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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
COMPORTAMENTO E BIOLOGIA ANIMAL
Padrões hematológicos e morfológicos de Crotalus durissus terrificus (Laurenti,
1768) (Serpentes, Viperidae, Crotalinae) ocorrentes no município de
Vassouras, Rio de Janeiro
GU ST A VO SIL VEI R A GO NÇ AL VES
Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Ciências Biológicas (Área de Concentração em Comportamento e Biologia Animal).
Juiz de Fora – Minas Gerais
Fevereiro – 2016
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
COMPORTAMENTO E BIOLOGIA ANIMAL
Padrões hematológicos e morfológicos de Crotalus durissus terrificus (Laurenti,
1768) (Serpentes, Viperidae, Crotalinae) ocorrentes no município de
Vassouras, Rio de Janeiro
GU ST A VO SIL VEI R A GO NÇ AL VES
Orientadora: Profa. Dra. Bernadete Maria de Sousa
Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Ciências Biológicas (Área de Concentração em Comportamento e Biologia Animal).
Juiz de Fora – Minas Gerais
Fevereiro – 2016
iii
Padrões hematológicos e morfológicos de Crotalus durissus terrificus (Laurenti, 1768)
(Serpentes, Viperidae, Crotalinae) ocorrentes no município de Vassouras, Rio de Janeiro
GUSTAVO SILVERIA GONÇALVES
Orientadora: Profa. Dra. Bernadete Maria de Sousa
Aprovado em 23 Fevereiro de 2016
_____________________________________________________
Prof. Dr. Fabiano Matos Vieria
Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz
______________________________________________________
Profa. Dra. Iara Alves Novelli
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
______________________________________________________
Profa. Dra. Bernadete Maria de Sousa
Universidade Federal de Juiz de Fora (Orientador) -UFJF
Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Ciências Biológicas (Área de Concentração Comportamento Animal).
iv
Dedico a meu estimado avô Geraldo Silveria (in memorian) que sempre esteve presente em meu coração e pensamentos e me incentivou a estudar os animais.
v
AGRADECIMENTOS
Desejo expressar meus agradecimentos a todas pessoas que direta ou indiretamente
colaboraram na realização deste trabalho:
A Coordenação de Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG), pela concessão da bolsa de estudo.
A Deus, sempre em primeiro lugar, pois sem Ele esta jornada não seria cumprida.
A minha orientadora Profa. Dra. Bernadete Maria de Sousa, que sempre me ajudou, foi
humana carinhosa e reconheceu meus momentos de luta e acreditou em meu potencial, apoiou,
incentivou e proporcionou grandes oportunidades.
Ao Prof. Dr. Fabiano Matos Vieira e a Profa. Dra. Iara Alves Novelli pela confiança,
amizade e pelos ensinamentos.
Aos colegas, amigos e irmãos do Laboratório de Herpetologia - Répteis da Universidade
Federal de Juiz de Fora pela colaboração, apoio, conversas e amizade, pela acolhida em nosso
laboratório uma grande família.
Aos colegas e professores da Universidade Severino Sombra pelo apoio em especial aos
professores Alessandra Soares Nunes Tovar Elias, Álvaro Alberto Moura Sá dos Passos, Ana
Paula Martinez de Abreu Fábio Sartori e Gustavo Gomes.
Aos colegas do mestrado e professores e secretários do Instituto de Ciências Biológicas,
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Comportamento e Biologia Animal da
Universidade Federal de Juiz de Fora pelos bons conselhos, instruções e esclarecimentos.
A minha querida e amada família, que sempre me encorajou, aconselhou e apoiou em
todas as horas, principalmente nos momentos difíceis que passamos, sempre com palavras de
incentivo observando meu esforço. A ela dedico inteiramente este trabalho, que mesmo à
distância, esteve presente em todos os momentos. Em especial meus queridos pais, Ernani
vi
Gonçalves e Vera Lucia da Silveira Gonçalves, pelo amor, apoio, incentivo e principalmente
pelas orações
A minha querida namorada Laura Nunes, pelo amor, apoio, paciência, companheirismo,
incentivo e dedicação sempre.
vii
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS X
RESUMO XI
ABSTRACT XIII
INTRODUÇÃO XV
REVISÃO DE LITERATURA 17
1-Biologia de Serpentes 17 2-Anatomia do sistema reprodutor 18 3-Hematologia 18 3.1-Hemácias 19 3.2-Trombócitos 19 3.3-Leucócitos 20 3.4- Basófilos 20 3.5-Eosinófilos 20 3.6- Azurófilos 21 3.7- Heterófilos 21 3.8- Linfócitos 21 3.9- Monócitos 22 3.10- Hematimetria 22 4-Bioquímica 22 4.1- Uréia 22 4.2-Proteína plasmática 23 5-Parasitologia 23 METODOLOGIA 2244
1-Local de estudo 2244 2-Recintos 2244 3-Período de experimento 2244 4-Exames clínicos 2266 5-Exames parasitológicos 2266 6-Coleta de sangue 2277 7-Avaliação anatômica morfológica 2277 8-Análise de dados 2288 RESULTADOS 2299
DISCUSSÃO 3366
CONCLUSÃO 4422
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 4433
viii
LISTA DE FOTOS
Foto 1. Sistema reprodutor feminino visto em necropsia ovário e óvulos aquiescentes. 4
Foto 2. Sistema reprodutor masculino visto em necropsia testículos esquerdo e direito em
assimetria 5
Foto 3. Observação em microscopia de hemácias observadas em esfregaço sanguíneo 7
Foto 4. Observação em microscopia de trombócito observado em esfregaço sanguíneo 8
Foto 5. Foto de basófilo Fonte: Atlas de hematologia veterinária, Reagan et al. (2011) 9
Foto 6. Observação em microscopia de azurófilo observado em esfregaço sanguíneo 10
Foto 7. Observação em microscopia de heterofilo observado em esfregaço sanguíneo 11
Foto 8. Observação em microscopia de linfócito observado em esfregaço sanguíneo 12
Foto 9. Alimentação dos espécimes cativos com roedores 15
Foto 10. Preparo de animal para procedimento de eutanásia 16
Foto 11. Coleta de material fecal para exame coproparasitológico 18
Foto 12. Contenção de animal para coleta de sangue 19
Foto 13. Realização de coleta de sangue por punção cardíaca 19
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Parâmetros hematológicos de Crotalus durissus terrificus em contagem de
linhagem celular; média e desvio padrão 24
Tabela 2. Parâmetros hematológicos de Crotalus durissus terrificus de valor absoluto com
fatores de correção no presente estudo; média e desvio padrão 24
Tabela 3. Parâmetros bioquímicos plasmáticos de Uréia e Proteína plasmática de Crotalus
durissus terrificus no presente estudo; média e desvio padrão 33
Tabela 4. Parâmetros hematológicos de Crotalus durissus em contagem global do
presente estudo e de outros trabalhos 34
Tabela 5. Parâmetros hematológicos de Crotalus durissus de valor absoluto com fatores
de correção no presente estudo e em trabalhos realizados por outros autores; média e
desvio padrão 35
Tabela 6. Parâmetros bioquímicos plasmáticos de Proteína plasmática em Crotalus
durissus no presente estudo e em trabalhos realizados por outros autores; média e desvio
padrão 35
x
RESUMO
Estudos de perfis clínicos e morfológicos em serpentes da espécie Crotalus durissus tem
despertado interesses da comunidade científica para avaliar suas condições de vida e
habitat devido a grande relevância para saúde pública. O presente estudo objetivou avaliar
um perfil clínico das cascavéis capturadas no município de Vassouras (RJ), avaliar o
estado reprodutivo e dimorfismo sexual dos espécimes e relacionar com os aspectos
morfométricos, análise clinica hematológica e análise coproparasitológica na identificação
de endoparasitos. No presente estudo foram coletados 11 espécimes de C. durissus
terrificus (machos adultos=3; fêmeas adultas = 7 e uma fêmea jovem) oriundos de vida
livre, dos quais foram obtidos dados morfométricos e amostras de sangue e fezes. Após
eutanasiados e necropsiados, foi feita a descrição dos seus respectivos estados
reprodutivos. As medidas das gônadas e corporais evidenciam um padrão compatível com
o apresentado pela espécie. No exame parasitológico não houve a presença de
hemoparasitos, mas ocorreu infecção parasitária por parasitos ascaridídeos em 18,19%
dos animais. No quadro geral clínico as espécies apresentaram um perfil sugestivo de
anemia, desidratação e resposta infecciosa para animais de vida livre. No hemograma dos
11 espécimes estudados foram observadas algumas alterações no quadro de hidratação,
anêmico, contagens de eritrócitos e índices de hemoglobina. A maioria deles apresentou
alto índice de hemoglobina e contagem elevadas de heterofilos e todos os animais (100%)
apresentaram quadro de linfopenia. O perfil específico dos animais invasores da região de
Vassouras comparado aos dados de outros estudos sugerem que os espécimes de C.
durissus terrificus do presente estudo não apresentaram boa adaptabilidade no quadro
clínico hematológico, entretanto, fica evidenciado que mesmo em condições clínicas
hematológicas adversas a espécie apresentou parcial capacidade adaptativa em um
ambiente invadido visto suas condições de normalidade reprodutiva e baixa taxa de
parasitose e, além disso, as modificações ambientais causadas pelo homem favorece o
sucesso no comportamento invasivo da espécie.
