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Universo Paralello #11

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Um pouco do que foi vivido em um dos principais festivais do país.

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IDEALIZAÇÃORodrigo Gomes

COLABOLADORES:Benjamimvich Costa SchusterCamilla Albano Didu GibelliSilvio Sato

FOTOGRAFIA:Benjamimvich Costa Schusterwww.facebook.com/benjamimvichCamilla Albanowww.facebook.com/CamillaAlbanoFotografiaGustavo Cabelowww.facebook.com/gustavocabeloNewton Leitãowww.facebook.com/newfleererRodrigo Faverawww.facebook.com/RodrigoFaveraRodrigo Gomeswww.rcgomes.com.brSilvio Satowww.facebook.com/silvio.sato.3Taiara Braunwww.facebook.com/taiara.braun

Não quero mais ventilador.Não quero mais Tv, relógio, geladeira, microondas.Não quero mais carro.

Só quero sentir aquela brisa que vem do mar.Só quero a obrigação de não ter com o que me obrigar !

Quero poder tomar um banho de lua enquanto me encanto com as estrelas, ao som de um goa.Quero aquela preocupação de passar o protetor solar 50 de 20 em 20 minutos.Quero prender a respiração antes do banho só para não sentir aquele cheiro do mangue.Quero atolar o meu chinelo na lama, bem ali na Power Energy.Quero satisfazer meus olhos com 600g de comida, mas não conseguir enganar nem mesmo o meu estômago com 2 colheradas.Quero me perder dos meus amigos sem querer só para conhecer novas pessoas

Quero ter o poder de te fazer acreditar que tudo aquilo que vivi é real, e que essa vida que levamos aqui é completamente banal, escrota, falsa e cheia de máscaras.

Um brinde a ilusão de quem ainda não transcendeu o Paralello.

por: Didu Gibelli

Taiara Braun

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Apoio

www.starbus.com.brwww.elementmusic.com.br

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O Universo Paralello é um dos maiores festivais de cultura alternativa do mundo. Nessa uma verdadeira jor-nada de guerreiros galácticos da paz muita água já rolou (literalmente) e muitas adversidades surgiram, mas a paixão pela musica e pela essência do Psy têm prevalecido sobre estigmas e preconceitos de uma sociedade ai-nda despreparada pra encarar a liber-dade e a felicidade como algo natural.

O festival agrega as mais diver-sas tribos de viajantes vindas de toda parte do planeta que se reúne para cel-ebrar a vida seja em um dos 4 palcos oferecidos, cada um com sua ambiên-cia e estilo diferente, seja simplesmente aproveitando a beleza da praia e natureza de Pratigi, ou ainda dando boas risadas em papos e conversas com o seu mais novo grande amigo que você acabou de conhecer compartilhando um gole de catuaba gelada... É as relações no universo Paralello são assim, intensas.

São muitas coisas acontecendo durante os 7 dias de universo paralello,

Histórico Paralello

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mas o coração, a válvula propulsora de tudo isso está mesmo no mainfloor, onde os grandes mestres do psytrance em suas variadas vertentes regem toda essa tribo criando momentos de pura euforia, um verdadeiro turbilhão de sensações.

O termo “Psychedelic” foi proposto pela primeira vez em 1956 por Humphry para descrever os efei-tos de alteração da mente provoca-dos por drogas como a mescalina e o LSD e está ligado à junção do termo grego “psyche”(mente/conscien-cia) com o inglês “delein,” manife-star, ou “deloun,” mostrar, revelar.

A relação entre psicodelia, comportamento e musica logo se mostraria evidente. Experiencias psi-codélicas estiveream presentes no rock dos anos 60, de Jimi Hendrix , Janis Joplin , Bob Dylan, Joe Cocker, que movidos pelo ácido fizeram história com musicas que emanavam Cores e combinações marcantes com riffs repletos de efeitos, e muito protesto. O festival de Woodstock foi o ápice

do movimento. O psytrance iria sur-gir apenas na década de 90 nas pra-ias de Goa na índia numa mistura das tecnologias da musica eletrônica na época com o rock e a música indiana.O estilo começou a aportar no Brasil nas proximidades de onde também chegaram os descobridores das nos-sas terras. A primeira leva de tran-ceiros começou a fixar colônia em trancoso no começo dos anos 90, eram gringos que chegavam atraídos pelas belezas naturais do nosso país.

No começo, pequenas Pvts em casas e pousadas da região. Daí em di-ante a coisa não parou mais até que em 94 rolou o primeiro réveillon open air seguido do primeiro festival de 3 dias na lua cheia de janeiro (capricórnio-cancer), vieram mais de 50 estrangeiros para tocar, fazer a decoração e apre-sentações com malabares, um tipo de produção totalmente novo no Brasil. Nas temporadas seguintes o clima só fez esquentar e novos nomes foram surgindo, aos gringos começaram a juntar-se brasileiros tanto na produção dos eventos como tocando nas festas.

As festas deixam de ser exclu-sividade de trancoso, em são Paulo fixa-se a Klatu como headquarter do trance. Em 1996 nasce a festa xxx-perience. Surgem as primeiras fes-tas seqüenciais em MG,RJ e SC, e os primeiros Festivais Internacionais de trance do Brasil, em Minas gerais o Celebra Brasil, o Trancendance, o Earthdance e em GO o Tranceforma-tion, o Kranti`s Níver, o Ano Novo Maia e o Conexão Trancoso x Alto.

No réveillon de 2000, uma tribo baseada no planalto central, chegava ao final do ano sem “gás” pra viajar para Trancoso, para a já tradi-cional festa de reveillon que abria a temporada de festas do verão. Para não deixar passar a data em branco sob o comando de Swarup, resolv-eram fazer um pequeno festival de réveillon em alto paraíso: “para não deixarmos passar a data em branco e para não morrermos de tristeza. Nunca poderíamos imaginar que esta história se estenderia por mais tantos anos...”

Aos amigos de Brasília e Goiâ-nia juntou-se uma turma grande de São

Paulo levada pelos DJs Mack, Tati e Joe, e assim na fazenda Água Fria acon-teceu o primeiro Universo Paralello.

Foram mais dois anos no planalto central, mas problemas com adversidades atmosféricas, onde as chuvas inviabilizavam a estrutura du-rante o festival, e também para evitar a pressão de grupos retrógrados que atu-avam contra a realização do festival na região, o crew resolveu mudar o festi-val de ares, transferindo-o para a praia.

Com certeza foi uma ligação de energias que os fez sair do planalto cen-tral e descobrir a inexplorada praia de Pratigi, oculta por muitos anos do circui-to turístico do paradisíaco litoral ao sul de Salvador. Logo surgiria uma simbi-ose com a população do município que percebeu o caráter positivo do festival transmutando uma desconfiança inicial em uma profunda adesão e apoio que se estenderia ao longo de seis edições.

Por motivos adversos o Up se afastou das areias de Pratigi por dois verões, a edição comemorativa dos 10 anos de festival aconteceu na Praia do Garcez, e apesar da beleza natural do local, a edição ficou marcada pela falta dágua. A partir desta edição ficou deci-dido que o UP passaria a ser um evento bianual e o intervalo seria preenchido pelo festival 303, com a mesma es-sência, mas em menor proporção.

Em sua 11º edição, quiseram as leis que regem o cosmos, que o infinito das linhas paralelas da praia de Pratigi e o do Universo paralello voltassem a se cruzar e clima que cercava o festival era de “there’s no place like Home!”

Por: Benjamimvich Schuster “Vich VaporUP” - Um grande apreciador da vida por opção, que é arquiteto por profissão, produtor de eventos de música eletronica por paixão e gourmet nas horas vagas por herança genética

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Review

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Após dois anos de espera, estava eu pela sétima vez seguida, sem contar o 303, retornando a mais um Universo Paralello. Pela proximidade de Aracaju, são apenas 7 h de viagem de carro, costumamos sempre seguir para lá em com-boio e no meu grupo fomos em sete carros, uma galera em sua maioria já acostumada a fazer esse trajeto todo final de ano, mas como sempre alguns marinheiros de primeira viagem.

O clima era de muita expectativa para o retor-no do festival à Pratigi, até por quem nunca estivera lá, afinal foi este local que após a saída do festival das cha-padas de Goiás tornou-se responsável por todo o cli-ma de magia a ele associado e reconhecido pro freaks, roots, e até pessoas comuns, guerreiros galácticos da paz oriundos das mais diversas paragens do mundo.

È chegar à pracinha redonda do vilarejo de pes-cadores e já se contagiar pela atmosfera, uma exci-tante movimentação de pes-soas e bagagens indicando que estamos bem perto. Dá pra sentir no ar o aroma do festival e fica cada vez mais forte a vontade de subir no pau de arara e atravessar o portal para os sete dias de pura troca de energias em sintonia com o espaço e com todos os presentes.

Mas claro que chegar ao paraíso não é tarefa tão fácil assim, já no raiar do dia 27 se aglomeravam na portaria do festival uma multidão formada por essas mais diversas tribos de via-jantes vindas de toda parte do planeta. Seria um longo dia de espera nessa fila e o Astro rei em pleno vigor do verão baianos fez dessa espera algo extremamente desconfortável. Faltou um pouco de organização da produção para rece-ber essa leva de gente de forma mais ordenada, e também faltou um pouco de colaboração dos presentes na tentativa de por ordem, cada um só pensava em resolver o seu lado.

Mas o que é o desconforto quando se está a pou-cos metros dos portões do Universo Paralello? Apesar da tensão da fila e do calor, o clima de euforia, de en-contros e reencontros, de velhas amizades que têm esse como único ponto de encontro no ano, e novas grandes amizades que já começam a serem firmadas, grandes

Benjamimvich Schuster - "Vich VaporUP"porque as relações no UP são assim intensas e marcantes.

Já faz oito anos que esse é o meu destino e não con-sigo imaginar de outra forma, me sinto totalmente em casa rodeado de pessoas, em sua maioria com uma energia super bacana, que me fazem sentir renova-do e revigorado para a chegada de mais um ano.

Mas nem toda essa energia evitou que eu sucumbisse de cansaço, parece que os dois anos de intervalo não se re-verteram de forma eficiente no funcionamento do espaço em função do publico, a entrada onde o pau de arara nos deix-ara era extremamente longe dos campings, nunca pensei que poderia ser dramático a esse ponto, mas no meio do caminho já sozinho, pois cada um andando no seu ritmo acabou que me separei dos amigos de Aracaju, uns mais na frente, out-

ros mais atrás, parei, larguei tudo no chão, morrendo de sede e ainda sem fichas, decidi que iria ficar ali sentado no banquinho daquela pizzaria para sempre por toda a eternidade (kkk). Mas eis que passa um comboio de conhecidos de festivais passados, toda a galera do rio de janeiro sob o co-mando de Luiz Guimarães, com car-rinhos de carregadores e que vendo o meu estado pegaram minha baga-gem e me arrastaram junto com eles.

