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Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT
II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia
07 a 09 de outubro de 2010 ISSN: 2178-6135
Artigo número: 130
Uso de jogos didáticos no Ensino Médio sob o ponto de vista de professores e alunos
Mariana Vanzela Russi
Estela de Sousa Rossetto
Resumo
O uso de instrumentos didáticos variados, como jogos, vem sendo
incentivado como auxiliar no processo de ensino-aprendizagem e ganhando
espaço nas salas de aula, embora ainda sofra resistências por parte dos
professores. Este trabalho mostra a opinião de professores de várias disciplinas do
Ensino Médio, agrupados por áreas do conhecimento, com relação ao seu uso. Foi
pesquisada também a opinião de alunos do Ensino Médio sobre o mesmo assunto.
As opiniões dos dois grupos apresentam divergências: em geral os professores
mostraram preferência por instrumentos passivos, que não promovem a interação
entre os alunos ou movimentação dentro da sala, enquanto a preferência dos
alunos foi por instrumentos ativos que promovem participação e interação
durante a sua aplicação. Os resultados são discutidos com relação à importância
da formação dos professores para a sua futura prática de ensino.
Palavras-chave: jogos didáticos, ensino de Ciências, metodologias ativas
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Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT
II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia
07 a 09 de outubro de 2010 ISSN: 2178-6135
Artigo número: 130
de ensino, formação de professores.
Abstract
Use of educational games in the high school from the point of view of
teachers and students
Various teaching tools, such as games, have been suggested to assist in the
teaching-learning process and already have been used in the classroom, although
their resistance from the teachers. This work shows the point of view of teachers
from various high school disciplines, grouped by knowledge areas, regarding their
use. It also shows the opinions of high school students on the same subject. The
opinions of the two groups differ: teachers in general showed a preference for
passive tools, which do not promote interaction among students, while the
students' preference was for instruments that promote active participation and
interaction between them during its use. Results are discussed focusing the
importance of the training courses for teachers in their future teaching practices.
Keywords: educational games, science teaching, active learning
metodologies, teacher training courses.
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07 a 09 de outubro de 2010 ISSN: 2178-6135
Artigo número: 130
Introdução
O uso de jogos e atividades lúdicas, feito tradicionalmente no ensino pré-escolar e nos
primeiros anos do Ensino Fundamental, vem sendo estimulado também para as séries finais do
Ensino Fundamental e do Ensino Médio (Guidetti et al., 2007; Rossetto, 2010; Schall et al., 1999).
A atividade didática lúdica (jogos, criação de histórias em quadrinhos e outros), bem como
recursos didáticos enriquecedores ou alternativos à aula teórica (filmes e animações, por
exemplo), tornam significativo e participativo o processo de aprendizagem (Almeida, 1998;
Guidetti et al. 2009; Huizinga, 2004; Miranda, 2001; Schall et al., 1999; Toscani et al., 2007).
Autores como Morin (2005a), Morin e colaboradores (2004), Silva e colaboradores (2008),
Veronez e colaboradores (2009), Wunenburger e Araújo (2006) vêm mostrando que o uso de
metodologias didáticas que possibilitam interação, participação, tomada de decisões, dinamismo
e diversão associados ao estudo, promovem melhoria no aprendizado em geral e, em especial,
dos temas mais abstratos da área de Ciências.
Jogos de diversos tipos constituem instrumentos ativos de ensino, que aliam diversão e
interdisciplinaridade e que propiciam o desenvolvimento de várias das competências e
habilidades atualmente cobradas no ENEM (Brasil, 2009) e preconizadas pelos PCNs (Brasil, 2002),
e devem ser desenvolvidas desde o Ensino Fundamental, embora ainda não sejam práticas usuais
em muitas escolas (Lima e Vasconcelos, 2006).
