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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS DE PARAUAPEBAS CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO RIVIANE BRUNA DE SÁ E SOUSA SUELLEN MARQUES DOS REIS OS CAMINHOS TOMADOS PELAS SACOLAS DESCARTÁVEIS: COMO REDUZIR ESSE RESÍDUO E ESTIMULAR PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO COMÉRCIO VAREJISTA PARAUAPEBAS PA 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CAMPUS DE PARAUAPEBAS

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

RIVIANE BRUNA DE SÁ E SOUSA

SUELLEN MARQUES DOS REIS

OS CAMINHOS TOMADOS PELAS SACOLAS DESCARTÁVEIS:

COMO REDUZIR ESSE RESÍDUO E ESTIMULAR

PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO COMÉRCIO VAREJISTA

PARAUAPEBAS – PA

2019

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RIVIANE BRUNA DE SÁ E SOUSA

SUELLEN MARQUES DOS REIS

OS CAMINHOS TOMADOS PELAS SACOLAS DESCARTÁVEIS:

COMO REDUZIR ESSE RESÍDUO E ESTIMULAR

PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO COMÉRCIO VAREJISTA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de

Parauapebas, como requisito parcial para obtenção do

título de Bacharel em Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. M.Sc. Daniel Barbosa Cabral

Coorientador: Prof. M.Sc. Thiago Fernandes

PARAUAPEBAS – PA

2019

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RIVIANE BRUNA DE SÁ E SOUSA

SUELLEN MARQUES DOS REIS

OS CAMINHOS TOMADOS PELAS SACOLAS DESCARTÁVEIS:

COMO REDUZIR ESSE RESÍDUO E ESTIMULAR

PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO COMÉRCIO VAREJISTA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de

Parauapebas, como requisito parcial para obtenção do

título de Bacharel em Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. M.Sc. Daniel Barbosa Cabral

Coorientador: Prof. M.Sc. Thiago Fernandes

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________

Prof. M.Sc. Daniel Barbosa Cabral (Orientador / Examinador Interno)

Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA/Parauapebas

_________________________________________________________

Prof. M.Sc. Thiago Fernandes (Coorientador / Examinador Interno)

Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA/Parauapebas

_________________________________________________________

Eng. Amb. Rafael Mergulhão (Examinador Externo)

Secretaria Municipal de Urbanismo de Parauapebas – SEMURB/PBS

Conceito: _____________________

Aprovado em: _____/_____/______

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

Dedicamos este trabalho:

A Deus, pela sua infinita misericórdia;

Aos nossos pais e familiares, por todo amparo e

incentivo;

E aos nossos orientadores, por terem acreditado

em nosso potencial e por terem dedicado parte

do seu tempo na construção deste estudo.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, a Deus, pelo dom da vida e por nos conceder força,

coragem, garra e determinação para alcançarmos nossos objetivos.

Agradecimentos da aluna Riviane:

A toda a minha família, em especial, aos meus pais, Firmo Tomé de Sousa e Maria

Aparecida de Sá e Sousa, por terem sido meu alicerce durante toda a minha vida (pessoal,

profissional e acadêmica), e por todo o empenho realizado na tentativa de me proporcionar o

melhor, mesmo diante das suas limitações. Agradeço, também, aos meus irmãos, Rosemberg

de Sá e Sousa e Ruthielly de Sá e Sousa, por todo o amor e carinho, e por sempre estarem

presentes na minha vida, me aconselhando e orientando. Ao meu namorado, Jhon Carlos

Gomes, pelo apoio e companheirismo. Agradeço a todos os meus amigos que acreditaram no

meu potencial e me incentivaram a prosseguir. A todos os professores da UFRA que

contribuíram de forma significativa na minha formação acadêmica. Agradeço a todos os

funcionários e alunos da UFRA que durante essa caminhada fizeram parte da minha vida.

À minha colega de TCC, Suellen Marques dos Reis, por dividir comigo essa responsabilidade,

e por todo o seu incentivo e contribuição. Em especial, sou grata aos meus orientadores, M.Sc.

Daniel Barbosa Cabral e M.Sc. Thiago Fernandes, por todo o apoio, disposição, paciência e

entusiasmo com o qual lideraram a construção deste trabalho.

Agradecimentos da aluna Suellen:

Agradeço aos meus pais, Neirimárcia Rosa Marques e Cleomilson Pereira de Sousa, que

não somente nestes anos como universitária, mas, em toda a minha vida, foram meu porto

seguro, maiores incentivadores para eu me tornar uma pessoa com caráter e valores e por serem

meu apoio nos momentos mais difíceis. Agradeço aos meus irmãos e amigos, pelo incentivo na

caminhada acadêmica e compreensão nos momentos de ausência. Ao meu esposo, Jackson

Souza da Silva, por ser compreensível e pelos conselhos que me incentivaram a nunca desistir.

Agradeço à minha filha, Emanuele Souza Marques, que, mesmo em meu ventre, me impulsiona

a querer ter um futuro melhor para a minha família. À minha colega de TCC, Riviane Bruna de

Sá e Sousa, a qual admiro pela sua trajetória acadêmica, agradeço também por todo empenho e

companheirismo no decorrer da elaboração deste trabalho. Agradeço à UFRA, seu corpo

docente, direção e administração por toda a contribuição durante a minha formação acadêmica.

Agradeço imensamente aos meus orientadores,

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

M.Sc. Daniel Barbosa Cabral e M.Sc. Thiago Fernandes, pela dedicação, incentivo e apoio para

que pudéssemos realizar esse trabalho.

Por fim, agradecemos ao Sr. Rafael Mergulhão, membro da banca de defesa, pela

disponibilidade e por enriquecer este trabalho com sua vasta experiência.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

Ainda que a nossa mente e o nosso corpo

enfraqueçam, Deus é a nossa força, Ele é tudo

o que nós sempre precisamos.

Salmo 73:26.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

RESUMO

A cidade de Parauapebas está localizada na região Sudeste do Estado do Pará, distante 547Km

da capital (Belém). Com uma população estimada em 2018 pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística – IBGE, de 202.882 habitantes, a economia do município é impulsionada

pelas atividades desenvolvidas nos setores: industrial (65,7%), de serviços (33,2%) e

agropecuários (1,1%). O uso exacerbado de plásticos pela sociedade contemporânea tem trazido

sérios problemas ambientais, estima-se que esses resíduos levam em média 450 anos para se

decompor. No Brasil, o consumo anual de sacolas plásticas é de 15 bilhões de unidades.

Levando em consideração a atual problemática vivenciada nacional e internacionalmente, o

presente projeto teve como objetivo identificar os múltiplos caminhos percorridos pelas sacolas

plásticas na cidade de Parauapebas/PA, da origem da produção ao descarte final e, analisar a

percepção da população sobre a importância atribuída aos problemas ambientais no descarte.

Para isso, foram realizadas entrevistas com os quatro maiores supermercados do município e

com mais de 670 pessoas. Para levantamento dos dados populacional foi utilizado a abordagem

direta em diversos locais da cidade e a utilização da plataforma Google Forms como ferramenta

de suporte, que forneceram uma amostra heterogênea, com margem de confiança de 95% e erro

estatístico de 3,78%. Os resultados indicaram uma dependência do uso de sacolas plásticas

pelos consumidores, embora haja elevado interesse em substituí-las por outro material

sustentável. A criação de lei para proibir ou regulamentar o uso de sacolas plásticas é apoiada

pelos usuários. Os consumidores demonstraram ter consciência ambiental. De modo geral,

mesmo diante de um percentual elevado de uso/consumo de sacolas plásticas no município,

ficou evidente que a população está disposta a mudar seus hábitos de consumo, no entanto, eles

esperam que a administração pública local tome iniciativas, através de políticas públicas

eficientes, que conscientizem e orientem a população.

Palavras-chave: Sacolas plásticas. Impactos ambientais. Práticas sustentáveis.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

ABSTRACT

The city of Parauapebas is located in the Southeast region of the State of Pará, distant 547 km

from the capital (Belém). With a population estimated at 2018 by the Brazilian Institute of

Geography and Statistics (IBGE) of 202,882 inhabitants, the municipality's economy is boosted

by activities in the following sectors: industrial (65.7%), services (33.2%) and agriculture and

livestock (1.1%). The exacerbated use of plastics by contemporary society has brought serious

environmental problems, it is estimated that these waste takes on average 450 years to

decompose. In Brazil, the annual consumption of plastic bags is 15 billion units. Taking into

account the current national and international experience, the present project aimed to identify

the multiple paths of plastic bags in the city of Parauapebas / PA, from the origin of production

to the final disposal, and to analyze the population 's perception of the importance attributed to

environmental problems in disposal. For this, interviews were conducted with the four largest

supermarkets in the city and with more than 670 people. For population data collection, a direct

approach was used in several places in the city and the use of the Google Forms platform as a

support tool, which provided a heterogeneous sample with a 95% confidence margin and a

statistical error of 3.78%. The results indicated a dependence on the use of plastic bags by

consumers, although there is a high interest in replacing them with other sustainable material.

The creation of a law to prohibit or regulate the use of plastic bags is supported by users.

Consumers have demonstrated an environmental awareness. In general, even in the face of a

high percentage of use / consumption of plastic bags in the municipality, it was evident that the

population is willing to change their consumption habits, however, they expect the local public

administration to take initiatives, through policies efficient public services that educate and

guide the population.

Keywords: Plastic bags. Environmental impacts. Sustainable practices.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Tipos de destinações dos resíduos sólidos proibidos por lei ................................... 24

Figura 2 – Esquema explicativo simplificado de um lixão ...................................................... 25

Figura 3 – Esquema explicativo simplificado de um aterro controlado ................................... 26

Figura 4 – Esquema didático explicativo de um aterro sanitário ............................................. 27

Figura 5 – Benefícios da reciclagem ........................................................................................ 28

Figura 6 – Esquema sobre as tipologias quanto ao destino final que as sacolas plásticas podem

assumir após serem descartadas pelos consumidores ............................................................... 34

Figura 7 – Alternativas de substituição das sacolas plásticas convencionais ........................... 36

Figura 8 – States with enacted plastic bag legislation .............................................................. 40

Figura 9 – Localização geográfica do município de Parauapebas-PA, Brasil.......................... 43

Figura 10 – Distribuição do PIB por segmento – Parauapebas – 2015 .................................... 44

Figura 11 – Rede interdisciplinar de autores com enfoque na revisão de literatura ................. 45

Figura 12 – O caminho percorrido pelas sacolas plásticas a partir da percepção dos

consumidores ............................................................................................................................ 64

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Quantitativo geral sobre o lixo no Brasil ............................................................... 33

Gráfico 2 – Destino do lixo no Brasil após ser coletado .......................................................... 33

Gráfico 3 – Consumo anual de sacolas plásticas versus sacolas retornáveis ........................... 55

Gráfico 4 – Gasto anual de sacolas plásticas por supermercado .............................................. 57

Gráfico 5 – Nível de escolaridade dos entrevistados ................................................................ 58

Gráfico 6 – Tipo de ocupação dos entrevistados ...................................................................... 58

Gráfico 7 – Frequência mensal de idas ao supermercado ........................................................ 59

Gráfico 8 – Proibição das sacolas plásticas: alternativas de substituição................................. 60

Gráfico 9 – Meio utilizado para transporte das compras do supermercado ............................. 61

Gráfico 10 – Destinação dada pelos consumidores as sacolas plásticas após chegarem das

compras ..................................................................................................................................... 62

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Objetivos do desenvolvimento sustentável – Agenda 2030 e suas metas associadas

à pesquisa .................................................................................................................................. 38

Quadro 2 – Índice FAPESPA (máximo, médio e mínimo) nas dimensões IDM, IDE e IDS no

Estado do Pará, nos anos de 2005 e 2010 ................................................................................. 43

Quadro 3 – Parauapebas e seus respectivos índices FAPESPA, nas dimensões IDM, IDE e IDS

nos anos de 2005/2010 ............................................................................................................. 44

Quadro 4 – Definição do tipo de pesquisa aplicada ao trabalho monográfico ......................... 47

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores da distribuição normal (Z), de acordo com os níveis de confiança mais

utilizados ................................................................................................................................... 48

Tabela 2 – Variáveis de percepção do uso de sacolas plásticas pelos consumidores ............... 62

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

FAPESPA Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDE Índice de Desenvolvimento Econômico

IDM Índice de Desenvolvimento Municipal

IDS Índice de Desenvolvimento Social

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

MMA Ministério do Meio Ambiente

NBR Norma Brasileira Regulamentadora

NCSL National Conference of States Legislatures

ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

ODS Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

ONUBR Organização das Nações Unidas Brasil

PARATUR Companhia Paraense de Turismo

PGC Programa Grande Carajás

PIB Produto Interno Bruto

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNSB Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

RSU Resíduos Sólidos Urbanos

SAAEP Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEMAD Secretaria Municipal de Administração

SEMED Secretaria Municipal de Educação

SEMSA Secretaria Municipal de Saúde

SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente

SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

SUASA Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 17

1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 19

1.2 PROBLEMA DA PESQUISA ................................................................................. 20

2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 21

2.1 OBJETIVOS GERAL .............................................................................................. 21

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 21

3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 22

3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................. 22

3.1.1 Definição de resíduos sólidos ..................................................................................... 22

3.1.2 Disposição final dos resíduos sólidos ......................................................................... 23

3.1.3 Vazadouro a céu aberto: o caso dos lixões ................................................................. 24

3.1.4 Aterro controlado ....................................................................................................... 25

3.1.5 Aterro sanitário ........................................................................................................... 26

3.1.6 Incineração ................................................................................................................. 27

3.1.7 Reutilização e reciclagem ........................................................................................... 27

3.2 O PANORAMA DAS SACOLAS PLÁSTICAS NO BRASIL ............................. 28

3.3 DINÂMICA DAS SACOLAS PLÁSTICAS .......................................................... 29

3.4 SACOLAS PLÁSTICAS E O CONSUMISMO .................................................... 30

3.5 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ......................................................... 31

3.6 DESTINAÇÕES DAS SACOLAS PLÁSTICAS PÓS-CONSUMO .................... 32

3.7 ALTERNATIVAS DE SUBSTITUIÇÃO .............................................................. 35

3.8 POLÍTICAS PÚBLICAS GOVERNAMENTAIS: A AGENDA 2030 PARA O

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................................................ 37

3.9 AS EXPERIÊNCIAS COM AS SACOLAS PLÁSTICAS: O CENÁRIO

INTERNACIONAL.................................................................................................. 39

4 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 42

4.1 ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO ESTUDO .......................................................... 42

4.2 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................... 45

4.3 INSTRUMENTO E MÉTODO PARA COLETA DE DADOS ........................... 47

4.4 ANÁLISE DOS DADOS .......................................................................................... 49

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 50

5.1 PERCEPÇÃO DOS SUPERMERCADOS ............................................................ 50

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

5.1.1 Supermercado A ......................................................................................................... 50

5.1.2 Supermercado B ......................................................................................................... 51

5.1.3 Supermercado C ......................................................................................................... 52

5.1.4 Supermercado D ......................................................................................................... 53

5.1.5 Análise dos resultados dos supermercados ................................................................ 55

5.2 PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES ................................................................ 57

5.2.1 Perfil dos consumidores ............................................................................................. 57

5.2.2 Comportamento dos consumidores ............................................................................ 58

5.2.2.1 Conscientização ambiental......................................................................................... 58

5.2.2.2 Política do supermercado .......................................................................................... 59

5.2.2.3 Alternativas de substituição ....................................................................................... 60

5.2.2.4 Criação de lei ............................................................................................................. 60

5.2.2.5 Consumo ..................................................................................................................... 61

5.2.2.6 Percepção geral dos consumidores sobre o uso das sacolas plásticas ..................... 62

5.2.2.7 Materialização do caminho das sacolas plásticas no viés dos consumidores de

Parauapebas/PA ......................................................................................................... 63

6 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 65

7 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .................................... 66

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA O SUPERMERCADO .................................. 74

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA OS CONSUMIDORES ................................. 75

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

17

1 INTRODUÇÃO

Desde a pré-história até a atualidade, o ser humano vem modificando o ambiente em

que vive, procurando maneiras de construir objetos/instrumentos que facilitem o desempenho

das suas funções no dia-a-dia, seja na área industrial, agricultura, comércio ou de serviços, etc.

