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1 VALORIZAÇÃO E COMPETITIVIDADE DAS ESPACIALIDADES RURAIS PARA ALÉM DE SUAS CONCEPÇÕES, PAPÉIS E CONTROVERSIAS Joel Albino Rabaiolli Universidade Federal de Santa Maria – UFSM [email protected] Vera Maria Favila Miorin Universidade Federal de Santa Maria – UFSM [email protected] Resumo O desenvolvimento do meio rural atrelado à produção agrícola e a quantidade produzida foi durante séculos entendido como indicativo das condições do meio rural. Sob a influência dos processos da globalização inerentes a expansão do capitalismo mundial, o interesse em explorar mais estas áreas vem promovendo mudanças em seu modo de produção e readaptações em suas funções e nas atividades das propriedades rurais. Assim, pode-se entender que o desenvolvimento rural não se fundamenta mais especificamente na conquista da competitividade de seus segmentos mais dinâmicos, como a agropecuária, mas que as novas bases estão calcadas na difusão tecnológica e informacional que propiciem o acesso a equipamentos e que aproximam ruralidades de urbanidades. Palavras-chaves: Desenvolvimento rural. Agricultura familiar. Ruralidades. Multifuncionalidade. Pluriatividade. Introdução O modelo expansionista do capitalismo mundial após chegar meio rural, envolvendo a produção, os meios de produção (terra, processos e trabalho) e os mercados alcançou rápido desenvolvimento nos anos que se seguiram o termino da Segunda Guerra Mundial e se firmou pela sua eficácia. No final da década de 1970 e durante as décadas de 1980 e 1990 surgiram inúmeros questionamentos a respeito do modelo produtivista adotado no campo, envolvendo a produção agrícola, o trabalho rural e o meio ambiente e com o uso desordenado dos recursos naturais. A produção, o trabalho e os recursos naturais amargaram um processo de desvalorização. Quando se analisa o foco dos processos de desvalorização descobre-se que eles recaem sobre questões sociais, como a força de trabalho responsável pelo processo produtivo que foi substituída pelo valor do produto. O que devia gerar riqueza no campo privilegiou o crescimento da produção e dos mercados de forma quantitativa e dinamizou o crescimento econômico. Na verdade houve depreciação dos elementos principais do processo com a “retirada voluntária”, para não usar a expressão forçada,

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VALORIZAÇÃO E COMPETITIVIDADE DAS ESPACIALIDADES RURAIS PARA ALÉM DE SUAS CONCEPÇÕES, PAPÉIS E CONTROVERSIAS

Joel Albino Rabaiolli Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

[email protected]

Vera Maria Favila Miorin Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

[email protected]

Resumo O desenvolvimento do meio rural atrelado à produção agrícola e a quantidade produzida foi durante séculos entendido como indicativo das condições do meio rural. Sob a influência dos processos da globalização inerentes a expansão do capitalismo mundial, o interesse em explorar mais estas áreas vem promovendo mudanças em seu modo de produção e readaptações em suas funções e nas atividades das propriedades rurais. Assim, pode-se entender que o desenvolvimento rural não se fundamenta mais especificamente na conquista da competitividade de seus segmentos mais dinâmicos, como a agropecuária, mas que as novas bases estão calcadas na difusão tecnológica e informacional que propiciem o acesso a equipamentos e que aproximam ruralidades de urbanidades. Palavras-chaves: Desenvolvimento rural. Agricultura familiar. Ruralidades. Multifuncionalidade. Pluriatividade.

Introdução

O modelo expansionista do capitalismo mundial após chegar meio rural, envolvendo a

produção, os meios de produção (terra, processos e trabalho) e os mercados alcançou

rápido desenvolvimento nos anos que se seguiram o termino da Segunda Guerra

Mundial e se firmou pela sua eficácia. No final da década de 1970 e durante as décadas

de 1980 e 1990 surgiram inúmeros questionamentos a respeito do modelo produtivista

adotado no campo, envolvendo a produção agrícola, o trabalho rural e o meio ambiente

e com o uso desordenado dos recursos naturais. A produção, o trabalho e os recursos

naturais amargaram um processo de desvalorização.

Quando se analisa o foco dos processos de desvalorização descobre-se que eles recaem

sobre questões sociais, como a força de trabalho responsável pelo processo produtivo

que foi substituída pelo valor do produto. O que devia gerar riqueza no campo

privilegiou o crescimento da produção e dos mercados de forma quantitativa e

dinamizou o crescimento econômico. Na verdade houve depreciação dos elementos

principais do processo com a “retirada voluntária”, para não usar a expressão forçada,

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da mão de obra e sua consequente migração para as cidades, em busca de emprego,

salários e condições de vida. O meio rural passou a ser identificado pela expressão

êxodo rural. A busca pelo crescimento econômico ocorreu de forma equivocada,

seguindo os interesses dos acumuladores de capital e das políticas econômicas

assumidas pelo Estado propiciando a marginalização de boa parte da população rural.

