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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA UNIPROFISSIONAL EM MEDICINA
VETERINÁRIA
DÁBILA ARAÚJO SÔNEGO
APLASIA UTERINA TOTAL EM CADELA
CUIABÁ
2017
DÁBILA ARAÚJO SÔNEGO
APLASIA UTERINA TOTAL EM CADELA
TCC (Especialização em Medicina Veterinária)
apresentada ao Programa de Residência
Uniprofissional, na área de Clínica Cirúrgica de
Pequenos Animais, oferecido pela
Universidade Federal de Mato Grosso.
Orientação: Prof. Dr. Roberto Lopes de Souza
CUIABÁ
2017
Aplasia uterina total em cadela 1
Total uterine aplasia in bitch 2
3
RESUMO 4
Malformações uterinas congênitas raramente são identificadas em animais domésticos, e 5
estão relacionadas a erros durante a formação embrionária dos ductos paramesonéfricos. 6
O relato de um caso inédito de aplasia uterina total e atrofia segmentar de vagina cranial, 7
diagnosticado acidentalmente na Universidade Federal de Mato Grosso é objetivo deste 8
estudo. Uma estrutura fibromuscular, não tubular e delgada ocupava a região 9
correspondente aos cornos e corpo uterino, com espessamento em região de cérvice, 10
formando um fundo cego cranial ao segmento atrofiado. Vagina caudal, tubas uterinas e 11
ovários não apresentavam alterações significativas, com corpo lúteo em ambos ovários, 12
inferindo ocorrência de ciclo estral. 13
Palavras-chave: agenesia, infertilidade, ductos paramesonéfricos. 14
ABSTRACT 15
Congenital uterine malformations are rarely identified in domestic animals, and are 16
related to errors during the embryonic formation of the paramesonephric ducts. The report 17
of an unpublished case of total uterine aplasia and segmental atrophy of the cranial vagina, 18
accidentally diagnosed at the Federal University of Mato Grosso, is the objective of this 19
study. A fibromuscular, non-tubular, thin structure occupied the region corresponding to 20
the horns and uterine body, thickening in the region of the cervix, forming a blind cranial 21
base to the atrophied segment. Caudal vagina, uterine tubes and ovaries did not present 22
significant alterations, with corpus luteum in both ovaries, inferring occurrence of estrous 23
cycle. 24
Keywords: agenesis, infertility, paramesonephric ducts. 25
26
INTRODUÇÃO 27
28
Doenças nos órgãos genitais de fêmeas são frequentes na clínica e cirurgia de pequenos 29
animais, no entanto, malformações congênitas raramente são identificadas. No início da 30
diferenciação sexual, o embrião apresenta dois grupos de ductos, os ductos mesonéfricos 31
e os paramesonéfricos (McGavin e Zachary, 2009). Em animais domésticos, os ductos 32
paramesonéfricos se fundem nas suas extremidades caudais para formar o primórdio 33
úterovaginal, do qual origina-se o corpo e colo do útero e a porção cranial da vagina, cuja 34
falha na fusão resulta em não formação do lúmen (Schlafer e Foster, 2016). 35
A aplasia pode ser total, quando falta um corno (útero unicorno), ou parcial, quando falta 36
um segmento de corno (Nascimento e Santos, 1997; Schlafer e Foster, 2016). Uma 37
pequena banda fibromuscular pode estar presente no local (Pagliuca et al., 2012). Essas 38
condições são possivelmente causadas por genes recessivos (Schlafer e Foster, 2016), 39
conferindo carácter hereditário (Nascimento e Santos, 1997), sendo acidentalmente 40
detectadas durante a prática de ovariohisterectomia (OSH) ou laparotomia exploratória 41
em gatas e cadelas (Slatter, 2007), já que os sinais clínicos dificilmente estão presentes 42
(Silva et al., 2010). 43
O relato de um caso de malformação uterina congênita em cadela, com aplasia total de 44
útero e atrofia da porção cranial da vagina foi o objetivo deste estudo, com vistas a 45
enriquecer o limitado conhecimento acerca das malformações dos órgãos genitais. 46
