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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências da Saúde Departamento de Educação Física
Orientador: Dr. Antônio de Pádua dos Santos
JONATAS AUGUSTO MAIA DA NÓBREGA
O ENSINO DA FREESTYLE OLYMPIC WRESTLING NA ESCOLA – UMA PROPOSTA DE SISTEMATIZAÇÃO APARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID
NATAL 2017
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JONATAS AUGUSTO MAIA DA NÓBREGA
O ENSINO DA FREESTYLE OLYMPIC WRESTLING NA ESCOLA – UMA PROPOSTA
DE SISTEMATIZAÇÃO APARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID
NATAL
2017
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JONATAS AUGUSTO MAIA DA NÓBREGA
O ENSINO DA FREESTYLE OLYMPIC WRESTLING NA ESCOLA – UMA PROPOSTA DE SISTEMATIZAÇÃO APARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID
Relatório de Experiência apresentado ao Curso de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título De Licenciatura em Educação Física.
Professor: Antônio de Pádua dos Santos
NATAL
2017
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JONATAS AUGUSTO MAIA DA NÓBREGA
O ENSINO DA FREESTYLE OLYMPIC WRESTLING NA ESCOLA – UMA PROPOSTA DE SISTEMATIZAÇÃO APARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID
Relatório de Experiência apresentado ao Curso de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/RN, como requisito para a obtenção do Título de Licenciatura em Educação Física. Aprovada em ____/____/2017.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Antônio de Pádua dos Santos (orientador) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
___________________________________________________________________________ Prof. Ms. Rafael de Gois Tinôco
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
___________________________________________________________________________ Profª. Esp. Regina Helena Rigaud Lucas Santos Secretaria do Estado do Rio Grande do Norte
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a José A. Da Nóbrega Jr, Francisca F. Maia da Nóbrega, meus amados país e maiores exemplos de vida que tenho.
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AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a minha mãe, Francinete Maia, mulher da minha vida e principal motivo para nunca ter desistido dos meus sonhos. O diário ensino dos valores e o amor que me deu nunca irei esquecer. Este trabalho e a conclusão deste curso são para minha mãe a conquista pela qual ela tanto torcia e és que aqui está. Muito obrigado a minha namorada Bya Melo, Priscila Costa, Marília Padilha, Lucas Anselmo e Tâmara Albano por me apoiarem nos meus estudos e tornarem esta saga muito mais suportável. Sei que meu gênio não é fácil de conviver e imagino como deve ser difícil não surtar quando eu surto. Obrigado por todos os bons momentos.
Agradeço especialmente a Nathalia Oliveira (Bitinho) e Regina H. Rigaud. Nathalia, a irmã mais nova que nunca tive, a primeira pessoa a ir na minha casa cortar meu cabelo quando passei no vestibular e a principal responsável por eu ter, finalmente, escrito este TCC. A minha supervisora profª Regina, agradeço por ter me suportar todo este tempo. Sem a sua insistência eu já teria desistido deste trabalho. Agradeço enormemente minha turma 2012.1, pessoas as quais levarem na memória com muito carinho até o fim dos meus dias. A faculdade nem sempre foi um ambiente agradável e feliz, mas ao lado de vocês os dias foram melhores. Todos acima citados são pessoas que eu amo muito e tenho elas sempre comigo nos momentos mais difíceis.
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RESUMO O presente trabalho aborda o relato de experiência do autor enquanto bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID/Educação Física/UFRN na E. E. Berilo Wanderley, Natal, RN, em que foi desenvolvido o conteúdo lutas no terceiro bimestre de 2016, com as turmas dos primeiros e segundos anos do Ensino Médio. O trabalho teve como objetivo identificar as dificuldades encontradas no planejamento e implementação das modalidades Freestyle Olympic Wrestling, Luta Olímpica Estilo Livre, no ambiente escolar e sugerir uma sistematização baseada nos fundamentos desta forma de luta. Como metodologia, o presente Trabalho utilizou a pesquisa descritiva sobre o relato de experiência que contou com auxilio e supervisão, desde o planejamento-aplicação das aulas até a pesquisa-ação, da professora supervisora do PIBID. Este trabalho se justifica pela aparente ausência do conteúdo lutas nas aulas de educação física escolar, sendo assim, fez-se necessário investigar as possíveis dificuldades para a aplicabilidade deste tema. Foi possível observar que as modalidades menos famosas entre o público brasileiro, possuem aceitação e aplicabilidade dentro da escola, todavia carecem de bibliografia especializada em língua portuguesa. Palavras chave: Freestyle Olympic Wrestling, Programa Institucional de Bolsas e Iniciação a Docência (PIBID), luta. ¹DANTAS, 2017
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ABSTRACT This academic work it is an approach about the report of experience as a scholarship holders in the Institutional Program of the Initiation to Teaching Grant - PIBID / Physical Education / UFRN (Federal University of Rio Grande do Norte), in the Public School Berilo Wanderley, Natal, RN, in which the topic of struggles was developed in the third bimester of 2016, with the classes of the first and second grades of high school. The work aims to identify the difficulties encountered in the planning and implementation of the Freestyle Olympic Wrestling modalities, called in Brazil of Luta Olímpica Estilo Livre (DANTAS, 2017), and boxer in the school environment. As a methodology, the present study was based on bibliographical research and the field study, which included assistance and supervision, from the planning-application of the classes to the action research, of the teacher supervising the course. PIBID. It was possible to observe that the less famous modalities among the Brazilian public, have acceptance and applicability within the school, however, they lack specialized bibliography in the Portuguese language. Keywords: Freestyle Olympic Wrestling, PIBID, fight.
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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Classificação das lutas ............................................................................... 13 Figura 2: Estilos de Lutas .......................................................................................... 13 Figura 3: Processo para aplicação das aulas ............................................................ 22 Figura 4: Introdução As Lutas ................................................................................... 24 Figura 5: Ensino Do Fundamento Center Mat Control Do F.O.W .............................. 25 Figura 6: Ensino Do Fundamento Center Mat Control Do F.O.W .............................. 26 Figura 7: Ensino Do Fundamento Center Mat Control Do F.O.W .............................. 27 Figura 8: Ensino Do Fundamento Center Mat Control Do F.O.W .............................. 28 Figura 9: Jogos De Luta ............................................................................................ 29 Figura 10: Jogos De Luta .......................................................................................... 29 Figura 11: Jogos De Luta .......................................................................................... 30 Figura 12: Abordagem Sobre O Uso Da Força ......................................................... 31 Figura 13: Abordagem Sobre O Uso Da Força ......................................................... 32 Figura 14: Abordagem Sobre O Uso Da Força ......................................................... 33 Figura 15: Abordagem Sobre O Uso Da Força ......................................................... 34
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SUMÁRIO
1. Introdução..........................................................................................................................11
2. PIBID.................................................................................................................................16
3. Relato de Experiência........................................................................................................19
4. Conclusão...........................................................................................................................37
5. Bibliografia........................................................................................................................40
Apêndice...................................................................................................................................42
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1 INTRODUÇÃO
O cenário do ensino da Educação Física no Brasil é identificado como um assunto
bastante abordado no ramo acadêmico. Para alguns, a termologia Educação Física é
compreendida como o conjunto de atividades com fins recreativos. O termo ensino é
compreendido como uma ação que visa transmitir conhecimentos a outras pessoas, buscando
assim a realização de um processo de aprendizagem. Hoje já temos de formar seres pensantes
e indissociáveis de seus corpos. A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da
escola, é componente curricular obrigatória da Educação básica, estando ela presente no
artigo 26 das Leis de Diretrizes e Bases (LDB). ”. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. ” (LDB)
Dentre as mudanças, surgiram os dispositivos políticos como os PCN’s e a BNCC e,
juntos a eles os conteúdos e unidades temáticas. Educação Física é uma área do conhecimento
humano ligada às práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade. A Educação
Física é o processo pedagógico que visa à formação do homem capaz de se conduzir
plenamente em suas atividades. Diferente das demais disciplinas acadêmicas a Educação
Física apresenta mudanças benéficas em seu formato a partir da segunda fase do Brasil
república, sua atualização ocorre diante da evolução da cultura dos povos, visto que antes
desse período a prática da atividade física era denominada como a arte de “Atacar e Proteger”.
