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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CAMPUS IV CHAPADINHA - MA CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MAURILENE SOUSA COSTA ICTIOFAUNA ASSOCIADA À MACRÓFITAS AQUÁTICAS NA MICRORREGIÃO DE CHAPADINHA, MARANHÃO, BRASIL. Orientador: Jorge Luiz Silva Nunes Chapadinha, MA 2014 Monografia apresentada ao Colegiado do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão, Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, como requisito para a obtenção do título de Bacharel e Licenciatura em Ciências Biológicas.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE … · Monografia apresentada ao Colegiado Centro de Ciências Agrárias e ... (Agostinho et al., 2003), a utilização das macrófitas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CAMPUS IV – CHAPADINHA - MA

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MAURILENE SOUSA COSTA

ICTIOFAUNA ASSOCIADA À MACRÓFITAS AQUÁTICAS NA

MICRORREGIÃO DE CHAPADINHA, MARANHÃO, BRASIL.

Orientador: Jorge Luiz Silva Nunes

Chapadinha, MA

2014

Monografia apresentada ao Colegiado

do Curso de Ciências Biológicas da

Universidade Federal do Maranhão,

Centro de Ciências Agrárias e

Ambientais, como requisito para a

obtenção do título de Bacharel e

Licenciatura em Ciências Biológicas.

2

MAURILENE SOUSA COSTA

ICTIOFAUNA ASSOCIADA À MACRÓFITAS AQUÁTICAS NA

MICRORREGIÃO DE CHAPADINHA, MARANHÃO, BRASIL

Orientador: Dr. Jorge Luiz Silva Nunes

Monografia apresentada ao Curso de

Ciências Biológicas da Universidade

Federal do Maranhão, Centro de Ciências

Agrárias e Ambientais para a obtenção do

título de Bacharel e Licenciatura em

Ciências Biológicas.

Chapadinha, MA

2014

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4

MAURILENE SOUSA COSTA

ICTIOFAUNA ASSOCIADA À MACRÓFITAS AQUÁTICAS NA

MICRORREGIÃO DE CHAPADINHA, MARANHÃO, BRASIL

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do

Maranhão, para a obtenção do título de Bacharel e Licenciatura em Ciências Biológicas.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________________________

Prof. Dr. Jorge Luiz Silva Nunes (Orientador) - UFMA

______________________________________________________

Prof. Dr. Nivaldo Magalhães Piorski - UFMA

______________________________________________________

Msc. Glínia Kelle Fernandes Coelho

Aprovada em ____/____/_____

5

A meus grandes incentivadores e responsáveis

por cada degrau de minha vida, meus pais José

Ribamar de Assis Costa e Maria das Dores

Sousa Costa, por me apoiarem e me

incentivarem a querer sempre mais aprofundar

meus conhecimentos.

6

“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”

I Tessalonicenses 5: 18

7

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ........................................................................................................... 8

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ 9

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... 10

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13

2. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 14

2.1. Área de estudo ....................................................................................................... 14

2.2. Amostragem ........................................................................................................... 17

2.3. Análise dos dados .................................................................................................. 18

3. RESULTADOS ............................................................................................................. 20

3.1. Composição ictiofaunística .................................................................................... 20

3.2. Composição florística ............................................................................................ 24

3.3. Associação entre peixes e macrófitas aquáticas..................................................... 26

4. DISCUSSÃO ................................................................................................................. 29

5. LITERATURA CITADA .............................................................................................. 31

8

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me conceder a graça da vida.

Ao Prof. Dr. Jorge Luiz Silva Nunes, por todo apoio necessário para realização deste

trabalho, por tudo que me ensinou. Muito obrigada!

A meu pai e minha mãe, José Ribamar e Maria Dores, pelo incentivo aos estudos, por

todo amor, cuidado e dedicação, meus exemplos de honestidade, alegria, força e

paciência.

A minha irmã Maura, minha amiga e companheira, por todo seu apoio nos momentos de

stress, pela compreensão, pelos conselhos, pelas sugestões, discussões, apoio e amizade.

A minhas BFF’s, Maria Francisca e Mauriane, pelo apoio e sugestões, por sua amizade

e por todos os momentos inesquecíveis de descontração.

A meu amado, Fillemon, que sempre esteve presente em todos os momentos, pela

dedicação e por ter me apoiado incondicionalmente me dando o seu amor.

Aos amigos do Laboratório de Organismos Aquáticos: Aldemir, Luciano, Jakeline e

André por toda a ajuda durante as coletas, pelos “churrascos” as margens dos rios.

A todos os professores do CCAA, pelas preciosas contribuições e participação na minha

formação.

