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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ISABELA RODRIGUES HORTA VALENTIM VEIGA
JULIANA CAROL FERREIRA
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DAS PRÁTICAS DE
CONTABILIDADE NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO EM
AMBIENTES DE INOVAÇÃO DISRUPTIVA: UM SURVEY DA
EXPERIÊNCIA DAS MULTINACIONAIS BRASILEIRAS
Volta Redonda/RJ
2017
2
ISABELA RODRIGUES HORTA VALENTIM VEIGA
JULIANA CAROL FERREIRA
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DAS PRÁTICAS DE
CONTABILIDADE NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO EM
AMBIENTES DE INOVAÇÃO DISRUPTIVA: UM SURVEY DA
EXPERIÊNCIA DAS MULTINACIONAIS BRASILEIRAS
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao
Curso de Graduação em Ciências Contábeis do
Instituto de Ciências Humanas e Sociais da
Universidade Federal Fluminense, como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Contábeis. Orientadora: Prof. Dr.
SELMA REGINA MARTINS OLIVEIRA
Volta Redonda/RJ
2017
3
4
Dedicamos aos nossos pais, pois sem seu
apoio, investimento, confiança, carinho e
dedicação não chegaríamos até aqui.
5
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de agradecer, primeiramente a Deus, que iluminou nosso caminho
e nos proporcionou força ao longo desta jornada.
Aos nossos pais, que não mediram esforços para que nós chegássemos até essa
etapa, nos apoiando e acreditando em nossa capacidade, sempre presentes em momentos de
felicidade e, também, de angústia.
Aos nossos irmãos e demais familiares, por compreender nossa ausência neste
período de dedicação aos estudos.
À Prof. Dr. Selma Regina, pela paciência na orientação que tornou possível a
conclusão deste trabalho e que contribui tão significativamente com seu conhecimento e
experiência. É um prazer tê-la como orientadora e participante na banca examinadora.
A todos os professores do departamento de Ciências Contábeis que contribuíram
para nosso desenvolvimento acadêmico. Em especial, ao coordenador do curso, Prof. M. Sc
Anderson Fraga que se mostrou sempre presente e disposto a auxiliar durante toda a jornada
acadêmica.
Aos nossos amigos, pelo companheirismo em todos os momentos, compartilhando
os mais diversos sentimentos.
Aos nossos namorados, Renato e Bruno, com quem adoramos partilhar a vida.
Agradecemos pela compreensão, carinho, paciência e a capacidade de nos proporcionar paz na
correria de cada semestre.
À Universidade Federal Fluminense, por nos proporcionar uma graduação de
excelência e pelas mais diversas oportunidades que obtivemos na mesma.
Enfim, gostaríamos de agradecer a todas as pessoas que direta ou indiretamente
contribuíram em nossa caminhada até aqui, em nossa pesquisa, em nossos estudos e que
celebram conosco essa conquista.
6
Todos os seus sonhos podem se
tornar realidade se você tem
coragem para persegui-los.
Walt Disney
7
RESUMO
Esta pesquisa teve por objetivo avaliar a influência das práticas de contabilidade no processo
de tomada de decisão em ambientes de inovação disruptiva à luz das corporações
multinacionais brasileiras. A pesquisa foi elaborada num primeiro momento à luz da literatura
especializada, não exclusivamente, sobre as práticas de contabilidade em ambientes de
inovação disruptiva, mas outros também em outros ambientes. Foram levantadas 86 práticas
contábeis. Posteriormente foram aplicados filtros para limpeza, eliminando as redundâncias e
condensando as práticas semelhantes. Em seguida, essas práticas foram organizadas em grupos
para melhor compreensão: (1) Estratégia e Acompanhamento do Negócio, (2) Programação, (3)
Controle e Desempenho do Negócio, (4) Filosofias e Modelos de Gestão. Logo após este
procedimento, foi elaborado o questionário do tipo escalar para coleta dos dados, ou seja, uma
matriz de julgamento. A matriz foi elaborada à luz dos recortes teóricos com vistas a resolver
o problema de pesquisa e alcançar os objetivos pretendidos. Em seguida, foram selecionados
os especialistas por critérios técnico e científico, com conhecimento e experiência sobre o
objetivo de investigação. O levantado dos especialistas foi a partir da rede LinkedIn. Em
seguida, a matriz foi disponibilizada no Google Forms e então submetida aos especialistas.
Foram retornadas 17 matrizes respondidas. Esta amostra é considerada consistente para uma
pesquisa de graduação, considerando a limitação do tempo. Logo após este procedimento, os
dados foram organizados em gráficos para melhor visibilidade das informações. Os dados
foram analisados individualmente (por grupo de práticas) e em seguida foi realizada uma
análise conjunta. A análise conjunta possibilita aos gestores concentrar melhor os seus esforços
naquelas práticas que de fato possibilitam maior ganho de vantagem competitiva, além de
permitir o ajuste nas práticas que não agregam valor significativo ao negócio, podendo inclusive
eliminá-las ou ajustá-las aos novos modelos de negócios tão dinâmicos que requerem a
inovação disruptiva. Por fim, os resultados mostraram-se satisfatórios, validando os
procedimentos metodológicos apresentados. De uma forma geral, todas as práticas são
influentes e importantes (4 e 5) aos “olhos” dos especialistas. Ou seja, os resultados mostraram
o quão próximo está o estado da arte e o estado da prática.
Palavras-Chaves: Inovação Disruptiva, Avaliação da Influência, Tomada de Decisão, Práticas
de Contabilidade, Corporações Multinacionais Brasileiras.
8
LISTA DE GRÁFICOS E ILUSTRAÇÕES
Figura 2.2.1: The Disruptive Innovation Model – O modelo de inovação Disruptiva............22
Gráfico 3.4.1: Enquadramento do setor da empresa a qual os respondentes trabalham..........32
Gráfico 3.4.2: Área de atuação dos profissionais respondentes da pesquisa...........................32
Gráfico 3.4.3: Práticas de Estratégia e Acompanhamento do negócio em ambientes de Inovação
Disruptiva..................................................................................................................................33
Gráfico 3.4.4: Práticas Contábeis de Programação em ambientes de Inovação
Disruptiva..................................................................................................................................34
Gráfico 3.4.5: Práticas Contábeis de Controle e Desempenho em ambientes de Inovação
Disruptiva..................................................................................................................................35
Gráfico 3.4.6: Práticas Contábeis de Filosofia e Modelo de Gestão em ambientes de Inovação
Disruptiva..................................................................................................................................37
Gráfico 3.4.7: Análise Global do grupo 1, 2, 3 e 4 em ambientes de Inovação
Disruptiva..................................................................................................................................38
9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
P1 - Práticas para avaliar cenários econômicos, financeiros e ambientais;
P2 - Práticas para elaboração do relatório da administração;
P3 - Práticas para avaliação de performance global da cadeia de valor da inovação;
P4 - Práticas para identificação, análise e avaliação de riscos legais;
P5 - Práticas para identificação, análise e avaliação de riscos estratégicos, operacionais,
econômicos e financeiros;
P6 - Práticas para identificação, análise e avaliação de riscos ambientais;
P7 - Práticas para auxiliar os gestores na criação e manutenção de vantagem competitiva;
P8 - Práticas para a capacitação de níveis diretivos para enfrentar incertezas externas;
P9 - Práticas para avaliação de custos dos concorrentes;
P10 - Práticas para assegurar uma estrutura de governança corporativa;
P11 - Práticas para apoiar a definição de estratégias de diversificação;
P12 - Práticas para apoiar a avaliação do tamanho dos mercados que a empresa atua;
P13 - Práticas para apoiar a avaliação da participação da empresa no mercado (Market Share);
P14 - Métodos e técnicas para avaliar o desempenho de outras empresas do setor.