Mesmo sendo a marginalização social e o êxodo rural consequências iniciais do modelo

produtivista, não foram estes que instigaram os primeiros questionamentos a respeito do

uso irresponsável e desordenado dos recursos naturais. No Brasil, a partir da Eco92,

passou-se a discutir a sustentabilidade ambiental, pressionando a busca de mudanças no

modo de produção agrícola, por ser considerado como a principal atividade degradante

destes recursos. No meio cientifico, inúmeros estudos passaram a discutir o paradigma

da sustentabilidade, debatendo seu conceito e, ao mesmo tempo, utilizando-o como

solução aos problemas socioambientais.

O processo de modernização da agricultura com base na mecanização, no uso de

insumos e nas monoculturas, teria sido o causador da homogeneização do espaço rural

como área agrícola, permitindo que se desvalorizassem os saberes tradicionais da

população rural. Hoje, se tem a plena consciência de que a perda de parte da força de

trabalho devido à entrada de tecnologias e da ânsia de inserção nos mercados,

assimilando o contexto da concepção produtivista, teve atuação e repercussão negativa.

Tais elementos alteraram as tradições e a cultura, historicamente arraigada no meio

rural. O culto às tradições e a cultura dos grupos sociais que eram transmitidas no seio

da família, passando das gerações mais velhas para as mais novas, viram-se desprezadas

e sua história desvalorizada.

O rural se transformou, ainda que de forma não homogênea e, hoje, é visto como uma

espacialidade de produção agrícola e de vivência cujo grau de importância é variável de

um para outro lugar. A sua revalorização deve-se às peculiaridades que possui e ao

valor social a ele agregado que resulta em qualidade de vida e de bem-estar.

Neste sentido surge um novo valor para as funções e atividades da agricultura familiar,

entre estas funções destacam-se incentivo e a valorização do desenvolvimento de

práticas reconhecidas como sustentáveis quer no processo de produção agrícola da terra

produtiva, quer da manutenção da propriedade como fonte de renda e sustentação da

família rural.Novas concepções, papéis e controvérsias das espacialidades rurais.

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Devido aos diferentes olhares que o meio rural vem atraindo, como do Governo,

iniciativa privada, meio científico, entre outros, as dinâmicas de produção e de trabalho

neste tipo de espacialidade tem se apresentado intensas e diversificadas, exigindo novos

olhares para as suas funções e definições a seu respeito. Podendo-se inferir que as

intensivas transformações que vem ocorrendo no meio rural, observadas no período

entre o final do século XX e início do século XXI, se relacionam a penetração do

período técnico-científico-informacional nesta espacialidade.

Os estudos teórico-metodológicos de Milton Santos (1999) e de Santos e Silveira (2001)

sobre a difusão do meio técnico-científico-informacional e seus resultados sobre o

espaço rural brasileiro servem de base ao tratamento empírico dos estudos referentes às

transformações do meio rural.

Entende-se que, no caso brasileiro, agricultura familiar não é mais responsável somente

pela produção de alimentos e pelo abastecimento do mercado interno. O acesso às

técnicas, as tecnologias e a informação deram ao pequeno produtor a autonomia

necessária ao desenvolvimento de seus afazeres, bem como criou inúmeras

possibilidades de ampliar e diversificar suas atividades vinculadas ou não ao setor

produtivo. Como exemplo, tem-se a prestação de serviços, resultando em múltiplas

funções agregadas a propriedade.

Na observação de outros autores como Wanderley (2003), entende que as

transformações ocorridas no meio rural, atendendo aos processos sociais, não causaram

nenhuma forma de uniformização da sociedade porque a valorização e, portanto o valor,

de características típicas de certos espaços e de certos grupos sociais é mantido, ainda

hoje. Para Carneiro (1996), o meio rural passa por diversos processos de

transformações, porém esses processos atuam de maneiras distintas em cada local, não

sendo possível a unificação desta espacialidade, pois nela há diferentes universos

culturais, sociais e econômicos.

Essas peculiaridades são de crucial importância para os estudos sobre “o Novo Rural”,

pois é nas heterogeneidades contidas no espaço rural que estão presentes os saberes

tradicionais e, hoje, retomados como forma de diversificação e agregação de valor às

atividades desenvolvidas nas propriedades. A valorização destes espaços caracteriza a

presença de uma ruralidade onde se presencia a realidade empírica construída a partir do

local. Portanto, pode-se entender, de acordo com MOREIRA (2005), que as ruralidades

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seriam compostas por objetos, ações e representações peculiares do rural, com destaque

para as representações e identidades rurais dos indivíduos e grupos sociais.

