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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
EZEQUIEL DINIZ AZEVEDO
INDICADORES CONTÁBEIS DE DESEMPENHO ORÇAMENTÁRIO E O ÍNDICE
FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL (IFDM) DA SAÚDE E
EDUCAÇÃO: ESTUDO NOS MUNICÍPIOS MAIS POPULOSOS POR REGIÃO
BRASILEIRA
Natal/RN
Junho/2016
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Azevedo, Ezequiel Diniz.
Indicadores contábeis de desempenho orçamentário e o índice FIRJAN de
desenvolvimento municipal (IFDM) da saúde e educação: estudo nos municípios
mais populosos por região brasileira / Ezequiel Diniz Azevedo. - Natal, RN, 2016.
60f. : il.
Orientador: Prof. Esp. Ronaldo José R. de Araújo.
Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências
Contábeis.
1. Ciências Contábeis – Monografia. 2. Indicadores contábeis - Monografia. 3.
Índice FIRJAN - Monografia. 4. Administração Pública Municipal – Monografia.
I. Araújo, Ronaldo José R. de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 657:351
EZEQUIEL DINIZ AZEVEDO
INDICADORES CONTÁBEIS DE DESEMPENHO ORÇAMENTÁRIO E O ÍNDICE
FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL (IFDM) DA SAÚDE E
EDUCAÇÃO: ESTUDO NOS MUNICÍPIOS MAIS POPULOSOS POR REGIÃO
BRASILEIRA
Monografia apresentada à Coordenação de
Graduação em Ciências Contábeis da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel em
Ciências Contábeis.
Orientador: Profº. Esp. Ronaldo José R. de Araújo
Natal/RN
Junho/2016
EZEQUIEL DINIZ AZEVEDO
INDICADORES CONTÁBEIS DE DESEMPENHO ORÇAMENTÁRIO E O ÍNDICE
FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL (IFDM) DA SAÚDE E
EDUCAÇÃO: ESTUDO NOS MUNICÍPIOS MAIS POPULOSOS POR REGIÃO
BRASILEIRA
Monografia apresentada à Banca Examinadora do
Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências
Contábeis, em cumprimento às exigências legais
como requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovada em 16 de junho de 2016.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Esp. Ronaldo José Rêgo De Araújo
Orientador
Prof. Msc. Halcima Melo Batista
Membro Avaliador 01
Prof. Edimilson Monteiro Batista
Membro Avaliador 02
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, o qual me dá forças todos os dias da minha vida para enfrentar os
desafios, e o qual nunca me falhou, nem nunca me deixou sozinho, sempre me conduzindo ao
caminho certo.
Agradeço à minha mãe e aos meus irmãos pelo amparo sempre constante e amor
incondicional.
Aos meus amigos pelo incentivo e amizade verdadeira que temos uns com os outros.
Agradeço à Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todos os
direcionamentos acadêmicos ao longo dessa jornada.
Aos professores que tive o prazer de conviver e aprender com eles durante essa
passagem acadêmica pelo curso de Ciências Contábeis, pelo companheirismo e
comprometimento em sempre me repassar os ensinamentos pertinentes a este curso e,
consequentemente, me ajudar a ser sempre uma pessoa melhor.
A todos os laços de amizades construídos no decorrer desses cinco anos e meio de
curso, em especial aos que integram a turma 2011.1 do matutino.
Ao meu professor orientador pela paciência e por todos os incentivos, correções,
comprometimento e profissionalismo.
Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente me ajudaram a concluir esta etapa
de minha vida, o meu muito obrigado.
Dedico este trabalho a Deus, primeiramente, pois,
para mim, Ele representa a existência de todos os
dias de minha vida.
Em seguida, dedico à minha família por todo apoio
que me deram ao logo dessa jornada, e aos meus
professores, em especial ao meu orientador por
todos os incentivos e direcionamentos para que eu
pudesse concluir com a sensação de dever
cumprido.
RESUMO
No tocante as leis que regem a Administração Pública e a execução do orçamento dos
municípios brasileiros nas áreas da saúde e educação, no que se refere à análise da gestão
pública através de indicadores orçamentários contábeis e ao Índice FIRJAN de
Desenvolvimento Municipal, esta pesquisa teve como objetivo verificar a relação existente
entre o IFDM e os indicadores contábeis de desempenho orçamentário da saúde e educação
para o ano de 2013. Neste aspecto apresentou como classificação metodológica quanto aos
objetivos, uma pesquisa descritiva; quanto à abordagem do problema, a pesquisa coloca-se
como qualitativa e quantitativa; quanto aos procedimentos, a pesquisa caracteriza-se como um
estudo bibliográfico, experimental e documental. Em relação ao levantamento de dados para o
estudo, este foi realizado nos endereços eletrônicos do Portal de Transparência dos
municípios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, do Sistema FIRJAN, do
Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde – SIOPS, e do Sistema de
Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro – SICONFI. Realizada a análise,
os dados revelaram que, de acordo com a amostra desta pesquisa, apenas tem relação
significativa com o IFDM da saúde o indicador que mede a capacidade de investimentos
próprios em saúde e o indicador que mensura o investimento por habitante. Em relação ao
IFDM da educação apenas a despesa por aluno apresentou significância. Nesse sentido, fica
evidente que os gestores públicos podem utilizar da relação existente entre indicadores
contábeis da saúde e educação com o IFDM para gerir os recursos públicos, enxergar
oportunidades e possíveis dificuldades no orçamento público.
Palavras-chave: Indicadores contábeis; Índice FIRJAN; Administração Pública Municipal;
Saúde; Educação.
ABSTRACT
Regarding the laws governing the Public Administration and implementation of the budget of
the municipalities in the areas of health and education, as regards the analysis of public
management through financial budget indicators and FIRJAN Index of Municipal
Development, this research was to verify the relationship between the FMDI and financial
indicators of budget performance of health and education for the year 2013. in this regard
presented as a methodological classification of the aims, a descriptive; how to approach the
problem, research arises as qualitative and quantitative; on procedures, research is
characterized as a bibliographic study, experimental and documentary. Regarding the data
collection for the study, this was done in the electronic addresses of the Transparency Portal
of the municipalities, the Brazilian Geography and Statistics Institute - IBGE, the FIRJAN
System, Information System on Public Budgets in Health - SIOPS and System of Accounting
Information and Tax Brazilian Public Sector - SICONFI. Performed the analysis, the data
revealed that, according to our sample, only has a significant relationship with health FMDI
the indicator measuring the capacity of own investments in health and the indicator that
measures the per capita investment. Regarding FMDI education only the expenditure per
student presented significance. In this sense, it is clear that public managers can use the
relationship between financial indicators of health and education with FMDI to manage public
resources, see opportunities and potential difficulties in the public budget.
Key Words: Financial indicators; FIRJAN Index; Municipal Public Administration; Cheers;
Education.
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Resumo dos componentes do IFDM por área de desenvolvimento 24
Quadro 02: Valores de referência e conceitos do IFDM 24
Quadro 03: IFDM Emprego&Renda 25
Quadro 04: IFDM Educação 25
Quadro 05: IFDM Saúde 26
Quadro 06: Lista dos municípios da amostra da pesquisa 33
Quadro 07: Instrumentos e coleta de dados 36
Quadro 08: Municípios substituídos na amostra da pesquisa 39
Quadro 09: Municípios integrantes da amostra após substituições 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Estatística descritiva da amostra dos municípios brasileiros em
relação ao IFDM Saúde e os indicadores contábeis destes municípios para o ano
de 2013 40
Tabela 02: Matriz de Correlação de Pearson da amostra dos municípios
brasileiros em relação ao IFDM Saúde e os indicadores contábeis destes
municípios para o ano de 2013 42
Tabela 03: Coeficientes da relação IFDM Saúde e os indicadores contábeis de
gestão da saúde municipal, obtidos por meio do modelo apresentado na equação
7 43
Tabela 04: Estatística descritiva da amostra dos municípios brasileiros em
relação ao IFDM Educação e os indicadores contábeis destes municípios para o
ano de 2013 44
Tabela 05: Matriz de Correlação de Pearson da amostra dos municípios
brasileiros em relação ao IFDM Educação e os indicadores contábeis destes
municípios para o ano de 2013 46
Tabela 06: Coeficientes da relação IFDM Educação e os indicadores contábeis
de gestão da educação municipal, obtidos por meio do modelo apresentado na
equação 8 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AM Amazonas
AP Amapá
Art Artigo
ASPS Ações e Serviços Públicos de Saúde
CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
DF Distrito Federal
EC Emenda Constitucional
FINBRA Finanças do Brasil
FIRJAN Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
GO Goiás
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IFDM Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal
INEP Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa
INESC Instituto de Estudos Socioeconômicos
ISAB Internação Sensível à Atenção Básica
LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA Lei Orçamentária Anual
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MCASP Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
MS Mato Grosso do Sul
ONU Organização das Nações Unidas
PA Pará
PIB Produto Interno Bruto
PPA Plano Plurianual
PR Paraná
RAIS Relação Anual de Informações Sociais
RJ Rio de Janeiro
RO Rondônia
RR Roraima
SC Santa Catarina
SICONFI Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro
SIH Sistema de Internações Hospitalares
SIM Sistema de Informações sobre Mortalidade
SINASC Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos
SP São Paulo
SUS Sistema Único de Saúde
TO Tocantins
Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12
1.1 TEMA E PROBLEMA ....................................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14
1.2.1 Geral ................................................................................................................................ 14
1.2.2 Específicos ....................................................................................................................... 14
1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ....................................................................................... 14
1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ......................................................................................... 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 17
2.1 CONTABILIDADE PÚBLICA ......................................................................................... 17
2.2 ORÇAMENTO PÚBLICO ................................................................................................. 18
2.2.1 Instrumentos Orçamentários ............................................................................................ 20
2.2.1.1 Plano Plurianual .......................................................................................................... 20
2.2.1.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias .................................................................................. 21
2.2.1.3 Lei Orçamentária Anual ............................................................................................... 21
2.3 EDUCAÇÃO MUNICIPAL ............................................................................................... 22
2.4 SAÚDE MUNICIPAL ........................................................................................................ 23
2.5 ÍNDICE FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL – IFDM ............................ 24
2.5.1. IFDM – Emprego e Renda ............................................................................................. 25
2.5.2. IFDM - Educação ........................................................................................................... 26
2.5.3 IFDM - Saúde .................................................................................................................. 27
2.6 INDICADORES ORÇAMENTÁRIOS RELACIONADOS À SAÚDE E EDUCAÇÃO . 28
2.6.1 Grau de Eficiência Orçamentária .................................................................................... 28
2.6.2 Despesa por Aluno .......................................................................................................... 29
2.6.3 Percentual da Despesa prevista com Educação ............................................................... 29
2.6.4. Saúde per capita.............................................................................................................. 30
2.6.5 Participação da despesa com investimentos na despesa total com saúde ........................ 30
2.6.6 Percentual da receita própria aplicada em saúde, conforme EC 29/2000 ....................... 31
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 33
3.1 TIPOLOGIAS DE PESQUISA .......................................................................................... 33
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ................................................................................................ 34
3.3 INSTRUMENTO E PROCESSO DE COLETA DE DADOS ........................................... 36
3.4 INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS .............................................................. 37
3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO ........................................................................................... 39
4 RESULTADOS E ANÁLISES DA PESQUISA ................................................................ 41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 49
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 51
APÊNDICES ........................................................................................................................... 55
APÊNDICE A: GEO, INDICADORES CONTÁBEIS ORÇAMENTÁRIOS DA
EDUCAÇÃO E IFDM EDUCAÇÃO ...................................................................................... 55
APÊNDICE B: GEO, INDICADORES CONTÁBEIS ORÇAMENTÁRIOS DA SAÚDE E
IFDM SAÚDE .......................................................................................................................... 58
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA E PROBLEMA
Segundo Bortolotti, Paluch e Clazer (2013), analisar o grau de desenvolvimento
socioeconômico na esfera municipal é considerado uma medida que acrescenta valor à
administração pública do munícipio e à população de modo geral. É através dessas medidas
que se pode fiscalizar a gestão pública dos gestores, principalmente nas áreas de educação,
saúde, emprego e renda. Sendo assim, é necessário implementar políticas públicas nessas
áreas para que o munícipio se desenvolva de forma conveniente e, assim, fornecer melhores
condições de vida para as pessoas.
Por intermédio dos gestores públicos, o governo exerce a responsabilidade em gerir os
recursos públicos por meio da boa gestão, certificando que a população está assegurada de
seus direitos previstos na Constituição Federal. Tendo em vista que, na medida em que a
gestão pública é mensurada como eficiente ou eficaz no que diz respeito à aplicação dos
recursos públicos, tem-se um elevado melhoramento dos serviços prestados à sociedade e,
consequentemente, uma melhoria de vida da população. Dessa forma, a busca pela melhoria
da qualidade de vida da população deve ser sempre a maior finalidade da gestão pública,
promovendo, pois, o desenvolvimento econômico-social (SOUZA, 2012).
A administração pública faz uso de muitos indicadores sejam eles contábeis,
financeiros, de desenvolvimento ou de resultado, que são capazes de medir as consequências
das ações e políticas públicas voltadas para diversas áreas, sobretudo no tocante à saúde e
educação, pilares centrais da boa administração pública.
É de suma importância, quando se fala em esfera municipal, elevarem-se os conceitos
da administração pública no que tange à fiscalização e a correta aplicação do dinheiro público
nas áreas de saúde e educação, pois são essas duas áreas as que mais recebem investimentos
públicos.
A Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, em seu Art. 212, determina o limite
de, no mínimo, 25% das receitas líquidas de impostos e transferências na área da educação. Já
a respeito do limite da aplicação de recursos na área da saúde, a Emenda Constitucional de
29/2000 institui o limite mínimo de 15% das receitas líquidas de impostos. As imposições
constitucionais justificam a pertinência e necessidade da alocação de recursos nesses dois
segmentos, motivo pelos quais foram adotados estes segmentos neste estudo.
13
Os indicadores contábeis, econômicos e sociais podem ser utilizados como ferramenta
de gestão que visam explorar o desenvolvimento socioeconômico de um município. Os
usuários da contabilidade pública devem utilizar esses indicadores para visualizar as
limitações e oportunidades do ente federativo, bem como verificar as áreas mais suscetíveis à
aplicação dos recursos públicos, e claro, sempre respeitando os limites constitucionais e o
orçamento público fixado.
Através desses indicadores ainda é possível enxergar planos para o desenvolvimento
de estratégias e políticas públicas, bem como também os pontos que precisam ser melhorados
para garantir a eficiência e eficácia. Segundo Ferreira, Cassiolato e Gonzales (2009, p. 24), “o
indicador é uma medida, de ordem quantitativa ou qualitativa, dotada de significado particular
e utilizada para organizar e captar as informações relevantes dos elementos que compõem o
objeto da observação. É um recurso metodológico que informa empiricamente sobre a
evolução do aspecto observado”.
Levando em consideração o contexto apresentado, o Sistema FIRJAN1 preocupado
com o desenvolvimento socioeconômico dos municípios do Brasil, lançou em 2008 o Índice
FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), inspirado no Índice de Desenvolvimento
Humano da ONU, que analise mais profundamente os municípios através de variáveis
disponibilizadas pelos Ministérios do Trabalho, Educação e da Saúda, avaliando três áreas do
desenvolvimento municipal: Emprego e Renda, Educação e Saúde.
Mesmo com toda a metodologia traçada para mensuração do IFDM, percebe-se a
ausência de indicadores contábeis em sua base de cálculo, motivo pelo qual esta pesquisa
busca verificar se a contabilidade consegue refletir os resultados de suas políticas públicas nas
áreas de saúde e educação, mensuradas pela técnica do Sistema FIRJAN.
Diante disso, a presente pesquisa procurou responder ao seguinte problema: Qual a
relação existente entre o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) e os
indicadores contábeis de desempenho orçamentário das áreas de saúde e educação?
O objetivo principal da pesquisa foi avaliar a associação existente entre o Índice
FIRJAN de Desenvolvimento Municipal e os indicadores contábeis das áreas de Saúde e
Educação dos 10 munícipios mais populosos de cada região brasileira, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2013, pois acredita ser importante
fazer essa análise entre o IFDM e os indicadores de Saúde e Educação, na medida em que isso
irá contribuir para uma melhor fiscalização dos recursos públicos e, consequentemente, uma
1 FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.
14
melhoria na qualidade de vida da população brasileira através dos resultados dos indicadores
favoráveis ao desenvolvimento socioeconômico dos municípios. Optou-se escolher os 10
municípios mais populosos por região brasileira por acreditar que os mesmos apresentam
orçamentos com grande representatividade e, também, por serem esses responsáveis por boa
parte do PIB de cada Região a qual pertence cada município.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
Verificar a relação existente entre o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal
(IFDM) da saúde e educação com os indicadores contábeis de desempenho orçamentário
dessas áreas.
1.2.2 Específicos
Identificar os elementos que embasam a mensuração do Índice FIRJAN de
Desenvolvimento Municipal (IFDM) da saúde e da educação;
Conhecer os principais indicadores contábeis orçamentários utilizados na saúde e
educação;
Verificar o IFDM da saúde e educação e os indicadores contábeis orçamentários
dos municípios da amostra utilizados no ano de 2013;
Relacionar estatisticamente as variáveis utilizadas na pesquisa (IFDM saúde e
educação com Indicadores Contábeis Orçamentários).
1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
Avaliar o desenvolvimento socioeconômico dos municípios brasileiros é uma das
funções da administração pública e de seus governantes para passar aos cidadãos informações
confiáveis e fidedignas da realidade dos municípios, ao mesmo tempo em que realizam a
administração dos recursos públicos. Para isso, o Governo utiliza de ferramentas
administrativas como os indicadores contábeis para gerir os recursos públicos e identificar
quais áreas de alocação desses recursos necessitam de mais investimentos, sempre
15
obedecendo aos limites constitucionais vigentes na Constituição Federal, de 05 de outubro de
1988.
A educação e a saúde são as duas áreas que mais recebem recursos públicos para seu
pleno funcionamento. Nesse contexto, o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal
(IFDM) faz uma análise do desenvolvimento dos municípios brasileiros através de dados
disponibilizados pelos Ministérios da Saúde, Educação e do Trabalho para verificar o grau de
desenvolvimento dos municípios nessas duas áreas e também no quesito emprego e renda.
É de suma importância que os gestores públicos se norteiem no Orçamento Público
para o empenho de despesas e arrecadação de receitas como traz a Lei Orçamentária Anual de
cada ente federativo, no que tange ao controle dos recursos públicos, tendo em vista que uma
boa gestão pública é aquela pautada na transparência dos gastos públicos, onde os gestores
conseguem identificar as limitações e oportunidades dos municípios em prol do bem-estar da
população de modo geral e seu desenvolvimento social.
O estudo aponta o IFDM e os principais indicadores contábeis voltados para as áreas
da saúde e da educação dos 10 municípios mais populosos de cada região do Brasil (Norte,
Sul, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste), ao mesmo tempo em que analisa a relação desses
indicadores com o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal de cada município da
amostra. Para isso, também se faz necessário conhecimento dos orçamentos públicos de cada
município e os recursos que estão sendo investidos na saúde e educação.
Dessa forma, a presente investigação se justifica pela importância da análise do
desenvolvimento socioeconômico dos municípios mais populosos por região brasileira através
do IFDM Saúde e IFDM Educação, como também de todos os indicadores contábeis aqui
nesta pesquisa selecionados, a fim de evidenciar a relação entre estes indicadores com o
Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal na saúde e educação, buscando um equilíbrio
orçamentário e uma apreciação mais profunda e segura para a administração pública
municipal.
O estudo em questão ainda busca identificar se o IFDM calculado pelo Sistema
FIRJAN apresenta aderência com os indicadores contábeis da saúde e da educação, para
assim, fornecer a administração pública mais confiança no momento de utilizar esses
indicadores para gerir os recursos municipais destinados a essas áreas, assim como à
sociedade para exercer o controle social.
16
1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O presente estudo evidencia o comportamento existente entre o Índice FIRJAN de
Desenvolvimento Municipal – IFDM e os indicadores contábeis voltados para as áreas da
saúde e da educação, dos 50 municípios mais populosos por região, segundo dados
disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE, sendo analisados
10 municípios de cada região brasileira (Norte, Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste), no
ano de 2013. O ano de 2013 foi utilizado como base por ser o último período ao qual esta
pesquisa obteve os dados do IFDM. Os dados utilizados foram extraídos do Sistema FIRJAN,
do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), e da estimativa
populacional do IBGE.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONTABILIDADE PÚBLICA
A contabilidade pública, também designada de contabilidade governamental é uma
ferramenta fundamental para gerir os recursos públicos e tem como objetivo principal
registrar, controlar e orientar as transações da administração pública evidenciando as
mudanças que incitam as variações no patrimônio público e a execução do orçamento,
fornecendo aos gestores informações para subsidiar as tomadas de decisões. Além da
arrecadação de receitas e execução de despesas, a contabilidade reconhece e controla os
acontecimentos pertinentes ao patrimônio e ao Orçamento Público (ALMEIDA, 1994).
A Lei 4.320, de 17 de março de 1964, é o normativo jurídico que tem como objetivo
doutrinar normas gerais de caráter financeiro para formação e controle dos orçamentos e
balanços no âmbito das esferas públicas.
Partindo agora para o que diz respeito ao conceito de administração pública sob a
visão de Figueiredo (2006, p. 34) diz:
A função administrativa consiste no dever de o Estado, ou de quem aja em seu
nome, dar cumprimento fiel, no caso concreto, aos comandos normativos, de
maneira geral ou individual, para a realização dos fins públicos, sob regime
prevalecente de direito público, por meio de atos e comportamentos
controláveis internamente, bem como externamente pelo Legislativo (com o
auxílio dos Tribunais de Contas), atos, estes, previsíveis pelo Judiciário.
Ainda sobre o que diz respeito ao entendimento do conceito de administração pública,
a Constituição Federal de 1988 entende que a administração pública compreende o conjunto
de normas, leis e funções designadas para a organização do Estado em todas as suas instâncias
e tem como objetivo principal o proveito público baseado nos princípios constitucionais da
legalidade, moralidade, eficiência, publicidade e impessoalidade. Sob a visão de Plácido e
Silva (1992, p. 447), princípios constitucionais são:
No sentido jurídico, notadamente no plural, quer significar as normas elementares
ou os requisitos primordiais instituídos como base, como alicerce de alguma coisa.
E, assim, princípios revelam o conjunto de regras ou preceitos, que se fixaram para
servir de norma a toda espécie de ação jurídica, traçando, assim, a conduta a ser tida
em qualquer operação jurídica. (...) Princípios jurídicos, sem dúvida, significam os
pontos básicos, que servem de ponto de partida ou de elementos vitais do próprio
direito.”.
18
A administração pública também utiliza da contabilidade como ferramenta de gestão
para tomada de decisão. Além disso, nesse processo de administração, os gestores também
importam informações da contabilidade para fiscalizar os gastos públicos, muitas vezes
através de sistemas desenvolvidos para fins de controle. Para Santos, (2006) "gestão pública
refere-se às funções de gerência pública dos negócios do governo". Dessa forma, com uma
boa gestão dos recursos públicos os gestores irão ganhar credibilidade na medida em que
estão proporcionando a transparência dos atos públicos em suas transações. Porém, muitos
gestores não entendem a importância de uma boa gestão. Portanto, o gestor público não
precisa temer a gestão pública, por receio de perda de poder político, mas ao contrário, deve
conhecê-la e utilizá-la como forma inteligente de aumento de seu prestígio político porque
somente através dela será possível dirigir política e administrativamente uma pessoa ou
organização estatal com objetividade, racionalidade e eficiência (SILVA, 2007 apud
BONEZZI e OLIVEIRA, 2008 p. 12).
2.2 ORÇAMENTO PÚBLICO
Uma ferramenta de controle público de extrema importância para a administração
pública gerir seus recursos é o Orçamento Público. Segundo (QUINA, 2006), “o orçamento
público originou-se na Inglaterra em 1688, desenvolvendo-se em fases. Sua evolução está
ligada ao desenvolvimento das relações políticas entre os Poderes Legislativo e Executivo”.
Ainda segundo (QUINA, 2006), “o Orçamento surgiu, como parte da luta do parlamento para
controlar as finanças públicas e, consequentemente, diminuir os poderes do Rei”.
Para Lima e Castro (2007),
Orçamento Público é o planejamento feito pela Administração Pública para atender,
durante determinado período, aos planos e programas de trabalho por ela
desenvolvidos, por meio da planificação das receitas a serem obtidas e pelos
dispêndios a serem efetuados, objetivando a continuidade e a melhoria quantitativa e
qualitativa dos serviços prestados à sociedade.
Segundo Kohama (2010),
O Orçamento é o processo pelo qual se elabora, expressa, executa e avalia o nível de
cumprimento da quase totalidade do programa de governo, para cada período
orçamentário. É um instrumento de governo, de administração e de efetivação e
execução dos planos gerais de desenvolvimento socioeconômico.
19
Em (CERVO, 2012), “o Orçamento Público compreende a elaboração e execução de
três leis – o plano plurianual (PPA), as diretrizes orçamentárias (LDO) e o orçamento anual
(LOA) - que, em conjunto, materializam o planejamento e a execução das políticas públicas
federais”. Portanto, o orçamento público, pode ser entendido como um instrumento de
planejamento público que auxilia os gestores a ordenarem as despesas públicas autorizadas na
Lei Orçamentária Anual (LOA), de acordo com as necessidades da sociedade para melhor
atendê-la. Sendo assim, os gestores públicos irão usufruir dessa ferramenta de gestão para
manusear e controlar as despesas embasadas em decisões benéficas para o bem de toda
população.
Através do planejamento público são executadas as ações programadas para o serviço
público, pois o mesmo está veiculado ao controle das ações governamentais do Estado. O
Planejamento Público está relacionado em sua totalidade ao Orçamento Público. Em Matias
Pereira (2010, p.119), ele afirma:
O Estado tem função explícita de planejamento. Portanto, além de um instrumento
da ação pública, o planejamento deve ser visto como uma imposição constitucional.
Isso está explícito na Constituição Federal de 1988, por meio de vários dispositivos
que estabelecem a obrigatoriedade de formulação de planos para viabilizar o alcance
dos objetivos estabelecidos, que buscam o atingimento do progresso econômico e
social.
Dias (2012, p. 31) discorre que Orçamento Público é “o instrumento de que dispõe o
poder público em qualquer das suas esferas para expressar seu programa de atuação,
discriminando a origem e o montante dos dispêndios a serem efetuados.”.
O orçamento também pode ser visto por outros ângulos como destaca alguns autores
na literatura. No aspecto jurídico, por exemplo, Slomski (2003, p. 304) destaca que “o
orçamento é uma lei de iniciativa do Poder Executivo que estabelece as políticas públicas para
o exercício a que se referir [...]”. Já em Araújo e Arruda (2016, p, 66), orçamento público é
definido como “lei que estima a receita e fixa a despesa para um determinado exercício
financeiro, estabelecendo responsabilidade, compromisso e obrigações para a administração
pública”.