Jogos didáticos estimulam o raciocínio lógico e a capacidade de lidar com situações-
problema com base na aplicação de conhecimentos previamente adquiridos. Eles exigem
habilidades de leitura e compreensão de textos e podem requerer o trabalho em equipe em
tarefas construtivas, desafios ou competições. Dessa forma, promovem a participação ativa e
trazem significação e estímulo ao processo de aprendizagem (Almeida, 1998; Batista et al., 2009;
Guidetti et al. 2009; Huizinga, 2004; Miranda, 2001; Pelizzari et. Al., 2002; Rossetto, 2010; Toscani
et al., 2007; Schall et al., 1999; Zanon et al., 2008).
O professor cada vez mais necessário é aquele que tenha sólidos conhecimentos em sua
área científica e que saiba trabalhar de forma interdisciplinar, buscando estimular o aluno a, como
ele, gostar de estudar e de construir novos conhecimentos, competências e habilidades (Batista et
al., 2009; Brasil, 2002; Brasil. 2009; Morin, 2005a e b).
Apesar disso, o trabalho de Lima e Vasconcelos mostra que, em 2006, nas escolas públicas
de Recife o livro didático ainda era o recurso mais usado por professores de Ciências. Dessa
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forma, dizem os autores, os alunos nem sempre encontram condições para a construção do seu
conhecimento (Lima & Vasconcelos, 2006).
Concordamos com Lima e Vasconcelos (2006), que acreditam ser o ponto de partida para
a melhoria da qualidade do ensino o conhecimento do perfil do professor na atualidade. Além
disso, estendemos este olhar também para aluno.
O objetivo do presente trabalho foi trazer dados sobre o ponto de vista de professores de
diferentes disciplinas do Ensino Médio e de alunos do Ensino Médio em relação ao uso de
diferentes instrumentos didáticos, em especial os jogos: suas opiniões, críticas, resistências e
desejos. Buscamos encontrar os pontos de concordância e discordância entre os dois grupos,
promovendo, ao menos no nível teórico, um diálogo entre os atores do processo educacional e
uma reflexão sobre o processo de formação de professores.
Metodologia
O trabalho teve como público-alvo os professores e alunos do Ensino Médio regular e
integrado ao ensino técnico. Foi elaborado um questionário qualitativo, destinado a professores
de todas as disciplinas (figura 1). Este buscou verificar quais instrumentos didáticos são utilizados
por eles dentro da sala de aula e, dentre os instrumentos utilizados, quais deles são criados pelo
próprio professor. Dentre os não utilizados, quais deles os professores desejam e não desejam
utilizar. Nesse questionário, o professor poderia marcar mais de uma opção por instrumento. O
motivo das escolhas também foi questionado em perguntas dissertativas e opcionais. As
perguntas eram em sua maioria objetivas e aproximadamente 30% dissertativas.
A distribuição deste questionário foi conduzida pelas duas autoras, para professores do
próprio campus Sertãozinho do IFSP ou entregue a coordenadores de escolas públicas e
particulares para que repassassem aos professores ou ainda diretamente aos professores.
Também foi elaborado um questionário qualitativo para alunos (figura 2) do ensino médio
integrado ao ensino técnico do campus Sertãozinho do IFSP, que teve como objetivo verificar
quais dos instrumentos didáticos utilizados por seus professores eles mais gostaram, quais menos
gostaram, e dentre os não utilizados quais eles gostariam que seus professores utilizassem. Nesse
questionário os alunos poderiam marcar mais de uma opção. Também foi questionado o motivo
das respostas anteriores. As perguntas também eram em sua maioria objetivas, sendo
aproximadamente 30% dissertativas. A aplicação deste questionário foi realizada pela primeira
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autora nas duas turmas do segundo ano, uma do curso técnico em automação industrial
integrado ao EM e outra do técnico em química integrado ao EM.
Após a aplicação dos dois questionários os dados foram analisados e gráficos foram gerados
no Microsoft Excel e em tabelas no Microsoft Word.
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Professor – Ensino Médio
- Curso: regular ( ) técnico integrado ao EM regular ( ) EJA( ) - Escola: particular ( ) confessional ( ) estadual ( ) federal ( ) - Disciplina: _______________________________________________________
Instrumentos Didáticos
Instrumento didático
Qual(is) você utiliza?