Aos amigos: Maurício, Luiz Phelipe e Diego, simplesmente pela amizade e companhia.

E aos membros da banca examinadora, pelas contribuições.

Muito obrigada!

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Pontos de coletas na microrregião de Chapadinha-Maranhão. ............................ 15

Figura 2. Locais de amostragem na microrregião de Chapadinha, características A, B, C

e D no município de Anapurus, E, F, G e H no município de Chapadinha. ......................... 16

Figura 3. Coleta dos exemplares: A e B coleta da ictiofauna; C e D coleta de

exemplares de macrófitas, encontrados na microrregião de Chapadinha. ............................ 18

Figura 4. Classificação das macrófitas de acordo com o hábito.......................................... 18

Figura 5. Abundância relativa das famílias de peixes capturados, na microrregião de

Chapadinha, Maranhão. ........................................................................................................ 24

Figura 6. Riqueza de espécies de plantas por grupo de macrófitas, na microrregião de

Chapadinha, Maranhão. ........................................................................................................ 26

Figura 7. Riqueza de espécies de peixes associada aos grupos de macrófitas na

microrregião de Chapadinha, Maranhão. ............................................................................. 27

Figura 8. Número de peixes coletados em cada espécie de macrófita na microrregião de

Chapadinha. .......................................................................................................................... 27

Figura 9. Dendograma de similaridade, demonstrando os dois grupos formados: A –

macrófitas com maior diversidade de espécies de peixes; B – macrófitas com menor

diversidade de espécies de peixes. ........................................................................................ 28

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Lista das espécies de peixes coletados associadas á macrófitas na microrregião de

Chapadinha, Maranhão. Médias de CP (Cumprimento Padrão) e P (peso), CP máx.

(Cumprimento Padrão máximo), CP mín. (Cumprimento Padrão mínimo), P máx. (Peso

máximo) e P mín. (Peso mínimo). Classificação das macrófitas quanto ao hábito: E

(Emergente), FF (Flutuante Fixa), FL (Flutuante Livre), A (Anfíbia), SF (Submersa Fixa) e SL

(Submersa Livre) .............................................................................................................. 21

Tabela 2.Lista das espécies de macrófitas coletados na microrregião de Chapadinha,

Maranhão. Classificação segundo APG III (2009), nome vernacular e classificação segundo

hábito: E (Emergente), FF (Flutuante Fixa), FL (Flutuante Livre), A (Anfíbia), SF (Submersa

Fixa) e SL (Submersa Livre) .............................................................................................. 24

11

Ictiofauna associada à macrófitas aquáticas na microrregião de Chapadinha,

Maranhão, Brasil.

Maurilene Sousa Costa1& Jorge Luiz Silva Nunes

2

Macrófitas são importantes componentes do ambiente aquático, desempenhando papel na

manutenção desses ecossistemas. Suas relações com a ictiocenose são bastante complexas,

servindo como abrigo contra predadores, local de alimentação e berçário. O objetivo foi

caracterizar aictiofauna associada à macrófitas aquáticas da microrregião de Chapadinha. Foram

capturados 1899 indivíduos, pertencentes a cinco ordens, 14 famílias e 32 espécies, sendo as

ordens mais abundantes Characiformes e Siluriformes. A composição florística foi representada

por 18 espécies de macrófitas, pertencentes a três classes distribuídas em 13 famílias. Foram

registradas em associação com as macrófitas pequenos Characídeos, além de juvenis de espécies

de médio porte como Leporinus piau e Hoplias malabaricus, encontrados principalmente em

bancos formados por macrófitas Flutuantes Fixas e Emergentes. A complexidade de habitats

conferida pela presença de macrófitas aquáticas na região é um fator determinante para a

diversidade de peixes, tendo como papel principal a proteção para peixes pequenos e juvenis,

sendo utilizados como local de forrageio e proteção contra predadores.

Palavras-chave: Peixes de água-doce. Diversidade. Hidrófitas. Plantas. Aquáticas.

Microhabitat.

ABSTRACT: Fish fauna associated with macrophytes in the microregion of Chapadinha,

Maranhao, Brazil.

Macrophytes are important components of the aquatic environment, playing a role in

maintaining these ecosystems. Their relations with the ichthyonenosis are quite complex,

serving as shelter from predators, feeding ground and nursery. The objective was to characterize

the ichthyofauna associated with aquatic macrophytes of the micro region of Chapadinha. 1899

individuals were captured, belonging to five orders, 14 families and 32 species, the most

abundant orders Characiformes and Siluriformes. The floristic composition was represented by

11Laboratório de Organismos Aquáticos - Universidade Federal do Maranhão. Br. 222, Km 4, sn. Bairro Boa

Vista. CEP: 65500-000. Chapadinha, MA, Brasil. [email protected].

