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I UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE GESTÃO DA QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA DO PRÉ-NATAL: ATENÇÃO ÀS INFECÇÕES URINÁRIAS GESTACIONAIS SUSANA CECAGNO NATAL, RN 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO …€¦ · eterna gratidão! A minha co-orientadora Marilu Correa Soares, minha companheira pelas lutas na melhoria da assistência

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I

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO PROFISSIONAL GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE

GESTÃO DA QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA DO PRÉ-NATAL:

ATENÇÃO ÀS INFECÇÕES URINÁRIAS GESTACIONAIS

SUSANA CECAGNO

NATAL, RN

2016

II

Catalogação da Publicação na Fonte

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Sistema de Bibliotecas Biblioteca Central Zila

Mamede / Setor de Informação e Referência

Cecagno, Susana.

Gestão da qualidade na assistência do pré-natal: atenção às infecções urinárias gestacionais

/ Susana Cecagno. - 2016.

49 f. : il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de

Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional Gestão da Qualidade

em Serviços da Saúde. Natal, RN, 2016.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Janete de Lima Castro.

Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Marilu Correa Soares

1. Pré-natal - Dissertação. 2. Gestão da qualidade - Dissertação. 3. Mortalidade perinatal -

Dissertação. I. Castro, Janete de Lima. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 618.2

III

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO PROFISSIONAL GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE

GESTÃO DA QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA DO PRÉ-NATAL:

ATENÇÃO ÀS INFECÇÕES URINÁRIAS GESTACIONAIS

Trabalho de Conclusão de Mestrado apresentado ao

Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional

Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde, do

Centro de Ciências da Saúde, da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como requisito

para obtenção do título de Mestre em Gestão da

Qualidade em Serviços de Saúde.

Susana Cecagno

Orientadora: Prof. Dra. Janete de Lima Castro

Co-Orientadora: Prof. Dra Marilu Correa Soares

NATAL, RN

2016

IV

SUSANA CECAGNO

GESTÃO DA QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA DO PRÉ-NATAL:

ATENÇÃO ÀS INFECÇÕES URINÁRIAS GESTACIONAIS

Aprovada em ___/___/____

BANCA EXAMINADORA:

Presidente da Banca: Professora. Dra. Janete de Lima Castro

________________________________________________

Professora. Dra. Janete de Lima Castro

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

_______________________________________________

Professor Dr. Zenewton André da Silva Gama

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

______________________________________________

Professor Dr. João Bosco Filho

Universidade Estadual do Rio Grande do Norte - UERN

NATAL, RN

2016

V

Com amor e gratidão, dedico este estudo

aos meus filhos Henrique, Laura e Larissa

que são a razão do meu viver;

ao meu esposo Luciano

pela tua imensurável colaboração e

pela linda família que construímos;

aos meus pais, Plinio e Nilsa, pelo amor incondicional.

VI

AGRADECIMENTOS

Gratidão à Deus, pela dádiva da vida, por conduzir-me no caminho do bem e

permitir-me crescer e buscar sempre o melhor enquanto pessoa e profissional.

Aos meus queridos pais, Plinio e Nilsa, pilares da minha vida, gratidão pelo amor,

amizade, dedicação, carinho, e pelo incentivo em aprimorar-me sempre. Obrigada por ajudar-

me a cuidar dos meus filhos nos momentos em que precisei ausentar-me para estudar. Meu

eterno reconhecimento e gratidão. Amo vocês!

Aos meus filhos Henrique, Laura e Larissa pelo amor, carinho, compreensão e pelas

inúmeras horas de ausência enquanto mamys estudava. Meus pequenos, todo meu crescimento

é para ganharmos o jogo da vida juntos! Mamãe ama vocês incondicionalmente; são as

minhas razões de viver.

Ao meu esposo Luciano, minha eterna gratidão pelo companheirismo, incentivo,

amor, parceria e por estar perto em todas as horas quando os empecilhos e dificuldades se

fizeram presentes. Obrigada por estar comigo e comemorar cada vitória, cada degrau que

conquistei na minha vida profissional. Podes ter certeza, sem você teria sido mais difícil.

A minha irmã Diana, minha eterna incentivadora, gratidão pelo companheirismo,

amizade e parceria, por me escutar e dar conselhos, mesmo distante fisicamente, por me

acalmar nas horas em que a ansiedade prevalecia. Agora, estamos bem próximas, e Deus

assim nos permitiu, para que possamos a cada dia fortalecer nosso amor fraternal. Te amo! E,

ao meu cunhado Valmor, obrigada pela força e incentivo!

Às minhas pequenas afilhadas Gabriele e Isadora, minhas companheirinhas, obrigada

pelo amor incondicional. Dinda ama vocês!

A minha querida e estimada orientadora Janete de Lima Castro, obrigada por

acreditar em mim, pelos ensinamentos, pelo carinho, apoio, amizade, compreensão diante das

várias intempéries pessoais no decorrer desses dois anos, e, principalmente, pelo incentivo em

continuar minha formação acadêmica, sempre potencializando minhas fortalezas. Minha

eterna gratidão!

A minha co-orientadora Marilu Correa Soares, minha companheira pelas lutas na

melhoria da assistência obstétrica, meu obrigada pelo acolhimento, pelos ensinamentos,

apoio, amizade e, acima de tudo, pelo incentivo em aprimorar-me cada dia mais.

VII

Aos Professores Zenewton Gama e Graziela Piuvezam, minha gratidão pelos

ensinamentos, pelo carisma, incentivo, flexibilidade, amizade e compreensão! Vocês são os

verdadeiros mestres.

Às minhas colegas de curso Magda Costa e Sabrinna Andrade, muito obrigada pela

parceria, amizade, companheirismo e companhia durante nossas estadias em Natal. Cada

momento presencial foi especial e curtido de forma singular. Foram importantes as nossas

trocas de conhecimentos e experiências, nossos momentos de descontração e conversas no

decorrer desse período. Vocês foram fundamentais e fortaleceram esse árduo caminho de

estudos. Nossa amizade permanecerá! Obrigada gurias!

E, ao colega Junior, obrigada por deixar-me inserida e informada a respeito do nosso

curso. Valeu amigo pelas trocas de experiências, de conhecimentos, pelo apoio e amizade.

A toda a minha equipe de trabalho da II Gerência Regional de Saúde de Cacoal, em

especial a minha eterna chefe Maria da Conceição de Luna e a enfermeira Inácia Moreno,

obrigada pelo incentivo em aprimorar-me, por acreditarem que juntas e fortalecidas

conseguiríamos melhorar a assistência materno-infantil da nossa rica região de saúde. Mesmo

distantes, permanecerão sempre em meu coração. Minha eterna gratidão.

A Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia, em especial aos Secretários de Saúde

Sr. Wiliams Pimentel e Dr. Luiz Eduardo Maiorquim, e a Diretora do DEOSAD Sra. Marta

Duarte, obrigada pelo apoio, incentivo e liberação das minhas atividades laborais durante os

períodos presenciais em Natal/RN.

A equipe da Secretaria Municipal de Saúde de Cacoal/RO, em especial ao Secretário

Municipal de Saúde Sr. Fabiano Amorin dos Santos, a coordenadora da Atenção Básica Sra.

Alaide Souza, e a coordenadora da Vigilância em Saúde Sra. Ivani Gromann: vocês foram

atores fundamentais nesse estudo. Gratidão pelo apoio, incentivo e por acreditar que juntos

poderíamos fazer mais pela saúde de nossas gestantes e de seus conceptos.

Aos enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde e do Centro de Saúde da Mulher

que participaram dessa intervenção. Sem a colaboração de cada um de vocês, não teríamos

viabilidade intervencionista que implicasse em resultados positivos. Obrigada pelo

compromisso e por compartilharem comigo o desejo de mudanças por uma saúde melhor.

Às minhas amigas, quase Cacoalenses, Ana Maria Albuquerque e Flavia Lelis, muito

obrigada pelo incentivo, amizade, apoio e a imensa ajuda no cuidado com minhas crianças

enquanto precisei ausentar-me nos períodos presenciais. Com certeza vocês deixaram meu

coração mais aliviado. Mesmo longe, nossa amizade sempre será fortalecida.

VIII

Às acadêmicas do curso de graduação da FACIMED Cyntia, Bruna, Adriana, Julya,

Joyce, Jessica e Caren, muito obrigada pela parceria responsável, pela amizade e pelo

compromisso nessa fase fundamental do projeto que vocês me auxiliaram. Tenho a certeza

que todo esse conhecimento que adquirimos juntas, levaremos para a vida profissional. Sigam

em frente meninas, busquem sempre o aprimoramento e a valorização do cuidado.

À Direção do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas, e ao Sr. Maicon

Piske e Sra. Samanta Madruga da Gerência de Ensino, obrigada pelo suporte técnico, apoio e

incentivo.

À minha amiga Mônica Dall’Agnol, te agradeço pela nossa amizade e parceria, por

ser minha segunda irmã. Mesmo distante, sempre muito presente em minha vida! Obrigada

pela força!!

