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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM AS EMPRESAS DO RIO DE JANEIRO E O PERÍODO DE PAYBACK Por: Rodrigo Silva de Paula Orientador Prof.ª Ana Cláudia Morrissy Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

AS EMPRESAS DO RIO DE JANEIRO E O PERÍODO DE

PAYBACK

Por: Rodrigo Silva de Paula

Orientador

Prof.ª Ana Cláudia Morrissy

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

AS EMPRESAS DO RIO DE JANEIRO E O PERÍODO DE

PAYBACK

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Finanças e

Gestão Corporativa.

Por: Rodrigo Silva de Paula.

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AGRADECIMENTOS

... aos amigos e parentes, professores,

colegas de classe e a todos que me

ajudaram na construção deste.

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DEDICATÓRIA

...dedico este estudo a meu pai José,

minha mãe Suely e a meus irmãos e

amigos que me apoiaram durante toda a

duração do curso.

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RESUMO

O texto a seguir tem por objetivo relacionar o uso do período do payback

em vista as em presas do Estado do Rio de Janeiro. Onde é colocada a

importância de tal ferramenta no processo de formação de opinião sobre

projetos a serem postos em prática.

Além disso, discorre sobre a história da industrialização no País,

principalmente a do Estado do Rio de Janeiro, suas etapas e principais

lideranças. Além de analisar a ferramenta em questão: O período de Payback,

e seus principais formatos, simples e descontado.

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METODOLOGIA

A metodologia aplicada a essa obra foi de pesquisa bibliográfica, através

de livros, revistas, trabalhos acadêmicos e sites de internet. Foram recolhidos

dados e informações que se mostraram relevantes ao conteúdo proposto no

plano de pesquisa.

Este trabalho só foi possível através da liberação de material pelas

bibliotecas da Marinha do Brasil e da Universidade Cândido Mendes, onde

pude me aprofundar sobre o assunto e transforma-los em dados.

Contudo a inserção de informações foi feita de modo a que tenham

sentido e proporcionem uma boa leitura.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Industrialização no Brasil 09

CAPÍTULO II - A Industrialização no Rio de Janeiro 15

CAPÍTULO III – Projetos de Investimento 17

CAPÍTULO IV – Perfil dos Investidores 19

CAPÍTULO V – Riscos no Investimento 20

CAPÍTULO VI – Métodos para análise de investimentos 25

CAPÍTULO VII – Payback 27

CONCLUSÃO 30

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31

ÍNDICE 33

FOLHA DE AVALIAÇÃO 34

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INTRODUÇÃO

Quem tem algum bem - seja uma ferramenta, seja capital - pode dispor

dele a qualquer momento, caso dele necessite.

Ao emprestar um bem, o proprietário estará se privando daquele bem

durante o tempo que durar o empréstimo, ou até que ele (o proprietário)

recupere a posse do bem em questão.

Retomar a posse do bem significa ter de novo o bem, nas mesmas

condições que o bem apresentava antes do empréstimo, ou mantendo as

mesmas funcionalidades ou capacidades.

Outro pressuposto é que o bem retornará à posse de seu proprietário

após decorrido um determinado prazo, o qual, preferencialmente, será

acertado entre as partes (emprestador e tomador do empréstimo).

Seja pela privação da posse, seja pelo risco que o emprestador corre de

perder em definitivo a posse do bem; ou, ainda, seja pelo benefício da

posse, o qual é usufruído temporariamente pelo tomador do empréstimo,

seja em reconhecimento disso, é usual que se devolva, no empréstimo, o

que foi emprestado mais um valor denominado juro, que seria como um

“aluguel” daquele bem ou capital.

Ora, intuitivamente pode-se supor que um empréstimo mais demorado

acarrete uma remuneração ou retribuição mais alta. Ao imaginar que o que

foi emprestado está sendo devolvido, o emprestador estará repondo seu

capital em determinado prazo. Esse prazo é referido como tempo em que o

projeto de investimento se paga, ou, no idioma inglês, payback period, ou

simplesmente payback

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DESENVOLVIMENTO 1 – A INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL As indústrias no Brasil se desenvolveram a partir de mudanças

estruturais de caráter econômico, social e político, que ocorreram

principalmente nos últimos trinta anos do século XIX. Muitos cafeicultores

passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a exportação do café, no

estabelecimento de indústrias, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro.

Eram fábricas de tecidos, calçados e outros produtos de fabricação mais

simples. A mão-de-obra usada nestas fábricas era, na maioria, formada por

imigrantes italianos.

No início do século XX, a industrialização brasileira ainda era incipiente,

era mais vantajoso investir no café, por exemplo, do que na indústria. Com a

crise de 1929, o rumo da economia brasileira muda. Com a subida ao poder de

Vargas, emerge o pensamento urbano industrial, na chamada era Vargas, o

processo de industrialização é impulsionado, com base nas políticas de caráter

keynesiano. O intervencionismo estatal na economia é cada vez maior, criam-

se empresas estatais como CVRD, Petrobrás, Eletrobrás, etc., com o objetivo

de industrializar o país.

Foi nos momentos de crise - tais como a Primeira Guerra Mundial (1914-

18), a crise econômica de 1929 e a Segunda Guerra Mundial (1939-45) - que o

processo de industrialização do Brasil teve seus períodos de maior impulso.

Nesses momentos havia dificuldades para exportar o café (que deixava de ser

um negócio tão atraente) e também para importar os bens industrializados, que

já eram bastante consumidos. Tais fatos tornavam interessante - e atraente -

investir capitais na indústria, principalmente na indústria leve, isto é, de bens

de consumo duráveis (como a indústria têxtil, a de vestuário, de móveis, gráfica

etc.) e não-duráveis (como a de bebidas, de alimentos e outras).