2Laboratório de Organismos Aquáticos - Universidade Federal do Maranhão. Br. 222, Km 4, sn. Bairro Boa

Vista. CEP: 65500-000. Chapadinha, MA, Brasil. [email protected].

12

18 species of macrophytes belonging to three class distributed in 13 families. Were recorded in

association with macrophytes the small characid, and juvenile species of medium-sized as

Leporinus piau and Hoplias malabaricus, found primarily in banks formed by macrophytes

floating fixed and emerging. The complexity of habitats afforded by the presence of aquatic

macrophytes in the region is a determinant of fish diversity factor, having as main role

protection for small and juvenile fish, being used as a site for foraging and protection from

predators, thus playing the role of great importance throughout the life of many fish species in

the region.

Keywords: Freshwater fish. Diversity. Hydrophytes. Aquatic plants. Microhabitat.

13

1. INTRODUÇÃO

As macrófitas aquáticas geralmente formam estruturas complexas resultantes do

agrupamento de vários indivíduos da mesma espécie ou misturadas, fornecendo

microhabitats variados para as comunidades aquáticas (Townsend, 1989; Esteves &

Camargo, 1986; Mitsch & Gosselink, 1993; Delariva et al., 1994; Petry et al., 2003;

Thomaz &Bini, 2003).

Portanto, a complexidade de habitat normalmente pode ser utilizada para inferir

diversidade da comunidade (Weaver et al., 1997). Assim, quanto maior a complexidade

do banco de macrófitas, maior será a diversidade de alimento, riqueza, biomassa e

abundância da ictiofauna associada (Petry et al., 2003; Dibble& Thomaz, 2006;

Agostinho et al., 2007; Sánchez-Botero et al., 2008).

A associação entre peixes e macrófitas é bastante conhecida na literatura, sendo

registrada para corpos d’água naturais e artificiais (Nurminen, 2003; Schiesari, 2003;

Agostinho et al., 2007). A comunidade de peixes que utilizam esses microhabitats é

formada por indivíduos jovens e adultos de pequeno porte, além de juvenis de espécies

de médio e grande porte (Barnett & Schneider, 1974; Delariva et al., 1994; Sánchez-

Botero et al., 2007).

As macrófitas aquáticas desempenham um importante papel para a comunidade de

peixes, pois funcionam como local para desova, desenvolvimento de formas juvenis,

bem como sítio para forrageio e abrigo contra predadores (Lowe-Mcconnell, 1987;

Machado-Allison, 1987; Casatti et al., 2003; Valbo-Jørgensen et al. , 2000; Schiesari,

2003; Pelicice& Agostinho, 2006; Súarez et al.,2013).

A fase inicial do desenvolvimento dos peixes é considerada crítica, pois há um

maior risco de predação e aumento da mortandade. Portanto, para sobrepujar as pressões

iniciais algumas estratégias são aplicadas. Com isso os indivíduos juvenis requerem

ambientes com maior complexidade com alta disponibilidade de alimentos, para evitar

predadores e crescer (Agostinho et al., 2003), a utilização das macrófitas pelos juvenis

não é apenas como berçário, mas principalmente como local de forrageio, por possuírem

14

disponibilidade de recursos alimentares elevada, e com estas condições favoráveis

várias espécies garantem sua sobrevivência até atingirem uma fase da vida em que

diminuir a predação sobre si (Milani et al., 2010; Soares, 2013).

Compreendendo as relações da ictiofauna com o ambiente e as mudanças

ocorrentes ao longo do tempo nos leva a entender a dinâmica nestes ambientes e a

estrutura da comunidade ictia (Eggleton et al., 2005), Dessa forma, a importância da

relação entre os peixes e as plantas aquáticas nos permiti inferir sobre o papel destas

para o desenvolvimento da ictiofauna. Tendo assim como hipótese que as macrófitas

influenciam na estruturação da ictiofauna local, sendo utilizadas principalmente nas

fases iniciais do desenvolvimento. Este trabalho teve por objetivo caracterizar a

associação entre a ictiofauna e a comunidade de macrófitas aquáticas presentes na

microrregião de Chapadinha a fim de compreender a relação entre estas.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Área de estudo

A microrregião de Chapadinha está localizada em uma região de Cerrado,

caracterizado por formações abertas de árvores e arbustos baixos com uma camada

rasteira de gramíneas. Além destas fisionomias existem os campos limpos, formações

arbóreas (Costa, 1997), florestas ombrófilas e matas ciliares (Brito et al., 2006). O

período chuvoso vai de Dezembro a Julho e o período de seca de Agosto a Novembro

(Nogueira et al., 2012) .