À Coordenação do Mestrado PPGQualisaúde e aos professores que se fizeram

presentes nessa etapa de crescimento profissional: meu eterno agradecimento pelos

ensinamentos e pelas oportunidades.

Aos membros da Banca Examinadora por terem aceitado o convite e pela

contribuição na qualificação deste estudo.

Aos amigos rondonienses e gaúchos e familiares que estiveram presentes nessa fase

da minha vida e que contribuíram para esta construção e pela minha felicidade, minha infinita

gratidão.

IX

Não se gerencia o que não se mede,

não se mede o que não se define,

não se define o que não se entende,

não há sucesso no que não se gerencia.

William Edwards Deming

X

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 1

2- METODOLOGIA.............................................................................................................. 5

2.1 Caracterização do Estudo................................................................................................. 5

2.2- Aspectos Éticos................................................................................................................ 5

2.3- Contexto do Estudo......................................................................................................... 5

2.4- Intervenção....................................................................................................................... 6

2.5- Emprego dos critérios de qualidade e indicadores sentinela........................................... 8

2.6- Público alvo e amostras................................................................................................... 9

2.7- Coleta de dados............................................................................................................... 10

2.8- Estratégia de Intervenção de Melhoria............................................................................ 11

2.9- Análise dos dados............................................................................................................ 13

3- RESULTADOS.................................................................................................................. 14

3.1- Nível basal da qualidade de pré-natal.............................................................................. 14

3.2- Efeito do ciclo de melhoria da qualidade......................................................................... 14

3.3- Prioridades de Intervenção............................................................................................... 16

4- DISCUSSÃO...................................................................................................................... 18

5- CONCLUSÕES.................................................................................................................. 24

6- REFERÊNCIAS................................................................................................................ 26

ANEXO 1: Carta de Anuência do Secretário de Saúde Municipal de Cacoal/RO............... 31

XI

Lista de Tabelas

Tabela 1 Níveis da qualidade da 1ª avaliação e da 2ª avaliação após a

intervenção realizada e significação estatística da melhoria

identificada, Cacoal, RO, Brasil, 2015

15

XII

Lista de Figuras

Figura 1 Ciclo de melhoria da qualidade do pré-natal 7

XIII

Lista de Gráficos

Gráfico 1 Taxa de mortalidade perinatal e mortalidade neonatal precoce,

no município de Cacoal, RO, Brasil, no período de 2011 a 2015

16

Gráfico 2 Diagrama de Pareto: antes e depois da intervenção 17

XIV

Lista de Abreviaturas

AB Atenção Básica

EQU Exame Qualitativo de Urina

ESF Estratégia de Saúde da Família

IIGRS II Gerência Regional de Saúde de Cacoal

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

HEURO Hospital Estadual de Urgência de Rondônia

HRC Hospital Regional de Cacoal

ITU Infecção do Trato Urinário

LQAS Lot Quality Acceptance Sampling

MS Ministério da Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

PAISM Programa Atenção Integral a Saúde da Mulher

PHPN Programa de Humanização do Parto e Nascimento

PMAQ Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Primária a Saúde

SIM Sistema de Informação de Mortalidade

SINASC Sistema de Informação de Nascidos Vivos

UBSs Unidades Básicas de Saúde

XV

Resumo

Introdução: A infecção urinária na gestação é um agravo importante que pode prejudicar a

saúde do binômio mãe-filho e aumentar a morbimortalidade materna e neonatal. Desfechos

desfavoráveis da gestação relacionam-se às falhas na capacidade prevenção e resposta diante

de intercorrências do pré-natal, parto e puerpério. Atualmente, carecem estudos sobre

estratégias que fomentem a melhoria da qualidade do pré-natal e fortaleçam estratégias de

gestão pública para otimizar os processos de trabalho, melhorar a acessibilidade das mulheres

aos serviços que realizam pré-natal e, principalmente, qualificar a assistência no período

gestacional. Objetivo: Avaliar os efeitos de um ciclo de melhoria da qualidade em prevenção

e manejo das ITUs no pré-natal. Metodologia: Trata-se de um estudo de natureza

quantitativa, com delineamento quase-experimental, tipo antes e depois, sem grupo controle,

realizado em Cacoal/RO, entre 2015 e 2016. Aplicou-se um ciclo externo de melhoria da

qualidade, com avaliações de cinco critérios de qualidade e dois indicadores sentinela. Foram

realizadas duas avaliações, com temporalidade de três meses entre elas, e, entre elas, dois

monitoramentos tipo Lot Quality Acceptance Sampling – LQAS. Entre a primeira e a segunda

avaliação, aplicou-se uma intervenção participativa, planejada e norteada pelos resultados da

primeira avaliação. As amostras foram aleatórias, constituídas por 120 cartões de gestantes

compreendidas entre a 36ª e 42ª semana de gestação para avaliação dos critérios 1, 2, 3 e 4,

além dos dados de mortalidade perinatal, que foram coletados do Relatório de Gestão

Municipal. Com intuito de identificar o nível de qualidade, foi empregada a estimativa

pontual e intervalo de confiança (95%) do cumprimento dos critérios. E, visando a

comprovação da efetividade da intervenção, foram calculadas as melhorias absoluta e relativa

entre a primeira e a segunda avaliação, assim como a sua significação estatística com teste z

unilateral. Resultados: Na análise da melhoria da qualidade, observou-se que a maioria dos

critérios apresentaram significância estatística (p<0,001), entre a 1º e 2º avaliação, exceto o

critério 1 que apresentou um p acima do esperado. Já os critérios 1, 2 e 4 alcançaram um

percentual acima de 65% de cumprimento em ambas às amostras analisadas. Com relação ao

critério 5, pode-se inferir que em 10,8% da amostra analisada, constava registro de resultados

de exames qualitativo de urina e/ou urocultura alterados, e destas, 53% tinham registro de

tratamento adequado. A taxa mortalidade perinatal teve um declínio de 4,7% entre os anos de

2014 e 2015, e a taxa de mortalidade neonatal precoce diminuiu 3,23% entre os anos de 2013

e 2015. Conclusões: A metodologia empregada com o ciclo externo da melhoria da qualidade

colaborou no remodelamento dos processos assistenciais do pré-natal e, principalmente, na

integração entre as equipes assistenciais e as gestoras dos diferentes níveis de complexidade

trabalhadas, fortalecendo a cogestão e a coparticipação dos trabalhadores envolvidos

diretamente no cuidado às usuárias, nos processos de gerenciamento da saúde municipal.

Possibilitou, também, reflexões acerca dos fluxogramas vigentes, proporcionando seu

redesenho, o que refletiu na melhoria do acesso das gestantes aos serviços de saúde e à

qualidade assistencial.

Descritores: pré-natal, gestão da qualidade, mortalidade perinatal

XVI

Abstract

Introduction: Urinary tract infection in pregnancy is an important condition that can harm

the health of both, the mother and child and increase maternal and neonatal mortality.

Adverse pregnancy outcomes are related to failures in prevention and response capacity

before prenatal complications, childbirth and postpartum. Currently, the lack of studies on

strategies that promote improved quality of prenatal care and strengthen public management

strategies to optimize work processes, improve access of women to services that perform

prenatal and especially qualify the assistance during pregnancy. Objective: To evaluate the

effects of a quality improvement cycle in the prevention and management of UTI during

prenatal. Methodology: This is a quantitative study with partly completed experimental

design type before and after, no control group. An external cycle of quality improvement,

with evaluation of five criteria of quality and two sentinel indicators were applied. Two

evaluations were carried out, considering the time of three months between them, and two

monitoring type Lot Quality Acceptance Sampling - LQAS. Between the first and the second

evaluation, a participatory intervention, planned and guided by the first evaluation was

applied. Samples were random, consisting of 120 cards pregnant women between 36 and 42

for the assessment of the criteria 1, 2, 3 and 4, besides the perinatal mortality data were

collected from the Municipal Management Report. In order to identify the level of quality, it

was used the point estimate and confidence interval (95%) of compliance with the criteria.

Aiming to prove the effectiveness of the intervention, the Absolute and Relative

improvements were calculated between the first and second evaluation, as well as its

statistical significance with one-sided z test. Results: Multivariate analysis of quality

improvement, it was observed that most of the criteria of statistical significance (p<0.001),

except criterion 1 which showed a p above than expected. The criteria 1, 2 and 4 achieved a

percentage above 65% compliance in both the samples. With respect to criterion 5, it can be

inferred that 10.8% of the analyzed sample contained record examination results EQU and / or

altered urine culture, and of these 53% had adequate treatment record. Perinatal mortality rate

had a significant decline of 4.7% between 2014 and 2015, and early neonatal mortality rate

decreased by 3.23% between 2013 and 2015. Conclusion: The methodology used to improve

the quality of the external cycle collaborated in the remodeling of the care processes of

prenatal and especially in the integration between care teams and managers of different levels

of complexity worked, strengthening co-management and co-participation of workers

involved directly in care for users in the municipal health management processes. It has also

enabled reflections on the existing flowcharts, providing the redesign of the same as reflected

in improving access of pregnant women to health services and quality care.

