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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO COMPARAÇÃO DA FASE DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO MUSCULAR SOBRE PARAMETROS DE ANÁLISE DO SINAL ELETROMIOGRÁFICO Jhonata Odair Curti LONDRINA PARANÁ 2010

Universidade Estadual de Londrina · onde os sujeitos realizaram um aquecimento de 4 min, em seguida de um intervalo de 2 min, realizavam o TW. Os sinais foram coletados utilizando

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Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

COMPARAÇÃO DA FASE DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO MUSCULAR SOBRE PARAMETROS DE

ANÁLISE DO SINAL ELETROMIOGRÁFICO

Jhonata Odair Curti

LONDRINA – PARANÁ

2010

JHONATA ODAIR CURTI

COMPARAÇÃO DA FASE DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO MUSCULAR SOBRE PARAMETROS DE

ANÁLISE DO SINAL ELETROMIOGRÁFICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para a conclusão do Curso.

COMISSÃO EXAMINADORA

Londrina, 03 de Dezembro de 2010

i

AGRADECIMENTOS

Ao meu Orientador Prof. Dr. Leandro Ricardo Altimari, que sempre me ajudou e me

apoiou, na realização e conclusão deste trabalho, e também em outros momentos

desta minha formação.

A meus pais que me sempre me apoiaram e me deram força.

Aos meus amigos e colegas pela força e vibração, para que eu concluísse mais essa

jornada em minha vida.

Aos meus professores, por trilharmos juntos uma etapa importante de nossas vidas.

Aos meus colegas de curso, pelos momentos importantes que passamos juntos,

pela torcida, vibração e ajuda para que esse trabalho e essa formação fossem

completadas.

E a todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste

trabalho.

ii

CURTI, Jhonata Odair. COMPARAÇÃO DA FASE DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO

MUSCULAR SOBRE PARAMETROS DE ANÁLISE DO SINAL ELETROMIOGRÁFICO. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2010.

RESUMO

A Eletromiografia de Superfície (EMG) é uma ferramenta valiosa não-invasiva no estudo do movimento humano e nos mecanismos neurofisiológicos da fadiga ela consiste na determinação do nível de ativação muscular pela atividade elétrica nas membranas excitáveis do sistema muscular. Sendo utilizado como um indicador de recrutamento das fibras musculares e da velocidade de condução do sinal elétrico. Não existe ainda um parâmetro de como o sinal deve ser tratado para seus diversos parâmetros de analise, desta forma o objetivo do estudo é comparar os parâmetros na fase de contração muscular apenas e do sinal todo (fase de contração + fase de relaxamento). A amostra foi composta por 27 estudantes universitários (14 homens, idade = 28,2 ± 2,7 anos e 13 mulheres, idade = 23,2 ± 2,7 anos), selecionados voluntariamente. O teste supramáximo empregado foi o teste de Wingate (TW), onde os sujeitos realizaram um aquecimento de 4 min, em seguida de um intervalo de 2 min, realizavam o TW. Os sinais foram coletados utilizando um eletromiografo de 16 canais, com os eletrodos posicionados sobre os músculos VL, VM e RF, para o processamento dos sinais EMG foi utilizado o software AcqKnowledge 3.8.1. Para análise dos dados foi utilizado o software SPSS®, A distribuição dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk, e a comparação entre as condições foi feita pelo teste t de Student,com P<0,05. Nenhuma diferença estatisticamente significante foi observada entre as condições de análise do sinal EMG para os diferentes músculos.Concluímos desta forma que não existe diferença na ativação muscular (RMS), e também não nos parâmetros de fadiga, (FM, DP, Slope), determinados apenas na fase da contração muscular em relação ao sinal todo.

Palavras-chave: eletromiografia, fadiga, contração muscular.

iii

CURTI, Jhonata Odair. COMPARAÇÃO DA FASE DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO

MUSCULAR SOBRE PARAMETROS DE ANÁLISE DO SINAL ELETROMIOGRÁFICO. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2010.