Foram utilizados cinco pontos amostrais: os povoados Cedro e Riacho Fundo em

Chapadinha na bacia do rio Munin, os povoados Campineira e São Lourenço e um

ponto dentro da cidade de Anapurus na bacia do rio Preguiças (Figura 1). A mata ciliar

encontrada nos pontos localizados no município de Chapadinha era configurada pela

presença de palmeiras de babaçu (Orbignya speciosa), árvores com ramos

dependurados na água, a exemplo da ingazeira (Inga sp.), inúmeros arbustos e ervas

sem tronco lenhoso.Os pontos amostrais no município de Anapurus são caracterizados

pela presença de buritizais (Mauritia vinifera) e pela presença de grande quantidade de

macrófitas em suas margens (Figura 2).

15

Figura . Pontos de coletas na microrregião de Chapadinha-Maranhão.

16

Figura . Locais de amostragem na microrregião de Chapadinha, características A, B, C e D no

município de Anapurus, E, F, G e H no município de Chapadinha.

A B

F E

D C

B

G H

17

2.2. Amostragem

As coletas foram realizadas entre os meses de janeiro e julho de 2013 com a

utilização de redes manuais que possuíam 60 cm de diâmetro e malha com 6 mm entre

nós opostos. Os bancos de macrófitas foram selecionados de acordo com a dominância

dos tipos morfológicos e em cada local de amostragem foram realizados três lances

consecutivos. Posteriormente os peixes capturados foram fixados em formol a 10%,

ainda em campo. Em seguida o material biológico foi levado para o laboratório, onde

foram conservados em frascos de vidro contendo solução alcoólica a 70% para posterior

identificação e biometria (comprimento total e peso). As mostras vegetais de cada banco

de macrófitas tiveram a confecção de exsicatas e posterior identificação (Figura 3).

A ictiofauna associada aos bancos de macrófitas foi identificada de acordo com

Géry (1977), Britto et al. (2003), Santos et al. (2004), Soares (2005), Soares et al.

(2008) e Fish Base. A lista de espécies foi organizada seguindo a classificação proposta

por Nelson (2006). A identificação das macrófitas foi realizada de acordo com Lima et

al. (2011) e Rial (2009) e a classificação de acordo com APG III (2009).

A B

C D

18

Figura . Coleta dos exemplares: A e B coleta da ictiofauna; C e D coleta de exemplares de

macrófitas, encontrados na microrregião de Chapadinha.

.

As macrófitas foram classificadas de acordo com o hábito de cada espécie,sendo

divididas em seis categorias adaptadas dos trabalhos de Brito (1983), Pedralli (1990) e

Murphy (2000): 1- Anfíbias:plantas capazes de viver tanto em áreas alagadas como fora

da água; 2- Emergentes: plantas enraizadas no fundo, parcialmente submersas e

parcialmente fora da água; 3- Flutuantes fixas: enraizadas no fundo com caule e/ou

folhas flutuantes; 4- Submersas livres: não enraizadas no fundo, com caule e folhas

submersas; 5- Submersas fixas: enraizadas no fundo, totalmente submersas; 6-

Flutuantes livres: enraizadas no fundo, podendo ser levadas por correnteza, ventos e

animais (Figura 4).

Figura . Classificação das macrófitas de acordo com o hábito.

2.3. Análise dos dados

Foram avaliados dados quantitativos de abundância, diversidade e riqueza da

ictiofauna associada aos bancos de macrófitas, obtidos da seguinte forma:

19

Abundância: número de peixes coletados por espécie; número de peixes coletados

por espécie de macrófita; número de peixes coletados por categoria de macrófita.

Diversidade de Shannon-Wiener (Krebs, 1989):

H’ = S (pi). log2 (pi)

Onde: H’= diversidade de espécies (bits/indivíduo); pi = proporção da espécie i

na comunidade.

Riqueza absoluta: quantidade de espécies de peixes ocorreram na área de estudo.

Sendo avaliado o número total de espécies, e por espécie de macrófita.

Análise de agrupamento foi utilizada para comparar a composição ictiofaunística

entre as espécies de macrófitas, tendo como critério de agrupamento escolhido o

UPGMA, método de Ward’s, aplicada a uma matriz de dados binários de presença e

ausência de espécies de peixes, para esta análise foi utilizado o programa

Paleontological Statistics- PAST versão 1.79 (Hammer et al., 2001).

