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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica DEM/POLI/UFRJ MELHORIA DA MANUTENÇÃO PLANEJADA EM UMA FÁBRICA DE PNEUS DO RIO DE JANEIRO Lucas Câmera Araújo Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Fábio Luiz Zamberlan RIO DE JANEIRO, RJ BRASIL SETEMBRO DE 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento … · Projeto de Graduação apresentado ao Curso de ... manutenção planejada em uma fábrica de pneus do Rio de Janeiro

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

MELHORIA DA MANUTENÇÃO PLANEJADA EM UMA FÁBRICA DE PNEUS

DO RIO DE JANEIRO

Lucas Câmera Araújo

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Fábio Luiz Zamberlan

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

SETEMBRO DE 2017

i

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

MELHORIA DA MANUTENÇÃO PLANEJADA EM UMA FÁBRICA DE PNEUS

DO RIO DE JANEIRO

Lucas Câmera Araújo

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO

DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

________________________________________________

Prof. Fábio Luiz Zamberlan

________________________________________________

Prof. Fernando Pereira Duda

________________________________________________

Prof. Armando Carlos de Pina Filho

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

SETEMBRO DE 2017

ii

Araújo, Lucas Câmera

Melhoria da manutenção planejada em uma fábrica de

pneus do Rio de Janeiro/ Lucas Câmera Araújo. – Rio de Janeiro:

UFRJ/ Escola Politécnica, 2017.

X, 63 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Fábio Luiz Zamberlan

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Mecânica, 2017.

Referencias Bibliográficas: p. 57.

1. Manutenção 2. Confiabilidade. 3. Gestão I. Zamberlan,

Fábio Luiz. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

Politécnica, Curso de Engenharia Mecânica. III. Melhoria da

manutenção planejada em uma fábrica de pneus do Rio de Janeiro.

iii

“Para que todos vejam, e saibam, e

considerem, e juntamente entendam

que a mão do Senhor fez isso (...)”

Isaías 41:20

iv

Agradecimentos

Aos meus pais, que são exemplo de sabedoria e me ensinaram a andar no

caminho do Senhor. Que me ensinaram o valor do estudo e da dedicação. Que se

esforçaram e me deram a melhor educação possível. Que me apoiaram nos momentos

difíceis e nunca mediram esforços para me ajudar. Que me deram tudo. Que são, sem

sombra de dúvida, o meu maior exemplo e fonte de inspiração.

Ao meu irmão que me inspira a ser melhor e me ajuda nos momentos difíceis. É,

e sempre será, um verdadeiro amigo.

A minha namorada Fernanda, pela alegria que trouxe a minha vida. Por sua

companhia e amor. Por sua ajuda e suas orações nos momentos difíceis. Por sua

compreensão nas inúmeras vezes em que não pude vê-la por motivos de estudo.

A todos os meus professores que de forma genial transmitiram todo o

conhecimento de engenharia que tenho.

Ao professor Fábio Luiz Zamberlan, pelo conhecimento compartilhado, pela

inspiração profissional e pela ajuda durante a elaboração desde trabalho.

Aos meus amigos de faculdade, pelos grupos de estudo e pelos momentos de

descontração.

v

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Melhoria da manutenção planejada em uma fábrica de pneus do Rio de Janeiro

Lucas Câmera Araújo

Setembro/2017

Orientador: Fábio Luiz Zamberlan

Curso: Engenharia Mecânica

O presente projeto visa melhorar o sistema de manutenção planejada em uma usina de

pneus localizada no Rio de Janeiro. Para isso, foi feita uma revisão detalhada da

literatura, onde foram abordados temas relativos às técnicas, indicadores e custos de

manutenção. Com esses insumos foi feito um diagnóstico para identificar a causa da

baixa eficácia da manutenção planejada na fábrica em estudo. Após identificar que o

plano de manutenção existente era ineficaz e que não havia um método de criação de

plano de manutenção definido, traçou-se como objetivo deste trabalho a elaboração de

um método de criação de plano de manutenção que busque a diminuição das paradas

não programadas por motivo de pane. Além disso, traçou-se como objetivo a aplicação

deste método em um equipamento crítico, de modo que fosse entregue um plano de

manutenção robusto pronto para aplicação. Para definição do equipamento crítico, foi

feito o cálculo e análise de diversos indicadores de manutenção cuja base de dados foi

extraída do software de manutenção utilizado pela empresa. Para criação da

metodologia, aplicaram-se os conceitos de manutenção centrada em confiabilidade,

dessa forma, o resultado é um método focado no combate à ocorrência de eventos de

manutenção não planejada. Por último, aplicou-se o método, que conta com a

ferramenta de confiabilidade FMEA (Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos), em

um equipamento crítico e foi elaborada uma rotina de manutenção que busca prevenir

um total de noventa modos de falha identificados que podem gerar um impacto de até

273 horas de parada de produção não planejada.

Palavras-chave: Manutenção, confiabilidade, FMEA, plano de manutenção.

vi

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Mechanical Engineer.

Improvement of the planned maintenance in a Rio de Janeiro tire factory

Lucas Câmera Araújo

September/2017

Advisor: Fábio Luiz Zamberlan

Course: Mechanical engineering

This project aims to improve the planned maintenance in a Rio de Janeiro tire plant. A

detailed review of the literature was carried out, where topics related to maintenance

techniques, indicators and costs were discussed. Considering this theory, a diagnosis

was made to identify the cause of the low effectiveness of the planned maintenance in

the factory under study. After identifying that the existing maintenance plan was

ineffective and that there was no maintenance plan creation method defined, the goal of

this work was defined as elaborating a maintenance plan creation method that

guarantees the reduction of maintenance random events. In addition, the goal was also

to apply this method to a critical equipment, so that a robust maintenance plan ready for

application is provided. In order to define the critical equipment, several maintenance

indicators were calculated and analyzed, using data from the maintenance software used

by the company. To define the methodology, the concepts of reliability centered

maintenance were applied, so as the result is a method focused on reducing the

occurrence of unplanned maintenance events. Finally the method, that uses FMEA

(Failure Modes and Effects Analysis), was applied to a critical equipment and a

maintenance routine that seeks to prevent a total of ninety identified failure modes that

can impact up to 273 hours of unplanned outage could be defined.

Keywords: Maintenance, reliability, FMEA, planned maintenance

vii

Sumário

1. Introdução ................................................................................................................................. 1

1.1 Considerações iniciais ......................................................................................................... 1

1.2 Justificativa ......................................................................................................................... 2

1.3 Objetivos ............................................................................................................................. 5

1.4 Metodologia ........................................................................................................................ 5

2. Revisão bibliográfica................................................................................................................. 6

2.1 Técnicas de manutenção...................................................................................................... 6

2.1.1 Manutenção à demanda ................................................................................................ 6

2.1.2 Manutenção sistemática ............................................................................................... 7

2.1.3 Manutenção preventiva ................................................................................................ 8

2.1.4 Manutenção preditiva ................................................................................................... 9

2.1.5 Otimização da manutenabilidade ............................................................................... 10

2.2 Indicadores de manutenção ............................................................................................... 10

2.2.1 TMCT (Tempo médio da carga de trabalho) .............................................................. 11

2.2.2 MTTR (Tempo médio de reparo) ............................................................................... 12

2.2.3 MTBF (Tempo médio entre falhas) ............................................................................ 12

2.2.4 Rácio estratégico de manutenção ............................................................................... 13

2.3 Custos de manutenção ....................................................................................................... 13

3. Diagnóstico da manutenção .................................................................................................... 15

3.1 A empresa .......................................................................................................................... 15

3.2 Diagnóstico da manutenção planejada na fábrica analisada.............................................. 16

4. Metodologia ............................................................................................................................ 21

4.1 Introdução ......................................................................................................................... 21

4.2 Funções ............................................................................................................................. 23

4.2.1 Funções primárias ...................................................................................................... 23

4.2.2 Funções secundárias ................................................................................................... 24

4.2.3 Requisitos de desempenho ......................................................................................... 24

4.2.4 Contexto operacional .................................................................................................. 24

4.3 Falha funcional .................................................................................................................. 25

4.3.1 Falha ........................................................................................................................... 25

viii

4.3.2 Descrição da falha funcional ...................................................................................... 25

4.4 Análise dos modos e dos efeitos de falha (FMEA) ........................................................... 26

4.4.1 Modo de falha............................................................................................................. 26

4.4.2 Efeitos de falha ........................................................................................................... 28

4.5 Consequências de falha ..................................................................................................... 29

4.5.1 Consequências ambientais e de segurança ................................................................. 30

4.5.2 Consequências operacionais ....................................................................................... 30

4.5.3 Consequências não operacionais ................................................................................ 31

4.6 Manutenção proativa ......................................................................................................... 32

4.6.1 Manutenção sistemática - Falhas relacionadas à idade do equipamento .................... 33

4.6.2 Manutenção preventiva e Manutenção preditiva ........................................................ 35

4.6.3 Periodicidade .............................................................................................................. 37

4.6.4 Viabilidade técnica (manutenção preventiva e predititva) ......................................... 38

4.6.5 Método de inspeções .................................................................................................. 38

5. Plano de manutenção ............................................................................................................... 40

5.1 Elaboração da análise dos modos de falha e seus efeitos (FMEA) ................................... 40

5.2 Avaliação das consequências ............................................................................................ 47

5.3 Plano de manutenção ......................................................................................................... 52

5.3.1 Proposta de manutenção preditiva – análise de vibração ........................................... 52

5.3.2 Proposta de manutenção preditiva – análise termográfica ......................................... 52

5.3.3 Proposta de manutenção preventiva ........................................................................... 52

5.3.4 Proposta de manutenção sistemática .......................................................................... 53

5.4 Treinamento de equipe especializada ................................................................................ 53

6. Conclusão ................................................................................................................................ 54

7. Referências bibliográficas ....................................................................................................... 55

Anexo I – Análise de vibração .................................................................................................... 56

Anexo II – Análise termográfica ................................................................................................. 60

Anexo III – Lubrificação de rolamento ....................................................................................... 61

ix

Lista de Siglas

CNC - Controle Numérico Computadorizado

FF – Falha Funcional

FMEA – Análise dos modos de falha e seus efeitos (Failure Mode and Effect Analysis)

MF – Modo de Falha

MTBF – Tempo médio entre falhas (Mean Time between Failures)

MTTR – Tempo médio de reparo (Mean Time to Repair)

RCM – Manutenção Centrada em Confiabilidade (Reliability Centered Maintenance)

SAE – Sociedade dos engenheiros automotivos (Society of Automotive Engineers)

TMCT – Tempo médio da carga de trabalho

1

1. Introdução

1.1 Considerações iniciais Nos últimos 35 anos a manutenção tem passado por grandes mudanças. Fatores

como aumento do número de ativos físicos que necessitam de manutenção, aumento da

complexidade dos projetos e o surgimento de novas tecnologias aplicadas à manutenção

são fatores determinantes nesse cenário de mudanças. Além disso, a conscientização das

organizações de que a manutenção tem forte influência na segurança das pessoas e do

meio ambiente, qualidade do produto e desempenha papel decisivo na disponibilidade

dos meios de produção, além de representar uma parcela significativa dos custos de

produção, contribui para que a manutenção seja percebida como uma função estratégica

para a melhoria dos resultados operacionais e aumento da competitividade das

organizações.

Segundo Kardec e Nascif (2009) a evolução da manutenção pode ser dividida

em 4 gerações. A primeira geração abrange o período anterior à Segunda Guerra

Mundial, quando os equipamentos industriais eram simples e, em sua maioria,

superdimensionados. Além disso, a produtividade não era prioridade. Dessa forma, não

eram necessários grandes esforços de manutenção, apenas serviços de limpeza,

lubrificação e conserto após quebra, ou seja, a manutenção era fundamentalmente

reativa. A segunda geração ocorreu no período pós Segunda Guerra Mundial, entre as

décadas de 50 e 70, quando, por consequência da guerra, a demanda por todo tipo de

produto aumentou sensivelmente. Além disso, a disponibilidade de mão de obra para a

produção diminuiu drasticamente. Dessa forma, ficou evidente a necessidade de possuir

equipamentos disponíveis e confiáveis, pois produtividade se tornou necessária. Nesse

período desenvolveu-se o conceito de manutenção preventiva que consistia em planos

de trabalhos fixos executados em intervalos definidos, ou seja, consistia na técnica de

manutenção sistemática. A terceira geração, com início a partir da década de 70, foi

marcada pela tendência mundial de utilização de sistemas de produção just-in-time que,

por operar com estoques reduzidos, torna a disponibilidade dos meios de produção

fundamental, uma vez que pequenas paralisações locais podem resultar na parada de

toda a cadeia produtiva. Além disso, o crescimento da automação e da mecanização

aumentou a importância da disponibilidade e a confiabilidade, uma vez que a segurança

e a qualidade da produção passaram a depender de equipamentos. Por isso, nesse

período foram difundidos os conceitos de manutenção preventiva e preditiva, além do

desenvolvimento de sistemas de gestão da manutenção informatizados que

possibilitaram melhor controle e acompanhamento dos trabalhos programados.

Disseminou-se também o conceito de confiabilidade e a aplicação de ferramentas como

análise de causa e FMEA (análise dos modos de falha e seus efeitos). A quarta geração

é marcada pela crescente necessidade das empresas de possuírem meios de produção

confiáveis e disponíveis. Em um contexto econômico cada vez mais competitivo, a

manutenção passa a ser vista como função estratégica, pois tem impacto direto nos

2

custos de fabricação e na produtividade. A técnica de manutenção preditiva tem sido

desenvolvido pois minimiza o tempo de máquina parada por manutenção, além de

garantir bom aproveitamento da vida útil dos componentes. Com o crescimento da

complexidade dos ativos houve, também, o crescimento da importância da

confiabilidade, uma vez que uma falha pode representar consequências catastróficas.

Com base nessa perspectiva histórica, fica evidente que a aplicação e otimização

da estratégia de manutenção planejada é essencial para que as empresas atuem em um

contexto industrial competitivo e desafiador. Garantir a realização dos trabalhos

programados, melhorar continuamente os planos de trabalho, qualificar a mão de obra

de manutenção e investir em confiabilidade dos equipamentos, de maneira geral, são

eixos de progresso que, no atual contexto industrial, são indispensáveis para a

sobrevivência das indústrias.

1.2 Justificativa A usina em estudo enfrentou uma forte retração do mercado nos anos de 2013 e

2014, que gerou uma redução de 44% da produção em toneladas entre o ano de 2012 e

2014. Nesse período a fábrica redesenhou seus processos, reduziu seu quadro de efetivo

e orientou sua gestão para a redução de custos, gerando impactos na política de

manutenção da empresa. Dessa forma, a direção optou por não priorizar a estratégia de

manutenção planejada. Com a industrialização de novos produtos e o reaquecimento do

mercado, desde o ano de 2015 a fábrica vem aumentando sua produção ano após ano,

tanto em peso quanto em unidades produzidas, conforme ilustrado na figura1.

Figura 1: Histórico e projeção anual da produção da fábrica em estudo

3

No ano de 2016, para atender a crescente demanda do mercado, a direção da

usina revisou sua estratégia de manutenção e definiu que a melhoria da célula de

planejamento e controle da manutenção é uma condição necessária para bem atender

seus clientes.

Como eixo de partida, a gerência de manutenção buscou garantir que o plano de

manutenção existente fosse executado com rigor e no prazo previsto. Para isso, os

indicadores de realização no prazo do plano de manutenção programada passaram a ser

acompanhados diariamente pelo gerente de manutenção e uma rotina de contra

verificações dos trabalhos programados executados foi iniciada com o intuito de

garantir o rigor da execução. Além disso, a não realização no prazo de um trabalho

programado passou a implicar na perda de bonificação do funcionário responsável.

Dessa forma, por meio da gestão diária e da política de benefícios da empresa, a

taxa de realização no prazo dos trabalhos programados teve um crescimento

significativo e assumiu valores bastante satisfatórios. A figura 2 mostra a taxa de

realização no prazo dos trabalhos programados.

Figura 2: Taxa de realização no prazo do plano de manutenção da usina em estudo

Muito embora a realização no prazo dos trabalhos programados tenha assumido

valores satisfatórios, pode-se constatar que não houve redução da ocorrência de

trabalhos não programados, ou seja, manutenção à demanda (conforme explicação na

seção 2.1.1), tanto em número de eventos quanto em tempo de máquina parada. As

figuras 3 e 4 ilustram este fato.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

jan

/16

fev/

16

mar

/16

abr/

16

mai

/16

jun

/16

jul/

16

ago

/16

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ou

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dez

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jan

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mar

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abr/

17

mai

/17

jun

/17

jul/

17

Taxa de realização no prazo do plano de manutenção

Oficina1

Oficina 2

Oficina3

4

Figura 3: Número de eventos de manutenção a demanda

Figura 4: Tempo de máquina parada por manutenção a demanda

Dessa forma, pode-se concluir que o plano de manutenção não foi eficaz, uma

vez que a taxa de realização no prazo se tornou expressiva e o rigor na execução foi

assegurado, porém não se constatou redução na ocorrência de trabalhos não

programados. A partir desses fatos e alinhado com a estratégia da usina, a gerência de

manutenção definiu como prioritário a melhoria do plano de manutenção propriamente

dito.