ABSTRACT

The surface electromyography (EMG) is a valuable non invasive tool for the study of human movements and in the mechanisms neurophysiologial of fatigue and it consists in the determination of the level of muscular activation by the electrical activity in the excitable membranes of the muscular system. Being used as an index of muscle fibers and conduction velocity of electrical signal. There isn’t a parameter that how can this signal should be conducted for its various parameters of analysis, so the purpose of this study is to compare the parameters only in the phase of muscular contraction and the whole signal (contraction phase + relaxation phase). The sample was composed by 27 college students (14 males, age = 28 ± 2,7 years and 13 females, age = 23,2 ± 2,7 years), randomly selected. The supramaximal test was the test of Wingate (TW), where the subjects performed a warm-up of 4 minutes then an interval of 2 minutes. The signal were collected by an electromyography of 16 channels , with electrodes positioned on the muscles VL, VM and RF, for the processing of the EMG signals were used the AcqKnowledge 3.8.1. For the statistical procedure, the software SPSS®. The distribuction of the data was done by the Shapiro-Wilk test and the comparison between the conditions was done by the t test of Student, with p <0,05. None statistical differences was detected between the analysis of the conditions for the EMG signal for different muscles. Thus, the conclude that there is no difference is muscular activation (RMS), and in the parameters of fatigue, (FM, DP, Slope), determinate only in the phase of muscular contraction in relation of the whole signal. Key Word: electromyography, fatigue, muscle contraction

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ................................................................................................... i

RESUMO..................................................................................................................... ii

ABSTRACT ................................................................................................................ iii

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

2 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 3

3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 4

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 4

4 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 5

4.1 Histórico da Eletromiografia ............................................................................... 5

4.2 Eletromiografia ................................................................................................... 6

4.3 Eletrofisiológia Muscular ..................................................................................... 7

4.4 Eletromiografia e Fadiga .................................................................................... 9

5 MÉTODOS ............................................................................................................. 11

5.1 População e amostra........................................................................................ 11

5.2 Teste Supramáximo ......................................................................................... 11

5.3 Coletas e processamento de sinais EMG ......................................................... 12

5.4 Tratamento Estatístico...................................................................................... 13

6 RESULTADOS ....................................................................................................... 14

7 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 16

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 17

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 18

1

1 INTRODUÇÃO

Eletromiografia de superfície (EMG) é uma ferramenta valiosa não-

invasiva no estudo do movimento humano e nos mecanismos neurofisiológicos da

fadiga. Consiste na determinação do nível de ativação muscular pela atividade

elétrica nas membranas excitáveis de miofibrilas, que compreendem as unidades

motoras do sistema muscular (21).

A fadiga pode ser definida como uma diminuição na produção de força

muscular (22) (23). O sinal EMG pode servir como um indicador de recrutamento das

fibras musculares e a velocidade de condução do sinal elétrico através das

membranas excitáveis, fornecendo informações sobre o processo de fadiga

muscular (24) (25).

Um importante aspecto a ser analisado na utilização da EMG é a técnica

empregada para o processamento dos sinais. Via de regra, os sinais EMG são

analisados pelo domínio do tempo ou pelo domínio da freqüência (espectro de

freqüência), sendo representados pela amplitude e freqüência, respectivamente (7)

(19).

Para o processamento do sinal EMG no domínio do tempo a variável

mais utilizada tem sido a raiz quadrática da amplitude quadrática média (RMS - root

mean square). Já o processamento do sinal EMG no domínio da freqüência fornece

variáveis como a freqüência mediana (FM), e as suas medidas de dispersão,

incluindo a variância e desvio padrão (DP), e a inclinação da FM, que é a taxa de

diminuição (Slope) da freqüência média do sinal (21) (8). A diminuição da freqüência

mediana do sinal EMG geralmente caracteriza o início do processo de fadiga

muscular (8).

A análise do sinal EMG no domínio da freqüência é normalmente

realizada através da decomposição espectral do sinal do músculo durante o

exercício fatigante, usando algoritmos matemáticos, dentre os quais o mais

utilizado atualmente tem sido a Transformada Wavelet (WT), na sua versão discreta

(DWT) (28) (29). Esta técnica consiste no mapeamento do sinal da freqüência e do

tempo de uma série de funções de base que podem ser concebidos em função das

necessidades de análise e são construídos com base em uma "mãe" wavelet,

formando uma base ortogonal de sinais (30).