Desta forma, as primeiras invenções baseavam-se em aproveitar e modificar materiais já

existentes na natureza, tais como: pedras, madeira e argila, dentre outros (SANTOS et al.,

2013).

Nesse contexto, notou-se que, na medida em que o mundo foi evoluindo, surgiu com ele

a necessidade de criar materiais que apresentassem propriedades distintas - maleabilidade,

flexibilidade, rigidez e transparência, necessários para a execução de algumas atividades. Com

isso, percebe-se que através das observações dos processos naturais, o ser humano foi capaz de

transformar a matéria já existente em material artificial, como a cerâmica, o vidro, o papel, a

borracha, o concreto entre outros (PIATTI, 2005).

Trigueiro (2012), cita que o primeiro plástico sintético do mundo foi criado pelo inglês

Alexander Parkes em 1862. Este material é originado do petróleo, feito de cadeias moleculares

inquebráveis, o que garante a sua durabilidade. Além de possuir um baixo valor econômico, o

plástico apresenta grande versatilidade, podendo ser utilizado na fabricação de diversos

materiais de utilidades diárias, tais como, escovas de dentes, utensílios domésticos, brinquedos,

próteses, peças automotivas, sacolas plásticas, entre outros.

Entretanto, devido ao acelerado progresso do consumismo, que incentivou sua

utilização em larga escala, esse material trouxe consigo inúmeros impactos ambientais, seja na

água ou no solo, tornando-o um dos maiores problemas no contexto mundial. Os impactos

causados na natureza começaram desde a sua extração ainda como mineral, passando pelo

processo produtivo industrializado e chegando ao final da cadeia a partir do seu descarte, que

segundo (OLIVEIRA et al., 2012), é executado de forma inadequado pela população. Além

disso, o plástico pode liberar no solo substâncias tóxicas como plastificantes e outros aditivos

(HOPEWELL; DVORAK; KOSIOR, 2009) e quando exposto na água e ao sol liberam bisfenol

A (BPA) e o oligômero PS (VIANA, 2010).

Estima-se que os resíduos plásticos levam em média 450 anos para se decompor

(MATOS, 2013). Este fator juntamente com a produção e o consumo em larga escala, gera

como consequência o acúmulo desse material em diversas partes da natureza, exemplo: aterros

sanitários e controlados, terrenos baldios, rios, mares etc. Nos aterros sanitários, os plásticos

dificultam a compactação e a degradação dos materiais biologicamente degradáveis, impedindo

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

18

assim a troca de líquidos e de gases, acabam por lançar no solo partículas tóxicas provenientes

do seu processo de fabricação devido a adição de cor nas sacolas plásticas.

Nesse contexto, vale ressaltar que, segundo os dados da Organização das Nações Unidas

no Brasil – ONUBR, a cada ano mais de 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos acabam

indo para o oceano. Esses resíduos são transportados pelas correntes marítimas e devido a ação

dos enormes giros oceânicos (movimento circular da água), o lixo tende a ser acumulado em

seu interior (MUNDO..., 2018).

De acordo com Zanella (2013), estima-se que o denominado Lixão do Pacífico, giro

oceânico com correntes de lixos localizada no oceano pacífico, cobre em extensão uma área

maior que o estado do Pará, com aproximadamente 1,3 milhão de quilômetros quadrados de

superfície e cerca de 10 metros de profundidade, além dele, existem mais cinco grandes giros

oceânicos no mundo, Atlântico Norte e Sul, Pacífico Norte e Sul, e o Índico.

Compreende-se que, o uso de plásticos pela sociedade contemporânea está cada vez

mais acentuado, e esse uso demasiado tem trazido sérios problemas ambientais ao mundo

moderno (PÓVOA NETO et al., 2011). Tais resíduos são quebrados em partículas menores

pela ação das ondas e pela exposição aos raios solares e passam a ser introduzidos na cadeia

alimentar dos animais de espécies marinhas. Muitos morrem em decorrência da ingestão desses

materiais ou até mesmo por ficarem presos a eles, como no caso das sacolas plásticas.

Além disso, para Lorenzett et al. (2013), o processo de fabricação das sacolas de

polietileno é altamente poluente, por este ser derivado do petróleo. Vale mencionar que além

da ameaça ao ecossistema marinho, os resíduos plásticos oferecem perigo à saúde humana, uma

vez que eles adentram na cadeia alimentar, estes por sua vez estão presentes em 83% da água

de torneira, e suas propriedades químicas e tóxicas podem ser encontradas na corrente

sanguínea (MUNDO..., 2018).

Neste contexto, a presente pesquisa objetivou a identificação dos caminhos percorridos

pelas sacolas plásticas, desde sua aquisição no comercio até seu descarte final, retratando toda

a cadeia de compra e consumo. Dentre outros fatores, planejou-se a investigação da percepção

da população, quanto aos possíveis impactos ambientais decorrentes dos padrões atuais de

consumo.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

19

1.1 JUSTIFICATIVA

Ações individuais e escolhas de consumo conscientes, bem informadas e motivadas por

valores ambientalizados têm sido vistas como uma nova estratégia de mudança em direção à

utopia da sociedade sustentável. Especialistas, autoridades, políticos e organizações

ambientalistas começaram a considerar a contribuição desigual dos diferentes estilos de vida e

práticas de consumo para os problemas ambientais globais (MATOS, 2013).

Para Viana (2010), as características físico-químicas e atrativos comerciais do plástico

como, por exemplo, força, resistência, durabilidade, baixo peso, baixo custo, dentre outros,

incentivaram uma força motriz para aquisição e uso desse material em todos os seguimentos

comerciais, sendo introduzido na sociedade em larga escala. No Brasil, a partir do final da

década de 1980, devido à elevação do custo do papel, as sacolas plásticas passaram a ser

distribuídas pelos supermercados, farmácias e pequenas lojas, tendo como funcionalidade

transportar os pequenos produtos adquiridos, bem como servir de propaganda para as empresas.

É de suma importância a discussão e análise acerca dos malefícios dos quais a produção

e uso exagerado de sacolas plásticas acarreta, tanto no cenário econômico, social e ambiental.

Piva e Orikassa (2012) corroboram enfatizando que o descarte incorreto desse produto traz, a

longo prazo, malefícios incalculáveis à sociedade e ambiente, causando problemas urbanos e

de saúde, prejudicando não apenas a sociedade atual, mas deixando um legado de preocupações

e incertezas as gerações futuras.

Nesse contexto, diante da problemática de estudo, a pesquisa ambicionou ser

desenvolvida por razões acadêmicas e sociais. Em termos acadêmicos, considera-se mapear os

caminhos percorridos pelo produto (sacolas), atrelando a necessidade de seu uso a rotinas e/ou

práticas diárias pelos consumidores. Além disso, para cenário acadêmico, volta-se as

expectativas para o Curso de Engenharia de Produção, onde encontra-se pouca exploração e

discussões em relação a importância desse profissional atuante na área ambiental, seja no

planejamento ou controle das operações ambientais.

Em termos de aplicações sociais, o trabalho fundamenta-se em discutir o conceito de

educação ambiental e consumo consciente e o possível entendimento desse termo junto à

sociedade contemporânea, bem como rediscutir o cenário em que se enxerga o processo de

descarte desse resíduo sólido, a partir de ideias e/ou práticas de substituição do produto,

mitigando ações promissoras quanto a redução do impacto ambiental local. Por conta desses e

outros fatores, é importante o desenvolvimento deste projeto de pesquisa, em virtude do leque

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

20

de oportunidades que se pode ter/descobrir com a exploração de um trabalho científico

direcionado a gestão de resíduos e a sua economicidade.

1.2 PROBLEMA DA PESQUISA

Quais os caminhos percorridos pelas sacolas plásticas no município de Parauapebas/PA,

desde a sua aquisição no comércio varejista pelos consumidores até o descarte final? Qual a

percepção da população de Parauapebas/PA sobre os impactos ambientais gerados pelo

consumo e descarte das sacolas plásticas?

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

21

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAL

O objetivo geral dessa pesquisa foi identificar os múltiplos caminhos percorridos pelas

sacolas plásticas em Parauapebas/PA, da origem da produção ao descarte final e, analisar a

percepção da população sobre a importância atribuída aos problemas ambientais causados pelo

consumo excessivo e pelo descarte desses materiais.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

De modo especifico, pretende-se:

1. Criar um fluxograma interligando os caminhos percorridos pelas sacolas plásticas, a

partir de suas múltiplas utilidades pelos stakeholders, desde a origem da aquisição até

seu descarte pós-consumo;

2. Investigar a aceitabilidade dos stakeholders sobre a substituição das sacolas plásticas

por outros produtos similares e convencionais;

3. Associar a pesquisa com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS, Agenda

2030; e

4. Verificar o aspecto econômico da substituição de sacolas plásticas por produtos

sustentáveis.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

22

3 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial compreende uma revisão de literatura sobre os paradigmas e perspectivas

da pesquisa interdisciplinar em ambiente, produção e consumo. Nesse sentido, é retratado

durante a revisão, a origem das sacolas plásticas, com destaque para suas funções perante ao

consumismo da sociedade, descrevendo seus efeitos direto ao ambiente na atual conjuntura

contemporânea e, principalmente, da existência de práticas que comunguem do avanço

científico para minimizar seus impactos, exibindo em diversos trechos, comentários de autores

com expertise na área.

3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS

3.1.1 Definição de resíduos sólidos

O desenvolvimento econômico, o crescimento populacional, a urbanização e a

revolução tecnológica vem sendo acompanhado por alterações no estilo de vida e nos modos

de produção e consumo da população. Como decorrência direta desses processos, vem

ocorrendo um aumento na produção de resíduos sólidos, tanto em quantidade quanto em

diversidade, principalmente nos grandes centros urbanos. Além do acréscimo na quantidade, os

resíduos produzidos atualmente passaram a abrigar em sua composição elementos sintéticos e

perigosos aos ecossistemas e à saúde humana, em virtude das novas tecnologias incorporadas

ao cotidiano (GOUVEIA, 2012).

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae

(2017), são considerados resíduos todas as partes que sobram resultante de algum processo ou

atividade humana, animal e ou processos produtivos (como a matéria orgânica, o lixo

doméstico, os efluentes industriais e os gases liberados por indústrias ou por motores).

Nessa totalidade, a Norma Brasileira Regulamentadora – NBR 10.004:2004

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004, p. 1), define resíduos

sólidos como sendo:

Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem

industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam

incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,

aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como

determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na

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23

rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e

economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

No entanto, embora existem normas que abordam as temáticas dos resíduos sólidos,

especialmente Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, ainda não

há, no País, um instrumento legal que estabeleça diretrizes gerais aplicáveis aos resíduos sólidos

para orientar os Estados e os Municípios na adequada gestão desses resíduos.

Segundo Ministério do Meio Ambiente – MMA (BRASIL, 2014), com a proposta da

política nacional, criou-se metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e

institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional,

intermunicipal e metropolitano e municipal, além de impor que os particulares elaborem seus

Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Jacobi e Besen (2011) alegam que esse acrescentamento também coloca o Brasil em

patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que concerne ao marco legal e

inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na

Logística Reversa quando na Coleta Seletiva. Para Associação Brasileira de Empresas de

Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE (2012), apesar de todos esses avanços, os

instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS ainda estão sendo disseminados

nos Estados e municípios, entretanto, já ajudarão o Brasil a atingir uma das metas do Plano

Nacional sobre Mudança do Clima, que é de alcançar o índice de reciclagem de resíduos de

30% a 50% até 2030, seguindo a mesma abordagem alinhada os objetivos da Agenda 2030 da

ONU.

3.1.2 Disposição final dos resíduos sólidos

Para Besen et al. (2010), os resíduos sólidos quando depositados de forma incorreta

podem causar sérios impactos socioambientais, tais como: a degradação do solo, a poluição da

água (rios, mananciais, lençol freático etc.), a poluição do ar, o aumento de enchentes, a

proliferação de doenças, entre outros. Nesse sentido, com a finalidade de evitar danos ou riscos

à saúde pública e à segurança, bem como minimizar impactos ambientais adversos, a Lei nº

12.305, de 02 de agosto de 2010, da PNRS aborda entre outros critérios, a destinação final

ambientalmente adequada dos resíduos.

Assim, incorporado como parte importante a esse plano, a destinação dos resíduos inclui

a reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação e o aproveitamento energético dos

materiais, cabendo ainda outras destinações admitidas pelo Sistema Nacional do Meio

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Ambiente – SISNAMA, pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS e pelo Sistema

Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária – SUASA. Desta forma, vale ressaltar que a

Lei de nº 12.305 de 02 de agosto de 2010, da PNRS, aborda no artigo 47, algumas formas de

destinações consideradas expressamente proibidas, conforme mostra a Figura 1, a seguir.

Figura 1 – Tipos de destinações dos resíduos sólidos proibidos por lei

Fonte: elaborado pelas autoras a partir da Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010, o PNRS (BRASIL, 2010, art. 47).

Na concepção de Brasil (2011), considera-se as limitações das opções de destinação

final para os resíduos e, é imprescindível minimizar as quantidades produzidas por meio da

redução, reutilização e reciclagem, valorizando o meio ambiente.

3.1.3 Vazadouro a céu aberto: o caso dos lixões

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB, publicada no ano

de 2008, o termo vazadouro a céu aberto ou lixão, foi definido como sendo o local utilizado

para alocar o lixo em estado bruto, sobre o terreno, sem qualquer tipo de tratamento, cuidados

ou técnicas especiais que visem a proteção do meio ambiente e da saúde pública (INSTITUTO

BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).