No denominado “novo rural”, o agricultor e sua família assumem papéis diferenciados,

modificando a estrutura produtiva que antes estava calcada apenas em atividades

agropastoris no que concerne à produção, como bem coloca Silva (1997):

A sua característica fundamental é que ele não é mais somente um agricultor ou um pecuarista: ele combina atividades agropecuárias com outras atividades não agrícolas, dentro ou fora de seu estabelecimento, tanto nos ramos tradicionais urbano-industriais, como nas novas atividades que vêm se desenvolvendo no meio rural, como lazer, turismo, conservação da natureza, moradia e prestação de serviços pessoais [...]. Essa é a sua característica nova: uma pluriatividade que combina atividades agrícolas e não agrícolas (SILVA, 1997, p.4).

Neste novo rural brasileiro, como defende o autor, o produtor rural assume papéis

diversos, mas relacionados à capacidade produtiva de sua unidade de produção e

obedecendo à disponibilidade da força de trabalho familiar. De acordo com este novo

modelo de produção, o agricultor, além de suas antigas tarefas, exerce a função de

empreendedor, destinando apenas uma parcela de seu tempo de trabalho às atividades

produtivas agrícolas, o chamado part-time farmer, que se pode traduzir como

“agricultor em tempo parcial” (SILVA, 1997). A combinação de atividades executadas

pelos agricultores produtores comerciais, até mesmo fora de seus estabelecimentos,

retrata uma nova realidade, ainda que algumas destas tenham sido desenvolvidas em

períodos de tempo anteriores, em que as atividades de produção estavam arraigadas a

sua cultura e se destinavam ao consumo familiar, a sobrevivência.

Desse modo, pode-se dizer que a pluriatividade no meio rural também decorre do

resgate dos valores histórico-culturais no momento em que se pretende apresentar uma

produção mais sustentável aos produtores e aos seus familiares, aos proprietários de

pequenas áreas e carentes de renda suficiente para o sustento e manutenção familiar.

Estas atividades, por assim dizer renovadas, contam com o auxilio dos membros da

família. Deve-se destacar que no início, muitos produtores e seus familiares não

acreditavam no interesse que o mercado urbano teria por este tipo de produtos que o

rural lhes oferecia.

Com o passar do tempo alia-se, hoje, o social ao econômico na tentativa de diversificar,

conquistando mercados e alcançando qualidade de vida, sem deixar de preservar os

recursos naturais, para assim obter renda suficiente e manter o homem em seu meio e

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modo de vida. Destaca-se que as novas atividades e o resgate das antigas tradições

potencializam o rural e permitem que este alcance evidência na reconstrução social de

novas espacialidades. Nelas ocorrem transformações determinadas pela presença de

capital social entendido como reserva de saberes do local. Nestes locais ocorrem

“reformas societárias de cunho integrativo e como base para se repensar a qualidade de

vida na contemporaneidade” (FERREIRA, 2002 p. 30).

O bem-estar, antes tão pouco valorizado, hoje é visto como fonte de renda. Portanto, o

rural não pode mais ser confundido como a base geográfica do setor econômico, nem

como o resíduo daquilo que não pertence às cidades, mas sim, como algo que guarda

suas especificidades e que é capaz de contribuir de forma infinita para uma proposta

mais ampla de desenvolvimento sustentável (ABRAMOVAY, 1999).

Papéis e controvérsias das espacialidades rurais

No decorrer do ultimo quartel do século XX se presenciou o fenômeno sócio-

demográfico e cultural marcado pelo deslocamento de populações rurais em direção as

frentes pioneiras nas fronteiras da agricultura nacional e em direção as periferias

urbanas. Tal fenômeno se fundamentava em diversos aspectos tanto do ponto de vista

econômico como social e político. Deste modo, podem ser enumerados os equipamentos

existentes no meio urbano e ausentes no meio rural, à infraestrutura, prestação de

serviços e mercados como sendo os elementos indicadores deste deslocamento de

população. O meio rural se apresentava com dificuldades de acesso, ausência de se

serviços de saúde, educação, emprego, salário e “desconforto” de vida. A presença

destas necessidades confirmavam as previsões de que o rural desempenharia um papel

secundário no conjunto do desenvolvimento contemporâneo brasileiro.

Não se pode afirmar que as espacialidades rurais perderam gradualmente seu lugar, pois

se deve considerar que nestes espaços há uma riqueza de biodiversidade e que na

contemporaneidade ela é altamente valorizada, principalmente por suas espécies nativas

de flora e fauna, além do valor de sua paisagem. Devido a isto, os lugares que guardam

sua originalidade ganham valor frente à degradação presente no meio urbano. Deste

modo, define-se uma contradição de possibilidades de bem estar e qualidade de vida não

presentes no meio rural, comparado ao modelo considerado no meio urbano. Isto teria

contribuído para chamar a atenção sobre a formação e existência de capital social que o

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rural possui e que serve como base valorativa para o desenvolvimento rural, antes pouco

compreendido pelo meio urbano.