47
CASUÍSTICA 48
49
Foi atendida no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (HOVET-50
UFMT) uma cadela errante, sem raça definida, adulta, de porte pequeno, em estado geral 51
ruim, com a queixa principal de apatia e hiporexia há duas semanas. Resgatada 52
recentemente para a consulta, a responsável relatou cuidar há mais de 12 meses, mas com 53
informações restritas, desconhecendo filiação, idade, ciclo estral e doenças ou 54
procedimentos anteriores. Nenhuma gestação foi observada nesse período. 55
Aos exames complementares foram observadas alterações em hemograma, com anemia 56
(hematócrito 21,9%) e trombocitopenia intensa (12X10³/µL), e em bioquímicos, com 57
azotemia (ureia 213mg/dL), hipoalbuminemia (1,7g/dL) e aumento de alanina 58
aminotransferase (134UI/L). 59
Internada há dois dias e sem evolução, foi conduzida a exames de imagem e nova coleta 60
de hemograma. A anemia ainda era acentuada (hematócrito 19,4%) mas a 61
trombocitopenia apesar de intensa regrediu (37X10³/µL). As imagens radiográficas de 62
tórax evidenciaram silhueta cardíaca diminuída quando comparada as vertebras torácicas, 63
campos pulmonares com moderado incremento de radiopacidade de aspecto bronquial e 64
discreto padrão intersticial e, à ultrassonografia abdominal, imagens sugestíveis de 65
mucometra/hemometra. Apesar do aspecto geral e exames complementares ruins, com 66
prognóstico reservado, a paciente foi encaminhada ao centro cirúrgico e submetida à OSH 67
terapêutica de emergência. 68
Para indução anestésica, Propovan® (propofol, Cristália, Brasil) 4mg/kg, e manutenção 69
em isofluorano (isofluorano, Instituto Biochimico Indústria Farmacêutica ltda., Brasil), 70
anestesia epidural com Lidojet® (cloridrato de lidocaína, União Química Farmacêutica 71
Nacional S.a., Brasil) 4,5mg/kg e Dimorf® (morfina, Cristália, Brasil) 0,1mg/kg, e 72
hidrocortisona (succinato sódico de hidrocortisona, Blau Farmacêutica, Brasil) 35mg/kg 73
como terapia anti-inflamatória profilática. 74
Após antissepsia, a celiotomia foi realizada através de incisão retro-umbilical na linha 75
mediana, porém durante inspeção da cavidade, nenhum aumento uterino era evidente. Em 76
posição correspondente ao útero (cornos e corpo) foi observada uma faixa de tecido 77
delgado e não tubular, de coloração mais intensa em relação ao tecido adiposo do 78
mesométrio, estendendo-se desde os ovários (fig. 1) até a vagina, onde o tecido se tornava 79
mais espesso. Após ligaduras cranial e caudal, a peça foi retirada e encaminhada ao 80
laboratório de Patologia Veterinária (LPV) do HOVET-UFMT. Em quadro clínico crítico 81
e sem evolução, a paciente veio a óbito quatro dias depois da cirurgia, e então 82
encaminhada para investigação necroscópica. 83
84
Durante necropsia observou-se que a vulva e o vestíbulo da vagina não apresentavam 85
alterações macroscópicas, contudo havia um acentuado estreitamento digitiforme da 86
região cranial da vagina, a qual terminava em um fundo cego, formado por um tecido 87
mais espesso que o encontrado na peça cirúrgica (fig. 2). A mucosa neste estreitamento 88
apresentava-se lisa sem pregas. Toda a peça cirúrgica e o órgão copulador feminino, 89
incluindo o fundo cego, foram fixadas em formalina tamponada a 10%, seccionadas em 90
cortes transversais de aproximadamente 0,5cm de espessura e processados rotineiramente 91
de acordo com protocolos já estabelecidos para o estudo ao microscópio óptico. Os cortes 92
obtidos foram corados com hematoxilina-eosina (HE) e tricrômico de Masson (TM). 93
Figura 1. Fotografia de peça cirúrgica (vista ventral) com presença dos ovários macroscopicamente normais
(), tecido delgado não tubular (●) ocupando a área correspondente a região de cornos e corpo uterino.
