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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
REGINALDO MORAES DA SILVA
USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO BAIRRO
PRIMAVERA MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ/RO
Ji-Paraná
2019
REGINALDO MORAES DA SILVA
USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO BAIRRO
PRIMAVERA MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ/RO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Ambiental, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Campus de Ji-Paraná, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental.
Orientador: Prof. Marcos Leandro Alves Nunes
Ji-Paraná
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Fundação Universidade Federal de Rondônia
Gerada automaticamente mediante informações fornecidas pelo(a) autor(a)
Silva, Reginaldo Moraes da.
Uso da água da rede de abastecimento: estudo de caso bairro Primavera,município de JI-Paraná, RO / Reginaldo Moraes da Silva. -- Ji-Paraná, RO,2019.
54 f. : il.
1.Poço. 2.Sistema de abastecimento. 3.Consumo. 4.Educação ambiental.I. Nunes, Marcos Leandro Alves. II. Título.
Orientador(a): Prof. Me. Marcos Leandro Alves Nunes
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Ambiental) -Fundação Universidade Federal de Rondônia
S586u
CDU 628.1
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________CRB 11.853Bibliotecário(a) Alex Almeida
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu Deus e aos meus
pais que me incentivaram a nunca desistir dos
meus sonhos, e os amigos que me ajudaram a
vencer as etapas deste desafio.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agraço a Deus, por está sempre comigo me abençoando, me
protegendo e me guiando para o bom caminho;
A minha Mãe Romilda dos Anjos de Morais da Silva, por ser uma mulher guerreira,
trabalhadora, que sempre me ensinou o valor da vida, minha verdadeira heroína. Da mesma
forma, o meu Pai Jaime Bezerra da Silva, um amigo verdadeiro que sempre me incentivou a
busca meus ideais, um verdadeiro herói, eu agradeço imensamente Deus por me colocar em
uma família tão abençoada;
Em especial aos meus amigos que conheci no curso e que tanto me auxiliaram ao
longo dessa etapa, em especial à:
Rosemery Gonçalves, pessoa fantástica e muito divertida brinca comigo o tempo
todo. Estamos sempre falando do Palmeiras e rindo de coisas bobas, ela é sempre boa comigo;
Ligia Paula, a gente ri de tudo, até dos problemas um bom coração, quero sempre vê
alegre e feliz;
Hamilton Ventura, um rapaz incrível, em tudo que faz é sempre animado, é querendo
ajudar para o que der e vier;
Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que
eu conheci na Engenharia. Estamos sempre nós comunicando, rindo e brincando um com o
outro;
Ronei Furtado, uma pessoa muito legal, um fã de carteirinha do Dragon Ball, sempre
tivemos altos papo sobre o anime;
Wesley Detmann, esse é mito na faculdade. Sempre disposto para ajudar em tudo, e
não é atoa que ele é nosso representante discente, um rapaz amigo gente boa;
Graziele Caetano, somos da mesma turma sempre estamos conversando sobre a Unir
ou outros assuntos, gosto muito dela;
Patrícia Santos, pessoa muito séria, mas sempre quando nos encontramos ela brinca
comigo, animada, determinada;
Hamom Ventura Siqueira, Esse eu posso dizer “ele e o cara”. Temos muitas histórias
juntos, pessoa fantástica este amigo. Um rapaz aventureiro gosta de viajar pelo mundo, ele me
conta altas histórias de vidas que são fantásticas;
Naara Ferreira, sempre estamos juntos papeando, ou fazendo aquela caminhada,
discutindo sobre a Unir, brincando, rindo dos problemas, conversando sobre concurso o
tempo todo;
Obrigado pelo apoio. A vocês dedico todo o meu respeito, amizade e gratidão;
O meu orientador Prof. Marcos Leandro Alves Nunes, pessoa exemplar e excelente
profissional, que sempre esteve disposto a auxiliar, ensinar e incentivar, para que este trabalho
fosse escrito com excelência. Em especial por sua compreensão e paciência;
À Universidade Federal de Rondônia e ao Departamento de Engenharia Ambiental
pelo valioso ensino disponibilizado durante esses anos;
A todos os professores do Departamento de Engenharia Ambiental pela contribuição
na minha formação acadêmica.
“O esforço supera o talento!”
Shirahama Kenichi
RESUMO
Os sistemas de abastecimento de água no Brasil, não são capazes de atender a totalidade da
demanda dos municípios, desse modo, é comum nessas localidades o emprego de outras
fontes, como a água subterrânea, especialmente poços, para que a população tenha suas
necessidades atendidas. A utilização da água procedente de poços, tem resultado em
problemas de saúde para a população, uma vez que, a mesma tem sofrido com a proliferação
de poluentes e contaminação de locais sem coleta e tratamento de esgoto. Assim, este estudo
foi desenvolvido no bairro Primavera, pertencente ao município de Ji-Paraná, com a
finalidade de diagnosticar o número de ligações à rede de abastecimento de água municipal e
analisar a percepção dos moradores sobre o sistema. A metodologia usada para alcançar os
objetivos foi, entrevistas com os moradores do bairro e aplicação de questionário composto de
10 questões. Observou que, grandes partes dos moradores do bairro não têm acesso à rede de
distribuição de água e para atender suas necessidades utiliza água de poço. A água
proveniente das cacimbas não recebem todos os tratamentos necessários e os moradores
desconhecem o risco de ingerir água não tratada. Foi observado também, que em alguns
pontos do bairro existe a rede de abastecimento. No entanto, a população não faz a ligação na
rede e opta pelo poço, em razão do poço não faltar água, não identificar odor nem sabor, além
de não apresentar custos. Portanto, é necessário um trabalho de educação ambiental no bairro
a fim de, informar a população sobre a importância do sistema de abastecimento e sobre os
riscos que o consumo de água sem tratamento causa na saúde da população.
Palavra-chave: Poço, Sistema de abastecimento, Consumo, Educação ambiental.
ABSTRACT
Water supply systems in Brazil are not able to meet the total demand of municipalities, so it is
common in these localities to use other sources such as groundwater, especially wells, so that
the population has its needs met. The use of water from wells has resulted in health problems
for the population, since it has suffered from the proliferation of pollutants and contamination
of sites without collection and treatment of sewage. Thus, this study was developed in the
Primavera neighborhood, belonging to the municipality of Ji-Paraná, with the purpose of
diagnosing the number of connections to the municipal water supply network and analyzing
the residents' perception of the system. The methodology used to reach the objectives was,
interviews with residents of the neighborhood and application of a questionnaire composed of
10 questions. He noted that large parts of the residents of the neighborhood do not have access
to the water distribution network and to meet their needs uses well water. The water from the
cacimbas does not receive all the necessary treatments and the inhabitants do not know the
risk of ingesting untreated water. It was also observed that in some parts of the neighborhood
there is a supply network. However, the population does not connect in the network and opts
for the well, because the well does not lack water, does not identify odor nor taste, besides not
presenting costs. Therefore, an environmental education work is necessary in the
neighborhood in order to inform the population about the importance of the supply system
and about the risks that untreated water consumption causes to the health of the population.
Keyword: Well, Supply system, Consumption, Environmental education.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Mapa de localização do bairro Primavera ................................................................ 22
Figura 2 – Questionário ............................................................................................................. 26
Figura 3 – Distribuição dos 30 pontos amostrais ao longo do bairro Primavera ...................... 27
Figura 4 – Número de moradores por domicílio ....................................................................... 29
Figura 5 – Tempo de moradia dos entrevistados. ...................................................................... 30
Figura 6 – Origem da moradia................................................................................................... 31
Figura 7 – Motivos Por residir no Bairro ...................................................................................... 32
Figura 8 – Distribuição de água pelo sistema de abastecimento ............................................... 33
Figura 9 – Fonte de água utilizada para o consumo da população ................................................... 34
Figura 10 – Valores cobrados para companhia ......................................................................... 36
Figura 11 – Tipos de tratamento da água, feito pelos moradores que utilizam poço, antes do
consumo ...................................................................................................................................... 39
Figura 12 – Características organolépticas da água .................................................................. 40
Figura 13 – Preferência dos entrevistados em usar a água do poço .......................................... 42
Figura 14 – Consciência da população dos problemas de saúde ocasionados pela qualidade de
água ............................................................................................................................................. 44
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 11
OBJETIVO GERAL ................................................................................................................ 12
OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 12
1 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 13
1.1 A ÁGUA DISPONÍVEL ..................................................................................................... 13
1.2 ÁGUA SUBTERRÂNEA ................................................................................................... 14
1.3 EPIDEMIOLOGIA ASSOCIADA À ÁGUA ................................................................... 15
1.4 POÇOS SUBTERRÂNEOS ............................................................................................... 16
1.5 TRATAMENTO DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO ........................................ 17
1.6 QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM JI-PARANÁ ..................................... 17
1.7 PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICA DA ÁGUA ...................................................... 18
1.7.1 Cor..................................................................................................................................... 19
1.7.2 Sabor e Odor .................................................................................................................... 19
1.7.3 Turbidez ........................................................................................................................... 20
1.7.4 Temperatura .................................................................................................................... 20
1.7.5 Sólidos ............................................................................................................................... 21
1.7.6 pH ...................................................................................................................................... 21
2 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 22
2.1 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................................... 22
2.1.1 Clima ................................................................................................................................. 22
2.1.2 Descrição do Sistema de Abastecimento de Água do Município de Ji-Paraná .......... 23
2.2 COLETA DE DADOS: QUESTIONÁRIO ...................................................................... 24
2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA................................................................................................. 28
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................... 29
3.1 DESCRIÇÃO DA PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO .................................................... 29
3.1.1 Perfil socioeconômico ...................................................................................................... 29
3.2 PESQUISA SOCIAL E DE SAÚDE PÚBLICA .............................................................. 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 46
REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 48
11
INTRODUÇÃO
Um desafio que se apresenta no contexto no qual vivemos hoje, é o de garantir água
em qualidade e quantidade para todos, uma vez que, a água é o mecanismo natural
indispensável para a sobrevivência da espécie humana e demais seres vivos. Em virtude do
crescimento populacional a demanda por água tem aumentado na mesma proporção
(MARCENA et al., 2017).
