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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE VETERINÁRIA Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias EFEITO DA INSULINEMIA SOBRE A PRODUÇÃO IN VIVO DE EMBRIÕES DE CABRAS MOXOTÓ Aline Lima de Souza Fortaleza – Ceará Dezembro, 2006

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE … · responsividade ao tratamento superovulatório (64%). Contudo, foi evidenciado um ... Interna (ICM) ou embrioblasto (1) e acúmulo

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE VETERINÁRIA

Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias

EFEITO DA INSULINEMIA SOBRE A PRODUÇÃO IN VIVO DE EMBRIÕES DE

CABRAS MOXOTÓ

Aline Lima de Souza

Fortaleza – Ceará

Dezembro, 2006

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

Aline Lima de Souza

EFEITO DA INSULINEMIA SOBRE A PRODUÇÃO IN VIVO DE EMBRIÕES DE

CABRAS MOXOTÓ

Dissertação apresentada ao Curso de

Mestrado em Ciências Veterinárias –

Faculdade de Veterinária da Universidade

Estadual do Ceará, como requisito parcial

para obtenção do grau de Mestre em

Ciências Veterinárias.

Área: Reprodução e Sanidade Animal.

Orientador: Prof. Dr. Davide Rondina.

Fortaleza – Ceará

Dezembro, 2006

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S719e Souza, Aline Lima de Efeito da insulinemia sobre a produção in vivo de

embriões de cabras Moxotó / Aline Lima de Souza. Fortaleza, 2006. 84p. Orientador: Prof. Dr. Davide Rondina. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) – Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária. 1. Pequenos ruminantes. 2. Insulinemia. 3. Produção de embriões. I. Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária.

CDD: 636.089

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Universidade Estadual do Ceará

Curso de Mestrado em Ciências Veterinárias

Título do trabalho: Efeito da insulinemia sobre a produção in vivo de embriões de cabras

Moxotó.

Autor: Aline Lima de Souza

Defesa em: 15/12/2006 Conceito obtido: Satisfatório

Nota obtida: 9,7

Banca Examinadora

___________________________________________

Prof. Dr. Davide Rondina

Orientador

___________________________________________

Prof. Dr. Vicente José de Figueirêdo Freitas

Co-orientador

___________________________________________

Dra. Dárcio Ítalo Alves Teixeira

(Efetivo)

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“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no

amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que

nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a

felicidade”.

Carlos Drummond de Andrade

“Só existem dois dias no ano em que você não pode fazer nada pela sua vida:

Ontem e Amanhã”.

Dalai Lama

“Não há progresso sem mudança. E, quem não consegue mudar a si

mesmo, acaba não mudando coisa alguma”.

George Bernard Shaw

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DEDICATÓRIA

“Dedicado a todos aqueles que me apoiaram e incentivaram nos

momentos mais difíceis deste trajeto nestes últimos dois anos em busca do

meu objetivo maior, o Mestrado”.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, primeiramente, por ter me fortalecido e me erguido todas as vezes

que me senti desmotivada pelo cansaço e pelos obstáculos impostos.

Agradeço aos meus pais, Maria das Graças Lima de Souza e Paulo Sérgio de Souza,

e ao meu irmão, Alisson Lima de Souza, por todo o amor a mim concedido, pelo apoio

emocional e pelo incentivo, por serem o meu porto seguro, pra onde sei que sempre poderei

retornar tranquila. Amo vocês.

Agradeço a minha avó, Emília Lopes Cardoso, e a Elenilda da Silva, Luisa Lopes

Matos e Solange Farias, tias queridas que tanto amo e admiro, pela alegria e momentos

engraçados que passamos juntas, pelos conselhos, e exemplo de determinação em tudo o

que fazem, simplesmente por serem mulheres empreendedoras e vitoriosas.

Agradeço ao meu namorado, Daniel Medeiros Bastos, por conseguir tão facilmente

me passar todo o seu otimismo e perseverança em tudo o que faz, e por seu carinho e

atenção.

Agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. Davide Rondina, por todos esses anos de

orientação, dedicação e apoio, acompanhando-me desde a Iniciação Científica.

Agradeço ao Prof. Dr. Vicente José de Figueirêdo Freitas, pela oportunidade de

ingressar no Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução, LFCR, no qual aprendi

bastante e tive a possibilidade de desenvolver este Projeto de Mestrado.

Agradeço a toda a equipe do LFCR que esteve presente na execução deste trabalho,

as mestrandas Alexsandra Fernandes Pereira e Maria Luciana Lira de Andrade, aos

professores Dr. Dárcio Ítalo Alves Teixeira e Dr. Edílson Soares Lopes Jr, e aos alunos de

Medicina Veterinária e de Iniciação Científica, Deborah de Melo Magalhães, Francisco

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Carlos de Sousa, , João Davi Araújo da Silva, Karlliely de Castro Almeida, Raylene Ramos

Moura e Suely Renata Gaya Avelar.

Agradeço aos alunos de Medicina Veterinária e Iniciação Científica do Laboratório

de Nutrição e Produção de Ruminantes – LANUPRUMI, Amanda Nogueira Fernandes,

Camila Pontes Albuquerque, Célio Souza da Rocha, Elizabeth Saraiva Peixoto Pinheiro,

Elizabeth da Silva Brito, Isadora Machado Teixeira Lima, José Moreira Lima Neto e Paulo

Rafael Cardoso Correia.

Agradeço a parceria e colaboração inestimável dos amigos Anderson Pinto

Almeida, Iracelma Julião de Arruda e Ney Rômulo de Oliveira Paula, pelas horas de

seriedade que dedicamos juntos a este trabalho, e pelos momentos de descontração.

Agradeço a todos os amigos que estiveram bastante presentes durante estes dois

anos de mestrado, tia Angelina Campos, tia Claudenir Bastos, tia Mara Grüber, Camila

Rodrigues (Milinha), Daniele e Gisele Bastos, minhas amigas-irmãs Ingrid e Izis Grüber,

Iraína Campos (Nêga) e Larissa Férrer (Lala); e aos que tive o prazer de conhecer e

conviver nestes últimos tempos, Erika Beserra de Menezes e Magda Regina Rodrigues.

Agradeço ao BNB FUNDESP e a CAPES pelo apoio financeiro durante a execução

deste Projeto e durante todo o Mestrado Acadêmico.

Agradeço aos professores e funcionários do PPGCV, em especial, as professoras

Ana Paula Ribeiro Rodrigues, Lúcia Daniel Machado da Silva e Maria Fátima da Silva

Teixeira, pela disponibilidade, colaboração e ensinamentos, e aos funcionários Antônio

César Camelo e Selmar Alves da Silva.

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RESUMO

Os processos reprodutivos nos ruminantes requerem a interação entre nutrição e fêmea, e

um comprometimento nessa relação pode ocasionar falhas na produção hormonal,

ovulação, fertilização, bem como no desenvolvimento embrionário. Desta forma, o objetivo

deste trabalho foi estudar o efeito da insulinemia sobre a produção in vivo de embriões de

cabras da raça Moxotó. Para tanto, dezessete cabras adultas da raça Moxotó foram

sincronizadas através de esponjas vaginais contendo 60 mg MPA por 11 dias e 50 µg de

cloprostenol, 48 h antes da remoção da esponja, e superovuladas com 120 mg pFSH i.m.

em doses decrescentes intervaladas por 12 h por três dias consecutivos. Um grupo de sete

animais recebeu 0,2UI/kgPV/dia de insulina humana de longa ação, injetada

subcutaneamente, simultaneamente com as aplicações de pFSH, e um outro grupo de cinco

animais recebeu essa mesma dose de insulina, porém, por três dias consecutivos 24 horas

após a monta. No terceiro grupo, cinco animais foram suplementados com 80

mL/animal/dia de propilenoglicol continuamente durante o experimento. A colheita de

embriões foi realizada sete dias após a monta e os embriões foram classificados segundo

critérios da IETS. Colheitas de sangue foram realizadas a cada três dias para a análise dos

níveis de insulina. Administração de insulina elevou os níveis plamáticos da mesma nos

animais (P < 0,05), porém, no grupo tratado com propilenoglicol, essa taxa foi diferente

apenas entre o tratamento com pFSH e após a monta (P < 0,05). Os grupos foram

semelhantes (P > 0,05) quanto à taxa de recuperação total de embriões (80,05 ± 9,78%) ou

estruturas transferíveis (61,03 ± 15,13%). O tratamento não influenciou (P > 0,05) a

responsividade ao tratamento superovulatório (64%). Contudo, foi evidenciado um

aumento no número de embriões considerados de excelente qualidade em relação aos

embriões das fêmeas suplementadas com propilenoglicol. Quando a insulina foi

administrada antes da monta, foi evidenciada uma forte relação (R = 0,90) (P < 0,05) entre

o número de embriões transferíveis e ovulações nos animais. Em conclusão, cabras

superovuladas tratadas com baixas doses de insulina exógena resultaram em melhor

qualidade embrionária, que foi relacionada às mudanças nas concentrações circulantes de

insulina.

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SUMÁRIO

Pág.

RESUMO 9

LISTA DE FIGURAS 11

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS 13

1. INTRODUÇÃO 15

2. REVISÃO DE LITERATURA 16

3. JUSTIFICATIVA 36

4. HIPÓTESE CIENTÍFICA 37

5. OBJETIVOS 38

6. CAPÍTULO 1 39

7. CONCLUSÃO GERAL 52

8. PERSPECTIVAS 53

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 54

10. ANEXOS 66

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11

LISTA DE FIGURAS

Pág.

Fig. 1. Período de vida livre embrionária, ou período de pré-implantação, ao

longo do trajeto oviduto-útero.

17

Fig. 2. Sucessivas clivagens embrionárias. Zigoto (A); Embrião no estágio de 2

(B), 4 (C) e 16 (D) células; Embrião no estágio de Mórula compacta (E).

(Adaptado a partir de Laboratoire de Biologie de la Reproduction;

Lausanne, www.embryology.ch).

17

Fig. 3. Embrião no estágio de blastocisto, aproximadamente no Dia 5. Nessa

fase ocorre a compactação das células para formação da Massa Celular

Interna (ICM) ou embrioblasto (1) e acúmulo de fluido intercelular,

levando à formação da cavidade blastocística (4). Zona pelúcida (2) e

trofectoderma ou trofoblasto, primeiro epitélio formado durante o

desenvolvimento embrionário (3). (Adaptado a partir de Laboratoire de

Biologie de la Reproduction; Lausanne, www.embryology.ch).

19

Fig. 4. Ativação do genoma embrionário. Transição do controle materno da

síntese protéica para a autosuficiência embrionária, que em ruminantes,

ocorre por volta do estágio de 8 a 16 células, durante o período de pré-

implantação embrionário (Adaptado de Lonergan et al., 2003).

21

Fig. 5. Rompimento da Zona Pelúcida do Blastocisto por volta do Dia 8-9 do

desenvolvimento embrionário (Adaptado a partir de Laboratoire de

Biologie de la Reproduction; Lausanne, www.embryology.ch).

