55
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL REGINALDO MORAES DA SILVA USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO BAIRRO PRIMAVERA MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ/RO Ji-Paraná 2019

USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

REGINALDO MORAES DA SILVA

USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO BAIRRO

PRIMAVERA MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ/RO

Ji-Paraná

2019

Page 2: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

REGINALDO MORAES DA SILVA

USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO BAIRRO

PRIMAVERA MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ/RO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Ambiental, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Campus de Ji-Paraná, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Marcos Leandro Alves Nunes

Ji-Paraná

2019

Page 3: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Fundação Universidade Federal de Rondônia

Gerada automaticamente mediante informações fornecidas pelo(a) autor(a)

Silva, Reginaldo Moraes da.

Uso da água da rede de abastecimento: estudo de caso bairro Primavera,município de JI-Paraná, RO / Reginaldo Moraes da Silva. -- Ji-Paraná, RO,2019.

54 f. : il.

1.Poço. 2.Sistema de abastecimento. 3.Consumo. 4.Educação ambiental.I. Nunes, Marcos Leandro Alves. II. Título.

Orientador(a): Prof. Me. Marcos Leandro Alves Nunes

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Ambiental) -Fundação Universidade Federal de Rondônia

S586u

CDU 628.1

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________CRB 11.853Bibliotecário(a) Alex Almeida

Page 4: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu Deus e aos meus

pais que me incentivaram a nunca desistir dos

meus sonhos, e os amigos que me ajudaram a

vencer as etapas deste desafio.

Page 5: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agraço a Deus, por está sempre comigo me abençoando, me

protegendo e me guiando para o bom caminho;

A minha Mãe Romilda dos Anjos de Morais da Silva, por ser uma mulher guerreira,

trabalhadora, que sempre me ensinou o valor da vida, minha verdadeira heroína. Da mesma

forma, o meu Pai Jaime Bezerra da Silva, um amigo verdadeiro que sempre me incentivou a

busca meus ideais, um verdadeiro herói, eu agradeço imensamente Deus por me colocar em

uma família tão abençoada;

Em especial aos meus amigos que conheci no curso e que tanto me auxiliaram ao

longo dessa etapa, em especial à:

Rosemery Gonçalves, pessoa fantástica e muito divertida brinca comigo o tempo

todo. Estamos sempre falando do Palmeiras e rindo de coisas bobas, ela é sempre boa comigo;

Ligia Paula, a gente ri de tudo, até dos problemas um bom coração, quero sempre vê

alegre e feliz;

Hamilton Ventura, um rapaz incrível, em tudo que faz é sempre animado, é querendo

ajudar para o que der e vier;

Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que

eu conheci na Engenharia. Estamos sempre nós comunicando, rindo e brincando um com o

outro;

Ronei Furtado, uma pessoa muito legal, um fã de carteirinha do Dragon Ball, sempre

tivemos altos papo sobre o anime;

Wesley Detmann, esse é mito na faculdade. Sempre disposto para ajudar em tudo, e

não é atoa que ele é nosso representante discente, um rapaz amigo gente boa;

Graziele Caetano, somos da mesma turma sempre estamos conversando sobre a Unir

ou outros assuntos, gosto muito dela;

Page 6: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

Patrícia Santos, pessoa muito séria, mas sempre quando nos encontramos ela brinca

comigo, animada, determinada;

Hamom Ventura Siqueira, Esse eu posso dizer “ele e o cara”. Temos muitas histórias

juntos, pessoa fantástica este amigo. Um rapaz aventureiro gosta de viajar pelo mundo, ele me

conta altas histórias de vidas que são fantásticas;

Naara Ferreira, sempre estamos juntos papeando, ou fazendo aquela caminhada,

discutindo sobre a Unir, brincando, rindo dos problemas, conversando sobre concurso o

tempo todo;

Obrigado pelo apoio. A vocês dedico todo o meu respeito, amizade e gratidão;

O meu orientador Prof. Marcos Leandro Alves Nunes, pessoa exemplar e excelente

profissional, que sempre esteve disposto a auxiliar, ensinar e incentivar, para que este trabalho

fosse escrito com excelência. Em especial por sua compreensão e paciência;

À Universidade Federal de Rondônia e ao Departamento de Engenharia Ambiental

pelo valioso ensino disponibilizado durante esses anos;

A todos os professores do Departamento de Engenharia Ambiental pela contribuição

na minha formação acadêmica.

Page 7: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

“O esforço supera o talento!”

Shirahama Kenichi

Page 8: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

RESUMO

Os sistemas de abastecimento de água no Brasil, não são capazes de atender a totalidade da

demanda dos municípios, desse modo, é comum nessas localidades o emprego de outras

fontes, como a água subterrânea, especialmente poços, para que a população tenha suas

necessidades atendidas. A utilização da água procedente de poços, tem resultado em

problemas de saúde para a população, uma vez que, a mesma tem sofrido com a proliferação

de poluentes e contaminação de locais sem coleta e tratamento de esgoto. Assim, este estudo

foi desenvolvido no bairro Primavera, pertencente ao município de Ji-Paraná, com a

finalidade de diagnosticar o número de ligações à rede de abastecimento de água municipal e

analisar a percepção dos moradores sobre o sistema. A metodologia usada para alcançar os

objetivos foi, entrevistas com os moradores do bairro e aplicação de questionário composto de

10 questões. Observou que, grandes partes dos moradores do bairro não têm acesso à rede de

distribuição de água e para atender suas necessidades utiliza água de poço. A água

proveniente das cacimbas não recebem todos os tratamentos necessários e os moradores

desconhecem o risco de ingerir água não tratada. Foi observado também, que em alguns

pontos do bairro existe a rede de abastecimento. No entanto, a população não faz a ligação na

rede e opta pelo poço, em razão do poço não faltar água, não identificar odor nem sabor, além

de não apresentar custos. Portanto, é necessário um trabalho de educação ambiental no bairro

a fim de, informar a população sobre a importância do sistema de abastecimento e sobre os

riscos que o consumo de água sem tratamento causa na saúde da população.

Palavra-chave: Poço, Sistema de abastecimento, Consumo, Educação ambiental.

Page 9: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

ABSTRACT

Water supply systems in Brazil are not able to meet the total demand of municipalities, so it is

common in these localities to use other sources such as groundwater, especially wells, so that

the population has its needs met. The use of water from wells has resulted in health problems

for the population, since it has suffered from the proliferation of pollutants and contamination

of sites without collection and treatment of sewage. Thus, this study was developed in the

Primavera neighborhood, belonging to the municipality of Ji-Paraná, with the purpose of

diagnosing the number of connections to the municipal water supply network and analyzing

the residents' perception of the system. The methodology used to reach the objectives was,

interviews with residents of the neighborhood and application of a questionnaire composed of

10 questions. He noted that large parts of the residents of the neighborhood do not have access

to the water distribution network and to meet their needs uses well water. The water from the

cacimbas does not receive all the necessary treatments and the inhabitants do not know the

risk of ingesting untreated water. It was also observed that in some parts of the neighborhood

there is a supply network. However, the population does not connect in the network and opts

for the well, because the well does not lack water, does not identify odor nor taste, besides not

presenting costs. Therefore, an environmental education work is necessary in the

neighborhood in order to inform the population about the importance of the supply system

and about the risks that untreated water consumption causes to the health of the population.

Keyword: Well, Supply system, Consumption, Environmental education.

Page 10: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa de localização do bairro Primavera ................................................................ 22

Figura 2 – Questionário ............................................................................................................. 26

Figura 3 – Distribuição dos 30 pontos amostrais ao longo do bairro Primavera ...................... 27

Figura 4 – Número de moradores por domicílio ....................................................................... 29

Figura 5 – Tempo de moradia dos entrevistados. ...................................................................... 30

Figura 6 – Origem da moradia................................................................................................... 31

Figura 7 – Motivos Por residir no Bairro ...................................................................................... 32

Figura 8 – Distribuição de água pelo sistema de abastecimento ............................................... 33

Figura 9 – Fonte de água utilizada para o consumo da população ................................................... 34

Figura 10 – Valores cobrados para companhia ......................................................................... 36

Figura 11 – Tipos de tratamento da água, feito pelos moradores que utilizam poço, antes do

consumo ...................................................................................................................................... 39

Figura 12 – Características organolépticas da água .................................................................. 40

Figura 13 – Preferência dos entrevistados em usar a água do poço .......................................... 42

Figura 14 – Consciência da população dos problemas de saúde ocasionados pela qualidade de

água ............................................................................................................................................. 44

Page 11: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 11

OBJETIVO GERAL ................................................................................................................ 12

OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 12

1 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 13

1.1 A ÁGUA DISPONÍVEL ..................................................................................................... 13

1.2 ÁGUA SUBTERRÂNEA ................................................................................................... 14

1.3 EPIDEMIOLOGIA ASSOCIADA À ÁGUA ................................................................... 15

1.4 POÇOS SUBTERRÂNEOS ............................................................................................... 16

1.5 TRATAMENTO DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO ........................................ 17

1.6 QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM JI-PARANÁ ..................................... 17

1.7 PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICA DA ÁGUA ...................................................... 18

1.7.1 Cor..................................................................................................................................... 19

1.7.2 Sabor e Odor .................................................................................................................... 19

1.7.3 Turbidez ........................................................................................................................... 20

1.7.4 Temperatura .................................................................................................................... 20

1.7.5 Sólidos ............................................................................................................................... 21

1.7.6 pH ...................................................................................................................................... 21

2 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 22

2.1 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................................... 22

2.1.1 Clima ................................................................................................................................. 22

2.1.2 Descrição do Sistema de Abastecimento de Água do Município de Ji-Paraná .......... 23

2.2 COLETA DE DADOS: QUESTIONÁRIO ...................................................................... 24

2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA................................................................................................. 28

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................... 29

3.1 DESCRIÇÃO DA PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO .................................................... 29

3.1.1 Perfil socioeconômico ...................................................................................................... 29

3.2 PESQUISA SOCIAL E DE SAÚDE PÚBLICA .............................................................. 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 46

REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 48

Page 12: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

11

INTRODUÇÃO

Um desafio que se apresenta no contexto no qual vivemos hoje, é o de garantir água

em qualidade e quantidade para todos, uma vez que, a água é o mecanismo natural

indispensável para a sobrevivência da espécie humana e demais seres vivos. Em virtude do

crescimento populacional a demanda por água tem aumentado na mesma proporção

(MARCENA et al., 2017).

O Brasil é um país que possui uma das mais amplas e densas redes de drenagem

fluvial do mundo. Apesar de não haver um consentimento sobre o assunto, estima-se que o

país, disponha de 12 a 15% dos recursos hídricos disponíveis no mundo (NETO, 1997).

Desse modo, por ser um país com dimensões continentais, presencia-se certo

desequilíbrio na disponibilidade hídrica, onde as regiões com uma atividade industrial maior e

com maior densidade populacional apresentam maior escassez de água, por outro lado as

regiões com menor população detêm a maior parte dos recursos hídricos brasileiros

(SCHMITZ et al., 2017).

Dessa forma, as residências urbanas brasileiras são abastecidas pelos Sistemas de

Abastecimentos de Água, que consiste em:

“Um conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de

água potável de uma comunidade para fins de consumo doméstico, serviços

públicos, consumo industrial e outros usos (GOMES, 2009).”