O conjunto de mudanças aconteceu especialmente nas relações de

trabalho, com a expansão do emprego remunerado que resultou em aumento

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do consumo de mercadorias, a abolição do trabalho escravo e o ingresso de

estrangeiros no Brasil como Italianos, Alemães, Japoneses dentre muitas

outras nacionalidades, que vieram para compor a mão-de-obra, além de

contribuir no povoamento do país como ocorreu na região sul. Um dos maiores

acontecimentos no campo político foi a proclamação da República, diante

desses acontecimentos históricos o processo industrial brasileiro passou por

quatro etapas.

• Primeira etapa: essa ocorreu entre 1500 e 1808 quando o país ainda era

colônia, dessa forma a metrópole não aceitava a implantação de indústrias,

salvo em casos especiais como os engenhos, e produção em regime

artesanal.

• Segunda etapa: corresponde a uma fase que se desenvolveu entre 1808 a

1930, que ficou marcada pela chegada da família real portuguesa em 1808.

Nesse período foi concedida a permissão para a implantação de indústria no

país a partir de vários requisitos, dentre muitos, a criação, em 1828, de um

tributo com taxas de 15% para mercadorias importadas e, em 1844, a taxa

tributária foi para 60%, denominada de tarifa Alves Branco. Outro fator

determinante nesse sentido foi o declínio do café, momento em que muitos

fazendeiros deixaram as atividades do campo e, com seus recursos, entraram

no setor industrial que prometia grandes perspectivas de prosperidade, as

primeiras empresas limitavam-se à produção de alimentos, têxtil, além de velas

e sabão, em suma tratava-se de produtos sem grandes tecnologias

empregadas.

• Terceira etapa: período que ocorreu entre 1930 e 1955, momento em que a

indústria recebeu muitos investimentos dos ex-cafeicultores e também em

logística, ou seja, construção de vias de circulação de mercadorias, matérias-

primas e pessoas, isso proveniente das evoluções nos meios de transporte que

facilitou a distribuição de produtos para várias regiões do país, muitas ferrovias

que anteriormente transportavam café, nessa etapa passaram a servir os

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interesses industriais. Foi instalada no país a Companhia Siderúrgica Nacional,

construída entre os anos de 1942 e 1947, empresa de extrema importância no

sistema produtivo industrial, uma vez que abastecia as indústrias com matéria-

prima, principalmente metais. No ano de 1953, foi instituída uma das mais

promissoras empresas estatais: a PETROBRAS.

• Quarta etapa: teve início em 1955, e segue até os dias de hoje. Essa fase foi

promovida inicialmente pelo presidente Juscelino Kubitschek que promoveu a

abertura da economia e das fronteiras produtivas, permitindo a entrada de

recursos em forma de empréstimos e também em investimentos com a

instalação de empresas multinacionais. Com o ingresso dos militares no

governo do país, no ano de 1964, as medidas produtivas tiveram novos rumos,

dentre muitos a intensificação da entrada de empresas e capitais de origem

estrangeira comprometendo o crescimento autônomo do país, isso resultou no

incremento da dependência econômica, industrial e tecnológica em relação

aos países de economias consolidadas. No fim do século XX houve um

razoável crescimento econômico no país, promovendo uma melhoria na

qualidade de vida da população brasileira, além de maior acesso ao consumo,

proporcionou também a estabilidade da moeda, além de outros fatores que

foram determinantes para o progresso gradativo do país.

1.1 - Era Vargas e desenvolvimento industrial

Foi durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) que a

indústria brasileira ganhou um grande impulso. Vargas teve como objetivo

principal efetivar a industrialização do país, privilegiando as indústrias

nacionais, para não deixar o Brasil cair na dependência externa. Com leis

voltadas para a regulamentação do mercado de trabalho, medidas

protecionistas e investimentos em infra-estrutura, a indústria nacional cresceu

significativamente nas décadas de 1930-40. Porém, este desenvolvimento

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continuou restrito aos grandes centros urbanos da região sudeste, provocando

uma grande disparidade regional.

A Revolução de 1930, com Getúlio Vargas, operou uma mudança

decisiva no plano da política interna, afastando do poder do estado oligarquias

tradicionais que representavam os interesses agrários-comerciais. Getúlio

Vargas adotou uma política industrializante, a substituição de mão-de-obra

imigrante pela nacional. Essa mão-de-obra era formada no Rio de Janeiro e

São Paulo em função do êxodo rural (decadência cafeeira) e movimentos

migratórios de nordestinos.

Durante este período, a indústria também se beneficiou com o final da

Segunda Guerra Mundial (1939-45), pois, os países europeus, estavam com

suas indústrias arrasadas, necessitando importar produtos industrializados de

outros países, entre eles o Brasil.

Com a criação da Petrobrás (1953), ocorreu um grande

desenvolvimento das indústrias ligadas à produção de gêneros derivados do

petróleo (borracha sintética, tintas, plásticos, fertilizantes, etc.).

1.2 - Período JK

Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) o

desenvolvimento industrial brasileiro ganhou novos rumos e feições. JK abriu a

economia para o capital internacional, atraindo indústrias multinacionais. Foi

durante este período que ocorreu a instalação de montadoras de veículos

internacionais (Ford, General Motors, Volkswagen e Willys) em território

brasileiro.

No governo de JK, se dá a abertura ao capital internacional,

representado pelas empresas multinacionais e pelos enormes empréstimos

para o estabelecimento de infra estrutura e de grandes obras como a

construção da capital federal no centro do país, no planalto central, Brasília.

