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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Transporte Rodoviário eficaz e seguro Por: Loânes Melo da Silveira – matrícula K2155647 Orientador Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · uma solução inteligente e integrada na questão da seguridade, reduzindo os níveis de sinistro e oferecendo segurança

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Transporte Rodoviário eficaz e seguro

Por: Loânes Melo da Silveira – matrícula K2155647

Orientador

Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Transporte Rodoviário eficaz e seguro

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Logística

Empresarial.

Por: Loânes Melo da Silveira Lacerda

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AGRADECIMENTOS

À Deus que me possibilitou, alcançar

este objetivo, à minha mãe, que perdi

no início deste curso e ao meu

orientador, pivô e responsável pela

criação deste trabalho, que contribuiu

com orientação e transmissão

constante de conhecimentos e

experiência.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as minhas meninas

Ohany e Angélica e ao meu marido

Carlos Lacerda, por todo apoio e

compreensão.

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RESUMO

O transporte rodoviário de cargas é responsável por mais de 61,1% da

quantidade dos bens transportados no Brasil e esta modalidade atraem,

constantemente, o interesse de quadrilhas especializadas em furto e roubos de

cargas, portanto, é necessário implementar na logística rodoviária uma solução

inteligente na questão da seguridade, a fim de reduzir os níveis de sinistro.

Desta forma para que os transportes rodoviários se tornem mais seguros e

eficazes é necessário que haja investimento nas frotas, implementando um

sistema através da adoção da tecnologia de rastreamento por satélite, com

câmaras embutidas que oferece monitoramento contínuo e que resulta em

segurança para a carga e ao motorista, além de ganhos reais em toda

operação logística.

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METODOLOGIA

Para elaboração deste trabalho, foi utilizada uma pesquisa bibliográfica,

buscando embasamento teórico em livros, consultas à Internet, jornais e

revistas especializadas.

Buscou-se analisar como implementar uma solução inteligente na

questão da seguridade rodoviária.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - Transporte Rodoviário 9

CAPÍTULO II - Roubo de Carga 19

CAPÍTULO III - Segurança no transporte Rodoviário 26

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 53

ANEXO 42

ÍNDICE 56

FOLHA DE AVALIAÇÃO 57

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INTRODUÇÃO

Este trabalho de pesquisa tem como finalidade identificar meios de como

implementar uma solução inteligente e integrada na questão da seguridade

rodoviária, já que os índices de furto de cargas nas rodovias brasileiras são

cada vez mais alarmantes.

A inexistência de um sistema permanente de monitoramento e controle

no setor de transporte faz com que as quadrilhas se tornem cada vez mais

especializadas, fazendo abordagens de veículos com indivíduos fortemente

armados que seqüestram e até mesmo podem matar os condutores.

Devido aos altos índices de furto de cargas rodoviárias é necessário que

as empresas adotem além do gerenciamento de risco um sistema de

tecnologia de rastreamento por satélite, com câmaras embutidas, pois os

rastreadores oferecem mais que uma simples localização dos transportes, são

uma solução inteligente e integrada na questão da seguridade, reduzindo os

níveis de sinistro e oferecendo segurança.

No primeiro capítulo deste estudo será feita uma abordagem sobre as

características do transporte rodoviário e dos problemas de qualidade da

malha rodoviária de um modo geral e com um breve histórico e importância do

assunto nos dias atuais.

No seguindo capítulo será feita uma explanação sobre o roubo de carga

no Brasil e em seguida, no terceiro capítulo, será falado sobre a segurança no

transporte rodoviário, porém com enfoque maior em gerenciamento de risco,

rastreamento com escolta eletrônica e nas alternativas para evitar o roubo de

cargas, que é o objetivo deste estudo.

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CAPÍTULO I

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

1.1 – Conceito

Transporte Rodoviário é aquele que se realiza em estradas de rodagem,

com utilização de veículos como caminhões e carretas. O transporte rodoviário

pode ser em território nacional ou internacional, inclusive utilizando estradas de

vários países na mesma viagem.

1.2 – Característica do Modal Rodoviário

Após pesquisa percebe-se que é o mais expressivo no transporte de

cargas no Brasil, atingindo praticamente todos os pontos do território nacional,

pois desde a década de 50, com a implantação da indústria automobilística e a

pavimentação das rodovias, esse modo se expandiu de tal forma que hoje é o

mais procurado. Difere do ferroviário, pois se destina principalmente ao

transporte de curtas distâncias de produtos acabados e semi-acabados. Por

via de regra, apresenta preços de frete mais elevados do que os modais

ferroviário e hidroviário, portanto sendo recomendado para mercadorias de alto

valor ou perecíveis. Não é recomendado para produtos agrícolas a granel,

cujo custo é muito baixo para este modal.

Em relação aos serviços, além da distinção entre transportadoras

regulares e frota privada, existem também transportadores contratados e

isentos. Quando os clientes desejam obter um serviço mais adequado as suas

necessidades, isentando-se de despesas de capital ou problemas

administrativos associados a frota própria, estes se utilizam de transportadores

contratados. Os transportadores contratados são utilizados por um número

limitado de usuários em contratos de longa duração. Já os transportadores

isentos são aqueles livres de regulamentação econômica, como por exemplo,

veículos operados e contratados por fazendeiros ou cooperativas agrícolas.

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10 O transporte rodoviário apresenta custos fixos baixos (rodovias

estabelecidas e construídas com fundos públicos), porém seu custo variável

(combustível, manutenção, etc.) é médio. As vantagens deste modal estão na

possibilidade de transporte integrado porta a porta e de adequação aos tempos

pedidos, assim como freqüência e disponibilidade dos serviços. Apresenta

como desvantagem a possibilidade de transportar somente pequenas cargas.

Vantagens:

✔ Adequado para curtas e médias distâncias

✔ Simplicidade no atendimento das demandas e agilidade no acesso às

cargas

✔ Menor manuseio da carga e menor exigência de embalagem

✔ Serviço porta-a-porta: mercadoria sofre apenas uma operação de carga

(ponto de origem) e outra de descarga ( local de destino)

✔ Maior freqüência e disponibilidade de vias de acesso

✔ Maior agilidade e flexibilidade na manipulação das cargas

✔ Facilidade na substituição de veículos, no caso de acidente ou quebra

✔ Ideal para viagens de curta e média distância

Desvantagens:

✔ Frete mais altos em alguns casos

✔ Menor capacidade de carga entre todos os outros modais

✔ Menos competitivo para longas distâncias

✔ A malha rodoviária deve estar constantemente em manutenção ou em

construção, gerando custos ao erário ou a contribuinte, visto que, existem

estradas privatizadas que cobram pedágio.

O transporte rodoviário tem sido considerado o meio de transporte mais

comum e eficiente no território nacional, apesar do custo do frete. De acordo

com Arnold (1999), comparado aos demais meios de transporte, o caminhão

tem um custo de aquisição relativamente baixo, sendo o meio de transporte

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11 mais adequado para a distribuição de pequenos volumes a áreas mais

abrangentes.

No Brasil, o sistema de transportes rodoviários é regulamentado e

fiscalizado pela ANTT, que tem como atribuições específicas a promoção de

estudos e levantamentos relativos à frota de caminhões, empresas

constituídas e operadores autônomos, de transporte rodoviário de cargas.

Também é função da ANTT organizar e manter um registro nacional de

transportadores rodoviários de carga. Com as inovações tecnológicas, a ANTT

estuda a viabilidade de criar um sistema de registro virtual que incrementará o

acesso dos transportadores, com maior comodidade para a inscrição dos

mesmos no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas,

registro este obrigatório, à atividade de transporte rodoviário de cargas.

As vantagens do transporte rodoviário, apresentadas por Ballou (2007),

são: serviço porta a porta, sem necessidade de carregamento ou descarga

entre origem e destino; freqüência e disponibilidade dos serviços; velocidade e

conveniência.

Segundo Valente, Passaglia e Novaes (2001), o modo rodoviário atinge,

praticamente, todos os pontos do território nacional, sendo o mais expressivo

no transporte de cargas, no Brasil. Geralmente, o transporte de carga é

realizado por empresas privadas ou transportadoras. A administração das

atividades de transporte, em uma empresa, fica por conta dos setores de:

administração, operações, finanças, marketing e recursos humanos, podendo,

também, haver outros setores vinculados, dependendo da microestrutura da

transportadora. Dessas, a diretoria de operações está diretamente ligada à

gestão da frota.

A empresa pode possuir frota e equipamentos próprios ou contratar

serviços diretamente. A frota própria permite o ganho de desempenho

operacional melhor, maior disponibilidade e capacidade de transporte e

menores custos, porém parte da flexibilidade financeira precisa ser conduzida

a investimentos na capacidade de transporte ou num arranjo contratual a longo

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12 prazo. A decisão pela obtenção de frota própria depende do volume de

carga; se este for elevado, compensa, economicamente, possuir o meio de

transporte. Segundo Ballou (2007) em algumas situações, mesmo com custos

maiores, a empresa pode necessitar de frota própria, pelos seguintes motivos:

(1) entrega rápida com confiabilidade muito elevada; (2) equipamento especial

geralmente indisponível; (3) manuseio especial da carga e (4) um serviço que

deve estar disponível assim que necessário.

O gerente de transportes confronta-se com a decisão de optar entre o

serviço de terceiros ou de obter frota própria. Essa decisão leva em conta a

análise do balanço entre os custos e o desempenho, e, também, a flexibilidade

do operador, o crédito, a reciprocidade ou relacionamento de longo prazo com

o transportador, em caso de terceiros.