O Brasil é um país que possui uma das mais amplas e densas redes de drenagem
fluvial do mundo. Apesar de não haver um consentimento sobre o assunto, estima-se que o
país, disponha de 12 a 15% dos recursos hídricos disponíveis no mundo (NETO, 1997).
Desse modo, por ser um país com dimensões continentais, presencia-se certo
desequilíbrio na disponibilidade hídrica, onde as regiões com uma atividade industrial maior e
com maior densidade populacional apresentam maior escassez de água, por outro lado as
regiões com menor população detêm a maior parte dos recursos hídricos brasileiros
(SCHMITZ et al., 2017).
Dessa forma, as residências urbanas brasileiras são abastecidas pelos Sistemas de
Abastecimentos de Água, que consiste em:
“Um conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de
água potável de uma comunidade para fins de consumo doméstico, serviços
públicos, consumo industrial e outros usos (GOMES, 2009).”
E para que essa água chegue às casas da população, deve apresentar padrões
mínimos de potabilidade e qualidade que são normatizados no país. Assim sendo, a Lei
Nacional do Saneamento Básico que estabelece diretrizes sobre o saneamento, Lei 11445 de
janeiro de 2007, em seu Artigo primeiro determina que:
Saneamento básico - conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais
de:
a) abastecimento de água potável, constituído pelas atividades, pela
disponibilização, pela manutenção, pela infraestrutura e pelas instalações necessárias
ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais
e os seus instrumentos de medição;
12
No artigo 3 que trata sobre os princípios fundamentais, determina que um dos seus
princípios essenciais é a universalização do acesso a água tratada. Todavia, muitos municípios
brasileiros não asseguram 100% de oferta de água tratada para sua população. Segundo dados
do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS (2016), a não disponibilidade
de água potável chega a 40% em todas as cidades brasileiras.
Em razão disso, uma grande parte da população tem a necessidade de buscar outras
fontes de água, como poços, onde grande parte dessa população consome essa água sem
nenhum tratamento o que acaba se tornando um risco, já que essa fonte de abastecimento está
sujeita à contaminação por poluentes e material fecal. (ALVES et al., 2016).
Esse fenômeno ocorre mesmo em bairros com presença de rede água tratada, onde
apesar dessa disponibilidade a população prefere utilizar a água proveniente de poços rasos.
Tal prática pode colocar essa população em risco, já que tais fontes apresentam um grande
perigo de contaminação e poluição (PALUDO, 2010).
Sendo assim, cabe destacar que o município de Ji-Paraná também se insere neste
contexto, visto que possui um sistema de abastecimento de água que não abrange toda a
cidade, deixando parte da população exposta ao risco de contrair doenças pelo consumo de
água contaminada. Nesse sentido, é necessário a realização de estudos que investiguem a
eficiência dos sistemas de abastecimento de água, uma vez que essa consiste em uma
condição que leva a população a optar por fontes não seguras para abastecimento,
consequentemente, coloca sua saúde em risco.
OBJETIVO GERAL
O estudo foi realizado no intuito de avaliar a eficiência do sistema de abastecimento
de água no Bairro Primavera município de Ji-Paraná/RO.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Esta pesquisa será desenvolvida conforme os objetivos específicos a seguir:
a) Verificar o percentual de adesão da população do bairro a rede de abastecimento de
água tratada;
b) Levantar as possíveis causas que levaram os participantes da pesquisa a preferência
maior por uma determinada fonte de consumo de água;
c) Identificar qual a fonte de água utilizada pela população.
13
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 A ÁGUA DISPONÍVEL
Á água superficial terrestre disponível no planeta terra é cerca de 70%, dessa
quantidade apenas 2,5% são próprias para o consumo, ou seja, água doce (MOSS, 2013).
Sabe-se que o planeta Terra tem quase toda a sua superfície coberta por água, estando estas
águas localizadas em rios, lagos, oceanos, em calotas polares em forma de gelo, água da
chuva entre outros locais. Contudo, segundo Victorino (2007) são estabelecidos
substancialmente dois tipos: água doce dos subsolos, lagos e rios e a água salgada dos mares.
Nesse sentido, é válido destacar que a água salgada existente abrange cerca de 97%
do total, ou seja, não está habilitada para o consumo de água (VICTORINO, 2007).
Neste contexto, a água é um bem natural, com um valor ecológico, econômico e
social, é um legado que deve ser usufruído por todos, além de ser capaz de garantir o consumo
presente, ao mesmo tempo não afetar a disponibilidade para as gerações futuras, assim sendo,
é uma característica fundamental para o desenvolvimento sustentável (STOFFEL;
COOGNESE, 2015).
De acordo com Carvalho e Silva (2007) são vários os usos dado a água, como,
irrigação, abastecimento doméstico, preservação da fauna e flora, geração de energia,
abastecimento industrial, navegação, lazer e recreação, agricultura, entre outros. A água ainda
exerce a função de contribuir para a manutenção da floresta, assim resguardando a
biodiversidade e os ciclos do planeta.
Além das funções já mencionadas, a água é o componente mais abrangente do corpo
humano (CARVALHO; ZANARDO, 2010). Sendo assim, ela ainda é fonte de vida para
todos os seres vivos (GOMES, 2011).
Deste modo, é observado que água disponível para consumo não está sendo
distribuída de maneira igualitária no globo terrestre. Menos de 10 países centralizam cerca de
60% do suprimento de água doce em todo o globo terrestre, sendo eles: Colômbia, Brasil,
China, Rússia, Índia, Canadá, Estados Unidos, Indonésia e a República Democrática do
Congo. Portanto, as alterações nos locais de dentro dos próprios países podem ser muito
importantes (ANA, 2009).
Segundo o Banco Mundial, aproximadamente 80 países enfrentam nos dias atuais
problemas relacionados ao abastecimento. A situação mais crítica se encontra na Ásia onde,
60% da população tem que viver com apenas 32% da água doce disponível. O crescimento da
14
população mundial e da produção, somado ao consumo insustentável, estabelece pressões
cada vez maiores sobre o meio ambiente (VICTORINO, 2007).
Assim, além dos problemas de distribuição desigual, o que tem ocorrido na maioria
dos países, devido a má gestão das águas residuais que têm sido veiculadas diretamente no
meio ambiente sem qualquer tipo de tratamento apropriado, assim acarretando inúmeros
impactos negativos no atributo das águas doces e nos ecossistemas, na saúde humana dentre
outros aspectos negativos (UNESCO, 2017).
Nesse sentido, ocorre concentração de contaminantes nos corpos hídricos, na qual
recebem consideráveis cargas de agrotóxico, esgotos urbanos, resíduos sólidos e efluentes
industriais, onde esses, somados as baixas vazões, afetam as características naturais de
recuperação e autodepuração, causando assim uma perturbação nas funções ecológicas do
corpo hídrico, fazendo que a água que se destina ao consumo humano, seja tratada de forma
mais precisa. Consequentemente, a poluição dos rios e lagos reduzem as reservas de água
doce disponível (SPADOTTO; RIBEIRO, 2006).
De acordo com Fernandes et al. (2009), a cada ano, cerca de 450 km³ de resíduos de
esgotos são depositados nos rios, riachos e lagos, ao passo que realizar o tratamento e
desinfecção desta água poluída antes que possa ser empregada novamente, são necessários
6.000 km³ de água limpa.
Logo, a água potável é um mecanismo natural finito, de maneira que é necessário
rever criteriosamente o planejamento do seu uso e realizar projetos de gerenciamento da
mesma.
1.2 ÁGUA SUBTERRÂNEA
A água subterrânea coincide com a fração mais lenta do ciclo hidrológico e consiste
na nossa principal reserva de água, sucedendo em volumes muito superiores aos disponíveis
na superfície, estando presente nos espaços entre os grânulos minerais e nas fissuras das
rochas, que se denominam aquíferos (SOUZA, 2006). Portanto, a água tende a percolar
continuamente, abastecendo nascentes, oceanos, lagos, leitos de rios ou extraídos em poços ou
interceptados por raízes.
Desse modo, com aumento da população há um maior consumo de água e como
existe uma distribuição desigual no planeta onde a falta de água potável é uma realidade,
sendo a manutenção do suprimento de água doce de qualidade para atender às necessidades
15
humanas e demais atividades como a agricultura e indústria, se as fontes subterrâneas não
forem utilizadas (UNESCO, 2007).
