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Universidade Federal do ABC Pós-graduação em Tecnologias e Sistemas de Informação Douglas Braga Silva A ADOÇÃO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE CONTEÚDO PLONE NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA Monografia Santo André – SP 2013

Universidade Federal do ABC Pós-graduação em Tecnologias e ... · Aos bravos alunos do curso TSI, especialmente aos colegas do polo de São João da Boa Vista/SP, pela persistência

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Universidade Federal do ABC

Pós-graduação em Tecnologias e Sistemas de Informação

Douglas Braga Silva

A ADOÇÃO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE CONTEÚDO PLONE NO

ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA

Monografia

Santo André – SP

2013

Douglas Braga Silva

A ADOÇÃO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE CONTEÚDO PLONE NO

ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA

Monografia

Monografia apresentada ao Curso de Pós-

graduação da Universidade Federal do ABC,

como requisito parcial para obtenção do título

de Especialista em Tecnologias e Sistemas de

Informação.

Área de concentração: Software livre na

Administração Pública

Orientador: Prof. Dr. Jerônimo Cordoni

Pellegrini

Santo André – SP

2013

Dedicatória

Ao Autor e Consumador da minha fé,

Jesus Cristo, pelo fôlego de vida, perdão

e salvação.

À minha esposa, por seu amor e

companheirismo.

Às minhas filhas, pelo encorajamento e

compreensão.

Aos meus pais, meus mentores e

exemplo de dedicação.

AGRADECIMENTOS

Ao Autor da vida, pelo socorro bem presente na angústia.

Aos meus grandes amores, esposa e filhas, por jamais deixarem de acreditar em mim.

Ao corpo docente da Universidade Federal do ABC, especialmente ao tutor Alexandre

Almeida, pela competência na condução das tutorias.

Ao Prof. Dr. Jerônimo Cordoni Pellegrini e à Tutora Lidiane Cristina da Silva, pela orientação

deste trabalho.

Aos profissionais de Tecnologia da Informação dos órgãos públicos participantes deste

estudo, por responderem, prontamente, ao questionário proposto.

Aos bravos alunos do curso TSI, especialmente aos colegas do polo de São João da Boa

Vista/SP, pela persistência e disciplina.

A todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram com a realização desta pesquisa.

RESUMO

Diversos órgãos integrantes da administração pública direta e indireta, tais como a

Presidência da República, o Banco do Brasil, o Interlegis, o Serpro, o Senado Federal, a

Câmara dos Deputados, o Ministério das Cidades, o Departamento de Polícia Federal e

Universidades Federais, possuem seus portais, intranets ou sistemas web desenvolvidos com a

utilização do Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (SGC) Plone. Para constatar esta

assertiva, importantes evidências da difusão do Plone no governo brasileiro são apresentadas

nesta pesquisa. Foram estudadas, preliminarmente, a ênfase que a administração pública

empreende na recomendação aos gestores públicos em se adotar softwares livres e as

diretrizes que apontam para a adoção de sistemas de gerenciamento de conteúdo. Também

estão inseridos neste trabalho, a descrição conceitual do que é um SGC, suas características e

um relevante exame do Plone no governo, com vistas ao entendimento da sua utilização e de

como é realizado seu incentivo, desde o momento da sua descoberta, analisando-se,

principalmente, os conteúdos disponíveis no Portal Software Livre. Como forma de

investigação, além do referencial teórico, são apresentadas as informações prestadas por

servidores da área de Tecnologia da Informação de órgãos públicos brasileiros, referência na

pesquisa e desenvolvimento de produtos com o Plone. Tais informações são decorrentes da

aplicação de um questionário. Dos estudos depreendem-se as prováveis razões para a

consistente adoção do Sistema de Gerenciamento de Conteúdo Plone no governo brasileiro e,

por conseguinte, cria-se uma fonte de consulta para organismos de governo que pretendam

adotá-lo como solução de gerenciamento de conteúdos web.

Palavras-chave: software público, SGC, Plone, governo eletrônico.

ABSTRACT

Several members of the public administration bodies directly and indirectly, such as

the Presidency, the Bank of Brazil, the Interlegis, the Serpro, the Senate, the Parliament, the

Ministry of Cities, the Federal Police and Federal Universities, have their portals, intranets or

web systems developed using the Content Management System (CMS) Plone. To verify this

assertion, important evidence of the spread of Plone in the brazilian government are presented

in this research. Were studied, preliminarily, the emphasis that the government undertakes the

recommendation to public managers in adopting free softwares and guidelines that point to

the adoption of content management systems. Are also included in this work, the conceptual

description of what is a CMS, its characteristics and a relevant examination of Plone in

government, with a view to understanding their use and how it is done your encouragement,

from the time of its discovery, by analyzing, mainly, the content available on the Portal

Software Livre. As a form of investigation, beyond the theoretical, presents the information

provided by employees of Information Technology brazilian government, reference in

research and product development with Plone. These informations are arising the application

of a questionnaire. Inferred from studies the likely reasons for the consistent adoption of

Content Management System Plone in the brazilian government and, therefore, creates a

reference source for government agencies wishing adopt it as web content management

solution.

Keywords: public software, CMS, Plone, electronic government.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Plone 4.3: Página inicial da instalação padrão..........................................................22

Figura 2. Portal Brasil: recorte da página inicial......................................................................23

Figura 3. Plone 4.3: Tipos de conteúdo da instalação padrão...................................................26

Figura 4. Plone 4.3: Configurações de idioma..........................................................................27

Figura 5. Plone 4.3: Produtos podem ser adicionados..............................................................28

Figura 6. Portal da Comunidade PloneGov-BR: recorte da página inicial...............................32

Figura 7. Questionário: questões 1 a 3......................................................................................53

Figura 8. Questionário: questões 4 a 8......................................................................................54

Figura 9. Questionário: questões 9 a 13....................................................................................55

Figura 10. Questionário: questões 14 a 18................................................................................56

Figura 11. Questionário: identificação do respondente.............................................................57

Gráfico 1. Respostas por esferas federativas............................................................................35

Gráfico 2. Tempo de utilização de SGCs..................................................................................36

Gráfico 3. Principal motivo para a adoção de software SGC....................................................36

Gráfico 4. SGCs adotados (mais utilizados).............................................................................37

Gráfico 5. Tempo de utilização do Plone..................................................................................37

Gráfico 6. Versões do Plone utilizadas atualmente...................................................................38

Gráfico 7. Diferenciais positivos em relação aos SGCs concorrentes......................................38

Gráfico 8. Diferenciais negativos em relação aos SGCs concorrentes.....................................39

Gráfico 9. Curva de aprendizado..............................................................................................39

Gráfico 10. Qualidade da documentação oficial.......................................................................40

Gráfico 11. Desempenho do Plone na infraestrutura de TI da instituição................................40

Gráfico 12. Satisfação dos usuários das soluções utilizadas na instituição..............................41

Gráfico 13. Categorias de software de terceiros adotadas........................................................41

Gráfico 14. Motivação para a adoção dos softwares de terceiros.............................................42

Gráfico 15. Categorias de software desenvolvidas/personalizadas na instituição....................42

Gráfico 16. Nível de aderência do Plone ao negócio da instituição.........................................43

Gráfico 17. Nível de simplicidade para realizar customizações...............................................43

Gráfico 18. Programas ou ações para disseminação do conhecimento.....................................44

Gráfico 19. Realização de investimento em treinamento/aperfeiçoamento..............................44

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Versões do Plone......................................................................................................24

Quadro 2. Plone 4.1: níveis de classificação por características...............................................28

Quadro 3. Respondentes 1 a 8 (questões 1 a 7)........................................................................58

Quadro 4. Respondentes 1 a 8 (questões 8 a 14)......................................................................59

Quadro 5. Respondentes 1 a 8 (questões 15 a 18)....................................................................60

Quadro 6. Respondentes 9 a 17 (questões 1 a 7)......................................................................61

Quadro 7. Respondentes 9 a 17 (questões 8 a 14)....................................................................62

Quadro 8. Respondentes 9 a 17 (questões 15 a 18)..................................................................63

Quadro 9. Respondentes 18 a 25 (questões 1 a 7)....................................................................64

Quadro 10. Respondentes 18 a 25 (questões 8 a 14)................................................................65

Quadro 11. Respondentes 18 a 25 (questões 15 a 18)...............................................................66

Quadro 12. Respondentes 26 a 33 (questões 1 a 7)..................................................................67

Quadro 13. Respondentes 26 a 33 (questões 8 a 14)................................................................68

Quadro 14. Respondentes 26 a 33 (questões 15 a 18)..............................................................69

