repete. Se

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a criança usa cores de acordo com o mundo que vê e percebe ou se usa

da imaginação, ou se faz desenhos ou pinturas estereotipados, se as

cores que usa são sempre as mesmas, ou se usa uma gama de cores

nas suas pinturas e desenhos”. Nancy Rabello (2014)

Não pode se dizer que uma cor é boa ou ruim, positiva ou negativa,

tentando analisar o desenho e a cor utilizada pela criança em um único

desenho, sem nenhum histórico antes, é um equívoco. Até porque existem

tantas cores usadas ou não em um mesmo desenho.

Em alguns casos, algumas crianças utilizam uma única cor em seus

desenhos, deve-se tomar cuidado pra não rotular a criança antes de investigar o

porquê desta escolha, é preciso investigar. Será que não possuía outras cores

disponíveis? O olhar cuidadoso e investigativo do arteterapeuta de entrar em

cena neste momento.

Rabello (2014) afirma que

“... cada desenho nos diz algo, mas sempre deve ser dentro de um

contexto. Nunca isolado”.

http://respostacarioca.com.br/grande-exposicao-2aparte/ 03/08/15

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CONCLUSÃO

Foi observado, neste trabalho, a importância do desenho infantil, o

estímulo que deve ser dado à criança em se expressar e estimular sua

criatividade. A utilização do desenho infantil e sua prática rotineira nas salas de

aula e escolas como ferramenta de investigação em alguns casos de

comportamentos indevidos dos alunos têm ajudado os responsáveis,

coordenadores e professores a entenderem melhor esse indivíduo.

Para que essa “investigação” seja bem feita, é preciso que a criança se

sinta confortável e confiante em se expressar. Não se deve bloquear esse fazer

tão simples e divertido para as crianças. Desenhar livremente é tão prazeroso

quanto brincar e isso acontece de forma espontânea, sem forçar ou obrigar a

criança em fazer. Ela tem que ser estimulada e não pressionada.

Foi observado que algumas crianças, na educação infantil, têm alguns

medos em desenhar, em se expressar graficamente. Elas se rotulam dizendo

que não sabem desenhar, tem receio do julgamento dos adultos e dos seus

próprios amigos. Tem medo do julgamento estético.

Pode-se dizer que o desenho é um meio de se expressarem por formas,

linhas e cores. Transformando a imaginação em traços, passando por estágios,

que acontece paralelamente com o crescimento e com todo o desenvolvimento

da criança.

Vygotsky (1991, p. 95) diz que: “A aprendizagem e o desenvolvimento

estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da criança”.

O professor responsável, precisa obter conhecimentos sobre esta

evolução do grafismo e observar se sua criança, ao qual ele é responsável, está

de acordo com o desenho que produz, sabendo também que existe uma

flexibilidade nesta evolução; cada criança evolui a seu tempo.

Os pais, professores de pré-escola, os coordenadores e os

arteterapeutas devem entender e conhecer o valor destas obras de artes feitas

por nossas crianças e a importância que esses desenhos possuem na vida

delas. Esse material riquíssimo nos ajuda a ter um olhar diferente, um olhar

mais exato e sensível em relação à criança que o cria.

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Com o tempo a criança vai perdendo a sensibilidade, por conta de tantas

exigências e valorizações desnecessárias neste momento da infância. Deve-se

ter um equilíbrio da parte do adulto para não criticar tanto.

O arteterapeuta colabora nesta observação e prática constante deste

fazer, não podendo ser feita de qualquer maneira e por qualquer pessoa.

“O que a Arte na Escola principalmente pretende é formar o conhecedor,

fruidor, decodificador da obra de arte. Uma sociedade só é artisticamente

desenvolvida quando ao lado de uma produção artística de alta qualidade há

também uma alta capacidade de entendimento desta produção pelo público”.

Ana Mae Barbosa (1991, p. 13)

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VYGOSTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Editora Martins

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Compreensão do desenho infantil 10

CAPÍTULO II – Analisar a evolução do grafismo 17

Estágios da evolução do grafismo

1° - Estágio da rabiscação – Prolongamento dos gestos 19

2° - Estágio de início da figuração – Figuras reconhecíveis 20

3° - Estágio da figuração esquemática – Desenha o que sabe 24

4° - Estágio da figuração realista – Representa o que vê 26

CAPÍTULO III – Facilitar a comunicação da criança com o mundo

através do olhar arteterapêutico 29

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 41