Palavras-chave: Serpente, Cascavel, morfometria, hemograma
xi
ABSTRACT
Crotalus durissus is a uncommon snake in regions in the state of Rio de Janeiro, although there
are invasions of reports dating from 1950 to 1960 decades in municipalities in the southern region
of Rio de Janeiro. Studies of clinical and morphological profiles snakes of the genus has attracted
interest from the scientific community to assess their living conditions and habitat because of
great relevance to public health. This study aimed to evaluate and set upon the collection of
morphological and biological materials a clinical profile of the snakes captured in the city of
Vassouras (RJ), and compare the profile found with the current profile in the literature, assessing
the reproductive status and sexual dimorphism of specimens related to the morphometric,
hematological clinical analysis of specimens and analysis parasitological in endoparasites
identification. In the present study we were collected 11 specimens of Crotalus durissus terrificus
(adult males = 3; adult females = 7 and a young female) coming from wild life, of which
morphometric data and blood samples and faeces were obtained. Later the adult specimens were
euthanized and necropsied for macroscopic description of their reproductive status. At each
sampling 2ml blood was collected. Blood count test was used 1mL of the material packed in
blood collection tube with anticoagulant heparin 0.25ml and biochemical evaluation of 1mL
blood was placed in collection tubes. The measures of the gonads and body show a pattern
consistent with the one presented by the species. Parasitological examination was not the
presence of blood parasites, but for endoparasites infection occurred the parasite of the order
Ascaridida in 18.19% of the animals studied. In clinical general state species have a suggestive
profile of anemia, dehydration and infectious response to wild animals. Compared to the
parameters obtained in captive animals, specimens analyzed showed considerable variations. In
the blood test of the 11 specimens studied some changes were observed: Five specimens (45.5%)
had dehydration, six (54.5%) anemia, eight (72.2%) had low erythrocyte counts, ten (90 9%) had
levels of high hemoglobin high count of heterophile and eleven animals (100%) were
lymphopenia. Probably those changes are influenced by metabolic condition, whereas C. durissus
are ectothermic. Therefore, seasonality and some environmental factors may also influence these
results. The specific profile of invasive animals of Vassouras, RJ region compared with data from
other studies suggest that C. durissus terrificus specimens of this study did not show good
xii
adaptability in hematology and clinical way, however, it is evident that even in hematological
adverse clinical conditions of the specie show partial adaptive capacity in an invaded
environment, in order that their normal reproductive conditions and low parasitic rate and in
addition, environmental changes caused by human beings it favors success in the invasive
behavior of the species.
Key-Words: snake, rattlesnake, morphometric, blood count test
1
INTRODUÇÃO
Nos dias atuais existe uma crescente preocupação com a preservação do meio
ambiente, principalmente com os animais que habitam nichos de biodiversidades nativas a
exemplo da Floresta Atlântica remanescente na região Sul Fluminense, que hoje se encontra
fragmentada (CONDEZ, 2008). Entretanto, um dos maiores impactos se deve ao fato da
introdução de espécies exóticas invasoras em determinada biodiversidade nativa, cujo os
efeitos são imprevisivelmente danosos ao longo do tempo, a exemplo deste fato foi a invasão
de serpentes do gênero Python (Daudin, 1803) (Serpentes, Pythonidae, Python) -nos Estados
Unidos (HARVEY et al., 2008). As espécies invasoras além de competirem por recursos,
podem predar espécies autóctones, assim como podem até macular reserva genética quando
ocorrem casos de hibridismos férteis (BRUNO et al., 2012). O comportamento invasivo pode
ainda servir como importante indicador ambiental (YAMAMOTO; VOLPATO, 2006).
As serpentes do gênero Crotalus spp (Viperidae, Crotalinae) são amplamente
distribuídas nas Américas em países como Estados Unidos, México, Argentina e Brasil, onde
habitam áreas de Cerrado e Caatinga (BRUNO et al., 2012). No Brasil existe somente a
espécie Crotalus durissus (Linnaeus, 1758), popularmente conhecida como cascavel e, dentre
as espécies de Crotalus do mundo, é a que possui maior distribuição geográfica (KINGSLEY,
1999). Apresenta tamanho médio de 1,50 m de comprimento e sua alimentação é baseada em
roedores, outros pequenos mamíferos e aves, tendo a característica reprodutiva vivípara
(KINGSLEY, 1999). Essa serpente possui fácil capacidade de adaptação a diferentes habitats,
o que a torna potencial invasora de áreas antrópicas, devido principalmente às alterações
ambientais criadas pelo desmatamento de áreas nativas (MARQUES, 2004; COSTA et al.,
2010).
Existem seis subespécies de C. durissus, ocorrentes no território brasileiro (COSTA &
BÉRNILS, 2015), com padrões de cores diversificados. Essa é uma espécie ausente em
regiões de Mata Atlântica, motivo este que exclui sua ocorrência no Estado do Rio de Janeiro.
No entanto, já existem relatos de invasões datadas das décadas de 1950 a 1960 no município
de Valença da subespécie Crotalus durissus terrificus (Laurenti, 1768) e, em outros
municípios do Estado como Rio das Flores, Piraí, Barra do Piraí, Valença, Porto Real,
Resende, Quatis, Miguel Pereira, Paty do Alferes, onde surgiram áreas abertas, propiciando a
2
invasão (BASTOS et al., 2005). Entretanto, o Manual de diagnóstico e tratamento por
acidentes com animais peçonhentos não identifica a cascavel como animal ocorrente no
estado do Rio de Janeiro (FUNASA, 2001). Na última década já são relatadas a sua
incidência em regiões consideradas de Mata Atlântica (BASTOS et al., 2005).
A cascavel possui grande relevância na saúde pública devido a sua peçonha que possui
concentrações variadas de enzimas proteolíticas promotoras de distúrbios neurotóxicos que
agem através da ação periférica na placa motora sua principal função, entretanto, sua peçonha
possui também outros princípios ativos e propriedades anticoagulantes (LAGO, 2000). As
taxas de mortalidade em acidentes ofídicos por C. durissus nos casos não tratados chegam a
72% e nos casos tratados a 12% (FUNASA, 2001). Além dos acidentes humanos existe ainda
a perda econômica causada pelos acidentes ofídicos em animais de companhia e produção
(FERREIRA JÚNIOR; BARRAVIEIRA, 2004).
Estudos de perfis clínicos e morfológico em serpentes têm despertado interesses da
comunidade científica para avaliar suas condições de vida e habitat no Brasil. Exames
hematológicos bioquímicos de uréia e ácido úrico em C. durissus vêm sendo avaliados de
modo preliminar e comparativo com outras espécies de serpentes, levando em consideração
seu habitat (MACHADO et al., 2006). Estudos preliminares com base em classificação de
endoparasitos nematóides que habitam o trato intestinal de cascavéis também remetem a
observações referentes aos hábitos alimentares por pequenos roedores e aspectos ecológicos
(DIAS et al., 2004).
A morfometria também tem sido objeto de estudo para averiguações de dimorfismo e
observações de padrões, assim como morfometria dos órgãos reprodutivos para avaliação das
condições reprodutivas do animal no seu habitat natural (ARGÁEZ, 2006). Mediante essas
considerações e devido aos relatos de captura e acidentes ocasionados no município
pertencente à região Sul Fluminense, estudo sobre o perfil clínico e morfológico de espécimes
de C. durissus é indicador da sua adaptabilidade ao comportamento invasivo.
Através do perfil hematológico para Reptilia é possível monitorar o estado de saúde
dos animais, além de diagnosticar e prevenir doenças e estabelecer valores de referência
(FERRONATO, 2008). Diante do exposto, o presente estudo objetivou avaliar e definir
mediante a coleta de dados morfológicos e biológicos um perfil clínico das cascavéis
capturadas no município de Vassouras (RJ) e comparar com o perfil vigente na literatura,
3
avaliando o estado reprodutivo e dimorfismo sexual dos espécimes, relacionando com os
aspectos morfométricos, análise clínica hematológica e parasitológica. Mediante estas
avaliações pretende-se chegar a um perfil clínico condizente com um padrão aceitável de
adaptabilidade que não infrinja agravantes a saúde do animal em uma nova região invadida.
REVISÃO DA LITERATURA
1-Biologia das serpentes
Os répteis formam um grupo diverso proeminente em quase todas as taxocenoses
terrestres. Atualmente, são registradas no mundo 10.272 espécies de répteis (UETZ, 2015).
No Brasil são reconhecidas 773 espécies de répteis (COSTA; BÉRNILS, 2015) mais 46
subespécies, totalizando 819 táxons, divididos em Testudines, Crocodylia e Squamata
(Lagartos, Amphisbaenia, e Serpentes).
Existem poucas dúvidas que as serpentes evoluíram dos lagartos em alguma forma de
transição advinda do período cretáceo, sendo que após esse período, a 65 milhões de anos as
serpentes começaram a se diversificar (KINGSLEY, 1999). Nos dias atuais compreendem
3.567 espécies de serpentes (UETZ, 2015), apresentando táxons com diferentes graus de
especialização para a ocupação a uma grande diversidade de nichos ROCHA-BARBOSA et
al. (2015) e tamanhos variados de 10 cm até 10 m de comprimento, podendo ser peçonhentas
e não peçonhentas, com hábitos alimentares carnívoros, com características reprodutivas
ovíparas ou vivíparas (POUGH et al., 2008).
Atualmente são registradas 392 espécies de serpentes ocorrentes no Brasil (COSTA;
BÉRNILS, 2015), correspondendo a 11% do total de espécies de serpentes no mundo. No
entanto, apenas duas famílias (Viperidae e Elapidae) conjecturam as espécies denominadas
como peçonhentas, ou seja, ambas, além de produzirem bioquimicamente toxinas, possuem
aparato inoculador apropriado (MELGAREJO-GIMÉNEZ, 2002).