Secção cirúrgica no corpo uterino (∆) e mesométrio (*).
94
A estrutura microscópica dos ovários, tubas uterinas e vagina caudal apresentavam-se 95
preservadas. Nos ovários observou-se alguns folículos em diferentes fases de 96
desenvolvimento e corpos lúteos, indicando que o animal já havia manifestado atividade 97
cíclica. Na análise da região que corresponderia aos cornos e corpo uterino, a faixa de 98
tecido era constituída por uma camada externa de células musculares lisas dispostas 99
longitudinalmente envolta por tecido conjuntivo com predomínio de fibras colágenas, 100
formando feixes musculares. Internamente a essa camada observou-se predomínio de 101
vasos sanguíneos e abundante tecido conjuntivo com esparsos feixes de células 102
musculares lisas dispostas circularmente, não sendo observada a mucosa (fig. 3). Na 103
região digitiforme, as camadas musculares apresentavam diminuição do volume das 104
células musculares lisas, núcleos celulares arredondados e citoplasma escasso (atrofia), 105
com aumento de espaço entre as fibras musculares (fig. 4).106
107
Figura 2. Fotografia do vestíbulo e vagina com estreitamento cranial digitiforme (●) de cadela, incisão
mediana ventral. Observa-se a mucosa lisa, que termina em fundo cego cranial (). Vesícula urinária (VU),
vagina (VA), vestíbulo da vagina (VS) e secção cirúrgica (∆).
DISCUSSÃO108
109
Em cadelas já foram descritos casos de útero unicorno (Filho et al., 2001; Pagliuca et al., 110
2012), agenesia unilateral de rim, de corno uterino e ovário (Silva et al., 2010), agenesia 111
Figura 3. Região correspondente ao estreitamento digitiforme cranial da vagina, com diminuição do volume
de tecido muscular e colagenoso, aumento de espaço entre as fibras musculares, volume celular diminuído,
núcleos celulares arredondados e citoplasma escasso. TM. Objetiva 20X.
Figura 4. Região correspondente ao corno uterino, com uma camada externa de células musculares lisas
(vermelho) dispostas longitudinalmente envolta por tecido conjuntivo com predomínio de fibras colágenas,
formando feixes musculares. Internamente abundante tecido conjuntivo (azul) com esparsos feixes de
células musculares lisas dispostas circularmente, não sendo observada a mucosa. TM. Objetiva 20X.
ovariana e de corno uterino com mumificação fetal ectópica (Cruz et al., 2016) e agenesia 112
segmentar de corpo uterino (Almeida et al., 2010). Ortega-Pacheco et al. (2007), ao 113
avaliarem os órgãos genitais de 300 cadelas mestiças post-mortem, encontraram um caso 114
de aplasia unilateral de corno uterino (0,33%). De acordo com Slatter (2007), a incidência 115
de útero unicórnio em cadelas é de 1:5.000 a 1:10.000 necropsias. Assim, útero unicorno 116
e aplasia segmentar uterina em cadelas, acompanhadas ou não de outras malformações 117
congênitas, apesar de raras, são alterações conhecidas através de relatos, mas a ausência 118
total do útero até então não foi registrada na literatura pesquisada. É provável que a 119
agenesia total descrita neste relato seja devido a falha na penetração do primórdio 120
úterovaginal no seio urogenital. 121
Durante o histórico conhecido da paciente, de aproximadamente 12 meses, nenhuma 122
gestação foi observada. Quando os ovários estão presentes e normais geralmente exibem 123
comportamento típico do estro, mas sem histórico de gestação (aplasia bilateral) ou, se 124
engravidam, têm um pequeno número de filhotes (aplasia unilateral) (Vince et al., 2011). 125
Mesmo que a agenesia cornual seja unilateral, pode igualmente ser a causa obscura de 126
infertilidade em cadelas (Güvenç et al., 2006) e frequentemente estão associadas a outras 127
doenças uterinas graves, como hidrometra (Almeida et al., 2010), mumificação fetal 128
ectópica (Cruz et al., 2016) e hiperplasia endometrial cística (Güvenç et al., 2006). 129