O Orçamento Público deve constar a previsão de receitas e a estimativa de despesas
(BRASIL, 1964) que servirão de alicerce para tangenciar as necessidades comunitárias, sendo
essas chamadas de despesa pública. Segundo o MCASP (STN, 2014, p. 61), “a despesa
pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para o funcionamento e
manutenção dos serviços públicos prestados à sociedade”.
20
A Lei 4.320/64 apresenta, em seu Art. 2º, que “a Lei de Orçamento conterá a
discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o
programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e
anualidade”.
Um bom planejamento orçamentário é capaz de prevenir eventuais situações
indesejáveis, é o que determina a Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade
Fiscal) quando, em seu art. 1º, § 1º:
A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em
que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas
públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e
a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de
despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e
mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de
garantia e inscrição em Restos a Pagar.
Dessa forma, percebe-se que o orçamento público deve ser bem elaborado ordenando
as prioridades essências à população para que possa atendê-la através de ações públicas
integradas. Portanto, o governo utiliza dessa ferramenta para gerir e atender as necessidades
da população, bem como também priorizar quais os serviços públicos prestados nas esferas
Federal, Estadual e Municipal. De acordo com Silva (2009, p.17, apud VIEIRA, 2011 p. 16),
o processo de elaboração e discussão dos instrumentos de planejamento governamental deve
ser capaz de expressar com veracidade a responsabilidade do Governo para com a sociedade,
visto que o orçamento deve indicar com clareza os objetivos perseguidos pela nação da qual o
governo é intérprete.
2.2.1 Instrumentos Orçamentários
O orçamento público é a ferramenta de gestão pública regida, segundo o Art. 165 da
Constituição Federal de 1988, por três leis ordinárias o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes
Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual, que serão conduzidos ao Poder Executivo em
forma de Projeto de Lei para a aprovação ou alteração do Poder Legislativo. São essas leis
quem elabora, executa e fiscaliza o orçamento, além de conterem as ações públicas que
devem ser implementadas pelo governo para certo período.
2.2.1.1 Plano Plurianual
21
A Constituição Federal em seu Art. 165, § 1º determina que o Plano Plurianual (PPA)
é a lei que delimita as prioridades do governo para um período de quatro anos incluindo as
estratégias, diretrizes e metas. Sendo um planejamento de longo prazo do poder público, o
PPA entra em vigor a partir do segundo ano de um novo mandato e termina no primeiro da
gestão seguinte.
Segundo a Constituição Federal, o PPA “... estabelecerá as diretrizes, os objetivos e
metas da administração pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada” (BRASIL, 1988, Art 165, § 1º).
2.2.1.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é elaborada anualmente, e deve priorizar os
programas e as metas do PPA para a execução do orçamento, conforme determina o parágrafo
2º do artigo 165 da Constituição Federal (BRASIL, 1988). Segundo a Constituição (1988), a
LDO deve conter “... as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as
despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, e orientará a elaboração da lei
orçamentária anual…” (BRASIL, 1988 Art. 165, § 2º).
Ao tratar da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
determinou, em seu Art. 4º § 1º, que:
Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em
que será estabelecido, metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a
receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para
o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
Ainda sobre a LRF, a mesma passou a conter dois anexos fundamentais para o
controle do orçamento: o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais.
2.2.1.3 Lei Orçamentária Anual
A Lei Orçamentária Anual (LOA) é embasada na Lei de Diretrizes Orçamentárias, e
constitui o último instrumento do ciclo orçamentário. Segundo o manual Instituto de Estudos
Socioeconômicos - INESC (2006, p. 106), o Orçamento Público a seu alcance, a LOA:
[...] é uma lei em que os governos – federal, estadual e municipal – demonstram a
estimativa de receita e a previsão de despesas para o ano seguinte. Todas as receitas
públicas, inclusive suas fontes, devem estar discriminadas na LOA. Da mesma
22
forma, nenhum gasto poderá ser efetuado por qualquer entidade ou órgão público
sem que os recursos estejam devidamente previstos na LOA.
No artigo 167 da Constituição Federal determina que qualquer programa ou projeto
para ser iniciado deve estar contido na Lei Orçamentária Anual.
2.3 EDUCAÇÃO MUNICIPAL
O processo educacional é indispensável para o desenvolvimento do ser humano e está
rigorosamente associada aos fundamentos da República Federativa do Brasil, segundo Viana
(2006). É através da educação que o indivíduo alcança seus objetivos e avança
significativamente para alcançar um futuro melhor.
Segundo a Constituição, a educação é um direito social fundamental e atua como uma
ferramenta no desenvolvimento do ser humano, ao mesmo tempo em que instrui o homem
para desenvolver suas habilidades. A educação deve cultivar a moral, despertando para que o
homem tome consciência de que ela deve estar presente em todas as ações de sua vida, em
todo o seu desenvolvimento, em todo o ser, e por efeito, deitando raízes sobre o direito, que
não subsiste sem a moral (MUNIZ, 2002, apud VIANA, 2006 p. 132).
Educar é construir, é libertar o homem do determinismo, passando a reconhecer o
papel da História e a questão da identidade cultural, tanto em sua dimensão individual, como
na prática pedagógica proposta. A concepção de educação de Paulo Freire percebe o homem
como ser autônomo. Esta autonomia está presente na definição de vocação antológica de “ser
mais” que está associada com a capacidade de transformar o mundo (ZACHARIAS, 2007
apud VIANA, 2006 p. 133).
A Constituição Federal ampara a todos o direito à educação, sendo um dever do
Estado e da família para a construção de uma sociedade mais digna. O Art. 205 da
Constituição Federal (BRASIL, 2007) dispõe que:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Afirma Silva (2000, p. 314-315 apud VIANA, 2006 p. 133) que o artigo 205 da
Constituição Federal estabelece três objetivos básicos da educação: pleno desenvolvimento da
pessoa, preparo da pessoa para o exercício da cidadania e qualificação da pessoa para o
trabalho.
23
A Constituição Federal em seu art. 211, § 2º, ainda afirma: “Os municípios atuarão
prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.”. Sendo assim, a Constituição
Federal municipalizou a educação, fornecendo aos gestores municipais recursos para gerir a
população educação de qualidade nos níveis de educação básica.
Na rede de ensino municipal é essencial à utilização de indicadores contábeis e financeiros
voltados para educação no que diz respeito a acompanhar o desenvolvimento dos municípios
de modo geral. Para (BREITENBACH, ALVES e DIEHL, 2010, p. 175) “Nas escolas os
indicadores devem estar voltados para a avaliação dos resultados não somente econômicos,
mas também e principalmente de resultados que evidenciam a eficiência, eficácia, efetividade
e relevância da educação, tanto para alunos quanto para toda a sociedade’.
2.4 SAÚDE MUNICIPAL
Na Constituição Federal (1988) apud Tenório (2008), em seu Art. 196, determina que
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. Sendo
assim, Tenório (2008) ressalta que “a saúde é um Dever do Estado porque é financiada por
impostos que são pagos pelos contribuintes e os Municípios, Estados e União têm que criar
condições para que toda e qualquer pessoa tenha acesso aos Serviços de saúde, Hospitais,
tratamentos, programas de prevenção e medicamentos”.
Com relação à estrutura e competência da saúde pública no Brasil, o Portal da Saúde
(2016) afirma:
A estrutura da saúde pública no Brasil conta também com atuação das Secretarias
Estaduais e municipais de saúde. A Constituição Federal de 1988 deu um importante
passo na garantia do direito à saúde com a criação do Sistema Único de Saúde, o
SUS. Seus princípios apontam para a democratização nos serviços de saúde, que
deixam de ser restritos e passam a ser universais. Da mesma forma, deixam de ser
centralizados e passam a ser norteados pela descentralização, com os estados e
municípios assumindo suas responsabilidades e prerrogativas diante do SUS, bem
como desenvolvendo ações que deem prioridade à prevenção e à promoção da
saúde.
Portanto, a esfera municipal é responsável, através de parceria com o governo federal
e estadual, por assegurar à sociedade serviços de atenção básica à saúde e prestar serviços em
sua localidade. Sendo assim, os municípios também utilizam dos seus recursos próprios e os
24
transferidos pela União e pelo estado para elaborar políticas de saúde, segundo o Art. 7º da
Lei Complementar nº 141 que determina “Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão
anualmente em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 15% (quinze por cento) da
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam o art. 158 e
a alínea “b” do inciso I do caput e o § 3º do art. 159, todos da Constituição Federal”.
2.5 ÍNDICE FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL – IFDM
Segundo o Sistema FIRJAN 2016, o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal
(IFDM) é um indicador de desenvolvimento socioeconômico democrático e transparente que
visa mensurar as mudanças do Brasil antecipando tendências e enxergando oportunidade
futuras. Sendo visto como uma contribuição do Sistema FIRJAN para o desenvolvimento dos
municípios, o IFDM foi criado em 2008, inspirado no Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) da ONU. Ele avalia, em cada um dos 5.565 municípios brasileiros, três áreas: Emprego
e Renda, Educação e Saúde.
Ainda sob a ótica do FIRJAN 2016, o IFDM possibilita reconhecer carências, orientar
políticas e acompanhar seus impactos no desenvolvimento municipal. Ele traz uma análise
mais profunda do município tendo abrangência nacional por corte municipal e atualização
anual, avaliando o número de empregos com carteira assinada com direitos trabalhistas
garantidos, educação de qualidade, crianças nas escolas, creches, pré-escolas, professoras com
ensino superior. Na área da saúde, por exemplo, este indicador leva em consideração o
número de consultas pré-natal oferecido às gestantes.
Na busca por uma avaliação isenta e confiável, o cálculo do IFDM utiliza dados
administrativos oficiais de declaração obrigatória disponibilizados por municípios pelos
Ministérios da Educação, Saúde e do Trabalho. Abaixo segue Quadro 01 contento as variáveis
que compõe o cálculo do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal.
25
Quadro 01 Resumo dos componentes do IFMD por área de desenvolvimento
Emprego&Renda Educação Saúde
Geração de emprego
formal
Absorção da mão de obra
local
Geração de Renda formal
Salários médios do
emprego formal
Desigualdade
Matrículas na educação
infantil
Abandono no ensino
fundamental
Distorção idade-série no
ensino fundamental
Docentes com ensino
superior no ensino
fundamental
Média de horas aula
diárias no ensino
fundamental
Resultado do IDEB no
ensino Fundamental
Número de consultas pré-
natal
Óbitos por causas mal
definidas
Óbitos infantis por causas
evitáveis
Internação sensível à
atenção básica (ISAB)
Fonte: Dados do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Educação e Ministério da Saúde apud
FIRJAN (2016) – adaptado
Segundo o Sistema FIRJAN, o IFDM possui notas que variam de 0,0 a 1,0. Sendo
assim, o IFDM é de fácil leitura na medida em que os municípios que apresentam notas mais
próximas de 1,0 tem um maior desenvolvimento socioeconômico, conforme Quadro 02
abaixo:
Quadro 02 Valores de Referência e Conceitos do IFDM
Classificação Interpretação
Município com IFDM entre 0,0 e 0,4 BAIXO desenvolvimento
Município com IFDM entre 0,4 e 0,6 Desenvolvimento REGULAR
Município com IFDM entre 0,6 e 0,8 Desenvolvimento MODERADO
Município com IFDM entre 0,8 e 1,0 ALTO desenvolvimento
Fonte: FIRJAN (2016) – adaptado
2.5.1. IFDM – Emprego e Renda
O IFDM Emprego&Renda é o indicador que tem o propósito de mostrar as
características do cenário no mercado de trabalho do município, tanto no âmbito econômico
quanto no estrutural (FIRJAN, 2016). Para isso, o FIRJAN (2016) utiliza como fonte de dados
às informações advindas da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), ambos do Ministério do Trabalho e
Emprego, e projeções oficiais de população do IBGE. As extensões que compõe o IFDM
Emprego&Renda, segundo o Sistema FIRJAN (2016), são: “Emprego – que avalia a geração
de emprego formal e a capacidade de absorção da mão-de-obra local – e Renda – que
acompanha a geração de renda e sua distribuição no mercado de trabalho do município”.
26
Sendo assim, essas duas extensões desse indicador Emprego&Renda retrata 50% do índice,
como mostra no Quadro 03 abaixo:
Quadro 03 IFDM Emprego&Renda
Emprego (50%)
Variáveis
Crescimento Real
no Ano/Ordenação
Crescimento
Negativo Ano
Crescimento Real no
Triênio/Ordenação
Crescimento Negativo
Triênio
Formalização do mercado de trabalho
local
PESOS 10% 10% 30%
Renda (50%)
Variáveis
Crescimento Real
no Ano/Ordenação
Crescimento no
Ano
Crescimento Real no
Triênio/Ordenação
Crescimento Negativo
Triênio
Massa Salarial Gini da Renda
PESOS 10% 10% 15% 15%
Fonte: FIRJAN (2016) – adaptado
2.5.2. IFDM - Educação
O IFDM Educação foi criado com o intuito de verificar a oferta da educação infantil e
também averiguar as características da educação no nível fundamental tanto em escolas
públicas quanto nas escolas privada. De acordo com o Sistema FIRJAN (2016), foi outorgado
ao ensino fundamental peso de 80% distribuído entre cinco indicadores: 20% para o ensino
infantil, 55% para indicadores-meio e 25% para indicadores-fim. A fonte de todos esses dados
é o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), do
Ministério da Educação.