Acampamos no final do camping, na divisa com o terreno onde antiga-mente ficava o mainfloor, me vi para-do alguns instantes olhando o cenário e revivendo mentalmente os momen-tos vividos naquela pista. Lembran-ças de cores, sorrisos, sensações...

Mas o clima era de montagem de acampamento, barracas sendo ergui-das e uma cidade surgindo em meio ao

coqueiral, o barulhinho clássico é o das bombinhas enchen-do os colchões infláveis. Os sotaques e línguas já se mistur-am na torre de babel do Universo Paralello, a movimentação era no sentido de firmar espaço, descansar da viagem, tomar um banho... Ufa água não foi problema e os sanitários foram os melhores que já existiram em qualquer tipo de festa!!

Em meio a toda essa movimentação e para quem ainda tivesse forças, à meia noite aconteceria a abertura da pista Goa, ok, mudaram o nome para 303 stage, mas essa foi uma das mudanças de nome que não pegou, pelas ruas do UP todo mundo se referia á pista Goa nas conversas sobre line up.

Espera aí, eu falei ruas? Isso mesmo ruas! O festival cres-

Benjamimvich Schusteter

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ceu tanto, que para auxiliar na localização foram espalha-das placas de sinalização com nomes ligados ao espírito do evento: a rua do mainfloor era a rua da igualdade, a con-cha acústica ficava na rua da paz, um dos campings estava na rua da coletividade e havia ainda a rua do amor da poe-sia, da liberdade, da anarquia… um dos problemas é que além de gente essas ruas tinham carros, muitos carros…

Aqui estou eu vagando pelas ruas do UP e fugindo da minha Timeline narrativa, estava eu rumo à abertura da pista Goa, que seria aberta pelo mexicano Shove. Devido ao cansaço não me prolonguei por muito tempo, mas o suficiente para admirar a decoração da pista feita por artistas de Brasí-lia e com peças criadas pelo artista Lello. Eu achei a estrutu-ra com cara de um peixe, outros acharam ser um morcego ou uma borboleta, mas fosse o que fosse a intenção, estava linda.

Acho que o grande mérito desta pista é dar espaço a novos talentos do país inteiro que se destacam em suas localidades fazendo um som de qualidade, mas apesar de ser onde tocariam alguns amigos como o Brasa, o Ele-ment, o Hiperflex, o Tude e o Redemption e de ter alguns projetos que queira ver como o set old school do Trevor quase não passei pela pista e além desses perdi, por exem-plo, a grande apresentação do Grouch no dia 29 pela tarde.

Na manha do dia 28 com o break da pista goa, a brisa foi circular pelas ruas do festival e situar-se na ci-dade UP, entender o fluxo e os caminhos para se chegar de uma pista a outra, descobrir as diversas possibilidades de comida disponíveis, aliás apreciar o movimento das pes-soas na praça de alimentação enquanto se fazia as refeições era sempre uma boa pedida e ver toda a diversidade de gente com quem estamos dividindo espaço. Fazer a troca cambial de real pela moeda local, os UPs, atraves-sar a bucólica ponte de madeira da rua da poesia com cinema, cafés, lan houses e showzinhos intimistas..

Depois do city tour pelo UP, a boa foi uma praiana com amigos aguardando a abertura da con-cha acústica, que era soma do chill out com o palco paralello abrigando um grande mix de estilos e man-tendo a característica de ser um lugar para recarregar as energias e mudar a freqüência das batidas sonoras.

A abertura aconteceu ao som do brother de Aracaju o Zenoção. A grandiosa estrutura de bambu à beira da praia estava quase sempre lotada pelos apre-ciadores dessas vertentes mais calmas passeando pelo downtempo, nujazz, psybiente. No inicio das noites aconteciam os shows e na noite do dia 29 teve a memo-rável apresentação do cantor Arnaldo Antunes com o show “Ao Vivo lá em casa”. Musicas como “Saiba”, “Longe” e “A casa é sua” se mostraram em total sintonia

com o clima do UP. No dia 30 seria a vez do clássico Pe-dra Branca, mas as três horas de preparação do palco me fizeram seguir o vento que fazia girar os grandes cata-ven-tos da decoração e pegar o rumo para a Pista Alternativa, no caminho parei para apreciar de longe o som do yagé no mainfloor admirando a profusão de cores do jogo de ilu-minação em contraponto com o céu estrelado de Pratigi.

Já estou seguindo aqui na narrativa para o segundo dia da Pista Alternativa e ainda nem falei da sua abertura. Aliás, essa foi a segunda tentativa de mudança de nome que não pegou, ninguém no festival se referia ao espaço como UP club, até porque, o que os verdadeiros admira-dores desta pista sempre mais curtiram foi o fato do am-biente não remeter aos clubs e quebrar os paradigmas de que o som que rola só serve para ambientes fechados.

Pra quem acompanhou o surgimento das diferentes pistas do UP de forma natural e espontânea, essa forçação de barra de se criar um clubinho no universo paralello foi minha primeira decepção em se tratando de UP, parece que foi feito para agradar o ego de alguns poucos se esquecendo do festival como um todo. Por favor: a pista Alternativa não é clubinho!!

O barquinho estava de volta e era uma das poucas coisas que remetiam ao clima acolhedor das primeiras Pistas Alternativas. O controle por grandes núcleos do sudeste do país, ao mesmo tempo em que possibilitou algumas grandes atrações, parece que afastou a criatividade e os djs sets eram variações uns dos outros parecendo até que havia uma track list obrigatória a ser seguida com o top 10 do deep house, es-tilo quase que único da pista. Como minha humilde sugestão fica a idéia de nas próximas edições também ser aberto es-paço para DJs que não fazem parte desses grandes núcleos.

Newton Leitão

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A tarde da abertura foi extremamente deliciosa principalmente por ser onde os encontros e reencontros com os amigos de festival estavam acontecendo. No co-mando da pista rolou Glitter, Gabriel Boni vs Danilo Arau-jo, uma boa surpresa foi ver o Chicodelico tocando nessa pista, segundo ele uma volta às origens do seu começo de carreira, teve ainda o australiano Uone Jack, figu-raça, que causou na pista e pelas pistas...kkk. Quem pen-sou em recorrer ao livrinho... “no way” já começou tudo fora de ordem e a bagunça seguiu assim até o fim, não se preocuparam nem em colocar cartazes com as alterações.

Além da tarde de abertura, consegui me prolongar na pista umas poucas vezes como na empolgante seqüência após a virada com o Ricardo Estrella, o Alok que deixou a pista em puro êxtase, e com o Khainz que pra mim deveria ter uma vaga cativa na noite da virada. Queria ter visto o Sheff, mas os primeiros raios de sol indicavam que era hora de voltar pro mainfllor, Lááá num reino tão, tão distante da praia.

Como de costume em outros festivais, sempre pas-sava pela pista também à noite quando fugia dos sons pesa-dos do mainfllor, não gosto mesmo de dark nem do clima carregado que fica na pista. Nessas noites da Alternativa além das belas projeções no telão inflável por vjs como o projeto highlander, curti o empolgante set da Eli Iwasa, o Komka, o Beep Dee e o casal simpatia Flow & Zeo, infe-lizmente perdi o lançamento do grande projeto da dupla com o Kriptus o Tea lyrics. Aliás o Kriptus foi o grande nome apresentando os seus 4 lives durante o festival.

A overdose repetitiva e entediante de deep (eu adoro o estilo ok!) que rolava na pista seria quebrada apenas pela tarde de electro, mas ainda bem fugi da superpopulação da pista, perdi o Tim Healey mas escapei de ver o Felguk fazer circo com um microfone em mãos, microfone na mão de dj geralmente está relacionado ao fim dos tempos! (claro que não estou falando do bom uso da ferramenta por alguns lives)

Por incompatibilidade de horários com o mainfloor, ou pelas alterações do line perdi algumas coisas como o re-torno do Velkro e perdi também muitos dos gringos que gos-

taria de ter visto como o Manik, o Visionquest, o Lee Jones... Pelo cansaço do dia do réveillon perdi a apresentação do Raul Meneleu, único do nordeste a integrar o cast da Tropicalbeats.

Depois de muito rodar pelas diferentes ruas e pis-tas do festival, finalmente chegamos nele, o órgão central do Universo Paralello e com certeza o alvo da maioria das críticas e elogios após o festival. O primeiro grande choque foi a constatação de que o mainfloor estava longe do mar e o principal efeito disso foi sentido na primeira manhã de 2012 quando permaneceu na pista um publico inferior ao usual para a ocasião. O fato de ser afastada do mar que-brou muito a magia do que deveria ser o coração do UP. A produção deve ter tido seus motivos para essa escolha, mas com certeza é um erro que não deve ser repetido.

A decoração da pista foi desenvolvida pela Sag-az Corp, que faz festivais como o Boom e que para

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muitos fez uma escolha equivocada desenvolvendo uma tenda toda em estrutura metálica em dissonân-cia com o ambiente e lembrando festivais mais urbanos.

A tenda recebeu elementos criados pelos Piratas de Ibiza, imensos robôs de material reciclado envoltos em cade-ias de DNA, chamando a atenção para as origens da vida e a atual simbiose com a tecnologia. Além disso, havia vários el-ementos de referência psicodélica como os pêndulos em for-ma de diamantes quase alcançando o céu. Quanto ao palco foi pensado apenas para sua utilização durante a noite quando as-sumia uma atmosfera surreal com o jogo de leds e projeções, mas ficando bem feinho durante o dia e sendo desconfor-tável para os DJs durante a tarde, até não entendo pq não co-locam sombras próximo ao palco, DJs e publico agradecem!

Discussões quanto a localização, e a decoração à parte, é no main floor que se apresentam os principais Djs e Live Acts da cena psy mundial, é a força motriz que im-pulsiona todas as engrenagens do Up, a força que fazia gi-rar os cata ventos espalhados por todas as pistas do festival

“...Em torno do catavento Dancemos todos em bando.

Dancemos todos, dancemos, ...

Dancemos todos até Não mais saber-se o motivo… (Mario Quintana)

E esse é o lema, dançar até não saber o mo-tivo, mas é difícil esquecer que o principal motivo ali é ser feliz, e dançamos muito, like nobody’s watching!