A administração do transporte contratado de terceiros difere da

movimentação realizada por frota própria. Nos serviços contratados, é preciso

analisar a negociação de fretes, a documentação da empresa e dos veículos, a

auditoria e consolidação de fretes; na frota própria, devem ser gerenciados o

despacho, o balanceamento de carga e a roteirização. Com relação à frota

própria, uma das razões para a empresa ter ou alugar uma frota de veículos é

obter melhor desempenho na entrega e diminuir os custos. Ballou (2007)

ressalta que muitas vezes, o gerente de tráfego deve administrar uma mistura

de transporte próprio e de terceiros.

O transporte é uma das funções logísticas que possui papel

fundamental nas estratégias da rede logística. As funções logísticas estão

integradas entre si e não podem ser vistas de forma isolada; ao mesmo tempo,

estão também integradas à função de Marketing, sendo um componente

operacional importante da estratégia de Marketing. Com isso, segundo Fleury,

Wanke e Figueiredo (2008), torna-se necessária a geração de soluções que

possibilitem flexibilidade e velocidade na resposta ao cliente, ao menor custo

possível, gerando assim maior competitividade para a empresa.

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13 A gestão do transporte, portanto, está integrado às estratégias

logísticas e de Marketing, e o gerente de transportes e de operações precisa

ter uma visão de todos os componentes do sistema operacional.

1.3 – Qualidade da malha rodoviária

Segundo o Boletim Estatístico do CNT (2005b), o Brasil apresenta 1,6

milhões de quilômetros de rodovias, dos quais apenas 196 mil km (ou 12% do

total) são pavimentados. Da parcela não-pavimentada (1,4 milhões de

quilômentros), 90,7% são rodovias municipais, 8,3% são estaduais e 1% é

federais.

Dados da Pesquisa Rodoviária do CNT (2005a) 1% indicam que o estado

geral das rodovias apresenta-se bastante desfavorável, uma vez que 72% das

rodovias analisadas apresentam algum tipo de comprometimento, sendo

classificadas como “Deficiente”, “Ruim” ou “Péssimo”, conforme mostra a

Tabela 1. Considerando apenas o quesito “Pavimento”, a situação melhora um

pouco: 54,6% da extensão encontram-se com pavimento em estado

“Deficiente”, “Ruim” ou “Péssimo” (vide Tabela 2).

Tabela 1 – Estado geral das rodovias brasileiras em 2005 (extraída de CNT,

2005a)

1- A décima edição da Pesquisa Rodoviária CNT analisou 100% da malha

rodoviária federal pavimentada, os principais trechos sob gestão estadual,

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14 além de rodovias sob gestão terceirizada de todos os estados da

federação, totalizando 81.944 quilômetros.

2- No “Estado Geral” são consideradas, simultaneamente, as características do

pavimento, da sinalização e da geometria viária.

Tabela 2 – Condições da pavimentação das rodovias brasileiras em 2005

(extraída de CNT, 2005a)

Deve-se destacar o desequilíbrio qualitativo das regiões. Na análise

comparativa do estado geral das rodovias pesquisadas em 2005, o Nordeste

apresenta cerca de 31,2% de sua extensão em péssimo estado geral de

conservação, enquanto no Sul, este índice cai para 4,1%. Estes valores fazem

do Nordeste a região detentora da malha rodoviária em piores condições de

todo o país, fato que compromete seu próprio desenvolvimento e também as

possibilidades de maior integração econômica com as demais regiões.

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15 Figura 1 – Condições da pavimentação das rodovias gestão estatal

(extraída de CNT, 2005a)

Figura 2 – Condições da pavimentação das rodovias gestão terceirizada

(extraída de CNT, 2005a)

Neste sentido, o Governo Federal justificou o aumento do número das

praças de pedágio, dentro do Programa de Concessão de Rodovias, como

parte do esforço de redução do Custo Brasil, baseando-se:

Em números levantados por um estudo dos técnicos do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) e da Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes (Geipot): uma estrada degradada representa aumento de 58% no consumo de combustíveis, de 38% nos gastos de manutenção de veículo, de 50% no índice de acidentes e de até 100% no tempo gasto nas viagens. (CNT, 2001, p.1).

De acordo com o Boletim Estatístico do CNT (2005b), os investimentos

necessários para recuperação do pavimento da malha nacional (cerca de 55,6

mil km) totalizam R$ 11,8 bilhões. Este valor considera os gastos necessários

com obras de manutenção das rodovias em “bom” estado, de restauração de

rodovias consideradas “deficientes” ou “ruins” e reconstrução de rodovias em

“péssimas” condições de conservação.

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1.4 - Registro Nacional do Transportador Rodoviário de

Cargas

O registro é obrigatório e gratuito, as 50 mil empresas transportadoras e

os 500 mil caminhoneiros autônomos, que formam o universo do transporte

rodoviário de cargas no Brasil, terão que se registrar na Agência Nacional de

Transportes Terrestres – ANTT. Somente após receber o certificado os

transportadores estarão habilitados ao exercício da atividade. A fiscalização

começou a ser feita em março de 2005 podendo chegar a R$ 500,00 de

acordo com o tipo de infração. Compete a ANTT, segundo a Lei nº 10.233 de

05 junho de 2001 (lei de criação da Agência) não só habilitar os

transportadores, mas também promover estudos e levantamentos relativos à

frota de caminhões, empresas constituídas e operadores autônomos, bem

como organizar o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga.

1.5 - Benefícios

Aos Transportadores: regularização do exercício da atividade através da

habilitação formal: disciplinamento no mercado; identificação de parâmetros de

participação no mercado; conhecimento do grau de competitividade e inibição

da atuação de atravessadores não qualificados.

Aos usuários: maior informação sobre a oferta de transporte, maior segurança

ao contratar o transportador; redução de perdas e roubos de cargas e redução

de custos dos seguros.

Ao País: conhecimento da oferta do transporte rodoviário de cargas;

identificação da distribuição espacial, composição e idade média da frota;

delimitação das áreas de atuação (urbana, estadual e regional) dos

transportadores; conhecimento da especialização da atividade econômica

(empresas, cooperativas e autônomos), e fiscalização da atividade.

1.6 – Instrumento Legal

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17 O instrumento legal que institui o Registro Nacional de

Transportadores Rodoviário de Carga é a Lei 10.233 da ANTT que determina

que o exercício da atividade de transporte rodoviário de carga, por conta de

terceiros e mediante remuneração, depende de prévio registro do

transportador no RNTRC, administrado pela ANTT. O Transporte de Carga

Própria é identificado quando a Nota Fiscal dos produtos tem como emitente

ou destinatário a empresa, entidade ou indivíduo.

O porte documento (certificado) que comprova a inscrição no RNTRC a

ser emitido pela ANTT tem caráter obrigatório e será fiscalizado pela Polícia

Rodoviária Federal em todas as rodovias federais do País, e pelos fiscais da

ANTT nas rodovias concedidas à iniciativa privada. Em junho de 2004 até 28

de fevereiro de 2005 foi feita a fiscalização educativa. Após este período, os

transportadores que não possuírem o Certificado de Registro emitido pela

ANTT não estarão habilitados a exercer a atividade remunerada, mediante

pagamento de frete e, conseqüentemente, estarão sujeitos à multa e sanções.

1.7 – Contrato de prestação de serviço de transporte

Define-se contrato de transporte (anexo 1) aquele pelo qual alguém se

obriga a receber, coisas ou animais, e levá-los ao seu lugar de destino, com

segurança e presteza, mediante o pagamento de um preço.

Diz nosso Código Civil pátrio em seu artigo 730: Pelo contrato de

transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar

para outro, pessoas ou coisas.

A definição, acima, aliada a de nosso estatuto civil são as janelas

envidraças que fazem transparecer a simplicidade do contrato, que tanto para

um expert quanto para um leigo no assunto é de fácil assimilação.

Embora o contorno da responsabilidade civil seja um épico na área

jurídica vale trazer o tema, princípio geral de direito, informador de toda a teoria

da responsabilidade, encontradiço no ordenamento jurídico de todos os povos

civilizados e sem o qual a vida social é inconcebível, é aquele que impõe, a

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18 quem causa dano a outrem, o dever de o reparar.

Reza o Código Civil brasileiro em seu artigo 927, verbis:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,

fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independente de culpa,

nos casos específicos em lei, ou quando a atividade normalmente

desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, riscos para os

direitos de outrem.

O transportador no exercício de sua atividade fim (prestação de serviço)

esta sujeito a responsabilidade contratual e extracontratual. Corolário lógico é

que a responsabilidade contratual é aquela que se refere ao contrato formal

celebrado entre as partes intervenientes na prestação de serviço, por ex.

avaria na mercadoria, atraso na entrega, por culpa do transportador. (vide item

Responsabilidade do Transportador). Já a responsabilidade extracontratual

engloba aquelas situações que atraem a responsabilidade do transportador

para casos alheios ao contrato de prestação de serviço, por ex. acidentes de

trânsito com vitimas fatais e/ou acidentes de trânsito com vitimas lesionadas

corporalmente.

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CAPÍTULO II

ROUBO DE CARGA

2.1 – Roubo de Cargas no Brasil

Heinrich (2004) afirma que os roubos de cargas começaram a ganhar

notoriedade no início da década de 80, o que resultou na criação de uma taxa

conhecida por Adicional de Emergência (ADEME) pelo Governo Federal,

sendo substituída em 2001 pelos custos em Gerenciamento de Riscos (GRIS).

Os roubos de carga foram aumentando anualmente, de 3.000 ocorrências em

1994 para 8.000 em 2001, ocasionando prejuízos de aproximadamente 100

milhões de reais e de 500 milhões, respectivamente (COPPEAD, 2002).