Nos locais de malformação pode ser encontrado um tecido fibromuscular (Almeida et al., 130
2010; Pagliuca et al., 2012; Vince et al., 2011), o que foi verificado em toda a extensão 131
da região que corresponderia aos cornos e corpo uterino. Apesar da impossibilidade de 132
gestação pela alteração uterina, a estrutura ovariana apresentava-se preservada com 133
evidência de atividade cíclica, assim como descrito em casos semelhantes (Almeida et 134
al., 2010; Vince et al., 2011). 135
136
CONCLUSÕES 137
138
Os mecanismos não estão completamente elucidados, é possível que a aplasia seja 139
decorrente da falha de sinalização entre o primórdio úterovaginal e o seio urogenital. De 140
acordo o segmento afetado, além de infertilidade, outras malformações ou doenças 141
secundárias graves podem estar associadas, condições que reduzem a qualidade ou são 142
até mesmo incompatíveis com a vida. Portanto novos relatos ressaltam a importância 143
sobre a pesquisa genética da patogenia em cadelas e outras espécies para que possam ser 144
evitadas. 145
Referências 146
147 ALMEIDA, M.V.D.; REZENDE, E.P.; LAMOUNIER, A.R. et al. Aplasia segmentar de 148 corpo uterino em cadela sem raça definida: relato de caso. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., 149
v.62, n.4, p.797-800, 2010. 150 151 CRUZ, T.P.P.S.; LIMA, S.R.; TRAVAGIN, D.R.P. et al. Agenesia ovariana e de corno 152 uterino acompanhada por mumificação fetal ectópica em canino. Acta Sci. Vet., v.44, 153 suppl.1, p.1-5, 2016. 154
155
FILHO, S.T.L.P.; CUNHA, O.; RAISER, A.G. et al. Agenesia unilateral de corno 156 uterino em cadela – Relato de caso. Arq. Ciên. Vet. Zoo. UNIPAR, v.4, n.1, p.77-79, 157
2001. 158 159 GÜVENÇ K., TOYDEMIR F.S., SONTAŞ H.B. et al. A cocker spaniel bitch with 160 uterus unicornis (unilateral cornual agenesis). J. Fac. Vet. Med. Univ. Istanbul, v.32, 161
n.3, p.69-73, 2006. 162 163
MCGAVIN, M.D.; ZACHARY, J.F. (4.ed.) Bases da Patologia em Veterinária. Rio de 164 Janeiro: Elsevier, 2009. 1475p. 165 166
NASCIMENTO, E.F.; SANTOS, R.L. Patologia da Reprodução dos Animais 167 Domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 105p. 168
169
ORTEGA-PACHECO, A.; SEGURA-CORREA, J.C.; JIMENEZ-COELLO, M. et al. 170
Reproductive patterns and reproductive pathologies of stray bitches in the tropics. 171 Theriogenology, v.67, p.382-390, 2007. 172
173 PAGLIUCA, T.C.L.; MARQUES, J.M.V.; FILADELPHO, A.L. Malformações 174
congênitas na ovariohisterectomia em cadelas: útero unicorno – Relato de caso. Rev. 175 Cient. Eletr. Med. Vet., 2012. Disponível em: 176 <http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/y7auU7GB4JzDUnd_20177 13-6-24-14-41-6.pdf>. Acessado em: 30 jan. 2017. 178 179
SCHLAFER, D. H.; FOSTER, R. A. Female Genital System. In: JUBB; KENNEDY; 180 PALMER’S. (6.ed.). Pathology of Domestic Animals: volume 3. Ontario: Elsevier, 181 2016. p.358-464. 182
183 SILVA, D.M.; BATISTA, F.G.; OLIVEIRA, D.R. et al. Agenesia unilateral de rim, 184 corno uterino e ovário em cadela – Relato de caso. In: CONGRESSO BRASILEIRO 185 DE CIRURGIA E ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA, IX, 2010, Búzios. Anais 186
JBCA. Búzios: v.3, n.6, p.227-230. 2010. 187 188
SLATTER, D. (3.ed.). Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. São Paulo: Manole, 189
2007. v.1. 2714p. 190 191 VINCE, S.; ŽEVRNJA, B.; BECK, A. et al. Unilateral segmental aplasia of the uterine 192 horn in a gravid bitch - a case report. Veterinarski arhiv, v.81, n.5, n.691-69, 2011. 193
12
ANEXO 1
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Orientações gerais
Toda a tramitação dos artigos é feita exclusivamente pelo Sistema de publicação online
do Scielo – ScholarOne, no endereço http://mc04.manuscriptcentral.com/abmvz-
scielo sendo necessário o cadastramento no mesmo.