O gênero Crotalus (Linnaeus, 1785), esta representado por uma única espécie no
Brasil, Crotalus durissus, que habita vegetações de Cerrado e Caatinga, contudo, pela sua alta
adaptabilidade, também é vista em áreas antropizadas como as atividades agrícolas em
porções da Mata Atlântica como observado por (COSTA et al., 2010). Essa serpente terrícola
é facilmente identificada pela sua estrutura de quitina no final da cauda, o guizo
4
(CAMPBELL; LAMMAR, 1989). Por ser uma espécie que pode viver também em regiões
urbanas (FERREIRA JÚNIOR; BARRAVIEIRA, 2004), o risco de acidentes é grande
(SALOMÃO; SANTOS; PUORTO, 1995; VALLE; BRITES, 2012). Portanto, é de extrema
importância se obter mais informações sobre serpentes periantrópicas.
2-Anatomia do sistema reprodutor
O aparelho reprodutor feminino da C. d. terrificus (Figura 1) está localizado na
cavidade celomática, constituído por dois ovários em formas de cachos, sendo o ovário direito
mais cranial que o ovário esquerdo (ALMEIDA-SANTOS, 2005) e dois ovidutos, ambos
assimétricos, que terminam na cloaca (GHELMAN, 1998). Os ovários são a fonte dos
gametas femininos, responsáveis pela produção dos óvulos e hormônios necessários para
maturação dos óvulos e a cadencia dos ciclos de reprodução (FRANDSON et al; 2011). O
oviduto é dividido em quatro regiões, infundíbulo, útero anterior e posterior e vagina
(ALMEIDA-SANTOS; ORSI, 2002; MARINHO, 2007), suas funções incluem a produção do
ovo, nutrição, parturição e armazenamento de esperma (ALMEIDA-SANTOS, 2005).
Figura 1. Sistema reprodutor feminino de Crotalus durissus terrificus. Vista do ovário
e óvulos aquiescentes.
As fêmeas de C. durissus possuem um ciclo reprodutivo sazonal e bienal, dividido em
uma primeira fase de maturação folicular, acasalamento e gestação em um ano e uma
5
subsequente fase de parturição e quiescência folicular no outro ano (ALMEIDA-SANTOS;
ORSI, 2002).
O sistema reprodutor masculino (Figura 2) está localizado na cavidade celomática,
sendo composto por duas gônadas responsáveis pela produção de gametas (espermatozóides)
e hormônios responsáveis pelo comportamento sexual e cadenciamento dos ciclos
reprodutivos. (FRANDSON et al., 2011). Na C. durissus os testículos se apresentam
assimétricos, a direita mais cranial que a esquerda e dois ductos deferentes e epidídimo
(MARINHO, 2007). O órgão copulador masculino, denominado de hemipênis, par e
localizado no interior da cauda (DENARDO, 2006), não havendo a presença de uretra e sim
de um sulco espermático (VASSE, 1994; VALVERDE, 1998). Nos machos o ciclo
reprodutivo é sazonal, porém, diferente das fêmeas, o ciclo reprodutivo apresenta-se
anualmente (ALMEIDA-SANTOS, 2005).
6
Figura 2. Sistema reprodutor masculino de Crotalus durissus terrificus. Vista dos
testículos esquerdo e direito em assimetria.
3-Hematologia
O sangue tem importante papel no transporte de metabólicos com função de suprir
cada célula do corpo mantendo o organismo estável, desta maneira distribuindo nutrientes
absorvidos do trato digestório e órgão anexos, realizando o transporte de gazes para a
hematose realizada nos pulmões, transportando hormônios, controle e manutenção da
temperatura e PH, além de papel ativo na defesa do organismo (FRANDSON et al., 2011).
A hematologia consiste no estudo dos componentes do sangue podendo ser divididos
em três categorias: Eritrócitos, glóbulos vermelhos ou hemácias, trombócitos ou plaquetas,
glóbulos brancos ou leucócitos. Ocasionalmente podem ser detectadas outras células que
normalmente não se apresentam na circulação tais como mastócitos ou plasmócitos,
geralmente devido ao fato que estas células são neoplásicas (KERR, 2003; FRANDSON et
al., 2011).
3.1-Hemácias
Apresentam a forma de discos bicôncavos com margem circular espessa e a parte
central fina e anucleada em mamíferos, a hemoglobina é o principal constituinte dos
eritrócitos desempenhando um importante papel no transporte de oxigênio e dióxido de
carbono durante o processo da hematose (FRANDSON et al., 2011). Nos répteis, assim como
as aves, existem algumas discrepâncias quanto à morfologia das células sanguíneas, devido ao
fato dos eritrócitos possuírem nucleação (Figura 3), diferente dos padrões encontrados nos
mamíferos (KERR, 2003; FRANDSON et al., 2011). Observando que durante a sua contagem
em répteis estes podem ter variações consideráveis, de maneiras interespecificamente e
intraespecifica ocasionada por fatores como condição nutricional, sanidade do animal, sexo e
idade (GARCIA-NAVARO; PACHALY, 1994).
7
Figura 3. Observação em microscopia de hemácias em esfregaço sanguíneo de
Crotalus durissus terrificus.
3.2-Trombócitos
Também conhecida como plaquetas em mamíferos, tem importante papel na
hemostasia do controle de sangramento, coagulação e coágulos, criando uma barreira física
para uma abertura no vaso sanguíneo, através de uma aglomeração plaquetária e então
mediadores químicos liberados pelas plaquetas juntamente com fibrinogênio e diversos
fatores de coagulação do plasma sanguíneo resultam na coagulação do sangue e na criação de
um coágulo sanguíneo a base de fibrina e estável (CUNNINGHAM, 1999).
Os trombócitos são visíveis como fragmentos granulados de coloração azul pálida, em
mamíferos normalmente são menores que em aves e répteis (Figura 4), mas normalmente
ambas se apresentam menores que as hemácias (KERR, 2003). Já foi relatada a presença de
trombócitos em processos inflamatórios por corpo estranho em tartarugas tigre d`água,
sugerindo a participação dessas células em processos inflamatórios nos répteis (RAMOS,
1992). Existem poucos trabalhos com descrições de perfis hematológicos em quelônios
devido as diferenças na metodologia de contagem, e os valores aumentados no número de
trombócitos podem ter algum sentido biológico com as alterações de leucócitos devido ao
fatos dos animais amostrados estarem bem adaptados ao meio (FERRONATO, 2008).
8
Figura 4. Observação em microscopia de trombócito em esfregaço sanguíneo de
Crotalus durissus terrificus.
3.3-Leucócitos
Conjunto de células brancas e suas percussoras, que utilizam do fluxo sanguíneo como
meio de transporte até o seu sítio de atuação final dos tecidos. Seu número circulante reflete o
equilíbrio entre demanda e fornecimento (KERR, 2003). As células brancas podem ser
dividias em duas categorias os granulócitos ou mielócitos (basófilos, eosinófilos, azurófilos,
heterófilos) e os agranulócitos (linfócitos e monócitos) com base na ausência ou presença de
grânulos citoplasmáticos que se coram com o sangue comum (FRANDSON et al., 2011).
3.4-Basófilos
São células nucleadas geralmente pequenas, mas de tamanho variável que contendo
grânulos redondos (Figura 5), possuindo múltiplos compostos incluindo a heparina que evita a
coagulação sanguínea, e a histamina que relaxa a musculatura dos vasos sanguíneos
(FRANDSON et al., 2011). Raramente são vistos em quelônios e fatores como sazonalidade
parecem ter pouca influência sobre números basófilos, sendo também encontrados raramente
em serpentes do gênero Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) (Serpentes, Colubridae). Estudos
têm mostrado que em répteis os basófilos répteis possuem imunoglobulinas de superfície
reativas com a liberação de histamina (FUDGE, 2000).
9
Figura 5. Imagem de basófilos. Fonte: Reagan et al. (2011)
3.5-Eosinófilos
Contem citoplasma granulado, núcleo isolado ou bilobado, pouco oval arredondado,
sua função esta envolvida com a fagocitose dos imunocomplexos associado com infecções
parasitárias, geralmente constituem mais de 20% do total dos leucócitos, em períodos de alta
atividade metabólicas dos animais os eosinófilos aparecem em baixa proporção e em períodos
de baixo metabolismo existem altas concentrações na corrente sanguínea, ocasionalmente
podem apresentar coloração azul-verde, em algumas espécies como a iguana e o teiú.
Normalmente em serpentes constritoras como as caninanas e pítons os Eosinófilos podem
talvez se apresentar em menor quantidade (FUDGE, 2000).
A principal função do eosinófilo é a desintoxicação por inativação da histamina. Sua
relevância clinica quando apresenta alta concentração na corrente sanguínea (eosinofilia) esta
correlacionada a reações alérgicas, parasitismo, lesão tecidual, ciclo estral, gestação e parto
(KERR, 2003).
3.6-Azurófilos
10
São células presentes em anfíbios e répteis, especialmente em muitas espécies de
serpentes (CANFIELD, 1998; FUDGE, 2000) que são monócitos diferenciados (Figura 6),
apresentando uma granulação rosa semelhante a uma poeira, com grande quantidade de
citoplasma e núcleos em formas ovais, arredondados ou em forma de “U”, podendo conter
alguns vacúolos citoplasmáticos claros (REAGAN et al., 2011). Acredita-se que a azuropenia
representa uma resposta antigênica a doenças de ordem infecciosas em répteis (MADER,
2000).
Figura 6. Observação em microscopia de azurófilo observado em esfregaço sanguíneo.
3.7-Heterófilos
Apresentam citoplasma com numerosos grânulos, alongados em bastonetes, ovais ou
fusiformes em répteis (Figura 7), entretanto, seu tamanho varia conforme a espécie reptiliana,
podendo variar de 10 a 23 µm (REGAN et al., 2011).