2

Considerando as informações descritas acima, podemos observar que

apesar de existirem diferentes fermentas que possibilitam analisar o sinal EMG,

ainda não esta claro como o sinal deve ser tratado para obtenção dos diversos

parâmetros de análise, particularmente em exercício dinâmico, onde o sinal é

cíclico e ao mesmo tempo estacionário. Por fim a questão é, deve-se ou não

considerar o sinal como um todo ou apenas a fase de contração.

3

2 JUSTIFICATIVA

Através da crescente utilização da eletromiografia de superfície no meio

esportivo na tentativa de melhor entendimento dos fatores relacionados a

biomecânica do movimento e da fadiga muscular, diversas dúvidas tem surgido em

relação às maneiras de se analisar os sinais EMG. Dentre as quais podemos

destacar a falta de padronização na forma de analisar o sinal EMG em exercício

dinâmico, e por conseqüência a falta de conhecimento da existência ou não de

diferenças nas análises do sinal EMG quando se considera apenas a fase de

contração ou o sinal todo (fase de contração + fase de relaxamento). Desse modo,

o presente estudo espera encontrar respostas a fim de colaborar com estudos

futuros, no sentido de proporcionar análises mais acuradas da resposta muscular

em exercício dinâmico.

4

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

O objetivo deste estudo será comparar parâmetros de análise do sinal EMG

obtido apenas na fase da contração muscular e do sinal todo (fase de contração +

fase de relaxamento) em exercício dinâmico supramáximo.

5

4 REVISÃO DA LITERATURA

4.1 Histórico da eletromiografia

O Sinal mioelétrico é captado através do potencial de ação de percorre a

fibra muscular, ocasionando assim a contração muscular, os primeiros relatos que se

tem que um músculo era capaz de gerar corrente elétrica datam de 1666, onde

Francesco Redi suspeitou que o choque produzido pela enguia era de origem

muscular. Somente em 1791 é que Luidgi Galvani iniciou as primeiras investigações

em relação da eletricidade e a contração muscular, o qual despolarizava pernas de

sapos com varas metálicas, causando assim uma contração muscular(2).

Já em 1838, Carlos Mateucci, utilizando sapos, mostrou que havia

contração muscular com a estimulação do nervo, evidenciando assim que havia

atividade elétrica durante a contração muscular(2). Frenchman Dubois-Reymond, se

interessou por este trabalho e em 1849, realizou a primeira detecção voluntaria do

sinal mioelétrico obtido do músculo de humanos. Ele detectou este sinal com um tipo

de eletrodo de superfície, onde os dedos do voluntario eram inseridos em uma

solução salina, onde realizando movimentos com o braço, observa-se uma pequena

deflexão na agulha de um galvanômetro. O mesmo observou também que retirando

um pouco da pele dos dedos, essa deflexão que era de 2 ou 3 graus aumentava

para 65 graus(2).

Após o surgimento do tubo de raios catódicos, Hebert S. Gasser e Joseph

Erlanger em 1925, estudaram as características do sinal mioelétrico por meio de um

osciloscópio, fato que lhes rendeu o prêmio Nobel em 1944(2)(3). Deste momento

então, o estudo de sinais mioeletricos na forma gráfica, passou a ser conhecido

como Eletromiografia (EMG) (3). Em 1939 Denny Brown e Pennybacker, utilizaram

pela primeira vez, o eletromiógrafo para uso clinico.

Foi a partir do inicio da Segunda Guerra Mundial que começaram a

desenvolver eletromiógrafos mais eficientes, devido principalmente as necessidades

clinicas, e ao fim da Guerra começou-se a produzir comercialmente os

eletromiógrafos. E no fim dos anos 60 iniciou a utilização de computadores no

processamento do sinal, dando assim uma melhor consistência as informações (2).

6

4.2 Eletromiografia no estudo da função muscular

A contração muscular surge como resultado da despolarização das fibras

musculares por potenciais de ação oriundos de neurônios motores. Estes potenciais

de ação podem ser detectados na superfície da pele, surgindo assim o sinal

Eletromiográfico (EMG). Desde modo a Eletromiografia pode ser definida como o

estudo da função muscular através da analise deste sinal eletromiográfico (3).