Keywords: prenatal care, quality management, child mortality

XVII

APRESENTAÇÃO

O presente trabalho emergiu da minha inquietude, enquanto enfermeira obstetra, em

buscar melhorias na qualidade assistencial da Rede de Atenção à Saúde Materno-Infantil da II

Região de Saúde do estado de Rondônia. Ele fez parte de um conjunto de ações que

abrilhantaram os processos de trabalho da Atenção Básica do Município de Cacoal/RO, e

repercutiram em remodelamentos de atividades assistenciais e fluxogramas de trabalho

utilizados no pré-natal. Percebeu-se o Ciclo de Melhoria da Qualidade, empregado neste

estudo, como um modelo de gestão eficaz, que colaborou para a melhoria da atenção às

mulheres no ciclo gravídico, principalmente no tocante às infecções de trato urinário.

A estrutura do presente Trabalho de Conclusão de Mestrado, recomendado e

proposto pelo Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional Gestão da Qualidade em

Serviços de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPQualiSaúde/UFRN),

consiste em um artigo científico intitulado: “Gestão da qualidade na assistência do pré-

natal:atenção às infecções urinárias gestacionais”. Este corresponde a uma das etapas do

desenvolvimento do Trabalho de Conclusão do Mestrado e tem como objetivo avaliar os

efeitos de um ciclo de melhoria da qualidade, servindo como importante ferramenta de gestão

que pode contribuir com a melhoria da qualidade nos serviços de saúde.

1

GESTÃO DA QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA DO PRÉ-NATAL: ATENÇÃO ÀS

INFECÇÕES URINÁRIAS GESTACIONAIS

1- INTRODUÇÃO

A gestação é uma fase, permeada por inúmeras mudanças fisiológicas, psicológicas,

culturais e sociais, que repercutem em transformações significativas do contexto feminino. 1,2

É uma fase que necessita de ações assistenciais de saúde que possuam cunho de promoção da

saúde e proteção de agravos, com monitoramento eficiente e eficaz, de modo a proporcionar

melhoria na qualidade de vida para a mãe e seu concepto.3,4

Com este entendimento, o Ministério da Saúde (MS) brasileiro vem desenhando

estratégias para fortalecer e qualificar as ações assistenciais na gestação, entre elas, o

Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) e o Programa de Humanização

do Parto e Nascimento (PHPN) com vistas a normatizar as ações assistenciais para as

mulheres.2, 5

Ancorado no PHPN, o MS lançou a Rede Cegonha instituída pela Portaria nº 1.459,

de junho de 2011, uma rede que visa aprimorar e qualificar a linha de cuidado materno-

infantil no contexto das Redes de Atenção à Saúde. Consiste em uma rede de cuidados que

objetiva assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada na

gravidez, no parto e no puerpério. Para a criança, garante o direito ao nascimento seguro,

crescimento e desenvolvimento saudáveis.6

Um dos princípios que rege a Rede Cegonha é o pré-natal, foco deste estudo. A

assistência ao pré-natal é assegurada mediante acessibilidade da usuária ao sistema de saúde,

em todos os níveis assistenciais de saúde que requerem a atenção obstétrica, bem como a

integralidade do cuidado específico do ciclo gravídico e puerperal. Fomenta a organização do

processo de trabalho dos serviços de saúde, nos aspectos do planejamento ao

acompanhamento da gravidez e de suas possíveis intercorrências.6, 7, 8, 9

É de responsabilidade dos municípios, desenhar e implantar estratégias para garantir

o início precoce do cuidado pré-natal, incluindo a periodicidade das consultas, ações de

promoção da saúde e prevenção de agravos por meio de uma rede de saúde integrada e

efetiva.4

2

Dentre as possíveis fragilidades a serem observadas e que dificultam um pré-natal de

excelência, encontram-se a precariedade da acessibilidade das usuárias aos serviços de pré-

natal, a baixa qualidade da assistência, as elevadas taxas de mortalidade materna e perinatal,

além da falta de orientações às gestantes, principalmente no que tange aos aspectos

relacionados ao parto e nascimento.10

Ainda, as baixas taxas de captação precoce e o

reduzido número de consultas contribuem para complicações e aumento da morbimortalidade

materna e perinatal. A carência de profissionais qualificados e a precária infraestrutura dos

serviços que realizam pré-natal comprometem a qualidade de vida das gestantes e seus

conceptos, expondo-os a riscos evitáveis. 11

Os agravos frequentes que acometem as gestantes durante o pré-natal merecem

atenção especial pelas equipes de saúde, principalmente da Atenção Básica (AB); destacam-se

as infecções do trato urinário (ITU), que estão presentes em cerca de 20% das gestações. As

ITUs caracterizam-se como bacteriúria assintomática, cistite e pielonefrite, e podem ser

diagnosticadas com exame simples de urina e urocultura.8,12

A bacteriúria assintomática caracteriza-se pela presença de bactérias na urina, porém

sem manifestação clínica. Já a cistite pode apresentar como sintomas a disúria, polaciúria,

urgência miccional, dor retropúbica, suprapúbica e abdominal, com menor frequência de

hematúria. A pielonefrite, tipologia mais grave das infecções de trato urinário, caracteriza-se

pelo agravamento do estado geral e presença dos seguintes sintomas: febre, calafrios, cefaleia,

vômitos, hipersensibilidade do ângulo costo-vertebral; e pode associar-se a desidratação,

comprometimento da função renal, hemólise, anemia, choque séptico, prematuridade e

infecção feto-anexial e puerperal.9

A ITU, quando não tratada adequadamente e em tempo oportuno, pode gerar

complicações perinatais importantes, como amnionite, ruptura prematura de membranas

amnióticas, restrição de crescimento intraútero, trabalho de parto e parto pré-termo, baixo

peso do neonato e óbito perinatal. No tocante às complicações maternas, a ITU pode

ocasionar bacteremia, choque séptico, anemia, desidratação, vômitos, náuseas, e complicações

locais como obstrução renal e abscesso renal ou perineal, insuficiência renal, insuficiência

respiratória aguda decorrente do aumento da permeabilidade da membrana alveólo-capilar

resultando em edema pulmonar. Além das alterações já citadas, estudos apontam a infecção

urinária como um dos fatores relacionados à pré-eclampsia na gestação, porém, ainda com

mecanismo causador desconhecido.9, 13,14

3

Assim, a falta de diagnóstico adequado da ITU e do tratamento em tempo oportuno,

pode implicar no aumento das comorbidades maternas e neonatais, além de colaborar para a

saturação de leitos hospitalares obstétricos e neonatais do sistema de saúde público e,

consequentemente, aumentar os gastos públicos destinados à assistência à saúde em seus

níveis de complexidade. Somam-se como fatores complicadores deste panorama, os aspectos

psicossociais e familiares que abarcam as comorbidades do binômio mãe e filho no ciclo

gravídico puerperal.

Com o intuito de qualificar a assistência do pré-natal, e, com isso, diminuir a

morbimortalidade materna e infantil, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs, como

um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a melhoria da saúde materna e neonatal,

bem como a redução da mortalidade dessa população vulnerável. Dentre as estratégias

desenhadas para o cumprimento dos objetivos, está em destaque o fortalecimento da gestão

dos serviços de saúde.15

Na perspectiva de qualificar a atenção à saúde, os programas de gestão da qualidade

oportunizam um conjunto de elementos estruturados com atividades que objetivam a melhoria

contínua da qualidade dos serviços, entre os quais estão os ciclos de melhoria da qualidade.16

Estes podem ser utilizados para fortalecer as funções gestoras, contribuindo para a detecção

de problemas ou oportunidades, com vistas a solucioná-los e/ou melhorá-los.17

Além disso,

têm aplicabilidade em diferentes locais e produzem saberes acerca da implantação e dos

resultados que vão além do contexto em que se originam.18

Os ciclos externos de melhoria da qualidade apresentam uma série de dificuldades

para serem realizados, principalmente pelo fato de a avaliação partir de um órgão externo, não

ligado diretamente às ações a que se propõem. Ainda podem oportunizar a resolutividade

frente aos problemas identificados e suas respostas serão otimizadas quando se integralizem

todos os agentes envolvidos na ação. Assim, percebe-o como instrumento ativo de construção,

apontando articulações necessárias entre objetos, tipologias e contextos.19

No sistema de saúde público brasileiro, mesmo presentes, ainda são pouco

empregadas às avaliações externas dos programas de saúde desenhados para o

desenvolvimento da saúde da população. A literatura científica brasileira ainda é escassa em

relação à aplicabilidade dos ciclos de melhoria da qualidade que avaliem e proponham

estratégias intervencionistas para aprimorar e elevar os níveis das práticas de saúde vigentes.

Hoje, existem fragilidades quanto aos conhecimentos acerca destas estratégias sustentadoras

4

que fomentem a melhoria da qualidade da Atenção Primária à Saúde, principalmente no que

tange à gestão do sistema de saúde.