Não há uma definição precisa e consensual sobre o que denotaria a palavra

“desenvolvimento” e, da mesma forma, a expressão “desenvolvimento rural”. Portanto,

esta terminologia tem promovido debates de opiniões diversas de modo a não se ter

alcançado ainda o adequado entendimento de seu significado no meio rural. Até o

momento seu entendimento é o de que: o desenvolvimento rural tem como base a

manutenção da biodiversidade que o lugar apresenta ao empregar tecnologias e

conhecimentos adequados à produção com equilíbrio manutenção dos recursos naturais

existentes. As unidades familiares, principalmente, procuram preservar sua riqueza

natural como garantia da sobrevivência da família e de sua reprodução social e

econômica.

Dentre as discussões sobre desenvolvimento rural pode-se destacar algumas

contribuições como a de Veiga (2001) que entende desenvolvimento rural como um

processo sistêmico, a partir do qual a economia tem a possibilidade de, ao mesmo

tempo, crescer, reduzir desigualdades e ainda preservar o meio ambiente. O autor indica

como elementos fundamentais do processo de desenvolvimento rural a valorização e

fortalecimento das atividades e da própria unidade de produção familiar, a

diversificação das economias dos territórios, o estímulo ao empreendedorismo local e o

apoio estatal, principalmente, para a formação de arranjos institucionais. Por sua vez

Mior (2000) chama a atenção para o entendimento de Veiga e Abramovay que

percebem como estratégias de desenvolvimento do meio rural no Brasil o

fortalecimento das unidades de produção familiar, também denominada de agricultura

familiar. Estes autores defendem esta questão apoiados em experiências observadas em

países europeus.

A multifuncionalidade ou pluriatividade das espacialidades rurais

A origem deste termo multifuncionalidade, utilizada no meio rural, surgiu na França

para melhor explicar a busca de valorização das inúmeras atividades desempenhadas

pelo meio rural de forma voluntária assumida pela sociedade em geral e poupando os

recursos naturais. A partir de então se procurou uma forma de remunerar o homem do

campo pela pouca utilização dos recursos naturais, ou seja, não se paga mais somente

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pelo produto, mas sim pela valorização dos recursos naturais que somam ganhos de

qualidade a produção. Deste modo, a França foi pioneira neste pensamento a respeito da

noção de multifuncionalidade como uma noção de valorização do meio rural, orientando

as práticas agrícolas que são denominadas por eles de Lei de Orientação Agrícola

(LOA) criada em 1999. A partir de então o debate se expandiu mundialmente, servindo

de base e referência aos estudos que se iniciaram no Brasil.

Em muitas dessas unidades de produção com base no trabalho dos membros da familiar

há a adoção de atividades variadas que recebe a denominação de multifuncionalidade,

como também a denominação de pluriatividade. Assim sendo há a necessidade de

diferenciar ambos os termos: multifuncionalidade e pluriatividade. Estas noções têm

sido frequentemente mencionadas nos debates sobre as transformações recentes no meio

rural e, em novas abordagens que levam em conta o debate técnico e político destes

termos. Nas ciências sociais, por exemplo, estes termos satisfazem as necessidades

econômicas, como também as culturais e sociais.

Para Carneiro e Maluf (2003):

A noção de multifuncionalidade rompe com o enfoque setorial e amplia o campo das funções sociais atribuídas à agricultura que deixa de ser entendida apenas como produtora de bens agrícolas. Ela se torna responsável pela conservação dos recursos naturais (água, solos, biodiversidade e outros), do patrimônio natural (paisagens) e pela qualidade dos alimentos. (CARNEIRO e MALUF, 2003, p. 19).

Trabalhar a multifuncionalidade supõe a reprodução sociocultural definida. Para a

pluriatividade é reservada a noção de que o produtor agricultor é apenas um homo

economicus movido exclusivamente pela sobrevivência e pela produção. Porém ao se

considerar o produtor rural como um ser social de múltipla inserção, sendo ele um

sujeito com desejos orientados por valores que não são apenas reduzidos a lógica

econômica, incorre a observação de que a produção familiar ou agricultura familiar não

é somente vista pela perspectiva da produção (CARNEIRO, 1996).

