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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
Emanuela Bazzan
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO
DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PARA O MUNICÍPIO DE PINHALZINHO/SC
Passo Fundo, 2013.
Emanuela Bazzan
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO
DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PARA O MUNICÍPIO DE PINHALZINHO/SC
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de Engenharia Ambiental, como parte
dos requisitos exigidos para obtenção do título
de Engenheiro Ambiental.
Orientador: Prof. Eduardo Pavan Korf, Mestre.
Passo Fundo, 2013.
Emanuela Bazzan
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE
GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA O
MUNICÍPIO DE PINHALZINHO/SC
Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de
Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e
Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:
Orientador:_________________________
Eduardo Pavan Korf
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Aline Custódio Passini Ferrão
Universidade Federal de Santa Maria, UFSM
___________________________________
Patrícia Martins
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
Passo Fundo, 28 de junho de 2013.
RESUMO
A Lei Federal 12.305/2010 - Política Nacional de Resíduos Sólidos surgiu com o
intuito de estabelecer diretrizes e regras para a gestão integrada dos resíduos sólidos e
priorizar o tratamento dos resíduos com aplicação de técnicas de manejo (reciclagem e
compostagem), reduzindo a quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários. Os
objetivos deste trabalho são realizar diagnóstico dos resíduos no município, cenários e
prognósticos da situação, objetivos e metas para adequação do sistema de gerenciamento
integrado de resíduos sólidos do município. Também, propor planos de ação para alcançar os
objetivos e metas e meios para controle e fiscalização da operacionalização do plano. A
metodologia deste trabalho está estruturada de acordo com o conteúdo mínimo da lei
12.305/2010, e será aplicada ao município de Pinhalzinho, localizado na região oeste
catarinense, com população estimada em 16.332 habitantes. O trabalho abrange apenas a área
urbana do município, englobando os resíduos sólidos domésticos, comerciais, públicos, de
limpeza urbana e coleta seletiva, como também resíduos industriais, de construção civil, de
serviços de saúde e especiais. A partir dos resultados obtidos no diagnóstico, observou-se que
já houve a mobilização do Município quanto à gestão de resíduos sólidos domiciliares e de
coleta seletiva gerados em território municipal e o atendimento deste serviço abrangendo
100% da população, contando com participação de cooperativa de catadores. Porém,
deficiências e problemas detectados caracterizam-se pela carência de atendimento na
totalidade do município no serviço de limpeza urbana (varrição, poda, capina, etc.), falta de
recipientes adequados para descarte e acondicionamento dos resíduos nas vias públicas, ou
pelo mal estado de conservação dos existentes, falta de controle rígido dos resíduos gerados e
destinados por todos os setores de responsabilidade do Município e de estabelecimentos
particulares. Estruturaram-se cenários futuros quanto à geração de resíduos no Município e
através disso, foram abordados procedimentos operacionais, objetivos e metas a serem
adotados nos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição final
ambientalmente adequada dos mesmos. Também, definiu-se programas e ações voltados para
a implementação e operacionalização dos objetivos e metas e meios a serem utilizados para o
controle e a fiscalização do mesmo, através de ações preventivas e corretivas a serem
praticadas pelo poder público.
Palavras-chaves: Política Nacional de Resíduos Sólidos. Resíduos Sólidos. Poder Público
municipal.
AGRADECIMENTOS
Á minha família, que é minha base, minha energia, minha força.
Á Deus, por guiar meu caminho e minhas escolhas e por me dar a oportunidade de
conhecer muitas pessoas especiais que de alguma forma, passaram por minha vida.
Ao Prof. Eduardo Pavan Korf, pela solícita orientação neste trabalho.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Prioridades da Lei 12.305/10 .................................................................................. 17 Figura 2 - Estrutura do trabalho ................................................................................................ 21 Figura 3 - Localização geográfica do empreendimento ........................................................... 25 Figura 4 - Características topográficas ..................................................................................... 26
Figura 5 – Bacia hidrográfica do Rio Uruguai e seus afluentes. .............................................. 28 Figura 6 - Sistema Rodoviário Municipal ................................................................................ 29 Figura 7 - Carta de pavimentação viária ................................................................................... 30 Figura 8 - Delimitações de distritos, sede e linhas Municipais ................................................ 31 Figura 9 - Macroáreas municipais ............................................................................................ 32
Figura 10 - Bairros municipais ................................................................................................. 33 Figura 11 - Uso e ocupação do solo ......................................................................................... 34 Figura 12 - Evolução da População nos Censos Demográficos – Pinhalzinho (SC) ............... 35
Figura 13 - População rural e urbana........................................................................................ 35 Figura 14 - Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade......................... 36 Figura 15 – Domicílios particulares permanentes com densidade de moradores por domicílios
.................................................................................................................................................. 36
Figura 16 - Instituições de ensino públicas e privadas e número de frequentadores................ 38 Figura 17 – Composição gravimétrica dos resíduos domiciliares brasileiros .......................... 40
Figura 18 – Caminhão compactador ......................................................................................... 42 Figura 19 – Caminhão compactador ......................................................................................... 43 Figura 20 - Recipientes para disposição de resíduos nas vias públicas ................................... 44
Figura 21 - Resíduos depositados nas vias públicas ................................................................. 44
Figura 22 – Recipiente para disposição dos resíduos nas vias públicas ................................... 45 Figura 23 - Aterro Sanitário Unidade I – Saudades.................................................................. 46 Figura 24 – Folder explicativo sobre Coleta Seletiva Municipal (Frente e verso) ................... 48
Figura 25 - Folder explicativo sobre Coleta Seletiva Municipal (Interno)............................... 48 Figura 26 – Íma de geladeira da coleta seletiva........................................................................ 49
Figura 27 – Catadores da APREPI fazendo a triagem de materiais ......................................... 50 Figura 28 – Recipientes para acondicionamento dos resíduos nas vias públicas ..................... 51
Figura 29 – Rejeitos encontrados nos materiais recicláveis ..................................................... 54 Figura 30 - Triagem manual dos materiais recicláveis ............................................................. 55 Figura 31 - Bags para armazenamento dos materiais segregados ............................................ 56
Figura 32 – Compactação de materiais diversos ...................................................................... 56 Figura 33 – Compactação de papelão ....................................................................................... 56
Figura 34 – Fardos de plástico .................................................................................................. 57 Figura 35 – Fardos de papelão .................................................................................................. 57
Figura 36 – Composição gravimétrica dos resíduos recicláveis comercializados.................... 58 Figura 37 – Lixo eletrônico acumulado no pátio do DMER .................................................... 62 Figura 38 – Lâmpadas armazenadas no pátio do DMER ......................................................... 63 Figura 39 – Frota T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltd ..................................................... 68 Figura 40 – Frota T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltd ..................................................... 69
Figura 41 – Frota T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltd ..................................................... 69 Figura 42 – Aterro Sanitário de Anchieta ................................................................................. 71
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Unidades de ensino no Município .......................................................................... 37 Tabela 2 – Geração per capita de resíduos............................................................................... 39 Tabela 3 – Materiais comercializados pela APREPI ................................................................ 57 Tabela 4 – Indústrias presentes no Município .......................................................................... 74
Tabela 5 – Projeção populacional ............................................................................................. 82 Tabela 6 – Geração diária, mensal e anual de resíduos sólidos domiciliares ........................... 86 Tabela 7 – Estimativa de crescimento populacional e geração de resíduos sólidos domiciliares
.................................................................................................................................................. 87 Tabela 8 – Informações básicas sobre os municípios da solução consorciada ......................... 90
Tabela 9 – Informações sobre os municípios participantes do consórcio ................................ 91
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Frequência de coleta ............................................................................................... 41 Quadro 2 – Frequência de coleta seletiva nos bairros .............................................................. 52 Quadro 3 – Classificação dos resíduos de serviço de saúde ..................................................... 64
Quadro 4 – Estabelecimentos de saúde (CNES) ...................................................................... 65 Quadro 5 – Classificação dos resíduos da construção civil ...................................................... 71 Quadro 6 – Estimativa da quantidade de resíduos sólidos gerados pelas indústrias de laticínios
.................................................................................................................................................. 77 Quadro 7 – Cenário tendencial, realista e ideal ........................................................................ 84
Quadro 8 – Geração de resíduos em cenário atual, de curto, médio e longo prazo.................. 88
Quadro 9 – Competências e responsabilidades ........................................................................ 93
Quadro 10 – Objetivos e metas para resíduos sólidos domiciliares ......................................... 94 Quadro 11 - Objetivos e metas para resíduos de limpeza pública ............................................ 97 Quadro 12 - Objetivos e metas para resíduos da coleta seletiva .............................................. 98 Quadro 13 - Objetivos e metas para resíduos de serviço de saúde ........................................... 98 Quadro 14 - Objetivos e metas para resíduos da construção civil ............................................ 99
Quadro 15 - Objetivos e metas para resíduos industriais ....................................................... 100
Quadro 16 - Objetivos e metas para resíduos especiais.......................................................... 101 Quadro 17 - Programas e ações para os resíduos com logística reversa ................................ 106 Quadro 18 – Locais para acumulação temporária e definitiva de Resíduos sólidos .............. 110
Quadro 19 – Indicadores de desempenho da implantação do Plano de Gexstão Integrada de
Resíduos Sólidos. ................................................................................................................... 112
Quadro 20 – Ações de emergências e contingências .............................................................. 114
EQUAÇÕES
Equação 1…………………………………….. ....................................................................... 81 Equação 2…………………. .................................................................................................... 85
Equação 3 ................................................................................................................................. 86 Equação 4 ................................................................................................................................. 86
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................... 3 AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... 4 LISTA DE ILUSTRAÇÕES ...................................................................................................... 5
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... 6 LISTA DE QUADROS .............................................................................................................. 7 EQUAÇÕES ............................................................................................................................... 8 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11 2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 15
2.1 Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 15 2.1.1 Resíduos sólidos ................................................................................................... 15
2.1.1.1 Classificação................................................................................................ 15
2.1.2 Política nacional de resíduos sólidos .................................................................... 16 2.1.3 Tratamentos de resíduos sólidos ........................................................................... 18
2.1.3.1 Reciclagem .................................................................................................. 18 2.1.3.2 Compostagem .............................................................................................. 19
2.1.4 Destinação Final Dos Resíduos Sólidos ............................................................... 20 2.1.4.1 Lixões .......................................................................................................... 20
2.1.4.2 Aterros Sanitários ........................................................................................ 20 2.2 Métodos e Materiais ................................................................................................... 21
2.2.1 Estrutura do trabalho ............................................................................................ 21 2.2.2 Local de Estudo e definição do escopo do trabalho ............................................. 22 2.2.3 Diagnóstico do sistema atual de gerenciamento dos resíduos sólidos ................. 22
2.2.4 Cenários e Prognósticos ....................................................................................... 23
2.2.4.1 Objetivos e Metas ........................................................................................ 23 2.2.5 Planos de Ação ..................................................................................................... 24 2.2.6 Controle e Fiscalização ......................................................................................... 24
2.3 Resultados e Discussões ............................................................................................ 24 2.3.1 Caracterização do Município ................................................................................ 24
2.3.1.1 Histórico e Localização ............................................................................... 25 2.3.1.2 Características topográficas e de solo ......................................................... 26 2.3.1.3 Clima ........................................................................................................... 27 2.3.1.4 Recursos Hídricos ....................................................................................... 27
2.3.1.5 Fauna e Flora ............................................................................................... 28 2.3.1.6 Sistema Rodoviário ..................................................................................... 28
2.3.1.7 Plano Diretor ............................................................................................... 30 2.3.1.8 Bairros ......................................................................................................... 32 2.3.1.9 Uso e ocupação do solo ............................................................................... 33 2.3.1.10 Economia ..................................................................................................... 34 2.3.1.11 População .................................................................................................... 34
2.3.1.12 Educação ..................................................................................................... 37 2.3.2 Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Municipais ..................................................... 38
2.3.2.1 Resíduos domiciliares e comerciais ............................................................ 38 2.3.2.2 Coleta seletiva ............................................................................................. 46 2.3.2.3 Limpeza pública .......................................................................................... 59 2.3.2.4 Resíduos especiais ....................................................................................... 60 2.3.2.5 Resíduos de serviços de saúde .................................................................... 64
2.3.2.6 Resíduos da construção civil ....................................................................... 71 2.3.2.7 Resíduos industriais..................................................................................... 73
2.3.2.8 Síntese do diagnóstico ................................................................................. 77 2.3.2.9 Aspectos legais aplicáveis ........................................................................... 79
2.3.3 Prognóstico ........................................................................................................... 80 2.3.3.1 Estimativa de crescimento populacional ..................................................... 81 2.3.3.2 Cenários institucionais futuros .................................................................... 83 2.3.3.3 Horizontes ................................................................................................... 85 2.3.3.4 Estimativas de geração de resíduos ............................................................. 85
2.3.3.5 Regionalização na gestão integrada de RSU - Consórcios ......................... 89 2.3.3.6 Responsabilidades da gestão integrada ....................................................... 91 2.3.3.7 Áreas de risco ou clandestinas a serem erradicadas .................................... 93 2.3.3.8 Objetivos e metas ........................................................................................ 94 2.3.3.9 Programas e ações ..................................................................................... 102
2.3.3.10 Identificação de áreas para a disposição final dos resíduos ...................... 107 2.3.3.11 Criação de pontos de entrega voluntária ................................................... 109
2.3.4 Controle e fiscalização........................................................................................ 111 2.3.4.1 Indicadores de desempenho para os serviços públicos ............................. 111 2.3.4.2 Ações para emergências e contingências .................................................. 113 2.3.4.3 Monitoramento e verificação do plano...................................................... 115
3 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 116 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 118
APÊNDICE A ........................................................................................................................ 121 APÊNDICE B ......................................................................................................................... 123 APÊNDICE C ......................................................................................................................... 124
APÊNDICE D ........................................................................................................................ 125
APÊNDICE E ......................................................................................................................... 126
APÊNDICE F ......................................................................................................................... 127 APÊNDICE G ........................................................................................................................ 128
ANEXO A .............................................................................................................................. 129
11
1 INTRODUÇÃO
A qualidade urbana e qualidade de vida são dependentes entre sí, porém o crescimento
das cidades brasileiras, expressivo nos ultimos anos, não teve o acompanhamento do
desenvolvimento das infraestruturas municipais. Deste modo, o manejo e a gestão dos
resíduos sólidos podem ser considerados ineficientes em grande parte dos municípios
brasileiros.
Nos últimos anos, segundo Fialcoff (1998), o aumento da produção de resíduos ocorre
“devido à crescente valorização das embalagens e da preferência pelos descartáveis”. Hoje os
produtos já possuem de fábrica uma vida útil pré-determinada, ou seja, são menos resistentes.
Outro aspecto que influencia na geração acelerada de resíduos é a crescente demanda de
produtos por inovações e novas tecnologias.
Segundo Jacobi e Besen (2006), as questões técnicas, econômicas e institucionais
dificultam aos municípios brasileiros de realizar uma gestão integrada e sustentável dos
resíduos de sua competência, tais como os resíduos urbanos e os da construção civil e de
serviços de saúde produzidos pelas próprias municipalidades. São poucos aqueles que
possuem uma gestão pré-definida e investimentos nesses setores.
Nesse sentido, percebe-se que o problema dos resíduos sólidos nos municípios brasleiros
é de difícil solução, sendo que a maior parte das cidades apresenta um serviço de coleta
considerado insatisfatório, que não prevê a segregação dos resíduos na fonte (IBGE, 2006). A
ideia de gestão e coleta seletiva requer que a segregação seja feita na etapa anterior ao
processo de coleta e destinação, ou seja, seja feita nas próprias residências através da
educação ambiental e mais que isso, seja introduzida à ideia de consumo consciente e
consequentemente menor geração.
Zacarias (2000) afirma que se vive hoje uma crise civilizacional e ambiental. Para ele, os
sistemas naturais que sustentam a vida de uma população crescente no planeta encontram-se
precários, marcados pelo atual estilo de desenvolvimento e esta ordem econômica mundial,
caracterizada pela produção e consumo crescentes, esgota e contamina os recursos naturais e
leva a um questionamento profundo sobre o modo de produção industrial contemporâneo.
Alternativas atuais encontradas pelos municípios, indústrias e a própria população para
disposição dos resíduos sólidos, muitas vezes sem instrução, são os lixões, ou seja, lugares
clandestinos e ambientalmente inadequados com grande potencial poluidor e vetor de
doenças. Lima (2004) ressalta que por conter alto teor energético, e por oferecer
12
disponibilidade simultânea de água, alimento e abrigo, o lixo é preferido por inúmeros
organismos vivos, ao ponto de algumas espécies o utilizarem como nicho ecológico.
A pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008 revelou que, no país, 50,8% dos
municípios ainda utilizam lixões, 22,5% utilizam aterros controlados e 27,5% aterros
sanitários (IBGE, 2010). Tal alternativa é consequência da falta de prioridade para o lixo
urbano, falta de qualificação e visão de mercado e também pelo fato da coleta seletiva ser cara
e ineficiente se não gerenciada corretamente.
Nesse sentido, este trabalho busca saber qual a situação atual de gerenciamento dos
resíduos sólidos no Município e de que forma um plano de gestão integrada de resíduos
sólidos acrescentará na adequação municipal à gestão dos mesmos frente às eventuais
problemáticas encontradas.
Um dos motivos para adequação dos municípios para o correto gerenciamento de
resíduos sólidos foi a promulgação da Lei Federal 12.305 (BRASIL, 2010), Política Nacional
de Resíduos Sólidos, que surge com o intuito de estabelecer diretrizes e regras para a gestão
integrada dos resíduos sólidos, tanto no âmbito federal, municipal e industrial, sendo
alternativa para redução e correta gestão dos resíduos sólidos e sua disposição final. Por ter
caráter de responsabilidade compartilhada, cabe aos municípios, empresas e a própria
população a participação na gestão dos mesmos.
A elaboração dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
constituiu-se uma condição necessária para os municípios terem acesso aos recursos da União
destinados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos num período de 2 anos a partir
do lançamento da Lei Federal 12.305 (BRASIL, 2010). Este prazo já acabou, porém, a
iniciativa municipal de realizar um plano de gerenciamento de seus resíduos sólidos é
necessária e deve ser feita independentemente destes recursos, como ferramenta de
desenvolvimento sustentável.
Com a implantação desses planos, a gestão dos resíduos tomará proporções maiores,
com uma base sólida apoiada por princípios e diretrizes que promovam o tratamento e a
reciclagem dos resíduos, alternativa tanto social, através da inclusão de catadores, e
ambientalmente preferível, através do reaproveitamento de matérias primas pela coleta
seletiva e redução de disposição de resíduos, quanto uma alternativa econômica, pela geração
de bem com valor agregado, como em técnicas de compostagem, por exemplo.
Magalhães (2008) afirma que um sistema de gerenciamento ideal é aquele que objetiva
minimizar a quantidade de lixo gerada, levando em conta o atendimento das necessidades
13
sociais e buscando a sustentabilidade do sistema. Já Jacobi e Besen (2006) afirmam que,
desde a Rio 92, incorporaram-se novas prioridades à gestão sustentável de resíduos sólidos as
quais representaram uma mudança paradigmática, que tem direcionado a atuação dos
governos, da sociedade e da indústria.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, através de Planos de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos, prioriza o tratamento dos resíduos, ou seja, a aplicação de técnicas de
manejo como valorização da reciclagem e compostagem da fração orgânica, reduzindo a
quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários, através da conscientização de todos os
envolvidos no processo.
Muitas são as vantagens proporcionadas com a implantação de planos de
gerenciamento de resíduos sólidos nos municípios. MAGALHÃES (2008) afirma que a coleta
seletiva tem como vantagens principais facilitar a reciclagem, pois através dela há a
conservação das propriedades físicas de alguns materiais, elevando seu potencial de
aproveitamento e facilitando os serviços de triagem que antecede seu tratamento. Para o
sucesso de um plano de gestão de resíduos sólidos, é essencial a realização de programas de
educação ambiental com foco na comunidade, influenciando-a ao consumo consciente.
Desta forma, a implantação de um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
pelas Prefeituras reforça seus investimentos nos resíduos sólidos e a fiscalização da qualidade
dos serviços municipais e de cooperativas de catadores responsáveis pela coleta seletiva. Em
paralelo com o plano, a criação de campanhas educativas de mobilização da população em
geral, tem como resultado um impacto positivo na gestão integrada de resíduos sólidos
municipais e facilidade na implantação/implementação de políticas inovadoras.
Tem-se como objetivo geral elaborar subsídios para desenvolvimento de um Plano de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o Município de Pinhalzinho - SC, destinado a
serviços de limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos.
Os objetivos específicos deste trabalho estão definidos a seguir:
Realizar diagnóstico do sistema atual de gerenciamento de Resíduos Sólidos no
Município;
Propor cenários e prognósticos da situação;
Propor objetivos e metas para adequação do sistema de gerenciamento integrado
de resíduos sólidos do município;
Propor planos de ação para alcançar os objetivos e metas.
14
Propor meios para controle e fiscalização da operacionalização do plano.
O escopo e a delimitação do trabalho abrangeu apenas a área urbana do município,
englobando os resíduos sólidos domésticos, comerciais, públicos e de limpeza urbana e da
coleta seletiva, como também resíduos industriais, de construção civil, de serviços de saúde e
especiais.
Quanto à estrutura metodológica, além do presente capítulo, no qual se apresenta o
problema de pesquisa, a justificativa, os objetivos e as delimitações do trabalho, este relatório
está composto por mais quatro capítulos.
No capítulo 2 apresenta-se a revisão da literatura, englobando definições que irão
auxiliar no entendimento geral do trabalho, introduzindo-o.
No capítulo 3 descreve-se o método de pesquisa utilizado no presente trabalho,
baseados na Lei Federal 12.305/10, Política Nacional dos Resíduos Sólidos e Decreto Nº
7.404/10. Ainda, nesse capítulo, detalha-se a estratégia, o delineamento da pesquisa, assim
como as atividades realizadas.
No capítulo 4 são apresentados e analisados os resultados da pesquisa. Estes
apresentam-se em itens correspondentes a cada etapa da metodologia e as diferentes
tipologias de resíduos analisadas.
No capítulo 5 apresentam-se as conclusões da pesquisa, discutem-se a atual forma de
gestão municipal dos resíduos sólidos e possíveis formas de melhora-lo, como também mostra
as dificuldades encontradas.
15
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Revisão Bibliográfica
2.1.1 Resíduos sólidos
As características físicas, químicas e biológicas dos resíduos apresentam grande
diversidade. Isto se dá em função de fatores sociais, econômicos, geográficos, culturais, etc.,
tanto no aspecto quantitativo quanto qualitativo, que acabam influenciando na taxa de geração
de resíduos, que pode ser determinada pela geração per capta ou por uma unidade pré
determinada, por exemplo, kg de resíduo/unidade fabricada, quando se trata de atividades
industriais.
De acordo com a Norma Brasileira 10.004, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas - ABNT (2004), resíduos sólidos são resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que
resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição,
bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
2.1.1.1 Classificação
A ABNT - NBR 10.004 (2004), classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos
potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados
adequadamente. Para os efeitos desta Norma, os resíduos são classificados em Resíduos
classe I e II.
“Resíduos classe I – Perigosos, são àqueles que apresentam
periculosidade, característica apresentada por um resíduo que, em
função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas,
pode apresentar risco à saúde pública, provocando mortalidade,
incidência de doenças ou acentuando seus índices e riscos ao meio
ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Como
16
também aqueles que apresentam características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, patogenicidade e toxicidade (ABNT, 2004).”
Os resíduos classe II – Não perigosos se dividem em classe II A e II B. Resíduos
classe II A – Não inertes, são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos
classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes, nos termos da Norma NBR 10.004.