LISTA DE SIGLAS

APF – Administração Pública Federal

API – Application Programming Interface

CISL – Comitê Técnico para Implementação do Software Livre

CPU – Central Processing Unit

Consegi – Congresso Internacional de Software Livre e Governo Eletrônico

CMS – Content Management System

e-PWG – Projeto Padrões Web em Governo Eletrônico

GHz – Giga-hertz

GNU – GNU is Not Unix

GPL – General Public License

HTML – HyperText Markup Language

KSS – Kinetic Style Sheets

LGPL – Less General Public License

MB – Mebabyte

MPOG – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

RAM - Random Access Memory

SGC – Sistema de Gerenciamento de Conteúdo

SL – Software Livre

SPB – Software Público Brasileiro

TI – Tecnologia da Informação

URL – Uniform Resource Locator

XML – eXtensible Markup Language

W3C – World Wide Web Consortium

WAI – Web Accessibility Initiative

WCAG – Web Content Accessibility Guidelines

WPD – World Plone Day

WYSIWYG – What You See Is What You Get

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................12

1.1 Justificativa........................................................................................................................13

1.2 Objetivos............................................................................................................................13

1.2.1 Objetivo geral..................................................................................................................13

1.2.2 Objetivos específicos........................................................................................................14

1.3 Metodologia.......................................................................................................................14

2 EMBASAMENTO TEÓRICO............................................................................................16

2.1 O Software Livre (SL)......................................................................................................16

2.2 Software livre na administração pública brasileira.......................................................17

2.3 Diretrizes para a implementação de ferramentas de controle editorial nos órgãos da

APF...........................................................................................................................................18

2.4 Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (SGC).............................................................19

2.5 O Plone...............................................................................................................................21

2.5.1 Histórico de versões.........................................................................................................24

2.5.2 Características em destaque............................................................................................25

2.5.3 Cenários em que o Plone pode não ser a melhor alternativa........................................29

2.6 Plone na APF.....................................................................................................................30

2.6.1 Plone no Serpro...............................................................................................................30

2.7 A Comunidade Plone no Governo....................................................................................31

3 LEVANTAMENTO DE DADOS........................................................................................33

3.1 O questionário...................................................................................................................33

3.2 Os respondentes.................................................................................................................34

4 RESULTADOS OBTIDOS..................................................................................................35

4.1 Exposição dos dados..........................................................................................................35

4.1.1 Respostas por esferas federativas e nome dos órgãos públicos que responderam ao

questionário..............................................................................................................................35

4.1.2 Vivência em sistemas de gestão (tempo de utilização)...................................................36

4.1.3 Principais motivos para a adoção de software SGC......................................................36

4.1.4 SGCs mais utilizados.......................................................................................................37

4.1.5 Vivência no Plone (tempo de utilização)........................................................................37

4.1.6 Versões do Plone em uso.................................................................................................38

4.1.7 Diferenciais positivos em relação aos concorrentes......................................................38

4.1.8 Diferenciais negativos em relação aos concorrentes.....................................................39

4.1.9 Curva de aprendizado.....................................................................................................39

4.1.10 Qualidade da documentação oficial.............................................................................40

4.1.11 Desempenho na infraestrutura de TI da instituição....................................................40

4.1.12 Nível de satisfação dos usuários das soluções.............................................................41

4.1.13 Categorias de software de terceiros adotadas..............................................................41

4.1.14 Principal motivo para a adoção dos softwares de terceiros.........................................42

4.1.15 Categorias de software desenvolvidas/personalizadas na instituição.........................42

4.1.16 Nível de aderência do Plone ao negócio da instituição...............................................43

4.1.17 Nível de simplicidade para realizar customizações......................................................43

4.1.18 Programas ou ações para disseminação do conhecimento.........................................44

4.1.19 Realização de investimento em treinamento/aperfeiçoamento...................................44

5 CONCLUSÃO......................................................................................................................45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................47

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS....................................................................................52

APÊNDICE A – Modelo de questionário................................................................................53

APÊNDICE B – Respostas registradas no questionário..........................................................58

12

1 INTRODUÇÃO

O governo brasileiro iniciou em 2003 o fomento à cultura da inclusão digital e

inovação, em busca da intitulada democracia digital. Naquela ocasião, o Ministro da Cultura

já sinalizava ser uma questão de posição estratégica para o Brasil adotar o software livre1. O

entendimento do Governo Federal é de que sua utilização proporciona reduzir custos, ampliar

a concorrência, gerar empregos e desenvolver o conhecimento e a inteligência no país e na

área (BRASIL, 2013a; 2013b).

O Departamento de Governo Eletrônico, vinculado à Secretaria de Logística e

Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG),

mantém o Projeto Padrões Web em Governo Eletrônico (e-PWG), responsável pela edição de

cartilhas que fornecem recomendações de boas práticas na área digital, com o objetivo de

aprimorar a comunicação, o fornecimento de informações e serviços prestados por meios

eletrônicos pelos órgãos do Governo Federal (BRASIL, 2012a). Conforme prescreve o e-

PWG, sítios e portais desenvolvidos e mantidos pela administração pública devem ser fáceis

de usar, relevantes e efetivos, com o intuito de aumentar a satisfação do usuário (BRASIL,

2013c).

A Resolução nº 7 do Comitê Executivo de Governo Eletrônico estabelece que os

sítios na Internet da Administração Pública Federal (APF) deverão implementar ferramentas

de controle editorial das informações publicadas, observadas algumas diretrizes. Tais

diretrizes sinalizam para a adoção de um Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (SGC), do

inglês Content Management System (CMS) (BRASIL, 2012a).

Nesta categoria de software, o governo brasileiro, notadamente na esfera federal,

vem utilizando de forma expressiva para o desenvolvimento de soluções diversas, o SGC

Plone2, que é distribuído sob a licença GNU/GPL3 e mantido pela Fundação Plone4.

Encontra-se no Capítulo 2 do presente trabalho a fundamentação teórica, onde é

explorado de forma sintética, mas não superficial, o tema da adoção do software livre na APF,

com a recomendação pelo uso de sistemas de informação para gerenciamento de conteúdo.

Consta ainda deste capítulo, uma conceituação de sistema de gerenciamento de conteúdo e

1 O discurso proferido pelo Ministro da Cultura, Gilberto Gil, durante a sessão solene de abertura da Semana de Software Livre no Legislativo, realizada no dia 19 de agosto de 2003.2 Plone® e o logo do Plone são marcas registradas da Fundação Plone.3 GNU General Public License é uma licença criada pela Free Software Foundation.4 A missão da Fundação Plone é proteger e promover o Plone.

13

uma descrição não exaustiva do SGC Plone e as tecnologias envolvidas na sua utilização.

Os Capítulos 3 e 4 expõem, respectivamente, o levantamento de dados realizado na

produção desta pesquisa e a demonstração dos resultados obtidos. Neste, apresenta-se o uso

do SGC Plone nos órgãos públicos consultados, através da apreciação dos dados coletados.

Naquele, enfatiza-se detalhes do método utilizado na implementação deste trabalho.

Fechando o trabalho, o Capítulo 5 apresenta uma conclusão, revisando os principais

tópicos abordados nesta pesquisa, além de destacar os resultados alcançados pela apreciação

das informações levantadas.

1.1 Justificativa

Softwares de gerenciamento de conteúdo web são cada vez mais adotados. A

facilidade e a rapidez para o desenvolvimento de soluções diversas são garantidas devido aos

inúmeros benefícios proporcionados ao utilizador, seja pela incorporação ou pela facilidade de

extensão de funcionalidades, como: fóruns, (micro-) blogs, chat etc (REIS et al., 2011).

Dentre os softwares livres adotados pelo governo brasileiro, o gerenciador de

conteúdo mantido pela Fundação Plone destaca-se pela sua intensa utilização. Assim, a

produção do presente trabalho foi motivada pelo objetivo de se tornar uma fonte de consulta

aos profissionais da área de Tecnologia da Informação (TI) de órgãos de governo que

pretendam adotar o SGC Plone como plataforma para gestão de conteúdos, visto que aqui

estão expostos os principais argumentos que justificaram a adoção deste sistema por tantos

órgãos de governo.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Evidenciar as razões da ampla disseminação do SGC Plone no governo brasileiro,

pontuando os motivos que ensejam sua escolha, por meio da pesquisa e da apresentação das

informações prestadas por alguns órgãos de governo, subsídio este necessário à descoberta

dos meios utilizados para incentivar o uso e compartilhar o conhecimento acumulado.

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1.2.2 Objetivos específicos

a) Verificar no âmbito da administração pública federal brasileira as iniciativas de

fomento à utilização do software livre, por ser relevante no contexto da adoção de SGCs

livres;

b) Enfatizar a necessidade que a administração pública possui em gerir conteúdo

online com eficiência e eficácia, sinalizando para a utilização de sistemas de gerenciamento

de conteúdo;

c) Pormenorizar o SGC Plone, detalhando suas características e relacionando as

tecnologias envolvidas na sua utilização;

d) Externar o grau de aderência do Plone no atendimento às necessidades

governamentais, buscando as razões que motivam sua escolha e demonstrando sua utilização

em diversos órgãos da administração pública brasileira.

1.3 Metodologia

A presente pesquisa pode ser definida como básica, descritiva e qualitativa.

É básica porque objetiva gerar ou aumentar o conhecimento sobre a adoção do Plone

no âmbito da Administração Pública Brasileira sem uma aplicação prática prevista.

É descritiva porque pretende caracterizar o comportamento das unidades investigadas,

descrevendo e quantificando características relevantes e suas relações, com o intuito de

contribuir com uma nova visão sobre a realidade existente (SISTEMA GALILEU DE

EDUCAÇÃO ESTATÍSTICA, 2013 e BRASIL ESCOLA, 2013).