Aproximadamente 80% dos roubos de carga estão concentrados nos estados

de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo o requerimento 23, de 2000, do

Congresso Nacional. Esse mesmo documento cita que há uma tendência de

ampliação do raio de ação das quadrilhas para os estados do Rio Grande do

Sul, Minas Gerais (Triângulo Mineiro), Goiás e Paraná. Estudos da SETCESP

(1999) revelam que as ocorrências de roubo de caminhões e depósitos de

empresas de transportes cresceram mais de 30% em relação ao ano anterior

em São Paulo.

Segundo Caixeta (2002) estas estatísticas contribuíram para que os

operadores e o governo adotassem várias medidas para obter a redução

destes índices. Os operadores adotaram medidas mais rígidas de controle e

seleção dos motoristas no início dos anos 90. Tal fato reduziu os casos de

apropriação indébita, sem reduzir, entretanto, os casos de abordagem de

veículos com indivíduos fortemente armados que seqüestram e até mesmo

podem matar os condutores. Por outro lado, o Governo elaborou o

requerimento 23, de 2000, criando uma CPMI para apurar o crescimento do

roubo de cargas, na qual foi constatado o envolvimento do narcotráfico, bem

como a possível ação de receptores relacionados a grandes grupos de

supermercados. Essa Comissão sugeriu e, seqüencialmente, foi elaborada a

Lei 10.446, 08/05/2002, que, em seu artigo 1o inciso IV, cita que cabe à Polícia

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20 Federal, sem prejuízo a outras instituições, a investigação do furto, roubo

ou receptação de cargas transportadas em operação interestadual ou

internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha em mais de um

estado brasileiro. Recentemente foi aprovada a Lei Complementar 121, de

09/02/2006, criando o Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e

Repressão ao Furto e Roubo de Veículo e Cargas para estabelecer

mecanismos de cooperação entre União, Estados e Distrito Federal.

Este Sistema, segundo Caiado (2006), deve ter como objetivo a criação

de estratégias de combate a essas ameaças, sendo possível o

desenvolvimento de mecanismos e indicadores de monitoramento, o que

requer um sistema computadorizado estatístico sustentável e funcional. O

desenvolvimento dessas ferramentas, segundo Dantas e Souza (2004), vem

sendo estudado por renomados pesquisadores, destacando-se Henry Fielding,

Edgar Hoover, August Vollmer, Winfield Wilson e John Edgar Hoover. Algumas

das ferramentas estudadas estão relacionadas ao uso intensivo da Tecnologia

da Informação (TI), incluindo os aplicativos de estatística computadorizada e

de análise espacial. Caiado (2006) cita que a análise espacial se aplica aos

eventos criminais porque um dos meios mais eficientes de se medir políticas

públicas é a eleição da dimensão espacial e territorial como unidade de análise

(pressupostos firmados no âmbito da Escola de Chicago, nos Estados Unidos).

Conforme a CNT (2007), é acrescentado que, de acordo com a CPI

Mista do Congresso Nacional, o roubo de carga está associado a quadrilhas

altamente organizadas, que migram do seqüestro e tráfico de drogas para o

roubo de carga.

Conforme Potenza (2006) os índices de roubo de carga seguiram em

níveis baixos durante toda a década de 80, até que no início dos anos 90

sofreram um enorme aumento e vindo a se estabilizem a partir de 2002. Porém

tal estabilidade se deu apenas no número de ocorrências, pois os valores

envolvidos nos sinistros tornaram-se maiores devido ao aumento da procura

dos bandidos por cargas de maior valor agregado.

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21 A NTC (2009) reafirma sobre a tendência dos índices de roubos de

durante os últimos anos, mas destaca uma ligeira queda a partir de 2004.

Abaixo a figura 3 que expressa tais valores:

Figura 3 – Roubos e Furtos de Cargas no Brasil (extraída de NTC, 2009)

A NTC&Logística (2009) divulgou pesquisa que revelou 13.500

ocorrências de roubos de carga em 2009, com prejuízo de R$ 900 milhões.

Os números representam aumento de aproximadamente 10% em

relação ao exercício anterior, quando o órgão computou 12.400 casos e R$

805 milhões em perdas no setor.

De acordo com o levantamento, 81,38% dos casos foram registrados no

Sudeste do País, que concentra o maior crescimento de ocorrências de um

ano para o outro. As regiões que menos sofreram com o roubo de cargas

foram a Norte e a Centro-oeste, com 211 e 272 ocorrências e prejuízo de R$

24,1 e R$ 29,2 milhões, respectivamente.

De 2008 para 2009, apenas as regiões Sul e Sudeste tiveram aumento

nas ocorrências, sendo que as demais registraram leve queda. Porém, nos

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22 valores subtraídos, apenas o Nordeste teve redução, de R$ 91,7 milhões

para R$ 85,8 milhões, sendo que as demais regiões tiveram considerável alta.

Pelos gráficos apresentados abaixo, podemos notar a importância do

assunto, não só pela quantidade de ocorrências nos três primeiros semestres

do ano de 2009 no Estado de São Paulo, com um total de 5.836 ocorrências

(figura 5), mas também, pelos valores astronômicos envolvidos na modalidade

criminosa, mais de R$ 214 milhões de reais (figura 6).

Figura 5 – Ocorrências acumuladas de Janeiro a Setembro 2009 em São

Paulo (extraída de SSP/SP e SETCESP/FETCESP, Nov. 2009)

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23 Figura 5 – Ocorrências acumuladas de Janeiro a Setembro 2009 (extraída

de SSP/SP e SETCESP/FETCESP, Nov. 2009)

Segundo este o levantamento realizado pela NTC e o que é

demonstrado na figura 6, as cargas mais visadas, são pela ordem: produtos

têxteis e confecções (15,7%), alimentícios (12%), eletroeletrônicos (10,6%) e

higiene e limpeza (7,1%).

Figura 6 – Tipos de Carga (Incidência por tipo) (extraída de SSP /SP e

SETCESP /FETCESP , Novembro 2009)

Conforme a NTC (2009) cerca de 73% de toda carga roubada no país,

concentra-se no Rio de Janeiro e São Paulo, principalmente nas rodovias

Presidente Dutra, Régis Bittencourt, Fernão Dias e Transbrasiliana. Este

mesmo estudo aponta uma pequena redução dos índices das regiões Sul e

Centro-Oeste.

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24 Através da figura 7, podemos acompanhar a grande concentração

nas regiões do rio de Janeiro e São Paulo.

Figura 7 – Rodovias com maior risco de roubo de carga no Brasil (extraída de

Revista Caminhoneiro, Jan/Dez 2005)

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25

2.2 - Risco Conforme consulta ao site Wikipédia (2010) a palavra risco deriva do

italiano antigo “risicare”, que significa “ousar”, neste sentido o risco é uma

opção e não um destino, é das ações que ousamos tomar de acordo com

nosso grau de sucesso ou fracasso, é a nossa liberdade de opção e traça a

nossa história sobre o que assumimos ou o que deixamos de assumir.

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26

CAPÍTULO III

SEGURANÇA NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE

CARGA

3.1- Gerenciamento de risco

Segundo Brasiliano (2006) a estratégia eficaz do Gerenciamento de

Risco e seu financiamento envolvem toda a filosofia operacional de negócios e

os próprios objetivos estratégicos da empresa. Deve ser, portanto, criar um

processo integrado e contínuo, sempre objetivando proteger a empresa da

exposição financeira ou de gastos desnecessários.

Brasiliano (2009) ressalta que nenhuma estratégia de Gerenciamento

dos Riscos será eficaz se não estiver focada no que se chama de custo total

de risco. É de fundamental importância a determinação desse custo, bem

como o monitoramento e controle dos elementos que o compõem, tais como

despesas com seguros, franquias, perdas não seguradas, custos de prevenção

e combate a contingências.

Conforme João Carlos da Silva (2009), Coordenador de Segurança e

Prevenção a Fraudes da TECBAN, o seguro representa apenas uma fração do

custo total do risco.

Conforme Brasiliano (2004) o Gerenciamento de Risco é composto por

diversas ferramentas de segurança e tem por objetivo apresentar uma solução

integrada para a empresa, com diminuição real e imediata das perdas até que

se possa atingir o índice zero de sinistro ou aceitável para a empresa.

Ao se adentrar no estudo de um tema como Gerenciamento de Riscos,

nota-se que é um tema com uma grande complexidade e pressupõe um

planejamento estratégico entre a alta direção da empresa e a área de

segurança , como podemos verificar através dos fatores críticos de sucesso

apresentados abaixo por Brasiliano (2009):

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ü Identificação de riscos: Levantamento feito através das características

da operação de logística, sendo identificados e apontados.

ü Análise de riscos: É verificada a freqüência das rotas, mix de cargas,

pontos de maior probabilidade de sofrer perdas.

Para obter os resultados desejados, o Gerenciamento de Riscos ferramentas

que combinam a tecnologia empregada na segurança com o homem através

de normas e procedimentos. Sendo as ferramentas :

ü Rastreamento da frota: Atividade que experimenta um crescimento

muito forte, ainda que com a liderança de mercado concentrada na

tecnologia de transmissão dos dados via satélite; bem como os modelos

de rastreadores e bloqueadores que utilizam o sistema híbrido (GPS ou

não, radiocomunicação combinado com a telefonia celular digital);

ü Acompanhamento via fone: Monitoramento realizado através de

ligações efetuadas pelos motoristas em postos de controle avançados

no eixo rodoviário. Nesse ponto existe um preposto da empresa para

efetuar o controle e acionar o plano de contingência, se for o caso;

ü Escolta armada: Uma das mais onerosas ferramentas tendo em vista

que lança mão do recurso humano como parte fundamental no processo

de segurança, apoiado, na maioria das vezes, por um dos sistemas de

localização citados anteriormente. Utilizada tanto no perímetro urbano

como em rodovias, conforme a necessidade de proteção face ao valor

agregado. Justifica-se o emprego da ferramenta nas cargas de alto risco

associada à inexistência de tecnologia embarcada nos caminhões ou

carretas;

ü Pesquisa sócio-econômica e criminal: Consiste no levantamento da vida

econômica, das referências sociais e do passado criminal do motorista,

ajudante, ou qualquer outro integrante do processo de transporte e

logística. As estatísticas comprovam que somente a implementação

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28 dessa ferramenta reduz em média, 30% do volume de roubo de

carga numa operação de logística.