Estes podem ter propriedades de biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em
água.
Resíduos classe II B – Inertes, são quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma
forma representativa, indicada pela Norma NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico
e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme Norma NBR
10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos
padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
É importante que não ocorra o contato entre as diversas tipologias de resíduos, pois
resíduos contaminados (classe I) possuem potencial de contaminação de qualquer objeto ou
resíduo que entre em contato com ele, ou seja, resíduos classe II (A ou B) ao entrarem com
contato com o classe I, passam a ser classe I.
2.1.2 Política nacional de resíduos sólidos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos é vista como um marco histórico da gestão
ambiental no Brasil, pois trata do problema que atinge não só o país, mas todo o planeta, que
são os resíduos, mais conhecidos como “Lixo”. A Lei Federal 12.305/10 discorre sobre a
Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que tem como princípio a responsabilidade
compartilhada entre governo, empresas e população, bem como leva em conta o sistema de
logística reversa. Também busca a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento
dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e estímulo à
adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços, como mostra a
Figura 1.
17
Figura 1 – Prioridades da Lei 12.305/10
Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2012)
No Capítulo I, no seu Art. 1º, afirma que esta lei dispõe sobre princípios, objetivos e
instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de
resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder
público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. A Política também aborda a participação
formal de catadores, na forma de cooperativas estruturadas, dando assim um viés de cunho
social no gerenciamento dos resíduos.
O Art. 6º da Lei define que os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos são,
entre outros, a prevenção e a precaução, o poluidor-pagador e o protetor-recebedor, a visão
sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social,
cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública, o desenvolvimento sustentável, a
ecoeficiência com bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e
tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos
naturais, a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, setor empresarial e demais
segmentos da sociedade, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e o
reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de
valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania.
O ministério do meio ambiente, através do Manual de orientação dos Planos de gestão
de resíduos sólidos (2012), espera que governos estaduais e municipais entendam a urgência
das ações em matéria de resíduos sólidos e as ações pelo clima e enxerguem oportunidades na
gestão de resíduos sólidos para o desenvolvimento sustentável, a gestão do carbono e uma
economia mais verde e mais inclusiva.
18
2.1.3 Tratamentos de resíduos sólidos
Atualmente são descritas diferentes técnicas para tratamento dos resíduos sólidos
como forma de evitar o descarte excessivo de resíduos dispostos em aterros sanitários, os
quais requerem grandes áreas, e incentivar o reaproveitamento de materiais presentes nos
resíduos.
2.1.3.1 Reciclagem
Reciclagem é um termo utilizado para indicar o reaproveitamento ou a reutilização de
um material, através do retorno da matéria-prima, no mesmo processo em que, por alguma
razão, foi rejeitado. Reciclar ganhou importância de cunho estratégico quando as
preocupações ambientais vieram a tona. Processar rejeitos e incluí-los no processo passou a
ser forma de economia e menor agressão ambiental.
“A rentabilidade do mercado de reciclagem de embalagens plásticas no Brasil, como
em outros países desenvolvidos, mostra aspectos atraentes para iniciativas empresariais do
setor, com reflexos sócio-econômicos diretos relacionados com a melhoria da qualidade de
vida da população, geração de renda, economia de recursos naturais e atenuação de problemas
ambientais”, afirmam FARIA e FORLIN (2002).
Os dados do balanço da coleta do material divulgado pela Associação Brasileira do
Alumínio (Abal) afirmam que em 2011, o Brasil reciclou 511 mil toneladas de alumínio. O
país lidera a reciclagem de latas de alumínio para bebidas pelo 11º ano consecutivo, entre os
países em que a atividade não é obrigatória por lei – como Japão, Argentina e Estados Unidos,
como também entre países europeus, cuja legislação sobre reciclagem de materiais é bastante
rígida.
De acordo com a ABIVIDRO, embalagens de vidro podem ser totalmente
reaproveitadas no ciclo produtivo, sem nenhuma perda de material. Como normalmente os
vidros de embalagem são do tipo sodo-cálcico, apenas as sucatas de vidro com essa natureza
química são aceitas para reciclagem.
Atualmente, em função da acelerada industrialização, cobram-se posturas quanto a
consequente poluição que isto gera. Algumas formas de ações pró-ativas de minimização de
suas consequências são campanhas municipais de coleta seletiva ou até mesmo de política
reversa, que podem auxiliar nos processos de reciclagem, que diminuem o descarte de
resíduos, os custos da coleta urbana e aumenta a vida útil dos aterros sanitários.
19
2.1.3.2 Compostagem
A compostagem consiste em transformar resíduos orgânicos, através de processos
físico, químicos e biológicos, em um composto orgânico mais estável e resistente.
Atualmente, devido a mudanças econômicas e sociais ocorridas nas últimas décadas, esta
prática vem ganhando destaque por ser uma alternativa viável para o reaproveitamento de
resíduos orgânicos presentes em grande quantidade no lixo domiciliar.
De acordo com Pereira Neto (1987), a compostagem é definida como um processo
aeróbio controlado, desenvolvido por uma população diversificada de microrganismos,
efetuada em duas fases distintas: a primeira fase, predominantemente termófilas, quando
ocorrem as reações bioquímicas mais intensas e a segunda, chamada fase de maturação,
quando ocorre o processo de humificação. Por se tratar de processo biológico, requer um
balanceamento adequado da relação de carbono e nitrogênio (C/N) e determinadas condições
de temperatura, umidade e aeração essenciais para o processo efetivo.
Para que todo ciclo esteja completo são necessários aproximadamente de 90 a 120 dias
após mistura dos materiais orgânicos (dependendo da relação C: N do resíduo), tendo como
resultado um composto normalmente escuro e de textura turfa, utilizado como condicionador
de propriedades físicas e biológicas do solo, ou seja, um composto fertilizante que fornece os
nutrientes às plantas, afirmam OLIVEIRA, SARTORI e GARCEZ (2008).
O Brasil possui sua economia baseada, entre outros, na produção agrícola, tendo
grandes áreas de seu território destinadas a essa atividade. Entretanto, as proporções de
utilização de sistemas de compostagens são desproporcionais, devido a pouca tradição de
produção de compostos orgânicos, sendo que o mercado hoje é dominado por produtos
industrializados com adição de fertilizantes químicos.
LIMA (2004) defende que:
“O composto produzido a partir dos resíduos orgânicos não
representa, necessariamente, uma solução final para o problema de
escassez de alimentos ou do saneamento ambiental, mas pode
contribuir significativamente como um elemento redutor dos danos
causados pela disposição desordenada do lixo no meio urbano, além
de propiciar a recuperação de solos agrícolas exauridos pela ação de
fertilizantes químicos aplicados indevidamente.” (LIMA, 2004)
20
2.1.4 Destinação Final Dos Resíduos Sólidos
Existem três principais maneiras de dispor os resíduos sólidos, são elas: Lixão,
proibido em território nacional por possuir alto grau de contaminação ambiental; aterro
controlado, a qual atende apenas alguns requisitos para adequação ambiental, normalmente
caracteriza-se por um lixão remediado, e por fim, o aterro sanitário, com atendimento a uma
série de normas e procedimentos.
2.1.4.1 Lixões
Local onde o lixo doméstico ou industrial é acumulado de forma rústica, sem atender
aos requisitos da legislação, a céu aberto e sem qualquer forma de tratamento. Pode ser
considerado o meio mais barato de disposição, mas em contrapartida, contamina águas
superficiais e subterrâneas, solo e ar, pois o processo de decomposição dos resíduos gera
lixiviado, que acabam escoando sobre o terreno e gases, que se dissipam na atmosfera, todos
nocivos ao meio ambiente.
2.1.4.2 Aterros Sanitários
De acordo com a norma ABNT NBR 8419/1992, aterro sanitário é:
“Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem
causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os
impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia
para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao
menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na
conclusão de cada jornada de trabalho ou a intervalos menores se for
necessário (NBR 8419).”
Pode-se citar como vantagem da implantação de aterros sanitários a disposição
ambientalmente adequada dos resíduos e a capacidade de absorção diária de grande
quantidade dos mesmos, oriundas dos centros urbanos. Em contrapartida, as desvantagens
incluem a formação de um passivo ambiental com possibilidade de poluição das águas
21
superficiais e subterrâneas pela ação do lixiviado, além da formação de gases nocivos e de
odor desagradável.
LIMA (2004) entende que os fatores limitantes deste método são basicamente quatro:
a disponibilidade de grandes áreas que não comprometam a segurança e o conforto da
população; a disponibilidade de material de cobertura diária; condições climáticas de
operação durante todo o ano e a escassez de recursos humanos habilitados em gerenciamento
de aterros.
2.2 Métodos e Materiais
2.2.1 Estrutura do trabalho
A metodologia foi estruturada conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei
Federal 12.305 (BRASIL, 2010). Segundo a lei, os municípios com população total inferior a
vinte mil habitantes, apurada com base nos dados demográficos do censo mais recente da
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia Estatística - IBGE, como é o caso do município de
Pinhalzinho, podem adotar planos municipais simplificados de gestão integrada de resíduos
sólidos. O decreto Nº 7.404 (BRASIL, 2010) estabelece normas para a execução de planos
municipais de gestão integrada de resíduos sólidos, como ferramenta à PNRS.
A metodologia deste trabalho descrita na sequência está estruturada de acordo com o
conteúdo mínimo, da lei 12.305 (BRASIL, 2010), que está esquematizado na Figura 2.
Figura 2 - Estrutura do trabalho
22
2.2.2 Local de Estudo e definição do escopo do trabalho
O Município de Pinhalzinho está localizado no centro da microrregião oeste
catarinense, situando-se entre dois grandes centros, Chapecó e São Miguel do Oeste. Segundo
IBGE (2010), possui um território de 128,7 km² e população estimada em 16.332 hab. Está
localizado no bioma Mata Atlântica e na Bacia hidrográfica do Rio Uruguai. Possui um clima
ameno e sua topografia é predominantemente plana. Sua economia distribui-se nos setores da
agricultura, comércio e principalmente no industrial.
O trabalho abrange apenas a área urbana do município, englobando os resíduos sólidos
domésticos, comerciais, públicos, de limpeza urbana e coleta seletiva, de construção civil, de
serviços de saúde e especiais. Os resíduos industriais foram abordados no diagnóstico apenas
qualitativamente, pois não foi possível fazer o levantamento quantitativo de geração atual.
Desta forma, no prognóstico, as estimativas de geração futuras nos horizontes estimados
foram realizadas para os resíduos com dados suficientes para tal, ou seja, que foram
abrangidos quantitativamente na fase de diagnóstico.
2.2.3 Diagnóstico do sistema atual de gerenciamento dos resíduos sólidos
Inicialmente, realizou-se um diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos no
território municipal, ou seja, uma sistematização e análise de informações já conhecidas ou
disponíveis sobre o município e os serviços por ele oferecidos em relação à limpeza urbana e
manejo dos resíduos sólidos. Estas informações serviram como suporte para a definição de
prognósticos, metas e ações.
Foram obtidos neste item dados que contemplam as características do município,
como localização, dados populacionais, perfil sócio econômico, clima, perfil topográfico,
sistema viário urbano, hidrologia, geologia, características urbanas, zonas de ocupação, perfil
industrial, infraestrutura, etc.
O diagnóstico englobou também as condições físicas e operacionais dos serviços de
gestão dos resíduos sólidos existentes, como a origem, volume, caracterização dos resíduos,
formas de acondicionamento, coleta, transporte, tratamentos e disposição final adotadas,
observando o plano diretor e o zoneamento ambiental municipa, que delimitam os diferentes
locais específicos para exercício de cada actividade no território municipal. Foi identificados
os resíduos sólidos e os geradores sujeitos ao plano de gerenciamento específico e sistema de
23
logística reversa. Abordaram-se, da mesma forma, indicadores de desempenho operacional e
ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
Os dados para caracterização municipal e diagnóstico foram obtidos através da
prefeitura municipal, empresas terceirizadas de coleta e disposição de resíduos, cooperativas
de catadores, com aplicação de questionários (em anexo), visitas observatórias no local e
pesquisas no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Como parte do diagnóstico, deve-se realizar atividades no sentido da mobilização
social, como audiência pública para coleta de vontades da comunidade em relação aos
problemas propostos e às ações previstas, com relação à implantação do trabalho proposto.
Esta etapa não foi realizada pelo trabalho em questão, ficando como idéia para trabalhos
futuros.
2.2.4 Cenários e Prognósticos
A partir dos resultados obtidos no diagnóstico e através da identificação das falhas,
foram abordados procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição
final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Estruturaram-se cenários futuros quanto à geração de resíduos no Município, com
diversas lógicas de pensamento. Através disso, verificou-se a relação entre demanda futura e
oferta do atual sistema e definiram-se diretrizes, objetivos e metas para o manejo dos resíduos
e para outros aspectos do plano. Possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou
compartilhadas com outros municípios foram identificadas, considerando, nos critérios de
economia de escala, a proximidade dos locais estabelecidos.
2.2.4.1 Objetivos e Metas
Cientes da problemática atual do modo de gestão dos resíduos sólidos e do desafio
colocado ao município no equacionamento dos problemas, através da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, a elaboração de objetivos e metas define proposta de mudança a curto,
médio e longo prazo.
Definiram-se objetivos e metas para o transporte, redução, reutilização, coleta seletiva
e reciclagem, entre outras, com vista a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para
24
disposição final ambientalmente adequada (aterro sanitário) e inadequada, como também
aspectos para facilidade e melhorias na gestão dos resíduos sólidos.
Também, de acordo com a legislação vigente, foi descrita as formas e dos limites da
participação do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa, e de outras ações
relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e definição das
responsabilidades quanto à sua implementação e operacionalização.
2.2.5 Planos de Ação
Foram definidos programas e ações de capacitação técnica voltados para a
implementação e operacionalização dos objetivos e metas do plano de gestão integrada de
resíduos sólidos. Também, diretrizes para criação de programas e ações de educação
ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos
sólidos que afete toda a população, como também programas e ações para a participação das
cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e
recicláveis.
2.2.6 Controle e Fiscalização
Foram definidos meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito
local, da implementação e operacionalização do plano de gestão integrada de resíduos sólidos
através de estabelecimento de indicadores operacionais, ações preventivas e corretivas a
serem praticadas, incluindo programa de monitoramento, identificação dos passivos
ambientais relacionados aos resíduos sólidos, como áreas contaminadas e respectivas medidas
saneadoras. Nesta etapa também se estabeleceu a periodicidade de sua revisão.
2.3 Resultados e Discussões
2.3.1 Caracterização do Município
O município foi caracterizado de acordo com as características que abrangem a
contextualização regional, aspectos físicos, antrópicos, socioeconômicos e populacionais.
Muitas das informações para caracterização municipal foram obtidas através de dados
repassados pela Prefeitura de Pinhalzinho.
25
2.3.1.1 Histórico e Localização
O Município de Pinhalzinho está localizado no centro da microrregião oeste
catarinense, situando-se entre dois grandes centros, Chapecó e São Miguel do Oeste (Figura
3), sendo que está a uma distância de 670 km da capital do Estado, Florianópolis. Num raio de
12 km, Pinhalzinho engloba outros onze municípios comercialmente dependentes. Segundo
dados do IBGE (2010), possui um território de 128,7 km² e população estimada em 16.332
habitantes.
Figura 3 - Localização geográfica do empreendimento
Fonte: Censo demográfico IBGE (2010).
Até os anos de 1930, predominavam pequenas matas de pinheiro, onde hoje está
localizado o centro da cidade. Os primeiros moradores que habitaram a região, em grande
maioria com origem do Estado Gaúcho, conhecendo a fertilidade desta terra, vieram à procura
de novas fontes de renda.
O município foi emancipado de acordo com o artigo 22 da Constituição do Estado então
vigente e em conformidade com a resolução nº. 01/61, de 07 de dezembro de 1961, fez com
que a Câmara Municipal de São Carlos promulgasse a Lei nº. 780, que criava o município de
Pinhalzinho, sendo instalado oficialmente em 30 de dezembro de 1961.
26
2.3.1.2 Características topográficas e de solo
A topografia do Município apresenta-se ondulada a fortemente ondulada na sua quase
totalidade, possuindo altitude média de 550 metros como pode ser visualizado na Figura 4,
retirada do Atlas Cartográfico municipal.
Figura 4 - Características topográficas
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
As classes de solos predominantes na área municipal são os Cambissolos. EMBRAPA
(2006) afirma que Cambissolos compreendem solos constituídos por material mineral, com
horizonte B incipiente subjacente a qualquer tipo de horizonte superficial, desde que não
sejam enquadrados em outras classes. Devido à heterogeneidade do material de origem, das
formas de relevo e das condições climáticas, as características destes solos variam muito de
um local para outro.
Encontram-se também Latossolos, que de acordo com EMBRAPA (2006), são solos
constituídos por material mineral, com horizonte B latossólico. São solos em avançado
estágio de intemperização, muito evoluídos, como resultado de enérgicas transformações no
material constitutivo. Variam de fortemente a bem drenados, embora ocorram solos que têm
cores pálidas, de drenagem moderada ou até mesmo imperfeitamente drenada, indicativa de
formação em condições, atuais ou pretéritas, com um certo grau de gleização.
27
2.3.1.3 Clima
Em termos gerais o Estado de Santa Catarina está localizado no domínio do clima
mesotérmico úmido, contido em sua totalidade na zona climática subtropical úmido. As
temperaturas médias anuais da cidade, de acordo com o Institudo de Geografia e Estatística -
IBGE (2010), estão entre 18ºC e as chuvas são bem distribuídas durante as estações,
atingindo, em média, 1.500 mm anuais.
2.3.1.4 Recursos Hídricos
A região de interesse está inserida na bacia hidrográfica do Uruguai, sub-bacia do Rio
Chapecó. No início do seu longo caminho, segundo o Caderno da Região Hidrográfica do
Uruguai (MMA, 2006), o rio Uruguai divide os Estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina, em seu trecho nacional. Após, em seu trecho compartilhado, o rio Uruguai
materializa a fronteira entre o Brasil e a Argentina, a seguir, serve de fronteira para o Uruguai
e a Argentina. No Brasil, recebe importantes contribuições dos rios do Peixe, Irani, Chapecó e
Antas (margem direita ou Catarinense) e ainda dos rios Apuaê (ou Ligeiro), Inhandava (ou
Forquilha), Passo Fundo, da Várzea e Guarita (afluentes da margem esquerda ou gaúcha),
como pode ser visto na Figura 5.
O município é banhado pelos Rios Burro Branco (que faz divisa com os municípios de
Serra Alta, Modelo e Pinhalzinho) e Três Voltas, popularmente conhecido como Pesqueiro
(que faz a divisa com os municípios de União do Oeste, Jardinópolis, e Irati). Também fazem
parte dos recursos hídricos municipais, o Lajeado Bueno, Lajeado Uru, Lajeado Três Amigos
e Lajeado Barra Escondida, que tem sua origem no território do município.
28
Figura 5 – Bacia hidrográfica do Rio Uruguai e seus afluentes.
Fonte: Caderno da Região Hidrigráfica do Uruguai (MMA, 2006).
2.3.1.5 Fauna e Flora
Pinhalzinho está inserida no bioma Mata Atlândica. IBAMA (2013) afirma que em
termos gerais, este bioma pode ser ser visto como um mosaico diversificado de ecossistemas,
apresentando estruturas e composições florísticas diferenciadas, em função de diferenças de
solo, relevo e características climáticas existentes na ampla área de ocorrência desse bioma no
Brasil.
Apesar da intensa devastação, ainda abriga uma quantidade significativa de espécies
tanto de animais quanto de vegetais, através de campos naturais e florestas em estágio médio
ou avançado. Pelo fato do município possuir grande quantidade de recursos hídricos, as áreas
de APP localizam-se em extensas áreas no entorno de rios e córregos. No local pode ser
notada a presença de muitas espécies de pássaros e animais nativos.
2.3.1.6 Sistema Rodoviário
Os acessos ao município se dão principalmente pela BR 282, que vai ao encontro dos
municípios de Chapecó e Navegantes, e pela SC 157, com acesso aos municípios de Saudades
29
e Maravilha. A Figura 6, fornecida pela Prefeitura de Pinhalzinho, apresenta o sistema
rodoviário municipal no entorno da área urbana, realçando estradas principais, com
pavimentação asfáltica e estradas secundárias de terra.
Figura 6 - Sistema Rodoviário Municipal
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
Já a Figura 7, também fornecida pelo Poder Público municipal, nos mostra a
pavimentação viária na área urbana municipal, destacando ruas e estradas com pavimentação
asfáltica, calçamento e estradas primárias. Pode-se observar que a pavimentação asfáltica
atinge a maior parte do município.
30
Figura 7 - Carta de pavimentação viária
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
2.3.1.7 Plano Diretor
O Plano Diretor define a existência de sede, distritos e linhas no território municipal.
Estes estão detalhados na Figura 8. A área de interesse do Plano de gestão integrada de
resíduos sólidos englobará apenas a Sede municipal. Esta está subdividida em macroáreas
respectivas ao zoneamento municipal, detalhado na Figura 9. As macroáreas tem como
finalidade fixar as regras fundamentais de ordenamento do território, definindo diretrizes de
forma a atender os princípios, políticas, ações e projetos nele presentes, sendo definido pela
divisão do território em áreas que espacializam as intenções do município quanto às diferentes
particularidades do território.
De acordo com o artigo Art. 35, as macroáreas do município subdividem-se em:
I – MAPP - Macroárea de Produção Primária;
II – MAURB - Macroárea Urbana;
III – MMACHADO - Macroárea do Distrito de Machado;
IV – APP - Área de Preservação Permanente;
V – ARPA - Área de Recuperação e Proteção Ambiental;
31
VI – AODUP - Área de Ocupação e Densificação Urbana Prioritária;
VII – AODUPR - Área de Ocupação e Densificação Urbana Prioritária Restrita;
VIII – AEUF - Área de Expansão Urbana Futura;
IX – AEIS I - Área Especial de Interesse Social I;
X – AEIS II - Área Especial de Interesse Social II;
XI – AEPCP - Área Estratégica de Preservação e Conservação da Paisagem;
XII – SI - Setor Industrial;
XIII – SEA - Setor Especial do Aeroporto;
XIV – EAIT - Eixo de Atividades Inovadoras Tecnoprodutivas;
XV – EDU - Eixo de Densificação Urbana;
XVI – EIM - Eixo de Integração Municipal;
XVII – EIR - Eixo de Integração Regional.
Figura 8 - Delimitações de distritos, sede e linhas Municipais
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
32
Figura 9 - Macroáreas municipais
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
2.3.1.8 Bairros
O município é dividido em 12 bairros: Bela Vista, Centro, Centro Oeste, Efacip,
Loteamento Primavera, Maria Terezinha, Nova Divinéia, Panorama, Pioneiro, Santo Antônio,
São José e Área Industrial. A Figura 10 a seguir, retirada do Atlas cartográfico municipal,
apresenta a localização dos mesmos na área urbana e delimita, da mesma forma, as áreas de
proteção permanente (APPs), áreas verdes e área industrial municipal.
33
Figura 10 - Bairros municipais
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
2.3.1.9 Uso e ocupação do solo
O município de Pinhalzinho tem sua ocupação e uso do solo baseados principalmente
na agricultura, com pequenas áreas de pastagens e campos naturais, florestas em estágio
inicial, médio ou avançado. Áreas de reflorestamento também são detectadas no território
municipal. A Figura 11 fonecida pela prefeitura municipal apresenta as principais formas de
uso e ocupação do solo.
34
Figura 11 - Uso e ocupação do solo
Fonte: Adaptado da Prefeitura de Pinhalzinho.