Em torno de 61% da população brasileira utiliza água subterrânea para fins
domésticos. Vale destacar que 6% é abastecido por poços rasos, 12% por nascentes ou fontes
e 43% de poços profundos. Segundo estimativas, o número de poços tubulares no Brasil é de
300.000, com um número anual de perfurações em torno de 10.000 (RIBEIRO; VIEIRA,
2009).
Em razão de uma série de aspectos restringirem a utilização das águas superficiais,
como os custos da sua captação, adução e o tratamento, além dos problemas e possibilidade
de contaminação, os principais benefícios do uso da água subterrânea deve-se a sua oferta e
qualidade (HELLER; PÁDUA, 2010).
Dessa forma, importantes cidades do país são abastecidas parcialmente ou
integralmente por água subterrânea, sendo: Barreiras (BA), Região metropolitana de Recife
(PE), Maceió (AL), Mossoró e Natal (RN), Ribeirão Preto (SP). No Maranhão, mais de 70%
das cidades são abastecidas por águas subterrâneas, no Piauí e em São Paulo essa
porcentagem alcança cerca de 80% (OLIVEIRA, 2015).
Em se tratando do estado de Rondônia, o município de Vilhena é a cidade que faz
uso da água do subsolo para o abastecimento da população, sendo essa água captada do
aquífero Parecis (OLIVEIRA, et al., 2015).
1.3 EPIDEMIOLOGIA ASSOCIADA À ÁGUA
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 25 milhões de
pessoas no mundo acabam morrendo em razão de doenças de veiculação hídrica, entre as
principais patologias, destaca-se: a diarreia, cólera, hepatites e viroses. Vale ressaltar que de
acordo com a Portaria nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde que
estabelece padrões de qualidade e potabilidade, a água destinada ao consumo humano deve
estar livre de coliformes totais e fecais.
Neste contexto 80% da população residente em países em desenvolvimento sofrem
com patologias relacionadas à qualidade da água, e os percentuais tendem a crescer com
maior força e velocidade em locais com saneamento deficiente. No Brasil, cerca de 90% de
sua população tem acesso à água potável e 75% a esgoto tratado (ANAP, 2013).
Assim, apesar de ser um país com grande potencial hídrico, a deficiência do
saneamento básico consiste em um problema de saúde pública, contribuindo de forma para os
16
altos índices de doenças relacionadas à água (ROLIM; CAMPOS; MEDEIROS, 2011).
Destarte, essas doenças são originadas devido ao consumo direto de água contaminada, nos
locais onde não há sistema de tratamento e a população busca outras fontes para consumo
como as bicas, as minas, poços ou outras, que possuam níveis de contaminação (VRANJAC,
2009).
Portando, consumidores que aderem à água de poços ficam mais suscetíveis a risco
de patologias. No Brasil, a taxa de mortalidade de crianças menores de seis anos relacionado à
má qualidade da água é de 22%, por outro lado, o percentual de internações de crianças com
idade de até dez anos é 65%, vítimas de distúrbios gastrointestinais causados pela água
contaminada (ALVES et al., 2016).
1.4 POÇOS SUBTERRÂNEOS
O poço é de suma importância como fonte de recurso de água para consumo da
população, que não têm adesão à rede pública de abastecimento. Dessa maneira, como fonte
alternativa para abastecimento de água tem destaque os poços subterrâneos rasos também
chamados de cacimba ou amazonas (CAPP et al., 2012).
Conforme a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS) traz a definição
para esse tipo poço como os construídos manualmente e que não necessitam de licenciamento
ou autorização governamental dos órgãos gestores.
No entanto, o uso desse tipo de fonte para abastecimento tem apresentado uma série
de problemas relacionados à qualidade de água, pois estão sujeitas a contaminação nos
centros urbanos em virtude da ausência de sistema de tratamento de esgoto, aliados a
clandestinidade, dado que, para a construção dos poços é necessário seguir as normas
regulamentadoras (CETESB, 2018).
A maior parte das cidades brasileiras que fazem uso exclusivo de água do subsolo a
extraem de poços artesianos e semi-artesianos. Esse primeiro consiste em uma perfuração
com diâmetro pequeno e grandes profundidades que se caracteriza por jorrar naturalmente,
uma vez que, sua própria pressão o transporta para superfície (PALUDO, 2010). Já o semi-
artesiano não apresenta essa característica.
Segundo dados da FUNASA (2008), o município de Ji-Paraná possui
aproximadamente 15 mil poços amazonas que é usado como fonte alternativa de
abastecimento, em virtude dos problemas apresentados pelo sistema de abastecimento de água
17
do município, tal como da própria desinformação da população a respeito dos perigos
apresentados por essa prática.
1.5 TRATAMENTO DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO
Como citado anteriormente, a água destinada para consumo humano deve apresentar
condições mínimas de potabilidade, dessa maneira, o tratamento da água vai depender da
origem da fonte, sujeitará ao tipo da água que for captada necessitando de conhecimento
técnico qualificado. Em relação às águas superficiais, o tratamento mínimo requisitado é a
desinfecção e filtração (FUNASA, 2014a).
Enquanto que, a utilização da água de poços naturais para fins de consumo
necessitam de uma desinfecção para eliminar microrganismos, especialmente os coliformes
fecais e totais, a água destinada a uso e consumo humano não deve apresentar sabor e nem
odor, estando isenta de material tóxico e microrganismos, como os protozoários, bactérias,
entre outros. Porém, deve abranger sais minerais essenciais a nossa saúde (DUMMER et al.,
2016). O tratamento de água, empregada a processos físicos e químicos sobrepostos as
condições adequadas para o consumo, tornando-a potável (BRASIL, 2011).
Assim sendo, o tratamento mais empregado, consoante à norma ABNT- NBR 12216
de 1992 é definido por cada tipo de água, sendo os seguintes:
Tipo A - desinfecção e correção do pH;
Tipo B - desinfecção e correção do pH e, além disso:
a) decantação simples, para águas contendo sólidos sedimentáveis, quando, por meio
desse processo, suas características se enquadrem nos padrões de potabilidade; ou
b) filtração, precedida ou não de decantação, para águas de turbidez natural, medida
na entrada do filtro, sempre inferior a 40 Unidades Nefelométricas de Turbidez
(UNT) e cor sempre inferior a 20 unidades, referida aos Padrões de Platina;
Tipo C - coagulação, seguida ou não de decantação, filtração em filtros rápidos,
desinfecção e correção do pH;
Tipo D - tratamento mínimo do tipo C e tratamento complementar apropriado a cada
caso.
1.6 QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM JI-PARANÁ
Em Rondônia, no município de Ji-Paraná, o sistema de distribuição de água tratada
não atende 100% da população, segundo Helbel (2011) em estudo sobre as características
organolépticas (gosto, turbidez e cor) da água tratada e distribuída desagradável. Conclui que
esse é um dos motivos por optarem pelo consumo de água subterrânea proveniente de poços.
18
O estado de Rondônia, de uma forma geral, apresenta grande carência referente ao
saneamento básico, exibindo problemas desde coleta e tratamento de esgoto a falta de água
tratada para parte da população (MARTINS, 2014).
Nesse sentido, estudos de Cremonese (2014) referente à qualidade de água do
município provida de poço, determinaram que é inadmissível o seu uso para consumo humano
sem tratamento prévio. Em conformidade, Vieira et al. (2013), chegaram a resultados
semelhantes apontando que as águas de Ji-Paraná são impróprias para consumo direto,
sobretudo em razão dos altos índices de coliformes encontrados.
Por fim, muitos desses poços não recebem um monitoramento da qualidade de suas
águas constantemente, ou seja, a população fica vulnerável ao consumir água potencialmente
contaminada. O problema se intensifica, já que uma grande parcela da população utiliza as
variáveis como a turbidez, cor, cheiro e gosto, como referência para indicar se a água de
poços está adequada para consumo (FUNASA, 2014b).
1.7 PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICA DA ÁGUA
O padrão organoléptico é um conjunto de critérios caracterizados por provocar
estímulos sensoriais que influenciam na aceitação para consumo humano, mas que não
absolutamente implicam risco à saúde (BRASIL, 2011). Dessa maneira, são estabelecidos
critérios e suporte de posição estética da água visando evitar que o consumidor a desaprove
por sua aparência, odor ou gosto, uma vez que, isso poderia levá-lo a buscar outras fontes de
água, possivelmente, mais límpida e sem odor e gosto, mas que pode apresentar menos
segurança do ponto de vista sanitário. Por consequência, uma água “insípida, inodora e
incolor” não é garantia absoluta de uma água potável (PÁDUA; SANTOS, 2014). Em vista
disso, a água para consumo humano não deve alegar gosto, odor ou cor, por fatores de
aceitação pela percepção humana (HELLER; PÁDUA, 2010).
O estudo das características organolépticas da água de abastecimento é essencial, em
razão de determinar o uso da água e a relação de sua qualidade com os possíveis riscos à
saúde, além de permitir a avaliação da capacidade do sistema de tratamento (MIRANDA et
al., 2003).