5

Os planos de manutenção existentes foram criados durante a partida da fábrica e

nunca foram revisados. Além disso, os planos de trabalho e suas respectivas frequências

foram definidos pelos engenheiros de manutenção durante a partida da fábrica sem uma

metodologia que garantisse a redução das intervenções à demanda.

1.3 Objetivos O objetivo deste trabalho é robustecer o planejamento e controle da manutenção

na usina em estudo. Para isso, se estabelecem como objetivos específicos a definição de

uma metodologia de criação de plano de manutenção que garanta a redução da

ocorrência de intervenções de manutenção à demanda, a elaboração de um diagnóstico

da manutenção por meio do cálculo e interpretação dos indicadores de manutenção de

modo que se possa identificar um equipamento e, por ultimo, será elaborado o plano de

manutenção propriamente dito. Dessa forma, ter-se-á percorrido as etapas de estudo,

diagnóstico e desenvolvimento de uma rotina de manutenção planejada, de modo que a

entrega final seja um plano de manutenção pronto para implantação em um

equipamento crítico, além da estruturação de uma metodologia de criação de plano de

manutenção robusta que pode ser replicada para todo o parque de máquinas da usina.

1.4 Metodologia Para o diagnóstico da manutenção utilizou-se a base de dados do software de

gestão da manutenção empregado na usina em estudo. Compilaram-se todas as ordens

de trabalho registradas entre o primeiro dia de janeiro de dois mil e dezesseis e o

trigésimo primeiro dia de julho de dois mil e dezessete, tendo, portanto, uma

abrangência de 19 meses e um total de 74.695 ordens de trabalho. Além disso, foram

feitas reuniões com engenheiros, supervisores e gerente de manutenção para que o

conhecimento tácito de cada um desses atores fosse aproveitado.

Para elaboração da metodologia de criação de plano de manutenção buscou-se

na literatura métodos e ferramentas de confiabilidade que garantissem melhoria na

disponibilidade dos ativos industriais. Com o intuito de garantir que o método proposto

fosse realmente utilizado em marcha corrente, cada etapa foi validada com o gerente de

manutenção que avaliou a aplicabilidade da ferramenta proposta.

Para criação do plano de manutenção para um equipamento crítico, foram feitas

reuniões e entrevistas com mecânicos, eletricistas, engenheiros de manutenção,

supervisores e operadores.

6

2. Revisão bibliográfica

2.1 Técnicas de manutenção Segundo Kardec e Nascif (2009) a maneira pela qual é feita a intervenção nos

equipamentos caracteriza as técnicas de manutenção. Seguindo essa lógica, existem

diversas técnicas de manutenção. Observa-se, na prática, uma diversidade de termos

para caracterizar os mesmos conceitos. Neste trabalho, serão consideradas e definidas

cinco técnicas de manutenção:

Manutenção à demanda.

Manutenção sistemática.

Manutenção preventiva.

Manutenção preditiva.

Otimização da manutenabilidade.

2.1.1 Manutenção à demanda Segundo Alvarez (1988) o estado de falha concreta é o estágio final de todo

defeito que impede a continuação do seu funcionamento, paralisando o sistema

funcional parcial ou totalmente. Ainda segundo Alvarez (1988) pode-se definir

manutenção à demanda como a assistência dada ao equipamento depois de ocorrida a

falha concreta, que impossibilita a continuidade funcional do sistema e obriga a parada

de forma não planejada. A figura 5 ilustra essa dinâmica:

Figura 5: Ilustração da dinâmica de manutenção a demanda. Fonte: A empresa.

Segundo Moubray (1997) o estado de falha concreta ocorre quando o

equipamento não é capaz de exercer a função para a qual foi colocado em serviço.

Kardec e Nascif (2009) definem a técnica de manutenção em questão como atuação

para correção de falha ou desempenho menor do que o esperado.

7

Por apresentar um caráter reativo, essa técnica apresenta as seguintes

desvantagens:

Frequentemente há ocorrência de avarias secundárias, decorrente da falha

concreta.

Não permite a preparação e planejamento do trabalho, comprometendo o tempo

de intervenção, a segurança dos colaboradores e a qualidade do serviço.

Interfere no programa produtivo.

Maiores custos operacionais.

Dessa forma, a utilização dessa técnica como estratégia de manutenção possui

vantagens econômicas muito restritas. Ainda assim, pode-se ser vantajosa a

aplicação desta técnica em sistemas com redundância em que a parada do

equipamento não acarrete parada da produção, em sistemas de alta simplicidade em

que a concretização da falha não acarrete avarias secundárias e que a intervenção

seja rápida e de baixo custo ou em sistemas em que a aplicação de outras técnicas

apresente um custo excessivamente alto, não justificando o investimento.

2.1.2 Manutenção sistemática Manutenção sistemática é a assistência técnica dada ao equipamento com a

frequência em função da vida útil física que possui o elemento constituinte do sistema, a

partir da qual o mesmo deve ser trocado independentemente de seu estado e condição

(ALVAREZ, 1988). A figura 6 ilustra essa dinâmica:

Figura 6: Ilustração da dinâmica de manutenção sistemática. Fonte: A empresa.

A partir desta definição é fácil concluir que essa técnica de manutenção é eficaz

para peças, equipamentos ou sistemas que apresentem uma relação linear entre

deterioração e tempo. Para sistemas desse tipo, a probabilidade de falha se comporta

como expressado na figura 7. Dessa forma, é possível estabelecer uma periodicidade

eficaz entre as intervenções e prevenir o aparecimento de falhas pela substituição dos

componentes antes do término de sua vida útil. Entretanto, vale ressaltar que poucos

sistemas apresentam relação linear entre tempo e deterioração.

8

Figura 7: Probabilidade de falha para sistemas cuja deterioração é proporcional ao

tempo

Embora essa técnica evite falhas concretas e permita a preparação e

planejamento da intervenção para sistemas com vida útil bem definida, podem-se listar

as seguintes desvantagens:

Não utilização da vida útil total do elemento.

Ineficácia para mudança nas condições operacionais.

Exige conhecimento exato da vida útil do componente.

2.1.3 Manutenção preventiva Segundo Alvarez (1988) manutenção preventiva é a assistência técnica dada a

um sistema funcional por meio de inspeções executadas com frequências pré-definidas e

com o objetivo de detectar falhas latentes. A figura 8 ilustra essa dinâmica:

Figura 8: Ilustração da dinâmica de manutenção preventiva. Fonte: A empresa.

Ainda segundo Alvarez (1988), falha latente é o primeiro estágio de toda falha

proveniente do envelhecimento natural, desgaste ou fadiga, que é caracterizada por não

paralisar a operação do equipamento e emitir algum sinal de que o processo de falha já

se iniciou. Como exemplo de falha latente, pode-se citar: trinca em um eixo, rolamento

com ruído forte, correia frouxa, dentre outros.

9

Como vantagens da utilização desta técnica de manutenção pode-se citar:

Redução do tempo de máquina parada.

Aumento da confiabilidade do equipamento.

Melhor aproveitamento da vida útil dos componentes.

Possibilidade de preparar e planejar as intervenções.

Possibilidade de planejar o programa de produção para a parada do

equipamento.

Entretanto, para que a aplicação dessa técnica seja eficaz, alguns cuidados são

necessários: treinamento dos inspetores e uma estrutura organizacional adequada. Na

estrutura organizacional é necessária a figura do preparador dos trabalhos programados

que se encarregará da elaboração dos modos operatórios, da requisição das peças de

reposição necessárias e da definição de uma sequência ótima de realização das tarefas

durante as intervenções, além da figura do planejador que se encarregará de definir com

os setores de produção da empresa o melhor momento para a parada da máquina.

2.1.4 Manutenção preditiva Segundo Alvarez (1988) manutenção preditiva é a assistência técnica dada ao

equipamento mediante o acompanhamento e análise de parâmetros indicativos do estado

do sistema. A figura 9 ilustra essa dinâmica:

Figura 9: Ilustração da dinâmica de manutenção preditiva. Fonte: A empresa.

De modo geral, a manutenção preditiva busca identificar falhas latentes por meio

do monitoramento de parâmetros como pressão, temperatura, vibração, vazão,

velocidade, corrente elétrica, viscosidade, dentre outros, e predizer quando se

concretizará a falha funcional.

Segundo Kardec e Nascif (2009) a técnica preditiva é a primeira grande quebra

de paradigma na manutenção uma vez que, sob sua lógica, o sucesso está vinculado a

não ocorrência de todas as falhas não previstas, diferente do paradigma clássico em que

o sucesso está relacionado à execução de um bom reparo.

Pode-se citar como vantagens da aplicação desta técnica:

Aproveitamento máximo da vida útil das peças de reposição.

Maior disponibilidade do ativo para sua atividade fim.

Maior confiabilidade na detecção de falhas latentes.

10

Pode-se citar como desvantagens da aplicação desta técnica:

Alto custo dos instrumentos (sensores e sistema de aquisição de dados).

Alto custo de mão de obra especializada.

Portanto, o sucesso da aplicação desta técnica depende de que o equipamento

permita algum tipo de monitoração, de que as falhas sejam provenientes de causas que

possam ser monitoradas e ter sua evolução acompanhada, além de que o ganho de

disponibilidade do equipamento deve justificar o alto custo da aplicação desta técnica.

2.1.5 Otimização da manutenabilidade Segundo Alvarez (1988) a otimização da manutenabilidade é a assistência dada

ao equipamento cujo objetivo é melhorar o projeto original, com o intuito de aumentar a

eficiência do sistema, diminuir a incidência de falhas, aumentar a confiabilidade e

melhorar as condições de manutenção no equipamento. Na prática, esta técnica consiste

na modificação do ativo com o intuito de eliminar ou reduzir as consequências de uma

falha. A figura 10 ilustra essa dinâmica:

Figura 10: Ilustração da dinâmica otimização da manutenabilidade. Fonte: A empresa.

2.2 Indicadores de manutenção

A mensuração de desempenho é definida por Neely (1998) como o processo de

quantificação da eficácia e eficiência de ações passadas através da coleta, análise e

disseminação da informação para que ações preventivas ou corretivas sejam tomadas.

Chaves, Alcântara e Assumpção (2008) afirmam ainda que a mensuração do

desempenho é fundamental para verificar se os objetivos estabelecidos pela unidade de

negócio estão sendo alcançados, fundamentando uma melhor aplicação dos recursos.

Neely, Gregory e Platts (1995), afirmam que um sistema de mensuração da performance

pode ser definido como um jogo de métricas usado para quantificar tanto a eficiência

quanto a eficácia das ações, e seus efeitos são o estimulo da ação, por meio da gestão,

que conduzirá à concretização das estratégias.

11

No âmbito da manutenção, além de mensurar o resultado das ações e avaliar o

posicionamento da organização perante os objetivos estratégicos, os indicadores

possuem papel fundamental na identificação de máquinas ou processos que não

atendem os requisitos de disponibilidade da produção e, por isso, necessitam de uma

estratégia de manutenção diferente.

2.2.1 TMCT (Tempo médio da carga de trabalho) O tempo médio gasto em pane pode ser calculado da seguinte forma, conforme a

equação 1:

𝑇𝑀𝐶𝑇 = ∑ 𝐻𝑜𝑚𝑒𝑚−ℎ𝑜𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜 à 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎

𝑛° 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑒𝑛çõ𝑒𝑠 à 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 (1)

Este indicador reflete claramente a organização e a competência do pessoal de

manutenção durante as intervenções. Intervenções muito longas ou com muitos

colaboradores impactam diretamente este indicador. Existem diversas causas possíveis

para um valor alto deste indicador e a busca pela causa raiz é indispensável para o

progresso, sendo este indicador apenas um alerta para o gestor. A figura 11 apresenta

uma árvore de causa para um valor elevado de TMCT.

Figura 11: Árvore de causa para TMCT elevado. Fonte: A empresa.

12

2.2.2 MTTR (Tempo médio de reparo) O tempo médio para reparo pode ser calculado da seguinte forma, conforme

equação 2:

𝑀𝑇𝑇𝑅 = ∑ 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑚á𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜 à 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎

𝑛° 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑒𝑛çõ𝑒𝑠 à 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 (2)

Um valor elevado deste indicador sinaliza para o gestor que as falhas em análise

são longas e impactam a produção pelo elevado tempo de máquina parada por

intervenção. Semelhantemente, um valor baixo deste indicador sinaliza intervenções

curtas e repetitivas, impactando a produção pela quebra de fluxo constante. Existem

diversas causas possíveis para cada caso e a busca pela causa raiz é indispensável para o

progresso, sendo este indicador apenas um alerta para o gestor.

2.2.3 MTBF (Tempo médio entre falhas)

O tempo médio entre falhas pode ser calculado da seguinte forma, conforme

equação 3:

𝑀𝑇𝐵𝐹 = ∑ 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑠𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑛𝑒

𝑛° 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑛𝑒𝑠 (3)

Este indicador sinaliza a confiabilidade dos equipamentos uma vez que expressa

o tempo médio em que a máquina, ou grupo de máquinas, produziu sem quebras. Este

indicador sinaliza para o gestor a eficácia do plano de manutenção, a qualidade dos

reparos e ainda indica a possibilidade de erros de projeto e subdimensionamento de

componentes. Semelhantemente aos demais, este indicador não dispensa uma análise

detalhada de causas. A figura 12 ilustra os indicadores citados:

Figura 12: Indicadores de manutenção

13

2.2.4 Rácio estratégico de manutenção O rácio estratégico de manutenção pode ser calculado da seguinte forma,

conforme equação 4:

𝑅á𝑐𝑖𝑜 = ∑ 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜 à 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎

∑ 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑚𝑎𝑛𝑢𝑡𝑒𝑛çã𝑜 à 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎+𝑃𝑟𝑒𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑣𝑎+𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚á𝑡𝑖𝑐𝑎+𝑃𝑟𝑒𝑑𝑖𝑡𝑖𝑣𝑎 (4)

Este indicador sinaliza se a estratégia de manutenção adotada é reativa ou

proativa. Para o perímetro em análise, um valor próximo de zero indica uma estratégia

proativa, uma vez que o tempo gasto com as técnicas preventiva, sistemática e preditiva,

tornaria o denominador significativamente maior, tendendo a fração à zero. Todavia, um

valor próximo da unidade revela uma estratégia reativa, uma vez que o tempo gasto em

manutenção à demanda se torne significativamente maior de modo que o tempo gasto

com técnicas proativas seja desprezível e a fração tenda à unidade.

2.3 Custos de manutenção Para Alvarez (1988) os custos de manutenção representam um custo indireto de

produção e devem ser tratados como um investimento e não como uma despesa, uma

vez que a eficiência da manutenção irá contribuir para a produtividade da empresa.

Segundo Drapinski (1979), os custos totais de manutenção representam, em

média, 4% do faturamento da empresa.

O custo total de manutenção pode ser expresso da seguinte forma, conforme

equação 5:

𝐶𝑇𝑀 = 𝐶𝑀𝐷 + 𝐶𝑀𝑃 (5)

onde:

CTM: Custo total da manutenção

CMD: Custo da manutenção à demanda

CMP: Custo da manutenção planejada

O custo de manutenção à demanda pode ser decomposto nas seguintes parcelas,

conforme equação 6:

𝐶𝑀𝐷 = 𝐼𝑀𝐷

𝑛+ 𝐶𝐹𝑀𝐷 + 𝐶𝑉𝑀𝐷 + 𝐶𝐻𝐼 + 𝐶𝑃𝑅 (6)

onde:

IMD: Investimentos para a estrutura do setor destinados à manutenção à demanda, tais

como ferramentas, equipamentos, dentre outros.

14

n: Período de amortização do investimento.

CFMD: Custos fixos da manutenção à demanda, tais como custo de pessoal.

CVMD: Custos variáveis de manutenção à demanda, tais como hora extra, bonificação,

consumíveis, energia, dentre outros.

CHI: Custos de hora improdutiva por parada de máquina ocasionada por manutenção à

demanda.

CPR: Custos de peças de reposição utilizadas em manutenção à demanda.

Por último, o custo de manutenção planejada pode ser decomposto da seguinte

forma, conforme equação 7:

𝐶𝑀𝑃 =𝐼𝑀𝑃

𝑛+ 𝐶𝐹𝑀𝑃 + 𝐶𝑉𝑀𝑃 + 𝐶𝐻𝐼 + 𝐶𝑃𝑅 (7)

onde:

IMP: Investimentos para a estrutura do setor destinados à manutenção planejada, tais

como ferramentas, equipamentos, dentre outros.

n: Período de amortização do investimento.

CFMD: Custos fixos da manutenção planejada, tais como custo de pessoal.

CVMD: Custos variáveis de manutenção planejada, tais como hora extra, bonificação,

consumíveis, energia, dentre outros.

CHI: Custos de hora improdutiva por parada de máquina ocasionada por manutenção

planejada.

CPR: Custos de peças de reposição utilizadas em manutenção planejada.

15

3. Diagnóstico da manutenção

3.1 A empresa Este trabalho foi desenvolvido em uma planta industrial de uma empresa

multinacional que atua na fabricação e comercialização de pneus, sendo uma das líderes

mundiais em seu segmento.