Durante a ditadura militar, o Plano de metas de JK é continuado,

grandes projetos são estabelecidos, a economia do país chega a tornar-se a

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oitava do mundo. Durante o chamado milagre brasileiro (1968-1973), a

economia brasileira passa a ser uma das que mais cresce essa festa toda só é

parada em decorrência da Crise do petróleo, que se dá a partir de 1973.

No Brasil, a chegada das empresas multinacionais se deu,

principalmente a partir do governo de JK, que abriu a economia nacional ao

capital internacional proporcionando grande internacionalização da economia,

por outro lado também beneficiaram multinacionais como, por exemplo, na

opção pela via rodoviarista de transportes para o Brasil, que naquele momento

atraiu várias multinacionais produtoras de automóveis, mas que condenou os

brasileiros a pagarem os custos mais elevados desse tipo de transporte.

Ao lado dos problemas internos gerados pelo modelo de

industrialização, outro se apresentou, e este com maior peso: a penetração e

consolidação das empresas multinacionais. Desde Juscelino (Plano de Metas),

a instalação de multinacionais no Brasil foi maciça. A partir de então, os

setores fundamentais da indústria foram passando para o controle estrangeiro.

Segundo Gabriel Cohn, o controle externo das indústrias automobilísticas, de

cigarro e de eletricidade variou em torno de 80% a 90%. Nas indústrias

farmacêutica e mecânica, a proporção foi de 70%.

O resultado principal dessa nova conjuntura foi a minimização da

importância da burguesia nacional, que passou para o plano secundário,

muitas vezes como sócio menor das grandes corporações internacionais. Isso

significa que os postos de comando de tais indústrias estavam em mãos de

indivíduos diretamente designados pela direção da matriz estrangeira, ou seja,

os centros de decisões se encontravam fora do país. Essa situação levou ao

inevitável agravamento do desequilíbrio no Balanço de Pagamentos: a

remessa de lucros para o exterior, além dos pagamentos pelo uso de marcas e

patentes (royalties) e da importação de maquinaria, superou rapidamente o

capital que as multinacionais inicialmente investiram.

Naturalmente, as contradições engendradas pelo modelo de

desenvolvimento da industrialização adotado na década de 1950 expressaram-

se através do aguçamento das lutas sociais e políticas. A presença do

capitalismo internacional e o seu papel cada vez mais decisivo no controle de

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nossa economia tiveram, por seu turno, uma importância certamente não

desprezível no desfecho da luta. O movimento militar de 1964 teve aí suas

raízes e as suas razões.

1.3 - Últimas décadas do século XX

Nas décadas 70, 80 e 90, a industrialização do Brasil continuou a

crescer, embora, em alguns momentos de crise econômica, ela tenha

estagnado. Atualmente o Brasil possui uma boa base industrial, produzindo

diversos produtos como, por exemplo, automóveis, máquinas, roupas, aviões,

equipamentos, produtos alimentícios industrializados, eletrodomésticos, etc.

Apesar disso, a indústria nacional ainda é dependente, em alguns setores,

(informática, por exemplo) de tecnologia externa.

Após um período de inflação ascendente, foi lançado em 28 de fevereiro

de 1986 pelo Governo Sarney o Plano Cruzado, que embora tivesse objetivos

implícitos eleitorais, foi caracterizado por uma tentativa de promover o

crescimento da produção econômica brasileira sem passar pela penosa

austeridade fiscal e monetária que seria a marca registrada do Plano Real, em

1994. No entanto, a proteção alfandegária que existia na época, que restringia

as importações e o desbastecimento principalmente de produtos de primeira

necessidade promovido por setores oligopolizados da economia condenaram o

plano econômico ao fracasso, não obstante sua política de manter o câmbio

congelado e a taxa real de juros baixa fizesse o PIB conhecer uma bolha de

consumo interna sem precedentes na sua história.

O ajuste das contas públicas pós-Plano Real, e a adoção de medidas

tanto políticas como jurídicas de apoio à micro e pequena indústria, bem como

a entrada de capital estrangeiro atraído pelos programas de privatizações de

estatais, tornaram o investimento do capital de risco no setor industrial

atraente.

Também contribuíram para isso a desejada estabilidade nas regras que

regiam a economia nos oito anos do mandato que Fernando Henrique Cardoso

exerceu a Presidência da República (1994-2002), e a decisão do seu sucessor,

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Luiz Inácio Lula da Silva, reeleito em 2006, de manter as mesmas regras, não

obstante as divergências ideológicas de alguns grupos internos ao seu partido.

2 – A INDUSTRIALIZAÇÃO NO RIO DE JANEIRO A região que ocupa atualmente a cidade do Rio de Janeiro foi

descoberta no dia 1º de janeiro de 1502 por uma expedição portuguesa

comandada por Gaspar de Lemos, que acreditou ter chegado à

desembocadura de um grande rio, assim, batizou a baía com o nome de Rio

de Janeiro. Contudo, foram os franceses que primeiro se estabeleceram na

região e competiam com os portugueses no comércio madeireiro. Os

portugueses estabeleceram serrarias naquela localidade e, em resposta à

ameaça da presença portuguesa, os franceses trouxeram colonos para habitar

e explorar o lugar, em 1555. Depois de anos de luta os franceses foram

expulsos.

Como resposta às intenções francesas, no dia 1º de março de 1565,

Estácio de Sá funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. A cidade

possuía ruas irregulares e estilo português medieval. A expulsão definitiva dos

franceses ocorreu em 1567.

Devido à posição estratégica da cidade na Baía de Guanabara, desenvolveu-

se ali uma zona portuária e comercial (madeira, pesca e cana-de-açúcar),

desta forma, a população também aumentou. Em 1660, a população daquela

cidade contava com 6000 índios, 750 portugueses e 100 negros.