É qualitativa porque possui enfoque indutivo, contribuindo para a melhor

compreensão do fenômeno estudado a partir dos fatos que examina (NEVES, 2013, p.1 e

PRIBERAM, 2013).

Para se alcançar o objetivo proposto neste estudo, realizou-se um levantamento de

dados através de pesquisa bibliográfica e aplicação de um questionário.

A pesquisa bibliográfica realizada utilizou-se de fonte de informação diversificada.

Foram consultados livros, trabalhos acadêmicos e material já elaborado e publicado nos

portais Software Livre e Software Público Brasileiro, Governo Eletrônico, listas de discussão,

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fóruns técnicos de grupos especializados na Internet, documentação oficial do SGC Plone,

vídeos de palestras, cursos e workshops realizados em encontros promovidos pelo Comitê

Técnico para Implementação do Software Livre (CISL5) e em eventos de destaque mundial,

tais como o Congresso Internacional de Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi6), o

Plone Symposium South America7 e o World Plone Day (WPD8).

Quanto à aplicação do questionário, seu propósito não é, essencialmente, quantificar

dados, mas utilizar dados quantitativos para se extrair informações qualitativas. A análise

proposta neste trabalho não é estatística. Intenta-se, sobretudo, apresentar importantes

evidências da difusão do Plone no governo brasileiro, bem como o nível de contribuição que

o mesmo vem oferecendo, por meio da avaliação de alguns exemplos. Logo, optou-se por

direcionar as questões, tão somente, aos profissionais de TI dos órgãos públicos envolvidos

com a Comunidade PloneGov-BR.

5 “O Comitê foi criado para promover a capacitação dos técnicos e gestores de TI em software livre, com participação aberta, vínculo com entidades que podem disseminar conhecimento e ações de compartilhamento de informações” (BRASIL, 2013g).6 “O Consegi tem como premissa apresentar, ao governo e à sociedade, soluções desenvolvidas para Governo Eletrônico, baseadas em Software Livre” (CONSEGI, 2013).7 “O Plone Symposium é realizado em diversas cidades ao redor do mundo [...], [...] com o objetivo de apresentar casos de sucesso de aplicação deste CMS tanto na iniciativa privada quanto em governos, sua evolução tecnológica e boas práticas de desenvolvimento” (PLONE SYMPOSIUM SOUTH AMERICA, 2013).8 O WPD é um evento mundial para promover e educar o público em todo o mundo acerca dos benefícios em se utilizar o Plone (PLONE FOUNDATION, 2013c).

16

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1 O Software Livre (SL)

Não se distingue software livre de software proprietário por sua arquitetura interna,

pois não há uma substância técnica diferente. O modelo de desenvolvimento (colaborativo,

compartilhado) e a transmissão de direitos é que os diferenciam (BRASIL, 2005, p. 49).

Conceitualmente, para que um programa de computador seja considerado livre,

quatro liberdades básicas devem ser ofertadas, sem que seja necessário solicitar permissão ao

seu criador, quais sejam:

• A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade 0).• A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1). Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito.• A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao próximo (liberdade 2).• A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a outros (liberdade 3). Desta forma, você pode dar a toda comunidade a chance de beneficiar de suas mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito (FREE SOFTWARE FOUNDATION, 2013).

Assim sendo, a liberdade está relacionada à garantia de que os usuários controlam o

programa e o que ele faz por eles e não à questão de preço (FREE SOFTWARE

FOUNDATION, 2013). Neste sentido, a expressão software livre não é sinônima de software

gratuito. (BRASIL, 2005).

Falcão et al. (2005) comenta sobre a importância do SL no contexto social como um

formador de patrimônio na forma de conhecimento, visto que os agentes sociais podem

assimilar este conhecimento de maneira mais fácil, além de entregar a possibilidade de

inovação a todos.

Lima, Mello e Rubim (2012, p. 10) afirmam que:

[...] na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, em 2004, autoridades enfatizaram que o software livre é a verdadeira solução para efetivar o acesso à informação digitalizada pelas populações. Em última análise, software livre é sinônimo de diminuição da exclusão à informação e da exclusão digital.

Quanto à origem do SL, Silveira (2004) apud Oliveira (2010) relata estar relacionada

com a idealização do Projeto GNU, em 1983, por Richard Stallman, pesquisador do

17

Laboratório de Inteligência Artificial do Massachusets Institute of Technology. O objetivo do

projeto era produzir um sistema operacional livre baseado em Unix, o que culminou na

criação da Free Software Foundation (FSF), em 1984.

No âmbito do projeto GNU da FSF, a General Public License (GPL) é a designação

da licença para SL, caracterizada como um modelo que garante que as liberdades associadas

ao SL permaneçam durante todo o processo de desenvolvimento e distribuição dos programas.

Assim sendo, interações entre programas onde ao menos um deles esteja protegido pela GPL,

como por exemplo um programa que seja executado em uma plataforma livre ou que utilize

em seu funcionamento partes de um SL, também deverá ser livre (OLIVEIRA, 2010).

Ainda sob a égide da FSF, a Less General Public License (LGPL) modera o rigor da

GPL, pois é um esquema de licenciamento alternativo que permite a interação entre SL e

software proprietário (OLIVEIRA, 2010).

2.2 Software livre na administração pública brasileira

Há anos que os gestores dos órgãos públicos e os políticos brasileiros

compreenderam as vantagens da utilização do SL sobre o software proprietário. Para firmar

este entendimento, políticas públicas são, desde então, criadas para incentivar ou determinar a

utilização do SL.

Os princípios constitucionais da boa administração, elencados no Art. 37 da CF/88,

principalmente os da impessoalidade, eficiência e razoabilidade, norteiam as decisões dos

administradores públicos. Assim, a considerável economia proporcionada aos cofres públicos

com a adoção do SL, torna-se um fator relevante na busca dos referidos princípios

determinados na Carta Magna.

O incentivo à utilização do SL pelo Estado ocorre mediante a promoção de ações

voltadas ao uso de padrões abertos, o licenciamento livre dos softwares e a formação de

comunidades interessadas no tema (BRASIL, 2013b). Nesta seara, foi editado o Decreto

Federal de 29 de outubro de 2003 que “Institui Comitês Técnicos do Comitê Executivo do

Governo Eletrônico e dá outras providências”. Os Comitês Técnicos foram criados com a

finalidade de coordenar e articular o planejamento e a implementação de projetos e ações nas

respectivas áreas de competência. Dentre os Comitês instituídos pelo Decreto Federal, há o

nomeado de Implementação do Software Livre.

18

A partir de 2004, todo SL adotado pelo governo passou a se chamar Software Público

Brasileiro (SPB), sendo caracterizado como um bem público, de licença livre, sujeito à

licença pública de marcas e oferecido como benefício para a sociedade e o cidadão (BRASIL,

2013d)9. Esta iniciativa culminou em um programa de software livre brasileiro, aderido por

diversas empresas públicas e órgãos de governo.

Um marco na implementação dos projetos de incentivo ao uso do SL na APF foi a

disponibilização do Guia Livre – Referência de Migração para Software Livre do Governo

Federal. Com o intuito de ser um referencial de planejamento e execução de processos de

migração com base de sustentação em casos concretos de estratégias já implementadas, o

Guia foi elaborado por um grupo interinstitucional formado por uma quantidade expressiva de

órgãos da APF, além de ter contado com a participação da sociedade no aperfeiçoamento do

conteúdo técnico (BRASIL, 2005)10.

Ainda como medidas incentivadoras, encontram-se disponíveis os portais Software

Livre e Software Público Brasileiro. Este, porque inaugura um novo modelo de licenciamento

e de gestão das soluções desenvolvidas na Administração Pública, compartilhando

ferramentas que podem ser úteis aos mais diferentes órgãos públicos e também à sociedade.

Aquele, por ser uma das medidas integrantes das ações prioritárias definidas no Planejamento

Estratégico da Implementação do Software Livre no Governo Federal, aprovado no dia 2 de

outubro de 2003.

2.3 Diretrizes para a implementação de ferramentas de controle editorial nos órgãos da

APF

O Comitê Executivo de Governo Eletrônico, criado pelo Decreto de 18 de Outubro

de 2000, tem como objetivo formular políticas, estabelecer diretrizes, coordenar e articular as

ações de implantação do Governo Eletrônico (BRASIL, 2013e). Através da Resolução nº 7 de

29 de julho de 2002, o Comitê instituiu as funcionalidades que devem estar presentes em

todos os sítios da APF:

Art. 6º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal deverão implementar ferramentas de controle editorial das informações publicadas, observadas as seguintes diretrizes:

9 O software público brasileiro foi o foco da apresentação do analista do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Seyr Lemos, durante o 5º Congresso Catarinense de Software Livre.10 De acordo com o Guia Livre, em 2004 foram realizadas seis Audiências Públicas em diferentes capitais brasileiras.