P15 - Práticas para auxiliar os gestores na capacidade de previsão de ocorrências futuras com
impactos nas metas de longo prazo;
10
P16 - Práticas para apoiar os gestores do enfrentamento de incertezas ambientais internas para
a tomada de decisão;
P17 - Práticas orçamentárias;
P18 - Práticas contábeis para avaliação de investimentos;
P19 - Práticas para projeção do patrimônio da empresa;
P20 - Adoção de práticas para projeção dos resultados;
P21 - Práticas para projeção das receitas e despesas financeiras;
P22 - Práticas para gerenciamento de informações, preços, custos e capacidade produtiva dos
concorrentes;
P23-Práticas para apoiar os gestores na avaliação dos concorrentes com base nas demonstrações
contábeis publicadas;
P24 - Práticas de gestão contábil para apoiar os gestores nos relacionamentos com fornecedores,
clientes e acionistas;
P25 - Práticas contábeis para apoiar no gerenciamento do ciclo de vida do produto;
P26 - Práticas para análise econômica e financeira de fornecedores e distribuidores;
P27 - Práticas contábeis para apoiar o gerenciamento de qualidade;
P28 - Práticas para apoiar o gerenciamento de produtividade;
P29 - Práticas de política de preços;
P30 - Práticas contábeis para avaliação dos impactos sociais e ambientais;
P31 - Práticas para avaliação de responsabilidade social e corporativa – RSC;
11
P32 - Práticas para apoiar a pesquisa e desenvolvimento - P&D;
P33 - Práticas para apoiar os gestores sobre decisões de produto e produção;
P34 - Práticas para auxiliar os gestores na análise periódica dos indicadores de desempenho da
empresa e comparabilidade com os concorrentes (indicadores chave e Balanced Score Card);
P35 - Indicadores de desempenho econômicos financeiros como: rentabilidade, estrutura e
atividade;
P36 - Práticas de controle de bens patrimoniais adquiridos;
P37 - Práticas para avaliação periódica de estoques;
P38 - Relatórios para controle, acompanhamento de decisões;
P39 - Planejamento tributário em tempo real;
P40 - Práticas para avaliar a capacidade ociosa do sistema de produção;
P41 - Práticas para redução de custos adicionais por adquirir de terceiros;
P42 - Práticas para controle e acompanhamento de custos de produção (matéria-prima, mão de
obra direta, custos indiretos de fabricação);
P43 - Práticas para acompanhamento dos gastos com desenvolvimento de projetos, da geração
até sua entrega para a linha de produção;
P44 - Indicadores de desempenho (margem de contribuição e ponto de equilíbrio);
P45 - Práticas para auxiliar no planejamento de auditoria interna;
P46 - Política de redução de custos;
12
P47 - Práticas para apoiar a implementação das filosofias JIT, KANBAN E KAIZEN;
P48 - Práticas para melhoria de processos e eliminação dos desperdícios.
JIT – Just in Time
13
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – DEFINIÇÃO DO TRABALHO ................................................................ 14
1.1 Tempos e Desafios .......................................................................................................... 14
1.2 Problema de Pesquisa ..................................................................................................... 16
1.3 Objetivos ......................................................................................................................... 16
1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................... 16
1.3.2 Objetivo Específico .............................................................................................................. 16
1.4 Justificativas e Contribuições ........................................................................................ 17
1.5 Metodologia ................................................................................................................... 17
1.6 Organização do Trabalho ............................................................................................... 19
CAPÍTULO 2 – O ESTADO DA ARTE .............................................................................. 21
2.1 Introdução ....................................................................................................................... 21
2.2 Inovação Disruptiva ........................................................................................................ 21
2.3 Práticas de Contabilidade ............................................................................................... 23
2.4 Comentários Parciais ...................................................................................................... 24
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA DA PESQUISA, RESULTADOS E ANÁLISES
SUBJACENTES ..................................................................................................................... 26
3.1 Introdução ...................................................................................................................... 26
3.2 A Pesquisa ..................................................................................................................... 26
3.2.1 Os recortes Teóricos da Pesquisa ......................................................................................... 26
3.2.2 Escopo da Pesquisa .............................................................................................................. 27
3.2.3 Coleta de Dados e Amostra .................................................................................................. 28
3.2.4 Critérios de Análise Subjacente dos Dados .......................................................................... 30
3.3 Limitações da Pesquisa ................................................................................................... 31
3.4 Resultados e Análises Subjacentes ................................................................................. 31
3.5 Comentários Parciais ...................................................................................................... 39
CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................ 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 42
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES ............................................................................ 44
APÊNDICE A – MATRIZ DE JULGAMENTO ................................................................ 45
14
CAPÍTULO 1 – DEFINIÇÃO DO TRABALHO
1.1 Tempos e Desafios
Recentemente as mudanças relevantes tornaram as fronteiras organizacionais
mais fluidas e dinâmicas em resposta ao ritmo acelerado da difusão do conhecimento
(Abrahamson, 1991; Griliches, 1990; Liebeskind, 1996; Teece, 1986), da inovação e
competição internacional (CHESBROUGH E ROSENBLOOM, 2002; FEENSTRA, 1998;
SANTOS e EISENHARDT, 2005; CHRISTENSEN, 2003; DAMANPOUR, 1996; HIGGINS,
1995) (apud OLIVEIRA,2017). Isto inspira reconsiderar como ganhar com a inovação (TEECE
et. al., 1997; TIDD et.al., 1997; TEECE, 1986; MARTIN, HORNE, SCHULTZ, 1999;
WHEELWRIGHT e CLARK, 1992) (apud OLIVEIRA,2017). Assim as empresas inovadoras
se valem de suas capacidades de apropriar do valor econômico gerado a partir de seus
conhecimentos e inovações (COCKBURN e GRILICHES, 1988; GRILICHES, 1990; TEECE,
1986; HARABI, 1995; WINTER, 2006) (apud OLIVEIRA,2017). Por esta via, a oferta de
produtos inovadores se apresenta como um padrão de qualidade na disputa por inadiáveis
demandas.
Dá a crer que as empresas que conseguem disponibilizar seus produtos aos clientes
com maior requinte de eficiência e rapidez estarão provavelmente em melhor posição para criar
uma vantagem competitiva sustentável (Prahalad e Hamel, 1990; Amit e Schoemaker, 1993;
Nonaka e Takeuchi, 1995; Calanton et. al., 1995) (apud OLIVEIRA,2017). à luz do
conhecimento e da inovação (TEECE et. al., 1997; NELSON e WINTER, 1982; NONAKA e
TAKEUCHI, 1995; LEONARD-BARTON, 1995; GRANT, 1996a; 1996b; JOHANNESSEN,
OLAISEN, OLSEN, 1999) (apud OLIVEIRA,2017). Nesta dicotomia, a eficiência técnica se
apresenta como parâmetro das capacidades de desenvolvimento de produtos inovadores, que se
traduz em uma das mais notáveis lógicas de potencializar e favorecer vantagem competitiva
(WHEELWRIGHT e CLARK, 1992; BROWN e EISENHARDT, 1995; BOWEN et al, 1994)
(apud OLIVEIRA,2017).
Presume-se que um dos principais desafios é desenvolver produtos em ambientes
de inovação disruptiva e criar valor para o negócio. Respostas vêm sendo dadas a esses desafios
à luz de potencialidades técnicas igualmente inovadoras, maior agilidade, produtividade e alta
qualidade por parte das empresas (WHEELWRIGHT e CLARK, 1992) (apud
OLIVEIRA,2017). Por esta via, a contabilidade e suas potencialidades técnicas se apresentam
como um instrumento de apoio à decisão contábil-gerencial com vistas a prover informações
e favorecer ganhos de vantagens competitivas. Desta forma, novas práticas contábeis são
15
demandadas para acompanhar o contexto das Inovações disruptivas. Souza et al (2003, p.43
apud Kaplan, 1984) afirmam que:
as mudanças no ambiente competitivo, nos anos 80, trazem como
obrigação um reexame dos sistemas tradicionais de Contabilidade de
Custos e dos sistemas de controles gerenciais.
Para responder às exigências do mercado as empresas tem se preocupado e
investido cada vez mais em Inovação. Mas oque é Inovação? Drucker (1987, p.40) afirma que
a inovação é o simples fato de transformar algo já existente em um recurso gerador de riqueza.
Como veremos ao longo do estudo, Christensen (2000) além de conceituar a inovação, ele a
divide em dois tipos: Inovações Sustentadoras e Inovações Disruptivas.
Os efeitos da inovação disruptiva, de acordo com Cândido (2001,p.17) pode gerar
grandes dificuldades competitivas, uma vez que este cenário é favorável ao surgimento de
novos concorrentes. Mesmo empresas de grande porte podem fracassar lidando neste cenário.
Apesar do ponto negativo, Cândido ainda afirma que o cenário pode ser positivo, pois as
inovações, principalmente as inovações disruptivas, tem agido na redução dos custos e
proporcionado melhoria dos setores da empresa.
As Práticas contábeis podem ser definidas como os procedimentos, regras,
convenções, práticas especifícas e até mesmo as normas adotadas pela organização na gestão
de seu patrimônio, resultado, inclusive para elaboração e divulgação das demonstrações
contábeis. Essas práticas de contabilidade podem contribuir para a tomada de decisão com
vistas à contabilidade como instrumento de gestão, fornecendo informações utéis, claras e
hábeis para subsidiar o processo de tomada de decisão (PASSOS, 2010). As práticas de
contabilidade, ainda, são fundamentais para auxiliar as empresas nas necessidades de
aperfeiçoamento de novas tecnologias, globalização dos mercados e é uma ferramenta de alto
poder para auxiliar as concorrências no mercado altamente competitivo, sendo assim
indispensáveis para o sucesso das empresas (PASSOS, 2010).
Diante do exposto, esse estudo está endereçado a avaliar as práticas de
contabilidade em ambientes de inovação disruptiva à luz da experiência em subsidiárias
brasileiras de multinacionais. As empresas e instituições multinacionais ou transacionais, são
aquelas originadas, com matriz, em um determinado país e atuam em diversos outros países
através de suas subsidiárias, que buscam mercado consumidor , matéria-prima e mão-de-obra
qualificada ou com baixo custo. Esse tipo de organização pode ser considerada complexa, uma
16
vez que operam interconectadas em diferentes ambientes, que precisam ser locais e globais
simultaneamente (AGUZZOLI, 2007).