No fim do século XVII e início do século XVIII, a descoberta de metais,

especialmente ouro, em Minas Gerais, fez com que o Rio de Janeiro se

transformasse numa ponte entre as minas e a Europa.

No final do século XVIII, a cidade foi abalada por uma crise econômica,

as minas já não produziam tanto e havia outros países sul-americanos que

competiam com o Brasil na produção de cana-de-açúcar. Contudo, o cultivo do

café, a chegada da família real, em 1808, e o conseqüente translado do

governo português para a colônia deram um novo alento à economia da

cidade. Nesta época, a realeza construiu igrejas e palácios. Na segunda

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metade do século XIX, a instalação de vias férreas trouxe um novo impulso à

produção agrícola e de café, começavam a aparecer as primeiras indústrias no

centro da cidade, a iluminação a gás e circulavam transportes com tração

animal.

A cidade havia crescido bastante, no final do século XIX, contava com

800.000 habitantes e os problemas sanitários, de emprego, habitacionais e as

constantes epidemias de varíola, tuberculose e febre amarela castigavam a

então capital do Brasil. Em 1903, Francisco Pereira passos tornou-se prefeito

da cidade. Durante sua administração foram criadas avenidas e parques e

também um novo porto, casas sem condições adequadas de higiene foram

demolidas levando a população pobre a viver nos subúrbios.

A cidade do Rio de Janeiro conheceu seu maior esplendor entre 1920 e

1950, quando pessoas do mundo inteiro vinham atraídas pela sua imagem

romântica, seus cassinos e suas belezas naturais. Em 1960, deixou de ser

capital do país.

2.1- CLASSIFICAÇÃO DAS INDÚSTRIAS

As indústrias podem ser classificadas com bases em vários critérios, em

geral o mais utilizado é o que leva em consideração o tipo e destino do bem

produzido:

Indústrias de base: são aquelas que produzem bens que dão a base

para o funcionamento de outras indústrias, ou seja, as chamadas matérias

primas indústrias ou insumos industriais, como o aço. As indústrias de bens de

produção são divididas em duas vertentes: as extrativas e as de bem de

capital.

Indústrias extrativas: são as que extraem matéria-prima da natureza

(vegetal, animal e mineral) sem que ocorra alteração significativa nas suas

propriedades elementares. Exemplos: indústria madeireira, produção mineral,

extração de petróleo e carvão mineral.

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Indústrias de equipamentos – são responsáveis pela transformação de

bens naturais ou semimanufaturados para a estruturação das indústrias de

bens intermediários e de bens de consumo. Exemplos: siderurgia,

petroquímica, etc.

Indústrias de bens de capital ou intermediárias: caracterizam-se pelo

fornecimento de produtos beneficiados, aquelas que produzem equipamentos

necessários para o funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas.

Indústrias de bens de consumo: são aquelas que produzem bens para o

consumidor final, a população comum, elas subdividem-se em:

a) Bens duráveis: as que produzem bens para consumo a longo prazo,

mercadorias não perecíveis como: automóveis, móveis comerciais, material

elétrico, eletroeletrônicos, etc.

b) Bens não duráveis: as que produzem bens para consumo em geral

imediato, de primeira necessidade e de consumo generalizado, ou seja,

produtos perecíveis como as de alimentos, têxtil, de vestuário, remédios,

cosméticos, etc.

3 - PROJETOS DE INVESTIMENTO

O sistema financeiro presta três serviços importantes aos poupadores e investidores: compartilhamento de risco, liquidez e informações. Esses serviços motivam ambos a usar o sistema financeiro para efetuar a transferência de recursos. O sistema financeiro presta o serviço de compartilhamento de risco ao permitir que os poupadores diversifiquem seu portfólio de ativos. Muitos poupadores podem preferir ter um retorno médio de seus ativos mais baixos e evitar flutuações elevadas em seu fluxo de recebimentos. (Hillbrecht 1999, p.20)

Os projetos empresariais são importantes no mundo e estabelecer o

melhor projeto a ser implementado em um determinado país é uma tarefa

complexa que envolve um número significativo de variáveis.

Existem várias formas de projetos empresariais: expansão de uma

unidade de negócios, joint ventures (acordos comerciais), governança

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corporativa (Silveira, 2004; Silveira e Barros, 2006), parcerias público-privadas

(Pestana, 2006), novos produtos ou serviços, criação de novas plantas, nova

tecnologia, projetos de impacto e preservação ambiental, entre outros tantos.

O ponto chave no processo de rating de crédito está no poder dos

fatores discriminatórios selecionados. Fatores discriminatórios são razões

financeiras que servem melhor para descrever a saúde financeira da empresa

e permitem uma indicação antecipada de eventos adversos. Estes fatores

discriminatórios são ramificações da modelagem do fluxo de caixa da empresa.

É neste processo que os riscos do projeto identificados e quantificados serão

trasladados dentro das mudanças de rating de crédito. Notando que quando

um investidor decide investir em um projeto a certo nível de risco, ele também

quer aperfeiçoar seu nível de compromisso com respeito a um patrimônio

otimizado da empresa.

Investidores estratégicos e institucionais, desenvolvedores, bancos e

outros investidores são atraídos a investir em projetos empresariais em

diferentes graus e com diferentes objetivos em diferentes estágios do ciclo de

vida do projeto. Suas decisões de investimento dependeram da exposição ao

risco que não pode ser influenciado por eles mesmos.

Os projetos empresariais estão submetidos a diferentes tipos de riscos,

por exemplo: riscos políticos, risco legal, riscos de mercado ou financeiro e

risco operacional.

É inerente às empresas procurar sempre uma estrutura de capital ótima,

de tal forma que sejam minimizados ao mesmo tempo os custos e os riscos.