Para Fernandes (1998),
O processo de ensino-aprendizagem tem sido historicamente caracterizado de formas diferentes, que vão desde a ênfase no papel do professor como transmissor de conhecimento, até as concepções atuais que concebem o processo de ensino-aprendizagem com um todo integrado que destaca o papel do educando.
De acordo com Palmas e Gonçalves (2015) após passar pela ditadura militar o Brasil
sofre grande mudança no âmbito da Educação Física, posto que neste período a praticada das
atividades físicas está diretamente relacionada ao adestramento e preparação física do homem,
visto que era preciso manter a disciplina do corpo.
A aplicação da Educação física no ensino está respaldada pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (1996), uma vez que aponta que as realizações das aulas de
educação física são obrigatórias e que fazem parte do componente curricular prescrito,
presente na Base Nacional Comum Curricular. BNCC, Palmas e Gonçalves (2015) a
12
Educação Física nos tempos de hoje é denominada por vários acadêmicos como uma
determinada área de atividades recreativas e esportivas, visando apenas o lazer, ou seja, o
fazer por fazer, sem abordar a importância da aplicação do conteúdo pedagógico.
Nesse intento, abordado a unidade lutas. Delgado (s.d) afirma que o começo da luta ainda
possui uma origem pouco conhecida, mas os antepassados dos seres humanos já praticavam a
arte da luta para realizar as atividades de casa, buscando a sobrevivência. Por existir uma
divergência na origem da luta existem vários aparecimentos de sua realização, como no caso
dos gregos os quais possuíam um forma de luta conhecida como pancrácio.
A palavra "pancratiun" vem dos grego que remete a "cerco total". O pancrácio é
compreendido como um união de técnica de luta que incluem determinadas atividades como:
luta grega, boxe, estrangulamento, chutes, golpes e técnicas de travamento das articulações.
Segundo Lançanova (2006) a luta teve
Sua origem confunde-se com o desenvolvimento da civilização quando, logo após o desenvolvimento da onda tecnológica agrícola, alguns começam a acumular riqueza e poder, ensejando 10 o surgimento de cobiça, inveja, e seu corolário, a agressão. A necessidade abriu espaço para a profissionalização da proteção pessoal. Embora a versão mais conhecida da arte marcial, principalmente a história oriental, tenha como foco principal Bodhidhar-ma monge indiano que em viagem a china orientou os monges chineses na prática do yoga e rudimentos da arte marcial indiana o que caracterizou posteriormente na criação de um estilo próprio pelos monges de shaolin, é sabido historicamente, através tradição oral e escavações arqueológicas que o kung fu já existia na China há mais de cinco mil anos.
Segundo a Union World Wrestling( União Mundial de Luta), órgão que rege a luta
olímpica mundialmente, os primeiros indícios reais do desenvolvimento da luta moderna
datam do tempo dos sumérios, há 5000 anos. O antigo poema épico mesopotâmico Epic de
Gilgamesh, já revela a existência das primeiras competições, árbitros e as músicas que
acompanhavam as lutas. Assim como desenhos encontrados no Egito antigo, nos túmulos de
Beni-Hassan, onde está representado 400 duplas de lutadores. Testemunham a existência de
corporações de lutadores no antigo Egito, regras de luta livre e códigos de arbitragem.
Ao classificar a luta como uma arte marcial é possível dividi-las em 3 segmentos, lutas
de longas distancias, lutas de média distância, e lutas de curta distância.
13
Figura 1: Classificação das lutas
. Lutas são compreendidas como uma competição onde os adversários utilizam os
conhecimentos adquiridos, ou seja, através de estratégias e técnicas, proporcionando a queda,
a imobilização e até sua exclusão.
Figura 2: Estilos de Lutas
A luta vista como uma disciplina acadêmia intensifica o desenvolvimento físico,
emocional e psicológico do aluno, deste modo é possível comprovar a necessidade em
amplicar os conhecimentos diante o meio academico. Como foco do estudo abordando a luta
de curta distancia em especifico o Wresling, luta olímpica, observamos mais notadamente o
desenvolvimento e a evolução dos fundamentos dessa modalidade é notório destacar a
importância de amplicar as metodologias de ensino que visam agregar e propagar a vivencia
no contexto Luta. Dito isso, o relato de experiência buscou demonstrar as dificuldades
encontradas por profissionais de Educação Física em implantar atividades educacionais
voltadas para o ensino da Luta no âmbito escolar, visto que a luta ainda é uma atividade
Longa Distância Esgrima Kendo
Média Karaté Boxe
Curta Judo Luta Olímpica
14
escolares com pouca adesão de alunos. A busca por estratégias que possibilitem a maior
adesão de adeptos ao contexto da luta faz-se necessário a utilização de qualificação dos
professores, proporcionando assim um impacto confirmatório na divulgação da Luta. O
estudo aqui apresentado levanta o seguinte questionamento: Por que ainda é difícil aplicar o
ensino das lutas nas escolas públicas durante as aulas de educação física escolar no Ensino
Médio?
Para tanto, traz como objetivo geral apontar possibilidades pedagógicas no ensino das
lutas enquanto conteúdo das aulas de Educação Física no Ensino médio e identificar as
dificuldades apresentadas pelos professores no ensino da luta como objetivo especifico além
de propor uma sistematização no ensino das lutas.
O tema trabalhado se justifica na busca de identificar, através de visita e atuação no
campo, as dificuldades de inserção dos estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual Berilo
Wanderley, em Natal, nas aulas de luta, através das aulas ministradas pelo PIBID.
A escolha do tema do trabalho é de suma importância, visto que busca identificar
através da visita de campo as dificuldades de inserção dos estudantes do Ensino Médio da
escola estadual Berilo Wanderley em Natal nas aulas de luta, através das aulas ministradas
pelo PIBID.
