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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC: CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA.
RELATÓRIO TÉCNICO – CIENTÍFICO
Período: 10/08/2012 a 31/07/2013
( ) PARCIAL
(x) FINAL
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título do Projeto de Pesquisa: Desenvolvimentos de metodologias analítico instrumentais: Estudos sobre construção e modificação química e eletroquímica de eletrodos para aplicação qualitativa e quantitativa em amostras reais. Nome do Orientador: Profa Dra. Kellen Heloizy Garcia Freitas. Titulação do Orientador: Doutor Faculdade: Faculdade de Química. Instituto/Núcleo: UFPA/Campus de Marabá Laboratório: Química Título do Plano de Trabalho: Desenvolvimento de sensores eletroquímicos modificados para a determinação de antioxidantes em formulações farmacêuticas.
Nome do Bolsista: Leudiane da Paz Monteiro
Tipo de Bolsa: ( ) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq – AF ( ) PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA – AF (X) PIBIC/ INTERIOR ( ) PIBIC/PARD ( ) PIBIC/PADRC ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PIBIC/ PIAD
1. INTRODUÇÃO
Os estudos com eletrodos quimicamente modificados vêm sendo muito utilizados
durante essas últimas décadas. É uma área em crescimento de grande interesse da
eletroquímica e eletrocatalítica, e com aplicações em fármacos, alimentos, entre
outros, por causa das diversas modificações e modificadores eletroquímicos.
O termo eletrodos quimicamente modificados (EMQ) foi inicialmente utilizado na
eletroquímica por MOSES em 1975 para distinguir eletrodos com espécies
quimicamente ativas. Os EQMs têm sido muito utilizados para diminuir o potencial de
oxidação ou redução, na tentativa de minimizar os problemas de interferência da
matriz da amostra e de estabilidade dos sensores durante as análises (MOSES,
1975).
Algumas vantagens da utilização dos eletrodos quimicamente modificados são a
alta sensibilidade, seletividade e estabilidade, que são significativamente maiores
que as obtidas com o emprego dos eletrodos convencionais, outra característica
importante dos eletrodos quimicamente modificados. Mais recentemente, FREITAS
et al., desenvolveram um eletrodo compósito de carbono modificado com resina de
troca catiônica carregadas com íons de Cu (ll) para determinar rutina em
formulações farmacêuticas utilizando técnicas de voltametria linear e cíclica.
Na titulação condutométrica são relacionados às variações de concentração
das espécies iônicas que participam da reação envolvida. Uma série de medidas da
condutância, antes e depois do ponto de equivalência, assinala o ponto final da
titulação como uma descontinuidade na variação da condutância
(OHLWEILER,1980).
LOURENÇÃO et al (2008) desenvolveu um método condutométrico para
determinação de captopril em formulação farmacêuticas utilizando o sulfato de cobre
(II) como titulante. Este método foi comparado ao método oficial (Farmacopeia
Americana) para três amostras distintas e o maior erro relativo obtido foi de 1,2%.
A finalidade principal é o emprego desses sensores modificados em aplicações
analíticas, na determinação de antioxidantes em formulações farmacêuticas,
podendo ainda ser buscadas outras aplicações envolvendo amostras reais.
Voltametria cíclica, e técnicas de pulso (diferencial e onda quadrada) foram
utilizadas para caracterizar os sensores construídos e técnicas clássicas analíticas
foram utilizadas para quantificar antioxidantes nas amostras farmacológicas.
2. JUSTIFICATIVA
Inicialmente, foi construído um sensor químico/eletroquímico modificado com
fosfato de cobre. O eletrodo fabricado apresentou resposta eletroanalítica em vários
eletrólitos suporte, porém devido a problemas instrumentais (defeito no aparelho)
mencionado no relatório anterior nós decidimos mudar a técnica aplicada na
determinação e quantificação de antioxidantes.
Nós esperávamos concluir o trabalho conforme o planejado utilizando
voltametria para a quantificação das amostras, porém ainda na data de hoje o
equipamento não retornou ao laboratório que nos ajudava neste trabalho.