De acordo com Modigliani e Miller (1958) as mudanças na estrutura de

capital não alteram o valor de uma empresa. Ou seja, o valor da empresa é

sempre o mesmo, qualquer que seja a estrutura de capital, nenhuma estrutura

de capital é melhor ou pior do que qualquer outra para os acionistas da

empresa (Ross et al., 1995). Sendo que a estrutura de capital indica as

proporções de financiamento com capital próprio e capital de terceiros de curto

e de longo prazo (Ross et al., 1995 e Barros, 2005).

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Sendo assim, a determinação da estrutura de capital da empresa passa

a ser uma área importante de tomada de decisão em investimentos de capital

(Okimura et al. 2007).

4 - PERFIL DOS INVESTIDORES

Os investidores podem ser divididos em três categorias: conservadores,

moderados e arrojados. Estas categorias se baseiam no grau de aversão ao

risco que eles têm.

• Conservador: É avesso ao risco. Sente-se desconfortável com

oscilações de preços, não suporta ver seu patrimônio diminuir. Abre

mão de rentabilidade em troca de tranqüilidade. Suas reações são mais

emocionais que racionais. Em geral tem pouca informação sobre o

mercado.

• Moderado: Tolera certo volume de risco. Aceita flutuação de preços, em

troca de ganho compensador. Não se expõe a grandes riscos. Tem

razoável conhecimento do mercado, usando mais a razão nas decisões.

• Arrojado: Esse é o investidor típico de renda variável, pois aceita

grande quantidade de risco, inclusive de perdas de capital - perder

patrimônio. É movido pelas perspectivas futuras e expectativas de

retornos acima da média. Tem grande conhecimento do mercado e

acesso a informações, além de consultores. Acompanha ativamente

seus investimentos, é ágil e racional na sua administração. Em geral é

jovem.

No Brasil, os níveis de preços têm sido crescentes ou inflacionários. Não se

conhece na história econômica brasileira recente um período de tempo

razoável em que os preços estivessem estabilizados, sem um risco iminente de

descontrole. Assim, a projeção dos fluxos de caixa deve considerar planos com

níveis médios de preços ou projeções e estudos de casos de investimentos em

moeda forte (IGP, dólar, etc.). No entanto, esses planos, apesar de serem úteis

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como ferramentas, possuem inúmeras limitações. A principal delas é que todos

os índices, embora até possam representar os reflexos inflacionários de um

segmento específico (construção civil, por exemplo), são sempre

calculados pela média e, quando aplicados a problemas específicos, podem

não refletir a exata medida que se pretende dar ao objeto em análise, com

efeito direto sobre os valores projetados.

Nas decisões referentes aos projetos de investimentos, o empresário

precisa considerar não apenas as possíveis conseqüências da inflação sobre

os fluxos de caixa, mas também os efeitos de uma tendência de longo prazo

nas receitas e despesas (BIERMAN JR. e SMIDT, 1975). Além disso, deve

estar consciente de que diferentes fatores reagem de forma distinta às

condições inflacionárias.

5 - RISCOS NO INVESTIMENTO Os riscos são normalmente analisados pelo ponto de vista especifico

dos investidores, sendo que um mesmo risco pode afetar diferentes

investidores diferentemente, dependendo da descrição dos riscos

estabelecidos em contrato e do respectivo modelo de fluxo de caixa do projeto.

Portanto, os riscos podem afetar diferentemente os investidores, induzindo a

diferentes decisões de investimento.

5.1 - Os tipos de risco dos Investimentos:

Risco de Mercado: é o risco global do mercado resultante de: •

Alteração na taxa de juros; • Divulgação de indicadores econômicos: inflação,

crescimento, poupança, confiança do consumidor; • Crise política, escândalos,

denuncia; • Crises financeiras ou bancárias, nacionais ou internacionais; •

Guerras, revolução, atentados terroristas; • Grandes oscilações nos mercados

internacionais; • Mudanças de ordem política, alteração de ministérios

importantes; • Alteração nas alíquotas de imposto pelo governo; • Aceitação

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pelo mercado de colocação de títulos públicos; • Classificação do risco do país

pelos organismos internacionais; • Resultados de pesquisas de intenção de

votos em períodos eleitorais. Decorre de movimentos nos preços ou nas taxas

de juros dos ativos que compõem a posição/portfólio. Também se enquadra

nesta categoria o risco cambial, País e sistêmico.

Só se verifica quando o ativo é negociado antes do seu vencimento, pois

a liquidação no vencimento é feita pelo valor par (valor do contrato).

Os impactos com movimentos de taxas variam:

• ativos em taxas pré fixadas: sofrem desvalorização com a elevação da

taxa de juros e apresentam valorização com a queda.

• ativos com taxas flutuantes ou pós fixadas:

a) sem deságio: não impacta no preço do ativo, apenas no nível do

rendimento.

b) com deságio: o deságio segue as regras dos ativos com taxas pré fixadas.

O risco de Mercado é medido pelo descolamento em relação a um

benchmark (referencial).

Risco de Liquidez: decorre da facilidade / dificuldade com que pode

converter um ativo em dinheiro vivo, pelo valor de mercado a qualquer

momento, antes do seu vencimento.

Neste quesito, os investimentos podem ser:

• com liquidez garantida: fundos de investimento, poupança, títulos

públicos, CDB-DI.

• não tem liquidez antes do vencimento ou carência: fundos de capital

garantido, títulos de capitalização, previdência, RDB.

• dependem de achar um comprador: ações no mercado à vista,

debêntures, imóveis, CDB, L.C., L.H.