O ensino da luta a curta distância aplicada na realidade do Ensino Médio é visto como
um segmento da disciplina Educação física e compreendida como um assunto pouco
explorado. A validação da aplicação do estudo da dificuldade de aplicar a luta como atividade
física escolar, proporcionará instruções que facilitem a implementação de estratégias e ações
elaboradas pelos gestores e professores da instituição. Devido aos constantes processos de
evolução, tanto no âmbito acadêmico, político e cultural, a propagação do conhecimento da
luta ainda é precário.
O Brasil ainda possui uma cultura focada em esportes que abordam atividades mais
coletivas, como Futebol, Futsal, basquete e Vôlei, e um costume de divisão de tarefas, ou seja,
é notório perceber a pouca presença de adolescentes no ramo da luta, principalmente o
público feminino. Ao realizar a pesquisa os administradores da escola terão conhecimento de
quais bloqueios favorecem os alunos a não praticarem a luta.
Segundo a Confederação Brasileira de Wrestling, a luta é vista como um procedimento
formativo, posto que é através dos valores pregados na filosofia da luta que se formaliza o
15
comportamento do aluno. Observando a importância da educação física para o
desenvolvimento humano e acadêmico dos alunos da escola estadual Berilo Wanderley, a
contribuição da realização do presente estudo apresenta forte posicionamento, uma vez que
busca compreender os fatores relevantes para a escolha da luta como uma atividade didática,
trazendo propostas de possíveis sistematizações.
A pesquisa descritiva possui como foco e característica a busca por determinar populações ou
fenômenos através de descrições das características e utiliza-se por varias vezes de coleta de
dados como observações sistemáticas e questionários, como objetivo principal a descrição de
(GIL, 2008).
Quando se diz que uma pesquisa é descritiva, se está querendo dizer que se limita a uma descrição pura e simples de cada uma das variáveis, isoladamente, sem que sua associação ou interação com as demais sejam examinadas. (CASTRO, 1976, p. 66).
O estudo teve como participantes, 40 alunos contemplados do Ensino Médio da Escola
Estadual Berilo Wanderley. Constituiu-se da professora supervisora do PIBID e discentes
contemplados da Escola Estadual Berilo Wanderley pelo Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em
especifico os alunos dos primeiros e segundos anos do Ensino Médio. As turmas de primeiro
ano e segundo ano do Ensino Médio EEBW possuem, respectivamente 42 alunos com média
de 16 anos de idade e alunos com faixa etária em torno de 17 anos, são compostas grande
parte por alunos repetentes. Uma considerável parte dos alunos têm reprovações ao longo de
seus históricos escolares. De forma generalizada, são estudantes pertencentes a classe média
baixa ou são considerados pobres.
Por fim, para a coleta de dados do relato de experiência utilizamos:
Primeira Etapa: Análise Bibliografia sobre Educação Física, Luta, buscando
informações e dados sobre às estratégias utilizadas para aplicar a ferramenta, foco do estudo.
Segunda Etapa: Visita em campo, diários, diálogos e conversas informais as quais
apresenta maior veracidade da atual situação do estudo
Terceira Etapa: A análise dos dados foi realizada com embasamento de autores como
Gil (2010), Fernandes (1998), Barbosa (1947) e outros com conhecimentos na área estudada.
16
A elaboração de um questionário com 5 perguntas abertas possibilitando a melhor
descrição apresentada pelos alunos E.E Berilo Wanderley.
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é um programa
oferecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Surgiu em 2010 através do decreto
Nº 7.219, no dia 24 de junho de 2010, assinado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
presidente da época.
O programa é financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas do Nível
Superior (CAPES), a qual refere-se uma agência governamental responsável pela avaliação
dos cursos de pós graduação, porém em 2007 passou a agir na formação de professores da
educação básica.
De acordo com o CAPES (2008) os objetivos do PIBID são:
o Incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica; o Contribuir para a valorização do magistério; o Elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de
licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica;
o Inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem;
o Incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seus professores como conformadores dos futuros docentes e tornando-as protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério; e
o Contribuir para a articulação entre teoria e práticas necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura.
O Programa PIBID disponibiliza de bolsas direcionadas aos cursos de licenciaturas
oferecidos pelas Universidades, destinado aos alunos e professores da rede pública. A partir
do dia 4 de abril de 2013, a Lei 12.796, assegurada pelo Presidente da República, altera o
texto da LDB nos parágrafos no Art. 62:
§ 4º - A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios adotarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência em cursos de formação de docentes em nível superior para atuar na educação básica pública.
17
§ 5 º - A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica pública mediante programa institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de educação superior.
O PIBIS vem se transformando em uma ferramenta de grande importância para a
política pública, uma vez que ressalta a necessidade de se valorizar o âmbito do magistério,
influenciando assim os estudantes a buscarem a área da licenciatura com maior frequência,
facilitando a realização do seu trabalho a parti do início de sua formação acadêmica
O PIBID aplicado na instituição UFRN, atende a 26 cursos de licenciaturas, 5 cursos à
distância e 21 presenciais. Compreendido como uma política pública focada para o apoio aos
estudantes do curso de licenciatura das instituições públicas, o PIBID visa incentivar o
estudante a docência.
Por meio do programa a UFRN alcança outros campis além do Campus Natal, tais como
Caicó, Currais Novos e Nova Cruz, 60 escolas da rede pública de ensino, possui mais de 100
supervisores e mais de 50 coordenadores, além de uma média de 600 bolsistas. . A atuação do
projeto não se encontra somente na capital do nosso estado, ocorrendo, também, nos
municípios de Caicó, Currais Novos, Nova Cruz, Marcelino Vieira e Espirito Santo.
Burchard e Sartori (2011) pag 20 o PIBID:
Busca oferecer aos educadores em formação o acesso à escola, de forma que possam desenvolver atividades que sejam significativas aos educandos, relacionadas com situações problema do seu cotidiano, resultando num aprendizado, tanto ao educador em formação como ao educando da escola básica.
Em suma, o PIBID pode ser compreendido como uma ferramenta acadêmica com dos
principais focos, visto que possibilita os bolsistas conhecerem o âmbito da docência,
vivendo o real cotidiano prático da em Educação Física e possibilidade a continua
formação dos supervisores. Versando sobre a aplicação do PIBID voltada para a formação
do Professor de Educação Física apresenta fatores importantes para a construção do
profissional. Os conhecimentos apreendidos em salas poderão ser postos em prática, ou
seja, os professores serão mais capacitados para enfrentarem a realidade que irão encontrar
na pratica docente nas escolas públicas da rede básica de ensino durante a vida profissional
posterior a formação acadêmica.
18
O PIBID é uma iniciativa que faz com que a universidade atue em um mesmo projeto
nas três áreas: ensino, pesquisa e extensão; fazendo deste programa um projeto de excelência
e de grande valia para as universidades brasileiras.
19
CAPITULO 6
RELATANDO A EXPERIÊNCIA
A Escola Estadual Berilo Wanderley, localizada no bairro Neópolis, conjunto Pirangi,
é uma das várias escolas contempladas pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência (PIBID). No ano de 2015 a professora Regina Rigaud, após seleção e aprovação em
edital, passou a ser professora supervisora e desde então realiza suas intervenções na Escola
juntamente com a equipe de bolsistas e em alinhamento com as diretrizes do programa. As
turmas contempladas são os primeiros e segundos anos do ensino médio, sendo terça-feira
dedicada ao planejamento e aplicação das aulas elaboradas e quinta-feira tem todos os
horários preenchidos por aulas.