Como consequência, os efluentes líquidos derivados da decomposição do lixo

(chorume) acabam penetrando no solo e contaminando o lençol freático, por conseguinte,

infecta o ambiente aquífero e causa problemas de saúde pública a população que se utiliza desse

recurso hídrico. Além disso, os lixões exibem um aspecto social negativo, visto que as

populações mais carentes buscam nesse meio, alternativas de obter alimentos para a sua

subsistência e alguns tipos de materiais recicláveis para venda, infelizmente essa população é a

Tipos de destinações dos resíduos sólidos

proibidos por lei:

lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos

lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração

queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade

outras formas vedadas pelo poder público

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25

que mais sofre com os efeitos dos diversos tipos de vetores de doenças e com as substancias

tóxicas presentes no lixão (VILANOVA NETA, 2011).

Perante a isso, a Figura 2 traz uma representação esquemática do que seria, a grosso

modo, um vazadouro a céu aberto, sintetizando a concepção discutida acima.

Figura 2 – Esquema explicativo simplificado de um lixão

Fonte: adaptado de Gonçalves (2003).

3.1.4 Aterro controlado

Segundo Vilanova Neta (2011), define em sua obra que o aterro controlado é

considerado uma fase intermediária entre o vazadouro a céu aberto e o aterro sanitário, tendo

como particularidade, o cuidado diário em cobrir os resíduos sólidos com uma camada de terra

ou outro tipo de material de forração. Com isso, este procedimento tem como finalidade reduzir

a incidência de insetos e outros animais transmissores de doenças.

Entretanto, conforme as diretrizes do PNRS (BRASIL, 2011), tanto o lixão quanto o

aterro controlado são considerados formas inadequadas de disposição final dos resíduos e

rejeitos, sendo que no aterro controlado o único cuidado realizado é o recobrimento da massa

de resíduos e rejeitos com terra. Desta forma, a Figura 3 representa de maneira detalhada a

concepção de um aterro controlado, essencialmente parecida com os instaurados em vários

municípios do Brasil.

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26

Figura 3 – Esquema explicativo simplificado de um aterro controlado

Fonte: adaptado de Gonçalves (2003).

3.1.5 Aterro sanitário

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, citando a NBR

8419 de 1992, distingue que o aterro sanitário é definido como sendo uma técnica utilizada para

dispor os resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à sua segurança,

além de buscar minimizar os impactos ambientais.

Este método utiliza princípios de engenharia como, “impermeabilização do solo,

cercamento, ausência de catadores, sistema de drenagem de gases, águas pluviais e lixiviado”

dentro outros, com efeito de minimizar os impactos no ambiente. Para que os resíduos sólidos

sejam acondicionados na menor área possível e sejam reduzidos ao menor volume permissível,

após esse processo de compactação estes são cobertos com uma camada de terra na conclusão

de cada jornada de trabalho (Figura 4), ou se houver necessidade, a intervalos menores,

conforme orienta a PNRS (BRASIL, 2011).

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27

Figura 4 – Esquema didático explicativo de um aterro sanitário

Fonte: adaptado de Gonçalves (2003).

3.1.6 Incineração

Santos (2011), menciona que a atividade “incineração” é um método utilizado no

tratamento dos resíduos sólidos. Através do processo de combustão controlada, os resíduos

sofrem uma redução no volume, peso e nas suas características iniciais de periculosidade. Além

disso, a incineração pode ser considerada como um processo de reciclagem energética, visto

que a energia contida nos resíduos é liberada durante a queima, essa energia pode ser

reaproveitada em outros processos. De forma geral, a incineração transforma os resíduos em

três produtos: cinzas, gases de combustão e calor. Observa-se ainda que os gases poluentes

necessitam de tratamento adequado (redução da concentração de poluentes tóxicos) antes de

serem lançados na atmosfera.

No Brasil, as incinerações de resíduos sólidos perigosos são flexibilizadas por padrões

de desempenho. Atualmente, essa atividade é regulamenta pela NBR 11.175:1990

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1990, p. 1), que também a define

como sendo um “processo de oxidação à alta temperatura que destrói ou reduz o volume ou

recupera materiais ou substâncias”.

3.1.7 Reutilização e reciclagem

Conforme a Lei n° 12.305 de 02 de agosto de 2010, da PNRS/Brasil, a reutilização é

definida como sendo um “processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua

transformação biológica, física ou físico-química”. Por consecutivo, a “reciclagem” é

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caracterizada como um “processo de transformação dos resíduos sólidos que envolvem a

alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à

transformação em insumos ou novos produtos”, ambos os processos devem estar em

conformidade com as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes

SISNAMA e, se for o caso, do SNVS e do SUASA.

Nesse panorama, Barboza et al. (2013), afirmam que a reciclagem traz benefícios para

a sociedade e para o meio ambiente, pois ela economiza energia, diminui o uso de recursos

naturais e ainda traz de volta esse material ao ciclo produtivo. Para Moreira (2014) a reciclagem

constitui, atualmente, um dos métodos preferenciais de valorização dos resíduos pois, para além

de constituir uma das opções corretas sob o ponto de vista ambiental, no sentido da diminuição

dos resíduos tem um papel cada vez mais importante do ponto de vista econômico (Figura 5),

em que contribui-se de modo significativo para o desenvolvimento sustentável da sociedade

humana, através da:

Figura 5 – Benefícios da reciclagem

Fonte: elaborado pelas autoras a partir de Moreira (2014).

3.2 O PANORAMA DAS SACOLAS PLÁSTICAS NO BRASIL

O consumo exagerado de sacolas plásticos no mundo é o desafio ambiental do século

XXI. Com os avanços na modernização, a produção de bens e serviços, em 2050, chegará a

ultrapassar 33 bilhões de toneladas de lixo. Alguns países já aboliram o fornecimento das

sacolas plásticas como Bangladesh, Quênia, África do Sul, Ruanda, Mauritânia, Índia, China,

França, Argentina, EUA e México (JAKOVCEVIC et al., 2014).

No cenário brasileiro, as sacolas plásticas representam 10% de todo lixo produzido pelas

populações e, nessa estimativa, cada brasileiro utiliza pelo menos 19 quilos de sacolas por ano

Benefícios da Reciclagem

Eliminação das enormes quantidades de resíduos produzidas pela sociedade

Redução da pressão sobre os recursos naturais

Diminuição do consumo de energia e das emissões de poluentes em diversas indústrias

Criação de emprego através do desenvolvimento do setor de reciclagem.

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29

(OLIVEIRA, 2012). A título de exemplo, no Estado do Rio Grande do Sul, os supermercados

gastam em média, R$ 190 milhões de reais para a aquisição de 1,3 bilhão de sacolas plásticas

por ano.

Para Oliveira (2012), cita que estudos feitos pela Agenda Ambiental (2010), assinalaram

que a produção de sacos plásticos no Brasil chega a 210 mil toneladas anuais, com base primária

ao plástico filme. Abandonados em aterros controlados, esses sacos plásticos impedem a

passagem da água retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis, dificultando a

compactação dos detritos, causando danos irreversíveis ao ambiente e saúde.

3.3 DINÂMICA DAS SACOLAS PLÁSTICAS

Criado nos anos 70, os sacos plásticos foram se tornando populares entre os

consumidores, visto que sua distribuição nessa época era feita de forma gratuita no comércio,

oferecendo ao consumidor uma forma de guardar e transportar o produto adquirido (FABRO;

LINDEMANN, 2007). O plástico está onipresente em quase todas as atividades humanas, sendo

utilizado para as mais variadas funções, entretanto, seu descarte incorreto condiciona sérios

danos aos ecossistemas.

Segundo Ziegler (2010), investigando a dinâmica da cadeia produtiva do plástico,

revelou que, de fato, as sacolas demoram em torno 200 anos para se decompor no ambiente.

Embora, esse número pode reduzir, principalmente quando esse resíduo está sobre o efeito das

variáveis ambientais como, chuvas, radiação, ventos, temperatura e outros. Em uma abordagem

internacional, países subdesenvolvidos estão buscando meios justificável para proibir o uso de

sacolas em virtude da má gestão de seus resíduos.

Na África, alguns países como Ruanda por exemplo, já proibiram o uso de sacolas

plásticas, para proteger o ambiente, recentemente o governo da Mauritânia decidiu adotar essa

medida (LORENZETT et al., 2013). Segundo Santos et al. (2012), mais de 70% dos bois e

ovelhas localizados na capital do país, Nouakchott, morreram após ingerir sacolas plásticas.

No ano de 2012, a mídia brasileira trouxe à tona uma discussão acerca da substituição

das sacolas plásticas nos supermercados, principalmente em função da proibição de seu uso no

Estado de São Paulo/SP. A medida adotada em algumas cidades no país dividiu a opinião

pública, e a questão balizadora da polêmica consiste em até que ponto o não fornecimento de

sacolas por redes de supermercado (RIBEIRO, 2013).

Para isso, o centro de toda as discussões foi regido por meio de audiências públicas em

espaços diferentes, alternando em alguns municípios para acobertar o máximo dos grupos

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30

sociais e a alternativa apontada para a solução do problema, foi justamente apoia-se na

substituição das sacolas tradicionais por sacolas 100% biodegradáveis, comparando com a

realidade dos demais países pelo mundo, que já adotam a distribuição de sacolas produzidos

por materiais que se alto degradam em contato com os fatores ambientais (RIVERS et al.,

2017).

A priori essa determinação já é realidade promovida por Lei em diversos países da

Europa. Adverte-se que as sacolas sejam recicláveis, elas precisam de um tratamento específico,

do contrário vão poluir da mesma maneira que a sacola convencional, só que desta vez vai sair

do bolso do consumidor (SHARP et al., 2010).

Portanto, o princípio mais importante no momento da escolha por um ou por outro meio

para carregar as compras, sob o ponto de vista da preservação ambiental, é observar a

durabilidade e capacidade de reutilização das sacolas. Neste campo dois tipos de sacolas se

destacam sendo, as sacolas de pano e as ecobags (feitas com polietileno, porém reutilizáveis,

mais duráveis e resistentes), pois quanto maior a reutilização das sacolas menor será sua

produção e consequentemente menores serão os impactos ambientas (ZIEGLER, 2010). Para

os que possuem meio de transporte próprio, uma solução barata e ecologicamente correta para

acomodar as compras é o uso de caixas de papelão, que podem ser recicladas após um intenso

período de uso conforme recomenda (QUEIROZ; GARCIA, 2010).

3.4 SACOLAS PLÁSTICAS E O CONSUMISMO

O volume de compras deixa de ser visto apenas como o resultado lógico da produção e

passa a ser abordado como uma cultura de consumo. Assim, as combinações sensoriais e

estéticas do começo da vida urbana, vinculadas ao aperfeiçoamento do design dos produtos,

tendenciaram o consumo a “funcionar como um miraculoso dispositivo de objetos e sinais para

atrair a felicidade” (ALCÂNTARA, 2012, p. 7). As transformações sociais influenciam

escolhas que, segundo Santos (2011), refletem a busca pela satisfação das necessidades que

estão atreladas ao valor dos bens ou sua utilidade. Diante do grande desafio que é incentivar o

consumo consciente tendo em vista uma sociedade consumista, é extremamente necessário que

haja uma mudança de hábitos relacionada ao uso de sacolas plásticas descartáveis (TONELLO

et al., 2011).

Segundo Ministério do Meio Ambiente (2013), no Brasil, são distribuídas cerca de

1,5 milhão de sacolinhas por hora e, geralmente, essas sacolas são utilizadas somente para

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31

alocar e transportar o que foi comprado no supermercado/loja e, por conseguinte, são

descartadas em lixeiras ou até mesmo descartadas no ambiente.

Oliveira et al. (2012), estudando os impactos ambientais causados pela utilização de

sacolas plásticas em Campina Grande-PB, descobriram que a utilização das sacolas plásticas

acontece por uma questão cultural e de comodidade, mesmo a maioria dos usuários sendo

conscientes dos impactos ambientais que o uso exagerado causa. O resultado da pesquisa

também evidenciou que a maioria do público alvo considera correta a proibição do uso das

sacolas plásticas em razão dos impactos ambientais causados, e estão de acordo e dispostos a

utilizar embalagens alternativas como a sacolas retornáveis e caixas de papelão (NOLAS;

SHARP, 2013).

Essas crescentes questões de caráter ambiental recebem novos atores. Os clientes

passam a ser os principais coadjuvantes no desafio de tornar a sociedade consumista em uma

sociedade de consumo mais sustentável e engajada em relação às preocupações e propostas pró-

ambiente. Essa transição ética de mudanças de cultura e valores conduz a uma nova postura

frente ao comportamento dos indivíduos e seus padrões de consumo, refletindo em suas

decisões de compra por produtos e empresas ambientalmente responsáveis (DIAS, 2011).

Desta forma, as sacolas plásticas são utilizadas sem pensar no seu correto descarte, e

que o caráter informativo e a busca por isto em rótulos, embalagens, folhetos, meios de

comunicação, internet, marca esta nova estratégia de consumo ambientalmente consciente.

Cabe salientar que nessa procura por atributos verdes ou eco nos produtos seu ponto de vista

“ecológico” faz com que se responsabilize por uma nova racionalização no ato da compra. O

consumidor verde reconhece a necessidade de mudanças em seu estilo de vida e busca caminhar

nessa direção (HORST; DALMORO, 2012).

3.5 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Para Solomon (2016), o comportamento do consumidor é considerado como um

processo contínuo, ele não se restringe apenas ao instante da troca (entrega do dinheiro versus

produto/serviço adquirido), ele é tido como um processo de dar e receber algo de valor. Desta

forma, quando ocorre uma transação (troca) entre duas ou mais empresas, ou pessoas, é preciso

que haja um entendimento por parte das organizações, que esse processo engloba vários fatores

que influenciam o consumidor antes, durante e depois da compra, sendo eles: idade, gênero,

estrutura familiar, classe social e renda, raça e etnicidade, geografia e estilo de vida

(MARTINHO et al., 2017).

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32

Além disso, Hawkins e Mothersbaugh (2019) abordam que, devido aos avanços

tecnológicos e informacionais, o comportamento do consumidor tem mudado em ritmo

acelerado, como consequência os profissionais de marketing tem como desafio evoluir na

mesma proporção, não só em relação à oferta de produtos, mas também em relação ao

consumidor. Assim, os enfoques utilizados antigamente para atingir o maior número de pessoas

possíveis, cedeu lugar para uma abordagem mais sucinta, mais focada em alcançar apenas os

consumidores que realmente querem determinada oferta.

Outro ponto relevante analisado por Santos et al. (2013), retrata que a medida em que o

consumidor torna-se mais informado e consciente, ele tende a ser mais exigente. Nesse

contexto, Hawkins e Mothersbaugh (2019), afirma que a deterioração do ambiente físico, tem

gerado uma demanda de clientes por produtos seguros, do ponto de vista ambiental. Posto que,

a degradação do meio ambiente tem sido vista pela população como um efeito colateral ruim,

e a mesma tem se mostrado disposta a pagar pela melhoria da qualidade do ambiente, exigindo

das empresas inovações institucionais e organizacionais necessárias para corrigir falhas de

mercado (MAY, 2018), bem como regulamentações governamentais que afetam o design e a

fabricação dos produtos (HAWKINS; MOTHERSBAUGH, 2019).