Para quem não vivência, fica difícil de entender, até porque é difícil descrever o que está muito ligado a sensações e é único de cada um, como bem falou o mestre Raja RAM em uma entrevista sobre musica eletrônica: “E agora, nossas vi-das nunca mais serão as mesmas, Porque a música eletrônica

nos leva para o lugar que nos queremos ir, que é impossível de ser explicado, porque é uma sensação. O psytrance nos leva de volta ao lugar que pertencemos, o lugar que nós es-tivemos procurando, nosso refugio, nosso céu, nosso prazer.”

“A nossa musica diz tudo sem falar nada” e como diz uma amiga minha, a karlota, que foi esse ano pela primeira vez ao UP, “quem não curte emusic é porque não entende a letra”, e sempre depois que ela fala isso quebra-mos o caranguejo no meio da pista, para quem não sabe como faz, três palminhas, três batidas do pé e uma voltinha!.

Mas, mais do que apenas música, a cultura ele-trônica é uma cultura linda, um estilo de vida, e mais do que nos outros espaços do festival, o mainfloor é o foco aglutinador dos viajantes galácticos cujas linhas para-lellas se cruzam nesse infinito particular do Universo Paralello, e que apesar de oriundos de diferentes lugar-es da Terra temos a certeza de que ali somos todos um. Se pararmos para pensar que “Nós somos feitos de poeira das estrelas” (Carl Sagan) lembramos que so-mos parte do universo, mas principalmente que o universo está em nós e talvez seja isso o que nos faz sentir em total conexão, como no galatic mantra: “I am we, we are you”.

Acho que a harmonia do mainfloor ativa de alguma forma essas nossas origens atômicas através dos nossos chacras. Dançando nós canalizamos todas essas energias cós-

micas até nós, e os DJs, grandes mestres do festival, atuam como nossos xamãs, nos conduzindo através do ambiente cri-ado por suas músicas ao êxtase do transe psicodélico como faziam os povos antigos em seus rituais ao redor das fogueiras. Só toda essa soma de fatores podem explicar a perfeita sintonia que rola nesse espaço.

Muitos podem falar que hoje já não é assim tão mágico principalmente nas atitudes dos novos freqüentadores que não estão indo para o festival abertos ao que ele tem pra oferecer, mas fechados em seus preconceitos ideológicos que levam a comportamentos que entram em choque com toda essa teoria de uni-dade e que nos fazem presenciar algumas manifestações de egoísmo ou de tentati-

vas de fazer prevalecer o eu sobre o nós. Para estas pes-soas que por terem pagado um ingresso se acham no direito de fazer o que quiser, eu digo que a liberdade de cada um, termina quando começa a afetar a liberdade do conjunto.

Subir na mesa do dj e quase pisar nos equipamen-tos, e pior tentar repetir a cena no dia seguinte; subir nas caixas de som se achando a gostozona do malha trance e fazer seu showzinho para bombar no youtube tentando chamar mais atenção que os artistas; subir no palco e bri-

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gar com o dj; ocupar o espaço sombreado da pista de dança com suas incovenientes cadeiras... Tudo bem que essas ati-tudes acabam se perdendo em meio a todo resto, mas não são atitudes esperadas de um freqüentador de um festival. No entanto, apesar dessa dita invasão de “pára-quedistas”, sou meio avesso a generalizações, eu continuo acreditando na sua essência, e acho que quem acredita nela não pode abrir mão disso, entregando de mão beijada uma coisa que admiramos. Afinal não queremos ver o nosso Universo Paralello transformado em um Paraíso Artificial.

Vou ser redundante, mas só sei que, em meu oitavo festival de réveillon, pouco me motivei a sair desse espaço e vi quase tudo que tinha programado para ver na companhia da família paralella de amigos, como já mencionei anterior-mente, a maioria dos quais só encontro uma vez por ano nas areias desse mainfloor em meio a profusão de cores da deco-ração, do céu de intenso azul e do verde do mar da Bahia (ops).

Quanto ao line do UP, pudemos conferir algumas boas novidades pela primeira vez no Brasil, ou no UP, novidades, óbvio, são sempre bem vindas, mas eu particularmente sou muito saudosista e gosto de reativar lembranças e sensações, de forma que sinto falta de figurinhas repetidas, atrações in-ternacionais que acabaram se tornando referência e ajudan-do a construir a identidade sonora do festival ao longo de suas ed-ições. Mas se menciono a falta dos estrangeiros, não é desmerecendo a prata da casa, até porque a pre-sença dos grandes nomes nacio-nais, que fazem algumas das mel-hores pistas, é sempre garantida.

A seqüência de abertura foi muito boa, Nok, Tristan, Xpiral e um dos projetos que mais aguar-dava pra ver pela primeira vez, e foi incrível como imaginava, o Killerwatts, o Tristan e o Ava-lon juntos conseguem se superar!

No dia seguinte o meu de-staque vai para o Juno Reactor, ele abriu o set com “pistolero” e encarou o sol com muito bom hu-mor com direito a sombrinha e tudo, pelo menos não era da “O”, suas dancinhas eram pura psicodelia. Ao cair da noite o Grouch que já havia se apresentado pela tarde na Goa to-cou também no mainfloor e com seu prog dark puro creme do milho verde foi com certeza a unanimidade do festival. No dia 30 depois de um banho de mar, junto com al-gumas amigas apelamos para um banho de torneira pra tirar o sal. Parece que todo mundo resolveu ir tomar banho nesse horário e as filas dos chuveiros estavam enormes. Como fi-car salgadinho não rola, pq é assadura na certa, tiramos o sal

abaixados nas torneirinhas fora do banheiro mesmo... kkk.

Feito isso estávamos prontos para a bela tarde de prog cre-moso que iria rolar. O Psychowave colocou todos os ma-ços pra dançar, o Symphonix fez uma das melhores apre-sentações inclusive com um remix da música mais tocada desse Up a “Expect What” do Neelix que levava a pista ao delírio sempre que rolava, na seqüência o Day Din fez o que se espera dele e provocou o maior chafurdo na pista, uma verdadeira celebração de sorrisos com sua seqüên-cia de hits, o prog teve continuidade com o duo brasileiro Formatick seguido pelo Klopfgeister que fez a pista flutu-ar com “shadow of a smile”. Ainda curti o Sensifeel e o Fabio leal daí teria inicio a noite mais dark do festival e é nessa hora que o leão da montanha aqui sai pela direita.

No dia 31 o clima da virada já estava presente, já estávamos totalmente familiarizados com o espaço, a bar-raca já é chamada de casa, e já temos uma rotina de vida na cidade UP. Acordar, tomar açaí, dar um mergulho no mar, tomar banho, comer alguma coisa, provavel-mente na pizzaria dos Elfis, italianos super divertidos e com uma pizza divina. Muitos já fizeram compras na feira hippie, outros curtem a programação do cine... En-fim é muita informação se desenvolvendo paralellamente.

Se já estávamos totalmente entrosados com o func-ionamento do UP, nessa altura já tínhamos motivos também para não curtir o bar, os funcionários eram pura simpatia, mas a catuaba que acabou nunca foi reposta e não se vendia gelo, que no calor da Bahia é tão necessário quanto água.

Voltando à programação, a tarde foi novamente pro-gressiva e linda, o primeiro que acompanhei foi o Aerospace, logo em seguida entrou o Protônica que quanto mais o sol esquentava, mais gás ele mandava pra pista, ouvir ele tocar “floating point” é sempre um momento especial. Minha grande

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surpresa foi a energia que o versus do Max Grillo com o Fa-labella conseguiram fazer brotar na pista, só amigos no front e o clima era de pura positividade, clima que se manteve no Live empolgante do Haldolium, último a tocar antes do break. No momento mais esperado de todos o main-floor como sempre fica pequeno pra tanta gente, é muito calor humano. A galera de Aracaju em peso estava toda junta para brindar o novo ano que vem cheio de misté-rios e teorias de renovação de energia. Mas até por toda essa mistificação em torno da data senti falta de magia no rito de celebração da virada, principalmente se com-parado á intensidade do que aconteceu no UP10. As apre-sentações que aconteceram passaram despercebidas.

Mas em compensação, o Burn in Noise como sem-pre faz, literalmente incendiou a pista. No alto do palco surgiu mais um robô na decoração, sentado em posição de lotos, a flor símbolo do SAHASHARA, o sétimo e o mais importante dos chacras, situado no alto da cabeça e rela-cionado com o padrão energético global da pessoa, e ati-var o SAHASHARA dos presentes devia ser a sua função.

Logo depois da virada, segui com alguns amigos numa divertida jornada para a pista alternativa com direito a uma parada no Power point para recarregar as baterias peda-lando nas bikes. Só voltei para o main junto com os primei-ros raios de sol de 2012, a tempo de pegar a linda apresen-tação do Goasia, psicodelia da melhor qualidade, mas com certeza pelo fato da pista estar longe do mar ela estava mais vazia do que de costume nas primeiras manhãs do ano.

Apesar de ser a oitava vez que vivenciava aquilo tudo, a alegria estava estampada no rosto, por poder estar ali naquele momento rodeado de tantas pessoas queridas, am-izades cativadas ao longo desses anos envoltos nessa cultura linda, algumas delas surgidas já na primeira vez que fui no UP 05, outras tantas surgidas nas páginas da internet por sinto-nia de energia e firmadas em solo baiano, mas todas elas sin-ceras e marcantes, e já são tantas que até me fizeram ganhar o carinhoso apelido de prefeito do UP, é uma troca de energias muito bacana e a única coisa que tenho a oferecer é o meu sorriso e um lema bastante simples, gentileza gera gentileza!

O primeiro dia do ano foi puro crock do bailado, a rainha Ekanta sempre dando nó na pista como só ela sabe fazer, apesar de alguns deslizes (ops ninguém viu!), Treav-or, Loud, Ectima, Kularis Ritmo, Ritree, e dá-lhe progres-sivo e em meio a tantos gringos o carioca Do Anolog Drink fez bonito e encantou a pista. Ainda vi as apresentações do Merkaba e do Martin, mas a essa altura, depois desse dia lindo em que pude revigorar todas as energias para encarar o novo ano que começou, já ouvia a minha barraca me chamar para revigorar as energias deste dia em específico... kkk.

Depois de uma bela noite de sono os trabalhos no front de batalha do mainfloor precisavam seguir continui-

dade, é dura a vida de prefeito... kkk. Meu dia começou com Fabio Fusco, ele conseguiu me colocar pra fora da pista na primeira musica, tocar satisfaction num festival como o universo paralello chega a ser uma afronta ao pu-blico presente... (ok não precisa lembrar que o Felguk já fez essa besteira antes). Mas tudo bem, ele conseguiu me puxar de volta pra pista e já estava lá bem na frente quan-do encerrou sua apresentação com “Bugs Nightmare” fazendo sair do chão até a galera do bar lá do fundão.