Vale ressaltar, que apesar da boa vontade dos membros desta equipe de
trabalho, nós dependemos de outra universidade para a realização deste trabalho,
pois a Universidade Federal do Pará - Campus Marabá não dispõe de equipamentos
adequados. Por este motivo fizemos associações com outras universidades.
Outro detalhe a descrever é que nós e outros grupos de pesquisa
utilizávamos o mesmo equipamento que acusou defeito em novembro de 2012 e só
foi para manutenção devido questões burocráticas em março de 2013, assim
quando escrevemos o relatório parcial, mencionamos a possibilidade de quantificar
as amostras por outra técnica, neste caso usamos titulação condutométrica. Que é
uma técnica clássica ainda muito utilizada nos dias de hoje.
Assim, neste relatório serão apresentados os resultados obtidos inicialmente
por voltametria e a quantificação das amostras por condutometria.
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVOS GERAIS
Desenvolver metodologias analítico-instrumentais para determinação e
quantificação de espécies de interesse em amostras reais.
3.2 OBJETIVOS ESPERCÍFICOS
a) Desenvolver novos sensores eletroquímicos, utilizando modificadores químicos
com o objetivo de aumentar a seletividade e sensibilidade desses eletrodos.
b) Aplicar esses sensores químicos na determinação e quantificação de
antioxidantes em amostras reais, utilizando técnicas voltamétricas de pulso como
ferramenta de caracterização eletroquímica. Neste objetivo especifico mudamos a
técnica de quantificação. Usamos Condutometria.
c) Quantificar as amostras por titulação condutométrica e comparar com os
resultados obtidos por espectrofotometria de absorção atômica no UV-vis.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS
Vidrarias: A vidraria de laboratório usada nos experimentos foi previamente
descontaminadas com solução de HNO3 10 % v/v por 2h e, posterior lavagem
com água deionizada para assegurar a ausência de quaisquer resíduos que
pudessem interferir nas medidas. Foram utilizadas pipetas automáticas
eppendorf de 10, 50, 1000 μL e de 5 mL, todas com ponteiras descartáveis
de polietileno. Erlenmeyer, provetas, beckeres e balão volumétrico, bureta de
25 ml e 50 ml, suporte universal, pipeta de paster, bastão de vidro, espátula,
vidro de relógio.
Reagentes: Polímeros, pó de grafite, parafina e soluções diluídas de
hidróxidos, sulfatos, cloretos e nitratos. Além das soluções para
padronização: tiossulfato de sódio, permanganato de potássio, iodeto de
potássio e solução saturada de amido.
Equipamentos: Todas as pesagens foram feitas utilizando-se uma balança
analítica com precisão de ± 0,1 mg (JA, 3003N). As medidas de pH das
soluções foram realizadas utilizando-se um pHmetro (MB10 Marte). As
medidas voltametricas foram realizadas com auxílio de um
Potenciostato/Galvanostato AUTOLAB PGSTAT- 30 (Ecochemie) gerenciado
por um programa computacional GPES 4.9. Sendo estas feitas em uma
célula eletroquímica de compartimento único, volume máximo de 10 mL,
equipada com uma tampa de Teflon, contendo orifícios para a desoxigenação
da amostra com gás nitrogênio e posicionamento dos eletrodos de trabalho
(eletrodo construído), referência (Ag/AgCl (KCl 3,0 molL- 1)) e auxiliar
(platina). As medidas espectrofotométricas foram realizadas com auxilio de
um espectrofotômetro de absorção atômica (SP-1105). Também foi utilizado
um agitador magnético da Quimis.
Amostras: Para quantificação por titulação condutométrica as amostras foram
diluídas em etanol e aferidas com água deionizada sendo a concentração da
solução mãe 1,2 x10-2 molL-1 10% etanol (v/v). 0,84g de amostras contendo
hidroquinona foram diluídas e aferidas para 75 ml de água deionizada para
análises espectrofotométricas no UV-vis.