3.6 DESTINAÇÕES DAS SACOLAS PLÁSTICAS PÓS-CONSUMO

De acordo com o levantamento realizado pela ABRELPE (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS, 2017),

sobre o Panorama dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no Brasil, foi gerado no ano de 2017,

78,4 milhões de toneladas de RSU, e desse quantitativo, apenas 71,6 milhões de toneladas foram

coletados e 6,8 milhões de toneladas de resíduos não foram objeto de coleta, prontamente,

tiveram destino impróprio. Além disso, vale ressaltar que dos 71,6 milhões de toneladas de lixo

coletado, somente 59,1% tiveram a sua disposição final em aterro sanitário, outros 22,9% foram

depositados em aterro controlado e 18% foram parar no lixão, conforme mostra os Gráficos 1

e 2.

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Gráfico 1 – Quantitativo geral sobre o lixo no Brasil

Fonte: adaptado de Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (2017, p. 14).

Um aumento na geração de resíduos é consequência de um consumo de matéria-prima,

as quais se encontram na natureza em quantidade limitadas (AGNELLI et al., 2010).

Gráfico 2 – Destino do lixo no Brasil após ser coletado

Fonte: adaptado de Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (2017, p. 19).

A grosso modo, segundo Casarin et al. (2013), estima-se que 80% dos resíduos

encontrados nos mares e oceanos tem origem terrestre, ou seja, esses detritos são resultantes da

ineficiência dos serviços de gestão de resíduos nas cidades ou são provenientes do mal hábito

da população, que descarta o lixo de forma irresponsável e indiscriminado no meio ambiente.

Para Martinho et al. (2017), outro fator que corrobora com esse índice, está relacionado com a

78,471,6

6,8

0102030405060708090

Lixo Gerado Lixo Coletado Lixo com Destino

Impróprio

Mil

hões

Ton

elad

as

/An

o

Dados Gerais sobre o Lixo - Ano 2017

Quantitativo Geral Sobre o Lixo no Brasil - Ano 2017

42.267.365

16.381.56512.909.320

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Aterro Sanitário Aterro Controlado Lixão

Mil

hões

Ton

elad

as

/ A

no

Destino do Lixo - Ano 2017

Destino do Lixo no Brasil Após ser Coletado - Ano 2017

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34

leveza que os materiais plásticos possuem, tal fator os torna suscetíveis a serem transportados

pelo vento, em alguns casos, mesmo após terem sido coletados, esses materiais podem ser

deslocados de lixeiras, aterros sanitários e outras formas de instalações de gestão de resíduos.

Nessa conjuntura, infere-se que segundo os dados da ONUBR (MUNDO..., 2018), a

cada ano mais de 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos acabam indo para o oceano. Esses

resíduos são transportados pelas correntes marítimas e devido a ação dos enormes giros

oceânicos (movimento circular da água), o lixo acaba sendo acumulado em seu interior. Assim,

estima-se que o lixão do Pacífico cobre uma extensão maior que o Estado do Pará, pois, ele

possui aproximadamente 1,3 milhões de quilômetros quadrados de superfície e cerca de 10

metros de profundidade. Além dele, existem mais cinco grandes giros oceânicos no mundo,

Atlântico Norte e Sul, Pacífico Norte e Sul, e o Índico (ZANELLA, 2013).

Corroborando com o que foi exposto, as sacolas plásticas causam grande impacto

ambiental devido ao aumento do consumo excessivo, impulsionado pela gratuidade e

disponibilidade desse material. Anualmente são distribuídas no mundo cerca de 500 bilhões a

1 trilhão de sacolas plásticas, já no Brasil, o consumo de sacolas plásticas é de 41 milhões por

dia, 1,25 bilhão por mês, e 15 bilhões por ano (BRASIL, 2011). Desta maneira, de acordo com

o divulgado, a Figura 6, esboça as tipologias quanto ao destino final que as sacolas plásticas

podem assumir após serem descartadas pelos consumidores.

Figura 6 – Esquema sobre as tipologias quanto ao destino final que as sacolas plásticas podem

assumir após serem descartadas pelos consumidores

Fonte: elaborado pelas autoras, 2018.

Tipos de destino que as sacolas plásticas podem

assumir após serem descartadas

Lixão

Aterro Controlado

Aterro Sanitário

Incinearação

Reciclagem

Lixo Marinho

Outros

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35

Por fim, para Aaker et al. (2012), cabe ao varejo a tarefa proativa de educadora,

direcionando atividades que promovam essas alterações de valores e comecem a enxergar e a

pautar formas diferentes de produtividade e crescimento econômico, sem agravos ou danos ao

ambiente.

3.7 ALTERNATIVAS DE SUBSTITUIÇÃO

Para Santos et al. (2012), a melhor alternativa em relação ao uso das sacolas plásticas,

está associada com a sua substituição através do consumo sustentável, tendenciado a produzir

gradativamente menores quantidades de lixo possível para posteriormente dar a esse resíduo a

melhor destinação (aquela que provoca o menor impacto ambiental). Outra alternativa de

interesse ao varejo seria a realização da reciclagem mecânica, entretanto, devido ao hábito das

pessoas de utilizarem as sacolas plásticas para acondicionar o lixo, essa alternativa torna-se

inviável, a curto e médio prazo.

Para tanto, nesse cenário já existem algumas alternativas de substituição desse material

como: sacolas reutilizáveis, sacolas de biopolímeros, sacolas de plásticos com aditivo

oxibiodegradável, sacolas de papel e sacolas de papel sintético de plástico reciclado.

Para Jakovcevic et al. (2014), as sacolas reutilizáveis ou retornáveis, conhecidas

também como “sacolas de feira”, é tida como a opção mais sustentável, em termos de consumo

energético na produção e uso. As sacolas de biopolímeros são conhecidas no meio cientifico

como sacolas de plásticos biodegradáveis e ou bioplásticos que podem ser produzidas, através

de duas frentes sendo, um recurso natural a exemplo, a utilização de polissacarídeos produzidos

pelas plantas, poliésteres produzidos por microorganismos, entre outros, ou através de

polímeros sintéticos, que são degradados naturalmente ou pela a adição de uma substância que

acelera a sua degradação, estas sacolas são chamadas de oxi-biodegradáveis (BOSCARO,

2014).

Estudos feitos por Ziegler (2010), retrata que a utilização das sacolas de papel tem mais

pontos negativos do que positivos, visto que elas não são resistentes ao peso e a umidade. Outro

ponto é, a matéria-prima para fazer o papel, proveniente da extração de árvores pela indústria

da celulose, que por sua vez, é uma indústria altamente poluidora, geradora de muitos resíduos

químicos que na maioria das vezes são descartados nos rios, causando danos ambientais

severos. Nesse sentido, para as pessoas que possuem meios de transporte próprio, uma solução

econômica e ecológica seria a utilização de caixas de papelão para acomodar as compras do

supermercado, visto que esse material pode ser reciclado após um período intenso de uso.

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36

Outrora, Santos et al. (2012), corroboram ao citarem que, as sacolas de papel sintético

de plástico reciclado é uma alternativa recente e inovadora, desenvolvido pelo grupo de

pesquisa de Sati Manrich, do DEMa, no laboratório de reciclagem 3R-nrr da Universidade

Federal de São Carlos - UFSCar. Este material apresenta em sua composição até 85% em peso

de plástico recuperado do lixo e reciclado mecanicamente, ele tem como característica, a baixa

densidade (leveza) e resistência, além disso, essas sacolas não molham, não rasgam e

apresentam alta qualidade de escrita e impressão.

Além dessas alternativas citadas, Piva e Orikassa (2012), abordam a importância da

substituição das sacolas plásticas convencionais por sacolas plásticas mais resistentes

(conforme estipulado pela ABNT-NBR-14937:2010), por serem capaz de suportar mais peso.

Como a maioria das pessoas tem o hábito de reforçar o transporte de suas mercadorias

utilizando duas ou mais sacolas, a utilização de sacolas plásticas mais resistentes, reduziria o

consumo desses materiais, visto que, essas sacolas conseguem transportar grandes quantidades

de produtos com a segurança necessária que o cliente necessita.

Nesse sentido, a Figura 7, esboça uma representação sucinta das possíveis alternativas

de substituição das sacolas plásticas convencionais, conforme a literatura.

Figura 7 – Alternativas de substituição das sacolas plásticas convencionais

Fonte: elaborado pelas autoras, 2018.

No continente Europeu, a Irlanda foi o primeiro país a realizar algo para minimizar o

impacto provocado pelas sacolas plásticas, sendo criado em 2002, um imposto que cobra 0,15

Alternativas de Substituição das Sacolas Plásticas Convencionais

Sacolas reutilizáveis ou retornáveis

Sacolas de biopolímeros, biodegradáveis ou bioplásticos

Sacolas oxi-biodegradáveis

Sacolas de papel

Caixa de papelão

Sacolas de papel sintético de plástico reciclado

Sacolas plásticas mais resistentes

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37

euros do consumidor por cada sacola distribuída. Esse imposto arrecadou 23 milhões de euros

no seu ano de criação e essa renda é utilizada para projetos ambientais, reduzindo o consumo

em até 90% (FABRO; LINDEMANN, 2007).

De fato, o caminho à consciência de consumo é árduo e lento. O varejo vem atuando

como incentivador da mudança de comportamento do consumidor para um consumo mais

consciente e os clientes já têm percebido alguns esforços do setor (SERPA; FOURNEAU,

2007).

3.8 POLÍTICAS PÚBLICAS GOVERNAMENTAIS: A AGENDA 2030 PARA O

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A agenda 2030 é um documento adotado em 2015 com planos de ações originados dos

oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - ODM, são 17 objetivos que tem como

propósito erradicar a pobreza, promover o bem-estar de todas as pessoas, proteger o meio

ambiente por meio de consumo e desenvolvimento sustentável, indicar meios de reduzir as

desigualdades e tomar medidas urgentes para conter as mudanças climáticas e seus impactos.

No Brasil, foi criado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA um

relatório que tem como proposta a adequação das metas globais à realidade brasileira. Para

elaboração do relatório contou com a participação de 75 órgãos governamentais, gestores e

técnicos do governo federal e em seguida foi disponibilizado para consulta pública, onde

algumas sugestões foram agregadas ao relatório. Com as adequações das metas globais foi

possível definir os problemas mais urgentes e a possibilidade de aplicação levando em

consideração a realidade do Brasil. Por meio desse relatório também foi possível identificar os

indicadores que poderão ser monitorados para acompanhamento do cumprimento das metas.

A seguir, no Quadro 1 estão listados os Objetivos do Desenvolvimentos Sustentável –

Agenda 2030 e suas metas associados a presente pesquisa.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

38

Quadro 1 – Objetivos do desenvolvimento sustentável – Agenda 2030 e suas metas associadas

à pesquisa

Objetivos do Desenvolvimento

Sustentável associados a pesquisa Principais metas a serem atingidas até 2030

Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas

as suas formas, em todos os lugares

1.4 Até 2030, garantir que todos os homens e mulheres,

particularmente os pobres e vulneráveis, tenham direitos iguais

aos recursos econômicos, bem como o acesso a serviços básicos,

propriedade e controle sobre a terra e outras formas de

propriedade, herança, recursos naturais, novas tecnologias

apropriadas e serviços financeiros, incluindo micro finanças.

Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e

promover o bem-estar para todas e todos,

em todas as idades

3.9 Até 2030, reduzir substancialmente o número de mortes e

doenças por produtos químicos perigosos, contaminação e

poluição do ar e água do solo.

Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva

e equitativa e de qualidade, e promover

oportunidades de aprendizagem ao longo da

vida para todas e todos

4.7 Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram

conhecimentos e habilidades necessárias para promover o

desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da

educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida

sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção

de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e

valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura

para o desenvolvimento sustentável.

Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e

gestão sustentável da água e saneamento

para todas e todos

6.3 Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a

poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de

produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a

proporção de águas residuais não tratadas e aumentando

substancialmente a reciclagem e reutilização segura

globalmente.

Objetivo 8. Promover o crescimento

econômico sustentado, inclusivo e

sustentável, emprego pleno e produtivo e

trabalho decente para todas e todos

8.4 Melhorar progressivamente, até 2030, a eficiência dos

recursos globais no consumo e na produção, e empenhar-se para

dissociar o crescimento econômico da degradação ambiental, de

acordo com o Plano Decenal de Programas sobre Produção e

Consumo Sustentáveis, com os países desenvolvidos assumindo

a liderança.

Objetivo 11. Tornar as cidades e os

assentamentos humanos inclusivos,

seguros, resilientes e sustentáveis

11.6 Até 2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita

das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do

ar, gestão de resíduos municipais e outros.

11.a Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas

entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o

planejamento nacional e regional de desenvolvimento.

Objetivo 12. Assegurar padrões de

produção e de consumo sustentáveis

12.2 Até 2030, alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos

recursos naturais

12.5 Até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos

por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso

12.8 Até 2030, garantir que as pessoas, em todos os lugares,

tenham informação relevante e conscientização para o

desenvolvimento sustentável.

12.a Apoiar países em desenvolvimento a fortalecer suas

capacidades científicas e tecnológicas para mudar para padrões

mais sustentáveis de produção e consumo.

12.c Racionalizar subsídios ineficientes aos combustíveis

fósseis, que encorajam o consumo exagerado, eliminando as

distorções de mercado, de acordo com as circunstâncias

nacionais, inclusive por meio da reestruturação fiscal e a

eliminação gradual desses subsídios prejudiciais, caso existam,

para refletir os seus impactos ambientais.

continua...

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

39

... continuação

Objetivo 14. Conservação e uso sustentável

dos oceanos, dos mares e dos recursos

marinhos para o desenvolvimento

sustentável

14.1 Até 2025, prevenir e reduzir significativamente a poluição

marinha de todos os tipos, especialmente a advinda de atividades

terrestres, incluindo detritos marinhos e a poluição por

nutrientes;

14.2 Até 2020, gerir de forma sustentável e proteger os

ecossistemas marinhos e costeiros para evitar impactos adversos

significativos, inclusive por meio do reforço da sua capacidade

de resiliência, e tomar medidas para a sua restauração, a fim de

assegurar oceanos saudáveis.

Objetivo 15. Proteger, recuperar e

promover o uso sustentável dos

ecossistemas terrestres, gerir de forma

sustentável as florestas, combater a

desertificação, deter e reverter a degradação

da terra e deter a perda de biodiversidade

15.5 Tomar medidas urgentes e significativas para reduzir a

degradação de habitat naturais, deter a perda de biodiversidade

e, até 2020, proteger e evitar a extinção de espécies ameaçadas.

Objetivo 16. Promover sociedades

pacíficas e inclusivas para o

desenvolvimento sustentável, proporcionar

o acesso à justiça para todos e construir

instituições eficazes, responsáveis e

inclusivas em todos os níveis

16.b Promover e fazer cumprir leis e políticas não

discriminatórias para o desenvolvimento sustentável.