19

I - as ferramentas de publicação a serem adotadas deverão permitir o monitoramento da inclusão e atualização do conteúdo dos sítios e da expiração de validade das informações, quando for o caso;II - as informações devem ser organizadas, sempre que possível, em bancos de dados administrados por módulo de gestão descentralizado;III - as informações e serviços deverão ser estruturados de modo a permitir seu manuseio e manutenção independente da participação de técnicos especializados;IV - a data da informação e a periodicidade de sua atualização devem ser publicadas, quando for o caso (BRASIL, 2002).

Para a administração pública cumprir a sua responsabilidade de oferecer ao cidadão a

melhor experiência possível de acesso ao governo eletrônico, observando, inclusive, as

particularidades da população atingida, o Departamento de Governo Eletrônico está instruindo

os setores do governo a seguir procedimentos padronizados, através de recomendações de

boas práticas em formato de cartilhas. Tais recomendações são chamadas de Padrões Web em

Governo Eletrônico (e-PWG) (BRASIL, 2013c).

Uma das cartilhas editadas é o Guia de Administração de Sítios, que pretende

“oferecer subsídios para a concepção, desenvolvimento, manutenção e administração de sítios

de governo eletrônico na esfera federal” (BRASIL, 2013f, p. 6). Apresentado como um

documento de apoio ao guia, o Comparativo dos Sistemas de Gestão de Conteúdo, em

harmonia com as diretrizes do Comitê Executivo, visa fornecer informações sobre sistemas

utilizados na gestão, manutenção e atualização de sítios, porquanto “um SGC é um sistema

que integra uma série de soluções para a administração, manutenção e evolução de sítios, em

conformidade com a Resolução nº 7.” (BRASIL, 2012a, p. 6).

2.4 Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (SGC)

Gerir conteúdo em um sítio web não é uma tarefa trivial. De fato, “com os inúmeros

avanços tecnológicos, muitas instituições sofrem com o excesso de informações, sendo

imprescindível a aplicação da gestão da informação para administrar esse caos informacional

do mundo digital.” (DIAS, 2001 apud ADIERS, 2007, p. 14). Parreiras e Bax (2003)

ressaltam que os problemas de produção de conteúdo em sítios web podem ser atenuados ou

solucionados com a gestão de conteúdo mediante a utilização de um conjunto de conceitos e

ferramentas que integrem de maneira racional e segura os diversos atores do sítio, bem como

os diferentes suportes à coleta, organização e divulgação da informação. Os sistemas de

gerenciamento de conteúdo surgiram como resposta à referida problemática.

20

Um sistema de gerenciamento de conteúdo pode ser definido como uma plataforma

que provê o controle total de todos os aspectos envolvidos com a disponibilização de um

portal web. São eles: publicação, gestão de conteúdos, busca, administração, colaboração,

personalização, categorização, segurança e facilidade de uso e desenvolvimento

(ROMAGNOLI, 2009). Uma grande vantagem de uma ferramenta de gerenciamento de

conteúdo é que o gestor não precisa ter conhecimento técnico, isto é, não precisa ser um

programador.

Romani e Campos (2005) citam ferramentas necessárias a um SGC, a fim de que seja

possível criar um sítio de forma facilitada, tais como: ferramentas para edição de conteúdo,

alteração de layout da página, controle de acesso de usuários, revisão de conteúdo e

publicação na Internet, além do gerenciamento da estrutura e da navegação que deve poder ser

controlada sem ônus para o editor e revisor de conteúdo.

Segundo Parreiras e Bax (2003, p. 5), as funcionalidades mais significativas e

minimamente necessárias aos SGCs são:

• Gestão de usuários e dos seus direitos (autenticação, autorização, auditoria);• Criação, edição e armazenamento de conteúdo em formatos diversos (html, doc, pdf etc);• Uso intensivo de metadados11 (ou propriedades que descrevem o conteúdo);• Controle da qualidade de informação (com fluxo/trâmite de documentos ou workflow);• Classificação, indexação e busca de conteúdo (recuperação da informação com mecanismos de busca);• Gestão da interface com os usuários (atenção à usabilidade, arquitetura da informação);• Sindicalização (syndication, disponibilização de informações em formatos XML visando seu agrupamento ou agregação de diferentes fontes);• Gestão de configuração (gestão de versões);• Gravação das ações executadas sobre o conteúdo para efeitos de auditoria e possibilidade de desfazê-las em caso de necessidade.

Um SGC oferece funcionalidades para criação e gerenciamento de conteúdo,

publicação e apresentação, harmonizadas em um ambiente de autoria que prioriza a facilidade

de utilização e isenta o editor e revisor de conteúdo de conhecer a sintaxe da linguagem na

qual o SGC foi desenvolvido. Neste ambiente, diversos tipos de conteúdos podem ser criados

ou importados para a estrutura do SGC. Realizada geralmente por intermédio de softwares

11 Literalmente, "dados sobre dados", metadados fornecem um perfil completo dos elementos dos dados […] (HAIR et al., 1998, p. 540)

21

navegadores, a atualização simultânea do sítio por diferentes usuários é garantida, sem o risco

de conflito ou de geração de páginas fora do padrão (ROBERTSON, 2003 apud ROMANI e

CAMPOS, 2005).

Romani e Campos (2005, p. 10) expressam que “o conteúdo a ser apresentado nas

páginas do site é armazenado em um repositório central”, destacando que o uso de uma base

de dados permite:

• manter um histórico das versões das páginas, informações sobre quem e quando essas páginas foram alteradas;• controlar o acesso às páginas do site apenas pelos usuários que tenham permissão para inclusão, alteração e revisão daquela parte do site; e• integrar o site com outras fontes de informação e sistemas.

Pontuando acerca da singularidade das organizações, Parreiras e Bax (2003)

destacam que devido às especificidades de seus conteúdos, informação e conhecimento,

frequentemente é necessário integrar ou associar produtos, visto que os SGCs dificilmente

agregam de forma eficiente todas as funcionalidades requeridas por cada organização. Adiers

(2007) ressalta que cada ferramenta possui vantagens e desvantagens e que a escolha pela

ferramenta correta deve recair sobre aquela que atenda especificamente à necessidade na qual

será utilizada. Ainda, em Brasil (2012a, p. 7) se lê: “[...] muitos serviços eletrônicos a serem

prestados para sociedade podem ter que ser desenvolvidos de forma independente para serem

atrelados ao sítio mantido pelo SGC [...]”.

A organização modular é uma importante característica dos sistemas de

gerenciamento de conteúdo. Esta estrutura garante que novos produtos possam ser

desenvolvidos e incorporados ao ambiente, ou ainda, que módulos desenvolvidos por terceiros

sejam integrados. Tratando deste assunto, Romani e Campos (2005) asseveram que a estrutura

modular dos SGCs permite a adaptação que proporcionará melhor atendimento aos objetivos

específicos de cada sítio, sem que seja necessário, inclusive, alterar o core do gerenciador,

medida que poderia ocasionar problemas ou ruptura dos serviços fornecidos pelo sítio.

2.5 O Plone

O Plone é um SGC livre e de código aberto, distribuído sob a licença GNU/GPL

versão 2 e desenvolvido ativamente desde 2001. Escrito com a linguagem de programação

22

Python, o referido SGC está disponível para os sistemas operacionais Mac OS X, Linux12 e

MS Windows e é executado sobre o servidor de aplicações Zope. A Fundação Plone é a

mantenedora do projeto. Foi criada em 2004 com a missão de manter e proteger o Plone e

apoiar a sua comunidade.

Figura 1 – Plone 4.3: Página inicial da instalação padrãoFonte: próprio autor

Plone Foundation (2013a) o define como um sistema para gerenciamento de

conteúdos, gerenciamento de documentos e gestão do conhecimento. Nele, pessoas sem

conhecimento técnico podem contribuir com conteúdos diversos, sem a necessidade de

instalação de software específico, visto que o Plone é utilizado através de um navegador web.

Neste contexto, conteúdos diversos significam textos (páginas web), fotos e imagens,

documentos, notícias e eventos, vídeos, arquivos de áudio e outros tipos de arquivos e dados.

Chagas, Carvalho e Silva (2008) caracterizam o Plone como uma extensão do Content

Management Framework (CMF), parcela do Zope responsável pela gestão de conteúdos,

portais e aplicações diversas.

Para Reis et al. (2011, p. 9-10), a usabilidade e a acessibilidade são os pontos

12 Com o instalador unificado, o Plone pode ser instalado em qualquer sistema Unix-like.

23

principais deste SGC, que também apresenta como pontos fortes o fluxo de trabalho

(workflow) flexível e adaptável e a grande escalabilidade e segurança dos dados. Estes autores

destacam, também, outros pontos básicos:

• Ampla gama de plugins; • Adapta-se a qualquer sistema operacional; • Apoio disponível na forma de uma grande equipe de desenvolvimento internacional e membros da comunidade Plone; • Facilidade de instalação e uso; • Motor de busca amigável, que inclui a opção de busca refinada (Mecanismo de busca avançada); • Capaz de gerenciar conteúdo multilíngue (Suporte a internacionalização); • Funciona igualmente bem como uma ferramenta de groupware (Ferramentas colaborativas para groupware) e também como um sistema de publicação de documentos.