Por outro lado ao analisar os pontos de vista da autora e o entendimento que faz quando

percebe que a “noção da multifuncionalidade da agricultura surge no contexto da busca

de soluções para as “disfunções” do modelo produtivista”. Considera ainda que a

inovação de atividades “induz na direção de uma visão integradora das esferas sociais

na análise do papel das atividades de agricultura e da participação das famílias rurais no

desenvolvimento local” (CARNEIRO, 2002, p. 233). Pode se alcançar a ideia de que a

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terminologia multifuncionalidade guarda em si o modelo da intensidade produtiva tanto

agro como pastoril que uma unidade de produção familiar ou unidade de agricultura

familiar pode e deverá alcançar e ser caracterizada como intensiva de produção. Ela

estaria, então, cumprindo as funções requeridas pelo modo capitalista de produção

voltado para a diversidade de oferta de produtos no mercado.

Em Schneider (1999) pode se observar que o uso da terminologia pluriatividade, como

um conceito que procura analisar a unidade de produção e reprodução, que nem sempre

estaria baseada apenas nas atividades agrícolas e pastoris, mas na incorporação de

outras atividades envolvendo os membros da família, porém voltados ao aumento de

renda. Esta conceituação também induz que o termo pluriatividade contém o

entendimento de aumento de renda devido à diversidade de atividades que ocupa muitas

vezes as horas de ócio, ou seja, o mais trabalho. Buscando harmonizar a terminologia

pluriatividade com as atividades existentes no meio rural, segundo Schneider (1999),

observa-se que elas remetem a presença de um fenômeno no qual os componentes de

uma unidade produtiva familiar executam diversas atividades no objetivo de obter

remuneração.

Estas atividades tanto podem ser desenvolvidas no interior como no exterior da própria

exploração agrícola. Podendo ser inserido neste entendimento tanto a prestação de

serviços a outros agricultores ou de iniciativas centradas na própria exploração,

industrialização em nível da propriedade, turismo rural, agroturismo, artesanato e

diversificação produtiva, que conjuntamente impliquem no aproveitamento de todas as

potencialidades existentes na propriedade ou em seu entorno. Estes termos também são

reforçados por Anjos (2003). Para este autor a pluriatividade, portanto, não se trata de

um fenômeno conjuntural, mas o resultado de um amplo processo de agregação de

outras atividades aquelas atividades agropastoris, já existentes.

Deve-se considerar que no entendimento desta terminologia pluriatividade está implícita

a correspondência bem como sua sincronia com a dinâmica da economia em geral

contida no marco da profunda diversificação e da reestruturação inerente ao modo de

produção capitalista. Por outro lado, as pequenas propriedades que desenvolvem uma

produção geralmente agrícola e com trabalho familiar passaram a desempenhar novas

atividades e funções, aproveitando-se do interesse da população urbana saturada por

atividades corriqueiras e de busca de novas formas de usufruir de seu espaço geográfico.

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Em Wanderley (2003), a dissolução da denominada hegemonia funcional econômica

significou o avanço conquistado pelo agricultor que incluiu novas atividades após

adquirir uma nova visão sobre sua propriedade, na qual segundo Wanderley, “mais que

focalizar a atividade agrícola, entendida pura e simplesmente como um setor

econômico, o que se privilegia é a própria família de agricultores, em suas complexas

relações com a natureza e a sociedade que moldam as formas particulares de produção e

de vida social” (WANDERLEY, 2003, p.9).

A autora entende que a legitimidade da concepção da multifuncionalidade bem como da

pluriatividade nas unidades de produção familiar no Brasil, poderá auxiliar na formação

da consciência social e econômica para o caso dos pequenos produtores e de seus papéis

na sociedade. Estaria contribuindo para eles assumirem responsabilidades sociais, as

quais devem merecer o reconhecimento da sociedade, contemplando estas funções

através de políticas públicas e articulando-as a projetos de desenvolvimento local e

regional. A multifuncionalidade ou pluriatividade, o uso de um ou outro termo

idealizado para o desenvolvimento pode desvendar potencialidades que o rural e, em

particular, as ações de produção agropastoril desenvolvida não conseguem apresentar,

de forma clara à sociedade.

Pode-se afirmar que a multifuncionalidade ou a pluriatividade procura retomar a

importância das contribuições funcional, econômica e de permanência do modo de vida

da produção familiar ou agricultura familiar nas dinâmicas econômicas, sociais e

culturais “[...] contribuições essas que, aliás, já faziam parte da prática camponesa e que

foram inibidas pelo modelo produtivista” no pensamento de Carneiro, (2002, p. 234).

Como exemplo de múltiplas funções executadas nas propriedades também se têm o

desenvolvimento de atividades turísticas, incluindo todas as atividades alternativas,

domésticas, como agroturismo, ecoturismo que vem a ser um turismo organizado para e

pelos habitantes e é compreendido como sendo toda maneira turística de visitar e

conhecer o ambiente rural, enquanto se resgata e valoriza a cultura regional

(MENDONÇA et al., 2002).