Existem quatro gostos primários dentre eles são o amargo, salgado, ácido e doce, os
resultados de odores são quase ilimitados. Porém, os seres humanos dispõem de memória
organoléptica, capazes de determinar distinções entre sensações de odor e suas intensidades
(FILHO; ALVES, 2005).
19
Como tais características podem ser apresentadas por meio de valores numéricos ou
concentrações, elas passarão a ser designadas como parâmetros, de alguns destes
referenciados como característica organoléptica no padrão de potabilidade vigente (BRASIL,
2006).
1.7.1 Cor
Segundo Sousa (2001), as características organolépticas abrangem o sabor, cor e o
cheiro. A cor mostrada pelas águas naturais tem conjuntamente ou isoladamente as seguintes
causas: A origem natural inorgânica, com presença de conjuntos metálicos, basicamente de
manganês e ferro; origem orgânica, vegetal ou animal; origem industrial, a necessária
descarga de efluentes industriais (indústrias químicas, refinarias, pasta de papel e têxteis).
A cor na água para o abastecimento geralmente deve-se a existência de matéria
orgânica (fundamentalmente por ácidos húmicos e fúlvicos), afiliada com a fragmentação
húmica do solo. A cor é altamente influenciada pela presença de ferro e outros metais, como
elementos naturais nos mananciais ou como produtos da corrosão. Podendo sugerir uma
contaminação da água por efluentes industriais (HELLER; PÁDUA, 2010).
A presença de cor na água de abastecimento deve ser explanada, em particular se
forem verificadas alterações significativas. Em geral são aceitáveis pelos consumidores níveis
de cor abaixo de 15 UC (unidade de cor) (HELLER; PÁDUA, 2010).
Usualmente são definidas dois tipos de cor: a verdadeira e a aparente. A cor
verdadeira é aquela que na ausência das matérias em suspensão (pós-filtração). A cor aparente
é a coloração da água tal como ela se apresenta, ou seja, com materiais em suspensão. O fato
de uma água não se apresentar límpida, não quer dizer isenta de produtos perigosos ou tóxicos
e o contrario também, límpida não significa potável (SOUSA, 2001).
1.7.2 Sabor e Odor
O conceito de sabor envolve uma relação de gosto (amargo, azedo, doce, salgado)
com o odor. Contudo, em geral usa-se a expressão conjunta: de sabor e odor. Sua origem está
relacionada tanto na presença de substâncias químicas ou gases dissolvidos. Resíduos
industriais que contêm fenol, mesmo em pequenas concentrações resultam em odores bem
característicos. Para consumo humano e usos mais nobres, o padrão de potabilidade exige que
a água seja completamente inodora (BRASIL, 2006).
20
A percepção do sabor e odor e sua medição são muito difíceis, pois depende
unicamente da sensibilidade dos sentidos do ser humano. Portanto, essa sensibilidade depende
de indivíduo para indivíduo e tende a diminuir com constante exposição (STRAPASSON et
al., 2013).
A presença de cheiro e de sabor na água pode ser como exemplo da cor, um sinal de
presença de matéria orgânica em decomposição ou poluição. Qualquer dessas características é
passional, consequentemente, difíceis de medir (SOUSA, 2001).
1.7.3 Turbidez
A turbidez pode ser destacada como uma proporção de interferência ao acesso da luz
ao líquido. A alteração da entrada de luz na água decorre da presença de material em
suspensão (FUNASA, 2014b).
A turbidez natural das águas está em geral, sendo compreendida na faixa de 3 a 500
unidades de turbidez (UT). Para fins de potabilidade, a turbidez deve ser inferior a uma
unidade. A restrição é devido à influência da turbidez nos métodos usuais de desinfecção,
atuando como escudo aos microrganismos patogênicos e então minimizando o efeito
desinfetante (BRASIL, 2006).
1.7.4 Temperatura
A temperatura da água tem grande destaque por atuar em outras características
(oxigênio dissolvido, densidade, viscosidade). A temperatura influencia na solubilidade dos
gases e na exalação de odores e sabor (PERCEBON; BITTENCOURT; FILHO, 2005).
Contudo, a temperatura das fontes de abastecimento não é constante, variando em
função da energia solar incidente ou mesmo em fontes antropogênicas como os despejos
industriais e águas de resfriamento (MIRANDA et al., 2003).
A temperatura desempenha atuação preponderante na velocidade das reações
químicas, e nas funções metabólicas dos organismos e na solubilidade de substâncias. Os
ambientes brasileiros se denominam em um contexto geral tende a faixa de 20ºC a 30ºC
(BRASIL, 2006).
21
1.7.5 Sólidos
Os sólidos que estão distribuídos na água se apresentam em suspensão
(sedimentáveis e não sedimentáveis) e dissolvidos (voláteis e fixos) (FUNASA, 2014b).
Sólidos em suspensão são estipulados como as partículas susceptíveis à retenção por
sistemas de filtração. Sólidos dissolvidos são compostos por partículas de diâmetro menor que
10³ µm mantém-se em solução mesmo após a filtração (BRASIL, 2006). A entrada de sólidos
na água acontece de forma natural, por processos erosivos, detritos orgânicos e organismos ou
antropogênica a partir do lançamento de lixo e esgoto.
1.7.6 pH
O potencial hidrogeniônico (pH) da água está relacionada muitas vezes, a aspectos
naturais, mas pode ser modificado pela introdução de resíduos. De um contexto mais
abrangente, a água com pH baixo propende-se a um nível mais agressivo ou corrosivo a
tubulações metálicas, a medida que, águas com alto pH tendem a formar incrustações
(BRASIL, 2011).
O pH representa as condições ácidas e alcalinas do meio líquido, por meio da medida
da concentração pH = -log[H+] de íons hidrogênio (H+). O cálculo dessa grandeza
logarítmica, envolvendo a faixa de 0 a 14, em situações inferiores a 7 são denominadas ácidas
e superiores a 7 apresenta condições alcalinas. Portanto, o número do pH tem influência na
distribuição das formas ionizadas e livre de vários compostos químicos, além de colaborar
para um maior ou menor grau de solubilização das substâncias definindo diversos elementos
de toxidade (FUNASA, 2014b).
Segundo Sousa (2001), o pH da água depende de seus princípios naturais, mas pode
ser modificado pela inclusão de resíduos. Sendo assim, as águas com pH baixo tendem ser
corrosivas ou destrutivas a certos metais, no entanto que, a água com altas proporções de pH
tendem a formar incrustações.
Segundo Brasil (2011), é recomendado que, a água potável deve estar em
equivalência com o padrão organoléptico de potabilidade, assim expresso na Portaria
2914/2011. Sugere que, no sistema de distribuição, o pH da água seja fixado em uma faixa de
6,0 a 9,5.
22
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 ÁREA DE ESTUDO
O município de Ji-Paraná localiza-se na Amazônia Ocidental, porção centro-leste do
estado de Rondônia, na latitude 10º 53’ 07” sul e longitude 61º 57’ 06” oeste, e altitude média
de 170 metros. Possui uma área de 6.897 Km², correspondendo a 2,9% do estado.
O município de Ji-Paraná é dividido em dois distritos, um localizado à margem
direita do rio Ji-Paraná (rio machado) e o outro à margem esquerda do mesmo rio. Esse estudo
foi desenvolvido, especificamente no bairro Primavera, localizado no segundo distrito da
cidade, conforme se nota na Figura 1 abaixo.
Figura 1 – Mapa de localização do bairro Primavera.
2.1.1 Clima
O estado de Rondônia está caracterizado em um clima, tropical chuvoso, com
estação seca definida. A temperatura média anual no município de Ji-Paraná varia entre 24º C
a 26º C, com máxima de 30º C a 34º C entre os meses de junho a julho e, a mínima entre 17ºC
23
a 23º C nos meses de novembro a abril, e umidade relativa do ar tem média de 85%. O
perímetro pluviométrico do território é caracterizado por ter um clima de seca, com baixa
demanda de chuva, nos meses de maio a setembro e uma ampla condução de chuva nos meses
de outubro a abril, quando neste período ocorre a recarga dos aquíferos. (FERNANDES;
GUIMARÃES, 2002).
2.1.2 Descrição do Sistema de Abastecimento de Água do Município de Ji-Paraná
O sistema de abastecimento público de água na zona urbana é realizado pela
Companhia de Abastecimento de Água e Esgoto de Rondônia – CAERD, que capta águas
superficiais provenientes do rio Urupá. De acordo com informações do Plano de Saneamento
Básico do Município de Ji-Paraná – PMSB (2011), a água do rio possui uma boa qualidade e
existe outorga para o seu uso. Sendo assim, a contribuição mais significativa de poluição é o
lançamento de esgotos sem tratamento.
Segundo o SNIS (2008), o sistema coletivo de distribuição de água tratada de Ji-
Paraná não abrange 100% da cidade, por isso é necessária à utilização de água de poço. O
município tem um índice de atendimento de 74,39% e consumo de água per capita médio de
101,2L/hab-1.dia-1, sendo a população total atendida com abastecimento de água é de 82.358
habitantes.