O Plone também se destaca por apresentar números expressivos, como estar entre os

2% dos melhores projetos de código aberto do mundo, possuir 340 desenvolvedores

principais (core developers) e mais de 300 consultorias em 57 países, estar disponível para

mais de 40 idiomas e ter o melhor histórico de segurança entre os grandes SGCs (PLONE

FOUNDATION, 2013b). O sítio oficial do Plone registra 2364 sítios produzidos com Plone,

dentre eles: FBI (Federal Bureau of Investigation), Amnesty International Switzerland,

Governo Brasileiro, Chicago History Museum, Columbia Center for New Media Teaching

and Learning, Discover Magazine, NASA Science, Nokia, The Free Software Foundation e

Yale University.

Figura 2 – Portal Brasil: recorte da página inicialFonte: http://www.brasil.gov.br

24

Com relação aos principais concorrentes do Plone, Andrei13 (2013) enfatiza que

Drupal, WordPress e Joomla! disputam o segmento de entrada (entry-level). Já Liferay,

Microsoft Sharepoint e Alfresco, o segmento corporativo (enterprise). Andrei, explica, ainda,

que de acordo com o mapa de fabricantes de tecnologia para gerência de conteúdos,

produzido em 2013 pelo Real Story Group14, o Plone se destaca dos demais produtos open

source por estar classificado nas categorias: a) Portais e Integração de Conteúdo; b) Conteúdo

Web e Gerenciamento de Experiência; c) Colaboração e Software Social.

Para Reis et al. (2011, p. 15), o produto é “[...] apoiado por uma programação bem

planejada, com uma plataforma poderosa e madura para o desenvolvimento de sistemas

complexos.”

2.5.1 Histórico de versões

Além das versões abaixo enumeradas, existem outras versões intermediárias,

denominadas versões menores e de manutenção, que implementam melhorias, evoluções,

corrigem erros e questões relacionadas a segurança.

Quadro 1 – Versões do Plone

Versão LançamentoDescrição sucinta

(as informações apresentadas foram extraídas do sítio do Plone e selecionadas a critério do autor da presenta pesquisa)

1.0 Fev, 2003 -

2.0 Mar, 2004 -

2.1 Set, 2005 Concentra-se nos tipos de conteúdo padrão baseados em protótipos (Archetypes), melhorias na interface, melhorias de velocidade e nova árvore de navegação/mapa do sítio.

2.5 Set, 2006 Provê integração com PAS15 e Zope 3.Fonte: próprio autor

13 Érico Andrei é evangelista de Plone, Vice-Presidente da Fundação Plone e um dos core developers do SGC.14 O Real Story Group realiza pesquisas e consultorias para empresas que buscam investir em tecnologias de conteúdo.15 PlonePAS adapta o PluggableAuthService do Zope para uso no Plone, oferecendo suporte para migração de algumas configurações de pasta de usuário existentes.

25

Quadro 1 – Versões do Plone

(continuação)

Versão LançamentoDescrição sucinta

(as informações apresentadas foram extraídas do sítio do Plone e selecionadas a critério do autor da presenta pesquisa)

3.0 Ago, 2007 Visa tornar o Plone mais eficiente para trabalhar. Adiciona o controle de versões, o bloqueio, a edição inline, a validação da integridade do link, fluxos de trabalho (workflows) para intranet/extranet, suporte a Wiki, suporte a OpenID16 e indexação full-text17 de arquivos Word/PDF.

4.0 Set, 2010 Entrega melhorias na velocidade, capacidade de gerenciamento e aparência, na medida em que atualiza sua infraestrutura, preparando-o para a versão 5. Esta versão inclui melhorias significativas de desempenho, um novo tema, melhorias na pesquisa e indexação, painéis (dashboards) por grupos, redução do consumo de memória, melhor processamento de grandes arquivos e mídia, recurso de pastas novo e mais rápido, melhor gerenciamento de usuários e grupos, formulários dinâmicos usando ferramentas de jQuery e uma melhor experiência para a primeira execução e atualização.

4.3 Abr, 2013 Inclui o framework Dexterity18 Content Type e o produto In-Plone Theme Editor19, aprimora a sindicalização, atualiza o editor TinyMCE20, ignora acentos nas buscas em textos simples e oferece nova API para a política de validação de senhas. A partir desta versão não são mais fornecidos o editor Kupu como parte do núcleo do Plone e o suporte a KSS (Kinetic Style Sheets).

Fonte: próprio autor

2.5.2 Características em destaque

A Fundação Plone descreve o seu produto salientando as seguintes características:

• Poder e flexibilidade: o SGC é descrito como sendo ideal para ser utilizado como um

servidor de intranet, extranet e portais, bem como para a publicação de documentos e

como ferramenta de groupware para colaboração.

16 OpenID permite utilizar uma conta existente para acessar vários sites, sem a necessidade de criar novas senhas (OPENID, 2013).17 Técnica de pesquisa para recuperação de texto.18 Dexterity é o subsistema de objetos de conteúdo padrão para o Plone 5 e sucessores. Substitui o atual Archetypes.19 O In-Plone Theme Editor integra o motor de temas Diazo.20 TinyMCE é um editor HTML WYSIWYG baseado em Javascript, independente de plataforma e distribuído sob a LGPL.

26

Figura 3 – Plone 4.3: Tipos de conteúdo da instalação padrãoFonte: próprio autor

• Facilidade de utilização: tecnologias são empregadas pelos especialistas em

usabilidade, visando atrair os gestores de conteúdo, na medida em que facilita o

trabalho de gestão.

• Internacionalização: a interface do Plone foi traduzida para mais de 40 idiomas, além

de existir ferramentas para gerenciamento de conteúdo multilíngue.

27

Figura 4 – Plone 4.3: Configurações de idiomaFonte: próprio autor

• Adequação aos padrões: mediante constante e rigorosa observação às normas de

usabilidade e acessibilidade. As páginas do Plone são compatíveis com os padrões

Seção 50821 dos EUA e a classificação AA22 do W3C para acessibilidade, além de usar

padrões web de melhores práticas, como XHTML e CSS.

• Código aberto: o produto está licenciado sob a GNU/GPL. Não há taxas de licença

vinculadas à sua utilização e o usuário pode melhorar o produto.

• Suporte: o apoio e o desenvolvimento do Plone estão garantidos por uma equipe

formada por mais de três centenas de desenvolvedores em todo o mundo e uma grande

quantidade de empresas.

• Extensibilidade: novos recursos e tipos de conteúdo podem ser adicionados ao Plone

(Figura 5), utilizando-se os diversos produtos add-on disponíveis. Além disso,

soluções em conformidade com os padrões web e linguagens de código aberto podem

ser empregadas para se programar no Plone.

21 “A Seção 508 do Ato de Reabilitação (EUA) requer que quando agências Federais desenvolvem, protocolam, mantêm ou usam tecnologia eletrônica e de informação, elas devem cumprir uma série de regras que garantem que esta tecnologia atinge pelo menos um nível mínimo aceitável de Acessibilidade” (PICKARD, 2006).22 AA é um nível de conformidade definido no WCAG, padrão internacional de acessibilidade na web, mantido pela WAI do W3C.

28

Figura 5 – Plone 4.3: Produtos podem ser adicionadosFonte: próprio autor

• Multiplataforma: o Plone pode interoperar com a maioria dos sistemas de banco de

dados relacionais, livres e comerciais. Também funciona em uma ampla variedade de

plataformas, incluindo Linux, Windows, Mac OS X, Solaris e BSD.

• Protegido: o SGC está sob a tutela da Fundação Plone, organização sem fins

lucrativos, formada em 2004 para promover seu uso em todo o mundo e proteger sua

propriedade intelectual e marcas.

Abaixo, o Quadro 2 demonstra como Brasil (2012a) classificou algumas

características da versão 4.1 do Plone:

Quadro 2 – Plone 4.1: níveis de classificação por características

Nível Características

Itens que precisam de melhorias: 1) Facilidade de uso na administração do

sítio; 2) Comunidade/funcionalidade

Web 2.0.Fonte: próprio autor

29

Quadro 2 – Plone 4.1: níveis de classificação por características

(continuação)

Nível Características

Itens com futuras implementações: 1) Facilidade na hospedagem e

instalação; 2) Facilidade de configuração

de sítios simples e complexos.

Itens estáveis: 1) Facilidade de uso do editor de

conteúdo; 2) Flexibilidade gráfica; 3)

Acessibilidade e otimização de motor de

busca; 4) Flexibilidade estrutural; 5)

Papéis de usuários e workflow; 6)

Expansão e integração; 7) Segurança; 8)

Apoio/força da comunidade.Fonte: próprio autor

2.5.3 Cenários em que o Plone pode não ser a melhor alternativa

Plone Foundation (2013a) explica que adotar o Plone para produzir um sítio muito

simples, pode ser um exagero. Mas quando se pretende gerenciar conteúdos diversos,

inclusive aqueles diferentes de linhas e colunas estruturadas, os quais exigem fluxos de

trabalho e tipos de conteúdos complexos, com regras de negócio, o Plone se sobressai.