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Construção dos eletrodos.
a) Eletrodo de Referência
O eletrodo de referência utilizado em todas as medidas voltamétricas foi o
eletrodo Ag/AgCl (KCl 3,0 molL-1). Para a sua obtenção, um fio de prata foi
anodizado até ser recoberto por AgCl(s). Após lavagem com água deionizada, o fio
de prata recoberto foi introduzido em um capilar de vidro contendo solução de KCl
3,0 molL-1 saturada Ag+, em seguida o corpo de vidro do eletrodo foi fechado e
deixado em repouso por algumas horas. A extremidade desse eletrodo foi mantida
em solução de KCl 3,0 molL-1 para evitar a diluição do eletrólito interno por osmose.
b) Eletrodo Auxiliar (contra eletrodo)
O eletrodo auxiliar empregado nas medidas voltamétricas foi um eletrodo de
placa de platina de 0,5 cm de largura e 1 cm de comprimento, fixada em um tubo de
vidro contendo um fio de cobre.
c) Eletrodo de quimicamente modificado
O eletrodo quimicamente modificado (EQM) foi fabricado empregando-se
polímeros (resina epóxi, resina poliéster, PVC ou parafina), pó de grafite e
modificadores químicos: hidróxido e fosfatos. Para isso foi realizados teste de
fabricação para adequar a percentagem de cada componente do eletrodo que
obtivesse um sinal analítico que fosse possível correlacionar com a concentração do
analito. Apesar dos bons resultados obtidos, precisaremos continuar o projeto
utilizando outros métodos analíticos, devido problemas no equipamento utilizado.
Assim pretendemos fazer novo teste usado o eletrodo fabricado, porém tentar
aplicá-lo usando técnicas potenciométricas. Caso isso não seja possível, tentaremos
quantificar por métodos espectrofotométricos.
4.2.2 Caracterização eletroquímica dos eletrodos
Para a caracterização eletroquímica dos eletrodos foram usadas técnicas
voltamétricas tais como, voltametria cíclica, amperometria e técnicas de pulso.
Foram avaliados: a janela potencial de trabalho do eletrodo, resposta eletroanalítica
ou eletrocatalítica, processo de transferência de elétrons. Os parâmetros
instrumentais de cada técnica empregada não foram completamente avaliados,
assim como os parâmetros analíticos de validação do método: repetibilidade,
reprodutibilidade e tempo de vida dos eletrodos.
Vale ressaltar que como em todo procedimento analítico, estas estratégias
visam à sensibilidade e seletividade na determinação das espécies de interesse,
porém, buscou-se também a implementação de sensores de baixo custo, e de fácil
construção, renovação da superfície para a análise em tempo real, sendo este o
principal desafio neste projeto de pesquisa.
4.2.3 Padronização das soluções.
Foram testadas várias soluções que poderiam ser utilizadas como titulantes nas
determinações condutométricas. A solução de sulfato de cobre apresentou os
melhores resultados e foi escolhida como titulante. A padronização da solução
titulante foi realizada de forma indireta: primeiramente padronizou uma solução de
tiossulfato de sódio com permanganato e posteriormente a solução de sulfato de
cobre com o tiossulfato de sódio conforme descrito abaixo.
a) Método de Padronização da solução de tiossulfato de sódio
Adicionou-se 100 ml de água em 25 ml de solução padrão de permanganato de
potássio (KMnO4) 0,1 molL-1 e misturou-se com a solução de iodeto de potássio (2 g
de iodeto de potássio (KI) dissolvidos completamente em 30 ml de água e 100 ml de
ácido sulfúrico (H2SO4) a 20%).