O presente estudo parte de gap na literatura sobre o tema abordado. Dos recortes
teóricos nacionais consultados – periódicos constantes do qualis CAPES – não foram
identificados estudos desenvolvidos até o presente momento. Espera-se que este estudo possa
ampliar novas pesquisas sobre este tema tão relevante para o país sob uma visão econômica,
sobretudo para as empresas de porte multinacional e seu desenvolvimento, mas não
exclusivamente, além de mostrar a distância entre o estado da arte e o estado da prática. Por
fim, espera-se deste estudo contribuir para a melhoria no processo de tomada de decisão à luz
das potencialidades das técnicas de contabilidade.
1.2 Problema de Pesquisa
Qual o grau de influência das práticas de contabilidade para contextos de
inovação disruptiva à luz da experiência das subsidiárias brasileiras de multinacionais?
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Avaliar o grau de influência das práticas de contabilidade para contextos de inovação
disruptiva à luz da experiência das multinacionais atuantes no mercado brasileiro.
1.3.2 Objetivos Específicos
a. Levantar, à luz da literatura, as práticas de contabilidade;
b. Identificar, à luz da literatura, as práticas de contabilidade em contextos de
inovação, sobretudo inovações disruptivas;
c. Avaliar as práticas, por grau de influência, por meio de um survey, à luz da
experiência em multinacionais brasileiras.
1.4 Justificativas e Contribuições
Em Pesquisa Social, Minayo (2009, p.45-46) apresenta 4 motivos que justificam
uma pesquisa, são eles: Motivos de ordem teórica, de ordem prática, de ordem acadêmica e de
ordem pessoal. Atendendo as classificações propostas e aplicando-as a este trabalho, chegamos
às conclusões listadas abaixo:
17
1. Os motivos de ordem teórica que justificam essa pesquisa é proporcionar o
conhecimento e entendimento dos conceitos de Inovação Disruptiva, além
de identificar as práticas de contabilidade mais adequadas para responder a
esse cenário de inovação radical;
2. Os motivos de ordem prática é analisar o contexto social inserido a este
tema, através dos profissionais, por meio da atribuição de valor às práticas
identificadas a fim de entender a influência que estas podem exercer no
cenário abordado ao longo da pesquisa;
3. Os motivos de ordem acadêmica visam sustentar a pesquisa e a produção
acumulada da temática, uma vez que ainda são escassas.
4. Por fim, os motivos de ordem pessoal se dão apenas pelo interesse e
afinidade dos pesquisadores com a temática.
Em relação às contribuições, além do que já fora citado na introdução sobre a
ampliação das pesquisas relacionadas a este tema, espera-se também que este trabalho
contribua para que os profissionais da área de contabilidade analisem as forças e as fraquezas
das práticas de contabilidade adotadas pelas empresas; e o grau de influência destas nos
processos de tomada de decisão. Para, desta forma, torná-las mais eficientes à sua adequação
em ambientes de Inovação Disruptiva e ao mesmo tempo atender ao seu mercado em específico.
Acredita-se que o desenvolvimento do conhecimento e aprimoramento das práticas contábeis
podem favorecer a performance dos negócios e impulsionar as mudanças no modelo de gestão
e negócios que se fizerem necessárias para adaptação ao contexto de Inovação Disruptiva e da
Inovação em geral.
1.5 Metodologia
Com vistas a solucionar o problema de pesquisa deste trabalho e responder ao
objetivo proposto, a pesquisa foi planejada nas seguintes fases:
• Fase 1: Em um primeiro momento, foi levantado a literatura (artigos, livros,
documentos, periódicos) na biblioteca da UFF, campus Aterrado em Volta
Redonda; nos sites e plataformas Periódicos CAPES, Scielo, Science Direct,
Google Acadêmico e Emerald Insight. A busca de literatura teve como
principais palavras chaves: Inovação Disruptiva, práticas de contabilidade,
18
contabilidade gerencial, inovação, melhores práticas de contabilidade, entre
outras. O objetivo do levantamento de literatura foi identificar os conceitos
e características da Inovação Disruptiva e as práticas de contabilidade
melhor aplicadas à empresas de grande porte e multinacionais e que se
adequam ao contexto de Inovação Disruptiva, assim como os desafios
relacionados a cada uma destas variáveis.
• Fase 2: Na Fase 2, após identificar os conceitos e práticas de contabilidade,
foi feito um levantando das práticas contábeis consideradas relevantes para
organizações multinacionais. Posteriormente, por meio desse levantamento
construímos a Matriz de Julgamento, do tipo escalar, a ser aplicada como
questionário.
• Fase 3: Na fase 3, foi realizado um levantamento de profissionais
qualificados e adequados para responder ao questionário, por meio da
plataforma social de caráter profissional, chamada LinkedIn. Os
profissionais foram rigorasamente selecionados à luz da experiência de
atuação em multinacionais.
• Fase 4: Foi feito contato com cada um dos especialista, através de um pedido
(Carta) de colaboração à pesquisa. Ao obter resposta dos especialistas, tão
logo foi enviado o questionário (matriz) para que esses atribuíssem valor de
1 (irrelevante influência) a 5 (extrema influência) a cada uma das práticas
presentes no questionário.
• Fase 5: Através das respostas obtidas deu-se início à elaboração dos gráficos
para facilitar a análise de resultados.
• Fase 6: Feito os gráficos, foi realizado uma análise subjacente das práticas,
de forma individual e de forma global, sobre as influências das mesmas na
tomada de decisão nas organizações inseridas no ambiente de inovação
disruptiva.
19
• Fase 7: A partir dos resultados e análise dos resultados obtidos, finalizamos
a pesquisa com as conclusões e recomendações.
1.6 Organização do Trabalho
Com a finalidade de garantir a compreensão textual e do desenvolvimento deste
trabalho, o mesmo foi estruturado e organizado da seguinte maneira:
1. Capítulo 1: Definição do Trabalho - Neste capítulo é dado uma introdução ao
tema abordado, introduz a questão problema da pesquisa assim como seus
objetivos gerais e específicos. Por fim, expõe as justificativas que levaram à
realização deste estudo, bem como as contribuições esperadas e as metodologias
a ele aplicadas.
2. Capítulo 2: O Estado da Arte - Apresenta os principais conceitos de inovação
disruptiva e de práticas de contabilidade, as características e desafios dessas no
contexto organizacional. Os tópicos apresentados neste capítulo visam
fundamentar a pesquisa e trazer relevância para a abordagem do tema. O
referencial teórico está dividido em 2 seções: a) Inovação Disruptiva, b) Práticas
de Contabilidade. Ao final do capítulo, ainda é apresentado os comentários
parciais das autoras.
3. Capítulo 3: Metodologia da Pesquisa e Resultados e Análise Subjacentes -
Neste é apresentado e conceituado os tipos de pesquisa (exploratória, descritivo,
qualitativo, quantitativo) e suas características. Descreve as metodologias e
procedimentos utilizados ao longo da pesquisa para responder o objetivo em
questão e as limitações e obstáculos encontradas ao longo do estudo. Ainda no
Capítulo 3, iremos observar a análise dos resultados obtidos com a aplicação da
pesquisa no formato de gráficos, de forma individual e de forma global, com
intuito de avaliar a influências das práticas de contabilidade na tomada de
decisão em ambientes inseridos no contexto de inovação disruptiva.
4. Capítulo 4: Conclusões e recomendações – O capítulo 4 finaliza o estudo a
partir das conclusões obtidas com a pesquisa e apresenta as recomendações para
estudos futuros relacionados ao tema abordado.
20
5. Referências Bibliográficas: Todas as referências relacionadas às citações ao
longo do texto.
6. Referências Complementares: Literatura consultada e lida , mas que não são
citadas ao corpo do texto. Porém, contribuíram de forma signicativa ao estudo.
7. Apêndice A: Matriz de Julgamento do tipo escalar, de elaboração própria
através dos dados (práticas) coletadas.
21
CAPÍTULO 2 – O ESTADO DA ARTE
2.1 Introdução
Este capítulo está estruturado com as seguintes seções:
• Seção 2.2 : Inovação Disruptiva;
• Seção 2.3 : Práticas de Contabilidade.
2.2 Inovação Disruptiva
Christensen (2000), classifica as inovações tecnológicas como tecnologias
sustentadoras e tecnologias disruptivas. Posteriormente, verificando a possibilidade de haver
generalização deste conceito, Chirstensen (2000), alterou sua classificação para inovações
sustentadoras e inovações disruptivas. Essas alterações de conceito foram descritas em 2006
pelo estudioso, através da análise que este fez sobre o surgimento e evolução da Teoria da
Disrupção.
A teoria da Disrupção, em âmbito dos negócios, de acordo com Rogers (2017),
ocorre quando um setor já estabelecido enfrenta um outro setor desafiante que oferece propostas
com as quais as empresas e setores tradicionais não conseguem competir diretamente. Rogers,
ainda ressalta que nem todas as Inovações são Disruptivas e que essa definição é utilizada no
sentido de extrema inovação.