Porcentagens hematológicos apresentando níveis elevados de heterófilos foram
relatadas em animais saudáveis, que podem ser associados com baixas contagens de células
brancas totais, no entanto, fatores como hibernação e estresse são determinantes para elevar
ou diminuir respectivamente o número de células circulantes (FUDGE, 2000). Outra
observação pertinente é o indicativo de estresse crônico observado pelo aumento de
heterófilos e a diminuição de linfócitos (FERRONATO, 2008)
11
Figura 7. Observação em microscopia de heterófilo em esfregaço sanguíneo de Crotalus
durissus terrificus
3.8-Linfócitos
Estas células apresentam nucleação relativamente grande e em contra partida uma
pequena quantidade de citoplasma (Figura 8). Na maioria das espécies estas células são o
segundo tipo de leucócitos circulantes mais prevalecentes, sendo identificados três tipos de
linfócitos (linfócito B, linfócito T e linfócito NK), não possuindo diferenças estruturais
(FRANDSON et al., 2011). O aumento de linfócitos na corrente sanguínea é denominada
como linfocitose, tendo relevância na clínica para répteis em casos de inflamação,
cicatrização, e doenças infecciosas de origens bacterianas e virais (MADER, 2000).
12
Figura 8. Observação em microscopia de linfócito observado em esfregaço sanguíneo
de Crotalus durissus terrificus.
3.9-Monócitos
Essas células se assemelham a de mamíferos, tendo coloração azul-cinzenta
citoplasmática e podendo apresentar vaculos ou granulações. Já foi observado que em répteis
os monócitos podem ser afetados por fatores sazonais. As células são nucleadas e ovais e são
observados com infecções bacterianas graves, tendo funcionalidade fagocíticas, sendo
importantes na resposta à infecção granulomatosa microbiana (FUDGE, 2000). Os monócitos
têm sua origem na medula óssea, entretanto estes se diferenciam em macrófagos quando
migram dos vasos para os tecidos (CUNNINGHAM, 1999).
3.10-Hematimetria
A interpretação básica para o estudo dos parâmetros consiste na mensuração primária
das hemácias, fornecendo dados sobre seu tamanho, volume globular mensurados de uma
fração da amostra, obtendo valores do volume corpuscular médio (VCM) e da concentração
hemoglobínica corpuscular média (CHCM), ambas através de formulas aritméticas (KERR,
2003).
4-Bioquímica
13
A interpretação dos resultados da bioquímica plasmática são específicos para cada
constituinte específico no plasma, norteado por princípios onde a finalidade é considerar a
razão a qual determinada substância esta presente no plasma e seu papel desempenhado.
Inicialmente parece ser algo complexo a interpretação do exame de bioquímica, mas o
raciocínio fica cada vez mais lógico, quanto mais casos forem interpretados a luz dos
princípios clínicos laboratoriais norteadores associados a anatomia, fisiologia e clínica
(KERR, 2003).
4.1-Uréia
A uréia é um subproduto do metabolismo muscular esquelético (FRANDSON et al.,
2011), transportada pelo plasma até os rins e posteriormente excretada. A concentração
plasmática de uréia pode ser causada por vários fatores diferentes, como fatores alimentares,
efeitos metabólicos causados por patologias como septicemia grave, alterações hormonais,
estado catabólico, falhas nos ciclo metabólico (hiperamoniemia) e insuficiência renal (KERR,
2003).
4.2-Proteína plasmática
O plasma sanguíneo normalmente contém misturas de proteínas de globulina,
albumina, e fibrinogênio que inicialmente são sintetizadas no fígado e adicionadas a corrente
sanguínea (CUNNINGHAM, 1999). Todas possuem funções diversificadas e específicas, mas
juntas funcionam na manutenção da pressão osmótica do plasma, existindo uma circulação
secundária de proteínas em especial a albumina, que é contida nos capilares da circulação
linfática e a proteína total, que pode ser mensurada através da refratometria (KERR, 2003). É
considerada como um dos mais importantes fatores nutricionais na alimentação de animais
(JIA et al., 2005)
5-Parasitologia
A parasitose em serpentes vem sendo amplamente relatada, isso devido ao fato que as
serpentes em geral podem ser parasitados por uma vasta variedade de endoparasitos, dentre os
mais importantes os cestódeos, os nematódeos, e os trematódeos (SILVA, 2000).
14
No Brasil estudos parasitológicos com C. durissus tem sido frequentemente abordado
por estudos, incluindo relatos de novas espécimes como o Ophidascaris durissus sp.
(Nematoda, Ascarididae). (PANIZZUTTI et al., 2003). As infecções de ordem parasitárias
configuram importante destaque, não somente no aspecto biológico como também clínico,
visto que é uma casuística de óbito em serpentes (ROSSELINI, 2007). Na clínica de répteis os
exames coproparasitológicos desempenham fundamental papel para diagnósticos quanto ao
estado de saúde do animal (JEPSON, 2010). Contudo, é importante ressaltar que a presença
de ovos de parasitos nas fezes pode representar infecções tanto dos ofídios quanto dos animais
oferecidos como alimento (TEIXEIRA, 2000).
15
MATERIAL E MÉTODOS
1-Local de estudo
O trabalho foi desenvolvido na Universidade Severino Sombra na Unidade de Ensino,
Pesquisa e Extensão Prof. Antônio Orlando Izolani na cidade de Vassouras (RJ). O Município
de Vassouras está localizado a latitude 22° 24’ 14” sul e a longitude 43° 39’ 45” oeste e
possui uma área de 552,438 km2.
2-Recintos
As serpentes foram mantidas no Hospital Veterinário da Unidade de Ensino, Pesquisa
e Extensão Prof. Antônio Orlando Izolani da Universidade Severino Sombra na cidade de
Vassouras (RJ). Os espécimes ficaram em ambiente de controle restrito acondicionadas em
terrários de vidro entre 80 x 40 x 54 cm e 60 x 30 x 40 cm, proporcionalmente ao tamanho de
cada indivíduo, conforme normativa 001/89-p de 1989 do Ministério do Meio Ambiente,
seguindo as seguintes características conforme atribuição legal. Para o bem-estar dos animais,
algumas observações quanto ao terrário foram levadas em consideração, incluindo substratos
de areia ou papel e esconderijo ou refugio para o animal e matérias para enriquecimento como
pedras, assim como tapete de aquecimento com termostato e marcadores de temperatura e
umidade (JEPSON, 2010).
O suporte nutricional foi por meio de alimentação por roedores de pequeno porte que
constituem cerca de 90 a 80% da alimentação provindos do Biotério da Universidade
Severino Sombra da cidade de Vassouras (RJ). O manejo alimentar foi realizado duas vezes
por semana com camundongos (Figura 9) swiss Mus musculus domesticus (Schwarz &
Schwarz, 1943) (Rodentia, Muridae).
16
Figura 9. Alimentação dos espécimes de Crotalus durissus terrificus cativos com
roedores
3-Período do estudo
Os espécimes de C. durissus terrificus foram capturados em Vassouras por munícipes
e corpo de bombeiros da região. Assim que chegavam ao Hospital Veterinário, permaneciam
acondicionados nos terrários provisórios por 48 horas para redução do estresse. Todos os
espécimes foram mensurados quanto às suas características externas (comprimento total) e
sua massa corpórea (MC), foi feita a determinação do sexo (sexagem) e a coleta de amostras
de sangue. Após obtenção dos dados, os jovens foram reintroduzidos nos locais de captura
seguindo as preceituações do procedimento do Sistema Nacional de Autorização e Informação
da Biodiversidade (SISBIO/IBAMA).
Os espécimes adultos (machos e fêmeas) foram eutanasiados com barbitúricos ou
outros anestésicos gerais injetáveis, associados com cloreto de potássio, conforme
preceituação legal para répteis conforme normativa 714/02 de 2002 do Conselho Federal de
Medicina Veterinária, visando posteriores estudos de morfologia e morfometria dos órgãos
internos e endoparasitos (Figura 10). O presente estudo possui respectivamente as aprovações
do Comitê de ética da USS/CEUA N°010/2014 e do SISBIO (Processo no 46529-1).
17
Figura 10. Preparo de espécimes de Crotalus durissus terrificus para procedimento de
eutanásia
Cada espécime devidamente contido foi preparado para coleta de sangue. As amostras
foram colhidas por acesso à veia coccigeana ventral, por acesso aos ramos espinhais dorsais
das veias espinhais dorsolaterais e por punção cardíaca (NEVES-JUNIOR et al., 2006). Em
cada amostragem foram coletados 2 mL de sangue para exames, conforme protocolo
laboratorial da Universidade Severino Sombra. No exame de hemograma foi utilizado 1 mL
do material acondicionado em tubo de coleta de sangue com anticoagulante heparina a 0,25
mL, e para bioquímica 1 mL acondicionado em tudo de coleta de sangue, sendo
posteriormente centrifugado e separado o plasma do sangue.
Para determinação do volume globular (VG) ou hematócrito (Ht), cada amostra de
sangue após ser homogeneizada foi passada para tubos de microhematócrito por capilaridade.
Os tubos foram centrifugados a 11500 rpm durante cinco minutos e a leitura do feita em
escala padronizada, obtendo-se o percentual de eritrócitos sedimentados.