Entre os que você
utiliza, qual(is) você cria?
Dentre os que você não utiliza, qual(is)
você teria interesse em utilizar? (2)
Dentre os que você não utiliza, qual(is) você não
teria interesse em utilizar? (3)
Experimentos laboratoriais
Filmes
Documentários
Animações
Histórias em quadrinhos
Jogos de cartas
Jogos de tabuleiro Cruzadinhas
Caça-palavras
Jogos de RPG
Jogos eletrônicos Bingos
Dominós
Quebra-cabeças
Montagem de modelos
Caça ao tesouro Imagem e ação
Stop
Outros (1)
(1) Quais? ___________________________________________________________________________ (2) Se for possível, gostaríamos de saber o por quê você gostaria de utilizar estes instrumentos. ____________________________________________________________________________________ (3) Se for possível, gostaríamos de saber o motivo de você não querer utilizar o instrumento? ____________________________________________________________________________________ Qual a fonte dos recursos didáticos utilizados? ( ) a escola oferece/fornece ( ) eu crio ( ) livros ( ) criação coletiva com os alunos ( ) Internet ( ) intercambio de ideias entre colegas professores ( ) Outros, qual(is): ____________________________________________________________________
Figura 1 – Questionário aplicado aos professores do Ensino Médio.
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Nome da escola:____________________________________________________ Série: _____________ Curso:__________________________________________ Idade:_____________
Instrumentos Didáticos
Instrumento didático
Qual(is) já foi/foram utilizado por seus
professores em sala de aula? Escreva o nome
da matéria que o professor leciona no
retângulo correspondente.
Dentre os que já foram utilizados por seus
professores, qual você mais gostou? (2)
Dentre os que já foram utilizados por seus
professores, qual você não gostou? (3)
Dentre os que não foram utilizados por seus professores,
qual(is) você interesse em utilizar? (4)
Experimentos laboratoriais
Filmes
Documentários
Animações
Histórias em quadrinhos
Jogos de cartas
Jogos de tabuleiro Cruzadinhas
Caça-palavras
Jogos de RPG
Jogos eletrônicos Bingos
Dominós
Quebra-cabeças
Montagem de modelos
Caça ao tesouro Imagem e ação
Stop
Outros (1)
(1) Qual(is)?__________________________________________________________________________
(2) Se possível, gostaríamos de saber o que fez você gostar mais deste(s) instrumento(s). ____________________________________________________________________________________ (3) Se possível, gostaríamos de saber o que fez você não gostar deste(s) instrumento(s). ____________________________________________________________________________________ (4) Se possível, gostaríamos de saber o por quê você gostaria de utilizar este(s) instrumento(s). ____________________________________________________________________________________
Figura 2 – Questionário aplicado aos alunos do Ensino Médio.
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Resultados e Discussão
O questionário destinado aos professores foi respondido por 32 professores, de 13
disciplinas diferentes: biologia, português, inglês, literatura, educação física, filosofia, história,
geografia, física, química, matemática, corrosão e proteção dos materiais (matéria técnica) e
artes. Para efeito de análise, os resultados foram trabalhados de acordo com o agrupamento de
disciplinas feito pela matriz de referência para o ENEM 2009 (Brasil, 2009). O agrupamento foi
feito em 4 áreas: Ciências Humanas e suas Tecnologias (filosofia, história e geografia), Ciências da
Natureza e suas Tecnologias (biologia, química, física e corrosão dos materiais), Matemática e
suas Tecnologias (matemática) e Linguagem, Códigos e suas Tecnologias (português, inglês,
literatura, artes e educação física).
A maioria dos professores utiliza como aliados às suas aulas teóricas os instrumentos
passivos, como filmes, documentários e animações. Dentre os instrumentos ativos, muitos
utilizam os tradicionais, como cruzadinhas e caça-palavras, que normalmente são individuais. Em
geral, os professores criam alguns instrumentos que utilizam. O interesse pela utilização de
instrumentos didáticos mais interativos e dinâmicos, como os jogos, não é muito grande por
grande parte deles (Figura 3).