Explica, ainda, que o tomador de decisões deve considerar a curva de aprendizado necessária

ao conhecimento dos detalhes internos do produto.

Reis et al. (2011, p. 16) concordam afirmando que “o Plone não é tão adequado para

projetos de pequeno porte [...]” e que sua complexa configuração “[...] é feita em camadas

diferentes, o que exige uma compreensão da estrutura de organização como um todo”.

Conforme destaca a documentação, algumas situações em que o Plone pode não ser a

melhor alternativa são especificadas abaixo:

• Quando não há um servidor23 dedicado para a sua execução;

• Em servidores com configuração de Central Processing Unit (CPU) e Random Access

Memory (RAM) abaixo de 1 GHz e 512 MB, respectivamente;

• Para o desenvolvimento rápido de soluções, quando a instalação padrão do Plone não

23 Um sistema de computação.

30

se encaixa às necessidades do projeto, e

• Na construção de soluções web que, tecnicamente, suportarão pouca demanda.

2.6 Plone na APF

O produto da Fundação Plone é expressivamente utilizado no desenvolvimento de

soluções diversas do governo brasileiro, sobretudo, no âmbito federal. Diversos órgãos

integrantes da administração pública direta e indireta, tais como a Presidência da República, o

Banco do Brasil, o Interlegis, o Serpro, o Senado Federal, a Câmara dos Deputados, o

Ministério das Cidades, o Departamento de Polícia Federal e Universidades Federais,

possuem seus portais, intranets ou sistemas web desenvolvidos em Plone.

2.6.1 Plone no Serpro

O Serpro é o maior provedor de Tecnologia da Informação e Comunicação do governo

federal, suportando cerca de 5 bilhões de transações/ano através das suas aplicações

desenvolvidas para múltiplas plataformas e em padrões abertos (ROMAGNOLI24, 2009).

Romagnoli (2009) explica que na escolha da solução de gerenciamento de conteúdo

web, o Serpro considerou, principalmente, fatores como:

1. Oferecer aderência às principais funcionalidades de gestão de conteúdo, a saber:

workflow, publicação, segurança, acessibilidade, internacionalização, usabilidade e

categorização.

2. Tratar, separadamente, conteúdo, estilo, layout e componentes.

3. Apresentar características de Web 2.0 (colaboração, interfaces ricas, wikis e blogs,

participação ativa, fotos/vídeos e podcasts, redes sociais, tags, metadados e

propagação de notícias).

Quanto ao histórico da adoção do Plone no Serpro, Romagnoli (2009), elucida que em

2002, ano em que o governo ainda não dirigia seu olhar ao movimento do software livre, o

Serpro realizou um grande estudo com as maiores empresas do mercado de gerenciamento de

conteúdo. O documento produto deste estudo foi a base para a realização de uma consulta

pública que, posteriormente, ensejou a publicação de um edital. No entanto, o processo não

24 Giuseppe Romagnoli é analista consultor do Serpro e membro da Fundação Plone.

31

obteve êxito devido ao modelo de licenciamento exigido na ocasião pelas empresas, isto é,

por CPU.

Explica Romagnoli (2009) que a transição de governo em 2003 permitiu ao Serpro

iniciar a sua busca por uma solução de SGC open source. A participação no IV Fórum

Internacional de Software Livre (FISL), realizada no mesmo ano, possibilitou ao Serpro o

primeiro contato com a tecnologia Python/Zope/Plone, que mostrou expressiva

compatibilidade com os requisitos da consulta pública anteriormente realizada.

A aprovação do Plone foi confirmada com o desenvolvimento do novo portal do

Serpro, completamente acessível, que foi, inclusive, apresentado na feira COMDEX daquele

mesmo ano. Romagnoli (2009) garante que o sítio foi manipulado durante todo o tempo por

um deficiente visual.

Destarte, encerra Romagnoli (2009) que ser open source, possuir comunidade ativa,

conter arquitetura robusta, aderir aos padrões do W3C, oferecer internacionalização e mais de

300 produtos prontos, maturidade no mercado, ser seguro, interoperável e muito fácil de usar,

respondem por que o Plone é utilizado no Serpro.

2.7 A Comunidade Plone no Governo

Reconhecido internacionalmente, o projeto PloneGov reúne centenas de organizações

públicas da Europa, América do Norte, América do Sul e da África, com o objetivo primordial

de compartilhar conhecimento e desenvolver de maneira cooperativa os sítios web dessas

organizações.

No Brasil, em julho de 2009 na sede do Serpro, ocorreu a primeira reunião de criação

da comunidade PloneGov-BR. Dentre as expectativas e premissas do projeto registradas em

ata, verifica-se que estão contempladas ações como a criação de um portal e de uma lista de

discussões para a comunidade.

Após algumas reuniões, em setembro do mesmo ano ocorreu a formalização da

comunidade. Seus objetivos ficaram assim definidos:

• Estabelecer um canal de colaboração entre instituições que fazem uso, desenvolvem e incentivam a tecnologia Zope/Plone e o Software Livre, e• Fomentar a criação de uma rede de profissionais que trabalham com essas tecnologias, trocar experiências, auxiliar instituições que estejam iniciando a implantação em suas unidades, compartilhar conhecimento (PLONEGOV-BR, 2013).

32

Moreira (2013) destaca que a missão da comunidade é “[...] ampliar e reforçar o uso

de Plone no Governo Brasileiro. Busca unir esforços para solucionar problemas e desafios

relacionados ao uso do Plone em aplicações de governo eletrônico”.

Em 2012, a comunidade PloneGov-BR recebeu o prêmio Plone Innovation Awards

2012. O evento se propõe a apresentar os novos e mais interessantes desenvolvimentos na

Comunidade Plone.

Para ingressar na comunidade brasileira, a instituição interessada precisa assinar um

protocolo de adesão. Atualmente, a Presidência da República, o Serpro, a Câmara dos

Deputados, o Interlegis, a EBC e o Ministério do Planejamento compõem os órgãos membros

da comunidade.

Constata-se, outrossim, que a observação aos objetivos da comunidade ocorre através

de medidas práticas. A organização da comunidade dentro do portal Software Livre (Figura 6)

e a manutenção da lista de discussões25 e do wiki de documentação no domínio do Interlegis,

são algumas destas medidas.

Figura 6 – Portal da Comunidade PloneGov-BR: recorte da página inicialFonte: Brasil, 2013h

25 Lista de discussões da comunidade PloneGov-BR, aberta a toda comunidade: http://listas.interlegis.gov.br/mailman/listinfo/plonegov-br

33

3 LEVANTAMENTO DE DADOS

3.1 O questionário

O questionário foi elaborado utilizando-se questões do tipo fechadas e semi-abertas,

num total de 18. Nas questões fechadas foram utilizados formatos distintos, quais sejam,

dicotômico, múltipla escolha e escalar (Likert).

Um formulário on-line26 foi desenvolvido para submeter o questionário aos

respondentes. Deste modo, o questionário pôde ser acessado via URL pública.

Na elaboração das questões, foram abordados os seguintes aspectos:

a) independentemente do(s) SGC(s) adotado(s) na instituição:

◦ o tempo de uso;

◦ o principal motivo da adoção; e

◦ os nomes dos SGCs.

b) especificamente relacionado ao Plone:

◦ o tempo de uso;

◦ as versões em uso;

◦ os diferenciais positivos e negativos;

◦ a curva de aprendizado;

◦ a documentação;

◦ o desempenho na infraestrutura de TI da instituição;

◦ o nível de satisfação dos usuários;

◦ as categorias de software adotados e/ou desenvolvidos, por terceiros ou não;

◦ a motivação para a adoção de software de terceiros;

◦ o nível de aderência ao negócio;

◦ o nível de simplicidade para realizar customizações;

◦ os programas ou ações para disseminação do conhecimento; e

◦ se há investimento em treinamento dos profissionais de TI.

26 A plataforma aberta do Google Drive – Google Docs foi escolhida para esta finalidade. O ambiente gera, automaticamente, a tabulação e a sumarização dos dados.

34

3.2 Os respondentes

O questionário foi publicado na lista de discussões da Comunidade PloneGov-BR. Ao

acessá-lo, o respondente verificava duas importantes orientações: a primeira determinava que

o público alvo do questionário eram os profissionais de TI de órgãos da administração pública

brasileira; a segunda esclarecia que o respondente deveria considerar somente o contexto da

sua instituição, observando o trabalho, programas e ações realizadas, exclusivamente, na sua

instituição. Em vista disso, garantiu-se a visão técnica necessária ao propósito deste estudo.

Através do endereço de correio eletrônico dos membros da lista, foi possível

identificar a inscrição de 46 órgãos públicos brasileiros de todas as esferas. Ao término de 15

dias, foram contabilizadas 36 respostas de 29 diferentes órgãos públicos das 5 regiões

brasileiras.