Apos a 2ª Guerra Mundial até os dias de hoje a utilização da EMG

cresceu, sendo utilizada por cientistas em diversos ramos de atividades. Atualmente

esta técnica vem sendo utilizada de duas formas diferentes de recolher o sinal

eletromiografico: EMG de profundidade (EMGpro) e a EMG de superfície (EMGsup)

(4).

A EMGpro caracteriza-se pela colocação de eletrodos no interior do

músculo e contato direto com as fibras musculares, assim o registro eletromiográfico

é obtido da ação de um conjunto de fibras próximas ao eletrodo, sendo esse tipo de

analise caracterizada invasiva. Já a EMGsup, caracteriza-se pelo registro da

atividade das fibras musculares com os eletrodos colocados sobre a musculatura do

sujeito, pois os potenciais de ação que ocorrem no sarcolema das fibras ativas

percorrem os tecidos e fluidos envolventes ate a superfície da pele, dessa maneira

permiti-se o registro da soma das atividades elétricas das fibras muscular envolvidas

na contração (5).

Outro fator que pode interferir na coleta do sinal eletromiográfico é o tipo

de eletrodo utilizado, o qual pode destacar duas formas, o eletrodo monopolar e o

bipolar. A configuração monopolar trata a diferença de potencial entre dois pontos

(um ponto de captação e um de referência). A configuração bipolar caracteriza-se

pela diferença de potencial entre dois pontos de captação, medidas em relação ao

terceiro ponto (referência), normalmente os eletrodos são de prata revestidos com

cloreto de prata (Ag-AgCl), já que a prata se caracteriza por ser um metal nobre ao

polarizável (3).

Os eletrodos de superfície podem ser de duas formas: eletrodos passivos

e ativos, a diferença entre esses eletrodos se da pelos eletrodos ativos possuírem

um circuito de amplificação encapsulado próximo ao seu sitio de captação (3).

7

Um aspecto que deve ser levado em consideração na utilização da EMG

é a técnica empregada para o processamento dos sinais. Geralmente, os sinais

EMG são analisados no domínio do tempo ou no domínio da freqüência. A amplitude

demonstra o numero e o tamanho do potencial de ação por um determinado tempo,

e é expressa em microvolts( V) ou milivolts (mV) (7). Embora existam diversos

índices que possam refletir a amplitude, o mais utilizado é o RMS (root mean

square), que é um modelo matemático também utilizado para expressar o nível de

atividade elétrica muscular, sendo que ele não exige retificação do sinal

eletromiográfico, além de não ser afetado pela superposição dos potenciais de ação

da unidade motora (7).

Já a analise do sinal EMG no domínio da freqüência, nos proporciona

informações de como ocorrem os disparos das unidades motoras, onde com

freqüência utiliza-se o espectro de potência, onde com o uso de modelos

matemáticos consegue-se decompor o sinal em vários componentes de freqüência.

Esta técnica fornece alguns indicadores de características do espectro da

freqüência, dentre os quais a freqüência média, a freqüência mediana e a moda do

espectro (7). Tais índices estão relacionados com a velocidade de condução do

estímulo por parte da fibra muscular e alterações na sincronização e na freqüência

de disparo das unidades motoras (8), sendo que se sugere a utilização da freqüência

mediana já que ela sofre menos interferência (10), e é mais sensível às alterações

metabólicas (11).

4.3 Eletrofisiologia muscular

Os músculos, vasto lateral (VL), vasto medial (VM) e reto femoral (RF)

formam juntamente com o vasto intermédio (VI) o grupo muscular denominado

quadríceps femoral. O quadríceps femoral compreende a maior parte da superfície

anterior e lateral do fêmur e se constitui no músculo extensor de joelho (12).

O VL origina-se trocânter maior e lábio lateral da linha áspera do fêmur, o

VM origina-se no lábio medial da linha áspera do fêmur, e o reto femoral origina-se

na espinha ilíaca antero inferior e logo abaixo do acetábulo do osso do quadril, todos

eles tem suas inserções na tuberosidade da tíbia via patela e ligamento da patela,

sendo responsáveis pela extensão da perna e flexão da coxa.