Objetivo 17. Fortalecer os meios de

implementação e revitalizar a parceria

global para o desenvolvimento sustentável

17.7 Promover o desenvolvimento, a transferência, a

disseminação e a difusão de tecnologias ambientalmente corretas

para os países em desenvolvimento, em condições favoráveis,

inclusive em condições concessionais e preferenciais, conforme

mutuamente acordado

17.16 Reforçar a parceria global para o desenvolvimento

sustentável, complementada por parcerias multissetoriais que

mobilizem e compartilhem conhecimento, expertise, tecnologia

e recursos financeiros, para apoiar a realização dos objetivos do

desenvolvimento sustentável em todos os países.

Fonte: adaptado de Organização das Nações Unidas (2018).

3.9 AS EXPERIÊNCIAS COM AS SACOLAS PLÁSTICAS: O CENÁRIO

INTERNACIONAL

Ainda que não exista nenhum país que seja 100% sustentável, alguns países ou estados

tem grande preocupação com a sustentabilidade, seja ao tomarem medidas para reduzir o

fornecimento de sacolas plásticas em supermercados e outros negócios, quando se propõem a

implementar programas eficazes de reciclagem, ou até mesmo impondo proibições ou taxas

para diminuir o uso de sacolas plásticas. Segundo Buranyi (2018), o mundo produz anualmente

cerca de 340 milhões de toneladas do material.

De acordo com dados da National Conference of States Legislatures – NCSL, publicada

em 2019, nos Estados Unidos em agosto de 2014, a Califórnia foi o primeiro estado a promulgar

uma lei que proibe sacolas plásticas de uso único a circularem em grandes lojas de varejo, além

da proibição também cobrava uma taxa mínima de 10 centavos para sacolas de papel recicladas,

sacolas plásticas reutilizáveis e sacolas compostáveis em determinados locais. A proibição era

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

40

para acontecer a partir do dia 1º de julho de 2015, mas só foi votada em novembro de 2016. No

ano de 2015 no Havaí houve uma proibição efetivamente em todo o estado, já que todos os seus

municípios mais populosos proíbem sacolas plásticas não biodegradáveis.

Consoante a NCSL (NATIONAL CONFERENCE OF STATES LEGISLATURES,

2019), recentemente Nova York tornou-se o terceiro estado a proibir sacolas plásticas, com a

aprovação da Lei 1508 do Senado, em 2019. A lei entrará em vigor em março de 2020 e será

adotada à maioria das sacolas plásticas de uso único fornecidas por supermercados e outros

varejistas. Serão isentos os sacos distribuídos no balcão de carne, na área de alimentos a granel,

sacos de jornal, sacos de lixo, sacolas de vestuário, bolsas fornecidas por farmácias para

transportar medicamentos controlados e sacolas para viagem de restaurante. A lei permite que

municípios coloquem uma taxa de 5 centavos em sacolas de papel, sendo que 2 centavos serão

destinados aos governos locais e 3 centavos para o Fundo de Proteção Ambiental do estado.

Figura 8 – States with enacted plastic bag legislation

Fonte: National Conference of State Legislatures (2019).

Conforme Figura 8, pode-se observar que em NY, Havai e California a utilização das

sacolas plásticas foram banidas, e os demais estados estão entre os que aplicam taxas, reciclam

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

41

e/ou tem programas de reuso e os que proíbem preventivamente a regulação do saco de plástico,

no entanto, muitos estados não adotaram nenhuma medida para diminuir o consumo.

Segundo estudos, Christian (2018) diz que, Bangladesh, na Ásia, foi o primeiro país a

proibir sacolas plásticas, no ano de 2002. A decisão foi tomada após casos de entupimento de

sistemas esgotos, evitando dessa forma, futuros desastres causados por inundações. A China,

também no continente asiático, baniu as sacolas em 2008. Quatro anos depois, em 2012, os

relatórios governamentais indicaram que tal decisão fez com que o país obtivesse uma

economia de 4,8 milhões de toneladas de petróleo e a não produção de 800 mil toneladas de

plástico. Outra medida adotada foi de proibir a importação de resíduos plásticos desde o início

de 2018, por isso, o Reino Unido, os EUA e a Austrália não podem mais enviar os resíduos

plásticos para a China, conduta que fazia do país o maior importador mundial de resíduos

plásticos.

Na Europa, a União Européia tem como objetivo incentivar uma redução de 80% das

sacolas plásticas até 2019, fazendo com que muitos países mudem seus hábitos de consumo de

plástico. A França impôs uma proibição total de sacolas plásticas de uso único nos checkouts

de supermercados em 2016, como parte do plano “Crescimento Verde” para cortar resíduos de

aterros sanitários e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Na Alemanha, o hábito de

levar sacolas reutilizáveis ou caixas de papelão para acondicionar as compras no supermercado

já é comum aos cidadãos. Mas, existe a opção de levar as compras numa sacola plástica

tradicional pagando uma taxa que varia de 5 a 10 centavos de euro (CHRISTIAN, 2018).

Em 2003, na África do Sul, o governo informou que o país estava usando em média 8

bilhões de sacolas plásticas por ano, e por isso, anunciou multas de 100 mil randes ou uma pena

de 10 anos de prisão. Em 2017, o Quênia também aderiu a postura da África do Sul , tornando

a produção, a venda e até mesmo o uso de sacolas plásticas ilegais. Essa atitude fez com que os

supermercados começassem a oferecer aos clientes sacolas de pano (CHRISTIAN, 2018).

De acordo com o BBC NEWS (CHILE..., 2018), o Chile, no dia 03 de agosto de 2018,

tornou-se o primeiro país sul-americano a proibir legalmente o uso comercial de sacolas

plásticas. A nova lei aprovada promulgada pelo presidente Sebastián Piñera dá às pequenas

lojas um prazo de dois anos para se adaptarem a uma proibição total e às empresas 24 meses

para acabar com o uso de sacolas plásticas.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

42

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO ESTUDO

Segundo a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas – FAPESPA (2017),

o município de Parauapebas surgiu no final da década de 60 em decorrência do descobrimento

da maior província mineral do mundo. Essa descoberta trouxe para o município um aumento

vertiginoso de trabalhadores e empreiteiras que tinham como objetivo dar apoio ao Programa

Grande Carajás - PGC. Por meio da Lei nº 5.443, de 10 de maio de 1988, a vila de Parauapebas

tornou-se município, sendo então, desmembrada do município de Marabá (PARÁ, 1988).

A cidade de Parauapebas-Pará, está localizada na região Sudeste do Estado, fica distante

547 Km de Belém, possui como limites os municípios de Marabá ao Norte, Curionópolis ao

Leste, Canãa do Carajás e Água Azul do Norte ao Sul e São Félix do Xingu ao Oeste, conforme

mostra a Figura 9.

De outro lado, o ouro de Serra Pelada, acentuava o Grande fluxo migratório em direção

à região. Cerca de 14.000 trabalhadores vieram para a implantação da mina de ferro. Para

atender as necessidades de moradia de tanta gente, a empresa Vale iniciou a construção de um

núcleo habitacional fora da mina de Carajás. Batizaram o núcleo com o mesmo nome do Rio

que corta a região: PARAUAPEBAS, que em Tupiguarani significa “Rio de Águas Rasas”.

O município é cortado por dois grandes rios importantes sendo eles, Parauapebas e

Itacaiúnas e, estima-se que exista 50 sítios arqueológicos ainda não estudados, “com exceção

da Serra dos Carajás, que contém a Gruta do Gavião, onde foram descobertos vestígios de

presença humana com datação precisa de 8.500 anos”. Além disso, a cidade possui 439.150.454

ha de área indígena e 21.600 ha de área de Proteção Ambiental (FUNDAÇÃO AMAZÔNIA

DE AMPARO A ESTUDOS E PESQUISAS, 2017), responsável por abrigar ativos ambientais

importantes como a Floresta Nacional de Carajás, o Parque Nacional Campos Ferruginosos e o

Parque Zoobotânico (VALE, 2018).

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

43

Figura 9 – Localização geográfica do município de Parauapebas-PA, Brasil

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o quantitativo

populacional de Parauapebas/PA em 2010 foi de 153.908 habitantes. A população estimada de

Parauapebas em 2018 é de 202.882 habitantes. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) per

capita, em 2016, Parauapebas alcançou R$ 64.395,75, ou seja, o terceiro maior PIB per capita

do Estado (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2018). Além

disso, de acordo com os dados da FAPESPA (2015), sobre o ÍNDICE FAPESPA de

Desenvolvimento Municipal – IDM, Índice FAPESPA de Desenvolvimento Econômico – IDE

e o Índice FAPESPA de Desenvolvimento Social – IDS no estado do Pará entre os anos de

2005 e 2010, Parauapebas alcançou o primeiro lugar no IDM/FAPESPA em 2005 e 2010;

primeiro e segundo lugar no IDE/FAPESPA em 2005 e 2010 respectivamente; e quarto e

primeiro lugar no IDS/FAPESPA em 2005 e 2010 respectivamente. Nesse contexto, o Quadro

2 apresenta os dados utilizados como parâmetro de referência para os municípios paraenses e

no Quadro 3 apresenta as pontuações obtidas pelo município de Parauapebas:

Quadro 2 – Índice FAPESPA (máximo, médio e mínimo) nas dimensões IDM, IDE e IDS no

Estado do Pará, nos anos de 2005 e 2010

IDM/FAPESPA/Dimensão Máximo Índice Médio Mínimo

2005 2010 2005 2010 2005 2010

IDM / FAPESPA 49,81 52,34 15,75 17,04 2,65 4,34

IDE / FAPESPA 58,03 64,63 10,08 11,12 0,63 1,33

IDS / FAPESPA 50,26 46,02 28,06 28,40 8,95 8,91 Fonte: Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (2015, p. 18).

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

44

Quadro 3 – Parauapebas e seus respectivos índices FAPESPA, nas dimensões IDM, IDE e

IDS nos anos de 2005/2010

IDM /

FAPESPA

RAKING

IDM/FAPESPA

IDE /

FAPESPA

RAKING

IDE/FAPESPA

IDS /

FAPESPA

RAKING

IDS/FAPESPA

2005 2010 2005 2010 2005 2010 2005 2010 2005 2010 2005 2010

49,81 52,34 1° 1° 58,03 59,52 1° 2° 42,76 46,02 4° 1° Fonte: adaptado de Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (2015, p. 19).

Já em relação ao documento intitulado PIB dos Municípios de 2015 (ano de referência

2010), desenvolvido pela FAPESPA em parceria com o IBGE, apresenta de forma clara e

detalhada o PIB dos Municípios Paraenses. Neste documento, foi utilizado como metodologia

a distribuição de forma descendente do Valor Adicionado (VA) calculado para o estado do Pará

por seus municípios, segundo suas atividades econômicas.

Nesse contexto, de acordo com a FAPESPA (2015), o PIB do município de Parauapebas

teve como principais atividades econômicas desenvolvidas, o Setor industrial, o Setor de

Serviços e a Agropecuária. A Figura 10 apresenta de forma detalhada essas destinações:

Figura 10 – Distribuição do PIB por segmento – Parauapebas – 2015

Fonte: elaborado pelas autoras com dados de Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (2015).

Além disso, com base nos dados obtidos no Inventário da Oferta Turística Parauapebas

2012, realizado pela Companhia Paraense de Turismo – PARATUR e a Prefeitura de

Parauapebas, fazem destaque sobre a importância do setor comercial na região, pois segundo

os mesmos o comércio e a prestação de serviços são importantes atividades econômicas do

município e é responsável pela ocupação de grande parte da população com vínculo

empregatício.

Parauapebas:

distribuição do PIB por segmento - 2015

Setor industrial representou 65,7% devido a atividade de Extração mineral

Setor de Serviços representou 33,2% com destaque para Administração pública, Atividades profissionais, científicas

e técnicas, Comércio e Transportes

Agropecuária representou 1,1% apresentou como principal atividade Lavoura temporária, tendo como principal cultivo

a mandioca

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

45

Nesse sentido, o segmento alimentício da cidade é composto por 79 Açougues, 18

supermercados, 437 mercearias e 30 mercados e foi responsável pela contratação de 1.894

pessoas, segundo dados informados pela Campanha Paraense de Turismo (COMPANHIA

PARAENSE DE TURISMO, 2011).

4.2 TIPO DE PESQUISA

Para esse trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliométrica no Portal Dimensions, a que

se faz parte do Part of the Digital Science (Figura 11), em caráter de revisão sistemática (breve

estado da arte) dos trabalhos publicados que abordaram por meio de artigos a associação entre

sacolas plásticas, produção e consumo e seus desfechos no meio ambiente, entre os anos de

2009-2018. Para Araújo (2006) a bibliometria é o estudo dos aspectos quantitativos da produção

intelectual, disseminação e o uso da informação registrada.

Figura 11 – Rede interdisciplinar de autores com enfoque na revisão de literatura

Fonte: RECRIANDO... (2018).

A pesquisa é caracterizada como bibliográfica, pois, através da revisão ampla da

literatura que o pesquisador passará a conhecer a respeito de quem escreveu, o que já foi

publicado, quais aspectos foram abordados e as dúvidas sobre o tema ou sobre a questão da

pesquisa proposta, quantitativa e de campo/extensão, ou seja, esta é a fase na qual o

pesquisador vai a campo para implementar todas as ações previstas no projeto inicial. É a parte

referente à coleta de material para análise, uma pesquisa de campo procura coletar dados que

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46

lhe permitam responder aos problemas relacionados a grupos, comunidades ou instituições,

com o objetivo de compreender os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade e,

por fim, se finaliza como um estudo de caso aplicado.

Nessa última, tem sido de fato uma estratégia de pesquisa utilizada nas Ciências Sociais

Aplicadas. Entretanto, a qualidade dos estudos tem sido discutida em função da falta de rigor

metodológico e de planejamento da pesquisa (seleção dos casos, instrumento de coleta,

levantamento, análise e triangulação de dados, fechamento e relatórios) que reduzem as

vantagens desta estratégia e a validade do estudo (TURATO, 2003; CESAR; ANTUNES,

2010). Assim, segue no Quadro 4, as principais definições e pressupostos teóricos com relação

ao tipo de pesquisa adotada nesse trabalho.

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47

Quadro 4 – Definição do tipo de pesquisa aplicada ao trabalho monográfico

Tipos de

Pesquisa Definição na Literatura Interdisciplinar

(1)

Pesquisa

bibliográfica

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já

analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos

científicos, páginas de web sites (FONSECA, 2002, p. 32).

A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de

referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições

científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi

pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado

na literatura científica (BOCCATO, 2006, p. 266).

(2)

Quantitativa

De acordo com Terence e Escrivão Filho (2006, p. 3) “[...] nos estudos organizacionais,

a pesquisa quantitativa permite a mensuração de opiniões, reações, hábitos e atitudes

em um universo, por meio de uma amostra que o represente estatisticamente”. Dessa

forma, a principal diferença entre pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa é que essa

última visa a generalização.

Lakatos e Marconi (2008) descrevem que os métodos quantitativos “[...] simplificam a

vida social limitando-a aos fenômenos que podem ser enunciados.” Para o autor, “[...]

as abordagens quantitativas sacrificam a compreensão do significado em troca do rigor

matemático.”