Na conferência das respostas, descartou-se 3 respostas, visto que 2 não continham a

identificação do respondente e 1 estava registrada em duplicidade. Utilizou-se, por

conseguinte, 33 respostas válidas, sendo: 23 respostas da esfera federal, 3 respostas da esfera

estadual e 7 respostas da esfera municipal. Dentre as respostas válidas, constatou-se 7

respostas provenientes de 3 órgãos públicos que participaram com mais de um respondente: o

Serpro, com 3 participações; a Presidência da República, com 2 participações; e a Câmara

Municipal de Parauapebas/PA, também com 2 participações.

35

4 RESULTADOS OBTIDOS

4.1 Exposição dos dados

4.1.1 Respostas por esferas federativas e nome dos órgãos públicos que responderam ao

questionário

Gráfico 1 – Respostas por esferas federativasFonte: próprio autor

Analisando-se as 33 respostas submetidas, foram identificados 29 órgãos públicos

brasileiros:

• Da esfera federal (20 órgãos): Presidência da República (PR), Secretaria de

Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), Serviço Federal de

Processamento de Dados (Serpro), Empresa Brasileira de Comunicação (EBC),

Imprensa Nacional, Senado Federal, Interlegis, Câmara dos Deputados, Instituto

de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Caixa Econômica Federal (CEF),

Departamento de Polícia Rodoviária Federal (PRF), Superior Tribunal Militar

(STM), Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Tribunal

Regional do Trabalho 13ª Região, Procuradoria da República no Estado da Paraíba

(MPF/PRPB), Procuradoria da República no Estado do Tocantins (MPF/PRTO),

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de

São Paulo (Unifesp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB);

• Da esfera estadual (3 órgãos): Procuradoria Geral do Estado da Paraíba

(PGE/PB), Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Porto Iracema das Artes

(Escola de Formação e Criação do Ceará);

• Da esfera municipal (6 órgãos): Câmaras Municipais de Parauapebas/PA,

36

Telêmaco Borba/PR, Carneirinho/MG, Nova Friburgo/RJ, Salmourão/SP e

Pindamonhangaba/SP.

4.1.2 Vivência em sistemas de gestão (tempo de utilização)

Gráfico 2 – Tempo de utilização de SGCsFonte: próprio autor

De acordo com as respostas, as instituições participantes possuem boa vivência em

sistemas de gestão de conteúdo (não necessariamente o Plone), pois apenas 2 respondentes

informaram que na sua instituição SGCs são utilizados há menos de 1 ano.

4.1.3 Principais motivos para a adoção de software SGC

Gráfico 3 – Principal motivo para a adoção de software SGCFonte: próprio autor

Estes dados possibilitam notar que houve preocupação dos órgãos consultados em

aprimorar a gerência do conteúdo, visto que o principal motivo respondido foi a

descentralização da gerência de conteúdo. Verifica-se, outrossim, que existiu empenho em se

observar padrões e normas editadas pelo governo (como por exemplo o e-PWG, explanado no

tópico 2.3 do presente estudo) e em realizar o acompanhamento da evolução tecnológica.

Outras respostas registradas foram “convênio com o Interlegis” e “extinguir

terceirização de desenvolvimento e suporte ao website”.

37

4.1.4 SGCs mais utilizados

Gráfico 4 – SGCs adotados (mais utilizados)Fonte: próprio autor

O Gráfico 4 mostra que apenas 1 respondente não selecionou o Plone (32 respostas).

Reuniu-se neste estudo, por conseguinte, uma parcela considerável de órgãos do governo que,

além de estar inscrita na lista de discussões da Comunidade PloneGov-BR, também utiliza,

em seu dia a dia, o produto da Fundação Plone.

Outras respostas registradas foram: “proprietário da empresa que desenvolveu” e

“WordPress”.

4.1.5 Vivência no Plone (tempo de utilização)

Gráfico 5 – Tempo de utilização do PloneFonte: próprio autor

Constatando-se o tempo de utilização do Plone, infere-se, relativamente, o grau de

percepção do respondente para com os detalhes do mencionado SGC. Positivamente, apenas 2

respondentes informaram que na sua instituição o Plone é utilizado há menos de 1 ano.

38

4.1.6 Versões do Plone em uso

Gráfico 6 – Versões do Plone utilizadas atualmenteFonte: próprio autor

O Gráfico 6 mostra que as versões mais utilizadas são a 3 e a 4. Foram computadas,

também, 8 respostas informando a utilização das versões 2, 2.1, 2.5 e 2.5.5. Deste modo,

percebe-se que no governo existe um olhar atento às novas implementações e melhorias do

produto. Outro dado interessante é, mais da metade dos respondentes informou ainda utilizar

alguma versão do SGC que possui mais de 6 anos desde o seu lançamento.

4.1.7 Diferenciais positivos em relação aos concorrentes

Gráfico 7 – Diferenciais positivos em relação aos SGCs concorrentesFonte: próprio autor

Veja-se que o item segurança ficou em primeiro lugar na opinião dos respondentes.

Nogueira e Nassif (2013, p. 18) explicam que o alto nível de segurança do Plone está

associado ao fato de o seu servidor de aplicações ser o Zope, que, segundo Moreira e Lima

(2008, p. 27) “provê um framework de segurança extensível e granular [...]”.

A facilidade de uso pelo usuário não técnico aparece em segundo lugar. O nível de

usabilidade oferecido pelo Plone é, realmente, um dos pontos fortes do produto, conforme já

mencionado na revisão bibliográfica do presente estudo (tópico 2.5).

Outros diferenciais positivos apontados foram “open source”, “funcionalidades out-of-

39

box”, “acessibilidade” e “workflow de processos na delegação de atividades”.

4.1.8 Diferenciais negativos em relação aos concorrentes

Gráfico 8 – Diferenciais negativos em relação aos SGCs concorrentesFonte: próprio autor

O resultado apresentado para esta questão valoriza a comunidade envolvida.

Consoante citado no tópico 2.5 deste trabalho, Reis et al. (2011, p. 9-10) pactuam com este

entendimento, afirmando que o apoio está disponível “[...] na forma de uma grande equipe de

desenvolvimento internacional e membros da comunidade Plone”.

Os 62% dos respondentes que apontaram outros aspectos negativos informaram:

“curva de aprendizado”, “documentação”, “poucos profissionais capacitados”, “linguagem de

programação”, “dificuldade na migração de versão”, “infraestrutura complicada”, “banco de

dados” e “customização”.

4.1.9 Curva de aprendizado

Gráfico 9 – Curva de aprendizadoFonte: próprio autor

Metade dos respondentes informou achar a curva de aprendizado pouco ou nada boa,

aspecto este abordado também na questão anterior como negativo. Na análise de Reis et al.

40

(2011, p. 15), ainda que relativamente fácil de usar, a aprendizagem do Plone pode demorar

mais tempo em comparação com o Joomla! e o Drupal. Miranda, Vieira e Carelli (2008, p.

16) asseveram que o trabalho dos desenvolvedores de portais é favorecido, devido à

integração existente no conjunto Python, Zope e Plone.

4.1.10 Qualidade da documentação oficial

Gráfico 10 – Qualidade da documentação oficialFonte: próprio autor

A votação para o quesito documentação não culminou índices favoráveis ao Plone. Há

vasta documentação na língua inglesa. Possivelmente, seja este um motivo para o resultado

apresentado. Reis et al. (2011, p. 10) destaca que o Plone “[...] possui documentos para

desenvolvedores que falam de modelos, das tecnologias, entre outros tópicos de maneira bem

organizada, além também de conter um manual do usuário bem completo.”

4.1.11 Desempenho na infraestrutura de TI da instituição

Gráfico 11 – Desempenho do Plone na infraestrutura de TI da instituiçãoFonte: próprio autor

O resultado apresentado é bastante favorável ao Plone. Andrei (2013) atesta que o

Plone é capaz de atender a 27 requisições por segundo, quando não há uma política de cache

41

configurada. Ele complementa que ativar o cache27 em memória, por exemplo, eleva a

capacidade de atendimento das requisições para cerca de 140 por segundo.

4.1.12 Nível de satisfação dos usuários das soluções

Gráfico 12 – Satisfação dos usuários das soluções utilizadas na instituiçãoFonte: próprio autor

Somando-se os votos computados para muito e extremamente satisfeitos, verifica-se

um índice de 85% de satisfação. Considerando que a satisfação do usuário está relacionada ao

atendimento da sua necessidade, ou seja, o usuário sente-se satisfeito por conseguir realizar

alguma tarefa com o mínimo de esforço, depreende-se que o Plone possui a flexibilidade

necessária para produzir soluções que favoreçam tal convicção do usuário, porquanto a

ferramenta que ele utiliza corresponde aos seus anseios.

4.1.13 Categorias de software de terceiros adotadas

Gráfico 13 – Categorias de software de terceiros adotadasFonte: próprio autor

Veja-se que somente cerca de 30% dos respondentes manifestaram utilizar alguma

categoria de software de terceiro desenvolvido em Plone, pois 23 profissionais não

responderam. Não é elevado o índice de reaproveitamento de soluções desenvolvidas por

terceiros nas instituições pesquisadas.

27 O pacote plone.app.caching vem embarcado no Plone 4.

42

Outras respostas registradas foram “ALM”, “Sistema de Apoio ao Processo

Legislativo (SAPL)” e “Contabilidade/RH”.