8

Com relação à composição de fibras musculares desses músculos, alguns

estudos na literatura têm analisado a distribuição das mesmas mediante autópsia em

cadáveres (13) (14) (9). Uma das vantagens em se obter informações a partir de

cadáveres é o fato de que a distribuição das fibras musculares não se apresenta de

forma homogênea por todo o músculo (14) (9). Assim, existem diferenças quanto à

composição de fibras musculares entre os materiais obtidos na superfície muscular e

na região profunda do músculo. Além disso, outro aspecto positivo da autópsia em

cadáveres é a possibilidade de serem analisados diferentes grupos musculares.

Outro fator que podemos destacar em relação a esses três músculos esta

relacionado a composição das fibras musculares. Na tabela 1, são apresentados os

valores de composição de fibras musculares dos VL, VM e RF obtidos em seis

cadáveres do sexo masculino (idade: 21,80 5,67 anos; massa corporal: 78,50

12,00 kg; estatura: 186,33 6,06) (9).

Tabela 1 - Valores de composição de fibras musculares dos VL, VM e RF obtidos

em seis cadáveres do sexo masculino.

Tipo I Tipo II

Média IC 95% Média IC 95%

VL 1 (%) 37,80 19,60 - 45,80 67,30 52,10 - 72,30

VL 2 (%) 46,90 37,50 - 56,20 53,10 43,80 - 62,50

VM 1 (%) 43,70 36,40 - 51,10 56,30 48,90 - 63,60

VM 2 (%) 61,50 51,50 - 71,50 38,50 28,50 - 48,50

RF 1 (%) 29,50 22,00 - 37,00 70,50 63,00 - 78,00

RF 2 (%) 42,00 35,60 - 48,50 58,00 51,50 - 64,40

1 = autópsia da superfície do músculo; 2 = autópsia da região profunda do músculo; IC 95% =

intervalo de confiança de 95%, ou seja, existe 95% de chance da verdadeira média situar-se entre os

valores apontados (adaptada de JOHNSON et al., 1973).

As causas que levaram o óbito foram: traumatismo craniano (três

sujeitos), asfixia (um sujeito), cardíaco (um sujeito) e hemorragia abdominal (um

sujeito). Por meio do método histoquímico empregando-se a técnica de coloração da

mATPase, foram identificadas as fibras musculares do tipo I e do tipo II (6).

9

Como podemos observar na tabela 1, dentre os três músculos analisados,

o RF é o que apresenta maior proporção de fibras musculares do tipo II seguido

pelos músculos VL e VM. Infelizmente, em outros estudos a análise é efetuada

somente em um músculo isoladamente e não nos três músculos de forma integrada

(6).

O grupo quadríceps femoral é responsável por diversas ações relacionado

com as atividades cotidiana do sujeito que exigem extensão vigorosa do joelho tais

como corrida, saltos, levantamento de pesos, e até no simples ato de levantar-se de

uma cadeira (15).

Dessa forma, podemos observar que este grupo muscular exerce funções

tanto dinâmicas como estáticas, sendo que sua função estática consiste em evitar a

flexão do joelho na posição ortostática, enquanto a função dinâmica consiste em

extensão vigorosa do joelho (16). Um aspecto que difere os músculos VL e VM do

músculo RF diz respeito à mecânica apresentada pelos mesmos. Tanto o VL e o VM

são músculos mono-articulares, e possuem alta capacidade de produção de força ou

trabalho. Por outro lado, o RF, por cruzar a articulação do joelho e do quadril, se

constitui num músculo biarticular, tendo função de distribuir o torque para ambas às

articulações e controlar a direção do movimento (17).

4.4 Eletromiografia e fadiga

Dentro do tema biomecânica do esporte, a eletromiografia (EMG), como

instrumento de medida do movimento humano, tem sido correlacionada com a força,

o torque e as variáveis metabólicas assim como aplicada nas análises de velocidade

de pedalada, da capacidade de resistência muscular, na verificação da

especificidade e eficiência de métodos de treinamento e reabilitação, na

quantificação da taxa de disparo de unidades motoras e na identificação da fadiga

muscular (18).