O IFDM Educação é constituído por seis indicadores, como mostra o Quadro 04
abaixo:
Quadro 04 IFDM Educação
Ensino Infantil Ensino Fundamental
Variáveis
Atendimento
Educação
Infantil
Distorção
Idade Série
(1-tx)
% Docentes
com Curso
Superior
Média de
Horas-Aula
Diárias
Taxa de
Abandono
Média
IDEB
PESOS 20% 10% 15% 15% 15% 25%
Fonte: FIRJAN (2016) – adaptado
O atendimento à Educação Infantil é realizado através de uma avaliação qualitativa,
onde é analisado por meio do percentual de matrículas em creches e pré-escolas em relação ao
total de crianças de 0 a 5 anos de idade. Já no que se refere ao atendimento ao Ensino
Fundamental, o julgamento tem foco qualitativo, tendo em vista que 98,2% do público alvo
27
foram acompanhados. Ainda segundo o FIRJAN (2016), o mesmo traz à frente cinco
indicadores de qualidade da educação no nível fundamental:
i) Taxa de distorção idade-série: representa a defasagem de aprendizagem,
expressa o percentual de alunos com idade superior à idade recomendada para a
série que está cursando;
ii) Percentual de docentes com curso superior: mede a qualificação dos
professores;
iii) Número médio diário de horas-aula: aborda a qualidade do ensino sob a ótica
da oferta de tempo integral nas escolas e do impacto sobre o desempenho dos
alunos;
iv) Taxa de abandono escolar: acompanha se de fato os alunos matriculados no
ensino fundamental permanecem na escola durante todo o ano letivo;
v) Índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB): principal indicador
de desempenho da educação básica no Brasil mede o grau da absorção do conteúdo
dos alunos.
“No processo de revisão metodológica não houve incorporação de novas variáveis no
IFDM Educação. Contudo, foram atualizados os parâmetros de desenvolvimento que
passaram a se basear no ano 2010, em metas de governo e em padrões internacionais”.
(FIRJAN, 2016).
2.5.3 IFDM - Saúde
O IFDM Saúde emprega informações dos bancos de dados do Sistema de Informações
sobre Mortalidade (SIM), do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do
Sistema de Internações Hospitalares (SIH), todos do DataSUS – Ministério da Saúde. O
município é responsável pelos indicadores de controle que o IFDM Saúde utiliza para focar na
saúde básica, conforme Quadro 05.
Quadro 05 IFDM Saúde
Atenção Básica
Variáveis
Mínimo de 7
consultas pré-natal
por nascido vivo
Taxa de óbito de
menores de 5 anos
por causas evitáveis
Óbito de causa mal
definidas
Internações
Evitáveis por
Atenção Básica
PESOS 25% 25% 25% 25%
Fonte: FIRJAN (2016) – adaptado
Os indicadores que compõem o IFDM Saúde assumem pesos iguais a 25% cada. Logo
em seguida, com a revisão metodológica, surgiu um novo elemento: Internações Sensíveis à
Atenção Básica. No mais, além deste novo item e assumindo os mesmos pesos, o IFDM
Saúde é integrado, segundo o Sistema FIRJAN (2016), por:
28
i) Percentual de gestantes com mais de seis consultas pré-natal: É considerado um
dos procedimentos mais básicos que um município deve oferecer à sua população.
Mede o grau de cobertura do atendimento pré-natal nos serviços de saúde do
município;
ii) Proporção de mortes por causas mal definidas: Está relacionado ao acesso aos
serviços de saúde e o acompanhamento da saúde dessa população. Permite inferir a
qualidade da atenção básica, que, em geral, caminha na mesma direção da qualidade
no preenchimento das declarações de óbito.
iii) Taxa de óbitos infantis por causas evitáveis: É reconhecida pela ONU como um
dos indicadores mais sensíveis da condição de vida e de saúde de uma população.
Os dados sobre mortes evitáveis constituem indicadores indiretos da qualidade da
atenção básica à Saúde, dos quais podem derivar medidas de resultado ou de
impacto sobre a ação pública como saneamento e campanhas de vacinação, por
exemplo.
iv) Internações Sensíveis à Atenção Básica: Este indicador acompanha as
internações hospitalares que poderiam ter sido evitadas caso os serviços de atenção
básica de saúde tivessem sido efetivos. Em outras palavras, não é desejável se ter um
alto percentual de internações hospitalares, por exemplo, por anemia, hipertensão ou
diabetes, uma vez que estas poderiam ser evitadas através da prevenção por ação da
atenção básica.
“Na revisão metodológica foram incorporados parâmetros internacionais para as taxas
de óbitos infantis, bem como aumentadas as exigências quanto ao atendimento às gestantes e
à identificação de óbitos”. (FIRJAN, 2016).
2.6 INDICADORES ORÇAMENTÁRIOS RELACIONADOS À SAÚDE E EDUCAÇÃO
2.6.1 Grau de Eficiência Orçamentária
O Grau de Eficiência Orçamentária (GEO) é um indicador contábil que mede a
eficiência do orçamento fixado em relação ao orçamento realizado. Este indicador faz essa
análise utilizando as variáveis Despesas Fixadas e Despesas Realizadas contidas no
orçamento dos municípios.
O GEO é de fácil leitura e entendimento, pois o mesmo tem a seguinte relação: quanto
mais próximo a 1,00, melhor será a eficiência do orçamento público dos municípios. Segundo
Santana, Pessoa, Cabral, Santos e Diniz (2007), sua fórmula consiste na seguinte razão:
𝐺𝐸𝑂𝑖 = [𝐷𝑂𝑅𝑖−𝐷𝑂𝐹𝑖
𝐷𝑂𝐹𝑖] 𝑥 100
(1)
Em que:
29
- 𝐺𝐸𝑂𝑖 = Grau de eficiência orçamentária do município i;
- 𝐷𝑂𝐹𝑖 = Despesa orçamentária fixada do município i;
- 𝐷𝑂𝑅𝑖 = Despesa orçamentária realizada do município i.
2.6.2 Despesa por Aluno
O indicador Despesa por Aluno (DESP_A) tem o objetivo de analisar o quanto está
sendo investido em cada aluno na esfera municipal, isto é, quanto o Poder Público desembolsa
para financiar a educação de cada aluno devidamente matriculado nas escolas municipais.
O indicador DESP_A é extremamente relevante quando se quer mensurar o
investimento em educação por aluno na esfera municipal, considerando que maiores despesas
indicam maiores investimentos em educação.
Em Breitenbach, Alves e Diehl (2010, p.11), “os fatores que reduzem ou aumentam as
despesas por aluno, entre outros, são: a) o valor da remuneração por professor, que pode estar
ligada ao seu nível de formação e a outros critérios da instituição contratante; b) a maior
concentração de alunos nas séries iniciais (1º ano ao 5ª ano) em que são exigidos menores
números de professores; e, c) a forma de gestão dos custos indiretos e despesas gerais da
escola.”.
O indicador Despesa por Aluno, segundo Breitenbach, Alves e Diehl 2010, tem a
seguinte interpretação que quanto maior o resultado para este maiores serão os investimentos
por aluno, e é calculado da seguinte forma:
𝐷𝑒𝑠𝑝_𝐴𝑖 =𝐷𝑒𝑠𝑝_𝑇𝑖
𝐴𝑖
(2)
Em que:
- 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝐴𝑖 é a Despesa por aluno do município i;
- 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝑇𝑖 é a Despesa total das escolas municipais do município i (incluem despesas de
pessoal, merenda, manutenção e conservação, material de limpeza, material didático,
transferências financeiras, contratos de terceirização de pessoal, entre outros);
- 𝐴𝑖 corresponde ao número total de alunos das escolas municipais do município i.
2.6.3 Percentual da Despesa prevista com Educação
30
Segundo Amaral (2003), esse indicador da educação possui a finalidade de verificar a
participação relativa dos gastos previstos na área educacional. Tendo em vista este objetivo,
esse índice consiste na seguinte razão, de acordo com Amaral (2003):
𝐷𝑒𝑠𝑝_𝐸𝑑𝑢𝑐𝑖 =𝐷𝑂_𝐸𝑑𝑢𝑐𝑖
𝐷𝑂_𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙𝑖 𝑥 100 (3)
Em que:
- 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝐸𝑑𝑢𝑐𝑖 corresponde a proporção de investimentos em educação em relação ao
orçamento total do município i;
- 𝐷𝑂_𝐸𝑑𝑢𝑐𝑖 é o total de recursos destinados à educação no município i;
- 𝐷𝑂_𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙𝑖 é o total do orçamento do município i.
2.6.4. Saúde per capita
Segundo o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde – SIOPS
(2009), este indicador tem o objetivo de evidenciar a despesa total com Saúde (exceto
inativos) em relação à população, englobando as despesas financiadas por outras esferas de
governo, sejam elas impostos, transferências do SUS (União. Estados e outros municípios),
operações de crédito e outras.
Para calcular esse índice, o SIOPS (2009) utiliza da seguinte razão:
𝑆𝑎𝑢𝑑_𝑝𝑒𝑟_𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖 = 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖
𝐻𝑎𝑏𝑖
(4)
Em que:
- 𝑆𝑎𝑢𝑑_𝑝𝑒𝑟_𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖 ao total de recursos destinados à saúde por habitante do município i;
- 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝑠𝑎𝑢𝑑𝑖 é o total de recursos destinados à saúde no município i;
- 𝐻𝑎𝑏𝑖 é o total de habitantes do município i.
2.6.5 Participação da despesa com investimentos na despesa total com saúde
31
Este é um indicador que visa à participação do gasto em investimentos sobre o gasto
total com saúde, segundo o SIOPS (2009). Para o sistema, esse índice é calculado da seguinte
forma:
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 = 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖
𝐷𝑒𝑠𝑝_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 𝑥 100 (5)
Em que:
- 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 corresponde a participação das despesas com investimentos em relação ao
total das despesas com saúde do município i;
- 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 é o total de recursos gastos em investimentos do município i;
- 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 é o total de recursos gastos em saúde do município i, excluídas as deduções;
2.6.6 Percentual da receita própria aplicada em saúde, conforme EC 29/2000
Este indicador, segundo o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em
Saúde – SIOPS (2009), possui a finalidade de demonstrar o percentual de recursos próprios,
que são aqueles impostos recolhidos diretamente pelo município e os transferidos por outras
esferas de governo mediante definição constitucional, destinados para as ações e serviços
voltados para a saúde (ASPS), de acordo com a Resolução nº 322 do Conselho Nacional de
Saúde, de 08 de maio de 2003, determinado na Emenda Constitucional nº 29. Esse índice
consiste na seguinte razão:
𝐴𝑢𝑡𝑜𝑛_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 = 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝑠𝑎𝑢𝑑𝑖
𝑅𝑒𝑐_𝑃𝑟𝑜𝑝𝑖 𝑥 100 (6)
Em que:
- 𝐴𝑢𝑡𝑜𝑛_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 é a capacidade de investimentos próprios que o município i tem em
investimentos na área de saúde;
- 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 é o total de recursos destinados à saúde no município i;
- 𝑅𝑒𝑐_𝑃𝑟𝑜𝑝𝑖 correspondem as receitas próprias do município i, que são diretamente
arrecadadas por ele.
Entende-se por receita própria municipal atada a saúde, de acordo com o inciso III, do
art. 6º da Emenda Constitucional de 2000:
32
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159,
inciso I, alínea b e § 3º.
O SIOPS (2009) ainda estabelece que o saldo de despesas com ASPS pode ser
determinado de duas maneiras, devido o fato de a contabilização de despesa por fonte pelos
entes federados é opcional. Para isso, o SIOPS (2009), considera as duas formas, sendo uma
delas o cálculo tradicional (quando não é declarado os gastos com saúde pela fonte impostos,
dessa forma é subtraída do montante das despesas com saúde, a receita de transferência do
SUS, de operações de crédito e de outras fontes) e a outra, por fonte (quando é declarado o
gasto total em saúde realizado pela fonte impostos).
Além disso, o indicador percentual da receita própria aplicada em saúde conforme a
EC 29/2000 possui outra particularidade, segundo o SIOPS (2009), é considerado despesas
aquelas na fase de empenho, e as deduções são os restos a pagar sem disponibilidade
financeira, e os restos a pagar do ano anterior e cancelados no exercício seguinte.
33
3 METODOLOGIA
3.1 TIPOLOGIAS DE PESQUISA
A pesquisa é um tipo de procedimento que procura obter respostas e resultados através
de procedimentos metodológicos a partir de uma problemática fixada.
Segundo Beuren e Raupp (2006, p. 79), a tipologia de um estudo científico pode ser
norteada quanto aos objetivos, quanto à abordagem do problema e quanto aos procedimentos.
A presente pesquisa, quanto aos objetivos, caracteriza-se por ser uma pesquisa
descritiva na medida em que os eventos são observados, descritos e registrados, porém não
sofrem alterações pelo pesquisador. “As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL 2010, p.42).
Com relação à abordagem do problema, este estudo define-se como qualitativo, pois é
caracterizado pela análise da interação entre variáveis, a fim de assimilar e averiguar
comportamentos, em concordância com Beuren e Raupp (2006, p. 92), “pelo emprego de
instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados”. A pesquisa
também se caracteriza como quantitativo, uma vez que utiliza de quantificação na coleta dos
dados através de métodos estatísticos, conforme Beuren e Raupp (2006, p. 91), “descrever a
complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender
e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”.
No que tange aos procedimentos realizados nesta pesquisa, foram utilizados no estudo
em questão os procedimentos de pesquisa bibliográfica, na medida em que foram analisadas
informações já documentadas de diversos autores pertinentes à contabilidade, conforme Cervo
e Bervian (1983, p. 55, apud BEUREN; RAUPP, 2006, p. 86), “explica um problema a partir
de referenciais teóricos publicados em documentos.”; pesquisa experimental, pois foi alterada
uma variável para compreender a relação entre as variáveis da pesquisa; e pesquisa
documental, onde conforme Beuren e Raupp (2006, p. 89), “baseia-se em materiais que ainda
não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os
objetivos da pesquisa”.