A fábrica em estudo é composta de três ateliers de produção que exercem

processos distintos durante a fabricação, seguindo um fluxo de linha de produção, em

que cada etapa depende da anterior, conforme figura 13. Dessa forma, o maquinário

presente em cada atelier é bastante peculiar, de modo que existe uma oficina de

manutenção com uma equipe de profissionais exclusiva para cada atelier, conforme

ilustrado na figura 14:

Figura 13: Processo produtivo da usina em estudo

Figura 14: Organização da manutenção na usina em estudo

Nos ateliers de produção 1 e 3 as máquinas são equipamentos comerciais que

contam, portanto, com maior robustez industrial. No atelier de produção 2, entretanto,

as máquinas são protótipos e, por isso, apresentam menor robustez.

Fluxo da produção

16

Cada oficina de manutenção é composta por um supervisor, dois engenheiros,

sendo um de formação mecânica e outro elétrica, e determinado número de mecânicos e

eletricistas cuja formação é técnica. Além disso, existe uma gerência de manutenção que

é uma equipe de engenheiros com atuação transversa cuja função está ligada a

confiabilidade, controle de custos, eficiência energética e planejamento e controle da

manutenção. Dessa forma, a tabela 1 mostra o quadro de efetivos do setor de

manutenção da fábrica em estudo.

Tabela 1: Quadro do efetivo de manutenção da usina em estudo

3.2 Diagnóstico da manutenção planejada na fábrica

analisada Para definir qual setor de produção tem um plano de manutenção menos

eficiente, foi analisado o tempo anual médio investido em trabalhos programados por

máquina em cada atelier. A figura 15 exibe os resultados obtidos:

Figura 15: Média anual de realização de trabalhos programados por oficina de

manutenção.

A partir dessa análise, pode-se concluir que, na média, cada máquina do atelier

de produção 2 recebeu pouco mais de 343 horas em trabalhos programados e registrou

pouco mais de 757 homem-hora engajados em trabalhos programados, sendo o setor

que recebeu mais horas de manutenção programada. Para verificar a eficiência do plano

Oficina 1 Oficina 2 Oficina 3 Gerência

Mecânicos 7 11 9 0

Eletricistas 5 11 7 0

Engenheiros 2 2 2 5

Supervisores 1 1 1 1

Gerente 0 0 0 1

Total 15 25 19 7

Efetivo da manutenção

17

de manutenção realizado, buscou-se analisar a indisponibilidade média por manutenção

à demanda por máquina de cada atelier. A figura 16 exibe os resultados obtidos:

Figura 16: Média anual de indisponibilidade por manutenção a demanda

Dessa forma, pode-se concluir que, embora tenha apresentado maior quantidade

de tempo investido em manutenção planejada, cada máquina do atelier 2 fica mais

tempo indisponível para produção devido a manutenção à demanda, sendo este tempo

de 90,5 horas por ano. Dessa forma, conclui-se que o plano de manutenção planejada

das máquinas do atelier 2 é menos eficiente e, por isso, merece maior atenção.

Para garantir que o cálculo da média ao longo do tempo não foi afetado por um

evento sazonal, analisou-se a indisponibilidade por manutenção à demanda ao longo do

tempo. Para isso, considerou-se um indicador de indisponibilidade específica que é a

divisão entre o tempo de máquina parada por manutenção à demanda e a produção do

mês considerado. O indicador de indisponibilidade específica expurga a influência da

produção e permite a comparação entre meses distintos e a análise da tendência de cada

atelier. A figura 17 exibe os resultados obtidos:

Figura 17: Indisponibilidade específica.

83,4 90,5

38,2

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

Atelier 1 Atelier 2 Atelier 3

Indisponibilidade por manutenção à demanda

Tempo médio anual pormáquina (h)

18

Com base nesse indicador, pode-se constatar que para cada tonelada produzida,

as máquinas do atelier 2 permanecem mais tempos indisponíveis por pane e esse

comportamento não é sazonal. Além disso, constata-se uma tendência ruim ao longo do

ano de 2017.

Diante desses dados, definiu-se como foco as máquinas do atelier 2. O atelier 2

é composto por um parque de 29 máquinas, sendo 10 confeccionadoras tipo “s”, 10

finalizadoras tipo “s”, 4 confeccionadoras tipo “l”, 4 finalizadoras tipo “l” e uma

transportadora.

Calculou-se os indicadores de manutenção mencionados na revisão bibliográfica

deste trabalho para cada máquina do atelier 2, com dados de janeiro de 2016 à julho de

2017. O resultado obtido pode ser visto na tabela 2:

Tabela 2: Indicadores de manutenção das máquinas do atelier 2

Como o atelier 2 possui cinco grupos de máquinas iguais, foi feito a média por

grupo de máquina para cada indicador, conforme tabela 3. Essa análise permite

identificar qual tipo de máquina apresenta mais oportunidade de melhoria do plano de

manutenção.

Máquina MTBF (h) TMCT (h) MTTR (h)

Tempo médio

espera

Manutenção

(min)

Rácio

EstratégicoCusto de PDR

Quant. Pane

longa (>4h)

Confeccionadora s1 3,60 1,17 0,42 9,24 0,63 R$ 104.027,91 0

Confeccionadora s2 2,81 1,24 0,41 4,64 0,75 R$ 149.138,73 0

Confeccionadora s3 3,40 1,16 0,37 4,93 0,62 R$ 21.130,29 1

Confeccionadora s4 3,91 1,14 0,40 3,29 0,63 R$ 59.960,55 1

Confeccionadora s5 2,58 1,18 0,36 3,46 0,73 R$ 60.519,93 1

Confeccionadora s6 1,89 1,02 0,43 4,53 0,72 R$ 47.337,54 0

Confeccionadora s7 2,12 1,17 0,40 5,17 0,71 R$ 52.624,59 0

Confeccionadora s8 2,69 1,26 0,42 2,33 0,65 R$ 8.587,86 0

Confeccionadora s9 1,90 1,28 0,40 3,86 0,78 R$ 41.859,54 0

Confeccionadora s10 1,25 1,36 0,41 5,29 0,85 R$ 73.761,06 2

Finalizadora s1 5,95 1,54 0,31 3,12 0,42 R$ 198.460,98 2

Finalizadora s2 2,87 1,18 0,28 4,23 0,64 R$ 18.166,68 1

Finalizadora s3 4,30 1,09 0,27 2,54 0,55 R$ 8.975,82 0

Finalizadora s4 5,43 1,23 0,20 3,85 0,55 R$ 10.319,70 1

Finalizadora s5 3,71 1,43 0,33 3,13 0,59 R$ 34.959,12 2

Finalizadora s6 5,04 1,34 0,30 3,04 0,67 R$ 147.987,09 2

Finalizadora s7 4,27 1,07 0,26 3,73 0,54 R$ 61.547,55 0

Finalizadora s8 3,67 1,31 0,20 5,02 0,68 R$ 29.607,36 0

Finalizadora s9 2,62 1,17 0,25 3,98 0,63 R$ 33.311,16 1

Finalizadora s10 3,98 1,38 0,28 2,88 0,68 R$ 37.864,89 0

Confeccionadora l1 3,23 1,32 0,21 3,59 0,73 R$ 94.046,64 0

Confeccionadora l2 2,82 1,13 0,19 3,44 0,68 R$ 17.264,04 0

Confeccionadora l3 2,93 1,23 0,27 4,20 0,73 R$ 180.287,25 0

Confeccionadora l4 3,11 1,17 0,21 3,86 0,60 R$ 26.757,18 0

Finalizadora l1 3,64 1,54 0,31 3,35 0,58 R$ 190.512,75 1

Finalizadora l2 4,31 1,31 0,28 3,51 0,67 R$ 15.495,78 1

Finalizadora l3 3,19 1,41 0,41 3,53 0,61 R$ 102.976,11 4

Finalizadora l4 2,67 1,38 0,18 3,30 0,65 R$ 262.854,57 0

Transportadora 102,48 1,95 0,37 0,01 0,57 R$ 2.910,03 0,00

19

Tabela 3: Indicadores de manutenção dos grupos de máquina do atelier 2

A partir do indicador do MTBF pode-se constatar que as máquinas do tipo

confeccionadoras “s” quebram com mais frequência, ou seja, o tempo entre uma quebra

e outra é menor. Na média, cada máquina desse tipo apresenta algum defeito a cada

duas horas e trinta e seis minutos. Analisando o indicador MTTR de todas as máquinas

do atelier 2 pode-se constatar que as quebras, embora frequentes, são resolvidas

rapidamente. Comparativamente, as máquinas confeccionadoras tipo “s” apresentam

tempo médio de reparo maior do que as demais máquinas do atelier, sendo o valor

médio de 24 minutos. Se analisarmos o rácio estratégico, constata-se que as máquinas

confeccionadoras tipo “s” apresentam um desempenho mais reativo do que as demais

máquinas no que diz respeito à estratégia de manutenção. Esse indicador aponta que a

causa de 71% do tempo em que as máquinas desse tipo estiveram paradas para trabalhos

de manutenção foi devido à manutenção a demanda. Por último, esse grupo de

máquinas foi responsável pelo maior custo de peças de reposição deste atelier, ao longo

do período analisado. Dessa forma, a análise deste trabalho focará nesse grupo de

máquinas.

As máquinas do tipo confeccionadoras “s” são divididas em 21 subconjuntos.

Para cada subconjunto existe um plano de manutenção planejada individual, devido às

dimensões e à complexidade do equipamento. Por isso, será analisada a

indisponibilidade por manutenção à demanda de cada subconjunto, de modo que seja

elaborado para o subconjunto mais crítico um plano de manutenção que garanta maior

confiabilidade. Dessa forma, as figuras 18 e 19 ilustram essa análise.

Grupo de

máquinaMTBF (h) TMCT (h) MTTR (h)

Tempo

médio espera

Manutenção

(min)

Rácio

EstratégicoCusto de PDR

Quant. Pane

longa (>4h)

Confeccionadora s 2,61 1,20 0,40 4,67 0,71 R$ 618.948,00 5,00

Finalizadora s 4,18 1,27 0,27 3,55 0,60 R$ 581.200,35 9,00

Confeccionadora l 3,02 1,21 0,22 3,77 0,68 R$ 318.355,11 0,00

Finalizadora l 3,45 1,41 0,30 3,42 0,63 R$ 571.839,21 6,00

Transportadora 102,48 1,95 0,37 0,01 0,57 R$ 2.910,03 0,00

20

Figura 18: Quantidade de eventos em manutenção a demanda para confeccionadoras

tipo “s”

Figura 19: Tempo de máquina parada por manutenção a demanda para

confeccionadoras tipo “s”

Pode-se concluir, portanto, que o subconjunto Tambor de confecção é o

subconjunto que mais impacta negativamente a disponibilidade das confeccionadoras

tipo “s”. No período de um ano, cada máquina deste tipo necessita 71 vezes de

manutenção a demanda por conta deste subconjunto, gerando um impacto de 19,5 horas

de máquina parada. Será, elaborado, portanto, um plano de manutenção planejada para

este equipamento.

21

4. Metodologia

4.1 Introdução A metodologia adotada neste trabalho, em concordância com os conceitos de

manutenção centrada em confiabilidade descrito por Moubray (1997), busca avaliar as

consequências de todos os modos de falha passíveis de ocorrência de modo que se possa

arbitrar qual a estratégia de manutenção adequada para que o conjunto em análise

continue apto a executar a tarefa para a qual foi posto em serviço, ou seja, continue apto

a executar sua função.

Para isso, a metodologia adotada neste trabalho busca responder as seguintes

perguntas:

Quais são as funções e os padrões de desempenho do ativo no seu contexto

operacional?

De que maneira o ativo pode falhar em cumprir sua função?

O que pode causar cada falha de função?

O que acontece quando cada falha ocorre?

Qual a relevância de cada falha?

O que pode ser feito para predizer ou prevenir cada falha?

Ao definir manutenção como o processo que busca garantir que o ativo se

mantenha apto à executar suas funções, fica evidente a necessidade de conhecer com

clareza quais são as funções do ativo. A resposta para a primeira pergunta fornece

subsídios suficientes para que se possa concluir de que maneira o ativo pode falhar em

cumprir suas funções, ou seja, como a manutenção pode se tornar ineficaz. A partir

dessas definições, torna-se necessário encontrar a causa raiz para cada falha e busca-se,

ainda, avaliar os efeitos e as consequências de cada modo de falha para que se possa

avaliar o que acontece quando um modo de falha se concretiza e qual o impacto de cada

perda de função na segurança das pessoas e do meio-ambiente, na qualidade, na

capacidade produtiva e nos custos de operação. Por último, cabe avaliar a existência de

uma tarefa proativa que reduza ou elimine as consequências do modo de falha.

De posse da resposta de todas as perguntas é possível seguir o diagrama de

decisão conforme figura 20.

22

Figura 20: Diagrama para tomada de decisão da metodologia de elaboração de um plano

de manutenção

23

4.2 Funções

Conforme se aprofunda o entendimento do papel de um ativo em um modelo de

negócio, ganha relevância o conceito de que todo ativo é colocado em serviço pois as

partes interessadas (acionistas, usuários, dentre outros) desejam que este ativo realize

algum serviço. Dessa forma, quando se discute “manter” o ativo, o estado em que se

deseja manter é tal que o ativo seja capaz de realizar o serviço para o qual foi designado.

Este estado é, portanto, fundamentalmente diferente da capacidade inicial do ativo. A

ênfase está no serviço que o ativo realiza dentro do modelo de negócio e não no que o

ativo é por si só.

Dessa forma, com o intuito de melhor entender os objetivos da manutenção, é

necessário compreender claramente as funções dos ativos associadas aos padrões de

desempenho almejados pelo usuário. Por isso, a primeira questão que a metodologia se

propõe a responder é: “Quais são as funções e requisitos de desempenho do ativo em

seu contexto operacional presente?”.

Todo ativo tem mais de uma e, frequentemente, várias funções. Quando se

estabelece que o objetivo da manutenção é garantir que o ativo seja capaz de exercer

suas funções ao longo do tempo, então fica evidente a necessidade de conhecer todas as

funções associadas aos seus respectivos requisitos de desempenho. Todavia, este não é

um exercício fácil, especialmente para plantas industriais em operação (não em fase de

projeto), uma vez que, frequentemente, os produtos mudam, o layout da fábrica muda,

as pessoas mudam, a tecnologia muda e as expectativas de desempenho de cada ativo

mudam. Ainda assim, existem ativos em operação desde o comissionamento de sua

planta industrial que precisam de manutenção. Dessa forma, definir com precisão a atual

função de cada ativo com seu requisito de desempenho associado é um exercício

fundamental.

4.2.1 Funções primárias Ativos são adquiridos por uma ou duas razões principais. Por ser o principal

motivo da existência do ativo, essas “razões” são definidas como funções primárias e,

geralmente, são fáceis de ser identificadas. Ora, a função primária de uma bomba é

bombear um fluido, a função primária de um compressor é comprimir um gás, a função

primária de uma caldeira é gerar vapor de água. O desafio é a definição completa dos

requisitos de desempenho associados à cada função primária que, frequentemente, são

relativos à velocidade, volume, capacidade e qualidade.

24

4.2.2 Funções secundárias A maioria dos ativos exercem funções secundárias às funções principais.

Todavia, o não cumprimento das mesmas pode gerar graves consequências ao modelo

de negócios de maneira geral, dessa forma, devem ser claramente identificadas. As

funções secundárias podem ser divididas em sete categorias, conforme segue:

Integridade do meio-ambiente

Segurança/integridade estrutural

Aparência

Proteção

Economia/eficiência

Funções supérfluas

4.2.3 Requisitos de desempenho As leis da física implicam no fato de que todo sistema organizado exposto ao

mundo real irá se deteriorar. Dessa forma, sendo o desgaste inevitável, deve-se permiti-

lo. Isso implica que todo ativo, quando colocado em serviço, deve ser capaz de atingir

um desempenho maior do que o requisito mínimo do processo, de modo que haja uma

margem para deterioração. Em resumo, a capacidade inicial do ativo deve ser maior que

o seu requisito de desempenho.

Vale ressaltar que a capacidade inicial do ativo é definida pelo projetista. A

manutenção pode tão somente, após um processo de deterioração, recondicionar o ativo

para que ele possa atingir, no máximo, sua capacidade inicial novamente, jamais superá-

la. Para ilustrar esse conceito, basta imaginar que o requisito de desempenho de um

determinado motor elétrico seja desenvolver uma potencia de 20kW. Se sua capacidade

nominal for inferior à 20kW, nenhum programa de manutenção será capaz de

condicionar o ativo a atingir esse requisito e o motor, eventualmente, irá queimar.

Desse modo, é de grande importância para a elaboração de um programa de

manutenção identificar precisamente as expectativas do usuário em relação ao ativo.

4.2.4 Contexto operacional A metodologia RCM (manutenção centrada em confiabilidade) é definida como

“Processo usado para elaboração do programa de manutenção de qualquer ativo em seu

contexto operacional” Moubray (1997). Dessa forma, o contexto operacional permeia

todo o processo de formulação de uma estratégia de manutenção.

O contexto operacional influencia as funções e requisitos de desempenho, mas

também influencia fortemente a natureza, os efeitos, as consequências e a frequência

dos modos de falha. Para ilustrar, pode-se considerar uma bomba centrifuga cuja função

primária é bombear 1000 litros de água por minuto. Se considerarmos que, em um

25

segundo cenário, esta mesma bomba deve bombear 1000 litros por minuto de ácido

sulfúrico, é fácil perceber que as estratégias de manutenção serão completamente

diferentes, embora se trate do mesmo equipamento e do mesmo requisito de

desempenho.