Risco de Crédito: Risco de crédito se refere a uma possível incapacidade

da instituição financeira, responsável pela emissão de ativos financeiros

usados em investimentos, de honrar seus compromissos financeiros

assumidos com os investidores. Essa situação pode ser causada por

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problemas financeiros oriundos de uma má administração ou gestão,

dificuldades com planos econômicos, etc.

Decorre de uma obrigação de resgate / liquidação, que não seja honrada

pela respectiva contraparte (a empresa emitente, ou o Banco) - quando ocorre

um default.

Risco Operacional: decorre da falta de consistência e adequação dos

sistemas, processamento de operações, bem como de falhas nos controles

internos, fraudes ou qualquer evento deste tipo.

Risco Legal: decorre do potencial questionamento jurídico na execução

dos contratos. Esta categoria de risco deve ser mensurada para investimentos

que envolvam contratos específicos e os taylor made.

Risco de Negócio: pode ser definido como a incerteza inerente às

projecções do resultado operacional, ou seja, o resultado antes de impostos e

encargos financeiros (resultado económico de exploração).

O risco de negócio varia de empresa para empresa e altera-se com o

decorrer do tempo. Depende de vários factores, como sejam:

1. Instabilidade da procura: quanto maior for a estabilidade da procura menor

será o risco do negócio;

2. Volatilidade do preço: quanto maior for a variabilidade do preço maior será o

risco;

3. Volatilidade dos custos dos factores: quanto mais incerta for a previsão da

evolução dos preços de aquisição dos fornecimentos e da mão de obra, tanto

mais arriscado é o negócio;

4. Capacidade de repercussão dos aumentos dos custos nos preços de venda:

a inflação verificada nos últimos anos tornou este item fundamental. Quanto

mais difícil for a repercussão no preço de venda das variações dos custos dos

factores, maior será o risco de negócio;

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5. Dimensão dos custos fixos: quanto maior for o peso dos custos fixos maior

será o risco do negócio, na medida em que a queda da procura tem um

impacto mais que proporcional no resultado operacional.

Algumas decisões podem ser tomadas nas empresas para reduzir o risco do

negócio, por exemplo:

a) A política de "marketing": esta pode ser utilizada para reduzir a volatilidade

da procura e dos preços;

b) As negociações de contratos com os fornecedores e com os clientes, ou as

pressões sobre o governo ou ainda, a utilização do mercado de futuros (futures

e options) para os produtos em que os mesmos existam, podem ajudar à

estabilização dos preços de venda e de compra.

Risco inflacionário: o descontrole inflacionário tem fortes repercussões

sobre os investimentos, podendo ocasionar uma defasagem dos preços

praticados no mercado em comparação aos custos associados ao projeto –

seja por dificuldades legais de reajuste de preços, muito dos quais controlados

pelo Estado seja por problemas de concorrência que não permitem a

necessária equiparação dos preços aos custos incorridos, pois o mercado é

incapaz de absorver o aumento de preços sem reações drásticas.

Quando existe risco de descontrole inflacionário, os fluxos de caixa são

afetados não apenas quanto à sua distribuição ao longo do tempo, mas

também em relação ao seu poder de compra. Ademais, a seleção da taxa de

atratividade apropriada, na presença de riscos inflacionários, é muito mais

complexa (BIERMAN JR. E SMIDT, 1975).

5.2 - Tipos de Riscos de um Projeto Empresarial

Tinsley (2001) distingue 16 categorias de risco. Cada categoria pode

afetar o cashflow diferentemente.

1. Reserva de fornecimento

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2. Mercado

3. Intercâmbio externo

4. Operacional: Custo

5. Operacional: Gerenciamento

6. Operacional: Técnico

7. Ambiental

8. Infra-estrutura

9. Força Maior

10. Conclusão

11. Engenharia

12. Político

13. Participantes

14. Financiamento

15. Sindicato

16. Legal

Os riscos podem ser mitigados com o auxílio do suporte governamental.

Este suporte pode ser em forma de garantias, acordos ou indenizações.

Também existem seguros e estruturas financeiras para alguns dos riscos

políticos identificados. O Banco Mundial possui um centro de seguros contra

riscos políticos (Political Risk Insurance Center) e serviços são oferecidos pela

MIGA (Agência Multilateral de Garantia de Investimentos).

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6 - MÉTODOS PARA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

6.1 - Método da Taxa Interna de Retorno – TIR

A taxa interna de retorno é a taxa de desconto que faz o VPL ser zero.

Se ela é maior que o custo de oportunidade considerado, o projeto tem VPL

positivo, caso contrário, o VPL será negativo. Se aceita um projeto se a sua

TIR for maior que o custo de oportunidade.

A maior vantagem da TIR é que ela gera as mesmas decisões que o

método do VPL na maioria das vezes, mas conflita em alguns casos. O método

é amplamente utilizado na prática, mas são necessários alguns cuidados para

a sua correta utilização, principalmente nos seguintes casos:

• Entre um conjunto de projetos, aquele que tem a mais alta TIR não

necessariamente tem o maior VPL. Por isso deve-se ter cuidado com o

uso indiscriminado da TIR na escolha entre projetos mutuamente

exclusivos.

• Em projetos em que o fluxo de caixa muda de sinal mais de uma vez,

pode haver múltiplas TIR’s.

• Em projetos longos, pode haver diversos custos de oportunidade. Como

a TIR é única para todo o projeto, não fica claro contra qual custo de

oportunidade deve-se compará-la.

6.2 - Valor Presente Líquido – VPL

Este método leva em conta o valor do dinheiro no tempo. Portanto,

todas as entradas e saídas de caixa são tratadas no tempo presente. O VPL

de um investimento é igual ao valor presente do fluxo de caixa líquido do

projeto em análise, descontado pelo custo médio ponderado de capital.