20

3. RESULTADOS

3.1. Composição ictiofaunística

Foram capturados 1.899 indivíduos pertencentes a cinco ordens, 14 famílias e 32

espécies. As ordens mais especiosas foram Characiformes com sete famílias e

19espéciesea ordem Siluriformes com três famílias e sete espécies. Os valores de

comprimento padrão dos exemplares variaram entre 10 mm e 203 mm, Astyanax sp.

1(CP=38,1), Aphyocharax sp.(CP=27,64), Curimatella sp. (CP=29,33) e Nannostomus

sp.(CP=36,55) espécies de pequeno porte e L. piau (CP=52,3), H. malabaricus

(CP=27,98), S. marginatus (CP=69,59), P. blochii (CP=18,6), T. signatus (CP=23,7), S.

dissimilis (CP=30,95)e H. microlepis (CP=21,69). Todas as espécies capturadas estão

descritas na Tabela 1, com seus respectivos comprimento padrão (cm) e peso total(g).

21

Tabela . Lista das espécies de peixes coletados associadas á macrófitas na microrregião de Chapadinha, Maranhão. Médias de CP (Cumprimento Padrão) e P (peso), CP máx. (Cumprimento

Padrão máximo), CP mín. (Cumprimento Padrão mínimo), P máx. (Peso máximo) e P mín. (Peso mínimo). Classificação das macrófitas quanto ao hábito: E (Emergente), FF (Flutuante Fixa), FL

(Flutuante Livre), A (Anfíbia), SF (Submersa Fixa) e SL (Submersa Livre).

Média CP (mm)

± e.p

CP máx.

(mm)

CP mín.

(mm)

Média P (g)

± e.p

P máx. (g) P mín.

(g)

Abundância

%

Hábito Macrófita

Ordem Characiformes

Família Hemiodontidae

Hemiodus microlepis Kner, 1858 21,69 ± 3,07 45,80 19,40 0,75 ± 0,11 0,85 0,02 0,05 FF

Família Curimatidae

Curimatella sp. 29,33 ± 2,5 54,10 15,50 0,29 ± 0,08 1,19 0,06 8,70 FF; FL; E; A

Família Anostomidae

Leporinus piau Fowler, 1941 52,3 ± 5,65 78,50 20,10 1,95 ± 0,58 6,28 0,04 1,95 FF; E; A

Schizodon dissimilis (Garman, 1890) 30,95 ± 5,05 45,50 35,40 0,67 ± 0,27 0,94 0,40 0,53 E; A

Família Erythrinidae

Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) 27,98 ± 2,32 68,90 19,00 0,41 ± 0,20 4,90 0,03 2,16 FF; FL; E; A

Família Lebiasinidae

Nannostomus sp. 27,0 ± 0,28 33,30 17,70 0,16 ± 0,01 0,30 0,01 11,76 FF; SF; SL; E

Família Gasteropelecidae

Gasteropelecus levis (Eigenmann, 1909) 25,3 ± 0,30 25,60 25,00 0,10 ± 0,01 0,11 0,10 0,11 FF; E

Família Characidae

Aphyocharax sp. 27,64 ± 1,63 50,30 42,00 0,20 ± 0,14 0,97 0,25 32,17 FF; FL; SF; E;A

22

Astyanax sp. 1 38,1 ± 0,48 38,90 10,00 0,56 ± 0,01 0,54 0,01 17,93 FF; FL; SF; SL; E;

A

Astyanax sp. 2 35,64 ± 64 49,00 14,60 0,38 ± 0,02 0,97 0,01 1,27 FF; E; A

Charax leticeae Lucena 1987 48,23 ± 1,70 53,20 45,60 0,84 ± 0,03 0,84 0,69 0,16 A

Hemigramuss p. 30,18 ± 2,97 40,80 15,00 0,16 ± 0,03 0,31 0,01 0,05 FF

Moenkhausia sp. 57,26 ± 0,47 67,80 52,90 1,63 ± 0,06 3,04 0,79 3,11 FF; FL; E; A

Nannocharax sp. 36,55 ± 2,10 37,00 14,50 0,52 ± 0,03 0,42 0,02 3,80 FF; FL; E; A

Poptella sp. 24,95 ± 1,22 38,60 16,80 0,20 ± 0,03 0,64 0,03 2,48 FF; FL; E; A

Pristella sp. 25,97 ± 0,61 36,40 27,90 0,17 ± 0,02 0,43 0,13 0,53 FF; SF; E; A

Serrasalmus marginatus Valenciennes, 1837 69,59 ± 11,88 63,30 16,30 1,38 ± 0,16 2,71 0,05 1,42 FF; SF; E

Triportheus signatus (Garman, 1890) 23,7 ± 6,82 46,80 26,30 0,34 ± 0,25 0,84 0,09 0,21 FF; FL