Ao avaliar o contexto operacional alguns aspectos importantes devem ser

considerados. O tipo de processo de produção ganha atenção especial, uma vez que um

processo produtivo contínuo exige uma abordagem de manutenção diferente de um

processo não continuo, pois, em um processo contínuo, a pane de um único

equipamento pode causar a parada de uma planta industrial inteira, ou reduzir

significativamente a produção.

Além disso, a existência de redundâncias ou de meios alternativos de produção

influencia fortemente a estratégia de manutenção adotada, bem como os padrões de

qualidade do produto e padrões de qualidade ambiental, além de aspectos de segurança,

arranjos de turno de produção, tempo necessário para reparo em caso de pane,

disponibilidade de peças de reposição e a própria demanda do mercado.

4.3 Falha funcional

4.3.1 Falha Conforme foi visto, todo ativo é colocado em serviço pois uma organização

deseja que este bem realize um determinado trabalho com um desempenho específico.

Dessa forma, é necessário que a capacidade do ativo exceda o requisito de desempenho

que o usuário deseja. Por outro lado, a deterioração de qualquer ativo é inevitável. Se,

por qualquer motivo, o ativo não mais consiga exercer sua função com o desempenho

desejado, o usuário irá considerar que este é um estado de falha.

4.3.2 Descrição da falha funcional A definição de falha conforme apresentada anteriormente, é simplista porque

trata o ativo como um todo. Como foi visto, um ativo pode ter várias funções e, cada

função, pode ter mais de um requisito de desempenho, de modo que um mesmo ativo

pode apresentar estados de falha distintos. Para ilustrar esse fato, pode-se considerar

como exemplo uma bomba centrifuga cuja função é bombear não menos que 1000 litros

de gasolina por minuto e outra função secundária de ser completamente estanque. Nesse

caso, a bomba pode ser capaz de atingir a vazão desejada, porém vazar excessivamente,

ou então ser completamente estanque e não atingir a vazão desejada. Em ambos os

casos, o ativo não desempenhou a função esperada pelo usuário.

Com o objetivo de traçar uma estratégia de manutenção eficaz, é mais acurado

definir o estado de falha como a perda de uma função específica. Dessa forma, será

26

definido o termo “falha funcional” como a incapacidade de um ativo de realizar sua

função dentro dos parâmetros de desempenho desejados pelo usuário.

A definição acima é especialmente útil porque foca na capacidade do ativo de

exercer o serviço para o qual foi designado e não na habilidade de atingir seu

desempenho nominal. Em outras palavras, há margem para deterioração, o que garante

que não serão realizados trabalhos de manutenção que não irão corroborar diretamente

com o modelo de negócio no qual ele está inserido.

A definição acima é, também, especialmente útil porque trata cada perda de

função como uma falha funcional individual, permitindo maior assertividade na

elaboração de uma estratégia de manutenção. Como exemplo, pode-se considerar um

torno CNC (Controle Numérico Computadorizado) que, dentro de um determinado

modelo de negócio, tem como função: usinar um eixo até atingir o diâmetro final de

50 ± 0.1mm com acabamento superficial Ra0.2 a partir de um tarugo de 70mm de aço

SAE 1045 em não mais que 3 minutos. Esse torno pode apresentar as seguintes falhas

funcionais:

Incapacidade total de realizar operações de usinagem (perda total de funções)

Tempo de ciclo maior que 3 minutos

Diâmetro final do eixo superior a 50.1mm

Diâmetro final do eixo inferior a 49.9mm

Cada falha funcional pode e, frequentemente, apresenta causa, efeito e

consequências distintas, de modo que cada item necessita de uma estratégia de

manutenção individual. Portanto, a definição e a posterior análise de cada falha

funcional corroboram para a eficácia do método.

4.4 Análise dos modos e dos efeitos de falha

(FMEA) Uma vez que as funções associadas aos requisitos de desempenho determinam

os objetivos da manutenção e a definição de falha funcional garante objetividade no que

se entende por “falha”, o próximo passo é identificar as causas e determinar o efeito de

cada modo de falha.

4.4.1 Modo de falha Pode-se definir modo de falha como qualquer evento que cause uma falha

funcional. Ora, sendo assim, cabe destacar que os modos de falha são

fundamentalmente o problema que a manutenção lida diretamente no dia-a-dia: em uma

planta industrial dezenas de ordens de trabalho são geradas todos os dias para tratar

27

modos de falha específicos, comumente reuniões são feitas entre os setores de

manutenção e operação para avaliar os modos de falha ocorridos e como evita-los.

Na indústria de modo geral, frequentemente, os modos de falha ganham

importância somente após terem ocorrido. Lidar com os modos de falha após a

concretização da falha funcional é a essência da manutenção à demanda. Por outro lado,

o conceito de manutenção proativa, que utiliza as técnicas de manutenção sistemática,

preventiva e preditiva, busca lidar com os modos de falha antes que eles ocorram. Sendo

assim, para elaborar um programa de manutenção planejada que seja realmente eficaz,

devem-se identificar todos os modos de falha que podem, com razoável probabilidade,

afetar cada ativo.

Os modos de falha podem ser associados a três situações distintas:

A capacidade do ativo decresce até que o desempenho desejado supere-a

O desempenho desejado ascende até superar a capacidade do ativo

O ativo não é capaz de atingir o desempenho desejado desde o comissionamento

O primeiro caso engloba situações onde, no comissionamento, a capacidade do

ativo é capaz superar o desempenho almejado pelo usuário, porém ao longo do tempo o

ativo sofre um processo de redução de sua capacidade até o ponto onde as expectativas

do usuário não são mais satisfeitas. Esse processo de redução de capacidade pode ser

desencadeado por cinco causas principais: Deterioração, falha de lubrificação, sujeira,

falha de dispositivos de união e erro humano.

A deterioração ocorre porque todo ativo é sujeito a uma variedade de tensões

que reduzem sua resistência a esses esforços. Eventualmente, as tensões superam sua

capacidade de resistência e configuram um estado de falha funcional. Nesse contexto, o

termo deterioração engloba todas as formas de desgaste: fatiga, corrosão, abrasão,

erosão, evaporação, degradação, dentre outras.

As falhas por lubrificação podem ser relacionadas à falta do lubrificante em

quantidade adequada ou pela perda de suas propriedades de lubrificação propriamente

ditas. A falta do lubrificante está intrinsicamente ligada a vazamentos ou má

periodicidade da sistemática de lubrificação. Em algumas máquinas modernas, a

lubrificação é feita por um sistema centralizado de lubrificação o que permite maior

eficiência do processo por meio da possibilidade de monitoramento do sistema. Por

outro lado, esse equipamento apresenta uma série de modos de falha intrínsecos a sua

concepção que são incorporados na análise do ativo. A perda das propriedades do

lubrificante decorrente do desgaste inerente ao seu uso é causada por fenômenos como o

cisalhamento das moléculas de óleo, oxidação, perda de aditivos ou contaminação por

água ou partículas sólidas.

A interferência de sujeira ou poeira nos ativos industriais também é uma causa

comum de falhas funcionais. O particulado em contato com partes móveis é a causa de

falhas funcionais relacionadas ao bloqueio total ou emperramento parcial de

movimentos, comprometendo a cinemática da máquina. Em aplicações específicas, a

28

sujeira também pode ocasionar falhas funcionais relacionadas à qualidade como, por

exemplo, a contaminação de alimentos na indústria alimentícia.

A falha de dispositivos de união ocorre pela fatiga ou corrosão de juntas

soldadas e rebites ou pela falha de componentes roscados como porcas, parafusos,

conexões elétricas e acessórios de tubulação.

O erro humano é também uma causa comum de falhas funcionais relacionadas à

queda da capacidade do ativo. De maneira geral, esse modo de falha está relacionado à

má operação, má montagem ou reparos mal feitos. Como exemplo pode-se considerar a

alimentação da máquina com matéria-prima errada, a má operação de uma válvula, a má

fixação de uma parte da máquina pelo mantenedor ou ainda a má regulagem de um

sensor.

Os modos de falha relacionados ao aumento do desempenho desejado ocorrem

quando inicialmente, no comissionamento, o ativo apresenta capacidade nominal

superior às expectativas, porém, ao longo do tempo, aumenta-se o desempenho esperado

até o ponto em que o ativo se torna incapaz de atingi-lo. Esse fato se dá pelo aumento

excessivo dos esforços no equipamento ou, simplesmente, por esperar que mais do que

ativo pode entregar.

No ambiente industrial, em função de eventuais aumentos de demanda, é comum

constatar tentativas de aumento de velocidade do maquinário ou eliminação de etapas

do ciclo de funcionamento do equipamento com o único intuito de diminuir o tempo de

ciclo da máquina. Nessas situações, busca-se extrair mais dos ativos existentes sem a

necessidade de investimento de capital. Todavia, esses programas de otimização trazem

consequências negativas especialmente na disponibilidade e confiabilidade dos

equipamentos, uma vez que não são considerados na análise o aumento dos esforços e a

capacidade nominal do equipamento.

Para que seja possível manter um ativo é necessário que sua capacidade nominal

exceda as expectativas de desempenho do usuário uma vez que o objetivo da

manutenção é, justamente, manter o estado em que o ativo seja capaz de desempenhar a

função para a qual foi designado. Entretanto, em algumas situações, constatam-se ativos

subdimensionados. Geralmente, em um sistema complexo, apenas alguns subconjuntos

estão subdimensionados, porém esses elos fracos são responsáveis por grandes

problemas de produção.

4.4.2 Efeitos de falha Os efeitos de falha descrevem o que acontece quando um modo de falha se

concretiza. Vale ressaltar que o conceito de efeito de falha é diferente do conceito de

consequência de falha. Enquanto este avalia a importância, aquele somente evidencia os

eventos subsequentes ao modo de falha, fornecendo subsídios para a avaliação das

consequências em um passo seguinte.

29

A descrição dos efeitos de falha deve incluir toda informação necessária para

avaliação da relevância de cada modo de falha. Dessa forma, segundo Moubray(1997),

deve-se considerar:

Quais são as evidências da ocorrência do modo de falha

Quais são as ameaças para a segurança ou meio-ambiente

De que maneira o modo de falha afeta a produção ou a operação

Quais danos materiais são causados pelo modo de falha

Como reparar

As evidências descrevem de que maneira o modo de falha será detectado pelos

usuários do ativo em circunstâncias de operação normais. Dessa forma, deve-se listar,

por exemplo, se o modo de falha é antecedido ou sucedido por alarme sonoro, alerta

visual, aviso em um supervisório, barulho anormal, fogo, fumaça, vazamentos de

qualquer natureza, parada total ou parcial do equipamento, dentre outros. É possível,

também, que o modo de falha não se torne evidente em circunstâncias normais de

operação, como o caso de dispositivos de segurança.

Efeitos de modos de falha potencialmente perigosos para a segurança dos

usuários e clientes finais e ameaças para o meio ambiente incluem: Risco de choque,

exposição à materiais quentes, risco de incêndio ou explosão, ângulos aprisionadores,

objetos pontiagudos, vazamentos de gases prejudiciais à saúde ou meio ambiente,

exposição à elevados níveis de ruído, queda de objetos, colapso de estruturas, forças

hidráulicas, dentre outros.

Essa etapa da análise deve conter informações sobre como o modo de falha afeta

a produção e os custos de manutenção. Desse modo, deve-se listar se a falha acarreta a

parada parcial ou total do equipamento, quanto tempo é necessário para o reparo, se são

necessárias peças de reposição para o reparo, se as peças de reposição estão disponíveis

no armazém do site industrial, em caso de compra externa de peça de reposição quanto

tempo é necessário para obtê-las, se o modo de falha gera danos secundários, se os

mantenedores tem competência para realização do reparo, como realizar o reparo,

dentre outros.

4.5 Consequências de falha Os modos de falha podem afetar a produção, a qualidade, a segurança ou os

custos, de modo que sempre que um equipamento experimenta um estado de falha

funcional a organização que o detêm é afetada de alguma maneira. A avaliação das

consequências de falha busca determinar a relevância de cada modo de falha para a

organização, uma vez que cada um afeta a organização de maneira diferente. O impacto

para a organização e, por consequência, a importância de cada modo de falha depende

do contexto operacional, dos requisitos de desempenho do ativo e dos efeitos de falha.

30

Para Moubray (1997), o conceito de manutenção proativa, que utiliza as técnicas

de manutenção sistemática, preventiva e preditiva, está relacionado em evitar ou atenuar

as consequências de uma falha funcional. Dessa forma, pode-se concluir que a

utilização dessas técnicas de manutenção só é vantajosa se for eficaz no combate as

consequências de falha. Para ilustras esse conceito, pode-se imagina um modo de falha

que traga consequências extremamente prejudiciais à organização que detêm o ativo,

colocando em risco a produção, os custos, a qualidade do produto e a segurança dos

colaboradores. É fácil concluir que grandes esforços serão feitos para a prevenção da

falha ou atenuação de suas consequências até um nível tolerável para a organização. Por

outro lado, se um modo de falha não apresenta consequências significativas na

produção, qualidade, segurança ou custos, é fácil perceber que pouco ou até mesmo

nenhum esforço será feito para prevenção, não importando os aspectos técnicos da

falha.

De modo geral, podem-se dividir as consequências de falha em três categorias:

segurança e meio ambiente, operacionais e não operacionais.

4.5.1 Consequências ambientais e de segurança Um modo de falha tem consequências no âmbito da segurança se sua

concretização gera um estado no equipamento capaz de machucar ou levar ao óbito

algum colaborador. Ainda no âmbito da segurança, alguns modos de falha tem impacto

no bem-estar da sociedade de maneira geral, trazendo consequências ambientais.

Portanto pode-se definir que um modo de falha tem consequências ambientais se sua

concretização levar a violação de qualquer norma ambiental.

Para avaliar a importância desse tipo de efeito, devem-se considerar três

aspectos: o que acontece se o modo de falha se concretiza, qual a probabilidade de

concretização do modo de falha e qual a probabilidade de concretização do modo de

falha que a organização tolera. Embora a condição de “risco zero” seja um excelente

objetivo para motivar o progresso no âmbito da segurança, é de fácil entendimento que

existe um risco associado a tudo. Devem-se, portanto, analisar os aspectos relacionados

acima, pois estes são subsídios fundamentais para a definição da estratégia de

manutenção ótima para cada modo de falha que apresenta efeitos dessa natureza.

4.5.2 Consequências operacionais Um modo de falha tem consequências operacionais se sua concretização tem

impacto direto na capacidade operacional do equipamento ou, até mesmo, da planta

industrial. Esse impacto pode afetar a produção, a qualidade, os custos e, em alguns

casos, o serviço ao cliente.

A produção é afetada quando um ativo apresenta um modo de falha que tem

como efeito a parada total do equipamento ou seu funcionamento em marcha degradada,

31

que diminui o output total da máquina e, se não houver redundâncias, diminuindo o

output total da usina. Por fim, essa perda de produção gerará aumento dos custos se a

usina optar por operar em regime de hora extra para recuperar a produção ou resultará

em perda de vendas, caso a planta industrial já esteja operando em máxima capacidade.

A qualidade também pode ser impactada uma vez que a máquina, em um estado

de falha funcional, pode perder a capacidade de atingir as tolerâncias requeridas pelo

processo, prejudicando, portanto, a qualidade do produto final. Além disso, podem

ocorrer efeitos da falha que causem a deterioração do produto. Para ilustrar esse fato,

pode-se considerar uma máquina genérica que faça o processamento de um determinado

produto que deve ser mantido em temperaturas inferiores a um limite especificado. Caso

esse equipamento experimente um modo de falha que como efeito gere um aumento de

temperatura a patamares superior à tolerância determinada, a qualidade do produto final

será comprometida.

Os custos podem ser afetados diretamente pelo custo de reparo (peças de

reposição, mão de obra e energia), mas também indiretamente uma vez que um estado

de falha funcional pode levar ao aumento do consumo de energia, pode acarretar a troca

do processo para uma alternativa mais onerosa financeiramente, aumento do consumo

de matéria prima, aumento dos gastos com hora extra do efetivo de produção e pode, em

alguns casos, acarretar em multas por violação de contrato no caso de não cumprimento

de demanda no prazo acordado.

Em algumas aplicações o modo de falha de um equipamento afeta diretamente o

serviço ao cliente e pode trazer graves danos à reputação da organização. Como

exemplo, podemos imaginar a falha de uma turbina de avião que provoca grande atraso

na decolagem de um voo comercial. Problemas pontuais de serviço ao cliente geram

perda de receita imediata, entretanto problemas dessa natureza sistemáticos podem

colocar em risco a perpetuação do modelo de negócio no longo prazo.

Consequências operacionais têm impacto puramente econômico. Sendo assim,

toda avaliação da relevância do modo de falha e da definição de uma estratégia de

manutenção ótima é feita em função de aspectos econômicos. Estabelece-se, portanto,

que para esse tipo de falha, uma estratégia de manutenção proativa só é vantajosa se, ao

longo do tempo, o custo associado for inferior aos custos operacionais acarretados pela

falha (perda de produção, hora extra, multas e outras) somados aos custos de reparo.

4.5.3 Consequências não operacionais Consequências de modos de falha que não colocam em risco a segurança ou o

meio ambiente e não afetam a capacidade operacional são classificadas como não

operacionais. Esses modos de falha afetam a organização somente através do custo de

reparo. Consequências dessa natureza são comuns em sistemas com redundâncias.