2.3.1.10 Economia
Sua economia distribui-se nos setores da agricultura (pequena produção familiar
diversificada), comércio e principalmente na indústria, em constante crescimento nos últimos
anos. O Município de Pinhalzinho conta com serviços de segurança, saúde e educação de boa
qualidade, sendo que o índice de desenvolvimento humano no ano de 2000 era de 0,826, o
que pode ser considerado um bom valor quando comparado ao município de melhor IDH do
Brasil na mesma época, São Caetano do Sul (SP), que apresentava um índice de 0,919 (IBGE,
2010).
2.3.1.11 População
A evolução da população, a partir dos censos demográficos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, está apresentada na Figura 12. Através disto, observa-se que houve
uma duplicação do número de habitantes em 40 anos, porém com maior crescimento
concentrado nos últimos 10 anos, o que demonstra o potencial de desenvolvimento de
Pinhalzinho.
35
Figura 12 - Evolução da População nos Censos Demográficos – Pinhalzinho (SC)
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.
A Figura 13 apresenta a porcentagem da população rural e urbana do município, em
2010. Após isso, têm-se a distribuição da população por sexo e idade, conforme Figura 14.
Pode-se perceber que a maioria da população, 83,4%, vive na área urbana do município.
Quanto à faixa etária, tanto entre os homens quanto mulheres, há uma maior concentração da
população entre 15 e 29 anos de idade.
Figura 13 - População rural e urbana
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.
36
Figura 14 - Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade
Fonte: IBGE (2010).
Sabe-se, através do censo demográfico IBGE (2010), que o número de domicilios
particulares do município correspondem a 5.095, sendo que destes, 4.300 são na área urbana e
795 na área rural. A Figura 15 apresenta o percentual de domicílios com respectivas
densidades de moradores.
Figura 15 – Domicílios particulares permanentes com densidade de moradores por domicílios
Fonte: IBGE (2010).
37
2.3.1.12 Educação
O censo escolar em 2010 apontou que estão matriculados 4.410 alunos entre ensino
infantil, fundamental e médio, num total de 20 escolas. A Tabela 1 apresenta algumas delas. O
índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB/2004) classificou Pinhalzinho em 19°
lugar entre 293 municípios de Santa Catarina no quesito de educação básica.
Tabela 1 – Unidades de ensino no Município
Escola Creche Pré-
escolar Fundamental Médio
Fundamental
EJA
Médio
EJA Total
CEIM Amigo Da
Infância 0 69 0 0 - 0 69
CEIM Pedro Simon 25 189 0 0 - 0 214
PE Maria Terezinha 0 60 0 0 - 0 60
EMEF Maria
Terezinha 0 0 269 0 - 0 269
CEI Divinéia 33 71 0 0 - 0 104
CEI Menino Jesus 33 146 0 0 - 0 179
EMEB José
Theobaldo Utzig 0 0 723 0 - 0 723
Casa Da Criança
Ivone Pegoraro 15 0 0 0 - 0 15
Casa Da Criança Tia
Lurdes 23 0 0 0 - 0 23
CEIM Bela Vista 39 0 0 0 - 0 39
CEIM Maria
Terezinha 30 28 0 0 - 0 58
CEIM Gente Feliz 64 0 0 0 - 0 64
Total 262 563 992 0 0 0 1817
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
Além de instituições de ensino de primeiro e segundo grau, estão instaladas no
município 3 instituições de ensino superior, são elas: Universidade do Estado de Santa
Catarina (Udesc), com o curso de Engenharia de Alimentos, Horus Faculdades
disponibilizando os cursos de Administração, Ciências Contábeis, Sistemas de Informação e
38
Educação Física e a Unoesc, com Administração, Ciências Contábeis, Direito, Design Gráfico
e Industrial, Gestão Ambiental e Psicologia.
O gráfico apresentado na Figura 16 mostra o número de pessoas do município
frequentadores de instituições de ensino públicas e privadas, não necessariamente no
muncípio.
Figura 16 - Instituições de ensino públicas e privadas e número de frequentadores.
Fonte: IBGE (2010).
2.3.2 Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Municipais
2.3.2.1 Resíduos domiciliares e comerciais
Originário das atividades domésticas em residências é composto por resíduos secos e
resíduos úmidos. Os resíduos secos são constituídos principalmente por jornais, revistas,
embalagens fabricadas a partir de plásticos, papéis, vidros e metais diversos, ocorrendo
também produtos compostos como as embalagens tetrapack. Já os resíduos úmidos são
constituídos principalmente por restos de alimento, folhas, semestes, etc. Também está
presente nesta classificação os rejeitos que referem-se às parcelas contaminadas dos resíduos
39
domiciliares: embalagens que não se preservaram secas, resíduos úmidos que não podem ser
processados em conjunto com os demais, resíduos das atividades de higiene e outros tipos.
Constituem-se juntamente nesta classificação os resíduos originários de
estabelecimentos comerciais, como supermercados, bancos, lojas, bares, restaurantes, etc. Sua
composição varia de acordo com a atividade desenvolvida, mas, de modo geral, se
assemelham qualitativamente aos resíduos domésticos.
A geração dos resíduos domiciliares varia de acordo com o porte dos municípios e
regiões geográficas do país, em função da atividade econômica, tamanho e renda da
população e possíveis populações flutuantes presentes no local. A quantidade de resíduos em
toneladas, na ausência de balança, pode tomar como parâmetro os indicadores de massa
específica aparente dos resíduos domiciliares. Instituto Brasileiro de Administração Pública -
IBAM (2001) afirma que normalmente, o peso específico dos resíduos correspondem a 230
kg/m3, quando soltos, e compactados, 600 kg/m
3.
A Tabela 2 identifica as faixas mais utilizadas de geração per capita conforme o
tamanho da cidade e o número de habitantes.
Tabela 2 – Geração per capita de resíduos
Tamanho da Cidade População urbana
(habitantes)
Geração per capita
(kg/hab/dia)
Pequena Até 30 mil 0,50
Média Entre 30 mil e 500 mil Entre 0,50 e 0,80
Grande Entre 500 mil e 5 milhões De 0,80 e 1,00
Megalópole Acima de 5 milhões Acima de 1,00
Fonte: Adaptado de IBAM (2001).
Pinhalzinho se enquadra na classificação “Pequena”, como porte da cidade, pois
possui população de 16.332 habitantes. Desta forma, de acordo com IBAM (2001), a geração
per capita em município de pequeno porte é em média 0,50 kg/hab/dia.
Segundo informações repassadas pelo município, aproximadamente 270 t de resíduos
são coletados mensalmente e enviados ao aterro sanitário localizado em Saudades/SC. A
partir disso, a geração per capita no município de Pinhalzinho varia em torno de 0,661
kg/hab/dia, levando em conta que a população atendida, apenas a urbana, é de 13.615
habitantes. Observa-se desta forma que a geração está acima da média nacional, para as
cidades do mesmo porte.
A composição gravimétrica identifica o percentual de cada componente em relação ao
peso total da amostra de resíduo analisada. Na literatura é possível encontrar diferentes
40
métodos para determinar a composição gravimétrica dos resíduos sólidos. A NBR 10.007
(ABNT, 2004) determina uma forma baseada no quarteamento de amostras representativas, a
mais comumente adotada.
O município não dispõe de estudos nestes aspectos e a T.O.S. Obras e Serviços
Ambientais Ltda, empresa responsável pela coleta municipal, afirma que há estudos de forma
parcial da composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados no Município, porém não os
disponibilizou. Em função disso, adotou-se para este trabalho a composição média que
representa os resíduos brasileiros, de forma genérica. Foi possível realizar a composição
gravimétrica apenas dos resíduos da coleta seletiva, coletados pela APREPI, porém esta será
detalhada no item referente à coleta seletiva.
A seguir, na Figura 17, a composição gravimétrica média dos resíduos domiciliares
brasileiros é apresentada sob percentual de massa.
Figura 17 – Composição gravimétrica dos resíduos domiciliares brasileiros
Fonte: Adaptado de IBAM (2001).
Também são encontrados nos resíduos domiciliares alguns denominados especiais,
como pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, resíduos de construção civil em pequenas
quantidades e medicamentos vencidos, os quais devem ter destino diferenciado nos pontos de
coletas estabelecidos pela prefeitura, porém muitas vezes não é o que realmente se observa na
prática.
A coleta, transporte e disposição final dos resíduos sólidos domiciliares e comerciais
do perímetro urbano, com operação, manutenção e monitoramento do aterro sanitário são
realizados por empresa terceirizada, a T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltda. Conforme
processo licitatório, modalidade Concorrência Pública, existe um contrato de prestação de
41
serviços entre a Administração Municipal de Pinhalzinho e a empresa T.O.S. Obras e
Serviços Ambientais Ltda, firmado em 23 de fevereiro de 2012 com prazo de vigência de 01
de março de 2012 até 31 de dezembro de 2012 e sendo renovado sob termo aditivo passando a
ter vigência de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2013.
Vale salientar que o Município possui coleta seletiva de resíduos recicláveis. Esta é
realizada separadamente, ou seja, não é abrangida pela coleta dos resíduos domiciliares e
comerciais realizada pela empresa terceirizada e que está detalhada nos próximos itens do
trabalho.
O óleo de cozinha também é reutilizado e possui coleta diferenciada. A coleta do óleo
armazenado nas residências ocorre na última semana de cada mês, quando os mesmos são
entregues nos Pontos de Coleta (Escolas do Município e Pátio do DMER, oferecido pela
Prefeitura) para a prefeitura fazer o recolhimento do material. Os estabelecimentos comerciais
que geram este tipo de resíduo possuem recipientes específicos para o armazenamento do óleo
nos próprios estabelecimentos. O resíduo de óleo de cozinha coletado no município é
posteriormente coletado por empresa credenciada pelo governo do Estado, que realiza seu co-
processamento ou tratamento final.
Da mesma forma, os denominados especiais não fazem parte da composição e da
quantidade gerada dos resíduos domiciliares, pois o Município realizou campanha para
descarte em postos de coleta espalhados pela cidade, a fim de evitar que estes fossem
descartados juntamente com os resíduos comuns. Campanhas de conscientização foram
realizadas somente na data de lançamento do sistema de coleta seletiva e diferenciada dos
resíduos especiais, sendo que a fiscalização destas ações não é realizada, ou seja, há a
possibilidade de encontrar esta tipologia de resíduos juntamente com os domiciliares.
A coleta dos resíduos domiciliares abrange a área urbana do município. Todo material
é transportado mecanicamente do ponto de geração até o destino final. Para tal, segundo a
empresa responsável, existe um planejamento de rotas e horários de recolhimento para reduzir
a ociosidade dos caminhões e evitar congestionamento no trânsito. O cronograma de coleta
está apresentado no Quadro 1.
Quadro 1 - Frequência de coleta
Frequência(s) de coleta / Bairro Horário
Segunda-feira, Quarta e Sexta-feira
42
Frequência(s) de coleta / Bairro Horário
Efacip, Panorama, Divinéia, Loteamento Brancher, hospital e centro. Matutino
Terça-feira, Quinta-feira e Sábado
Santo Antônio até a sede da AABB, Loteamento Pôr do Sol (Eckert),
Colina do Sol (Fiorini), Loteamento Luermann e Centro. Matutino
Terça-feira, Quinta-feira e Sábado
São Paulo, Bela Vista e Maria Terezinha, Primavera, Universitário,
Ipica, Distrito Industrial, Aurora e Distrito Machado.
Vespertino e
Noturno
Fonte: T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltda.
A coleta de resíduos urbanos é realizada através de caminhões compactadores, e de
acordo com a empresa Tucano, é realizada com pessoal treinado e utilizando equipamentos
próprios para execução do serviço. A frota de coleta disponível pela empresa Tucano é
apresentada na Figura 18 e Figura 19.
Figura 18 – Caminhão compactador
Fonte: T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltda
43
Figura 19 – Caminhão compactador
Fonte: T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltda
Alguns pontos de coleta são considerados críticos pela empresa, por apresentarem ruas
não pavimentadas ou com declividade acentuada, porém estes não foram mapeados.
Entretanto, não houveram interrupções na coleta em função de problemas, pois a empresa
conta com veículos e recursos humanos reserva para suprir as eventuais necessidades.
O acondicionamento dos resíduos nas ruas de Pinhalzinho é realizado sem a presença
de recipientes ou contêineres apropriados. Os resíduos são depositados nas calçadas,
embalados pela população em sacos plásticos. Alguns locais possuem recipientes de metal,
plástico ou alvenaria instalados sobre os passeios públicos, muitas vezes instalados pelos
próprios moradores, empresas patrocinadoras ou pela prefeitura, normalmente em mal estado
de conservação.
Detectaram-se rompimentos frequentes nos sacos plásticos utilizados para
acondicionar os resíduos temporáriamente nas ruas, tanto por animais quanto na transferência
feita de forma manual para os caminhões da coleta. A Figuara 20, a Figura 21 e a Figura 22
apresentam os recipientes nas vias públicas.
44
Figura 20 - Recipientes para disposição de resíduos nas vias públicas
Figura 21 - Resíduos depositados nas vias públicas
45
Figura 22 – Recipiente para disposição dos resíduos nas vias públicas
Alguns problemas operacionais foram detectados pela empresa responsável, a qual
relatou que há problemas no sistema de coleta e acondicionamento dos resíduos sólidos
domiciliares e comerciais, como o descarte dos resíduos nas vias públicas, pela população,
fora dos horários de coleta, a mistura dos resíduos industriais perigosos, caracterizados como
classe I, com os resíduos sólidos domiciliares (Classe II), e por fim, mesmo havendo a coleta
seletiva, ocorre a mistura dos resíduos úmidos e secos.
A disposição final, também realizada pela empresa T.O.S. Obras e Serviços
Ambientais Ltda, não é feita no Município de Pinhalzinho. Os resíduos sólidos urbanos
domiciliares e comerciais são coletados e transportados até o Aterro Sanitário de Saudades,
localizado há aproximadamente 12 km de Pinhalzinho.
Em 2003, foi realizado projeto de ampliação da vida útil do aterro sanitário em 15
anos. Esta Unidade I - Saudades, tem capacidade para receber mais de 50 t/dia, e caracteriza-
se por uma solução consorciada que atende 18 municípios da região oeste e extremo oeste
catarinense. São eles: Aguas Frias, Caibi, Chapecó, Cunha Porã, Cunhatai, Flor do Sertão,
Iraceminha, Maravilha, Modelo, Mondai, Nova Erechim, Nova Itaberaba, Pinhalzinho,
Riqueza, Romelândia, São Miguel da Boa Vista, Saudades e Serra Alta.
O aterro sanitário possui Licença de Operação pelo Órgão Estadual do Meio Ambiente
de Santa Catarina – FATMA, Nº 2880/2011 com validade até 07/04/2014. Segundo o projeto
de cooperação técnico-científico entre o ministério público de Santa Catarina e Associação
46
Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – seção Santa Catarina, foi considerado e
enquadrado como Aterro Sanitário em condições ótimas. O Aterro Sanitário pode ser
visualizado na Figura 23.
Figura 23 - Aterro Sanitário Unidade I – Saudades
Fonte: T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltda.
A empresa afirma assegurar a aplicação rigorosa dos mecanismos de controle e
monitoramento ambiental, através da drenagem de águas pluviais, impermeabilização de base
composto por uma camada de 0,50 m de argila compactada, sobreposta a esta, geomembrana
de Polietileno de Alta Densidade/PEAD de 1,5mm de espessura e, sobreposta a esta uma
camada de 0,50 m de argila compactada com função de proteção mecânica.
Sistema de captação e queima de gases, drenagem e tratamento de líquidos percolados
(lixiviado) e posteriormente sistema de tratamento destes, composto por lagoas de
estabilização (tratamento biológico), incluindo uma unidade de equalização. Na sequencia,
ocorre o tratamento físico-químico, através da coagulação, floculação, decantação e filtração,
sendo a seguir os efluentes encaminhados para corpo receptor. Segundo a operadora, são
detectados problemas operacionais em períodos sucessivos de chuvas intensas.
2.3.2.2 Coleta seletiva
A coleta seletiva consiste em um sistema de recolhimento de materiais recicláveis,
como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora e
que podem ser reutilizados ou reciclados. Funciona também, como um processo de educação
47
ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os problemas do desperdício de
recursos naturais, através da geração excessiva e da poluição causada pelo lixo disposto
inadequadamente.
Ao praticar a coleta seletiva, facilita-se o processo de reciclagem, o qual consiste na
transformação de um material em outro produto. A reciclagem gera economia de matérias-
primas, água e energia, contribui para a melhoria do meio ambiente, na medida em que
diminui a exploração de recursos naturais, reduz o consumo de energia no processo de
fabricação destes materiais, diminui a poluição do solo, da água e do ar, prolonga a vida útil
dos aterros sanitários. Além de diminuir os custos da produção, com o aproveitamento de
recicláveis pelas indústrias, diminuir o desperdício e os gastos com a limpeza urbana, e além
de tudo, cria oportunidade de fortalecer organizações comunitárias, pois gera emprego e renda
pela comercialização dos recicláveis.
O município possui sistema de coleta selectiva porta a porta desde 2010. No ato de
lançamento da implantação da Coleta seletiva foram realizadas ações de divulgação da
estrutura e funcionamento, com presença de entidades municipais. O município também
realizou o café-da-manhã com catadores, com a presença da imprensa local, campanhas
educativas de conscientização da população quanto a segregação dos resíduos, com palestras
nas escolas com o auxílio da Polícia Ambiental do Município de Chapecó/SC.
Como forma de conscientização geral, o município distribuiu folderes (Fiura 24 e
Figura 25) e ímãs de geladeira (Figura 26) auto explicativos para a população, informando a
importância da ação e o cronograma de coleta dos resíduos nos diversos setores do Município.
Também, através do folder, informou-se os pontos de recebimento de resíduos especiais,
como lâmpadas, pilhas e baterias, e óleo de cozinha.
48
Figura 24 – Folder explicativo sobre Coleta Seletiva Municipal (Frente e verso)
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
Figura 25 - Folder explicativo sobre Coleta Seletiva Municipal (Interno)
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
49
Figura 26 – Íma de geladeira da coleta seletiva.
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
O serviço de coleta seletiva é realizado pela APREPI – Associação Recicla
Pinhalzinho, que é uma cooperativa de reciclagem formada por 11 catadores (3 homens e 8
mulheres), localizada em um galpão no Bairro São José. O convênio firmado de Janeiro a
Dezembro de 2012 foi renovado até 31/03, porém devido às instabilidades encontradas o
serviço será avaliado para a possível renovação futura, informou a responsável pela gestão
municipal dos resíduos sólidos.
A APREPI é apoiada pela prefeitura, por projeto social através da assistência social. A
Prefeitura intermediou a doação de maquinário e caminhão (doado pela FUNASA) para a
Associação, bem como faz o pagamento mensal do combustível, manutenção, aluguel do
barracão, fatura da água e salário de contador, contratado para administrar as despesas e
receitas da associação. A Figura 27 apresenta os catadores da APREPI trabalhando em um
evento do Município.
50
Figura 27 – Catadores da APREPI fazendo a triagem de materiais
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho.
Observa-se a existência de catadores autônomos no Município, os quais recolhem
materiais e fazem sua comercialização sem o intermédio da administração pública. Os dados
referentes a coleta de resíduos destes catadores não são controlados pela prefeitura e não
foram abordados neste trabalho.
A população foi instruída pelo poder público a realizar a segregação dos materiais
recicláveis nas residências em resíduos úmidos dos secos, não sendo necessária a segregação
de cada tipologia de material separadamente. Após, a acondicionar em sacos plásticos e
depositar nas vias públicas para recolhimento nos horários específicos conforme cronograma,
a fim de evitar que fiquem depositados por longos períodos de tempo nas vias públicas.
As formas de acondicionamento dos resíduos nas vias públicas variam muito. Apenas
a parte central do Município recebeu recipientes apropriados e identificados para resíduos
recicláveis, porém muitos destes já estão em péssimo estado de conservação, como mostra a
Figura 28. Edifícios e residências particulares muitas vezes possuem recipientes próprios, com
grande variação dos tipos e materiais utilizados.
Nas áreas em que não há recipientes adequados, os resíduos são depositados na
calçada, sem a utilização de sacos de cores diferenciadas ou previamente identificados,
dificultando o trabalho dos catadores.
51
Figura 28 – Recipientes para acondicionamento dos resíduos nas vias públicas
Alguns pontos críticos de coleta foram identificados pelos catadores, como edifícios
residenciais, com grande quantidade de moradores, que não segregam os resíduos e resíduos
industriais presentes na coleta seletiva. Também considerado um ponto crítico, os catadores
recebem da prefeitura Equipamentos de proteção individual (EPI´s) em média a cada 3 meses.
Como o tempo de substituição dos EPI´s é longo, muitas vezes ocorrem rasgos ou estes se
tornam inutilizáveis por diversos motivos. Em função disso, alguns catadores trabalham sem
estes equipamentos.
A prefeitura dividiu o centro e os bairros municipais em setores para facilitar a
realização da coleta seletiva. Cada local recebe semanalmente a equipe da APREPI –
Associação Recicla Pinhalzinho, para recolher o material reciclável. A associação conta com
um caminhão para realização da coleta, não possuindo carros de tração animal ou manual. O
cronograma de coleta está apresentado no Quadro 2, a seguir.
52
Quadro 2 – Frequência de coleta seletiva nos bairros
Bairros / Setores Frequência e horário
Centro
Segunda-feira e
Sexta-feira
(Matutino e Vespertino)
Divinéia
Segunda-feira
(Vespertino)
Pioneiro
Terça-feira
(Matutino e Vespertino)
53
Bairros / Setores Frequência e horário
Santo Antônio
Quarta-feira
(Matutino)
Bairro Bela Vista com Loteamento
São Paulo e Hípica
Quarta-feira
(Vespertino)
Efacip, São José e Panorama
Quinta-feira
(Matutino e Vespertino)
54
Bairros / Setores Frequência e horário
Maria Terezinha e Primavera
Sexta-feira
(Matutino)
Área Rural A cada 90 dias
De acordo com a Presidente da APREPI, Verônica Mariano De Orel, 90% dos
materiais coletados pela associação nas vias públicas estão misturados, ou seja, não foram
separados corretamente e possuem rejeitos, como restos de comida, fralda, terra, grama,
roupas e materiais recicláveis em mal estado de conservação. Aproximadamente 40 bolsas são
geradas mensalmente de rejeitos, que são coletadas pela T.O.S. Obras e Serviços Ambientais
sem custo. Se a quantidade exceder as 40 bolsas, passa a haver a cobrança pelo serviço. A
Figura 29 apresenta os rejeitos coletados juntamente com a coleta seletiva e segregados dos
materiais recicláveis.
Figura 29 – Rejeitos encontrados nos materiais recicláveis
55
Alguns materiais são recolhidos pela APREPI como forma de evitar que fiquem
depositados nas vias públicas, porém não possuem comercialização viável, como o isopor e
sacos de salgadinho e acabam ocupando um volume grande no espaço disponível para as
atividades da Associação.
Os resíduos coletados passam por triagem manual (Figura 30) e são separados
conforme tipos de materiais e armazenados em Bags (Figura 31). A associação possui duas
prensas, uma específica para papelão (Figura 33) e outra para diversos materiais (Figura 32).
Alguns materiais como papelão, papel, todos os tipos de plásticos e tetra pak passam por
processo de prensagem para formação de fardos (Figura 34 e Figura 35). A sucata não passa
por este processo, pois o controle de envio é realizado por peso, com auxílio de uma balança
específica para caminhões localizada em outro estabelecimento comercial municipal, pois a
balança da associação encontra-se quebrada.