22

Fig. 6. Representação esquemática do modelo de localização do sistema de

transporte de glicose no Blastocisto. GLUT3 (em vermelho) está

distribuído apicalmente sobre as células do Trofectoderma, sendo

responsável pelo consumo de glicose materna, enquanto o transporte

basolateral de glicose é feito por GLUT1 (em verde) para a massa

celular interna (ICM). GLUT2 mantém as concentrações de glicose na

blastocele (Adaptado de Pantaleon & Kaye, 1998).

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Fig. 7. Representação esquemática das interações entre o ambiente de

desenvolvimento embrionário e suas conseqüências a curto e a longo-

prazo sobre o potencial de desenvolvimento embrionário e pós-natal

(Adaptado de Fleming et al., 2004).

31

Fig. 8. Animais da raça Moxotó. (A) Fêmeas experimentais, (B) Bode

experimental, (C) Detecção do estro das fêmeas, (D) Momento da

cobertura de uma das fêmeas (Fonte: Almeida, AP).

82

Fig. 9. (A) Início do tratamento de sincronização do estro, momento da

inserção de esponja vaginal; (B) Coleta de sangue, (C) Laparotomia

para recuperação embrionária, (D) Exposição do trato reprodutivo de

uma das fêmeas momentos antes da colheita de embriões (Fonte:

Almeida, AP).

83

Fig. 10. (A) Lavagem do corno uterino de uma das fêmeas do experimento para

recuperação embrionária; (B) Lavado uterino contendo as estruturas

totais recuperadas; (C),(D) e (E) Embriões recuperados do lavado

uterino, e submetidos à avaliação morfológica; (F) Embriões caprinos

no estágio de Mórula. (Fonte: Laboratório de Fisiologia e Controle da

Reprodução - LFCR).

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

Abreviatura Significado

AGE Ativação do Genoma Embrionário

ATP Adenosina tri-fosfato

CAPES Comissão de Aperfeiçoamento Pessoal de Ensino Superior

CL Corpo lúteo

Cx43 Conexina 43

DNA Ácido desoxirribonucléico

EM Energia de manutenção

EPM Erro padrão médio

FSH Hormônio folículo estimulante

GLUTs Transportadores de glicose

G6PD Enzima Glicose-6-fosfato desidrogenase

ICM Massa celular interna

IETS Sociedade Internacional de Transferência de Embriões

IFN� Interferon �

IGFs Fatores de crescimento semelhantes à insulina

i.m Intra muscular

kg kilograma

LH Hormônio Luteinizante

LIF Fator inibidor da leucemia

LOS Large Offspring Syndrome (Síndrome da Cria Gigante)

MAP Acetato de medroxiprogesterona

mg miligrama

mL mililitro

MnSOD Enzima manganês superóxido dismutase

mRNA RNA mensageiro

Na+/K+-ATPase Enzima sódio potássio - ATPase

pFSH Hormônio folículo estimulante de origem suína

PGF2α Prostaglandina F2α.

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PV Peso Vivo

rbGH Hormônio recombinante do crescimento bovino

RNA Ácido ribonucléico

TGF-α Fator de crescimento e de diferenciação celular

µm Micrômetro (1 x 10-6 m)

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1. INTRODUÇÃO

A adequada oferta de nutrientes é fundamental à sobrevivência das espécies,

controlando, assim, diversos processos biológicos, tais como os reprodutivos (da

maturidade à receptividade sexual, prenhez e lactação) (Cosgrove et al., 1995). Porém, uma

das maiores dificuldades na interpretação das interações entre reprodução e nutrição é

avaliar o estado nutricional. Entretanto, o estado nutricional dos animais pode ser baseado

principalmente em alguns parâmetros, como o peso vivo e as mudanças no estado corpóreo

(Scaramuzzi & Murray, 1994). Mesmo assim, algumas medidas são muito imprecisas, pois

descrevem apenas as mudanças a longo prazo, ao passo que muitos dos componentes dos

processos reprodutivos na fêmea (ovulação, fecundação e implantação) demandam períodos

relativamente breves (Haresign, 1981).

Existem situações contrastantes e consistentes, onde o acesso à dieta parece reduzir

a qualidade dos embriões, como observado em ovelhas submetidas a altos níveis de glicose

e superovuladas, que produziram embriões de qualidade reduzida (Yaakub et al., 1997). As

infusões de glicose têm sido associadas a reduções nas taxas de gestação (Rubio et al.,

1997). Portanto, o efeito de dietas extremas no desenvolvimento embrionário é evidente,

mas o ponto ao qual as mudanças ocorrem é ainda desconhecido (Boland et al., 2001).

Objetivando ressaltar a importância do papel nutricional sobre a dinâmica

reprodutiva e produção de embriões em pequenos ruminantes, em especial, na espécie

caprina, este trabalho enfocará a seguinte revisão de literatura, que abordará o modelo de

desenvolvimento embrionário no período de pré-implantação, quanto à morfofisiologia e

controle do desenvolvimento embrionário durante a pré-implantação, metabolismo e

desenvolvimento embrionário durante a pré-implantação e sinalização materna-embrionária

durante a pré-implantação; além do balanço energético materno e desenvolvimento

embrionário inicial quanto à influência do estado nutricional materno sobre o

desenvolvimento e viabilidade embrionária.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. MODELO DE DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO NO PERÍODO DE

PRÉ-IMPLANTAÇÃO

2.1.1. Morfofisiologia e controle do desenvolvimento embrionário durante a pré-

implantação

O período de pré-implantação é o intervalo compreendido entre a fertilização até a

implantação do embrião, caracterizado como um período de vida livre do desenvolvimento

do embrião ao longo do trajeto entre o oviduto e o útero (Watson et al., 2004) (Figura 1). A

fertilização é um processo que ocorre em poucas horas após a ovulação, e em seguida

inicia-se a clivagem do zigoto, que consiste em divisões mitóticas sucessivas da célula-ovo

em pequenas células denominadas de blastômeros (Figura 2). Esse processo de divisão é

caracterizado por ser um período de intensa replicação de DNA e divisão celular na

ausência de crescimento. As clivagens iniciais são sincrônicas, depois essa sincronia é

perdida. Os blastômeros são organizados em camadas ou grupos, e cada grupo possui uma

taxa característica de clivagem. Em mamíferos, os zigotos permanecem no oviduto por

poucos dias após o início das divisões celulares. Por volta da 3ª divisão ou clivagem, o

embrião inicia o processo de compactação para a formação da mórula. Nesse estágio,

ocorre um significante aumento na síntese de RNA, proteínas e fosfolipídios. O embrião no

estágio de mórula sai do oviduto e entra no útero aproximadamente no Dia 4 após a monta

(Dia 0 = dia da monta) (Spencer et al., 2004). Sob a influência de hormônios esteróides

ovarianos, as contrações dos músculos circulares e longitudinais da tuba uterina conduzem

o zigoto em direção ao útero (Hunter, 1987). A concentração cada vez mais elevada de

progesterona, proveniente do corpo lúteo, promove o relaxamento gradual da musculatura

da tuba uterina e reduz o edema da mucosa, aumentando a luz e as contrações rítmicas que

permitirão a chegada do concepto à cavidade uterina. Decorridas 24, 48 e 72 horas após a

ovulação, o zigoto de pequenos ruminantes, caprinos e ovinos, apresenta 2, 4 e 16 células.

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Figura 1. Período de vida livre embrionária, ou período de pré-implantação, ao longo do

trajeto oviduto-útero.

A B C D EA B C D E

Figura 2. Sucessivas clivagens embrionárias. Zigoto (A); Embrião no estágio de 2 (B), 4

(C) e 16 (D) células; Embrião no estágio de mórula compacta (E). (Adaptado a partir de

Laboratoire de Biologie de la Reproduction; Lausanne, www.embryology.ch).

A compactação é o primeiro evento morfogenético do desenvolvimento embrionário

na fase de pré-implantação, e é caracterizada por um aumento do contato célula-a-célula

entre os blastômeros até que haja o desaparecimento do esboço individual dos mesmos

(Watson & Barcroft, 2001; Stanton et al., 2003). Nesta fase, ocorrem, ao mesmo tempo, a

diferenciação do trofectoderma e o início da polaridade do embrião nos blastômeros

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externos (Watson & Barcroft, 2001). O trofectoderma é o primeiro epitélio formado durante

o desenvolvimento dos embriões mamíferos, originando as estruturas extra-embrionárias.

Ele atua, inicialmente, como uma barreira seletiva que movimenta os solutos para dentro e

fora da blastocele, em particular, pela ação da enzima Na+/K+-ATPase (Biggers et al., 1988;

Watson & Barcroft, 2001). A regulação da formação de fluido na blastocele e, portanto, a

provisão de nutrientes para a massa celular interna é determinada pela atividade

transportadora do trofectoderma (Jaszczak et al., 1972; Robinson & Benos, 1991; Brison &

Lesse, 1993), sendo ele o responsável pelo contato inicial com o endométrio, promovendo a

união do embrião com o mesmo durante a implantação.

Durante a compactação, observa-se uma intensa atuação das chamadas junções de

aderência, que são essenciais para a adesão celular e precedem ao estabelecimento de

outros contatos célula-a-célula, tais como desmossomos e junções celulares apertadas

(Kemler, 1993). As junções apertadas são compostas de caderinas, que são proteínas de

membrana, que assim como as cateninas � e �, bem como a actina citoesquelética, são

expressas e armazenadas no oócito durante a oogênese, estando presentes, além disso, nos

embriões nos primeiros estágios de desenvolvimento (Vestweber et al., 1987). Porém, a

adesão celular estável mediada pelas caderinas não começa até que a compactação seja

iniciada (Sefton et al., 1996; Pauken & Capco, 1999). O rompimento da adesão celular

interfere na formação do blastocisto, resultando em letalidade ainda na fase de pré-

implantação (Larue et al., 1994; Rietchmacher et al., 1995). Uma vez que ocorre a

compactação, as células externas do embrião começam a elaborar os seus complexos

juncionais, em particular as junções apertadas, e também seu sistema de transporte de íons,

ajustando-se para a formação do blastocisto (Fleming et al., 2000). A enzima Na+/K+-

ATPase é bastante ativa na etapa da formação do blastocisto (Kaplan, 2002). Tem sido

observado, também no trofectoderma, a presença de polipeptídeos conhecidos como

aquaporinas ou canais de água, que podem ser importantes por facilitarem o movimento de

água durante a formação do blastocisto (Offenberg et al., 2000).

A principal etapa do desenvolvimento embrionário na fase da pré-implantação

envolve a formação do blastocisto, que é caracterizada por eventos morfofisiológicos nos

quais as células externas do trofectoderma circundam a blastocele (Figura 3), que contém a

massa celular interna (ICM) (Wiley, 1987; Biggers et al., 1988). O blastocisto inicial, a

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princípio, não apresenta aumento de tamanho, mas se expande nos próximos 2 dias pelo

acúmulo de fluido na cavidade blastocística central, que é circundada pelo trofectoderma.