Leia "PASSO A PASSO – SISTEMA DE SUBMISSÃO DE ARTIGOS POR
INTERMÉDIO DO SCHOLARONE"
Toda a comunicação entre os diversos autores do processo de avaliação e de publicação
(autores, revisores e editores) será feita apenas de forma eletrônica pelo Sistema, sendo
que o autor responsável pelo artigo será informado automaticamente por e-mail sobre
qualquer mudança de status do mesmo.
Fotografias, desenhos e gravuras devem ser inseridos no texto e quando solicitados pela
equipe de editoração também devem ser enviados, em separado, em arquivo com
extensão JPG, em alta qualidade (mínimo 300dpi), zipado, inserido em “Figure or Image”
(Step 6).
É de exclusiva responsabilidade de quem submete o artigo certificar-se de que cada um
dos autores tenha conhecimento e concorde com a inclusão de seu nome no texto
submetido.
O ABMVZ comunicará a cada um dos inscritos, por meio de correspondência eletrônica,
a participação no artigo. Caso um dos produtores do texto não concorde em participar
como autor, o artigo será considerado como desistência de um dos autores e sua
tramitação encerrada.
Comitê de ética
É indispensável anexar cópia, em arquivo PDF, do Certificado de Aprovação do Projeto
da pesquisa que originou o artigo, expedido pelo CEUA (Comitê de Ética no Uso de
Animais) de sua Instituição, em atendimento à Lei 11794/2008. O documento deve ser
anexado em “Ethics Conmitee” (Step 6). Esclarecemos que o número do Certificado de
Aprovação do Projeto deve ser mencionado no campo Material e Métodos.
Tipos de artigos aceitos para publicação
Artigo científico
É o relato completo de um trabalho experimental. Baseia-se na premissa de que os
resultados são posteriores ao planejamento da pesquisa.
13
Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Afiliação (somente na "Title Page"
– Step 6), Resumo, Abstract, Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão (ou
Resultados e Discussão), Conclusões, Agradecimentos (quando houver) e Referências.
O número de páginas não deve exceder a 15, incluindo tabelas, figuras e Referências.
O número de Referências não deve exceder a 30.
Relato de caso
Contempla principalmente as áreas médicas em que o resultado é anterior ao interesse de
sua divulgação ou a ocorrência dos resultados não é planejada.
Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Afiliação (somente na "Title Page"
- Step 6), Resumo, Abstract, Introdução, Casuística, Discussão e Conclusões (quando
pertinentes), Agradecimentos (quando houver) e Referências.
O número de páginas não deve exceder a dez, incluindo tabelas e figuras.
O número de Referências não deve exceder a 12.
Comunicação
É o relato sucinto de resultados parciais de um trabalho experimental digno de publicação,
embora insuficiente ou inconsistente para constituir um artigo científico.