A contagem total dos tipos celulares foi realizada em microscópio de luz em aumento
de 400x. Os eritrócitos foram contados utilizando-se 5 quadrados dos 25 quadrados centrais
do hemocitômetro Neubauer, contabilizando 1/5 do mm3. A contagem dos trombócitos foi
realizada nos 25 quadrados centrais contabilizando 1 mm3. A leucometria global foi realizada
nos 4 quadrados laterais, contabilizando os leucócitos em 4 mm3. Durante as contagens
globais de todas as linhagens, as células foram contabilizadas no interior dos seus respectivos
quadrados até a segunda linha acima e à esquerda. Após as contagens de cada linhagem
celular, os resultados foram corrigidos de acordo com a diluição utilizada, a altura e a área de
18
contagem para cada linhagem na câmara de Neubauer. Após a contagem foram aplicados, os
seguintes fatores de correção: para a eritrometria (5.000), para a leucometria global (250) e
para trombocitometria (1.000) (Nascimento et al., 2006).
Para obtenção do Volume corpuscular médio VCM (fl) que constitui a mensuração do
tamanho de hemácias foi realizado por cálculo aritmético com base do hematócrito e na
contagem de hemácias da amostra (VCM = hematócrito ÷ hemácias x 10) (KERR, 2003). A
concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) que constitui a mensuração de
concentração de hemoglobina nas hemácias foi obtida através de cálculo aritmético a partir do
hematócrito da concentração total de hemoglobina. (CHCM= concentração de hemoglobina ÷
hematócrito x 100) (KERR, 2003).
No exame de bioquímica de hemoglobina, uréia foi utilizado kit comercializado pela
bioclin®, as respectivas leituras foram realizadas em espectrofotômetro da Bioeasy (Bio-
200Vet). Para avaliação da proteína plasmática, o plasma de cada tubo de micro hematócrito
foi observado em refratômetro manual, conforme protocolo do Laboratório de Análise Clínica
Veterinária da USS.
4-Exames clínicos
A massa corpórea foi aferida com os espécimes acondicionados dentro de caixa
plástica e posteriormente pesados em balança plataforma Micheletti® de base mecânica,
digital Bivolts 80 cm x 70 cm x 20 cm. A morfometria foi efetuada com fita métrica. Para
realizar o exame de sexagem foi levado em consideração que a cascavel não possui
dimorfismo sexual ou cromático, sendo assim, o modo mais seguro e comumente usado em
serpentes monomórficas é por sonda-sexagem, onde uma pequena sonda metálica, rígida de
ponta romba, devidamente esterilizada e lubrificada com óleo mineral foi introduzida na
cloaca e dirigida caudalmente para um dos lados da linha média para sexar os espécimes
(CUBAS et al., 2006; JEPSON, 2010).
5-Exames parasitológico
Os exames parasitológicos foram feitos a partir da necropsia do sistema digestório e
pulmonar e de coleta do material fecal recolhido a fresco dos terrários e acondicionado em
recipientes coletores apropriados (Figura 11). O exame de fezes foi feito por flutuação com
19
solução saturada de cloreto de sódio. A coloração foi feita com hematoxilina e eosina, e
microscopia de imersão, conforme protocolo utilizado no laboratório de análise veterinária da
Universidade Severino Sombra. A avaliação e identificação dos parasitos foram feitas de
acordo com o trabalho de TEIXEIRA (2000) e BARBOSA (2006).
Figura 11. Coleta de material fecal para exame coproparasitológico de Crotalus
durissus terrificus.
Para o exame parasitológico de hemoparasitos foi realizado o esfregaço de sangue
total. Método eficaz de investigação hematológica, onde a lâmina é mergulhada em três
soluções em sucessão de corantes hematológicos, e através de microscopia informações
podem ser obtidas como morfologia da célula, avaliação qualitativa e quantitativa e a
presença de hemoparasitos (KERR, 2003). Os exames foram realizados conforme protocolo
do Laboratório de Análise Clinica Veterinária da Universidade Severino Sombra.
6-Coleta de sangue
Na coleta de sangue (figuras 12 e 14) as amostras foram colhidas por acesso à veia
coccigeana ventral ou por acesso aos ramos espinhais dorsais das veias espinhais dorsolaterais
e por punção cardíaca pela região ventral, no terço proximal a cabeça e por meio de palpação
com as pontas do dedo localiza-se a base do coração, que é reconhecida pela forte pulsação
local, em posição lateralizada pelo lado direto, no espaço entre as junções das sexagésima
oitava escama ventral com as escamas laterodorsais. Foi realizada a higienização do local com
álcool 70% e após a limpeza foi inserida a agulha em uma angulação de 90°, lentamente até
20
transpassar as escamas e musculatura atingindo o coração, confirmando o posicionamento
correto, constatado pela forte sensibilidade da pulsação cardíaca. Finalmente foi retirado o
sangue lentamente para não promover o colabamento das paredes cardíacas.
Em cada amostragem foi retirado 2 mL de sangue para exames. Para o exame de
hemograma foi colhido 1 mL do material, acondicionado em tubo de coleta de sangue com
anticoagulante heparina a 0,25 mL e, para bioquímica, 1ml acondicionado em tudo de coleta
de sangue, sendo posteriormente separado o plasma para exame bioquímico de uréia/ácido
úrico de acordo com os kits comercializados e proteína plasmática, conforme protocolo do
Laboratório de Análise Clinica Veterinária da Universidade Severino Sombra.
Figura 12. Contenção do espécime de Crotalus durissus terrificus para coleta de
sangue
21
Figura 13. Realização de coleta de sangue de Crotalus durissus terrificus por punção
cardíaca.
7-Avaliação anatômica morfológica
Dos 11 espécimes capturados foram selecionados 10 indivíduos em condições
reprodutivas, levando em consideração o tamanho (comprimento total) e peso (massa
corpórea). Em seguida foram devidamente eutanasiados com barbitúricos ou outros
anestésicos gerais injetáveis, associados com cloreto de potássio, conforme preceituação legal
para répteis conforme normativa 714/02 de 2002 do Conselho Federal de Medicina
Veterinária. Após eutanasiados os animais foram necropsiados para dissecação, biometria e
avaliação macroscópica anatômica das gônadas. A condição reprodutiva nos machos foi
avaliada pelo grau de enovelamento dos ductos e pelo comprimento e largura dos testículos
desenvolvidos e das fêmeas pela condição de folículos vitelôgenicos e embriões encapsulados
no oviduto. A morfometria foi realizada com um paquímetro digital conforme os trabalhos de
ALMEIDA-SANTOS; ORSI (2002) e ARGÁEZ (2006).
Na avaliação anatômica dos testículos foram utilizadas duas fórmulas estimado o volume
(VOL) testicular utilizando a fórmula que mais se aproximou do valor por deslocamento de
líquido, a fórmula do cilindro, adotada também por FIELDS et al. (1979):
VOL = 2 [(r2) x π x h]
Em que o raio (r) é calculado a partir da largura (LARG ÷ 2), comprimento ou altura (h), e PI
(π) = 3,14. O volume estimado foi expresso em cm3 referenciando distintamente aos dois
testículos direito e esquerdo.
E também utilizando a fórmula elipsóide que mais se aproxima do formato testicular também
adotada pro ARGÁEZ (2006):
VOL = ( )π ( )2 ( )
Em que e PI (π) = 3,14 e (L) é calculado a partir da largura e (C) é calculado a partir do
comprimento, o volume estimado foi expresso em mm3.
8-Análise de dados
22
Os dados obtidos a partir dos exames de sangue hemograma e bioquímica e
morfometria, tamanho e peso das gônadas sexuais foram tabulados e obtidas as médias e
desvio padrão.
As definições de intensidade da infecção por endoparasitos serão tratadas de forma
percentual de acordo com a classificação taxonômica do parasito.
RESULTADOS
Os dados morfométricos foram obtidos dos 11 espécimes de Crotalus durissus
terrificus (machos adultos = 3; fêmeas adultas = 7 e uma fêmea jovem). Os machos adultos
variaram de 250 g a 400 g de massa corpórea e as fêmeas adultas de 150 g a 2.050 g,
apresentando a média de peso de 655 g ± 568,4 g. Quanto ao comprimento total (CT) dos
espécimes, este variou de 80c m a 90 cm para os machos adultos e de 80 cm a 125 cm para as
fêmeas, com comprimento médio de 97,64 cm ± 18,03 cm.
Dos espécimes de C. d. terrificus necropsiados (machos adultos=3; fêmeas adultas
=7), foi observado que nas fêmeas adultas todos os órgãos reprodutivos encontravam-se sem
alterações estruturais, correspondendo ao posicionamento anatômico, sendo o ovário direito
maior e mais cranial em comparação ao ovário esquerdo, apresentando assimetria. Os ovários
direitos variaram de 40,87 mm a 69,99 mm em comprimento, com média de 55,88 mm ±
11,34 mm, com folículos que variaram de 3,08 mm a 7,58 mm, com média de 4,81 mm ± 1,36
mm. Os ovários esquerdos variaram de 43,89 mm a 68,44 mm em comprimento, com média
de 52,51 mm ± 9,52 mm e com folículos que variaram de 3,69 a 8,73 mm, com de média 6,05
mm ± 1,57 mm. Quanto a condição reprodutiva todos os ovários apresentaram folículos
quiescentes de cores esbranquiçadas e transparentes sem disposição de vitelos embrionários.
Também foi identificada a presença de tecido adiposo envolvendo as gônadas e ovidutos.