Nesta fase, eventos do desenvolvimento embrionário, tais como as sucessivas clivagens,

determinam parâmetros importantes, como o número de células da massa celular interna,

fortemente correlacionado ao normal desenvolvimento fetal (Lane & Gardner, 1997). O

estabelecimento de uma taxa adequada de ICM : células do trofectoderma é considerado

essencial para garantir a subseqüente viabilidade embrionária (Fleming, 1987). Durante a

fase de pré-implantação, existe a atuação fundamental de genes que controlam este

intervalo de desenvolvimento, incluindo famílias que codificam para a polaridade celular,

células juncionais, citoesqueleto, transporte de íons e formação de canais que transportam

água na célula (Watson & Barcroft, 2001; Stanton et al., 2003).

Figura 3. Embrião no estágio de blastocisto, aproximadamente no Dia 5. Nessa fase ocorre

a compactação das células para formação da Massa Celular Interna (ICM) ou embrioblasto

(1) e acúmulo de fluido intercelular, levando à formação da cavidade blastocística (4). Zona

pelúcida (2) e trofectoderma ou trofoblasto, primeiro epitélio formado durante o

desenvolvimento embrionário (3) (Adaptado a partir de Laboratoire de Biologie de la

Reproduction; Lausanne, www.embryology.ch).

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O período de pré-implantação de embriões mamíferos é caracterizado por

importantes transições no desenvolvimento, e a primeira e talvez a mais importante

mudança seja a ativação do genoma embrionário (Figura 4), quando os transcritos que

começam a ser produzidos pela ativação do genoma zigótico/embrionário passam a

substituir àqueles de origem materna que orientaram o desenvolvimento inicial do embrião

(Schultz et al., 1999). Durante a oogênese, o oócito acumula grande quantidade de RNAs e

proteínas capazes de regular e manter o desenvolvimento inicial do embrião durante o

período de pré-implantação (Brevini & Gandolfi, 2001), dentre eles, fatores de transcrição

envolvidos no processo de ativação do genoma embrionário (Viuff et al., 1996).

A ativação da transcrição dentro do genoma embrionário é um processo complexo

requerido para a coordenação de uma série de eventos nucleares e citoplasmáticos. Nesta

fase, protaminas são substituídas por histonas, o genoma parental haplóide metilado passa

por demetilação e formação do zigoto diplóide e o controle materno do desenvolvimento é

gradualmente substituído pelo controle embrionário (Schultz et al., 1999; Brevini &

Gandolfi, 2001, Kanka, 2003). O exato controle da transcrição durante a ativação do

genoma embrionário é essencial para a normal embriogênese, e a regulação desse evento

depende da estrutura da cromatina e conteúdo macromolecular citoplasmático (Kanka,

2003). Em ruminantes, a ativação do genoma embrionário ocorre por volta do estágio de 8-

16 células, quando ocorrem as principais mudanças na ultra-estrutura do nucléolo do

blastômero e nos padrões de síntese protéica (Memili & First, 2000).

Acredita-se que uma das funções primárias da ativação do genoma embrionário seja

a prevenção da morte celular programada, ou apoptose, uma vez que o oócito apresenta

informações capazes de ativar esse mecanismo de morte celular quando não fertilizado

(Jurisicova, 1998; Dalbiés-Tran & Mermillod, 2003).

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Figura 4. Ativação do genoma embrionário (AGE). Transição do controle materno da

síntese protéica para a autosuficiência embrionária, que em ruminantes, ocorre por volta do

estágio de 8 a 16 células, durante o período de pré-implantação embrionário (Adaptado de

Lonergan et al., 2003).

Todos os eventos do desenvolvimento embrionário na fase de pré-implantação

dependem da atuação de fatores de crescimento e citocinas de regulação materna

(parácrina) e embrionária (autócrina), que sinalizam e ativam vias de comunicação

intracelular através de receptores de membranas (Schultz & Heyner, 1993). Células do

oviduto e de embriões na fase de pré-implantação expressam mRNAs que codificam uma

extensa lista de genes ligados a fatores de crescimento, citocinas e receptores (Watson et

al., 1992, 1994; Xia et al., 1996; Winger et al., 1997), tais como os fatores de crescimento

semelhantes à insulina (IGFs), que possuem influências anabólicas e mitogênicas, e estão

presentes no ambiente materno e em embriões durante o início da gestação (Murphy &

Barron, 1993; Kaye, 1997).

Por volta dos Dias 8 e 9 ocorre o rompimento da zona pelúcida do blastocisto, e sua

ruptura é atribuída ao crescimento do blastocisto ou a lises enzimáticas por proteases

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uterinas e/ou embrionárias (Figura 5). O blastocisto, morfologicamente, antes da ruptura, é

esférico e mede cerca de 200 µm de diâmetro, possuindo aproximadamente 300 células

(Wintenberger-Torres & Flechon, 1974).

Figura 5. Rompimento da zona pelúcida do blastocisto por volta do Dia 8-9 do

desenvolvimento embrionário (Adaptado a partir de Laboratoire de Biologie de la

Reproduction; Lausanne, www.embryology.ch).

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2.1.2. Metabolismo e desenvolvimento embrionário durante a pré-implantação

O embrião, na fase de pré-implantação, parece se adequar bem mais a baixas taxas

de consumo metabólico, bem mais compatível com o seu potencial de desenvolvimento e

viabilidade, do que a altas taxas de consumo, que é característico de stress metabólico

(Leese, 2003; Leese, 2002). Sendo assim, os primeiros ciclos de clivagem de embriões

bovinos no estágio de pré-implantação dependem principalmente da oxidação de nutrientes,

especificamente piruvato para o suprimento energético (Thompson et al., 1996). Como em

outras espécies (Leese, 1995), existe um aumento do consumo de glicose e produção de

lactato com a compactação embrionária (Thompson et al., 1996). Embora a taxa de

consumo de glicose aumente com o decorrer das últimas clivagens, a principal fonte de

obtenção de energia pelo blastocisto é a fosforilação oxidativa e não a glicólise (Leese,

2003; Houghton et al., 1996). Foi demonstrado recentemente que o primeiro aumento

marcante na oxidação de glicose acontece entre as fases de 12 e 16 células no embrião, mas

a incorporação de maiores níveis de glicose começa a se dar continuamente a partir de 16

células e fase de blastocisto (Khurana & Niemann, 2000). Portanto, condições de

hiperglicemia podem demonstrar a associação entre metabolismo embrionário, stress e

potencial de desenvolvimento futuro, onde uma elevação no metabolismo da glicose,

particularmente via glicólise, pode ser vista como uma resposta do embrião ao stress

(Leese, 2002; Leese, 1998).

A glicólise elevada pode ser um indicador de stress metabólico embrionário, e o

aumento do consumo de glicose, por si só, pode ser um bom indicador do desenvolvimento

embrionário após a transferência (Gardner & Leese, 1987). Assim, altas concentrações de

glicose no ambiente de desenvolvimento embrionário podem depletar a expressão de

transportadores de glicose ao nível protéico e de mRNA (Chi et al., 2001), levando à

ativação de vias apoptóticas, degradação da cromatina e fragmentação nuclear (Hinck et al.,

2003), que culminam na redução do número de células do blastocisto (Lea et al., 1996).

Esses efeitos deletérios ao embrião também podem ser derivados de perturbações na

maturação oocitária em resposta a altos níveis de glicose (Colton et al., 2002). Após

transferência, tem-se observado absorções e perdas de embriões provenientes de ambientes

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com altas concentrações de glicose, ressaltando a relação entre stress metabólico e a

capacidade de desenvolvimento embrionário (Carayannopoulos et al., 2004).

Assim, blastocistos bovinos dependem principalmente da fosforilação oxidativa

(86%) e glicólise (14%) para gerar ATP para o processo de cavitação (Rieger et al., 1992;

Donay & Leese, 1999). Gopichandran & Leese (2003) observaram, em blastocistos bovinos

in vitro, que o consumo de piruvato e a produção de lactato foram significativamente

maiores, enquanto o consumo de glicose foi significativamente menor (P<0,001). Também

foi verificado que a concentração de lactato, piruvato e glicose no fluido da blastocele foi,

respectivamente, significativamente maior para o primeiro e menor para os dois últimos,

em relação às concentrações destes no meio de cultivo SOFaaBSA. As baixas

concentrações de piruvato e glicose no fluido da blastocele de embriões bovinos pode ser

explicada pelo baixo transporte para a cavidade, devido ao sistema de transporte ou pela

utilização dos mesmos pelas células do trofectoderma e/ou da massa celular interna

(Brisson et al., 1993; Hewitson & Leese, 1993).

Lonergan et al. (2003) relataram genes relacionados a processos fisiológicos

importantes no desenvolvimento de embriões bovinos no estágio de pré-implantação, tais

como transporte e metabolismo de frutose (GLUT-5), atividade mitocondrial (MnSOD),

comunicação celular (Cx43), reconhecimento materno da gestação (IFN�), fator de

crescimento (IGF) e metabolismo e estresse oxidativo (G6PD). Métodos como a RT-PCR

têm sido utilizados para demonstrar um grande número de genes relacionados aos fatores

de crescimento, que são expressos durante o desenvolvimento de pré-implantação do

embrião, tais como mRNAs de TGF-α, IGF-I e IGF-II, e também do LIF (De Sousa,

1998). Produtos dos genes TGF-α, receptor de insulina, IGF-I e IGF-II têm apresentado um

padrão de expressão similar em embriões bovinos e ovinos em desenvolvimento (Watson et

al., 1994). A expressão precoce desses fatores de crescimento (IGF-I, IGF-II, TGF-α e LIF)

no embrião sugere que essas moléculas desempenham papéis essenciais para a manutenção

da progressão do embrião ao longo da primeira semana de desenvolvimento. Reforçando a

função desses genes, a aplicação de um único fator de crescimento ou uma associação

destes em meio de cultivo livre de soro demonstrou promover o desenvolvimento de

embriões bovinos (Schultz et al., 1996).

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Dentre esses genes importantes para o controle fisiológico, os que codificam para a

síntese e localização de transportadores de glicose (GLUTs) controlam o mecanismo

homeostático usado por embriões em estágio de pré-implantação para regular as

concentrações de substratos dentro da cavidade da blastocele. Pantaleon & Kaye (1998)

sugeriram que a distribuição apical de GLUT3 sobre a membrana do trofectoderma é

responsável pelo consumo de glicose externa, que em combinação com a expressão

basolateral de GLUT1 fornecem glicose para a massa celular interna. A localização de

GLUT2 na superfície interna da membrana da blastocele em contato com o fluido pode ser

indicativo do papel regulatório da manutenção das concentrações de glicose na cavidade,

contudo, o mecanismo preciso permanece a ser determinado (Figura 6). Quanto à expressão

de RNAm de GLUT-5, esta não foi detectada antes do estágio de 8 células em embriões

cultivados in vitro e in vivo (Lonergan et al., 2003). Esses resultados estiveram de acordo

com os achados de Augustin et al. (2001), que relacionaram o aparecimento do GLUT-5, a

partir do estágio de 8 células, com uma alta afinidade desse gene para o transporte de

frutose no embrião, tornando embriões nos estágios iniciais de desenvolvimento aptos para

o transporte desse substrato energético encontrado no fluido uterino.