As inovações disruptivas através do conceito de Chirstensen (2000), resulta na
criação de novos modelos de negócios, ou seja, o antigo modelo “cai por terra” e é inteiramente
substituído por um modelo radicalmente inovador, que favorece o desenvolvimento de novos
concorrentes no mercado.
Horn (2015) sugere que a inovação disruptiva acontece quando um empreendedor
profissional descobre como fazer uma mudança oferecendo mais de algo sem exigir menos de
outro. Ainda afirma que, a quebra de concessões inicia a derrubada de paradigmas.
Uma razão das inovações disruptivas serem tão hábeis em derrubar paradigmas e
líderes da indústria, de acordo com Horn (2015), é que as inovações de sustenção são estáticas,
ou seja, inertes. O momento de disrupção acontece quando o desempenho da tecnologia
disruptiva supera as expectativas dos públicos-alvo principais, afirma Daneels (2004).
Com o intuito de identificar as características e desenvolvimento das Inovações
Dsiruptivas, Christensen (2003), apresenta um modelo ilustrativo, como baseado na figura
abaixo:
22
Fonte: Christensen (2003)
Figura 2.2.1: The Disruptive Innovation Model – O modelo de inovação Disruptiva.
Em um primeiro momento, a inovação gera um mercado totalmente novo e
diferente do que já está estabelecido. Posteriormente este novo mercado se expande e,
consequentemente, reduz o crescimento do mercado que já existia. Por último, a inovação se
desenvolve a ponto de diminuir a divergência no valor encontrado pelos clientes entre um
produto tradicional e um produto disruptivo fazendo com que este avance e crie um ruptura no
mercado tradicional.
Govindarajan e Kopalle (2006), com uma visão complementar apresentam cinco
características da inovação Disruptiva à luz da literatura: a inovação Disruptiva tem um
desempenho menor do que o esperado pelos clientes ao ser introduzida; os novos benefícios
oferecidos pelas inovações não são valorizados pelos clientes tradicionais; a inovação é mais
simples e mais barata; no momento da introdução a inovação atende a clientes sensíveis a preço;
e com o tempo as inovações melhoram seu desempenho de forma a atender também às
expectativas dos clientes tradicionais.
Em Blended de (Horn et al., 2015), o autor apresenta como exemplos de
inovação Disruptiva expostos pelo Professor Clayton M. Christensen, da Harvard Business
School, os E-mails, Sites de Desconto e o Turbo Tax, que é um software contábil americano
criado na década de 80. Provavelmente, atualmente estes já não são mais vistos como uma
23
inovação Disruptiva, mas perante sua criação houve a ruptura do mercado dos Correios, por
exemplo, em relação ao e-mail e assim por diante com os outros.
Hart e Christensen (2002) apontam as condições fundamentais para que uma
inovação Disruptiva obtenha sucesso. O produto ou serviço, no início, não deve ser tão bom
quanto os produtos utilizados pelos clientes dos mercados estabelecidos, para evitar uma reação
dos competidores tradicionais em um momento em que o entrante ainda não está fortalecido
para suportá-la. Isso faz com que empresas bem-sucedidas, pressionadas a apresentar
crescimento sustentado e altas margens de lucro, não invistam em inovações disruptivas. Outra
condição de sucesso para as inovações disruptivas é mencionada por Graeml (2003), quando
afirma que “a trajetória das empresas, que garante sucesso em épocas de ‘calmaria’.
Normalmente as cegas para as mudanças, quando estas passam a ocorrer em maior velocidade”.
2.3 Práticas de Contabilidade
A palavra prática é apresentada através de dicionários como: Ato ou efeito de
praticar, maneira habitual de proceder e realizar (pôr em prática). Neste sentido, Práticas
contábeis podem ser definidas como os procedimentos, regras, convenções, práticas especifícas
e até mesmo as normas adotadas pela organização na gestão de seu patrimônio, resultado,
inclusive para elaboração e divulgação das demonstrações contábeis. Essas práticas de
contabilidade podem contribuir para a tomada de decisão com vistas à contabilidade como
instrumento de gestão, fornecendo informações utéis, claras e hábeis para subsidiar o processo
de tomada de decisão (PASSOS, 2010).
O mundo dos negócios se torna cada vez mais dinâmico ao longo dos anos e com
os efeitos da globalização e desenvolvimento tecnológico, isto por si traz mais exigências ao
setor da contabilidade e ao profissional contábil, que deixa de acreditar que a contabilidade é
apenas o registro de informações e divulgação de fatos já ocorridos. Com foco na solução deste
problema, desenvolve-se a Contabilidade Estratégica que visa prover e analisar os dados
contábeis que dizem respeito à estratégia da empresa, de modo a prever mudanças nos cenários
futuros e assinalar a necessidade de mudanças nas estratégicas da empresa (Goldenberg, 1994).
A ciência contábil deve ampliar, indo além do foco em informações e se tornar parte
ativa do processo de tomada de decisão. O contador tem a necessidade de ampliar seus
horizontes, desempenhando um papel estratégico nas organizações. Para tanto, seria necessário,
além do conhecimento interno da própria empresa, ter uma visão ampla do ambiente externo,
de forma que as informações referentes aos concorrentes, fornecedores, clientes, dentre outros,
pudessem se traduzir em vantagens competitivas ao adicionar valor ao negócio (Ferreira, 1992).
24
Para que a contabilidade participe significativamente no processo estratégico da
organização, nas tomadas de decisão e conseguisse criar as vantagens competitivas e adicionar
valor ao negócio como exposto Ferreira (1992), é necessário a adequação ao mercado em
constantes mudanças e adoções de práticas de contabilidade adequadas para dar resposta a esse
ambiente competitivo. De acordo com Grzeszezeszyn e Ferreira (2004), essas práticas são
inúmeras e variadas, passando por aquelas que relacionam a Contabilidade Gerencial e os
investimentos da empresa ou ainda aqueles envolvendo o Balanced Scorecard, por exemplo.
Baseando-se no estudo dos autores Cravens e Guildins (2001), onde fizeram uma
pesquisa com 120 organizações de grande porte, entre elas empresas americanas renomadas. A
fim de identificar práticas, com enfoque em contabilidade gerencial, utilizadas por essas
empresas. Através dessa pesquisa foram coletadas 12 práticas presentes em empresas dos
Estados Unidos, Reino Unido e Nova Zelândia, todas práticas com enfoque em contabilidade
gerencial.
As 12 práticas encontradas pelos estudiosos são: Custeio dos atributos, avaliação
da marca, orçamento do valor da marca, avaliação do custo dos competidores, monitoramento
da posição competitiva, análise das demonstrações financeiras dos competidores, custeio do
ciclo de vida, custeio da qualidade, custeio estratégico, precificação estratégica, custeio meta e
por fim, custeio da cadeia de valor.
Neste estudo pretende-se o levantamento de práticas, porém de maneira um pouco
mais abrangente, indo além da contabilidade gerencial, e relacionar estas com o contexto da
Inovação Disruptiva.
2.4 Comentários Parciais
Conforme proposto neste capítulo, buscou-se as principais definições de inovação
disruptiva à luz de grandes estudiosos especializados no tema. Foi exposto o modelo de
Inovação Disruptiva criado por Christensen, os impactos gerados por ela e as características
deste tipo de Inovação, assim como seus benefícios para as organizações.
Apresentou-se também os conceitos de prática em si e de práticas de contabilidade,
as exigências destas perante os efeitos da globalização e desenvolvimento tecnológico assim
como os benefícios que estas trazem para uma boa estratégia empresarial.
O contexto de Inovação Disruptiva, exige maleabilidade e adequação por parte das
organizações, que através das práticas de contabilidade, que auxiliam no gerenciamento de
informações e tomada de decisão, conseguem manter sua saúde operacional e econômica-
25
financeira a fim de alcançar a posição de líder de mercado ou não perder o espaço que já possua
antes do “choque” e “radicalidade” como efeitos da Inovação Disruptiva.
Qual o grau de influência que as práticas de contabilidade tem sobre a tomada de
decisão nos ambientes com este tipo de Inovação? Essa é uma das respostas que procuramos
responder ao longo de nossa pesquisa.
26
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA DA PESQUISA, RESULTADOS E ANÁLISES
SUBJACENTES
3.1 Introdução
Este capítulo está estruturado conforme as seguintes seções:
Seção 3.2 : A Pesquisa;
Seção 3.2.1: Recortes Teóricos da Pesquisa;
Seção 3.2.2: Escopo da Pesquisa;
Seção 3.2.3: Coleta de Dados e Amostra;
Seção 3.2.4: Critérios de Análise Subjacentes dos Dados;
Seção 3.3: Limitações da Pesquisa;
Seção 3.4: Resultados e Análises Subjacentes.
Detalham-se a seguir estes procedimentos.