E para que essa água chegue às casas da população, deve apresentar padrões

mínimos de potabilidade e qualidade que são normatizados no país. Assim sendo, a Lei

Nacional do Saneamento Básico que estabelece diretrizes sobre o saneamento, Lei 11445 de

janeiro de 2007, em seu Artigo primeiro determina que:

Saneamento básico - conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais

de:

a) abastecimento de água potável, constituído pelas atividades, pela

disponibilização, pela manutenção, pela infraestrutura e pelas instalações necessárias

ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais

e os seus instrumentos de medição;

Page 13: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

12

No artigo 3 que trata sobre os princípios fundamentais, determina que um dos seus

princípios essenciais é a universalização do acesso a água tratada. Todavia, muitos municípios

brasileiros não asseguram 100% de oferta de água tratada para sua população. Segundo dados

do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS (2016), a não disponibilidade

de água potável chega a 40% em todas as cidades brasileiras.

Em razão disso, uma grande parte da população tem a necessidade de buscar outras

fontes de água, como poços, onde grande parte dessa população consome essa água sem

nenhum tratamento o que acaba se tornando um risco, já que essa fonte de abastecimento está

sujeita à contaminação por poluentes e material fecal. (ALVES et al., 2016).

Esse fenômeno ocorre mesmo em bairros com presença de rede água tratada, onde

apesar dessa disponibilidade a população prefere utilizar a água proveniente de poços rasos.

Tal prática pode colocar essa população em risco, já que tais fontes apresentam um grande

perigo de contaminação e poluição (PALUDO, 2010).

Sendo assim, cabe destacar que o município de Ji-Paraná também se insere neste

contexto, visto que possui um sistema de abastecimento de água que não abrange toda a

cidade, deixando parte da população exposta ao risco de contrair doenças pelo consumo de

água contaminada. Nesse sentido, é necessário a realização de estudos que investiguem a

eficiência dos sistemas de abastecimento de água, uma vez que essa consiste em uma

condição que leva a população a optar por fontes não seguras para abastecimento,

consequentemente, coloca sua saúde em risco.

OBJETIVO GERAL

O estudo foi realizado no intuito de avaliar a eficiência do sistema de abastecimento

de água no Bairro Primavera município de Ji-Paraná/RO.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Esta pesquisa será desenvolvida conforme os objetivos específicos a seguir:

a) Verificar o percentual de adesão da população do bairro a rede de abastecimento de

água tratada;

b) Levantar as possíveis causas que levaram os participantes da pesquisa a preferência

maior por uma determinada fonte de consumo de água;

c) Identificar qual a fonte de água utilizada pela população.

Page 14: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

13

1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 A ÁGUA DISPONÍVEL

Á água superficial terrestre disponível no planeta terra é cerca de 70%, dessa

quantidade apenas 2,5% são próprias para o consumo, ou seja, água doce (MOSS, 2013).

Sabe-se que o planeta Terra tem quase toda a sua superfície coberta por água, estando estas

águas localizadas em rios, lagos, oceanos, em calotas polares em forma de gelo, água da

chuva entre outros locais. Contudo, segundo Victorino (2007) são estabelecidos

substancialmente dois tipos: água doce dos subsolos, lagos e rios e a água salgada dos mares.

Nesse sentido, é válido destacar que a água salgada existente abrange cerca de 97%

do total, ou seja, não está habilitada para o consumo de água (VICTORINO, 2007).

Neste contexto, a água é um bem natural, com um valor ecológico, econômico e

social, é um legado que deve ser usufruído por todos, além de ser capaz de garantir o consumo

presente, ao mesmo tempo não afetar a disponibilidade para as gerações futuras, assim sendo,

é uma característica fundamental para o desenvolvimento sustentável (STOFFEL;

COOGNESE, 2015).

De acordo com Carvalho e Silva (2007) são vários os usos dado a água, como,

irrigação, abastecimento doméstico, preservação da fauna e flora, geração de energia,

abastecimento industrial, navegação, lazer e recreação, agricultura, entre outros. A água ainda

exerce a função de contribuir para a manutenção da floresta, assim resguardando a

biodiversidade e os ciclos do planeta.

Além das funções já mencionadas, a água é o componente mais abrangente do corpo

humano (CARVALHO; ZANARDO, 2010). Sendo assim, ela ainda é fonte de vida para

todos os seres vivos (GOMES, 2011).

Deste modo, é observado que água disponível para consumo não está sendo

distribuída de maneira igualitária no globo terrestre. Menos de 10 países centralizam cerca de

60% do suprimento de água doce em todo o globo terrestre, sendo eles: Colômbia, Brasil,

China, Rússia, Índia, Canadá, Estados Unidos, Indonésia e a República Democrática do

Congo. Portanto, as alterações nos locais de dentro dos próprios países podem ser muito

importantes (ANA, 2009).

Segundo o Banco Mundial, aproximadamente 80 países enfrentam nos dias atuais

problemas relacionados ao abastecimento. A situação mais crítica se encontra na Ásia onde,

60% da população tem que viver com apenas 32% da água doce disponível. O crescimento da

Page 15: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

14

população mundial e da produção, somado ao consumo insustentável, estabelece pressões

cada vez maiores sobre o meio ambiente (VICTORINO, 2007).

Assim, além dos problemas de distribuição desigual, o que tem ocorrido na maioria

dos países, devido a má gestão das águas residuais que têm sido veiculadas diretamente no

meio ambiente sem qualquer tipo de tratamento apropriado, assim acarretando inúmeros

impactos negativos no atributo das águas doces e nos ecossistemas, na saúde humana dentre

outros aspectos negativos (UNESCO, 2017).

Nesse sentido, ocorre concentração de contaminantes nos corpos hídricos, na qual

recebem consideráveis cargas de agrotóxico, esgotos urbanos, resíduos sólidos e efluentes

industriais, onde esses, somados as baixas vazões, afetam as características naturais de

recuperação e autodepuração, causando assim uma perturbação nas funções ecológicas do

corpo hídrico, fazendo que a água que se destina ao consumo humano, seja tratada de forma

mais precisa. Consequentemente, a poluição dos rios e lagos reduzem as reservas de água

doce disponível (SPADOTTO; RIBEIRO, 2006).

De acordo com Fernandes et al. (2009), a cada ano, cerca de 450 km³ de resíduos de

esgotos são depositados nos rios, riachos e lagos, ao passo que realizar o tratamento e

desinfecção desta água poluída antes que possa ser empregada novamente, são necessários

6.000 km³ de água limpa.

Logo, a água potável é um mecanismo natural finito, de maneira que é necessário

rever criteriosamente o planejamento do seu uso e realizar projetos de gerenciamento da

mesma.

1.2 ÁGUA SUBTERRÂNEA

A água subterrânea coincide com a fração mais lenta do ciclo hidrológico e consiste

na nossa principal reserva de água, sucedendo em volumes muito superiores aos disponíveis

na superfície, estando presente nos espaços entre os grânulos minerais e nas fissuras das

rochas, que se denominam aquíferos (SOUZA, 2006). Portanto, a água tende a percolar

continuamente, abastecendo nascentes, oceanos, lagos, leitos de rios ou extraídos em poços ou

interceptados por raízes.

Desse modo, com aumento da população há um maior consumo de água e como

existe uma distribuição desigual no planeta onde a falta de água potável é uma realidade,

sendo a manutenção do suprimento de água doce de qualidade para atender às necessidades

Page 16: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

15

humanas e demais atividades como a agricultura e indústria, se as fontes subterrâneas não

forem utilizadas (UNESCO, 2007).

Em torno de 61% da população brasileira utiliza água subterrânea para fins

domésticos. Vale destacar que 6% é abastecido por poços rasos, 12% por nascentes ou fontes

e 43% de poços profundos. Segundo estimativas, o número de poços tubulares no Brasil é de

300.000, com um número anual de perfurações em torno de 10.000 (RIBEIRO; VIEIRA,

2009).

Em razão de uma série de aspectos restringirem a utilização das águas superficiais,

como os custos da sua captação, adução e o tratamento, além dos problemas e possibilidade

de contaminação, os principais benefícios do uso da água subterrânea deve-se a sua oferta e

qualidade (HELLER; PÁDUA, 2010).

Dessa forma, importantes cidades do país são abastecidas parcialmente ou

integralmente por água subterrânea, sendo: Barreiras (BA), Região metropolitana de Recife

(PE), Maceió (AL), Mossoró e Natal (RN), Ribeirão Preto (SP). No Maranhão, mais de 70%

das cidades são abastecidas por águas subterrâneas, no Piauí e em São Paulo essa

porcentagem alcança cerca de 80% (OLIVEIRA, 2015).

Em se tratando do estado de Rondônia, o município de Vilhena é a cidade que faz

uso da água do subsolo para o abastecimento da população, sendo essa água captada do

aquífero Parecis (OLIVEIRA, et al., 2015).

1.3 EPIDEMIOLOGIA ASSOCIADA À ÁGUA

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 25 milhões de

pessoas no mundo acabam morrendo em razão de doenças de veiculação hídrica, entre as

principais patologias, destaca-se: a diarreia, cólera, hepatites e viroses. Vale ressaltar que de

acordo com a Portaria nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde que

estabelece padrões de qualidade e potabilidade, a água destinada ao consumo humano deve

estar livre de coliformes totais e fecais.

Neste contexto 80% da população residente em países em desenvolvimento sofrem

com patologias relacionadas à qualidade da água, e os percentuais tendem a crescer com

maior força e velocidade em locais com saneamento deficiente. No Brasil, cerca de 90% de

sua população tem acesso à água potável e 75% a esgoto tratado (ANAP, 2013).

Assim, apesar de ser um país com grande potencial hídrico, a deficiência do

saneamento básico consiste em um problema de saúde pública, contribuindo de forma para os

Page 17: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

16

altos índices de doenças relacionadas à água (ROLIM; CAMPOS; MEDEIROS, 2011).

Destarte, essas doenças são originadas devido ao consumo direto de água contaminada, nos

locais onde não há sistema de tratamento e a população busca outras fontes para consumo

como as bicas, as minas, poços ou outras, que possuam níveis de contaminação (VRANJAC,

2009).

Portando, consumidores que aderem à água de poços ficam mais suscetíveis a risco

de patologias. No Brasil, a taxa de mortalidade de crianças menores de seis anos relacionado à

má qualidade da água é de 22%, por outro lado, o percentual de internações de crianças com

idade de até dez anos é 65%, vítimas de distúrbios gastrointestinais causados pela água

contaminada (ALVES et al., 2016).

1.4 POÇOS SUBTERRÂNEOS

O poço é de suma importância como fonte de recurso de água para consumo da

população, que não têm adesão à rede pública de abastecimento. Dessa maneira, como fonte

alternativa para abastecimento de água tem destaque os poços subterrâneos rasos também

chamados de cacimba ou amazonas (CAPP et al., 2012).

Conforme a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS) traz a definição

para esse tipo poço como os construídos manualmente e que não necessitam de licenciamento

ou autorização governamental dos órgãos gestores.

