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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 2001 VEJA NESTA EDIÇÃO Produção de ovinos: Qualidade na carne , rentabilidade na produção. Pg. 16 Deputado Max Roseman defende projeto de regulamentação do Conselho Federal de Zootecnia Pg. 23 A história do congresso brasileiro de Zootecnia ZOOTEC Pg. 09 O que é preciso saber sobre o exame de suficiência para o exercício profissional Pg. 12 Certificação do IBD dá credibilidade à agricultura orgânica Pg. 25 E mais... 3 ÍNDICE Presidentes da ABZ Pg. 05 Zootecnia e Fiscalização Profissional Pg. 07 ABZ - Prestando Contas Pg. 10 Projeto inovador Incrementa Ovinocultura Pg. 16 Faculdades de Zootecnia no Brail Pg. 18 Zootecnistas Presentes no CRMV Pg. 21 Marcas da Zootecnia Pg. 28 Graduação à Distância em Zootecnia Pg. 30

VEJA NESTA EDIÇÃO - UFPRmarson/introd_zoo/Revista... · 2011. 5. 24. · NOVEMBRO/DEZEMBRO - 2001 VEJA NESTA EDIÇÃO Produção de ovinos: Qualidade na carne , rentabilidade na

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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 2001

VEJA NESTA EDIÇÃO

Produção de ovinos:

Qualidade na carne ,

rentabil idadena produção.

Pg. 16

Deputado Max Roseman defende projeto deregulamentação do Conselho Federal de

ZootecniaPg. 23

A história do congresso brasileirode Zootecnia ZOOTEC Pg. 09

O que é preciso saber sobre o examede suficiência para o exercício

profissional Pg. 12

Certificação do IBD dá credibilidade àagricultura orgânica Pg. 25

E mais...

3

Í N D I C E

Presidentes da ABZ Pg. 05

Zootecnia e FiscalizaçãoPr o f i s s i o n a l Pg. 07

ABZ - Prestando Contas Pg. 10

Projeto inovador IncrementaO v i n o c u l t u r a Pg. 16

Faculdades de Zootecnia noB r a i l Pg. 18

Zootecnistas Presentes noC R M V Pg. 21

Marcas da Zootecnia Pg. 28

Graduação à Distância emZ o o t e c n i a Pg. 30

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

A n o I n ° 1A ssociação brasileira

D e Zootecn istasEndereço: Rua Brasilio Itiberê, 376

Fon es 985-9887 087-9879

D IR E T O R IA E X E C U T IV A

M A R C O S E LIA S T R A A D D A SILV A

C u ritiba P R . C E P 80210-060

w w w .zootec.com .br

T iragem : 6.500 exem plares

Presidente

PA U LO D E M O LIN ERV ice Presiden te

M A R IA A RA CI G . D E CA RVA LH OSecretária G eral

Ivaldo Pedro PatrícioTesou reiro

Con selheiros E fetivos

Josenildo Q uerino D iasFábio Sam paio V iann a R am os Filho

R u i Lu iz C adorim

Con selheiros Suplentes

João R icardo A lban ezJorge Luiz C orrêia de O liveira

B run o de Souza M ariano

Jorn alista responsável

R egin aldo D an iel da Silveira

D iagram ação

W aldir Torquato

Editoria de arte

W aldir Torquato

Produção:

M tb 19301/114-49

EditorialA MATURIDADE DE UMA ENTIDADE

Desde a fundação da nossa Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ)até os dias atuais, transcorreram-se 13 anos de muito trabalho e dedicação doscolegas que empunharam a bandeira da Zootecnia Nacional com afinco edeterminação, não poupando esforços para verem estabelecida a entidade.

Muitas dificuldades têm norteado os rumos da ABZ, uma vez que é cadavez mais grave a falta de compromisso das diferentes categorias com ofortalecimento das suas entidades representativas, até com certa razão, pelacrescente descrença de que a atividade coletiva possa ser orientada no sentidodo bem estar comum.

No entanto, de maneira lenta mas gradativa, a nossa atividade associativavai tomando forma e sedimentando o seu caminho para transpor os obstáculosque os zootecnistas têm que enfrentar no dia a dia de convívio com a sociedadeque se utiliza dos seus serviços. Com a mesma tendência de um contínuo eequilibrado olhar atento ao verdadeiro papel do zootecnista para odesenvolvimento sustentável da agropecuária nacional, o mercado de trabalhocomeça finalmente a focar a competência sobreposta aos decretos e portariasque sempre nortearam a atuação profissional no nosso país.

Assim sendo, uma das formas de nos mantermos unidos em prol docrescimento da atividade agroindustrial do Brasil, é através do engajamento detodos os zootecnistas na nossa ABZ, que está oferecendo este exemplar da RevistaZootecnia Brasileira como uma proposta de aglutinação de interesses em tornoda nossa profissão e do avanço da Zootecnia.

Sempre houve uma grande cobrança dos colegas quanto à importânciada “prestação de contas” do trabalho que a ABZ executa no seu dia a dia. Poisbem, através da Zootecnia Brasileira, caso haja o engajamento de todos, deveremosestar mais próximos, tratando de assuntos variados do interesse dos profissionais,estudantes, empresas do setor e da sociedade como um todo.