(3)

Pesquisa a

campo/trabalho de

extensão

A pesquisa de campo é o tipo de pesquisa que pretende buscar a informação

diretamente com a população pesquisada. Ela exige do pesquisador um encontro mais

direto. Nesse caso, o pesquisador precisa ir ao espaço onde o fenômeno ocorre, ou

ocorreu e reunir um conjunto de informações a serem documentadas [...]

(GONÇALVES, 2001, p. 67).

Investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou,

ainda, que dispõe de elementos para explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação de

questionários, testes e observação participante ou não (VERGARA, 1990, p. 4).

(4)

Estudo de Caso

Aplicado

Como método de pesquisa, o estudo de caso é usado em muitas situações, para

contribuir ao nosso conhecimento dos fenômenos individuais, grupais, organizacionais,

sociais, políticos e relacionados (YIN, 2015, p. 4).

Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem

definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou

uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma

determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir

o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir

sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. O estudo de caso

pode decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que procura compreender

como é o mundo do ponto de vista dos participantes, ou uma perspectiva pragmática,

que visa simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto quanto possível

completa e coerente, do objeto de estudo do ponto de vista do investigador (FONSECA,

2002, p. 33).

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

4.3 INSTRUMENTO E MÉTODO PARA COLETA DE DADOS

Para alcançar os objetivos da pesquisa, dividiu-se o método de coleta de dados em duas

etapas:

1° Etapa: Foi realizado entrevista com os gerentes dos quatros maiores supermercados

locais;

2° Etapa: Foram aplicados 673 questionários à população local;

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48

O cálculo amostral foi definido segundo a fórmula de Agranonik e Hirakata (2011):

n =𝑝. (1 − 𝑝). 𝑍2. 𝑁

𝜀2. (𝑁 − 1) + 𝑧2. 𝑝(1 − 𝑝)

Onde:

n: Tamanho da amostra;

p: Proporção esperada;

Z: Valor da distribuição normal para determinado nível de confiança (Tabela 1);

N: Tamanho da população;

𝜺: Tamanho do intervalo de confiança (margem de erro).

Tabela 1 – Valores da distribuição normal (Z),

de acordo com os níveis de confiança mais utilizados

Nível de Confiança (%)

90 95 99

Z 1,645 1,96 2,575

Fonte: Agranonik e Hirakata (2011, p. 383).

Para realização do cálculo amostral, utilizou-se como tamanho da população o valor de

202.882 habitantes, conforme estipulado pelo IBGE (2018). Foi selecionado a margem de

confiança de 95%, erro estatístico de 3,78% e a proporção de p=0,50. A amostra obtida foi de

aproximadamente 670 pessoas.

n =0,50. (1 − 0,50). 1,962. 202882

0,03782. (202882 − 1) + 1,962. 0,50(1 − 0,50)= 669,93 ≅ 670

Durante as entrevistas com os gerentes dos supermercados, utilizou-se como

instrumento de coleta de dados, o questionário presente no Apêndice A e um gravador. E para

a coleta de dados com a população local, utilizou-se como instrumento de coleta de dados, a

aplicação do questionário presente no Apêndice B por meio da plataforma Google Forms e

também por meio da entrevista direta com a comunidade local.

Com intuito de realizar um levantamento amostral mais heterogêneo possível, a

pesquisa foi realizada em diversos locais da cidade, desde Universidades Federais, Faculdades

Particulares, Órgãos Municipais (Secretaria Municipal de Educação – SEMED, Secretaria

Municipal de Administração – SEMAD, Secretaria Municipal de Saúde – SEMSA, Guarda

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49

Municipal e Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas – SAAEP), Empresas

privadas (do ramo mineral e de engenharia), Cursinhos de Inglês, Academias, até pesquisas

domiciliares. Além disso, a divulgação do link do Google Forms alcançou um grande número

de pessoas, presentes em diversos seguimentos da sociedade.

4.4 ANÁLISE DOS DADOS

Após o levantamento da coleta de dados, utilizou-se o software SPSS versão 2.0 para

realizar testes estatísticos necessários, a fim de verificar a existência da correlação dos dados

obtidos em detrimento da percepção da população acerca dos impactos ambientais gerados pelo

uso das sacolas plásticas, bem como sobre o nível de aceitação/rejeição de outras alternativas

de substituição desse material.

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50

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta seção está dividida em duas partes. A primeira parte analisa os resultados das

entrevistas realizadas com os gerentes dos quatro maiores supermercados presentes na cidade

de Parauapebas/PA. A segunda parte analisa os resultados das entrevistas realizadas com

amostra populacional de 673 pessoas.

5.1 PERCEPÇÃO DOS SUPERMERCADOS

Esta parte está destinada a discutir os resultados obtidos das entrevistas realizadas com

os gerentes dos quatro maiores supermercados presentes na cidade. Devido a maior parte dos

supermercados entrevistados não permitirem a vinculação do nome da empresa, adotamos

como forma de identificação dos mesmos as letras A, B, C e D.

5.1.1 Supermercado A

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE (2013) lançou

nesse mesmo ano uma tabela onde apresenta a classificação do porte dos estabelecimentos

(indústria, comércio e de serviços) de acordo com a quantidade de funcionários que o mesmo

possui. Nesse contexto, o Supermercado A foi definido como sendo um supermercado de

grande porte em virtude de possuir mais de 22 mil funcionários em todo o grupo, sendo que na

unidade de Parauapebas existem 381 colaboradores fixos. O grupo está presente em 39 cidades

dos estados do Maranhão e Pará, totalizando 106 lojas distribuídas da seguinte forma: 71 lojas

no estado do Maranhão e 35 lojas no estado do Pará. É considerado a sexta maior empresa de

varejo alimentar do Brasil.

De acordo com os dados obtidos, o Supermercado A não possui sacolas retornáveis para

venda, entretanto, o mesmo oferece palestras aos funcionários sobre a importância da utilização

das sacolas retornáveis; além de deixar a disposição para os clientes caixas de papelão

(provenientes das embalagens dos produtos) na entrada do estabelecimento. Segundo o gerente,

alguns clientes chegam ao supermercado portando sacola retornável, mas esse número de

pessoas é muito reduzido.

A quantidade de sacolas plásticas distribuídas anualmente pelo Supermercado A é

4.200.000 (quatro milhões e duzentos mil) unidades, a quantidade mensal gira em torno de 350

a 400 mil unidades e a quantidade diária é de 10 a 30 mil sacolas plásticas, é importante ressaltar

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51

que esse valor está intimamente ligado ao volume de vendas, na qual são intensificados do dia

08 ao dia 20 de cada mês. O material utilizado na confecção das sacolas plásticas é o polietileno.

O supermercado adquire essas sacolas a um preço unitário de R$ 0,61 centavos.

Ao ser perguntado, se o supermercado estaria disposto a trocar as sacolas de plástico

por sacolas feitas de pano (pois os consumidores poderiam levar e trazer em todas as compras),

o supermercado disse que sim, porém, essa decisão estaria diretamente dependente do

comportamento do consumidor, pois, se os consumidores adotassem esse hábito, para o

supermercado isso seria muito bom, pois reduziria os custos. Entretanto, o gerente acha

improvável que isso aconteça, pois de acordo com episódios vivenciados por ele, quando ocorre

a falta de uma sacola plástica, os clientes brigam e fazem o maior escândalo, a justificativa mais

frequente que eles usam é de que as sacolas serão utilizadas para armazenar o lixo domiciliar.

Foi proposto ao gerente, de imaginar hipoteticamente a proibição por lei do uso de

sacolas plásticas no município de Parauapebas, neste caso, qual seria a atitude adotada pelo

supermercado para resolver o problema, o gerente disse que além de fornecer caixas de papelão

(como eles já fazem), forneceria também sacos de estopa. Outra medida que eles estariam

dispostos a adotar, seria o de conceder descontos aos consumidores que não utilizassem sacolas

plásticas.

Por fim, de acordo com a percepção do gerente, ele acredita que os consumidores não

aceitariam mudar o hábito do uso de sacolas plásticas por sacolas retornáveis, pois de acordo

com o que eles vivenciam diariamente, existe uma dependência e uma resistência muito grande.

5.1.2 Supermercado B

O Supermercado B está presente em quatro bairros da cidade de Parauapebas. Para

levantamento das informações, foi escolhida a unidade mais antiga fundada em 2005, ela está

localizada no primeiro centro comercial da cidade (bairro Rio Verde). O grupo possui 165

funcionários, deste quantitativo, 58 funcionários estão vinculados à unidade do bairro Rio

Verde, nesse contexto, levando em consideração a classificação do SEBRAE (2013) este

supermercado é definido como de grande porte.

De acordo com as informações obtidas pelo gerente, o Supermercado B não possui

sacolas retornáveis para venda, eles não oferecem treinamentos/palestras aos funcionários sobre

a importância da utilização das sacolas retornáveis e os seus clientes não possuem o hábito de

usar sacolas retornáveis. Como alternativa para minimizar esse problema, o gerente disse que

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52

o supermercado poderia aderir a venda de sacolas retornáveis e passar a oferecer caixas de

papelão.

Em relação a quantidade de sacolas plásticas distribuídas pelo Supermercado B, o

mesmo não tem um controle efetivo sobre esse quantitativo, porém o gerente acredita que são

entregues mensalmente mais de 100 mil unidades. Segundo o gerente, cada cliente leva mais

de uma sacola, eles geralmente pedem para os funcionários colocarem as compras dentro de

duas ou três sacolas com a justificativa de reforçar, de evitar que a mesma rasgue e que os

produtos caiam. O gerente acredita que a quantidade anual de sacolas plásticas distribuídas é

de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) unidades. Assim como no Supermercado A,

o material utilizado na confecção das sacolas plásticas do Supermercado B é o polietileno. Já o

preço unitário que o Supermercado B paga para adquirir as sacolas plásticas é de R$ 0,05

centavos.

Ao ser perguntado, se o supermercado estaria disposto a trocar as sacolas de plástico

por sacolas feitas de pano (pois os consumidores poderiam levar e trazer em todas as compras),

o gerente disse que no momento não estão dispostos a adotar essa alternativa, em virtude da

conduta dos consumidores. Pois, quando não há sacolas plásticas disponível no supermercado

os clientes reclamam muito e também porque eles não possuem o hábito de andar com sacola

retornável, principalmente os consumidores quem vem de fora (dos vilarejos).

No caso hipotético da existência de uma lei que proibisse o uso de sacolas plásticas no

município de Parauapebas, a atitude adotada pelo supermercado para resolver esse problema,

seria o de aderir a venda de sacolas retornáveis e o de fornecer descontos aos consumidores que

não fizessem uso das sacolas plásticas.

Em relação a mudança de hábito dos consumidores (trocar o uso de sacolas plásticas por

sacolas retornáveis), o gerente acredita que a população não está disposta a fazer essa troca, em

virtude de estarem acomodados. Para ele, o brasileiro sempre procura a forma mais fácil de

resolver as coisas, e neste caso, a forma mais fácil é a distribuição das sacolas plásticas pelo

supermercado. Caso, a empresa passasse a vender as sacolas plásticas, o gerente acredita que

os consumidores iriam preferir comprar as sacolas plásticas ao invés de adotarem a utilização

de sacolas retornáveis.

5.1.3 Supermercado C

O grupo ao qual pertence o Supermercado C possui quatro unidades na cidade de

Parauapebas, sendo que uma das unidades está localizada no Núcleo Urbano de Carajás. Para

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53

o ano de 2019, eles têm a pretensão de lançar um “Atacarejo” de 2.500 metros quadrados no

município de Curionópolis (cidade próxima ao município de Parauapebas), totalizando assim

cinco empreendimentos. Atualmente, o grupo possui 622 funcionários ativos, a matriz

(primeiro empreendimento da rede inaugurada em 2006, localizada no bairro Beira Rio), possui

321 funcionários com vínculo empregatício, assim, com base na classificação do SEBRAE

(2013), este supermercado está enquadrado na categoria de supermercados de grande porte.

A partir do dia 01/02/2017 o Supermercado C passou a aderir as vendas de sacolas

retornáveis. Ao adotar essa prática, o supermercado teve como objetivo reeducar os clientes

sobre a importância no cuidado com o meio ambiente. O gerente afirmou que a empresa realiza

treinamentos com os funcionários sobre a importância da utilização das sacolas retornáveis e

que os seus clientes fazem uso das mesmas. Em relação aos custos, o preço unitário das sacolas

retornáveis adquiridas pelo supermercado é de R$ 1,59. Já a quantidade de sacolas retornáveis

vendidas mensalmente é de 32 unidades. Ao ser perguntado, se o supermercado estaria

propenso a trocar as sacolas de plástico por sacolas feitas de pano (pois os consumidores

poderiam levar e trazer em todas as compras), o gerente respondeu de forma afirmativa, dizendo

estar predisposto a realizar essa mudança. Outra atitude que eles estariam dispostos a realizar,

é o de conceder descontos aos clientes que não utilizassem sacolas plásticas. Porém, mesmo

possuindo um público seleto de pessoas que fazem uso de sacolas retornáveis, o gerente acredita

que a maior parte da população não está disposta a realizar essa mudança de hábito.

Em relação as sacolas plásticas, o Supermercado C realiza a distribuição das mesmas

aos clientes. O material utilizado na confecção dessas sacolas é plástico 100% puro. A

quantidade estimada de sacolas plásticas distribuídas mensalmente pelo supermercado é de 250

mil unidades e a quantidade anual é de 3.000.000 (três milhões). Para o supermercado, o custo

(preço unitário) de adquirir essas sacolas é de R$ 0,04 centavos. Ao ser perguntado, se num

caso hipotético o município de Parauapebas cria-se uma lei que proibisse a utilização de sacolas

plásticas, à medida que o Supermercado C passaria adotar para solucionar esse problema, seria

apenas o de vender sacolas retornáveis.

5.1.4 Supermercado D

O Supermercado D faz parte de uma rede de supermercados presentes em cinco cidades

do estado do Pará. O gerente informou que no grupo existem mais de 700 funcionários ativos,

sendo que na unidade de Parauapebas há 230 funcionários. Assim, levando em consideração

esse quantitativo e com base nos dados do SEBRAE (2013), o Supermercado D é definido como

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uma empresa de grande porte. Essa rede tem como missão ser aos clientes a melhor opção na

relação custo e benefício. Eles adotam como política a venda de sacolas plásticas ao preço de

R$ 0,25 centavos a unidade e a destinação de 25% do valor arrecadado a Associação de Pais e

Amigos Excepcionais – APAE, desta forma, a empresa contribui com o meio ambiente e com

o desenvolvimento social, auxiliando na melhoria da qualidade de vida de pessoas portadoras

de necessidades especiais.

O Supermercado D foi inaugurado em Parauapebas no ano de 2014, desde sua

inauguração o supermercado optou por não distribuir gratuitamente sacolas aos clientes,

focando apenas na venda das sacolas plásticas cujo percentual é destinado à APAE. Em média

39 mil unidades de sacolas plásticas são vendidas ao mês, a um custo de R$ 0,19 centavos a

unidade para o supermercado. A partir de julho do ano de 2018 começaram a serem

comercializadas sacolas retornáveis feitas de pano, que custam na faixa de R$4,99 à R$5,40

dependendo da quantidade de sacolas que o cliente deseja comprar. A venda mensal de sacolas

retornáveis é em média 150 unidades.