O trabalho de Lima e Vasconcelos (2006), realizado com professores de escolas públicas de
Recife, já havia mostrado a preferência e a predominância de aulas tradicionais, muitas vezes
utilizando apenas o livro didático como instrumento educacional e priorizando a aprendizagem
receptiva, ou seja, passiva, de informações.
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Utiliza
Cria
Teminteresse
Não teminteresse
Figura 3 – Utilização e interesse ou desinteresse pelos instrumentos,
demonstrados pelos professores que responderam ao
questionário(N=32).
Observando a figura 3 percebe-se que nem todos os professores que não utilizaram os
instrumentos citados posicionam-se com relação ao interesse ou desinteresse em utilizá-los.
O presente trabalho mostra que os instrumentos considerados passivos são os mais aceitos
pelos professores, talvez por serem aqueles já experimentados pelos professores enquanto
alunos ou por permitir maior controle da sala, pois estes instrumentos não estimulam, em geral,
agitação dos alunos. Aos filmes, documentários e animações, por mais interessantes que sejam, o
aluno irá assistir sentado em seu lugar, ao contrário dos instrumentos ativos, que muitas vezes
proporcionam agitação, euforia e movimentação nos alunos, o que muitas vezes pode ser temido
como gerador de indisciplina por muitos professores.
Um outro motivo para a pouca utilização dos instrumentos ativos pode estar relacionado
ao fato do professor não conseguir aplicar de forma correta essas atividades mais dinâmicas.
Segundo Zanon e colaboradores (2008), os professores precisam estar atentos a quais são os
objetivos da utilização de um jogo em sala de aula e saber como dar encaminhamento ao
trabalho, após o seu uso.
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Além disso, consideramos que o professor deve deixar bem claro aos alunos que os jogos
didáticos não são apenas brincadeiras, e sim uma alternativa dinâmica com o objetivo de
transformar o processo de ensino e aprendizagem mais interessante e divertido e, portanto, mais
facilitado.
É pertinente colocar aqui que não sugerimos a substituição das aulas teóricas por aulas
totalmente alternativas, mas sim diversificar as aulas, enriquecendo-as, como bem colocam
Laburú e colaboradores (2003). Tão radical quanto rejeitar completamente metodologias e
instrumentos de ensino lúdico ou ativo é rejeitar completamente a validade de aulas teóricas ou
de instrumentos passivos. Toda a diversidade de abordagens, quando inserida em plano de ensino
refletido, tem validade e enriquece o processo educativo.
Dentre os instrumentos ativos, podemos perceber que os mais utilizados são os mais
tradicionais. São exemplos desses instrumentos as cruzadinhas, caça-palavras e histórias em
quadrinhos, que por sua vez também proporcionam ao professor uma maior segurança dentro de
sala durante a aplicação, pois praticamente todos os alunos já os conhecem bem e sabem jogar
ou desenvolver a atividade. Como não é uma novidade para eles, isso não gera muita agitação na
sala. Além disso, normalmente essas atividades são feitas individualmente ou em duplas, o que
evita grandes deslocamentos e agitação dos alunos pela sala.
O trabalho de Zanon e colaboradores (2008) realizado com alunos do EM, mostrou que 85%
dos alunos indicaram preferir jogos competitivos em grupo. O que podemos perceber é que a
interação entre os alunos e a competitividade que proporciona uma maior satisfação nos alunos
na hora de realizar a atividade, e como consequência o aprendizado será mais eficaz.
Muitos professores indicaram não ter interesse pela utilização de alguns dos instrumentos
alternativos às aulas teóricas. Na resposta à questão dissertativa que procurou conhecer o motivo
dessa rejeição, alguns deles afirmam não encontrar meios para utilizá-los ou aplicá-los em sua
matéria. Acreditamos que eles pensem assim devido à falta de conhecimento sobre estes
instrumentos, dado o ainda reduzido número de pesquisas e publicações sobre jogos e atividades
lúdicas didáticas no Ensino Médio. Por isso, não conhecem seu poder e o quanto podem servir
como aliados dentro da sala de aula.