Ordem Siluriformes

Família Pimelodidae

Pimelodus blochii Valenciennes, 1840 18,6 ± 0,00 67,50 67,50 2,00 ± 0,00 2,00 2,00 0,05 A

Família Callichthyidae

Corydoras sp. 45,83 ± 0,77 48,10 44,80 1,76 ± 0,12 1,96 1,40 0,16 FF; SF; E

Família Loricariidae

Ancistrus sp. 64,9 ± 0,00 64,90 64,90 3,94 ± 0,00 3,94 3,94 0,05 FF

Hypostomus cf. plecostomus (Linnaeus, 1758) 18,82 ± 0,86 25,75 15,60 0,03 ± 0,01 0,06 0,01 0,95 FF; FL; E; A

Hypoptopoma sp. 24,68 ± 7,78 67,80 34,10 2,12 ± 0,65 3,26 0,26 0,32 E

Loricaria sp. 20,7 ± 4,52 42,35 27,00 0,10 ± 0,01 0,08 0,04 0,05 E

Lorycarichthys sp. 34,8 ± 4,52 105,90 105,90 3,39 ± 0,01 3,79 3,79 0,21 FF; E

23

Ordem Gymnotiformes

Família Sternopygidae

Sternopygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801) 61,04 ± 2,74 203,00 69,50 1,89 ± 1,08 12,60 0,49 0,47 FF; E; A

Família Gymnotidae

Gymnotus sp. 30,9 ± 0,10 31,00 30,80 0,12 ± 0,02 0,13 0,10 0,11 FF

Ordem Perciformes

Família Cichlidae

Aequidens tetramerus (Heckel, 1840) 24,93 ± 1,51 86,60 12,10 0,84 ± 0,23 12,85 0,02 5,75 FF; FL; SF; E

Crenicichla menezesi Ploeg, 1991 58,49 ± 8,01 105,60 23,70 2,90 ± 1,01 10,87 0,10 0,58 FF; FL; E; A

Geophagus surinamensis (Bloch, 1791) 49,67 ± 5,55 77,30 20,30 2,38 ± 0,71 6,83 0,10 0,53 FF; E; A

Apistogramma piauienses (Kullander, 1980) 26,53 ± 2,00 45,20 15,90 0,37 ± 0,08 1,37 0,03 1,11 FF; E

Ordem Cyprinodontiformes

Família Poeciliidae

Poecilia vivípara Bloch & Schneider, 1801 30,98 ± 1,27 30,40 10,20 0,31 ± 0,02 0,31 0,04 1,27 FF; FL; SF; E

24

A família Characidae foi a mais abundante representando 63,13% do total de

indivíduos coletados, seguida pela família Lebiasinidae (11,76%) e pelas famílias

Curimatidae (8,70%) e Cichlidae (7,96%) (Figura 5).

Figura . Abundância relativa das famílias de peixes capturados, na microrregião de

Chapadinha, Maranhão.

3.2. Composição florística

Foram coletadas 18 espécies de macrófitas, pertencentes a três classes e11

famílias. A classe Pteridophyta representada por duas famílias, classe Liliopsida

representada por três famílias, incluindo Alismataceae e Cyperacea que foram as mais

especiosas, classe Magnoliopsidae representada por seis famílias (Tabela 2).

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00

Characidae

Lebiasinidae

Curimatidae

Cichlidae

Anastomidae

Erythrinidae

Loricariidae

Poeciliidae

Sternopygidae

Callichthyidae

Gymnotidae

Gasteropelecidae

Pimelodidae

Hemiodontidae

25

Tabela 2. Lista das espécies de macrófitas coletados na microrregião de Chapadinha,

Maranhão. Classificação segundo APG III (2009), nome vernacular e classificação segundo

hábito: E (Emergente), FF (Flutuante Fixa), FL (Flutuante Livre), A (Anfíbia), SF (Submersa

Fixa) e SL (Submersa Livre).

Nome vernacular Hábito

Pteridophyta

Marsileaceae

Marsilea polycarpa Hook. & Grev. Trevo FF

Salviniaceae

Salvinia sp. Tapete FL

Liliopsida

Alismataceae

Sagittaria sp. Água-pé FF

Xantosoma sp. E

Montrichardia sp. Aninga E

Cyperaceae

Eleocharis sp. Junco E

Websteria sp. Capim FF

Cyperus sp. Capim estrela E

Poaceae

Paspalum sp. Capim E

Eichhornia sp. Mururu E

Magnoliopsidae

Cambombaceae

Cambomba sp. SF

Lentibularoacea

Utricularia sp. SL

Lythraceae

Cuphea sp. Erva-de-bicho A

Nymphaeacea

Nymphaea sp.1 Água-pé FF

Nymphaea sp.2 Água-pé FF

Onagraceae

Ludwigia sp. Cruz-de-malta FF

Ludwigia octavalvis (Jacq.) Raven - FL

Scrophulariaceae

26

Scoparia sp. Vassourinha A

Observou-se a predominância de macrófitas pertencentes ao grupo das

Flutuantes Fixas e Emergentes, representados por seis espécies, seguidos por espécies

Flutuantes Livres (2), os grupos Anfíbias e Flutuantes Livres representadas por duas

espécies,Submersas Fixas e Submersas Livres representadas por uma espécie cada

(Figura 6).