Figura 30 - Triagem manual dos materiais recicláveis
56
Figura 31 - Bags para armazenamento dos materiais segregados
Figura 32 – Compactação de materiais diversos
Figura 33 – Compactação de papelão
57
Figura 34 – Fardos de plástico
Figura 35 – Fardos de papelão
Os tipos de materiais coletados e comercializados pela APREPI, o valor unitário e a
receita dos meses de Junho e Julho (dados disponibilizados) estão apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 – Materiais comercializados pela APREPI
Quantidade
Junho (kg)
Quantidade
Julho (kg)
Preço
(R$/Kg ou
unidade)
Ganho Médio
(R$)
Papel Misto 2782 2400 R$ 0,12 R$ 310,92
Papelão 14110 13400 R$ 0,27 R$ 3.713,85
Papel Branco 569 1139 R$ 0,28 R$ 239,12
Caixa de Leite 688 654 R$ 0,15 R$ 100,65
Begg 2590 2630 R$ 0,60 R$ 1.566,00
Pet 2576 3393 R$ 0,90 R$ 2.686,05
Rafia 180 68 R$ 0,12 R$ 14,88
Sacolas 1124 974 R$ 0,35 R$ 367,15
PVC 463 - R$ 0,15 R$ 69,45
Plástico Branco 522 - R$ 0,90 R$ 469,80
azeite 138 43 R$ 0,35 R$ 32,90
Ferro 4460 1400 R$ 0,22 R$ 644,60
Alumínio 58 - R$ 1,80 R$ 104,40
VIDROS Garrafas 440 und - R$ 0,50 R$ 220,00
R$ 10.539,77
Tipo de Material
PAPÉIS
PLÁSTICOS
METAIS
58
Através da tabela fornecida pela APREPI, foi possível fazer a composição
gravimétrica média dos resíduos comercializados pela associação, apresentada na Figura 36.
O vidro não foi computado por ser comercializado por unidades.
Figura 36 – Composição gravimétrica dos resíduos recicláveis comercializados
Nota-se que a maioria dos materiais comercializados, 47%, é papelão. Este é vendido a
um valor que corresponde a R$0,27/kg de material. Em seguida, as maiores quantidades de
materiais são representados por ferro com 15%, papel misto e bag, ambos com 9%, pet, 8%, e
em menor escala, sacolas, papel branco,plástico branco, caixas de leite, PVC, ráfia, variando
de 4% a 1% e o alumínio e azeite, que nos meses analisados não foram comercializados.
Esta composição representa os materiais recicláveis coletados pela APREPI e não
pode ser utilizada para representar a composição gravimétrica dos resíduos sólidos
domiciliares de Pinhalzinho, pois não abrange os resíduos orgânicos e rejeitos gerados.
Os materiais coletados e devidamente separados pelos catadores são vendidos a uma
empresa localizada no Município de Nova Erechim/SC, a qual faz o posterior envio dos
materiais a empresas recicladoras, com excessão da sucata e do isopor, que são enviados à
empresas de Chapecó e Rio Grande do Sul, respectivamente. Todo o dinheiro arrecadado com
a venda dos recicláveis retorna à APREPI, a qual possui um contador para realização da
divisão dos lucros.
59
2.3.2.3 Limpeza pública
As atividades de limpeza pública, definidas na Lei Federal de Saneamento Básico,
dizem respeito à varrição, capina, podas e atividades correlatas; limpeza de escadarias,
monumentos, sanitários, praças, terrenos baldios e outros; raspagem e remoção de terra e areia
em logradouros públicos; desobstrução e limpeza de bueiros, bocas de lobo e correlatos; e
limpeza dos resíduos de feiras públicas e eventos de acesso aberto ao público (BRASIL,
2007). Também engloba-se os resíduos vedes, volumosos, cemiteriais e os gerados em
eventos como feiras.
O serviço de limpeza urbana em Pinhalzinho é realizado pela prefeitura, porém o
município não dispõe de legislação própria para tal. A área urbana é atendida pelos serviços
de podas de árvores e manutenção das áreas públicas, sendo de responsabilidade do
Departamento de Obras e Serviços Urbanos a realização destes serviços.
A varrição só é realizada nas áreas públicas, como praças e parque, e sem frequência
definida. A capina e poda são realizadas em toda a área urbana, tanto manualmente quando
por processo mecanizado e o poder público afirma ter pessoas especializadas para a realização
destas atividades. A capina é realizada diariamente e o serviço de poda é realizado
anualmente, conforme necessidade das áreas.
Os resíduos recolhidos correspondem em média a 4 cargas de caminhão diárias, o que
significa aproximadamente 24 t de resíduos, que são acondicionados em caminhão e
posteriormente dispostos em local considerado pela Prefeitura como área de recuperação, que
consiste em um aterramento localizado na Linha São Paulo, onde ocorre o acúmulo destes
materiais sem nenhum tipo de controle ou monitoramento.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, através do Planos de Gestão de
Resíduos Sólidos: Manual de Orientação (2012), estes resíduos representam cerca de 15% da
geração total de resíduos domiciliares. Seguindo esta metodologia, isto representaria 500
toneladas anuais para o município de Pinalzinho.
A frota é considerada em boas condições de conservação e é composta por Bob Cat,
Caminhão e trator do tipo concha. O problema operacional detectado pela própria
administração neste processo foi a falta de mão-de-obra para o exercício das atividades.
60
2.3.2.4 Resíduos especiais
Consideraram-se resíduos especiais aqueles que, pelas suas características e
dimensões, encontram-se sujeitos a um destino diferente e independente dos resíduos urbanos.
Este conjunto de resíduos é constituído por produtos eletroeletrônicos, pilhas e baterias,
pneus, lâmpadas fluorescentes (vapor de sódio, mercúrio e de luz mista), óleos lubrificantes,
seus resíduos e embalagens e, por fim, os agrotóxicos, também com seus resíduos e
embalagens.
Estes resíduos estão sujeitos à logística reversa, que consiste em um desenvolvimento
econômico e social que se caracteriza por procedimentos e meios destinados a implantar a
coleta e a restituição destes resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em
seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação. Vários dos resíduos com
logística reversa já têm a gestão disciplinada por resoluções específicas do CONAMA.
Pilhas, baterias e celulares
Juntamente com a campanha de lançamento e conscientização da população quanto a
coleta seletiva, realizou-se divulgação dos pontos de coleta de resíduos especiais, entre eles
pilhas, baterias e celulares, a serem coletados, armazenados e destinados pela Administração
municipal.
O depósito destes materiais pode ser feito nos pontos de coleta organizados pela
prefeitura em Escolas e estabelecimentos comerciais, são eles: Escola Marcolino Eckert,
EMEB, Vendelino Junges, Escola Maria Terezinha, Supermercado Frizzo, Ferragem
Pinhalense, Mercado Cooper Itaipu e Mercado Baixada.
Com relação a geração de resíduos de pilhas e baterias, e pela dificuldade em
quantificar este tipo de resíduo, não há controle das quantidades existentes, sendo estes apenas
estimativas. Muitas vezes, por deficiência da divulgação e falta de informação da população,
estes resíduos são dispostos na coleta convencional, tendo por fim o aterro sanitário.
Os resíduos acumulados nos pontos de coleta são enviados à loja da Claro ®, que
comprometida com o desenvolvimento sustentável, lançou em março de 2008 o programa
Claro Recicla. Segundo eles, o objetivo da iniciativa é contribuir para a conscientização
socioambiental da população sobre a importância de destinar corretamente o lixo eletrônico,
em especial celular, baterias e acessórios fora de uso, de qualquer operadora. Segundo eles,
61
todo o material é separado, classificado e encaminhado para o processo de reciclagem, feito
por recicladora certificada pelo IBAMA.
Lixo Eletrônico
O resíduo eletroeletrônico são compostos por inúmeros componentes químicos porém
os metais são os elementos mais encontrados. De acordo com o Caderno de Educação
Ambiental de Resíduos Sólidos do Governo do Estado de São Paulo, em 2010, podem ser
encontrados nos resíduos eletroeletrônicos os plásticos e outros polímeros, os vidros e os
compostos cerâmicos. Se houver um bom gerenciamento, essa sucata eletrônica pode ser
reaproveitada.
Em Pinhalzinho, por não haver controle preciso dos resíduos recebidos e/ou
descartados, estima-se que a geração entre os anos de 2010 a 2012 chegou a 75 toneladas. De
acordo com FEAM/MG (2009), a geração média per capita anual para o período
compreendido entre 2001 e 2030 é de 3,4 kg/habitante para o Brasil. Considerando apenas
resíduos gerados a partir de telefones celular e fixo, televisores e computadores, estes valores
são, respectivamente, 1,0 kg/habitante, 1,0 kg/habitante e 1,1 kg/habitante.
Os resíduos eletrônicos no município devem ser entregues pela própria população ao
pátio do DMER – Departamento de Meio Ambiente de Pinhalzinho, porém campanhas
educativas e informativas não são realizadas periodicamente. Segundo a administração
pública, os resíduos encaminhados ao DMER são enviados à destinação final com frequência
anual, através da coleta feita gratuitamente pela empresa terceirizada Alpha Lixo Digital,
localizada em Joaçaba/SC. O trabalho da Alpha Digital é fazer a coleta de sucatas de
informática, celulares, computadores e até mesmo eletrodomésticos e suas posteriores
destinações corretas. De acordo com a empresa, cerca de 10% de todo o material pode ser
reutilizado da forma como está, o restante é desmanchado e vira plástico, ferro, alumínio,
cobre, entre outros materiais.
Entretanto, observou-se que vários resíduos continuam no local, considerado
impróprio para o armazenamento temporário destes resíduos. O acúmulo refere-se a anos de
coleta, sem destinação correta, como mostra a Figura 37. O representante do DMER informou
que a empresa muitas vezes vem e seleciona apenas os materias de interesse, deixando os
rejeitos no local. Estes não possuem destinação estabelecida.
62
Figura 37 – Lixo eletrônico acumulado no pátio do DMER
Lâmpadas
Quanto às lâmpadas, no material divulgado pela Secretaria de Meio Ambiente do
Estado de São Paulo em 2010, consta a estimativa de consumo de 4 unidades incandescentes e
4 unidades fluorescentes por domicílio por ano. De acordo com ALMEIDA (2012), o índice
de geração em kg/hab.dia é de 2,65x10-4
. Estíma-se, seguindo esta metodologia, que a geração
atual de resíduos de lâmpadas é 1,3 t/ano.
Em forma de folder, a população foi instruída a fazer o depósito de lâmpadas nos
pontos de coleta organizados pela prefeitura em Escolas e estabelecimentos comerciais, são
eles: Escola Marcolino Eckert, EMEB, Vendelino Junges, Escola Maria Terezinha,
Supermercado Frizzo, Ferragem Pinhalense, Mercado Cooper Itaipu e Mercado Baixada.
Também há a possibilidade de encaminhar estes materiais diretamente ao pátio do DMER –
Departamento de Meio Ambiente de Pinhalzinho.
As lâmpadas coletadas nos pontos pré-estabelecidos são encaminhadas ao pátio do
DMER e armazenadas temporariamente. Segundo a administração pública, anualmente são
coletadas pela empresa Alpha Lixo Digital localizada em Joaçaba/SC. A estrutura de
armazenamento encontra-se precária e insuficiente, como mostra a Figura 38, e estimasse que
a quantidade recolhida ultrapasse 20 mil lâmpadas, o que indica que o envio à destinação
correta não ocorre de forma regular.
63
Figura 38 – Lâmpadas armazenadas no pátio do DMER
Pneus
Quanto aos pneus, o número dos considerados inservíveis, recolhidos e destinados
segundo o Cadastro Técnico Federal do IBAMA (IBAMA, 2011), aponta para uma taxa de
geração de resíduos de 2,9 kg anuais por habitante, o que representa, por este estimativa, 41
t/ano gerados no município.
A população do Município de Pinhalzinho deposita os pneus usados no pátio do
DMER, que faz seu armazenamento e disposição final. Atualmente, destina-se 1 carga/mês de
pneus, que corresponde em média a 250 pneus, a uma empresa de Pato Branco/PR que faz o
recolhimento anual e posterior destinação final. A empresa não faz a cobrança para o
recolhimento de pneus inservíveis em troca de poder levar os pneus considerados em bom
estado.
Utilizam também como destinação final a doação de pneus para drenagem de cursos
d´água, açudes e encostas na área rural do município. Uma equipe epidemiológica realiza
vistorias periódicas nos pneus depositados a fim de evitar a proliferação de vetores de
doenças.
64
2.3.2.5 Resíduos de serviços de saúde
Provenientes de qualquer atividade de natureza médico-assistencial humana ou animal,
clínicas odontológicas, veterinárias, farmácias, centros de pesquisa, necrotérios, funerárias,
medicina legal e barreiras sanitárias.
Compõe esse tipo de classificação os resíduos infectantes (sépticos), como cultura,
vacina vencida, sangue e hemoderivados, tecidos, órgão, produto de fecundação com as
características definidas na resolução CONAMA nº 306, materiais resultantes de cirurgia,
agulhas, ampola, pipeta, bisturi, animais contaminados, resíduos que entraram em contato
com pacientes (secreções, refeições etc.) e resíduos especiais, como rejeitos radioativos,
medicamento vencido, contaminado, interditado, resíduos químicos perigosos.
Da mesma forma, caracterizam-se como resíduos de serviço de saúde os comuns, os
quais não entram em contato com pacientes (escritório, restos de alimentos etc.).
O fato das resoluções ANVISA e CONAMA definirem o conceito de gerador dos
resíduos de serviços de saúde e de sua responsabilidade, por exemplo, dispor de Plano de
Gerenciamento dos RSS, não significa afastar a responsabilidade dos municípios sobre a
prestação de serviços públicos de interesse local, tais como a coleta, transporte e destinação
final de resíduos hospitalares.
De acordo com a Resolução RDC ANVISA nº 306/04 e Resolução CONAMA nº
358/05, os RSS são classificados em função de suas características e consequentes riscos que
podem acarretar ao meio ambiente e à saúde e consistem em cinco grupos: A, B, C, D e E,
apresentados no Quadro 3.
Quadro 3 – Classificação dos resíduos de serviço de saúde
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
A
Engloba os componentes com possível presença de agentes
biológicos que, por suas características de maior virulência ou
concentração, podem apresentar risco de infecção. Exemplos:
placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas
(membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue,
dentre outras.
B Contém substâncias químicas que podem apresentar risco à
saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas
65
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e
toxicidade. Ex: medicamentos apreendidos, reagentes de
laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre outros.
C
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que
contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos
limites de eliminação especificados nas normas da Comissão
Nacional de Energia Nuclear - CNEN, como, por exemplo,
serviços de medicina nuclear e radioterapia etc.
D
Não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à
saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos
resíduos domiciliares. Ex: sobras de alimentos e do preparo de
alimentos, resíduos das áreas administrativas etc.
E
Materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como
lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas
diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros
similares.
Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde (CNES), o Município de
Pinhalzinho conta com 57 estabelecimentos de saúde, entre hospitais, unidades básicas de
saúde, clínicas médicas particulares, odontológicas, radiológicas, fonoaudiológicas, de
nutrição, de fisioterapia, de psicologia, farmácias, laboratórios e escolas para portadores de
necessidades especiais. Estes estão detalhados no Quadro 4, juntamente com CNES e CNPJ.
Quadro 4 – Estabelecimentos de saúde (CNES)
ESTABELECIMENTO CNES CNPJ
Anildo Aimi Consultorio Odontologico 2648970 -
Bem Estar Fisioterapia E Pilazes 6236510 -
Cac Centro De Avaliacao De Condutores 6540112 -
Carmen R Carbonera 2624982 -
Celso Bazan Cirurgiao dentista 2648954 -
Centro De Especialidades Odontologicas 5551013 -
Centro De Estetica Maritana 6540023 -
Centro De Psicologia 2648938 -
Cesar Augusto Battisti Cirurgiaodentista 2648997 -
66
ESTABELECIMENTO CNES CNPJ
Clinica Dr Paulo 6307159 10330869000158
Clinica Fonoaudiologica 6236499 -
Clinica Medica Dr Giovani Baldissera 6961746 14792552000194
Clinicardio 6997279 14798382000155
Clinimedi 5405793 -
Consultorio De Fonoaudiologia 2625032 -
Consultorio De Nutricao 2649039 -
Consultorio De Odontologia 6542166 -
Consultorio De Psicologia 6542220 -
Consultorio Medico 6542336 -
Consultorio Odontologico 6542247 -
Consultorio Odontologico 6542301 -
Cornelio Pedro Melz Cirurgiaodentista 2625016 -
Corpo De Bombeiros 2334941 -
Cristhian Fiorini Ortopedia E Traumatologia 3982416 -
Dental Vip 3982394 -
Dr Cristiano Lago 3596400 -
Dr Elton Antonio Schuh 2815710 -
Dr Ezequiel Rovani 3982408 -
Dr Gustavo Eick Goncalves 3982343 -
Dr Luiz Antonio Basso 2648962 -
Dr Nelso Dalcin Lago 2815737 -
Dr Ricardo Andreski Moita 3982378 -
Dr Ronaldo Jose Guerra 2334968 -
Dra Camila Brust Buzetto 3982351 -
Dra Fernanda Lago Castro 7063741 14302876000105
Escola Especial Professora Ivone 5111609 75437053000173
Espaco Psi 6540104 -
Fiorini Servicos Medicos 6540015 10693131000155
Fisiolife Clinica Fisioterapia 2625008 03406497000130
Hospital De Pinhalzinho 2537826 83297739000134
Imagem Diagnostica 6236529 -
Inovar Odontologia 6542212 -
Jones Ernani Schuster 3699579 -
Laboratorio Brasilia 2649012 82809351000102
Laboratorio Santo Antonio 5119049 08194001000126
Only Fitness Studio 6542182 11289141000192
Policlinica Central Arthur Bartolomeu Fiorini 2537818 -
Policlinica Ii Dr Pedro Paulino Burigo 2815753 -
Roberto Carlos Da Rosa Pacheco Jr. Cirurgiaodentista 2649020 -
Ruschel Protese Dentaria 7009917 14969135000174
67
ESTABELECIMENTO CNES CNPJ
Secretaria Municipal Da Saude 6391737 -
Servicos Medicos M M 6961533 10863703000105
Spricigo Protese Odontologica 3291928 -
Unidade Basica De Saude Prefeito Alexandre Grando 5425743 -
Vital Clinica De Fisioterapia 3526224 06999456000193
Viver Centro De Psicologia Integrado 5884985 -
Viver Consultorio De Psicologia 6540031 -
Fonte: CNESNet
Dentre os estabelecimentos, 3 caracterizam-se como Centro de saúde/unidade básica, 1
como Hospital geral, 44 como Consultório isolados, 3 Clínicas/Centros de especialidade, 3
Unidades de apoio diagnose e terapia (SADT isolado), 1 Unidade móvel terrestre e 1
Secretaria da saúde. Não há registros de clínicas veterinárias, mas estima-se que 3 clínicas
encontram-se instaladas no Município.
Grande parte gera resíduos de serviço de saúde em seus processos. Não há estudo das
quantidades geradas por clínicas e estabelecimentos particulares, apenas aqueles de
responsabilidade do poder pública.
A Prefeitura Municipal é responsável pelos resíduos gerados nos estabelecimentos
públicos, no total de 4 unidades básicas de saúde. Nos estabelecimentos particulares é de
responsabilidade dos mesmos o correto gerenciamento de seus resíduos. Desta forma, a
prefeitura não possui controle de geração e destinação final destes resíduos.
Há uma empresa terceirizada pela administração pública, a qual presta serviços de
coleta e transporte de resíduos provenientes dos serviços de saúde das seguintes Unidades de
Saúde do Município (PSF’s): Central, Cohab I – São José, Bairro Maria Terezinha e Bairro
Nova Divinéia. Quanto aos resíduos provenientes das unidades básicas, são gerados
aproximadamente 2500 L/mês.
Dos resíduos de estabelecimentos particulares não se possui controle por parte do
poder público. Através da coleta de dados em alguns destes estabelecimentos (clínica
odontológica), obteve-se informações de que a geração mensal é em média 60 kg. Levando
em conta que, de acordo com o CNES, o Município possui 16 estabelecimentos de cunho
odontológico, e que a média de geração unitária seja de 60 kg/mês, a projeção de geração
mensal de resíduos de serviço de saúde neste tipo de estabelecimento é de aproximadamente
1000 kg/mês. Do restante dos estabelecimentos, os dados não foram computados.
68
Na Associação Hospitalar Beneficiente de Pinhalzinho, o único hospital do Município
na qual a administração independe da gestão pública, a coleta é realizada quinzenalmente pela
mesma empresa prestadora de serviço à Prefeitura, a T.O.S. Obras e Serviços Ambientais,
sendo que o volume médio coletado é 2,17 m3/mês, segregados em tipos A, B, C, D e E. Os
resíduos são acondicionados no local em sacos plásticos de acordo com a topologia, sendo
tranportado ao final do dia para o depósito específico para resíduos localizado no hospital, que
caracteriza-se por uma câmara fria.
O Ministério do Meio Ambiente, através do Planos de Gestão de Resíduos Sólidos:
Manual de Orientação (2012), aponta uma geração média destes resíduos de 5kg diários para
cada 1000 habitantes. Assim, estíma-se que a geração de resíduos de serviços de saúde em
Pinhalzinho seja de 30 t/ano.
O trabalho de coleta tanto dos postos de saúde quanto do hospital é efetuado pela
T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltda. Conforme processo licitatório - Modalidade
concorrência pública, existe um contrato de prestação de serviços entre a Administração
Municipal de Pinhalzinho e a Empresa T.O.S Obras e Serviços Ambientais Ltda, firmado em
23 de fevereiro de 2012 com prazo de vigência de 01/03/2012 até 31/12/2012 e sendo
prorrogado sob termo aditivo passando a ter vigência de 01/01/2013 a 31/12/2013.
A coleta de resíduos sólidos de serviços de saúde dos tipos A, B, C, D e E destes
estabelecimentos públicos ocorre no período diurno com frequência alternada (uma vez por
semana). Segundo a empresa, a coleta é realizada dentro dos padrões exigidos pelas
autoridades sanitárias, possuindo pessoal treinado e devidamente equipados. A frota da
empresa é mostrada na Figura 39, Figura 40 e Figura 41.
Figura 39 – Frota T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltd
Fonte: Tucano Obras e Serviços.
69
Figura 40 – Frota T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltd
Fonte: Tucano Obras e Serviços.
Figura 41 – Frota T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltd
Fonte: Tucano Obras e Serviços.
De acordo com a T.O.S Obras e Serviços Ambientais Ltda, nos estabelecimentos
analisados, os resíduos segregados pelos estabelecimentos de saúde são embalados em sacos
ou recipientes que evitam vazamentos e resistem às ações de punctura e ruptura seguindo a
classificação do resíduo. A capacidade dos recipientes de acondicionamento é compatível
com a geração diária de cada tipo de resíduo.
Os Resíduos coletados pela T.O.S. Obras e Serviços Ambientais Ltda., contendo
substâncias químicas (Grupo B) são encaminhados para uma empresa que possui Aterro
Sanitário Classe I e os demais resíduos de serviços de saúde são encaminhados para o Aterro
Sanitário de Anchieta, onde é feito o tratamento e a disposição final destes resíduos.
70
O tratamento dos resíduos, em uma etapa anterior à disposição final no aterro
sanitário, é feito em autoclave. O processo consiste na descontaminação do material por meio
de vapor saturado a altas temperaturas e pressão, esterilizando e reduzindo o volume dos RSS
modificando as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o
risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente.
A empresa Tucano Obras e Serviços Ambientais Ltda opera a Unidade II localizada
em Anchieta/SC, determinada a fazer o recebimento de resíduos sólidos classe II-A e II-B,
incluindo os resíduos urbanos domiciliares/comerciais (RSU) e de serviços de saúde (RSS),
sendo estes primeiramente tratados através do processo de esterilização a vapor e alta pressão
(autoclave).