Os dados coletados serão utilizados para verificar a aderência que existe entre o Índice
FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) e os indicadores contábeis das áreas da
saúde e da educação. O levantamento das informações mostrará as ferramentas contábeis
34
utilizadas e verificará se estas podem ser utilizadas pelos gestores públicos para administrar os
recursos públicos que serão destinados a essas áreas de serviços essenciais à população de
cada município.
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA
O universo da pesquisa em estudo integra-se de todos os municípios do Brasil, sendo
1.668 na região Sudeste, 1.191 na região Sul, 1.794 na região Nordeste, 450 na região Norte, e
467 na região Centro-Oeste do país. O universo, portanto, reflete em um montante de 5.570
municípios do Brasil no ano de 2013.
O método utilizado para selecionar a amostra desta pesquisa foi o não-probabilístico,
uma vez em que foi selecionado uma amostra de 50 municípios, sendo escolhidos os
municípios mais populosos por região brasileira (10 municípios de cada região). No entanto,
alguns municípios precisaram ser substituídos por outros devido o fato da ausência de
informações. Nada obstante, a amostra continua contendo 10 municípios por região, conforme
o Quadro 06 abaixo:
Quadro 06 Lista dos municípios da amostra da pesquisa
Região Estado Município
Estimativa
populacional IBGE
2013
Ranking
Sudeste
SP São Paulo 11.821.873 1º
RJ Rio de Janeiro 6.429.923 2º
MG Belo Horizonte 2.479.165 3º
SP Guarulhos 1.299.249 4º
SP Campinas 1.144.862 5º
RJ São Gonçalo 1.025.507 6º
RJ Duque de Caxias 873.921 7º
SP São Bernardo do Campo 805.895 8º
SP Santo André 704.942 10º
SP Osasco 691.652 11º
Sul
PR Curitiba 1.848.946 1º
RS Porto Alegre 1.467.816 2º
SC Joinville 546.981 3º
PR Londrina 537.566 4º
RS Caxias do Sul 465.304 5º
35
SC Florianópolis 453.285 6º
PR Maringá 385.753 7º
RS Pelotas 341.180 8º
RS Canoas 338.531 9º
SC Blumenau 329.082 11º
Centro-Oeste
GO Goiânia 1.393.575 2º
MS Campo Grande 832.352 3º
MT Cuiabá 569.830 4º
GO Aparecida de Goiânia 500.619 5º
GO Anápolis 357.402 6º
MT Várzea Grande 262.880 7º
MT Rondonópolis 208.019 8º
GO Rio Verde 197.048 10º
GO Luziânia 188.181 11º
GO Águas Lindas de Goiás 177.890 12º
Norte
AM Manaus 1.982.177 1º
PA Belém 1.425.922 2º
RO Porto Velho 484.992 4º
AC Rio Branco 357.194 6º
PA Santarém 288.462 8º
TO Palmas 257.904 9º
PA Marabá 251.885 10º
TO Araguaína 164.093 13º
RO Ji-Paraná 128.026 15º
AM Parintins 109.225 20º
Nordeste
BA Salvador 2.883.682 1º
CE Fortaleza 2.551.806 2º
PE Recife 1.559.513 3º
MA São Luís 1.053.922 4º
AL Maceió 996.733 5º
RN Natal 853.928 6º
PI Teresina 836.475 7º
PB João Pessoa 769.607 8º
PE Jaboatão dos Guararapes 675.599 9º
SE Aracaju 614.577 10º
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
36
Optou-se escolher uma amostra de 10 municípios de cada região por acreditar que os
mesmos apresentam orçamentos com grande representatividade e, também, por serem eles
responsáveis por boa parte do PIB de cada região a qual pertence o ente federativo.
Vale ressaltar também que foi necessário descartar os extremos quando relacionados
os indicadores contábeis com o IFDM da saúde e da educação, sendo desconsiderados 11
municípios na relação com os índices da saúde, e 08 quando relacionados os índices da
educação.
3.3 INSTRUMENTO E PROCESSO DE COLETA DE DADOS
Quanto aos procedimentos para apuração dos dados, no que se refere à coleta de
informações, a busca foi realizada através de consulta a endereços eletrônicos via internet.
Foram utilizados como ferramentas de captura dessas informações: o portal da transparência
municipal das prefeituras selecionadas na amostra da pesquisa para obtenção da despesa
fixada em Lei Orçamentária Anual – LOA do ano de 2013 de cada ente federativo; o sítio do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE para obter a estimativa populacional do
mesmo período anteriormente citado; a página da internet do Sistema FIRJAN para apurar o
Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal – IFDM das áreas da saúde e da educação de
cada município; o sítio eletrônico do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em
Saúde – SIOPS para colher os valores dos indicadores da saúde
(𝑆𝑎𝑢𝑑_𝑝𝑒𝑟_𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖, 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 e o 𝐴𝑢𝑡𝑜𝑛_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖); consultou-se ao FINBRA Contas
Anuais do website do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro
– SICONFI para fins de valores da despesa orçamentária empenhada na área educacional dos
municípios; e, também, foi consultado o Portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa –
INEP através do Sistema de Consulta a Matrícula do Censo Escolar de 2013 no endereço
eletrônico para capturar o quantitativo de alunos matriculados na rede municipal de cada
prefeitura analisada. Abaixo segue Quadro 07 com os instrumentos e coleta das informações:
37
Quadro 07 Instrumentos e coleta de dados
Dados coletados Fonte de pesquisa
Despesa Orçamentária Fixada em LOA – 2013. Portal da Transparência Municipal
Estimativa Populacional – 2013 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
IFDM Saúde;
IFDM Educação. Sistema FIRJAN
Despesa total com saúde, sob responsabilidade do
município, por habitante;
Participação % da despesa com investimentos na
despesa total com saúde;
Percentual da receita própria aplicada em saúde
conforme a EC 29/2000.
Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em
Saúde – SIOPS
Despesa Orçamentária Empenhada Consolidada;
Despesa Orçamentária Empenhada na educação.
Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor
Público Brasileiro – SICONFI
Número de alunos matriculados na rede municipal. Portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa –
INEP
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
A análise estatística descritiva dos dados coletados por meio desses instrumentos
anteriormente citados se sucedeu através de planilhas da ferramenta do Microsoft Office
Excel 2010®.
3.4 INTERPRETAÇÃO E ANÁLISES DE DADOS
A análise de dados possui como objetivo a organização sistemática dos dados de
forma que possibilite o fornecimento de respostas ao problema de investigação (GIL, 2009
apud BEUREN et al., 2006, p. 136).
Inicialmente, as informações coletadas serão analisadas e interpretadas por meio de
médias, desvio padrão, bem como através da identificação dos valores mínimos e máximos
para os indicadores selecionados nesta pesquisa em uma analise estatística descritiva
individual, ou seja, para cada índice.
No estudo, também, far-se-á uso da Matriz de Correlação de Pearson para verificar a
significância existente entre as variáveis. Por fim, os indicadores serão analisados em
conjunto, por meio de regressão linear múltipla, no qual serão observados os coeficientes de
relação entre os indicadores trabalhados nesta pesquisa.
Como o objetivo da pesquisa consiste em verificar a relação existente entre os
indicadores contábeis de saúde e educação com o Índice FIRJAN de Desenvolvimento
Municipal esta pesquisa adotou dois modelos. O primeiro buscou relacionar os indicadores
contábeis de saúde com IFDMSaud, conforme apresentado na equação 7.
38
𝐼𝐹𝐷𝑀𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 = 𝛼 + 𝛽1𝐺𝐸𝑂𝑖 + 𝛽2𝑆𝑎𝑢𝑑𝑃𝑒𝑟𝐶𝑎𝑝𝑖𝑖 + 𝛽3𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖+
𝛽4𝐴𝑢𝑡𝑜𝑛_𝑠𝑎𝑢𝑑𝑖 + 𝜇 (7)
Em que,
- 𝐼𝐹𝐷𝑀𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 corresponde ao IFDM Saúde do município i no ano de 2013;
- 𝐺𝐸𝑂𝑖 corresponde ao Grau de Eficiência Orçamentária do município i, obtido de acordo
com a equação 1;
- 𝑆𝑎𝑢𝑑_𝑝𝑒𝑟_𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖 é o valor per capita que o município i destinou à função saúde, obtido
por meio da equação 2;
- 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 corresponde à proporção dos investimentos em saúde ao valor total que o
município i destina à saúde, obtida por meio da equação 3;
- 𝐴𝑢𝑡𝑜𝑛_𝑠𝑎𝑢𝑑𝑖 corresponde à proporção dos recursos próprios do município i em relação as
despesas totais destinadas à saúde, de acordo com a equação 4.
Em seguida, buscou-se relacionar os indicadores contábeis de educação com
IFDMEduc, conforme apresentado na equação 8.
𝐼𝐹𝐷𝑀𝐸𝑑𝑢𝑐𝑖 = 𝛼 + 𝛽1𝐺𝐸𝑂𝑖 + 𝛽2𝐷𝐸𝑆𝑃_𝐴𝑖 + 𝛽3𝐷𝐸𝑆𝑃_𝐸𝐷𝑈𝑖 + 𝜇
(8)
Em que,
- 𝐼𝐹𝐷𝑀𝐸𝑑𝑢𝑐𝑖 corresponde ao IFDM Educação do município i no ano de 2013;
- 𝐺𝐸𝑂𝑖 corresponde ao Grau de Eficiência Orçamentária do município i, obtido de acordo
com a equação 1;
- 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝐴𝑖 é o valor por aluno que o município i destinou à função educação, obtido por meio
da equação 5;
- 𝐷𝑒𝑠𝑝_𝐸𝑑𝑢𝑐𝑖 corresponde à proporção das despesas com educação ao orçamento total do
município i, obtida por meio da equação 6.
Portanto, neste trabalho serão utilizados esses instrumentos de avaliação de dados aqui
mencionados, uma vez que, acredita-se julgar necessário para o pleno entendimento das
informações apresentadas.
39
3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO
O estudo realizado apresentou algumas limitações no que tange às despesas
orçamentárias fixadas em Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2013 de alguns dos municípios
mais populosos por região brasileira divulgas no Portal da Transparência disponibilizado
através do Portal Municipal desses entes federativos.
Nesse sentido, algumas dessas prefeituras não disponibilizam esta lei orçamentária em
seus portais administrativos, no que incumbiu fazer-se necessário substituir alguns municípios
por outros, seguindo sempre à lógica do município mais populoso por região.
Sendo assim, devido à ausência dessas informações, o município de Nova Iguaçu – RJ,
pertencente à região Sudeste do país, foi substituído por Osasco – SP.
Quanto a região Sul, o município de Ponta Grossa – PR foi substituído por Blumenau
– SC.
No tocante ao Centro-Oeste do Brasil, o município de Brasília – DF e Dourados – MS
foram substituídos por Luziânia – GO e Águas Lindas de Goiás - GO, respectivamente, sendo
que o primeiro município além de não disponibilizar a LOA 2013 para fins de consulta da
despesa orçamentária fixada em seu Portal da Transparência, também não foi disponibilizado
a Despesa Orçamentária Empenhada Consolidada e a Despesa Orçamentária Empenhada na
educação para fins de cálculo dos índices Grau de Eficiência Orçamentária (GEO), e Despesa
por Aluno (Desp_A) e Despesa Prevista com Educação (Desp_Educ), respectivamente,
através do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro –
SICONFI.
Outros dados que limitaram o estudo da pesquisa para o município de Brasília foi a
ausência de valores dos indicadores contábeis da saúde (Despesa total com saúde, sob
responsabilidade do município, por habitante – Saud_per_Capita; Participação % da despesa
com investimentos na despesa total com saúde – Invest_Saud; e o Percentual da receita
própria aplicada em saúde conforme a EC 29/2000 – Auton_Saud), no Sistema de
Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde – SIOPS.
A região Norte do país foi a que apresentou o maior número de municípios que
necessitaram ser substituídos devido à ausência da despesa fixada no orçamento anual. O
município de Ananindeua – PA, inicialmente, foi substituído por Castanhal e Paraupebas,
ambos pertencentes ao também estado do Pará, porém os mesmo encontravam-se na mesma
situação quanto à ausência dessa informação e, consequentemente, foram substituídos por
40
Araguaína – TO. O município de Macapá – AP, foi substituído por Ji-Paraná – RO, mas antes
já havia sido substituído por Abaetetuba – PA. Por fim, o município de Boa Vista – RR, que
foi substituído por Parintins – AM, mas que também antes precisou ser substituído por
Cametá, Bragança, Marituba e Barcarena, todos integrantes do estado paraense. Abaixo segue
Quadro 08 com os entes federativos substituídos.
Quadro 08 Municípios substituídos na amostra da pesquisa
Região Estado
Município substituído
(excluído) da amostra
inicial
Estimativa populacional
2013 IBGE
Sudeste RJ Nova Iguaçu 804.815
Sul PR Ponta Grossa 331.084 Centro-Oeste DF Brasília 2.789.761
Centro-Oeste MS Dourados 207.498
Norte PA Ananindeua 493.976 Norte AP Macapá 437.256
Norte RR Boa Vista 308.996 Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Posteriormente, tem-se o Quadro 09 com os municípios que passaram a integrar a
amostra da pesquisa devido ao relatado anteriormente.
Quadro 09 Municípios integrantes da amostra após substituições
Região Estado Município componente
da amostra final
Estimativa populacional
2013 IBGE
Sudeste SP Osasco 691.652
Sul SC Blumenau 329.082
Centro-Oeste GO Luziânia 188.181
Centro-Oeste GO Águas Lindas de Goiás 177.890
Norte TO Araguaína 164.093
Norte RO Ji-Paraná 128.026
Norte AM Parintins 109.225
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Portanto, feito isso a amostra deste estudo caracteriza-se através dos 10 municípios
mais populosos de cada região brasileira, apesar das limitações existentes, totalizando uma
amostra de 50 municípios analisados.