Dessa forma, a avaliação da importância desse tipo de falha e a definição da estratégia

ótima de manutenção são feitas em termos econômicos e pode-se estabelecer que para

32

esse tipo de falha, uma estratégia de manutenção proativa é vantajosa se, ao longo do

tempo, custar menos que o custo de reparo da falha em questão. A prática mostra que,

para falhas com consequências não operacionais, estratégias proativas são benéficas se o

modo de falha acarretar danos secundários de custo elevado.

4.6 Manutenção proativa

A manutenção proativa é uma estratégia de gerenciamento de falha que busca

realizar intervenções antes que a falha funcional se concretize. Esse conceito utiliza três

técnicas tradicionais de manutenção: preventiva, sistemática e preditiva. As principais

vantagens na utilização dessa estratégia são:

Otimização do tempo de intervenção

Possibilidade de seleção da data ótima para realização da intervenção

Redução dos custos de manutenção

Adequação do estoque

Antecipar-se às falhas permite que haja uma etapa de preparação e outra de

planejamento dos trabalhos programados. Durante a etapa de preparação, o responsável

por esse serviço se encarrega de juntar toda a documentação necessária para

intervenção, como desenhos mecânicos, esquemas hidráulicos, pneumáticos ou

elétricos, manuais e instruções de trabalho, evitando perda de tempo durante a

intervenção. Além disso, se encarrega de prover com antecedência as peças de reposição

necessárias, evitando gasto de tempo para a aquisição das mesmas durante uma parada

não programada. Se necessário, o mantenedor encarregado da preparação dos trabalhos

programados elabora uma instrução de trabalho para a intervenção e certifica-se de que

todos os mantenedores escalados para o serviço tem competência para execução do

mesmo. Durante a etapa de planejamento, os setores de manutenção e produção podem

definir a melhor data para a parada da máquina em função da programação detalhada da

produção (PDP), dos níveis de estoque, da carga de trabalho de manutenção, da

criticidade do equipamento para o modelo de negócio e do estado em que o

equipamento se encontra. Com base nesses dados, é possível planejar a intervenção para

a data mais conveniente. Além disso, antecipar-se à falha funcional garante que não

haverá avarias secundárias, reduzindo, portanto, o custo, o tempo e a carga de trabalho

dos mantenedores.

Em alguns casos, as falhas funcionais podem ser relacionadas diretamente à

idade do equipamento. O termo “idade” refere-se à exposição às tensões, e pode ser

medido em diversas unidades como número de ciclos, distância percorrida, horas de

trabalho, etc. Todas essas unidades estão relacionadas de alguma maneira ao tempo e,

por isso, chama-se genericamente de “idade”. Para que haja essa relação direta, duas

hipóteses devem ser satisfeitas: a taxa de deterioração deve ser diretamente proporcional

à tensão aplicada e a tensão deve ser aplicada de forma consistente. Na prática,

entretanto, essas hipóteses raramente são satisfeitas e não há, nesses casos, uma relação

direta entre a idade do equipamento e seu grau de deterioração. Dessa forma, vale

analisar separadamente cada caso.

33

4.6.1 Manutenção sistemática - Falhas relacionadas à idade do

equipamento

Todo equipamento em funcionamento está sujeito a uma diversidade de tensões.

Ao longo do tempo, a capacidade do equipamento de resistir tensões diminui até o

ponto em que a máquina não consegue mais realizar a função para a qual foi designada

e, por definição, se caracteriza um estado de falha funcional. A figura 21 ilustra essa

dinâmica:

Figura 21: Ilustração da dinâmica de falha funcional

Uma vez que o processo de deterioração satisfaça a hipótese de ser diretamente

proporcional à tensão aplicada e que a tensão seja aplicada de forma consistente, torna-

se possível predizer a vida útil do equipamento com grande precisão, basta obter

informações suficientes para compreender a relação entre tensão e deterioração. Em

contrapartida, é válido ressaltar que não existem duas peças, subconjuntos ou máquinas

completamente iguais. As resistências iniciais à tensão variam, mesmo que

ligeiramente. A taxa de deterioração também varia e, além disso, dois equipamentos não

se submetem exatamente às mesmas tensões, ainda que em aplicações iguais. Essas

variações, mesmo que pequenas, podem provocar diferenças significativas no tempo de

vida dos equipamentos. Na prática, a vida útil de um equipamento tende a se concentrar

ao redor de uma vida média, conforme ilustrado na figura 22:

34

Figura 22: Ilustração da distribuição do tempo de vida ao redor da vida média

Seguindo esse raciocínio, define-se a vida útil do equipamento como o ponto

onde ocorre um grande crescimento da probabilidade de falha, conforme ilustrado na

figura 23:

Figura 23: Ilustração do conceito de vida útil

De modo geral, falhas relacionadas à idade se aplicam a equipamentos muito

simples ou sistemas complexos que sofram de um modo de falha dominante. Na prática,

situações desse tipo são encontradas em subconjuntos que entram em contato direto

com o produto e, geralmente, são falhas associadas à fadiga, corrosão, oxidação e

evaporação. Como exemplo de pontos em que o equipamento entra em contato direto

com o produto pode-se citar ferramentas de corte, impelidor de bombas centrifugas,

sede de válvulas, parte interna de tubulações, dentre outros.

Uma vez que as hipóteses são satisfeitas e a vida útil do equipamento é

conhecida, pode-se estabelecer uma programação de manutenções sistemáticas. Essa

35

técnica se caracteriza pela troca do componente em intervalos de tempo pré-definidos,

não importando o estado funcional do mesmo no momento da troca. A fundamentação

teórica está no conceito de vida útil descrito anteriormente. A frequência desse tipo de

intervenção é determinada pelo período em que o componente apresenta um grande

aumento de sua probabilidade de falha (vida útil), portanto, para que essa prática seja

eficaz, a curva de frequência de falha deve apresentar o padrão conhecido como curva

da banheira, conforme ilustrado na figura 24:

Figura 24: Curva da banheira

4.6.2 Manutenção preventiva e Manutenção preditiva Um dos maiores desafios da manutenção moderna reside no fato de que poucos

modos de falha apresentam uma relação direta com a idade do ativo. Situações em que a

relação entre deterioração e tensão aplicada não é linear são comuns devido à variação

das tensões aplicadas, a não proporcionalidade entre resistência e tensão e pela

complexidade dos sistemas modernos.

A variação nas tensões aplicadas pode ocorrer por erros de operação, má

montagem ou impacto externo ao processo. Em todos esses casos, não existe relação

entre a idade do ativo e sua probabilidade de falha. Além disso, é extremamente difícil

estabelecer uma relação de causa e efeito, pois a concretização da falha funcional pode

ocorrer meses ou até anos após o pico de tensão. A figura 25 ilustra essa dinâmica:

Figura 25: Redução da resistência por picos de tensão

36

Além disso, a complexidade dos equipamentos modernos é cada vez maior. A

cada dia são projetadas máquinas mais eficientes e seguras e o preço que se paga por

esse avanço é a crescente complexidade dos sistemas. Maior complexidade significa

maior quantidade de componentes que podem falhar, maior número de interfaces entre

componentes além de, frequentemente, redução da margem entre capacidade inicial e

desempenho requerido do ativo, ou seja, redução da mantenabilidade. Sistemas

complexos apresentam uma curva de probabilidade de falha conforme ilustrado na

figura 26. Nesses casos, existe pouca ou nenhuma relação entre a idade do ativo e o seu

desgaste, de modo que a aplicação da técnica de manutenção sistemática surtirá pouco

ou nenhum efeito, podendo, inclusive, aumentar o número de falhas desestabilizando

um sistema e introduzindo mortalidade infantil.

Figura 26: Curvas de probabilidade de falha não proporcionais ao tempo

Embora grande parte dos modos de falha não está relacionada diretamente à

idade do equipamento, a maioria apresenta algum tipo de aviso que sua ocorrência está

próxima. A detecção do estado de falha latente permite que alguma ação seja tomada

para prevenir a concretização da falha funcional e evitar ou atenuar suas consequências.

Moubray (1997) ilustra o que ocorre nos estágios finais de uma falha funcional,

desde o ponto onde ocorre o início da falha, passando pelo estado a partir do qual é

possível detectar algum sinal de que o equipamento se encontra em um estado de falha

latente (ou falha potencial), até o momento em que a falha funcional se concretiza.

Denomina-se, portanto, curva P-F. A figura 27 ilustra essa dinâmica:

Figura 27: Curva P-F

37

Dessa forma, define-se falha latente como um estado possível de ser identificado

que indica a proximidade da concretização de uma falha funcional.

Existem diversas maneiras de se detectar uma falha latente: pontos quentes em

armários elétricos, vibração ou ruído em rolamentos, trincas em eixos, partículas sólidas

em óleo de lubrificação são exemplos de falhas latentes.

4.6.3 Periodicidade Para que a aplicação das técnicas preventiva e preditiva seja bem sucedida, é

necessário estudar o intervalo entre o ponto de falha latente, ou seja, estado a partir do

qual é possível a detecção de algum parâmetro que indique a proximidade de uma falha,

e o ponto de falha funcional propriamente dito. Esse intervalo, denominado intervalo P-

F, é fundamental para determinação da frequência adequada para as inspeções. Ora,

uma vez que se deseja detectar uma falha latente antes da concretização da falha

funcional, então a periodicidade das inspeções deve ser menor que o intervalo P-F,

conforme ilustra a figura 28:

Figura 28: Periodicidade das inspeções

Além disso, após a detecção da falha latente, deve-se considerar o tempo

necessário para a etapa de preparação do trabalho e o tempo para realização do reparo

propriamente dito. Alguns modos de falha não necessitam de uma etapa de preparação

para realização da intervenção e são reparados em questão de minutos, porém há modos

de falha que necessitam de um tempo maior de preparação e execução. A aquisição de

peças de reposição, disponibilidade de mão de obra capacitada para o serviço,

elaboração de uma instrução de trabalho, disponibilidade de uma janela na produção

para a parada da máquina, além do tempo de reparo propriamente dito, são fatores que

devem ser considerados para a definição do tempo necessário entre a detecção da falha

latente e o reparo. Dessa forma, Moubray(1997) define o intervalo P-F líquido, como

sendo o intervalo mínimo entre a detecção da falha latente e a concretização da falha

funcional. Esse intervalo é o tempo disponível para tomar as medidas necessárias para

evitar ou atenuar as consequências da falha funcional, uma vez que se tenha detectado

um estado de falha latente.

Para a definição da frequência das inspeções, deve-se, portanto, conhecer o

intervalo P-F do modo de falha em questão, definir o tempo necessário para tomar as

ações de prevenção com uma margem de segurança, e subtrair esses dois intervalos.

Dessa forma, garante-se que a falha latente será detectada antes da concretização da

falha funcional e haverá tempo suficiente para tomar as medidas cabíveis para evitar ou

38

atenuar as consequências (tempo de parada, custos e segurança) da falha funcional. Se o

tempo necessário para as ações de prevenção for superior ao intervalo P-F, então a

inspeção sugerida não é tecnicamente viável. Nesse caso, outras inspeções ou até

mesmo outras técnicas de manutenção devem ser consideradas.

Dessa forma, intervalos P-F longos são desejados pois:

Facilitam o planejamento e execução das ações necessárias para evitar ou

atenuar as consequências das falhas funcionais

Tornam possível adotar períodos mais longos entre as inspeções, reduzindo o

custo de aplicação da técnica e tornando-a mais atrativa economicamente.

4.6.4 Viabilidade técnica (manutenção preventiva e predititva) Considerando os aspectos relacionados acima, pode-se estabelecer que a aplicação de

estratégias de manutenção proativa, ou seja, a utilização das técnicas preventiva e

preditiva, é tecnicamente viável se:

Existir uma condição clara de falha latente possível de ser identificada

O intervalo P-F for consistente (não variar excessivamente)

Existir uma periodicidade das inspeções que seja possível de ser cumprida,

garanta a detecção da falha latente antes da concretização da falha funcional e

que, uma vez detectada a falha latente, possibilite tempo suficiente para tomar as

ações necessárias para eliminação ou atenuação das consequências do modo de

falha.

4.6.5 Método de inspeções Existe uma grande variedade de métodos de inspeção para detecção de falha

latente, por isso, para fins de análise, subdividiremos em quatro categorias: monitoração

do equipamento, percepção por sentidos humanos, monitoração de efeitos primários e

desvios na qualidade do produto.

A monitoração do equipamento envolve a utilização de sensores e um sistema de

aquisição de dados para que seja possível extrair informações de algum parâmetro que

reflita a condição do equipamento. Toda inspeção desse tipo busca detectar os efeitos da

falha latente como variações na vibração, mudança de temperatura, alteração nas

concentrações de partículas em óleos lubrificantes, dentre outros. Possuem grande

sensibilidade e quando aplicadas corretamente apresentam um intervalo P-F grande se

comparado a outros métodos. Em contrapartida, os sensores e o sistema de aquisição de

dados possuem um custo inicial alto e, além disso, é necessário mão de obra com

competência para analisar e diagnosticar as falhas latentes.

A utilização dos sentidos humanos para a detecção de falha latente é, talvez, o

método mais utilizado na indústria. De igual modo, esse método busca perceber os

efeitos da falha latente, como aumento de ruído em um mancal, presença de trincas em

uma estrutura metálica, odor de um gás em uma instalação com vazamentos, dentre

outros. Esse método é vantajoso uma vez que o ser humano é sensível a diferentes

estímulos, enquanto um transdutor é capaz de captar apenas um único estimulo, como

39

temperatura, vibração, aceleração, força, dentre outros. Além disso, esse método pode

ser bastante atrativo do ponto de vista econômico, pois se pode utilizar para inspeção

um colaborador que já esteja na máquina, como o operador de produção do

equipamento, realizando o que se chama Manutenção Produtiva Total. Em

contrapartida, a percepção pelos sentidos humanos de que o processo de falha já se

iniciou ocorre em um estágio de deterioração do equipamento elevado, de modo que o

intervalo P-F é muito curto e resta pouco tempo para que alguma ação seja tomada para

evitar ou atenuar as consequências de falha. Além disso, esse método é bastante

subjetivo e depende fortemente da experiência e do estado mental do inspetor (pressa,

cansaço, frustração ou complacência podem afetar a análise).

A monitoração dos efeitos primários consiste no uso inteligente de medidores já

existentes na máquina. Buscam-se alterações em efeitos primários como velocidade,

vazão, pressão, temperatura, potência, corrente, dentre outros. Essa análise pode ser

feita remotamente através de um supervisório ou até mesmo por um mantenedor que

efetua a leitura manualmente (como por exemplo, a leitura de um manômetro analógico)

e compara o valor medido com uma referência. Em todo caso, deve-se tomar o cuidado

de manter os medidos aferidos, tomar medidas em um período menor que o intervalo P-

F do modo de falha, e, no caso de leitura manual por um mantenedor, garantir que o

mesmo possui treinamento e para efetuar a inspeção.

Frequentemente um desvio de qualidade no produto final está diretamente ligado

a um modo de falha na máquina. Em muitos casos, esses desvios de qualidade

apresentam uma curva de crescimento gradual o que permite o diagnóstico de uma falha

latente através da aplicação de modelos estatísticos.

40

5. Plano de manutenção Para elaboração do plano de manutenção para o subconjunto tambor de

confecção das máquinas confeccionadores tipo “s”, foi seguida a metodologia definida

neste trabalho. Para isso, foram feitas entrevistas com operadores, mecânicos,

eletricistas, engenheiros, supervisor de manutenção e gerente de manutenção de modo

que se ouviu um grupo multidisciplinar, garantindo confiabilidade na análise.

A metodologia proposta foi operacionalizada por meio de três tabelas: a primeira

para o FMEA, a segunda para avaliação das consequências de cada modo de falha e a

terceira a proposta do plano de manutenção propriamente dito, conforme dissertado

neste trabalho.

5.1 Elaboração da análise dos modos de falha e seus

efeitos (FMEA) A análise dos modos de falha e seus efeitos pode ser observada nas tabelas 4 a

10 que seguem:

Tabela 4: FMEA (parte 1)

Função FF MF

(Nível 1)

MF

(Nível 2)

MF

(Nível 3)Efeito ID

Quebra

das barras

do rotor

Variação de torque e velocidade, ruído e vibração. Após a quebra ocorre a parada

total do subconjunto. Necessidade de trocar o motor, porém há possibilidade de

enviar o motor danificado para reparo. Facilidade de acesso. Tempo de troca médio.

Necessário um eletricista e um mecânico

1

Quebra

dos anéis

terminais

Variação de torque e velocidade, ruído e vibração. Após a quebra ocorre a parada

total do subconjunto. Necessidade de trocar o motor, porém há possibilidade de

enviar o motor danificado para reparo. Facilidade de acesso. Tempo de troca médio.

Necessário um eletricista e um mecânico

2

Rotor

excêntrico

Variação de torque e velocidade, ruído e vibração. Necessidade de trocar o motor,

porém há possibilidade de enviar o motor danificado para reparo. Facilidade de

acesso. Tempo de troca médio. Necessário um eletricista e um mecânico

3

Desbalanc

eamento

do rotor

Variação de torque e velocidade, ruído e vibração. Necessidade de trocar o motor,

porém há possibilidade de enviar o motor danificado para reparo. Facilidade de

acesso. Tempo de troca médio. Necessário um eletricista e um mecânico

4

Curto

entre fases

Variação de corrente ou curto circuito. Após o curto ocorre a parada total do

subconjunto. Necessidade de trocar o motor, porém há possibilidade de enviar o

motor danificado para reparo. Facilidade de acesso. Tempo de troca médio.