A capacidade máxima de tratamento da ETA – Estação de Tratamento de Água é de
360 L/s-1, no entanto, a CAERD atua com capacidade menor, entre 180 a 230 L/s-1.
A ETA é como um agregado de reservatórios dimensionados para atender toda a
população urbana de Ji-Paraná. Todavia, a falta de investimento na ampliação da rede de
distribuição de água e da resistência de alguns moradores em não aderir à interligação ao
sistema público explica o índice de 74,39% das casas atendidas com água tratada. Dessa
maneira, esses dois elementos fazem com que a uma parcela da população faça adesão ao
abastecimento de água captada por poços domésticos. De acordo com Vieira et al. (2011, p. 1)
“na maioria dos poços não há um monitoramento periódico da qualidade da água, o que deixa
a população suscetível à utilização de água contaminada”.
24
2.2 COLETA DE DADOS: QUESTIONÁRIO
Foi realizado levantamento da percepção da população dos moradores da área de
estudo, para entender a realidade sobre o sistema de abastecimento de água no bairro
Primavera.
Desse modo, para identificar essa percepção, foi aplicado um questionário (Figura 2).
Gunther (2003), define o questionário como sendo um conjunto de indagações sobre certo
assunto que possui como função não entender a habilidade do respondente, mas sim medir sua
opinião, seus interesses e percepções, assim sendo, este é um dos principais instrumentos
usados para coleta de dados por amostragem.
As questões 1, 2, 3 e 4 visam o perfil socioeconômico dos participantes. Assim
sendo, podemos entender de certa forma, como os entrevistados lidam com certos pontos
dentre alguns deles o tempo de moradia, problemas com alagamento do bairro Primavera,
questões envolvendo custo.
No entanto, as questões 5, 6 e 7 são direcionadas as características de consumo, onde
se pode destacar o tipo de ligação que é destinada ao consumidor, na qual os participantes
realizam em sua residência. No qual os entrevistados obtém a sua preferência da adesão.
Desse modo, podem-se haver outras ligações por outras fontes de consumo.
Desse modo, finalizando com as questões 8, 9 e 10 está direcionada a saúde humana,
na qual há certa preferência no quesito gosto, cheiro da água pelas características
organolépticas. Assim podemos compreender quais os motivos dos entrevistados, em escolher
certa fonte. Dessa maneira, podem-se observar uma parcela dos participantes que não tem
ciência dos malefícios que a água de poço pode causar, e assim poder sugerir meio de
minimizar esse dano.
25
26
Figura 2 – Questionário.
Em relação ao método desenvolvido no trabalho, este consistiu na abordagem
qualitativa. Assim, o questionário foi composto de dez perguntas, no qual procuram
identificar a percepção dos moradores sobre a água para consumo humano e as origens das
fontes utilizadas.
A pesquisa foi desenvolvida no primeiro semestre de 2018 no mês de abril. Vale
mencionar que a área de estudo foi selecionada devido as suas características mais carentes de
distribuição da água pela CAERD. No Quadro 01 tem-se a descrição dos dias e horários em
que a pesquisa foi desenvolvida da coleta de dados.
Quadro 1 – Cronograma de horários da pesquisa no bairro Primavera.
Data Horário Atividade Pontos
15/04/2018 10h00min às 12h15min Aplicação dos questionários 1 – 9
22/04/2018 09h30min às 12h00min Aplicação dos questionários 10 – 21
29/04/2018 09h45min às 11h45min Aplicação dos questionários 22 – 30
De acordo com dados do IBGE (2010), a população do bairro Primavera é de cerca
de 4.261 habitantes. Logo, a fim de possuir uma amostragem significativa foram aplicados
27
cerca de 100 questionários nos 30 pontos das localidades definidas, em cada ponto foram
aplicados entre 3 a 4 questionários, todos os participantes do questionário residem em casas
normais, nenhum deles mora em apartamento. Assim, visando na área estudada, tendo como
objetivo maior alcance de distribuição, abrangendo todo o bairro. A distribuição dos pontos
amostrais é evidenciada na Figura 3.
Figura 3 – Distribuição dos 30 pontos amostrais ao longo do bairro Primavera.
28
2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Dessa forma, foi definida como seria a aplicação dos questionários de maneira
objetiva sendo, a escolha entre números pares, ou seja, uma casa era escolhida e a outra
residência que fica ao lado dessa escolhida não se aplicava questionário. No caso, pulava-se
essa casa e iria para próxima.
Por isso, que todos os pontos foram definidos aleatoriamente, sendo aplicado dentre
eles cerca de 3 a 4 questionários.
Por fim, a análise dos dados se deu por meio de uma abordagem quantitativa, onde as
amostras pesquisadas foram representadas por meio de gráficos. Após a coleta, os dados
obtidos nos questionários foram tabulados e organizados em planilha Excel para posterior
análise estatística.
Através dos questionários aplicados à população do bairro Primavera podem-se
compreender diferentes pontos de vista.
29
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 DESCRIÇÃO DA PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO
As atividades foram desenvolvidas no bairro Primavera, localizado no segundo
distrito do município de Ji-Paraná. Aconteceram três visitas no mês de abril nos dias 15, 22 e
29, abordando questões relacionadas à falta de água, motivos para a escolha da água de poço,
a preferência do entrevistado entre as fontes disponíveis de água no bairro. Para todos os
aspectos assim abordados, buscaram-se entender melhor a realidade da população urbana.
3.1.1 Perfil socioeconômico
A primeira questão (Figura 4) trata-se do número de pessoas por residência que
foram entrevistadas no Bairro Primavera, onde cerca de 7% relataram morar sozinho,
justificado pelos moradores devido a localidade, outros 20% citaram ter dois moradores, 24%
residem com 3 moradores, e por fim 49% moram com mais de quatro pessoas em uma
residência.
Figura 4 – Número de moradores por domicílio.
No entanto, pode-se observar no bairro estudado, que os entrevistados, alegaram que
têm essa preferência pelo bairro por motivo de facilidade da localidade, já outros está
relacionada a baixo custo do domicílio.
7%
20%24%
49%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
1 Pessoa 2 Pessoas 3 Pessoas 4 Pessoas ou
mais
1 Pessoa 2 Pessoas 3 Pessoas 4 Pessoas ou mais
30
Quanto à quantidade de pessoas que moram na mesma residência, ficou evidente que
75,7% residem com três pessoas ou mais. De acordo com dados do IBGE (2010), a média das
residências brasileiras é de 3,3 moradores, os dados encontrados na pesquisa estão de acordo a
os do IBGE.
A segunda questão (Figura 5) exprime o tempo em que esses indivíduos habitam em
sua atual residência. A essa pergunta, 24% relataram serem moradores com menos de cinco
anos no bairro, 20% residem a mais de cinco anos, porém, em tempo menor que dez anos,
23% moram a mais de 10 anos e 33% moram a mais de 20 anos.
Figura 5 – Tempo de moradia dos entrevistados.
Os dados mostram que a maior parte dos moradores do Bairro reside ali em uma
média de 15 anos. Portanto, a população vivenciou todo o processo de transformação e
desenvolvimento do bairro, onde segundo eles não ocorreu investimento em infraestrutura
urbana, sobretudo em se tratando do saneamento básico.
O estado de uma forma geral apresenta um dos piores índices de saneamento básico.
Em relação a Ji-Paraná, somente 4,3 % do esgoto gerado é coletado e tratado (Atlas Esgoto,
2013).
Em se tratando dos resíduos sólidos, o município não possui aterro sanitário. Desse
modo, um grande problema vivenciado em Ji-Paraná é o descarte de resíduo em locais
indevidos. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, essa é uma realidade
de 59,7% dos municípios brasileiros (ABRELPE, 2016).
24%
20%
23%
33%
Menos de 5 anos De 5 a 10 anos
De 10 a 20 anos Mais de 20 anos
31
Quando questionados se a habitação é própria (Figura 6), 82% dos moradores
revelaram que sim, uma parcela citou que ao adquirir a residência essa já possuía um poço.
18% dos entrevistados não possuem casa própria, ou seja, moram em residências alugadas.
Figura 6 – Origem da moradia.
Alguns dos entrevistados disseram que gostariam de optar ao poder de compra da
própria residência, mas por questões econômicas não podem, e no caso acabam alugando o
imóvel. Para Silva e Santos (2010), no espaço urbano a valorização de um terreno se da por
diversos fatores, como a localização dentro do espaço municipal, bem como sua serventia e
produção.
Em relação às razões de residir no Bairro (Figura 7), 62% disseram que adquiriram
por ter um custo mais baixo, comparado com outros bairros da cidade e também por
apresentar uma boa localização. Já 25% dos moradores afirmaram ser vantajoso por ser
próximo ao trabalho. Os 13% restantes escolheram morar no bairro Primavera devido à
proximidade dos familiares.
82%
18%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Própria Alugada
Própria Alugada
32
Figura 7 – Motivos Por residir no Bairro.
Nesse contexto, a escolha por residir nesse bairro pode ser justificado em razão dos
baixos preços do terreno e do aluguel, que são oriundos da localização dentro do município,
em uma área de terrenos baixos e localizado próximo ao rio Ji-Paraná.
Como se nota no estudo, o município apresenta a chamada dispersão urbana. Silva e
Santos (2010), a definem como o fenômeno em que habitantes que possuem um poder
aquisitivo mais elevado se fixam no centro da cidade onde os terrenos são de melhor
localização e a qualidade de vida é bem valorizada. Enquanto aqueles que possuem uma renda
baixa, adquirem terrenos mais baratos que nesse caso, se localizam nas extremidades da
cidade, nas áreas mais distantes do centro.