Diferentemente de um estágio, ou do que deveria ser um estágio ordinário, o PIBID
Educação Física possui reuniões de planejamento semanal na escola com a supervisora,
reuniões semanais com a coordenação do projeto no Departamento de Educação Física na
UFRN às sextas-feiras para apresentação das vivencias na escola, aulas com professores
convidados, organização de apresentações em congressos e seminários. O contato direto com
a realidade das escolas e a constante preparação prévia, planejamento de cada conteúdo,
impele os discentes das licenciaturas a se tornarem professores mais capacitados após a
formação acadêmica. O PIBID é também o instrumento pelo qual o profissional, já imerso no
mercado de trabalho, pode manter-se em contato com a produção acadêmica.
Os alunos das escolas são deveras vezes impactados com a abissal diferença de
conteúdos e metodologias de ensinos nas aulas, pois não raro são os momentos que os alunos
relatam surpresos e com visível alegria nunca terem tido aquele conteúdo ou aquela
formatação de aula em especifico. É comum ouvirmos comparações de nossas intervenções
com aulas “rola a bola”, assim chamadas pelos alunos, onde aos meninos é dada uma bola de
futebol enquanto que para as meninas é destinada uma bola de vôlei e estes são os respectivos
temas destas aulas.
Tão pouco deve ser a aula de Educação Física militarista, cujo objetivo é fazer com
que os jovens sejam capazes de suportar uma guerra (GHIRALDELLI,1997). Também é uma
oportunidade para nossos supervisores, professores efetivos nas escolas as quais ministramos
aulas, que tem a oportunidade de desenvolver os seus conhecimentos e novos métodos de
20
ensino através de uma formação continuada. Segundo Santos at. Al (2017) a Educação Física
na escola deve proporcionar desenvolvimento do sistema motor, do sistema cognitivo e na
vida social dos alunos utilizando-se de todos os conteúdos disponíveis evitando-se que os
conteúdos se tornei tediosos por falta de inovação na aplicação.
Segundo Neitzel, Ferreira, Costa, (2013), apud MELO (2016) o PIBID possibilita que
os bolsistas de iniciação à docência vivenciem o que realmente irão encontrar na rede básica.
Aos supervisores é dada a oportunidade de uma reaproximação com a academia facilitando a
formação continuada. “Esses profissionais, ao se envolverem com o Programa, se inserem
num movimento de formação continuada por meio de cursos e em desenvolvimento de
projetos na escola junto com os licenciados”. Os processos de construção dos planos de aula
começam, geralmente, antes do início de cada bimestre quando a equipe de bolsistas junto
com o supervisor escolhe o (s) conteúdo (s) daquele bimestre. Conteúdos estes dispostos nos
Parâmetros Curriculares Nacionais.
Segundo os PCNs (1997), Coletivo de Autores (1992), são conteúdo da Educação
Física os conhecimentos sobre o corpo, esportes, jogos, lutas, ginástica, atividades rítmicas e
expressivas. A escolha do tema que será abordado leva em consideração se há algum tema
que ainda não foi trabalhado com a turma anteriormente, relevância dentro do cenário escolar
ou daquele momento histórico que está ocorrendo na vida nacional. Opta-se sempre para que
o aluno tenha novas experiências, novos movimentos e novas formas de vivenciar a Educação
Física. Libâneo (1994), assim como Coll et al. (2000) e Zabala (1998), compreendem que
conteúdos de ensino são conhecimentos, hábitos, habilidades, modos atitudinais de atuação
social, organizados de forma pedagógica e didática, visando a incorporação ativa e aplicação
pelos alunos na sua prática diária.
Após o tema ser escolhido, o conteúdo identificado, idealiza-se a metodologia de
ensino que será utilizada para aplicação dos momentos pedagógicos, considerando-se o
número de alunos, a carga horária de 50 minutos e os materiais disponíveis na escola. Então
podemos dar inicio a elaboração das dimensões do conteúdo conceitual; procedimental e
atitudinal. Somente dispostos de todas estas informações podemos começar, de fato, o
planejamento das aulas, pois negligenciar algum destes pontos pode induzir o profissional ao
erro. Há sim momentos em que é necessário adaptar alguns pontos em particular na aula, no
entanto, espera-se da equipe um planejamento sério e coeso afim de evitar a necessidade de
improvisos em todos os momentos pedagógicos da aula.
21
A Escola Estadual Berilo Wanderley diversos que favorecem os processos de ensino e
aprendizagem. Laboratório de informática, ginásio, placas de tatame, bolas (futebol, basquete,
vôlei, rúgbi e de pilates), projetores e material de som. Dispostos da estrutura diferenciada da
escola, decidimos por ministrar aulas de lutas baseadas na classificação por distância.
Lançando mão do livro fornecido pelo Governo Federal “Práticas Corporais e a Organização
do Conhecimento” (BRASIL, 2014), iniciamos em agosto de 2016 o 3° bimestre com a
sistematização do tema, que a priori seria desenvolvido ao longo de 6 aulas, e com a
impreterível discussão sobre as diferenças entre briga e luta.
Há autores que observam e afirmam ser a violência e a agressividade serem problemas
da escola moderna (Aquino, 1996; Marriel et al. 2006; Sposito, 2001). E acreditamos
exatamente por isso que a luta deve ser trabalhada mais profundamente nas aulas de Educação
Física pelo profissional da. O professor pode fazer uso dos fundamentos das lutas e jogos pré-
desportivos para aplicar o conteúdo na escola sem necessariamente ser um especialista em
alguma modalidade. A escola não é, ou não deveria ser o ambiente para a formação de
lutadores e de atletas no geral, mas os professores podem ensinar valores tais como disciplina
e respeito aos alunos através destas modalidades NASCIMENTO e ALMEIDA (2007). A
luta é uma forma de canalizar, direcionar de forma saudável, a agressividade e disciplinar o
aluno para que este não use as técnicas em brigas nas ruas ou no próprio ambiente escolar.
Partimos da diferenciação do que é luta e briga, para que os alunos contemplassem o
conteúdo.
Foram planejadas 5 aulas, sendo a primeira expositiva seguida de outras 4 aulas
vivenciais, além da aplicação de um questionário. Sendo uma aula expositiva sobre o
conteúdo lutas e quatro sobre o wrestling. As aulas que ocorreram entre agosto e setembro de
2016 e as mudanças foram devido a falta de professores e greve desses profissionais, feriados
(imprensados) e uma Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).
Cada turma tem apenas uma aula de educação física por semana.
As aulas foram desenvolvidas a partir das perspectivas dos livros American Victory:
Wrestling, Dreams and a Journey Toward Home (CEJUDO; PLASCHKE, 2010), Wrestling
for Dummies (CEJUDO,2012) e do livro “Práticas Corporais e a Organização do
Conhecimento” (BRASIL, 2014), onde seguiu-se o propósito de levar os alunos pelo caminho
mais lúdico e simples, para ensinar alguns dos fundamentos do freestyle olympic wrestling e
das lutas em geral.