3.2 A Pesquisa
Para atender os objetivos da pesquisa, este trabalho pode ser classificado em 2 fases:
Exploratório e quali-quantitavo. Exploratório, a partir de que em um primeiro momento é
realizado através de revisão bibliográfica, posteriormente, classifica-se como um trabalho de
caráter quali-quantitavo visto que a partir da literatura deu-se a criação da matriz de julgamento,
do tipo escalar, que buscou obter as opiniões dos especialistas atuantes ou com vasta
experiência em organizações de porte multinacional; e as respostas obtidas foram
transformados em dados quantitativos, mensurando em porcentagem o grau de influência das
práticas que são abordadas na matriz de julgamento.
3.2.1 Os Recortes teóricos da Pesquisa
Entende-se por Pesquisa, segundo Minayo (2009, p.16), a atividade básica da
ciência na construção da realidade. A pesquisa é que desenvolve o ensino, aprendizagem e a
realidade do mundo. A pesquisa, apesar de método teórico, se inicia a partir de um problema,
dúvida ou questão prática. Com isso, tem-se a resposta através da pesquisa em conhecimentos
anteriores para responder o problema e criar novos referenciais. Moresi (2003, p.8 apud Demo,
1996, p.34) complementa esse conceito da seguinte forma:
27
Demo (1996, p.34) insere a pesquisa como atividade cotidiana considerando-a como
uma atitude, um “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção
competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido
teórico e prático.
A construção desse trabalho, a partir das classificações existentes de pesquisa, deu-
se como exploratório, em razão aos seus objetivos e a junção de abordagens qualitativas e
quantitativas, ou seja, quali-quantitativas, para solucionar o problema de pesquisa.
A pesquisa exploratória visa apresentar, modificar, esclarecer conceitos acerca do
problema de pesquisa proposto e desenvolver novas ideias. Esta tem como principal objetivo
apresentar uma visão geral sobre determinado fato, de acordo com Gil (1987, p.45).
A abordagem qualitativa da pesquisa não tem como foco uma representação
numérica. Esta busca compreensão de determinado fato, através de um grupo social ou
organização, entre outros. Sendo assim, esta se preocupa com os aspectos da realidade que não
são quantificados, Gerhardt et al (2009, p. 31-32). Minayo (2009, p. 21) complementa essa
visão afirmado que a pesquisa qualitativa trabalha com significados, motivos, aspirações,
crenças, valores e atitudes, ou seja, o entendimento da realidade social.
Já a pesquisa quantitativa é mais objetiva e mensura os resultados da pesquisa de
forma quantificada a fim de obter respostas precisas. Segundo Dalfovo (2008, apud Richardson,
1989):
este método caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de
coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas,
desde as mais simples até as mais complexas. Conforme supra mencionado, ele possui
como diferencial a intenção de garantir a precisão dos trabalhos realizados,
conduzindo a um resultando com poucas chances de distorções.
Por outro lado, a pesquisa ainda pode ser classificada como descritiva e explicativa.
A pesquisa descritiva para Gil (1987, p.45) são aquelas que tem como objetivo principal
descrever características de determinada população ou fenômenos ou mesmo estabelecer
relações entre certas variáveis. Ainda afirma que uma de suas principais características está na
utilização de técnicas uniformizadas de coleta de dados. Já a pesquisa de natureza explicativa,
são aquelas que tem como principal preocupação a identificação de fatores que contribuem para
a ocorrência de determinados fenômenos. Ela explica a razão e o porquê das coisas (GIL, 1987,
p.46).
3.2.2 Escopo da Pesquisa
28
O Escopo escolhido como adequado para essa pesquisa foram as empresas e
organizações multinacionais ou, também chamadas, transacionais. As multinacionais ou
transacionais são empresas ou organizações que têm sua matriz em determinado país e que
distribui subsidiárias em outros países, buscando recursos, matéria-prima de menor custo e/ou
maior qualidade, mão- de-obra qualificada e/ou com baixo custo, incentivos e isenções fiscais,
novo mercado consumidor, entre outros aspectos. Esse tipo de organização, segundo Aguzzoli
(2007), é considerada complexa, visto que operam conectadas entre si e precisam trocar
informações globais e locais, de forma simultânea. Além disso, podem ser consideradas
complexas pois há combinações formais e informais de controle (AGUZZOLI, 2007). Outro
que pode existir para aumentar a complexibilidade dessas organizações é o conflito de
interesses entre a matriz e a subsidiária, sendo que a subsidiária é de extrema importância pra
matriz, uma vez que ela equilibra os níveis de competitividade.
O principal motivo da escolha desse escopo, além da complexibilidade, se dá por
serem organizações que investem habitualmente em novas tecnologias e consequentemente,
muitas das vezes, desenvolvem inovações radicais para manter sua posição no mercado dado
que a competição entre essas empresas é extremamente alta.
3.2.3 Coleta de Dados e Amostra
Em um primeiro momento esta pesquisa foi elaborada à luz da literatura
especializada, não exclusivamente sobre as práticas contábeis em ambientes de inovação
disruptiva à luz das corporações multinacionais. Foram levantados artigos científicos
publicados em periódico nacionais das bases CAPES, Scielo, Google Acadêmico, entre outros.
Os periódicos internacionais (Qualis Capes A) foram extraídos das bases Emerald e Science
Direct. Neste sentido, foram levantados artigos Nacionais e internacionais das referidas bases.
Em seguida, foram levantadas 86 práticas, usando as seguintes palavras chave: Inovação
Disruptiva, práticas de contabilidade, contabilidade gerencial, inovação, melhores práticas de
contabilidade, entre outras.
Posteriormente foram aplicados filtros para refinamento das práticas que
apresentam redundância, além de serem agregadas práticas semelhantes, totalizando 48
práticas. Para melhor compreensão e organização as práticas levantadas foram “clusterizadas”
por afinidade. Foram formados (04) grupos, são eles: Estratégia e Acompanhamento do
Negócio, Programação, Controle e Desempenho e Filosofia e Modelo de Gestão. Em seguida
29
essas práticas foram inseridas no conteúdo do questionário/matriz de julgamento do tipo escalar
(Apêndice A).
A matriz elaborada com base nesses recortes teóricos foi elaborada de forma a
priorizar, por importância 1 – menor importância, 5 – maior importância, a influência das
práticas no processo de tomada de decisão à luz das empresas multinacionais brasileiras, com
base na percepção de especialistas, selecionados por critérios técnico e científico, com
experiência e conhecimento sobre o objetivo de investigação. Antes da aplicação definitiva da
matriz de julgamento, foram realizados três pré-testes com especialistas. O objetivo do pré-teste
foi verificar a necessidade de ajustes no instrumento de coletas, como por exemplo, grau de
compreensão, tempo para responder o instrumento, redundância nas perguntas, entre outros.
Logo após este procedimento, foi realizada a aplicação definitiva.
Os questionários foram disponibilizados no Google Forms e submetidos aos
especialistas. Cabe referenciar que os especialistas foram levantados através de uma Rede
Social, com foco estritamente profissional, chamada LinkedIn®, foram coletados 130 perfis
profissionais atuantes ou com vasta experiência em Multinacionais. Esses profissionais tiveram
o perfil revisados e avaliados para visualizar se estavam habilitados a responder o questionário.
Essa avaliação iniciou-se averiguando o tempo de experiência do profissional e sua área de
atuação. A coleta de perfis se deu de forma extremamente minuciosa, visando a qualidade das
informações. Segundo Duarte (2002), em relação a seleção de sujeitos em abordagens
qualitativas:
De um modo geral, pesquisas de cunho qualitativo exigem a realização
de entrevistas, quase sempre longas e semiestruturadas. Nesses casos, a
definição de critérios segundo os quais serão selecionados os sujeitos
que vão compor o universo de investigação é algo primordial, pois
interfere diretamente na qualidade das informações a partir das quais
será possível construir a análise e chegar à compreensão mais ampla do
problema delineado.
O tempo de elaboração, aplicação e retorno dos questionários foi de dois meses
(outubro e novembro/2017). Dos 130 questionários enviados, 17 retornaram respondidos. De
posse dos questionários respondidos, o passo seguinte foi excluir àqueles que apresentaram
algum viés, como por exemplo, quando todos os itens receberam a mesma pontuação.
Posteriormente os resultados foram organizados em planilhas para a elaboração e organização
30
dos dados em gráficos. Os gráficos foram escolhidos por apresentar maior visibilidade das
informações.
A modalidade de aplicação de questionário e captação de opiniões foi escolhida
porque, de acordo com Gil (1987, p.125) contem inúmeras vantagens. Entre elas:
1. Possibilidade de atingir grande número de pessoas, indepentende de sua
localização geográfica, uma vez que pode ser encaminhado por correio,
correio eletrêonico, entre outros meios;
2. Implica em gastos menores;
3. Garante o anonimato dos respondentes
4. Permite que as pessoas respondam no tempo que lhe for mais conveniente;
5. Não expõe pesquisado a influência de opiniões de outros.
Além desses fatores, também acreditamos que há a vantagem em questão de acesso.
Ás vezes, se tratando de grandes empresas e organizações de grande porte, o acesso a esses
profissionais é limitado. Através do questionário e da rede LinkedIn esse trabalho obteve
maiores possibilidades e meios de ser concluído.