Depois de toda essa adrelina, uma bela apresenta-ção do Krama, outra que entrou para o hall das melhores do festival, fez a pista viajar com “across the sea” e se em-polgar com o remix de “Feel good inc” do gorillaz. O dia ainda teria o Live do mestre Swarup, que sabe como nin-guém orquestrar a pista com uma simples olhadinha dis-creta, anunciando que vem pedrada na sequência. O clima nessa tarde era de positividade plena e a dupla do 28 cap-tou essa vibração num live cheio de energia numa simbi-ose mágica com a pista. O vigor do momento me motivou a sair tirando milhoes de fotos com todos os conhecidos.

O gabe ainda nao tinha aparecido no UP e o Rik-tam tocou sozinho no Growling Machine, momento de pura nostalgia na pista, quem quiser que fique com suas teorias undergrounds, mas ouvir e cantar “Switchback” ao lado de amigos do brasil inteiro foi bom demais!!

Dia 03 já começa meio que o clima de despedida, muita gente já foi ou está indo embora, a pista vai se tornando cada vez mais um espaço dos freaks e guerreiros do psy, mas no palco ainda grandes apresentações ao longo do dia. Minha expectativa era ver ao vivo como se comportaria o live do Capitain Hook, ainda não tinha absorvido mui-to essa historinha de “transtep” e vê-lo na pista só serviu para confirmar o que eu achava: prog e dubstep são como água e óleo, não se misturam, cada qual no seu cada um!

Colocar uma musica como infelizmente fizeram to-dos os djs de prog é até aturavel pra seguir uma tendên-cia e tal (tendencias passam ..ufa), mas uma apresentação inteira vai se tornando extremamente massante, quando você está encaixando na pegada do prog vem uma tem-

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pestade e sacode tudo, na terceira vi-rada de estilo a apatia da pista já era evidente. Mas vendo de forma isola-da até tem alguns resultados interes-santes como em “Captain Hook Vs. Freedom Fighters – Marshmallows”.

O Emok que não estava na escalação do livrinho fez uma bela apresentação ai no mainfloor e a tar-de seguiu numa sequência bastante empolgante, o Logica foi um dos momentos de pura emoção quando o Bashkar subiu no palco para abraçar o irmão Alok, que seguiu tocando soz-inho mostrando sua maturidade como na nova música “It’s all eletronic”, em parceria com o Avalon , o The first Stone, dispensa qualquer comentário, e sempre traz uma euforia indescritív-el para o mainfloor, são com certeza um momento marcante em cada ed-ição. Dando seguimento ainda teve o Dickster, um grande vs do Dimitri com o Mack, e a linda Thatha com o seu live Altruism sempre cheio de ritmo e bem grooveado mostra que a mulherada também sabe comandar mandando musicas como “Numbers”, “Pink Noise”, “DMT”, “Fat beat”.

Ainda tinha muita coisa boa pra acontecer, o Shove, o Wrecked Machine, o Freakulizer, o Swarup... mas os pensamentos já começavam a se voltar para o dia seguinte com o fim do festival, desmontar acampa-mento e seguir estrada. Os encontros já eram em tom de despedida, abraçar os amigos e guardar na saudade todos os belos e intensos momentos vividos. É muito difícil controlar o sentimen-to de tristeza e vazio que tenta tomar conta, mas um novo ano nos aguarda, nos resta transformar a saudade em semente para a ansiedade pela rápida chegada do próximo festival, guar-dando essa sementinha da sua essên-cia para que ela continue sempre a ser replantada, “afinal de contas o que é o ano senão o intervalo de tempo entre dois festivais de réveillon?”. Que as nossas linhas paralellas con-tinuem a se encontrar no infinito dos próximos Universos Paralello!

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Fotos

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Camilla Albano facebook.com/CamillaAlbanoFotografia

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Rodrigo Gomes www.rcgomes.com.br

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Marco Lisa aka Elem

ent

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Silvio Sato

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Antes de se tornar DJ você já vivia a músi-ca eletrônica. Você se lembra de como en-trou neste universo?Tudo começou com 15 anos, em um fim de ano eu conheçi uns amigos que estavam in-fluenciados pelo movimento clubber que recém tinha chego a nossa região, comecei a ouvir drum n bass, dance music,mais tarde fui me aprofundando nos estilos, escutando house,tecno,techouse até chegar no psytrance.

Sua carreira como DJ começou em 2005. Como surgiu o interesse em se tornar um DJ?Logo nas primeiras festas mesmo as de ga-ragem que ia na adolescência, eu tinha in-teresse em discotecar,aos poucos tudo se en-caixou meu vizinho era promoter das baladas eletronicas em joinville, ele lançou varios djs da cidade, e com ctz eu tive o apoio dele,me deva cds com sets gravados,e me dava dicas basicas,a minha primeira grande festa como profisional foi o meu grande padrinho da noite Dangelo peixer que arrumou, com ctz devo muito a ele e a outros djs de joinville que me ajudaram no inicio de tudo, Ruan suiço, gigante, zeca, e muitos outros, mais de alguma forma ou outra me ajudaram no ini-cio.

O que a música eletrônica significa para você? Muita coisa, a musica eletrônica me apresen-tou muitas pessoas que hoje eu posso dizer que são meus amigos mesmo, me fez viajar

por lugares que eu talvez nunca teria conhe-cido se não fosse ela,alguns bens materiais, e momentos inesquecíveis que com certeza eu vou levar pro resto da vida, musica eletrônica é parte de mim e da minha vida, que ainda hoje gira em torno do meu dia a dia.

“Música eletrônica é barulho, não é músi-ca” e “DJ não é músico, é um tocador de CD” Você concorda com essas afirmações feitas pelo jornalista Marcelo Moreira em um artigo publicado no blog dele?Minha mãe sempre me dizia quando você for criticar algo tem que no minimo fazer igual ou melhor, e não sei que embasamento ele tem para falar da musica eletrônica, esses tipos de “Profissionais” não devemos nem dar ibope,na visão dele musica eletrônica é barulho,na minha visão outros estilos são ap-enas barulhos mas não cabe a mim vir aqui citar os mesmos e julgar, nós sabemos quem nós somos e o que sentimentos com a musica eletrônica,isso basta.

Quais as suas principais influências no começo da carreira e atualmente?No inicio da carreira com certe-za Alien Project,Psydrop,Space tribe,cosma,talamasca.1200 mics,broken toy,quantum,hoje em dia as musicas e as cir-cunstâncias mudaram muito tanto , no ini-cio era Dj set, agora sou produtor, com as produções não busco influencia somente na musica eletrônica e sim em vários outros esti-los, e ouço de tudo um pouco.

Você se lembra da primeira festa que to-cou?Lembro sim, foi em 2005 em uma boate em Santa catarina,foi o dia mais nervoso que fiquei em frente aos cdjs,na epoca os pionner 100S,lembro que consegui acertar o pitch da primeira virada quase no fim da musica, mas no fim deu tudo certo.

No começo você possuia um projeto de full on em parceria com o James Medeiros, o que fez você ir para o progressivo?James foi o cara que me ensinou quase tudo que sei sobre produção, quando nos conhec-emos eu fazia somente Dj set e juntos forma-mos o Double Collision, ele fez alguns anos de teoria musical,toca varios instrumentos com certeza o meu professor, eu sempre quis ter um projeto solo e quando comecei a pro-duzir o Vegas o Double Collision estava no seu melhor momento, eu não queria fazer outro projeto de Full on, e optei continuar na psicodelia e resolvi abaixar a BPM,era bom ter 2 lives assim sempre quando fechamos uma festa para o Double Collision eu ofe-recia o Vegas, e o pessoal foi conhecendo o novo projeto, com o passar do tempo o James tomou outros planos a sua carreira, tanto eu quanto ele não vivemos somente de musica, então eu fiquei assumindo o DC e o Vegas, impossível pra mim naquela epoca trabalhar, produzir 2 projetos e ainda tinha a faculdade,com o passar do tempo o Vegas começou a ter mais procura do que o DC,ao contrario do que muita gente pensa e até

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já perguntaram pra mim eu o James nunca demos um fim ao Double Collision, semana passada saiu pela Yo soy Recs uma musica do DC,mas as produções pararam, pelo me-nos por agora, mas não teve um ponto final, o dia que o James bater aqui na porta do stu-dio e falar pra nós fazer uma musica juntos com certeza iremos fazer

Além da mudança nos bpms como você vê o seu som de hoje em relação ao de 5 anos atrás?Sem sombra de duvida primeiramente a qualidade, de 5 anos pra cá o que apre-ndi com mixagem e masterização nem se compara,agora em características posso afir-mar que pouco mudou,se você ouvir musicas do DC vai ver que o Vegas é praticamente um irmão mais novo dele hehe.

Por que Vegas e como você explicaria o seu som para aqueles que não conhecem?Eu pensei em vários nomes artísticos para meu projeto de progressivo, primeiramente eu queria um nome que fosse de fácil pro-nunciação e que pegasse rápido,meu sobre-nome é Veiga, do Veiga veio Vegas, ideia meio loca que no fim pego, eu pensei em outros nomes como Psybox,Psygate,Zyper, mas se parar para ver ainda bem que escolhi Vegas hehehe, Meu som é Psytrance pro-gressivo, linha de baixo forte, e muitos vo-cais psicodélicos.

Você já tocou em várias festas pelo Brasil e também pela América Latina. Existe al-guma que mais lhe marcou? Por quê?No Brasil não preciso nem falar em Universo Paralello, mas uma das festas que me marcou foi Psyproject em Vitoria no Espirito Santo, foi na beira do mar,tudo perfeito, e muita gente já conhecia meus trabalhos, foi in-esquecível, no exterior Moonflower festival na patagonia argentina é algo inesquecível, não existe palavras para explicar o que é aquilo, se voce gosta de psytrance tem que um dia ir a este festival, não tenho palavras para explicar, somente indo para entender o que é o festival, eu fui em 2010,2011, ago-ra em 2012 fui convidado novamente, mas por compromissos aqui no Brasil não posso ir.houve outras festas em em Buenos Aires muito underground, foram varias na Argen-tina que me marcaram muito.

Como produtor você já teve tracks suas entre as 10 mais vendidas no Beatport. Se lembra da primeira track que produziu? Que poderia chamar de track seria Double Collision-Infected .penso em fazer um RMX do Vegas com ela.