Nos machos não foram observadas alterações estruturais e no posicionamento
anatômico, os testículos apresentaram assimetria. O testículo direto se estendia cranialmente
em relação ao testículo esquerdo. Os testículos direitos variaram de 23,27 mm a 26,12 mm em
23
comprimento com média de 24,3 mm ± 1,58 mm. Em largura variaram de 6,58 mm a 7,75
mm com média 7,18 mm ± 0,59 mm, apresentando volumes que variaram de 1,60 cm3 a 2,46
cm3.Os testículos esquerdos variaram de 20,07 mm a 22,66 mm em comprimento com média
de 21,26 mm ± 1,31 mm. Em largura variaram de 6,21 mm a 7,19 mm, com média de 6,54
mm ± 0,57 mm, apresentando volumes que variaram de 1,27 cm3 a 1,63 cm3 para fórmula
cilíndrica e de 424,15 mm3 a 819,71 cm3 para fórmula elipsóide. Assim como nas fêmeas, foi
identificada a presença de corpos gordurosos envolvendo as gônadas masculinas.
Os exames hematológicos do presente estudo foram dispostos em contagem de
linhagem celular, em valores absolutos e parâmetros totais com fatores de correção (Tabela
1). A contagem de eritrócitos média foi de 37 ± 19,14, e pela contagem absoluta apresentaram
valores médios de 187273 ± 95717,39. Os hematócritos apresentaram uma média de 25% ±
0,04. Os valores referentes à hemoglobina foi de 9,25 ± 7,05.
O Volume corpuscular médio VCM (fl) com média de 16,03 fl ± 5,26 fl, nos
parâmetros totais o VCM obteve média de 1764 fl ± 1048,04 fl. A concentração de
hemoglobina corpuscular média (CHCM) obteve média de 74,55 g/dl ± 22,55 g/dl, e em
parâmetros globais de CHCM foi de 74,55 g/dl ± 22,55 g/dl. Os leucócitos apresentaram uma
contagem leucocitária média de 8 ± 4,01, e em parâmetros globais média de 1886 ± 1002,2.
Os Heterófilos apresentam média de 46,18 ± 16,76, e em contagem global do presente
trabalho foi observada média de 855,91 ± 592,19. Os linfócitos apresentaram contagem média
de 18,45 ± 9,92, e em de valores globais de 363,00 ± 243,68. Os azurófilos apresentaram
contagem média foi de 19 ± 18,11, e em valores globais média de 769 ± 500,0. Os basófilos
média de 0,0 ± 0,0, tanto para contagem de linhagem como em valores globais. Os
trombócitos apresentaram média de 9 ± 3,32, e em contagem global média de 8636 ± 3324,84.
Nos exames de bioquímica plasmática (Tabela 2), observadas variações médias de
8,01 mg/dl ± 2,99 mg/dl para uréia e médias de 4,62 g/dl ± 0,76 g/dl para proteína plasmática.
Em todos os espécimes estudados não houve a ocorrência de hemoparasitose por
intermédio dos exames de esfregaço sanguíneo, entretanto, duas fêmeas adultas apresentavam
parasitismo por nematoides, identificado em uma fêmea através de exame
coproparasitológicos de flutuação com a presença de ovos de espécime de nematóide da
ordem Ascaridida. A segunda fêmea, por necropsia em seu sistema digestório, apresentou o
sitio de fixação localizado na porção caudal do estomago a presença de uma fêmea de
nematóide da ordem Ascaridida, identificada através da morfologia da região anterior
trirradiada da cavidade peribucal.
24
Tabela 1. Parâmetros hematológicos de Crotalus durissus terrificus de valor absoluto com fatores de correção no presente estudo e em contagem de linhagem celular; média e desvio padrão.
Tabela 2. Parâmetros bioquímicos plasmáticos de uréia e Proteína plasmática de Crotalus durissus
terrificus no presente estudo; média e desvio padrão.
Parâmetros Presente Estudo
Uréia mg/dl 8,01 ± 2,99
Proteína plasmática g/dl 4,62 ± 0,76
Parâmetros Valores absolutos Linhagem celular
Eritrócitos 187273±95717,39 37±19,14
Hematócrito(%) 25±0,04 25±0,04
Hemoglobina 19,25±7,05 19,25±7,05
VCM(fl) 1764±1048,04 1764±1048,04
CHCM(g/dl) 74,55±22,55 74,55±22,55
Leucócitos 1886±1002,2 8±4,01
Heterófilos 855,91±592,19 46,18±16,75
Linfócitos 363,00±243,68 18,45±9,92
Azurófilos 769±500 19±18,11
Basófilos 0±0 0,0±0,0
Trombócitos 8636±3324,84 9±3,32
25
DISCUSSÃO
De acordo com o perfil morfométrico apresentado no presente trabalho, pois os
espécimes machos de C. d. terrificus analisados apresentaram massa corpórea de 589,91 g±
42,10 g e fêmeas de 633,42 g ±42,50 g, estando em concordância com MARINHO (2007). No
trabalho realizado no Instituto Butantã por ALBUQUERQUE (2007), o peso dos machos
adultos variou de 525 a 1920 g e das fêmeas adultas de 560 g a 2550 g. No trabalho de
NOGUEIRA (2004) foi observada a massa corpórea de 539,02 g ± 269,41 g e o comprimento
total (CT) de 95 cm ± 13 cm. Dessa forma, os dados do presente estudo, estão de acordo com
os trabalhos anteriores com relação a massa corpórea de C. durissus. MELLO (2013)
observou em C. durissus uma média de massa corpórea de 723,69 g e CT de 99,8 cm,
corroborando também os dados observados.
Durante as necropsias os órgãos reprodutivos foram encontrados sem alterações
estruturais, em ambos os sexos, correspondendo ao posicionamento anatômico e a presença de
tecido adiposo abdominal como observado por PIZZATO et al. (2007) e SUEIRO (2013)
Quanto aos resultados da morfometria folicular esquerda e direita, estes estão de acordo com
os estudos de SANTOS (2005) e MATAYOSHI (2011) e em relação ao tamanho menor que
10mm de quiescência folicular, corroboram com os dados obtidos por ALMEIDA-SANTOS;
ORSI (2002). Os testículos direito e esquerdo apresentaram parâmetros morfométricos em
acordo com os estudos apresentados por SANTOS (2005) e quanto ao comprimento testicular
com MATAYOSHI (2011) e em volume testicular utilizando a fórmula elipsoide, estando em
acordo com ARGAÉZ (2006). Vale ressaltar que a utilização da fórmula cilíndrica é
condizente para mensuração de volume testicular na substituição da técnica de deslocamento
de água em exames andrológicos.
Em relação aos valores apresentados na Tabela 3, os valores médios da contagem de
eritrócitos são menores das médias apresentada por CUBAS et al. (2007) e por
26
ALBUQUERQUE (2007), entretanto, ambos obtiveram esses parâmetros mediante pesquisas
com espécimes de C. durissus em cativeiro. Espécimes de C. durissus em vida livre
apresentaram valores também superiores de 326,6 ± 87,3 conforme trabalho de ALVES et al.
(2014). Valores médios inferiores também foram relatados nos trabalhos de MOTTA (2005),
apresentando a divisão em grupos de machos com média de 0,62 ± 0,08 e em fêmeas com
0,64 ± 0,09. Valores de animais oriundos da Argentina de vida livre e que confinados por
regime de quarentena a vida cativa, também apresentaram médias inferiores a 22, 7 ± 3,57
como apresentadas por TROIANO et al. (1997).
Os valores apresentados na Tabela 4, referentes aos eritrócitos, obtidos pela contagem
absoluta, apresentaram valores médios de 187273 ± 95717,39, sendo muito superiores aos
apresentados por TROIANO et al. (1997). Dessa forma, os dados do presente estudo, estão
em desacordo com os trabalhos anteriores com relação a contagem de eritrócitos para C.
durissus. A condição eritrocitária apresentou divergência com os demais autores, o que reflete
nas condições gerais metabólicas e influencias interespecíficas e intraespecíficas conforme
observado por GARCIA-NAVARO; PACHALY (1994). Baixas contagens remetem a um
sugestivo quadro de anemia e ou doenças crônicas como, por exemplo, quadros de infecção,
conforme preceituado por FUDGE (2000). Contudo, algumas variações podem ocorrer
decorrentes de adaptações como vida cativa, soltura, manipulação, sazonalidade esses fatores
sempre estão relacionados direta ou indiretamente ao estresse por um curto ou determinado
período ou ao estresse crônico pelo qual os animais são submetidos (informações pessoais).
As serpentes no aspecto clínico sempre estão suscetíveis ao estresse observado por (CUBAS
et al. (2007) e JEPSON (2010).
Os hematócritos e os seus parâmetros são utilizados para mensurar os valores de
hidratação. Na Medicina Veterinária normalmente é associado com a proteína plasmática,
servindo de parâmetros para as reações fisiológicas de contração esplênica que atuam no
sequestro e liberação de hemácias na corrente circulatória conforme preceituado por KERR
(2003). Os valores de hematócritos nesse estudo apresentou média semelhante as médias
apresentadas por CUBAS et al. (2007) e ALBUQUERQUE (2007).VALENÇA (2012)
apresentou média de 27,14% ± 2,85 e valor médio de 22,7% ± 3,57, o mesmo relatado por
TROIANO et al. (1997). MOTTA (2005) relata de forma separada para os sexos de C.
durissus em seu estudo, valores médios de hematócritos de 28,59% ± 2,88 para machos, e de
30,13% ± 2,91 para fêmeas.
27
Na Tabela 4 o valor obtido também apresenta compatibilidade com os dados
apresentados por SILVA et al. (2009), com média de 20,8% ± 3,8 para os valores referentes
ao hematócrito. Dessa forma, o presente estudo, concorda com todos os autores em relação à
contagem de hematócrito de C. durissus. Mediante as observações dos hematocritos
associadas aos resultados de proteína plasmática, eritrócitos, VCM CHCM os resultados
sugeriram cinco animais apresentando quadro de desidratação.