Necessário um eletricista e um mecânico

5

Curto

entre fase

e terra

Variação de corrente ou curto circuito. Após o curto ocorre a parada total do

subconjunto. Necessidade de trocar o motor, porém há possibilidade de enviar o

motor danificado para reparo. Facilidade de acesso. Tempo de troca médio.

Necessário um eletricista e um mecânico

6

Fases

queimadas

Variação de corrente ou curto circuito. Após a queima ocorre a parada total do

subconjunto. Necessidade de trocar o motor, porém há possibilidade de enviar o

motor danificado para reparo. Facilidade de acesso. Tempo de troca médio.

Necessário um eletricista e um mecânico

7

Sobrecarga Variação de corrente ou curto circuito. Após o curto ocorre a parada total do

subconjunto. Necessidade de trocar o motor, porém há possibilidade de enviar o

motor danificado para reparo. Facilidade de acesso. Tempo de troca médio.

Necessário um eletricista e um mecânico

8

Folga no

entreferro

Variação de corrente ou curto circuito. Necessidade de trocar o motor, porém há

possibilidade de enviar o motor danificado para reparo. Facilidade de acesso. Tempo

de troca médio. Necessário um eletricista e um mecânico

9

F

a

l

h

a

n

o

e

s

t

a

t

o

r

M

o

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T

a

m

b

o

r

n

ã

o

g

i

r

a

Girar o

tambor do

subconjunto

em 18.12

RPM, sob

torque de

58.7Nm,

sustentando

uma

bandagem

de 1300kg,

durante

período

determinado

em receita,

com os

flasques

travados.

41

Tabela 5: FMEA (parte 2) Função FF MF

(Nível 1)

MF

(Nível 2)

MF

(Nível 3)MF

(Nível 4)

Efeito ID

Falha

no

estator

Falha no

coller -

Variação de corrente ou curto circuito. Necessidade de trocar o motor,

porém há possibilidade de enviar o motor danificado para reparo. Facilidade

de acesso. Tempo de troca médio. Necessário um eletricista e um mecânico

10

Falta de

limpeza

Endentações ao redor das pistas e corpos rolantes. Ruído e vibração.

Dependendo do nível de desgaste pode ocasionar o travamento do

rolamento, acarretando avarias no motor. Tempo de troca médio pois há

facilidade de acesso. Rolamentos armazenados no armazém do site.

Necessário um mecânico e um eletricista.

11

Lubrificant

e

contamina

do

Endentações ao redor das pistas e corpos rolantes, ruído e vibração.

Necessário troca do lubrificante ou, dependendo do nível de desgaste, troca

do rolamento.Tempo de troca médio pois há facilidade de acesso.

Rolamentos armazenados no armazém do site. Necessário um mecânico e um

eletricista.

12

Vedações

ineficiente

s

Endentações ao redor das pistas e corpos rolantes, ruído e vibração.

Dependendo do nível de desgaste pode ocasionar o travamento do

rolamento, acarretando avarias no motor. Tempo de troca curto pois há

facilidade de acesso. Rolamentos armazenados no armazém do site.

Necessário um mecânico e um eletricista.

13

Desgaste

por

lubrificaçã

o

inadequad

a

Falta de

lubrificant

e

Aquecimento, ruído, vibração, endentações ao redor das pistas e corpos

rolantes. Dependendo do nível de desgaste pode ocasionar o travamento do

rolamento, acarretando avarias no motor. Necessário lubrificação ou,

dependendo do nível de desgaste, troca do rolamento. Tempo de troca curto

pois há facilidade de acesso. Rolamentos armazenados no armazém do site.

Necessário um mecânico e um eletricista.

14

Perda das

propriedad

es do

lubrificant

e

Aquecimento, ruído, vibração, endentações ao redor das pistas e corpos

rolantes. Dependendo do nível de desgaste pode ocasionar o travamento do

rolamento, acarretando avarias no motor. Necessário lubrificação ou,

dependendo do nível de desgaste, troca do rolamento. Tempo de troca curto

pois há facilidade de acesso. Rolamentos armazenados no armazém do site.

Necessário um mecânico e um eletricista.

15

Corrosão

por

penetração

de

umidade

Perda das

propriedad

es do

lubrificant

e

Aquecimento, ruído, vibração, endentações ao redor das pistas e corpos

rolantes. Dependendo do nível de desgaste pode ocasionar o travamento do

rolamento, acarretando avarias no motor. Necessário lubrificação ou,

dependendo do nível de desgaste, troca do rolamento. Tempo de troca curto

pois há facilidade de acesso. Rolamentos armazenados no armazém do site.

Necessário um mecânico e um eletricista.

16

Desalinha

mento

Assento

desalinhad

o

Vibração e desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga.

Necessário usinagem do assento. Tempo de parada longo para troca do

subconjunto.

17

Montagem

incorreta

Vibração e desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga.

Dependendo do nível de desgaste é necessário troca do rolamento. Tempo de

parada curto por facilidade de acesso. Rolamentos estocados no armazém do

site. Necessário um mecânico e um eletricista

18

Sobrecarga Montagem

incorreta

(sobrecarg

a axial)

Vibração e desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga.

Dependendo do nível de desgaste é necessário troca do rolamento. Tempo de

parada curto por facilidade de acesso. Rolamentos estocados no armazém do

site. Necessário um mecânico e um eletricista.

19

Operação

incorreta

Vibração e desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga.

Dependendo do nível de desgaste é necessário troca do rolamento. Tempo de

parada curto por facilidade de acesso. Rolamentos estocados no armazém do

site. Necessário um mecânico e um eletricista

20

Desgaste

natural

Ruído, vibração e presença de partículas metálicas no lubrificante.

Necessário trocar todo redutor, porém a vida útil é longa se a manutenção for

feita corretamente. Esse redutor não é estocado no armazém do site. Tempo

de fornecimento de, no mínimo, 1 mês (não é item de prateleira).

21

Falta de

lubrificant

e

Aquecimento, ruído, vibração, presença de partículas metálicas no

lubrificante e indicação de nível baixo no visor de nível de óleo do redutor.

Caso não seja completado o óleo pode acarretar na quebra das engrenagens e

perda do redutor. Esse redutor não é estocado no armazém do site. Tempo de

fornecimento de, no mínimo, 1 mês (não é item de prateleira).

22

Perda das

propriedad

es do

lubrificant

e

Aquecimento, ruído, vibração, presença de partículas metálicas no

lubrificante. Caso não seja completado o óleo pode acarretar na quebra das

engrenagens e perda do redutor. Esse redutor não é estocado no armazém do

site. Tempo de fornecimento de, no mínimo, 1 mês (não é item de prateleira).

23

Sobrecarga Ruído e vibração. Dependendo da intensidade e do tempo de exposição pode

danificar os mancais, as engrenagens e as árvores, levando a perda total do

redutor. Esse redutor não é estocado no armazém do site. Tempo de

fornecimento de, no mínimo, 1 mês (não é item de prateleira).

24

T

a

m

b

o

r

n

ã

o

g

i

r

a

Desgaste

por

partículas

abrasivas

Girar o

tambor do

subconjunto

em 18.12

RPM, sob

torque de

58.7Nm,

sustentando

uma

bandagem

de 1300kg,

durante

período

determinado

em receita,

com os

flasques

travados.

R

e

d

u

t

o

r

e

m

f

a

l

h

a

Falha

nas

engrena

gens

Desgastes

dos dentes

de

engrenage

m

(abrasivo,

adesivo,

corrosivo

ou de

fadiga)

M

o

t

o

r

e

m

f

a

l

h

a

Rolame

ntos

travado

s

42

Tabela 6: FMEA (parte 3)

Função FF MF

(Nível 1)

MF

(Nível 2)

MF

(Nível 3)

MF

(Nível 4)

Efeito ID

Cisalham

ento da

árvore

Quebra

por

sobrecarga

estática

Não há transmissão. Necessidade de troca do redutor. Esse redutor não é

estocado no armazém do site. Tempo de fornecimento de, no mínimo, 1 mês

(não é item de prateleira).

25

Quebra

por fadiga

Não há transmissão. Necessidade de troca do redutor. Esse redutor não é

estocado no armazém do site. Tempo de fornecimento de, no mínimo, 1 mês

(não é item de prateleira).

26

Empeno

da árvore

Sobrecarga

estática

Vibração. Possibilidade de reparo dependendo do nível de empeno. Parada

longa do equipamente para este serviço (aproximadamente 8 horas),

necessário 2 mecânicos.

27

Desgaste

por

partícula

s

abrasivas

Falta de

limpeza

Endentações ao redor das pistas e corpos rolantes, ruído, vibração e

travamento do redutor (não há transmissão). Acarreta parada de máquina.

Caso não haja dispositivos de segurança e o motor continue trabalhando

pode acarretar avarias secundarias e danificar todo o redutor.Tempo de troca

dos rolamentos longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos

armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

28

Lubrificant

e

contamina

do

Endentações ao redor das pistas e corpos rolantes, vibração. e travamento do

redutor (não há transmissão). Acarreta parada de máquina. Caso não haja

dispositivos de segurança e o motor continue trabalhando pode acarretar

avarias secundarias e danificar todo o redutor.Tempo de troca dos

rolamentos longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos armazenados no

armazém do site. Necessário dois mecânicos.

29

Vedações

ineficiente

s

Endentações ao redor das pistas e corpos rolantes, vibração e travamento do

redutor (não há transmissão). Acarreta parada de máquina. Caso não haja

dispositivos de segurança e o motor continue trabalhando pode acarretar

avarias secundarias e danificar todo o redutor.Tempo de troca dos

rolamentos longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos armazenados no

armazém do site. Necessário dois mecânicos.

30

Desgaste

por

lubrificaç

ão

inadequa

da

Falta de

lubrificant

e

Aquecimento, ruído, vibração, endentações ao redor das pistas e corpos

rolantes. Dependendo do nível de desgaste pode ocasionar o travamento do

rolamento, acarretando parada de máquina. Não há pontos de lubrificação na

carcaça da máquina, por isso é necessária a parada do equipamento para

lubrificar os rolamentos. Tempo de troca longo pois há dificuldade de

acesso. Rolamentos armazenados no armazém do site. Necessário dois

mecânicos.

31

Perda das

propriedad

es do

lubrificant

e

Aquecimento, ruído, vibração, endentações ao redor das pistas e corpos

rolantes. Dependendo do nível de desgaste pode ocasionar o travamento do

rolamento, acarretando parada de máquina. Não há pontos de lubrificação na

carcaça da máquina, por isso é necessária a parada do equipamento para

lubrificar os rolamentos. Tempo de troca longo pois há dificuldade de

acesso. Rolamentos armazenados no armazém do site. Necessário dois

mecânicos.

32

Corrosão

por

penetraçã

o de

umidade

Perda das

propriedad

es do

lubrificant

e

Aquecimento, ruído, vibração, endentações ao redor das pistas e corpos

rolantes e travamento do redutor (não há transmissão). Acarreta parada de

máquina. Caso não haja dispositivos de segurança e o motor continue

trabalhando pode acarretar avarias secundarias e danificar todo o

redutor.Tempo de troca dos rolamentos longo pois há dificuldade de acesso.

Rolamentos armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

33

Desalinh

amento

Assento

desalinhad

o

Vibração e desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga e

travamento do redutor (não há transmissão). Acarreta parada de máquina.

Caso não haja dispositivos de segurança e o motor continue trabalhando

pode acarretar avarias secundarias e danificar todo o redutor.Tempo de troca

dos rolamentos longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos

armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos. Necessário

usinagem do assento. Tempo de parada longo para troca do subconjunto.

34

Montagem

incorreta

Vibração, desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga e

travamento do redutor (não há transmissão). Acarreta parada de máquina.

Caso não haja dispositivos de segurança e o motor continue trabalhando

pode acarretar avarias secundarias e danificar todo o redutor.Tempo de troca

dos rolamentos longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos

armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos.Tempo de

parada longo por dificuldade de acesso. Rolamentos estocados no armazém

do site. Necessário dois mecânicos.

35

R

e

d

u

t

o

r

e

m

f

a

l

h

a

Falha

nas

árvores

Rolame

ntos

travados

Girar o

tambor do

subconjunto

em 18.12

RPM, sob

torque de

58.7Nm,

sustentando

uma

bandagem

de 1300kg,

durante

período

determinado

em receita,

com os

flasques

travados.

T

a

m

b

o

r

n

ã

o

g

i

r

a

43

Tabela 7: FMEA (parte 4)

Função FF MF

(Nível 1)

MF

(Nível 2)

MF

(Nível 3)

MF

(Nível 4)

Efeito ID

Rolame

ntos

travados

Montage

m

incorreta

(sobrecarg

a axial)

Vibração, desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga e

travamento do redutor (não há transmissão). Acarreta parada de máquina.

Caso não haja dispositivos de segurança e o motor continue trabalhando

pode acarretar avarias secundarias e danificar todo o redutor.Tempo de troca

dos rolamentos longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos

armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos. Tempo de

parada longo por dificuldade de acesso. Rolamentos estocados no armazém

do site. Necessário dois mecânicos.

36

Operação

incorreta

Vibração, desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga e

travamento do redutor (não há transmissão). Acarreta parada de máquina.

Caso não haja dispositivos de segurança e o motor continue trabalhando

pode acarretar avarias secundarias e danificar todo o redutor.Tempo de troca

dos rolamentos longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos

armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos. Tempo de

parada longo por dificuldade de acesso. Rolamentos estocados no armazém

do site. Necessário dois mecânicos.

37

Transmi

ssão por

corrente

em falha

Quebra

da

corrente

Desalinh

amento

das

polias da

corrente

-

Ruido excessivo e posterior quebra da corrente. Após a quebra da corrente

não é possível fazer a operação de regulagem dos flasques. Necessário troca

da corrente e alinhamento das polias. Tempo de execução longo pois é

necessário desmontar o subconjunto. A corrente é peça de reposição

disponível no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

38

Falta de

folga

entre

corrente

e polias

-

Ruído excessivo e posterior quebra da corrente. Após a quebra da corrente

não é possível fazer a operação de regulagem dos flasques. Necessário troca

da corrente. Tempo de execução longo pois é necessário desmontar o

subconjunto. A corrente está disponível no armazém do site. Necessário dois

mecânicos.

39

Falha na

lubrificaç

ão

Lubrifica

ção

insuficien

te

Endurecimento (engripamento) da corrente, superaquecimento, acumulo de

sujeira, corrosão e posterior quebra da corrente. Após a quebra da corrente

não é possível fazer a operação de regulagem dos flasques. Necessário troca

da corrente. Tempo de execução longo pois é necessário desmontar o

subconjunto. A corrente está disponível no armazém do site. Necessário dois

mecânicos.

40

Perda das

proprieda

des do

lubrificant

e

Endurecimento (engripamento) da corrente, superaquecimento, acumulo de

sujeira, corrosão e posterior quebra da corrente. Após a quebra da corrente

não é possível fazer a operação de regulagem dos flasques. Necessário troca

da corrente. Tempo de execução longo pois é necessário desmontar o

subconjunto. A corrente está disponível no armazém do site. Necessário dois

mecânicos.

41

Desgaste

natural

-

Vibração, ruído excessivo e posterior quebra da corrente. Após a quebra da

corrente não é possível fazer a operação de regulagem dos flasques.

Necessário troca da corrente. Tempo de execução longo pois é necessário

desmontar o subconjunto. A corrente está disponível no armazém do site.

Necessário dois mecânicos.

42

Velocida

de

excessiva-

Quebra da corrente. Após a quebra da corrente não é possível fazer a

operação de regulagem dos flasques. Necessário troca da corrente. Tempo de

execução longo pois é necessário desmontar o subconjunto. A corrente está

disponível no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

43

Choques

violentos-

Quebra da corrente. Após a quebra da corrente não é possível fazer a

operação de regulagem dos flasques. Necessário troca da corrente. Tempo de

execução longo pois é necessário desmontar o subconjunto. A corrente está

disponível no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

44

Desgaste

excessivo

dos

dentes da

polia

-

Mau assentamento da corrente na polia e transmissão irregular gerando

variação de velocidade durante regulagem dos flasques. Necessário troca da

polia. Tempo de execução longo pois é necessário desmontar o subconjunto.

A polia não está disponível no armazém do site, deve-se usinar a polia.

Necessário dois mecânicos para troca da polia.

45

Falha na

união

entre

eixo e

cubo

-

Polia gira "louca" no eixo (não há transmissão). Não é possível fazer a

regulagem dos flasques. Tempo de execução longo pois é necessário

desmontar o subconjunto. Necessário dois mecânicos.

46

Folga

excessiv

a entre

corrente

e polias

Corrente

fora do

padrão -

Não há transmissão. Não é possível fazer a regulagem dos flasques.

Necessário trocar a corrente. Tempo de execução longo pois é necessário

desmontar o subconjunto. Necessário dois mecânicos. A corrente está

disponível no armazém do site.