Onde você busca inspirações para pro-duzir suas músicas? Em tudo, no meu dia a dia, eu demoro para produzir uma musica, eu poderia produzir uma por dia se quisesse, é rápido, mas não te-ria sentimento, musica pra mim tem que ter

historia e sentimento, da composição ao nome da musica eu penso em cada detalhe, já teve vezes de estar ouvindo outro estilo e ter ideia de fazer uma musica, Zarabatana é uma delas com levada de reggae.uma vez eu li uma frase que dizia que as pessoas nunca se lembram de quem você é, ou o que você faz, mas sim do que você faz elas sentirem, e pra mim esse elo de conexão é a musica,por isso cada produção é feita com muita calma e em momentos de inspiração ,no studio imagino as pessoas na pista dançando e a coisa vai fluindo.

Na sua opinião qual a melhor track que você já criou?Vegas-Vegabass

Como surgiu a “Índio Maluco”, de onde tirou o refrão da música?A primeira versão dela é bem diferente essa versão é um final mix,é uma musica bem an-tiga eu tinha receio de tocar ela pelo vocal em portugues,mas eu lembro que a primeira vez que toquei a versão antiga a pista explodiu então fiz a versão nova, ela foi lançada em 2010 pela Groove Control recs (alemanha), o audio é de um relato sobre uma experiencia com ayahuasca, que é um chá indígena .

Recentemente você tocou no Universo Paralello, consegue resumir em poucas pa-lavras como foi essa experiência?A realização de um sonho,pista cheia,energia positiva, como eu sempre sonhei,foi o festival mais organizado que eu ja toquei em toda a minha vida,foi a minha primeira vez na Ba-hia, suficiente para se tornar inesquecivel.

Para alguns, nomes como Day.Din, Fábio Fusco, Captain Hook estão fazendo um “progressivo comercial”, não tem aquela batida do “bom e velho prog”. Como você enxerga esses projetos?A qualidade dos sons deles é indiscutível, todo produtor queria ter uma linha de baixo forte igual Day din ou Captain Hook,Day din eu escutei no Universo Paralello,e percebi que o live dele esta bem mais comercial em com-paração aos outros projeto de progressivo,ele optou em seguir essa linha e olhando sua agenda se ve que esta dando certo, eu não tenho essa intenção,creio que aos poucos vai se criando um novo estilo, o próprio Captain Hook já denomina o som dele como Trance Step.

Nesta última edição vimos várias pessoas subindo na caixa, fechando o notebook de DJs. Para os frequentadores mais antigos essas atitudes acabam prejudicando a ima-gem do festival e a tendência é “piorar” a cada ano. Como artista, qual a sua opinião sobre essas atitudes? Elas acabam prejudi-cando o festival?Sim , lugar do publico é no Dancefloor, nin-guém gosta de ser incomodado em seu trab-alho, alem de sujar a imagem da festival atra-palha o trabalho do profissional que está no

palco, , respeito tem que ser mutuo, seu limite termina aonde começa o meu e vice e versa.

Você já está há mais de 6 anos neste mundo eletrônico? Como você definiria as festas de antigamente para aqueles que estão en-trando agora?Com muito menos drogas,muitas amizades,a musica era a prioridade, eram longe e só ia quem gostava mesmo, se fazia muitos mais amigos , não que hoje em dia não esteja bom, mas as coisas mudaram muito, algo normal pela comercialização da cena.

Qual a sua opinião sobre as “festas com-erciais”. Acredita que elas estão deixando de lado a psicodelia e toda a essência de uma cultura e focando apenas nos lucros?Uma empresa não vive de elogios, ela pre-cisa de dinheiro,é um ramo que já trabalha na casa dos milhões por evento, a essên-cia da cultura creio que nem é levada em consideração nas festas grandes,creio que a culpa não é da organização,vejo varios eventos grandes que tentam fazer a cultura como outros não,mas do que adianta se o publico frequentador não colabora, festa psi-codélica sempre foi em poucas pessoas em lugares paradisíacos,festas grandes em outro estilo, se fosse me perguntar se gostaria de tocar em uma mega festa eu com absoluta certeza diria que sim.Todos sabem que o Un-derground não traz lucro é muito mais amor do que dinheiro,porem nem tudo nessa vida é dinheiro, enfim pra mim são duas “Vibes” diferentes, profissionalmente eu gosto das duas.

Como você vê as festas e festivais daqui alguns anos?Sinceramente eu não sei,estamos vi-vendo uma metamorfose na cena, quan-do comecei na cena o tecno e techouse predominavam,sumiu e veio o psytrance, agora voltou,então só esperando para ver,as festas e festivais giram em torno da musica e a musica vive mudando,é tudo muito ins-tável na minha opinião.

Quais projetos você recomendaria para aqueles que gostam de Vegas?U-recken,Elegy,Strange Doctors, e obvio Double Collision hehe.

Quais os planos para o futuro?No momento terminar meu primeiro álbum, espero conseguir terminar esse ano, já tenho 4 tracks prontas, no demais tudo é muito incerto,quem sabe um dia viver só da mu-sica.

O que a música eletrônica trouxe de posi-tivo para a sua vida?Uma forma diferente de enxergar as coisas e as outras pessoas, difícil explicar, muito difícil mesmo, mas meu dia a dia gira em torno da musica eletrônica, e até agora só

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Se você viu um jovem neozelandês de longos dreads, com seu ray ban wayfarer verde andando pelo fes-tival e não conseguiu assistir suas apresentações na pista principal e no main stage, sinto lhe dizer mas você perdeu duas das melhores apresentações do UP#11. Esse neozelandês é Oscar Allison, nome por trás do projeto, de um som inexplicável, Grouch.

Durante um bate papo Oscar falou sobre sua experiência em tocar no Universo Paralello e um pouco da sua história na música eletrônica.

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crédito: Pascal PsylomedaQuanto e como você começou na música eletrônica?Descobri pela primeira vez o maravil-hoso mundo da produção de música eletrônica quando eu tinha 12 anos. Um amigo da familia, que estava mo-rando conosco naquele tempo, que me apresentou a um programa chamado Impulse Tracker. Mas não foi até eu ter 16 anos quando minha irmã me apre-sentou ao Fruity Loops e então perce-bi naquela época que este era o meu “chamado”, e eu tenho estado “gru-dado” na tela do computador desde então.

Quais influências você teve no começo da sua carreira?Sempre fui altamente inspirado pelo movimento Dub-roots da Nova Zelân-cia. Nós tempos uma incrivelmente única e poderosa cultura Dub com gru-pos como Fat Freddies Drop, Trinity Roots, Salmonella Dub e Pitch Black, somente para citar alguns.Eu também era envolvido com a cena Hip-Hop e Drum & Bass quando eu era novo e estava produzindo Dub, Hip-Hop e Drum & Bass até os meus 21 anos. Alguns dos primeiros festivais de música eletrônica na Nova Zelândia como o The Gathering e Visions mostr-aram-me um mundo novo de possibili-dades. Com a ajuda e guia do selo de minimal psy da Nova Zelândia, Cosmic Conspiracy Records, estas influências plantaram as sementes que cresceram e me fizeram tornar o que sou hoje.

Qual é o significado do nome do pro-jeto?Grouch é meu apelido desde que eu tinha 5 anos de idade na escola pri-maria, referindo-se à nossa criatura verde, peluda e mal humorada favori-ta, “Oscar the Grouch”, que mora em uma lata de lixo. Oscar despeja seu desgosto a sociedade, chamando even-tos como Natal e a simples felicidade como inúteis invenções humanas. Fe-licidade deixa ele irritado, o que o de-ixa feliz, o que o deixa irritado… bom, vocês entenderam. Ele prefere sua ter-ra de lixo e seu verme de estimação, Slimey, que explora de dentro pra fora e de cima pra baixo a terra de Grouch através de um portal interdenomina-

cional localizado na parte inferior da lata de lixo.

Quando foi a primeira vez que você tocou no Brasil?A primeira vez que vim ao Brasil foi em novembro de 2011 e eu toquei em uma festa da Zenon Records, em São Paulo, e lá eu fiz tours até o UP.

Como você vê o comportamento do publico brasileiro comparado com os de outros países?Eu achei os brasileiros bastante calo-rosos e extrovertidos, sempre felizes e tentando se aproximar de mim (mesmo eles não falando inglês). Os brasileiros, mais que qualquer outro povo que eu conheço, gostam de mostrar seus cor-pos imaculadamente tonificados e/ou tatuados em toda chance que tiverem. Na estrada eu tenho certeza que vocês são os motoristas mais insanos do pla-neta, mais ainda do que na Índia! O Brasil como um todo e seu povo são alguns dos meus favoritos no planeta, com uma quantidade surpreendente de cultura e diversidade. A propósito, vocês fazem o melhor churrasco do mundo e eu não posso esperar para cravar meus dentes em mais alguns pedaços de CARNE!!

Qual foi a melhor track que você já criou?Eu realmente não consigo responder

essa pergunta. Eu gosto de tracks dife-rentes por razões diferenes. Apesar de que parece que eu sinto mais prazer em escrever músicas mais dub ou com ba-tidas quebradas.

Conte-nos um pouco sobre seu últi-mo CD: Further.Further é um album que eu comecei na Nova Zelândia e finalizei aos pés dos Himalayas e leva você a uma jor-nada ciclica do nascimento à morte, começando com um batimento cardía-co dub e movendo-se através de sons intrincadamente “tecidos” (PQP, não sei o q ele fala aqui) que misturam dub, tech, progressive e psicodelia ter-minando aonde começa, na batida do coração.

Você acredita que você é capaz de transmitir alguma mensagem através de sua música? Que mensa-gem é essa?Minha mensagem principal na vida é enfrentar seus medos e seguir seu co-ração pois esse é um caminho para a verdadeira felicidade. Nós temos real-mente muita sorte de estarmos vivos neste planeta e se esta mensagem con-segue chegar às pessoas, então eu sou um homem feliz.

09. What were your favorite presenta-tions?--””-- dont understand question??

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crédito: Pascal Psylomeda

--dont understand question??

Como você vê a relação com a música no começo da sua carreira e agora?Em sua escência não há diferença al-guma entre agora e quando eu comecei a compor/produzir. Eu amo fazer músi-ca com todo meu coração. A diferença é que agora eu posso viajar o mundo inteiro e compartilhar este amor com as pessoas.