ü A ferramenta visa evitar “o golpe”, ou seja, o motorista ou equipe

entregam a carga ao receptador, que paga em média 50% do valor de

nota fiscal, simulando o roubo. Há casos em que até transportadores ou

embarcadores não idôneos beneficiam-se duplamente desta fraude,

pois recebem o montante relativo à perda da sua seguradora e ganham

com a revenda do produto fraudado.

ü Golpes dessa natureza são comuns em proprietários de caminhões com

dívidas. Além de beneficiarem-se do valor do produto fraudado, pagam

alguém para atravessar o caminhão para um país vizinho (Bolívia, por

exemplo) vendem-no por um custo menor que o valor venal, dá-se a

queixa de roubo, livram-se da dívida e ainda terminam com um pequeno

lucro;Operação presença: Consiste na presença física de um

representante da empresa contratada para prestar o serviço dentro das

instalações do contratante;

ü Treinamento “in loco”: Consiste na atividade sistêmica de treinamento

de toda equipe envolvida com o processo de logística, principalmente

dos motoristas e ajudantes, cujos treinamentos são feitos a cada viagem

antes do início dessa. Esses treinamentos são denominados “briefing”

com os motoristas e ajudantes, os quais poderão ser em grupo. Porém,

para tal, deverão ser adequado à realidade da operação do embarcador

para não engessá-la;

ü Endomarketing: Ferramenta que visa sensibilizar todo o público interno

no embarcador e transportador para a importância da atividade de

Gerenciamento de Riscos como ferramenta fundamental para garantir a

continuidade do seu negócio e consequentemente a sobrevivência

dentro de um cenário altamente competitivo;

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29 ü Normas e procedimentos: Documentação que regula a atividade de

Gerenciamento de Riscos. As normas contêm todas as exigências

impostas pela seguradora. Serve também para regular o processo de

auditoria e controle da execução do projeto de Gerenciamento de Risco;

ü Formação de comboio: Consiste na formação de um conjunto

organizado de veículos, formando uma única coluna de deslocamento,

cujo ponto de origem e ponto de destino é comum a todos, criando

assim, uma resistência e consistência muito maior do que em veículos

isolados. É muito mais fácil o roubo de um único veículo, do que vários

veículos;

ü Segregação da informação: Consiste no ato de regular o fluxo de

informações dentro do processo de logística (notas fiscais, pedidos de

faturamento, romaneios de embarque, controles de baixa em estoques,

relatórios de auditoria interna, controle na balança, entre outros)

dividindo e fracionando as informações com a finalidade de evitar a fuga

voluntária ou não. Vale lembrar que a informação é extremamente

valiosa para a prática delituosa de roubo de carga.

ü Serviço de investigação: Trabalho preventivo e corretivo que visa

identificar os autores do crime. É uma atuação constante e altamente

responsável pela redução do crime de roubo de carga e principalmente

pela sua recuperação.

As vantagens para a empresa contratante são inúmeras, como por

exemplo:

ü Contratação de seguros adequados, com maior poder de negociação;

ü Redução de riscos com conseqüente redução de prêmios;

ü Bens e vidas humanas preservados;

ü Manutenção do fluxo produtivo;

ü Permanência da empresa no mercado;

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30 ü Garantia de abastecimento com aumento de produtividade e

competitividade;

ü Viabilização das carteiras de seguro no transporte rodoviário de cargas.

A perfeita união entre as ferramentas do Gerenciamento de Riscos e os

aspectos relevantes acima mencionados irá garantir a redução dos sinistros

envolvendo roubo de carga no transporte rodoviário, porém, esse processo

precisar ser contínuo, com constante identificação da exposição, medição,

análise, controle, avaliação e financiamento.

É necessário que a alta direção da empresa precise estar comprometida

com todo o processo e implementação do Gerenciamento de Riscos.

3.2 - Rastreamento - Escolta Eletrônica

Em um País onde as perdas das transportadoras, ocasionadas pelo

roubo de carga, ultrapassou R$ 600 milhões em mais de 10 mil ocorrências só

no ano passado - de acordo com dados do Sindicato das Empresas de

transportadores de Cargas de São Paulo e Região (Setcesp) é natural que os

empresários ligados ao transporte rodoviário de cargas busquem soluções que

aumentem a segurança do seu negócio. Por outro lado, é fato normal o

surgimento de mais empresas que ofereçam seguros, apoio logístico, sistemas

de controle por satélite, com um leque diversificado de produtos e serviços e

tecnologias avançadas para suprir esta necessidade e diminuir o prejuízo dos

transportadores. Resultado: mais de 250 empresas atuando no Brasil.

A atividade de rastreamento e monitoramento se tornou um dos

mercados mais competitivos do País, por ser considerado um importante

aliado das empresas e dos motoristas autônomos contra o roubo de carga,

além de ser um dos itens avaliados pelas empresas de seguro na hora de

reduzir o valor das apólices.

Devido ao grande aumento do número de sinistros, a demanda por

sistemas de rastreamento vem crescendo, tornando o nosso mercado cada

vez mais atrativo, afirma Hélio Kairalla (2009), diretor da Controlsat, do grupo

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31 Schahin e há oito anos no segmento. Para se manter no meio de forma

competitiva, a empresa vem investindo em pesquisa e desenvolvimento,

visando atender às necessidades do mercado e estão testando uma nova

concepção do sistema de monitoramento: o Controlsat Dual. Trata-se da

combinação do sistema satélite e celular que oferecerá monitoramento

contínuo, independente da situação, trazendo maior desempenho e segurança

operacional.

Conforme pesquisa feita sobre o sistema Dual a empresa, irá reduzir de

minutos para segundos os tempos de respostas em áreas de cobertura

GSM/GPRS. A comunicação será constante e quando o sinal de celular não

estiver confiável, automaticamente o equipamento passará a se comunicar via

satélite. Hoje, a Controlsat oferece o sistema via satélite Smart e Omega Plus,

direcionado para veículos que percorrem rotas interestaduais e outros países –

e o sistema via celular Controlcell, para usuários que operam somente em

médias distâncias e áreas urbanas. Os sistemas tendem a ser cada vez mais

inteligentes, com maior tecnologia embarcada e integrados com sistemas de

logística e controles existentes.

Será possível, também um monitoramento por exceção, ou seja, o

sistema irá informar apenas o que acontecer fora do planejado.

Kairalla (2009) aponta como principais vantagens desses produtos o

fato de em qualquer situação oferecerem monitoramento contínuo, o que

resulta em segurança à carga e ao motorista e ganhos reais em toda operação

logística. “Um veículo rastreado implica em uma conduta mais prudente”.

Empresas transportadoras, escoltas e gerenciamento de risco formam 80%

dos clientes Controlsat, os outros 20% são autônomos. Para facilitar a compra

dos produtos a empresa fez alianças com bancos e oferece financiamento com

taxas inferiores a 2% ao mês para pagamento em até 42 meses, para

quantidades de 1 a 100 veículos.

A Graber Rastreamento, há cinco anos neste segmento, tem como

principal preocupação a busca de soluções inteligentes com produtos que

integre segurança e logística e otimize o uso da frota. Para isso, a empresa

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32 oferece ao mercado um pacote de serviços adequado para cada

necessidade do cliente com equipamentos que operam com GPS (Sistema de

Posicionamento Global), que interliga o veículo à Central de Monitoramento e

permite localizar e gerenciar a logística da frota em qualquer ponto do

Mercosul. A comunicação pode ser realizada através dos sistemas GSM,

TDMA e CDMA, conforme aplicação.

Para o gerente de marketing da empresa, Robson Tricarico, a tendência

é que os equipamentos fiquem mais baratos e com mais tecnologia. “A entrada

do GSM na comunicação poderá evoluir o mercado, porém ainda é cedo para

falarmos que esta aplicação aconteça por todo País, já que a cobertura da

operadora é limitada. Ainda utilizamos muito a aplicação TDMA e CDMA. Os

preços deverão cair também devido a concorrência das operadoras e

sobreviverão as empresas que se diferenciarem na prestação de serviços”,

afirma. Hoje, os motoristas autônomos representam 50% dos clientes da

empresa e para eles a Graber oferece diferentes planos para facilitar a compra

dos equipamentos como desconto de 30% e prazo de até 180 dias.

Apesar da concorrência, a Graber diz estar tranquila em relação ao seu

crescimento e permanência no mercado, do total de empresas de

rastreamento, 90% utilizam equipamento de fabricação artesanal, 98% não

possuem bandeira de segurança, 100% não tem certificação ISO 9001 na

prestação de serviço e 80% não têm certificação do Inmetro nos

equipamentos.

Delfim Pinto (2009), diretor comercial da Ariasat, empresa a cinco anos

no mercado de rastreamento, também acredita que as empresas têm que

encarar a concorrência do segmento com investimentos em tecnologia, pois

apenas dessa maneira poderão ter sucesso. Ele acha que uma empresa nova

no segmento vai levar no mínimo dois anos para atuar com todas as

tecnologias disponíveis hoje.