41
4 RESULTADOS E ANÁLISES DA PESQUISA
Esta pesquisa se propõe a analisar se o IFDMSaud e IFDMEduc possuem relação com
os indicadores contábeis também pertencentes às áreas citadas anteriormente. Sendo assim, os
dados analisados obtiveram resultados para as análises feitas neste estudo.
As análises foram desenvolvidas em dois blocos: primeiros às questões da que
envolvem os indicadores contábeis de saúde com o IFDMSaud e, na sequência, os indicadores
contábeis de educação com o IFDMEduc.
Inicialmente, foi questionada a relação existente entre o Índice FIRJAN de
Desenvolvimento Municipal da saúde e alguns índices da saúde por meio de uma análise
estatística descritiva. Dessa maneira, como também citado no universo e amostra da pesquisa,
para compor essa análise utilizou-se uma amostra de 39 municípios, descartados os extremos
superiores e inferiores.
A Tabela 01 apresenta as estatísticas descritivas dos indicadores da saúde:
Tabela 01 Estatística descritiva da amostra dos municípios brasileiros em relação ao IFDM Saúde e os
indicadores contábeis destes municípios para o ano de 2013
Variável/Estatística Obs. Média Desvio-Padrão Mínimo Máximo
IFDMSAUD 39 .8213846 .0779586 .6632 .9618
GEO 39 .8705452 .1646775 .1588781 1.115017
SAUD_PER_CAPITA 39 551.4895 184.3578 180.22 945.47
INVEST_SAUD 39 1.972564 1.264894 .16 5.6
AUTON_SAUD 39 21.76051 3.806937 15.96 28.13
Nota: IFDMSAUD corresponde ao IFDM Saúde; GEO corresponde ao Grau de Eficiência Orçamentária; SAUD_PER_CAPITA
corresponde à despesa em saúde por habitante; INVEST_SAUD corresponde à despesa com investimentos em relação ao total das
despesas com saúde do município; AUTON_SAUD corresponde à capacidade de investimentos próprios que o município tem em investimentos na área da saúde; α corresponde a outras variáveis.
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Feito essa análise estatística descritiva dos dados, apresentada na Tabela 01, em que se
apurou os resultados da média do IFDMSaud em 0,8213, aproximadamente, o que significa
afirmar que os municípios estudados possuem um IFDMSaud dentro do conceito de “alto
desenvolvimento”, de acordo com o Quadro 02. O menor valor apresentado para este índice
correspondeu a 0,6632, e o maior a 0,9618.
O GEO apresentou uma média de 87,05%, isto é, os municípios em questão realizaram
em média 87% das despesas que foram fixadas em Lei Orçamentária Anual – LOA no
período de 2013, um valor relativamente considerado bom, na medida em que, para este
indicador, quanto mais próximo de 100%, melhores são os resultados alcançados na execução
orçamentária das despesas dos municípios. O menor valor para o GEO relacionado à saúde foi
42
de 15,88%, um percentual consideravelmente baixo, pois esse município realizou cerca de
16% apenas das despesas fixadas em lei, demonstrando fragilidade do planejamento
executado naquele município. E, o maior valor foi em 111,50%. Neste último caso, o
município gastou mais do que previu em suas despesas fixadas.
O indicador Saud_per_Capita foi outro analisado por meio da estatística descritiva, e
apresentou os seguintes resultados: R$ 551,48, R$ 180,22 e R$ 945,47, para a média, menor
valor e máximo valor, respectivamente. Dessa forma, os munícipios investiram em torno de
R$ 551,48 por habitante na área da saúde no ano de 2013. Contudo, ao analisar os valores
máximos e mínimos percebe-se que esse dado não se repete em todos os municípios, haja
vista que tiveram municípios que aplicaram recursos bem acima e abaixo da média
apresentada.
Partindo agora para o índice que mede o investimento em saúde dos munícipios,
Invest_Saud, e vale ressaltar que este indicador mensura apenas os investimentos relacionados
a termos de estrutura física na área, como por exemplo, construções e reformas de unidades
hospitalares, compra de novos equipamentos e investimentos em novas tecnologias. Para este
indicador, os municípios da amostra das regiões brasileiras apresentaram uma média de
investimentos em saúde com relação ao seu orçamento total também desta área no percentual
de 1,97%. O município que menos investiu apresentou um percentual de 0,16%, e o que
manifestou o maior resultado para o índice apresentou cerca de 5,60% em investimentos.
Finaliza a estatística descritiva o indicador que mede a capacidade de investimento na
saúde através de recursos próprios advindos dos impostos municipais. Sendo assim, para este
indicador, Auton_Saud, os entes federativos apontaram uma média de 21,76% de
investimentos próprios na área. O município que menos empregou recursos na saúde
apresentou percentual de 15,96%, já o maior investidor, 28,13%.
Posteriormente, realizou-se a análise bilateral de associação entre as variáveis através
da Matriz de Correlação de Pearson, apresentada na Tabela 02:
43
Tabela 02 Matriz de Correlação de Pearson da amostra dos municípios brasileiros em relação ao IFDM
Saúde e os indicadores contábeis destes municípios para o ano de 2013
IFDMSAUD GEO SAUD_PER_CAP
ITA
INVEST_SAU
D
AUTON_SAUD
IFDMSAUD 10.000
GEO -0.0496 10.000
0.7643
SAUD_PER_CAPITA 0.6505* -0.0439 10.000
0.0000 0.7906
INVEST_SAUD -0.2631 0.0997 -0.3065* 10.000
0.1056 0.5458 0.0577
AUTON_SAUD 0.0979 -0.1658 0.4611* -0.2301 10.000
0.5533 0.3131 0.0031 0.1588
Nota: IFDMSAUD corresponde ao IFDM Saúde; GEO corresponde ao Grau de Eficiência Orçamentária;
SAUD_PER_CAPITA corresponde à despesa em saúde por habitante; INVEST_SAUD corresponde à despesa com
investimentos em relação ao total das despesas com saúde do município; AUTON_SAUD corresponde à capacidade de investimentos próprios que o município tem em investimentos na área da saúde; α corresponde a outras variáveis.
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Nela percebeu-se, de acordo com a amostra de 39 munícipios, que os indicadores
IFDMSaud e o Saud_per_Capita possuem uma relação diretamente proporcional, ou seja,
quanto maior as despesas na área por habitante maior o IFDMSaud. A correlação entre esses
indicadores, além de ser forte, apresenta grande significância.
A correlação entre os indicadores contábeis Auton_Saud e o Saud_per_Capita também
se apresentou como diretamente proporcional, seguindo o seguinte conceito, quanto maior a
autonomia de investimentos de recursos próprios na área da saúde maior será a despesa na
área por habitante.
Já outros indicadores que também apresentaram relevância estatística é o Invest_Saud
e o Saud_per_Capita. Eles relacionam-se em, aproximadamente, 30%. Porém, apresentam
uma relação inversamente proporcional. Ao contrário dos casos citados anteriormente, quanto
maior o investimento estrutural na saúde, menor será a despesa na saúde por habitante, visto
que, este último refere-se a despesas como insumos hospitalares, por exemplo.
Vale evidenciar também a relação existente entre os indicadores Invest_Saud e o
IFDMSaud, tendo em vista que, a mesma aproximou-se do limite aceitável na área das
Ciências Sociais, em que se pode aceitar um percentual de correlação entre variáveis de até
0,1000. Esses indicadores apresentaram relações inversamente proporcional, o que implica
44
dizer que o melhoramento do IFDMSaud não está diretamente associado aos investimentos
em saúde propriamente ditos.
Neste momento, partiu-se para uma análise geral de todos os indicadores relacionados
à saúde com o IFDMSaud, por meio da regressão múltipla linear, conforme o modelo
apresentado na equação 7. Os resultados desse modelo estão apresentados na Tabela 03
abaixo:
Tabela 03 Coeficientes da relação IFDM Saúde e os indicadores contábeis de gestão da saúde municipal,
obtidos por meio do modelo apresentado na equação 7
IFDMSAUD Coeficiente Erro Padrão T p-value Intervalo de Confiança
95%
GEO -.0253168 .0592234 -0.43 0.672 -.1456733 .0950397
SAUD_PER_CAPITA .0003161 .0000603 5.24 0.000 .0001935 .0004387
INVEST_SAUD -.0056939 .0080269 -0.71 0.483 -.0220066 .0106188
AUTON_SAUD -.005672 .0028885 -1.96 0.058 -.0115421 .000198
𝛼 .8037477 .0861246 9.33 0.000 .6287215 .9787739
F (4, 34) 8.04 Prob> F 0.0001 Md. Vif 1.21
R² 0.4257 White 0.7559
Nota 1: Modelo: 𝐼𝐹𝐷𝑀𝑆𝐴𝑈𝐷𝑖 = 𝛼 + 𝛽1𝐺𝐸𝑂𝑖 + 𝛽2𝑆𝑎𝑢𝑑𝑃𝑒𝑟𝐶𝑎𝑝𝑖𝑖 + 𝛽3𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡_𝑆𝑎𝑢𝑑𝑖 + 𝛽4𝐴𝑢𝑡𝑜𝑛_𝑠𝑎𝑢𝑑𝑖 + 𝜇
Nota 2: IFDMSAUS corresponde ao IFDM Saúde; GEO corresponde ao Grau de Eficiência Orçamentária; SAUDPERCAPITA corresponde à despesa em saúde por habitante; INVEST_SAUD corresponde à despesa com investimentos em relação ao total das
despesas com saúde do município; AUTON_SAUD corresponde à capacidade de investimentos próprios que o município tem em
investimentos na área da saúde; α corresponde à outras variáveis que não foram levadas em consideração neste modelo. Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Antes de partir para as análises da pesquisa, verificou-se os pressupostos básicos da
regressão, observando a normalidade da distribuição dos dados amostral, a ausência de
multicolinearidade e de heterocedasticidade, bem como a rejeição da hipótese que todas as
variáveis são zero.
O erre quadrado (R²) apresentou índice igual a 0,42, o que implica dizer que as
variáveis empregadas nesta pesquisa conseguem justificar em 42,57% o comportamento do
IFDMSaud, demonstrando a relevância dos resultados desta pesquisa.
Notou-se que apenas os indicadores Saud_per_Capita e o Auton_Saud apresentam
significância em relação ao IFDMSaud. Com relação à natureza de suas proporcionalidades,
estes indicadores são, em relação a todos os indicadores, diretamente e inversamente
proporcionais, respectivamente. Ou seja, no primeiro caso, o fato de os municípios
apresentarem um IFDMSaud considerado bom pode associar-se também a bons resultados
para o Saud_per_Capita. Posteriormente, no outro caso, o fato dos municípios apresentarem
um bom desenvolvimento para o IFDMSaud, não significa que o indicador Auton_Saud
apresentará consequências positivas, pelo contrário, corresponderá a piores resultados, de
acordo com a amostra do estudo.
45
Fazendo relação entre a Tabela 02 e Tabela 03, tem-se que quando se analisa
individualmente a relação de influência dos indicadores contábeis da saúde selecionados aqui
nesta pesquisa com o IFDMSaud, apenas o Saud_per_Capita contribui para mensurar o
indicador de desenvolvimento da saúde municipal em uma relação diretamente proporcional
entre seus valores. Porém, quando se leva em consideração essa análise envolvendo esses
mesmos indicadores, tem-se que além do Saud_per_Capita, o Auton_Saud também influência
o IFDMSaud, só que em uma relação inversamente proporcional.
Com relação às análises do IFDMEduc e os indicadores contábeis, as estatísticas
descritivas da educação foram analisadas quatro indicadores pertinentes a essa área, bem
como também suas médias, valores mínimos e máximos para cada índice. Aqui, nesta análise,
a amostra configura-se em 42 municípios brasileiros, sendo 08 municípios desapropriados
para essa análise por estarem configurados em seus extremos. Os resultados são apresentados
na Tabela 04:
Tabela 04 Estatística descritiva da amostra dos municípios brasileiros em relação ao IFDM Educação e os
indicadores contábeis destes municípios para o ano de 2013
Variável/Estatística Obs. Média Desvio-Padrão Mínimo Máximo
IFDMEDUC 42 .76285 .085756 .6148 .9353
GEO 42 .8481736 .1551514 .1588781 1.069326
DESP_A 42 6345.576 1415.521 3811.979 10089.05
DESP_EDUC 42 .2233427 .0611434 .1216315 .3760849
Nota: IFDMEDU corresponde ao IFDM Educação; GEO corresponde ao Grau de Eficiência Orçamentária; DESP_A corresponde à despesa na educação municipal por aluno; DESP_EDUC corresponde ao investimento em educação em relação ao orçamento total.
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
O indicador IFMDEduc apresentou uma média de 0,7628 para seus municípios, na
qual, considerando o Quadro 02, apresenta um “desenvolvimento moderado” para área
educacional. O IFDMEduc mínimo dessa amostra foi de 0,6148, e o maior foi de 0,9353.
Em relação ao GEO, sua média foi de 84,81%, aproximadamente, ou seja, os
municípios realizaram cerca de 84,81% da despesa que estava fixada no orçamento anual para
o período de 2013. O maior grau de eficiência orçamentária identificado foi de 106,93%, em
que, realizou-se mais despesa do que se previu na lei orçamentária de 2013, e o menor GEO
apontado foi de 15,88%, um valor relativamente baixo e desfavorável para o desenvolvimento
municipal.