Dentre as estratégias gestoras empregadas atualmente pelo MS brasileiro que buscam

melhorar as ações de promoção e prevenção das comorbidades, o Programa Nacional de

Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Primária à Saúde (PMAQ) tem se destacado e

colaborado no progresso da melhoria das ações desenvolvidas no nível primário de saúde. No

entanto, os indicadores norteadores deste programa que avaliam os processos assistenciais na

saúde da mulher no ciclo gravídico apresentam-se de forma simplificada. Contudo, provocam

o remodelamento das ações no nível primário de saúde, mas com foco exclusivamente

quantitativo, voltados para a captação precoce, proporção de gestantes cadastradas, número

de consultas/mês realizadas, imunização gestacional, número de visitas domiciliares e razão

dos exames citopatológicos na gestação.20

O PMAQ não apresenta estratégias de avaliação qualitativa da assistência

gestacional, além de não direcionar ações de cuidado na atenção às infecções urinárias nas

gestantes. Uma avaliação qualitativa pode permitir visualizar as inúmeras lacunas que

implicam diretamente nas fragilidades assistenciais do pré-natal, além de fomentar a

necessidade de estudos avaliativos visando melhorar a atenção à saúde materna e infantil, no

seu nível primário.

Diante do contexto apresentado, este estudo teve por objetivo geral avaliar os efeitos

de um ciclo de melhoria da qualidade na prevenção e manejo das infecções urinárias no pré-

natal. Seus objetivos específicos foram: (1) Descrever o nível de qualidade da prevenção e

manejo das infecções urinárias no pré-natal; (2) Testar o efeito de um ciclo de melhoria da

qualidade para aprimorar os processos e resultados; (3) Identificar fragilidades que devem ser

objeto de intervenção após o ciclo.

Este artigo está organizado contemplando os seguintes itens, além desta introdução:

metodologia, resultados, discussão focada na melhoria da qualidade da atenção do pré-natal e

conclusão.

5

2- METODOLOGIA

2.1- Caracterização do Estudo

Trata-se de um estudo de natureza quantitativa, com delineamento quase

experimental, tipo antes-depois, sem grupo controle.

2.2- Aspectos Éticos

Este projeto de intervenção seguiu os aspectos éticos relativos de acordo com a

Resolução 466/12. A carta de anuência por dada pelo secretário municipal de saúde do

município de Cacoal/RO, que emitiu parecer favorável à realização deste estudo (ANEXO 1).

Para a coleta de dados, utilizaram-se, exclusivamente, dados secundários oriundos

das variáveis dos registros dispostos nos cartões das gestantes. Para garantia do critério de

anonimato das mulheres, foi digitalizada somente a parte dos registros das solicitações e

resultados de exames, idade gestacional e as anotações observacionais dos profissionais,

excluindo-se a frente dos cartões onde constavam os dados de identificação da gestante.

2.3- Contexto de Estudo

O presente estudo foi realizado em Cacoal/RO, município da Amazônia Legal

Brasileira, pólo da Região de Saúde do Café do estado de Rondônia e da II Macrorregião do

estado. Possui 79.330 habitantes (Censo 2010) e, destes, 50,1% pertencem ao sexo feminino,

que, na sua maioria, está inserida no setor produtivo de serviços da cidade.

O município de Cacoal apresenta uma área territorial de 3.792,81 km2 e localiza-se

na região centro-sul do Estado, distante cerca de 480km da capital rondoniense. Possui Índice

de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,71, e as principais atividades econômicas são

agropecuária, comércio e indústria. Consolida-se como um município polo no setor de

serviços e na saúde.

Na saúde, Cacoal é município com gestão plena no sistema de saúde com 71% de

cobertura da Estratégia de Saúde da Família nos anos de 2015 e 2016, cujas equipes estão

distribuídas em oito UBSs. O setor público, além da atenção à saúde no nível primário,

administrado pela gestão municipal, dispõe de um Hospital de pequeno porte, que presta

6

serviços de pronto-socorro pediátrico e obstétrico, além de internação obstétrica clinica e

cirúrgica e pediátrica.

O município possui, sob responsabilidade da gestão estadual, o Hospital Estadual de

Urgência e Emergência (HEURO), com serviços de pronto-socorro e com cerca de 110 leitos

internação, distribuídos entre clinica médica, traumato-ortopedia, cirúrgica, cardiologia,

oncologia e neurologia, e o Hospital Regional de Cacoal (HRC), instituição com leitos

regulados pelo Complexo Regulador Estadual, sendo referência para os atendimentos de alta

complexidade. Ambas as instituições estaduais são referência para os munícipes da II

Macrorregião estadual de Rondônia, mas não possuem atendimentos obstétricos e neonatais.

Estes, no tocante à alta complexidade e assistência de alto risco, são referenciados ao único

centro de referência hospitalar obstétrico e neonatal na capital do estado.

Assim, o município de Cacoal/RO caracteriza-se em uma região com vazios

assistenciais, principalmente na área materno-infantil e centralidade dos serviços de alta

complexidade na capital do estado, desprovendo o interior de capacidade resolutiva diante dos

casos de maior gravidade. Esta característica colabora para a elevação dos índices de

morbimortalidade materna e neonatal daquela localidade.

2.4- Intervenção

O presente estudo teve o propósito de avaliar os efeitos de um ciclo de melhoria da

qualidade na prevenção e manejo das ITUs no pré-natal, conforme desenho disposto na Figura

1. Este método de trabalho faz parte das atividades propostas pelos Programas de Gestão da

Qualidade que visam desenvolver e aprimorar a efetividade, a eficiência e a satisfação dos

principais atores na assistência à saúde, devendo ser um processo consciente e quantificável

com vistas a excelência dos serviços.16

Considera-se um ciclo de cunho externo, por ter emergido como uma estratégia

proposta pela II Gerência Regional de Saúde do estado de Rondônia (IIGRS),

representatividade regional da Secretaria de Estado da Saúde, para qualificar a assistência

materno-infantil da região.

7

Figura 1- Ciclo de melhoria da qualidade do pré-natal

Figura adaptada de Saturno, 2008.

A oportunidade de melhoria emergiu de uma pré-análise de técnicos da IIGRS de

Rondônia acerca das principais causas de mortalidade perinatal e neonatal do município pólo

dessa região de saúde, cujos dados foram disponibilizados pelo Comitê de Mortalidade

Materno-Infantil do município e fazem parte do monitoramento da Rede Cegonha Regional.

A identificação da oportunidade proposta pela Coordenação Regional da Rede

Cegonha da IIGRS foi construída de forma participativa e conjunta com um grupo de

trabalho, composto por enfermeiros das Unidades Básicas e Especializadas de Saúde,

coordenadores da atenção básica e da vigilância em saúde do município e coordenadores

regionais da Rede Cegonha e da Atenção Básica da IIGRS.

Empregando a técnica do grupo nominal, elencou-se uma listagem de problemas,

cujas estratégias para enfrentamento foram escolhidas por meio da matriz de priorização,

baseada em quesitos de frequência, riscos e custos. Consensualmente, identificou-se como

oportunidade de melhoria a qualificação dos processos de trabalho na assistência às gestantes

acometidas por infecções do trato urinário, por ser a principal causa de mortalidade perinatal e

neonatal do município de Cacoal, além de possibilitar maior governabilidade da equipe de

trabalho no redesenho dos processos de trabalho vigentes.21

Identificação da oportunidade de

melhoria

Análise do Problema

Elaboração de Critérios de Qualidade

2º LQAS

Planejamento do estudo para

avaliar a qualidade

Implementação da Intervenção

Planejamento da Intervenção

1º LQAS

Coleta, análise e discussão sobre os

dados para avaliar o nível da qualidade

Reavaliação do nível de qualidade

CICLO DE

MELHORIA DA

QUALIDADE DO

PRÉ-NATAL

8

Para aplicabilidade do ciclo externo de melhoria foram feitos a primeira avaliação do

nível de qualidade, baseada na construção e aplicação de critérios de qualidade da assistência

de pré-natal propostos pelo MS, o planejamento da intervenção e duas atividades de

monitoramento por amostragens de lotes, denominados LQAS- Lot Quality Acceptance

Sampling. Posteriormente, realizou-se uma reavaliação para análise do cumprimento dos

critérios previamente estabelecidos como padrões de qualidade. Esses monitoramentos

possibilitaram a tomada de decisões baseada em amostras pequenas, para comparar com uma

estimação do nível de qualidade do padrão desejado.22

O ciclo foi desenvolvido num período de 12 meses e envolveu as instituições

municipais de assistência à saúde do nível primário e secundário que ofertam assistência de

pré-natal de risco habitual e de alto risco, de acordo com as demandas programadas e

espontâneas de cada serviço.

2.5- Emprego dos critérios de qualidade e indicadores sentinela

Critérios de qualidade são definidos como parâmetros ou instrumentos empregados

para medir a presença, a ausência ou os diversos níveis de qualidade, além de ser um objetivo

que se almeja no decorrer das atividades da gestão de melhoria da qualidade. Emergem da

reflexão acerca dos requisitos dos diferentes serviços para que estejam de acordo com as

necessidades e expectativas dos seus receptores.23

Os critérios empregados neste estudo foram selecionados a partir das recomendações

do MS para a assistência de pré-natal de risco habitual e de alto risco. Foram adaptados às

realidades do município e tornaram-se indicadores de qualidade de atenção na gestação. As

validades de face, de conteúdo e de critério foram asseguradas em todos esses critérios. Além,

calculou-se o índice de Kappa, cujos valores aceitos para cada critério avaliado foi de >0,6.