Segundo Delfim (2008) a Ariasat atua em parceria com a TIM há um ano

através do sistema GPRS, além disso, temos o sistema por satélite com

cobertura em todo Mercosul. Os equipamentos, segundo a empresa,

possibilitam a monitoração em tempo real dos veículos por ela rastreados,

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33 sendo possível o bloqueio. Oferece, também, a roterização do veículo via

internet.

Segurança, logística e seguro de carga mais baratos são algumas

vantagens destacadas pela empresa, para os motoristas autônomos e

transportadoras. O motorista autônomo representa 20% dos negócios e para

este público oferecemos algumas facilidades como o financiamento em até 12

meses através das financeiras conveniadas.

A Satcom opera com comunicação híbrida cujo produto SC600 se

comunica via GSM/GPRS e simultaneamente via Satélite, em caso de não ter

sinal da rede GSM (em locais sem cobertura). Assim, se existe rede GSM, os

dados são enviados via GPRS, caso não tenha, envia via SMS através da rede

GSM e em último caso envia via satélite, através da órbita de 48 satélites na

constelação Globalstar. Fernando Ceylão (2009) diretor de marketing e

comercial da Globalstar, ressalta que juntamente com parceiro, são um meio

para solução final de segurança, logística e rastreamento. A disponibilidade do

sistema é de mais de 98%. Devido a movimentação de seus satélites (de baixa

órbita), as sombras inerentes ao sistema satelital são minimizadas. A

preocupação é a segurança e o bem estar do carreteiro.

De acordo com o presidente da Satcom, Cláudio Salgado (2009), o

sistema híbrido resulta em baixo custo de comunicação mensal (até 45%

menos), além da possibilidade do transportador poder utilizar o equipamento

para a área de logística. Outras vantagens apontadas por Salgado são o

menor risco de operação no transporte e maior controle do veículo através do

posicionamento de cinco em cinco minutos (área GSM). Com o sistema é

possível monitorar excesso de velocidade, banguela (tempo em relação ao

RPM e velocidade), excesso de RPM no motor, temperatura do motor etc. A

empresa também oferece a comunicação de voz via satélite e GSM com duplo

canal de voz com o veículo.

O SC200, sistema de comunicação via GSM/GPRS, com GPS de 12

canais integrados na própria placa de equipamento, e o SC400, sistema

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34 satelital Globalstar, fazem parte da linha de produtos da Satcom e que

podem receber placa para comunicação híbrida. A empresa também oferece

algumas facilidades para a compra dos equipamentos como as linhas de

leasing direta na locação do produto e financiamento através do Finasa.

Outro sistema híbrido é o ONIXSAT, fruto de uma parceria com a TIM. A

principal diferença dos sistemas híbridos já existentes é o uso dos satélites de

alta órbita Navstar e Inmarsat, junto com a transmissão em áreas de cobertura

de telefonia celular GSM/GPRS, desenvolvido pela Motorola. Com o novo

sistema, apenas quando não for possível o uso do sistema celular GPRS será

utilizado o satélite. Assim, nos locais de cobertura GSM é possível aumentar o

número de frequência das mensagens em tempo menor.

De acordo com o diretor da OnixSat, Maurício Campiolo (2009), as

vantagens do novo sistema são maior cobertura (América do Sul e área de

cobertura GSM), maior confiabilidade e melhor preço. O equipamento custa de

20% a 30% menos na aquisição e o custo mensal da comunicação é também

30% menor. A empresa tem 15 oficinas de instalação localizadas em Mato

Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná, Santa

Catarina e Rio Grande do Sul.

O gerente comercial da Sascar, Sandro Azevedo (2008), diz que a

Sascar está se preparando para a concorrência e investindo em produtos e

tecnologias para acompanhar as evoluções do mercado e manter a qualidade.

A empresa disponibiliza os sistemas Sascar GPS e Sascar GSM, que

permitem interação do usuário através de um software, via internet.

Este sistema permite o monitoramento, gerenciamento, planejamento

logístico e bloqueio com número limitado de veículos na frota. Através de um

módulo instalado no veículo, o sistema recebe e envia informações de

posicionamento do satélite (latitude e longitude) para o Centro de Controle,

através do canal de dados GPRS.

Complementa Azevedo (2009) as principais vantagens apontadas pela

empresa são a segurança patrimonial e pessoal, comunicação com os

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35 familiares em caso de emergência, segurança da carga, controle de

gerenciamento do veículo e da carga em tempo real, cerca eletrônica, área de

risco, limitador de velocidade e redução de custo, a redução de custo, para o

transportador, também pode ser obtida com o desconto da apólice de seguros.

Na opinião do diretor da Teleroad, Marcos Vinícios Brandão (2009),

além da redução de custo, a mudança de itinerário e controle de suas

mercadorias são outras dificuldades enfrentadas hoje pelo transportador. A

central trabalha com a antena de GPS, satélites de comunicação e sensores

instalados nos veículos. Com esse sistema o proprietário pode desviar, mudar

a rota conforme necessidade do momento. Se surgir um frete depois que os

caminhões saíram para seus destinos, o proprietário imediatamente checa o

sistema e sabe qual está mais próximo da encomenda e o avisa através de

mensagens enviadas do equipamento.

A Teleroad trabalha com equipamentos e tecnologias diferentes para

cada tipo de cliente. Hoje, a empresa opera com a tecnologia Modem Celular,

mais usada para segurança, equipados com escuta, botão de S.O.S, seqüestro

e emergências médica; Celular Satelital, que possibilita ao cliente visualização

da própria empresa e pode ser programada para emitir informações sobre os

veículos de cinco em cinco minutos, e Satelital, mais adequado para o

transporte de longas distâncias. Conforme Brandão (2009), a principal

vantagem para o motorista autônomo é a segurança, pois com a escolta

eletrônica 24 horas ele não viaja sozinho e pode nos contatar para qualquer

emergência. Já para as empresas é o controle de frota, preço de caminhões e

o contato direto com o motorista.

Para o diretor de negócios da Eccelera e CEO da Rodanet, Luiz Cruz

(2009), a logística se tornou um item importante no segmento de transporte e

para atender esse nicho a Rotanet, desenvolveu o Rotainfo baseado em

tecnologia de radiofreqüência. O sistema possibilita ao usuário ter informações

sobre o horário que o veículo saiu e chegou ao destino, quanto tempo

permaneceu em determinados pontos e calcular a previsão de chegada. “Pode

ser usado para aplicações logísticas como transferência, operações just-in-

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36 time, controle de viagens, entre outras. Os dados dos chips, (móvel ou

fixo), podem ser acessados via Internet ou ser enviados diretamente ao

sistema do usuário e, segundo a empresa, se adapta a qualquer software,

redes locais ou programas como o Excel. O Rotainfo possui vantagens como

facilidade de instalação, de operação, custo baixo, mobilidade e sem limite de

compra.

Em relação ao futuro do mercado, Cruz (2009) acredita que a tendência

é o uso de equipamentos com mais funcionalidade, pequenos e fáceis de

manusear e o surgimento de novos concorrentes no mercado, novas

tecnologias e modelos de negócios. A empresa que tiver tecnologia de ponta,

que funcione e seja adaptável a necessidade do cliente, a custos acessíveis,

tende a ter maior participação. Creio, também, que o desenvolvimento de

novas tecnologias tornará viável a oferta de soluções globais que possam ser

usadas, tanto para segurança como para logística, em qualquer parte do

planeta.

Na opinião de José Hugo Fleury (2009), diretor comercial da Ituran, O

GSM vai possibilitar o aparecimento de um grande número de pequenas

empresas que vão tentar abocanhar uma fatia do mercado. Para isso, estamos

nos preparando com novos serviços e agregando valor aos nossos produtos

sem onerar as mensalidades, adianta. A Ituran disponibiliza soluções de

monitoramento e rastreamento de veículos para operações logísticas, controle

de frotas e gerenciamento de risco voltado à prevenção do roubo de carga

além de centrais e monitoramento para o grande, pequeno e médio frotista. O

Frotas On Line, atende proprietários de frotas com até 20 veículos e permite ao

empresário monitorar seus veículos em qualquer computador, via Internet com

seu login e senha.

A empresa atende duplamente o motorista autônomo através de seu

sistema. Caso ele esteja prestando serviço para algum embarcador, que exija

rastreamento na operação, o sinal de seu equipamento será direcionado a uma

central de monitoramento Ituran. Conforme Fleury se, posteriormente, esse

motorista se desliga da operação gerenciada, ele pode manter o equipamento

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37 instalado e contratar a Ituran simplesmente para os serviços de proteção

contra o roubo e furto, pagando um valor menor.

Rodrigo Piquet (2009) gerente do Autotrac Caminhoneiro, ressalta que

para o autônomo, a Autotrac, empresa a 10 anos no mercado, desenvolveu o

Autotrac Caminhoneiro. O equipamento permite ao motorista ter condições de

transportar cargas de maior valor agregado e conseguir melhores fretes. O

pagamento do equipamento é facilitado para o carreteiro, que também não

precisa arcar com os custos de comunicação via satélite, pagos sempre pelas

empresas que contratam o serviço.

Outra vantagem, segundo Piquet, são os descontos no valor do seguro

do casco, que podem chegar a 35%. As empresas de transporte de carga

também se beneficiam já que podem rastrear todos os caminhões de

autônomos e de agregados à sua frota e garantir a logística de transporte.

Através do site da empresa, as transportadoras tem acesso ao cadastro de

todos os motoristas equipados com rastreador e pode contratá-los pelo próprio

sistema. Até 2006 a empresa pretende equipar 50 mil veículos de autônomos e

agregados.