A identificação das diferenças qualitativas na produção de RNAm desses genes no

embrião, em sua primeira semana de vida, é uma importante ferramenta para elucidar o

conhecimento sobre fatores genéticos moleculares essenciais para o controle materno sobre

o desenvolvimento embrionário, principalmente na fase de pré-implantação, pois os eventos

desta fase são cruciais para as posteriores etapas de desenvolvimento, diferenciação,

crescimento e implantação do embrião.

Outros substratos, tais como os aminoácidos, no estágio inicial de desenvolvimento,

servem a uma variedade de funções fisiológicas que incluem: síntese protéica (Epstein &

Smith, 1973), provisão energética (Partidge & Leese, 1996; Jung et al., 1998),

osmorregulação (Baltz, 2001) regulação do pH (Edwards et al., 1998), proteção contra o

estresse oxidativo (Lindenbaum, 1973) e remoção de amônio (Leese, 1991; Partridge &

Leese, 1996; Donay & Leese, 1999). Tem-se observado que um aminoácido, em particular,

a leucina, atua como uma molécula sinalizadora que é capaz de regular a expressão de

genes, a síntese de proteínas e crescimento do blastocisto (Fox et al., 1998; Martin &

Sutherland, 2001; Van Winkle, 2001). Similarmente, a arginina pode ser requerida para a

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produção de óxido nítrico, que regula o crescimento embrionário (Gouge et al., 1998). Van

Winkle (2001) sugeriu que a arginina e a leucina podem promover o crescimento do

blastocisto pelo aumento do suprimento energético e capacidade de síntese protéica via

aumento da sinalização. Além disso, o consumo consistente desses aminoácidos podem

indicar seus requerimentos nas células do blastocisto para a regulação de genes, sinalização

celular e síntese de proteínas.

Figura 6. Representação esquemática do modelo de localização do sistema de transporte de

glicose no blastocisto. GLUT3 (em vermelho) está distribuído apicalmente sobre as células

do trofectoderma, sendo responsável pelo consumo de glicose materna, enquanto o

transporte basolateral de glicose é feito por GLUT1 (em verde) para a massa celular interna

(ICM). GLUT2 mantém as concentrações de glicose na blastocele (Adaptado de Pantaleon

& Kaye, 1998).

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A exigência dietética para micronutrientes durante o desenvolvimento é pequena;

porém, adequadas quantidades são essenciais para ambos o imediato e a longo prazo bem-

estar do embrião, feto e neonato. Micronutrientes estão envolvidos em todas as fases de

crescimento celular e diferenciação, incluindo sinalização celular e tradução de proteína,

além de serem elementos fundamentais de muitos sítios de enzimas catalíticas e estruturas

celulares (Ashworth & Antipatis, 2001). Muitas vitaminas também regulam a expressão de

genes fundamentais envolvidos no desenvolvimento de linhagens celulares específicas, e de

genes envolvidos no crescimento, proliferação e no funcionamento de órgãos específicos.

Micronutrientes também afetam o desenvolvimento por causarem mudanças na composição

de hormônios, fatores de crescimento e vias de sinalização celular, que afetam ambos o

consumo de nutrientes pelo concepto e o ambiente no qual ocorrerá o desenvolvimento pré-

natal. Deficiências severas de micronutrientes durante a gestação levam a altas taxas de

aborto espontâneo, má formação fetal e morte fetal precoce. Dentre os micronutrientes

importantes em embriões no estágio de pré-implantação podemos citar Fe, Cu, Zn, Cd, Ca,

Ni, Pb, e dentre as vitaminas, Co A, E, B12, colina, ácido fólico, pantotenato, riboflavin e

inositol (Ashworth & Antipatis, 2001).

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2.1.3. Sinalização materna-embrionária durante a pré-implantação

Durante o período de pré-implantação, as interações entre ovário, endométrio e

embrião são complexas e necessárias para a estabilidade da gestação. O ovário produz

progesterona e estradiol, que agem sobre o endométrio para produzir várias proteínas e

prostaglandinas. As proteínas nutrem o embrião e as prostaglandinas agem sobre o CL e

induzem a luteólise se o animal não tiver um embrião viável. O concepto, dependendo da

espécie, secreta fatores de crescimento, esteróides, prostaglandinas e citocinas que agem

sobre o endométrio para evitar a secreção de prostaglandina e estimulam a secreção

protéica, ou agem diretamente sobre o ovário para estimular a secreção de progesterona

(Goff, 2002).

O embrião, para se desenvolver completamente, deve ser capaz de executar seu

programa de desenvolvimento dentro de um ambiente variável estabelecido pela mãe.

Possíveis causas de mortalidade embrionária podem estar relacionadas a defeitos

embrionários resultantes de um ambiente materno inadequado, assincronia entre mãe e

embrião, ou incapacidade materna em responder adequadamente aos sinais de

anormalidades. Dentre as programações errôneas durante a gestação, as anormalidades

cromossômicas podem ser as primeiras a ocorrer, podendo ser causadas por gametas

incompetentes e / ou por genes recessivos homozigóticos, exacerbados por cruzamentos,

que representam tipos adicionais de falhas responsáveis por perdas embrionárias.

Alterações no ambiente materno, tais como as causadas por estresse térmico e/ou por dietas

alimentares ricas em proteínas degradáveis podem causar mortalidade embrionária, e o

embrião, no início de seu desenvolvimento, é muito susceptível para certos tipos de

estresses, pois o seu genoma ainda não está ativado (Hansen & Rivera, 2001).

Uma importante função do desenvolvimento do concepto é evitar a luteólise, e

assim manter a produção de progesterona pelo CL, essencial para a sobrevivência

embrionária (Goff, 2002). O embrião atenua a secreção pulsátil de PGF2α. O fator

responsável por evitar a luteólise é uma proteína, membro da família multigene-α

interferon, chamada interferon τ (IFNτ), que se liga a receptores específicos no endométrio

(Guillomot et al., 1993). O interferon τ é secretado pelo blastocisto bovino próximo ao Dia

8 de gestação, produzindo pico nos Dias 17-19, declinando rapidamente. A principal ação

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do IFNτ é evitar o aumento no número de receptores de ocitocina no endométrio,

diminuindo, assim, a síntese da PGF 2α . O IFNτ também afeta a síntese protéica do

endométrio, a proliferação celular e, além disso, possui propriedades imunossupressivas

que podem ser importantes para manter uma gestação normal (Guillomot et al., 1993).

Roberts et al. (1992) observaram, em espécies domésticas, que o trofectoderma de

embriões ovinos e caprinos secreta algumas outras proteínas fundamentais, tais como as

proteínas trofoblásticas ovina-1 e caprina-2 (oTP-1 e cTP-2) entre os dias 10-21 e 16-21,

respectivamente. Essas proteínas são potentes interferons designados, em sua estrutura,

como interferons � (IFN�), que atuam no endométrio uterino para evitar a liberação pulsátil

do luteolítico PGF2� , e assim, garantir a manutenção de um corpo lúteo funcional. Mais

recentemente, uma combinação de fatores de crescimento I e II semelhantes à insulia (IGF-

I e IGF-II) tem demonstrado estimular a produção in vitro de IFN� em ovinos (Ko et al.,

1991).

Uma outra proteína, a proteína ligada ao retinol, secretada ainda durante a fase de

pré-implantação, é o principal produto secretado pelo embrião ovino (Trout et al., 1991) e o

endométrio (Dore et al., 1992), possuindo importante função no transporte de vitamina A

lipossolúvel (retinol), fundamental ao desenvolvimento e diferenciação das membranas

extra-embrionárias. A secreção desta proteína também foi observada em vacas (Thomas et

al., 1992), e assim como nos ovinos (Ashworth & Bazer, 1989), pôde ser estimulada e

aumentada pela administração de progesterona.

Portanto, o embrião é bastante dependente de proteínas e de hormônios de produção

materna, havendo a necessidade da oferta de satisfatórios níveis energéticos para a

manutenção materna dos níveis hormonais, como os de progesterona, para que haja uma

produção normal de proteínas pelo endométrio e pelo feto, garantindo, assim, uma boa e

eficiente sinalização materno-embrionária que efetive a implantação endometrial do

embrião, para que este dê seqüência ao seu processo de desenvolvimento.

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30

2.2. BALANÇO ENERGÉTICO MATERNO E DESENVOLVIMENTO

EMBRIONÁRIO INICIAL

Influência do estado nutricional materno sobre o desenvolvimento e viabilidade

embrionários

Embriões de várias espécies de mamíferos, principalmente na fase de pré-

implantação, são bastante sensíveis ao ambiente no qual se desenvolvem, sendo bastante

susceptíveis às condições de cultivo, se produzidos in vitro,bem como às condições da dieta

materna, quando produzidos in vivo (Figura 7). A dieta materna tem um grande impacto

tanto sobre o fenótipo embrionário durante a pré-implantação quanto ao longo de seu

desenvolvimento posterior. Dietas muito ricas em proteínas, quando fornecidas a ovelhas,

próximo ao período de concepção, mostraram estar associadas a baixa viabilidade do

desenvolvimento embrionário, resultando em crias apresentando um alto peso ao nascer,

característico de animais que apresentam a Síndrome da Cria Gigante, ou Large Offspring

Syndrome (LOS) (McEvoy et al., 2001). Por outro lado, a subnutrição neste mesmo

período pode levar a uma série de distúrbios no desenvolvimento e fisiologia fetal, que

também se estendem à vida pós-natal, tais como problemas cardiovasculares, osteoporose e

diabetes do tipo II (Edwards & McMillen, 2002).

Embriões de ruminantes, que possuem uma implantação não-invasiva, são

dependentes de substâncias nutritivas presentes no útero, decorrentes de adequada nutrição

materna para o seu desenvolvimento e sobrevivência (Ashworth, 1995). A disponibilidade

de substratos energéticos, especialmente a de glicose e oxigênio, tem sido apontada por sua

capacidade em alterar o desenvolvimento embrionário (Lim et al., 1999; Kim et al., 1993).

O cultivo de embriões em ambientes que não mantêm essas condições preferenciais do

metabolismo estágio-específico oferece menos que o necessário para um desenvolvimento

ideal (Matsuyama et al., 1993). Embora alguns fatores tais como estresse térmico e pouca

idade materna tenham sido relacionados com baixa viabilidade embrionária, outros fatores

podem reduzir a sobrevivência embrionária ao atuarem no rompimento da relação entre o

ambiente uterino materno e o embrião. Tem sido relatada, em ovelhas, a relação inversa

entre estado nutricional após a cobertura e as concentrações periféricas de progesterona

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(Williams & Cumming, 1982), na qual baixas concentrações de progesterona após planos

alimentares altamente energéticos têm sido associadas a perdas embrionárias.