A fadiga muscular é considerada como uma falha para manter um nível

desejado de rendimento ou trabalho, durante uma atividade repetitiva ou sustentada,

e nos estudos sobre fadiga muscular mediante sinais eletromiográficos, a análise

pode ser realizada tanto pela amplitude quanto pela freqüência (espectro de

freqüência) (19).

10

Com relação à amplitude, estudos têm demonstrado resultados

conflitantes associados à fadiga. Podemos encontrar na literatura aumentos,

manutenção e redução na amplitude dos sinais EMG (6). Uma das possíveis

explicações para as diferenças nos resultados dos estudos analisados parece residir

na diferença entre os protocolos utilizados. Aparentemente, nos esforços que exigem

contrações máximas desde o início do protocolo, os sinais eletromiográficos tendem

a diminuir. Por outro lado, nos esforços que iniciam com intensidade submáxima,

verifica-se aumento nos níveis de ativação muscular. Embora muitos estudos

utilizem a amplitude para a análise da fadiga, parece ser conveniente associar as

informações obtidas por outras técnicas de processamento dos sinais como a

análise espectral.

Como os músculos apresentam tipos de fibras diferentes, estas podem

também apresentar uma característica particular no diagnóstico da fadiga

eletromiográfica, sendo que os músculos compostos de fibras primariamente do tipo

I (contração lenta) apresentam um período mais prolongado para demonstrar a

fadiga através da eletromiográfia. Em contrações isométricas pode haver um

consenso em existir um aumento da resposta eletromiográfica à medida que

aumenta a tensão muscular (20) enquanto em contrações isotônicas esse aumento é

verificado na contração concêntrica (18).

Outro aspecto que não pode ser desprezado é o fato de que dentre os

estudos de EMG discutidos até o momento que utilizaram cicloergômetro, a maioria

das investigações tem se preocupado com o exercício de resistência.

Podemos definir que a eletromiográfia é uma técnica da identificação não

invasiva da fadiga muscular, sendo assim uma alternativa de avaliação deste

fenômeno por diversas técnicas de processamento deste sinal. Contudo, deve-se

dar atenção a fatores que podem interferir no processo de fadiga e

conseqüentemente na avaliação EMG como: os níveis de força de contração, o

tempo de contração, o tipo de eletrodo e em particular do músculo a ser investigado.

11

5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 Amostra

Fizeram parte da amostra vinte e sete estudantes universitários (14

homens, idade = 28,2 ± 2,7 anos e 13 mulheres, idade = 23,2 ± 2,7 anos), saudáveis

que foram selecionados voluntariamente. Todos os sujeitos foram previamente

informados sobre a proposta do estudo e procedimentos aos quais seriam

submetidos e assinaram declaração de consentimento esclarecido. Este estudo foi

analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual

de Londrina, de acordo com as normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional

de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos.

5.2 Te ste supramáximo de Wingate

O teste supramáximo de Wingate (TW) foi empregado com propósito de

proporcionar a realização de exercício de alta intensidade e curta duração. Os

índices de desempenho foram determinados por um programa computadorizado

(WINGATE TEST®, CEFISE, BRASIL) para a determinação da potência gerada a

cada segundo durante o teste, além da potência de pico relativa (W.kg-1) (PPR),

potência média relativa (W.kg-1) (PMR), índice de fadiga (%) (IF) e instante de

potência pico (IPP).

O protocolo consistiu de um aquecimento de quatro minutos em um

cicloergômetro mecânico para membros inferiores (MONARK 324E, SWEDEN) com

carga de 50 W, com uma cadência de pedaladas de 70 rpm, sendo que no início de

cada minuto os sujeitos executaram um sprint de 6 s. Após o aquecimento, os

sujeitos realizaram um intervalo de dois minutos para mensuração do peso corporal,

ajuste da altura do banco da bicicleta e ajuste da intensidade de esforço. Em

seguida, os sujeitos iniciaram o TW, sem nenhuma rotação prévia, com carga

correspondente a 0,075 kg.kg-1 do peso corporal do indivíduo. Após o encerramento

do protocolo, os sujeitos avaliados realizaram uma recuperação ativa no próprio

cicloergômetro, sem resistência, por um período de três minutos, na tentativa de

minimizar possíveis efeitos colaterais provocados pelo esforço.