Rodrigo Costa (2008) diretor de marketing da Autotrac, explica que outro

lançamento recente da empresa é o Kit Acionamento para válvulas de tanque

combustível, desenvolvido para atender as transportadoras de combustíveis

interessadas em impedir o roubo e adulteração desse tipo de carga. O kit

controla, remotamente, via satélite, a abertura e o fechamento das válvulas

que travam o tanque de combustível. A nossa expectativa é que kit seja

bastante requisitado nas regiões dos pólos petroquímicos brasileiros, como

Paulínia/SP, Camaçari/BA e os Estados de Mato Grosso, Goiás e Rio de

Janeiro, explica Rodrigo Costa. O CoDe (Controle de Desgaste Eletrônico) é

outro exemplo de solução em segurança logística, gerenciamento de riscos,

rastreamento e monitoramento para o setor de transporte de cargas. O

dispositivo impede o engate e desengate não autorizado do conjunto cavalo-

mecânico. Evita-se uma prática comum de roubo de carga na qual o conjunto é

desatrelado e outro cavalo mecânico leva a carreta.

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38 Antônio de Almeida (2009), diretor da Omnilink oferece o sistema de

rastreamento de veículos RI 1450, que utiliza o GPRS, comunicação de dados

via celular (GSM). A base de operação do modelo é o sistema de controle,

rastreamento e localização do veículo. Entre as funções executadas estão

manter lacradas as portas da cabina e do baú ou desligar a ignição. O sistema

Omnilink foi concebido com objetivo de proporcionar eficiência no uso logístico

e de segurança, nas melhores condições do mercado, além de uma série de

assessórios e eletrônica embarcada.

Uma das fortes tendências do futuro é o ingresso definitivo de algumas

montadoras no mercado de rastreamento e logística com equipamentos de

localização e controle. Porém essa tendência não assusta as empresas de

rastreamento e monitoramento que acreditam existir espaço para todos, já que

apenas 20% da frota nacional é rastreada, e ainda acenam para possíveis

parcerias.

A Volvo lançou, recentemente, o Volvo Link, sistema que permite ao

usuário localizar o caminhão e receber, pela Internet, informações do

computador de bordo (velocidade, consumo de combustível, entre outros

itens). O rastreamento é feito através da constelação de satélites GPS e os

satélites de comunicação. O gerente de projeto do Volvo Link, Christiano

Blume (2009), esclarece que a montadora não está oferecendo rastreadores

ao mercado. Com o Volvo Link estão fazendo telemática, oferecem um

rastreador, um sistema de gestão de frota (monitoramento de dados) e um

sistema de gestão de transporte (para logística e segurança). Assim o

rastreamento é apenas parte do produto e dos serviços oferecidos. É

disponibilizamos uma solução completa de fábrica, é o novo conceito de

solução estendida. Para André Carvalho (2009), Coordenador do

departamento de soluções para transportes da Volvo, há uma tendência de

comoditização deste tipo de produto. Rastreadores, sistemas de

gerenciamento da frota e do transporte, no futuro se transformarão em

comodities, isto é, sairão de fábrica dentro dos veículos.

Durante a Fenatran de 2003, a Scania apresentou o IRIS (Inteligência e

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39 Rastreamento Integrado por Satélite), desenvolvido totalmente no Brasil

para atender caminhões com e sem motor eletrônico. De acordo com a

empresa, o sistema monitora mais de 15 parâmetros, em tempo real, com

inúmeras combinações. Para o gerente de soluções de Negócios da Scania do

Brasil, Humberto Marin (2008), a entrada de algumas montadoras no mercado

de rastreamento e monitoramento não irá significar o fim de empresas que

oferecem este tipo de produto. Certamente, o mercado terá um ajuste com a

presença de novos fornecedores. O espaço de mercado parece ser muito

amplo, com segmentações específicas.

Abaixo na figura 8, alguns tipos de equipamentos de rastreamento

utilizados no mercado.

Figura 8 – Modelos de equipamentos de monitoramento disponíveis no

mercado (extraída de Brasiliano e Associados, Revista Caminhoneiro, 2006)

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3.3 – Algumas alternativas para evitar o roubo de cargas.

Rastreadores e Bloqueadores - Oferecerem monitoramento contínuo, o que

resulta em segurança à carga e ao motorista e ganhos reais em toda operação

logística, os sistemas tendem a ser cada vez mais inteligentes, com maior

tecnologia embarcada e integrados, com sistemas de controles que ao sinal

de qualquer direção fora do roteiro o veiculo bloqueia.

Seguro da carga – Toda carga deve possuir uma apólice de seguro.

Treinamento dos motoristas – O objetivo do treinamento é fazer com que o

motorista conheça e aplique os procedimentos e diretrizes de segurança.

Definir pontos específicos de paradas – Ao definir pontos específicos de

paradas como por exemplo para alimentação, abastecimento e repouso do

motorista pode -se evitar que o mesmo seja abordado surpreendentemente

por um indivíduo.

Fiscalização da Policia Rodoviária Federal – Fiscalização e repressão

intensiva ao furto e roubo de veículos e cargas.

Gerenciamento de risco – tem por objetivo apresentar uma solução integrada

para a empresa, com diminuição real e imediata das perdas até que se possa

atingir o índice zero de sinistro ou aceitável para a empresa.

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CONCLUSÃO

Com base nos estudos, conclui-se que o a melhor forma de combater os

altos índices de roubo de cargas é implementar um sistema de transporte

seguro, fazendo a adoção do gerenciamento de risco e da tecnologia de

rastreamento por satélite, que nos oferecerem monitoramento contínuo.

Isso resulta em segurança à carga e ao motorista e ganhos reais em toda

operação logística. Os sistemas tendem a ser cada vez mais inteligentes, com

maior tecnologia embarcada e integrados com sistemas de controles, de tal

forma que ao sinal de qualquer direção fora do roteiro o veiculo é bloqueado. É

preciso possuir um bom gerenciamento de frotas para que o motorista saiba

exatamente qual a rota a ser seguida, evitando fazer paradas em lugares de

riscos. Uma boa pavimentação das estradas e fiscalização contínua também

contribuem e são de suma importância para a segurança rodoviária.

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Anexo 1

MODELO DE CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE

TRANSPORTE, COLETAS E ENTREGAS

Obs.: Este modelo serve apenas como referência, devendo observar que

para todo contrato deve ser consultado um advogado para sua

consumação.

I)(nome empresa), sociedade comercial, com sede à (endereço

completo), e com filial estabelecida na (endereço completo da filial, se

houver), inscrita no CNPJ/MF sob o nº _______, inscrição municipal n.º

______, neste ato representada por um de seus procuradores, (nome

completo), (nacionalidade), (estado civil), (função), portadora da Cédula

de Identidade RG n.º _____SSP/SP e do CPF/MF sob o n.º _____,

doravante designada simplesmente CONTRATANTE;

II)(nome da empresa), estabelecida na (endereço completo), inscrita no

CNPJ/MF sob o n.º _________, neste ato representada por seu sócio

gerente (nome completo), portador do RG n.º _______ e do CPF/MF n.º

_______doravante designada CONTRATADA:

Têm entre si, ajustado o presente contrato de prestação de serviços de

transporte, coletas e entregas, conforme as cláusulas e condições a seguir

estipuladas, que as partes contratantes mutuamente aceitam e outorgam, a

saber:

CLÁUSULA PRIMEIRA: A Contratada na qualidade de empresa especializada

no setor de transportes e cargas, compromete-se à prestar à Contratante,

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43 serviços de transportes, coletas e entregas de peças, mercadorias,

encomendas, documentos, volumes, pacotes e outros, dentro do perímetro

urbano de (nome da Cidade) e arredores, sem limite de quilometragem, os

quais serão executados através de um motorista equipado com veículo de

carga automotor com capacidade de carga e locomoção que atenda às

necessidades da Contratante, mediante remuneração pelo serviço através do

pagamento do frete (art. 730 do Código Civil). A coleta no domicílio do

embarcador ou a entrega no domicílio do destinatário deverão ser objeto de

ajuste específico, declarado expressamente no conhecimento de transporte

(art. 752 do Código Civil) mediante remuneração própria.

CLÁUSULA SEGUNDA: Será de responsabilidade do embarcador o

pagamento, independente do frete, dos valores correspondentes ao pedágio,

na forma da Lei n.º 10.209 de 23/03/2001, incluindo-se os respectivos

reajustes das tarifas bem como taxas ou despesas para utilização e emissão

seja dos cupons pedágios, cartão pedágio ou mesmo outro sistema

conveniado reconhecido pela ANTT – Agência Nacional de Transportes

Terrestres com referência as empresas credenciadas para emissão do VALE

PEDÁGIO.

PARÁGRAFO ÚNICO: A contratante reembolsará posteriormente a contratada

dos valores do pedágio através da cobrança, de forma que o valor gasto estará

consignado no documento fiscal próprio (Conhecimento de Transporte

Rodoviário de Carga – CTRC ou Nota Fiscal de Serviço), sendo que este não

integrará a base de cálculo dos impostos estaduais, dos impostos federais ou

dos impostos municipais, estando portanto de acordo com o Regime Especial

previsto nas Resoluções 149 e 150 da Agência Nacional de Transportes,

publicadas em 15 de janeiro de 2003.

CLÁUSULA TERCEIRA: Não estão compreendidos no preço do frete e serão

objetos de remuneração específica os serviços correlatos aos transportes se

pedidos e mencionados expressamente no conhecimento ou no contrato como:

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44 gerenciamento de risco, a carga e descarga, paletização, consolidação,

conteinerização ou unitização de carga, relatórios e monitoramento, além de

outros.

CLÁUSULA QUARTA: A fim de atender as solicitações da Contratante, a

Contratada colocará à disposição daquela, um motorista equipado com um

veículo automotor, durante todo tempo de vigência do presente instrumento,

que deverá ficar de plantão, à disposição da Contratante, durante os horários

contratados e nos locais indicados pela Contratante.