A terminologia turismo rural designa, no entendimento de Rodrigues (2001), atividades

diversas como agroturismo, turismo de aventura, e classifica como tradicionais os de

origem agrícola, pecuária e colonização, bem como de contemporâneo os hotéis-

fazendas, SPAS rurais e segunda residência.

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Deve-se levar em conta que a conceituação de agricultura multifuncional ou pluriativa

deixa a desejar em quantidade e qualidade, porém, inúmeros estudos estão surgindo a

este respeito. A multifuncionalidade e/ou pluriatividade determinam características

funcionais e criam diversas atividades no meio rural relacionando múltiplas formas de

oferta de mercadorias destinadas a atender aos mais variados mercados. Suas discussões

visam à regulação e a produção nesses mercados. Por outro lado possibilita a abertura

de novos nichos de mercado, influenciando nas funções da agropecuária no que se

refere à questão profissional e nas relações das populações com seus territórios rurais.

Estas novas funções e atividades contam com um futuro promissor, o interesse público e

privado da multiplicidade de funções, atividades, produtos, serviços e bens públicos

rurais, todos eles proporcionados pela sociedade rural. (COVAS, 2006).

Estas novas atividades determinadas pela multifuncionalidade ou pluriatividade

anunciam novas transformações no meio rural caracterizando-se como uma nova fase de

desenvolvimento das espacialidades produtivas do meio rural. Porém, o seu

desenvolvimento requer a reformulação das políticas públicas para que se desenvolvam

plenamente, com objetivos específicos voltados para o bem estar das comunidades

rurais, tão esquecidas em muitos espaços geográficos, até então. Mesmo com um futuro

promissor não é um acontecimento frequente e muito visto, justamente pela falta dos

elementos necessários ao seu desenvolvimento. O elemento central para sua

implantação é a qualidade de liderança do ente social e sua visão holística para a

exploração de se meio de produção e de vivência com relação ao seu entorno

constituído pelos mercados, em outras palavras, o crescimento depende da capacidade

do empreendedorismo dos agentes: o ser social.

Como exemplo de ações de políticas públicas, neste sentido, destacam-se os países na

União Europeia que desfrutam de um Plano de Política Agrícola Comum (PAC) que

tem alguns objetivos claros, como coloca (SEGRELLES, 2007), esta política procura

combinar a produção de alimentos; a conservação do meio ambiente; a melhoria das

condições de vida dos trabalhadores e da população rural para assim manter os

produtores no campo. O PAC tem sido reformulado, deixando de ser somente uma

política agrícola para se tornar um desenvolvimento rural integrado, apoiando e

financiando políticas heterogêneas com base no desenvolvimento sustentável. Isto

permite compreender o significativo avanço no pensamento europeu ao buscar

alternativas mais adequadas ao meio rural.

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Obviamente que na Europa o pensamento da multifuncionalidade ou pluriatividade teve

início na década de 1950. No Brasil isso só começou a ser discutido cerca de quatro

décadas depois, ou seja, em 1990, devido à necessidade de novos rumos para a

economia rural. Ocorrendo, então, a busca pela refuncionalização do rural,

disseminando atividades, ditas como sustentáveis, como turismo no espaço rural e

práticas agrícolas extrativistas não agressivas ao meio ambiente, mas poupadoras do

solo, considerando assim outras funções das atividades agrícolas e dos agricultores além

da dimensão agropastaril, ou seja, da função de produzir alimentos.

Como exemplo deste entendimento sobre o rural como área de lazer, descanso e

encantamento com a natureza era percebido anteriormente, em meados de 1980, o

francês, Chamboredon (1985) ao escrever sobre percepções rurais, analisou as

consequências do debate ecológico e as mudanças dos usos sociais nos territórios. O

rural era apontado como lugar de produção, não de bens econômicos, mas de bens

simbólicos e o turismo alimentador de “encenações” devido à coexistência de

diferenciados sistemas de valores.

Recentemente percebe-se que as relações humanas estão cada vez mais fugazes e

superficiais e a natureza cada vez mais distante da realidade dos centros urbanos. Em

direção dialética, o homem contemporâneo, ao mesmo tempo em que se distancia, busca

o reencontro com a natureza e com as origens, de modo que há um “reencantamento” e

uma “ressignificação” do espaço natural (BOTELHO, REZENDE e PINTO, 2006).