Cultivo in vitroSuplementação protéica

Composição do meio

Ambiente in vivoDieta

Composição corporal

Ambiente embrionárioGlicose e substratos energéticos

Aminoácidos Fatores de crescimento Hormônios esteróides

CitocinasReguladores metabólicos

Consequências a curto-prazosobre o desenvolvimento embrionário

Modificações epigenéticasSinalização intracelular alterada

Estresse metabólico Mudanças na expressão gênica

Apoptose Distúrbios na proliferação celular

Consequências a longo-prazosobre o desenvolvimento embrionárioRedução da capacidade implantacional

Placentação alterada Crescimento fetal anormal

Alterações do eixo neuroendócrinoPeso ao nascer alterado

Síndromes metabólicas e cardiovasculares

Cultivo in vitroSuplementação protéica

Composição do meio

Ambiente in vivoDieta

Composição corporal

Ambiente embrionárioGlicose e substratos energéticos

Aminoácidos Fatores de crescimento Hormônios esteróides

CitocinasReguladores metabólicos

Consequências a curto-prazosobre o desenvolvimento embrionário

Modificações epigenéticasSinalização intracelular alterada

Estresse metabólico Mudanças na expressão gênica

Apoptose Distúrbios na proliferação celular

Consequências a longo-prazosobre o desenvolvimento embrionárioRedução da capacidade implantacional

Placentação alterada Crescimento fetal anormal

Alterações do eixo neuroendócrinoPeso ao nascer alterado

Síndromes metabólicas e cardiovasculares

Figura 7. Representação esquemática das interações entre o ambiente de desenvolvimento

embrionário e suas conseqüências a curto e a longo-prazo sobre o potencial de

desenvolvimento embrionário e pós-natal (Adaptado de Fleming et al., 2004).

Concordando com os achados de Williams & Cumming (1982), Ashworth (1995)

observou que ovelhas superalimentadas durante o início da gestação apresentaram uma

redução na proporção de embriões produzidos. Acredita-se que isso seja resultante do

aumento do metabolismo da progesterona, em conseqüência de uma elevação na atividade

de oxidação hepática devido ao maior fluxo sanguíneo porta-hepático em animais bem

alimentados. O fígado é o principal local de metabolismo de esteróides, metabolizando

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aproximadamente 95% da progesterona circulante durante uma única passagem, resultando

em uma redução das concentrações plasmáticas periféricas de progesterona. Parr et al., em

1987, também haviam evidenciado o papel das concentrações plasmáticas periféricas de

progesterona em decorrência dos efeitos nutricionais sobre a sobrevivência embrionária,

demonstrando, claramente uma redução de 25-30% na sobrevivência embrionária em

animais submetidos a 200% dos requerimentos de manutenção a partir do Dia 2 pós

cobertura. Eles demonstraram também, em um outro grupo tratamento, que essas perdas

puderam ser evitadas após uma administração de progesterona nos Dias 8-14 após a

cobertura.

Assim, mudanças no consumo de nutrientes podem influenciar o metabolismo da

progesterona, e a manutenção de concentrações adequadas da mesma garante que os

mecanismos luteolíticos sejam superados ou suprimidos entre o concepto e o endométrio.

Portanto, mudanças na concentração de progesterona modificam a magnitude e a

composição dos polipeptídeos secretados pelo endométrio, que são proteínas essenciais

para o crescimento e desenvolvimento do concepto, e algumas possuem papel importante

no transporte de nutrientes insolúveis em água através da placenta (Ashworth, 1995).

A mortalidade embrionária precoce é uma causa significativa de falha reprodutiva

em ruminantes e parte disso pode estar relacionada à influência nutricional próximo ao

período de monta. A manifestação final do efeito nutricional inadequado sobre a fertilidade

é a morte embrionária, e sabe-se que a nutrição afeta a qualidade embrionária desde

mudanças no ambiente folicular, capacidade de desenvolvimento do oócito ou mudanças ao

longo do desenvolvimento embrionário inicial (Boland et al., 2001). O momento, duração e

possíveis causas de mortalidade embrionária têm sido alvo de estudos e, Bolet (1986)

relatou, em cabras, que aproximadamente 40% dos oócitos disponíveis no momento da

cobertura não foram representados por crias viáveis ao nascimento. Em 1996, Quinlivan et

al. observaram que a maioria das mortes pré-natal em ovelhas ocorreu entre os Dias 2 e 30

da gestação. Em ovinos e caprinos, existem evidências de que há uma relação inversa do

número de oócitos liberados durante a ovulação e a probabilidade de sobrevivência

embrionária individual (Hanrahan & Piper, 1982; Moore, 1982).

Efeitos deletérios de uma nutrição excessiva próxima ao período de cobertura sobre

o desenvolvimento embrionário têm ficado evidentes em rebanhos bovinos superovulados

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(Mantovani et al., 1993; Nolan et al., 1998) e não superovulados (Dunne et al., 1997). A

redução na fertilidade é particularmente observada em vacas onde a produção de leite é

demasiadamente alta por lactação, ou seja, em animais com alta demanda energética

(Macmillan et al., 1996). Dietas muito ricas em proteínas, resultando em altas

concentrações de uréia no plasma e leite (>190 mg/L) têm sido associadas com decréscimo

da fertilidade em gado de leite (Butler et al., 1996; Erold & Butler, 1993). Isso pode alterar

as condições do ambiente embrionário (Erold & Butler, 1993). Em ovinos, Fahey et al.

(1998) relataram que apesar de dietas ricas em uréia e concentrações da mesma no sangue,

não houve efeito destas sobre a taxa de ovulação em doadoras ou receptoras ovinas.

Contudo, a qualidade dos embriões das doadoras foi reduzida, sendo colhidos, no Dia 4,

poucos embriões com mais de oito células. Já a dieta oferecida às receptoras não teve efeito

sobre a sobrevivência embrionária. Assim, isso sugere que os efeitos da uréia sobre a

qualidade embrionária estão possivelmente ligados a alterações no ambiente do oviduto ou

mudanças deletérias no folículo, ao contrário de mudanças no ambiente uterino. Este fato

pode ser ressaltado por dados em bovinos (Gath et al., 1999), mostrando que não houve

diferenças nas taxas de gestação ao Dia 35 após transferência de embriões de boa qualidade

produzidos in vitro para receptoras submetidas a diferentes níveis de dieta à base de uréia.

Restrições alimentares por um curto período de tempo demonstraram aumentar

subseqüentemente a taxa de gestação em bovinos (Dunne et al., 1997). Mantovani et al.

(1993) informaram que o rendimento de embriões transferíveis depois que novilhas de corte

foram superovuladas diminuiu significativamente quando as novilhas tiveram livre acesso

ao concentrado comparado a animais submetidos a níveis restritos de energia. Além disso,

o tipo e a quantidade de concentrado mostrou afetar o rendimento posterior dos embriões

transferíveis depois da superovulação em novilhas de corte (Yaakub et al., 1996). As

novilhas que foram submetidas a uma dieta restrita, onde o suplemento concentrado

predominante era polpa cítrica de beterraba, produziram embriões transferíveis melhores

quando comparadas àquelas que receberam concentrado à base de cevada ou que receberam

esses concentrados ad libitum. Restrições alimentares severas (aproximadamente 66% de

exigências energéticas de manutenção) demonstraram ter efeitos benéficos sobre a taxa de

desenvolvimento embrionário quando novilhas foram superovuladas. Nesses animais, os

embriões foram coletados no Dia 7 e depois submetidos ao cultivo in vitro durante 24 horas

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(Nolan et al., 1998). A restrição de nutrientes resultou em um aumento no número de

blastocistos depois do cultivo de embriões por 24 h, aumentando também o número de

células totais por blastocistos.

Lozano et al., em 2000, utilizaram ovelhas como modelos experimentais para se

determinar o efeito da nutrição sobre a qualidade embrionária, e a superovulação foi usada

para aumentar o rendimento de embriões. Uma baixa porcentagem de embriões de boa

qualidade foi recuperada no Dia 4 a partir de ovelhas submetidas a uma baixa dieta

energética (0,5 EM) e a uma dieta ad libitum, quando comparada com animais sob uma

dieta de controle (1,5 EM). Porém, os embriões do grupo alimentado ad libitum se

mostraram atrasados quanto ao seu desenvolvimento, comparado àqueles de ovelhas

submetidas a baixas dietas. Além disso, oócitos desse último grupo (0,5 EM) obtiveram

baixas taxas de fertilização. Devido a menor resposta para o tratamento superovulatório

(em termos do número de animais que mostraram estro e baixa taxa de ovulação), o

rendimento dos embriões foi mais baixo dentro do grupo ad libitum quando comparado ao

controle (1,5 EM) e o grupo baixa dieta energética (0,5 EM) (Lozano et al., 2000).

Mantovani et al. (1993) relataram uma redução significativa da transferência

embrionária em vacas alimentadas ad libitum quando comparadas com vacas mantidas sob

níveis controlados de concentrado. Vacas sob dietas quantitativamente controladas e

suplementadas com sub-produtos industriais produziram um número de embriões superior

em relação a animais sob dieta à base de cevada e concentrado ad libitum (Yaakub et al.,

1996). Nolan et al., (1998) também observaram que restrições alimentares também foram

positivas sobre a taxa de desenvolvimento de embriões produzidos in vivo e sucessivamente

cultivados por 24 horas in vitro.

A insulina tem sido apontada como uma importante moduladora das funções

reprodutivas em rebanhos, e sua aplicação direta é uma metodologia ainda recente e em

desenvolvimento. Além da insulina, outros hormônios metabólicos e fatores de

crescimento, incluindo a somatotrofina e fatores de crescimento ligados à insulina (IGFs)

têm sido relacionados como reguladores da função ovariana (Gong et al., 1993, 1994;

Simpson et al., 1994; Totey et al., 1996). Pré-tratamentos com um outro hormônio, o

hormônio recombinante do crescimento bovino (rbGH), demonstram aumentar as taxas de

ovulação e a colheita de embriões de boa qualidade em novilhas (Gong et al., 1997). Esses

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tratamentos com rbGH estimulam o desenvolvimento folicular e maturação através do

aumento das concentrações periféricas de insulina e IGF-I (Gong et al., 1993). Estudos in

vitro revelaram que a insulina e o IGF-I são importantes mediadores do desenvolvimento

folicular, esteroidogênese, maturação de oócitos e subseqüente desenvolvimento

embrionário (Gong et al., 1993, 1994, Totey et al., 1996). Administração exógena de

insulina afeta a dinâmica folicular pelo aumento do recrutamento de folículos e redução da

atresia folicular (Matamoros et al., 1991; Majumdar et al., 1997). Correlações positivas

entre o número de folículos que são dependentes de gonadotrofinas e a concentração

periférica de insulina em cabras têm sido relatadas por Armstrong et al. (1983). A insulina

atua sinergicamente com o FSH e com o LH através de seus receptores, estimulando a

mitose nas células da granulosa (Gong et al., 1994, Matamoros et al., 1991).

O propilenoglicol, um precursor gliconeogênico, foi utilizado por Hidalgo et al., em

2004, buscando-se uma melhoria das taxas de gestação e perfil metabólico em bovinos.

Nesse experimento, as fêmeas que receberam uma dose oral diária de 250 mL de

Propilenoglicol durante 20 dias antes de serem submetidas à Transferência de embriões

apresentaram melhores taxas de gestação e parição, além de maiores níveis plasmáticos de

progesterona e insulina quando comparadas às fêmeas do grupo controle. As concentrações

plasmáticas de insulina aumentam em resposta à administração de Propilenoglicol (Studer

et al., 1993; Formigoni et al., 1996), garantindo assim a manutenção da síntese de

progesterona pelo CL durante a gestação (Haq, 1992; Poff et al., 1998).