No entanto, o uso desse tipo de fonte para abastecimento tem apresentado uma série

de problemas relacionados à qualidade de água, pois estão sujeitas a contaminação nos

centros urbanos em virtude da ausência de sistema de tratamento de esgoto, aliados a

clandestinidade, dado que, para a construção dos poços é necessário seguir as normas

regulamentadoras (CETESB, 2018).

A maior parte das cidades brasileiras que fazem uso exclusivo de água do subsolo a

extraem de poços artesianos e semi-artesianos. Esse primeiro consiste em uma perfuração

com diâmetro pequeno e grandes profundidades que se caracteriza por jorrar naturalmente,

uma vez que, sua própria pressão o transporta para superfície (PALUDO, 2010). Já o semi-

artesiano não apresenta essa característica.

Segundo dados da FUNASA (2008), o município de Ji-Paraná possui

aproximadamente 15 mil poços amazonas que é usado como fonte alternativa de

abastecimento, em virtude dos problemas apresentados pelo sistema de abastecimento de água

Page 18: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

17

do município, tal como da própria desinformação da população a respeito dos perigos

apresentados por essa prática.

1.5 TRATAMENTO DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

Como citado anteriormente, a água destinada para consumo humano deve apresentar

condições mínimas de potabilidade, dessa maneira, o tratamento da água vai depender da

origem da fonte, sujeitará ao tipo da água que for captada necessitando de conhecimento

técnico qualificado. Em relação às águas superficiais, o tratamento mínimo requisitado é a

desinfecção e filtração (FUNASA, 2014a).

Enquanto que, a utilização da água de poços naturais para fins de consumo

necessitam de uma desinfecção para eliminar microrganismos, especialmente os coliformes

fecais e totais, a água destinada a uso e consumo humano não deve apresentar sabor e nem

odor, estando isenta de material tóxico e microrganismos, como os protozoários, bactérias,

entre outros. Porém, deve abranger sais minerais essenciais a nossa saúde (DUMMER et al.,

2016). O tratamento de água, empregada a processos físicos e químicos sobrepostos as

condições adequadas para o consumo, tornando-a potável (BRASIL, 2011).

Assim sendo, o tratamento mais empregado, consoante à norma ABNT- NBR 12216

de 1992 é definido por cada tipo de água, sendo os seguintes:

Tipo A - desinfecção e correção do pH;

Tipo B - desinfecção e correção do pH e, além disso:

a) decantação simples, para águas contendo sólidos sedimentáveis, quando, por meio

desse processo, suas características se enquadrem nos padrões de potabilidade; ou

b) filtração, precedida ou não de decantação, para águas de turbidez natural, medida

na entrada do filtro, sempre inferior a 40 Unidades Nefelométricas de Turbidez

(UNT) e cor sempre inferior a 20 unidades, referida aos Padrões de Platina;

Tipo C - coagulação, seguida ou não de decantação, filtração em filtros rápidos,

desinfecção e correção do pH;

Tipo D - tratamento mínimo do tipo C e tratamento complementar apropriado a cada

caso.

1.6 QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM JI-PARANÁ

Em Rondônia, no município de Ji-Paraná, o sistema de distribuição de água tratada

não atende 100% da população, segundo Helbel (2011) em estudo sobre as características

organolépticas (gosto, turbidez e cor) da água tratada e distribuída desagradável. Conclui que

esse é um dos motivos por optarem pelo consumo de água subterrânea proveniente de poços.

Page 19: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

18

O estado de Rondônia, de uma forma geral, apresenta grande carência referente ao

saneamento básico, exibindo problemas desde coleta e tratamento de esgoto a falta de água

tratada para parte da população (MARTINS, 2014).

Nesse sentido, estudos de Cremonese (2014) referente à qualidade de água do

município provida de poço, determinaram que é inadmissível o seu uso para consumo humano

sem tratamento prévio. Em conformidade, Vieira et al. (2013), chegaram a resultados

semelhantes apontando que as águas de Ji-Paraná são impróprias para consumo direto,

sobretudo em razão dos altos índices de coliformes encontrados.

Por fim, muitos desses poços não recebem um monitoramento da qualidade de suas

águas constantemente, ou seja, a população fica vulnerável ao consumir água potencialmente

contaminada. O problema se intensifica, já que uma grande parcela da população utiliza as

variáveis como a turbidez, cor, cheiro e gosto, como referência para indicar se a água de

poços está adequada para consumo (FUNASA, 2014b).

1.7 PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICA DA ÁGUA

O padrão organoléptico é um conjunto de critérios caracterizados por provocar

estímulos sensoriais que influenciam na aceitação para consumo humano, mas que não

absolutamente implicam risco à saúde (BRASIL, 2011). Dessa maneira, são estabelecidos

critérios e suporte de posição estética da água visando evitar que o consumidor a desaprove

por sua aparência, odor ou gosto, uma vez que, isso poderia levá-lo a buscar outras fontes de

água, possivelmente, mais límpida e sem odor e gosto, mas que pode apresentar menos

segurança do ponto de vista sanitário. Por consequência, uma água “insípida, inodora e

incolor” não é garantia absoluta de uma água potável (PÁDUA; SANTOS, 2014). Em vista

disso, a água para consumo humano não deve alegar gosto, odor ou cor, por fatores de

aceitação pela percepção humana (HELLER; PÁDUA, 2010).

O estudo das características organolépticas da água de abastecimento é essencial, em

razão de determinar o uso da água e a relação de sua qualidade com os possíveis riscos à

saúde, além de permitir a avaliação da capacidade do sistema de tratamento (MIRANDA et

al., 2003).

Existem quatro gostos primários dentre eles são o amargo, salgado, ácido e doce, os

resultados de odores são quase ilimitados. Porém, os seres humanos dispõem de memória

organoléptica, capazes de determinar distinções entre sensações de odor e suas intensidades

(FILHO; ALVES, 2005).

Page 20: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

19

Como tais características podem ser apresentadas por meio de valores numéricos ou

concentrações, elas passarão a ser designadas como parâmetros, de alguns destes

referenciados como característica organoléptica no padrão de potabilidade vigente (BRASIL,

2006).

1.7.1 Cor

Segundo Sousa (2001), as características organolépticas abrangem o sabor, cor e o

cheiro. A cor mostrada pelas águas naturais tem conjuntamente ou isoladamente as seguintes

causas: A origem natural inorgânica, com presença de conjuntos metálicos, basicamente de

manganês e ferro; origem orgânica, vegetal ou animal; origem industrial, a necessária

descarga de efluentes industriais (indústrias químicas, refinarias, pasta de papel e têxteis).

A cor na água para o abastecimento geralmente deve-se a existência de matéria

orgânica (fundamentalmente por ácidos húmicos e fúlvicos), afiliada com a fragmentação

húmica do solo. A cor é altamente influenciada pela presença de ferro e outros metais, como

elementos naturais nos mananciais ou como produtos da corrosão. Podendo sugerir uma

contaminação da água por efluentes industriais (HELLER; PÁDUA, 2010).

A presença de cor na água de abastecimento deve ser explanada, em particular se

forem verificadas alterações significativas. Em geral são aceitáveis pelos consumidores níveis

de cor abaixo de 15 UC (unidade de cor) (HELLER; PÁDUA, 2010).

Usualmente são definidas dois tipos de cor: a verdadeira e a aparente. A cor

verdadeira é aquela que na ausência das matérias em suspensão (pós-filtração). A cor aparente

é a coloração da água tal como ela se apresenta, ou seja, com materiais em suspensão. O fato

de uma água não se apresentar límpida, não quer dizer isenta de produtos perigosos ou tóxicos

e o contrario também, límpida não significa potável (SOUSA, 2001).

1.7.2 Sabor e Odor

O conceito de sabor envolve uma relação de gosto (amargo, azedo, doce, salgado)

com o odor. Contudo, em geral usa-se a expressão conjunta: de sabor e odor. Sua origem está

relacionada tanto na presença de substâncias químicas ou gases dissolvidos. Resíduos

industriais que contêm fenol, mesmo em pequenas concentrações resultam em odores bem

característicos. Para consumo humano e usos mais nobres, o padrão de potabilidade exige que

a água seja completamente inodora (BRASIL, 2006).

Page 21: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

20

A percepção do sabor e odor e sua medição são muito difíceis, pois depende

unicamente da sensibilidade dos sentidos do ser humano. Portanto, essa sensibilidade depende

de indivíduo para indivíduo e tende a diminuir com constante exposição (STRAPASSON et

al., 2013).

A presença de cheiro e de sabor na água pode ser como exemplo da cor, um sinal de

presença de matéria orgânica em decomposição ou poluição. Qualquer dessas características é

passional, consequentemente, difíceis de medir (SOUSA, 2001).

1.7.3 Turbidez

A turbidez pode ser destacada como uma proporção de interferência ao acesso da luz

ao líquido. A alteração da entrada de luz na água decorre da presença de material em

suspensão (FUNASA, 2014b).

A turbidez natural das águas está em geral, sendo compreendida na faixa de 3 a 500

unidades de turbidez (UT). Para fins de potabilidade, a turbidez deve ser inferior a uma

unidade. A restrição é devido à influência da turbidez nos métodos usuais de desinfecção,

atuando como escudo aos microrganismos patogênicos e então minimizando o efeito

desinfetante (BRASIL, 2006).

1.7.4 Temperatura

A temperatura da água tem grande destaque por atuar em outras características

(oxigênio dissolvido, densidade, viscosidade). A temperatura influencia na solubilidade dos

gases e na exalação de odores e sabor (PERCEBON; BITTENCOURT; FILHO, 2005).

Contudo, a temperatura das fontes de abastecimento não é constante, variando em

função da energia solar incidente ou mesmo em fontes antropogênicas como os despejos

industriais e águas de resfriamento (MIRANDA et al., 2003).

A temperatura desempenha atuação preponderante na velocidade das reações

químicas, e nas funções metabólicas dos organismos e na solubilidade de substâncias. Os

ambientes brasileiros se denominam em um contexto geral tende a faixa de 20ºC a 30ºC

(BRASIL, 2006).

Page 22: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

21

1.7.5 Sólidos

Os sólidos que estão distribuídos na água se apresentam em suspensão

(sedimentáveis e não sedimentáveis) e dissolvidos (voláteis e fixos) (FUNASA, 2014b).

Sólidos em suspensão são estipulados como as partículas susceptíveis à retenção por

sistemas de filtração. Sólidos dissolvidos são compostos por partículas de diâmetro menor que

10³ µm mantém-se em solução mesmo após a filtração (BRASIL, 2006). A entrada de sólidos

na água acontece de forma natural, por processos erosivos, detritos orgânicos e organismos ou

antropogênica a partir do lançamento de lixo e esgoto.

1.7.6 pH

O potencial hidrogeniônico (pH) da água está relacionada muitas vezes, a aspectos

naturais, mas pode ser modificado pela introdução de resíduos. De um contexto mais

abrangente, a água com pH baixo propende-se a um nível mais agressivo ou corrosivo a

tubulações metálicas, a medida que, águas com alto pH tendem a formar incrustações

(BRASIL, 2011).