Quais são as suas maiores satisfa-ções e decepções em ser um DJ e/ou produtor?A melhor parte do que eu faço é sem-pre ser o autor da música. Além disso, enfrentar meus medos e me apresentar para milhares de pessoas faz-me ter o sentimento de missão cumprida e eu cresço muito mental e espiritualmente com estas experiências.A parte ruim é que algumas vezes eu não tenho muito tempo para produzir novas músicas agora que estou viaja-ndo tanto em tours. Mas no próximo ano estou planejando passar o maior tempo do ano em um único lugar, em uma praia em algum canto, talvez em Goa (India) ou Brasil, onde eu possa liberar alguma criatividade.

Qual é a sensação de tocar em um festival como o Universo Paralello?Pra mim é sempre uma experiência transformacional tocar minhas músi-cas paras as pessoas, especialmente em grandes festivais onde a energia é extremamente impressionante.

Você tocou no 303 Stage e no Main Stage. Ambas apresentações foram muito elogiadas. Conte-nos um pou-co sobre elas e qual foi a sensação em cada uma delas.A vibe no 303 stage era tão grande quando eu toquei, um cenário tão ín-timo na praia e um publico muito re-sponsivo. O Main Stage era surreal. Um oceano sem fim de gente e um sound system impressionante, perfeito para eu mostrar minhas músicas que utilizam bass pesados. E uma menina que quase acabou com tudo, que tentou pular sobre a mesa do DJ e meus equi-

pamentos para me estuprar no palco, foi hilário e tenho certeza que não es-quecer disso tão cedo.

Você também esteve com o publico, na pista de dança, homenageando e curtindo outros artistas. Qual apre-sentação você mais gostou?A minha apresentação favorita no UP foi definitivamente a banda Pe-dra Branca, de São Paulo, os quais absolutamente me surpreenderam ao tocarem, com maestria, seus instru-mentos orientais e suas batidas ele-trônicas muito boas. Outros destaques teriam que ser meus irmãos da Zenon, Merkaba-Kalya Scintilla, Diza vs Er-rado e Fabio Leal, e outros como Ana-log Drink, Necro Psycho, Fabio Fusco, Gao, Stoned Aliens, Alanita, Khainz e Ketastep.

Qual é o seu ponto de vista em rela-ção ao festival comparado com out-ros em que você já tocou? O que ne-cessita ser melhorado? O que pode ser ensinado?Adorei o Universo Paralello e ter toca-do lá foi definitivamente um destaque em minha carreira. Adorei também o lugar na praia e o sound system do Main Stage estava animal! De modo geral a produção foi incrível e a vibe foi muito boa. As únicas coisas que eu consigo pensar para fazer seria ter uma fonte de água potável gratuíta para as pessoas para todos os 8 dias e eu também acho que seria legal ver alguns estilos de música diferente rep-resentados no Main stage. Algumas bandas ao vivo naquele palcoseria destruidor e artistas como Opi-uo, Spoonbill, Tipper e Tom Cosm iria destruir o lugar! :)

Quais projetos você recomendaria àqueles que gostam do Grouch?Qualquer coisa vinda das gravado-ras Zenon, Cosmic Conspiracy, Audio Aashram, Uroboros, Open, Occolta, Terrakroma e artistas como Frech-bax, Knobs, Bird of Prey, Hedflux, Mr Squatch, Radio Acive Cake, Sonic Tickle, Opiuo, Legacy, Tipper, Sun in Aquarious, Organikismness, Soulware, Spoonbil, Spoonhead, Tom Cosm.

O que podemos esperar do Grouch nos próximos meses? Algum CD sen-do preparado?Além do trabalho no meu album com a Zenon records e algumas tracks para compilações, uma com o cabeça da Cosmit Conspiracy, DJ Wizdumb, a ser lançada na próxima compilação da gravadora. Tom Cosm e eu estamos produzindo um EP colaborativo que será lançado em seu website gratuita-mente e também um album de música com bass glitchy experimental e mid tempo com remixes de Hedflux, Sun in Aquarius e Organikismness e colabo-rações de Kalya Scintilla (Merkaba) e Bird of Prey. Estou também montando uma enorme compilação das minhas músicas de 2000 pra frente (mais ou menos 60 tracks) e irei liberar gra-tuitamente junto ao meu web site em algum tempo mais tarde neste ano. E também virei ao Brasil para uma tour em Outubro, então fique ligado!

Cite 3 tracks que estavam no seu setlist.Mutation_-_Everyone is creative-Grouch Rmx (open records),Grouch-_- Mayan Toolkit (zenon Re-cords),Grouch_-_Tin foil Bowler (unreleased)

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Loud, Ritmo, Merkaba, Grouch, Avalon, mas meu predileto foi o Piet do Protonica no final da tarde. A pista estava com uma energia in-crível. Qual o seu ponto de vista como DJ e como público em relação ao festival?O festival esse ano foi muito bem organizado. O bar sempre estava com bebidas geladas, a praça de alimentação oferecia bastante di-versidade e os preços estavam condizentes com a realidade do público, banheiros sempre limpos e a estrutura foi muito bem montada. Como DJ fico contente de ver tanta gente nova pintando em nossas terras e fico triste de ver alguns ar-tistas não podendo estar conosco e espero que estejam nas próximas edições. Em três edições de UP e uma de 303 Art Festival? Qual a mais lhe marcou?Como DJ esse foi o mais especial pois pude estar presente no line-up, mas como público, o UP09 em Pratigí foi o mais especial de todos. Não consigo enumerar todos os

fazendo seu papel de trazer mais e mais e mais e mais gente para seu dancefloor. Entretanto muitas delas acabam pecando nas suas atrações, nos seus valores, enfim... Qual a sensação de tocar em um festival como o Universo Para-lello?É a realização de um sonho. Sem-pre foi um objetivo traçado desde o início e chegar lá é algo inesquecív-el. Você já tocou em festas como Tribaltech, Electrance, XXXPe-rience como você vê a reação deste público para os que esti-veram no 303Stage?A energia do pessoal sempre foi muito bacana, nunca tive o que reclamar dos lugares aonde toquei. Todos tem seus momentos especi-ais mas estar ali foi muito legal e quero espero estar lá novamente nas próximas edições. Além de tocar no 303 Stage, você freqüentou muito a pista princi-pal. Qual artista você mais gos-tou?Difícil resposta. Gostei muito do

Você se lembra da sua primeira apresentação? De lá para cá o que mudou no seu som?Lembro perfeitamente, estava tre-mendo de nervoso. rsDe lá pra cá muita coisa mudou, a técnica se apura a cada dia que passa, você acaba desenvolvendo cada vez mais suas ferramentas, seus ouvidos, seu feeling de pista, e no meu caso mudou completa-mente até o estilo de som. O que a música eletrônica sig-nifica para você?Vida, paz, amor, alegria.. Uma mis-tura de sentimentos completa. Hoje em dia muitos estão aban-donando as festas comerciais e se aventurando em festivais na-cionais e até mesmo internacio-nais. O que essas festas devem fazer para reconquistar esse pú-blico?Acredito que isso é um processo comum. A cada ano que passa as pessoas se tornam cada vez mais críticas, o que faz com que busquem novos lugares para sua satisfação sonora. As festas “com-erciais” assim por dizer continuam

Há quase dois anos poucos se arriscariam em dizer que o projeto Element tocaria logo em seu primeiro ano como DJ em um festival como o Universo Paralello ou teria centenas de milhares de seguidores em sua Fan Page (facebook.com/el-ementmus). Mas a rápida ascensão do paulista Marco Lisa no cenário eletrônico se deve ao amor do artista por essa cultura.

Enquanto muitos entram neste mundo por status ou por modismo para Marco ser DJ “é um sonho realizado” e percebemos isso na energia que ele coloca em suas apresentações. Por falar em apresentação os poucos que resistiram a virada do ano, puderam presenciar um belo set de progressivo executado pelo artista no 303 stage.

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pontos e nem dizer o porque exata-mente... mas foi incrível. Nesta última edição vimos várias pessoas subindo na caixa, fechando o notebook de DJs. Para os frequentadores mais antigos essas atitudes acabam prejudicando a imagem do fes-tival e a tendência é “piorar” a cada ano. Como artista, qual a sua opinião sobre essas ati-tudes? Elas acabam prejudican-do o festival?Infelizmente essas atitudes acabam tirando um pouco o brilho do fes-tival, mas acredito ser um tanto quanto inevitáveis haja visto que não se pode controlar todo o públi-co que frequenta o festival. Talvez limitar a presença deles em cima do stage por mais que seja chato, talvez seja necessário.

Universo Paralello, um sonho realizado certo? Qual o próximo passo?Tem acontecido tanta coisa ao mesmo tempo em minha carreira que as nem acredito em tudo. Mas estar no main stage do UP, Ozo-ra, Indigo, Boom, Sonica, Burning Mountain talvez seja sonhos a ser-em realizados. Quais projetos você recomenda para aqueles que gostam de ou-vir o seu som?Egorythmia, Protonica, MUTe, Ner-so, E-Clip, Ritmo, Zen Mechanics, Ace Ventura, Rocky, Zyce, Lish, Static Movement, Shadow FX e por ai vai... Cite 5 tracks que fizeram parte do seu SET.E-Clip - Salvia Divinorum (Element Intro The Beach Edit) Ace Ventura - Maximum Overdrive Zen Mechanics & Egorythmia -

Dragon Fruit Egorythmia - Artic Down Sensient - Judgement Day (Ele-ment End Edit)

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Depoimentos por Benjamimvich Schuster

Quero estar em um universo onde os rotulos fiquem em outra dimensão,Quero um lugar onde todas as pessoas estejam na mesma frequencia, sintonizadas.Quero amigos, companheiros de viagem, amor de todas as formas... Quero entrar em transe total, esquecer que existe um ‘mundo’ lá fora que é tão cruel, esquecer dos problemas que se tornam tão insignificantes diante da felicidade que em mim transborda... fazer parte de um universo paralello em todos os sentidos. Sensações,sentir a brisa suave que toca cada pêlo de nosso corpo,sentir respirações, calores, frios, perder medos, quebrar paradigmas,sentir cada sorriso dado, retribuir...sentir SER e SER humano de verdade. Transcender... essa é a palavra que define. Passamos além desse mundo para um mundo onde sempre sonhamos,cheio de paz, harmonia, união... o tornamos REAL, o tornamos um universo ultrapassando qualquer e todo limite possivel... Sim, temos esse poder... Sim, esse universo existe... ele é o meu Universo Paralello...” Nana Bastos, Salvador – BA 2º UP (up 10 e 11)