A Unidade II - Anchieta, está licenciada pelo Órgão Estadual do Meio Ambiente de
Santa Catarina - FATMA, através das Licenças Ambientais de Operação - LAO.
Com vida útil de 22 anos, esta unidade atende municípios do extremo oeste
catarinense, tendo o aterro sanitário capacidade de recepção superior a 50 toneladas/dia e a
Autoclave com capacidade de recepção de até 250 kg por hora.
O projeto do aterro compreende sistema de drenagem da águas pluviais, sistema de
impermeabilização de base composto por uma camada de 0,50 m de argila compactada,
sobreposta a esta, geomembrana de Polietileno de Alta Densidade/PEAD de 1,5mm de
espessura e, sobreposta a esta uma camada de 0,50 m de argila compactada com função de
proteção mecânica, sistema de captação e queima de gases, sistema de drenagem de líquidos
percolados (chorume) e posterior sistema de tratamento destes líquidos percolados, compostos
por lagoas de estabilização (tratamento biológico), incluindo uma unidade de equalização. Na
seqüência, ocorre o tratamento físico-químico, através da coagulação, floculação, decantação
e filtração, sendo a seguir os efluentes encaminhados para corpo receptor. A Figura 42 nos
mostra a visão geral da área destinada ao recebimento dos resíduos.
71
Figura 42 – Aterro Sanitário de Anchieta
Fonte: T.O.S. Obras e serviços Ambientais Ltda.
2.3.2.6 Resíduos da construção civil
Compõe esta classificação os resíduos de construção, reformas, reparos, demolições,
preparação e escavação de terrenos, também definidos como RCD. De acordo com o
CONAMA nº. 307/02, os resíduos da construção civil são classificados conforme o Quadro 5.
Quadro 5 – Classificação dos resíduos da construção civil
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
A
São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis de construção,
demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras
obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem;
São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis de construção,
demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.),
argamassa e concreto;
São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis de processo de
fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto
(blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de
obras
72
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
B São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso;
C
São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que
permitam a sua reciclagem ou recuperação;
D
São resíduos perigosos oriundos do processo de construção,
tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles
contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições,
reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações
industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e
materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à
saúde.
Pinhalzinho, por ser um município em pleno desenvolvimento econômico, é
considerado evoluído no quesito de construção civil. Atualmente, o Município conta
aproximadamente com 10 construtoras. Em contrapartida, não possui empresas de Tele-
entulho.
Segundo a Resolução CONAMA nº 307, para pequenos volumes, definidos na maioria
dos casos como aqueles até 1 m3, deve ser englobados em um Programa Municipal de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Os grandes geradores devem posuir planos
de gerenciamento de seus resíduos.
Na tentativa de obtenção de dados próximos à realidade municipal, distribuiu-se
questionários à algumas construtoras, porém sem respostas. Os dados abordados neste
trabalho condizem com os repassados pela Prefeitura e por referências obtidas na bibliografia,
porém podem não condizem com a realidade, por não ter controle nenhum da geração,
abrangência da coleta e das diferentes formas de disposição dadas do município.
Os resíduos produzidos nas atividades de construção e demolição tem geração muito
variável. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, através do Planos de Gestão de
Resíduos Sólidos: Manual de Orientação (2012), a média estimada como geração típica per
capita é de 0,52 t anuais. Entretanto, por se tratar de um município de pequeno porte, optou-se
por adotar a taxa de geração per capita média de 0,4 t/hab.ano, em função do SINDUSCON-
73
CE afirmar que os valores típicos encontram-se entre 0,40 e 0,50 t/hab.ano. Assim, estíma-se
que a geração de RCC no município de Pinhalzinho atualmente é de 5.650 t/ano.
Existe o sistema de coleta de resíduos provenientes da construção e demolição por
parte do poder público municipal, o qual é realizado pelo DMER da Prefeitura. Quando
coletado, nos dias de coleta conforme cronograma da coleta seletiva, a geração média mensal
é de 10 cargas de caminhões, com capacidade de 2.500kg/carga.
Para o acondicionamento dos resíduos no local, o Município não possui recipientes
apropriados ou contêineres distribuídos pela Prefeitura em pontos estratégicos, como forma de
facilitar a coleta. A coleta é realizada por 4 funcionários e a frota é composta por 1 caçamba e
1 retro.
Segundo o DMER, há uma análise preliminar dos componentes do resíduo coletado e
posteriormente faz-se uma segregação superficial. O gesso não é recolhido, sendo que a
própria empresa dá o seu destino final. Segundo o DMER, quando ocorre a presença de
madeira e espuma em bom estado, estas são encaminhadas à uma empresa do ramo de móveis
e na presença de materiais recicláveis, são enviados à coleta seletiva. O material restante, ou
seja, o entulho, é atualmente utilizado como nivelador de terrenos, quando necessário em
obras. Ainda há aqueles resíduos que são destinados pelas empresas particulares, porém
destes não se obteve dados.
2.3.2.7 Resíduos industriais
São os resíduos gerados nos processos e instalações industriais, podendo ser
caracterizados de forma variada, desde os originados nas atividades administrativas e
operacionais aos resultantes dos processos produtivos em si. Existem em composições que os
classificam em perigosos (Classe I) e não perigosos (Classe II), dependendo da atividade e do
processo que o gerou. A coleta desse material, usualmente, se dá pela própria indústria, sendo
responsabilidade dessa organização todo o processo gerencial desse material. Pode ter como
destino a reciclagem, recuperação, incineração, coprocessamento, ou ainda, seu
direcionamento à disposição final adequada, em aterros industriais devidamente licenciados.
O município não apresenta sistema de coleta específico para esse tipo de resíduo, em
função da responsabilidade pela gestão dos resíduos gerados em sistemas industriais ser do
prórpio gerador. No município, não existe nenhum levantamento por parte do poder público
quanto aos resíduos industriais gerados, nem controle ou fiscalização das formas de
74
disposição dos mesmos ou atendimento à legislação vigente por parte dos estabelecimentos
industriais.
Não havendo dados globais de geração de resíduos sólidos industriais para o
município e mesmo procurando fontes alternativas de dados, como o inventário de resíduos
sólidos industriais do Estado de Santa Catarina, não obteve-se dados. Obteve-se apenas a
quantificação do número total de empresas instaladas no Município, as quais se subdividem
nos diversos ramos de atividades. Estas estão detalhadas na Tabela 4.
Tabela 4 – Indústrias presentes no Município
CODIGO NOME FANTASIA RAMO DA ATIVIDADE
AMAMBRU MODAS CONFECÇÕES
AURORA ALIMENTO ALIMENTÍCIO
BATERIAS MAXION BATERIAS
CANTINA ZANELLA ALIMENTÍCIO
CENA EMBALAGENS EMBALAGENS
CERACA PRE-MOLDADOS METAL-MECÂNICA
CERAMICA FLOSS CERÂMICA
CIMETAL METAL-MECÂNICA
CLARICE ELETRODOMESTICOS ELETRODOMÉSTICOS
COMPENSADOS PINHAL MADEIREIRA/MOVELEIRA
COMPENSADOS SCHMITZ MADEIREIRA/MOVELEIRA
CRIATIVO MOVEIS MADEIREIRA/MOVELEIRA
CRISTINA ALIMENTOS ALIMENTÍCIO
DELLUS MOVEIS MADEIREIRA/MOVELEIRA
DI ELLEM CONFECCOES CONFECÇÕES
ELETRO ZAGONEL ELETRODOMÉSTICOS
EMAB INDUSTRIAL EQUIPAMENTOS CONSTRUÇÃO CIVIL
EMBUTIDOS LAMB ALIMENTÍCIO
FUNDICAO PINHALENSE - FETOPIL METAL-MECÂNICA
FUNDICAO STEFFENS METAL-MECÂNICA
HANSEN FORNOS E ARAMADOS ELETRODOMÉSTICOS
HIDRO INDUSTRIAL ELETRODOMÉSTICOS
INCOMEL PLENA PORTAS MADEIREIRA/MOVELEIRA
INDUSTRIA DE FORNOS PINHAL ELETRODOMÉSTICOS
JF MADEIREIRA MADEIREIRA/MOVELEIRA
MADEREIRA PROGRESSO MADEIREIRA/MOVELEIRA
METALURGICA AVILA METAL-MECÂNICA
METALURGICA FUZZO METAL-MECÂNICA
METALURGICA TRES IRMAOS METAL-MECÂNICA
75
CODIGO NOME FANTASIA RAMO DA ATIVIDADE
MOVEIS DAL PIVA MADEIREIRA/MOVELEIRA
MOVEIS MATTE MADEIREIRA/MOVELEIRA
MOVEIS PRINCESA OESTE MADEIREIRA/MOVELEIRA
MOVEIS REINEHR MADEIREIRA/MOVELEIRA
MOVEIS RIPKE MADEIREIRA/MOVELEIRA
PEREIRA MOVEIS MADEIREIRA/MOVELEIRA
PINHAL BRINDES E UNIFORMES CONFECÇÕES
PLASMATTE INDUSTRIA E
COMERCIO ELETRODOMÉSTICOS
PRODUTOS SPADA ALIMENTÍCIO
RANEE INDUSTRIA E COMERCIO ELETRODOMÉSTICOS
REGOSO MADEIRAS MADEIREIRA/MOVELEIRA
SCHAEFER IMPRESSOS GRÁFICA
SERITEC COMUNICACAO VISUAL GRÁFICA
SERPIL MOVEIS MADEIREIRA/MOVELEIRA
SK INDUSTRIAL ELETRODOMÉSTICOS
SM MOVEIS E ABERTURAS MADEIREIRA/MOVELEIRA
SORVETES TENTACAO ALIMENTÍCIO
STARKFEST CONFECÇÕES
TABULAE MOVEIS MADEIREIRA/MOVELEIRA
TENDENZA MOVEIS MADEIREIRA/MOVELEIRA
TORNEADOS SCHNEIDER MADEIREIRA/MOVELEIRA
UNIMETAL METAL-MECÂNICA
VINHOS SAVAGNAGO ALIMENTÍCIO
Fonte: ACIP/Pinhalzinho.
Pinhalzinho conta com 19 empresas/indústrias no ramo madeireiro e moveleiro. De
acordo com LIMA, E.G. e SILVA, D. A. (2005), existem três principais tipos de resíduos em
indústrias deste ramo. O primeiro é um resíduo gerado principalmente pelo processo de
usinagem com serras, com dimensões entre 0,5 a 2,5 mm. O segundo, cepilho, é encontrado
geralmente em indústrias beneficiadoras da madeira como por exemplo, a indústria de
móveis, gerado pelo processamento em plainas. Já o terceiro engloba os resíduos maiores
como aparas, refilos, casca, roletes entre outros.
Segundo Brito (1995), a lenha é o tipo de resíduo de maior representatividade,
correspondendo a 71% da totalidade dos resíduos, seguido pela serragem que corresponde a
22% do total e, finalmente, os cepilhos, correspondendo a 7% do total.
76
Quanto às indústrias gráficas, existem duas instaladas no município. De acordo com
CETESB e SINDIGRAF (2009), quando se trata de indústrias gráficas, a maioria de resíduos
gerados são as chamadas aparas de produção, ou seja, as sobras de substrato, impresso ou não,
geradas durante o processo de impressão ou acabamento, que geralmente, são resíduos
classificados como Classe IIA ou IIB. São também gerados resíduos sólidos classificados
como Classe I, como latas plásticas contendo restos de tinta pastosa, solvente de limpeza sujo,
sobras de tinta, vernizes ou adesivos, panos de limpeza sujos com solventes orgânicos e tinta,
insumos químicos vencidos ou fora de especificação, lâmpadas fluorescentes usadas, EPIs
impregnados com químicos e óleo lubrificante queimado.
No ramo das confecções, que corresponde a 4 indústrias do município, o SENAI-
CNTL (2007) afirma que os resíduos normalmente caracterizam-se por retalhos de tecido,
aparas de tecido, produtos rejeitados, sobras de aviamentos, EPIs usados, óleo lubrificante
usado, graxa usada, vapores solventes, rebarbas de máquina, sobras de lanche, embalagens
danificadas, peças usadas, ferramentas usadas, paletas danificadas, caixas plásticas
danificadas, estopas contaminadas, lixas usadas e cones de linha.
Segundo inventário dos resíduos sólidos industriais no estado de Pernambuco (2001),
o setor metal mecânico, representado por 7 indústrias no município, gera diferentes tipos de
resíduos, tais como: bombonas plásticas, borras de retífica, embalagens metálicas (latas de
pigmentos, corantes e auxiliares), escórias de fundição, lodos perigosos de ETE, óleos usados,
outros resíduos perigosos de processo (resíduos corrosivos, resinas), resíduos de varrição não
perigosos, resíduos de vidros, resíduos plásticos (filmes e pequenas embalagens), resíduos
sólidos compostos por metais não tóxicos (jateamento de areia), resíduos sólidos de ETE com
substâncias não tóxicas, resíduos têxteis de manutenção contaminados (buchas, panos), sais
de tratamento térmico, solventes contaminados, sucatas de metais ferrosos, sucatas de metais
não ferrosos e tambores metálicos.
Pinhalzinho conta com 7 indústrias do ramo alimentício. Como estas comercializam
uma variedade grande de produtos e alimentos, é difícil fazer uma estimativa global dos
resíduos sólidos gerados. Entretanto, no município a empresa que se destaca no ramo
alimentício, considerada de grande porte, é a Aurora Laticínios, a qual possui grande
capacidade de processamento de leite desnatado, semidesnatado ou integral, queijo, creme de
leite, entre outros produtos.
77
Abaixo, no Quadro 6 está apresentada a estimativa de geração de resíduos sólidos
pelas indústrias de lacticínios, para diferentes volumes de produção. Através dele e do volume
de leite processado nesta indústria, é possível quantificar os resíduos.
Quadro 6 – Estimativa da quantidade de resíduos sólidos gerados pelas indústrias de laticínios
Volume de leite
processado
(L/dia)
Quantidade estimada de resíduos produzidos (kg/dia)
Plástico Embalagens
multifoliar
Folhas de
flandres Alumínio
10.000 3 5 40 8
20.000 6 9 80 16
30.000 9 14 120 24
40.000 12 18 160 32
50.000 14 23 200 40
60.000 17 27 240 48
70.000 20 32 280 56
80.000 23 36 320 64
90.000 26 41 360 72
100.000 29 45 400 80
Fonte: Machado et. al. (2012)
Para um diagnóstico que corresponda a realidade, é necessário fazer uma busca
detalhada em cada uma destas industrias citadas anteriormente, de forma a adquirir valores
exatos dos resíduos industriais gerados no Município. Porém, para este trabalho, o
levantamento não pode ser realizado. Deste modo, a quantificação total dos resíduos não foi
abordada neste item.
2.3.2.8 Síntese do diagnóstico
Iniciativas relevantes
Através da análise do diagnóstico, observou-se que já houve a mobilização do
Município quanto à gestão de resíduos sólidos domiciliares e de coleta seletiva gerados em
território municipal e o atendimento deste serviço abrangendo 100% da população urbana. O
78
município mantêm também pontos de coleta devidamente estabelecidos de materiais
eletrônicos, lâmpadas e óleo de cozinha usado.
Fazem parte do serviço de coleta seletiva uma associação de catadores (APREPI), os
quais são responsáveis por toda a coleta, segregação e comercialização dos materiais, tendo o
dinheiro arrecadado revertido em renda para os catadores, com o apoio social e econômico da
gestão municipal. Porém, de acordo com a Prefeitura Municipal, a Associação de catadores
encontra-se desestruturada, e por isso, há a indecisão quanto a renovação do contrato, que já
está se encerrando.
Também, caracterizou-se como potencialidade da gestão dos resíduos, a correta
destinação dos resíduos domiciliares e os resíduos de serviço de saúde gerados por
estabelecimentos de responsabilidade municipal, através de contrato com empresa terceirizada
devidamente licenciada no órgão ambiental Estadual (FATMA), a qual destina os resíduos
sólidos coletados em aterros de soluções consorciadas, ou seja, que atendem cerca de 20
municípios da região.
Carências e deficiências
Deficiências e problemas detectados caracterizam-se pela carência de atendimento na
totalidade do município no serviço de limpeza urbana (varrição, poda, capina, etc.) e falta de
recipientes adequados para descarte por parte da população e acondicionamento dos resíduos
nas vias públicas, ou pelo mal estado de conservação dos existentes.
Também, há falta de controle rígido dos resíduos gerados por todos os setores de
responsabilidade do Município, ou seja, não há controle nem fiscalização de geração,
acondicionamento e destinação dos resíduos domiciliares, da coleta seletiva e dos depositados
nos pontos de coleta, e os que são diretamente armazenados no pátio do DMER, como
lâmpadas, pneus e resíduos da construção civil coletados pela Prefeitura.
Os resíduos fora do alcance do poder público, como os industriais, de saúde em
estabelecimentos particulares e de construção civil, há a inexistência de controle de ações
como geração, transporte e destinação final.
Há ainda, a falta de educação ambiental continuada como forma de conscientização da
população quanto a segregação dos resíduos para a coleta seletiva e divulgação dos ecopontos
para disposição dos resíduos especiais.
Outra falha detectada é a forma de disposição atual dos resíduos da construção civil, ou
seja, não há locais apropriados e os resíduos coletados pela prefeitura são utilizados para
79
aterramento e nivelamento de terrenos, ou então dispostos em área inapropriada juntamente
com resíduos de podas e varrição.
Encontram-se dificuldades no município quanto a gestão, fiscalização e monitoramento
dos resíduos sóidos, pela falta de recursos humanos específicos para tais atividades e falta de
investimentos nos setores.
Pela dificuldade de obtenção dos dados, muitas vezes pela resistência por parte das
partes envolvidas em compartilhar informações, não foi possível diagnosticar detalhadamente
algumas etapas previstas na Lei da Política Nacional dos Resíduos Sólidos. A quantificação
dos resíduos no diagnóstico, em alguns casos, foi realizada através de estimativas baseando-se
na geração per capita média nacional. Também, o sistema de cálculo dos custos da prestação
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma
de cobrança desses serviços.
2.3.2.9 Aspectos legais aplicáveis
Existem legislações específicas e normas brasileiras aplicáveis aos diferentes resíduos
sólidos que possam ser gerados em um município. Estas devem ser analisadas como auxílio a
projeção de ações coerentes à realidade e à efetiva melhoria dos processos. Abaixo estão
listadas as legislações Federal e Estadual que possuem relação com este Plano de gestão
integrada de resíduos sólidos para o município de Pinhalzinho.
Legislação Federal
Decreto nº 7.404/10 – Regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
Decreto nº 7.405/10 – Institui o programa Pró-Catador;
Lei Fedral 6.938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências;
Lei Federal nº 9.795/99 – Dispõe sobre a educação ambiental e institui a Politica Nacional de
Educação Ambiental;
Lei Federal nº 11.107 – Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos;
Lei Federal nº 11.445/07 – Dispõe sobre a Política Nacional de Saneamento Básico;
Lei Federal nº 12.305/10 – Dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
Resolução CONAMA nº 05/93 – Dispõe sobre normas mínimas para tratamento de resíduos
sólidos oriundos de saúde, portos e aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários;
80
Resolução CONAMA nº 258/99 – Impõe obrigações às empresas fabricantes e às
importadoras de pneumáticos e dá providências correlatas;
Resolução CONAMA nº 275/05 – Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de
resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas
campanhas informativas para a coleta seletiva;
RDC ANVISA nº 306/04 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de
resíduos de serviços de saúde;
Resolução CONAMA nº 307/02 – Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a
gestão dos resíduos da construção civil. Alterada pelas Resoluções nº 348/04 e nº 431/11.
Resolução CONAMA nº 313/02 – Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos
Industriais;
Resolução CONAMA nº 358/05 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição fi nal dos
resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências;
Resolução CONAMA nº 401/08 - Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e
mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões
para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências;
Resolução CONAMA nº 404/08 – Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento
ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos;
Resolução CONAMA nº 416/09 – Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada
por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências;
Legislação Estadual
Lei n° 13.517/05– Estabelece a Política Estadual de Saneamento;
Lei n° 13.557/05 – Estabelece a Política Estadual de Resíduos Sólidos;
Lei n° 14.675/09 – Institui o Código Estadual do Meio Ambiente;
Decreto n° 3.108/10 – Cria a Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do
Estado de Santa Catarina – AGESAN.
2.3.3 Prognóstico
O estudo do prognóstico objetiva estabelecer estimativas para a situação futura dos
resíduos englobados no diagnóstico, gerados no território Municipal, em diferentes horizontes
de tempo, procurando-se criar um cenário prospectivo e mais próximo da realidade.
81
Os horizontes de tempo estudados prolongam-se até 2033, sendo possível ilustrar
cenários futuros, bem como gerar parâmetros para definição dos objetivos e metas do
gerenciamento a ser futuramente implantado.
Também, abrange-se nesta etapa ações a serem realizadas para remediação de áreas
degradadas pela disposição indequada de resíduos, identificação de áreas de disposição
ambientalmente adequadas, criação de pontos de entrega voluntária de resíduos específicos e
possibilidades de consórcio intermunicipais.
2.3.3.1 Estimativa de crescimento populacional
Foram montados modelos lógicos para estabelecimento de crescimento populacional,
apoiando-se em dados obtidos no IBGE, dos censos de 1970 a 2010. Os horizontes de tempo
estudados prolongam-se até 2033, representando um total de 20 anos, sendo possível ilustrar
cenários futuros, bem como gerar parâmetros para dimensionamento dos sistemas que
venham a ser futuramente implantados na gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos.
O crescimento populacional é a base para os estudos do prognóstico, pois se relaciona
com fatores como o ambiente urbano e o crescimento econômico, que está diretamente
relacionado à taxa de geração per capita dos resíduos, pois esta depende dos hábitos de
consumo e estes de outros fatores, como a renda média.
A metodologia utilizada consiste na estimativa da população através de uma taxa
média anual de crescimento geométrico, mesma utilizada pelo IBGE (2013), que é a raiz t do
quociente entre a população no instante t (Pt) e a população inicial (Po) menos 1, sendo a
mesma obtida para um período entre dois censos demográficos, neste caso, censo de 1970 e
censo de 2010. A partir desta taxa é possível estimar o crescimento anual da população,
aplicando a mesma para cada período. A expressão que define a taxa geométrica de
crescimento da população é dada pela Equação 1.
Equação 1
Em que:
TGCA: Taxa geométrica de crescimento anual
P1: População em 2010
82
P0: População em 1970
t: Pt – Po
Através da equação, obteve-se que a taxa geométrica de crescimento anual do
Município de Pinhalzinho é de 1,8%. Com base nesta taxa pode-se determinar a evolução
populacional, apresentada na Tabela 5, sendo útil para estabelecer as suas demandas futuras
no que diz respeito aos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
Tabela 5 – Projeção populacional
TotalPopulação
Urbana
População
Rural
2010 1,8 16332 13615 2717
2011 1,8 16626 13860 2766
2012 1,8 16925 14110 2816
2013 1,8 17230 14364 2866
2014 1,8 17540 14622 2918
2015 1,8 17856 14885 2970
2016 1,8 18177 15153 3024
2017 1,8 18504 15426 3078
2018 1,8 18837 15704 3134
2019 1,8 19177 15986 3190
2020 1,8 19522 16274 3248
2021 1,8 19873 16567 3306
2022 1,8 20231 16865 3366
2023 1,8 20595 17169 3426
2024 1,8 20966 17478 3488
2025 1,8 21343 17792 3551
2026 1,8 21727 18113 3615
2027 1,8 22118 18439 3680
2028 1,8 22516 18771 3746
2029 1,8 22922 19108 3813
2030 1,8 23334 19452 3882
2031 1,8 23754 19803 3952
2032 1,8 24182 20159 4023
2033 1,8 24617 20522 4095
População (habitantes)
ANO
Taxa de
Crescimento
(% a.a.)