12

Previamente ao início do estudo foi empregado protocolo de

familiarização na tentativa de reduzir os efeitos de aprendizagem. As medidas da

bicicleta correspondente a cada avaliado como: altura e distância do banco; altura e

distância da mesa e a posição das mãos foram padronizadas durante os testes, para

assim, evitar alterações na postura do avaliado e conseqüentemente possíveis

interferências na solicitação dos músculos avaliados. Em todas as coletas foram

controladas a temperatura ambiente e umidade relativa do ar que mantidas entre 21

e 24˚C e 40 e 60%, respectivamente.

Durante o teste supramáximo, os voluntários receberam forte incentivo

verbal com propósito de assegurar que eles atingiriam o seu máximo desempenho.

5.3 Coleta e processamento de sinais EMG

Os sinais EMG foram registrados durante o TW de acordo com as

orientações do ISEK, usando um amplificador de 16 canais de eletromiográfica

(MP150™, Biopac System®, E.U.A.) com taxa de amostragem de 2000 Hz. Os

eletrodos ativos bipolar (TSD 150™, Biopac System®, E.U.A.) foram colocados sobre

os músculos vasto lateral (VL), vasto medial (VM) e reto femoral (RF) de acordo com

o SENIAM(33), mantendo o modo comum de rejeição > 95 db.

Para processamento dos sinais EMG foi utilizado o software

AcqKnowledge 3.8.1 (Biopac Systems®, Santa Bárbara, E.U.A) e ambiente de

simulação matemática MatLab 7.0 (Mathworks®, South Natick, E.U.A). Para

obtenção dos valores expressos em RMS, os sinais EMG brutos foram submetidos à

filtragem digital utilizando filtro passa-banda de 20 Hz e 500 Hz e em seguida,

retificados e suavizados. Por outro lado, para análise espectral, foram obtidos os

parâmetros de frequência mediana (FM), variância, desvio padrão (DP) e inclinação

da FM durante o exercício (slope), adotando-se apenas a utilização da filtragem

digital conforme relatado anteriormente. A inclinação de FM foi determinada pela

regressão linear entre o FM e a duração do exercício. Ressalta-se ainda que os

valores de FM foram determinados por meio da aplicação da transformada de

Wavelet Daubechies db4 (DWT).

Foram considerados na análise o sinal EMG na fase de contração e o

sinal EMG na fase de contração + relaxamento, conforme apresentado na figura 1.

13

Figura 1 - Sinal EMG do músculo Reto Femoral na fase de contração, relaxamento e

contração + relaxamento.

5.4 Tratamento estatístico

Para análise estatística dos dados foi utilizado o software SPSS® for

Windows versão 17.0. A distribuição dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-

Wilk, e a comparação entre as condições (sinal EMG na fase de contração, sinal

EMG na fase de contração + relaxamento) para os diferentes músculos estudados

foi feita pelo teste t de Student para amostras independentes. O limite de

significância estatística estabelecido foi de 5% (P<0,05).

14

6 RESULTADOS

Na tabela 2 é apresentada a análise descritiva referente às características

físicas e de desempenho dos sujeitos estudados.

Tabela 2 - Valores médios ± desvio-padrão das características físicas e de

desempenho dos homens e mulheres estudados. (n=27)

Variáveis Homens

n=14

Mulheres

n=13

Massa corporal (kg) 82,4 ± 9,3 63,7 ± 7,7

Estatura (cm) 180,0 ± 5,0 169,0 ± 3,0

IMC (kg/m2) 25,5 ± 2,3 23,3 ± 2,1

PPR (W.kg-1) 10,0 ± 0,9 7,7 ± 0,9

PMR (W.kg-1) 7,3 ± 0,5 5,6 ± 0,6

IF (%) 52,9 ± 9,0 51,1 ± 11,9

Nota: PPR - potência de pico relativa, PMR - potência média relativa, IF - índice de

fadiga (%).

Na tabela 3 são apresentados os valores correspondentes aos

parâmetros de análise do sinal EMG considerando o sinal EMG na fase de contração

e o sinal EMG na fase de contração + relaxamento em exercício supramáximo dos

sujeitos estudados.