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“Abro mão de muita coisa “só “por esses 7 dias, mas eu preciso disso, isso me completa, me faz mais feliz. Lá eu posso ser quem eu realmente sou, as máscaras caem. É uma fuga dessa sociedade hipócrita em que vivemos. 358 dias esperando por esses 7 sim! “”pq o Universo Paralello é uma ent-idade espiritual como um Deus”” é a nossa filosofia de vida, “in trance we trust” Amém” Aline Amorim, Rio de Janeiro – RJ 5º UP (UP 7, 8, 9, 10, 11)

“Quando penso no UP bate uma sau-dade daquela água laranja, das deze-nas de km percorridos no sol, de descobrir no primeiro dia o meu col-chao furado, de tomar um cafezinho com amigos e encontrar outros la perto da canhota, de cada abraço sin-cero e de cada lagrima de felicidade.” Aline Freitas, Indaiatuba – SP, 1º UP

“Não basta ser pobre sem dizer que: “Alegria de pobre dura pouco.” De Volta a civilazação, tentando me res-socializar ao mundo cão. Angustiado porém satisfeito, um pouco nostálig-co só de lembrar dos momentos de diversão ao lado dos amigos e de toda liberdade vivida nos ultimos dias!! Obrigado a todos que fizeram meu Festival Indescritivel. Desculpem-me por qualquer coisa. Fogem-me pala-vras mais posso afirmar que vocês são Ducaralho! *-* Já tô ansioso pra ter, ver e abraçar todo mundo no-vamente, principalmente os amigos de outros estados! Um forte abraço. NAMASTÊ!!! 3õ” Diego F. Roberto, Rio de Janeiro – RJ 2º UP (UP10 e 11)

“Ai cara, tantos momentos, tantas risa-das. Camilla Albano me conhecendo e me chamando de danadinha. O cara da barraca de açaí que andou comigo na praia trocando ideia e no dia seguinte tava lá trabalhando amarradão. O Ra-phael Carvalho Ribeiro achando gosto-so chutar o toco de árvore. O abraço que o Benjamimvich Costa Schuster sempre me dava qdo nos cruzavamos pelo fes-tival, ele e sua canga laranja... rs. Andar perdida pelo festival como eu sempre faço. Cruzar aquela ponte que era meio ondulada... hahahaha Ah gente, tem muita história....” Gisela Ferreira, Rio de Janeiro RJ 3º UP (up 09, 10 e 11)

“Um dia qualquer no Universo Para-lello eu tava com uma amiga tentando explicar aquilo tudo, aquela energia, aqueles sorrisos, aquele sentimento único que só sentimos em conjunto naquela “reunião”, reunião sim, porque acredito que a Universo Para-lello é um evento único e de grande-za inestimável, é uma reunião onde seres especiais de diversos lugares do mundo se reúnem com a necessidade de satisfazer a sede de espirito, uma reunião de seres únicos que vibram na mesma sintonia, na mesma ener-gia, são pessoas que pregam o bem e que necessitam do bem vindo de outras partes, outros corpos, uma reunião que indiscutivelmente existe pelo destino, destino esse que de al-guma forma iria reunir todas aquelas pessoas, aquelas almas, aqueles seres que vibram em tom índigo.

O Universo Paralello passa e conse-quentemente toda aquela troca de energia, aqueles sorrisos, aquelas vi-brações, aquela reunião cessa, todos vão pra suas casas em todos os cantos do mundo, e a saudade fica, mas fica por sede do espirito, o espirito clama por aquelas energias de novo, por aqueles sorrisos, por aquelas vibra-ções de outros corpos, o espirito se al-imenta também, creiam, e o Univer-so Paralello é um banquete pra ele!

A ligação entre todos ali não vem de aproximadamente uma década, que é a “idade” do Universo Para-lello, a ligação entre nós vem de muito tempo atrás, mais tempo até do que vocês possam imaginar, mais tempo do que nossas próprias vidas!

A ligação entre todos nós é eterna, nossa sede de nos satisfazermos da energia do outro é infinita e onde estivermos, seja lá em qual vida for, graças a nós pra sempre ex-istirá um Universo Paralello cria-do pela nossa sede de vida!!” Ju-nior Pereira, Salvdor – BA 1º UP

“É uma nostalgia pesada e eu sei que não estou SOZINHA. Que dor é essa de saudades que nos envolve sem pe-

dir licença e se atreve até á aumen-tar á cada instante? Indiscutível: Só sente quem sabe. E vive aquilo tudo. Mundo paralello aonde você é o que você quer ser sem medo de ser fe-liz e longe de todas as mazelas que somos obrigados á conviver dia-riamente. Um exercício de felicidade.

Nesse festival eu vivi muitos momen-tos inesquecíveis ou alias, 99% daquilo tudo é inesquecível e mágico. Forti-fiquei laços antigos de fé, e o meu maior presente foi ter sido bem recebida com vários abraços esperados e inesperados, daquelas pessoas que eu nem imaginei conhecer mas que pararam por 1 min-utinho sequer só pra me reconhecerem em plena pista. Fiquei muito feliz, achei aquele gesto simples e amigo, de vários do chat na internet. Muitos eu apenas correspondi o “Oi” com um abraço e não tive tanto diálogo, mas saibam que significou bastante. Curtir o festival com sua própria cia também foi algo especial que aconteceu comigo, muitas vezes eu tomava a decisão de ir e vir quando e como bem entendesse. O auto conhecimento foi surreal. :)” Lais Mar-tins, natal – RN 2º UP (Up 10 e UP 11)

“Quando me perguntam, sempre falo que não consigo explicar o que é o UP, pq DE FATO, para mim a ex-periência vivida ali não dá pra expli-car, eu nunca consegui pelo menos ...Fui pro festival sozinha esse ano. Conheci e encontrei pessoas, mas sempre estava sozinha lá, e de certa forma, eu precisava disso, de não ter ninguém pra me encher o saco pra fazer as coisas. Vivi e fiz tudo no meu tempo, e qquando eu queria alguém comigo, SEMPRE TINHA ALGUÉM, sem sombra de dúvidas meu melhor festival” Larielly Miglio-rini Carvalho Barreto, Piracanjuba – Goiás 5º UP( up 07, 08, 09, 10 e 11)

“É muito além de uma festa de música eletrônica. É muito além de passar o reveilon em uma praia paradisiaca. É muito além do que se intupir com dro-gas...Universo paralelo é o cenário que possibilita a celebração de qualquer ser que chegue lá, isso ñ só pela a alegria

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contagiante de quem lá está, mas tam-bém pela serie de atividades que uma pessoa de bom gosto pode apreciar, seja em um dos Stages, seja tentando desco-brir um OVNI que curiosamente ficou posicionado entre o Main floor e a con-cha acústica (pipa com luzes), seja na bela praia de Pratigi.Várias pessoas lin-das na sua forma... Tinha dito que seria o meu último festival, por querer con-hecer outros “picos” e tals, mas com ta-manho capricho desse que achei espe-cialmente difereciado para melhor, fica díficil manter esse meu plano. #nacon-tagemdospróximos...” Leonardo Coo-perfild Nascimento Silva, Aracaju – SE

“Oq foi bom? Esse festival foi meu. Eu fiz oq quis, todos os dias, todos os momentos. Fui livre, fui com o vento e fui feliz. Curti cada momen-to... cada segundinho. 7 dias eter-nizados no coração, na memória e na alma. Dias e pessoas que são re-sponsáveis pela pessoa que eu sou.” Luiz Guimarães, Rio de Janeiro – RJ

“A pouco tempo atrás não curtia mu-sica eletrônica e não sabia porque tan-tas pessoas eram tão alucinadas por esse som! Descobri da melhor forma! Descobri um “Universo Paralelo” ao nosso mundo real, onde o cansaço físico descansa a mente, onde as pessoas es-tão abertas, sem máscaras, onde o amor é verdadeiro. Mesmo que isso dure ap-enas 7 dias! Nesse universo a vida é boa de se viver, as pessoas são belas em seu natural, você pode mostrar seu melhor e também seu pior e não ser jul-gado por isso. Pode encontrar amizades verdadeiras e levá-las para toda a vida mesmo estando a Km de distância.Descobri o que faz a musica eletrônica ser tão atraente, é o fato de te aproxi-mar de pessoas que você jamais con-heceria em outras ocasiões. É unir os opostos, conhecer outras histórias de vida, enquanto dança, dança, dança, dança, dança, dança, dança, dança, dança, dança, dança, ....” Mariana Ortiz de Godoy, Sorocaba – SP 1º UP

“Eu tenho certeza do quanto eu já sou devoto do UP, o quanto abdiquei de saídas, compras, viagens, valo-

rizando a importância de que Isso é importante na minha vida. Sim, Isso em maiúsculo, pq o Universo Paralello é uma entidade espiritual como um Deus, tá em todos os can-tos, em todas as vozes, músicas e to-dos caminhos nos levam pra lá, e o mais importante, nós sentimos Ele, o NOSSO festival, como muitos não sentem dentro de uma igreja. Por isso meus amigos, eu reafirmo, não chore pq não tem como, pq tem sim. Se você realmente quer MUITO Isso, que tudo o que mais queria e precisava era Disso, não pense duas vezes, lute para tê-lo, pq uma TV, uma cerveja, um computador, umas contas, objetos materiais, eles podem esperar, a sua felicidade não, e Ele, sempre estarás te esperando.” Mário Farias Maia, Fortaleza – CE 1º UP

“UP é + que uma obrigação, poderia ser uma religião , + na verdade acaba se tor-nando um estilo de vida , fui para o meu 4 universo, e realmente te digo se tenho algum vicio na minha vida esse vicio é essa viagem !!!!” Mauricio Barros, São Paulo – SP 4º UP (up 08,09,10,11)

“Esperei tantos momentos que n aconteceram como eu desejei,mas ganhei outros que nem esperei...” UP nos surpreende demais! 99% das vez-es são surpresas ótimas! Quem nunca se perdeu no UP? Lembranças que jamais serão esquecidas! Eu não tirei nenhuma foto, e acho que nenhum fotografo que estava la tirou, mas minhas lembraças estão muito vivas e muito bem guardadas! As emoções que senti lá, não esquecerei jamais! As experiências que tive muito me-nos! Os amigos que encontrei, fiz e revi serão sempre lembrados! Coisas que só num estado de paz, alegria e felicidade conseguimos, e que no UP nós ficamos nesse estado... Enfim, to só compartilhando... Cada um viveu o seu UP e cada um tem suas histórias...” Renan AV, Venda Nova do Imigrante – ES 2º UP (Up 10 e Up 11)