22
Figura 3: Processo para aplicação das aulas
(Jonatas;2017)
No primeiro dia aula, realizada inteiramente no laboratório de multimídia da escola
utilizando-se de slides e vídeos, abordou-se as lutas sob a perspectiva teórica de suas origens
incertas e suas formas de classificação e fora introduzido uma breve história sobre as lutas ao
redor do mundo. O greco-roman wrestling e o Freestyle Olympic Wrestling são modalidades
que envolvem lidar com um oponente de modo a lança-lo ao solo e prender suas costas no mat
para alcançar a vitória, no entanto os dois esportes têm diferenças entre si. Embora tenha um
nome antigo, a luta grega-romana se originou na França no século XIX; o nome vem do
desejo de incorporar valores antigos. O Freestyle Olympic Wrestling que deriva da catch-as-
catch-can wrestling, onde você pode usar quase qualquer técnica para colocar os ombros do
seu oponente no chão, tornou-se popular durante o século 19 nos Estados Unidos e na Grã-
Bretanha. (DAVIDSON,2017)
A aula ocorreu em dois momentos onde foi mostrada a apresentação em slides sobre
estes pontos e analisa alguns vídeos de lutas e combates. De início, a turma composta por 14
meninos e 10 meninas demonstrou surpresa com as classificações, pois segundo os mesmos
só conheciam o termo artes marciais.
Ao longo da aula demonstrou-se ser possível utilizar diferentes características para
agrupar as lutas. Através de exemplos expostos em fotos, o professor demonstrou como
funcionava a classificação das lutas. Como lutas orientais e ocidentais, considerando o local
de seus os primeiros registros, apesar da grande dificuldade em relatar com exatidão os locais
de origem.
Teoria
Prática
Análise
23
Como exemplo de lutas ocidentais utilizamos o boxe, Freestyle Olympic Wrestling e a
capoeira. Enquanto que as lutas orientais utilizadas foram o judô, muay thai, kendô e aikidô.
Para estreitar a participação na aula e a interação com os alunos, foi utilizada a estratégia de
inserir os alunos na aula como agentes ativos da mesma, não mais como meros observadores.
Aqui foram discutidas a lógica por trás de cada forma de luta, que por sua vez está
intrinsecamente ligada ao ambiente, o espaço físico onde é realizada a luta juntamente com a
vestimenta, as restrições impostas pelas regras, e o objetivo. Esta tríade, ambiente-restrições –
objetivo, juntamente com fatores culturais e históricos da região de onde se origina cada luta,
criam de forma orgânica ou sistematizada as técnicas empregadas na modalidade.
No momento em que se explicava sobre a classificação por distancia, o professor
convidou um voluntário para uma demonstração, a qual uma menina se ofereceu para tal.
Utilizando um apagador de quadro e fazendo com que o arremessasse contra si, o professor
explicou que as lutas cuja característica principal é a utilização de instrumentos como armas
para atingir o oponente. Espadas, lanças e objetos para serem arremessados. A demonstração
fez com que os alunos rissem pois não esperavam que a aluna acertasse o professor com força.
Outro aluno foi convidado a se voluntariar, desta vez um rapaz, e naquele momento foi
exemplificado sobre as lutas de curta e média distância abordando o raio de ação,
envergadura, para a ocorrência destas. Então, voltou-se aos slides de fotos e fora pedido que
os alunos classificassem as lutas ali expostas sob o crivo da distância e eles o fizeram com
empolgação e todos participaram da discussão.
No segundo momento da aula, exibiram-se vídeos de lutas de MMA, jiu-jitsu, Freestyle
Olympic Wrestling e Sumô. As reações pre discussões foram das mais diversas, sendo que os
meninos demonstraram um entusiasmo efusivo a medida que os vídeos eram mostrados
enquanto que algumas meninas apenas sorriam ou demonstravam surpresas sem dizer nada. A
medida que os vídeos eram exibidos, eram feitos comentários sobre os pontos principais
discutidos momentos antes. Durante este momento foi perguntado aos alunos “quais são as
diferenças entre lutar e brigar? ”.
24
Fonte: (Jonatas;2017)
Os alunos demonstraram crer que a ausência de regras e de técnica são os principais
fatores que diferem os esportes de combate de uma briga. Conforme minha experiência
pessoal, pode-se incluir a isto, a motivação dos envolvidos, pois no esporte as motivações
giram em torno da conquista de títulos, fama e patrocínios, enquanto as brigas me parecem ter
motivação meramente emocional. Becker (2000) analisa a motivação tal como o fator
principal para conquistar objetivos por esse atleta, e treinadores creem que este fato é de
enorme valor em competições na busca do melhor rendimento esportivo possível. Segundo
Samulski (1990) a motivação envolve fatores internos e externos e estes são quem
impulsionam o sujeito atleta a fazer algo como meio de alcançar outro objetivo.
Mais adianta, durante os vídeos, os alunos levantaram questões sobre o toque
extremamente próximo entre os atletas, em especial durante o vídeo exibindo um combate de
Frestyle Olympic Wrestling. No o Freestyle Olympic Wrestling, segundo a Confederação
Brasileira de Wrestling (2010), os participantes podem usar suas pernas como armas ofensivas
e defensivas, o que não é permitido na luta greco-romana. Além disso, os lutadores de o
Freestyle Olympic Wrestling podem tentar levar um oponente ao solo com uma queda de uma
ou duas pernas, mas os lutadores greco-romanos não podem agarrar seus oponentes abaixo da
cintura. Os lutadores nos dois esportes usam técnicas e estratégias significativamente
diferentes ao se agarrarem.
Inclusive duas garotas, uma praticante de karatê e a outra praticante de tae-kwon-do,
relataram já terem sofrido algum tipo de preconceito por serem praticantes de luta. “Sempre
Figura 4: Introdução As Lutas
25
ouço que lutas são coisas para os meninos e que menina fica com jeito de
machinho”.
No segundo encontro, ensino do fundamento center mat controlo on F.O.W, a qual
ocorreu quadra poliesportiva, foram explicados alguns aspectos estratégicos das lutas em
geral. Foi questionado aos alunos “em uma luta de qualquer modalidade, quem detém a
vantagem e porque: o atleta mais ao centro da área de luta ou aquele que circunda este, ou
seja, o atleta posicionado na parte mais externa do local de luta? “. Os alunos responderam de
forma aleatória e sem convicção de que suas respostas estavam corretas que o atleta ao centro
detém vantagem.
Figura 5: Ensino Do Fundamento Center Mat Control Do F.O.W
(Jonatas;2017)
Foi explicado aos alunos as diferentes formas de estratégias em torno deste controle de
área. Em especial sobre as regras do Freestyle Olympic Wrestling foi explicado que o center
mat control é tão importante em uma disputa que se considera este um fundamento deste
estilo de combate, uma vez que o atleta que está no centro ou de costas para o centro da área
de luta possui uma vantagem em relação ao adversário já que a regra da modalidade tem
especiais observações quanto a este ponto. Segundo o livro de regras da UWW(United World
Wrestling): o árbitro deve estar apto a estimular o lutador passivo sem interrupção do
26
combate, de pé de forma a evitar que o lutador saia do tapete. O árbitro deve estar pronto para
usar o apito caso os atletas cheguem perto demais da borda do tapete.