O pH representa as condições ácidas e alcalinas do meio líquido, por meio da medida

da concentração pH = -log[H+] de íons hidrogênio (H+). O cálculo dessa grandeza

logarítmica, envolvendo a faixa de 0 a 14, em situações inferiores a 7 são denominadas ácidas

e superiores a 7 apresenta condições alcalinas. Portanto, o número do pH tem influência na

distribuição das formas ionizadas e livre de vários compostos químicos, além de colaborar

para um maior ou menor grau de solubilização das substâncias definindo diversos elementos

de toxidade (FUNASA, 2014b).

Segundo Sousa (2001), o pH da água depende de seus princípios naturais, mas pode

ser modificado pela inclusão de resíduos. Sendo assim, as águas com pH baixo tendem ser

corrosivas ou destrutivas a certos metais, no entanto que, a água com altas proporções de pH

tendem a formar incrustações.

Segundo Brasil (2011), é recomendado que, a água potável deve estar em

equivalência com o padrão organoléptico de potabilidade, assim expresso na Portaria

2914/2011. Sugere que, no sistema de distribuição, o pH da água seja fixado em uma faixa de

6,0 a 9,5.

Page 23: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

22

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 ÁREA DE ESTUDO

O município de Ji-Paraná localiza-se na Amazônia Ocidental, porção centro-leste do

estado de Rondônia, na latitude 10º 53’ 07” sul e longitude 61º 57’ 06” oeste, e altitude média

de 170 metros. Possui uma área de 6.897 Km², correspondendo a 2,9% do estado.

O município de Ji-Paraná é dividido em dois distritos, um localizado à margem

direita do rio Ji-Paraná (rio machado) e o outro à margem esquerda do mesmo rio. Esse estudo

foi desenvolvido, especificamente no bairro Primavera, localizado no segundo distrito da

cidade, conforme se nota na Figura 1 abaixo.

Figura 1 – Mapa de localização do bairro Primavera.

2.1.1 Clima

O estado de Rondônia está caracterizado em um clima, tropical chuvoso, com

estação seca definida. A temperatura média anual no município de Ji-Paraná varia entre 24º C

a 26º C, com máxima de 30º C a 34º C entre os meses de junho a julho e, a mínima entre 17ºC

Page 24: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

23

a 23º C nos meses de novembro a abril, e umidade relativa do ar tem média de 85%. O

perímetro pluviométrico do território é caracterizado por ter um clima de seca, com baixa

demanda de chuva, nos meses de maio a setembro e uma ampla condução de chuva nos meses

de outubro a abril, quando neste período ocorre a recarga dos aquíferos. (FERNANDES;

GUIMARÃES, 2002).

2.1.2 Descrição do Sistema de Abastecimento de Água do Município de Ji-Paraná

O sistema de abastecimento público de água na zona urbana é realizado pela

Companhia de Abastecimento de Água e Esgoto de Rondônia – CAERD, que capta águas

superficiais provenientes do rio Urupá. De acordo com informações do Plano de Saneamento

Básico do Município de Ji-Paraná – PMSB (2011), a água do rio possui uma boa qualidade e

existe outorga para o seu uso. Sendo assim, a contribuição mais significativa de poluição é o

lançamento de esgotos sem tratamento.

Segundo o SNIS (2008), o sistema coletivo de distribuição de água tratada de Ji-

Paraná não abrange 100% da cidade, por isso é necessária à utilização de água de poço. O

município tem um índice de atendimento de 74,39% e consumo de água per capita médio de

101,2L/hab-1.dia-1, sendo a população total atendida com abastecimento de água é de 82.358

habitantes.

A capacidade máxima de tratamento da ETA – Estação de Tratamento de Água é de

360 L/s-1, no entanto, a CAERD atua com capacidade menor, entre 180 a 230 L/s-1.

A ETA é como um agregado de reservatórios dimensionados para atender toda a

população urbana de Ji-Paraná. Todavia, a falta de investimento na ampliação da rede de

distribuição de água e da resistência de alguns moradores em não aderir à interligação ao

sistema público explica o índice de 74,39% das casas atendidas com água tratada. Dessa

maneira, esses dois elementos fazem com que a uma parcela da população faça adesão ao

abastecimento de água captada por poços domésticos. De acordo com Vieira et al. (2011, p. 1)

“na maioria dos poços não há um monitoramento periódico da qualidade da água, o que deixa

a população suscetível à utilização de água contaminada”.

Page 25: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

24

2.2 COLETA DE DADOS: QUESTIONÁRIO

Foi realizado levantamento da percepção da população dos moradores da área de

estudo, para entender a realidade sobre o sistema de abastecimento de água no bairro

Primavera.

Desse modo, para identificar essa percepção, foi aplicado um questionário (Figura 2).

Gunther (2003), define o questionário como sendo um conjunto de indagações sobre certo

assunto que possui como função não entender a habilidade do respondente, mas sim medir sua

opinião, seus interesses e percepções, assim sendo, este é um dos principais instrumentos

usados para coleta de dados por amostragem.

As questões 1, 2, 3 e 4 visam o perfil socioeconômico dos participantes. Assim

sendo, podemos entender de certa forma, como os entrevistados lidam com certos pontos

dentre alguns deles o tempo de moradia, problemas com alagamento do bairro Primavera,

questões envolvendo custo.

No entanto, as questões 5, 6 e 7 são direcionadas as características de consumo, onde

se pode destacar o tipo de ligação que é destinada ao consumidor, na qual os participantes

realizam em sua residência. No qual os entrevistados obtém a sua preferência da adesão.

Desse modo, podem-se haver outras ligações por outras fontes de consumo.

Desse modo, finalizando com as questões 8, 9 e 10 está direcionada a saúde humana,

na qual há certa preferência no quesito gosto, cheiro da água pelas características

organolépticas. Assim podemos compreender quais os motivos dos entrevistados, em escolher

certa fonte. Dessa maneira, podem-se observar uma parcela dos participantes que não tem

ciência dos malefícios que a água de poço pode causar, e assim poder sugerir meio de

minimizar esse dano.

Page 26: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

25

Page 27: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

26

Figura 2 – Questionário.

Em relação ao método desenvolvido no trabalho, este consistiu na abordagem

qualitativa. Assim, o questionário foi composto de dez perguntas, no qual procuram

identificar a percepção dos moradores sobre a água para consumo humano e as origens das

fontes utilizadas.

A pesquisa foi desenvolvida no primeiro semestre de 2018 no mês de abril. Vale

mencionar que a área de estudo foi selecionada devido as suas características mais carentes de

distribuição da água pela CAERD. No Quadro 01 tem-se a descrição dos dias e horários em

que a pesquisa foi desenvolvida da coleta de dados.

Quadro 1 – Cronograma de horários da pesquisa no bairro Primavera.

Data Horário Atividade Pontos

15/04/2018 10h00min às 12h15min Aplicação dos questionários 1 – 9

22/04/2018 09h30min às 12h00min Aplicação dos questionários 10 – 21

29/04/2018 09h45min às 11h45min Aplicação dos questionários 22 – 30

De acordo com dados do IBGE (2010), a população do bairro Primavera é de cerca

de 4.261 habitantes. Logo, a fim de possuir uma amostragem significativa foram aplicados

Page 28: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

27

cerca de 100 questionários nos 30 pontos das localidades definidas, em cada ponto foram

aplicados entre 3 a 4 questionários, todos os participantes do questionário residem em casas

normais, nenhum deles mora em apartamento. Assim, visando na área estudada, tendo como

objetivo maior alcance de distribuição, abrangendo todo o bairro. A distribuição dos pontos

amostrais é evidenciada na Figura 3.

Figura 3 – Distribuição dos 30 pontos amostrais ao longo do bairro Primavera.

Page 29: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

28

2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Dessa forma, foi definida como seria a aplicação dos questionários de maneira

objetiva sendo, a escolha entre números pares, ou seja, uma casa era escolhida e a outra

residência que fica ao lado dessa escolhida não se aplicava questionário. No caso, pulava-se

essa casa e iria para próxima.

Por isso, que todos os pontos foram definidos aleatoriamente, sendo aplicado dentre

eles cerca de 3 a 4 questionários.

Por fim, a análise dos dados se deu por meio de uma abordagem quantitativa, onde as

amostras pesquisadas foram representadas por meio de gráficos. Após a coleta, os dados

obtidos nos questionários foram tabulados e organizados em planilha Excel para posterior

análise estatística.

Através dos questionários aplicados à população do bairro Primavera podem-se

compreender diferentes pontos de vista.

Page 30: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

29

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 DESCRIÇÃO DA PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO

As atividades foram desenvolvidas no bairro Primavera, localizado no segundo

distrito do município de Ji-Paraná. Aconteceram três visitas no mês de abril nos dias 15, 22 e

29, abordando questões relacionadas à falta de água, motivos para a escolha da água de poço,

a preferência do entrevistado entre as fontes disponíveis de água no bairro. Para todos os

aspectos assim abordados, buscaram-se entender melhor a realidade da população urbana.

3.1.1 Perfil socioeconômico

A primeira questão (Figura 4) trata-se do número de pessoas por residência que

foram entrevistadas no Bairro Primavera, onde cerca de 7% relataram morar sozinho,

justificado pelos moradores devido a localidade, outros 20% citaram ter dois moradores, 24%

residem com 3 moradores, e por fim 49% moram com mais de quatro pessoas em uma

residência.

Figura 4 – Número de moradores por domicílio.

No entanto, pode-se observar no bairro estudado, que os entrevistados, alegaram que

têm essa preferência pelo bairro por motivo de facilidade da localidade, já outros está

relacionada a baixo custo do domicílio.

7%

20%24%

49%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

1 Pessoa 2 Pessoas 3 Pessoas 4 Pessoas ou

mais

1 Pessoa 2 Pessoas 3 Pessoas 4 Pessoas ou mais

Page 31: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

30

Quanto à quantidade de pessoas que moram na mesma residência, ficou evidente que

75,7% residem com três pessoas ou mais. De acordo com dados do IBGE (2010), a média das

residências brasileiras é de 3,3 moradores, os dados encontrados na pesquisa estão de acordo a

os do IBGE.

A segunda questão (Figura 5) exprime o tempo em que esses indivíduos habitam em

sua atual residência. A essa pergunta, 24% relataram serem moradores com menos de cinco

anos no bairro, 20% residem a mais de cinco anos, porém, em tempo menor que dez anos,

23% moram a mais de 10 anos e 33% moram a mais de 20 anos.

Figura 5 – Tempo de moradia dos entrevistados.

Os dados mostram que a maior parte dos moradores do Bairro reside ali em uma

média de 15 anos. Portanto, a população vivenciou todo o processo de transformação e

desenvolvimento do bairro, onde segundo eles não ocorreu investimento em infraestrutura

urbana, sobretudo em se tratando do saneamento básico.

O estado de uma forma geral apresenta um dos piores índices de saneamento básico.

Em relação a Ji-Paraná, somente 4,3 % do esgoto gerado é coletado e tratado (Atlas Esgoto,

2013).

Em se tratando dos resíduos sólidos, o município não possui aterro sanitário. Desse

modo, um grande problema vivenciado em Ji-Paraná é o descarte de resíduo em locais

indevidos. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, essa é uma realidade

de 59,7% dos municípios brasileiros (ABRELPE, 2016).

24%

20%

23%

33%

Menos de 5 anos De 5 a 10 anos

De 10 a 20 anos Mais de 20 anos

Page 32: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

31

Quando questionados se a habitação é própria (Figura 6), 82% dos moradores

revelaram que sim, uma parcela citou que ao adquirir a residência essa já possuía um poço.