3.2.4 Critérios de Análises Subjacentes dos Dados
Conforme já referenciado, após a coleta de dados por meio da matriz de julgamento,
do tipo escalar, disponibilizada via Google Forms, foi analisado o setor de atuação e a área de
atuação dos especialistas respondentes a fim de avaliar o perfil profissional dos mesmos.
Posteriormente, deu-se início à análise das opiniões dos especialistas em relação a influência
das práticas contábeis em contexto de inovação disruptiva à luz das corporações multinacionais.
A análise foi realizada considerando, num primeiro momento, cada grupo em individual e, em
seguida, uma análise conjunta dos grupos propostos. Os resultados foram apresentados em parte
I: setor de atuação dos especialistas; e parte II: resultados da pesquisa. As práticas de
contabilidade foram nomeadas com as siglas de P1, P2, P3, até P48 (Lista de Abreviaturas e
Siglas) a fim de uma melhor organização e compreensão dos resultados apresentados nos
gráficos. Para verificar a correlação entre os grupos, houve a utilização de média aritmética
simples. Os resultados obtidos deste procedimento permitem aos gestores concentrar seus
esforços naquele(s) grupo(s) de práticas que de fato é de extrema relevância para ganhos de
vantagens competitivas para as referidas empresas. Além disso, possibilitar verificar o grupo
que maior vulnerabilidade em contextos de inovações disruptivas.
31
3.3 Limitações da Pesquisa
O primeiro quesito considerado uma limitação durante esse trabalho, foi o curto
prazo de tempo para sua realização, de Setembro de 2017 a Novembro de 2017. Posteriormente,
os poucos respondentes alcançados, dezessete (17), em relação a amostra de cento e trinta (130).
Acredita-se que esse fator também tenha sido delimitado pelo tempo disponível dos
especialistas, dado que são profissionais com grandes responsabilidades laborais e pouco tempo
livre.
No mais, o questionário em si, apesar de inúmeras vantagens, também apresenta
algumas limitações. Gil (1987, p.127) apresenta algumas limitações, como:
1. Impede auxilio ao respondente caso ele tenha dúvidas nas perguntas. Ainda
que tenhamos nos colocado à disposição via e-mail para esclarecimento de
dúvidas, esse ponto é factível de acontecer.
2. Falta de conhecimento às circunstâncias que o mesmo tem há sido
respondido.
3. Não oferece garantia que o questionário seja devidamente preenchido ou
completamente preenchido, prejudicando a a amostra.
4. Propõe resultados críticos quando se trata de objetividade, em razão de que
os itens podem ter significados diferentes de respondente para respondente.
Mesmo com as limitações relacionadas ao questionário, referenciadas por Gil,
acreditamos que a pesquisa tenha atingido seu objetivo e sucesso em sua aplicação.
3.4 Resultados e Análises Subjacentes
Nesta seção são apresentados os resultados e análises conforme os critérios
definidos no item 3.2.3. Desta forma, na parte I serão apresentados os resultados sobre os
aspectos gerais setores de atuação e; parte II: os resutados técnicos da pesquisa. Detalham-se a
seguir esses resultados e análises.
Parte I: Resultados dos Setores de Atuação dos Especialistas
A Figura 3.4.1 apresenta os resultados referente ao setor ou setores que os
especialistas atuam ou atuaram.
32
Gráfico 3.4.1: Enquadramento do setor da empresa a qual os respondentes trabalham
Os resultados apresentados no gráfico acima, mostram que 100% dos especialistas
respondentes da pesquisas atuam ou já atuaram em organizações que se enquadram em setor
privado, ou seja, empresas que não são controladas pelo Estado. Este resultado já era esperado
visto que a pesquisa busca especialistas em empresas de porte multinacional.
Após a análise do setor de atuação, é importante verificar a área de atuação dos
respondentes para avaliar se estes estão habilitados a opinar em relação às práticas contábeis.
O Gráfico 3.4.2 apresenta o percentual e as áreas de atuação dos dezessete (17) respondentes:
Gráfico 3.4.2: Área de atuação dos profissionais respondentes da pesquisa
0%
100%
SETOR DE ATUAÇÃO
Público Privado
29%
35%
6%
12%
6%
6%6%
ÁREA DE ATUAÇÃOControladoria
Finanças
Supply Chain
Gerência
Gestão de Negócios e
Operações
Auditoria
Administração
33
Os resultados mostram que a grande maioria dos respondentes são da área de
Controladoria, com (29%) dos respondentes, e Finanças com (35%). Há também respondentes
das áreas de gerência, negócios e operações, supply chain, administração e auditoria. Isto
mostra o quão próximo está o estado da arte e o estado da prática à luz dos profissionais que
lidam com as informações contábeis, seja, os usuários das práticas de gestão estratégicas de
custos, dos usuários da informação, avaliação da performance da organização, seja avaliação
econômica e financeira, entre outras.
Parte II: Resultados da Pesquisa
Nesta seção são apresentados os resultados da pesquisa conforme os seguintes
grupos: estratégia e acompanhamento do negócio; programação; controle e desempenho; e
modelos e filosofias de gestão. A Figura 3.4.3 ilustra os resultados obtidos referente ao grau de
importância (influência) das práticas de contabilidade no processo de tomada de decisão sobre
“estratégias e acompanhamento do negócio” (Grupo 1).
Gráfico 3.4.3: Práticas de Estratégia e Acompanhamento do negócio em ambientes de Inovação Disruptiva
Para os especialistas, todas as práticas de contabilidade inseridas na estratégia e
acompanhamento do negócio são de muita ou extrema importância. Em relação ao grau de
influência, é possível constatar a partir das opiniões que as três práticas com maior poder de
influência são: P5, P9 e P4, por ordem decrescente em porcentagem. A P5 corresponde às
práticas para identificação, análise e avaliação de riscos estratégicos, operacionais, econômicos
e financeiros e se mostrou influente com, aproximadamente, 94,12% a partir da opinião dos
respondentes. Já P9, que se trata das práticas para avaliação dos custos dos concorrentes, obteve
0
20
40
60
80
100
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14
% R
esp
on
den
tes
Práticas de Contabilidade
Grupo 1: Estratégia e Acompanhamento do Negócio
Irrelevante a Pouca Influência Regular Influência Muita a Extrema Influência
34
resultado de 88,24% e P4, que está relacionada às práticas para análise e avaliação de riscos
legais, obteve 82,36% das opiniões referentes a muita ou extrema influência.
Ressalta-se também as práticas P6 e P13. A prática P6 refere-se a identificação,
análise e avaliação de riscos ambientais, esta se encontra com a caracterização “irrelevante a
pouca influência” e “regular influência” em níveis empatados de porcentagem, com 23,53%,
partindo do pressuposto de que talvezseja um índice preocupante, por estar se tratando do meio
ambiente, ainda assim a caracterização de “muita a extrema importância” supera os 50% o que
tranquiliza a situação. Quanto à prática P13, relativa a avaliação de Market Share, ou seja, a
participação da empresa no mercado, apresenta-se com nível de influência similar de “regular
influência” a “muita ou extrema influência” com 41,18%. Os resultados mostram o quão
próximo está a teoria da prática. Esses resultados mostram que as corporações multinacionais
ao adotar todas as práticas de contabilidade e as enxergarem como de extrema importância,
mostram o compromisso com a qualidade da informação contábil gerencial aos usuários da
informação.
A Figura 3.4.4 referencia os resultados das práticas contábeis do grupo 2:
Programação.
Gráfico 3.4.4: Práticas Contábeis de Programação em ambientes de Inovação Disruptiva.
A partir do gráfico apresentado acima, correspondente as práticas do nível de
programação, conclui-se que a prática P18 é a que exerce maior influência no ambiente de
inovação disruptiva com 94,12% de “muita a extrema influência”. Essa se refere a práticas
contábeis para avaliação de investimento. Em um contexto de inovação disruptiva, que requer
da empresa uma resposta rápida ao mercado, realmente a prática de avaliação de investimento
0102030405060708090
100
P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21
% R
esp
on
den
tes
Práticas de Contabilidade
Grupo 2: Programação
Irrelevante a Pouca Influência Regular Influência Muita a Extrema Influência
35
tem um peso considerável, visto que é necessário dinamismo constante por parte das empresas.
Quanto maior o conhecimento do gestor em relação a sua organização e seus futuros
investimentos, mais fácil será para se adequar ao modelo de mercado da Inovação Disruptiva e
estará mais perto da situação real de seus resultados econômicos, financeiros e operacionais.
É válido ressaltar também, a P17 e a P20 que se encontram em similaridade e com
o grau de influência, para a tomada de decisão no ambiente de inovação disruptiva, bastante
elevado, atingindo os 88,24%. A P17 trata de práticas orçamentárias e a P20 trata de práticas
para projeção de resultados. É dedutível que essas duas práticas se relacionam entre si, uma vez
que uma se remete à outra e ambas estão presentes no planejamento estratégico da empresa.