Dirigindo-se para a análise estatística descritiva de outro indicador, Desp_A, tem-se
uma despesa máxima de R$ 10.089,05, por aluno no ano de 2013, e uma despesa mínima
desembolsada por um município no valor de R$ 3.811,97, por aluno também no mesmo
46
período. Considerando-se a amostra desse estudo, tem-se uma média de R$ 6.345.57, para
esse indicador. Portanto, em média, os municípios tiveram uma despesa anual em 2013 por
aluno no valor de R$6.345,57, em termos educacionais.
Outro indicador analisado separadamente foi o percentual da despesa prevista com
educação em relação ao orçamento total do município (Desp_Educ). Para este, obteve-se uma
média de 22,33%, em que se infere que do orçamento total dos municípios, aproximadamente
22% desses recursos foram destinados à educação municipal (nível infantil, nível fundamental
e educação básica). Vale ressaltar que o limite mínimo de investimentos em educação previsto
na Constituição Federal de 1988 é de 25% do orçamento total. Portanto, quanto a este limite
constitucional mínimo para investimentos na educação, contate-se que alguns municípios não
fazem os investimentos adequados para essa área, investindo assim bem menos do que o
regulamentado em lei, deixando o serviço público e suas obrigações perante a sociedade de
atenderem suas necessidades básicas a desejar. Ainda foram encontrados o percentual
máximo de investimento em educação em 37,60%, e mínimo em 12,16%, em alguns dos
municípios analisados.
No tocante à Matriz de Correlação de Pearson para o IFDMEduc e os indicadores
contábeis educacionais, apresentada na Tabela 05, tem-se que apenas o GEO e o Desp_A
apresentaram uma correlação de significância relevante em relação ao IFDMEduc, sendo que
o primeiro retratou uma relação inversamente proporcional talvez pela ausência de outras
variáveis, e o segundo, o Desp_A, uma relação diretamente proporcional. Isso revela que
quanto maior for o IFDMEduc menor será o grau de eficiência orçamentária dos municípios,
isto porque o GEO leva em consideração todos os fatores orçamentários (despesas
orçamentárias). No entanto, isso pode ser uma explicação para que os coeficientes não fossem
positivos e/ou diretamente proporcionais. Já no outro caso, quanto maior o IFDMEduc maior
será o investimento no sistema educacional desses entes federativos.
47
Tabela 05 Matriz de Correlação de Pearson da amostra dos municípios brasileiros em relação ao IFDM
Educação e os indicadores contábeis destes municípios para o ano de 2013 IFDMEDUC GEO DESP_A DESP_E~C
IFDMEDUC 10.000
GEO -0.2909* 10.000 0.0616
DESP_A 0.4725* -0.1691 10.000 0.0016 0.2844
DESP_EDUC -0.0194 -0.2054 -0.1511 10.000 0.9029 0.1919 0.3393
Nota: IFDMEDU corresponde ao IFDM Educação; GEO corresponde ao Grau de Eficiência
Orçamentária; DESP_A corresponde à despesa na educação municipal por aluno; DESP_EDUC corresponde ao investimento em educação em relação ao orçamento total.
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Quando se analisa a relação geral entre todos os indicadores relacionados à educação
nessa amostra, como demonstrado na Tabela 06, percebe-se que apenas a despesa por aluno
mostra-se relevante em relação ao IFDMEduc, em outros termos, temos que o Desp_A tem
influência significativa quando se quer mensurar o desenvolvimento no sistema educacional
de um munícipio, e o mesmo, ainda apresenta uma ligação diretamente proporcional, ou seja,
quanto mais se investe em educação municipal maior será o desenvolvimento do município,
na medida em que irão diminuir os níveis de alunos que não estão matriculados em escolas
públicas, por exemplo. Além disso, nesta análise, tem-se a influência de outras variáveis
representadas por alfa (α), que possui uma significância relativa em relação ao IFDMEduc.
Em termos teóricos, pode-se afirmar que o IFDMEduc, além de ser influenciado pelo Desp_A,
é influenciado também por outras variáveis distintas dessas aqui analisadas, mostrando-se
assim um indicador socioeconômico bastante completo na medida em que analisa
informações de diversos setores.
48
Tabela 06 Coeficientes da relação IFDM Educação e os indicadores contábeis de gestão da educação
municipal, obtidos por meio do modelo apresentado na equação 8
IFDMEDUC Coeficiente Erro Padrão T p-value Intervalo de Confiança
95%
GEO -.1198202 .0800574 -1.50 0.143 -.2818879 .0422474
DESP_A .0000264 8.69e-06 3.04 0.004 8.84e-06 .000044
DESP_EDUC .0027774 .2025477 0.01 0.989 -.4072589 .4128138
𝛼 .6961894 .1174757 5.93 0.000 .4583723 .9340064
F (3, 38) 4.66 Prob> F 0.0072 Md. Vif 1.08
R² 0.2691 White 0.509
Nota 1: Modelo: 𝐼𝐹𝐷𝑀𝐸𝐷𝑈𝑖 = 𝛼 + 𝛽1𝐺𝐸𝑂𝑖 + 𝛽2𝐷𝐸𝑆𝑃_𝐴𝑖 + 𝛽3𝐷𝐸𝑆𝑃_𝐸𝐷𝑈𝑖 + 𝜇 Nota 2: IFDMEDU corresponde ao IFDM Educação; GEO corresponde ao Grau de Eficiência Orçamentária; DESP_A corresponde à despesa na educação municipal por aluno; DESP_EDUC corresponde ao investimento em educação em relação ao
orçamento total; α corresponde a outras variáveis que não foram levadas em consideração nesta pesquisa.
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Assim como feito no modelo anterior, verificou-se os pressupostos básicos da
regressão, observando a normalidade da distribuição dos dados amostral, a ausência de
multicolinearidade e de heterocedasticidade, bem como a rejeição da hipótese que todas as
variáveis são zero.
O erre quadrado (R²) apresentou índice igual a 0,26, o que implica dizer que as
variáveis empregadas nesta pesquisa conseguem justificar em 26,91% o comportamento do
IFDM – Educação, demonstrando a relevância dos resultados desta pesquisa.
Vale ressaltar, também, a relação existente entre os indicadores contábeis da educação
em relação ao IFDMEduc através de uma análise que relaciona as Tabela 05 e Tabela 06.
Aqui, tem-se que o IFDMEduc é influenciado, quando feita uma análise individual dos
índices educacionais, inversamente e diretamente proporcional pelas GEO e Desp_A,
respectivamente. Se analisado em conjunto com todos os indicadores pertinentes à área, tem-
se que o GEO não apresenta significância em relação ao IFDMEduc, já o Desp_A continua
interferindo diretamente proporcional nos resultados do desenvolvimento municipal.
49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa teve como objetivo verificar a relação existente entre o Índice FIRJAN
de Desenvolvimento Municipal (IFDM) da saúde e educação com os indicadores contábeis de
desempenho orçamentário também dessas áreas, com o intuito de possibilitar aos gestores da
administração pública dos municípios uma maior compreensibilidade no gerenciamento dos
recursos públicos na medida em que faz uso desses índices como ferramenta de gestão.
Mediante uma análise detalhada de dados referentes ao ano de 2013, este trabalho se
justificou pelo fato de buscar fornecer à administração pública mais confiança no momento de
se utilizar indicadores orçamentários contábeis de saúde e educação e o IFDM para gerir os
recursos dos municípios brasileiros destinados a elas, assim como, similarmente, esclarecer à
sociedade o melhor entendimento entre esses indicadores, possibilitando o direto de exercer o
controle social no processo relativo ao gasto público.
Para isto, utilizou-se de instrumentos de análise de dados, a qual se constatou que,
quanto aos indicadores contábeis da saúde, apenas o Saud_per_Capita e o Auton_Saud
possuem relação significativa com o IFDMSaud dos municípios selecionados, da qual o
primeiro apontou uma relação em que, quanto mais se investe em saúde no município, maior
o desenvolvimento socioeconômico na área da saúde.
Já na segunda relação, a análise apontou uma relação inversamente proporcional,
configurando-se em, quanto maior for a autonomia do município na área da saúde menor será
o desenvolvimento. Para tanto, vale ressaltar que este indicador pode ter apresentado esse tipo
de relação pelo fato do GEO levar em consideração todo o orçamento municipal, ou seja,
várias outras áreas influenciam a eficiência orçamentária ou mesmo pelo fato do tamanho da
amostra.
No tocante às relações existentes entre o IFDMEduc e os indicadores contábeis da
educação, apenas o Desp_A apresentou significância com o IFDMEduc, ou seja, apresentou
relação consideravelmente forte quando se pretende mensurar o desenvolvimento educacional
dos municípios. Através disso, entende-se que quando o município destina a quantidade de
recursos suficientes para uma boa educação, o IFDMEduc acompanha esse crescimento de
forma proporcional.
Nesse sentido, ficou evidente que se pode utilizar da relação entre indicadores
contábeis da saúde e da educação com o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal para
50
gerir recursos públicos, bem como também possibilitar aos gestores enxergar oportunidades e
possíveis dificuldades que os municípios estão sujeitos a enfrentarem.
Portanto, recomenda-se que seja feita uma análise, como foi feita aqui nesta pesquisa,
porém com uma maior profundidade no que se refere ao tamanho da amostra, isto é,
selecionar mais municípios por região brasileira. Faz-se necessário, também, aumentar o
número de indicadores contábeis dessas áreas, bem como analisar mais períodos (maior
espaço de tempo), para que se tenha um melhor detalhamento das relações de significância
existentes entre as variáveis, assegurando que os resultados estejam dentro dos parâmetros de
eficiência e eficácia do orçamento público e desenvolvimento socioeconômico municipal.
51
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55
APÊNDICES
APÊNDICE A: GEO, INDICADORES CONTÁBEIS ORÇAMENTÁRIOS DA EDUCAÇÃO E IFDM EDUCAÇÃO
GEO DESP_A DESP_EDUC (%)
IFDM
EDUC
EST. MUNIC.