4.1.14 Principal motivo para a adoção dos softwares de terceiros

Gráfico 14 – Motivação para a adoção dos softwares de terceirosFonte: próprio autor

Complementando o assunto abordado na pergunta anterior, o Gráfico 14 demonstra

não haver uma razão mais significativa. A singularidade dos trabalhos executados em cada

órgão público, o cenário político local, as pessoas envolvidas, bem como outros fatores,

possivelmente, determinaram este resultado.

Outras respostas registradas nesta pergunta foram “processo de desenvolvimento

excessivamente burocrático” e “convênio”.

4.1.15 Categorias de software desenvolvidas/personalizadas na instituição

Gráfico 15 – Categorias de software desenvolvidas/personalizadas na instituiçãoFonte: próprio autor

Mais de uma resposta foi aceita nesta questão, assim, o resultado apresentado no

Gráfico 15 demonstra que o Plone é utilizado para mais de uma finalidade. A eficácia do

produto no cumprimento do seu principal propósito, isto é, ser utilizado como um servidor de

intranet, extranet e portais, conforme descrito pela Fundação Plone, está comprovada.

43

Outras respostas registradas foram “painel de projetos” e “sistemas de redação

multimídia, portais de conteúdo multimídia”.

4.1.16 Nível de aderência do Plone ao negócio da instituição

Gráfico 16 – Nível de aderência do Plone ao negócio da instituiçãoFonte: próprio autor

Não foi sugerida ao respondente uma forma para se avaliar o critério aderência

solicitado nesta pesquisa, possibilitando ao profissional liberdade no julgamento. O resultado

apresentado no Gráfico 16 confirma que o nível de aderência do Plone às necessidades

governamentais é elevado, o que justifica sua expressiva adoção.

4.1.17 Nível de simplicidade para realizar customizações

Gráfico 17 – Nível de simplicidade para realizar customizaçõesFonte: próprio autor

Na opinião de 71% dos respondentes, é moderado o nível de simplicidade para realizar

customizações no Plone, ainda que 42% (Gráfico 5) tenha informado possuir pelo menos 5

anos de experiência na ferramenta.

44

4.1.18 Programas ou ações para disseminação do conhecimento

Gráfico 18 – Programas ou ações para disseminação do conhecimentoFonte: próprio autor

Os programas ou ações voltados para a disseminação do conhecimento informados nos

38% das respostas foram: “Universidade Serpro”, “Grupo Interlegis de Tecnologia (GITEC)”,

“wiki interno”, “cursos e tutoriais”, “lista de discussões”, “seminários, participação em

comunidades e no Comitê de Software Livre (CISL)”, “criação da comunidade PloneGov-

BR”, “base de conhecimento e treinamento” e “eventos Plone e comunidades on-line”.

4.1.19 Realização de investimento em treinamento/aperfeiçoamento

Gráfico 19 – Realização de investimento em treinamento/aperfeiçoamentoFonte: próprio autor

Menos da metade dos respondentes confirmou que na sua instituição há investimento

em treinamento e aperfeiçoamento para utilização do Plone. Este resultado comprova que o

profissional acaba especializando-se por iniciativa própria.

45

5 CONCLUSÃO

Há pelo menos 10 anos que o Plone é utilizado com sucesso na construção de portais,

intranets e outras soluções para o governo brasileiro. Atualmente, o mercado de SGCs livres

não é enxuto. Muitos outros softwares de qualidade estão disponíveis. No entanto, a adoção

do Plone continua em franca expansão no governo brasileiro.

Uma hipótese que poderia ser utilizada para explicar a adoção do Plone no governo

brasileiro, é a escassez de SGCs livres encontrados há uma década. No entanto, os estudos

aqui apresentados demonstraram que a efetiva aderência do Plone às diretrizes de governo

eletrônico é que garantiu sua escolha e manutenção.

Com o intuito de se evidenciar os aspectos relevantes envolvidos na continuidade

desta solução de SGC no governo brasileiro, duas abordagens foram utilizadas:

1. o referencial teórico que possibilitou:

a) caracterizar as iniciativas governamentais que fomentam a utilização do SL, tais

como a criação do CISL, a edição do Guia Livre e a manutenção dos portais

Software Livre e Software Público Brasileiro;

b) externar a necessidade que a administração pública possui em gerir conteúdo

online com eficiência e eficácia, relatando que o cumprimento desta necessidade

ocorre mediante a utilização de sistemas de gerenciamento de conteúdo, com o

intuito de oferecer ao cidadão a melhor experiência possível de acesso ao governo

eletrônico;

c) apresentar um detalhamento das características do sistema de gerenciamento de

conteúdo Plone;

d) realizar um enfoque histórico da adoção do Plone no Serpro;

e) apresentar a Comunidade PloneGov-BR;

2. a submissão de um questionário aos órgãos públicos membros da Comunidade

PloneGOV-BR, medida que permitiu realizar um exame geral do estado de utilização

do Plone em diversos órgãos da administração pública.

Uma das dificuldades vivenciadas na elaboração deste trabalho, foi encontrar uma

forma objetiva e eficiente de comunicação com os órgãos de governo referência na pesquisa e

desenvolvimento de soluções em Plone. A lista de discussões da Comunidade PloneGov-BR

foi o canal escolhido para estabelecer esta comunicação. Na lista, foi possível perceber uma

atuação profícua da comunidade, fato este que viabilizou o contato com as instituições.

46

Da análise de todas as informações reunidas no presente estudo, é possível concluir,

principalmente, que:

1. O governo empreende medidas inovadoras, oferecendo a transparência dos seus atos;

2. A adoção do SL no governo está associada à busca da intitulada democracia digital;

3. O governo brasileiro compreendeu que há vantagens em se adotar o SL,

transformando-o em patrimônio público;

4. Como medidas de estímulo ao governo eletrônico, existem estudos aprofundados

objetivando garantir a utilização de softwares para gerenciamento de conteúdo, tais

como o Guia de Administração de Sítios e o Comparativo dos Sistemas de Gestão de

Conteúdo, pois que não existe mais espaço para a centralização das informações;

5. A descoberta do Plone pelo governo brasileiro foi resultado de amplo estudo, face ao

posicionamento dos profissionais de TI, gestores e diretores, em busca das melhores

soluções de governo eletrônico;

6. O Plone é notavelmente aderente às necessidades governamentais. Possibilita criar

produtos sob medida, seguros, acessíveis, fáceis de usar e modernos. Possui bom

desempenho na infraestrutura de TI dos órgãos públicos consultados e não é simples

de se customizar, apresentando alta curva de aprendizado;

7. A comunidade PloneGov-BR está consolidada e atua no sentido de ampliar e reforçar

a adoção do Plone no governo;

8. Em que pesem a maturidade e o alto nível de profissionalismo do Plone, não existe

homogeneidade entre os órgãos de governo no quesito estado da adoção do Plone;

9. O Plone não é um produto em que o aprendizado, implantação, customização e

atualização são triviais.

Por fim, sugere-se como prosseguimento deste estudo, uma abordagem voltada à

infraestrutura, ou seja, demonstrar quais tecnologias o governo brasileiro empreende na

infraestrutura relacionada ao SGC Plone e, ainda, como essas tecnologias contribuem para

melhorar a entrega dos serviços relacionados ao gerenciamento de conteúdo web.

47

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53

APÊNDICE A – Modelo de questionário

Figura 7 – Questionário: questões 1 a 3Fonte: Google Drive

54

Figura 8 – Questionário: questões 4 a 8Fonte: Google Drive

55

Figura 9 – Questionário: questões 9 a 13Fonte: Google Drive

56

Figura 10 – Questionário: questões 14 a 18Fonte: Google Drive

57

Figura 11 – Questionário: identificação do respondenteFonte: Google Drive

58

APÊNDICE B – Respostas registradas no questionário

Quadro 3 – Respondentes 1 a 8 (questões 1 a 7)

Fonte: próprio autor

59

Quadro 4 – Respondentes 1 a 8 (questões 8 a 14)

Fonte: próprio autor

60

Quadro 5 – Respondentes 1 a 8 (questões 15 a 18)

Fonte: próprio autor

61

Quadro 6 – Respondentes 9 a 17 (questões 1 a 7)

Fonte: próprio autor

62

Quadro 7 – Respondentes 9 a 17 (questões 8 a 14)

Fonte: próprio autor

63

Quadro 8 – Respondentes 9 a 17 (questões 15 a 18)

Fonte: próprio autor

64

Quadro 9 – Respondentes 18 a 25 (questões 1 a 7)

Fonte: próprio autor

65

Quadro 10 – Respondentes 18 a 25 (questões 8 a 14)

Fonte: próprio autor

66

Quadro 11 – Respondentes 18 a 25 (questões 15 a 18)

Fonte: próprio autor

67

Quadro 12 – Respondentes 26 a 33 (questões 1 a 7)

Fonte: próprio autor

68

Quadro 13 – Respondentes 26 a 33 (questões 8 a 14)

Fonte: próprio autor

69

Quadro 14 – Respondentes 26 a 33 (questões 15 a 18)

Fonte: próprio autor