3.2 PESQUISA SOCIAL E DE SAÚDE PÚBLICA
A pesquisa apresenta que parte do bairro Primavera, faz adesão a água de poço,
porém, a população está exposta ao consumo inadequado de água para alguns padrões
estudados, em nível de potabilidade estabelecida pela Portaria nº 2.914/2011, serão abordados
neste tópico os resultados significativos através do questionário aplicado.
A percepção pública sobre a qualidade da água para consumo, procedente de sistema
de abastecimento, é tema de várias pesquisas em diferentes partes do mundo (SILVA et al.,
2009).
62%13%
25%
Menor custo Amigos, Vizinhos e Parentes Próximo ao trabalho
33
Figura 8 – Distribuição de água pelo sistema de abastecimento.
Perguntado se possuem acesso a água disponibilizada pelo sistema de abastecimento
(Figura 8), 57% dos entrevistados responderam que tem ligação à rede de distribuição em sua
residência, assim 43% não faz uso da água distribuída, por motivo de não haver canalização
de água em suas respectivas ruas.
Vale mencionar que, o bairro não é totalmente coberto por canalizações da rede de
distribuição.
Entretanto, partes dos moradores disseram que gostariam de poder contar com esse
serviço, pois traria muitos benefícios, tanto para eles, quanto para própria companhia.
A distribuição de água tratada no município de Ji-Paraná é realizada pela CAERD,
apesar de ter uma cobertura de 74,39%, cerca de 40% das residências são abastecidos por
água subterrânea, principalmente por poços amazonas (HELBEL, 2011). Portanto, em razão
da cidade não dispor de um sistema coletivo de distribuição de água tratada que atinja 100%
da cidade, a água subterrânea é de suma importância para o consumo da população.
Com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS,
na região norte do Brasil somente 57,49% da população tem acesso água tratada. Outro dado
relevante é que o índice de perdas dos sistemas da região é de 55,14%. Essas perdas geram
impactos negativos ao meio ambiente e para os consumidores em geral.
A CAERD vem enfrentando dificuldades quando se trata em distribuir água para o
segundo distrito da cidade de Ji-Paraná, devido o problema da falta de água, por meio das
rupturas das canalizações (DECOM, 2015).
57%
43%
Sim, tem rede de distribuição Não
34
Mesmo com todos esses problemas que a companhia enfrenta, a CAERD ressalta a
importância da água limpa e de qualidade que está diretamente ligada ao fator saúde, onde a
população será capaz de se prevenir de inúmeras doenças ao ter acesso a esse beneficio.
E para aqueles entrevistados, que não possuem esse benefício do tratamento
oferecido pelo abastecimento público, de certa forma, fazem adesão de outro tipo de
tratamento da água para o consumo próprio.
A falta de cobertura em certo ponto da cidade exclui parcelas significativas da
população, confrontando com os princípios essenciais do acesso, no que se baseiam as
diretrizes nacionais para o saneamento básico, instituída pela lei 11.445/2007.
Figura 9 – Fonte de água utilizada para o consumo da população.
Quanto às fontes de água utilizada para consumo dos moradores, 31% dos
entrevistados relataram utilizar o reservatório subterrâneo, isto é, poços. Assim, o uso da água
subterrânea no bairro Primavera é uma das alternativas de abastecimento. Outros 9% dos
entrevistados disseram usar água distribuída pelo sistema e ao mesmo tempo água do poço
que possuem em suas residências (FIGURA 9).
Portanto, das pessoas entrevistadas e que utilizam água subterrânea as que tinham
mais convicção dos problemas que a água in natura proveniente de poço pode causar à saúde
cerca de 24% compram água mineral para consumo e a água de poço é utilizada para outras
atividades.
No entanto, 5% dos entrevistados disseram não confiar no sistema de distribuição, e
assim utilizam outra fonte, sendo essa outra fonte a água mineral, usada para preparo de
5%
24%
9%
31% 31%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
Outra Fonte e
CAERD
Outra Fonte e
Poço
CAERD e
Poço
CAERD Poço
Outra Fonte e CAERD Outra Fonte e Poço CAERD e Poço
CAERD Poço
35
alimentos e dessedentação e a água da CAERD para outras atividades gerais. Outros 31%
relataram usufruir da água do sistema bem como do poço de sua residência.
Alguns dos entrevistados mencionaram que consomem a água de poço durante
longos anos da vida e nunca sofreram nenhuma patologia que tenha ligação à qualidade dessa
água. Segundo os entrevistados, essa é uma forma de comprovar a boa qualidade da água de
poço.
Conforme a Portaria nº 2.914 de 2011, a água para consumo humano é destinada para
a higiene pessoal, preparação e produção de alimentos e o consumo, independente, de sua
origem, portanto, essa água deve estar condizente com os padrões de qualidade e potabilidade,
a fim de se evitar problemas de saúde relacionada à sanidade da água. De acordo com a OMS
doenças relacionadas à qualidade da água matam duas vezes mais que o câncer (BRASIL,
2011).
Assim de acordo com Zoby (2008), aproximadamente 60% da população brasileira
são abastecidas para fins domésticos, com água subterrânea, sendo dessas, 6% se auto
abastecem das águas de poços rasos, 12% de nascentes ou fontes e 43% de poços profundos.
No Brasil apontam que, 70% dos atendimentos em prontos socorros acontecem
devido às doenças causadas pela ingestão de água sem tratamento. Dentre os mais afetados
estão às crianças e os idosos que usufruem dessa fonte, que possuem organismo mais frágil
(VRANJAC, 2009).
Desta forma, o controle de qualidade da água por meio de seu tratamento é essencial
para que esta cumpra sua função primaria em trazer benefícios à saúde humana, e não atue de
forma oposta, como um aspecto de risco a saúde de seus consumidores (BURGOS et., 2014).
A contaminação direcionada aos poços é grave, assim visto que há risco significativo de
acontecimento de enfermidades pela veiculação hídrica.
Dessa maneira, pode-se notar como o bairro está bem dividido quando se trata do
consumo de água, se todos pudessem ter acesso à água canalizada de distribuição pública pela
CAERD seria um pouco diferente esse aspecto.
O acesso à água como um processo dinâmico e vinculado à história de vida das
famílias, na condição do poço sendo a única opção de fonte de água, mesmo havendo a oferta
do serviço público de abastecimento da CAERD o entrevistado faz a opção por permanecer
utilizando a água da solução alternativa.
Uma parcela dos entrevistados afirmou que estão acostumados com a água de poço, e
vão permanecer a consumir essa fonte.
36
Segundo (SOARES; CARMO; BEVILACQUA, 2017) o poço e a água dele
proveniente não são simples princípios físicos do ambiente, são parte integrante da casa, da
família fazem parte da história de vida das pessoas interligando épocas antigas de infância a
juventude aqueles momentos de construção da casa cada momento vivenciado, são, portanto,
pontos de referências e construção das memorias dos indivíduos. Então dessa forma, a defesa
do poço e da água é a própria identidade, ao resgate das origens.
É essencial, que as fontes de águas sejam regulamente inspecionadas para averiguar a
integridade das proteções atuais, dessa forma, o mais conveniente é realizar manutenções,
assim quando necessárias (OLIVEIRA et al., 2017).
Quanto aos entrevistados que utilizam água do sistema de distribuição em sua
residência (Figura 10), questionou-se a respeito das taxas que são pagas pelos mesmos e 18%
dos entrevistados apontaram que pagam valores acima dos 50 reais na conta de água. Segundo
eles é um valor muito elevado para suas condições financeiras. Outros 15% apontam pagar,
em torno, de 30 e 50 reais. Outros 9% dos entrevistados pagam pelo serviço entre 20 a 30
reais. Os demais valores denominados no gráfico, aproximadamente 1% são taxas entre 15 a
20 ou inferior a 15 reais.
Assim, os valores das taxas de água, se tornam um empecilho para essa população
realizar a ligação à rede de abastecimento público.
Figura 10 – Valores cobrados para companhia.
Contudo, mesmo com vários problemas na distribuição de água, pela companhia de
águas e esgotos de Rondônia (CAERD), a empresa faz todo um processo de tratamento de
1% 1%
9%
15%
18%
56%
Taxa inferior a 15 reais Taxa de 15 a 20 reais Taxa de 20 a 30 reais
Entre 30 e 50 reais Maior que 50 reais Não possui CAERD
37
água, desde a captação de água proveniente do rio Urupá, por onde passará por toda etapa de
tratamento determinado pelas normas nacionais.
Os serviços públicos de saneamento básico, entre os quais estão o serviço de esgotos
sanitários, o esgotamento sanitário ou o abastecimento público urbano de água potável são
apontados como preferências locais.
Cada Município que dispõe de serviço de água e esgotos tem sua própria política de
cobrança. Vários municípios diagnosticam taxas em vez de tarifas e há casos, além disso, os
municípios onde não se tem cobrança especifica por esse serviço (JÚNIOR, 2007).
As taxas que são pagas pela população do bairro Primavera, conforme mencionaram
alguns entrevistados que chegam a pagar cerca de R$ 80,00 (oitenta reais) ao mês pelo acesso
da água em sua residência. Dessa forma, mesmo que o entrevistado tenha o acesso à água
pública, a população faz adesão pela água de poço, principalmente, pela sua característica
principal, o custo econômico.