Na primeira vivencia, os alunos foram divididos em dois grupos, defensores e
atacantes, e posicionados no centro da quadra de esportes tendo como materiais o círculo
desenhado no piso e uma bola de futsal. Foram estabelecidas as seguintes normas para a
realização do exercício: cada disputa possui um tempo de 1 minuto de duração e após este
tempo eles trocariam de funções. O grupo defensor possuía como restrição não poder agarrar
os adversários com as mãos, utilizando assim o corpo para bloquear, impelindo os alunos a
criarem de novas técnicas para defender o centro do círculo. O objetivo aqui era fazer com
que os alunos usassem o corpo para bloquear e proteger o espaço atrás deles.
Os alunos do grupo defensor apresentarão algumas dificuldades em compreender
como poderiam se defender sem agarrar o adversário. Ao grupo atacante, era destinado a
alcançar a bola, e este grupo possuía possibilidade de utilizar as mãos para afastar o
adversário, porém não podendo agarrar, segurar ou fechar a mão em volta de algo ou alguém.
Seguindo estas normas, qualquer estratégia era aceita.
Figura 6: Ensino Do Fundamento Center Mat Control Do F.O.W
(Jonatas;2017)
Em geral, para impedir o grupo atacante de alcançar a bola no centro do círculo, os
alunos defensores abriam os braços e as pernas, fazendo movimentos semelhantes ao bloqueio
27
feito no basquete. O grupo atacante tentou usar a velocidade para transpor a barreira. Para a
maioria dos alunos era a primeira vez que brincavam de algo sem poder utilizar o agarre.
Quando trocaram de tarefa, o grupo utilizou da estratégia de darem as mãos uns aos outros e
com isso cobrir uma área maior. Depois de um minuto de atividade, o professor reorganizou
os grupos e retomou a mesma outras vezes. Observando-se o desenvolvimento do grupo
atacante é notório identificar dificuldades em realizar a dinâmica, visto que a principal forma
para atingir o transpassar o bloqueio era agarrando o adversário, provocando a criação de
novo métodos para atingir o objetivo.
Figura 7: Ensino Do Fundamento Center Mat Control Do F.O.W
(Jonatas;2017)
No segundo momento da aula, os alunos foram separados em duplas e a cada dupla foi
dada uma bola. Tal a tarefa anterior, um deles deveria defender a bola e o outro chegar a ela.
A técnica de down block foi apresentada nessa etapa e consiste em um tapa no antebraço do
oponente no momento do ataque às pernas (DANTAS,2017). Não se exigiu o uso dessa
técnica, porém, trazendo a tona uma nova possibilidade de defesa, o professor ajudou a
ampliar a capacidade de novas estratégias surgirem naquele momento. Depois de demonstrada
a técnica, conseguiram aplicar estratégias que envolvessem o movimento. Houveram meninos
que usaram as pernas em movimentos típicos de goleiros de futsal, bloqueando a passagem do
colega. Nas duplas, os alunos na posição de ataque começaram a depurar, por alguns
momentos puxar, os defensores bruscamente afim de desloca-los e alcançar a bola.
28
Figura 8: Ensino Do Fundamento Center Mat Control Do F.O.W
(Jonatas;2017)
A turma se entregou a atividade e obtivemos 100% de adesão dos alunos na aula. Ao
final, discutindo a dinâmica, foi possível apresentar de maneira lúdica a necessidade em
elaborar estratégias que se adequem as condições apresentadas. Os alunos relataram ter
gostado das atividades e que ao longo dos jogos foram criando por si mesmas novas
estratégias para chegar ao objetivo. Conversamos brevemente sobre o fundamento de domínio
de centro e sobre estratégias no combate em lutas de curta distância. A turma foi questionada
sobre o que eles fariam se fosse possível usar as mãos para agarrar o colega e as respostas
foram no geral: “eu iria segurar ele e usar a força para deixar ele para”.
Após retomar as discussões da aula anterior, a terceira aula teve início com uma
vivencia pre-desportiva em wrestling. Realizada em duplas, a atividade consistia em tirar o pé
do colega de dentro de um bambolê enquanto deixa o próprio pé dentro deste. Aqui ambos
começam com um pé dentro e outro fora do bambolê, um de frente para o outro e, ao sinal do
professor, deveria utilizar os braços e o tronco para tirar o pé do colega de dentro da areia
(bambolê). O que se observou é que a maioria dos alunos colocava as mãos no peito do colega
e empurravam. Algumas meninas puxavam pelos ombros e com isso tentar desequilibrar as
parceiras.
29
Figura 9: Jogos De Luta
(Jonatas;2017)
Figura 10: Jogos De Luta
(Jonatas;2017)
No segundo momento pedagógico, ainda em duplas, foi proposto que tirassem
pegadores de roupa coladas nos joelho e tornozelos dos colegas sem que perdessem as
próprias fitas. O fundamento trabalhado nesta ocasião foi o set up level (DANTAS,2017), que
30
consiste na manutenção da posição da cabeça em relação a posição da cabeça do adversário.
A cada rodada os alunos iam construindo suas próprias estratégias de movimentos tanto de
defesa quanto de ataque. Inclusive, alguns alunos usaram a cabeça para defender seu espaço,
sua bola, utilizando assim um padrão técnico de movimento, mesmo que o professor não
tenha ensinado aquela defesa para turma. Os alunos foram descobrindo por si próprios os
movimentos. Houveram algumas cabeçadas, mas nenhum aluno se machucou na atividade.
Figura 11: Jogos De Luta
(Jonatas;2017)
Ambas as atividades visaram utilizar os fundamentos do Freestyle Olympic Wrestling,
para fazer com que os alunos usassem seus próprios corpos de forma autônoma e criativa.
Houve uma excelente aceitação por parte dos alunos, inclusive, pedindo para que
realizássemos mais vezes a atividade. O professor ensinou os objetivos antes de mostrar
qualquer técnica. O ensino se deu a partir das atividades mais simples até a mais complexa
que consistiu em uma sequência de combates simples.
Por último, formaram-se duplas de acordo com o peso e desenvoltura equivalente para
se enfrentarem em pequenas lutas, cujo objetivo era pôr o oponente para fora de um círculo ou
projeta-lo ao solo. Os materiais utilizados nessa vivencia foram as placas de tatame,
31
colchonetes de ginástica e faixas do tipo usadas no judô, amarradas a cintura de cada aluno,
para aumentar as possibilidades de movimentos dos alunos. O tatame e os colchonetes não
promoviam o melhor ambiente para a pratica pois eram muito finos e ficavam se separando
todo o tempo. Mesmo assim foi possível por a atividade em pratica colocando todos os alunos
em volta das placas, pisando-as, para que elas não se movessem. Devido ao tempo, nem todos
os alunos participaram dos combates.