Os estudos de projeção populacional desenvolvidos servirão de referência a futuros
projetos e melhorias a serem realizados no município, porém é fundamental destacar que a
83
definição destes cenários requer que estes sejam renovados a cada 4 anos e revisados
anualmente, como forma de atualização permanente do Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos.
2.3.3.2 Cenários institucionais futuros
O processo de criação de cenários não tem como objetivo “adivinhar” o futuro, mas
identificar os cenários de desenvolvimento admissíveis, analisá-los em função da respectiva
probabilidade de ocorrência e, em função dessa análise, definir objetivos, metas, programas e
ações consideradas mais adequadas na definição de políticas de gerencimento dos resíduos
sólidos.
O “Guia para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento” do Governo Federal
(SNSA/FUNASA/Ministério da Saúde, 2006) indica a utilização de dois cenários alternativos
de evolução para Planos de Saneamento Básico.
O primeiro, leva em consideração as principais tendências de desenvolvimento
observadas no município no passado recente, considerando, para o futuro, uma moderada
influência de vetores estratégicos de desenvolvimento, associados a algumas capacidades de
modernização socioeconômica e de desempenho do sistema urbano. O segundo, além de
considerar as principais tendências de desenvolvimento observadas no município, incorpora,
os principais vetores estratégicos de desenvolvimento associados à mobilização de capacidade
de modernização econômica e de desempenho do sistema urbano.
Neste trabalho será utilizada a mesma tecnologia, porém adaptada ao plano de gestão
integrada de resíduos sólidos e fazendo a adição de um cenário denominado “Ideal”, ou seja,
que representa a situação tendencial desejável. Como a taxa de cobertura dos serviços
representa 100% do município, os cenários foram adaptados à geração per capita de resíduos
sólidos domiciliares.
Cenário Tendencial
Pode ser comparado ao primeiro cenário citado anteriormente, apresenta a manutenção
da situação atual. Ou seja, não há mudanças significativas na forma de gestão,
consequentemente, na geração ou valorização dos resíduos sólidos urbanos. Neste cenário,
disposição de resídos em aterros sanitários continua constante no horizonte de 20 anos.
84
Cenário Realista ou Situação Possível
Pode ser comparado ao segundo cenário citado anteriormente, é a situação que pode
ser alcançada de forma eficaz no período de estudo (20 anos) requerendo investimento
possível à gestão urbana. Neste cenário, é esperada a ocorrência de um drecréscimo de 10%
no envio de resíduos sóidos à aterros sanitários até 2033, determinado devido a correta
segregação dos resíduos na fonte e aos programas de coleta seletiva.
Cenário Ideal ou Situação Desejável
Representa a universalização dos serviços de gestão e manejo dos resíduos sólidos,
mas que requer investimentos consideráveis, de longo prazo para obtenção. Neste cenário,
com a tendência desejável, espera-se a redução de 30% na disposição de resíduos em aterros
sanitários até 2033, referente a correta segregação dos resíduos na fonte, redução,
reutilização, programas de coleta seletiva, reciclagem e compostagem, bem como consumo
consciente por parte da população.
O Quadro 7 apresenta uma síntese dos cenários tendencial, realista e ideal, com a
correspondente porcentagem de redução na disposição final de resíduos sólidos.
Quadro 7 – Cenário tendencial, realista e ideal
Redução na
disposição de
Resíduos Sólidos
Observações
CENÁRIO
TENDENCIAL 0%
Não há mudanças significativas na forma
de gestão.
CENÁRIO
REALISTA 10%
Correta segregação dos resíduos na fonte e
programas de coleta seletiva.
CENÁRIO
IDEAL 30%
Correta segregação dos resíduos na fonte,
programas de coleta seletiva e
compostagem, bem como consumo
consciente por parte da população.
85
2.3.3.3 Horizontes
Para descrever como o município enfrentará os problemas relacionados com os
resíduos sólidos urbanos, de saúde, de construção civil, industriais e resíduos especiais, torna-
se necessário estabelecer parâmetros que permitam desenhar um cenário de alternativas de
soluções para três horizontes de tempo, os quais foram estabelecidos de acordo com as
necessidades das ações, em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Criou-se para este trabalho, grupos estratégicos, para a condução das ações, que
representam horizonte em curto prazo, em até 4 anos, horizonte em médio prazo, de 4 a 8
anos e horizonte em longo prazo, de 8 a 20 anos. A partir dos cenários, foram avaliadas as
demandas que caracterizam os objetivos e metas imediatas ou emergenciais e que se
enquadrarão nos horizontes determinados.
2.3.3.4 Estimativas de geração de resíduos
Através da projeção do crescimento populacional e a geração per capita dos resíduos
abrangidos no diagnóstico, calculou-se a quantidade de resíduos sólidos a serem gerados em
20 anos. Vale ressaltar que para estas projeções, utilizou-se apenas a população abrangida
pela coleta de resíduos sólidos municipais, ou seja, a urbana.
A projeção da produção de resíduos sólidos urbanos foi calculada para o período
compreendido entre 2010 e 2033, em função do censo demográfico ter dados precisos de
2010, porém o planejamento é feto para um horizonte de 20 anos, ou seja, de 2013 a 2033.
Resíduos domiciliares
A Tabela 6 apresenta os resultados de produções de resíduos sólidos domiciliares
obtidos pelas seguintes equações:
Produção Diária de Resíduos (Pd)
Equação 2
86
Produção Mensal de Resíduos (Pm)
Equação 3
Produção Anual de Resíduos (Pa)
Equação 4
Os componentes das equações são assim identificados:
P = população prevista para cada ano (total);
q = 0,61 kg/hab.dia (geração per capita de resíduos) *obtida na fase de diagnóstico.
Tabela 6 – Geração diária, mensal e anual de resíduos sólidos domiciliares
ANO População t/dia t/mês t/ano
2010 13615 9,00 269,99 3239,83
2011 13860 9,16 274,85 3298,14
2012 14110 9,33 279,79 3357,51
2013 14364 9,49 284,83 3417,94
2014 14622 9,67 289,96 3479,47
2015 14885 9,84 295,17 3542,10
2016 15153 10,02 300,49 3605,86
2017 15426 10,20 305,90 3670,76
2018 15704 10,38 311,40 3736,83
2019 15986 10,57 317,01 3804,10
2020 16274 10,76 322,71 3872,57
2021 16567 10,95 328,52 3942,28
2022 16865 11,15 334,44 4013,24
2023 17169 11,35 340,46 4085,48
2024 17478 11,55 346,58 4159,02
2025 17792 11,76 352,82 4233,88
2026 18113 11,97 359,17 4310,09
2027 18439 12,19 365,64 4387,67
2028 18771 12,41 372,22 4466,65
2029 19108 12,63 378,92 4547,05
2030 19452 12,86 385,74 4628,89
2031 19803 13,09 392,68 4712,21
2032 20159 13,33 399,75 4797,03
2033 20522 13,56 406,95 4883,38
87
A Tabela 7 apresenta as projeções da geração de resíduos sólidos domiciliares dos
cenários tendencial, realista e ideal, detalhadamente, em um horizonte de 20 anos.
Tabela 7 – Estimativa de crescimento populacional e geração de resíduos sólidos domiciliares
ANO População Cenário Tendencial
(t/ano) Cenário Realista
(t/ano) Cenário Ideal
(t/ano)
2010 13615 3239,83 2915,84 2267,88
2011 13860 3298,14 2968,33 2308,70
2012 14110 3357,51 3021,76 2350,26
2013 14364 3417,94 3076,15 2392,56
2014 14622 3479,47 3131,52 2435,63
2015 14885 3542,10 3187,89 2479,47
2016 15153 3605,86 3245,27 2524,10
2017 15426 3670,76 3303,68 2569,53
2018 15704 3736,83 3363,15 2615,78
2019 15986 3804,10 3423,69 2662,87
2020 16274 3872,57 3485,31 2710,80
2021 16567 3942,28 3548,05 2759,59
2022 16865 4013,24 3611,91 2809,27
2023 17169 4085,48 3676,93 2859,83
2024 17478 4159,02 3743,11 2911,31
2025 17792 4233,88 3810,49 2963,71
2026 18113 4310,09 3879,08 3017,06
2027 18439 4387,67 3948,90 3071,37
2028 18771 4466,65 4019,98 3126,65
2029 19108 4547,05 4092,34 3182,93
2030 19452 4628,89 4166,00 3240,23
2031 19803 4712,21 4240,99 3298,55
2032 20159 4797,03 4317,33 3357,92
2033 20522 4883,38 4395,04 3418,37
Ao analisar as projeções, percebe-se que o Cenário Tendencial, no qual não há
programas ou atividades adicionais para redução da disposição de resíduos em aterro
sanitário, a geração no ano de 2033, será de aproximadamente 4883,4 t/ano de resíduos.
Um decréscimo de 10% na disposição de resíduos sólidos em aterro sanitário,
representando o Cenário Realista, em função de programas de coleta seletiva, gera uma
diferença de aproximadamente 490 t de resíduos cujo destino seria o aterro sanitário, em
2033.
88
Do mesmo modo, um decréscimo de 30% (Cenário Ideal) representa uma grande
quantidade de rejeitos tendo como destino final outras atividades de tratamento, como
aproveitamento dos recicláveis e geração de compostos orgânicos provenientes da fração
orgânica, bem como o consumo consciente por parte dos munícipes. Evita-se, neste cenário,
que 1465 t e 977 t, respectivamente aos cenários tendencial e realista, sejam dispostas em
aterro sanitário em 2033.
Através desta análise, é possível visualizar as vantagens da seleção do cenário ideal
como cenário normativo para este plano, ou seja, àquele que vai servir de referência para a
definição de objetivos, metas, e planos de ação.
Resíduos de Coleta Seletiva, Limpeza Pública, Construção Civil, Serviços de
Saúde e Especiais.
Também, realizou-se estimativas de geração de resíduos de limpeza pública, coleta
seletiva, de construção civil, de serviços de saúde e alguns resíduos especiais, como
eletrônicos, pneus e lâmpadas, atualmente e em horizontes de curto, médio e longo prazo.
Por não ser possível utilizar o cenário ideal, escolhido anteriormente como normativo, para
todos os resíduos abordados, esta estimativa foi realizada aderindo ao Cenário Tendencial,
ou seja, sem mudanças futuras.
A metodologia utilizada para estimativa, apresentada no Quadro 8, baseou-se nas
gerações per capita obtidas na bibliografia e a projeção populacional para os horizontes
citados. Por não possuirem valores precisos de geração, não foram abordados os resíduos
industriais.
Quadro 8 – Geração de resíduos em cenário atual, de curto, médio e longo prazo.
GERAÇÃO ESTIMADA
RESÍDUOS Cenário
atual (2012/2013)
Cenário curto prazo
(2017)
Cenário médio prazo
(2021)
Cenário longo prazo (2033)
Limpeza Pública
15% RSD 503,5
toneladas 510 toneladas 600 toneladas 735 toneladas
Coleta seletiva
0,024 t/hab.ano
340 toneladas
371 toneladas 400 toneladas 500 toneladas
89
GERAÇÃO ESTIMADA
RESÍDUOS Cenário
atual (2012/2013)
Cenário curto prazo
(2017)
Cenário médio prazo
(2021)
Cenário longo prazo (2033)
RCC 0,4
t/hab.ano 5.650
toneladas 6.170
toneladas 6.630
toneladas 8.200
toneladas
RSS 5 kg/dia a cada 1000
hab 26 toneladas 28 toneladas
30,2 toneladas
37 toneladas
Resíduos eletrônicos
3,4 kg/hab.ano
48 toneladas 52,5
toneladas 56,5
toneladas 70 toneladas
Pneus 2,9
kg/hab.ano 41 toneladas 45 toneladas 48 toneladas 60 toneladas
Lâmpadas 2,65x10-4 kg/hab.dia
1,4 toneladas 1,5 toneladas 1,6 toneladas 2 toneladas
2.3.3.5 Regionalização na gestão integrada de RSU - Consórcios
A gestão de resíduos sólidos dos municípios através de consórcio intermunicipal
normalmente gera resultados positivos, pela possibilidade de aumento da capacidade de
realização dos serviços atendendo uma maior parcela da população, com maior eficiência no
uso dos recursos financeiros, humanos e materiais do poder públicos. Caracteriza-se também
por ações transparentes por parte dos gestores, ou seja, os municípios, as quais passam a
abranger o desenvolvimento urbano e socioeconômico de municípios locais inclusos no
consórcio.
A elaboração de uma plano municipal, intermunicipal ou microrregional de gestão
integrada de resíduos sólidos é uma prioridade na condição para os municípios terem acesso a
recursos da União. A partir de 2012, são priorizados no acesso aos recursos da União os
municípios que optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos
sólidos e que implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras
formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por
pessoas físicas de baixa renda. Ou seja, fica claro o incentivo às soluções intermunicipais por
parte do Poder público e não somente o compartilhamento do aterro sanitário para a
disposição final dos resíduos.
90
A gestão associada de serviços públicos, ou seja, o manejo dos resíduos sólidos
urbanos por meio da constituição de consórcio, para o desempenho de serviços de interesse
comum trata-se de uma forma de cooperação federativa que pode ser adotada para o
planejamento e execução da gestão integrada dos resíduos sólidos, sendo vista como solução
preferível pelo poder público.
Deste modo, estudou-se a possibilidade em realizar uma solução consorciada entre os
18 municípios que já realizam a disposição de seus resíduos sólidos domiciliares, através da
empresa T.O.S. Obras e Serviços, em um mesmo Aterro sanitário, localizado em
Saudades/SC, o qual esta quase no fim de sua vida útil. Entretanto, o Roteiro para Elaboração
do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos publicado pela Ministério do Meio
Ambiente em 2012, considera que o transporte de resíduos sólidos através de caminhões
coletores deve ser limitado a distâncias de 30 km do aterro sanitário, sem que seja necessário
estação de transbordo de resíduos.
Em função disso, a proposta de regionalização engloba apenas os municípios que se
enquadram neste critério, ou seja, os municípios de Águas frias, Cunhataí, Maravilha,
Modelo, Nova Erechim, Nova Itaberaba, Saudades, Serra Alta e Pinhalzinho.
Os municípios também podem elaborar conjuntamente planos intermunicipais de
resíduos sólidos, desde que estes sejam elaborados nos termos do regulamento descritos na
Lei 12.305 (BRASIL, 2010), dispensando assim a necessidade de elaboração do plano
municipal individual. As informações releventes sobre os municípios e sobre o consórcio
estão detalhadas na Tabela 8 e Tabela 9, a seguir.
Tabela 8 – Informações básicas sobre os municípios da solução consorciada
MunicípioDistância da Sede
(km)Área (km2)
População
(hab)
Aguas Frias 18 76,91 2416
Cunhatai 26,2 54,51 1822
Maravilha 29,2 169,44 22104
Modelo 11,1 95,79 4047
Nova Erechim 12,6 639,31 4275
Nova Itaberaba 27,8 135,71 4267
Pinhalzinho 0 128,30 16332
Saudades 12,8 205,55 9016
Serra Alta 18,4 90,44 3285
TOTAL 17,34 1595,96 63326
91
Tabela 9 – Informações sobre os municípios participantes do consórcio
CARACTERIZAÇÃO DESCRIÇÃO
Região Oeste Catarinense
Municípios Integrados
Aguas Frias, Cunhatai, Maravilha, Modelo,
Nova Erechim, Nova Itaberaba,
Pinhalzinho, Saudades e Serra Alta.
Sede Pinhalzinho
Área Total dos Municípios (km2) 1600
Distância média da Sede (km) 17,5
População Total em 2010 (hab) 63.326
População Total em 2033 (hab) 207.524
Geração de RSD estimada em
2010 (t/dia)* 33,8
Geração de RSD estimada em
2033 (t/dia)* 103
*adotou-se a geração média de 0,5 kg/hab/dia e crescimento populacional de 0,5%.
2.3.3.6 Responsabilidades da gestão integrada
O inciso IV do art. 19 da Política Nacional de Resíduos Sólidos identifica os resíduos
sólidos e os geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico nos termos do art. 20 ou a
sistema de logística reversa na forma do art. 33, observadas as disposições da Lei e de seu
regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS.
Neste item estão estabelecidos os agentes com responsabilidade pública e privada e os
responsáveis pelos resíduos especiais, os quais devem estruturar e implantar o sistema de
logística reversa.
A Lei 12.305 (BRASIL, 2010) afirma que resíduos definidos como de logística
reversa, como pilhas, baterias, lâmpadas, pneus, etc., são de responsabilidade dos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes. Entretanto, cabe ao consumidor/gerador
domiciliar, ou seja, aos munícipes em geral, fazer o acondicionamento adequado e
diferenciado e disponibilizá-los para a coleta ou devolução, sob pena de recebimento de
advertências e, em reincidência, multas de R$50 a R$500, que poderão ser convertidas em
prestação de serviço, de acordo com o Decreto 7.404 (BRASIL, 2010).
Há ainda aqueles que necessitam de plano de gerenciamento obrigatório, àqueles
denominados grandes geradores e/ou geração de resíduos perigosos, também de
92
responsabilidade do gerador privado. O Art. 20 da Lei 12.3052010 afirma que estão sujeitos à
elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos:
Os geradores de:
Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico;
Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido
em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais
alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios;
Os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos perigosos;
Os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos que,
mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não
sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal;
As empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas
pelos órgãos do Sisnama;
Os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente do
Sisnama, do SNVS ou do Suasa.
O art. 56 do Drecreto 7.404 (BRASIL, 2010) afirma que os responsáveis por estes
planos deverão disponibilizar ao órgão municipal, com periodicidade anual, informações
completas e atualizadas sobre a implantação e operacionalização do plano.
Pelo plano caracterizar um gerenciamento integrado, devem ser criados programas de
educação ambiental continuada, os quais promovam a redução da geração de resíduos e do
desperdício, o reaproveitamento e a reciclagem de materiais e ainda um correto
acondicionamento e disposição de todos os resíduos abordados por este trabalho. Estes
programas, de cunho ambiental e de conscientização, devem sensibilizar os respectivos
responsáveis, sejam eles cidadãos, indústrias ou estabelecimentos particulares, a ter uma
responsabilidade ambiental pré-estabelecida em suas atividades, facilitando a gestão pública e
preservando o meio ambiente.
As competências e responsabilidades pelo manejo de cada tipo de resíduo gerado em
território municipal foram baseadas no Manual de Orientação de Planos de Gestão de
Resíduos Sólidos, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente, em 2012. Estão apresentadas
93
no Quadro 9 as responsabilidades públicas (principal e secundária) e privadas (gerador e
receptor). A responsabilidade secundária refere-se sobre o auxílio e/ou participação em
programas de educação ambiental e/ou definição de locais para acondicionamento
(ecopontos), por exemplo.
Quadro 9 – Competências e responsabilidades
Tipos de resíduos e
responsabilidades
estabelecidas
Responsabilidades
Públicas
Responsabilidades
Privadas
Elaboração
de PGRS*
Principal Secundária Gerador Receptor
Domiciliares RSD coleta
convencional X
Limpeza pública X
Construção civil RCC X X X
Volumosos X X X
Serviços de saúde X X X
Equipamentos
eletroeletrônicos X X
Pilhas e baterias X X
Lâmpadas X X
Pneus X X
Óleo lubrifiante e
embalagens X X
Óleos comestíveis X X
Industriais X X
Serviços de transporte X X
*PGRS: Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
2.3.3.7 Áreas de risco ou clandestinas a serem erradicadas
Ao entrar em contato com a Prefeitura Municipal, observou-se que há a ocorrência de
uma área clandestina de disposição dos resíduos de construção e demolição gerados no
Município e coletados pelo próprio poder público. Dos resíduos de construção civil que
possuem destinação particular, não há informações e nenhum controle por parte do poder
94
público, porém se imagina que estes também tenham formas de disposição inadequadas por
não haver local disponível no município específico para estes resíduos.
O prazo final para o encerramento dos lixões e consequente implantação dos aterros
sanitários é 2014. Após o encerramento, a área, antes de disposição inadequada de lixo, deve
ser remediada. Segundo a Lei, o encerramento dos lixões deve ser realizado pela delimitação
e cercamento da área, conformação de taludes laterais, cobertura da pilha de resíduo exposto
com solos disponíveis no entorno imediato do local da intervenção e recuperação da área
adjacente ao depósito de lixo, reconformando-a fisicamente e revegetando-a, tendo como
referência a paisagem natural do entorno, entre outras ações que venham a ser necessárias.
2.3.3.8 Objetivos e metas
A seguir, estão apresentados alguns objetivos específicos e metas para os serviços de
limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos gerados no Município e de responsabilidade de
sua implantação do poder público, diferenciados por prioridades de sua realização,
encaixando-se nos horizontes de curto, médio e longo prazo, definidos anteriormente.
Os objetivos e metas estão apresentados nos Quadros 10 ao 16, abrangendo resíduos
domiciliares, de limpeza pública, coleta seletiva, de construção civil, de serviço de saúde,
industriais e especiais. As metas estão enumeradas correspondentemente aos objetivos
propostos.
Quadro 10 – Objetivos e metas para resíduos sólidos domiciliares
RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES E COMERCIAIS
OB
JE
TIV
OS
1 Garantir o atendimento e o manejo dos resíduos sólidos para toda a
população e atividades comerciais.
2 Implantar formas de acondicionamento adequadas às quantidades de
RSD gerados e acondicionados nas vias públicas.
3
Garantir a destinação, tratamento e disposição final dos resíduos
domiciliares gerados no Município, em locais devidamente regularizados
e licenciados.
95
4
Promover a redução da geração de resíduos mediante o incentivo ao
consumo consciente, práticas sustentaveis e a valorização da parcela
orgânica.
Metas
Cu
rto P
razo
1-a Realização constante de treinamento e capacitação do pessoal
administrativo e de operação/manutenção.
1-b Manter o percentual de atendimento (100% da população) com serviço
de coleta convencional de resíduos sólidos (rejeitos).
1-c
Efetuar o controle documental que consolide as informações acerca da
geração, do transporte e da destinação final dos resíduos sólidos
domiciliares gerados no Município.
2-a Implantar recipientes para acondicionamento dos RSU em 20% das vias
públicas, em 2 anos.
3-a Erradicar áreas clandestinas ou inadequadas de disposição de resíduos
domiciliares em 2 anos.
3-b Tratar e/ou dispor 100% dos resíduos gerados no Município, em locais
ambientalmente adequados
4-a Avaliar soluções alternativas de tratamento de resíduos sólidos, em 4
anos.
Méd
io P
razo
1-d Manter o percentual de atendimento (100% da população) com serviço
de coleta convencional de resíduos sólidos (rejeitos).
1-e
Efetuar o controle documental que consolide as informações acerca da
geração, do transporte e da destinação final dos resíduos sólidos
domiciliares gerados no Município.
2-b Implantar recipientes para acondicionamento dos RSU em 40% das vias
públicas, em 8 anos.
3-c Tratar e/ou dispor 100% dos resíduos gerados no Município, em locais
ambientalmente adequados.
3-d Analisar a possibilidade e viabilidade de implantar solução consorciada
de disposição de resíduos no Município, em 6 anos.
96
4-b Reduzir 5% do volume de resíduo mensalmente disposto em aterro
sanitário, com sistemas de compostagem da matéria orgânica, em 5 anos L
on
go P
razo
1-f Manter o percentual de atendimento (100% da população) com serviço
de coleta convencional de resíduos sólidos (rejeitos).
1-g
Efetuar o controle documental que consolide as informações acerca da
geração, do transporte e da destinação final dos resíduos sólidos
domiciliares gerados no Município.