Figura . Riqueza de espécies de plantas por grupo de macrófitas, na microrregião de

Chapadinha, Maranhão.

3.3. Associação entre peixes e macrófitas aquáticas

Analisando a distribuição da ictiofauna dentre as categorias estabelecidas

segundo o hábito das macrófitas, notou-se uma forte relação entre aictiofauna e as

macrófitas Emergentes e Flutuantes fixas, sendo observadas respectivamente 25 e 26

espécies de peixes associados às plantas pertencentes a estas categorias. As macrófitas

0 1 2 3 4 5 6 7

Flutuante Fixa

Emergente

Anfíbia

Flutuante Livre

Submersa Fixa

Submersa Livre

Riqueza de espécies de macrófitas

Háb

ito

27

pertencentes às categorias Anfíbias, Flutuantes livres e Submersas Fixas foram

representadas por 17, 13 e 9 espécies. A menor associação foi apontada para as

macrófitas Submersas Livres representada por apenas duas espécies (Figura 7).

Figura . Riqueza de espécies de peixes associada aos grupos de macrófitas na microrregião de

Chapadinha, Maranhão.

Considerando o número de peixes capturados em cada espécie de macrófita, a

espécie Nynphaea sp.1apresentou a maior abundância de peixes, sendo coletados 423

individuos, seguidas por Ludwigia sp.(N=351) e Eleocharis sp. (N=251) (Figura 8).

Figura . Número de peixes coletados em cada espécie de macrófita na microrregião de

Chapadinha.

0 5 10 15 20 25 30

Flutuante Fixa

Emergente

Anfíbia

Flutuante Livre

Submersa Fixa

Submersa Livre

Riqueza de Espécies de Peixes

bit

o/M

acr

ófi

ta

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Nymp1

Eleo

Mpoly

Cype

Nymp2

Webs

Scop

Eich

Utri

Número de Peixes

28

A similaridade ictiofaunística entre as macrófitas apontada pela análise de

Cluster mostra a existência de dois agrupamentos de espécies de macrófitas,

compartilhando as mesmas espécies de peixes. Estes dois grupos de macrófitas foram

subdivididos em agrupamentos menores, caracterizados pela diversidade de espécies de

peixes observada, ambos os agrupamentos estiveram representados principalmente por

macrófitas Flutuantes Fixas e Emergentes. Foi observada a existência de um padrão

regular de ocupação das macrófitas pelas diferentes espécies de peixes, sendo

estabelecida a presença das mesmas espécies em macrófitas de hábitos diferentes,

apontando que uma parcela da ictiofauna associada está em trânsito constante entre os

diferentes bancos (Figura 9).

Figura . Dendograma de similaridade, demonstrando os dois grupos formados: A – macrófitas

com maior diversidade de espécies de peixes; B – macrófitas com menor diversidade de

espécies de peixes.

A B

29

4. DISCUSSÃO

Os resultados obtidos demonstram a predominância de pequenos Characídios e

juvenis de espécies de médio porte, predominantemente associados à macrófitas de

hábitos Flutuantes Fixas e Emergentes. A predominância desses Characiformes em

associação a bancos de macrófitas é comum em rios tropicais(Meschiatti et al., 2000;

Sánchez-Botero, 2000),existindo uma hierarquia onde a ordem Characiformes possui

alta representatividade dentro das assembléias de peixe, em geral seguida pelas ordens

Perciformes e Siluriformes(Pacheco & da Silva, 2009; Milani et al., 2010; Súarez et al.,

2013; Soares et al., 2014) também apontada por Casatti et al. (2003), Prado et al.

(2009) e Costa et al. (2011)que apontam a existência de uma estreita relação das

espécies dessa ordem com bancos de macrófitas.