A ação direta da glicose também tem sido testada, e Rubio et al. (1997) observaram

reduções das taxas de gestação em ovelhas submetidas à infusão de glicose. Este método,

em ovelhas, pode aumentar a taxa de ovulação (Downing et al., 1995), mas a qualidade do

embrião pode ser reduzida drasticamente (Furnus et al., 1996, Yaakub et al., 1997). Altas

concentrações de glicose são danosas ao desenvolvimento in vitro de embriões (Furnus et

al, 1996). Embora a razão para tal efeito da glicose sobre o desenvolvimento embrionário

ainda não esteja clara, pode estar relacionada ao fato de que altas concentrações da mesma

no protoplasma interfiram na sinalização celular durante o crescimento de folículos pré-

ovulatórios, o desenvolvimento de oócitos ou desenvolvimento inicial do embrião (Boland

et al., 2001). Também há indícios de que a hiperglicemia em ovelhas esteja associada à

embriopatologias (Martin et al., 1998).

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3. JUSTIFICATIVA

O crescimento folicular e a produção de embriões, em ruminantes, podem ser

influenciados por fatores nutricionais, tais como a condição corporal do animal e os níveis

de energia na dieta (Boland et al., 2001). Os níveis de insulina plasmática são

positivamente correlacionados com a maturação oocitária e desenvolvimento embrionário

(Yassen et al., 2001).

Portanto, este trabalho justifica-se pela necessidade de se avaliar os efeitos da

insulina e do propilenoglicol sobre o aumento da insulinemia, e consequentemente, sobre a

quantidade e qualidade de embriões caprinos produzidos em programas de superovulação.

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4. HIPÓTESE CIENTÍFICA

Em cabras da raça Moxotó superovuladas, a elevação controlada da insulinemia

imediatamente antes ou depois da fecundação, ou de forma continuada, influenciam a

qualidade e a quantidade de embriões produzidos.

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5. OBJETIVOS

Objetivo Geral

Estudar o efeito da elevação da insulinemia sobre a produção in vivo de embriões de

cabras da raça Moxotó.

Objetivos Específicos

• Avaliar os níveis de insulina nos grupos de animais submetidos a aplicações de

insulina e propilenoglicol;

• Avaliar a quantidade de embriões produzida;

• Avaliar a qualidade embrionária.

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6. CAPÍTULO 1

PRODUÇÃO DE EMBRIÕES DE CABRAS SUPEROVULADAS TRATADAS COM

INSULINA ANTES OU APÓS A MONTA OU POR SUPLEMENTAÇÃO

CONTINUADA ATRAVÉS DE PROPILENOGLICOL

(Embryo Production in Superovulated Goats Treated with Insulin Before or After

Mating or By Continuous Propylene Glycol Supplementation)

Reproduction in Domestic Animals

(submetido em Dezembro de 2006)

(aceito em Fevereiro de 2007)

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Produção de Embriões em Cabras Superovuladas Tratadas com Insulina Antes e após

a Monta ou por Suplementação Contínua com Propilenoglicol

Souza, A.L. 1, Galeati G.2, Almeida, A.P. 1, Arruda I.J.1, Govoni N.2, Freitas V.J.F.1,

Rondina D.1a

1* Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brazil; 2 Facoltà di Veterinaria, Università di Bologna, Ozzano dell’Emilia, Bologna, Italy

* Instituto onde o trabalho foi conduzido.

Resumo

Dezessete cabras adultas da raça Moxotó foram sincronizadas através de esponjas vaginais

contendo 60 mg MPA por 11 dias e 50 µg de cloprostenol, 48 h antes da remoção da

esponja, e superovuladas com 120 mg pFSH i.m. em doses decrescentes intervaladas por 12

h por três dias consecutivos. Um grupo de sete animais recebeu 0,2UI/kgPV/dia de insulina

humana de longa ação injetada subcutaneamente simultaneamente com as aplicações de

pFSH, e um outro grupo de cinco animais receberam essa mesma dose de insulina, porém,

por três dias consecutivos 24 horas após a monta. No terceiro grupo, cinco animais foram

suplementados com 80 mL/animal/dia de propilenoglicol continuamente durante o

experimento. A colheita de embriões foi realizada sete dias após a monta e os embriões

foram classificados segundo critérios da IETS. Colheitas de sangue foram realizadas a cada

três dias para a análise dos níveis de insulina. Administração de insulina elevou os níveis

plamáticos da mesma nos animais (P < 0,05), porém, no grupo tratado com propilenoglicol,

essa taxa foi diferente apenas entre o tratamento com pFSH e após a monta (P < 0,05). Os

grupos foram semelhantes (P > 0,05) quanto à taxa de recuperação total de embriões (80,05

± 9,78%) ou estruturas transferíveis (61,03 ± 15,13%). O tratamento não influenciou (P >

0,05) a responsividade ao tratamento superovulatório (64%). Contudo, foi evidenciado um

aumento no número de embriões considerados de excelente qualidade em relação aos

embriões das fêmeas suplementadas com propilenoglicol. Nos animais nos quais a insulina

foi dada antes da monta, foi observada uma alta relação (R = 0,90) (P < 0,05) entre o

número de embriões transferíveis e ovulações. Em conclusão, cabras superovuladas tratadas

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com baixas doses de insulina exógena resultaram em melhor qualidade embrionária, que foi

relacionada às mudanças nas concentrações circulantes de insulina.

Introdução

Nos ruminantes, a insulina é um importante mediador a nível ovariano. Estudos anteriores

têm mostrado que um aumento na resposta superovulatória através da manipulação da

insulinemia próxima à monta pode modificar significativamente o número e qualidade de

embriões produzidos in vivo (Gong 2002). Contudo, sabe-se a competência de

desenvolvimento dos embriões na pré-implantação está subordinada ao ambiente

energético. Além disso, a glicose é um substrato energético essencial para o

desenvolvimento in vitro de blastocistos, e suplementações com insulina no meio de cultivo

melhoram a capacidade de desenvolvimento de embriões após a fertilização (Thompson

2006). A insulina in vivo tem sido bastante associada com a viabilidade embrionária em

vacas receptoras em programas de MOET (Velazquez et al. 2005). Baseado nesses

achados, o objetivo deste estudo foi investigar, em cabras superovuladas, o efeito sobre a

produção embrionária da manipulação de insulina imediatamente antes ou após a monta, ou

continuamente.

Material e Métodos

O experimento utilizou dezessete cabras da raça Moxotó, adultas e cíclicas, e foi conduzido

na Universidade Estadual do Ceará, localizada a 3°43’ S e 38°30’ O. Todos os animais

foram mantidos em condições de manejo e alimentação similares. As cabras foram

sincronizadas com 60 mg de MPA (Progespon, Syntex, Argentina) contido em esponjas

vaginais por 11 dias e 50 µg de cloprostenol (Ciosin, Coopers, Brazil), 48 h antes da

remoção da esponja, e superovuladas com 120 mg de pFSH (Folltropin, Vetrepharm,

Canada) i.m. administrado em intervalos de 12 h (30/30, 15/15 and 15/15 mg) dos dias 9

a11, até a remoção das esponjas. As fêmeas foram cobertas 24 e 48 horas após o início do

estro. Doze cabras foram tratadas com insulina humana de longa ação, na dose de

2UI/kgPV/dia aplicada subcutaneamente, e divididas em grupo Insulina antes da Monta (n

= 7), quando a insulina foi administrada em correspondência com o tratamento com pFSH,

e grupo Insulina após a Monta (n = 5), no qual a insulina foi injetada por três dias

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consecutivos 24 horas a partir da última monta. Os outros cinco animais (grupo

Propilenoglicol) foram suplementados com uma dose oral de propilenolicol (80 mL) uma

vez ao dia, 1 h após a alimentação, ao longo do experimento. A dose de propilenoglicol foi

determinada baseada no valor da LD50 (18g/kg PV0.75; Nielsen & Ingvartsen 2004), sendo

equivalente a 470,91 kcal energia total/day suplementação (Miyoshi et al. 2001). Os

embriões foram colhidos sete dias após a monta, de acordo com Baril et al. (1995). Apenas

doadoras com cinco ou mais corpos lúteos foram consideradas responsivas ao tratamento

superovulatório e foram submetidas à colheita. Os embriões foram classificados de acordo

com os critérios da Sociedade Internacional de Transferência de Embriões (IETS).

Estruturas sem sinais de clivagem foram classificadas como não fecundadas. A cada três

dias, a partir da inserção das esponjas, e antes da alimentação e suplementação com

propilenoglicol, foram colhidas amostras de sangue em tubos heparinizados, através de

venopunção da jugular. A insulina plasmática foi analisada través de um kit de RIA

(Medical Systems, Genova) (Rondina et al. 2005). Os dados da insulina foram analisados

através do SAS, procedimento GLM (SAS, Inc., USA). As diferenças entre os intervalos

das amostras foram avaliadas pelo teste t. Para comparação entre grupos foi usado o teste

de Duncan. Diferenças entre as proporções dos números foram analisadas pelo Qui-

quadrado. As correlações foram verificadas pelo teste de Spearman. Os valores foram

expressos sob a forma de média ± EPM.

Resultados

As cabras dos grupos tratados com insulina mostraram um aumento significativo da

insulinemia (P < 0,05) (Figura 1), correspondente à aplicação de insulina. No grupo

propilenoglicol, o nível de insulina foi diferente apenas entre o tratamento com FSH e após

a monta (P < 0,05). Os grupos Propilenoglicol e Insulina antes da Monta exibiram valores

similares de insulina (P > 0,05), e maiores concentrações da mesma (P < 0,05) em relação

ao grupo Insulina após a Monta, da inserção da esponja até a monta. O número médio de

animais que responderam ao tratamento superovulatório foi de 64% (11/17) e não diferiu

entre os grupos (P > 0,05). Em todos os grupos foram observadas taxas análogas de colheita

de embriões (P > 0,05). As médias foram de 80,05 ± 9,78% (145/181) para colheita de

estruturas totais (N embriões + estruturas não fecundadas / N ovulações), e de 61,03 ±

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15,13% (114/181) para colheita de estruturas transferíveis (N embriões transferíveis / N

ovulações), respectivamente. Embora o tratamento não tenha afetado o número de embriões

degenerados, nos grupos insulina, a frequência de embriões excelentes (Tabela 1) teve uma

tendência a aumentar (P < 0,05), assim como o número de embriões transferíveis/doadora

foi quase duas vezes maior que nas cabras suplementadas com propilenoglicol (12,07 ±

1,27 vs. 6,67 ± 0,94, P > 0,05). Entretanto, apenas o grupo Insulina antes da Monta mostrou

uma maior relação entre o número de embriões transferíveis e ovulações (R = 0,90) (P <

0,05).