PARÁGRAFO PRIMEIRO: Caso a Contratante, por qualquer motivo, não

aprove os condutores enviados pela Contratada, ou os mesmos estejam

impossibilitados para efetuar os serviços, por motivos pessoais, de saúde e/ou

quaisquer outros, a Contratada deverá efetuar a imediata substituição dos

mesmos, tantas e quantas vezes forem necessárias, até a completa satisfação

e adaptação da Contratante.

PARÁGRAFO SEGUNDO: Os condutores de veículos enviados pela

Contratada serão sempre funcionários e/ou sócios integrantes desta,

devidamente registrados e/ou constantes do contrato social, motivo pelo qual a

Contratada responderá por todas as obrigações previdenciárias, trabalhistas e

fiscais dos profissionais por ela designados para o desempenho dos serviços

de transporte, entregas e coletas ora contratados.

PARÁGRAFO TERCEIRO: A Contratada se responsabiliza pelo uniforme dos

condutores que enviar para prestar os serviços, ficando certo que os mesmos

deverão sempre utilizar uniforme contendo a identificação do nome da

Contratada, bem como esta será responsável por manter a boa e geral

aparência destes seus funcionários.

PARÁGRAFO QUARTO: A Contratada deverá comprovar à Contratante,

mediante a exibição dos documentos competentes, sempre que por esta

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45 solicitado, a prova de pagamento de todos os impostos, taxas,

contribuições, encargos trabalhistas e previdenciários que lhe competem, bem

como deverá comprovar a qualidade de seus funcionários enviados para a

execução dos serviços contratados, apresentando cópia do respectivo registro

em carteira, contrato de trabalho, extrato de recolhimento de FGTS e outros,

estabelecendo-se que o recolhimento destes encargos deverá ser feito em

guia própria que identifique e individualize o funcionário.

PARÁGRAFO QUINTO: A Contratada deverá manter sempre em perfeito

estado de funcionamento, manutenção e desempenho, o automóvel e/ou

demais veículos que utilizar na prestação do serviço contratado, prometendo

substituí-los, imediatamente, na ocorrência de qualquer defeito, irregularidade

e/ou sinistro.

PARÁGRAFO SEXTO: A quantidade de veículos e condutores referida no

caput desta cláusula poderá, a qualquer tempo, sofrer aumento e/ou

diminuição, conforme a necessidade dos serviços e mediante a expressa

autorização da Contratante, sendo que para os veículos e respectivos

condutores que vierem a ser acrescidos para a prestação de serviços incidirão

as mesmas cláusulas e condições estabelecidas neste instrumento.

PARÁGRAFO SÉTIMO: No caso de se reduzir a quantidade contratada de

veículos e condutores a Contratante deverá avisar a Contratada com 1 (um)

dia de antecedência.

PARÁGRAFO OITAVO: A Contratada se compromete a atender eventual

solicitação da Contratante de aumento na quantidade contratada de veículos e

condutores, no prazo máximo de 05 (cinco) dias.

CLÁUSULA QUINTA: A Contratada se dá ao direito de não transportar em

seus veículos produtos tóxicos, químicos, nocivos à saúde, ao meio ambiente,

armas, munições e explosivos, sem autorização das autoridades competentes.

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46 CLÁUSULA SEXTA: A prestação de serviço será feita em período integral, de

segunda a sexta-feira, devendo a Contratada entregar toda a mercadoria

carregada no dia, sem qualquer ônus extraordinário ao contrato para a

Contratante.

PARÁGRAFO PRIMEIRO: A Contratada, para a quitação de sua obrigação

contratual, exigirá que o recebedor dos bens transportados assine o recibo de

entrega e indique data e hora do recebimento (art. 754 do Código Civil).

PARÁGRAFO SEGUNDO: A Contratada deverá apresentar relatório das

entregas e/ou coletas efetuadas e concretizadas no dia, relatando eventuais

problemas ocorridos.

CLÁUSULA SÉTIMA: A Contratante pagará mensalmente à Contratada, a

título de remuneração pelos serviços contratados, a importância total de R$

_____ (valor por extenso), que deverão ser pagos até o ______ dia útil do mês

subseqüente ao da prestação.

PARÁGRAFO PRIMEIRO: A Contratada declara ser de sua absoluta, total e

exclusiva responsabilidade a manutenção completa do automóvel e/ou

veículos designados para a prestação dos serviços, bem como as despesas

utilizadas na prestação dos serviços, inclusive despesas, com combustível,

óleo, lavagem, peças, consertos, sinistros, guinchos, reboques, bem como

despesas com pedágio, multas de trânsito, licenciamento anual, prêmio de

seguro contra roubo, furto e danos, seguro contra roubo, furto e danos do

veículo e das mercadorias e objetos que estiverem sendo transportados com

as respectivas notas fiscais e/ou conhecimentos de transportes, seguro contra

acidentes e sinistros, pessoais e contra terceiros, responsabilizando-se

integralmente por todas e quaisquer indenizações e/ou débitos e/ou danos

derivados destes eventuais sinistros, acidentes, roubos, furtos, desvios,

danificações e outros.

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PARÁGRAFO SEGUNDO: A Contratada declara ser de sua total

responsabilidade o dever de guarda e de manutenção da integridade e

perfeição de toda mercadoria, objetos, papéis, documentos, valores ou outros

elementos de propriedade da Contratante que estiver transportando, desde o

ato da coleta ou do recebimento, até o da entrega ao Destinatário ou

Consignatário e, decorrência deste instrumento, motivo pelo qual obriga-se à

manter seguro contra roubo, furto, incêndio, danos, acidentes e/ou contra

quaisquer sinistros que possam causar prejuízos à Contratante e, na falta

deste estará obrigada à indenizar diretamente todos os danos sofridos pela

Contratante.

CLÁUSULA OITAVA: A responsabilidade da Contratada fica limitada ao valor

declarado pela Contratante no documento fiscal, o qual deverá constar do

conhecimento de transporte (art. 750 do Código Civil) e será considerado para

o fim da contratação de correspondente cobertura securitária.

CLÁUSULA NONA: Excluem-se da responsabilidade da Contratada os danos

provenientes de vício próprio do bem transportado, de caso fortuito ou de força

maior bem como, os decorrentes de inadimplemento da Contratante.

CLÁUSULA DÉCIMA: A Contratada deverá indenizar todos e quaisquer danos

que por negligência, imperícia e/ou imprudência venha a causar a Contratante

por ato e/ou omissão seus ou de seus funcionários e/ou prepostos.

CLÁUSULA DÉCIMA-PRIMEIRA: A Contratada somente poderá eximir-se da

responsabilidade pelas perdas e danos aos bens, quando resultantes de:

✔ Erro ou negligência da Contratante ou Destinatário;

✔ Inadequação de embalagem (art. 746 do Código Civil);

✔ Vício intrínseco dos bens (art. 1º, Decreto 2681/1912);

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✔ Manuseio, embarque ou descarga dos bens, executados pela

Contratante ou Destinatário (art. 1º, Decreto 2681/1912);

✔ Greves, “lock-outs”, ou dificuldades opostas aos serviços de transporte,

desde que não resultantes da ação ou omissão da Contratada, seus prepostos,

empregados e agentes;

✔ Caso fortuito e força maior comprovados (art. 393 do Código Civil);

✔ Informação inexata ou falsa descrição dos bens a serem transportados

(art. 745 do Código Civil).

CLÁUSULA DÉCIMA-SEGUNDA: Obriga-se a Contratante a observar as

seguintes exigências básicas, para possibilitar a prestação dos serviços pelo

transportador:

1. Declaração correta do conteúdo, peso e valor dos volumes confiados a

Contratada;

2. Observância da legislação fiscal pertinente;

3. Acondicionamento dos bens em embalagens adequadas e seguras e, de

acordo com as leis e normas técnicas vigentes;

4. Marcação individual dos volumes, com as seguintes indicações mínimas:

4.1. Nome ou marca da Contratante, nome do Destinatário,

cidade e estado de destino, número da Nota Fiscal e

quantidade dos volumes;

4.2. Indicações completas e precisas na Nota Fiscal, que

possibilitem a pronta localização do Destinatário ou

Consignatário.

CLÁUSULA DÉCIMA-TERCEIRA: A Contratante não fará jus a qualquer

indenização e, ainda, será responsável pelos prejuízos que causar a

Contratada ou a terceiros, nos casos de quebras, vazamentos, explosões ou

outros eventos danosos, provocados por:

1. Acondicionamento dos bens em embalagens inadequadas ou defeituosas;

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49 2. Declaração incorreta, incompleta ou falsa do conteúdo, peso ou valor

dos volumes confiados a Contratada (art. 745 do Código Civil).

CLÁUSULA DÉCIMA-QUARTA: A Contratante ressarcirá a Contratada,

imediatamente, de qualquer pagamento que este for obrigado a efetuar ao

Fisco, em decorrência de irregularidade de responsabilidade da própria

Contratante, ainda que o Auto de Infração seja lavrado contra a Contratada,

seu motorista ou preposto TCA.

CLÁUSULA DÉCIMA-QUINTA: No caso da cláusula décima Quarta, se, além

da autuação, houver apreensão de mercadorias a Contratada comunicará o

fato ao Usuário, para que providencie o pagamento, o depósito ou a defesa no

processo fiscal, arcando o Usuário com as diligências para a liberação da

carga apreendida.