Ao ser indagado sobre possível rejeição da população em relação ao não fornecimento

de sacolas plásticas o gerente disse que no início isso foi muito evidente, as reclamações eram

feitas diariamente, mas atualmente com a aceitação das pessoas mediante a essa característica,

as reclamações se tornaram menores; algumas pessoas optam por não fazerem suas compras

devido a essa característica do supermercado. Apesar do Supermercado D não distribuir

gratuitamente as sacolas plásticas, ele oferece alternativas sem custo para as pessoas embalarem

suas compras, como por exemplo, caixas de papelão e sacos de batata. Apesar da negativa por

parte de alguns clientes, o supermercado está seguro em relação ao benefício que essa prática

traz ao meio ambiente, já que a finalidade das sacolas plásticas pelos clientes será a sua

utilização como sacos para lixo domiciliar, resultando no descarte no meio ambiente. Assim,

além da preocupação ambiental, o Supermercado D também está engajado em projeto social,

ao destinar parte da venda das sacolas plásticas a APAE.

Assim que foi inaugurado, o supermercado teve todo um trabalho institucional entre

colaboradores e clientes, no intuito de envolver a todos na filosofia da empresa. Na ocasião

foram passados vídeos demonstrando em volume a quantidade de sacolas que são descartadas

na natureza, o que isso impacta no meio ambiente, quanto tempo esse material leva para se

decompor etc. Esse tipo de abordagem ajudou a minimizar a rejeição por parte dos clientes,

visto que, na opinião do gerente, a região é desprovida de conhecimento e acaba tendo uma

impressão muito negativa de atitudes como essa, de não fornecer gratuitamente sacolas

plásticas.

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55

Levando em consideração uma lei que proibisse o uso de sacolas plásticas, e um possível

desconto no preço dos produtos do supermercado, o gerente disse que comercialmente não seria

uma medida interessante, mas ele acredita que em um futuro próximo o caminho vai evoluir

para isso, mesmo que seja difícil mudar o hábito da nossa sociedade, a longo prazo será possível.

5.1.5 Análise dos resultados dos supermercados

Diante do exposto, concluímos que os supermercados analisados possuem uma boa

percepção em relação aos impactos negativos que a distribuição de sacolas plásticas geram à

medida que são descartados de qualquer maneira no meio ambiente, entretanto, mesmo a

maioria corroborando para a possibilidade de venda de sacolas retornáveis, é notório que não

acreditam em uma boa aceitação por parte dos clientes, uma vez que é muito complicado mudar

a maneira de pensar e agir de uma sociedade que tem a cultura de ter a disposição um

empacotador colocando as compras nas sacolas para levarem até a residência. Essa resistência

que os supermercados encontram, torna-se evidente quando analisamos o gráfico de consumo

anual de sacolas plásticas versus o de sacolas retornáveis, conforme mostra o Gráfico 3.

Gráfico 3 – Consumo anual de sacolas plásticas versus sacolas retornáveis

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

Ao analisar o Gráfico 3, verificou-se que apenas dois supermercados aderiram ao

sistema de vendas de sacolas retornáveis. E ao compararmos a quantidade anual de

4.200.000

1.200.000

3.000.000

468.0000 0 384 1.800

0500.000

1.000.0001.500.0002.000.0002.500.0003.000.0003.500.0004.000.0004.500.000

Supermercado ASupermercado B Supermercado CSupermercado D

Qu

an

tid

ad

e A

nu

al

de

Saco

las

Con

sum

idas

Supermercados Avaliados

Consumo Anual de Sacolas Plásticas versus Sacolas Retornáveis

Sacolas Plásticas Sacolas Retornáveis

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56

vendas/distribuição de sacolas plásticas com as de sacolas retornáveis, vemos que a disparidade

entre ambas é extremamente alta. Enquanto são vendidas/distribuídas anualmente 8.868.000

(oito milhões, oitocentos e sessenta e oito mil) unidades de sacolas plásticas, apenas 2.184 (dois

mil, cento e oitenta e quatro) unidades de sacolas retornáveis são vendidas no município. Esse

quantitativo de sacolas retornáveis vendidas, representa apenas 0,02% das vendas/distribuição

de sacolas plásticas, ou seja, um valor muito próximo do nulo.

Em termos ambientais, deve-se considerar que o município não adota o sistema de coleta

seletiva, o que inviabiliza a reciclagem das sacolas plásticas. E, ainda que esse quantitativo de

sacolas plásticas vendidas/distribuídas anualmente seguisse pelo sistema de coleta de lixo local

chegando ao aterro controlado da cidade, os impactos ambientais já seriam significativos. Isso

revela a necessidade urgente da criação de políticas públicas eficazes que orientem a população

quanto aos impactos ambientais causados pelo consumido excessivo de sacolas plásticas, bem

como regulamente o seu uso/distribuição no comércio.

Outro ponto observado, é que os supermercados analisados têm a capacidade e a

disponibilidade de fornecerem outros meios de substituição das sacolas plásticas (sacolas

retornáveis, caixas de papelão, sacos de estopa, sacos de batata etc.), o que dificulta essa

aceitação por parte da população, é a falta de políticas públicas (leis específicas), ações de

conscientização e incentivo de mudanças de hábito com relação ao consumo das sacolas

plásticas. Todos os supermercados estão dispostos a seguirem uma lei que proíba o

uso/distribuição de sacolas plásticas no comercio varejista, eles acreditam que esse tipo de

normativa além de minimizar os impactos ambientais, trariam benefícios econômicos aos

supermercados devido à redução de custos, conforme mostre o Gráfico 4.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

57

Gráfico 4 – Gasto anual de sacolas plásticas por supermercado

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

De acordo com os dados obtidos e apresentados no Gráfico 4, é possível constatar que

a soma anual dos gastos com a aquisição de sacolas plásticas pelos quatro supermercados, é de

R$ 2.830.920 (dois milhões, oitocentos e trinta mil, novecentos e vinte reais). Ou seja, caso o

munícipio de Parauapebas/PA cria-se uma lei que proibisse/regulamenta-se o uso de sacolas

plásticas no comércio, para os supermercados essa decisão iria beneficiá-los em termos

econômicos. E possivelmente, esses benefícios financeiros seriam estendidos à sociedade, visto

que a maioria das empresas adotam como prática o rateio dos custos entre os produtos,

aumentando assim o preço de venda.

5.2 PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES

Esta parte está destinada a discutir os resultados obtidos da aplicação de 673

questionários com a população da cidade de Parauapebas/PA.

5.2.1 Perfil dos consumidores

Para realização do levantamento de dados sobre o perfil dos consumidores, foram

elaboradas cinco perguntas fechadas, das quais obtivemos os seguintes resultados: Dos 673

consumidores pesquisados, foi constatado que 52,5% são do sexo feminino, 47,1% são do sexo

masculino e 0,4% preferiram não responder. A idade dos entrevistados está compreendida no

R$2.562.000,00

R$60.000,00 R$120.000,00 R$88.920,00

R$0,00

R$500.000,00

R$1.000.000,00

R$1.500.000,00

R$2.000.000,00

R$2.500.000,00

R$3.000.000,00

Supermercado ASupermercado BSupermercado CSupermercado D

Va

lor

Ga

sto

An

ua

lmen

te

Supermercados Avaliados

Gasto Anual de Sacolas Plásticas por Supermercado

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58

intervalo entre 15 a 64 anos, e a média encontrada é de 30,46 anos. A renda média dos

entrevistados é de R$ 4.601,77. O nível de escolaridade e o tipo de ocupação estão apresentados

nos Gráficos 5 e 6 respectivamente.

Gráfico 5 – Nível de escolaridade dos entrevistados

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

Gráfico 6 – Tipo de ocupação dos entrevistados

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

5.2.2 Comportamento dos consumidores

5.2.2.1 Conscientização ambiental

Ao analisar os dados gerados, observa-se que a maior parte da população 83,5% conhece

os problemas ambientais causados pelo uso das sacolas plásticas, enquanto que apenas uma

parcela muito pequena 16,5% não conhece esses problemas. Foi constatado que 90,6% dos

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59

entrevistados concordam que as sacolas plásticas apresentam riscos para o meio ambiente e

apenas 9,4% não concordaram com essa afirmação. Em relação ao tempo que uma sacola

plástica leva para se degradar no meio ambiente, somente 57,4% tinham conhecimento dessa

informação, enquanto que 42,6% não tinham conhecimento. Foi perguntado também se eles

sabiam qual é o destino final das sacolas plásticas após serem usadas, 50,5% afirmaram

conhecer o destino final das sacolas e 49,5% disseram não conhecer.

5.2.2.2 Política do supermercado

Foi verificado que 91,7% dos entrevistados acham importante os supermercados

possuírem preocupações ambientais, enquanto que apenas 8,3% não acham importante. Ao

questionar se os consumidores comprariam em supermercados que não oferecem sacolas

plásticas, foi constatado que 73,6% comprariam e que 26,4% não comprariam. Além disso, ao

levarem os fatores ambientais em consideração 74,7% dos entrevistados dariam preferência aos

supermercados que não utilizassem sacolas plásticas e 25,3% não levariam esse fator em

consideração. Sobre escolherem comprar em um supermercado que tivesse preocupações

ambientais ao invés de outros que não tenham, mesmo que os preços fossem maiores 53,8%

optariam por fazer as compras em supermercados com preocupações ambientais, enquanto que

46,2% não fariam esse tipo de escolha. Em relação a cobrança por sacolas plásticas, 42,6% dos

entrevistados comprariam em supermercados que cobram pelas sacolas plásticas e 57,4% não

comprariam. Foi perguntado também, qual a quantidade de idas mensalmente aos

supermercados, a maioria dos entrevistados disseram ir duas vezes por mês, o Gráfico 7

apresenta essas informações de forma mais detalhada.

Gráfico 7 – Frequência mensal de idas ao supermercado

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

60

5.2.2.3 Alternativas de substituição

Foi constatado que 81,1% dos entrevistados concordam que os consumidores estão

dependentes do uso de sacolas plásticas e 18,9% não acham que exista dependência. Sobre a

diferença entre uma sacola plástica comum para uma sacola de pano, 78,9% disseram saber

diferenciar e 21,1% não sabem qual a diferença entre as duas sacolas. Ao perguntarmos aos

entrevistados se eles acham justo o preço de R$ 0,25 por sacola biodegradável, 51,6% disseram

que sim e 48,4% disseram que não. Em relação a utilização de outras formas de embalagens

que não fosse as sacolas plásticas, 90,2% das pessoas estariam dispostas a fazerem a

substituição, e somente 9,8% não estariam dispostas a substituir. Por fim, o Gráfico 8 apresenta

as embalagens que passariam a serem utilizadas para o transporte das compras caso houvesse a

proibição da distribuição de sacolas nas padarias, lojas e supermercados.

Gráfico 8 – Proibição das sacolas plásticas: alternativas de substituição

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

5.2.2.4 Criação de lei

Ao perguntar aos entrevistados se eles sabiam que alguns países proibiram o uso de

sacolas plásticas, apenas 47% da população tinham conhecimento dessa informação, enquanto

que a maioria 53% não tinham conhecimento. Em relação a proibição do uso de sacolas

plásticas, 68,6% concordam com a proibição e 31,4% não concordam. Ao serem questionados

se concordariam com a criação de uma lei que proíba ou regulamente o uso das sacolas plásticas,

a maioria 77,1% concordariam com essa criação e 22,9% não concordariam. Levando em

consideração os impactos ambientais, 72,4% acham correto proibir o uso de sacolas plásticas e

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

61

27,6% não acham correto. A maioria dos entrevistados 82,2% acreditam que ao proibir o uso

das sacolas, isso irá contribuir para a preservação ambiental, nesse contexto, apenas 17,8% não

acreditam que isso irá interferir. Por fim, 79,6% dos entrevistados seguiriam uma lei que proíba

o uso de sacolas plásticas e somente 20,4% não seguiriam.

5.2.2.5 Consumo

Foi constatado que 71,5% dos entrevistados, utilizam sacolas plásticas diariamente e

28,5% não utilizam. A quantidade média de sacolas plásticas utilizas por mês é de 65,83

sacolas. O meio mais utilizado para realizar o transporte das compras do supermercado está

apresentado no Gráfico 9.

Gráfico 9 – Meio utilizado para transporte das compras do supermercado

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

O Gráfico 10 apresenta qual o tipo de destinação que os consumidores dão para as

sacolas plásticas após chegarem das compras.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

62

Gráfico 10 – Destinação dada pelos consumidores as sacolas plásticas após chegarem das

compras

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

5.2.2.6 Percepção geral dos consumidores sobre o uso das sacolas plásticas

Para identificação da Percepção dos Consumidores sobre o uso de sacolas plásticas, foi

utilizado como métrica uma escala de Likert, adaptada por simbologia de pesos. Era solicitado

aos participantes que respondessem a 16 afirmativas, eles deveriam atribuir um peso para cada

afirmativa de acordo com o seu entendimento sobre o assunto e levando em consideração os

limites definidos no enunciado da questão, tais como: discordo totalmente; discordo

parcialmente; não concordo, nem discordo; concordo parcialmente; concordo totalmente. As

respostas foram tabuladas. Foi realizado o cálculo da média e do desvio padrão, e estão

organizadas em ordem decrescente, conforme mostra a Tabela 2.

Tabela 2 – Variáveis de percepção do uso de sacolas plásticas pelos consumidores

Afirmativas Analisadas Pelos Consumidores Média Desvio

Padrão

A Educação Ambiental é um dos caminhos para minimizar os impactos

ambientais no meio ambiente. 4,40 1,17

A coleta seletiva é uma das ações de trabalho coletivo que poderia

minimizar os impactos ambientais ao meio ambiente. 4,38 1,19

Os lixões a céu aberto devem ser substituídos urgentemente por aterros

sanitário e/ou controlados. 4,30 1,21

Os aterros sanitários e/ou controlados são empreendimentos que podem

gerar lucros para a população a partir de uma gestão embasada em

cooperativa de reciclagem.

4,03 1,24

Eu prefiro usar sacolas biodegradáveis ao invés de sacolas plásticas. 3,79 1,33

continua..