18% dos entrevistados não possuem casa própria, ou seja, moram em residências alugadas.

Figura 6 – Origem da moradia.

Alguns dos entrevistados disseram que gostariam de optar ao poder de compra da

própria residência, mas por questões econômicas não podem, e no caso acabam alugando o

imóvel. Para Silva e Santos (2010), no espaço urbano a valorização de um terreno se da por

diversos fatores, como a localização dentro do espaço municipal, bem como sua serventia e

produção.

Em relação às razões de residir no Bairro (Figura 7), 62% disseram que adquiriram

por ter um custo mais baixo, comparado com outros bairros da cidade e também por

apresentar uma boa localização. Já 25% dos moradores afirmaram ser vantajoso por ser

próximo ao trabalho. Os 13% restantes escolheram morar no bairro Primavera devido à

proximidade dos familiares.

82%

18%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Própria Alugada

Própria Alugada

Page 33: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

32

Figura 7 – Motivos Por residir no Bairro.

Nesse contexto, a escolha por residir nesse bairro pode ser justificado em razão dos

baixos preços do terreno e do aluguel, que são oriundos da localização dentro do município,

em uma área de terrenos baixos e localizado próximo ao rio Ji-Paraná.

Como se nota no estudo, o município apresenta a chamada dispersão urbana. Silva e

Santos (2010), a definem como o fenômeno em que habitantes que possuem um poder

aquisitivo mais elevado se fixam no centro da cidade onde os terrenos são de melhor

localização e a qualidade de vida é bem valorizada. Enquanto aqueles que possuem uma renda

baixa, adquirem terrenos mais baratos que nesse caso, se localizam nas extremidades da

cidade, nas áreas mais distantes do centro.

3.2 PESQUISA SOCIAL E DE SAÚDE PÚBLICA

A pesquisa apresenta que parte do bairro Primavera, faz adesão a água de poço,

porém, a população está exposta ao consumo inadequado de água para alguns padrões

estudados, em nível de potabilidade estabelecida pela Portaria nº 2.914/2011, serão abordados

neste tópico os resultados significativos através do questionário aplicado.

A percepção pública sobre a qualidade da água para consumo, procedente de sistema

de abastecimento, é tema de várias pesquisas em diferentes partes do mundo (SILVA et al.,

2009).

62%13%

25%

Menor custo Amigos, Vizinhos e Parentes Próximo ao trabalho

Page 34: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

33

Figura 8 – Distribuição de água pelo sistema de abastecimento.

Perguntado se possuem acesso a água disponibilizada pelo sistema de abastecimento

(Figura 8), 57% dos entrevistados responderam que tem ligação à rede de distribuição em sua

residência, assim 43% não faz uso da água distribuída, por motivo de não haver canalização

de água em suas respectivas ruas.

Vale mencionar que, o bairro não é totalmente coberto por canalizações da rede de

distribuição.

Entretanto, partes dos moradores disseram que gostariam de poder contar com esse

serviço, pois traria muitos benefícios, tanto para eles, quanto para própria companhia.

A distribuição de água tratada no município de Ji-Paraná é realizada pela CAERD,

apesar de ter uma cobertura de 74,39%, cerca de 40% das residências são abastecidos por

água subterrânea, principalmente por poços amazonas (HELBEL, 2011). Portanto, em razão

da cidade não dispor de um sistema coletivo de distribuição de água tratada que atinja 100%

da cidade, a água subterrânea é de suma importância para o consumo da população.

Com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS,

na região norte do Brasil somente 57,49% da população tem acesso água tratada. Outro dado

relevante é que o índice de perdas dos sistemas da região é de 55,14%. Essas perdas geram

impactos negativos ao meio ambiente e para os consumidores em geral.

A CAERD vem enfrentando dificuldades quando se trata em distribuir água para o

segundo distrito da cidade de Ji-Paraná, devido o problema da falta de água, por meio das

rupturas das canalizações (DECOM, 2015).

57%

43%

Sim, tem rede de distribuição Não

Page 35: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

34

Mesmo com todos esses problemas que a companhia enfrenta, a CAERD ressalta a

importância da água limpa e de qualidade que está diretamente ligada ao fator saúde, onde a

população será capaz de se prevenir de inúmeras doenças ao ter acesso a esse beneficio.

E para aqueles entrevistados, que não possuem esse benefício do tratamento

oferecido pelo abastecimento público, de certa forma, fazem adesão de outro tipo de

tratamento da água para o consumo próprio.

A falta de cobertura em certo ponto da cidade exclui parcelas significativas da

população, confrontando com os princípios essenciais do acesso, no que se baseiam as

diretrizes nacionais para o saneamento básico, instituída pela lei 11.445/2007.

Figura 9 – Fonte de água utilizada para o consumo da população.

Quanto às fontes de água utilizada para consumo dos moradores, 31% dos

entrevistados relataram utilizar o reservatório subterrâneo, isto é, poços. Assim, o uso da água

subterrânea no bairro Primavera é uma das alternativas de abastecimento. Outros 9% dos

entrevistados disseram usar água distribuída pelo sistema e ao mesmo tempo água do poço

que possuem em suas residências (FIGURA 9).

Portanto, das pessoas entrevistadas e que utilizam água subterrânea as que tinham

mais convicção dos problemas que a água in natura proveniente de poço pode causar à saúde

cerca de 24% compram água mineral para consumo e a água de poço é utilizada para outras

atividades.

No entanto, 5% dos entrevistados disseram não confiar no sistema de distribuição, e

assim utilizam outra fonte, sendo essa outra fonte a água mineral, usada para preparo de

5%

24%

9%

31% 31%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Outra Fonte e

CAERD

Outra Fonte e

Poço

CAERD e

Poço

CAERD Poço

Outra Fonte e CAERD Outra Fonte e Poço CAERD e Poço

CAERD Poço

Page 36: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

35

alimentos e dessedentação e a água da CAERD para outras atividades gerais. Outros 31%

relataram usufruir da água do sistema bem como do poço de sua residência.

Alguns dos entrevistados mencionaram que consomem a água de poço durante

longos anos da vida e nunca sofreram nenhuma patologia que tenha ligação à qualidade dessa

água. Segundo os entrevistados, essa é uma forma de comprovar a boa qualidade da água de

poço.

Conforme a Portaria nº 2.914 de 2011, a água para consumo humano é destinada para

a higiene pessoal, preparação e produção de alimentos e o consumo, independente, de sua

origem, portanto, essa água deve estar condizente com os padrões de qualidade e potabilidade,

a fim de se evitar problemas de saúde relacionada à sanidade da água. De acordo com a OMS

doenças relacionadas à qualidade da água matam duas vezes mais que o câncer (BRASIL,

2011).

Assim de acordo com Zoby (2008), aproximadamente 60% da população brasileira

são abastecidas para fins domésticos, com água subterrânea, sendo dessas, 6% se auto

abastecem das águas de poços rasos, 12% de nascentes ou fontes e 43% de poços profundos.

No Brasil apontam que, 70% dos atendimentos em prontos socorros acontecem

devido às doenças causadas pela ingestão de água sem tratamento. Dentre os mais afetados

estão às crianças e os idosos que usufruem dessa fonte, que possuem organismo mais frágil

(VRANJAC, 2009).

Desta forma, o controle de qualidade da água por meio de seu tratamento é essencial

para que esta cumpra sua função primaria em trazer benefícios à saúde humana, e não atue de

forma oposta, como um aspecto de risco a saúde de seus consumidores (BURGOS et., 2014).

A contaminação direcionada aos poços é grave, assim visto que há risco significativo de

acontecimento de enfermidades pela veiculação hídrica.

Dessa maneira, pode-se notar como o bairro está bem dividido quando se trata do

consumo de água, se todos pudessem ter acesso à água canalizada de distribuição pública pela

CAERD seria um pouco diferente esse aspecto.

O acesso à água como um processo dinâmico e vinculado à história de vida das

famílias, na condição do poço sendo a única opção de fonte de água, mesmo havendo a oferta

do serviço público de abastecimento da CAERD o entrevistado faz a opção por permanecer

utilizando a água da solução alternativa.

Uma parcela dos entrevistados afirmou que estão acostumados com a água de poço, e

vão permanecer a consumir essa fonte.

Page 37: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

36

Segundo (SOARES; CARMO; BEVILACQUA, 2017) o poço e a água dele

proveniente não são simples princípios físicos do ambiente, são parte integrante da casa, da

família fazem parte da história de vida das pessoas interligando épocas antigas de infância a

juventude aqueles momentos de construção da casa cada momento vivenciado, são, portanto,

pontos de referências e construção das memorias dos indivíduos. Então dessa forma, a defesa

do poço e da água é a própria identidade, ao resgate das origens.

É essencial, que as fontes de águas sejam regulamente inspecionadas para averiguar a

integridade das proteções atuais, dessa forma, o mais conveniente é realizar manutenções,

assim quando necessárias (OLIVEIRA et al., 2017).

Quanto aos entrevistados que utilizam água do sistema de distribuição em sua

residência (Figura 10), questionou-se a respeito das taxas que são pagas pelos mesmos e 18%

dos entrevistados apontaram que pagam valores acima dos 50 reais na conta de água. Segundo

eles é um valor muito elevado para suas condições financeiras. Outros 15% apontam pagar,

em torno, de 30 e 50 reais. Outros 9% dos entrevistados pagam pelo serviço entre 20 a 30

reais. Os demais valores denominados no gráfico, aproximadamente 1% são taxas entre 15 a

20 ou inferior a 15 reais.

Assim, os valores das taxas de água, se tornam um empecilho para essa população

realizar a ligação à rede de abastecimento público.

Figura 10 – Valores cobrados para companhia.

Contudo, mesmo com vários problemas na distribuição de água, pela companhia de

águas e esgotos de Rondônia (CAERD), a empresa faz todo um processo de tratamento de

1% 1%

9%

15%

18%

56%

Taxa inferior a 15 reais Taxa de 15 a 20 reais Taxa de 20 a 30 reais

Entre 30 e 50 reais Maior que 50 reais Não possui CAERD

Page 38: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

37

água, desde a captação de água proveniente do rio Urupá, por onde passará por toda etapa de

tratamento determinado pelas normas nacionais.

Os serviços públicos de saneamento básico, entre os quais estão o serviço de esgotos

sanitários, o esgotamento sanitário ou o abastecimento público urbano de água potável são

apontados como preferências locais.

Cada Município que dispõe de serviço de água e esgotos tem sua própria política de

cobrança. Vários municípios diagnosticam taxas em vez de tarifas e há casos, além disso, os

municípios onde não se tem cobrança especifica por esse serviço (JÚNIOR, 2007).

As taxas que são pagas pela população do bairro Primavera, conforme mencionaram

alguns entrevistados que chegam a pagar cerca de R$ 80,00 (oitenta reais) ao mês pelo acesso

da água em sua residência. Dessa forma, mesmo que o entrevistado tenha o acesso à água

pública, a população faz adesão pela água de poço, principalmente, pela sua característica

principal, o custo econômico.