Lima e Vasconcelos (2006), já haviam afirmado em seu trabalho que o professor só poderá
gerar uma aprendizagem transformadora, a partir do momento em ele for valorizado de modo a
possibilitar um investimento em pesquisa educacional, o que só ocorrerá em médio prazo.
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As figuras 4, 5, 6 e 7 relacionam os números de professores que utilizam ou já utilizaram os diferentes instrumentos em sala de aula divididos pelas áreas de acordo com o agrupamento feito pelo ENEM. A quantidade de professores em cada área está relacionada na tabela 1.
Tabela 1 – Quantidade de professores por área.
Área Número de professores
Linguagem, Códigos e suas
Tecnologias 8
Matemática e suas Tecnologias 3
Ciências da Natureza e suas
Tecnologias 14
Ciências Humanas e suas
Tecnologias 7
A figura 4 refere-se ao número de professores da área de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias que utilizam alguns dos instrumentos.
Instrumentos utilizados pelos professores da área de Linguagem e suas Tecnologias
Experimentos laboratoriais; 2
Filmes; 7
Documentarios; 3
Animações; 4
Histórias em quadrinhos; 7
Jogos de cartas; 2
Jogos de tabuleiro; 1
Cruzadinhas; 3
Caça-palavras; 3
Jogos de RPG; 1
Jogos eletrônicos; 1
Bingos; 2
Dominós; 0
Quebra-cabeças; 3
Montagem de modelos; 1
Caça ao tesouro; 0
Imagem e ação; 3
Stop; 2
Outros; 4
Figura 4 – Número de professores da área de Linguagem e suas
Tecnologias que já utilizaram algum tipo de instrumento (N=8) (foi
possível assinalar mais de uma opção.)
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Os professores da área de Linguagem e suas Tecnologias utilizam muito mais os
instrumentos passivos que os ativos e, dentre os ativos, estão os tradicionais (cruzadinhas, caça-
palavras, bingos, quebra-cabeça e histórias em quadrinhos).
A figura 5 refere-se ao número de professores da área de Matemática e suas Tecnologias
que utilizam alguns dos instrumentos.
Instrumentos utilizados pelos professores da área de Matemática e suas Tecnologias
Experimentos laboratoriais; 0 Filmes; 1
Documentarios; 1
Animações; 1
Histórias em quadrinhos; 1
Jogos de cartas; 1
Jogos de tabuleiro; 2Cruzadinhas; 2
Caça-palavras; 1
Jogos de RPG; 0
Jogos eletrônicos; 0
Bingos; 0
Dominós; 2
Quebra-cabeças; 1
Montagem de modelos; 0
Caça ao tesouro; 0
Imagem e ação; 0
Stop; 0
Outros; 1
Figura 5 – Número de professores da área de Matemática e suas
Tecnologias que já utilizaram algum tipo de instrumento (N=3) (mais de
uma opção).
Os professores desta área utilizam os instrumentos passivos e ativos tradicionais, embora
seja importante ressaltar que o número de professores dessa área tenha sido bastante reduzido,
o que impede qualquer generalização para a área.
A figura 6 refere-se ao número de professores da área de Ciências da Natureza e suas
Tecnologias que utilizam alguns dos instrumentos.
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Instrumentos utilizados por professores da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Experimentos laboratoriais; 12
Filmes; 12
Documentarios; 10
Animações; 7
Histórias em quadrinhos; 2
Jogos de cartas; 1
Jogos de tabuleiro; 2
Cruzadinhas; 7
Caça-palavras; 4
Jogos de RPG; 0
Jogos eletrônicos; 3
Bingos; 1
Dominós; 2
Quebra-cabeças; 1
Montagem de modelos; 6
Caça ao tesouro; 0
Imagem e ação; 1
Stop; 1
Outros; 4
Figura 6 – Número de professores da área de Ciências da Natureza e
suas Tecnologias que já utilizaram algum tipo de instrumento (N=14)
(mais de uma opção).