No presente trabalho as espécies mais abundantes foram Aphyocharax sp.,

Astyanax sp.1 e Nannostomus sp. somando 61,87% do total de indivíduos amostrados,

sendo estes Characiformes de pequeno porte, podendo atingir cerca de 100mm de

comprimento. A prevalência destes indivíduos nos permitiu inferir que os bancos de

macrófitas são amplamente utilizados por indivíduos como abrigo contra predadores,

local de forrageio e berçário, uma vez que foram coletados indivíduos com

cumprimento padrão a partir de 10mm. Na literatura a associação entre pequenos

Characiformes e bancos de macrófitas se dá principalmente pela necessidade destes por

locais que sejam utilizados como abrigo, locais de forrageio, berçários e para desova,

sendo assim os principais colonizadores destes ambientes (Meschiatti et al., 2000; Petry

et al., 2003; Agostinho et al., 2007; Pacheco & Da-Silva, 2009; Milani et al., 2010;

Prado, 2010; Silva, 2010).

A presença de espécies de médio e grande porte como L. piau, H. malabaricus,

S. marginatus, P. blochii, T. signatus, S. dissimilis e H. microlepis, que são conhecidas

na literatura por apresentarem tamanhos máximo de maturação variando entre 250 mm e

500 mm, aqui os valores de comprimento padrão variaram entre 10mm e 203mm,

demonstra que estas espécies utilizam os bancos de macrófitas nas primeiras fases de

vida o que diminui a predação aumentando assim a taxa de sobrevivência destas

espécies. Pelicice (2006) evidencia que algumas espécies podem utilizar os bancos de

30

macrófitas na fase larval ou juvenil e na fase adulta explorar as águas abertas.

Agostinho et al. (2003) confirmam a presença de indivíduos jovens de formas

sedentárias como Hoplias, Serrasalmus, Geophagus, gymnotoides e curimatídeos, e a

presença de indivíduos migradores de grande porte como Leporinus, Pimelodus e

Prochilodus.

A diversidade de espécies de peixes foi maior em bancos formados por

macrófitas Emergentes e Flutuantes Fixas, caracterizadas por colonizarem as margens,

onde foram encontradas respectivamente 25 e 26 espécies de peixes, isto pode ser

explicado pela alta complexidade dos habitats formados por este tipo de macrófitas que

possuem suas raízes e caule submersos e entrelaçados, além de serem encontradas em

grande número na região estudada (observação pessoal). Silva (2011) relata a relação de

peixes com espécies de macrófitas emergentes como sendo relacionada com suas

características fisio-morfológicas que lhes permite colonizar principalmente as regiões

marginais dos lagos e lagoas. Gorman e Karr (1978) apontam a complexidade do habitat

como fator determinante das características da comunidade de peixes, principalmente

componentes horizontais, como as macrófitas, fato também apontado por Petry et al.

(2003) e Agostinho et al. (2003) que trazem, além da complexidade, a forma de

distribuição destes bancos no ambiente como fator determinante da comunidade de

peixes.

Bozza e Hahn (2010) evidenciaram uma forte relação entre a colonização dos

bancos de macrófitas e a ecologia trófica, demonstrando a interação entre as espécies

que colonizam permanentemente os bancos de macrófitas e aquelas que os utilizam

apenas como sítio de forrageio ou as que colonizam estes ambientes principalmente

durante a fase juvenil. A forte relação entre os bancos de macrófitas e organismos

aquáticos consistem de larvas de insetos até crustáceos, permitindo que ocorra a

presença de espécies peixes de diferentes guildas tróficas como insetívoras e bentívoras

(Ximenes et al.,2011).

A similaridade entre a composição da ictiofauna associada aos diferentes bancos

de macrófitas nos permite inferir a exploração de diferentes macrófitas por várias

espécies de peixes em um mesmo local, tendo espécies como Astyanax sp. 1 e

Aphyocharax sp. que foram encontradas em cinco dos seis tipos de macrófitas. Schaefer

et al.(1994), consideram que estas plantas são responsáveis por alterações diretas ou

31

indiretas no comportamento dos peixes afetando as interações predador-presa. Este

papel também é apontado por Baginsk et al.(2011) que atribui á maior disponibilidade

de abrigos e local de alimentação, proporcionados pelos bancos de macrófitas que

conferem grandes vantagens para as espécies de peixes capazes de explorarem esses

refúgios ecológicos formados pela vegetação.

Concluímos que a complexidade de habitats conferida pela presença de

macrófitas aquáticas na região é um fator determinante para a diversidade de peixes,

sendo utilizadas principalmente por peixes pequenos e juvenis, como local de forrageio

e abrigo contra predadores. Essa grande complexidade entre os tipos de relações

estabelecidas entre a ictiofauna e os bancos de macrófitas permite inferir que estas

desempenham uma grande importância ao longo da vida de muitas espécies de peixes.

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