Para a análise dos dados, o índice de concordância empregado foi de 95%. As

avaliações dos cumprimentos dos critérios foram feitas por colaboradores externos à rede

pública de saúde municipal que tinham experiência profissional na atenção obstétrica. Estas

avaliações foram independentes e realizadas às cegas, anteriormente ao fechamento da

análise.

Concomitantemente a empregabilidade dos critérios de qualidade, optou-se pela

inclusão de indicadores sentinela (taxas de mortalidade perinatal e neonatal precoce) para

9

identificar os problemas que precisam ser avaliados. Esses indicadores são caracterizados

como critérios especiais, que resumem ao máximo a qualidade que se quer monitorar.24

Nesse sentido, como forma de avaliação e monitoramento da melhoria de qualidade,

incluiu-se como indicador a taxa de mortalidade perinatal, cujo período de análise foi nos

anos entre 2011 e 2014, e 2015, pré e pós-intervenção, respectivamente.

Segundo o MS, mortalidade perinatal, que compreende os óbitos fetais e neonatais

precoces, tem sido recomendada como o indicador mais apropriado para a análise da

assistência obstétrica e neonatal e utilizada nos serviços de saúde, de modo a espelhar o

problema e propiciar a identificação das ações de cunho preventivo para o alcance de ganhos

mútuos na redução da morte fetal e neonatal precoce evitável.25

2.6- Público alvo e amostras

Este estudo teve como população gestantes no último trimestre, com idades

gestacionais compreendidas entre a 36ª e a 42ª semana, que realizaram todo o pré-natal nos

serviços de saúde de nível primário e secundário no município de Cacoal, localizado no

interior do estado de Rondônia.

O tipo de amostragem, escolhido para todos os critérios, foi aleatória simples,

garantindo a representatividade da amostra.

Para a concretude do ciclo de melhoria da qualidade foram realizadas quatro

avaliações, sendo duas com estimativa tradicional e duas com avaliações rápidas do padrão

tipo LQAS.

As estimativas tradicionais foram realizadas com amostras de 120 casos para a

avaliação do cumprimento dos critérios de 1 ao 4. Para o critério 5, a amostra foi extraída do

total dos 120 casos, cujos registros indicavam EQU e urocultura sugestivos de ITU, e a

conduta terapêutica foi adotada mediante o apontamento daqueles resultados.

No tocante às avaliações rápidas com LQAS o tamanho das amostras e número de

decisão para conclusões foram calculados com base em 5% (erro α= 5%) de falsos positivos e

10% (erro β = 10%) de falsos negativos na identificação de situações problema. Assim, a

amostra foi de 17 casos, sendo aceito o lote quando da presença de 12 casos de cumprimento

dos critérios.

10

2.7- Coleta de dados

Para a avaliação do cumprimento dos critérios, os dados foram coletados por meio

dos cartões das gestantes que faziam pré-natal exclusivamente na rede pública.26, 27

Esses

cartões foram digitalizados e armazenados no banco de dados para posterior análise. Já os

dados referentes aos indicadores sentinela foram coletados do Relatório de Gestão Municipal

de Cacoal/RO, relativo ao último quadrimestre de 2015.

Os cartões de gestantes são considerados um veículo de transmissão de dados que

pode permitir a comunicação entre os serviços que compõem a rede de atenção à saúde do

binômio mãe-filho. É imprescindível que este documento seja preenchido corretamente, com

rigor técnico e com o máximo de informações acerca das ações realizadas durante o pré-natal,

evitando que, no momento do nascimento, procedimentos, exames, e outras intercorrências,

que possam afetar a gestante e o bebê, sejam negligenciados ou repetidos desnecessariamente.

28, 29, 30

As gestantes foram identificadas nas UBSs e no Centro de Saúde da Mulher do

município de Cacoal nos livros de registros de pré-natal, preenchidos pelos enfermeiros das

unidades, onde ficavam cadastradas todas as gestantes em acompanhamento gestacional. As

gestantes selecionadas foram as com idade gestacional dentro do intervalo da 36ª a 42ª

semana gestacional, a contar da data da última menstruação (DUM). No caso de DUM

ignorada, foi calculada a idade gestacional pela primeira ultrassonografia obstétrica realizada.

Do total de gestantes identificadas foi selecionado, de forma aleatória simples, o total de

gestantes.

Os dados para avaliação da taxa de mortalidade perinatal e neonatal precoce foram

obtidos nos Sistemas de Informação sobre Mortalidade (SIM) e de Nascidos Vivos

(SINASC), e dispostos no Relatório Final de Gestão Municipal do ano de 2015.31

A coleta de dados foi realizada na Secretaria Municipal de Saúde de Cacoal e nos

serviços que realizam pré-natal e atendem às intercorrências obstétricas, parto e nascimento

na rede pública municipal de Cacoal. Foi efetivada nos seguintes períodos: a primeira

avaliação foi nos meses de maio, junho e julho de 2015 e a segunda nos meses de novembro e

dezembro de 2015 e janeiro de 2016. As amostras dos ciclos de monitoramento – LQAS -

foram captadas nos meses de setembro e outubro de 2015.

Os dados foram coletados pela pesquisadora em conjunto com um grupo de

graduandas que cursavam a disciplina de Saúde da Mulher, de um curso de Enfermagem de

11

uma faculdade do município e que foram previamente treinadas pela pesquisadora

responsável pelo estudo.

2.8 – Estratégia de Intervenção de Melhoria

O planejamento das intervenções propostas por programas de gestão da qualidade

baseia-se na análise e discussão de resultados de avaliações de serviços; essas intervenções

devem empregar métodos estruturados para garantir a participação dos envolvidos no

problema e realizar acompanhamento da implantação das estratégias de melhorias. As

intervenções se tornam mais efetivas quando alicerçadas em dados e planejadas com a

participação de todos os responsáveis em colocá-las em prática.32

Neste sentido, o planejamento, corroborando com as demais atividades propostas

pela estratégia do ciclo de melhoria, foi realizado de forma participativa, com o mesmo grupo

técnico citado no item 2.4, que identificou a oportunidade de melhoria e deu seguimento às

atividades que foram surgindo no decorrer da implementação das ações.

Seguindo a linha de trabalho proposta, para planejar a intervenção empregou-se o

diagrama de afinidades que é uma técnica de grupo utilizada para coletar, ordenar e converter

em plano de ação todas as ideias do grupo encarregado de melhorar o problema avaliado.32

Inicialmente, empregou-se a técnica de geração de ideias, cujas demandas surgiram em

resposta ao seguinte questionamento: “O que devemos fazer para melhorar a assistência às

gestantes portadoras de ITU, visando à prevenção e cura dessa doença?”. Posteriormente, os

dados foram agrupados em categorias, e em cada uma delas foram descritas as ações previstas

para melhorar o problema de qualidade que é foco deste estudo.

Categoria 1 – Gestão: dentre as ações que foram desenvolvidas pela equipe de

trabalho destacam-se: elaboração do protocolo de atenção às gestantes acometidas por ITU,

construído pelo grupo de enfermeiros que conduziu a intervenção e validado por profissionais

médicos e enfermeiros que trabalham com obstetrícia; posteriormente, o documento foi

aprovado no Conselho Municipal de Saúde. Também foram realizadas reuniões sistemáticas

com atores responsáveis pela gestão municipal, assessorados pela equipe da IIGRS, com

objetivo de reorganizar o fluxo assistencial das gestantes, melhorar a acessibilidade dessa

população as ações e procedimentos de cobertura do pré-natal e à oferta de exames conforme

rotinas preconizadas pelo MS. Redistribuíram-se as cotas de exames de urocultura e EQU

entre as UBSs, desenharam-se estratégias de otimização de cotas e redução de custos desses

12

exames, traçaram-se táticas para identificação de alteração de resultados de exames e busca

ativa das gestantes para tratamento em tempo oportuno; realizou-se planejamento para prover

materiais e insumos em quantidade suficiente para suprir as demandas das unidades de saúde

dos três níveis de atenção; melhorou-se a acessibilidade e resolutividade dos atendimentos,

principalmente no Centro de Especialidades no atendimento às gestantes de alto risco, com

aumento da oferta de consultas; elaboraram-se estratégias eficazes para a criação de grupos de

gestantes nas UBSs que ainda não realizavam esse tipo de atividade e fortaleceram-se as que

já realizavam, propondo a incorporação, junto as ações municipais, dos outros grupos de

gestantes que eram coordenados pela Pastoral da Criança no município.

Categoria 2 - Capacitações: foram realizadas capacitações para médicos e

enfermeiros da Rede Primária e Secundária Municipal, com a seguinte temática: a)

Atendimento às gestantes acometidas por infecções do trato urinário, de acordo com o

protocolo criado, com intuito de uniformizar a assistência prestada. Carga horária: 4h. b)

Interpretação e Orientações acerca da coleta de exames laboratoriais de rotina do pré-natal.