A hemoglobina possui uma grande relevância para cálculos hematimétricos, podendo
ser correlacionada a diagnósticos específicos como a anemia hemolítica aguda associada a
infecções, nefropatias, alterações sanguíneas, glicose e cetonas conforme KERR (2003). Os
valores referentes à hemoglobina nesse estudo (Tabela 3) apresentam discrepâncias, visto que
no presente estudo a média foi elevada,comparada aos estudos apresentados por TROIANO et
al. (1997), CUBAS et al. (2007), ALVES et al. (2014), ALBUQUERQUE (2007) e
VALENÇA (2012). MOTTA (2005) apresenta valores médios de 8,75 ± 0,91 para grupo de
machos e 9,06 ± 1,24 para o grupo de fêmeas, e apresentando a média total de 11,5 ± 4,3. Na
Tabela 3, os valores para hemoglobina descritos por SILVA et al. (2009) relatam a média de
5,5 ± 1,1. Dessa forma, os dados apresentados no estudo, estão em desacordo com os
trabalhos apresentado com relação a dosagem de hemoglobina de C. durissus. Alterações em
valores de hemoglobinas podem ter causas ambientais segundo VALENÇA (2012).
Os valores médios do Volume Corpuscular Médio (VCM) (fl) apresentados no
presente estudo possuem uma discrepância (Tabela 4) com média de 16,03 fl ± 5,26. No
estudo de ALVES et al. (2014) foi relatado um valor superior a média de 10,47 fl ± 1,8 e
inferior as médias apresentadas por todos os demais autores referidos na Tabela 3.
Nos parâmetros totais (Tabela 4) o VCM obteve média de 1764±1048,04, superior a
média de 569,6 fl ± 92,1 descrita por SILVA et al. (2009). Mediante os dados apresentados
com relação ao presente estudo, estão em desacordo com VCM de C. durissus. Esta
classificação não é específica para a causa da anemia, mas é útil quanto ao mecanismo
patofisiológico o que ajuda na seleção do protocolo de tratamento (GONZÁLEZ; SILVA,
2008)
A concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) obtida nesse estudo
(Tabela 3) apresentou uma média de 74,55 g/dl ± 22,55, valor este superior aos estudos
demonstrados por todos os outros trabalhos (Tabela 3).
Nos parâmetros globais com fatores de correção de (CHCM) (Tabela 4), o presente
estudo apresentou divergência dos valores médios de 26,2 g/dl ± 0,8 apresentados por SILVA
28
et al. (2009). Dessa forma, os dados apresentados no presente estudo estão em desacordo com
os demais trabalhos apresentados com relação a mensuração de concentração de hemoglobina
as hemácias em C. durissus. Segundo GONZÁLEZ; SILVA (2008) esta classificação não é
específica sobre a classificação do tipo da anemia, mas é útil quanto ao mecanismo
patofisiológico, o que ajuda na seleção da morfologia celular correlacionada ao tipo de
anemia apresentada. Diante dessas observações, constata-se que seis animais apresentaram
um quadro de anemia.
Os leucócitos conforme demonstrado na Tabela 4 do presente estudo, observou-se uma
contagem leucocitária média em desacordo com os valores médios de MOTTA (2005) para
machos e fêmeas. Valores estes que diferem também dos dados apresentados por CUBAS et
al. (2007).
Nos parâmetros globais (Tabela 4) o presente estudo obteve média de leucócitos que
difere inferiormente dos valores apresentados por TROIANO et al. (1997). Mediante os dados
apresentados no estudo, estão em acordo com MOTTA (2005) e em desacordo com os demais
autores em relação a contagem de leucócitos de C. durissus.
Os leucócitos (Tabela 3 e 4) apresentaram valores em desacordo com os autores,
considerando que ocorrem durante o processo inflamatório e infeccioso conforme preceituado
por Fudge (2000). De acordo com CUBAS et al. (2006) podem ocorrer variações sazonais que
interferem na leucometria específica e esta tendência é bastante acentuada em animais que
hibernam e ectotérmicos, mesmo em regiões tropicais, estando de acordo com os resultados
obtidos na presente pesquisa.
Os Heterófilos obtidos dos espécimes analisados no presente estudo (Tabela 3)
tiveram valores superiores aos referenciados por CUBAS et al. (2006), TROIANO et al.
(1997) e VALENÇA (2012) e ALBUQUERQUE (2007). Na contagem global do presente
trabalho (Tabela 3) foi observada uma média superior a apresentada por TROIANO et al.
(1997). Dessa forma, os dados apresentados no estudo estão em desacordo com os trabalhos
apresentado com relação a contagem de heterófilos em C. durissus. Heterófilos apresentaram
valores em desacordo com os autores sugerindo um considerável aumento no número e
volume de células. Percentagens hematológicas apresentando níveis elevados de heterófilos
foram relatadas em animais saudáveis, que podem ser associados com baixas contagens de
células brancas totais. No entanto, fatores como hibernação e estresse são determinantes para
elevar ou diminuir respectivamente o número de células circulantes, mas também é uma
29
representação clássica de células inflamatórias em répteis para quadros de infecções
generalizadas e necrose conforme preceituado por FUDGE (2000).
Os linfócitos no presente estudo (Tabela 3) apresentaram média inferior ao descrito
por CUBAS et al. (2006), VALENÇA (2012), TROIANO et al. (1997) e ALBUQUERQUE
(2007). Nos valores globais (Tabela 4) de linfócitos obtidos no presente estudo também houve
discrepâncias inferiores quando comparado com os dados obtidos SILVA et al. (2009) e
TROIANO et al. (1997). Mediante os dados apresentados com relação ao presente estudo, os
valores encontrados nas demais pesquisas estão em desacordo com a contagem de linfócitos
de C. durissus obtidos na presente pesquisa. Foi observado que ocorreu uma redução de
contagem celular e a redução de linfócitos é relatada por FUDGE (2000) durante o inverno,
quando ocorrem baixas de temperatura devido ao fato de serem animais ectotérmicos. No
presente estudo os espécimes não foram coletados no inverno, porém apresentaram baixa de
linfócitos indicando a linfopenia.
A contagem média dos azurófilos está de acordo com os dados obtidos por
ALBUQUERQUE (2007), VALENÇA (2012), CUBAS et al. (2006) e TROIANO et al.
(1997).Entretanto, para os valores globais obtidos nesse estudo (Tabela 4) foi encontrado
média de 769 ± 500,0, parâmetro este proporcionalmente inferior aos estudos apresentados
por SILVA et al. (2009) e TROIANO et al. (1997). Azurófilos apresentaram médias
compatíveis com os trabalhos apresentados (Tabela 3) e em desacordo com relação aos
valores descritos na Tabela 5, todavia, os índices sugerem um quadro de normalidade nos
azurófilos. O aumento deste tipo de celularidade esta correlacionada a infecções bacterianas e
processos de necrose segundo FUDGE (2000).
A média dos Basófilos obtidos no presente estudo (Tabela 3) está em conformidade
com os valores apresentados por ALBUQUERQUE (2007), os demais autores apresentaram
valores superiores foram relatados por CUBAS et al. (2006), TROIANO et al. (1997) e
VALENÇA (2012). Nos valores de contagem global apresentados na Tabela 4, o trabalho de
SILVA et al. (2009) obteve o mesmo resultado, diferente do valor médio encontrado por
TROIANO et al. (1997). Mediante os dados apresentados com relação ao presente estudo, os
parâmetros de contagem global estão em acordo com SILVA et al. (2009) e em desacordo
com os demais autores referentes a contagem de basófilos em C. durissus. Basófilos
apresentaram igualdade com os valores apresentados por ALBUQUERQUE (2007) e SILVA
et al. (2009), estando em discordância com os demais autores, entretanto, a ausência ou
30
presença pode variar na proporção de 0% a 40% no total de células brancas, dependendo de
fatores relacionados a sazonalidade, conforme preceituado por FUDGE (2000) para reptilia.
Os Trombócitos, conforme média dos parâmetros apresentados nesse trabalho (Tabela
3), difere superiormente da média relatada por CUBAS et al. (2007). Nos valores de contagem
global obtidos presente trabalho (Tabela 4), os trombócitos estão abaixo dos valores médios
relatados por SILVA (2009) e acima dos valores apresentados por TROIANO et al. (1997) e
apresentaram valores parcialmente relativos com MOTTA (2005). Contudo, os valores
divergiram com os demais autores, indicando um aumento de células, sendo esta uma
observação pertinente ao relatado em répteis da presença de trombócitos em áreas
inflamatórias, conforme demonstrado por RAMOS (1992) para infecções em tartarugas tigre
d´água Trachemys dorbignii (Testudines, Emydidae) (Duméril & Bibron, 1835). Estudos com
quelônios tem relacionado fatores de baixa imunidade, estresse e bactérias oportunistas de
grande potencial zoonótico como fatores importantes em inúmeros tipos de processos
inflamatórios em répteis conforme demonstrado por FERRONATO (2008). Interferências em
padrões fisiológicos e perfis hematológicos também são relatados em áreas ambientais
modificadas pela ação antrópicas segundo BRIDES (2002).
De acordo com REAGAN et al. (2011),os trombócitos podem sofrer alterações
morfológicas no curso de doenças. Durante o processo inflamatório os núcleos podem perder
seu formato arredondado ou oval passando a ter um tamanho variável. Também podem conter
inclusões, que raramente são causadas por protozoários, como Fallisia sp. (Plasmodiidae) e
vírus como o poxvírus.