“Teve uma pessoa que eu conheci la. Conversei com ela por no maximo 5 min e, sinceramente, nunca ninguem havia

me feito sentir tao bem comigo mes-mo em um espaço tao curto de tempo. Era Lys o nome dela.... uma gra-ça de menina , e ela tinha tatua-do nas costas “EU SOU LUZ”. Quando perguntei pra ela so-bre a tatuagem ela me disse: “Leia o que esta escri-to na minha tatuagem...”“Eu sou Luz” respondiela sorriu, me deu um beijo gos-toso no rosto e disse algo como:“... e quando vc diz isso vc atrai a energia positiva de todo o univer-so pra vc...” Tony Pavan, laranjei-ras do Sul – PR 3º UP (09,10,11) “Uma das minhas maiores felicidades foi ter tido a experiencia de compartil-har dessa energia,desse lugar fantast-isco, onde nao importa o carro que vc chegou, a roupa q usa, oq bebe, qual a profissao...so importa o quao em sintonia com a musica e o ambiente vc esta,pois é isso que as pessoas ali,valorizam!!!” Victor Oliveira, Manus, AM

“O Universo paralello é tudo o que eu penso e espero todos os anos acon-tecer. Meu 5 Up e parece o primeiro, sempre as mesmas angustias, an-siedades, pensamento nos amigos que conhecemos lá , aqui, no avião, etc.. Cada dia que passa é um dia a + que nos deixa próximo da festa e lá é cada dia a menos de felicidade que temos pra voltar pra casa.” Vinicius Butt Pompeo, Rio de Ja-neiro – RJ 5º UP (up 07,08,09,10,11)

“O up é algo que não dá pra ser expli-cado em palavras, apenas vivenciado. Saudades sempre desses momentos vi-venciados, mas nunca vontade de voltar atrás e reviver o que passou, sempre na ansiedade da chegada do proximo festival para viver novos grandes mo-mentos a serem marcados nos arqui-vos da saudade” Benjamimvich costa schuster 7º up (05,06,07,08,09,10,11)

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Charts

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Eli Iwasa - BrasilMais uma vez, o Universo Paralello foi uma ex-periência inesquecível. Com a noite do Heaven & Hell no dia 29, muitos DJs amigos, e conhe-cidos de todas as partes do Brasil reunidos, tocar no UPClub foi a melhor maneira de fechar o ano, para começar 2012 com toda energia. Foi um pouco mais de uma hora, de arrepiar, de emo-cionar, de conexão com a pista. Magia pura!

- Electric Rescue - Dope- Kraak & Smaak - Let’s Go Back feat. Romanthony (Solumun Remix)- Maetrik - Revenge of Jack- Lorenzo Bartoletti - Slight Needles (Barem remix)- Joris Voorn - After the After

crédito: Chico Morais

Altruism - Brasil- Altruism - Gratitude- Altruism vs Burn In Noise - Intera- Altruism - Fat Beat- Altruism - Beyond Illusion - Altruism - A Gift

Joanna - Alemanha Eu acho que para todos os artirtas é algo parecido: Um show realmente especial. Quando eu comecei a tocar, a pista de dança, não estava muito embalada como estava de manhã. Mas assim que eu comecei a sentir que lá existia um publico lindo, foi muito fácil conseguir uma harmônica e feliz atmos-fera naquele lugar. Então em pouco tempo a pista estava cheia. Para mim e eu acho que para muitos outros naquela pista, este foi um lindo começo dentro do último dia desse louco e lindo festival. Eu curti muito mesmo.- Phaxe - Twist `n Spin- Sensifeel - Strange World- Fabio & Moon - Bug´s Nightmare- O.M.S. - Brummtag

Lee Jones - Alemanha Tocar UP foi uma experiencia unica. Eu viajei direto para lá após minha apresentação no Watergate em Berlim , e depois do uma troca confusa com o transporte em Salvador, cheguei dois dias depois sem ao menos dormir.Então, lá houve outra confusão com nossa acomodação e eu toquei após 3 dias sem dormir. Deixei o lugar diretamente para o Mexico onde toquei no BPM Festival, de novo com voos cancelados e uma troca de hoteis, enventualmente encontrei uma cama no dia 04/JAN... um cansativo começo para o ano novo. Ainda, um incrivel lugar. Brazil é muito lindo.

- Luke Solomun - Ultrasound (Losoul Remix)- Nik Frattaroli - Under Attack- Argy - It Feels So Good- Philip Arruda - Feels Like Space (The Junkies Remix)- Lee Jones - Duvel

Tim Healey - Reino Unido Esse foi meu terceiro UP. E eu amo isso. Che-gando no UP e desencadear uma hora do fino eletro-house, remix e ediçoes para a multidão é uma bomba! Eu classifico essa experiencia ao lado de festivais como Burn-ing Man (USA) and Fusion ( Alemanha). Obrigado Universo!

- Katy Perry - ET (Black Spark Bootleg)- Dada Life - Kick out the epic motherf*cker- Fatboy Slim - Ya Mama (Mogwai remix)- Skrillex and Wolfgang Gartner - The Devils Den

Symphonix - Alemanha UP foi um dos grandes momentos nos últimos tempos, e foi uma sensaçao incrivel tocar em frente aquela multidão impres-sionante.

- Symphonix - Taking Acid- Symphonix - Experimental Game- Neelix - Expect What (Symphonix Remix)- J&B Project - Light On (Symphonix Remix)- Symphonix - Sexy Dance (2011 Edit)

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Polaris - França É sempre algo muito especial para mim tocar no UP.. A beleza do lugar e a vibe são unicos! Melhor festival onde eu ja tive a chance de tocar com certeza. Eu amei!

- Polaris - Strenghtening- Polaris - Closed Minds- Polaris - Under Influence- Polaris - Ace The Space- Polaris - In Between (Live version)

Aladdin - BrasilFalar como foi tocar na up - foi maravilhoso muito magico, muita alagria de ta tocando para o mun do inteiro depois de ter ralado mais de 3 anos contruindo

- Aladdin - Louva-Deus- Aladdin - Alicergia- Aladdin - Border Line- Aladdin - Extra-Terraqueos- Aladdin - Save Yourself

Yage - ArgentinaMais uma vez foi incrível tocar no main stage do UP. Sentir o amor da galera...Começamos o live com a voz de um Paje Huni Kui cantando sobre transformacao e termi-

namos com uns cantos mexica pra a mãe terra. Acho que tudo mundo sintiu a vibe...

- Inner Truth- Ixtlan- All The Stars In The Sky- Tonanzin

crédito: Camilla Albano

Crash Toniatti - BrasilAhhhhh a bahia. Sou um DJ com 10 anos de experiência e, mesmo assim, todo ano que piso nas areias de Pratigi sindo um frio na barriga. Nosso set foi das 14:30 as 16:30 do dia 31 de dezembro. Pegamos uma pista inteligente, que sabia o porquê de estarem fazendo parte daquele momento. Foi incrivel, até o vento soprava na intensidade certa. Finalizamos o ano de 2011 com chave de ouro !!!

- J.Phillip - Fever- Rodrigo Carreira x Nytron - Beverly Hills- Pillowtalk - Far Away From Home- CrazyP - Beatbox (PBR Streetgang Remix)- Dj T. - Funk On You

MerkabaA energica foi incrivel e a vibe foi linda.

- Merkaba - Icaro- Merkaba - Heart Mind- Merkaba - Voodoo Frequency- Kalya Scintilla - Listen With Your Heart- Kalya Scintilla - Caravan Planet

Symphonix - Alemanha UP foi um dos grandes momentos nos últimos tempos, e foi uma sensaçao incrivel tocar em frente aquela multidão impres-sionante.

- Symphonix - Taking Acid- Symphonix - Experimental Game- Neelix - Expect What (Symphonix Remix)- J&B Project - Light On (Symphonix Remix)- Symphonix - Sexy Dance (2011 Edit)

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Philharmonica Foi um grande prazer e uma grande honra para nos de fazer parte desse incrivel festival novamente. Inacreditavel e massiça multidão abaixo de lindas alvores de palmeiras nessa maravilhosa natureza.Incrive! Killer Festivel KILLER FESTIVAL

- Double Click vs. Etic - Around us- Monolock - Criminal Activity- Aerospace & Inner State - No Confusion- Alion - Showdown

Phill Locker- Egbert - Open- Daniel Portman - Disclosure- Fresh - Let It Roll- Behind Blue Eyes, Sun Control Species - Second Sunrise (Krusseldorf Remix)- Magitman, DJ Osho - No Place To Hide (Andrea Bertolini Remix)- Lish - Robots In My Lab

Vegas - BrasilTocar no universo paralello foi a relização de um antigo sonho,que depois de 6 anos de carreira realizei, Para mim foi sem sombra de duvida o festival mais organizado que ja fui, recebi todo o suporte da organização, em tudo mesmo, fui muito bem tratado por todos que fazem parte da organização desde maio até dezembro, do dono aos funcionários que nem sabiam que eu era,foram 7 dias de alegria, descanso, reflexão ,conheci-mento, com certeza um festival que vai ficar marcado por toda a minha vida, pelos novos amigos, pelos momentos, pelo apre-ndizado, enfim por me sentir 7 dias em um Universo Paralello.

- Vegas-Vegabass- Vegas vs Elegy-Connected Minds- Vegas-Indiomaluco- Vegas-Amen- Vegas-zarabatana

Zonka - México WOW! Para mim o UP foi alucinante. A pista de dança estava um tesao e a todo momento eu sentia aquela vibe energizante em cada sequencia de som, mas a coisa mais importante foi ver minha mulher dancar na pista da UP pela primeira vez. UP é animal para nos, porque eu fiz nosso casamento la e pas-sei meu aniversario, então é uma perfeita parte de mim. LOVE PROGRESSIVE TRANCE.

- Zonka- Modulation of sounds - Zonka,Pakman,Subsistence - Outside Surface - Zonka & Subsistence -Infinity Paradaise - Helber gun - From Another Planet

Killerwatts- Battlestars- Live Forever- Another Planet- Wake up- Psychedelic Liberation

Sensifeel- Sensifeel - World of fantasy- Odiseo & Sensifeel - World of dreams- Sensifeel - Red nose- Sensifeel - Lose conscious-ness- Day Din - Zurich (Sensifeel remix)

Aerospace UP11 foi uma incrivel experi-encia.. minha segunda vez no envento e eu acho que é o mel-hor festival trance do mundo. Eu gostei muito de tocar meu set mesmo estando incrivel-mente quente... a reaçao da pista de dança foi muito muito bom- Dont Blink- Unsound- Shocking- Simple Words- Computer Music (Mind Spin Remix)- Re Entry (Pop Art Remix)

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