Na quarta aula sobre o uso da força, o professor separou a turma em dois grandes
grupos e explicou a atividade. A vivência consistia em utilizar estratégias e a força física para
alcançar o objetivo final o qual consistia em um grupo erguer os alunos do outro grupo e
desloca-los de um ponto outro pela quadra. O primeiro grupo permaneceu dentro de um
espaço, este grupo foi chamado de “bonecos” e o espaço foi determinado por cones, enquanto
o segundo grupo, chamado de “carregadores” deveria levar os componentes do primeiro
grupo para um outro espaço. Utilizou-se o círculo central da quadra poliesportiva para ser a
meta. A cada rodada o professor acrescentava regras limitantes impelindo os alunos a criarem
estratégias novas.
Figura 12: Abordagem Sobre O Uso Da Força
(Jonatas;2017)
Na primeira rodada, a regra limitante que cabia aos “carregadores” foi de que eles não
poderiam arrastar os colegas “bonecos” pelo chão. Esta regra foi determinada pelo professor
32
por se tratar de uma questão de segurança e porque aos arrastar o aluno iria burlar o objetivo
principal do professor que era que os alunos erguessem seus colegas de maneiras diversas. O
grupo de “bonecos” não poderiam correr para evitar serem pegos. Obedecendo estar regras
tudo era válido. Na primeira rodada os alunos do grupo dos “bonecos” usaram como
estratégia agarrar-se uns aos outros, em pé, para não serem levados, além de espernearem. Os
carregadores usaram da força para levantar pelas pernas e braços em duplas para levar cada
“boneco” ao centro da quadra.
Figura 13: Abordagem Sobre O Uso Da Força
(Jonatas;2017)
A segunda rodada começou com as funções de cada grupo trocadas e novas restrições
foram adicionadas. Primeiramente, foi determinado aos “bonecos” que que apenas poderiam
se agrupar em grupos de 3 pessoas. Ou seja, cada pessoa só poderia agarrar-se a outras duas.
Enquanto isso o grupo de “carregadores” continuaria não podendo arrastar seus colegas pelo
chão e também não poderiam agarrar as pernas dos “bonecos”. Na última rodada foi
determinado que os “bonecos” não poderiam mas debater-se e também não poderiam agarrar-
se a ninguém e que que cada um do grupo de carregadores deveria carregar apenas um aluno
por vez, ou seja, agora estava proibido aos carregadores formarem duplas ou grupos para
levarem os colegas ao centro. Eles poderiam contar com a ajuda dos seus companheiros para
33
arrumar os “bonecos” e então carrega-lo até a área determinada. Nesse momento, os alunos
“bonecos” tentaram permanecer com o corpo o mais mole possível, afim de criar dificuldades
para os carregadores. O que de fato aconteceu, pois os carregadores demonstraram muitas
dificuldades para erguer seus companheiros.
Figura 14: Abordagem Sobre O Uso Da Força
(Jonatas;2017)
O professor ficava incentivando a criação de estratégias relembrando as regras
limitantes e sempre dando retornos e observações de segurança afim de evitar machucados.
Nesta oportunidade, o grupo dos “bonecos” deitou no chão e permaneceram formando grupos,
com as mãos dadas. Agora, os carregadores tiveram mais trabalho para realizar a tarefa,
todavia a realizaram utilizando de cocegas para separar os braços dos colegas “bonecos” e
assim poder leva-los. Também tentaram erguer mais de um aluno de uma vez só. Como
erguer o trio todo, de uma vez só até o centro da quadra.
34
Figura 15: Abordagem Sobre O Uso Da Força
(Jonatas;2017)
Esta aula em particular teve como objetivo, através do método da descoberta
orientada, trabalhar a força, os levantamentos e a elaboração de estratégias em benefício do
objetivo e considerando as limitações. Ao final da aula, foi conversado com os alunos sobre
os objetivos da aula. A turma descreveu a aula como prazerosa apesar de cansativa e que cada
regra nova mudava as estratégias para completar o objetivo.
No quinto e último encontro foi aplicado um questionário o qual buscou avaliar a
percepção dos alunos sobre a temática abordada ao longo do terceiro bimestre acadêmico. O
questionário possui 5 perguntas abertas, possibilitando assim a livre explanação dos
conhecimentos obtidos nas aulas realizadas. Cada pergunta visava demonstra o que cada
aluno conseguiu “aprender” diante o conteúdo apresentado “ se a prática de lutas na escola
poderia ser mais frequente”.
A primeira questão abordava se a pratica de lutas nas aulas de educação física
poderiam ser mais frequentes. Como resultado, encontrou-se 30 respostas negativas, sendo 25
do sexo feminino, reforçando o posicionamento do público feminino contra a aplicação do
conteúdo luta. O aluno 1 respondeu: “Não. Não acho muito interessante agressões
físicas (lutas) ”.
É preciso observar que, apesar de discussões constantes em aula sobre as diferenças
entre brigas e lutas, ainda há muito conflito entre a absorção do que foi discutido e as aulas
35
que foram ministradas. Ademais, encontrou-se através do questionário que a quantidade de
respostas que apresentam o não interesse em esporte de lutas ainda é elevado. Isso é
compreendido por que as meninas compõem a maior parte do contingente escolar,
provocando assim o alto índice de respostas negativas. Isso pode significar que as meninas
não gostam de esportes com maior contato por questões sociais de cobranças sobre elas para
serem delicadas (ALTMANN; AYOUB; AMARAL, 2011).
Observando o desenvolvimento da educação no campo da educação física, é possível
identificar os enormes desafios que os estudantes de licenciatura do curso de educação física e
os profissionais formados possuem ao realizar ou proporcionar a atividade determinada como
arte marcial. Compreendendo os primeiros conteúdos que abordam o termo de luta, é possível
destacar a concepção de uma visão que classifica a luta como uma atividade destinada a
prática de violência, fomentando assim uma cultura que elabora um preconceito contra a
realização da luta como um assunto da matéria educação física.
Coletivos de Autores (1992, p. 38):
Busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de
formas de representação do mundo que o homem tem produzido no
decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos,
danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo,
contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como
formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem,
historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas.
A segunda questão indagou os alunos sobre a percepção acerca das aulas de educação
física anteriormente ao PIBID. Com o total da população de 40 estudanes, 20 alunos não
responderam a segunda questão pois não estudavam na E.E Berilo Wanderley e suas escolas
anteriores não possuíam PIBID. No entanto todos os 40 alunos tiveram posicionamento
semelhante, de que as aulas de educação física são monótonas na ausência do PIBID. O aluno
2 escreveu:
36
“Antes do PIBID os alunos não faziam nada”.
O aluno 3 também respondeu:
“O professor levava os alunos para o ginásio e cada um fazia o que queria”.
O PIBID Educação Física UFRN tem corroborado para que o profissional de educação
física que se forma atualmente seja um profissional que busca incansavelmente a excelência
em suas aulas, buscando a edificação global de seus alunos utilizando conteúdos e
metodologias de ensino diferenciadas.