1. O VPL é mais indicado porque tem as seguintes características:

Reconhece o valor do dinheiro no tempo.

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2. Não é afetado por técnicas contábeis.

3. Reflete o aumento de riqueza para o acionista.

4. VPL’s podem ser somados.

5. Depende somente dos fluxos de caixa e do custo de oportunidade

Temos que considerar o conceito de valor do dinheiro no tempo, pois,

exemplificando, R$ 1 milhão hoje, não valeria R$ 1 milhão daqui a uma ano,

devido ao custo de oportunidade de se colocar, por exemplo, tal montante de

dinheiro na poupança para render juros. É um método padrão nas finanças

para a análise do orçamento de capitais - planejamento de investimentos a

longo prazo. Usando o método VPL um projeto de investimento potencial deve

ser empreendido se o valor presente de todas as entradas de caixa menos o

valor presente de todas as saídas de caixa (que iguala o valor presente líquido)

for maior que zero.

Se o VPL for igual a zero, o investimento é indiferente, pois o valor

presente das entradas é igual ao valor presente das saídas de caixa; se o VPL

for menor do que zero, significa que o investimento não é economicamente

atrativo, já que o valor presente das entradas de caixa é menor do que o valor

presente das saídas de caixa. Para cálculo do valor presente das entradas e

saídas de caixa é utilizada a TMA (Taxa Mínima de Atratividade) como taxa de

desconto. Se a TMA for igual à taxa de retorno esperada pelo acionista, e o

VPL > 0, significa que a suaexpectativa de retorno foi superada e que os

acionistas estarão esperando um lucro adicional a qualquer investimento que

tenha valor presente igual ao VPL. Desta maneira, o objetivo da corporação é

maximizar a riqueza dos acionistas, os gerentes devem empreender todos os

projetos que tenham um VPL > 0, ou no caso se dois projetos forem

mutuamente exclusivos, deve escolher-se o com o VPL positivo mais elevado.

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7. PAYBACK Segundo Marquezan (2006), Payback é um indicador que determina o

prazo de recuperação de um investimento, que também é chamado de payout.

É o tempo decorrido entre o investimento inicial e o momento no qual o lucro

líquido acumulado se iguala ao valor desse investimento.

Consiste no cálculo do prazo necessário para que o montante do

dispêndio de capital efetuado seja recuperado através dos fluxos líquidos de

caixa gerados pelo investimento. (CARNEIRO 2008).

O cálculo do Payback consiste no tempo decorrido entre o investimento

inicial e o momento em que o lucro líquido se iguala ao valor desse

investimento. Assim as receitas recuperam o valor investido inicialmente, com

isso o período de tempo necessário para que as receitas recuperem a despesa

em investimento é o período de recuperação. O investimento implica na saída

imediata de dinheiro, com isso espera-se receber fluxos de caixa ao decorrer

do tempo que compensem essa saída de capital. O período de payback

consiste no cálculo desse tempo “em números” que demonstrem o período

para retorno desse investimento.

Rocha 2000, diz que este método visa calcular o número de períodos ou

quanto tempo o investidor irá precisar para recuperar o investimento realizado.

Sua principal vantagem ao VPL consiste em que a regra de cálculo de Payback

leva em conta o tempo de investimento e consequentemente é um método

mais apropriado para ambientes de risco elevado. Geralmente o critério de

aceitação do Payback para tomada de projetos é feita dessa forma: se o

período de payback demonstrado for menor do que o período de payback

máximo aceitável, aceita-se o projeto e se for menor aceita-se o projeto.

Payback – Consiste no cálculo do prazo necessário para que o montante do dispêndio de capital efetuado seja recuperado através dos fluxos líquidos de caixa gerados pelo investimento. (CARNEIRO 2009)

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7.1 - Vantagens do Payback

O período de Payback é muito utilizado por ser um cálculo fácil e de

apelo intuitivo. É atraente porque considera fluxos de caixa ao invés de lucros

contábeis e também porque leva em consideração a época de ocorrência dos

fluxos de caixa e assim o valor do dinheiro no tempo. Portanto quanto mais a

empresa precisar esperar para recuperar seus fundos investidos, maior a

possibilidade de perda. No entanto, quanto menor for o período de payback,

menor q exposição da empresa aos riscos.

Ela fornece uma idéia do grau de liquidez e de risco do projeto,

importante também em tempos de grande instabilidade, a utilização deste

método é uma forma de aumentar a segurança dos negócios da empresa. É

bastante utilizado em projetos com vida limitada, ou seja, projetos com

previsão de término a curto prazo assim como projetos de risco elevado.

7.2 – Desvantagens do Payback

Economistas dizem que o cálculo de payback não deve ser encarado

com reservas, apenas como um indicador; não servindo como alternativas de

investimento. Pois deve-se analisar outros fatores gerais como a estrutura do

projeto, os índices de lucratividade, principalmente em investimentos de

duração longa.

O método do payback apresenta o inconveniente de não ter em conta os

cash flows gerados depois do ano de recuperação, tornando-se assim,

desaconselhável na avaliação de projetos de longa duração.

“O custo do capital próprio deve refletir o risco de um investimento em ações na empresa.” (DAMODARAN, 2002).

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7.3 – PAYBACK DESCONTADO

O cálculo do payback apresenta restrições em seu enfoque, alguns

executivos utilizam de uma variante denominada Regra do Período de Payback

descontado. Nesta regra, primeiro são descontados os fluxos de caixa. E

assim, iremos saber quanto tempo seria necessário para que os fluxos de

caixa descontados se igualassem ao investimento inicial.