2-c Implantar recipientes para acondicionamento dos RSU em 100% das vias
públicas, em 15 anos
3-e Tratar e/ou dispor 100% dos resíduos gerados no Município, em locais
ambientalmente adequados.
4-c Reduzir mais 5% do volume de resíduo mensalmente disposto em aterro
sanitário, com o aproveitamento da matéria orgânica, em 14 anos.
97
Quadro 11 - Objetivos e metas para resíduos de limpeza pública
RESÍDUOS DE LIMPEZA PÚBLICA O
BJ
ET
IVO
S
1 Resolver carências de atendimento, garantido o serviço de limpeza
pública para toda a população.
2 Garantir o tratamento, destinação e disposição final ambientalmente
adequada dos resíduos gerados pelo serviço de poda e varrição.
Metas
Cu
rto P
razo
1-a Atender 50% dos bairros municipais e 70% das praças públicas pelo
serviço.
1-b Definir cronograma e frequência dos serviços de varrição e poda, em 1
ano.
2-a Dar destino correto a 100% dos resíduos coletados
Méd
io P
razo
1-c Atender 60% dos bairros municipais e 80% das praças públicas pelo
serviço.
1-d Atualizar cronograma e frequência dos serviços de varrição e poda, de
forma a atender futuras demandas desse serviço, em 5 anos.
2-b Dar destino correto a 100% dos resíduos coletados
Lon
go P
razo
1-e Atender 75% dos bairros municipais e 100% das praças públicas pelo
serviço, em 15 anos.
1-f Atualizar cronograma e frequência dos serviços de varrição e poda, de
forma a atender futuras demandas desse serviço.
2-c Dar destino correto a 100% dos resíduos coletados
98
Quadro 12 - Objetivos e metas para resíduos da coleta seletiva
COLETA SELETIVA
OB
JE
TIV
OS
1 Consolidar e ampliar o programa de coleta seletiva.
2
Estimular a criação de novas cooperativas, incentivando a criação de
fontes de negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos
recicláveis e estruturar a existente.
3 Promover a educação ambiental continuada em relação a implantação da
coleta seletiva.
Metas
Cu
rto P
razo
1-a Implantar formas de acondicionamento adequadas nas vias públicas para
resíduos da coleta seletiva.
2-a Estruturar a Associação de catadores para melhor realização do serviço.
Méd
io P
razo
1-b Manter atualizado o cronograma e frequência de coleta, de forma a atender
futuras demandas.
2-b Incentivo contínuo a cooperação formal de catadores.
3-a Reduzir 10% do volume de resíduo mensalmente disposto em aterro
sanitário, através da coleta seletiva.
Lon
go P
razo
1-c Manter atualizado o cronograma e frequência de coleta, de forma a atender
futuras demandas.
2-c Incentivo contínuo a cooperação formal de catadores.
3-b Reduzir mais 10% do volume de resíduo mensalmente disposto em aterro
sanitário, através da coleta seletiva.
Quadro 13 - Objetivos e metas para resíduos de serviço de saúde
RESÍDUOS SERVIÇO DE SAÚDE
OB
JE
TIV
OS
1 Garantir a coleta, tratamento e disposição final dos RSS dos
estabelecimentos públicos.
2 Realizar controle de geradores, geração e disposição final de RSS.
99
Metas C
urt
o P
razo
1-a Garantir a coleta, tratamento e disposição final dos RSS de 100% dos
estabelecimentos públicos.
2-a Criar cadastro dos estabelecimentos geradores de resíduos de seriço de saúde
no Município.
Méd
io P
razo
1-b Garantir a coleta, tratamento e disposição final dos RSS de 100% dos
estabelecimentos públicos.
2-b Exigir plano de gerenciamento de resíduos dos estabelecimentos de saúde
presentes no Município.
2-c Manter cadastro atualizado dos geradores.
Lon
go P
razo
1-c Garantir a coleta, tratamento e disposição final dos RSS de 100% dos
estabelecimentos públicos.
2-d Exigir plano de gerenciamento de resíduos dos estabelecimentos de saúde
presentes no Município.
2-e Manter cadastro atualizado dos geradores.
Quadro 14 - Objetivos e metas para resíduos da construção civil
RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
OB
JE
TIV
OS
1 Realizar controle de geradores, geração e disposição final de resíduos de
construção civil e demolição presentes no Município.
2 Realizar correta gestão de RCC gerados em empreendimentos públicos.
3 Erradicar disposições inadequadas e dispor de local adequado para disposição
de RCC.
Metas
Cu
rto P
razo
1-a Criar cadastro dos empreendimentos geradores de RCC no Município.
2-a Promover a coleta e destinação final de 60% dos RCC gerados pelo poder
público no Município em 4 anos.
2-b Promover a reciclagem e o reaproveitamento dos RCC gerados no Município.
3-a Fiscalizar disposições irregulares.
3-b Planejar a recuperação da área no Linha São Paulo utilizada atualmente para
disposição dos RCC gerados no Município.
100
3-c Criar local de disposição ambientalmente adequado, de acordo com a
legislação em vigor.
Méd
io P
razo
2-c Promover a coleta e destinação final de 75% dos RCC gerados pelo poder
público no Município em 7 anos.
2-d Promover a reciclagem e o reaproveitamento dos RCC gerados no Município.
3-d Fiscalizar e punir disposições irregulares
Lon
go P
razo
2-e Promover a coleta e destinação final de 100% dos RCC gerados pelo poder
público no Município em 20 anos.
2-f Promover a reciclagem e o reaproveitamento dos RCC gerados no Município.
3-e Fiscalizar e punir disposições irregulares
Quadro 15 - Objetivos e metas para resíduos industriais
RESÍDUOS INDUSTRIAIS
OB
JE
TIV
OS
1 Realizar controle de geradores, geração e disposição final de resíduos
industriais.
Metas
Cu
rto
Pra
zo
1-a Criar cadastro dos estabelecimentos geradores de resíduos industriais no
Muniípio.
Méd
io P
razo
1-b Exigir plano de gerenciamento de resíduos dos estabelecimentos industriais
presentes no Município.
1-c Manter cadastro atualizado dos geradores.
1-d Exigir informações completas e atualizadas sobre a implantação e
operacionalização dos planos de cada estabelecimento.
Lon
go P
razo
1-e Exigir plano de gerenciamento de resíduos dos estabelecimentos industriais
presentes no Município.
1-f Manter cadastro atualizado dos geradores.
1-g Exigir informações completas e atualizadas sobre a implantação e
101
operacionalização dos planos de cada estabelecimento.
Quadro 16 - Objetivos e metas para resíduos especiais
RESÍDUOS ESPECIAIS
OB
JE
TIV
OS
1 Incentivar, fiscalizar e monitorar a implementação da política reversa dos
resíduos sólidos especiais no Município.
2
Consolidar e ampliar o programa de coleta, tratamento e destinação final de
resíduos especiais que não sejam inseridos na política reversa ou como
auxílio à mesma, através de Pontos de entrega voluntária.
3 Promover a mobilização e educação ambiental continuada em relação a
segregação destes resíduos.
Metas
Cu
rto P
razo
1-a Identificar e criar cadastro dos geradores de resíduos sujeitos a logística
reversa.
1-b Garantir a implementação da logística reversa no Município de Pinhalzinho,
de acordo com a legislação.
2-a Manter um PEV central para recebimento de resíduos especiais.
3-a Realizar campanhas permanentes de educação ambiental para o manejo de
resíduos especiais e sujeitos à logística reversa.
Méd
io P
razo
1-c Garantir a implementação da logística reversa no Município de Pinhalzinho,
de acordo com a legislação.
2-b Manter um PEV central para recebimento de resíduos especiais.
3-b Realizar campanhas permanentes de educação ambiental para o manejo de
resíduos especiais e sujeitos à logística reversa.
Lon
go P
razo
1-d Garantir a implementação da logística reversa no Município de Pinhalzinho,
de acordo com a legislação.
2-c Manter um PEV central para recebimento de resíduos especiais.
3-c Realizar campanhas permanentes de educação ambiental para o manejo de
resíduos especiais e sujeitos à logística reversa.
102
2.3.3.9 Programas e ações
O planejamento do manejo diferenciado de cada resíduo contempla as diretrizes e
estratégias para que sejam atingidos os objetivos e metas nos diferentes cenários e horizontes
esperados. O gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos é baseado em um conjunto de ações
normativas, operacionais e de planejamento que a administração municipal deverá
desenvolver para gerenciar os resíduos sólidos produzidos em seu território e garantir a
sustentabilidade na gestão municipal em se tratanto de resíduos sólidos.
O planejamento das ações gerou uma listagem de programas e ações a serem
praticados pelo órgão gestor, cooperativas de catadores e setor privado, onde estão incluídas
as propostas para todos os tipos de resíduos identificados no Município. Estes programas e
ações correspondem aos objetivos e metas anteriormente propostos e devem ser analisados
conjuntamente.
1. PROGRAMAS/AÇÕES PARA RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES E
COMERCIAIS
EXECUÇÃO: Órgão Gestor Municipal
Promover a reavaliação periódica dos planos, cronograma e frequência de coleta, de
forma a atender demandas futuras.
Implantar nas vias públicas recipientes adequados e que sejam suficientes para
acondicionamento dos resíduosa a longo prazo.
Licenciar e implantar um aterro sanitário de solução consorciada no município.
Implantar coleta diferenciada de material orgânico para compostagem, inicialmente em
ambientes como feiras, restaurantes, indústrias, etc., estendendo-se à toda a população.
Realizar processos de aproveitamento dos resíduos visando a redução da disposição final,
através de usinas de triagem e sistemas de compostagem.
Desenvolver ações, direcionar trabalhos e valorizar a educação ambiental para redução,
reutilização e não geração de resíduos, para toda a população como ação prioritária.
Modernizar os instrumentos de controle e fiscalizção da gestão de resíduos sólidos,
agregando tecnologias, como rastreamento de veículos, fiscalização através de imagens
aéreas.
103
2. PROGRAMAS/AÇÕES PARA RESÍDUOS DE LIMPEZA PÚBLICA
EXECUÇÃO: Órgão Gestor Municipal
Implantar nas vias públicas recipientes adequados e que sejam suficientes para
acondicionamento dos resíduos públicos.
Realizar avaliação periódica dos planos de frequência e abrangência deste serviço.
Promover adequação necessárias periódicamente quanto a equipamentos e mão-de-obra.
Definir cronograma especial de varrição para eventos com grande público, e cálculo de
custos dos mesmos.
Elaborar um Plano de manutenção e poda em áreas verdes públicas, como parques, praças
e arborização urbana, considerando cada espécie.
3. PROGRAMAS/AÇÕES PARA COLETA SELETIVA
EXECUÇÃO: Órgão Gestor Municipal/ Cooperativas de catadores
Implantar nas vias públicas recipientes adequados e que sejam suficientes para
acondicionamento dos resíduos da coleta seletiva.
Realizar avaliação periódica dos planos de frequência e abrangência deste serviço, de
equipamentos e da mão-de-obra disponíveis.
Efetuar o controle documental que consolide as informações acerca da geração, do
transporte e da comercialização dos materiais recicláveis coletados no município.
Implantar, melhorar ou adaptar a infraestrutura física e de recursos humanos para
tratamento, segregação e destinação dos resíduos da coleta seletiva.
Realizar programas de divulgação da coleta seletiva.
Realizar programas contínuos de educação ambiental que priorizem a segregação dos
resíduos na fonte geradora, redução e reutilização.
Promover a capacitação dos catadores, a fim de melhorar as condições de trabalho e
renda.
Criação de fontes de negócios, emprego e renda para catadores, mediante a valorização
dos resíduos recicláveis.
Mapear e cadastrar grandes geradores de resíduos recicláveis, visando a destinação
direcionada desses materiais à cooperativa municipal.
104
4. PROGRAMAS/AÇÕES PARA RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
EXECUÇÃO: Órgão Gestor Municipal/ Setor Privado
Efetuar o controle documental que consolide as informações acerca da geração, do
transporte e da disposição final dos resíduos de saúde gerados nos estabelecimentos de
responsabilidade do município.
Registrar Planos de Gerenciamento de Resíduos das instituições privadas.
5. PROGRAMAS/AÇÕES PARA RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
EXECUÇÃO: Órgão Gestor Municipal/ Setor Privado
Criar um plano de gestão municipal de resíduos da construção civil.
Exigir dos empreendimentos particulares respectivo plano de gestão de seus resíduos.
Incentivar a criação de central de triagem de RCC e PEVs regional.
Incentivar a reutilização ou reciclagem dos resíduos de Classe A (trituráveis) e Classe B
(madeiras, plásticos, papel e outros);
Incentivar a presença de operadores privados de RCC, para atendimento da geração
privada.
Efetuar o controle documental que consolide as informações acerca da geração, do
transporte e da comercialização dos RCC coletados no município.
Promover as adequações necessárias para recuperação da atual área de disposição
inadequada e seu monitoramento ambiental.
6. PROGRAMAS/AÇÕES PARA RESÍDUOS INDUSTRIAIS
EXECUÇÃO: Órgão Gestor Municipal/ Setor Privado
Exigir a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para todas as
atividades geradoras de resíduos sólidos (perigosos e não perigosos) passíveis de
licenciamento ambiental ou autorização e cadastramento ambiental na região até 2014
(conforme o Art. 20 da Lei 12.305 da PNRS);
Promover avaliação periódica dos planos de coleta dos resíduos industriais.
105
7. PROGRAMAS/AÇÕES PARA RESÍDUOS ESPECIAIS
EXECUÇÃO: Órgão Gestor Municipal/ Setor Privado
Identificar resíduos sólidos e geradores sujeitos ao sistema de logística reversa.
Implantar PEVs ou ecopontos alocados estratégicamente no município e que sejam
suficientes para acondicionamento dos resíduos especiais gerados pela população.
Realizar acordo com grandes geradores de resíduos especiais para destinação dos mesmos
aos ecopontos.
Efetuar o controle documental que consolide as informações acerca da geração, do
transporte e da comercialização dos resíduos especiais coletados no município.
Implantar, melhorar ou adaptar a infraestrutura física da Prefeitura para
acondicionamento dos resíduos coletados nos ecopontos.
Realizar programas de divulgação da coleta de resíduos especiais e da política reversa.
Realizar programas de divulgação da coleta de óleo de cozinha usado.
Realizar programas contínuos de educação ambiental e de logística reversa que atinjam
todos os níveis da sociedade.
De acordo com a lei da Política Nacional de Resíduos sólidos, o Art. 33 afirma que são
obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos
produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza
urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes de:
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem,
após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos
perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama,
do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
Para isto, estabeleceu-se diretrizes, estratégias, metas e programas para os seis tipos de
resíduos que já possuem a logística reversa estabelecida, apresentados no Quadro 17, porém
106
estas devem ter como referência acordos setoriais estabelecidos entre o poder público e os
estabelecimentos.
Quadro 17 - Programas e ações para os resíduos com logística reversa
RESÍDUOS
DIRETRIZES E
ESTRATÉGIAS METAS
PROGRAMAS E
AÇÕES
Produtos
eletroeletrônicos
Responsabilidade dos
fabricantes/comerciantes:
Estruturação e
implantação da
logística reversa.
Reservar áreas para
concentração dos
resíduos e definir
fluxos de retorno aos
respectivos sistemas
produtivos.
Remuneração do
serviço público para
atividades de captação
e concentração dos
resíduos (PEVs).
Informar
continuamente ao
órgão municipal as
ações de logística
reversa, de modo a
permitir o
cadastramento das
instalações locais ou
urbanas.
Responsabilidade dos
consumidores:
Acondicionar
adequadamente e
Coletar e dar
destino a 100%
dos resíduos
gerados
Criar Programa de
inclusão digital que receba
doações de computadores
a serem recuperados e
utilizados em programas
educativos e em
comunidades carentes.
Pilhas e baterias
Coletar e dar
destino a 100%
dos resíduos
gerados
Criar locais de
recolhimento, através de
ecopontos ou PEVs e
promover correto
tratamento/destinação
final.
Lâmpadas
fluorescentes
Coletar e dar
destino a 100%
dos resíduos
gerados
Criar locais de
recolhimento, através de
ecopontos ou PEVs e
promover correto
tratamento/destinação
final.
Pneus
Coletar e dar
destino a 100%
dos resíduos
gerados /
comercializados
Criar locais de
recolhimento, através de
ecopontos ou PEVs e
promover correta
destinação aos respectivos
fabricantes.
Doação de pneus para
reutilização em atividades
alternativas, como
encostas, muros de
contenção, etc.
107
RESÍDUOS
DIRETRIZES E
ESTRATÉGIAS METAS
PROGRAMAS E
AÇÕES
Óleos
lubrificantes e
embalagens
disponibilizar para a
coleta ou devolução.
Devolver à empresa
onde foram adquiridos
ou entregar em PEVs.
Responsabilidade do
poder público:
Divulgação sobre as
obrigações do
consumidor, citadas
anteriormente.
Coleta dos resíduos
armazenados nos
PEVs.
Coletar e dar
destino a 100%
dos resíduos
gerados
Criar locais de
recolhimento, através de
ecopontos ou PEVs e
promover correta
destinação aos respectivos
fabricantes.
Agrotóxicos e
embalagens
Coletar e dar
destino a 100%
dos resíduos
gerados
Criar locais de
recolhimento, através de
ecopontos ou PEVs e
promover correta
destinação aos respectivos
fabricantes.
2.3.3.10 Identificação de áreas para a disposição final dos resíduos
A projeção feita para a vida útil do Aterro Sanitário- Unidade I, Saudades/SC, indicou
que, mantendo-se a geração atual de resíduos dos municípios integrantes da solução
consorciada, sem alterações, a capacidade operacional do aterro se estenderá até 2018, ou
seja, surportará apenas 5 anos mais. Entetanto, podem-se considerar hipóteses de acréscimo
na geração, em função do crescimento populacional, ou drecéscimo, em função da colocação
do Plano de gestão integrada dos resíduos em prática. Independente do cenário futuro é visível
a necessidade de implantação de um local adequado para disposição dos resíduos.
Outra alternativa para os resíduos domiciliares é extender a vida útil do aterro sanitário
existente, através de sua ampliação, levando em consideração o crescimento populacional e o
novo modo de gestão com a incorporação do processo de coleta seletiva. Porém, como se trata
de uma solução consorciada, é necessário que todos os municípios realizem seus Planos de
gestão municipal, visando a redução da quantidade de resíduos que vão ao aterro.
Também há a necessidade de estabelecimento de um aterro para resíduos classe A de
RCC. Este deve ser específico para recebimento de resíduos da construção civil classe A,
devidamente segregados das diferentes classes que o compõe.
108
Deve-se fazer um estudo das possíveis áreas disponíveis no Município, tendo como
finalidade o aproveitamento máximo das áreas existentes, considerando o emprego de novas
tecnologias de processamento.
No Art. 37 no Plano diretor participativo de Pinhalzinho, está detalhado que a MAPP
(Macroária de Produção Primária) tem como objetivo orientar o uso e ocupação do solo e
implementar as políticas públicas no sentido de, entre outros, resguardar área para a locação
da estação de tratamento de esgoto (ETE) e aterro sanitário.
Entretanto, ao escolher uma área para alocação de um aterro sanitário, existem
critérios e prioridades a serem avaliados, a fim de fazer uma rigorosa seleção do melhor local.
A Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental, (2008), no Guia
de Projeto, operação e monitoramento de aterros sanitários, listou alguns critérios, os quais
estão apresentados nos ítens a seguir.
Aspectos geológicos e hidrogeológicos, tais como profundidade do lençol freático e
espessura da camada de solo não saturada sob a base do aterro, além da proximidade a
zonas de recarga e mananciais subterrâneos;
Aspectos geotécnicos, envolvendo as propriedades dos solos da área (condutividade
hidráulica ou permeabilidade, compressibilidade e resistência) e existência de jazidas de
materiais terrosos;
Aspectos topográficos e de relevo, que podem dificultar o acesso e a operação, além de
limitar a vida útil do empreendimento;
Aspectos hidrológicos, tais como posição em relação ao sistema de drenagem superfi
cial natural, proximidade de nascentes e corpos de água, e extensão da bacia de
contribuição a montante da área de implantação;
Existência e a tipologia da fauna e flora presentes na região;
Avaliar a necessidade de supressão da vegetação local;
Distância do centro gerador e de aglomerações urbanas;
Proximidade de núcleos habitacionais de baixa renda;
Existência de infra-estrutura (água, energia, sistema viário);
Visibilidade da área;
Avaliar a Lei de Uso e Ocupação do Solo, Código de Posturas, Código de Obras, Plano
Diretor e situação fundiária da área, incluindo a análise dos custos de eventuais
desapropriações.
109
2.3.3.11 Criação de pontos de entrega voluntária
Em função da necessidade de segregação dos resíduos, porém muitas vezes a
inexistência de locais apropriados para o manejo diferenciado e gestão integrada dos resíduos
recicláveis, de logística reversa e de construção civil, é importante e fundamental a criação de
áreas de uso compartilhado de instalação para manejo destes resíduos. Entretanto, deve-se
criar logística adequada, controle técnico, operacional e econômico.
Na escolha do local, a análise do Plano Diretor é fundamental para escolha apropriada
da melhor localização, em função também dessas áreas poderem ser utilizadas a nível
regional, abrangendo por exemplo os município propostos para a solução consorciada.
As instalações para acumulação temporária de resíduos podem classificar-se em
diferentes estabelecimentos, como Pontos de Entrega Voluntária (PEVs ou Ecopontos) para
recebimento e acumulação temporária de resíduos da construção e demolição, de resíduos
volumosos, da coleta seletiva e resíduos com logística reversa, com critérios definidos pela
NBR 15.112 (ABNT, 2004). Locais de Entrega Voluntária (LEVs) de Resíduos Recicláveis,
através de contêineres, sacos ou outros dispositivos instalados em espaços públicos ou
privados monitorados, para recebimento de recicláveis, também, galpões de triagem de
recicláveis e Áreas de Triagem e Transbordo (ATTs) de resíduos da construção e demolição,
resíduos volumosos e resíduos com logística reversa.
Segundo Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Pilhas, Baterias e Lâmpadas
de Belo Horizonte, em 2009, nos estabelecimentos em que pilhas, baterias e lâmpadas são
comercializadas, sugere-se que as caixas coletoras estejam dispostas em locais de grande
visibilidade, identificadas com instruções sobre o descarte correto no interior dos
estabelecimentos.
Para pilhas e baterias, o recipiente deve ser resistente, devido ao peso do material que
será ali depositado. As caixas devem ser de materiais não condutores de eletricidade. Adverte-
se para a não utilização de tambores ou contêineres metálicos, de modo a evitar a formação de
curto circuitos e vazamentos precoces da pasta eletrolítica, o que tornará a manipulação do
material mais difícil.
O Modelo Tecnológico incentivado pelo MMA propõe a adequação da rede de
instalações ao porte dos municípios, definindo o número de PEVs e Áreas de Triagem e
Transbordo (ATTs), ou seja, definição de endereços para concentração de diversos tipos de
resíduos, em função da população e, em municípios menores, como o caso de Pinhalzinho,
110
agregando as duas funções em uma única instalação (PEV Central) conforme pode ser visto
no Quadro 25 abaixo.
Quadro 18 – Locais para acumulação temporária e definitiva de Resíduos sólidos
População da
Sede Municipal PEVs ATT PEV Central
Aterro RCD
coligado
Até 25 mil 1 1
De 25 a 50 mil 2 1
De 50 a 75 mil 3 1 1
De 75 a 100 mil 4 1 1
Fonte: MMA, 2012.