Carga horária: 4h. Participaram dessas atividades educativas 16 enfermeiros, 16 médicos e 4

odontólogos correspondendo a 80% do total de profissionais de nível superior cadastrados na

Estratégia de Saúde da Família (ESF) no mês de agosto de 2015. Também foi realizada uma

oficina com os agentes comunitários de saúde (89) participantes, correspondendo a 70% da

equipe para trabalhar assuntos relacionados à importância da captação precoce para o início

do pré-natal, o cumprimento das rotinas de consulta de pré-natal, oferta de informações para

busca ativa das gestantes que apresentam fatores de risco para agravos obstétricos e neonatais

e sintomatologia sugestiva de infecção do trato urinário, com objetivo de captar e cuidar, em

tempo oportuno, minimizando prejuízos ao binômio mãe/filho. Nesta categoria, a IIGRS

imbuída na missão de melhorar a qualidade assistencial regional, durante encontro com

médicos que fazem parte do Programa Mais Médicos, de iniciativa do Governo Federal,

capacitou todos os profissionais da atenção básica regional no preenchimento dos novos

cartões das gestantes, reforçando a necessidade e a importância do preenchimento correto

deste documento, bem como do cumprimento das rotinas e condutas de pré-natal,

preconizadas pelo MS.

Categoria 3 - Usuárias: foram fortalecidas, junto aos profissionais estratégias de

serviço que fomentem a corresponsabilidade das usuárias na busca da qualidade das ações de

pré-natal.

13

Posteriormente ao desenho das ações a serem implementadas, e de modo a

acompanhar e supervisionar a execução das ações no decorrer dos meses de julho e agosto de

2015, foi construído o diagrama de Gantt que representa a sequencia temporal correta das

atividades do plano de ação.32

Com objetivo de tornar a intervenção mais efetiva, o grupo técnico reunia-se

sistematicamente para discutir, avaliar pontos positivos e negativos e desenhar estratégias de

melhorias de acordo com as necessidades levantadas, dando feedback das ações

implementadas. As reuniões serviram, também, para motivar os profissionais e permitir

governabilidade e liderança nos processos que estavam sendo remodelados e qualificados.

2.9- Análise dos dados

A análise dos dados seguiu o preconizado pelos programas de gestão da qualidade.

Foram avaliadas variáveis dicotômicas dos critérios de qualidade. Para a avaliação e

reavaliação, realizou-se o cálculo de estimativa pontual com um intervalo (95% de confiança)

do nível de cumprimento dos critérios nas amostras aleatórias selecionadas, com cálculo das

melhorias absoluta e relativa de cada critério de qualidade. E, com o intuito de comprovar a

significância estatística da melhoria identificada, realizou-se um teste de hipótese unilateral,

pelo cálculo do valor de z, considerando como nula a hipótese nula a ausência de melhoria,

que se rejeitava quando o p-valor fosse inferior a 0,05.33

Para apresentação dos resultados da avaliação dos critérios de qualidade, foram

elaborados gráficos, com os principais defeitos de qualidade identificados nas duas

avaliações, e explanados em um gráfico de Pareto antes e depois das avaliações. Este, consiste

em uma análise gráfica da melhoria e dos defeitos que precisam ser ajustados, sendo uma

importante ferramenta de visualização das prioridades de intervenção. Oportuniza, também, a

identificação dos principais problemas de qualidade e a comparabilidade entre os não

cumprimentos dos critérios avaliados.33,34

Foi uma ferramenta empregada para auxiliar na

continuidade do ciclo externo de melhoria da qualidade.

Os indicadores de qualidade utilizados para avaliar dados de mortalidade foram

explanados mediante gráficos de linhas, de modo a permitir uma melhor visibilidade dos

benefícios do ciclo de melhoria externo aplicado.

14

3- RESULTADOS

3.1- Nível basal de qualidade de pré-natal

Durante a primeira avaliação da qualidade do pré-natal observou-se uma fragilidade

no cumprimento da maioria dos critérios de qualidade desenhados para este estudo, conforme

resultados descritos na Tabela 1. O MS preconiza o rastreio das ITUs gestacionais no primeiro

e terceiro trimestres a todas as gestantes, fomentando a melhoria da assistência com o

diagnóstico precoce e o tratamento em tempo oportuno.9

Dentre as principais lacunas visualizadas neste estudo, observou-se a menor

proporção do cumprimento dos critérios na realização dos exames de urocultura (17%),

seguidos da conduta terapêutica mediante resultados sugestivos de ITU gestacional (38%),

dos exames de EQU (65%), e da captação precoce (79%). O critério da realização da consulta

teve cumprimento de 89%, sendo o melhor desempenho perante os resultados avaliados.

3.2- Efeito do ciclo de melhoria da qualidade

Na análise da melhoria da qualidade, observou-se que a maioria dos critérios

apresentaram significância estatística (p<0,001), exceto o critério 1 que apresentou um p

acima do esperado. Por meio dos resultados dispostos na Tabela 1, que retratam a melhoria

absoluta, relativa e a significação estatística, visualizam-se os níveis do cumprimento dos

critérios de melhoria da qualidade do pré-natal. Os critérios 1, 2 e 4 alcançaram um percentual

acima de 71% nos seus cumprimentos.

Com relação ao critério 5, pode-se inferir que em 10,8% da amostra analisada,

constava registro de resultados de exames de EQU e/ou urocultura alterados, e destas, 53%

tinham registro de tratamento adequado. Dentre os critérios avaliados, pode-se evidenciar que

os registros, com relação às ações assistenciais e terapêuticas, no tocante às ITUs

gestacionais, estas tiveram melhoria absoluta significativa (33%), destacando-se diante dos

demais parâmetros avaliados.

15

Tabela 1 – Níveis da qualidade da 1ª avaliação e da 2ª avaliação após a intervenção realizada e significação estatística da melhoria

identificada, Cacoal, RO, Brasil, 2015

Cumprimento

1ª avaliação

(%)

LQAS

1ª avaliação

LQAS

2ª avaliação

Cumprimento

2ª avaliação

(%)

Melhoria

Absoluta

Melhoria

Relativa

Nível de

Significância

Estatística

Critério p1 (IC 95%) - - p2 (IC 95%) p2-p1 p2-p1

1-p1

C1 79 (± 7,2)

(n=120) Sim

(n=17)

Sim (n=17)

83 (±6,7)

(n=120) 4 19,04 NS

C2 65 (±8,5)

(n=120) Não

(n=17) Sim

(n=17) 89 (±5,6)

(n=120) 24 68,57 <0,001

C3 17 (±7,0)

(n=120) Não

(n=17) Não

(n=17) 47 (±8,9)

(n=120) 30 34,56 <0,001

C4 89 (±5,6)

(n=120) Sim

(n=17) Sim(n=17)

98 (±2,5)

(n=120) 9 81,81 <0,001

C5 38 (±0,27)

(n=13) Não avaliado Não avaliado

71 (±0,34) (n=7)

33 53,22 <0,001

C1- As gestantes devem iniciar o pré-natal antes da 12ª semana gestacional; C2- As gestantes devem realizar exame de urina tipo I no terceiro

trimestre do pré-natal; C3- As gestantes devem realizar urocultura no terceiro trimestre do pré-natal; C4- As gestantes devem ter seus exames de

urina avaliados na consulta subsequente àquela em que seja feita sua solicitação, conforme as rotinas de consultas de pré-natal, realizadas de

acordo com a idade gestacional. C5-As gestantes com urina tipo I com leucocitúria e/ou urocultura positiva devem ser adequadamente tratadas na

Unidade Básica de Saúde e/ou encaminhadas para o serviço de referência para o pré-natal de alto risco.

16

Nas avaliações rápidas, sistematizadas pelo LQAS, que monitoraram de forma breve

a intervenção no tocante aos critérios 1 a 4, somente a captação precoce e a realização da

consulta de pré-natal tiveram seus lotes aceitos, na primeira avaliação. Na segunda avaliação

rápida, somente a realização do exame de urocultura não atingiu o quantitativo desejado, que

era de 12 cumprimentos para o aceite do lote analisado.

Gráfico 1- Taxa de mortalidade perinatal e neonatal precoce no município de Cacoal,

RO, Brasil, no período de 2011 a 2015

Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade, Cacoal, RO, Brasil

Por meio das informações contidas no Gráfico I, pode-se afirmar que, em

comparação com anos anteriores, a partir de 2013, ano implantação da Rede Cegonha

município, houve um declínio de 4,7 pontos percentuais na taxa de mortalidade perinatal, e na

mortalidade neonatal precoce, observa-se um declínio de 3,23, ambas a cada 1.000 nascidos

vivos.

3.3- Prioridades de Intervenção

As prioridades de intervenção foram representadas por meio do diagrama de Pareto

antes e depois, representado no Gráfico 2. Ele apresenta a frequência dos não cumprimentos

dos critérios avaliados, na primeira e na segunda avaliação, do maior ao menor número das

inconformidades, além da curva de frequência acumulada. Objetiva apontar os defeitos de

qualidade, permitindo uma melhor compreensão das prioridades intervencionistas planejadas

para este estudo, além de dar visibilidade gráfica às melhorias atingidas com a intervenção.