47

Redutor

em falha

Polia

danifica

da

Sobrecar

ga

Girar o

tambor do

subconjunto

em 18.12

RPM, sob

torque de

58.7Nm,

sustentando

uma

bandagem

de 1300kg,

durante

período

determinado

em receita,

com os

flasques

travados.

T

a

m

b

o

r

n

ã

o

g

i

r

a

44

Tabela 8: FMEA (parte 5)

Função FF MF

(Nível

1)

MF

(Nível

2)

MF

(Nível 3)

MF

(Nível 4)

Efeito ID

Erro de

operação

Flasques soltos. Grave risco de qualidade (má conformação do pneu). Não

é necessária atuação corretiva da manutenção, apenas diagnóstico.

48

Contato

elétrico

danificado

Flasques soltos. Grave risco de qualidade (má conformação do pneu).

Necessário troca da contatora. Tempo de diagnóstico médio. Necessário

um eletricista.

49

Disco

desgastado

Flasques soltos. Grave risco de qualidade (má conformação do pneu).

Tempo de diagnóstico médio. É necessária a troca da embreagem.

Operação de troca é trabalhosa, por isso, tempo de execução longo.

Embreagem sobressalente no armazém do site. Necessário um mecânico e

um eletricista.

50

Contamina

ção com

lubrificante

Flasques soltos. Grave risco de qualidade (má conformação do pneu).

Tempo de diagnóstico médio. Necessário reparar origem do vazamento e

limpeza da embreagem. Tempo de execução médio. Necessário um

mecânico.

51

Torque

excessivo

Deslizamento da embreagem e flasques soltos. Grave risco de qualidade

(má conformação do pneu). Pode ocasionar desgaste do disco e perda da

embreagem. É necessário achar a causa da elevação do torque. Tempo de

diagnóstico elevado. Em caso de quebra da embreagem, tempo de

execução longo. Necessário um mecânico e um eletricista.

52

Erro de

operação

Movimentação dos flasques. Grave risco de qualidade (má conformação do

pneu). Não é necessária atuação corretiva da manutenção, apenas

diagnóstico.

53

Contato

elétrico

danificado

Movimentação dos flasques. Grave risco de qualidade (má conformação do

pneu). Necessário troca da contatora. Operação de troca é simples. Tempo

de diagnóstico médio. Necessário um eletricista.

54

Molas

desgastadas

Movimentação dos flasques. Grave risco de qualidade (má conformação do

pneu). Tempo de diagnóstico médio. É necessária a troca da embreagem.

Operação de troca é trabalhosa, por isso, tempo de execução longo.

Embreagem sobressalente no armazém do site. Necessário um mecânico e

um eletricista.

55

Erro de

operação

Tambor não gira. Não é necessária atuação corretiva da manutenção,

apenas diagnóstico.

56

Contato

elétrico

danificado

Tambor não gira. Necessário troca da contatora. Tempo de diagnóstico

médio. Operação de troca é simples. Necessário um eletricista.

57

E3 não

transmite

torque

Disco

desgastado

Tambor não gira. Tempo de diagnóstico médio. É necessária a troca da

embreagem. Operação de troca é trabalhosa, por isso, tempo de execução

longo. Embreagem sobressalente no armazém do site. Necessário um

mecânico e um eletricista.

58

Contamina

ção com

lubrificante

Tambor não gira. Tempo de diagnóstico médio. Necessário reparar origem

do vazamento e limpeza da embreagem. Tempo de execução médio.

Necessário um mecânico.

59

Torque

excessivo

Tambor não gira. Pode ocasionar em desgaste do disco e perda da

embreagem. É necessário achar a causa da elevação do torque. Tempo de

diagnóstico elevado. Em caso de quebra da embreagem, tempo de

execução longo. Necessário um mecânico e um eletricista.

60

E2

acoplada

(com

tensão)

E1

desacopla

da (com

tensão)

E1 não

transmite

torque

Girar o

tambor do

subconjunto

em 18.12

RPM, sob

torque de

58.7Nm,

sustentando

uma

bandagem

de 1300kg,

durante

período

determinado

em receita,

com os

flasques

travados.

T

a

m

b

o

r

n

ã

o

g

i

r

a

S

i

s

t

e

m

a

d

e

e

m

b

r

e

a

g

e

n

s

e

m

f

a

l

h

a

F

a

l

h

a

n

a

E

1

F

a

l

h

a

n

a

E

2

F

a

l

h

a

n

a

E

3

E3

desacopla

da (com

tensão)

45

Tabela 9: FMEA (parte 6)

Função FF MF

(Nível

1)

MF

(Nível

2)

MF

(Nível 3)

Efeito ID

Tensão

insuficiente

Vibração excessiva, deslizamento na polia (não transmite torque

regularmente) e giro irregular do tambor. Necessário regular o tensionador.

Tempo de execução curto. Necessário um mecânico.

61

Excesso de

sujeira

Deslizamento na polia (não transmite torque) e giro irregular do tambor.

Necessário executar limpeza. Tempo de execução curto. Necessário um

mecânico.

62

Rompim

ento da

correia

Tensão excessiva Desgaste da camada externa, cortes na correia e posterior rompimento.

Após o rompimento da correia o tambor não gira. Necessário troca da

correia. Tempo de execução longo pois é necessário desmontar o

subconjunto. Necessário dois mecânicos.

63

Choques

violentos

Desgaste prematuro da correia e posterior rompimento da correia. Após o

rompimento o tambor não gira. Necessário troca da correia. Tempo de

execução longo pois é necessário desmontar o subconjunto. Necessário

dois mecânicos.

64

Rompimento por

vida útil

Deslizamento e posterior rompimento da correia. Após o rompimento o

tambor não gira. Necessário troca da correia. Tempo de execução longo

pois é necessário desmontar o subconjunto. Necessário dois mecânicos.

65

Transmissão mal

dimensionada

Deslizamento e posterior rompimento da correia. Após o rompimento o

tambor não gira. Necessário troca da correia. Tempo de execução longo

pois é necessário desmontar o subconjunto. Necessário dois mecânicos.

66

Velocidade

excessiva

Alongamento excessivo, desgaste prematuro e posterior rompimento da

correia. Após o rompimento o tambor não gira. Necessário troca da

correia. Tempo de execução longo pois é necessário desmontar o

subconjunto. Necessário dois mecânicos.

67

Má montagem Rompimento da correia. Após o rompimento o tambor não gira. Necessário

troca da correia. Tempo de execução longo pois é necessário desmontar o

subconjunto. Necessário dois mecânicos.

68

Manutenção

inadequada

(utilização de

correia nova com

velhas)

Rompimento da correia. Após o rompimento o tambor não gira. Necessário

troca da correia. Tempo de execução longo pois é necessário desmontar o

subconjunto. Necessário dois mecânicos.

69

Polia fora dos

padrões

Desgaste prematuro da correia e giro irregular do tambor. Após o

rompimento da correia o tambor não gira. Necessário troca da correia e da

polia. A polia é item de fabricação por encomenda. Tempo de execução

longo pois é necessário desmontar o subconjunto. Necessário dois

mecânicos.

70

Polias

desalinhadas

Desgaste prematuro da correia e giro irregular do tambor. Após o

rompimento da correia o tambor não gira. Necessário troca da correia e

alinhamento da polia. Tempo de execução longo pois é necessário

desmontar o subconjunto. Necessário dois mecânicos.

71

Polias gastas Superaquecimento, desgaste prematuro e posterior rompimento da correia.

Após o rompimento da correia o tambor não gira. Necessário troca da

correia e da polia. A polia é item de fabricação por encomenda. Tempo de

execução longo pois é necessário desmontar o subconjunto. Necessário

dois mecânicos.

72

Rolamento da

polia travado

Superaquecimento, desgaste prematuro e posterior rompimento da correia.

Após o rompimento da correia o tambor não gira. Necessário troca da

correia e do rolamento da polia. O rolamento está disponível no armazém

do site industrial.Tempo de execução longo pois é necessário desmontar o

subconjunto. Necessário dois mecânicos.

73

Rolamento do

esticador travado

Superaquecimento, desgaste prematuro e posterior rompimento da correia.

Após o rompimento da correia o tambor não gira. Necessário troca da

correia e do rolamento da polia. O rolamento está disponível no armazém

do site industrial.Tempo de execução longo pois é necessário desmontar o

subconjunto. Necessário dois mecânicos.

74

Falha na

união

entre

eixo e

cubo

Troque

excessivo

Tambor não gira. Necessário troca da chaveta. Tempo de execução longo

pois é necessário desmontar o subconjunto. Necessário dois mecânicos.

75

Girar o

tambor do

subconjunto

em 18.12

RPM, sob

torque de

58.7Nm,

sustentando

uma

bandagem

de 1300kg,

durante

período

determinado

em receita,

com os

flasques

travados.

T

a

m

b

o

r

n

ã

o

g

i

r

a

T

r

a

n

s

m

i

s

s

ã

o

p

o

r

c

o

r

r

e

i

a

e

m

f

a

l

h

a

Desliza

mento/

derrapag

em

46

Tabela 10: FMEA (parte 7)

Função FF MF

(Nível 1)

MF

(Nível 2)

MF

(Nível 3)

Efeito ID

Desgaste

por

partículas

abrasivas

Falta de limpeza

antes/depois da

operação de

montagem

Endentações ao redor das pistas e corpos rolantes, ruído, vibração e

travamento da árvore principal (tambor não gira). Acarreta parada de

máquina. Tempo de troca longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos

armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

76

Lubrificante

contaminado

Endentações ao redor das pistas e corpos rolantes, vibração e travamento da

árvore principal (tambor não gira). Não há pontos de lubrificação na carcaça

da máquina, por isso é necessária a parada do equipamento para lubrificar os

rolamentos. Tempo de troca longo pois há dificuldade de acesso.

Rolamentos armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

77

Vedações

ineficientes

Endentações ao redor das pistas e corpos rolantes, vibração e travamento da

árvore principal (tambor não gira). Acarreta parada de máquina. Tempo de

troca longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos armazenados no

armazém do site. Necessário dois mecânicos.

78

Falta de

lubrificante

Aquecimento, ruído, vibração, endentações ao redor das pistas e corpos rolantes e

travamento da árvore principal (tambor não gira). Não há pontos de lubrificação na

carcaça da máquina, por isso é necessária a parada do equipamento para lubrificar

os rolamentos. Tempo de troca longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos

armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

79

Perda das

propriedades

do lubrificante

Aquecimento, ruído, vibração, endentações ao redor das pistas e corpos

rolantes e travamento da árvore principal (tambor não gira), acarretando

parada de máquina. Não há pontos de lubrificação na carcaça da máquina,

por isso é necessária a parada do equipamento para lubrificar os rolamentos.

Tempo de troca longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos

armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

80

Montagem

incorreta

Pressão para

montagem

aplicada no

anel não

interferente

Endentações ao redor das pistas, vibração crescente ao longo do tempo.

Redução da vida útil, levando ao travamento do rolamento e, por

consequência, travamento da árvore principal (tambor não gira). Tempo de

troca longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos armazenados no

armazém do site. Necessário dois mecânicos.

81

Impacto

excessivo em

montagens com

interferência

Endentações ao redor das pistas. Vibração crescente ao longo do tempo.

Redução da vida útil, levando ao travamento do rolamento. Tempo de troca

longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos armazenados no armazém

do site. Necessário dois mecânicos.

82

Corrosão

por

penetração

de

umidade

Perda das

propriedades

do lubrificante

Aquecimento, ruído, vibração, endentações ao redor das pistas e corpos

rolantes e travamento da árvore principal (tambor não gira), acarretando

parada de máquina. Não há pontos de lubrificação na carcaça da máquina,

por isso é necessária a parada do equipamento para lubrificar os rolamentos.

Tempo de troca longo pois há dificuldade de acesso. Rolamentos

armazenados no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

83

Desalinha

mento

Assento

desalinhado

Vibração, desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga e travamento da

árvore principal (tambor não gira). Necessário usinagem do assento e troca do

rolamento. Tempo de parada longo para troca do subconjunto.

84

Montagem

incorreta

Vibração, desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga e

travamento da árvore principal (tambor não gira). Tempo de parada longo

por dificuldade de acesso. Rolamentos estocados no armazém do site.

Necessário dois mecânicos.

85

Sobrecarg

a

Montagem

incorreta

(sobrecarga

axial)

Vibração, desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga e travamento da

árvore principal (tambor não gira). Tempo de parada longo por dificuldade de

acesso. Rolamentos estocados no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

86

Operação

incorreta

Vibração, desgaste prematuro dos rolamentos por excesso de carga e travamento da

árvore principal (tambor não gira). Tempo de parada longo por dificuldade de

acesso. Rolamentos estocados no armazém do site. Necessário dois mecânicos.

87

Cisalhame

nto

Quebra por

sobrecarga

estática

Tambor não gira. Necessário realizar troca da árvore. Não há árvore em estoque,

necessário fabricação. Tempo de execução longo. Necessário dois mecânicos.

88

Quebra por

fadiga

Tambor não gira. Necessário realizar troca da árvore. Não há árvore em estoque,

necessário fabricação. Tempo de execução longo. Necessário dois mecânicos.

89

Empreno Sobrecarga

estática

Variação de velocidade, ruído e vibração. Necessário desempeno da árvore.

Tempo de execução longo pois é necessário desmontar todo o subconjunto.

Necessário dois mecânicos.

90

Rolamen

tos

danificad

os/

travados

Falha nas

árvores

Desgaste

por

lubrificaçã

o

inadequad

a

Girar o

tambor do

subconjunto

em 18.12

RPM, sob

torque de

58.7Nm,

sustentando

uma

bandagem

de 1300kg,

durante

período

determinado

em receita,

com os

flasques

travados.

T

a

m

b

o

r

n

ã

o

g

i

r

a

47

5.2 Avaliação das consequências

A avaliação das consequências de cada modo de falha pode ser observada nas

tabelas 11 a 15 que seguem:

Tabela 11: Avaliação das consequências de modo de falha (parte 1)

ID Segurança/Meio-ambiente Operacional Não-operacional

1

-

Tempo de parada estimado: 2 horas

HH:4 horas

Lucro cessante estimado: R$30.000,00

-

2

-

Tempo de parada estimado: 2 horas

HH:4 horas

Lucro cessante estimado: R$30.000,00

-

3 Risco de qualidade: Má conformação do

pneu (Segurança do cliente). A empresa

não tolera esse risco.

- -

4 Risco de qualidade: Má conformação do

pneu (Segurança do cliente). A empresa

não tolera esse risco.

- -

5

-

Tempo de parada estimado: 2 horas

HH:4 horas

Lucro cessante estimado: R$30.000,00

-

6

-

Tempo de parada estimado: 2 horas

HH:4 horas

Lucro cessante estimado: R$30.000,00

-

7

-

Tempo de parada estimado: 2 horas

HH:4 horas

Lucro cessante estimado: R$30.000,00

-

8

-

Tempo de parada estimado: 2 horas

HH:4 horas

Lucro cessante estimado: R$30.000,00

-

9

-

Tempo de parada estimado: 2 horas

HH:4 horas

Lucro cessante estimado: R$30.000,00

-

10

-

Tempo de parada estimado: 2 horas

HH:4 horas

Lucro cessante estimado: R$30.000,00

-

11

-

Tempo de parada estimado: 1,5 hora

HH:3 horas

Lucro cessante estimado: R$22.500,00

-

12

-

Tempo de parada estimado: 1,5 hora

HH:3 horas

Lucro cessante estimado: R$22.500,00

-

13

-

Tempo de parada estimado: 1,5 hora

HH:3 horas

Lucro cessante estimado: R$22.500,00

-

14

-

Tempo de parada estimado: 1,5 hora

HH:3 horas

Lucro cessante estimado: R$22.500,00

-

15

-

Tempo de parada estimado: 1,5 hora

HH:3 horas

Lucro cessante estimado: R$22.500,00

-

16

-

Tempo de parada estimado: 1,5 hora

HH:3 horas

Lucro cessante estimado: R$22.500,00

-

17

-

Tempo de parada estimado: 1,5 hora

HH:3 horas

Lucro cessante estimado: R$22.500,00

-

48

Tabela 12: Avaliação das consequências de modo de falha (parte 2)

ID Segurança/Meio-

ambiente

Operacional Não-operacional

18

-

Tempo de parada estimado: 1,5 hora

HH:3 horas

Lucro cessante estimado: R$22.500,00

-

19

-

Tempo de parada estimado: 1,5 hora

HH:3 horas

Lucro cessante estimado: R$22.500,00

-

20

-

Tempo de parada estimado: 1,5 hora

HH:3 horas

Lucro cessante estimado: R$22.500,00

-

21

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

obs: Caso não seja feita a previsão de consumo, deve-se considerar

1 mês de parada para fornecimento do redutor (lucro cessante:

R$1.080.000,00)

-

22

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

obs: Caso não seja feita a previsão de consumo, deve-se considerar

1 mês de parada para fornecimento do redutor (lucro cessante:

R$1.080.000,00)

-

23

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

obs: Caso não seja feita a previsão de consumo, deve-se considerar

1 mês de parada para fornecimento do redutor (lucro cessante:

R$1.080.000,00)

-

24

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

obs: Caso não seja feita a previsão de consumo, deve-se considerar

1 mês de parada para fornecimento do redutor (lucro cessante:

R$1.080.000,00)

-

25

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

obs: Caso não seja feita a previsão de consumo, deve-se considerar

1 mês de parada para fornecimento do redutor (lucro cessante:

R$1.080.000,00)

-

26

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

obs: Caso não seja feita a previsão de consumo, deve-se considerar

1 mês de parada para fornecimento do redutor (lucro cessante:

R$1.080.000,00)

-

27

-

Tempo de parada estimado: 8 horas

HH: 16 horas

Lucro cessante: R$120.000,00

-

28

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

29

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

30

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

49

Tabela 13: Avaliação das consequências de modo de falha (parte 3)

ID Segurança/Meio-ambiente Operacional Não-operacional

31

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

32

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

33

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

34

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

35

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

36

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

37

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

38 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 5 horas

HH: 10 horas

Lucro cessante: R$75.000,00

-

39 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 3,5 horas

HH: 7 horas

Lucro cessante: R$52.000,00

-

40 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 3,5 horas

HH: 7 horas

Lucro cessante: R$52.000,00

-

41 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 3,5 horas

HH: 7 horas

Lucro cessante: R$52.000,00

-

42 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 3,5 horas

HH: 7 horas

Lucro cessante: R$52.000,00

-

43 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 3,5 horas

HH: 7 horas

Lucro cessante: R$52.000,00

-

44 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 3,5 horas

HH: 7 horas

Lucro cessante: R$52.000,00

-

45 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

46 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

47 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 3,5 horas

HH: 7 horas

Lucro cessante: R$52.000,00

-

48 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 0,5 hora

HH: 0,5 hora

Lucro cessante: R$7.500,00

-

49 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 1 hora

HH: 1 hora

Lucro cessante: R$15.000,00

-

50 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 6 horas

HH: 12 hora

Lucro cessante: R$90.000,00

-

50

Tabela 14: Avaliação das consequências de modo de falha (parte 4)

ID Segurança/Meio-ambiente Operacional Não-operacional

51 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 1,5 horas

HH: 1,5 hora

Lucro cessante: R$22.500,00-

52 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 2 horas

HH: 4 hora

Lucro cessante: R$30.000,00-

53 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 0,5 hora

HH: 0,5 hora

Lucro cessante: R$7.500,00-

54 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 1 hora

HH: 1 hora

Lucro cessante: R$15.000,00-

55 Risco de qualidade: Má conformação

do pneu (Segurança do cliente). A

empresa não tolera esse risco.