A avaliação bioquímica plasmática para proteína plasmática (Tabela 5) na presente
pesquisa foi semelhante aos valores observados por MOTTA (2005), VALENÇA (2012) e
ALVES et al. (2014). Embora tenha apresentando média inferior ao encontrado por CUBAS
et al. (2007) e superior ao obtido por ALBUQUERQUE (2007), os dados apresentados no
estudo estão relativamente em acordo com outras pesquisas realizadas em relação à dosagem
de proteína plasmática de C. durissus.
No estudo em bioquímica plasmática para uréia (Tabela 6), os índices médios
registrados estão em acordo com os relatados por CAMPBELL (1996, 2006), MACHADO et
al. (2006) e VIEIRA et al. (2014), e em desacordo aos índices inferiores apresentados por
CUBAS et al. (2007), ALBUQUERQUE(2007) e SILVA (2010). Em répteis terrestres a
concentração de uréia no sangue é relativamente menor que15 mg/dL-1. Por serem animais
31
uricotélicos, a elevação desse índice normalmente é relacionada a nefropatias e azotemia pré-
renal, entretanto, répteis carnívoros apresentam níveis séricos (CAMPBELL, 2006).
Nos espécimes examinados foram diagnosticados a infecção por nematoides em duas
fêmeas de C. d. terrificus adultas, observando a porcentagem de 18,19% de animais
infectados por nematóides da ordem Ascaridida. MELLO (2013) relata percentuais de
infecção de 25% referentes a espécies desta ordem em indivíduos de C. durissus. Dos animais
infectados, um espécime fêmea apresentou na necropsia um parasito da ordem Ascaridida
adulto fêmea. Para identificação morfológica o mesmo foi colocado em placa de petri e
visualizado em microscópio estereoscópio. Não foi possível a identificação do gênero ou
espécie pelo fato de ter sido coletado apenas um espécime fêmea. Os nematóide adultos foram
identificados a nível de ordem de acordo com ANDERSON et al., (2009), quanto ao sitio de
fixação localizado na porção caudal do estomago as semelhanças em sítios de fixação em
serpentes parasitadas por Ophidascaris trichuriformis (Vaz, 1935) (Ascaridida, Ascarididae)
observada por DIAS et al. (2004). TEIXEIRA (2000) também relata em seu estudo o esôfago
e o estomago como sítios de localização. No segundo espécime, também fêmea, foi
identificado em sua amostragem fecal a presença de ovos de ascarídeos, mas não houve a
presença do parasito no trato digestório durante a necropsia. Entretanto, a não presença de
parasitos no trato digestório e a presença de ovos devem ser interpretados com cautela, uma
vez que podem ser provenientes das presas do hospedeiro, corroborando com as preceituações
de DOTTON (1993).
É importante salientar que os animais no presente estudo são susceptíveis alterações
antrópicas, pois répteis e anfíbios são populações que mais sofrem declínios com a
degradação de habitat segundo GIBBONS et al. (2000) e FERRONATO et al.(2009). Tais
ações remetem a observações importantes quando esses animais habitam áreas urbanas
quando ocorrem alterações ambientais, podendo também perturbar o estado de saúde dos
animais, causando alterações metabólicas, imunológicas e comportamentais como alteração
da época reprodutiva e o aumento no número de acidentes ofídicos conforme preceituado por
RUIZ et al. (2002) e SUEIRO (2003).
32
Tabela 3. Parâmetros hematológicos de Crotalus durissus terrificus em contagem global do presente estudo e de outros trabalhos; média e desvio padrão.
Parâmetros Presente Estudo Cubas et al.
(2007)
Valença
(2012)
Alves et al.
(2014)
Albuquerque
(2007)
Motta (2005)
(machos)
Motta (2005)
(fêmeas)
Troiano et
al (1997)
Eritrócitos 37 ± 19,14 386,84 ± 28,65 - 326,6 ± 87,3 420 0,62 ± 0,08 0,64 ± 0,09 22,7 ± 3,57
Hematócrito(%) 25 ± 0,04 24,40 ± 1,26 27,14 ± 2,85 - 47,12 ± 3,82 28,59 ± 2,88 30,13±2,91 22,7 ± 3,57
Hemoglobina 19,25 ± 7,05 6,84 ± 0,31 5,98 ± 1,34 7,02 ± 1,93 13,43 ± 1,11 8,75 ± 0,91 9,06±1,24 11,5 ± 4,3
VCM(fl) 1764 ± 1048,04 65,92 ± 6,38 439,10 ± 75,34 10,47 ± 1,8 1152 ± 123,65 466,25 ± 50,05 478,65± 61,25 145 ± 62
CHCM(g/dl) 74,55 ± 22,55 28,21 ± 1,41 22,13 ± 4,79 25,32 ± 1,22 56,23 ± 2,51 30,72±2,73 30,04±2,55 51,00 ± 6
Leucócitos 8 ± 4,01 2,23 ± 0,35 - - - 12,94±4,07 15,98±3,38 -
Heterófilos 46,18 ± 16,75 8,83 ± 0,74 20,00 ± 15,23 - 18,08 ± 7,67 - - 6 ± 2,1
Linfócitos 18,45 ± 9,92 65,28 ± 21,19 66,00 ± 16,40 - 140,08 ± 19,32 - - 56,25 ± 12,25
Azurófilos 19 ± 18,11 14,06 ± 2,44 12,29 ± 5,31 - 35,64 ± 15,39 - - 18,05 ± 3,5
Basófilos 0,0 ± 0,0 1,50 ± 0,67 1,43 ± 0,98 - 1,56 ± 1,32 - - 1,5 ± 0,8
Trombócitos 9 ± 3,32 4,90 ± 0,73 - - - 13,15±2,81 13,90±3,75 -
33
Tabela 4. Parâmetros hematológicos de Crotalus durissus terrificus de valor absoluto com fatores de
correção no presente estudo e em trabalhos realizados por outros autores; média e desvio padrão.
Parâmetros Presente Estudo Silva et al. (2009) Troiano et al. (1997)
Eritrócitos 187273 ± 95717,39 - 1520 ± 130
Hematócrito(%) 25 ± 0,04 20,8 ± 3,8 22,7 ± 3,57
Hemoglobina 19,25 ± 7,05 5,5 ± 1,1 11,5 ± 4,3
VCM(fl) 1764 ± 1048,04 569,6 ± 92,1 145 ± 62
CHCM(g/dl) 74,55 ± 22,55 26,2 ± 0,8 51 ± 6
Leucócitos 1886 ± 1002,2 - 11400 ± 3500
Heterófilos 855,91 ± 592,19 - 684 ± 239
Linfócitos 363,00 ± 243,68 5026 ± 2477,5 6412 ± 1396
Azurófilos 769 ± 500 3134,4 ± 2339,4 2075 ± 799
Basófilos 0 ± 0 0 ± 0 171 ± 91,2
Trombócitos 8636 ± 3324,84 11596,8 ± 5702,9 6900 ± 2400
34
Tabela 5. Parâmetros bioquímicos plasmáticos de Proteína plasmática em Crotalus durissus terrificus no presente estudo e em trabalhos realizados por outros autores; média e desvio padrão.
Parâmetros Presente
Estudo
Cubas et al. (2007) Valença
(2012)
Alves et al.
(2014)
Albuquerque
(2007)
Motta (2005)
(machos)
Motta (2005)
(fêmeas)
Proteínas
Plasmáticas (g/dl)
8,46±0,76 110,14±105,13 5,31 ± 1,11 4,31±0,73 5,38±0,62 4,35±0,80 5,43±1,37
Tabela 6. Parâmetros bioquímicos plasmáticos de uréia em Crotalus durissus terrificus no presente estudo e dos trabalhos realizados por outros autores, média e desvio padrão.
Parâmetros Presente Estudo Cubas et al.
(2006)
Silva et al. (2010)
Machado et al. (2006)
Albuquerque
(2007)
Vieira et al. (2014)
Uréia mg/dl 8,01 ± 2,99 4,90±0,73 1,32 ± 1,1 7,26 ± 0,72 3,0 8,43 ± 8,37
35
CONCLUSÕES
Quanto ao tamanho e capacidade reprodutiva da C. d. terrificus como animal invasor
não fica aquém do observado nos padrões observados na literatura, evidenciando e sugerindo
a adaptabilidade e eficiência reprodutiva como animal invasor, mediante um perfil
morfológico.
Fica evidenciado a presença de parasitismo por nemaoides pela ordem
Ascaridida,correspondendo ao observado na literatura.
Muitos parâmetros hematológicos do presente estudo apresentaram consideráveis
variações, demonstrando valores discrepantes, entretanto, é importante ressaltar que não
ocorreu uma padronização nos fatores de correção utilizados na contagem celular, o que
influencia nos dados obtidos. Pelo quadro clínico hematológico apresentado existe uma baixa
adaptabilidade, apresentando um perfil clínico sugestivo de anemia, desidratação e resposta
infecciosa para animais de vida livre oriundos da região de Vassouras, comparada aos
parâmetros que são diferentes de animais de cativeiro. Tais parâmetros apresentaram
consideráveis variações como também relatado nos estudo em relação a hemoglobina, VCM,
CHCM, eritrócitos, linfócitos e heterófilos, mas esses fatores são passíveis de alterações
metabólicas, ambientais e sazonais.
Fica evidenciado que mesmo em condições clínicas hematológicas diferentes a C.
terrificus apresenta capacidade reprodutiva e baixa distribuição agregada de parasitos pela
proporção de hospedeiro, devido as modificações ambientais causadas pelo homem, o
ambiente tornou-se propício ao comportamento invasivo. Portanto, torna-se necessária a
notificação dos órgãos públicos tais como Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura,
alertando sobre a real condição adaptativa do animal na região Sul Fluminense, devido a sua
relevância a saúde pública.
36
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