Gotejou-se a solução de tiossulfato de sódio (Na2S2O3) a ser padronizada com
a solução de KMnO4 previamente preparada e adicionou-se 1 ml da solução de
amido ao chegar perto do ponto final da titulação e continuou-se a titulação ate
desaparecer a cor azul. A padronização foi feita em lugar escuro e em temperatura
da solução menor que 30°C, a mesma foi realizada três vezes. O fator de correção
(Fc) encontrado foi 1,04.
b) Método de padronização da solução da solução de sulfato de cobre
Adicionou-se 3 gotas de ácido acético glacial em 25 ml da solução de CuSO4
até pH 4. Em seguida adicionou 6 ml da solução de KI a 50% e titulou-se com a
solução padrão de tiossulfato de sódio. E ao chegar perto do ponto final, adicionou-
se 2 ml da solução de amido e continuou-se a titulação ate desaparecer a coloração
azul.
c) Testes concentração para o titulante
Constituíram teste de concentração do titulante para descobrir qual seria a
melhor concentração a ser utilizada para as titulações condutométricas.
As soluções de CuSO4 foram preparadas, dissolvendo-se 0,62g de CuSO4 em
25 ml de água, concentração igual a 0,1 molL-1 e a partir dessa solução foram
realizadas as seguintes diluições para teste de concentração: 1x10-2 e 1x10-3 molL-1.
d) Teste de concentração e dissolução da amostra
Foram realizados testes para dissolução da amostra de hidroquinona em
água com diferente percentagem de etanol (0%, 5%, 10% e 20%) v/v. Sendo que a
melhor composição para analise condutométrica foi 10% etanol v/v.
A solução de hidroquinona 1,0 x10-1 molL-1 foi preparada pela dissolução de
1,82g em etanol e aferida com água deionizada para 100 ml e filtrada. As demais
concentrações testadas foram feitas por diluição adequada da solução estoque.
Sendo que a concentração escolhida para os ensaios condutométricos foi 1,0 x10-2
molL-1 por apresentar melhor definição da curva de titulação.
e) Titulação condutométrica
Foram realizadas titulações em triplicata com a concentração de 1,0 x 10-2 molL-
1 utilizando como titulante sulfato de cobre, e 20 ml da solução de hidroquinona 1,2
x10-2 molL-1. Esse valor deve ser corrigido em função do volume de titulante
adicionado de acordo com a Equação 1, sendo: Lcorrig. a condutância corrigida, LExper.
a condutância experimental, Vi o volume inicial e Va o volume adicionado.
Lcorrig. = L Exp. x ((Vi+ Va)/ Vi ) (1)
f) Método comparativo: Espectrofotometria de absorção no UV-vis
A curva analítica foi feita por diluição de alíquota (200 a 1200 μL) solução
estoque 0,5 molL-1 em 510 nm.
As concentrações das amostras foram calculadas por adição de padrão e
estrapolação da curva analítica sem diferença significativa em nível de confiança de
95%.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O desempenho avaliado para cada eletrodo foi feito com base nos resultados
obtidos através de diferentes técnicas. O tratamento dos dados foi realizado
utilizando estatística básica (desvio padrão, coeficiente de variação, teste t pareado
etc.).
5.1 CONSTRUÇÃO DOS ELETRODOS MODIFICADOS
Foram construídos vários eletrodos alternando sua composição, e estes foram
testados para resposta eletroanalítica.
Primeiramente, homogeneizou-se manualmente por 30 minutos em um
almofariz de ágata as proporções de modificador e pó de grafite (Fischer Chemical
Grade #38). A granulometria foi selecionada com auxílio de peneiras. Esta mistura
foi adicionada ao aglutinante. Antes que a nova mistura enrijecesse, esta foi inserida
na cavidade de uma seringa para insulina de 90 mm de altura e diâmetro interno
aproximado de 4 mm contendo uma haste de cobre para fazer o contato elétrico
externo (Figura 1).
Figura 1. Esquema do eletrodo proposto
O efeito da composição do eletrodo foi estudado por voltametria cíclica,
fixando-se primeiramente a percentagem de aglutinante (parafina) em 20%,
quantidade mínima necessária para obter um compósito homogêneo e, variaram- se
as quantidades de pó de grafite. Na Tabela 1 é apresentado um grupo de teste da
composição percentual de um eletrodo modificado com hidróxido de níquel (NiOH2).