Discussão

Os resultados deste experimento demonstram que, em cabras superovuladas, injeções de

insulina imediatamente antes ou após a monta, promovem o aumento da insulinemia,

resultando na melhoria da produção embrionária. Isso é consistente com a grande diferença

entre o número de embriões de excelente qualidade e o aumento de embriões transferíveis

com as ovulações observadas nas doadoras dos grupos Insulina. Nossos dados estão de

acordo com Selvaraju et al. (2003), que não observaram nenhuma diferença entre o número

e qualidade dos embriões produzidos em fêmeas caprinas tratadas com doses similares de

insulina antes e durante o tratamento superovulatório antes da fecundação. O estágio de

desenvolvimento e o grau de qualidade do embrião no momento da transferência são

conhecidos há muito tempo por influenciar o resultado da transferência de embriões

(Looney et al. 2006). Embriões classificados como excelentes ou bons resultam em altas

taxas de gestação quando transferidos, ao contrário de embriões de baixa qualidade (Hasler

2001). No útero, a taxa de desenvolvimento embrionária é considerda, normalmente, em

função da qualidade embrionária, associada com a adequada produção de progesterona

materna (Bo et al. 2002; Baruselli et al. 2001). Contudo, recentes achados (Mann et al.

2003) demonstraram, em novilhas de corte, que elevados níveis de insulina oriundos da

dieta parecem ser mais importantes para o desenvolvimento embrionário do que as

concentrações plasmáticas de progesterona. Sabe-se que a insulina desempenha um

importante papel sobre o controle do desenvolvimento folicular (Webb et al. 1999). A

insulina possui uma ação positiva sobre a expressão e atuação de genes de fatores de

crescimento, tais como o IGF-I, e a taxa de insulina plasmática é positivamente

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correlacionada a taxa de IGF-I (Gong 2002). Além disso, o IGF-I é um importante

mediador do desenvolvimento folicular, esteroidogênese, maturação oocitária e

desnvolvimento embrionário (Yassen et al. 2001). Receptores de IGF-1 são expressos ao

longo do desenvolvimento de pré-implantação de embriões bovinos (Lonergan et al. 2000).

O IGF-1, bem como a insulina, quando adicionados in vitro melhoram o desnvolvimento

embrionário por diminuírem o número de células apoptóticas e aumentar o número de

células embrionárias totais (Mihalik et al. 2000).

As taxas de insulina geradas neste experimento a partir da administração do propilenoglicol

estimularam continuamente a insulinemia, induzindo a baixas respostas de produção

embrionária. Geralmente, o propilenoglicol induz um aumento na glicose e insulina

plasmáticas, entretanto, a magnitude dessa resposta pode variar de acordo com a dose,

maneira e momento da administração (Nielsen & Ingvartsen 2004). Hidalgo et al. (2004),

ralataram um aumento nas taxas de gestação em novilhas receptoras de embriões tratadas

por 20 dias com uma única dose oral diária de propilenoglicol, associadas com aumento nas

taxas de insulina. Chiofalo et al. (2005), usando 80g e 160g de propilenoglicol diariamente

em ovelhas de leite durante o pré- e o pós-parto, relataram alta produção de leite e

crescimento dos cordeiros lactantes tratados com altos níveis de propilenoglicol, embora

concentrações similares de glicose tenham sido induzidas. Os parâmetros reprodutivos são

normalmente dependentes da manutenção dos efeitos da insulina (Hidalgo et al. 2004). Os

picos de glicose e insulina em animais tratados com propilenoglicol ocorrem dentro dos

primeiros 90 minutos após administração oral do mesmo (Nielsen & Ingvartsen, 2004). Por

essa razão, as colheitas de sangue neste trabalho foram planejadas de forma a não registrar

efeitos agudos da administração de propilenoglicol (24 h após a administração). A

suplementação energética através da administração de propilenoglicol aumentou os níveis

plasmáticos de insulina e IGF-I (Grummer et al. 1994), que, em associação, afetaram a

função ovariana e o desenvolvimento embrionário inicial atarvés da estimulação das células

da granulosa e proliferação das células da teca (Alvarez et al. 2000), levando o folículo a

produzir níveis adequados de estradiol, promovendo o seu crescimento até que esteja apto a

estimular o pico de LH e a ovulação (Beam & Butler 1999). Embora a estimulação

excessiva do IGF-1 intraovariano estimule o crescimento folicular, este fato pode prejudicar

a maturação do oócito (Armstrong et al. 2001). McCaffery et al (2000) relataram, em

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folículos pré-antrais tratados com altas concentrações de IGF-1, uma redução significativa

do tamanho dos oócitos. Wathes et al. (2003) tem sugerido que a maioria do IGF-1

encontrado em folículos bovinos é derivado da circulação sanguínea. O desenvolvimento

embrionário não depende apenas do ambiente do trato genital da fêmea, mas também da

qualidade do oócito (O’Callaghan and Boland 1999). A ação direta da glicose também tem

sido testada, e Rubio et al. (1997) observaram reduções nas taxas de gestação em ovelhas

submetidas a infusões de glicose. Esse método, em ovelhas, pode aumentar a taxa de

ovulação (Downing et al. 1995), mas a qualidade do embrião pode ser limitada

drasticamente (Yaakub et al. 1999). Boland et al. (2001) sugeriram que o efeito da glicose

sobre o desenvolvimento embrionário pode estar relacionado ao fato de que altas

concentrações de glicose no protoplasma interfiram na sinalização celular durante o

crescimento de folículos pré-ovulatórios, desenvolvimento de oócitos, ou desenvolvimento

inicial embrionário.

Em conclusão, o aumento da insulina circulante imediatamente antes ou após a monta foi

associado à alta proporção de embriões viáveis por doadora. A manipulação contínua da

insulinemia pela administração oral de propilenoglicol aumentou os níveis plasmáticos de

insulina e progesterona, mas não a qualidade embrionária. Assim, os hormônios metabólico

insulina pode ser o fator chave envolvido nos mecanismos de desenvolvimento

embrionário, melhorando os resultados da produção de embriões caprinos. Contudo,

sugerimos o desenvolvimento de pesquisas adicionais a fim de se encontrar uma dosagem

ótima e um protocolo de administração adequado antes da aplicação de seu uso prático.

Agradecimentos

A.L. Souza foi bolsista de mestrado da CAPES/Brazil. Os autores agradecem a Embrapa

Caprinos pela cessão dos animais utilizados neste experimento. O trabalho foi financiado

pelo FUNDECI-BNB (Brazil). V.J.F. Freitas é pesquisador do CNPq/Brazil

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aA

aA

aA

aB

aAB aB

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abA

bA

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bAbA

0

5

10

15

20

25

MPA Sponja pFSH Monta Laparotomia

Insu

lina

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U/m

L)Insulina Antes MontaPropilenoglicolInsulina Após Monta

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MPA Sponja pFSH Monta Laparotomia

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L)Insulina Antes MontaPropilenoglicolInsulina Após Monta

Insulina Antes MontaPropilenoglicolInsulina Após Monta

Figura 1: Níveis de insulina em cabras responsivas aos tratamentos de sincronização e

superovulação. a,b,c p < 0,05 comparação entre grupos; A,B,C … p < 0,05 comparação entre

intervalos de colheitas de sangue. Valores expressos como média ± EPM.

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51

Tabela 1. Número de embriões/doadora classificados de acordo com a IETS. Valores

expressos como média ± EPM.

Transferíveis Não Transferíveis Grupo N

Excelente Regular Pobre Degenerado

Insulina antes Monta 5 7.80 ± 0.88a 2.00 ± 0.60ab 1.00 ± 0.32b 1.00 ± 0,54b

Propilenoglicol 3 5.00 ± 1.85 1.00 ± 0.48 0.67 ± 0.47 1.33 ± 0.94

Insulina após Monta 3 11.33 ± 2.89a 1.67 ± 1.18b 0.33 ± 0.24b 1.67 ± 0.67b

a,b,c,d P < 0,05, comparação entre classes embrionárias.

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7. CONCLUSÃO GERAL

Cabras da raça Moxotó superovuladas e tratadas com baixas doses de insulina

exógena resultaram em embriões de melhor qualidade, relacionados às mudanças nas

concentrações de insulina circulantes.

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8. PERSPECTIVAS

Nossos resultados deixam a perspectiva de que pesquisas adicionais devem ser

desenvolvidas a fim de se estabelecer doses adequadas e protocolos de administração de

insulina e propilenoglicol antes de serem adotados para uso prático.

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10. ANEXOS

ANEXO 1

Embryo Production in Superovulated Goats Treated with Insulin Before or After

Mating or By Continuous Propylene Glycol Supplementation

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Reproduction in Domestic Animals

(acepted)

Souza, A.L. 1, Galeati G.2, Almeida, A.P. 1, Arruda I.J.1, Govoni N.2, Freitas V.J.F.1,

Rondina D.1a

1* Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brazil;

2 Facoltà di Veterinaria, Università di Bologna, Ozzano dell’Emilia, Bologna, Italy

* Institute where the work was conducted.

Author’s address (for correspondence): Prof. Davide Rondina

Universidade Estadual do Ceará – Faculdade de Veterinária.

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Av. Paranjana, 1700. Campus do Itaperi, 60740-000, Fortaleza, Ceará, Brazil

Tel: +55-85-31019858 Fax: +55-85-31019840.

E-mail: [email protected]

Contents

Seventeen adult and cyclic Moxoto goats were synchronized using 60 mg MPA vaginal

sponge for 11 days and 50 µg cloprostenol, 48 h before sponge removal, and superovulated

with 120 mg pFSH i.m. in decreasing doses at 12 h intervals for three consecutive days. In

seven goats, 0.2UI/kgBW/day of long acting insulin was subcutaneously injected at same

time as pFSH, and in the other five goats, for three consecutive days starting 24 hours after

mating. Finally, five goats were supplemented with an oral dose of 80 mL/goat/day of

propylene glycol continuously during the experiment. The animals were flushed at seven

days after mating and the embryos were classified based on IETS criteria. Blood samples

were collected every three days for insulin assay. Administration of insulin raised the

insulin levels of the goats (P < 0.05), whereas in the group treated with propylene glycol,

insulin rate was different only between FSH treatment and after mating (P < 0.05). Similar

rates of recovery for total (80.05 ± 9.78%) or transferable structures (61.03 ± 15.13%) were

obtained. Treatment was not influenced (P > 0.05) by responsiveness to superovulation,

which averaged 64%. By contrast, insulin treatments were shown to increase the number of

embryos considered excellent with respect to goats supplemented with propylene glycol (P

> 0.05). When insulin was given before mating, a strong relationship (R = 90) (P < 0.05)

between number of transferable embryo and ovulations was observed in the animals. In

conclusion, superovulated goats treated with low doses of exogenous insulin resulted in an

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enhancement in embryo quality, which was related to changes in circulating insulin

concentrations.

Introduction

In ruminants, insulin is a very important mediator at the ovary level. Previous studies have

shown that an increase in the superovulatory response through manipulation of

insulineamia prior to mating can significantly modify the number and quality of embryo

produced in vivo (Gong 2002). However, it is known that development of competence in

preimplantation embryos is subordinate to energetic environment. Therefore glucose is an

essential energy substrate for development of blastocyst in vitro, and supplementation of

culture media with insulin improves developmental capacity in the embryo after

fertilization (Thompson 2006). In vivo insulin was usefully associated with embryo

viability in cow recipients of the MOET program (Velazquez et al. 2005). Based on those

findings, the aim of this study was to investigate, in superovulated goats, the effect on

embryo production of insulin manipulation immediately before or after mating, or

continuous.