Com mais essa conquista para a Zootecnia do Brasil, estamos dando umsignificativo passo à frente com a nossa entidade, que só nos tem engrandecidoespiritualmente nesses anos em que estamos no seu comando. É certo que, emalguns momentos, sentimo-nos com relativa incapacidade de avançar num ritmomais acelerado. Mas, as conquistas gradativas são a nossa possibilidade paracontinuar a contribuir e temos que nos contentar com ela, quer queiramos, ounão. Temos orgulho das diferentes atribuições políticas e dos amigos queperpetuamos, graças à Deus, mesmo com o ônus do contínuo desgaste profissional,familiar e pessoal. Isso é o que temos oferecido à Zootecnia nesses anos de luta,em prol da nossa profissão.

Não podemos ainda deixar de externar agradecimentos especiais a todosaqueles companheiros de diretoria que têm atuado ao nosso lado, com extremoespírito profissional e com fulgor e lealdade aos princípios da Zootecnia.

Esperamos que todo assinem a nossa revista e façam suas críticas esugestões para que tenhamos todos ainda mais sucesso daqui para frente.

Marcos Elias Traad da Silva Presidente da ABZ

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 2001

PRESIDENTES DA ABZFace ao caráter histórico da primeira edição da Zootecnia Brasileira, não podemos

deixar de registrar os presidentes da ABZ desde a sua fundação, bem comoevidenciar algumas características da gestão de cada um deles.

Zootecnista, natural do Riode Janeiro, graduado pelaUniversidade Federal Ruraldo Rio de Janeiro (UFRRJ)em 1979. Mestre emCiências Veterinárias pelaUniversidade Federal doParaná (UFPR). Pesquisadordo Instituto Agronômico doParaná (IAPAR), na Área deNutrição Animal, comespecialidade em Búfalos.Professor no Curso deZootecnia da PontifíciaUniversidade Católica doParaná (PUCPR). Consultorem projetos especiais emáreas técnicas ligadas àZootecnia e ao ensinomédio e universitário. Foi:

Coordenador Geral do PóloRegional de Pesquisas deCuritiba, do InstitutoAgronômico de Paraná –IAPAR; Presidente daComissão Nacional deEnsino de Zootecnia (CNEZ)do Conselho Federal deMedicina Veterinária(CFMV); Diretor Presidenteda Companhia deDesenvolvimentoAgropecuário do Paraná(CODAPAR); Presidente daAssociação Brasileira dasCompanhiasArmazenadoras Oficiais(ABCAO) e Presidente doSindicato dos Zootecnistasdo Paraná (Sinzoopar). Suaprincipal característicafrente à ABZ tem sido adefesa dos interesses dosprofissionais e a constantebusca de maior intercâmbiodos Zootecnistas atravésdos congressos científicos eda realização dos fóruns deentidades. Atualmente emcurso de Doutorado emProcessos Biotecnológicosna UFPR.

Zootecnista, natural do Riode Janeiro, graduado pelaUniversidade Federal Ruraldo Rio de Janeiro (UFRRJ)em 1977.Sempre atuou nosetor privado, tendo sidoChefe da Divisão de Segurosde Animais da Companhiade Seguros do Estado deSão Paulo; Sócio Gerente daLúmen Assessoria eConsultoria Ltda. Foi ocriador do Fórum Nacionalde Entidades de Zootec-nistas, instituição que atéhoje tem procurado mantera abertura da associaçãocom os zootecnistas dopaís, através dos seusrepresentantes nossindicatos, associações e

Marcos Elias Traad da Silva Jorge Luiz Correia de

Oliveira

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

conselhos de veterinária.Jorge Correia deflagrou eliderou campanhas deunião dos profissionais emtodo o país, na ocasião emque ocupou a Secretariageral do Conselho Regionalde Medicina Veterinária deSão Paulo, tendo prestadorelevantes serviços à cate-goria.

Luiz Augusto Muller

Zootecnista, natural deTaquara (RS), graduado pelaPontifícia UniversidadeCatólica de Uruguaiana(PUC – Uruguaiana) em1970. Foi: funcionário daSecretaria da Agricultura(RS), no Instituto dePesquisas VeterináriasDesidério Finamor (1971);Delegado Regional daSecretaria da Agriculturaem Frederico Westphalen -RS (1981); Presidente daAssociação Profissional dosZootecnistas (1982);

Fundador e Presidente doSindicatos dos Zootecnistasdo Rio Grande do Sul(1985); Fundador ePresidente da AssociaçãoBrasileira de Zootecnistas(1988); membro da Câmarade Zootecnia do ConselhoFederal de MedicinaVeterinária (1984/1993) e daCâmara de Zootecnia doConselho Regional deMedicina Veterinária/RS;Secretário Municipal deAgricultura e MeioAmbiente de Taquara (1993/1996); Secretário Municipalde Meio Ambiente deParobé (1997/2000);Presidente do CONDIMMA- FAMURS – Conselho deDirigentes de MeioAmbiente dos Municípiosdo Rio Grande do Sul (1997/1999); ZOOTECNISTA DOANO do Rio Grande do Sul(2001). É Diretor daEmpresa Rural Ecosystem-Consultoria e PlanejamentoAgroindustrial Ltda.(Projetos Ambientais eAgroindustriais). ÉEspecialista emAssociativismo eCooperativismo pelaUnissinos - São Leopoldo(1985) e em GestãoAmbiental nasOrganizações pela Faccat -Taquara (2001). Sempreatuou como articuladorpolítico, buscando espaçospara o efetivo exercícioprofissional dosZootecnistas.

HISTÓRIA DA ABZEm 1966, em Uruguiana (RS), erafundada a primeira faculdade deZootecnia. Dois anos depois, no dia4 de Dezembro de 1968, a profissãode Zootecnista era regulamentada.Mais de vinte anos se passaram atéa criação da Associação Brasileirade Zootecnistas (ABZ). No dia 24 deSetembro de 1988, na Faculdade deMedicina Veterinária e Zootecniada USP, foi realizada umaassembléia, presidia por MateusJosé Rodrigues Paranhos da Costa,onde foi decidia a fundação de umaentidade para os zootecnistas dopaís. A proposta foi votada pelospresentes e o resultado foifavorável à fundação da ABZ. Oprimeiro passo foi a elaboração doestatuto, o que culminou com aeleição da seguinte diretoria:Presidente, Luiz Augusto Muller;Vice-Presidente, Reginério S.Faria; Secretário Geral, SérgioSanvastano; Tesoureiro, MateusJosé Rodrigues Paranhos da Costa.O Conselho Fiscal Efetivo, foicomposto por: Clóvis Marcello deSá e Benevides Filho, José Paulode Oliveira e Dagoberto Silveira daConceição Jr.. O Conselho FiscalSuplente foi: Isac Maggi KrasBorges, Cristina Piazza Treu eFrancisco Assis Nunes.

No dia 25/10/98, ocorreu aprimeira reunião da diretoriaexecutiva, na sede do CRMV/SP,onde passou a funcionar a sede daABZ. A primeira medida discutidafoi a necessidade de levar aoscolegas a notícia da criação da ABZ,bem como sensibilizar a todossobre a importância da filiação àentidade. Foi então criado umfolder com informações sobre aABZ e uma ficha de inscrição.

Desde o dia 25/10/98 atéhoje, três presidentes passarampela ABZ. Atualmente a ABZ épresidida por Marcos Elias Traadda Silva (PR).   

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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 20017

Os conselhos de fisca-

lização das profissões, em suagrande maioria, foram criadosnuma época em que as insti-tuições mantinham-se sob ainfluência do regime militar. Aestrutura organizacional eravoltada, aos aspectos da pu-nição, muito além da suagrande possibilidade de in-dução do desenvolvimentoqualitativo do exercício pro-f iss ional .

Recentemente, houvetentativas de alteração dalegislação que regulamenta taisentidades. Os conselhos passa-ram a ter personalidade ju-rídica de caráter privado(inicialmente definida pormedida provisória, que foitransformada em lei). Sua cria-ção, dependeria de autorizaçãolegislativa, situação na qualpodería-se, em curto espaço detempo, observar a dissemi-nação das instituições com estefim. Todavia, a referida lei foicassada liminarmente peloSupremo Tribunal Federal(STF) como inconstitucional etudo voltou a ser como antes.

Independente da ques-tão meramente jurídica quedetermina a personalidadedessas instituições, os Zootec-nistas querem um conselhopróprio para a sua profissão.Isto justifica- se, uma vez quejá encontram-se maduros ecom representatividade querequer a ampliação dafiscalização, em benefício daprópria sociedade.

E quais seriam asvantagens de a Zootecnia terum conselho próprio ?

É necessário enfatizarque os conselhos são dasprofissões e não dos pro-fissionais. Por este motivo, em1998, a ABZ fez gestão aoConselho Federal de MedicinaVeterinária (CFMV) para que aZootecnia pudesse ter maisparticipação política naquelainstituição. Se assim é, devemestar representadas ambas asprofissões e a denominaçãoatual do Conselho de MedicinaVeterinária é imprópria poisnão evidencia a Zootecnia comointegrante da sua estrutura. Foisolicitada, à época, a alteraçãodo nome do CFMV, paraCFMVZ. Isso daria maior carac-terização à Zootecnia no

âmbito da sua instituição defiscal ização.

Como o maior pro-blema da Zootecnia na atualestrutura dos conselhos deMedicina Veterinária é arepresentatividade, tambémfoi requerida a participaçãoobrigatória de dois Zootec-nistas nas chapas que con-correm às eleições, sendo um

cargo de diretoria e um deconselheiro efetivo. Além disso,também entende- se como desuma importância, fazer valeros votos das asso-ciaçõesestaduais de Zootec-nistas e daprópria ABZ, para a eleição doPresidente do CFMV (isso jáocorre com as socie-dades deMedicina Veterinária), razãopela qual, também incluiu-seeste item nas reivindicações.

Na medida em que hácríticas à estrutura organiza-cional da instituição à qual atéo momento a Zootecnia per-tence, também foi reivindicadaa existência de CâmarasDeliberativas, como forma deconferir mais abertura admi-nistrativa ao sistema CFMV/CRMV. Isso poderia tornar asações da Diretoria Executivamais respaldadas, e,teoricamente, mais técnicas emenos sujeitas às interfe-rências resultantes de questõescorporativistas entreprofissões (resquícios doregime à época em que foramgeradas). Estas questõesenvolvem basica-mente abusca por espaço no mercadode trabalho, muitas vezes deforma pouco ética.

As reivindicações quefizemos, não foram atendidasna sua plenitude, o que nosindicou o caminho para serseguido. Entre as profissõesque não são fiscalizadas por umconselho próprio, está aZootecnia, criada desde 13 demaio de 1966. A regulamen-tação da profissão,

ZOOTECNIA E FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL

a denominação atualdo Conselho de

Medicina Veterináriaé imprópria pois nãoevidencia a Zootecnia

como integrante da

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

deu-se através da Lei n.º 5.550/68, bem como o seu vínculotemporário ao ConselhoFederal (e aos Regionais) deMedicina Veterinária (CFMV)foi determinado pelo mesmoinstru-mento legal.

Passados 35 anos,então, a Zootecnia avançoude forma s igni f icat iva,apresentando um intensivoprocesso de evolução científicae tecnológica. Atualmente, é“adotada” como carreira pormais de quarenta faculdades noBrasil, em muitas das quais,também com Mestrado eDoutorado, tornando-se assimreferência para aqueles quequerem dedicar-se à produçãode animais de interesseeconômico e social.

A mesma Lei 5.550/68,como não poderia deixar demanter o vínculo com o jáinvocado regime de exceção,manteve (e mantém até hoje)um dispositivo (alínea C) quetem sido deveras maléfico àevolução qualitativa da produ-ção animal como ciência, namedida em que possibilita aosMédicos Veterinários e En-genheiros Agrônomos (diplo-mados na forma da Lei), o plenoexercício da Zootecnia. Quantoà essa injustiça, existe umelenco de razões para causarindignação. Mas, não cabe aquia projeção do mesmo pensa-mento vinculado ao passado,havendo questões mais inte-ressantes e produtivas parareflexões.

Atualmente, milharesde Zootecnistas estão inscritosno CFMV, através dos regionaisnos Estados - sendo repre-sentados pela Associação

Brasileira de Zootecnistas (ABZ)- mantendo importante cola-boração para o avanço daatividade agropecuária, embusca do merecido espaço noambiente de trabalho. Contudo,várias têm sido as manifestções(desde a criação da ABZ, aos 24de setembro de 1988) para aparticipação ativa dos zootec-nistas nas definições técnicase políticas, dos ConselhosFederal e Regionais deMedicina Veterinária, nas maisdiversas oportunidades.Simplesmente acreditamos queVeterinários e Zootecnistas têmuma missão que deve serenfocada de forma equilibrada,dando-se prioridade àsquestões sociais, face aosdesastrosos indicadores de vidaqualitativa do país, e não àsmedíocres intervençõesindiv iduais .

Porém, a ressonância doponto de vista da ABZ temesbarrado frontalmente com oindividualismo, centrado emalguns daqueles que mantêminfluência sobre as decisõespolíticas dos Conselhos deMedicina Veterinária, o queobriga os Zootecnistas aatitudes arrojadas, ou seja: “aconstituição do Conselho deFiscalização do Exercício daZootecnia (CFZ), sob a coorde-nação da ABZ”.

Não trata, tal atitude,de uma decisão corporativista,tendo em vista que os dez anosde negociações já deveriam terresultado em avanços signifi-cativos. Contudo, a história donosso país, tem demonstradoque deve ser contínuo o es-pírito da busca das instituiçõesdemocráticas, mesmo que

ainda seja visível a estagnaçãodo comportamento norteadopelo estigma do regime escra-vista, que predominou duranteséculos neste nosso vastoterritório.

Quem sabe, se man-tendo-se o mesmo poder debarganha das profissões quetêm seus próprios conselhos, aZootecnia pode adquirir maisrespeito e ser melhor com-preendida ? O que é absurdo,mas, na realidade, retrata oquanto é necesário evoluir pa-ra a obtenção do tão almejadodesenvolvimento.

Talvez seja este um pon-to de partida para que possahaver um trabalho maisarticulado entre as profissõesde Ciências Agrárias, o que de-verá culminar com benefíciosà nossa gente, que de formaincansável e sobretudo heróica,tem buscado melhores indi-cadores sociais e econômicos.

Por outro lado, aZootecnia tem a certeza que aconstituição de uma entidadecom uma moderna estruturaorganizacional, atenda, emprimeira instância, aos inter-esses daqueles que desfrutarãodos seus serviços. Nesseparticular, a ABZ adquiriuampla experiência, calcada nasações que almejam resultadosde médio e longo prazos, quedevem ser sobrepostas aosanseios imediatos.

Porém, é necessáriomaior capacidade de mobi-lização, situação que sóocorrerá pela dedicação de umpouco do tempo de cada umpara a ABZ e para as causas daZootecnia.

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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 2001

Na primeira edição da

Revista Zootecnia Brasileiradecidimos caracterizar a im-portância do nosso CongressoBrasileiro de Zootecnia, oZOOTEC, que tem dado im-portantes contribuições aocrescimento qualitativo dazootecnia nacional. É desejável,portanto, que seja mantido oregistro oficial sobre a suacriação, e enaltecido o papeldaqueles que têm mantidoempenho à árdua tarefa depresidí-lo.

Tudo começou sem umadefinição logística para oevento quanto à sua periodi-cidade, formato e abrangência,isso, muito antes de BeloHorizonte, ocasião em queentre os dias 26 e 28 de maiode 1997, na UFMG, realizamosa VII versão do nosso congresso.Mas, foi a partir dali quepassamos a denominá-lo deZOOTEC, por sugestão e criaçãodo Zootecnista, ProfessorWalter Motta Ferreira,presidente do evento em 97.Naquela ocasião, reunimoscerca de 400 pessoas, numevento que marcou o início daprofissionalização do congres-so ,que passou a ter espaço nocalendário nacional de eventos.Foi a partir daquele mesmoponto que a ABZ passou a ser apromotora oficial do congresso,sendo, por esse motivo, maisconhecida pelos zootecnistas .

O nosso encontro sub-seqüente não foi agendadooficialmente, mas havia adisposição de que a suarealização fosse com a UF-PE,

para que pudéssemos agregaros companheiros do nordeste,promovendo maior inter-câmbio da ABZ com oszootecnistas . E assim surgiu oZOOTEC , em 1998, na suaoitava versão, presidido peloProfessor Zootecnista SeverinoBenone Paes Barbosa. Opúblico, à época, foi de 370pessoas, em meio à uma grevedas universidades federais nopaís, sendo, por esse motivo,um marco do esforço empre-endido por aqueles que orga-nizaram o evento.

O IX ZOOTEC, foi reali-zado em Curitiba, no ano de1999, com a Pontifícia Univer-sidade Católica do Paraná, compúblico de 480 pessoas, tendosido presidido pelo Zootecnista,Presidente da ABZ, professorMarcos Elias Traad da Silva. Aprincipal marca da nona versãodo evento foi a sua intensivadivulgação na mídia e o caráterpolítico do seu enfoque, quetrouxe à tona, a necessidade demaior integração dos países daAmérica Latina quanto àdefinição das políticas dedesenvolvimento para a agro-pecuária.

A décima versão docongresso, foi presidida peloZootecnista, Professor WilsonMoreira Dutra, nas depen-dências da Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio Grandedo Sul, tendo sido “inaugurada”a fase internacional do evento,com tal denominação. Reuniu-se um público de cerca de 370pessoas, com uma considerávelparticipação de profissionais

ZOOTECligados ao setor agropecuário,além da assídua participaçãodos estudantes de zootecnia dopaís .

A mais recente rodadado ZOOTEC, em 2001, foi reali-zada em Goiânia, presidida pe-lo Zootecnista, Professor Brunode Souza Mariano, na Uni-versidade Católica de Goiás,superando qualquer expecta-tiva de público, com 1.440 par-ticipantes, consolidando defi-nitivamente o evento maior daZootecnia nacional.

É necessário ressaltarque estabeleceu-se uma estrei-ta relação do ZOOTEC com doiseventos de suma importânciapara o avanço da Zootecnia, oFórum Nacional das Entidadesde Zootecnistas, que discutequestões ligadas à políticaprofissional, presidida pelaABZ, e a Reunião Anual deEnsino da Zootecnia, que dis-cute o ensino da Zootecnia nopaís e é presidida pela ComissãoNacional de Ensino da Zootec-nia, do Conselho Federal deMedicina Veterinária.

A ABZ, imbuída emmanter o Congresso Brasileirode Zootecnia sob a sua tutela,e em busca da união dosprofissionais e estudantes,optou por registrar o eventocomo uma das suas marcas.Desta forma, pretende ressaltaro trabalho competente ededicado daqueles colegas, quese mantêm como porta-vozesdo avanço da nossa profissão,aos quais prestamos nossossinceros agradecimentos enossas homenagens.

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

O espaço PrestandoContas deve ser utilizado porentidades de zootecnistas, paradivulgar suas lutas e conquistas.Assim, solicitamos que todasmantenham atualizadas as suascontribuições, através do nossosite na internet: www.abz.org,nos trinta dias antecedentes àpróxima edição da RevistaZootecnia Brasileira, previstapara fevereiro de 2002.

Os avanços obtidos comas ações da ABZ, apresentamaspectos positivos e negativos.Ressaltamos como negativo, anossa falta de comunicação comos colegas. Tal situação poderáser sanada a partir do momentoem que o vínculo com a ABZ forestabelecido pela assinatura darevista. O suporte necessário aonosso crescimento estávinculado ao aporte de recursospara melhor administrarmos onosso “negócio”, que serácentrado no atendimento àsdemandas das nossas aspirações.Com certeza a associação temsido uma instituição frágil, e nãotem conseguido manter vínculosmaiores com seus profissionais,por inúmeros motivos.

Assim, aproveitamospara ratificar um apelo aoscolegas: “organizem-se nas suasregiões, dedicando-se pelo menosum pouco ao engrandecimentodas associações, sindicatos,centros acadêmicos, etc.. Issopode nos impulsionar,engrandecendo ainda mais aZootecnia. Se não existemassociações ou sindicatos no seu

Estado, os constituam, pois sódesta forma seremos mais ágeise obteremos melhores resultadosnas nossas abordagens”.

O tempo está nosmostrando, também, quenecessitamos renovar as nossaslideranças e fortalecer nossas

entidades, para concluirmos anossa missão comocolaboradores na construção deum futuro melhor para aZootecnia.

Ao acompanharprocessos de exclusão deZootecnistas, sob diversosaspectos, nossas iniciativas têmsido desenvolvidas no sentido desolicitar atenção aos nossosprofissionais. Isso, muitas vezestem nos possibilitado apublicação de novos editais deseleção, com espaço para osZootecnistas antes nãocontemplados. Ocorre que onosso “poder de fogo” é pequeno

e somente com o direcionamentode recursos próprios serápossível promover uma boacampanha sobre a nossaimportância.

Estamos dandoandamento à criação do nossoConselho Profissional e nãopensem que isso tem sido

deixado de lado. No momento,temos nova legislação sobre oassunto e em função dissoestamos articulando algumasquestões de ordem política paraque em breve possamos ter boasnotícias para os colegas.Mantivemos importantescontatos com os Ministros PedroParente (da Casa Civil) eFrancisco Dornelles (doTrabalho), além de outraslideranças, para articularmosações para a criação do nossoconselho. Temos ainda mantidointercâmbio com a Associaçãodos Arquitetos do Brasil, quepleiteia criar o seu próprio

ABZ - PRESTANDO CONTAS

Audiência com o Ministro Francisco Dornelles (Trabalho), para tratar deassuntos relativos ao conselho de zootecnia

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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 2001

conselho de fiscalizaçãodesvinculado do sistema Confea/CREA.Continuamos insistido nasrealizações dos Fóruns Nacionaisde Entidades de Zootecnistas,tentando colher subsídios aoplanejamento das nossas ações.Isso tem sido importante parareflexões sobre os erroscometidos e sobre as nossaslimitações em darmos vazão atudo que necessitamos. Ao sairdos debates dos fóruns,fortalecemos a convicção de quetemos que avançar e superardesafios, representando osanseios da Zootecnia Nacional,sob o contínuo processo deavaliação dos colegas, o que é deextrema dificuldade eresponsabilidade.Articulamos a realização devários ZOOTEC. Todos obtiveramêxito, graças ao empenhodaqueles que têm aceitado odesafio em organizá-los. A marcaZOOTEC – Congresso Brasileirode Zootecnia, pertence à ABZ, eestá em trâmite de registrodefinitivo.A Comissão Nacional de Ensinoda Zootecnia (CNEZ), foiinstituída pelo Conselho Federalde Medicina Veterinária (CFMV)em 1992. A associação à épocapresidida pelo colega JorgeCorreia, teve papel importantepara a criação da CNEZ. Acomissão de ensino temtrabalhado intensivamente, eobtido significativos avanços,caracterizados pela competênciadaquilo que tem publicado, e pelaforma como tem envolvido asInstituições de Ensino Superiorde Zootecnia do país. A nossarepresentação junto à Comissãode Especialistas em CiênciasAgrárias (CECA) do MEC tambémestá garantida, na medida em que

desde a saída do Professor JoséPaulo de Oliveira (zootecnista daUFRRJ), não tínhamoszootecnistas entre os seusmembros. Isso foi conseguido,através de ações políticas da ABZ.Atualmente, temos doiszootecnistas na CECA, osProfessores Paulo Rossi Júnior(UFPR) e Beatriz Lempp (UFGO).Avançamos junto ao Ministérioda Agricultura na medida em quetemos um elenco de zootecnistascomo Fiscais de DefesaAgropecuária, o que nos garantea possibilidade de ingresso

naquela carreira. Antes, isso nãoera possível. Para tanto,mantivemos, desde 1996, contatocom os diversos ministros,sempre procurando envidaresforços para realçar aimportância da nossa profissãonas diferentes áreas de trabalhodaquela pasta.Temos também mantidoconstante atuação em veículos deimprensa regional, paradivulgarmos a Zootecnia comouma área de domínio deprofissionais habilitados. Em quepese a inconseqüência da alíneaC da Lei 5.550/68, a sociedadetem que ser informada que a

Zootecnia é dos zootecnistas e, nofuturo, deverá ser de domínioexclusivo, tendo em vista que omundo moderno deve admitircompetências abrangentes, mastambém as tendências deespecialização das diferentesprofissões que surgem. Nesteparticular, fazemos um apelo aoscolegas: “ocupem o máximo dosespaços na mídia, para quesejamos mais reconhecidos portodos”.O símbolo da Zootecnia tambémé de propriedade da ABZ. Demosentrada no seu registro no

Instituto Nacional dePropriedade Industrial (INPI),sendo que, na ZootecniaBrasileira, estamos comunicandoas suas características, eautorizando o seu usodirecionado. Entretanto, faremoscampanha nacional para que oscolegas e estudantes sejamvigilantes quanto ao seu usocomercial, que deverá terexpressa autorização da ABZ.Enfim, como dissemos, aindatemos uma longa jornada pelafrente, que deverá contar commais participação e colaboraçãode todos.

Audiência com o Ministro Pedro Parente ( Casa Civil), paratratar de assuntos relativos ao conselho de zootecnia

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

A Comissão Nacional deEnsino de Zootecnia (CNEZ), épresidida por Walter MottaFerreira (UFMG), tendo comomembros : Célia R. O. Carrer(USP), Francisco F. R. deCarvalho (UFRPE), José P.  deOliveira (UFRRJ) e Wilson M.Dutra (PUC-RS).Para estabe-lecer um plano de trabalho paraas suas ações em 2001, reu-niu - se com o Conselho Fe-deral de Medicina Veterinária(CFMV), propondo a realizaçãode Seminários Regionais deEnsino.

Os seminários seriampreparatóros para o fórum dediscussão da VII ReuniãoNacional de Ensino deZootecnia (realizada no ZOO-TEC 2001). Participaram dosseminários, coordenadores decursos, representantes docen-tes e discentes das Instituiçõesde Ensino Superior (IES) dasregiões envolvidas (16 repre-sentantes no dia 16/03, no Riode Janeiro e 13 em Recife nodia 6/04).