Tabela 1. Variação da composição do ECQM com Ni(OH)2
Pó de grafite
(% m/m)
Ni(OH)2
(% m/m)
Aglutinante
(% m/m)
80 0 20
60 10 20
65 15 20
60 20 20
55 25 20
5.2 CARACTERIZAÇÃO ELETROQUÍMICA DOS ELETRODOS
Inicialmente, utilizou-se a voltametria cíclica para estudar o perfil voltamétrico
do analito (hidroquinona) como também, determinar o melhor eletrólito suporte a ser
usado nas determinações, concentração do eletrólito e melhor faixa de pH a ser
utilizada, além da janela de potencial do eletrodo.
O comportamento voltamétrico do eletrodo foi investigado em cinco diferentes
eletrólitos suportes (NaNO3, KNO3, NaCl, KCl e NaOH). Em todas as soluções, com
exceção de NaOH, foram verificadas a presença de picos voltamétricos. Como a
solução de nitrato de sódio obteve o maior sinal analítico como melhor definição de
pico, esta solução foi escolhida como eletrólito suporte para os demais ensaios
(Figura 2).
A janela de potencial estabelecida pela técnica de voltametria cíclica foi de -
0,60 a 1 V vs Ag/AgCl (KCl 3,0 molL-1).
Outro parâmetro importante estudado foi a influência do pH na resposta
Voltamétrica do eletrodo, no intervalo de pH de 4 a 11. A corrente de pico anódica
(ΔI/μA) foi obtida pela diferença das correntes na presença e na ausência de
Hidroquinona. O pH 6,2 como ponto ótimo para realizar as medidas analíticas devido
neste pH os picos voltamétricos obtidos terem apresentado melhor definição e maior
intensidade de sinal.
Figura 2 - Ciclo voltamogramas obtidos com EQM em eletrólitos suportes diferentes:
(a) KCl; (b) NaCl; (c) KNO3; (d) NaNO3; (e) NaOH 1,0 x 10-1 molL-1 na presença de
1,93 x10-3 molL -1 de hidroquinona.
Os voltamogramas para hidroquinona, mostraram que esta substância possui
um caráter reversível na superfície do eletrodo modificado em eletrólito suporte essa
característica foi confirmada pelos cálculos de reversibilidade onde a curva ∆Ep vs
velocidade de varredura v obteve caráter linear (Figura 3) com R2= 0,99244, ou seja,
o sistema é reversível.
O sinal analítico da Hidroquinona resultou um perfil voltamétrico bem definido
tanto no sentido anôdico quanto catódico. Sendo o potencial de oxidação em 0,41V
e um potencial de redução em 0,05 V.
Figura 3 - Curva ∆Ep vs velocidade de varredura, sistema reversível.
5.3 TITULAÇÕES CONDUTOMÉTRICAS
O comportamento condutométrico da solução de sulfato de cobre foi
investigado em três diferentes concentrações (1,0 x10-1, 1,0 x10-2 e 1,0 x10-3 molL-1),
apenas na concentração 1,0 x10-3 molL-1 não foi observada a inflexão da curva.
Como a concentração 1,0 x10-2 molL-1 obteve o maior sinal analítico como melhor
definição do ponto da inflexão aproximo 12 mL (Figura 4) está concentração foi
escolhida para a quantificação das amostras.
Outro parâmetro importante estudado foi à influência do etanol e temperatura,
pois se observou que quanto maior a percentagem de etanol nas soluções havia
uma perturbação na curva condutométrica, o percentual de 10% de etanol foi
escolhido por apresentar melhor definição da curva condutométrica. Quanto a
temperatura observou-se que em 23,6oC a curva teve melhor definição em relação
as demais temperaturas estudada (23,6 a 28oC)
Na Figura 4 é apresenta a curva condutométrica característica obtida para a
determinação de solução de Hidroquinona 0,01 molL-1 utilizando solução de CuSO4
1,0 × 10-2 molL-1 como titulante.