Com relação ao custo da água, são apontados dois modelos baseado um no

pagamento mensal desse serviço oferecido pela acompanharia de água pública e outro modelo

isenta de tarifa é realizado diretamente na fonte, através de construção de poço.

Nas comunidades carentes, a economia familiar não sustenta o pagamento oferecido

pelo serviço de água encanada, o que dificulta a intenção de facilitar a distribuição de água em

parte do bairro.

Sendo assim, uma parcela dos moradores do bairro Primavera não possui água

encanada, portanto, as opções que são viáveis para o consumidor são pela compra da água

mineral no valor de R$ 8,00 (oito reais) por galão de 20 litros ou por meio da água de poço.

Há relatos que a água encanada chega com uma vazão bem abaixo do esperado pelos

entrevistados, a água chega aos domicílios que possuem canalização com pressão muito

baixa.

Segundo os moradores que fazem adesão ao sistema de distribuição de água da

CAERD no bairro Primavera, destacam a falta de água, dentre os casos mais citados estão os

rompimentos de canalização ou limpeza da adutora. No caso, não é só o Primavera que passa

por esse problema, mais também há outros bairros afetados com a falta de água, que são o

caso de todos do segundo distrito da cidade de Ji-Paraná.

A falta de água tem causado tais transtornos como para manter a rotina diária das

casas, essa falta de água não é capaz de suprir às necessidades das pessoas, que passam por

vários problemas por questões básicas de higiene e alimentação. Devido à falta de água a

população sofre com isso, por não conseguir suprir a falta de demanda. Moradores e

Page 39: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

38

comerciantes estão recorrendo a poço, para realização de serviços básicos. Segundo eles é um

problema crônico, no entanto, o mês de agosto houve um aumento excessivo no valor da

fatura. De acordo com os moradores, o abastecimento na cidade não é realizado de forma

regular a água só chega às casas durante a noite. Portanto, a água chega com pouca força

durante a madrugada e em quantidade insuficiente para a realização de serviços domésticos

(SANTOS, 2013).

Os bairros do segundo distrito de Ji-Paraná estão vivenciando a falta de água, sendo

que, há um convênio de 36 milhões de reais para construção de novas redes e adutoras

iniciada no ano passado. O fornecimento da água dura poucas horas. A população é obrigada

a se adaptar e um revezamento. Os moradores dos bairros mais altos e do segundo distrito são

quem mais sofrem com a falta do desabastecimento (ALE, 2019).

Mesmo com seu alto custo, os entrevistados que não possuem poço, não vê outra

forma de abastecimento a não ser pela água mineral quando há falta de água da CAERD,

desse modo, sendo para consumo próprio. Agora para outras atividades ficam refém da água

de abastecimento público.

Portanto, uma parcela dos moradores do bairro Primavera, onde há rede da CAERD

em frente aos seus lotes mantêm resistência em fazer a ligação ao sistema público e, no

entanto, justificado por eles devido ao valor exagerado da tarifa.

Ao verificar se os moradores que utilizam poço realizam algum tratamento na água

(Figura 11), 20% disseram que não fazem nenhum tipo de tratamento prévio da água. No

entanto, 32% comunicaram que realizam a adição de cloro, cita-se que na maioria dos casos

quando questionados sobre os métodos de aplicação, esses relataram praticar a adição do

cloro diretamente dentro do poço.

Dos entrevistados, 36% informaram que não possuíam poço em sua residência e

optaram por outra fonte de consumo. No entanto, 2% comunicaram que fervem a água antes

do consumo diário. E por fim, 10% dos entrevistados, adotam o sistema de filtragem como

forma de tratamento para a água antes da ingestão.

Page 40: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

39

Figura 11 – Tipos de tratamento da água, feito pelos moradores que utilizam poço, antes do consumo.

A população realizar alguns tratamentos, estes sozinhos são ineficientes, além de

alguns nem realizar tratamento. Isso acaba se tornando uma grande ameaça a saúde da

população, uma vez que, ela pode ter ligação direta ou indireta com o surgimento de doenças

de veiculação hídrica (BRITO, 2013).

É de extrema importância o tratamento da água, já que, Marchetto et al., (2009),

encontraram em seus estudos, cerca de 45% dos poços do município de Ji-Paraná fora dos

padrões recomendados pela OMS.

Evidencia-se também, que os tratamentos empregados com a finalidade de aprimorar

a qualidade da água para ter efetividade, necessita tomar certos cuidados, a ausência de

normas ou regulamentações, que dificultam a realização desses cuidados pelos consumidores

(SILVA et al., 2009).

Visto que no Município de Ji-Paraná grande parcela dos poços não têm um

monitoramento de qualidade da água, então a população fica sujeita a utilizar e consumir água

contaminada. Em diversos casos uma grande parte dos entrevistados, consome água de poço

com padrões de potabilidade, como turbidez, cheiro, cor e gosto, que estão adequados, mas

que somente essas variáveis, e não representam a real qualidade da água.

A qualidade de água para o consumo humano sem nenhum tratamento, representa

uma condição de perigo e grande chance de ocorrência de dano à saúde. Outros estudos

detectaram altos índices do consumo de água de poço sem desinfecção ou tratamento

domiciliar (OLIVEIRA et al., 2017).

10%

32%

2%

20%

36%

Sim, filtragem (filtro de barro) Sim, adição de cloro

Sim, ferve a água Não faz tratamento

Não possui poço

Page 41: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

40

Alguns entrevistados citaram que encaminharam amostras de água ao laboratório

para fazer a caracterização da água do poço e verificar sua qualidade, no entanto, os

resultados das variáveis monitoradas estavam de acordo com os valores de referência.

Fazer a ingestão de uma água não tratada implica em vários fatores prejudiciais à

saúde, dentre elas, estão alguns sintomas de diarreias, vômitos, doenças gástricas, entre

outros.

Alguns entrevistados tiveram que trocar em sua residência o meio de consumo de

água, por outro, onde se consumia água de poço passou a consumir água mineral, devido aos

riscos que a água de poço oferece quando não é tratada.

Pode-se conceituar que as águas subterrâneas são no momento atual a fonte de

abastecimento apreciada pela população. Simplesmente elas apresentam maior facilidade ao

acesso, boa qualidade, exploração de baixo custo.

O grupo que consome água da CAERD, conforme se nota os resultados na (Figura

12), 57% dos moradores disseram que a água distribuída pela companhia exala um odor muito

forte de cloro. Outros entrevistados alegaram um gosto de barro na água distribuída, 29% não

sentiram nada de diferente, dessa maneira mencionaram que a água estava ótima para

consumo. Por fim, 14% não sabiam diferenciar o gosto nem o cheiro exalado pela água da

CAERD.

Figura 12 – Características organolépticas da água.

Segundo a Portaria 2.914 de 12 de dezembro de 2011, às percepções organolépticas

são os conjuntos de padrões definidos por provocar estímulos sensoriais que afetam a

57%

29%

14%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim, pelo

cheiro, cor e o

gosto

Não Não sei

Sim, pelo cheiro, cor e o

gosto

Não

Não sei

Page 42: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

41

confirmação para consumo humano, mas que não fatalmente demandam risco a saúde

(BRASIL, 2011).

Os Participantes, não conseguiam perceber diferenças entre a água distribuída pela

CAERD quando comparada a água de poço, então em virtude da percepção os moradores que

possuíam as duas fontes citaram a mesma informação. Entretanto, a maior parte dos

entrevistados definiram os aspectos organolépticos, tanto pelo cheiro exalado um pouco mais

forte vindo da água da CAERD, como o gosto e suas diferenças, também pela cor de forma

que a água não possui cor sendo totalmente transparente.

Em condições de consumo, segundo os moradores, definiram a água de poço, melhor

para ser consumida se comparada com a água de distribuição pública. Então sendo assim, a

água de poço apresenta melhores condições no quesito gosto, cor e cheiro.

Embora a água potável do ponto de vista microbiológico, isenta de turbidez e de cor

verdadeira com compostos orgânicos e inorgânicos, apontada como segura, assim sendo, a

existência de odor e gosto causa adversidade ao consumidor, dessa maneira, colocando em

confiança a companhia de distribuição de água pública (FILHO; ALVES, 2006).

Os moradores que fazem o consumo da água de poço fizeram menção à rejeição da

água de abastecimento público pelo devido os fatores organolépticos, ou seja, o “gosto de

cloro”.

Água de consumo humano é denominada a partir dos sentidos, visão e sabor. Então,

a presença de cloro, é percebida pelo gosto ou pelo cheiro ou em fatores esbranquiçados da

água, tornando-a um elemento bem mais fácil de ser apontado e sentido no cotidiano do

individuo (SOARES; CARMO; BEVILACQUA, 2017).

As características organolépticas da água precisam ser notáveis elementos

importantes que podem ser percebidas pelo sentido humano, ligado ao abastecimento da

companhia ou em outras formas de exposição da população, no caso os consumidores fazem

ingestão da água, poderão sentir certas características apresentadas no sabor ou não, como no

caso da água pura.

A análise evidência que 57% da população entrevistada percebe certo gosto e odor na

água do sistema de abastecimento. Assim sendo, a população faz muitas criticas em relação a

essas características. Eles acreditam que esse gosto característico é perceptivo é tenha relação

com o uso excessivo de algum produto.

A CAERD faz a captação de água do rio Urupá, e faz seu tratamento, e distribui na

rede, de acordo com certas visões, poderá servir para definidos fins como, por exemplo, a

Page 43: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

42

limpeza, consumo, ou vice versa. Deste modo as características físicas da água e o seu

conceito social são criado a partir de uma função um do outro.

Os entrevistados foram questionados sobre os motivos de possuírem poço em sua

residência e a razão da preferência (FIGURA 13). Da população estudada 32% revelaram não

possuírem água subterrânea procedente de poço para consumo, 19% preferem água de poço,

pelo motivo da água da CAERD exalar um cheiro e gosto de cloro em sua distribuição. Já

11% alegavam que há interrupções na distribuição de água. Outros 35% comunicaram que

fazem adesão à água subterrânea de poço por não ter nenhuma cobrança e taxa. Para 3% dos

entrevistados, todos os motivos mencionados anteriormente justificam a escolha da água

subterrânea.

Figura 13 – Preferência dos entrevistados em usar a água do poço.

Segundo Paludo (2010), a principal vantagem de utilizar águas de origem

subterrâneas é devido ao seu baixo custo da construção de poços na ligação ao custo das obras

captadas das águas superficiais.

A maioria dos entrevistados prefere a água de poço devido a sua taxa de isenção e

pela falta de opção na distribuição de água, ressaltando que o bairro Primavera não é coberto

totalmente pela distribuição de água da CAERD.

Dessa forma, os moradores que não possuem poço provavelmente aderem o consumo

de água pela distribuição pública da CAERD, sendo assim, ficam reféns, quando há alguma

falta de água, por ventura de interrupções no sistema ou por motivos de ruptura no cano de

distribuição de água.

19%

11%

35%

3%

32%

Devido ao sabor e o

cheiro de cloro da água

da CAERD

Devido as interrupções

no suprimento de água

Porque não tem custo

(não há cobrança de

taxa)

Todas as opções

anteriores

Não possui poço

Page 44: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

43

Motivo que levam os entrevistados a fazerem preferência da água de poço e devido

ao cheiro e gosto que a água da CAERD emite ao seu consumidor. Segundo os moradores a

distribuição da água chega a sua residência exalando um cheiro e gosto cloro, ou seja,

tornando a água inapropriada para ingestão.