Nenhuma diferença estatisticamente significante foi observada entre as

condições de análise do sinal EMG para os diferentes músculos (P>0,05).

15

Tabela 3 - Valores (média ± DP) correspondentes aos parâmetros de análise do

sinal EMG considerando o sinal EMG na fase de contração e o sinal EMG na fase de

contração + relaxamento em exercício supramáximo. (n=27)

Variáveis Sinal EMG

Contração + relaxamento

Sinal EMG

Contração

t P

RMS ( V)

RF 0,060 ± 0,003 0,061 ± 0,003 0,10 >0,05

VM 0,079 ± 0,004 0,080 ± 0,003 0,13 >0,05

VL 0,080 ± 0,005 0,080 ± 0,004 0,12 >0,05

FM (Hz)

RF 76,64 ± 7,00 76,73 ± 7,21 -0,10 >0,05

VM 75,82 ± 15,01 76,34 ± 15,10 -0,12 >0,05

VL 68,53 ± 9,64 68,41 ± 9,96 -0,10 >0,05

DP

RF 10,30 ± 1,88 10,73 ± 2,25 -0,74 >0,05

VM 9,44 ± 2,44 9,80 ± 2,13 -0,56 >0,05

VL 7,63 ± 1,48 7,79 ± 1,51 -0,39 >0,05

Variância

RF 109,59 ± 35,74 120,07 ± 45,94 -0,91 >0,05

VM 95,04 ± 36,52 100,51 ± 40,88 -0,44 >0,05

VL 60,40 ± 22,78 63,03 ± 23,39 -0,41 >0,05

Slope

RF -0,66 ± 0,20 -0,63 ± 0,27 -0,53 >0,05

VM -0,54 ± 0,32 -0,55 ± 0,32 -0,20 >0,05

VL -0,46 ± 0,23 -0,47 ± 0,23 -0,27 >0,05

RMS= root mean square; FM= freqüência mediana; DP= desvio padrão.

16

7 DISCUSSÃO

Este estudo teve o propósito de investigar possíveis diferenças entre os

parâmetros de análise do sinal EMG no domínio do tempo e da freqüência obtidos

apenas na fase da contração muscular, bem como do sinal todo (fase de

contração + fase de relaxamento) em exercício dinâmico supramáximo.

Em geral, os sinais EMG são analisados no domínio do tempo ou no

domínio da freqüência. A amplitude demonstra o número e o tamanho do potencial

de ação por um determinado tempo (7). Já a analise do sinal EMG no domínio da

freqüência, nos proporciona informações de como ocorrem os disparos das unidades

motoras, fornecendo indicativos sobre a velocidade de condução do estímulo por

parte da fibra muscular e alterações na sincronização e na freqüência de disparo das

unidades motoras (8).

A partir dos resultados encontrados neste estudo foi possível observar

que não houveram diferenças significantes quando comparados os parâmetros de

análise do sinal EMG obtidos nas diferentes condições experimentais, confirmando

assim as hipóteses iniciais do estudo. Provavelmente estas respostas foram

encontradas porque, apesar de na fase de relaxamento existir um gradiente de

potência, a quantidade de energia dissipada é insuficiente para modificar os

parâmetros dos sinais EMG quando se analisa o sinal todo (fase de contração +

fase de relaxamento).

Esperamos a partir desses achados, ter contribuído para padronização na

análise de sinal EMG em exercício dinâmico de intensidade supramáximo. Porém

mais estudos relacionados ao tema devem ser realizados, incluindo diferentes

intensidades de exercício (submáximo e máximo), já que a presente investigação

analisou apenas respostas em um teste supramáximo.

17

8 CONCLUSÃO

Podemos concluir a partir dos resultados encontrados neste estudo que

não existe diferença na ativação muscular (RMS) determinada apenas na fase da

contração muscular em relação ao sinal todo (fase de contração + fase de

relaxamento) nos músculos superficiais do quadríceps.

Da mesma forma, não foi encontrada diferenças nos parâmetros de

fadiga, freqüência mediana (FM), variância, desvio padrão (DP) e o Slope da

inclinação da FM, determinados apenas na fase da contração muscular em relação

ao sinal todo (fase de contração + fase de relaxamento) nos músculos superficiais

do quadríceps.

18

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