CLÁUSULA DÉCIMA-SEXTA: A Contratante efetuará os pagamentos à

Contratada, até o _____dia útil do mês subseqüente ao mês da prestação e

mediante a apresentação das competentes notificações de débitos e

respectivas Notas Fiscais de Prestação de Serviços, que deverão especificar

o(s) veículo(s) designado(s) para a prestação, período da prestação, valor

conforme contrato e outros.

PARÁGRAFO ÚNICO: O valor da remuneração mensal, estipulado na

CLÁUSULA SÉTIMA, não sofrerá nenhuma majoração, entre os contratantes,

no período de um ano contado da assinatura do presente instrumento, sendo

que qualquer alteração, mesmo após o primeiro ano de vigência, somente será

admitida por escrito.

CLÁUSULA DÉCIMA-SÉTIMA: Salvo quando outra condição for estabelecida

pelas partes, tem-se que o pagamento do preço dos serviços deve ser feito “À

VISTA”, no ato da retirada ou entrega dos bens transportados.

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50 CLÁUSULA DÉCIMA-OITAVA: A Contratante e o Destinatário indenizarão

a Contratada, pelas perdas e danos decorrentes de qualquer alteração do

contrato de transporte (art. 748 do Código Civil), assim consideradas todas

aquelas que impliquem aumento das despesas pela mudança de destinatário

ou de rota, reentrega e devolução de mercadorias e imobilizações do veículo

por atraso no carregamento e descarregamento. Não será considerado atraso

a espera para carregamento ou descarregamento de até 30 minutos quando se

tratar de carga fracionada ou encomenda e de até 3 (três) horas quando se

tratar de carga fechada ou lotação.

CLÁUSULA DÉCIMA-NONA: A Contratada poderá reter bens de propriedade

do Destinatário, que lhe tenham sido confiados para transporte, para garantia

de pagamento do preço dos serviços (Decreto nº 19.473/30), em se tratando

de frete a ser pago no destino. Poderá ainda, reter bens da Contratante para

garantia de pagamento do preço do frete, armazenagem e demais prejuízos

(art. 751 c/c 644 do Código Civil).

CLÁUSULA VIGÉSIMA: Em caso de recusa de recebimento pelo Destinatário,

por qualquer razão não imputável a Contratada, seja quem for o Usuário,

obriga-se a Contratante a receber a carga em devolução e a pagar o preço dos

serviços, inclusive, pela operação de retorno da carga, sob pena de, não o

fazendo, responder por custo adicional de armazenagem eventual, a contar da

data que a carga for colocada à sua disposição.

CLÁUSULA VIGÉSIMA-PRIMEIRA: Serão ressarcidas pelos Usuários as

despesas adicionais, comprovadamente suportadas pela Contratada, em caso

de bloqueio ou interrupção do tráfego rodoviário, por período superior a 24

horas, que o obrigue a utilizar recursos, meios ou itinerários mais onerosos.

CLÁUSULA VIGÉSIMA-SEGUNDA: O valor do frete nos contratos de trato

contínuo será considerado de equilíbrio na data da contratação e sofrerá

rescisão para evitar desequilíbrio toda vez que o custo variável do transporte

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51 apurado e divulgado pela FIPE/NTC apresentar variação acumulada

superior a X% (x por cento), aplicando-se de imediato o índice aprovado a

partir da data da sua divulgação.

CLÁUSULA VIGÉSIMA-TERCEIRA: A Contratante deverá atender de imediato

ao pedido de instruções da Contratada quando o transporte não puder ser feito

ou venha a sofrer longa interrupção, respondendo pelos prejuízos causados a

Contratada pela falta ou demora na resposta (art. 753 do Código Civil).

CLÁUSULA VIGÉSIMA-QUARTA: O presente contrato de prestação de

serviços é firmado por prazo indeterminado.

CLÁUSULA VIGÉSIMA-QUINTA: São circunstâncias que, enquanto

perdurarem os seus efeitos, suspendem o prazo previsto neste contrato:

✔ Bloqueio ou interrupção do tráfego rodoviário, por qualquer motivo alheio

ao controle da Contratada;

✔ A recusa do recebimento pelo Destinatário ou Consignatário, desde a

Contratada comunique o fato ao Usuário. As razões da recusa devem ser

anotadas no verso do Conhecimento de Transporte, sob pena de prevalecerem

as declarações da Contratada.

CLÁUSULA VIGÉSIMA-SEXTA: O presente instrumento poderá ser rescindido

por qualquer uma das partes, e a qualquer tempo, sem necessidade de

apresentação de justificativa prévia, exigindo-se, apenas, o aviso prévio de 01

(um) dia, que deverá ser efetivado por comunicação escrita, não incidindo

qualquer penalidade e/ou ônus para a parte denunciante.

CLÁUSULA VIGÉSIMA-SÉTIMA: Eventuais serviços extras que não estiverem

contratados neste instrumento deverão ser objeto de autorização expressa

pela Contratante, bem como deverão ser cobrados e/ou representados por

notificações e notas fiscais distintas e autônomas.

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CLÁUSULA VIGÉSIMA-OITAVA: As partes elegem o Foro Central da Comarca

de ____, em detrimento de qualquer outro, por mais privilegiado que possa vir

a ser, para dirimir quaisquer questões oriundas do presente instrumento.

E por estarem as partes, Contratante e Contratada, justas e acordadas em

tudo quanto consta, no presente instrumento, assinam em 03 (três) vias de

igual teor e forma juntamente com duas testemunhas.

Local e Data.

1) CONTRATANTE:__________________________

2) CONTRATADA:___________________________

3) 1ª TESTEMUNHA:_____________________ NOME: RG: CPF/MF:

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANEFALOS, Lílian Cristina. Gerenciamento de Frotas do Transporte

Rodoviário de Cargas Utilizando sistemas de Rastreamentos por Satélite :

Dissertação de Mestrado em Economia Aplicada, Escola Superior de

Agricultura Luiz Queiroz. Piracicaba, 134p.: il 1999.

BALLOU, Ronald H.

Logística Empresarial : Transportes, Administração de Materiais e Distribuição

Física. São Paulo: Atlas, 1993.

_________________

Gerenciando a Cadeia de Suprimentos: planejamento, organização e logística

empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001.

BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro.

Manual de Planejamento: Gestão de Riscos Corporativos. São Paulo:

Sicurezza, 2003.

__________________

Metodologia para a Identificação de Riscos Estratégicos, Revista Proteger,

número 45, abril/maio 2004.

__________________

Análise de riscos corporativos, método Brasiliano. São Paulo: Sicurezza, 2006.

CAIXETA-FILHO, J. V.; MARTINS, R. S. (Orgs). Gestão Logística do

Transporte de Cargas. São Paulo: Atlas, 2001.

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54 CAMARA, Simone; AMORIM, Cynthia; JUNIOR, Reginaldo. A utilização do

sistema de rastreamento de veículos no transporte de cargas: um estudo junto

à segsat, 2006. Disponível em: www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais.Acesso

em 12/04/2010.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE (CNT). Transporte de

cargas no Brasil : ameaças e oportunidades para o desenvolvimento do país.

Disponível em www.cnt.org.br. Acesso em: 25 /09/2010

COPPEAD. Transporte de cargas no Brasil: ameaças e oportunidades para o

desenvolvimento do País : “Diagnóstico e Plano de ação”, 2002. Disponível

em: www.centrodelogistica.com.br. Acesso em: 23/09/2010

DRUCKER, P. F., Inovação e Espírito Empreendedor : Prática e Princípios.

Editora Pioneira, 6° Edição, Tradução de Carlos J. Malferrari, 2000.

FILIPPE, Rômulo, A Força do Transporte, artigo da revista Caminhões - Ano I

N° 07- Novembro de 2005.

GIMENEZ, Claudemir; SILVA, Oscar Salviano Filho, Gestão de Riscos

Logísticos, artigo com tema de Inovação tecnológica, 2006. Disponível em:

www.cori.unicamp.br/CT2006/trabalhos / gestão de riscos logisticos.doc.

Acesso em 15/07/2010.

GONÇALVES, Wanderly Gonelli, Gerenciamento de riscos e seguro são

garantia contra roubos e acidentes, artigo no jornal Log Web, Segurança de

Carga e Transporte. Disponível em: www.logweb.com.br/jornal. Acesso em:

17/07/2010.

MARTINS, Petrônio Garcia e ALT, Paulo Renato Campos. Administração de

Materiais e Recursos Patrimoniais. 2ª edição. 2006.

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55 NTC & LOGÍSTICA. Roubo/furto de cargas : situação nacional. Disponível

em

www.ntcelogistica.org.br. Acesso em: 26/09/2010.

SENA, Alexandre da Silva. Análise do roubo de cargas no transporte

rodoviário. Estudo de caso: Transportadora Minuano. 2009. Monografia

(Tecnologia em Logística com Ênfase em Transportes) – Faculdade fr

Tecnologia da Zona Leste.

Souza, Paulo. O Roubo de Cargas no TRC - 2009. Disponível em

www.tudosobreseguranca.com.br/downloads. Acesso em 25/09/2010.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – Transportes Rodoviários 9

1.1- Conceito 9

1.2- Características do Modal Rodoviário 9

1.3- Qualidade da malha Rodoviária 13

1.4- Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas 16

1.5- Benefícios 16

1.6- Instrumento Legal 16

1.7- Contrato de prestação de serviços de transporte 18

CAPÍTULO II - Roubo de Carga 19

2.1- Roubo de carga no Brasil 19

2.2 – Risco 25

CAPÍTULO III – Segurança no transporte rodoviário de carga 26

3.1 - Gerenciamento de risco 26

3.2 – Rastreamento - Escolta Eletrônica 30

3.3 – Algumas alternativas para evitar o roubo de cargas 40

CONCLUSÃO 41

ANEXO 1 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 53

ÍNDICE 56

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: