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ESCOLA TCNICA ESTADUAL ALBERT EINSTEIN
ENSINO MDIO
DISCIPLINA: MATEMTICA
RELATRIO DE PESQUISA
VAP UM NOVO CAMINHO PARA SO PAULO
SO PAULO
2010
KSSIO MASSAITI MAEDA
RELATRIO DE PESQUISA
VAP UM NOVO CAMINHO PARA SO PAULO
Relatrio de Pesquisa apresentada disciplina de Matemtica do Ensino Mdio da Escola Tcnica Estadual Albert Einstein Prof. Orientador: Marco Antnio Gomes
SO PAULO
2010
TERMO DE APROVAO
KSSIO MASSAITI MAEDA
TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO
Relatrio de Projeto de Matemtica aprovado como requisito parcial para concluso do Ensino Mdio da Universidade Brasileira com Orgulho, pela seguinte banca
examinadora:
___________________________________________ Prof. Marco Antnio Gomes
___________________________________________ Prof. Mrcio Jos Palharini
___________________________________________ Prof. Carlos Alfredo Fernandes Verdasca
iv
Camus diz em O Estrangeiro que a razo inimiga da imaginao. s vezes, voc
tem de botar a razo de lado e fazer uma coisa bonita.
Oscar Niemeyer
v
RESUMO
Esta pesquisa visa propor uma forma barata e sustentvel de melhorar as
condies do trnsito de veculos e pessoas na cidade de So Paulo, atravs da
implantao de uma hidrovia interfluvial, que percorrer os rios Tiet e Pinheiros, na
Regio Metropolitana de So Paulo. Hidrovia esta que foi batizada Via Aqutica
Paulista (VAP), e se estender a partir da regio da Penha (Zona Leste) at o
Autdromo Internacional de Interlagos (Zona Sul). Este meio de transporte, ainda
pouco pensado na cidade de So Paulo, tornar os dois principais rios da cidade em
vias importantes, estratgicas para a distribuio da demanda de usurios do atual
sistema de transporte pblico, bem como novos usurios que podero ter uma nova
alternativa de transporte. Vale tambm lembrar que a implantao de tal sistema de
transporte no depende de uma limpeza imediata dos rios pelos quais transitaro as
embarcaes. O projeto estrutural permite que a poluio no adentre as
dependncias, tanto das estaes quanto das embarcaes, o que permite que se
possa implant-lo em pouco tempo.
Palavras-chave: Hidrovia, Transporte, Arquitetura, Urbanismo
vi
LISTA DE ABREVIAES
VAP Via Aqutica Paulista
ANTP Associao Brasileira de Transportes Pblicos
PIB Produto Interno Bruto
CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
Metr - SP Companhia do Metropolitano de So Paulo
CMSP Companhia do Metropolitano de So Paulo
EMTU Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos
USP Universidade de So Paulo
vii
SUMRIO
INTRODUO ............................................................................................................ 1
1 APRESENTAO .................................................................................................... 1
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 1
2.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 1
2.2 Objetivo especfico: .............................................................................................. 2
3 FUNDAMENTAO TERICA ................................................................................ 2
4 METODOLOGIA ....................................................................................................... 2
5 ANLISE DO PROBLEMA ....................................................................................... 4
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ......................................................................... 5
6 APRESENTAO .................................................................................................... 5
7 PESQUISA E PLANEJAMENTO .............................................................................. 5
7.1 O Dilema do Transporte Individual ........................................................................ 5
7.2 O Transporte em So Paulo .................................................................................. 6
7.3 A Acessibilidade a Locais de Interesse Pblico e Plos Empresariais .................. 9
7.3.1 Centros Empresariais e Comerciais ................................................................. 10
7.3.2 Parques e Centros de Lazer e Turismo ............................................................ 10
7.3.3 Centros Educacionais e Culturais .................................................................... 11
7.3.4 Hotis ............................................................................................................... 11
7.4 Dificuldades no Planejamento do Trajeto da VAP ............................................... 12
7.5 Definio do Trajeto da VAP ................................................................................ 12
7.5.1 Trecho Tiet ...................................................................................................... 13
7.5.2 Trecho Baixo Pinheiros ..................................................................................... 13
7.5.3 Trecho Alto Pinheiros........................................................................................ 14
7.5.4 Paralelismo com a Linha 9 Esmeralda .......................................................... 14
7.5.5 Trs Hidrovias .................................................................................................. 14
7.5.6 Mapa Esquemtico do Sistema VAP ................................................................ 15
viii
6.6 As Estaes e Embarcaes ............................................................................... 16
CONSIDERAES FINAIS ...................................................................................... 24
GLOSSRIO ............................................................................................................. 25
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... 26
1
INTRODUO
.1 APRESENTAO
Muito se discute a respeito dos problemas referentes ao transporte na
cidade. Hoje em dia, pode ser mais rpido chegar ao trabalho a p do que indo de
carro ou nibus, pois esses utilizam vias compartilhadas entre si, provocando
saturao e superlotao, e, consequentemente, atrasos, tanto para quem utiliza
veculos particulares quanto para quem usa os nibus urbanos. Diversas propostas e
projetos vm sendo apresentadas, tendo em vista, solucionar tais problemas, sendo
a Via Aqutica Paulista uma hidrovia de passageiros , um dos mais inovadores
deles, uma vez que, em seu projeto, ir utilizar os dois principais rios da cidade, que
hoje, esto inutilizveis, devido poluio qual esto submetidos.
.2 OBJETIVOS
.2.1 Objetivo Geral
Esta pesquisa e projeto tm como finalidade, contribuir de maneira positiva
na qualidade de vida das pessoas, melhorando as condies de locomoo das
mesmas no espao urbano, aumentando assim, a produtividade econmica, social e
cultural, no somente regional, mas no pas como um todo.
2
.2.2 Objetivo especfico:
Mapear toda a malha do transporte pblico existente, em construo e em
projeto, na cidade de So Paulo e na regio metropolitana, a fim de se ter
conhecimento pleno do mesmo; propor novas solues de transporte, tendo como
foco, uma hidrovia, que utilizar como trajeto, os dois principais rios que cortam a
capital paulista.
.3 FUNDAMENTAO TERICA
Levando-se em conta a quase exclusividade atribuda ao projeto da Via
Aqutica Paulista, foram adotadas como fonte de pesquisa: fruns de discusso,
sites e revistas sobre transporte pblico e urbanismo; outros projetos e sistemas
hidrovirios, de transporte de cargas e de passageiros, presentes no mundo, tais
como as linhas operadas pela Barcas S/A, no Rio de Janeiro, o sistema Water Taxi,
que consiste em um sistema de taxi aquticos, na cidade de Nova York, nos Estados
Unidos, e a hidrovia de passageiros JetBus, que opera entre Joinville e So
Francisco do Sul, em Santa Catarina.
.4 METODOLOGIA
Para a realizao deste trabalho, mapeamos todo o sistema de transporte
pblico que abastece cada uma dessas regies, bem como as principais avenidas e
ruas que cortam a cidade. Uma vez conhecendo a atual abrangncia e distribuio
dos diferentes tipos e formas de transporte pela regio metropolitana, bem como a
demanda de usurios nos mesmos, e ainda, verificando onde h locais de interesse
e lazer, pudemos, enfim, determinar qual seria o melhor trajeto para a VAP,
3
determinar os melhores locais para suas estaes e pontos de integrao com
outros sistemas.
Segue, abaixo, o cronograma de pesquisas.
Tipo de atividade Atividade Realizada
Pesquisa Inicio das pesquisas em livros, revistas e internet
Pesquisa Determinados os locais de visita para coleta de informaes
Visita Tcnica Caminhada pela Marginal Pinheiros e anlise geral da regio
Visita Tcnica Visita s estaes Santana, Portuguesa Tiet (Terminal Rodovirio
do Tiet), Luz, S, Repblica, Paulista, Paraso, Sacom, Tamandua-
te e Vila Prudente, do Metr - SP
Visita Tcnica Tour pela Marginal Pinheiros e visita Usina Elevatria de Traio
Pesquisa e Anlise de dados Definio do traado final da VAP, com base nas visitas tcnicas
realizadas
Desenvolvimento Projeto arquitetnico e estrutural das estaes e das embarcaes
Desenvolvimento Desenvolvimento do modelo tridimensional ilustrativo de uma das
estaes e das embarcaes
Desenvolvimento Desenvolvimento da monografia
Apresentao Pr-apresentao e apresentao do projeto
Fonte: Cronograma realizado pelo autor da pesquisa
4
.5 ANLISE DO PROBLEMA
Embora sejam evidentes os benefcios que uma obra pblica como esta
trar para a cidade, ainda no possvel afirmar, com preciso, como se dar sua
implantao na cidade, uma vez que para tal, exigido muito estudo e pesquisas
mais aprimoradas, envolvendo universidades e rgos pblicos e privados que
tratam dos transportes urbanos e de questes ambientais, uma vez que a VAP
utilizar como via, dois importantes rios, sendo que um deles, o Tiet, um dos
maiores e mais importantes rios do Brasil.
5
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
.6 APRESENTAO
Nesta seco, sero mostrados e relatados, detalhadamente, todos os
elementos e etapas dos quais foi constituida nossa pesquisa. Cada informao
coletada durante todo o processo de desenvolvimento deste trabalho foi
cuidadosamente analisada, tendo em vista, a total credibilidade desta pesquisa,
evitando-se, assim, fontes e informaes errneas perante os assuntos tratados.
.7 PESQUISA E PLANEJAMENTO
Para que possamos entender a lgica utilizada no desenvolvimento da Via
Aqutica Paulista, imprescindvel que, primeiramente, conheamos a atual
situao do transporte, tanto o particular quanto o pblico, operante na cidade de
So Paulo e em sua regio metropolitana, e tambm, sua importncia e impacto na
sociedade.
.7.1 O Dilema do Transporte Individual
Na sociedade em que vivemos, existem diversos objetos os quais
desejamos ter, mesmo no podendo compr-los, seja por questo financeira ou por
outros motivos. Com os automveis, no diferente. Segundo Carlos Alberto
Guimares, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp,
o carro no tratado apenas como meio de locomoo, e sim, como uma forma de
ganhar status, a concretizao do sucesso profissional e pessoal. Esse desejo pelos
automveis provoca movimento intenso neste mercado, o que aumenta
6
drasticamente o nmero de carros nas ruas. A cada dia, o nmero de novos carros
colocados nas ruas de So Paulo est estimado em 250. Destes, um quarto circula
diariamente. Os congestionamentos em So Paulo geram prejuzos sua prpria
economia e prejudicam a qualidade de vida da populao, diminuem a
produtividade, causa estresse, aumenta o consumo de combustveis e emisso de
dixido de carbono na atmosfera. Estudos realizados pela Fundao Getlio Vargas
dizem que So Paulo perde cerca de R$ 33 bilhes por ano, ou seja, 10% do PIB.
da cidade, em funo dos congestionamentos.
Mas para solucionar este problema, no aplicvel a adoo de leis e
proibies indstria automobilstica, e sim, aumentar os investimentos em
transporte pblico de qualidade.
.7.2 O Transporte Pblico em So Paulo
Atualmente, a cidade de So Paulo conta com grandes e importantes
avenidas, das quais podemos destacar: a 23 de Maio, que liga a Zona Norte Zona
Sul da capital; a Radial Leste, que conecta o Centro Zona Leste; a Paulista, que
passa pelo centro financeiro mais importante do pas; e a Avenida do Estado, que
margeia o crrego Tamanduate, sendo importante rota de acesso ao Grande ABC.
Essas e muitas outras avenidas tambm servem de grande valia para linhas e
corredores de nibus urbanos, administrados pela SP Trans, e intermunicipais,
administrados pela EMTU - Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, os
quais podem atender praticamente todos os bairros da cidade de So Paulo, sendo
o meio de transporte coletivo mais comum. Porm, sabemos que uma grande
metrpole como So Paulo, no pode depender apenas do transporte individual e de
linhas de nibus, tanto pela sua baixa capacidade de transporte de pessoas quanto
pelo seu alto ndice de poluio atmosfrica, decorrente da emisso de gases
txicos produzidos a partir da combusto. Alm disso, ainda h uma desvantagem
crucial em investir apenas no transporte virio: o fato de que carros, motos,
caminhes e nibus compartilham as mesmas vias, prejudicando a pontualidade de
7
quem utiliza tais meios de transporte, devido a congestionamentos nas vias, muitas
vezes, provocados por acidentes, e superlotao nos nibus.
A cidade, ento, conta com uma malha metroviria eficiente, considerada
uma das mais modernas e limpas do mundo, operada pela Companhia do
Metropolitano de So Paulo (CMSP ou Metr - SP) e pela ViaQuatro (parceria
pblico-privada), porm, ainda pouco abrangente, muito pequena 70 km de
extenso, em relao aos sistemas de outras cidades, como Shanghai, na China,
cuja sua rede metro-ferroviria recente (sua construo iniciou-se em 1998) e j
tem 420 km de extenso. So Paulo ainda conta com trens metropolitanos que
atendem tanto a capital quanto cidades vizinhas. Essas linhas vm passando por
uma srie de reformas e modernizaes, a fim de que elas possam atingir o nvel de
qualidade de um sistema metrovirio. A pequena abrangncia da rede metro-
ferroviria na cidade de So Paulo acaba por causar saturao em certas estaes,
onde h maior demanda de usurios. Notamos esse problema principalmente nas
estaes Portuguesa-Tiet, Luz, S, Paraso, Brs, Corinthians-Itaquera e Barra
Funda, todas estaes utilizadas para integrao entre diversas linhas do sistema,
bem como terminais de nibus urbanos e intermunicipais. Anualmente, a rede metro-
ferroviria paulistana cresce apenas 1,3 km, em mdia.
Os mapas representados a seguir mostram, respectivamente: a abrangncia
das linhas de nibus urbanos da SP Trans, que so divididas em cores, cada qual
representando uma regio da cidade, as linhas de nibus intermunicipais da EMTU,
e a atual malha metro-ferroviria, na cidade de So Paulo.
8
Mapa 1 Distribuio dos consrcios operadores das linhas da SP Trans
Mapa 2 Corredor Sul, da EMTU
9
Mapa 3 A atual malha metro-ferroviria operante na Regio Metropolitana de So Paulo
.7.3 A Acessibilidade a Locais de Interesse Pblico e Plos Empresariais
Mais um importante item a ser considerado o que tange os plos
industriais, empresariais, tursticos e culturais que a cidade tem a oferecer, pois so
eles que geram o movimento na metrpole, fazem crescer a economia e a cultura
nacional e do novas oportunidades populao em geral. No planejamento do
traado das linhas da VAP, tivemos o cuidado de posicionar cada estao em locais
estratgicos, que possibilitasse os usurios de ter livre e fcil acesso a estes
lugares, assim, contribuindo para um maior dinamismo social, cultural e financeiro na
cidade.
Abaixo, listaremos os principais plos culturais, de entretenimento e
empresariais, separados por categorias, que serviram para delimitar a extenso da
hidrovia e definir o posicionamento mais adequado de cada estao:
10
.7.3.1 Centros Empresariais e Comerciais
CEAGESP
Centro Federal de Educao Tecnolgica de So Paulo (Cefet-SP)
Grupo Center Norte
Grupo World Trade Center
Market Place Shopping
Mercado Municipal da Lapa
Morumbi Shopping
Rede Globo de Televiso
Shopping Cidade Jardim
Shopping D
Shopping D&D
Shopping SP Market
Shopping Villa-Lobos
.7.3.2 Parques e Centros de Lazer e Turismo
Anhemb Parque
Autdromo Internacional de Interlagos
Base Aria de Marte
Cemitrio Parque Morumby
Clube Hpico de Santo Amaro
Estdio Oswaldo Teixeira Duarte
Jquei Clube So Paulo
Parque Burle Marx
Parque da Juventude
11
Parque do Descobrimento
Parque do Povo
Parque Vila dos Remdios
Parque Villa-Lobos
PlayCenter
So Paulo Golf Club
Sociedade Hpica Paulista
.7.3.3 Centros Educacionais e Culturais
Biblioteca de So Paulo
Centro Universitrio Senac So Paulo
Cidade Universitria
Cred Card Hall
Universidade Anhembi Morumbi - Campus Morumb
.7.3.4 Hotis
Holiday Inn Park Anhembi
Hotel Transamrica So Paulo
Hilton So Paulo Morumbi
ibis So Paulo Expo Barra Funda
12
.7.4 Dificuldades no Planejamento do Trajeto da VAP
Para chegarmos a um traado satisfatrio, precisamos levar em
considerao, tambm, alguns fatores referentes aos rios cujos quais serviro de
rota para a hidrovia. Tais fatores incluem as barragens presentes, principalmente no
Rio Pinheiros, que tm como funo, regular o nvel da gua do rio, em caso de
chuvas, que so frequentes na Regio Centro-Sul do Pas. Ao longo do trajeto,
existem duas barragens: uma, a Usina Elevatria de Traio, localizada na regio da
Vila Olmpia, e outra, localizada na regio onde o Pinheiros encontra o Tiet.
Foi cogitada a adaptao dessas barragens para a passagem das
embarcaes atravs delas, com a construo de eclusas, j que, atualmente, no
possvel atravess-las por barco. Porm, chegamos concluso de que tal feito
incompatvel com nossa proposta de transporte rpido, barato e eficiente, uma vez
que eclusas limitam o trnsito das embarcaes, pois levam muito tempo para
transport-las de um nvel ao outro do rio, e possuem custo muito alto de
manuteno. Outro motivo pelo qual exclumos a idia de se construir eclusas o
fato de que, para constru-las, ser necessrio desviar o curso do rio,
consequentemente, alterando as vias marginais do Pinheiros, prejudicando o trnsito
durante as obras.
Para solucionar esse problema, o trajeto da VAP foi dividido em trs trechos,
independentes entre si.
13
.7.5 Definio do Trajeto da VAP
Com base em todos os tpicos abordados at aqui, torna-se possvel
desenvolver o melhor caminho para a hidrovia, incluindo a localizao de suas
estaes e pontos de integrao com o restante do sistema de transporte pblico.
Como j abordado no tpico anterior, devido questo das barragens
elevatrias presentes ao longo do Rio Pinheiros, foi tomada a deciso de dividir a
linha hidroviria em trs trechos independentes entre si, que, somados, formaro
uma rede hidroviria de 37 km e trinta estaes.
.7.5.1 Trecho Tiet
Constitui o primeiro trecho, que correr em paralelo s avenidas marginais
do Rio Tiet. Contar com onze estaes, se estendendo desde a regio da Penha
at o Cebolo, por 21,5 km. Sua importncia se d ao fato de que facilitar o acesso
dos residentes em bairros das zonas Leste, Nordeste e Noroeste, regio mais
importante da poro Norte da cidade, formada pelos bairros da Casa Verde, Limo,
Santana e Vila Guilherme, desafogando linhas de nibus que tm como destino, o
Terminal Santana, da SP Trans. Este trecho se integrar ao Terminal Rodovirio do
Tiet e estao Portuguesa-Tiet, da Linha 1 - Azul, do Metr - SP, atravs de uma
passarela elevada.
.7.5.2 Trecho Baixo Pinheiros
Constitui o segundo trecho, compreendido entre o Cebolo e a Usina
Elevatria de Traio, na Vila Olmpia. Contar com oito estaes e ter 9,5 km de
extenso. Servir como acesso aos estudantes, professores, funcionrios e
14
freqentadores da Cidade Universitria, onde est localizada a Universidade de So
Paulo (USP), beneficiar os trabalhadores do CEAGESP e edifcios empresariais,
bem como ser mais um meio de acesso a centros de lazer, como o Parque Villa
Lobos, o Shopping Villa Lobos, o Jquei Clube de So Paulo e Ciclovia da
Marginal Pinheiros. Este trecho ser integrado estao Pinheiros, da Linha 4 -
Amarela, administrada pela ViaQuatro, e Linha 9 - Esmeralda, da CPTM.
.7.5.3 Trecho Alto Pinheiros
Constitui o terceiro trecho, compreendido entre a Cidade Jardim e o
Autdromo de Interlagos. Contar com onze estaes e ter 13,3 km de extenso.
Atender, principalmente, a rede hoteleira de luxo, distribuda ao longo da Avenida
das Naes Unidas (avenida marginal do Rio Pinheiros), sendo importante atrativo
turstico na cidade, permitindo o acesso a vrios centros comerciais, como o
Morumbi Shopping, o Shopping Cidade Jardim, o Shopping D&D, parques como o
do Povo e o Burle Marx, Centro de eventos e espetculos, como o Credcard Hall,
prdios empresariais e o Autdromo Internacional de Interlagos. Ser integrado
Linha 9 - Esmeralda, da CPTM, e Linha 5 - Lils, do Metr - SP.
.7.5.4 Paralelismo com a Linha 9 Esmeralda
A princpio, parece ser pouco compensador construir uma hidrovia que corre
em paralelo a uma linha de trem metropolitano, por um longo trecho. Porm,
analisando mais a fundo, percebe-se que isto pode ser benfico. Com mais uma
alternativa de transporte, que no o trem, pode-se distribuir a demanda entre os
dois, reduzindo assim, os riscos de superlotao e atrasos, em horrios de maior
movimento.
15
.7.5.5 Trs Hidrovias
Como forma de contornar o fato de o trajeto da hidrovia estar dividido em
trs trechos independentes, pensou-se em integr-los de forma que o trnsito de
passageiros tivesse o menor prejuzo possvel. Entre o Trecho Tiet e o Trecho
Baixo Pinheiros, foi projetada uma passarela de ligao entre suas duas estaes
terminais. Passarela esta que contornar a barragem, lateralmente, tendo extenso
calculada em cerca de 200m. No entanto, a idia da passarela s foi possvel neste
caso, pois a Usina Elevatria de Traio, que separa o Trecho Baixo Pinheiros e o
Alto Pinheiros, se estende por mais de quinhentos metros ao longo das margens do
Rio Pinheiros, tornando a passarela muito longa, se construda, tirando o conforto
dos usurios que faro a transferncia entre um trecho e outro. Ao invs de uma
passarela, os usurios que quiserem continuar a viagem de barco, tanto no sentido
Autdromo quanto no sentido Cebolo, devero desembarcar nas estaes
terminais e utilizar a Linha 9 - Esmeralda, desembarcando na estao seguinte,
novamente realizando a transferncia de volta VAP. Tal medida foi tomada
propositalmente, devido ao fato de que isso ajudaria a distribuir melhor a demanda
entre os trens e a hidrovia passageiros da CPTM oriundos da VAP, em sua
maioria, no realizariam transferncia de volta ltima, continuaria o percurso via
trem, e vice-versa. Ainda temos os passageiros que trocaro de sistema, em outras
estaes, j que quase todas as estaes da VAP tero integrao com as estaes
da CPTM.
.7.5.6 Mapa Esquemtico do Sistema VAP
Levando em considerao todas as informaes obtidas e analisadas,
pudemos montar o mapa esquemtico das trs linhas da VAP, com suas respectivas
estaes e pontos de integrao.
16
Mapa 4 Mapa esquemtico do sistema VAP e seus pontos de integrao com outros modais.
.7.6 As Estaes e Embarcaes
As estaes da VAP foram projetadas para oferecer conforto e segurana
aos usurios, podendo operar em qualquer condio climtica, seja um dia chuvoso
ou ensolarado. Todas as estaes so padronizadas, em termos de projeto
estrutural, podendo sofrer alteraes, dependendo das circunstncias. Para ilustrar
como ser a hidrovia VAP, quando implantada, desenvolvemos uma maquete
eletrnica, com o auxlio de um software de modelagem tridimensional, de um centro
de testes fictcio, com uma grande piscina que pode regular seu volume de gua.
Os edifcios sero flutuantes, sustentados por dez bias extremamente
resistentes, preenchidas com gs Hlio (o mesmo gs utilizado em bales dirigveis),
garantindo assim, grande poder de flutuao. Isso permite que, em caso de cheia
dos rios, os edifcios se adaptem perfeitamente ao nvel da gua. Tero estrutura
moldada em titnio (metal de transio, ligeiramente mais pesado que o alumnio,
porm, dez vezes mais resistente e durvel) e sero vedados com vidraas,
impedindo assim, a entrada do ar poludo proveniente dos rios. Cada componente
estrutural dos prdios sero pr-fabricados e depois unidos, para formar a estrutura
completa.
17
Figura 1 Estrutura do prdio flutuante de uma das estaes da VAP.
O acesso s estaes ser feito via passarelas de estrutura flexvel, para se
adaptar ao prdio, de acordo com o nvel da gua. Essas passarelas foram
projetadas de forma a suportar uma variao de nvel de at 10 m. Sua estrutura
possui trs segmentos, dentre os quais, um deles fixo ao edifcio da estao e os
outros dois se movimentam.
18
Figura 2 Passarelas que se flexionam, de acordo com o nvel da gua.
Figura 3 Funcionamento das passarelas e das bias da estao, com a variao do nvel da gua na piscina
de testes..
O embarque se dar por meio de portas de plataforma, que abrem
simultaneamente com as portas das embarcaes, evitando, assim, que usurios
menos atentos sofram acidentes, e tambm, contribuindo para a no-penetrao do
ar externo, poluido.
Para que as embarcaes parem na plataforma de maneira precisa e gil,
foi desenvolvido um sistema de pneus-guia, que servem como trilhos. Estes
eliminam qualquer necessidade de manobra por parte do condutor, e tambm,
impedem que as embarcaes sejam levadas pela correnteza, permanecendo
19
estveis, rentes plataforma, com um vo entre seus pisos internos e o piso da
estao de apenas 10 cm.
Figura 4 Sistema de pneus-guia. Detalhe do vo entre o barco e a plataforma da estao.
20
Figura 5 Portas de plataforma, que abrem simultaneamente com as portas das embarcaes.
Mesmo a estrutura do prdio sendo vedada, o ar no interior do mesmo
ainda no puro, com cheiro desagradvel, vindo do rio. Pensando nisso, foi
desenvolvido um mecanismo de filtragem, semelhante aos existentes em
automveis. Este capaz de capturar o ar do interior da estao, jog-lo para o meio
externo, e, ao mesmo tempo, capturar o ar externo, filtr-lo e liber-lo no interior da
estao, garantindo assim, uma circulao constante de ar filtrado e fresco, tornando
a vida dos usurios da rede mais saudvel. Este mesmo equipamento tambm ser
instalado nas embarcaes.
A VAP integrada ao restante da rede de transporte pblico de So Paulo
via Bilhete nico, independente do valor da tarifa a ser cobrado no sistema. Alm
disso, todas as estaes contaro com bilheterias blindadas e bloqueios de acesso
21
rea paga da estao, incluindo bloqueios especiais para pessoas que utilizam
cadeira de rodas.
Visando trazer maior conforto e segurana, as estaes ainda contaro com
sanitrios (masculino e feminino), Sala de Superviso Operacional, escadas rolantes
de acesso s plataformas de embarque, bancos de espera nas plataformas, coleta
de lixo e extintores de incndio.
Figura 6 Saguo de uma das estaes, com uma bilheteria, bloqueios de acesso rea paga da estao,
sanitrios e escadas rolantes de acesso s plataformas de embarque. Na parte superior da imagem, percebe-se a
tubulao de cor verde, que integra o sistema de filtragem do ar.
22
Figura 7 Plataformas de embarque. O projeto arquitetnico do edifcio possibilita total proveito da iluminao
natural, durante o dia.
As embarcaes sero modelo catamar, que so constitudas por dois
cascos. A vantagem deste tipo de modelo bicaso a maior estabilidade na gua, e
tambm, uma menor superfcie de contato entre o barco e a gua, permitindo assim,
velocidades superiores aos modelos monocasco. A capacidade de transporte em
cada embarcao de 72 pessoas sentadas, e 150 em p. As embarcaes
possuem assentos reservados para idosos, pessoas com movimento reduzido,
gestantes e mulheres com crianas de colo. Em caso de emergncia, estaro
disponveis equipamentos salva-vidas, tais como coletes e bias.
23
Figura 8 Embarcao modelo catamar. Utilizada na Via Aqutica Paulista.
Figura 9 Interior de uma das embarcaes.
24
CONSIDERAES FINAIS
A Via Aqutica Paulista mostra-se muito til para a cidade, tanto em termos
sociais quanto econmicos. Se implantada, poder descongestionar importantes vias
da cidade, assim como promover um maior uso do transporte pblico, por parte das
classes mais bem sucedidas da sociedade, que hoje, est habituada ao transporte
particular. Apesar de ser uma alternativa de transporte de baixo custo de
implantao e manuteno, ainda no possvel calcular um oramento preciso
para a construo e manuteno do mesmo, devido ao estgio inicial do projeto em
questo. A Via Aqutica Paulista retomar a vida nas duas principais artrias da
cidade de So Paulo, dando cara nova cidade.
25
GLOSSRIO
Arquitetura: a arte de projetar e construir um ambiente habitado pelo ser humano.
Barragem/usina elevatria: barragem com funo de regular o nvel de um rio ou canal.
Bicasco: possui casco duplo.
Interfluvial: compreendido entre dois ou mais rios.
Modelagem tridimensional: ramo da computao grfica destinado a produo de imagens com base em modelos em trs dimenses, produzidos por meio de um software especfico finalidade.
Monocasco: possui um nico casco.
Parceria pblico-privada: concesso em que uma empresa privada assume, parcialmente, a administrao/operao/construo de uma obra pblica, durante certo perodo de tempo.
Software: sequencia de instrues lgicas que determinam uma funo, em um computador.
Urbanismo: disciplina destinada a estudar, controlar e planejar o espao urbano.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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