A figura 6 mostra que os professores da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias
utilizam experimentos laboratoriais e filmes como grandes aliados às suas aulas teóricas. Em
geral, não têm muito interesse por instrumentos ativos e, dentre os poucos utilizados, preferem
os mais tradicionais, como cruzadinhas e também a montagem de modelos, que é um
instrumento considerado tradicional para algumas disciplinas dessa área.
A figura 7 refere-se ao número de professores da área de Ciências Humanas e suas
Tecnologias que utilizam alguns dos instrumentos.
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Instrumentos utilizados pelos professores da área de Ciências Humanas e suas Tecnologias
Experimentos laboratoriais; 0Filmes; 5
Documentarios; 5
Animações; 3
Histórias em quadrinhos; 3
Jogos de cartas; 0
Jogos de tabuleiro; 0
Cruzadinhas; 3
Caça-palavras; 3
Jogos de RPG; 1
Jogos eletrônicos; 1
Bingos; 1
Dominós; 0
Quebra-cabeças; 1
Montagem de modelos; 0
Caça ao tesouro; 0
Imagem e ação; 2
Stop; 0
Outros; 1
Figura 7 – Número de professores da área de Ciências Humanas e suas
Tecnologias que já utilizaram algum tipo de instrumento (N=7) (mais de
uma opção).
Pela observação da figura 7 nota-se que os professores da área de Ciências Humanas e suas
Tecnologias não utilizam instrumentos ativos em sala de aula. Preferem utilizar filmes e
documentários.
Uma sugestão seria que utilizassem os jogos de RPG, onde cada aluno ou grupo de alunos
interpretasse um personagem do período ou época que estão estudando, e ao se imaginarem
vivendo na mesma situação de seu personagem, poderiam tentar agir como acreditam que ele
agiria e defender suas ideias, o que levaria a um grande incentivo dos alunos aos estudos, pois
teriam enorme interesse em aprender sobre seus personagens e, consequentemente, o
aprendizado se tornaria mais fácil e divertido.
O questionário dos alunos foi analisado por curso, devido ao perfil diferente dos alunos do
curso técnico em Automação Industrial e em Química.
A figura 8 mostra o resultado do questionário aplicado aos alunos da turma do curso
Técnico em Química do campus Sertãozinho do IFSP, onde estão indicados os números de alunos
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que afirmaram ter gostado ou não da utilização dos instrumentos alternativos por seus
professores e dentre os não utilizados, qual(is) eles gostariam que seus professores utilizassem.
A turma contém 45 alunos, alguns alunos não manifestaram desejo ou rejeição por alguns
instrumentos.
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5
10
15
20
25
30
35
40
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Stop
Outro
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Gostaria que oprofessorutilizasse
Não gostouque oprofessorutilizou
Gostou que oprofessorutilizou
Figura 8 – Interesse dos alunos da turma do Técnico em Química do
campus Sertãozinho do IFSP pelos instrumentos já utilizados ou não por
seus professores em sala de aula (N=45) (mais de uma opção).
Os alunos demonstram, em geral, que gostariam que seus professores utilizassem
praticamente todos os tipos de instrumentos apresentados na tabela. Isso mostra que os alunos
estão abertos a novas experiências, o que se observa em menor intensidade nas respostas dos
professores.
Os experimentos de laboratório com 38 votos, as histórias em quadrinhos com 23, o bingo
com 21, os jogos de cartas com 14, e os documentários com 13, são os mais gostados pelos
alunos. Questionado o motivo alguns responderam que gostaram “porque interagiu a sala, e ficou
mais fácil de aprender”, “porque sai um pouco da rotina, a aula fica interessante”, “foi legal, a sala
interagiu e aprendemos bastante” e “gostei dos jogos, pois eles ensinam e é mais dinâmico, mais
divertido”.