Os resultados das dis-cussões dos seminários regio-nais de ensino foram sub-metidos na plenária do fórum,na VII Reunião Nacional noZOOTEC’2001. Participaram 63pessoas,incluídos os represen-tantes de 35 instituições deensino, pesquisa, extensão, e degovernos estaduais e federal.Para cada tema discutido elabo-rou-se um dossiê de idéias, in-formações e sugestões:      

EXAME DE SUFICIÊNCIAPARA O EXERCÍCIO

PROFISSIONAL

O exame de suficiênciafoi trazido à discussão porsugestão da Diretoria do CFMV,para que fossem colhidos sub-sídios para a viabilidade da suaimplantação para acesso aomercado de trabalho.

Com base nos doisSeminários Regionais e na VIIReunião Nacional, foramtraçadas algumas considera-ções. Aprofissão de zootecnista,regulamentada pela Lei no

5.550/68, tem seu perfil cla-ramente demarcado, abran-gendo sua participação nodesenvolvimento, promoção,aplicação, difusão e melhoriade conhecimentos relativos aoscomplexos e interativos siste-mas de produção animal.

A profissão apresentauma particularidade que adistingüe das demais profissõesdas Ciências Agrárias: o seuexercício não é de competênciaexclusiva dos zootecnistas.Agrônomos e veterinários di-plomados na forma da Leitambém podem exercê-la. Nãoobstante, se reconhece que aZootecnia contém alguns cam-pos do saber comuns à ciênciasafins que concorrem no exer-cício profissional multiface-tado. Com isto, também detec-tamos a adicional atuaçãonestes campos de outros pro-fissionais de nível superiorcomo biólogos, zoólogos, geó-logos, engenheiros de ali-mentos, químicos, rurais,florestais, de pesca, economis-tas e administradores rurais,entre outras profissõesregulamentadas.

Assim, conclui-se que aaplicação de um exame nacio-nal para aferição das condiçõesde conhecimentos para ozootecnista se reveste como decomplexidade. Além disso,avalia-se que o principal riscode injustiça que se possa come-ter na aplicação do exame, estárelacionado ao fato de exis-tirem agrupamentos profissio-nais habilitados, por força daLei, para o exercício de camposdo saber associados à profissão,que estão fora do controle dosistema CFMV/CRMV, e quepara isso, não estariam sendoexaminados ou excluídos doacesso ao mercado de trabalho.Também, não se observa apossibilidade de se produzir ummecanismo de avaliação tãoeficientepara permitir adistinção de alguns profissio-nais de outros, a partir de umaavaliação pontual que podefalhar no atendimento doconceito de abrangência deatuação profissional.

Outra análise indica queo exame de suficiência podeprejudicar alguns zootecnistas,por possibilitar excluí-los deum processo de concorrêncialivre no mercado de trabalhoque é ainda baseado na relaçãoda oferta e procura porprofissionais mais competen-tes, estando os menos aptosnaturalmente rejeitados pelosistema.

A L e i 5 5 5 0 / 6 8 d ápermis são à a tuação mu l t i -pro f i s s iona l na Zootecn ia edeve se r cons iderada , umav e z q u e a j u s t i f i c a t i v a d e

AÇÕES DA COMISSÃO NACIONAL DE ENSINO DEZOOTECNIA EM 2001

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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 200113

inclusão nesta lei dosagrônomos e veterinários, sefundamentava no escassoefetivo de zootecnistas que sóseriam formados ao longo dosanos. Logo, considerando quenum país propalado como“Celeiro do Mundo”, existamenos de 10.000 profissionaisformados em Zootecnia e que,anualmente, de acordo com oInstituto de Pesquisas Educa-cionais (INEP), apenas 0,12%dos concluintes do ensinosuperior brasileiro pertencemà Zootecnia. Assim, não háneste momento, a necessidadede utilizar um instrumento decontrole do efetivo profissionalque as próprias regras domercado de trabalho já nãoefetuem.

Também foi considera-do que a formação de um pro-fissional zootecnista com ummínimo de habilidades ecompetências, exige umadedicação entre 4,5 e 5 anos,com carga horária média de5.200 horas. Esta, constituídapor ampla gama de conteúdosteóricos e práticos, distribuídosem disciplinas e treinamentosacadêmicos profissionali-zantes, que correspondem amais de 60% do currículopleno. A gama deconhecimentos adquirida pelosZootecnistas, no temporequerido para tanto, quandoconfrontada com a cargahorária de outros gru-pamentos profissionais, indicamenos de 15% de carga horáriaprofissionalizante de camposdo saber relacionados à Zootec-nia, no caso dos veterinários emenos de 5% para o agrônomo.