Pinhalzinho já possui alguns PEVs implementados no Município, os quais abrangem
resíduos eletrônicos, lâmpadas e óleo de cozinha usado, localizados em Escolas e outros
estabelecimentos, como também ponto de entrega de pneus, lixo eletrônico e lâmpadas,
localizados no pátio do DMER. Porém, alguns estão em condições precárias, indevidas para
exercer tais atividades.
Deve-se criar, além dos pontos de coleta existentes, um Ponto Central de Entrega
Voluntária (PEVs ou Ecopontos) para acumulação temporária de resíduos de todo o material
retido nos pontos de coleta, da construção e demolição, de resíduos volumosos, da coleta
seletiva e resíduos com logística reversa, baseado na NBR 15.112 (ABNT, 2004), ou seja,
devidamente adequados para tal atividade.
Para a solução consorciada de gerenciamento integrado dos resíduos, estas áreas
devem abranger os resíduos de todos os municípios incluídos, sendo suficientes para o manejo
dos mesmos. No consórcio, a população total pode atingir 64 mil habitantes. Neste caso,
segundo o Ministério do Meio Ambiente (2012), é indicado a existência de três unidades de
Pontos de entrega voluntária, uma área de transbordo e triagem e um aterro RCD coligado.
É importante que estes pontos sejam alocados em locais estratégicos devidamente
apropriados para tal e sejam funcionais, permitindo transformar resíduos difusos em resíduos
concentrados, facilitando assim o transporte e posterior comercialização, tratamento ou
disposição final.
111
Deve-se ter controle sobre os locais, formas de acondicionamento, coletas mensais e
destinação/tratamento ambientalmente correto. Também, ter devidamente especificado os
locais de comercialização dos mesmos, quando cabível.
Há ainda a necessidade de instalação de um Aterro de Resíduos de Construção e
Demolição coligado, pois este ainda não existe no Município, com a finalidade de eliminar e
substituir a forma de disposição adotada atualmente, que caracteriza-se como disposição
inadequada destes rejeitos ao meio ambiente.
2.3.4 Controle e fiscalização
2.3.4.1 Indicadores de desempenho para os serviços públicos
A fim de mensurar as ações desenvolvidas para o pleno desenvolvimento do plano,
desenvolveu-se indicadores qualitativos, como indicados pelo “Planos de Gestão de Resíduos
Sólidos: Manual de Orientação”, que permitem relacionar os parâmetros com suas respectivas
operacionalizações. Portanto, estes indicadores podem ser entendidos como ferramentas do
Poder Público que revelam significados mais amplos sobre os objetivos, metas, programas e
ações definidos para efetiva sustentabilidade do Plano proposto.
Através da avaliação dos indicadores por parte do poder público, responsável pela
gestão dos resíduos municipais, é possível observar qual o nível de desenvolvimento e
aplicação das ações e programas anteriormente propostos e deste modo, fazer uma avaliação
mais aprofundada quanto às necessidades futuras para efetiva implementação do Plano de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município.
Os parâmetros definidos para classificar e avaliar cada indicador foram:
Muito desfavorável (MD), quando estes apresentam-se insuficientes, ou seja,
não atendem os objetivos e metas e não há a implantação das ações e
programas propostos.
Desfavorável (D), quando estes apresentam-se insuficientes, porém com
algumas ações já sendo implantadas.
Favorável (F), quando o andamento das atividades apresentar-se suficiente para
os objetivos e metas propostos.
112
Abaixo no Quadro 19, estão apresentados os indicadores definidos para o Plano de
gestão integrada de resíduos sólidos de Pinhalzinho, atribuídos conforme propostas adequatas
às questões locais.
Quadro 19 – Indicadores de desempenho da implantação do Plano de Gexstão Integrada de
Resíduos Sólidos.
INDICADORES TENDÊNCIA À SUSTENTABILIDADE
Recuperação das áreas de disposição
clandestinas
(MD) – Não houve mapeamento das áreas nem
suas recuperações.
(D) – As áreas foram mapeadas mas não
recuperadas.
(F) – Todas as áreas foram devidamente
recuperadas.
Grau de recuperação e valorização
dos Resíduos sólidos urbanos de
responsabilidade do Poder Público
(MD) – Recuperação inexistente ou muito
baixa.
(D) – Baixa recuperação dos Resíduos sólidos.
(F) – Alta recuperação dos Resíduos sólidos
Melhora da infraestrutura dos
serviços públicos de manejo dos
resíduos sólidos e limpeza urbana.
(MD) – Não houve melhorias ou implantação
de infraestruturas adequadas para os serviços.
(D) – Houve implantação parcial de
infraestruturas, porém insuficientes.
(F) – Houve total implantação e melhora das
infraestruturas disponíveis para os serviços.
Efetividade dos programas de
Educação Ambiental
(MD) – Inexistência dos Programas.
(D) – Baixo envolvimento da população nos
Programas desenvolvidos.
(F) – Existência de Programas educativos
continuados com alto envolvimento da
população.
113
INDICADORES TENDÊNCIA À SUSTENTABILIDADE
Cadastramento e fiscalização dos
estabelecimentos particulares
geradores de RCC e RSS
(MD) – Não houve o cadastramento e
fiscalização dos estabelecimentos.
(D) – Houve o cadastramento parcial dos
estabelecimentos, porém sem fiscalização.
(F) – Houve o cadastramento dos
estabelecimentos e é realizada fiscalização
constantemente.
Com base nos indicadores definidos, e através das tendências à sustentabilidades que
serão obtidas, pode-se avaliar a gestão dos resíduos de cunho urbano, direcionados a gestão
pública. Servem também para sensibilizar tanto a população quanto a gestão responsável,
sobre a efetiva implantação e atendimento às metas propostas.
2.3.4.2 Ações para emergências e contingências
O plano de gerenciamento integrado de resíduos sólidos tem como objetivo principal a
realização de correta gestão de todos os resíduos sólidos gerados em território municipal,
através das diretrizes estabelecidas na Política Nacional de Resíduos Sólidos, bem como o
atendimento à legislação vigente no que se refere a sua disposição final.
Entretanto, após implantação dos objetivos e metas estabelecidos no plano, é preciso
também estabelecer ações de atendimento a situações de emergência e de contingência para as
possíveis situações atípicas que venham a ocorrer e consequentemente, afetar a população e o
meio ambiente. Ambas referem-se a situações anormais, porém medidas de contingência
visam à prevenção, ao passo que as medidas de emergência programam as ações no caso de
ocorrência de um incidente.
O objetivo é prever as anormalidades que venham a ocorrer e estabelecer ações que
serão necessárias. Por exemplo, quando os serviços de manejo dos resíduos, por motivos
técnicos, operacionais, desorganização ou greves, sejam cessados ou paralisados, quando o
aterro sanitário esteja paralisado, entre outras situações possíveis detalhadas no Quadro 20.
Estas devem ser executadas de forma fácil e ágil para solução dos problemas.
114
A paralisação do funcionamento dos serviços de coleta regular de resíduos pode
acarretar problemas em curto espaço de tempo para a saúde pública em função da exposição
dos resíduos em logradouros públicos, o que facilita a proliferação de insetos e outros animais
e a transmissão de doenças.
Para isso, as ações de atendimento para situações de emergência visam mitigar e
corrigir os efeitos de acidentes ou falhas em qualquer um dos serviços de manejo dos resíduos
sólidos ou de limpeza urbana a serem instalados no município.
Estão apresentadas no Quadro 20 as ações para emergência e contingências propostas,
com as respectivas providências a serem tomadas, para o município de Pinhalzinho.
Quadro 20 – Ações de emergências e contingências
EMERGÊNCIAS E CONTINGÊNCIAS
Ocorrência Providências
Paralisação do Sistema
de Varrição por longos
períodos de tempo
Acionar os funcionários da Secretaria de Obras e Serviços
para efetuarem a limpeza dos pontos mais críticos e
centrais da cidade.
Paralisação do Serviço
de Coleta Domiciliar
Acionar empresas e veículos previamente cadastrados para
assumirem emergencialmente o serviço de coleta.
Contratação de empresa especializada em caráter de
emergência.
Imputar penalidades previstas em contrato (se houver).
Paralisação da Coleta
Seletiva
Realizar contrato emergencial com empresa especializada
na coleta de resíduos.
Realizar contrato emergencial com cooperativa de
catadores mais próxima para segregação e comercialização
dos materias recicláveis.
Paralisação de coleta de
Resíduos de Serviço de
Saúde
Realizar contrato emergencial com empresa especializada
na coleta de resíduos de saúde.
Paralisação total do
Aterro sanitário
Os resíduos deverão ser transportados e dispostos em
cidades vizinhas, com a devida autorização do órgão
ambiental (FATMA).
115
EMERGÊNCIAS E CONTINGÊNCIAS
Ocorrência Providências
Paralisação parcial do
Aterro Sanitário
(incêndio, explosão e/ou
vazamento tóxico)
Evacuação da área cumprindo os procedimentos internos
de segurança.
Acionamento do Corpo de Bombeiros.
Disposições irregulares
de resíduos em áreas
particulares
Identificar, notificar, multar e/ou imputar as sanções
cabéveis ao autor do despejo ou proprietário do terreno.
Recolher e dar destinação adequada aos resíduos.
Em caso de acidentes ou situações emergênciais, estes devem ser documentados, para
formação de um histórico. Assim será possível verificar recorrências dos eventos, além de
condutas e procedimentos que possam ser aprimorados, reduzindo assim o número de ações
emergenciais.
2.3.4.3 Monitoramento e verificação do plano
A Lei Federal 12.305 (BRASIL, 2010) estabelece que o plano de gestão integrada de
resíduos sólidos seja revisto a cada quatro anos. Neste sentido, o monitoramento constante e a
verificação da aplicação e implementação do plano tem o objetivo de auxiliar na busca de
pontos críticos, problemas, falhas, enfim, identificação de correções a serem realizadas com
frequência de 4 anos, a cada revisão do plano.
Para efetivas correções, é importante a implementação de um órgão específico para
ouvidoria, ou seja, disponível para recebimento de reclamações, sugestões, denúncias, etc. por
parte da população municipal. Também, deve-se realizar relatórios periódicos que incluam a
análise dos registros feitos pela ouvidoria, para posterior análise pelos órgãos responsáveis.
Como forma de monitoramento frequente, a realização de reuniões entre os agentes
responsáveis pelos diversos setores do plano é alternativa para mantê-lo constantemente
actualizado, avaliar indicadores e analisar os resultados obtidos com sua implantação.
116
3 CONCLUSÃO
Ao seguir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o município adere a uma gestão
integrada de seus resíduos, valorizando àqueles passíveis de reaproveitamento ou reciclagem
e evitando disposições finais desnecessárias. Para isso, uma série de requisitos foram
abordados neste trabalho. Através destes, concluiu-se que:
Foi possível realizar diagnóstico qualitativo e quantitativo dos resíduos sólidos
domiciliares, limpeza urbana, coleta seletiva, construção civil, serviço de saúde e
especiais e apenas diagnóstico qualitativo para os resíduos industriais. Assim, o sistema
de gestão municipal adotado atualmente foi conhecido e analisado, detectando-se
iniciativas relevantes, carências e/ou deficiências no processo;
Os cenários criados para o prognóstico tiveram um horizonte de 20 anos, dividindo-se
em curto, médio e longo prazo para definição e realização das atividades propostas.
Desta forma o município tem a capacidade de se organizar e se adequar gradativamente
ao plano proposto;
Os objetivos e metas foram propostos conforme as necessidades detectadas na fase de
diagnóstico, abrangendo todos os resíduos sólidos gerados no município, sendo
direcionados ao poder público. Este, terá a responsabilidade de considerar, abordar e
alcançar cada um deles na forma futura de gestão dos resíduos;
Os planos de ação basearam-se nos objetivos e metas. Programas e ações foram criados
como ferramenta ao Poder público para efetiva aplicação do plano, facilitando caminhos
a serem percorridos para alcançar os objetivos e metas, ou seja, uma gestão de
excelência.
Os meios para controle e fiscalização propostos foram a criação de indicadores de
desempenho operacional, ações para emergência, contingência e monitoramento e
verificação do Plano em questão. Com auxílio destes, será possível fazer o
acompanhamento tanto da operacionalização quanto da evolução do plano de gestão
integrada de resíduos sólidos proposto para Pinhalzinho.
São recomendações para trabalhos futuros:
Realizar dagnóstico quantitativo mais aprofundado dos resíduos sólidos abordados no
trabalho.
117
Fazer o levantamento de informações quanto a forma atual de remuneração do sistema
de gerenciamento de resíduos sólidos municipal, bem como sistema de cobrança dos
serviços à população;
Fazer o cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo de resíduos sólidos após a implantação do Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos, bem como a nova forma de cobrança desses serviços.
Realizar atividades de mobilização social e audiências públicas, com o intuito de
coletar opiniões dos munícipes.
118
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119
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121
APÊNDICE A
COLETA DE DADOS SOBRE SERVIÇO DE COLETA DE
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)
ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS
O município possui Secretaria do Meio Ambiente?
O município possui departamento de limpeza urbana?
O município possui fundo municipal do meio ambiente?
O município possui Agenda 21 local?
O município possui plano diretor local e/ou resíduos sólidos?
O serviço de coleta de RSU é realizado pela prefeitura ou terceirizado? Qual a empresa
prestadora do serviço?
Se terceirizada, como foi feito e qual a validade do contrato?
Quais as áreas atendidas pelo operador e os serviços prestados?
Existe uma Política Municipal de Resíduos Sólidos?
Quem é o responsável, qual a abrangência (bairros, zona urbana, zona rural, domésticos,
comerciais, etc.) e qual a frequência da coleta de RSU?
O município utiliza software para controlar/otimizar a coleta de resíduos sólidos?
Qual a rota da frota coletora (quilometragem diária)? Existe planejamento para tal serviço?
Há estudos sobre a composição gravimétrica dos resíduos do município (enviar em anexo)?
Há pontos críticos de coleta e porquê?
Qual foi o tempo médio de interrupção na coleta no último ano de operação e áreas
afetadas?
Como e onde é feito o acondicionamento dos resíduos nas ruas e praças? Há
disponibilidade de containers para a população dispor os resíduos?
Ocorrem quebras e/ou fissuras frequentes nos recipientes de acondicionamento?
Há rompimentos frequentes nos sacos plásticos?
Qual a capacidade de coleta de RSU (t/dia)?
Possuem controle do volume coletado (se houver planilha de controle encaminhar em
anexo)?
Existem ecopontos para recebimento de lixo eletrônico, lâmpadas, pneus, embalagens de
agrotóxicos, etc.? Onde estão localizados?
O município possui alguma forma de consórcio entre outros municípios quanto os serviços
de coleta, tratamento, triagem e disposição final?
Qual o local de disposição final (aterro sanitário) dos resíduos sólidos urbanos gerados em
Pinhalzinho?
Quais os problemas operacionais detectados?
122
COBRANÇA PELO MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA
Existe o valor do orçamento destinado a limpeza urbana do município?
O município está enquadrado para recebimento do ICMS ecológico?
O município cobra pelo serviço de limpeza urbana? Qual é o valor cobrado?
O município cobra pelo serviço de coleta de lixo? Qual é o valor cobrado?
O município cobra pela prestação de serviços especiais de manejo de RSU? Qual é o valor
cobrado?
A legislação municipal prevê a aplicação de multas para indivíduos e empresas q dispõem
seus resíduos de forma inadequada? Qual é o valor cobrado?
PREVISÃO DE INVESTIMENTO
Tipo de Ação ou Obra Ano Tipo* Valor
Coleta Comum
Coleta Seletiva
Postos de entrega voluntária
Transbordo
Tratamento
Triagem e compostagem
Aterro Sanitário
Outros
*M = Manutenção / T = Troca / A = Ampliação
OBRAS E AÇÕES EM ANDAMENTO
Tipo de Ação ou Obra Ano Tipo* Valor
Coleta Comum
Coleta Seletiva
Postos de entrega voluntária
Transbordo
Tratamento
Triagem e compostagem
Aterro Sanitário
Outros
*M = Manutenção / T = Troca / A = Ampliação
123
APÊNDICE B
COLETA DE DADOS SOBRE SERVIÇO DE COLETA DE SELETIVA
O município realiza coleta seletiva?
Este serviço é realizado pela prefeitura ou terceirizado? Qual a empresa prestadora do
serviço?
Se terceirizado, como foi feito e qual a validade do contrato?
Existem cooperativas de catadores de resíduos recicláveis trabalhando no município? Eles
possuem algum vínculo com a prefeitura?
Existe algum trabalho social por parte do município direcionado aos catadores?
Quais as áreas atendidas pelo operador e os serviços prestados?
O dinheiro arrecadado com a venda dos materiais recicláveis retorna à Prefeitura?
Existe uma Política Municipal de Resíduos Sólidos?
Quem é o responsável, qual a abrangência e qual a frequência da coleta?
O município utiliza software para controlar/otimizar a coleta destes resíduos?
Qual a rota da frota coletora (Km/dia)? Existe planejamento para tal serviço?
Há pontos críticos de coleta e porquê?
Qual o tempo médio de interrupção na coleta e áreas afectadas no último ano de operação?
Como e onde é feito o acondicionamento dos resíduos nas ruas? Qual a disposição final?
Ocorrem quebras e/ou fissuras frequentes nos recipientes de acondicionamento?
Há rompimentos frequentes nos sacos plásticos?
Qual a capacidade de coleta (t/dia)?
Os resíduos da coleta seletiva são separados nas residências por quais tipos de materiais? E
após coleta?
Qual a capacidade de coleta selectiva (t/dia)?
Possuem controle do volume colectado de materiais recicláveis (se houver planilha de
controle encaminhar em anexo)?
Realizou-se campanhas de conscientização e esclarecimento da população quanto à
separação dos resíduos nas residências? Quais?
Os recursos obtidos na coleta seletiva são suficientes para cobrir os custos do programa?
Quais os problemas operacionais detectados?
124
APÊNDICE C
COLETA DE DADOS SOBRE MATERIAIS RECICLÁVEIS PROVENIENTES DOS
GALPÕES DE TRIAGEM DA COLETA SELETIVA
Usualmente os resíduos coletados pela coleta seletiva são pesados antes do processo de
triagem?
Qual a quantidade mensal recolhida de cada classificação de resíduos coletados como
vidro, plástico, papel, etc… (se houver planilhas de controle enviar em anexo)?
Qual a quantidade realmente reciclada?
A matéria-prima é gratuita?
Qual o valor de venda dos materiais após triagem?
Quais sao as empresas recicladoras que compram estes materiais? Existe alguma no
município? Para onde são enviados?
Quais as condições dos materiais recebidos?
Qual a quantidade mensal de rejeitos gerados? Qual seu destino final?
Como os materiais recebidos, os reciclados e os rejeitos são armazenados?
São recebidos resíduos tóxicos (pilhas, baterias, lâmpadas…) misturados aos materiais a
serem reciclados? Qual o destino final dos mesmos?
O dinheiro arrecadado com a venda dos materiais recicláveis retorna à Prefeitura?
A receita da cooperativa/associação é suficiente para manter a mesma em funcionamento?
Existe algum apoio do poder público ou de empresas privadas para manter a
cooperativa/associação em funcionamento?
Quantas pessoas trabalham nesta atividade na cooperativa/associação?
As normas de segurança são respeitadas (uso de EPI´s)?
Há catadores habitando as áreas no entorno de lixões ou aterro sanitário?
Os catadores utilizam carrinhos de tração humana?
Os catadores utilizam carroças de tração animal?
Os catadores utilizam depósitos de armazenamento?
Existe algum trabalho social por parte do município direcionado aos catadores?
125
APÊNDICE D
COLETA DE DADOS SOBRE SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA
O serviço de limpeza urbana é realizado pela prefeitura ou terceirizado? Qual a empresa
prestadora do serviço? Qual a validade do contrato?
A limpeza urbana é regulamentada no município por legislação própria?
Quais as áreas atendidas pelo operador e os serviços prestados?
Quem é o responsável, qual a abrangência e qual a frequência de varrição e manutenção de
áreas públicas (se houver planilha de controle encaminhar em anexo)?
A varrição das vias públicas é realizada manualmente ou por processo mecanizado?
Existe serviço de capina e poda no município? É realizado manualmente ou mecanizada?
Qual a frequência de capina e podas? Tem controle de volume coletado (se houver planilha
de controle encaminhar em anexo)?
Existem pessoas especializadas para a poda das árvores?
Como e onde é feito o acondicionamento dos resíduos de limpeza urbana? Qual a
disposição final?
Características:
Da frota de coleta específica (Varrição e poda);
Capacidade de coleta pela frota (cargas/dia, kg/dia);
Condições de conservação;
Quais os problemas operacionais detectados?
126
APÊNDICE E
COLETA DE DADOS SOBRE SERVIÇO DE COLETA DE
RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)
Existe coleta diferenciada de RCD no município?
Este serviço é cobrado separadamente?
O serviço de coleta de RCD é realizado pela prefeitura ou terceirizado? Qual a empresa
prestadora do serviço?
Se terceirizada, como foi feito e qual a validade do contrato?
Qual a capacidade (t/dia) de coleta deste tipo de resíduo?
Qual a abrangência e qual a frequência da coleta de RCD?
Qual a rota da frota coletora? Existe planejamento para tal serviço?
Qual a quantidade de containers disponíveis na empresa? E qual a quantidade distribuída
nas ruas?
Qual a taxa média de utilização destes containers?
Existem pontos fixos de containers? Onde estão localizados?
Tem controle do volume coletado mensalmente (se houver planilhas, enviar em anexo)?
O gesso é separado dos demais resíduos? Qual a quantidade mensal coletada?
Onde é feita a disposição final deste material?
Como é feita a coleta dos resíduos de construção e demolição (qual veículo utilizado,
capacidade e quantidade de veículos disponíveis)?
Como é feito e qual o material de acondicionamento dos resíduos de construção e
demolição? Qual a disposição final?
Existem orientações à população quanto ao descarte de outros materiais, como latas de
tinta, pinceis, solventes, lixas, resíduos sólidos urbanos, etc.?
Quais os problemas operacionais detectados?
127
APÊNDICE F
COLETA DE DADOS SOBRE SERVIÇO DE COLETA DE
RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS (RSI)
O serviço de coleta de RSI é realizado pela prefeitura ou responsabilidade de cada
indústria? Quais as empresas prestadoras deste serviço que atuam no município?
Qual a quantidade de unidades industriais presentes no município (se possível, com CNPJ
de cada uma)?
O licenciamento das atividades industriais é emitido pelo próprio município ou apenas a
nível estadual?
Há controle de quantos estabelecimentos são atendidos por este serviço e geradores deste
tipo de resíduo?
Há controle da massa coletada (classe I e classe II) (se houver planilha de controle
encaminhar em anexo)?
Existem áreas de transbordo?
Quais as formas de tratamento que estes resíduos recebem antes da disposição final?
Quais os problemas operacionais detectados?
128
APÊNDICE G
COLETA DE DADOS SOBRE SERVIÇO DE COLETA DE
RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE (RSSS)
O serviço de coleta de RSSS é realizado pela prefeitura ou terceirizado? Qual a empresa
prestadora do serviço?
Se terceirizada, como foi feito e qual a validade do contrato?
Quais as áreas atendidas pelo operador e os serviços prestados?
Qual a quantidade de unidades de saúde presentes no município? Quantos
estabelecimentos são atendidos por este serviço e geradores deste tipo de resíduo?
Qual a frequência da coleta de RSSS?
É feita a coleta de todos os tipos A, B, C, D e E dos RSSS?
Possui controle da massa coletada (se houver planilha de controle encaminhar em anexo)?
Como e onde é feito o acondicionamento dos resíduos? Qual a disposição final?
Quais as formas de tratamento que estes resíduos recebem antes da disposição final?
Quais os problemas operacionais detectados?
129
ANEXO A
Fonte: Prefeitura de Pinhalzinho