Materials and Methods

The experiment was conducted with seventeen adult and cyclic Moxoto goats at the State

University of Ceará, located at 3°43’ S and 38°30’ W. All animals were maintained in

similar feeding and management conditions. Goats were synchronized using 60 mg MPA

(Progespon, Syntex, Argentina) vaginal sponge for 11 days and 50 µg cloprostenol

(Ciosin, Coopers, Brazil), 48 h before sponge removal, and superovulated with 120 mg

pFSH (Folltropin, Vetrepharm, Canada) i.m. administrated at 12 h intervals (30/30, 15/15

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and 15/15 mg) from days 9 to 11, when sponges were removed. Does were mated 24 and

48 hours after onset of estrus. Twelve goats were treated with human long acting insulin,

0.2UI/kgBW/day subcutaneously and divided in InsulinBMat group (n = 7) when insulin

was administrated in correspondence with pFSH treatment, and InsulinAMat group (n = 5)

when insulin was injected on three consecutive days from 24 hours after last mating. The

other five goats (Propylene Group) were supplemented with an oral dose of propylene

glycol (80 mL) once daily at 1 hr after feeding, throughout the experiment. Dose of

propylene glycol was determined based on LD50 value (18g/kg BW0.75; Nielsen and

Ingvartsen 2004), and was equivalent to 470.91 kcal of gross energy/day supply (Miyoshi

et al. 2001). Embryos were collected seven days after mating in accordance with Baril et al.

(1995). Only donors with five or more corpus luteum were considered responsive to

superovulation and flushed. Embryos were classified in agreement with International

Embryo Transfer Society (IETS) statements. Ova with no signs of cleavage were classified

as unfertilized. From sponge insertion every three days, before feeding and propylene

glycol administration, blood samples were collected in heparinized tubes by venipuncture.

From plasma, insulin was assessed by RIA kit (Medical Systems, Genova) (Rondina et al.

2005). Insulin data was analyzed by SAS GLM procedures (SAS, Inc., USA). Differences

between sampling intervals were performed by paired t test. For the comparison between

groups, the Duncan test was used. Differences among proportions or numbers were

analyzed by Chi Square. Correlation test was assessed using the Spearman test. Values

were expressed as mean ± SEM.

Results

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71

Goats from groups treated with insulin showed a significant increase of insulineamia (P <

0.05) (Figure 1) in correspondence with administration. In the Propylene group, insulin

level was different only between FSH treatment and after mating (P < 0.05). Propylene and

InsulinBMat exhibited similar means insulin values (P > 0.05), and greater concentrations

(P < 0.05) than the InsulinAMat goats from sponge insertion to mating. The number of

animals responding to the superovulation treatment averaged 64% (11/17) and was not

different between groups (P > 0.05). In all groups, an analogous success rate (P < 0.05) of

recovery was achieved. Means were 80.05 ± 9.78% (145/181) for total recovery (N embryo

+ unfertilized ova / N ovulations), and 61.03 ± 15.13% (114/181) for transferable structures

recovery (N embryo transferable / N ovulations) respectively. Although treatment did not

affect the number of degenerated embryos, in the insulin groups the frequency of excellent

embryos (Table 1) tended to increase (P < 0.05), as well as the number of transferable

embryos/donor that achieve twice than the goats supplemented with propylene glycol

(12.07 ± 1.27 vs. 6.67 ± 0.94, P > 0.05). Nevertheless, only the InsulinBMat group showed

a relationship between the number of transferable embryos and ovulations (R = 0.90) (P <

0.05).

Discussion

The results of the present experiment demonstrate that, in superovulated goats, insulin

injection immediately before or after mating, in order to promote increased insulineamia,

resulted in an enhancement of embryo production. This is consistent with the greater

differences of the number of excellent embryos and the increase of transferable embryos

with ovulations observed in donors of insulin groups. These data are according to Selvaraju

et al. (2003), who did not observe any differences regarding the number and the quality of

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embryos produced in goat does treated with similar doses of insulin before and during

superovulation treatment prior to fecundation. The developmental stage and quality grade

of the embryo at transfer has long been known to influence the outcome of embryo transfer

(Looney et al. 2006). Embryos classified as excellent or good result in higher pregnancy

rates than transfer of lower quality embryos (Hasler 2001). In uterus, the development rate

of embryos is usually considered a function of embryo quality, associated with the

adequacy of maternal progesterone production (Bo et al. 2002; Baruselli et al. 2001).

However recent findings (Mann et al. 2003) demonstrated in beef heifers that high insulin

from diet appears to be more important for embryo development than plasma progesterone

concentrations. Insulin is known to have an important role in the control of follicle

development (Webb et al. 1999). The insulin possesses a positive action on the expression

and action of growth factor genes, such as IGF-I, and the plasma insulin rate is positively

correlated to the rate of IGF-I (Gong 2002). In turn, IGF-I is an important mediator of

follicular development, steroidogenesis, oocyte maturation and embryonic development

(Yassen et al. 2001). The IGF-1 receptor is expressed throughout the bovine pre-

implantation embryo (Lonergan et al. 2000) and IGF-1 as insulin added in vitro improves

embryo development by decreasing the number of apoptotic cells and increasing the total

cell number of the embryo (Mihalik et al. 2000).

As shown in the insulin rates generated in this experiment from the administration of

propylene glycol, continuous stimulation of insulineamia induced a lower response of

embryo production. Generally, the propylene glycol induces an increase in plasma glucose

and plasma insulin, however the magnitude of this response can vary according to the

dosage as well as the manner and time of administration. (Nielsen & Ingvartsen, 2004).

Hidalgo et al. (2004), reported an increase of pregnancy rates in heifer embryo recipients

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treated for 20 days with a single oral dose of propylene glycol, associated with augment of

insulin rates. Chiofalo et al. (2005), using 80g and 160g propylene glycol daily in dairy

ewes during pre and postpartum, reported a higher milk yield and growth in suckling lambs

treated with high level of propylene glycol, even though similar glucose concentrations

were induced. The reproductive parameters are normally dependent upon maintaining the

effects of the insulin (Hidalgo et al. 2004). The glucose and insulin peaks in animals with

treated propylene glycol occur within the first 90 minutes following oral administration of

propylene glycol (Nielsen & Ingvartsen, 2004). For this reason, the blood collections in this

work were planned in a way so as not to record the sharp effects of propylene glycol

administration (24 h after administration). Energy supplementation through administration

of propylene glycol increased the plasma levels of insulin and IGF-I (Grummer et al. 1994),

which in association affect ovarian function and initial embryonic development through the

stimulation of the granulosa cells and proliferation of the theca cells (Alvarez et al. 2000),

leading the follicle to produce adequate levels of estradiol, promoting its growth until it is

apt to stimulate the LH peak and ovulation peak (Beam and Butler 1999). Although over-

stimulation of intraovarian IGF-1 stimulate the follicular growth, it may be detrimental to

the maturation of the oocyte (Armstrong et al, 2001). McCaffery et al (2000) reported in

preantral follicles treated with high concentrations of IGF-1 significantly reduction of

oocytes size. Wathes et al. (2003) has been suggested that most of the IGF-1 found in the

bovine follicle is derived from circulation. Embryonic developmental not only depends on

the genital tract environment but also to oocyte quality (O’Callaghan and Boland 1999).

The direct action of glucose has also been tested, and Rubio et al. (1997) observed

reductions of the gestation rates in sheep submitted to glucose infusion. This method, in

sheep, may increase the rate of ovulation (Downing et al. 1995), but the quality of the

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embryo may be limited drastically (Yaakub et al. 1999). Boland et al. (2001) suggests that

effect of glucose upon embryonic development may be related to the fact that high glucose

concentrations in the protoplasm interfere with cellular signaling during preovulatory

follicle growth, the development of oocytes, or initial development of the embryo.

In conclusion, enhancement of circulating insulin immediately before or after mating was

associated with high proportion of viable embryos in donors. Continuous manipulation of

insulinemia by oral administration of propylene glycol increases serum insulin progesterone

levels, but not embryo quality. Thus metabolic hormone as insulin is a key factor involved

in the mechanisms of embryo development and improves the results of embryo production

in goats. However, we suggest that further research be developed in order to find the

optimal dosage and administration protocol before practically used.

Acknowledgements

A.L. Souza was the recipient of a scholarship from CAPES/Brazil. The authors would like

to thank Embrapa Caprinos for the session of animals used in this study. The work was

financed by FUNDECI-BNB (Brazil). V.J.F. Freitas is senior investigator at CNPq/Brazil

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List of Figures

Fig. 1:

Insulin levels according to the synchronization and superovulation treatment in responsive

goats. a,b,c p < 0.05 comparison between groups; A,B,C … p < 0.05 comparison between blood

sampling intervals. Values are given in means ± SEM.

List of Tables

Table 1.

Number of embryos/donor classified according to IETS. Values are given in means ± SEM.

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aA

aA

aA

aB

aAB aB

aAB

abA

bA

bB

bAbA

0

5

10

15

20

25

MPA Sponge pFSH Mating Laparotomy

Insu

lin (�

U/m

L)Insulin BMatPropyleneInsulin AMat

Figure 1: Insulin levels according to the synchronization and superovulation treatment in

responsive goats. a,b,c p < 0.05 comparison between groups; A,B,C … p < 0.05 comparison

between blood sampling intervals. Values are given in means ± SEM.

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Table 1. Number of embryos/donor classified according to IETS. Values are given in

means ± SEM.

Transferable Not Transferable Group N

Excellent Regular Poor Degenerate

Insulin BMat 5 7.80 ± 0.88a 2.00 ± 0.60ab 1.00 ± 0.32b 1.00 ± 0,54b

Propylene 3 5.00 ± 1.85 1.00 ± 0.48 0.67 ± 0.47 1.33 ± 0.94

Insulin AMat 3 11.33 ± 2.89a 1.67 ± 1.18b 0.33 ± 0.24b 1.67 ± 0.67b

a,b,c,d P < 0.05, comparison between embryo classes.

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ANEXO 2

FOTOS DO EXPERIMENTO

Figura 8. Animais da raça Moxotó. (A) Fêmeas experimentais, (B) Bode experimental, (C)

Detecção do estro das fêmeas, (D) Momento da cobertura de uma das fêmeas (Fonte:

Almeida, AP).

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Figura 9. (A) Início do tratamento de sincronização do estro, momento da inserção de

esponja vaginal; (B) Colheita de sangue, (C) Laparotomia para recuperação embrionária,

(D) Exposição do trato reprodutivo de uma das fêmeas, momentos antes da colheita de

embriões (Fonte: Almeida, AP).

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Figura 10. (A) Lavagem do corno uterino de uma das fêmeas do experimento para

recuperação embrionária; (B) Lavado uterino contendo as estruturas totais recuperadas;

(C),(D) e (E) Embriões recuperados do lavado uterino, e submetidos à avaliação

morfológica; (F) Embriões caprinos no estádio de mórula. (Fonte: Laboratório de Fisiologia

e Controle da Reprodução - LFCR).