Figura 4: Curva condutométrica para a determinação de 20 mL de Hidroquinona 1,0
× 10-2 mol L-1 utilizando solução de CuSO4 1,0 × 10-2 mol L-1 como titulante.
5.4 ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO NO UV-VIS
O método comparativo utilizado foi espectrofotometria de absorção no UV-vis,
onde a absorção da amostra foi em 0,022 nm.
A equação da curva obtida (Figura 5) foi Abs = - 2,6x10-3 + 0,3627 [HQ], com
coeficiente de correlação linear (R2) igual a 0,9919.
O teste-t pareado foi aplicado aos resultados obtidos empregando ambos os
métodos, resultando em um valor de t calculado (2,31) menor que o valor de t crítico
(4,303), indicando que o procedimento proposto possui boa exatidão, uma vez que
não foi observada diferença significativa entre os resultados obtidos, a um nível de
confiança de 95%.
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26
128
130
132
134
136
138
140
Lco
rr/
S-1
VCuSO4(mL)
Figura 5- Curva analítica obtida por espectrofotometria de absorção no UV-Vis.
Intervalo de concentração 2,5x10-2 a 1,5x10-1 molL-1 em 510nm.
6. CONCLUSÃO
Os EQMs sem dúvida é uma das mais intensas áreas da pesquisa em
química analítica. No trabalho descrito, destacou-se o aumento na seletividade
desses eletrodos para determinação de antioxidantes como hidroquinona em
amostras de fármacos, fato este observado pela diminuição dos potenciais de
trabalho obtidos para cada analito estudado em comparação aos potenciais de
trabalho obtido para os mesmos analitos usando um eletrodo não modificado.
Sendo que este tipo de eletrodo se apresenta como uma estratégia, na maioria das
vezes simples, e eficiente, para o desenvolvimento de procedimentos e técnicas
eletroanalíticas em que a sensibilidade e a seletividade são significativamente
maiores que as obtidas com o emprego dos eletrodos convencionais. Uma
característica importante dos EQMs é o fato de possibilitarem a utilização de
reagentes imobilizados. A relevância de sistemas analíticos baseados em reagentes
imobilizados reside na minimização da quantidade de reagente necessário para
uma análise em particular, o que resulta em redução de custos. Além disso, a
possível aplicação destes eletrodos como sensores descartáveis em analises diretas
de composto de interesse clínico, farmacêutico e ambiental. Conforme descrito
3,0x10-2
6,0x10-2
9,0x10-2
1,2x10-1
1,5x10-1
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
Ab
so
rbâ
ncia
[HQ]molL-1
anteriormente tivemos problemas na execução deste trabalho então foi realizada
quantificação das amostras por técnica analítica clássica. A quantificação das
amostras foram realizas por titulometria condutométrica e obteve bom resultados
comparado a espectrofotometria de absorção no UV-Vis, sem diferença significativa
entre sim. Demostrando que apesar de ser uma técnica antiga a condutometria
ainda é eficiente para a quantificação de amostras de interesse farmacológico.
PUBLICAÇÕES:
Ainda não temos trabalhos publicados sobre o assunto desenvolvido devido
os problemas técnicos os quais enfrentamos, porém este trabalho será apresentado
na semana da química da UFPA - Campus de Marabá – ABQ regional.
Vale ressaltar que uma nova bolsa de iniciação científica foi concedida a
bolsista e a mesma comprometeu-se em finalizar este trabalho concomitantemente
com suas novas atividades, ou seja, é objetivo submeter estes resultados a revistas
científicas.
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOSES, P. R.; Wier, P; Murray, R. W.; Anal Chem. 1975, 47, 1882.
FREITAS, K.H.G., MEDEIROS, R. A., FATIBELLO-FILHO, O. "Voltammetric
Determination of Rutin Using a Carbon Composite Electrode Modified with Copper
(II)-Resin". Anal. Lett. 42(6): 881, 2009.
OHLWEILER, O. A.; Fundamentos de análise instrumental, LTC: Rio de Janeiro,
1981. 20. Ohlweiler, O. A.; Química analítica quantitativa, 2ª ed., LTC: Rio de
Janeiro, 1980.