A água tratada pelo sistema de abastecimento elimina microrganismos e alguns

elementos químicos, que são maléficos para a saúde. A lei 11.445 (BRASIL, 2007) menciona

que as diretrizes nacionais para o saneamento básico, têm como parâmetro expansão do

acesso aos serviços de saneamento básico dentre eles o abastecimento de água potável.

Para aqueles entrevistados que não possuem poço ou o poço está desativado, uma

parte faz preferência pela a água da CAERD por ter noção sobre os malefícios causados pela

água de poço, portanto, o morador já tem ciência das doenças que a água de poço pode causar

ao fazer a sua ingestão.

Aquela poção que menciona os problemas da rede pública, e faz menção a água de

poço e água mineral, e os motivos que levaram a fazer essa escolha. No entanto, para a

utilização como fonte de consumo humano é usufruída água mineral. Pelo fundamento da

água mineral ser mais confiável que a água da CAERD, e água de poço esta sempre

disponível quando tratada.

O intuito principal de todo o sistema de distribuição de água é fornecer água para

atender a demanda. Portanto, é fundamental que os desafios aos gestores de abastecimento de

água é a minimização das perdas de água provocadas pelo rompimento, vazamento, é

essencialmente decorrentes de problemas de uma infraestrutura envelhecida (FONTANA;

MORAIS, 2013).

No entanto, os danos atingidos financeiramente e ambientalmente, são perdas de

água na distribuição são processados sérios problemas para a operação do sistema de

abastecimento. Portanto, quando o sistema se torna grave em um determinado setor, a pressão

da água cai ficando muito abaixo das normas de legislação, levando a insatisfação dos

moradores por não receberem água na pressão apropriada para sua utilização (MORAIS;

CAVALCANTE; ALMEIDA, 2017).

Por fim, a última questão busca entender melhor a visão dos entrevistados, se os

mesmos têm ciência sobre os riscos ocasionados pelo consumo de água de poço (FIGURA

14). Os resultados mostram que 49% dos entrevistados têm plena ciência dos malefícios

causados pela água de poço, enquanto que 46% não têm conhecimento sobre a nocividade que

pode causar ao ingerir água de poço para consumo e, 5% não sabiam responder.

Page 45: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

44

Este conjunto de problemas torna-se preocupante, tendo em vista que mesmo no

bairro em que há a oferta da água tratada, grande fração da população opta em fazer o uso das

águas naturais de poços, ao levar somente em conta algumas características organolépticas

que apresentam no grau de potabilidade. Não é examinada a possibilidade de o lençol freático

está contaminado, seja por atividades antrópicas ou naturais.

Como foi observada, uma grande parcela dessa população desconhece os riscos do

consumo de água de fonte não segura e não tratada e o problema aumenta, uma vez que, o

município não dispõe de sistema de tratamento de esgoto.

Os números assustam de acordo com a OMS, 2 bilhões de pessoas consomem água

contaminada no mundo, ficando essas pessoas expostas à cólera, disenteria, febre tifoide e

pólio, além de correr risco de morte todos os dias. Segundo estimativas, todos os anos

ocorrem mais de 500 mil mortes provocadas por diarreia, portanto daí vem à necessidade de

informar a população sobre os perigos do consumo de água não segura.

Figura 14 – Consciência da população dos problemas de saúde ocasionados pela qualidade de água.

Os dados são surpreendentes quando vemos que a população faz ingestão dessa água

que pode estar contaminada, sabendo dos seus reais malefícios. Mesmo a água se

apresentando incolor, inodora ou insípida não quer dizer que não esteja contaminada.

Assim sendo, para os entrevistados que não tinham esse conhecimento ou aqueles

que não sabiam responder, seria ideal ter palestras indicando os reais malefícios ao consumir a

água de poço e sanar a importância do tratamento de água. Dessa forma, permitindo que o

entrevistado entenda o real motivo, e possa fazer adesão ao sistema de abastecimento público.

A maior parte das doenças de veiculação hídrica pode ser considerada uma boa parte

reduzida, no entanto, desde que a população tenha acesso à água potável. Sendo assim, um

49%46%

5%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim Não Não sei

Sim Não Não sei

Page 46: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

45

dos maiores problemas são as fontes de água particulares é a carência de monitoramento de

qualidade da água consumida (SILVA et., 2015).

Os custos de manutenção, de análise, tal como o atraso na informação e o descaso

dos responsáveis públicos, levam a população a consumir água contaminada embora tenha

todos esses problemas de saúde pública que pode suceder.

Em vista disso, e necessário tomar as devidas precauções ao consumir água sem

tratamento, ou água que não se saber o diagnósticos que se encontra a sua situação de

potabilidade.

Alguns moradores alegaram que tiveram problemas de saúde ao fazer ingestão da

água de poço, sendo assim, foi recomendado que o morador trocasse a água de poço pela água

distribuída pela rede pública por questões de saúde.

Page 47: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

46

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho evidenciou que, no bairro alvo do estudo existe uma grande carência

em razão da rede de distribuição de água pública, não estar disponível em todo o bairro.

Assim, devido esse fenômeno aliado às taxas cobradas, existe um alto número de poços que

são usados para suprir as necessidades dessa população.

Averiguou-se também, que grande parcela da população que consome água do poço,

a maioria o faz sem nenhum tratamento, o que tem mostrado ser um sério problema para a

saúde desses moradores, já que o bairro, como todo município, não conta com serviços de

coleta e tratamento de esgoto. Merece citar que, alguns moradores já tiveram problemas de

saúde relacionados à qualidade da água.

Desse modo, se destaca que as razões da população não realizar ligações à rede de

distribuição de água coletiva do município, acontece em virtude de vários fatos, não confiar

no sistema, às taxas cobradas serem altas e pela rede não estar disponível para a região de sua

residência.

Nesse sentido, em razão da falta de cobertura total da rede de distribuição de água na

cidade de Ji-Paraná, a população se vê obrigada a buscar outros meios para suprir a sua

necessidade por água, sendo um deles o poço.

Merece destacar também, que grande parte da população que faz uso da água do

poço desconhece o perigo da ingestão de água que não seja tratada, os mesmos utilizam como

critério de avaliação da qualidade o cheiro e o gosto, estando assim sujeitos ao consumo de

água que não esteja dentro dos padrões mínimos de potabilidade.

Portanto, o trabalho também revelou a necessidade de realizar um programa de

educação ambiental nos bairros carentes do município, a fim de informar a população sobre os

problemas do consumo de água contaminada, além da importância de se ligar a rede de

distribuição de água quando esta está disponível. Bem como também esclarecer, as pessoas

sobre a relevância da manutenção dos poços, na circunstância de executar um papel

Page 48: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

47

indispensável no fornecimento de água para muitas famílias de Ji-Paraná e por fim destacar o

fator importante do tratamento prévio da água para consumo. Dessa forma, a população

conhecendo o risco da ingestão da água não tratada poderá se precaver dos malefícios e assim

ter uma qualidade de vida melhor.

Page 49: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

48

REFERÊNCIAS

ABRELPE Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2016. Abrelpe, 2016. Disponível em:

http://www.abrelpe.org.br/panorama_apresentacao.cfm. Acesso em:

27 de maio de 2019.

ALVES, G. M. C. et al. Qualidade da Água Subterrânea Obtida de Poços em Áreas Urbanas

na Cidade de Ji-Paraná - RO. Higiene Alimentar, São Paulo, v. 30, n. 256/257, p. 137–141,

Maio/Junho. 2016.

ANA. Fatos e Tendências Água. Rumo de Mudança, v. 2, p. 1–36, 2009.

ANAP. Saneamento e Epidemiologia Ambiental: doenças de Veiculação Hídrica. Saúde,

Saneamento e Meio Ambiente, Presidente Prudente – SP, v. 9, n. 11, p. 575–580, 2013.

ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS- ABAS. Poços para

capacitação de água: definições. Disponível em: http://www.abas.org/educacao_pocos.php

acesso em: 27 de maio 2019.

BRASIL. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR -12216. Projeto de Sistema de

Abastecimento de Água. Norma Técnica. 1992, 18 páginas.

BRASIL. Portaria MS No 518, de 25 de Março de 2004. Ministério da Saúde. Estabelece os

procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água

para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Diário Oficial

da União, Brasília – DF, v. 1, n. 2, p. 34, 2004.

BRASIL. Vigilância E Controle Da Qualidade Da Água Para Consumo Humano. Ministério

da Saúde, Brasília - DF, p. 1–213, 2006.

Page 50: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

49

BRASIL. Lei Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Diário Oficial da União, n. 20, p. 1-20,

2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS No 2.914 de 12 de dezembro de 2011. Dispõe

sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo

humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União, p. 1–32, 2011.

BRITO, P. N. F. Qualidade da água de abastecimento em comunidades rurais de várzea

do baixo rio Amazonas. 2013. 50f. Monográfica (Trabalho de Conclusão de Curso em

Ciências Ambientais)- Faculdade de Ciências Ambientais-, Universidade Federal do Amapá,

Macapá, 2013.

CAPP, N. et al. Qualidade da água e fatores de contaminação de poços rasos na área urbana

de Anastácio (MS). Geografia Ensino & Pesquisa, v.16, n.3, p. 77-91, set./dez. 2012.

CARVALHO, A. P. L.; ZANARDO, V. P. S. Consumo de Água e Outros Líquidos em

Adultos e Idosos Residentes no Município de Erechim - Rio Grande do Sul. URI Erechim, v.

34, n. 125, p. 117–126, 2010.

CREMONESE, E, R. Avaliação da qualidade de água de poços localizados próximos às áreas

de deposição de resíduos sólidos do município de Ji-Paraná. 2014. 73 f. Monografia (Trabalho

de Conclusão de curso de engenharia ambiental) - Universidade Federal de Rondônia, Ji-

Paraná.

BURGOS, T. DAS N. et al. Água de Consumo Humano Proveniente de Poços Rasos Como

Fator de Risco de Doenças de Veiculação Hídrica. Revista Ciência e Saúde, v.16, n.1, p. 34-

38, Jan.-Jun. de 2014.

DECOM. Caerd resolve falta d’água em Ji-Paraná. Disponível em: http://www.caerd-

ro.com.br/noticias.php?id=613#.XSZ4fuhKhPY. Acesso em 10 de Julho de 2019.

DUMMER, D. et al. Projeto De Produto: Concepção De Uma Estação De Tratamento De

Água Voltada Para Agroindústria Familiar. ENEGEP - Encontro Nacional de Engenharia

de Produção, João Pessoa – PB, v. 36, n. 1, p. 1–22, Outubro de 2016.

FERNANDES, C. L.; GUIMARÃES, S. C. P. Boletim Climatológico de Rondônia.

Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), p. 36, 2002.

FERNANDES, F.; SOUZA, S. G. Estabilização de lodo de esgoto. In: ANDREOLI, C. V.

Resíduos sólidos do saneamento: processamento, reciclagem e disposição final. Rio de

Page 51: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

50

Janeiro: Rima Artes e Textos, 2001. 287 p. (Programa de Pesquisa em Saneamento Básico –

PROSAB, 2). cap. 2, p. 29-55.