Carneiro (2002) aponta para uma nova configuração das espacialidades rurais, onde ela

se torna local de residência e de lazer, argumentando que:

(...) registra-se a transformação do campo em espaço de lazer ou mesmo de residência principal para integrantes de camadas médias da população urbana 'Olhares sobre o processo investigativo que buscam uma qualidade de vida diferente (e melhor) daquela a que estão submetidos na cidade. [...] Essa busca, por parte dos habitantes das cidades, de um contato mais freqüente e próximo com a natureza – idealizada – estimula o turismo que, por sua vez, introduz mudanças nos hábitos e práticas de vida das pequenas localidades (CARNEIRO, 2002, p.226).

Estas novas visões colocadas como funções diferenciadas que o rural desempenha e ou

venha a desempenhar depende, significativamente, da importância da paisagem. Quanto

mais valores ambientais, sociais e infraestrutura acumular, maior grau de

ressignificações ocorrerão neste meio de modo a permitir o uso da terminologia

ruralidades como sendo uma nova representação do rural.

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Ruralidades

A formação de ruralidades é um fenômeno mundial resultante da presença de arranjos

caracterizadores do capital social e identificadores do desenvolvimento rural que

apontam à presença de ruralidades, as quais podem ser identificadas na presença de uma

escala variável multifuncional (CANDIOTTO e CORRÊA, 2008). As ruralidades são

compostas por objetos, ações e representações peculiares do rural, com destaque para as

representações e identidades rurais dos indivíduos e grupos sociais (CANDIOTTO e

CORRÊA, 2008, p.233).

Os autores entendem que além da população rural, a urbana também apresenta suas

ruralidades, as quais são idealizadas pela mídia que mostra o rural como sinônimo de

natureza e vida mais saudável. Assim como a população rural possui urbanidades

devido à incorporação de equipamentos urbanos como a televisão, computador em rede

e telefonia celular. Neste sentido, os autores citam Lima (1990), que valoriza estes

distintos elementos da ruralidade contida no urbano e da urbanidade contida no rural.

As características tidas como eminentes do rural, muitas vezes também podem ser

percebidas em pequenas cidades ou vilarejo. Nestes locais existe uma carga cultural,

que pode ser traduzida através do apego as tradições, evidenciada nas relações sociais

da população, em suas festividades, na gastronomia e também na economia.

Esse conjunto de fatores representa a identidade cultural da comunidade a qual reproduz

o modo de vida do campo na cidade, marcando assim a presença das ruralidades no

contexto do espaço urbano. Por outro lado torna-se difícil a identificação das ruralidades

presentes no espaço de pequenos municípios, a partir da leitura da paisagem. Para isto

parte-se para a busca do entendimento da noção de espaço geográfico.

As ruralidades se constituem no entendimento dos elementos culturais existentes em

uma determinada espacialidade geográfica, mas pertencentes a sociedade a qual é

possuidora dos elementos culturais. No discurso referente as ruralidades chega-se a

idéia do “Novo Rural” como bem defende e analisa SILVA (1999).

Deste modo retoma-se a importante contribuição de Silva (1999) para os estudos do

rural e da ruralidade brasileira. Segundo ele, o rural tende cada vez mais a se distanciar

da concepção de local de desenvolvimento unicamente de atividades agrícolas, pois já

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não se pode caracterizar o meio rural brasileiro somente como agrário (SILVA, 1999,

p.28).

Valores contidos nas ruralidades bem como daqueles contidos nas urbanidades podem

ser observados no deslocamento da fronteira agrícola do sul para o centro-norte do País.

Decorrente destes deslocamentos tem-se a contribuição de um novo dinamismo nestas

regiões rurais em formação, as quais recebem alterações resultantes da nova ordem,

social, ambiental e econômica. Portanto, as novas fronteiras da agricultura brasileira

tendem a receber um rural dinâmico bem como um urbano dinâmico ao incorporarem as

novas tecnologias e disporem do exemplo de um novo comportamento de vida

cotidiana.

Os novos equipamentos consolidam novos espaços e ao mesmo tempo mantém os

vestígios dos traços oriundos dos grupos em deslocamento. Deste modo, entende-se que

as frentes pioneiras recebem com maior velocidade e dinâmica os equipamentos

tecnológicos do que as antigas áreas rurais que os formaram. As ruralidades são

rapidamente constituídas nas novas áreas rurais do que nas antigas áreas. Portanto,

pluriatividade e multifuncionalidade permitem consolidar as ruralidades tanto no centro-

norte como no sul, no caso brasileiro.

Assim, pode-se considerar que o desenvolvimento no meio rural não consiste apenas e

nem se fundamenta na conquista da competitividade dos segmentos mais dinâmicos da

agricultura. O desenvolvimento no meio rural tem suas bases na difusão tecnológica e

informacional auxiliada pela capacidade de comunicação do agricultor familiar em

proporcionar a si e a sua família o acesso a esses equipamentos que aproximam

ruralidades e urbanidades.