Tempo de parada estimado: 6 horas

HH: 12 hora

Lucro cessante: R$90.000,00-

56

-

Tempo de parada estimado: 0,5 hora

HH: 0,5 hora

Lucro cessante: R$7.500,00

-

57

-

Tempo de parada estimado: 1 hora

HH: 1 hora

Lucro cessante: R$15.000,00

-

58

-

Tempo de parada estimado: 6 horas

HH: 12 hora

Lucro cessante: R$90.000,00

-

59

-

Tempo de parada estimado: 1,5 horas

HH: 1,5 hora

Lucro cessante: R$22.500,00

-

60

-

Tempo de parada estimado: 2 horas

HH: 4 hora

Lucro cessante: R$30.000,00

-

61

-

Tempo de parada estimado: 1 hora

HH: 1 hora

Lucro cessante: R$15.000,00

-

62

-

Tempo de parada estimado: 1 hora

HH: 1 hora

Lucro cessante: R$15.000,00

-

63

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

64

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

65

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

66

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

67

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

68

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

69

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

70

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

71

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

51

Tabela 15: Avaliação das consequências de modo de falha (parte 5)

Foram identificados 90 modos de falha que podem gerar até 273 horas de parada

não programada acarretando, portanto, em um lucro cessante de R$ 4.095.000,00 para a

empresa.

ID Segurança/Meio-ambiente Operacional Não-operacional

72

-

Tempo de parada estimado: 4 horas

HH: 8 horas

Lucro cessante: R$60.000,00

-

73

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

74

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

75

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

76

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

77

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

78

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

79

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

80

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

81

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

82

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

83

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

84

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

85

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

86

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

87

-

Tempo de parada estimado: 3 horas

HH: 6 horas

Lucro cessante: R$45.000,00

-

88

-

Tempo de parada estimado: 8 horas

HH: 16 horas

Lucro cessante: R$120.000,00

-

89

-

Tempo de parada estimado: 8 horas

HH: 16 horas

Lucro cessante: R$120.000,00

-

90

-

Tempo de parada estimado: 8 horas

HH: 16 horas

Lucro cessante: R$120.000,00

-

52

5.3 Plano de manutenção

5.3.1 Proposta de manutenção preditiva – análise de vibração Analisando os modos de falha seus efeitos e suas consequências foram

identificadas oportunidades para implantação da manutenção preditiva por meio de

análise de vibração para identificação de falha no motor, no redutor, nos rolamentos e

na árvore principal.

A análise de vibração, inicialmente, deve ser feita mensalmente, pois ainda é

necessária a determinação da curva P-F para que se possa estabelecer a frequência

ótima.

A análise de vibração é uma ferramenta poderosa capaz de identificar a falha

latente e prevenir os modos de falha relacionados à falha do rotor do motor, falhas

relacionada à rolamentos, falhas das engrenagens do redutor, falhas de desalinhamento

de polias e falhas de empeno na árvore principal. Uma revisão sobre análise de vibração

pode ser observado no Anexo I.

5.3.2 Proposta de manutenção preditiva – análise termográfica A utilização da análise termográfica também foi identificada como uma

oportunidade para combate aos modos de falha relacionados ao estator do motor e as

conexões elétricas do motor e das embreagens.

A frequência, inicialmente, deve ser mensal, pois ainda é necessária a

determinação da curva P-F para que se possa estabelecer a frequência ótima. O anexo II

traz uma explanação sobre análise termográfica.

5.3.3 Proposta de manutenção preventiva

A técnica de manutenção preventiva foi identificada como uma oportunidade

para o combate das falhas relacionadas às transmissões por correia e corrente, pois a

inspeção desses sistemas é simples e eficaz na identificação das falhas latentes.

Sugere-se, portanto, uma inspeção mensal do sistema de transmissão por

corrente onde se deve buscar a identificação dos seguintes estados de falha latente:

Elos danificados

Ruído excessivo na transmissão

Engripamento da corrente

Acumulo de sujeira na corrente

Excesso ou falta de tensão na corrente

53

Sugere-se, ainda, uma inspeção mensal do sistema de transmissão por correia onde

se deve buscar a identificação dos seguintes estados de falha latente:

Deslizamento da correia na polia

Ruído excessivo na transmissão

Desgaste das camadas externas ou laterais da correia

Acumulo de sujeira

Excesso ou falta de tensão na correia

5.3.4 Proposta de manutenção sistemática A técnica de manutenção sistemática será utilizada para a lubrificação do

redutor, lubrificação dos rolamentos da árvore principal e lubrificação da transmissão

por corrente, pois o torque que o subconjunto está submetido é alto e, por isso, deve-se

garantir que a lubrificação seja eficiente. A implantação da sistemática de lubrificação é

simples e eficaz contra os modos de falha relacionados. A concretização de um modo de

falha relacionado a lubrificação pode ter consequências catastróficas, como no caso da

lubrificação do redutor.

Com base nas recomendações dos fabricantes, foi determinada uma frequência

semestral para a lubrificação dos sistemas citados. O Anexo III traz uma explanação

sobre lubrificação de rolamentos.

5.4 Treinamento de equipe especializada Identificou-se por meio do FMEA a necessidade de formação da equipe de

manutenção sobre o método correto de montagem de rolamentos e manutenção de

correias e correntes, visto que a realização incorreta dessas tarefas foi identificada como

um modo de falha.

Para verificar a importância da correta montagem e manutenção dos

componentes mecânicos, basta observar a curva da banheira onde é possível identificar

que o inicio da vida de um elemento mecânico apresenta uma alta probabilidade de

falha. Este fato se dá pela grande influência que a operação de montagem tem sobre os

componentes, além de possíveis defeitos de fabricação ou erros de projeto.

Para a montagem de rolamentos, além de utilizar as ferramentas corretas, deve-

se lubrificar o assento (eixo ou furo) e aplicar a pressão no anel interferente. Para a

montagem de correias deve-se atentar para a limpeza do sistema de transmissão, além

de garantir a tensão adequada. Não se devem utilizar correias novas em conjunto com

correias gastas. Para a montagem de correntes, deve-se atentar para a lubrificação do

sistema, além de garantir a tensão adequada.

54

6. Conclusão Foi elaborado um diagnóstico da manutenção da usina em estudo por meio da

análise de dados, cálculo de indicadores e da avaliação qualitativa obtida por meio de

entrevista com funcionários da empresa. A extração e análise de 74.695 ordens de

trabalho garantiu confiabilidade no diagnóstico. Identificou-se que o fator responsável

pelo insucesso da manutenção planejada era a falta de robustez do plano de manutenção.

O plano de manutenção existente até a elaboração deste trabalho foi feito durante a

partida da fábrica por funcionários que ainda estavam em processo de formação do

equipamento e sem a padronização de um método que garantisse um resultado de

qualidade. A partir dessa definição pouco eficaz, a alta incidência de eventos não

planejados gerou indisponibilidade de tempo da equipe de manutenção para trabalhar na

melhoria do plano de manutenção, iniciando, assim, um processo de degradação da

manutenção planejada na fábrica. Dessa forma, este trabalho buscou fornecer uma

ferramenta robusta e aplicável que garanta a eficiência do plano de manutenção. Ora, a

manutenção planejada é eficaz quando reduz a ocorrência de eventos não planejados, ou

seja, reduz à ocorrência de intervenções de manutenção a demanda. Dessa forma, com o

auxílio da literatura e dos conceitos de manutenção centrada em confiabilidade,

formulou-se uma metodologia de criação de plano de manutenção focada na prevenção

de falhas funcionais. O método definido foi aplicado em um subconjunto crítico,

atestando sua aplicabilidade. A criação do plano de manutenção do tambor de confecção

foi acompanhada pelo supervisor da gerência de manutenção que avaliou positivamente

o método. Para melhor aproveitamento da ferramenta, cabe ainda a definição da curva

P-F dos modos de falha que estão sendo prevenidos por manutenção preditiva. Além

disso, cabe ainda quantificar a eficácia do plano de manutenção proposto. Está análise

não foi feita pois a solução proposta ainda está em fase de implantação e, para que se

verifiquem ganhos de confiabilidade, é necessário a avaliação ao longo de um período

significativo.

O plano de manutenção proposto foi recebido, na sua totalidade, de maneira

positiva pela empresa e está em fase de implantação. Foi criado, ainda, um grupo de

trabalho responsável pela confiabilidade das máquinas. Esse grupo, dentre outras

atribuições, é responsável pela revisão do plano de manutenção por meio da utilização

do método proposto.

Para trabalhos futuros, sugere-se que, após a identificação dos modos de falha,

seja feito o estudo da curva P-F (definida na seção 4.6.3). Esta análise permitirá a

definição com precisão da periodicidade dos trabalhos programados, além de uma

avaliação de viabilidade econômica dos trabalhos programados mais precisa.

55

7. Referências bibliográficas ABRAMAN. Página eletrônica: <http://www.abraman.org.br/>. Acesso em Fevereiro

de 2017

ALVAREZ, O.E.: Manual de manutenção planejada. Universitáriaria UFPB, João

Pessoa,1988.

CHAVES, Gisele de L. D.; ALCÂNTARA, Rosane Lúcia C., ASSUMPÇÃO, Maria

Rita P. Medidas de desempenho na logística reversa: o caso de uma empresa do

setor de bebidas. Relatórios de Pesquisa em Engenharia de Produção da UFF. , vol. 8,

n.2, 2008.

DRAPINSKI, J., Elementos de soldagem: Manual Prático de Oficina, Ed. McGraw-

Hill do Brasil, São Paulo, 1979, 280p.

KARDEC, A. e NASCIF, J. Manutenção – Função Estratégica. Rio de Janeiro:

Qualitymark, 2009.

LAFRAIA, J. Manual de Confiabilidade, Mantenabilidade e Disponibilidade. Rio

de Janeiro: Qualitymark, 2001.

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Inc., 1997.

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and Profile Books. 1998.

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2005.

VIANA, HERBERT RICARDO GARCIA. PCM, planejamento e controle de

manutenção. 1 ed. Rio de Janeiro, Qualitymark, 2002.

XENOS, Harilaus Georgius D'Philippos. Gerenciando a Manutenção Produtiva. Belo

Horizonte: EDG, 1998.

56

Anexo I – Análise de vibração A manutenção por análise de vibração é o processo pelo qual as falhas latentes

em componentes móveis de um equipamento são detectadas pela variação das forças

dinâmicas geradas. Tais forças afetam o nível de vibração que pode ser avaliado em

pontos acessíveis das máquinas, sem interromper o funcionamento dos equipamentos,

ou seja, não é necessário parar a produção para realização das inspeções.

Uma máquina vibrará de acordo com as frequências características dos seus

componentes. Cada tipo de máquina possui uma assinatura espectral. No evento de uma

falha latente, ocorrerá a variação da amplitude da frequência corresponde ao item em

falha, de modo que se possa diagnosticar com precisão o início do processo de falha.

Através da análise de vibrações de conjuntos mecânicos é possível identificar

uma variedade de falhas dentre as quais se destacam:

Desbalanceamento

Desalinhamento

Defeitos em engrenagens

Defeitos em motores

Defeitos em rolamentos

O desbalanceamento ocorre quando há uma distribuição desigual de massa em

torno da linha central de rotação do elemento, gerando carga nos mancais como

resultado das forças centrífugas. O desbalanceamento pode ser identificado no espectro

de frequências como um pico com valor igual ao valor de rotação do eixo, conforme

figura 29:

Figura 29: Espectro do defeito de desbalanceamento

O desalinhamento ocorre quando o eixo motor e movido não estão no mesmo

centro e pode ser de dois tipos:

Angular

Paralelo

57

O desalinhamento angular pode ser identificado no espectro de frequências por

um pico com valor igual ao valor de rotação do eixo e com a presença de harmônicos da

rotação do eixo, conforme ilustrado na figura 30:

Figura 30: Espectro de defeito de desalinhamento angular

O desalinhamento paralelo pode ser identificado por dois impactos por

revolução do eixo, gerando frequências do segundo harmônico maiores do que as do

primeiro, conforme ilustrado na figura 31:

Figura 31: Espectro de defeito de desalinhamento paralelo

Um caso especial ocorre no desalinhamento de correias e polias, onde a vibração

ocorre na frequência de rotação da correia que pode ser expressa conforme a equação 8:

(8)

O desalinhamento de correias e polias gera sinais no espectro que são múltiplos

da rotação da correia, conforme ilustrado na figura 32:

60

____*

__

__**

RPMempoliadarotação

correiadaoCompriment

poliadadiâmetronFcorreia

58

Figura 32: Espectro de defeito de desalinhamento em correias

As falhas em engrenagens podem ser identificadas no espectro de frequências

por um pico do sinal na freqüência de engrenamento Fe, que pode ser determinada

conforme a equação 9. A figura 33 ilustra as frequência de falha:

𝐹𝑒 = 𝑁1 × 𝐹1 = 𝑁2 × 𝐹2 (9)

Figura 33: Espectro de defeito em engrenagens

Os rolamentos quando defeituosos apresentam frequências características em

função da localização do defeito. As frequências de defeito são calculadas levando em

consideração as características construtivas dos rolamentos. As expressões utilizadas

para o cálculo estão mostradas na figura 34:

59

Figura 34: Frequência de defeito em rolamentos

60

Anexo II – Análise termográfica Equipamentos que produzem calor devido ao seu mecanismo de funcionamento

podem se beneficiar da manutenção preditiva por termografia. A termografia é um

método de detecção de temperatura por radiação infravermelha. Através desta técnica é

possível, através de uma câmera termográfica, identificar regiões onde a temperatura

está alterada em relação a uma assinatura pré-estabelecida que estabelece a condição de

normalidade do equipamento.

A análise termográfica possui destaque nas aplicações de manutenção em

sistemas elétricos, equipamentos mecânicos, redes de vapor, sistemas de refrigeração ou

aquecimento, fornos e reatores. As figuras 35 e 36 ilustram a aplicação deste método:

Figura 35: Termografia - defeito em transformadores

Fonte: http://www.thermoconsult.com.br/aplicacoes-mecanicas.html

Figura 36: Termografia em motores elétricos

Fonte: http://www.thermoconsult.com.br/aplicacoes-mecanicas.html

61

Anexo III – Lubrificação de rolamento Segundo orientações de fabricantes existem diversos fatores que influenciam a

vida útil da graxa, cujas relações são extremamente complexas de calcular para qualquer

aplicação específica. É, portanto, uma prática corrente usar a vida útil estimada da graxa

com base em dados empíricos.

A figura 37 mostra o intervalo de relubrificação para rolamentos de precisão. O

diagrama é válido sob as seguintes condições:

Rolamento com corpos rolantes em aço

Eixo horizontal

Temperatura operacional ≤ 70 °C

Graxa de alta qualidade com um espessante de lítio

Intervalo de lubrificação em cuja extremidade 90% dos rolamentos ainda sejam

lubrificados confiavelmente (vida L10)

Figura 37: Intervalo de lubrificação. Fonte: http://www.skf.com/br/products/bearings-units-

housings/super-precision-bearings/principles/lubrication/grease-lubrication/grease-service-

life-and-relubrication-intervals/index.html