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Embora apresente grande aceitação (19 alunos marcaram ter gostado que seu professor
utilizou), o uso de filmes também mostra uma grande rejeição, 10 alunos marcaram não ter
gostado da utilização deste instrumento. Questionados quanto ao motivo desta rejeição, os
alunos, afirmaram que os filmes se tornam cansativos quando a sua duração é longa, o que os
transformam em atividade cansativa e tediosa em vez de atividade motivadora.
A figura 9 mostra os resultados dos alunos da turma do curso Técnico em Automação
Industrial do campus Sertãozinho do IFSP, onde estão indicados os números de alunos que
afirmaram ter gostado ou não da utilização dos instrumentos alternativos por seus professores e
dentre os não utilizados, quais eles gostariam que seus professores utilizassem.
A turma contém 32 alunos, alguns alunos não manifestaram desejo ou rejeição por alguns
instrumentos.
0
48
1216
20
2428
32
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Film
es
Doc
umen
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Jogo
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s de
Cru
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Caç
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s
Bin
gos
Dom
inós
Que
bra-
Mon
tage
m d
e
Caç
a ao
Imag
em e
Sto
p
Out
ros
Gostaria queo professorutilizasse
Não gostouque oprofessorutilizou
Gostou que oprofessorutilizou
Figura 9 – Interesse dos alunos da turma do curso Técnico em
Automação Industrial do campus Sertãozinho do IFSP pelos
instrumentos utilizados ou não por seus professores em sala de aula
(N=32) (mais de uma opção).
Podemos observar que experimento laboratorial é um tipo de instrumento que os alunos
do técnico em automação industrial integrado ao EM gostam que seus professores utilizem, de
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todos os alunos que responderam no questionário as perguntas referentes a este instrumento,
apenas 1 aluno marcou não ter gostado. Como justificativa ele afirmou não ter gostado da falta de
organização do professor e não propriamente da realização de experimentos.
Dois alunos, além de marcarem ter gostado que seus professores já utilizaram o
instrumento, também assinalaram a coluna que indicava que eles gostariam que seus professores
utilizassem os experimentos laboratoriais e justificaram escrevendo que gostariam que todos os
seus professores utilizassem este instrumento.
Os jogos de cartas também são muito aceitos e desejados pelos alunos.
Os instrumentos didáticos pelos quais os alunos demonstraram maior desejo são: jogos de
RPG, jogos eletrônicos, animações, jogos de tabuleiro e imagem e ação.
O instrumento mais rejeitado pelos alunos do curso de automação foi o documentário.
Como motivo para a rejeição, apontaram que o documentário foi muito cansativo, chato e
monótono.
A opinião de todos os alunos das duas turmas entrevistadas em relação ao uso dos
diferentes tipos e instrumentos alternativos à aula teórica pode ser observada nas figuras 10 e 11
abaixo:
Figura 10 – Número de alunos que gostariam que seus professores
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
Expe
rimen
tos
labor
ator
iais
Film
es
Docu
men
tario
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Anim
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s
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órias
em
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utilizassem algum tipo de instrumento alternativo (N=77) (mais de uma
opção).
Pode-se verificar que os alunos têm grande interesse pela utilização dos instrumentos
ativos, o que contrasta com o que os professores estão utilizando dentro de sala de aula.
Questionado o motivo da preferência, alguns alunos indicaram que a utilização de alguns destes
instrumentos deixaria a aula mais dinâmica, provocaria uma maior união da sala, mudaria a rotina
das aulas, facilitaria o aprendizado, entre outros.
Isso foi confirmado por Rossetto (2010), que usou um jogo de cartas em aula sobre
organelas celulares, na disciplina de Biologia do primeiro ano do EM e notou que os alunos se
divertiram bastante, ao mesmo tempo em que demonstraram ter estudado bastante para
estarem preparados para a competição, o que mostrou que dinamismo e diversão podem ser
aliados de uma maior aplicação ao estudo.
Figura 11 – Número de alunos que não gostaram que seus professores
utilizaram algum tipo de instrumento alternativo (N=77) (mais de uma
opção).