Com relação ao custo da água, são apontados dois modelos baseado um no
pagamento mensal desse serviço oferecido pela acompanharia de água pública e outro modelo
isenta de tarifa é realizado diretamente na fonte, através de construção de poço.
Nas comunidades carentes, a economia familiar não sustenta o pagamento oferecido
pelo serviço de água encanada, o que dificulta a intenção de facilitar a distribuição de água em
parte do bairro.
Sendo assim, uma parcela dos moradores do bairro Primavera não possui água
encanada, portanto, as opções que são viáveis para o consumidor são pela compra da água
mineral no valor de R$ 8,00 (oito reais) por galão de 20 litros ou por meio da água de poço.
Há relatos que a água encanada chega com uma vazão bem abaixo do esperado pelos
entrevistados, a água chega aos domicílios que possuem canalização com pressão muito
baixa.
Segundo os moradores que fazem adesão ao sistema de distribuição de água da
CAERD no bairro Primavera, destacam a falta de água, dentre os casos mais citados estão os
rompimentos de canalização ou limpeza da adutora. No caso, não é só o Primavera que passa
por esse problema, mais também há outros bairros afetados com a falta de água, que são o
caso de todos do segundo distrito da cidade de Ji-Paraná.
A falta de água tem causado tais transtornos como para manter a rotina diária das
casas, essa falta de água não é capaz de suprir às necessidades das pessoas, que passam por
vários problemas por questões básicas de higiene e alimentação. Devido à falta de água a
população sofre com isso, por não conseguir suprir a falta de demanda. Moradores e
38
comerciantes estão recorrendo a poço, para realização de serviços básicos. Segundo eles é um
problema crônico, no entanto, o mês de agosto houve um aumento excessivo no valor da
fatura. De acordo com os moradores, o abastecimento na cidade não é realizado de forma
regular a água só chega às casas durante a noite. Portanto, a água chega com pouca força
durante a madrugada e em quantidade insuficiente para a realização de serviços domésticos
(SANTOS, 2013).
Os bairros do segundo distrito de Ji-Paraná estão vivenciando a falta de água, sendo
que, há um convênio de 36 milhões de reais para construção de novas redes e adutoras
iniciada no ano passado. O fornecimento da água dura poucas horas. A população é obrigada
a se adaptar e um revezamento. Os moradores dos bairros mais altos e do segundo distrito são
quem mais sofrem com a falta do desabastecimento (ALE, 2019).
Mesmo com seu alto custo, os entrevistados que não possuem poço, não vê outra
forma de abastecimento a não ser pela água mineral quando há falta de água da CAERD,
desse modo, sendo para consumo próprio. Agora para outras atividades ficam refém da água
de abastecimento público.
Portanto, uma parcela dos moradores do bairro Primavera, onde há rede da CAERD
em frente aos seus lotes mantêm resistência em fazer a ligação ao sistema público e, no
entanto, justificado por eles devido ao valor exagerado da tarifa.
Ao verificar se os moradores que utilizam poço realizam algum tratamento na água
(Figura 11), 20% disseram que não fazem nenhum tipo de tratamento prévio da água. No
entanto, 32% comunicaram que realizam a adição de cloro, cita-se que na maioria dos casos
quando questionados sobre os métodos de aplicação, esses relataram praticar a adição do
cloro diretamente dentro do poço.
Dos entrevistados, 36% informaram que não possuíam poço em sua residência e
optaram por outra fonte de consumo. No entanto, 2% comunicaram que fervem a água antes
do consumo diário. E por fim, 10% dos entrevistados, adotam o sistema de filtragem como
forma de tratamento para a água antes da ingestão.
39
Figura 11 – Tipos de tratamento da água, feito pelos moradores que utilizam poço, antes do consumo.
A população realizar alguns tratamentos, estes sozinhos são ineficientes, além de
alguns nem realizar tratamento. Isso acaba se tornando uma grande ameaça a saúde da
população, uma vez que, ela pode ter ligação direta ou indireta com o surgimento de doenças
de veiculação hídrica (BRITO, 2013).
É de extrema importância o tratamento da água, já que, Marchetto et al., (2009),
encontraram em seus estudos, cerca de 45% dos poços do município de Ji-Paraná fora dos
padrões recomendados pela OMS.
Evidencia-se também, que os tratamentos empregados com a finalidade de aprimorar
a qualidade da água para ter efetividade, necessita tomar certos cuidados, a ausência de
normas ou regulamentações, que dificultam a realização desses cuidados pelos consumidores
(SILVA et al., 2009).
Visto que no Município de Ji-Paraná grande parcela dos poços não têm um
monitoramento de qualidade da água, então a população fica sujeita a utilizar e consumir água
contaminada. Em diversos casos uma grande parte dos entrevistados, consome água de poço
com padrões de potabilidade, como turbidez, cheiro, cor e gosto, que estão adequados, mas
que somente essas variáveis, e não representam a real qualidade da água.
A qualidade de água para o consumo humano sem nenhum tratamento, representa
uma condição de perigo e grande chance de ocorrência de dano à saúde. Outros estudos
detectaram altos índices do consumo de água de poço sem desinfecção ou tratamento
domiciliar (OLIVEIRA et al., 2017).
10%
32%
2%
20%
36%
Sim, filtragem (filtro de barro) Sim, adição de cloro
Sim, ferve a água Não faz tratamento
Não possui poço
40
Alguns entrevistados citaram que encaminharam amostras de água ao laboratório
para fazer a caracterização da água do poço e verificar sua qualidade, no entanto, os
resultados das variáveis monitoradas estavam de acordo com os valores de referência.
Fazer a ingestão de uma água não tratada implica em vários fatores prejudiciais à
saúde, dentre elas, estão alguns sintomas de diarreias, vômitos, doenças gástricas, entre
outros.
Alguns entrevistados tiveram que trocar em sua residência o meio de consumo de
água, por outro, onde se consumia água de poço passou a consumir água mineral, devido aos
riscos que a água de poço oferece quando não é tratada.
Pode-se conceituar que as águas subterrâneas são no momento atual a fonte de
abastecimento apreciada pela população. Simplesmente elas apresentam maior facilidade ao
acesso, boa qualidade, exploração de baixo custo.
O grupo que consome água da CAERD, conforme se nota os resultados na (Figura
12), 57% dos moradores disseram que a água distribuída pela companhia exala um odor muito
forte de cloro. Outros entrevistados alegaram um gosto de barro na água distribuída, 29% não
sentiram nada de diferente, dessa maneira mencionaram que a água estava ótima para
consumo. Por fim, 14% não sabiam diferenciar o gosto nem o cheiro exalado pela água da
CAERD.
Figura 12 – Características organolépticas da água.
Segundo a Portaria 2.914 de 12 de dezembro de 2011, às percepções organolépticas
são os conjuntos de padrões definidos por provocar estímulos sensoriais que afetam a
57%
29%
14%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Sim, pelo
cheiro, cor e o
gosto
Não Não sei
Sim, pelo cheiro, cor e o
gosto
Não
Não sei
41
confirmação para consumo humano, mas que não fatalmente demandam risco a saúde
(BRASIL, 2011).
Os Participantes, não conseguiam perceber diferenças entre a água distribuída pela
CAERD quando comparada a água de poço, então em virtude da percepção os moradores que
possuíam as duas fontes citaram a mesma informação. Entretanto, a maior parte dos
entrevistados definiram os aspectos organolépticos, tanto pelo cheiro exalado um pouco mais
forte vindo da água da CAERD, como o gosto e suas diferenças, também pela cor de forma
que a água não possui cor sendo totalmente transparente.
Em condições de consumo, segundo os moradores, definiram a água de poço, melhor
para ser consumida se comparada com a água de distribuição pública. Então sendo assim, a
água de poço apresenta melhores condições no quesito gosto, cor e cheiro.
Embora a água potável do ponto de vista microbiológico, isenta de turbidez e de cor
verdadeira com compostos orgânicos e inorgânicos, apontada como segura, assim sendo, a
existência de odor e gosto causa adversidade ao consumidor, dessa maneira, colocando em
confiança a companhia de distribuição de água pública (FILHO; ALVES, 2006).
Os moradores que fazem o consumo da água de poço fizeram menção à rejeição da
água de abastecimento público pelo devido os fatores organolépticos, ou seja, o “gosto de
cloro”.
Água de consumo humano é denominada a partir dos sentidos, visão e sabor. Então,
a presença de cloro, é percebida pelo gosto ou pelo cheiro ou em fatores esbranquiçados da
água, tornando-a um elemento bem mais fácil de ser apontado e sentido no cotidiano do
individuo (SOARES; CARMO; BEVILACQUA, 2017).
As características organolépticas da água precisam ser notáveis elementos
importantes que podem ser percebidas pelo sentido humano, ligado ao abastecimento da
companhia ou em outras formas de exposição da população, no caso os consumidores fazem
ingestão da água, poderão sentir certas características apresentadas no sabor ou não, como no
caso da água pura.
A análise evidência que 57% da população entrevistada percebe certo gosto e odor na
água do sistema de abastecimento. Assim sendo, a população faz muitas criticas em relação a
essas características. Eles acreditam que esse gosto característico é perceptivo é tenha relação
com o uso excessivo de algum produto.