ESTIMATIVA
POPULACIONAL
ANO 2013
DESP ORÇ
FIXADA
DESP ORÇ
REALIZADA GEO. DESP EDUC
TOTAL
ALUNOS DESP_A DESP EDUC
DESP ORÇ
REALIZADA
DESP_EDUC
(%)
SU
DE
ST
E
SP São Paulo 11.821.873
42.041.788.033,00
39.136.092.195,15
1,07
8.118.008.810,90 666.457
12.180,84
8.118.008.810,90
39.136.092.195,15 21% 0,9047
RJ Rio de
Janeiro 6.429.923
23.868.941.549,12
21.817.332.975,87
1,09
3.586.362.324,20 634.573
5.651,62
3.586.362.324,20
21.817.332.975,87 16% 0,8461
MG Belo
Horizonte 2.479.165
9.999.419.645,00
8.806.532.879,65
1,12
1.152.312.580,53 142.615
8.079,88
1.152.312.580,53
8.806.532.879,65 13% 0,8406
SP Guarulhos 1.299.249
3.448.048.713,00
3.382.238.255,25
1,02
720.156.869,08 93.771
7.679,95
720.156.869,08
3.382.238.255,25 21% 0,8716
SP Campinas 1.144.862
3.158.549.804,00
3.470.079.578,07
0,90
687.906.279,94 49.254
13.966,51
687.906.279,94
3.470.079.578,07 20% 0,9163
RJ São Gonçalo 1.025.507
890.111.785,00
869.576.351,60
1,02
225.116.311,00 38.908
5.785,86
225.116.311,00
869.576.351,60 26% 0,6657
RJ Duque de
Caxias 873.921
2.039.136.000,00
1.765.264.027,63
1,13
573.260.711,98 68.934
8.316,08
573.260.711,98
1.765.264.027,63 32% 0,6545
SP
São
Bernardo do
Campo 805.895
4.467.077.000,00
3.215.900.164,37
1,28
607.228.379,89 69.270
8.766,11
607.228.379,89
3.215.900.164,37 19% 0,9353
SP Santo André 704.942
51.670.000,00
1.895.556.157,18
-
34,69
273.964.109,69 31.459
8.708,61
273.964.109,69
1.895.556.157,18 14% 0,9098
SP Osasco 691.652
10.243.641.090,00
1.627.490.205,13
1,84
475.474.967,06 57.050
8.334,36
475.474.967,06
1.627.490.205,13 29% 0,889
SU
L
PR Curitiba 1.848.946
5.980.000.000,00
6.218.934.651,48
0,96
972.258.882,86 126.718
7.672,62
972.258.882,86
6.218.934.651,48 16% 0,8437
RS Porto Alegre 1.467.816
5.342.355.640,00
4.856.089.198,80
1,09
736.108.874,31 40.327
18.253,50
736.108.874,31
4.856.089.198,80 15% 0,7431
SC Joinville 546.981
1.911.000.000,00
1.278.267.391,66
1,33
292.940.550,43 57.417
5.101,98
292.940.550,43
1.278.267.391,66 23% 0,8464
PR Londrina 537.566
1.273.210.000,00
1.207.297.064,53
1,05
214.519.172,93 32.799
6.540,42
214.519.172,93
1.207.297.064,53 18% 0,8036
RS Caxias do Sul 465.304
1.253.560.700,00
1.340.464.937,68
0,93
214.161.778,84 32.021
6.688,17
214.161.778,84
1.340.464.937,68 16% 0,7802
SC Florianópolis 453.285
1.770.645.895,00
1.154.364.933,38
1,35
264.766.993,95 26.243
10.089,05
264.766.993,95
1.154.364.933,38 23% 0,8445
56
PR Maringá 385.753
871.922.961,00
887.484.506,29
0,98
162.546.490,07 25.961
6.261,18
162.546.490,07
887.484.506,29 18% 0,8594
RS Pelotas 341.180
756.075.731,00
586.536.054,26
1,22
123.488.174,07 21.134
5.843,10
123.488.174,07
586.536.054,26 21% 0,6648
RS Canoas 338.531
1.125.856.172,00
1.065.553.945,10
1,05
156.625.627,53 28.708
5.455,82
156.625.627,53
1.065.553.945,10 15% 0,6565
SC Blumenau 329.082
1.559.505.718,48
933.448.453,04
1,40
212.709.951,41 31.819
6.685,00
212.709.951,41
933.448.453,04 23% 0,8899
CE
NT
RO
-OE
ST
E
GO Goiânia 1.393.575
3.504.889.000,00
3.363.695.421,63
1,04
675.732.109,72 85252
7.926,29
675.732.109,72
3.363.695.421,63 20% 0,8191
MS Campo
Grande 832.352
2.798.000.000,00
2.344.518.576,70
1,16
514.910.515,63 93086
5.531,56
514.910.515,63
2.344.518.576,70 22% 0,8077
MT Cuiabá 569.830
1.600.250.738,00
1.306.297.688,24
1,18
290.801.701,88 44659
6.511,60
290.801.701,88
1.306.297.688,24 22% 0,779
GO Aparecida de
Goiânia 500.619
920.458.108,80
693.803.727,17
1,25
127.081.588,97 30446
4.174,00
127.081.588,97
693.803.727,17 18% 0,679
GO Anápolis 357.402
945.566.197,21
760.387.006,79
1,20
179.318.636,21 29508
6.076,95
179.318.636,21
760.387.006,79 24% 0,7755
MT Várzea
Grande 262.880
487.993.498,00
362.530.063,67
1,26
90.437.786,03 21970
4.116,42
90.437.786,03
362.530.063,67 25% 0,7251
MT Rondonópolis 208.019
538.347.633,00
462.088.640,98
1,14
95.010.978,65 14009
6.782,14
95.010.978,65
462.088.640,98 21% 0,7912
GO Rio Verde 197.048
474.231.006,63
469.358.129,59
1,01
163.708.298,22 20122
8.135,79
163.708.298,22
469.358.129,59 35% 0,8652
GO Luziânia 188.181
282.245.335,45
272.958.636,93
1,03
94.231.500,84 21535
4.375,74
94.231.500,84
272.958.636,93 35% 0,7514
GO Águas Lindas
de Goiás 177.890
190.000.000,00
183.871.206,58
1,03
72.752.966,47 18937
3.841,84
72.752.966,47
183.871.206,58 40% 0,6108
NO
RT
E
AM Manaus 1.982.177
3.473.000.000,00
3.118.564.729,81
1,10
923.286.615,66 204778
4.508,72
923.286.615,66
3.118.564.729,81 30% 0,6729
PA Belém 1.425.922
2.464.061.120,00
2.118.642.175,76
1,14
394.801.971,09 60813
6.492,07
394.801.971,09
2.118.642.175,76 19% 0,6424
RO Porto Velho 484.992
1.118.276.419,18
940.534.595,91
1,16
241.097.582,75 40957
5.886,60
241.097.582,75
940.534.595,91 26% 0,6909
AC Rio Branco 357.194
548.738.090,00
553.457.785,54
0,99
111.328.588,25 20477
5.436,76
111.328.588,25
553.457.785,54 20% 0,7534
PA Santarém 288.462
3.638.400.000,00
393.681.794,47
1,89
188.687.426,73 51594
3.657,16
188.687.426,73
393.681.794,47 48% 0,6808
TO Palmas 257.904
785.492.780,00
598.128.141,79
1,24
177.370.058,74 29662
5.979,71
177.370.058,74
598.128.141,79 30% 0,8649
PA Marabá 251.885
543.550.311,00
502.327.705,69
1,08
188.917.842,91 49559
3.811,98
188.917.842,91
502.327.705,69 38% 0,6148
TO Araguaína 164.093
337.000.000,00
236.456.518,14
1,30
80.589.021,62 12676
6.357,61
80.589.021,62
236.456.518,14 34% 0,8463
RO Ji-Paraná 128.026
169.332.794,82
158.047.829,60
1,07
34.398.275,51 5423
6.343,03
34.398.275,51
158.047.829,60 22% 0,7244
57
AM Parintins 109.225
134.196.840,00
149.631.804,33
0,88
66.665.924,69 18006
3.702,43
66.665.924,69
149.631.804,33 45% 0,7679
NO
RD
ES
TE
BA Salvador 2.883.682
4.160.107.000,00
4.067.168.965,25
1,02
764.595.011,12 118923
6.429,33
764.595.011,12
4.067.168.965,25 19% 0,6438
CE Fortaleza 2.551.806
5.587.796.071,00
4.812.040.669,91
1,14
804.734.727,76 167028
4.817,96
804.734.727,76
4.812.040.669,91 17% 0,7093
PE Recife 1.599.513
4.209.900.000,00
3.560.806.987,53
1,15
644.181.847,64 77300
8.333,53
644.181.847,64
3.560.806.987,53 18% 0,7367
MA São Luís 1.053.922
2.530.303.538,00
2.119.762.289,54
1,16
470.387.438,70 77151
6.096,97
470.387.438,70
2.119.762.289,54 22% 0,7509
AL Maceió 996.733 1.797.664.845,00
1.619.057.684,27
1,10
258.943.629,59 43165
5.998,93
258.943.629,59
1.619.057.684,27 16% 0,5575
RN Natal 853.928
2.180.400.000,00
1.545.841.152,55
1,29
259.983.826,42 45189
5.753,25
259.983.826,42
1.545.841.152,55 17% 0,7009
PI Teresina 836.475
2.128.681.937,00
1.817.627.336,58
1,15
371.088.556,08 83908
4.422,56
371.088.556,08
1.817.627.336,58 20% 0,7816
PB João Pessoa 769.607
1.886.032.161,00
1.622.809.777,45
1,14
335.971.538,41 46671
7.198,72
335.971.538,41
1.622.809.777,45 21% 0,7026
PE Jaboatão dos
Guararapes 675.599
1.034.735.200,00
920.384.574,76
1,11
225.969.422,37 44207
5.111,62
225.969.422,37
920.384.574,76 25% 0,65
SE Aracaju 614.577
1.485.934.853,00
1.361.251.122,32
1,08
165.571.016,69 23816
6.952,09
165.571.016,69
1.361.251.122,32 12% 0,6689
FONTE: IBGE
PORTAL DA
TRANPARÊNCIA
MUNICIPAL
TEROURO NACIONAL
TEROURO
NACIONAL INEP TESOURO NACIONAL FIRJAN
58
APÊNDICE B: GEO, INDICADORES CONTÁBEIS ORÇAMENTÁRIOS DA SAÚDE E IFDM SAÚDE
GEO
SAUD PER
CAPITA
INVEST_SAUD
(%)
AUTON_S
AUD (%)
IFDM SAUD
EST. MUNIC.
ESTIMATIVA
POPULACIONAL
ANO 2013
DESP ORÇ FIXADA DESP ORÇ
REALIZADA GEO
SU
DE
ST
E
SP São Paulo 11.821.873
42.041.788.033,00
39.136.092.195,15 1,07 628,84
1,78 17,86 0,9114
RJ Rio de Janeiro 6.429.923
23.868.941.549,12
21.817.332.975,87 1,09 617,35
0,43 19,43 0,8501
MG Belo Horizonte 2.479.165
9.999.419.645,00
8.806.532.879,65 1,12 1076,07
1,9 19,84 0,8608
SP Guarulhos 1.299.249
3.448.048.713,00
3.382.238.255,25 1,02 642,64
1,32 28,13 0,889
SP Campinas 1.144.862
3.158.549.804,00
3.470.079.578,07 0,90 842,49 1,04 26,76 0,9277
RJ São Gonçalo 1.025.507
890.111.785,00
869.576.351,60 1,02 317,06 1,83 25,54 0,6887
RJ Duque de Caxias 873.921
2.039.136.000,00
1.765.264.027,63 1,13 503,42 0,85 25,44 0,7568
SP São Bernardo do
Campo 805.895
4.467.077.000,00
3.215.900.164,37 1,28 878,66 9,03 20,46 0,9347
SP Santo André 704.942
51.670.000,00
1.895.556.157,18 - 34,69 791,28 3,46 19,86 0,9226
SP Osasco 691.652
10.243.641.090,00
1.627.490.205,13 1,84 635,23 0,84 28,06 0,8739
SU
L
PR Curitiba 1.848.946
5.980.000.000,00
6.218.934.651,48 0,96 771,88 1,08 18,94 0,9618
RS Porto Alegre 1.467.816
5.342.355.640,00
4.856.089.198,80 1,09 836,17 0,88 21,42 0,8642
SC Joinville 546.981
1.911.000.000,00
1.278.267.391,66 1,33 820,88 1,53 34 0,915
PR Londrina 537.566
1.273.210.000,00
1.207.297.064,53 1,05 749,57 1,47 27,79 0,9345
RS Caxias do Sul 465.304
1.253.560.700,00
1.340.464.937,68 0,93 662,47 1,74 19,78 0,9235
SC Florianópolis 453.285
1.770.645.895,00
1.154.364.933,38 1,35 510,35 1,95 18,77 0,9162
PR Maringá 385.753
871.922.961,00
887.484.506,29 0,98 729,96 4,4 20,07 0,9391
RS Pelotas 341.180
756.075.731,00
586.536.054,26 1,22 506,62 1,43 18,37 0,7572
RS Canoas 338.531
1.125.856.172,00
1.065.553.945,10 1,05 915,25 2,65 19,58 0,8492
59
SC Blumenau 329.082
1.559.505.718,48
933.448.453,04 1,40 780,57 1,6 25,48 0,8979
CE
NT
RO
-OE
ST
E
GO Goiânia 1.393.575
3.504.889.000,00
3.363.695.421,63 1,04 395,68 0,77 22,72 0,8734
MS Campo Grande 832.352
2.798.000.000,00
2.344.518.576,70 1,16 955,69 1,33 31,21 0,9061
MT Cuiabá 569.830
1.600.250.738,00
1.306.297.688,24 1,18 767,82 1,06 22,15 0,8763
GO Aparecida de
Goiânia 500.619
920.458.108,80
693.803.727,17 1,25 392,19 1,97 16 0,8371
GO Anápolis 357.402
945.566.197,21
760.387.006,79 1,20 577,3 2,47 18,39 0,8086
MT Várzea Grande 262.880
487.993.498,00
362.530.063,67 1,26 392,22 5,6 17,2 0,764
MT Rondonópolis 208.019
538.347.633,00
462.088.640,98 1,14 657,71 2,8 26,91 0,8721
GO Rio Verde 197.048
474.231.006,63
469.358.129,59 1,01 486,48 1,78 17,23 0,7926
GO Luziânia 188.181
282.245.335,45
272.958.636,93 1,03 289,96 4,61 18,58 0,8077
GO Águas Lindas de
Goiás 177.890
190.000.000,00
183.871.206,58 1,03 180,22 4,66 19,91 0,6777
NO
RT
E
AM Manaus 1.982.177
3.473.000.000,00
3.118.564.729,81 1,10 339,36 2,99 21,84 0,6632
PA Belém 1.425.922
2.464.061.120,00
2.118.642.175,76 1,14 454,55 1,64 21,52 0,694
RO Porto Velho 484.992
1.118.276.419,18
940.534.595,91 1,16 417,09 2,37 18,74 0,7729
AC Rio Branco 357.194
548.738.090,00
553.457.785,54 0,99 268,85 7,63 15,89 0,7732
PA Santarém 288.462
3.638.400.000,00
393.681.794,47 1,89 275,22 6,47 15,05 0,6604
TO Palmas 257.904
785.492.780,00
598.128.141,79 1,24 380,99 1,99 23,68 0,8644
PA Marabá 251.885
543.550.311,00
502.327.705,69 1,08 448,14 2,67 20,9 0,617
TO Araguaína 164.093
337.000.000,00
236.456.518,14 1,30 395 1,54 18,37 0,8204
RO Ji-Paraná 128.026
169.332.794,82
158.047.829,60 1,07 353,44 2,2 22,64 0,7447
AM Parintins 109.225
134.196.840,00
149.631.804,33 0,88 396 2,88 20,59 0,7219
NO
RD
ES
TE
BA Salvador 2.883.682
4.160.107.000,00
4.067.168.965,25 1,02 323,35 0,68 16 0,7814
CE Fortaleza 2.551.806
5.587.796.071,00
4.812.040.669,91 1,14 565,11 1,55 26,28 0,7539
60
PE Recife 1.599.513
4.209.900.000,00
3.560.806.987,53 1,15 495,46 6,5 16,24 0,8484
MA São Luís 1.053.922
2.530.303.538,00
2.119.762.289,54 1,16 619,34 1,21 26,41 0,7855
AL Maceió 996.733 1.797.664.845,00
1.619.057.684,27 1,10 497,54 0,51 23,23 0,7986
RN Natal 853.928
2.180.400.000,00
1.545.841.152,55 1,29 533,19 1,27 24,68 0,8379
PI Teresina 836.475
2.128.681.937,00
1.817.627.336,58 1,15 945,47 3,51 27,74 0,7814
PB João Pessoa 769.607
1.886.032.161,00
1.622.809.777,45 1,14 741,3 3,02 23,65 0,8523
PE Jaboatão dos
Guararapes 675.599
1.034.735.200,00
920.384.574,76 1,11 305,68 3,04 15,96 0,8087
SE Aracaju 614.577
1.485.934.853,00
1.361.251.122,32 1,08 747,47 0,16 20,08 0,8157
FONTE: IBGE
PORTAL DA
TRANSPARÊNCIA MUNICIPAL
TESOURO
NACIONAL SIOPS FIRJAN