5,36 6,66

10,97 9,18

7,74

15,25 15,71

22,72 22

17,93

0

10

20

30

40

2011 2012 2013 2014 2015

Taxa Mortalidade Perinatal

Taxa de Mortalidade Neonatal Precoce

17

Grafico 2- Diagrama de Pareto: antes e depois da intervenção

Os dados dispostos no Gráfico 2 de diagrama de Pareto, observados na primeira

avaliação, nortearam o planejamento da intervenção, que, dentre os problemas de qualidade

“pouco vitais”, os critérios 3 e 2 foram os priorizados no desenho das estratégias de

melhorias. Estes critérios representam mais de 50% das não conformidades na execução das

ações de pré-natal.

Já na reavaliação, visualiza-se melhoria na conformidade dos quatro critérios

avaliados. Porém, o critério 3 continua com mais de 50% de não cumprimentos, sendo notória

a necessidade de aprimoramento dos processos de trabalho vigentes para melhorar as não

conformidades no cumprimento deste critério.

MELHORIA 1º Avaliação 2º Avaliação

18

4- DISCUSSÃO

Frente aos dados apontados pelo nivelamento basal e às técnicas empregadas para o

planejamento da intervenção, observou-se que os resultados poderiam estar, hipoteticamente,

relacionados aos processos de trabalho vigentes na rede básica do município e à falta de

uniformização da assistência às gestantes com ITU. Outra inferência possível para justificar

estes resultados seria o desconhecimento dos profissionais frente ao fluxograma de realização

dos exames de EQU e urocultura que foram os principais fatores de impulsão para as

atividades intervencionistas e que nortearam as estratégias propostas.

Diante do objetivo da melhoria da qualidade do pré-natal proposto e norteado pelo

ciclo de melhoria, pode-se inferir que a captação precoce (C1), apesar de ser um critério que

precisa ser melhorado, já apresentava, desde a primeira avaliação, uma proporção de

cumprimentos dentro da média nacional (79%), e de acordo com os indicadores que norteiam

o PMAQ nacional.20

Apesar desta constatação, optou-se por mantê-lo dentro do contexto

intervencionista de melhoria para aumentar o número de gestantes que iniciam seu pré-natal

em tempo oportuno. Ainda, a captação precoce não atingiu um nível de significância

estatística (p<0,001), porém teve, após a intervenção, uma melhoria absoluta de 4%, o que

colabora na ampliação do acesso e do número de consultas de pré-natal conforme preconizado

pelo MS.

Acredita-se que a captação precoce está intrinsecamente relacionada à acessibilidade

das gestantes aos serviços que realizam pré-natal. É preciso fortalecer estratégias que

oportunizem às mulheres a realização dos testes rápidos de gravidez nas UBSs, pois apesar de

esta prerrogativa ser preconizada pela Rede Cegonha, ainda não é uma prática efetivada no

nível primário do município no período estudado.

O início precoce da assistência gestacional enseja a acessibilidade aos métodos

diagnósticos e terapêuticos para a investigação patológica que podem repercutir na saúde do

binômio mãe/filho. Reforça-se que uma estimativa mais precisa da idade gestacional, com

vistas a refinar o monitoramento do crescimento e desenvolvimento fetal, oportuniza um

melhor arsenal para embasar as decisões relacionadas às condutas assistenciais e possível

interrupção de gravidez.35

Acredita-se que as práticas de promoção e educação em saúde precisam ser

implementadas e as atividades fora das unidades de saúde necessitam ser efetivas. À gestão

municipal cabe buscar entidades que guarneçam as ações de saúde e tonifiquem as

19

coletividades onde essas gestantes estão inseridas, visando agregar instituições para fortalecer

as atividades realizadas pelas coordenações de saúde no âmbito municipal.

A melhoria nas ações de atenção às mulheres reflete, também, no resultado das

atividades de educação continuada realizada com os profissionais da atenção primária à saúde,

sobre as infecções do trato urinário na gravidez e suas possíveis complicações. Corrobora-se

que a ação de mudança das práticas, do processo de trabalho dos próprios sujeitos, e de suas

relações é imprescindível à qualificação do cuidado, gestão, educação e participação em

saúde, demanda processos de educação para transformação das práticas de trabalho.36

Quanto à realização dos exames comuns de urina, os dados apontam que houve

melhora absoluta de 24% no cumprimento desse critério de qualidade de pré-natal proposto

neste estudo. O protocolo assistencial do MS aconselha que todas as gestantes realizem pelo

menos um EQU no último trimestre gestacional, objetivando o rastreio, diagnóstico e

tratamento em tempo oportuno das infecções urinárias gestacionais.9

O exame EQU deve ser realizado pelo menos uma vez no último trimestre

gestacional, o que repercute diretamente na diminuição dos agravos perinatais e na

morbimortalidade materna e neonatal e, além de beneficiar o binômio, diminui os gastos

públicos decorrentes das internações hospitalares.9,37

Acredita-se que o tratamento

ambulatorial das infecções do trato urinário, além de menos dispendioso, permite maior

conforto, comodidade, segurança e reduz os agravos e riscos de um tratamento hospitalar.

No entanto, observa-se que 89% das gestantes tinham sido submetidas ao rastreio de

ITU, com a realização do exame de EQU. Corrobora-se que a ausência de resultados em

100% das gestantes representa perda da oportunidade de diagnóstico e tratamento de

complicações possíveis de controle, propiciando, assim, desfechos perinatais negativos e para

os quais podem ser engendradas intervenções efetivas de cunho preventivo.35

Nesta perspectiva, pontua-se que o rastreio da infecção urinária na gestação, mesmo

nos casos de ausência de sintomatologia clínica, é um indicador da qualidade da assistência

do pré-natal. A não realização dos exames de urina comuns e da urocultura, pelo menos uma

vez no último trimestre gestacional pode levar a comorbidades maternas e neonatais, inclusive

um aumento da mortalidade dessa população alvo.14

Porém, apesar de o exame de EQU ser de extrema valia no rastreio das infecções

urinárias na gestação, a urocultura ainda é considerada padrão-ouro para diagnóstico destas

patologias.9,38

É indicada para o rastreio e diagnóstico das infecções do trato urinário

sintomáticas ou assintomáticas e para controle de tratamento após sete dias de uso de

terapêutica antibacteriana.39

20

Este estudo aponta melhoria significativa de 30% entre o nivelamento basal e a

segunda avaliação do critério de qualidade de realização de EQU. Porém, apesar da realização

de estratégias de melhoria que foram monitoradas pelas avaliações rápidas, lacunas

assistenciais continuam a ser observadas, pois somente 47% das gestantes realizaram a

urocultura no último trimestre gestacional no período analisado. Fato que pode ter

repercussão desfavorável na qualidade assistencial do pré-natal. O objetivo é que 100% das

gestantes consigam ter seu exame garantido e realizado e, com isso, acredita-se que haverá

diminuição das taxas de mortalidade perinatal do município, cujas causas básicas dos óbitos

estejam relacionadas às infecções do trato urinário maternas.9

O Ministério da Saúde, por meio da Rede Cegonha, tem financiado 100% da cultura

de bactérias na urina nos exames do pré-natal.6 É mais um estímulo de custeio na gestão

pública, de modo a possibilitar que os municípios não utilizem seus recursos próprios para tal

procedimento. Esta estratégia pode contribuir na garantia da totalidade de gestantes com

rastreio e diagnóstico em padrão ouro para as infecções urinárias. A carência de recursos

financeiros para tal não foi uma lacuna identificada perante aqueles resultados, pois o

município tinha feito adesão à Rede Cegonha e já recebia incentivo de custeio para a oferta

desses exames.

Acredita-se que os gestores de saúde necessitam de sensibilidade e responsabilidade

para garantir que suas equipes consigam cumprir com as rotinas assistenciais de pré-natal,

mantendo cotas de exames em quantitativo suficiente. Além disso, incentivar e empregar

estratégias de gestão, como ciclos de melhoria da qualidade que avaliem as ações

assistenciais, interfiram nas práticas do cuidado e melhorem os resultados decorrentes dos

processos de trabalho são de suma importância para a atenção qualificada às gestantes.

Com base nos resultados deste estudo é possível inferir que há necessidade de

fortalecimento dos processos assistenciais, no tocante às ITUs gestacionais nos serviços que

realizam pré-natal. É um exame que merece ser valorizado pelos profissionais da atenção

básica, principalmente pelo cunho norteador terapêutico oportunizado, que remete a

resultados positivos diante das condutas adotadas e corrobora para a diminuição das

comorbidades maternas e neonatais.

O critério de avaliação das consultas de pré-natal do último trimestre, desde a

primeira avaliação, sinaliza para um percentual satisfatório de cumprimento (89%), tendo

melhoria absoluta de 9% após a intervenção. Concomitantemente, aos critérios de captação

precoce e realização de exames de EQU e urocultura, torna-se importante que as gestantes

21

tenham seus exames avaliados e as consultas gestacionais garantidas de acordo com o

calendário disposto pelo MS.9

A abordagem às usuárias necessita ser baseada no risco gestacional do último

trimestre, principalmente aquelas relacionadas às ITUs de repetição, nas características das

usuárias e na prevalência de doenças mais comuns desse período da gravidez.40

Acredita-se

que retorno das usuárias às UBSs contribui para a melhoria da assistência de pré-natal com

qualidade e garante a saúde materna e neonatal, por meio da identificação das situações de

risco que podem culminar em desfechos desfavoráveis.