FILHO, S. S. F.; ALVES, R. Técnicas de Avaliação de Gosto e Odor em Águas de

Abastecimento: Método Analítico, Análise Sensorial e Percepção dos Consumidores.

Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v. 11, n. 4, p. 362-370, Out/Dez 2006.

FONTANA, M. E.; MORAIS, D. C. Modelo para setorizar redes de distribuição de água

baseado nas características das unidades consumidoras. Production, v.25, n.1, p. 143-156,

Jan./Mar. de 2013.

FUNASA. Manual De Cloração De Água Em Pequenas Comunidades Utilizando O Clorador

Simplificado Desenvolvido Pela Funasa. Ministério da Saúde, Brasília/DF, v. 1, n. 4, p. 40,

2014a.

FUNASA. Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em

ETAS. Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Brasília/DF, v. 1, n. 9, p. 112, 2014b.

FUNASA, Projeto de Saneamento Ambiental em Regiões Metropolitanas, 2008

www.funasa.gov.br.

ALE. Laerte Gomes critica descaso da Caerd com Ji-Paraná. Disponível em:

http://www.rondonoticias.com.br/noticia/politica/24375/laerte-gomes-critica-descaso-da-

caerd-com-ji-parana. Acesso em: 10 de Junho de 2019.

GOMES, M. A. F. Água: sem ela seremos o planeta Marte de amanhã, p. 4, 2011.

GOMES, H, P. Sistemas de Saneamento – Eficiência Energética. 1ª ed. João Pessoa:

Editora UFPB, 2010.

GUIMARÃES, A. J. A.; CARVALHO, D. F. de; SILVA, L. D. B. da. Saneamento básico.

Disponível em:

http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT%2017

9/Cap%201.pdf. Acesso em: 20 de março de 2019.

GUNTHER, H. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão?

Psicologia: teoria e pesquisa, Universidade de Brasília, Brasília, v. 22, n. 2, p. 201-210,

2006.

Page 52: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

51

HELBEL, A. F. Análise da qualidade das águas subterrâneas no perímetro urbano de Ji-

Paraná/RO – Brasil. 2001. 110 f. Monografia (Bacharelado em Engenharia Ambiental) –

Universidade Federal de Rondônia, Ji-Paraná. 2011.

HELLER, L.; PÁDUA, V. L. DE. Abastecimento de Água para Consumo Humano. 2a ed.

Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

IBGE, 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:

https://www.ibge.gov.br/. Acesso em: 5 fevereiro de 2018.

JUNIOR, J. DE S. P. Tarifas dos serviços públicos de água e esgotos no Brasil. Ministério

das Cidades – SNIS/IPEA, Brasília – DF, n.3, p.14, agosto de 2007.

MARCENA, É. M. et al. Água de uso Doméstico, Captação e Reutilização. Integrada

Revista Científica FACOL / ISEOL, Lençóis Paulista – SP, p. 1–37, 2017.

MARCHETTO, M. Água subterrânea em Ji-Paraná/RO. Ji-Paraná. 2009. Disponível em

http://www.ecodebate.com.br/2009/07/23/agua-subterranea-ji-parana-ro. Consultado em: 08

Abril de 2018.

MARTINS, G. A. F. Estudos Epidemiológicos e da Qualidade de Água em uma Escola de

Ensino Fundamental do Município de Uberlândia, MG: Aspectos Ambientais e Sociais.

Ambiente & Educação, v. 19, n. 1, p. 16–18, 2014.

MARTINS, I. A. V. Avaliação da qualidade da água subterrânea em área de influência

do lixão inativo no bairro Esperança (Ji-Paraná/RO). Ji-Paraná: UNIR, 2011. Monografia

(Bacharelado em Engenharia Ambiental), Departamento de Engenharia Ambiental,

Universidade Federal de Rondônia, 2011.

MIRANDA, M. D. C. et al. Manual de Coleta para Análise de Água de Consumo Humano.

Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde, Palmas – TO, n. 63, p. 1–16, 2003.

MOSS, M. A Importância da Água. Disponível em:

http://brasildasaguas.com.br/educacional/a-importancia-da-agua/. Acesso em: 7 Outubro de

2017.

MORAIS, D. C.; CAVALCANTE, C. A. V.; ALMEIDA, A. T. DE. Priorização de áreas de

controle de perdas em redes de distribuição de água. Pesquisa Operacional, Recife - PE v.

30, n. 1, p. 15-32, 2017.

Page 53: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

52

NETO, A. E. Gestão dos Recursos Hídricos na Agroindústria Canavieira. Conselho Estadual

de Recursos Hídricos de São Paulo, p. 1–12, 1997.

OLIVEIRA, E. DE. Águas Subterrâneas. Saneas, São Paulo – SP, v. Edição 29, p. 1–44,

Abril/Maio/Junho de 2008.

OLIVEIRA, G, A. et al. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA:

ESTUDO DE CASO DE VILHENA – RO. Águas subterrâneas, São Paulo, V.29, n.2, p.

213-223, 2015.

OLIVEIRA, J. DE S. C. et al. Soluções individuais de abastecimento de água para consumo

humano: questões para a vigilância em saúde ambiental. Caderno Saúde Coletiva, v. 25, n.

2, p. 217-224, 2017.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS. Guia sobre a qualidade da Água. 4 edª.

OMS, 2011.

PÁDUA, V. L. DE; SANTOS, L. A. DOS. Capacitação a Distância em Vigilância da

Qualidade da Água para Consumo Humano. Fundamentos Técnicos, p. 1–69, 2014.

PALUDO, D. Qualidade sanitária da água de poços artesianos do município de Picos – Piauí.

Revista Assoc. Med. Bras., v. 52, n.3, p. 1-75, 2010.

PERCEBON, C. M.; BITTENCOURT, A. V. L.; FILHO, E. F. DA R. Diagnóstico da

temperatura das águas dos principais rios de Blumenau, SC. Boletim Paranaense de

Geociências, n. 56, p. 7–19, 2005.

PLANOMUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE

JI-PARANÁ/RO – PMSB. Plano de Trabalho – minuta. Novembro de 201

RIBEIRO, M. R.; VIEIRA, R. F. Diagnóstico das Fontes de Captação de Água Subterrânea

pelas Indústrias e pelas Prestadoras de Serviços Localizadas no Município de Rio

Branco/Acre. Congresso Internacional de Meio Ambiente Subterrâneo, p. 1–16, 2009.

ROLIM, G. L.; CAMPOS, R. A.; MEDEIROS, N. M. DE. Transmissão de Parasitoses pela

Água: Uma Revisão Integrativa. I Congresso Internacional da Diversidade do Semiárido,

Campina Grande – PB, n. 83, p. 1–7, 2011.

Page 54: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

53

SANTOS, M. Fornecimento de água em bairro de Ji-Paraná, RO, gera reclamação.

Disponível em http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2013/08/fornecimento-de-agua-em-

bairro-de-ji-parana-ro-gera-reclamacao.html. Acesso em: 10 Junho de 2019.

SCHMITZ, A. P. et al. Crescimento econômico e pressão sobre recurso hídrico. Estudos

Econômicos, São Paulo, v.47, n. 2, p. 329-363, abril-junho 2017.

SILVA, D. D. DA et al. Falta de saneamento básico e as águas subterrâneas em aquífero

freático: região do Bairro Pedra Noventa, Cuiabá (MT). Engenharia Sanitária e Ambiental,

Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 43-52, 2015.

SILVA, S. R. et al. O cuidado domiciliar com a água de consumo humano e suas implicações

na saúde: percepções de moradores em Vitória (ES). Engenharia Sanitária e Ambiental,

Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 521–532, 2009.

SILVA, A, S; SANTOS, M, C. Crescimento e desenvolvimento sob o olhar da periferia

em Santo Antônio de Jesus – BA. II ANAIS DO SIMPOSIO CIDADES MÉDIAS E

PEQUENAS DA BAHIA, 2011.

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO- SNIS. 2016. Série

Histórica. Disponível em: http://app4.cidades.gov.br/serieHistorica/. Acesso em: 20 de maio

de 2019.

SOARES, A. C. C.; CARMO, R. F.; BEVILACQUA, P. D. Saberes sociais e a construção da

preferência pela água de consumo humano. Ciência & Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 22,

n. 10, p. 3215-3223, 2017.

SOUSA, E. . Noções Sobre Qualidade da Água. Notas de hidráulica e dos recursos hídricos

e ambientais, p. 1–29, Setembro de 2001.

SOUZA, L. C. DE. Mudanças de Paradigmas Urbanísticas em Face da Necessária Proteção

das Águas Subterrâneas: a Ordenação do Solo da Cidade à Partir de ser Subsolo Através do

Zoneamento Especial Ambiental. XIV Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, p. 1–

17, 2006.

SNIS. Série Histórica 9. Brasília: M Cidades-SNSA, 2008.

SPADOTTO, C.; RIBEIRO, W. Gestão de Resíduos na Agricultura e Agroindústria. FEPAF,

v. 21, n. 1, p. 319, 2006.

Page 55: USO DA ÁGUA DA REDE DE ABASTECIMENTO: ESTUDO DE CASO ... · Ridaj Sousa, somos da mesma turma e também é meu amigo, a primeira pessoa que eu conheci na Engenharia. Estamos sempre

54

STOFFEL, J. A.; COOGNESE, S. A. O desenvolvimento sustentável sob a ótica da

sustentabilidade multidimensional. FAE, v. 18, n. 2, p. 18–37, jul./dez. 2015.

STRAPASSON, G. C. et al. Fatores que alteram a percepção de sabor. Infarma - Ciências

Farmacêuticas, v. 25, n. 2, p. 111, 2013.

UNESCO. Água subterrânea - reservatório para um planeta com sede?. Ciência da Terra

para a Sociedade, v. 1, p. 1–16, 2007.

UNESCO. Águas residuais o recurso inexplorado. Resumo Executivo, p. 1–12, 2017.

VICTORINO, C. J. A. Planeta água morrendo de sede. EDIPUCRS, p. 1–101, 2007.

VIEIRA, et al. Avaliação Microbiológica da Água de Poços Escavados no Bairro Novo Ji -

Paraná, Município de Ji-Paraná, Rondônia. In: Seminário Regional Sobre Gestão de Recursos

Hídricos. Água, Vida e Tecnologia & Fórum do Observatório Ambiental, III e IV. Rio de

Janiero 2012.

VIEIRA, A, R. Geotecnologias aplicadas à estruturação de um sistema de informação

geográfica da olericultura, Ji-Paraná-Ro. 2013. 59f. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso

de Engenharia Ambiental)- Departamento de engenharia ambiental, Universidade Federal de

Rondônia, Ji-Parana.

VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3. ed.

Belo Horizonte: DESA-UFMG, 2005.

VRANJAC, A. Doenças Relacionadas à Água ou de Transmissão Hídrica ‐ Perguntas e Respostas e Dados Estatísticos. Centro de Vigilância Epidemiológica, p. 1–25, 2009.

ZOBY, J. L. G. Panorama da qualidade das águas subterrâneas no Brasil. In CONGRESSO

BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 15, 2008, Natal. Anais... Natal: ABAS,

2008. P. 1-20.