O Gráfico 3.4.5 apresenta o grau de influências das práticas contidas no grupo de
controle e desempenho (grupo3) no contexto de inovação disruptiva:
Gráfico 3.4.5: Práticas Contábeis de Controle e Desempenho em ambientes de Inovação Disruptiva
O Grupo 3, pertinente a controle e desempenho, é o grupo que aloca o maior número
de práticas de contabilidade, uma vez que aborda etapas importantes para o crescimento e
desenvolvimento da empresa como, por exemplo, seus indicadores de saúde econômica e
financeira, a redução de seus desperdícios e custos, controle das tomadas de decisão, entre
outras práticas que estão referenciadas na Matriz de Julgamento.
Analisando os resultados expostos pelo Gráfico 3.4.5, deduz-se que a P26,
associada a práticas contábeis para avaliação econômica e financeira de fornecedores e
distribuidores, é a que mostra maior influência, a partir da opinião dos especialistas, com
88,24% dos resultados para “muita a extrema influência”. É notável também a importância das
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
P22 P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34 P35 P36 P37 P38 P39 P40 P41 P42 P43 P44 P45 P46
% R
esp
on
den
tes
Práticas de Contabilidade
Grupo 3: Controle e Desempenho
Irrelevante a Pouca Influência Regular Influência Muita a Extrema Influência
36
práticas P39, P43 e P44, todas com um percentual significativo de 82,36% para “muita a
extrema influência”.
A P39 é relativa ao Planejamento Tributário em tempo real, que por sua vez
administra e controla os compromissos fiscais da empresa. A alta carga tributária, que é o caso
do Brasil, é uma determinante responsável pelo aumento de preços dos produtos, dificultando
a relação da empresa com suas concorrentes e, consequentemente, comprometendo os
resultados. De fato, o planejamento tributário em tempo real é uma ferramenta de importância
e influência significativa visto que a utilização correta desta prática pode reduzir as taxas e
impostos, melhorar os investimentos, uma vez que há a possibilidade de parcelamento das
obrigações, fomentando dessa maneira o mercado competitivo.
A P43 está ligada as práticas contábeis para o acompanhamento dos gastos com
desenvolvimento de projetos, enquanto a P44 está relacionada aos indicadores de desempenho
da empresa, ferramenta de extrema importância para o progresso da organização.
É importante ressaltar que as práticas P22, P23, P34, P35, P36 e P42, exercem
influência considerável, mesmo que apresentando uma porcentagem inferior às práticas citadas
acima. Todas com um nível percentual de 76,48%, que ainda é um percentual bem alto. As
práticas citadas são referentes a:
▪ P22: Práticas para gerenciamento de informações, preços, custos e capacidade
produtiva dos concorrentes;
▪ P23: Práticas para apoiar os gestores na avaliação dos concorrentes com base nas
demonstrações contábeis publicadas;
▪ P34: Práticas para auxiliar os gestores na análise periódica dos indicadores de
desempenho da empresa e comparabilidade com os concorrentes (indicadores chave
e Balanced Score Card);
▪ P35: Indicadores de desempenho econômicos financeiros como: rentabilidade,
estrutura e atividade;
▪ P36: Práticas de controle de bens patrimoniais adquiridos;
37
▪ P42: Práticas para controle e acompanhamento de custos de produção (matéria-
prima, mão de obra direta, custos indiretos de fabricação);
É possível através destas categorizações, verificar que as práticas P22, P23 e P34
se relacionam diretamente entre si, dado que estas se tratam da avaliação e análise global dos
concorrentes. E o ambiente de inovação disruptiva, como apresentado no referencial teórico,
tem como uma de suas características o favorecimento do desenvolvimento de concorrentes no
mercado competitivo. Já as práticas P35,P36 e P42 estão voltadas para o setor interno da
empresa, não menos importante, pois a partir dos procedimentos internos que a empresa
consegue se manter, crescer e se desenvolver no setor externo.
Ainda discorrendo acerca do Gráfico 3.4.5, é destacável as práticas P24, P25, P27,
P28, P30, P31, P32 E P33 que apresentam a classifição “muita a extrema influência” abaixo
dos 50%, todas tendendo da “regular influência” para “pouca ou irrelevante influência”.
Para finalizar a análise dos grupos (1,2,3 e 4) em individual, a seguir consta o
Gráfico 3.4.6, relacionado ao Grupo 4 que diz respeito às práticas de contabilidade adequadas
a filosofias e modelos de gestão:
Gráfico 3.4.6: Práticas Contábeis de Filosofia e Modelo de Gestão em ambientes de Inovação Disruptiva
Os resultados apresentados no Gráfico 3.4.6 mostram que a prática P48 tem maior
grau de influência no contexto de Inovação Disruptiva, representado por 58,83% de “muita ou
extrema influência” enquanto a P47 tem uma “muita ou extrema influência” que não atinge
nem os 50%; apresentando também um elevado percentual, 35,30%, como “irrelevante ou
pouca influência”; deixando esta prática como uma lacuna em aberto, a partir de que seu nível
0102030405060708090
100
P47 P48
% d
os
Res
pon
den
tes
Práticas de Contabilidade
Grupo 4: Filosofias e Modelos de Gestão
Irrelevante a Pouca Influência Regular Influência Muita a Extrema Influência
38
de influência está dividido em dois extremos. A prática P47 corresponde ao apoio e
implementação das filosofias JIT, KANBAN e KAIZEN, que são ferramentas complementares
de grande importância no processo gerencial das organizações. Enquanto a P48 está relacionada
às práticas para melhoria nos processos produtivos e eliminação de desperdícios.
O Gráfico 3.4.7, que segue abaixo, tem com o objetivo apresentar uma análise
global dos grupos 1, 2, 3 e 4 em conjunto a fim de verificar qual grupo possui práticas mais
influenciadoras no contexto de inovação disruptiva e menos influênciadoras. A construção do
gráfico para análise global foi realizada através da utilização de média aritmética simples.
Gráfico 3.4.7: Análise Global do grupo 1, 2, 3 e 4 em ambientes de Inovação Disruptiva
Os resultados mostram que todos os grupos contém práticas, com percentual acima
de 50%, de “muita a extrema influência” no contexto de Inovação Disruptiva. As práticas
listadas no Grupo de Programação, grupo 2, exercem maior influência nesse contexto, com
75,64%, enquanto o Grupo de Filosofia e Modelos de Gestão obtém menor influência, com
52,95%, na opinião dos respondentes.
Apesar do Grupo de Controle e Desempenho, Grupo 3, ao ser avaliado
individualmente apresentou maior quantidade de práticas influenciadoras, quando analisado em
conjunto demonstrou um percentual de 62,59% de “muita ou extrema influência”, ficando
abaixo do Grupo 2.
É interessante observar que o Grupo de Filosofia e Modelos de Gestão, apesar de
ter apresentado a prática P47 como “irrelevante a pouca influência”, analisando em conjunto, o
grupo ainda assim, superou os 50% se apresentando influenciador no contexto de Inovação
Disruptiva.
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4
Irrelevante ou Pouca Influência 9,663865546 7,56302521 15,05882353 29,41176471
Regular Influência 21,8487395 16,80672269 22,35294118 17,64705882
Muita a Extrema Influência 68,48739496 75,6302521 62,58823529 52,94117647
0102030405060708090
100
% R
esp
on
de
nte
s
Análise Global - (Grupo 1, 2, 3 e 4)
39
3.5 Comentários Parciais
Este capítulo teve como objetivo expor, através de gráficos e porcentagem a
influência das práticas de contabilidade em ambiente de inovação disruptiva.
Nesse espectro, a pesquisa desenvolvida pode ser classificada como exploratória,
com abordagem quali-quantitativa e também como descritiva e explicativa. Sendo que o método
de pesquisa teve por base a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso, assim como a pesquisa
documental.
Em relação ao estudo de caso, foi elaborado o questionário que, por sua vez, foi
submetido aos especialistas com conhecimento e experiências profissionais adequadas para
julgar os itens propostos na matriz. Posteriormente, evidenciamos os dados obtidos através dos
gráficos, de forma quantitativa, realizando uma análise individual acerca de cada um dos grupos
e uma análise conjunta destes.
Diante de tais argumentos, foi possível obter um resultado satisfatório e o método
utilizado foi eficiente para alcançar o objetivo da pesquisa, uma vez que conseguimos
identificar a influência e importância das práticas de contabilidade para o contexto de inovação
disruptiva.
40
CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Esta pesquisa teve como objetivo apresentar o grau de influência da práticas de
contabilidade em contexto de inovação disruptiva a partir da experiência de especialistas
atuantes ou que já atuaram em organizações multinacionais e de grande porte.
Os resultados alcançados ao longo do trabalho foram satisfatórios, uma vez que
conseguimos atingir ao objetivo prosposto e responder o problema de pesquisa, identificando
as práticas de contabilidade apropriadas em si, e as práticas de contabilidade de maior influência
e menor influência, analisadas individualmente e em conjunto. Todos os grupos referenciados
na pesquisa se apresentaram como muito ou extremamente influenciadores na tomada de
decisão em ambientes de Inovação Disruptiva.