Almejava-se que houvesse melhoria mais significativa na realização das consultas.

Porém, o resultado encontrado induz a inferir que esteja relacionado à cultura assistencial do

terceiro período gestacional, da busca por assistência de pré-natal junto às instituições

hospitalares do município, por associação de possíveis sintomatologias aos sinais preditivos

de trabalho de parto e parto. Também existe fragilidade nos registros dos atendimentos às

gestantes realizados pelos profissionais nessas instituições.

O critério de avaliação dos registros da terapêutica medicamentosa diante dos

exames com resultados indicativos de ITUs foi o que teve a maior melhoria absoluta diante de

outros parâmetros avaliados (33%) nas duas avaliações. Este resultado remete à importância

da intervenção que repercutiu no fortalecimento dos processos de trabalho das equipes de

saúde que realizam o pré-natal e na conscientização da importância dos registros das ações

assistenciais nos cartões de gestante. Nesta lógica de pensamento, reafirma a uniformização

da assistência medicamentosa diante da confirmação patológica e, principalmente, da

avaliação de risco potencial da complicação neonatal no período gestacional estudado e que

repercute no remodelamento das práticas assistenciais das equipes que atendem ao parto e

nascimento.

As avaliações rápidas, tipo LQAS, empregadas entre as sistemáticas, auxiliaram na

manutenção do direcionamento das atividades propostas pela intervenção e na identificação

de lacunas assistenciais e gerenciais que permeavam as estratégias desenhadas para esta

intervenção. Essa modalidade avaliativa oportunizou a manutenção do direcionamento e o

desenho de atividades que foram propostas após o nivelamento basal e colaborou para

melhoria de todos os critérios avaliados.

Optou-se por incluir, neste estudo, indicadores sentinela (taxa de mortalidade

perinatal e neonatal precoce) para a avaliação da assistência obstétrica e neonatal do

município. A reflexão inicial deste estudo partiu das possíveis causas da mortalidade perinatal

22

e neonatal precoce do município. Com isso, identificou-se a oportunidade de melhoria e

avaliam-se os possíveis fatores impactantes da intervenção nesses indicadores.

Observou-se, neste estudo, declínio de ambas os indicadores sentinela analisados,

prevalecendo a redução da taxa de mortalidade perinatal entre os anos de 2014 e 2015, pré e

pós-intervenção, respectivamente. A mortalidade perinatal, na sua maioria, está ligada a

causas preveníveis como o desigual acesso e uso dos serviços de saúde, deficiente qualidade

da assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido.41

As ações de atenção primária à saúde têm implicado efetivamente na redução da

mortalidade materno-infantil, porém, o impacto na redução da mortalidade perinatal

permanece limitado. Neste sentido, estudos demonstram que intervenções para redução da

mortalidade perinatal podem estar ligadas às mudanças estruturais nas condições de vida da

população, mas também a ações diretas definidas pelas políticas públicas de saúde e

implantadas pelos gestores públicos do setor. 42, 43

As afecções perinatais mostram-se como a principal causa do óbito infantil no Brasil

e estão relacionadas principalmente à inadequação ou à inexistência de acompanhamento pré-

natal e à capacidade de resolução no âmbito hospitalar, principalmente na região Norte do

país, devido aos vazios assistenciais.41

Entretanto, o acesso aos serviços de atenção básica tem

potencial de alterar o perfil desses óbitos, reduzindo o seu risco e promovendo uma qualidade

de vida do binômio mãe/filho.

Autores afirmam que os principais problemas que corroboram para o desfecho

desfavorável da gestação estão diretamente relacionados às falhas na capacidade prevenção e

resposta em face de intercorrências durante a gestação, parto e puerpério, coincidindo com o

período perinatal.41, 44

Reforça-se a necessidade de qualificar as metodologias de cuidado empregadas no

pré-natal, priorizando o investimento em estratégias de qualificação das práticas assistenciais

e de gestão da qualidade do cuidado, como os ciclos de melhoria apresentados neste estudo.

Os ciclos de melhoria da qualidade fomentam o aprimoramento das práticas, o

redirecionamento das atividades gestoras, implicando na melhoria dos objetivos a que se

propõem e dos contextos de trabalho. Aprimoram a efetividade, a eficiência e a satisfação de

todos os envolvidos, visando à excelência na qualidade dos serviços. 16, 19

Portanto, é de fundamental importância a continuidade ao ciclo implementado com

intuito de monitorar, planejar, reintervir e elevar os índices avaliados, em prol da qualidade da

atenção ao binômio mãe/filho durante o período gravídico puerperal.

23

As gestantes precisam também ser estimuladas a ter comprometimento e

corresponsabilidade pelo cuidado singular nessa fase de suas vidas. Sustenta-se que isso seja

possível quando as mulheres se sentirem integradas às ações assistenciais, com um acesso

adequado e equitativo aos serviços de saúde que realizam pré-natal. Este atendimento deve ser

pautado nos princípios norteadores do SUS e da humanização do cuidado, com atenção

individualizada e integradora.

24

5- CONCLUSÕES

O presente estudo atingiu o objetivo de avaliar e melhorar a qualidade da atenção de

pré-natal no que tange aos cuidados com infecção urinária na gravidez, no município de

Cacoal/RO. Lacunas de cunho assistencial e gerencial consideradas fundamentais para a

qualidade do pré-natal e preconizadas pela rede de atenção a saúde materno-infantil foram

encontradas.

A metodologia empregada com o ciclo externo da melhoria da qualidade colaborou

no remodelamento dos processos assistenciais do pré-natal e, principalmente, na integração

entre as equipes assistenciais e as gestoras dos diferentes níveis de complexidade trabalhados,

fortalecendo a cogestão e a coparticipação dos trabalhadores envolvidos diretamente no

cuidado às usuárias, nos processos de gerenciamento da saúde municipal. Possibilitou,

também, reflexões acerca dos fluxogramas vigentes, proporcionando seu redesenho, o que

refletiu na melhoria do acesso das gestantes aos serviços de saúde e a qualidade assistencial.

A avaliação do protocolo de rotinas do pré-natal proposto pela Rede Cegonha

oportunizou a inferência direta da qualidade da assistência prestada às mulheres no ciclo

gravídico puerperal. Os reduzidos índices de adequação aos processos de cuidado podem

culminar em resultados negativos, tanto no contexto de vida materno quanto neonatal.

Assim, os ciclos de melhoria, como parte dos programas de gestão da qualidade,

apresentam-se como importante ferramenta de melhoria da qualidade que pode ser empregada

pelos gestores nas três esferas de gestão pública, para avaliar, monitorar e melhorar problemas

identificados, com vistas à efetividade, eficiência e excelência nos resultados esperados.

Este estudo, além de intervencionista, teve cunho avaliativo para a gestão,

fomentando a produção de informações que contribuem para o aprimoramento de práticas de

trabalho, buscando além de justificativas e redirecionamentos das estratégias de gestão, a

melhoria da condição a que foi proposto.

A amostragem aleatória permitiu generalizar as unidades de onde os dados foram

retirados, porém, precauções devem ser tomadas para aumentar a compreensão sobre o nível

da qualidade da prevenção, diagnóstico e manejo das infecções do trato urinário gestacional e,

também, sobre as estratégias de gestão da qualidade que podem ajudar a melhorar o panorama

de saúde trabalhado neste estudo.

O uso dos dados secundários foi útil para estudar a efetividade da intervenção e

avaliar os registros dispostos nos cartões das gestantes. No entanto, dentre os limites desta

fonte de dados, destacam-se neste estudo a ausência da padronização nos registros dos

25

cartões, que afetou a qualidade dos dados, e a falta de informações importantes para as

análises realizadas, incluindo variáveis de desfecho, explicativas ou modificadoras de efeito.

As principais limitações encontradas no presente estudo foram a falta de controle em

sustentar que a mudança na melhoria dos indicadores apresentados está associada

intrinsecamente à intervenção ou a outros fatores relacionados ao contexto de saúde. Além

disso, o desenho utilizado não permitiu o controle de algumas variáveis de confusão. Para dar

sustentabilidade aos resultados apontados por este estudo, novas aferições ao longo do tempo

deverão ser feitas, além do controle dos vieses aqui identificados.

Com intuito de preencher as lacunas encontradas durante a utilização dos ciclos de

melhoria da qualidade, sugere-se a complementaridade de pesquisas de cunho qualitativo, que

oportunizem a compreensão de fatores cujos resultados não são proporcionados pelas

pesquisas quantitativas. Acredita-se que essa associação fomente resultados mais propícios e

impactantes no acesso e na qualidade da prestação do cuidado nos diferentes níveis

assistenciais de saúde.

26

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30

ANEXO

Anexo 1 – Carta de Autorização do Gestor Municipal de Saúde