Seções do texto:Título (português e inglês), Autores e Afiliação (somente na "Title Page"
- Step 6). Deve ser compacto, sem distinção das seções do texto especificadas para
"Artigo científico", embora seguindo àquela ordem. Quando a Comunicação for redigida
em português deve conter um "Abstract" e quando redigida em inglês deve conter um
"Resumo".
O número de páginas não deve exceder a oito, incluindo tabelas e figuras.
O número de Referências não deve exceder a 12.
Preparação dos textos para publicação
Os artigos devem ser redigidos em português ou inglês, na forma impessoal.
Formatação do texto
O texto NÃO deve conter subitens em nenhuma das seções do artigo, deve ser
apresentado em arquivo Microsoft Word e anexado como “Main Document” (Step 6), no
formato A4, com margem de 3cm (superior, inferior, direita e esquerda), na fonte Times
New Roman, no tamanho 12 e no espaçamento de entrelinhas 1,5, em todas as páginas e
seções do artigo (do título às referências), com linhas numeradas.
14
Não usar rodapé. Referências a empresas e produtos, por exemplo, devem vir,
obrigatoriamente, entre parêntesis no corpo do texto na seguinte ordem: nome do produto,
substância, empresa e país.
Seções de um artigo
Título: Em português e em inglês. Deve contemplar a essência do artigo e não ultrapassar
50 palavras.
Autores e Filiação: Os nomes dos autores são colocados abaixo do título, com
identificação da instituição a qual pertencem. O autor e o seu e-mail para correspondência
devem ser indicados com asterisco somente no “Title Page” (Step 6), em arquivo Word.
Resumo e Abstract: Deve ser o mesmo apresentado no cadastro contendo até 200
palavras em um só parágrafo. Não repetir o título e não acrescentar revisão de literatura.
Incluir os principais resultados numéricos, citando-os sem explicá-los, quando for o caso.
Cada frase deve conter uma informação completa.
Palavras-chave e Keywords: No máximo cinco e no mínimo duas*.
* na submissão usar somente o Keyword (Step 2) e no corpo do artigo constar tanto
keyword (inglês) quanto palavra-chave (português), independente do idioma em que o
artigo for submetido.
Introdução:Explanação concisa na qual os problemas serão estabelecidos , bem como a
pertinência, a relevância e os objetivos do trabalho. Deve conter poucas referências, o
suficiente para balizá-la.
Material e Métodos: Citar o desenho experimental, o material envolvido, a descrição
dos métodos usados ou referenciar corretamente os métodos já publicados. Nos trabalhos
que envolvam animais e/ou organismos geneticamente modificados deverão constar
obrigatoriamente o número do Certificado de Aprovação do CEUA. (verificar o Item
Comitê de Ética).
Resultados: Apresentar clara e objetivamente os resultados encontrados.
Tabela. Conjunto de dados alfanuméricos ordenados em linhas e colunas. Usar linhas
horizontais na separação dos cabeçalhos e no final da tabela. O título da tabela recebe
inicialmente a palavra Tabela, seguida pelo número de ordem em algarismo arábico e
ponto (ex.: Tabela 1.). No texto, a tabela deve ser referida como Tab seguida de ponto e
do número de ordem (ex.: Tab. 1), mesmo quando referir-se a várias tabelas (ex.: Tab. 1,
2 e 3). Pode ser apresentada em espaçamento simples e fonte de tamanho menor que 12
(o menor tamanho aceito é oito). A legenda da Tabela deve conter apenas o indispensável
para o seu entendimento. As tabelas devem ser obrigatoriamente inseridas no corpo do
texto de preferência após a sua primeira citação.
Figura. Compreende qualquer ilustração que apresente linhas e pontos: desenho,
fotografia, gráfico, fluxograma, esquema etc. A legenda recebe inicialmente a palavra
Figura, seguida do número de ordem em algarismo arábico e ponto (ex.: Figura 1.) e é
15
citada no texto como Fig seguida de ponto e do número de ordem (ex.: Fig.1), mesmo se
citar mais de uma figura (ex.: Fig. 1, 2 e 3). Além de inseridas no corpo do texto,
fotografias e desenhos devem também ser enviados no formato JPG com alta qualidade,
em um arquivo zipado, anexado no campo próprio de submissão, na tela de registro do
artigo. As figuras devem ser obrigatoriamente inseridas no corpo do texto de preferência
após a sua primeira citação.