O payback descontado embora pouco utilizado, leva em consideração a

taxa de juros do período; também considera que os fluxos de caixa não são

totalmente iguais. ROCHA 2000, fala que diferente do payback simples, que

tem seu cálculo mais simplificado, o payback descontado leva em

consideração a taxa de juros e o fato de que nem sempre os fluxos esperados

sejam constantes. Contudo, o período de re-pagamento do investimento,

nesse caso vai depender da taxa de desconto considerada.

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CONCLUSÃO A análise de investimentos é considerada essencial para que o

investidor possa considerar as possibilidades de ganhos com tal aplicação, e

com isso também os eventuais riscos envolvidos no projeto. Com esse artigo

podemos observar alguns dos métodos utilizados para a decisão de

investimento.

No decorrer deste trabalho foi demonstrado o processo de

industrialização brasileira, desde os últimos trinta anos do século XIX. Muitos

cafeicultores passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a exportação

do café, no estabelecimento de indústrias, principalmente em São Paulo e Rio

de Janeiro. Também foi visto a industrialização do Rio de Janeiro, desde o

período de Vargas e JK, onde se deu o grande “boom” industrial no Brasil.

Existem vários tipos de análise de investimentos como: TIR – Taxa

Interna de Retorno, VPL – Valor Presente Líquido, Período de Payback que

nesse trabalho veio a ser o assunto principal, pois com ele temos como saber

o tempo necessário em que é restituído o valor do investimento inicial; apesar

de não ser amplamente adotado pelas empresas brasileiras, principalmente

para grandes projetos, por ser considerado não tão preciso quanto o VPL e a

TIR, mas é utilizado com mais freqüência em investimentos menores, cujo

risco é menor.

Contudo, o uso dessa ferramenta no mundo dos negócios é considerado

com relevante importância para investidores e analistas de investimentos, pois

ajuda a mitigar riscos como os de mercado, liquidez, operacional entre outros.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA A Industrialização brasileira. 2001. Disponível em http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa > Acesso em 15 de julho de 2011. Analise investimentos. 2006. Disponível em http://www.portaldecontabilidade.com.br /temáticas//. htm > Acesso em 15 de maio de 2011. ANHAIA, Artur Vitoriano Gaieski de. Os riscos sobre investimentos do mercado finsnceiro brasileiro. Universidade do Rio Grande do Sul: 2006.

BIERMAN JR., Harold; SMIDT, Seymour. The capital budgeting decision. New York: MacMillan, 1975.

CARNEIRO, Diogo Moreira. Investigação sobre aspectos de planejamento e controle de investimentos em ativos fixos nas grandes montadoras em atividade no Brasil. Dissertação. Universidade de São Paulo. 2009. DAMODARAN, Aswath. Finanças corporativas aplicadas. Porto Alegre: Editora Bookman, 2.002. FREITAS, Eduardo. A industrialização brasileira. 2000. Disponível em http://mundoeducacao.uol.com.br/geografia > Acesso em 15 de julho de 2011. História da industrialização brasileira, momentos mais importantes do desenvolvimento industrial do Brasil, a indústria brasileira atualmente. Disponível em http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil > Acesso em 20 de junho de 2011. Industrialização brasileira. 2001. Disponível em www.fortunecity.com > Acesso em 16 de Julho de 2011. Industrialização brasileira. 2002. Disponível em http://www.brasilescola.com/historiab/.htm > Acesso em 22 de junho de 2011. MARQUEZAN, Luiz Henrique Figueira. Análise de investimentos. Monografia. 2006. MODIGLIANI, F.; MILLER, M. The Cost of Capital, Corporation Finance and the Theory of Investment. American Economic Review, 1958.

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O processo da industrialização do Brasil. 2005. Disponível em http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil > Acesso em 18 de junho de 2011. OKIMURA, R. T.; SILVEIRA, A. M.; ROCHA, K. C. Estrutura de Propriedade e Desempenho Corporativo no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, v. 1, p. 119-135, 2007 OLIVEIRA, Mauri Aparecido de; MONTINI, Alessandra de Avila. Uma Abordagem para Análise de Investimentos Utilizando Métodos Finsnceiros e Lógica Fuzzy. FEA – SP. Revista de Administração da Unimep. 2009. PESTANA, M. Concorrência Pública na Parceria Público-Privada, Atlas, 2006. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W; JAFFE, J. F. Administração financeira. São Paulo: Atlas, 1995. SILVEIRA, A. M.; BARROS, L. A.; FAMÁ, R. Atributos corporativos, qualidade da governança corporativa e valor das companhias abertas no Brasil. Revista Brasileira de Finanças, v. 4, p. 1/1-30, 2006. TINSLEY, R. Advanced project financing: Structuring risk. Euromoney Books, 2001.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL 9

1.1 - Era Vargas e desenvolvimento industrial 11

1.2 – Período JK 12

1.3 - Últimas décadas do século XX 14

CAPÍTULO II

A INDUSTRIALIZAÇÃO NO RIO DE JANEIRO 15

2.1 – Classificação das Indústrias 16

CAPÍTULO III

PROJETOS DE INVESTIMENTO 17

CAPÍTULO IV

PERFIL DOS INVESTIDORES 19

CAPÍTULO V

RISCOS NOS INVESTIMENTOS 20

5.1 – Os tipos de riscos nos investimentos 20

5.2 – Tipos de riscos de um Projeto Empresarial 23

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CAPÍTULO VI

MÉTODOS PARA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 25

6.1 - Método da Taxa Interna de Retorno – TIR 25

6.2 - Valor Presente Líquido – VPL 25

CAPÍTULO VIII

PAYBACK 27

7.1 - Vantagens do Payback 28

7.2 - Desvantagens do Payback 28

7.3 – Payback descontado 29

CONCLUSÃO 30

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31

ÍNDICE 33

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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