LOURENÇÃO, B. C.; MARCOLINO-JUNIOR, L. H.; FATIBELLO-FILHO, O. Quim.
Nova, v. 31 (2) p. 349-352, 2008.
7.1- REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
CARVALHO, S. E. Q. Desenvolvimento e aplicação de eletrodos quimicamente
modificados com Fe, Ni e Co. Tese de doutorado, p.13-91, 2011
LANE, R.F. & HUBBARD, A.T. "Electrochemistry of chemisorbed molecules.
Reactants connected to electrodes through olefinic substituents". J. Physical
Chem. 77(11): 1401, 1973.
MURRAY, R. W. In Electroanalytical Chemistry; Bard, A. J., Ed.; M. Dekker: New
York, 1984, Vol. 13, p191.
SKOOG, D.A.; HOLLER, F.J. & NIEMAN, T.A. Principles of Intrumental Analysis. 5
ed. 1998, Philadelphia: Harcourt Brace & Company.
SOUZA, M.D.F.B. "Eletrodos Quimicamente Modificados Aplicados á Eletroanálise:
Uma Breve Abordagem”. Quim. Nova. 20(02): 191, 1997.
SUN, Y.; TAWARA, I.; TOUBAI, T.; REDDY, P. Subspecialty in translational Medicine
Pathophysiology of acute graft-versus-host disease: recent advances. Transl Res,
v.150, n.4, p.197-214, Oct. 2007.
TIEPPO, J., VERCELINO, R., DIAS, A. S., SILVA VAZ, M. F., SILVEIRA, T, R.,
MARRONI, C. A., MARRONI, N. P., HENRIQUES, J. A. & PICADA, J. N. (2007)
evalution of the protective effects of quercetin in the hepatopulmonary syndrome
Food Chem Toxicol, 45, 1140-6.
DIFICULDADES:
Os resultados que foram expostos nesse relatório foram obtidos com o gentil
apoio do Laboratório de Analítica, Bioanalítica, Biossensores, Eletroanalítica e
Sensores (LABBES) da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, pois o
campus de Marabá não possuiu equipamento para a execução do trabalho, além
disso, o recurso financeiro a qual este projeto foi submetido não foi aprovado.
Apesar de termos conseguido bons resultados analíticos para a resposta do
eletrodo, o equipamento que fazemos as análises encontra-se com defeito desde
2012, este foi para manutenção e a previsão de retorno era de seis messes e por
questões burocráticas de envio e ordem de serviço, o equipamento ainda não
retornou ao laboratório. Note que os resultados obtidos em poucos meses de
trabalho, foram bastante significativos, considerando que o equipamento é de uso
rotativo e estava sendo usado por vários grupos de pesquisa de forma alternada.
Devido ao ocorrido, o qual inviabiliza a execução do trabalho, continuamos o
trabalho usando outra técnica: titulação condutométrica e como método comparativo
usamos a espectrofotometria de absorção no UV-vis. O objetivo de renovar ou ser
comtemplado com outra bolsa de iniciação científica foi alcançado, propomos
continuar este trabalho pela técnica voltamétrica, assim que o equipamento voltar a
funcionar de forma adequada. Obrigada.
PARECER DO ORIENTADOR:
A aluna bolsista, Leudiane Monteiro, desenvolveu suas atividades de forma
significativa, mostrando ter responsabilidade e comprometimento com a pesquisa.
Percebo um crescimento científico em suas observações dos resultados. Apesar de
ter passado por dificuldades graves como o defeito no equipamento que não
permitiu que ela continuasse a desenvolver seu trabalho, a mesma continuou seu
trabalho por outra técnica analítica.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
A aluna cursa o 5º semestre do curso de licenciatura em química, sendo sua
provável data de conclusão do curso em 2014, caso não haja atraso no calendário
acadêmico. A mesma pretende ingressar no mestrado na UFPA Campus Belém.
DATA: 03 / 08 / 2013