Nota: Toda tabela e/ou figura que já tenha sido publicada deve conter, abaixo da legenda,
informação sobre a fonte (autor, autorização de uso, data) e a correspondente referência
deve figurar nas Referências.
Discussão: Discutir somente os resultados obtidos no trabalho. (Obs.: As seções
Resultados e Discussão poderão ser apresentadas em conjunto a juízo do autor, sem
prejudicar qualquer uma das partes).
Conclusões: As conclusões devem apoiar-se nos resultados da pesquisa executada e
serem apresentadas de forma objetiva, SEM revisão de literatura, discussão, repetição de
resultados e especulações.
Agradecimentos: Não obrigatório. Devem ser concisamente expressados.
Referências: As referências devem ser relacionadas em ordem alfabética, dando-se
preferência a artigos publicados em revistas nacionais e internacionais, indexadas. Livros
e teses devem ser referenciados o mínimo possível, portanto, somente quando
indispensáveis. São adotadas as normas gerais da ABNT, adaptadas para o ABMVZ,
conforme exemplos:
Como referenciar
Citações no texto
A indicação da fonte entre parênteses sucede à citação para evitar interrupção na
sequência do texto, conforme exemplos:
autoria única: (Silva, 1971) ou Silva (1971); (Anuário..., 1987/88) ou Anuário...
(1987/88);
dois autores: (Lopes e Moreno, 1974) ou Lopes e Moreno (1974);
mais de dois autores: (Ferguson et al., 1979) ou Ferguson et al. (1979);
mais de um artigo citado: Dunne (1967); Silva (1971); Ferguson et al. (1979) ou (Dunne,
1967; Silva, 1971; Ferguson et al., 1979), sempre em ordem cronológica ascendente e
alfabética de autores para artigos do mesmo ano.
Citação de citação. Todo esforço deve ser empreendido para se consultar o documento
original. Em situações excepcionais pode-se reproduzir a informação já citada por outros
autores. No texto, citar o sobrenome do autor do documento não consultado com o ano
16
de publicação, seguido da expressão citado por e o sobrenome do autor e ano do
documento consultado. Nas Referências deve-se incluir apenas a fonte consultada.
Comunicação pessoal. Não faz parte das Referências. Na citação coloca-se o sobrenome
do autor, a data da comunicação, nome da Instituição à qual o autor é vinculado.
Periódicos (até quatro autores citar todos. Acima de quatro autores citar três autores et
al.):
ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. v.48, p.351, 1987-88.
FERGUSON, J.A.; REEVES, W.C.; HARDY, J.L. Studies on immunity to alphaviruses
in foals. Am. J. Vet. Res., v.40, p.5-10, 1979.
HOLENWEGER, J.A.; TAGLE, R.; WASERMAN, A. et al. Anestesia general del
canino. Not. Med. Vet., n.1, p.13-20, 1984.
Publicação avulsa (até quatro autores citar todos. Acima de quatro autores citar três
autores et al.):
DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. 981p.
LOPES, C.A.M.; MORENO, G. Aspectos bacteriológicos de ostras, mariscos e
mexilhões. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 14.,
1974, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.] 1974. p.97. (Resumo).
MORRIL, C.C. Infecciones por clostridios. In: DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del
cerdo. México: UTEHA, 1967. p.400-415.
NUTRIENT requirements of swine. 6.ed. Washington: National Academy of Sciences,
1968. 69p.
SOUZA, C.F.A. Produtividade, qualidade e rendimentos de carcaça e de carne em
bovinos de corte. 1999. 44f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola
de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Documentos eletrônicos (até quatro autores citar todos. Acima de quatro autores citar
três autores et al.):
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