Comparando-se as atividades da agricultura, da indústria e do comércio observa-se que

elas se constituem em setores econômicos. Por sua vez o termo ruralidade é um valor

que recebe crescente importância no mundo atual pelo seu significado na preservação da

biodiversidade, fortalecimento das manifestações culturais variadas e estilo de vida.

Valores, cada vez mais, procurado pelos habitantes dos grandes centros.

Nos últimos anos, não existe mais aquele olhar que era lançado sobre o meio rural como

um local somente de produção agropecuária. Ele se tornou fonte de desenvolvimento

associado não só na manutenção da integridade ambiental e paisagística das regiões

interioranas, como também na sua imensa capacidade de organização para fazer destes

atributos as bases de geração de ocupação e de renda. (VEIGA, 2004)

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Assim sendo deve-se rever os conceitos e definições a respeito do rural e de sua

revitalização, principalmente locado em velhas regiões agrícolas. Ainda que a cada

Censo populacional o rural apresente perda de população, encontram-se sinais de

vitalidade e de ocupação populacional no interior de suas diversas áreas, contrariando as

estatísticas. Em uma análise sobre a ruralidade, ela nos remete ao “Outro Rural” que se

entende como símbolo de qualidade e de vida, cuja interpretação deve-se apoiar em

duas correntes:

- a primeira determina que ruralidade seja como um processo de valorização do rural e,

- a segunda sugere a ruralidade como realidade empírica, de certo modo autônoma,

resultante de processos de transformação endógeno assumido pelas espacialidades

rurais.

Portanto, o que nos permite falar em ruralidades são as articulações que se estabelecem

entre as noções de rural e de identidade social, ambiental e econômica, como por

exemplo, as relações específicas dos habitantes do campo com a natureza em sua

comunicação direta (MOREIRA e GAVIRIA, 2002). Ao que se acrescentariam as

condições de produção e de reprodução do grupo socioeconômico, ou seja, a harmonia

entre sociedade – natureza - produção econômica.

Para alguns autores não se tem claramente a delimitação entre espacialidade rural e

urbana. Por outro lado as cidades não podem ser definidas pela presença da indústria e

nem o meio rural pela prática da agricultura, uma vez que elas marcam sua presença

tanto em uma como na outra espacialidade.

Portanto, em referência ao meio rural, devem ser considerados alguns elementos

fundamentais que o caracterizam, destacando-se o contato dos habitantes locais com o

meio natural, que se dá de forma mais intensa e imediata se comparado aos habitantes

dos grandes centros urbanos. Outro elemento importante são as áreas não densamente

povoadas, onde não há a influência direta das grandes cidades, mas a presença da

produção rural nas economias urbanas como, por exemplo, uma cooperativa, um

laticínio, um frigorifico e até mesmo as agencias bancárias.

Conclusão

A análise do meio rural e da presença do trabalho social da vida e de vivência familiar

permite identificar espacialidades geradoras e criadoras de uma economia permeada

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pela cultura humana. Esta dinâmica acelerada pelo tempo e pela tecnologia permite não

apenas perpetuar facetas culturais de uma sociedade, mas também de modificar

realidades aplicando-se o novo que resgata valores culturais históricos e os torna tão

modernos e presentes pela mágica do trabalho humano aliado ao conhecimento, a

tecnologia e a força de vontade.

Da mesma maneira como se analisam as formas no movimento da sociedade, as suas

funções, além de seus processos geradores também é possível se analisar as ruralidades

e observar nelas o movimento do ser social e suas ações na natureza alterando a

espacialidade.

Normalmente a pluriatividade e ou multifuncionalidade destacam-se como atividades

presentes caracterizando os espaços de vida “pacatos” das populações em novos

movimentos dinâmicos e acrescentando a eles desenvolvimentos reveladores do

empreendedorismo. As mudanças de espaços pouco dinâmicos para mais dinâmico no

meio rural é o que deve estar chamando a atenção e desafiando a compreensão do que

realmente está acontecendo nestes ambientes de vida social.

Tudo isto traz importante significados para esta categoria de análise geográfica uma vez

que o meio rural passou a ser observado, analisado, interpretado e questionado como

nunca teria sido. Hoje, os estudos a respeito desta categoria da geografia perseguem

muitos caminhos ora valorizando uma ou outra temática determinadora de importantes

revelações a respeito do comportamento humano, da produção, da história, da paisagem

e da cultura de um lugar.

Por fim, avançam as pesquisas a respeito das espacialidades do rural e das inúmeras

controvérsias e contradições que ele possui tanto de caráter produtivo como tecnológico,

além das implicações políticas e da preservação ambiental. Contudo, não se perde nestas

análises contidas nas bibliografias manuseadas a velada presença da busca pela

existência do desenvolvimento rural e da formação do capital social.

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