A CAERD faz a captação de água do rio Urupá, e faz seu tratamento, e distribui na
rede, de acordo com certas visões, poderá servir para definidos fins como, por exemplo, a
42
limpeza, consumo, ou vice versa. Deste modo as características físicas da água e o seu
conceito social são criado a partir de uma função um do outro.
Os entrevistados foram questionados sobre os motivos de possuírem poço em sua
residência e a razão da preferência (FIGURA 13). Da população estudada 32% revelaram não
possuírem água subterrânea procedente de poço para consumo, 19% preferem água de poço,
pelo motivo da água da CAERD exalar um cheiro e gosto de cloro em sua distribuição. Já
11% alegavam que há interrupções na distribuição de água. Outros 35% comunicaram que
fazem adesão à água subterrânea de poço por não ter nenhuma cobrança e taxa. Para 3% dos
entrevistados, todos os motivos mencionados anteriormente justificam a escolha da água
subterrânea.
Figura 13 – Preferência dos entrevistados em usar a água do poço.
Segundo Paludo (2010), a principal vantagem de utilizar águas de origem
subterrâneas é devido ao seu baixo custo da construção de poços na ligação ao custo das obras
captadas das águas superficiais.
A maioria dos entrevistados prefere a água de poço devido a sua taxa de isenção e
pela falta de opção na distribuição de água, ressaltando que o bairro Primavera não é coberto
totalmente pela distribuição de água da CAERD.
Dessa forma, os moradores que não possuem poço provavelmente aderem o consumo
de água pela distribuição pública da CAERD, sendo assim, ficam reféns, quando há alguma
falta de água, por ventura de interrupções no sistema ou por motivos de ruptura no cano de
distribuição de água.
19%
11%
35%
3%
32%
Devido ao sabor e o
cheiro de cloro da água
da CAERD
Devido as interrupções
no suprimento de água
Porque não tem custo
(não há cobrança de
taxa)
Todas as opções
anteriores
Não possui poço
43
Motivo que levam os entrevistados a fazerem preferência da água de poço e devido
ao cheiro e gosto que a água da CAERD emite ao seu consumidor. Segundo os moradores a
distribuição da água chega a sua residência exalando um cheiro e gosto cloro, ou seja,
tornando a água inapropriada para ingestão.
A água tratada pelo sistema de abastecimento elimina microrganismos e alguns
elementos químicos, que são maléficos para a saúde. A lei 11.445 (BRASIL, 2007) menciona
que as diretrizes nacionais para o saneamento básico, têm como parâmetro expansão do
acesso aos serviços de saneamento básico dentre eles o abastecimento de água potável.
Para aqueles entrevistados que não possuem poço ou o poço está desativado, uma
parte faz preferência pela a água da CAERD por ter noção sobre os malefícios causados pela
água de poço, portanto, o morador já tem ciência das doenças que a água de poço pode causar
ao fazer a sua ingestão.
Aquela poção que menciona os problemas da rede pública, e faz menção a água de
poço e água mineral, e os motivos que levaram a fazer essa escolha. No entanto, para a
utilização como fonte de consumo humano é usufruída água mineral. Pelo fundamento da
água mineral ser mais confiável que a água da CAERD, e água de poço esta sempre
disponível quando tratada.
O intuito principal de todo o sistema de distribuição de água é fornecer água para
atender a demanda. Portanto, é fundamental que os desafios aos gestores de abastecimento de
água é a minimização das perdas de água provocadas pelo rompimento, vazamento, é
essencialmente decorrentes de problemas de uma infraestrutura envelhecida (FONTANA;
MORAIS, 2013).
No entanto, os danos atingidos financeiramente e ambientalmente, são perdas de
água na distribuição são processados sérios problemas para a operação do sistema de
abastecimento. Portanto, quando o sistema se torna grave em um determinado setor, a pressão
da água cai ficando muito abaixo das normas de legislação, levando a insatisfação dos
moradores por não receberem água na pressão apropriada para sua utilização (MORAIS;
CAVALCANTE; ALMEIDA, 2017).
Por fim, a última questão busca entender melhor a visão dos entrevistados, se os
mesmos têm ciência sobre os riscos ocasionados pelo consumo de água de poço (FIGURA
14). Os resultados mostram que 49% dos entrevistados têm plena ciência dos malefícios
causados pela água de poço, enquanto que 46% não têm conhecimento sobre a nocividade que
pode causar ao ingerir água de poço para consumo e, 5% não sabiam responder.
44
Este conjunto de problemas torna-se preocupante, tendo em vista que mesmo no
bairro em que há a oferta da água tratada, grande fração da população opta em fazer o uso das
águas naturais de poços, ao levar somente em conta algumas características organolépticas
que apresentam no grau de potabilidade. Não é examinada a possibilidade de o lençol freático
está contaminado, seja por atividades antrópicas ou naturais.
Como foi observada, uma grande parcela dessa população desconhece os riscos do
consumo de água de fonte não segura e não tratada e o problema aumenta, uma vez que, o
município não dispõe de sistema de tratamento de esgoto.
Os números assustam de acordo com a OMS, 2 bilhões de pessoas consomem água
contaminada no mundo, ficando essas pessoas expostas à cólera, disenteria, febre tifoide e
pólio, além de correr risco de morte todos os dias. Segundo estimativas, todos os anos
ocorrem mais de 500 mil mortes provocadas por diarreia, portanto daí vem à necessidade de
informar a população sobre os perigos do consumo de água não segura.
Figura 14 – Consciência da população dos problemas de saúde ocasionados pela qualidade de água.
Os dados são surpreendentes quando vemos que a população faz ingestão dessa água
que pode estar contaminada, sabendo dos seus reais malefícios. Mesmo a água se
apresentando incolor, inodora ou insípida não quer dizer que não esteja contaminada.
Assim sendo, para os entrevistados que não tinham esse conhecimento ou aqueles
que não sabiam responder, seria ideal ter palestras indicando os reais malefícios ao consumir a
água de poço e sanar a importância do tratamento de água. Dessa forma, permitindo que o
entrevistado entenda o real motivo, e possa fazer adesão ao sistema de abastecimento público.
A maior parte das doenças de veiculação hídrica pode ser considerada uma boa parte
reduzida, no entanto, desde que a população tenha acesso à água potável. Sendo assim, um
49%46%
5%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Sim Não Não sei
Sim Não Não sei
45
dos maiores problemas são as fontes de água particulares é a carência de monitoramento de
qualidade da água consumida (SILVA et., 2015).
Os custos de manutenção, de análise, tal como o atraso na informação e o descaso
dos responsáveis públicos, levam a população a consumir água contaminada embora tenha
todos esses problemas de saúde pública que pode suceder.
Em vista disso, e necessário tomar as devidas precauções ao consumir água sem
tratamento, ou água que não se saber o diagnósticos que se encontra a sua situação de
potabilidade.
Alguns moradores alegaram que tiveram problemas de saúde ao fazer ingestão da
água de poço, sendo assim, foi recomendado que o morador trocasse a água de poço pela água
distribuída pela rede pública por questões de saúde.
46
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho evidenciou que, no bairro alvo do estudo existe uma grande carência
em razão da rede de distribuição de água pública, não estar disponível em todo o bairro.
Assim, devido esse fenômeno aliado às taxas cobradas, existe um alto número de poços que
são usados para suprir as necessidades dessa população.
Averiguou-se também, que grande parcela da população que consome água do poço,
a maioria o faz sem nenhum tratamento, o que tem mostrado ser um sério problema para a
saúde desses moradores, já que o bairro, como todo município, não conta com serviços de
coleta e tratamento de esgoto. Merece citar que, alguns moradores já tiveram problemas de
saúde relacionados à qualidade da água.
Desse modo, se destaca que as razões da população não realizar ligações à rede de
distribuição de água coletiva do município, acontece em virtude de vários fatos, não confiar
no sistema, às taxas cobradas serem altas e pela rede não estar disponível para a região de sua
residência.
Nesse sentido, em razão da falta de cobertura total da rede de distribuição de água na
cidade de Ji-Paraná, a população se vê obrigada a buscar outros meios para suprir a sua
necessidade por água, sendo um deles o poço.
Merece destacar também, que grande parte da população que faz uso da água do
poço desconhece o perigo da ingestão de água que não seja tratada, os mesmos utilizam como
critério de avaliação da qualidade o cheiro e o gosto, estando assim sujeitos ao consumo de
água que não esteja dentro dos padrões mínimos de potabilidade.
Portanto, o trabalho também revelou a necessidade de realizar um programa de
educação ambiental nos bairros carentes do município, a fim de informar a população sobre os
problemas do consumo de água contaminada, além da importância de se ligar a rede de
distribuição de água quando esta está disponível. Bem como também esclarecer, as pessoas
sobre a relevância da manutenção dos poços, na circunstância de executar um papel
47
indispensável no fornecimento de água para muitas famílias de Ji-Paraná e por fim destacar o
fator importante do tratamento prévio da água para consumo. Dessa forma, a população
conhecendo o risco da ingestão da água não tratada poderá se precaver dos malefícios e assim
ter uma qualidade de vida melhor.
48
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