02468
101214161820
Expe
rimen
tos
labo
rato
riais
Film
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Doc
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Pode-se verificar que os instrumentos que os alunos mais rejeitam são os passivos.
Questionado o motivo, alguns escreveram que “são cansativos”, “causam sono” e “deixam a aula
um tédio”.
Sendo o principal interesse deste trabalho verificar a utilização de jogos didáticos em sala
de aula e sua avaliação (aceitação ou rejeição) pelos alunos e professores, a figura 12 abaixo
mostra quantos professores de cada área já utilizaram algum tipo de jogo (jogos de cartas, jogos
de tabuleiros, cruzadinhas, caça-palavras, jogos de RPG, jogos eletrônicos, bingos, dominós,
imagem e ação, quebra-cabeça e stop), e a figura 13 mostra quantos professores já utilizaram
algum tipo de instrumento passivo (documentários, filmes e animações).
Figura 12 – Número de professores de cada área que utilizam algum
tipo de jogos (jogos de cartas, jogos de tabuleiros, cruzadinhas, caça-
palavras, jogos de RPG, jogos eletrônicos, bingos, dominós, imagem e
ação, quebra-cabeça e stop).
Jogos em geral
10
56
2
9
Ciências da Natureza e suasTecnologias (n = 14)Linguagem, Códigos e suasTecnologias (n = 8)Ciências Humanas e suasTecnologias (n = 7)Matemática e suasTecnologias (n = 3)Não utilizam
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Figura 13 – Número de professores de cada área que utiliza algum tipo
de instrumento passivo (filmes, documentários e animações).
Através da comparação das figuras 12 e 13 fica clara a menor utilização de jogos em sala
de aula e a predominância dos instrumentos passivos em todas as áreas. As quantidades de
instrumentos inclusos em “jogos em geral” (11 instrumentos) é bem maior do que a quantidade
inclusa em “instrumentos passivos” (3 instrumentos), e ainda assim, os números de professores
que não utilizam nenhum desses jogos é grande perto da quantidade que não utilizam nenhum
tipo de instrumento passivo. Isso significa que dentre os 11 tipos de diferentes jogos, 14
professores não utilizam nenhum deles. Dentre os 3 tipos de instrumentos passivos, apenas 4
professores não utilizam nenhum deles.
Conclusões
Podemos concluir que muitos professores de Ensino Médio não deixam sua criatividade
fluir, e aplicam em suas aulas apenas os instrumentos tradicionais, passivos, talvez repetindo
experiências que tiveram enquanto alunos, até mesmo no curso de licenciatura.
Instrumentos Passivos
13
7
7
1
4
Ciências da Natureza esuas Tecnologias (n = 14)
Linguagem, Códigos e suasTecnologias (n = 8)
Ciências Humanas e suasTecnologias (n = 7)
Matemática e suasTecnologias (n = 3)
Não utilizam
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Os alunos, por outro lado, demonstram querer que seus professores usem instrumentos
variados e participativos, principalmente os que estimulem o trabalho em grupo, mudando a
rotina das aulas e tornando o processo de aprendizagem mais divertido.
O melhor estímulo para que licenciandos desejem desenvolver uma carreira diferenciada e
criativa no magistério é a vivência de boas experiências didáticas ainda durante o curso de
licenciatura. Assim, acreditamos que o uso jogos e outros instrumentos e metodologias criativas e
participativas nas disciplinas do curso, bem como o estímulo aos licenciandos usarem sua
criatividade na elaboração e aplicação de instrumentos didáticos participativos, não-dispendiosos
e eficientes seria fornecer mais um diferencial qualitativo ao docente egresso nos cursos de
licenciatura.
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Mariana Vanzela Russi. Estudante do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Campus Sertãozinho. Bolsista de iniciação científica
institucional do IFSP. [email protected]
Estela de Sousa Rossetto. Licenciada, bacharel, mestre e doutora em Ciências Biológicas pela
Unicamp. Docente do Instituto Federal de São Paulo – Campus Sertãozinho. Leciona no EM
integrado ao técnico, incluindo EJA e no curso de Licenciatura em Química.