Podemos verificar ao longo da pesquisa que a contabilidade tem grande
participação e influência nos ambientes de inovação e que nem sempre as práticas que são
qualificadas como extremamente influenciadoras individualmente, serão extremamente
influenciadoras em conjunto. Certificamos também o grande foco dos profissionais em analisar
e avaliar os concorrentes e o desempenho da empresa, oque são pontos chave para adequação
das organizações em ambientes de inovação disruptiva, posto que o mercado competitivo e a
concorrência favorece o desenvolvimento das Inovações Disruptivas.
Conclui-se também que os profissionais respondentes são qualificados e possuem
visão estratégica para lidar com o contexto de inovação disruptiva, sabendo ponderar oque de
fato é mais importante e mais influenciador para manter a empresa como líder de mercado sem
desmerecer ou negligenciar as práticas menos influenciadoras e importantes. Apesar das
limitações da pesquisa os resultados foram significativos, dentro dos parâmetros de pesquisa de
Graduação.
As limitações encontradas ao longo da pesquisa reside no curto período de tempo
em que foi realizada, de Setembro de 2017 a Novembro de 2017 e no pouco número de
respondentes (17 profissionais) em relação a amostra inicial (130 profissionais), acredita-se que
esta limitação esteja também relacionada a tempo, uma vez que os especialistas selecionados
são demasiadamente ocupados no que se refere às suas responsabilidades laborais. Apesas
disso, consideramos a pesquisa concluída com sucesso.
Para contribuir com futuros estudos acadêmicos, recomenda-se que a amostra de
especialistas seja maior, a aplicação de métodos de estatística para obter um resultado ainda
melhor. Recomenda-se também avaliar, além das influências, os impactos dessas práticas
41
contábeis de análise e avaliação de desempenho; e concorrentes no contexto de inovação
disruptiva.
42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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internacionalizam seus recursos humanos?. Dissertação de Mestrado. LUME. UFRGS.
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44
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MOREIRA, J.C. Orçamento Empresarial: Manual de Elaboração. 5. ed. 10 reimpr. São Paulo:
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PADOVEZE, C. L. Gerenciamento do Risco Corporativo em Controladoria: Enterprise Risk
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PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil.
7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PADOVEZE, C. L. Controladoria Estratégica e Operacional: Conceitos, Estrutura e Aplicação.
3. ed. rev. e atual. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
RIBEIRO, M.S. Contabilidade Ambiental. São Paulo: Saraiva, 2006.
WERNKE, R. Análise de Custos e Preços de Venda: ênfase em aplicações e casos nacionais.
São Paulo: Saraiva, 2005.
45
APÊNDICE A – MATRIZ DE JULGAMENTO
Matriz de Julgamento para avaliar o grau de influência das práticas de
contabilidade para tomada de decisões em ambientes de Inovação Disruptiva à luz da
experiência nas empresas multinacionais brasileiras.
Responder as questões marcando (X) para Sim ou Não para informar se há
influência da prática contábil para a tomada de decisão em ambiente de inovação disruptiva.
Se a resposta for SIM, qual o grau de influência (1 - menor influência; 5 = maior influência)
para a tomada de decisão neste contexto? Exemplo: A prática contábil para avaliar cenários
Econômicos, Financeiros e Ambientais influencia a tomada de decisão em ambientes de
inovação disruptiva? Sim ou Não? Se a resposta for SIM, qual a sua influência (1 -menor
influência e 5 - maior influência) para a tomada de decisão neste contexto de inovação
disruptiva?
1 (um): irrelevante influência;
2 (dois): pouca influência;
3 (três): regular influência;
4 (quatro): muita influência;
5 (cinco): extrema influência;
MATRIZ DE JULGAMENTO G
RU
PO
S
PRÁTICAS
GRAU DE INFLUÊNCIA
SIM
NÃ
O
1 2 3 4 5
GR
UP
O 1
: ESTRA
TÉGIA
E A
CO
MP
AN
HA
MEN
TO D
O N
EGÓ
CIO
Adoção de práticas contábeis para avaliar cenários
Econômicos, Financeiros e Ambientais em ambientes de
Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para elaboração do Relatório da
Administração em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para avaliação de performance
global da cadeia valor da inovação em ambientes de inovação
disruptiva.
46
Adoção de práticas para identificação, análise e avaliação de
riscos legais em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas para identificação, análise e avaliação de
riscos estratégicos, operacionais, econômicos e financeiros em
ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas para identificação, análise e avaliação de
riscos ambientais em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para auxiliar os gestores na
criação e manutenção de vantagem competitivaem ambientes
de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para a capacitação de níveis
diretivos para enfrentar incertezas externas em ambientes de
Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para avaliação de custos dos
concorrentes e sua influência na tomada de decisão em
ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para assegurar uma estrutura de
governança corporativa eficiente e eficaz em contexto de
Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para apoiar a definição de
estratégias de diversificação em tomada de decisão em
ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para apoiar a avaliação do
tamanho dos mercados que a empresa atua - consumo
aparente - na tomada de decisão em ambientes de inovação
Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para apoiar a avaliação da
participação da empresa no mercado (Market Share) em
ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de métodos e técnicas para avaliar o desempenho de
outras empresas do setor para lidar com o ambiente de
Inovação Disruptiva.
47
GR
UP
O 2
: PR
OG
RA
MA
ÇÃ
O
Adoção de práticas contábeis para auxiliar os gestores na
capacidade de previsão de ocorrências futuras com impactos
nas metas de longo prazo em ambientes de Inovação
Disruptiva
Adoção de práticas para apoiar os gestores no enfrentamento
de incertezas ambientais internas para a tomada de decisão
em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas orçamentárias e sua influência na tomada
de decisão em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas para avaliação de investimentos em
ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas para projeção do patrimônio da empresa
em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas para projeção dos resultados da empresa
em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas para projeção das receitas e despesas
financeiras da empresa em ambientes de Inovação Disruptiva.
GR
UP
O 3
: CO
NTR
OLE E D
ESEMP
ENH
O
Adoção de práticas para gerenciamento de informações,
preços, custos e capacidade produtiva dos concorrentes para
auxiliar na tomada de decisão em anbientes de Inovação
Disruptiva.
Adoção de práticas para apoiar os gestores na avaliação dos
concorrentes com base nas demonstrações contábeis
plubicadas, em ambiente de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas de gestão contábil para apoiar os gestores
nos relacionamentos com fornecedores, clientes e acionistas
em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para apoiar no gerenciamento do
ciclo de vida e sua influência na tomada de decisão em
ambientes de Inovação Disruptiva.
48
Adoção de práticas para análise econômica e financeira de
fornecedores e distribuidores para a tomada de decisão em
ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para apoiar o gerenciamento de
qualidade e seus impactos nas decisões em ambientes de
Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas para apoiar o gerenciamento de
produtividade e sua influência em ambientes de Inovação
Disruptiva.
Adoção de práticas de política de preços e sua influência na
tomada de decisão em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para avaliação dos impactos
sociais e ambientais em contexto de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para avaliação de
responsabilidade social e corporativa - RSC- na tomada de
decisões em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para apoiar a pesquisa e
desenvolvimento - P&D- em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para apoiar os gestores sobre
decisões de produto e produção em ambientes de Inovação
Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para auxiliar os gestores na
análise periódica dos indicadores de desempenho da empresa
e comparabilidade com os concorrentes (indicadores chave e
Balanced ScoreCard) para a tomada de decisão em ambientes
de Inovação Disruptiva.
Adoção de indicadores de desempenho econômicos e
financeiros como: rentabilidade, estrutura e atividade para
auxiliar na tomada de decisão em ambiente de Inovação
Disruptiva.
49
Adoção de práticas de controle de bens patrimoniais
adquiridos e sua influência na tomada de decisão em
ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas para avaliação periódica de estoques e sua
influência na tomada de decisão em ambientes de Inovação
Disruptiva.
Adoção de relatórios para controle, acompanhamento de
decisões em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de planejamento tributário em tempo real e sua
influência na tomada de decisões em ambiente de Inovação
Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para avaliar a capacidade ociosa
do sistema de produção em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para redução de custos
adicionais por adquirir de terceiros e sua influência em
ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para controle e
acompanhamento de custos de produção (matéria-prima,
MOD, CIF) em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para acompanhento dos gastos
com o desenvolvimento de projetos, da geração até sua
entrega para a linha de produção em ambientes de Inovação
Disruptiva.
Adoção de indicadores de desempenho (margem de
contribuição e ponto de equilíbrio) para auxiliar em decisões
de produto e produção em ambientes de Inovação Disruptiva.
Adoção de práticas contábeis para auxiliarno planejamento de
auditoria interna e sua influência na tomada de decisão em
ambiente de Inovação Disruptiva.
Adoção de política de redução de custos na tomada de decisão
em ambiente de Inovação Disruptiva.
50
GR
UP
O 4
: FILOSO
FIAS E
MO
DELO
S DE G
ESTÃO
Adoção de práticas contábeis para apoiar a implementação das
filosofias JIT, KANBAN e KAIZEN em ambientes de Inovação
Disruptiva
Adoção de práticas contábeis para melhoria de processos e
eliminação dos desperdícios e sua influência na tomada de
decisão em ambientes de Inovação Disruptiva.