Lançanova (2006 p. 49)
O professor não pode prender-se à ideia de exercícios de
movimentos de luta dentro da uma dinâmica “sem dinâmica”, ou
uma aula sem um cenário dando sentido e prazer aos exercícios.
Porque a aula não precisa ser repetitiva e sem graça.O ambiente
escolar apresenta por si só dificuldade para a realização de
atividades, visto que o ambiente acadêmico e físico do aluno não
possui condições atuais para realização da prática acadêmica.
Em seguida, questionou-se os alunos por qual razão eles acreditavam ser as lutas um
tema pouco abordado. Porque motivo é tão difícil aplicar o tema lutas? Neste ponto do
questionário surgiram as mais diversas respostas sendo que 15 alunos afirmaram ser a falta de
equipamentos e de estrutura necessária para a pratica é a principal causa do problema, 7
disseram ser falta de interesse dos professores ensinar lutas na escola, 8 alunos relataram não
ter opinião sobre a questão e 10 creem que o próprio aluno não tem interesse em lutas e por
esta razão este é um conteúdo pouco explorado na escola.
Aluno 4:
“Porque não tem equipamentos e os alunos não tem interesse.”
A falta de estrutura ainda é uma enorme barreia para aplicação deste conteúdo nas
escolas públicas, assim como a falta de profissionais qualificados que entendam do assunto e
37
busquem uma nova temática, uma nova sistematização de aulas, dificulta a inserção dos
alunos nesse âmbito.
Aluno 5: “pela falta de material e interesse dos alunos.”
Na penúltima pergunta, buscou-se avaliar a satisfação dos alunos com as aulas
aplicadas anteriormente. Obteve-se 22 respostas positivas, dentre estas 10 de alunos que
responderam negativamente a primeira questão, ““na sua opinião, a pratica de lutas nas aulas
de Ed Física poderiam ser mais frequentes? Justifique”, demonstrando incongruência nas
respostas. 37 alunos deram respostas curtas, sim ou não, e os demais que analisaram de foram
positivas as aulas. Aluno 6:
“ me senti muito satisfeito porque aprendi um esporte novo e me senti disposto
na aula. Não esperei para brincar. ”
Apesar das várias respostas negativas, sob a ótica do ensino e cultura do movimento,
as aulas foram sim bem recebidas e, durante as vivencias, a participação dos alunos foi
massiva. Os conhecimentos foram aplicados de forma satisfatória. A falta de conhecimento
dos alunos sobre o esporte ou o que é um atleta, leva-os a darem respostas simplistas e
opiniões mal construídas.
Na quinta e última questão, perguntou-se especificamente sobre a vivencia do
Freestyle Olympic Wrestling na escola. A cerne da questão era compreender, segundo os
alunos, se seria possível vivenciar este tipo de luta na escola. Foram obtidas 15 respostas
positivas, outras 15 negativas das quais 13 eram do sexo feminino, e 10 pessoas não
responderam a questão. Aluno 7:
“não, porque não é legal e não tem estrutura. Eu mesma não participaria.”
Enquanto o aluno 8 escreveu:
“sim porque seria divertido. Mas o professor precisa ter o material e dedicação
para dar essas aulas.
O questionário se mostrou muito útil para identificar insatisfações e possíveis falhas
no planejamento. Com os dados colhidos é possível aprimorar ainda mais as sistematizações
futuras.
38
CONCLUSÃO
Através do registro das aulas e observação das turmas dispostas para tal, é
possível afirmar, que a utilização de uma proposta de descoberta orientada no ensino das lutas
promoveu uma interação melhor entre o tema e os alunos. Devido ao planejamento, todos os
alunos participaram das vivencias sem que suas capacidades ou limitações físicas
interferissem nas mesmas. Com o relato do experimento observado, conseguiu-se apurar que a
falta de estrutura ainda é um dos pontos primordiais para a dificuldade de se aplicar lutas nas
escolas, em especial lutas onde o objetivo é a projeção ao solo assim como judô e Freestyle
Olympic Wrestling. Segundo os alunos, é inviável a aplicação da temática, pois além da falta
de estrutura, muitas vezes há a falta de interesse dos professores.
O conteúdo foi bem recebido por todos os alunos já na primeira aula. Eles mostraram
muito interesse, principalmente no momento que foram mostrados vídeos de lutas diversas e
pouco conhecidas pela cultura. Apesar de obter-se a participação de todos nas aulas, houve
um interesse maior dos meninos em comparação com as meninas, demonstrando que ainda há
uma certa cultura de que a luta não é para mulheres. Esta percepção também se refletiu nas
respostas das alunas, quando mais da metade teve uma recepção negativa ao conteúdo. Diante
disso, o professor de educação física deve proporcionar aos seus alunos a ampliação do
repertório gestual, de maneira a capacitar o corpo para o movimento. Não basta pedir para o
aluno que reproduza uma série de movimentos, é preciso que a luta tenha um significado na
aprendizagem, e para que isso aconteça, o professor de elaborar suas aulas com antecedência
para que elas não se tornem enfadonhas e desestimulantes.
A experiência na E.E Berilo Wanderley também mostrou que é possível sistematizar
aulas de lutas de curta distância, mesmo na ausência do principal material, para a pratica deste
tipo de modalidade: tatame, ou no caso do Freestyle Olympic Wrestling, o mat, chamado de
tapete em língua portuguesa. A elaboração das aulas se deu baseada nos fundamentos desta
modalidade de luta, não em movimentos técnicos.
Foi possível observar que os planos de aula foram desenvolvidos, considerando-se os
materiais dispostos e que a falta destes materiais considerados melhores, não inviabilizou a
aplicação das práticas, sendo assim, pode-se concluir que, dotado dos fundamentos que
constituem as modalidades lutas, o professor de Educação Física, pode criar práticas
39
pedagógicas de acordo com o público, condições estruturais e sociais, que ajudem o aluno a
aprofundar e edificar reflexões e valores existentes nas lutas.
O PIBID se mostra de fundamental importância para estes alunos, pois, através de
todo o preparo e planejamento anterior às aulas, o futuro profissional de educação física estará
mais preparado para realizar um trabalho diferenciado nesta escola sem contar com a estrutura
ideal e com alunos que, muitas vezes, estão desmotivados nas aulas. É extremamente
importante utilizar sistematizações globais que visem a integração dos alunos com assuntos
pouco abordados, assim como o Freestyle Olympic Wrestling, porém, assim visto no trabalho,
ainda consegue ser inserido no semestre acadêmico dos estudantes.
40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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41
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Apêndice
Questionário de Lutas
1- Na sua opinião, a pratica de lutas nas aulas de Ed. Física poderiam ser mais frequentes? Justifique.
2- Antes do PIBID, como eram as aulas de Educação Física na E.E Berilo Wanderley?
3- Porque ainda é tão difícil que os professores de educação física sugiram a aplicação e estudo de lutas?
4- A partir das experiências vivenciadas com o bolsista Jonatas Nóbrega no quarto bimestre/2017 você acredite que as aulas de lutas aplicadas foram satisfatórias? Como o você se sentiu ao longo das aulas?
5- Você acredita ser possível vivenciar o freestyle olympic wrestling na escola? Justifique.
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