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

63

....continuação

A logística reversa de sacolas plásticas é uma alternativa ambiental

eficiente. 3,60 1,23

Eu confio mais em supermercados com preocupações ambientais. 3,53 1,38

Eu deixaria de usar sacolas plásticas caso soubesse que ela demora cerca

de 100 a 400 anos para se decompor no meio ambiente. 3,46 1,36

Eu recomendaria para colegas e amigos um supermercado com

preocupações ambientais, mesmo que os preços sejam maiores. 3,39 1,42

Eu compro ou dou preferência aos supermercados com preocupações

sustentáveis. 3,25 1,35

Os aspectos ambientais são mais importantes que os preços dos produtos

vendidos na escolha do supermercado que irei comprar. 3,23 1,34

O aterro sanitário e/ou controlado é o local ideal para descartar as sacolas

plásticas pós-consumo. 3,21 1,48

O aterro sanitário e/ou controlado deve ser gerido pela iniciativa privada. 3,13 1,42

Eu conheço o destino das sacolas plásticas nos aterros sanitários. 3,12 1,54

Sem as sacolas plásticas, uma das principais dificuldades do consumidor

é organizar as compras. 3,05 1,50

O papel do governo (municipal, estadual e federal) deve ser apenas de

fiscalizador e regulador do recolhimento do lixo urbano e rural. 2,82 1,52

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

Assim, de acordo com os dados obtidos observa-se que os aspectos que obtiveram mais

destaque pelos respondentes, estão relacionados: a educação ambiental, a coleta seletiva e aos

aterros sanitários. Estes foram considerados alternativas importantes que auxiliam na

minimização dos impactos ambientais. Outro dado relevante, está associado ao papel do

governo (municipal, estadual e federal), que para os respondentes, deve ir além de apenas

fiscalizar e regulamentar o recolhimento do lixo urbano e rural. Em relação as demais assertivas,

o resultado apresentado nos mostra que a população se manteve neutra.

5.2.2.7 Materialização do caminho das sacolas plásticas no viés dos consumidores de

Parauapebas/PA

De acordo com os dados obtidos, foi possível mapear os caminhos que as sacolas

plásticas percorrem no município de acordo com a percepção da população local. Assim, a

Figura 12 apresenta esse mapeamento de forma detalhada, desde a aquisição das sacolas pelos

consumidores nos supermercados, seguido dos tipos de finalidades que elas poderão ser

empregadas, posteriormente, é apresentado os possíveis destinos finais de descarte desse

material. Adiante, apresenta-se o impacto ambiental que esse resíduo irá gerar no local onde ela

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

64

foi descartada e, por fim, a estimativa do tempo médio que esse material leva para se decompor.

Esse rito (caminho) é o desenhado segundo a percepção do grupo social estudado.

Figura 12 – O caminho percorrido pelas sacolas plásticas a partir da percepção dos

consumidores

Fonte: elaborado pelas autoras, 2019.

Recebe a sacola do

supermercado

Leva para casa

Joga fora

Utiliza no lixo de casa

Utiliza para levar objetos

Descarte direto no meio ambiente

Poluição de áreas ambientais (solo,

rios, etc.) Tempo médio para se

decompor: 450 anos. (MATOS,

2013)

Descarte para ser recolhido pelo

sistema de coleta de lixo urbano

municipal (aterro controlado)

Poluição controlada no aterro (solo,

lençol freático, etc.)

Guarda em um local da

casa

Outros não especificado

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO DE …

65

6 CONCLUSÃO

O consumo elevado de sacolas plásticas pela população pode estar relacionado a uma

dependência deste item no cotidiano das pessoas. Por serem produzidos em larga escala e seus

custos serem minimizados, as sacolas plásticas são acessíveis e seu fornecimento gratuito pelos

estabelecimentos comerciais (supermercados, lojas, farmácias etc.), tornou-se quase que uma

obrigatoriedade. No entanto, essa prática trouxe consigo sérios impactos ambientais nacional e

internacionalmente.

Com a construção do fluxograma que interliga os caminhos percorridos pelas sacolas

plásticas desde a sua aquisição no supermercado pelos clientes de Parauapebas/PA até o seu

descarte final, foi possível identificar que os consumidores utilizam as sacolas para

transportarem objetos, acondicionarem o lixo doméstico, ou para outras finalidades não

especificadas, além disso, algumas pessoas possuem o hábito de guardarem os sacos plásticos

em casa, enquanto que outros fazem o descarte desse material logo após terem recebido.

Independente para qual finalidade será empregada, as sacolas sempre terão dois

possíveis destinos finais, sendo eles: descarte direto no meio ambiente ou descarte para ser

recolhido pelo sistema de coleta de lixo urbano municipal. Nos dois casos, esses resíduos irão

gerar como consequência a poluição ambiental (no solo, nos rios, no lençol freático etc.). Por

isso, a importância de caracterizar os caminhos tomados pelas sacolas plásticas no município,

como uma estratégia de observar onde e em que momento poderão ser realizadas ações de

intervenção.

Isto é, tem-se a necessidade de associar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

– Agenda 2030, como uma proposta de política pública que deve ser regida e seguida pelas

autoridades locais. Nessa pesquisa, ficou evidente que as ODS (1) 1.4; (3) 3.9; (4) 4.7; (6) 6.3;

(8) 8.4; (11) 11.6; 11.a; (12) 12.2; 12.5; 12.8; 12.a; 12.c; (14) 14.1; 14.2; (15) 15.5; (16) 16.b;

e (17) 17.7 e 17.16 estão claramente conectados a problemática da pesquisa, pois elucidam

metas muito importantes para o planejamento e segurança ambiental.

Os resultados da pesquisa poderão ser utilizados pela prefeitura municipal de

Parauapebas na elaboração de políticas públicas e na construção do Plano Municipal de

Resíduos Sólidos Urbanos - PMRSU. Outras prefeituras poderão replicar os métodos deste

trabalho na elaboração de pesquisas que desenvolvam os seus PMRSU. No entanto, vale

ressaltar que o primeiro passo a ser tomado é a realização do fortalecimento da conscientização

ambiental da população local, somente assim será possível de fato alcançar todas as metas e

objetivos definidos pela administração pública municipal.

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66

7 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A partir dessa pesquisa, o grupo de trabalho regido pelos orientadores e orientados,

expõe alguns temas de motivação para trabalhos futuros, sendo:

1. Aumento do número de seguimentos avaliados e do número de amostras, assim,

podendo ter maior aceitabilidade e um grupo amostral diversificado;

2. Associar os resultados dessa pesquisa com os 17 Objetivos do Desenvolvimento

Sustentável, Agenda 2030, verificando se suas metas estão sendo contempladas nas

políticas setoriais do município; e

3. Propor uma pesquisa cientifica que atenda as mesmas perspectivas para a comunidade

da Zona Rural de Parauapebas (PA).

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v. 2, n. 12, p. 14473-14500, 2013. Disponível em: https://docplayer.com.br/15483807-

Poluicao-marinha-por-plasticos-e-o-direito-internacional-do-ambiente.html. Acesso em: 6 nov.

2018.

ZIEGLER, M. F. Por que a sacola de plástico é prejudicial ao meio ambiente: entenda o

problema das sacolas plásticas e quais as alternativas ambientalmente corretas para transportar

suas compras. In: Último Segundo. São Paulo, 2010. Disponível em:

https://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/por-que-a-sacola-de-plastico-e-

prejudicial-ao-meio-ambiente/n1237730908104.html. Acesso em: 17 dez. 2018.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA O SUPERMERCADO

Nome do supermercado: ________________ (use a nomenclatura Empresa A, B, C etc.).

Porte do supermercado: ( ) Pequeno ( ) Médio ( ) Grande

1. O Supermercado possui sacolas retornáveis para venda? Sim ( ) Não ( )

2. Quando foi que o supermercado passou a oferecer sacolas retornáveis?

3. Qual aproximadamente a quantidade de sacolas retornáveis vendidas desde a implantação?

4. Qual o objetivo do supermercado com a venda destas sacolas?

5. Qual o material utilizado na confecção das sacolas não reutilizáveis de seu supermercado?

6. Qual aproximadamente o volume de sacolas não reutilizáveis consumidas no ano no

supermercado?

7. Aproximadamente quantas sacolas plásticas são usadas por mês ou por dia?

8. O supermercado oferece algum treinamento especifico aos funcionários sobre a

importância da utilização das sacolas retornáveis? Sim ( ) Não ( )

9. Quanto custa para o supermercado (preço unitário), o fornecimento das sacolas plásticas?

10. Quanto custa para o supermercado (preço unitário), o fornecimento das sacolas

retornáveis?

11. Os clientes do supermercado usam a sacola retornável, ou não aderem ao sistema?

Sim ( ) Não ( )

Em caso de resposta negativa, o que poderia ser feito para que os clientes do supermercado

usassem outro método de carregar suas compras?

12. Numa hipótese de que fosse proibido por lei utilizar sacolas plásticas, o que o

supermercado faria para resolver o problema?

13. Você estaria apto a trocar as sacolas de plástico por sacolas feitas de pano (pois os

consumidores poderiam levar e trazer em todas as compras)? Sim ( ) Não ( )

14. Em outros estados, por exemplo, o Rio de Janeiro, já existem projetos e lei que proíbe o

uso de sacolas plásticas, por exemplo, dando desconto para quem faz compras e não usam

as sacolas plásticas. E se fosse aqui, você adotaria essa medida? Sim ( ) Não ( )

15. E em relação à população, você acha que eles aceitariam mudar o hábito do uso de sacolas

plásticas por sacolas retornáveis? Sim ( ) Não ( )

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA OS CONSUMIDORES

PERFIL DO CONSUMIDOR:

Nome ___________________________

1. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino ( ) prefiro não responder

2. Idade ________

3. Nível de escolaridade:

( ) Ensino Fundamental Incompleto; ( ) Ensino Médio Incompleto; ( ) Graduação Incompleto;

( ) Ensino Fundamental Completo; ( ) Ensino Médio Completo; ( ) Graduação Completo;

4. Renda familiar

Responda apenas o valor aproximado da sua renda familiar (R$) ______________________

5. Ocupação

( ) Servidor público; ( ) Autônomo; ( ) Estudante;

( ) Funcionário de empresa privada; ( ) Empresário; ( ) Desempregado;

QUESTÕES GERAIS:

01. Qual meio que você utiliza para transportar suas compras do supermercado?

( ) Sacolas plásticas comuns; ( ) Carrinhos de feira;

( ) Sacolas de pano, náilon, feira (retornáveis); ( ) Direto no porta malas do carro;

( ) Sacolas plásticas biodegradáveis; ( ) Sacolas de papel;

( ) Caixas de papelão; ( ) Saco de papel;

02. Você sabe qual o destino final das sacolas plásticas após o seu uso? Sim ( ) Não ( )

03. Você compraria em supermercados que não oferecem sacolas plásticas? Sim ( ) Não ( )

04. Estaria disposto a utilizar outras formas de embalagens que não fosse as sacolas plásticos?

Sim ( ) Não ( )

05. Você compraria em supermercados que cobram pelas sacolas plásticas? Sim ( ) Não ( )

06. Você concorda que os consumidores estão dependentes do uso de sacolas plásticas?

Sim ( ) Não ( )

07. Você conhece os problemas ambientais causados pela sacola plástica? Sim ( ) Não ( )

08. Você sabe quantos anos leva uma sacola plástica para se degradar no meio ambiente?

Sim ( ) Não ( )

09. Por razões ambientais, você daria preferência ao supermercado que não utilizasse sacolas

plásticas? Sim ( ) Não ( )

10. Devido os impactos ambientais, você acha correto a proibição do uso das sacolas?

Sim ( ) Não ( )

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11. Você usa diariamente sacolas plásticas? Sim ( ) Não ( )

12. Você seguiria uma lei que proibisse o uso de sacolas plásticas? Sim ( ) Não ( )

13. Você sabia que as sacolas plásticas foram proibidas em alguns países? Sim ( ) Não ( )

14. Você concorda que as sacolas plásticas apresentam riscos para o meio ambiente?

Sim ( ) Não ( )

15. Você sabe qual a diferença de uma sacola plástica comum para uma sacola de pano?

Sim ( ) Não ( )

16. Você concorda com a criação de uma lei que proíba ou regulamente o uso das sacolas

plásticas? Sim ( ) Não ( )

17. Qual a quantidade estimada de sacolas plásticas que você acha que utiliza ou joga fora por

mês? ______________

18. O que você faz com as sacolas após chegar das compras?

( ) Jogo fora ( ) Guardo em um local da minha casa

( ) Utilizo no lixo de casa ( ) Outros não especificados

( ) Utilizo para levar objetos

19. Você concorda com a proibição do uso de sacolas plásticas? Sim ( ) Não ( )

20. Você concorda que a proibição do uso de sacolas plásticas vai contribuir para a preservação

do meio ambiente? Sim ( ) Não ( )

21. Com a proibição da distribuição de sacolas nas padarias, lojas e supermercado, quais tipos

de embalagem você passaria a utilizar para transportar suas compras?

( ) Sacolas retornáveis (pano, TNT, lona e outras);

( ) Sacolas biodegradáveis (compradas por R$ 0,25 a unidade);

( ) Caixas de papelão;

( ) Outros não especificados

22. Você acha justo o preço de R$ 0,25 por sacola biodegradável? Sim ( ) Não ( )

23. Com que frequência você vai ao supermercado?

( ) Pelo menos uma vez por mês; ( ) Quatro vezes por mês;

( ) Duas vezes por mês; ( ) Mais que cinco vezes por mês

( ) Três vezes por mês;

24. Você acha importante o supermercado ter preocupação com o meio ambiente?

Sim ( ) Não ( )

25. Você escolheria comprar em um supermercado que tivesse preocupações ambientais ao

invés de outros que não tem, mesmo que os preços sejam maiores? Sim ( ) Não ( )

26. Marque 1 para discordo totalmente e 5 para concordo totalmente.

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1 - Discordo totalmente; 2 - Discordo parcialmente; 3 - Não concordo, nem discordo; 4 -

Concordo parcialmente; 5 - Concordo totalmente.

( ) Os aspectos ambientais são mais importantes que os preços dos produtos vendidos na escolha

do supermercado que irei comprar.

( ) Eu prefiro usar sacolas biodegradáveis ao invés de sacolas plásticas.

( ) Eu compro ou dou preferência aos supermercados com preocupações sustentáveis.

( ) Eu recomendaria para colegas e amigos um supermercado com preocupações ambientais,

mesmo que os preços sejam maiores.

( ) Eu confio mais em supermercados com preocupações ambientais.

( ) A Educação Ambiental é um dos caminhos para minimizar os impactos ambientais no meio

ambiente.

( ) A coleta seletiva é uma das ações de trabalho coletivo que poderia minimizar os impactos

ambientais ao meio ambiente.

( ) Eu deixaria de usar sacolas plásticas caso soubesse que ela demora cerca de 100 a 400 anos

para se decompor no meio ambiente.

( ) Eu conheço o destino das sacolas plásticas nos aterros sanitários.

( ) Os lixões a céu aberto devem ser substituídos urgentemente por aterros sanitário e/ou

controlados.

( ) O aterro sanitário e/ou controlado é o local ideal para descartar as sacolas plásticas pós-

consumo.

( ) Sem as sacolas plásticas, uma das principais dificuldades do consumidor é organizar as

compras.

( ) O aterro sanitário e/ou controlado deve ser gerido pela iniciativa privada.

( ) O papel do governo (municipal, estadual e federal) deve ser apenas de fiscalizador e

regulador do recolhimento do lixo urbano e rural.

( ) A logística reversa de sacolas plásticas é uma alternativa ambiental eficiente.

( ) Os aterros sanitários e/ou controlados são empreendimentos que podem gerar lucros para a

população a partir de uma gestão embasada em cooperativa de reciclagem.