Assim, se observa comoinsolúvel e incoerente aaplicação de um exame desuficiência com exigência detotal amplitude para zootec-nistas. Na hipótese de se im-plementar o exame, umasolução reparadora, seriahabilitar os veterinários ezootecnistas para o exercício daZootecnia, submetendo-os aomesmo teste e credenciando-ospelo mesmo grupo de avalia-dores. No entanto, ainda per-sistiria uma injustiça difícilde corrigir, devido que aoEngenheiro Agrônomo e aosmuitos outros grupos pro-fissionais de nível superiorcom algumas atividades afinsnada se aplicaria para a mes-ma atribuição profissional;

Por último, considerou-se que existe diversidaderegional e cultural no Brasil, oque gerou a necessidade decriação de áreas ou habilidadesespecíficas para as diferentesEscolas e Faculdades deZootecnia, sem que a compe-tência profissional genérica dozootecnista fosse afetada. Uma

vez que a Lei de Diretrizes eBases para a Educação de 1996estimula a diversidade regionalna formação dos acadêmicos efuturos profissionais, indaga-se: como avaliar esta in-teressante colocação legal emsua totalidade a partir de umexame com características querelevariam apenas as ho-mogeneidades da atuaçãoprofissional ?

Diante da presenteexposição argumentada comosubsídio ao CFMV, são expostasalgumas conclusões dos semi-nários e na VII Reunião Nacio-nal de Ensino de Zootecnia:

1) É importanteestimular a melhoria daqualidade do ensino e épreocupação da CNEZ, dasinstituições e da categoria doszootecnistas, formar profissio-nais cada vez mais compe-tentes, respeitando as di-versidades regionais do país.Além disso, a responsabilidadede avaliar a formação e aqualidade do ensino superiorno Brasil, é do Ministério daEducação e do Desporto, cujosmecanismos estão sendo re-formulados e já apresentamresultados satisfatórios.

2) O efetivo profissionalde zootecnistas brasileiros éreduzido em relação aos outrosprofissionais com atuação nasciências agrárias, não havendonecessidade, de se regular aparticipação competitiva nomercado de trabalho.

3) A criação de umexame de suficiência para oszootecnistas, com a finalidadede credenciá-lo ao exercícioprofissional, é injusta, uma vez

Teoria e práticaprecisam estar mais

associadas nooferecimento dasdisciplinas, para

permitir umaformação mais

sólida e estimular ointeresse do aluno

pelo curso.

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

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que não existemmecanismos que garantam queos outros profissionais deciências agrárias sejamavaliados da mesma forma ecom a mesma abrangência queo zootecnista.

4) A maior garantia deque o exercício profissional daZootecnia será exercido comcompetência é a regulaçãopelas regras de oferta e procuraimpostas pelo próprio mercadode trabalho, além disso, o Brasilconta com instrumentos legaisvinculados aos sistemas de con-trole e fiscalização profissionale a Lei do Código de Defesa doConsumidor para proteger aSociedade de profissionais quenão exerçam suas funções eobrigações a contento.

Pelo exposto, a CNEZdecidiu recomendar ao CFMVque o exame de suficiência parao exercício profissional dozootecnista neste momento éprematuro, necessitando demaiores estudos a análises dereflexão sobre os dados econjunturas prospectivas.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO DOENSINO SUPERIOR

A partir de dados emestudo pelo MEC, a avaliaçãodo ensino superior no Brasil,discutida nos debates, foi capazde elucidar algumas dúvidas etambém apresentar conside-rações.

Informações fornecidaspelo INEP, indicam que sóintegrarão novos cursos noProvão, os que formam ummaior contingente por ano.Hoje a avaliação do MEC jáatinge 80% do total dos

formandos. A meta é chegar a2002 com 83% dos formandose estabilizar neste patamar.Sendo o impacto dos forman-dos de Zootecnia menor que0,12% do total de formandos degraduação no Brasil, não de-verão estar no Provão no anoque vem, nem em médio prazo.

Como não existemdados atualizados sobre operfil da educação e dascondições de oferta das escolasde Zootecnia no Brasil (osúltimos dados disponíveissobre o ensino da Zootecniaforam colhidos e divulgados norelatório da CNEZ, em 1993,com indicadores do início dadécada de 90). As faculdadesrepre-sentadas, julgaram im-portante que o CFMV realizeestudos sobre o perfil atual dasescolas e sobre as condições deoferta do ensino de Zootecniano Brasil. Este trabalho é desuma importância e servirá debase para futuras decisões ecomo colaboração às IES naindicação de eventuais defi-ciências.

IMPLANTAÇÃO DASDIRETRIZES

CURRICULARES: PROCESSO,TENDÊNCIAS E

PROBLEMASA inclusão deste tema

nos seminários e na VII Reu-nião de Ensino teve comopropósito rever os aspectosmais relevantes do documentode Diretrizes Curriculares(DC), elaborado pela ComissãoNacional de Ensino de Zootec-nia. Tal documento já fazparte do conjunto de reco-mendações curriculares paraos cursos de graduação em

Zootecnia, uma vez que as DCpropostas pela Comissão deEspecialistas em Ciências Agrá-rias (CECA) representaram umtímido avanço em relação aoantigo currículo mínimo.

Os debates sobre o tema,resultaram em considerações econclusões como síntese dostrês seminários.

1) A demora para aaprovação final das DC peloConselho Nacional de Educaçãotem prejudicado a implantaçãode mudanças nos cursos deZootecnia. Tal problema é maisacentuado nos cursos maisantigos, tendo em vista que osque vêm sendo implantados nosúltimos anos já foram baseados,em grande parte, nas DC pro-postas pela CNEZ. Apesar denão serem oficializadas peloMEC, muitas Universidadesestão elaborando seus projetospedagógicos e novas estruturascurriculares baseadas nestasmesmas diretrizes.

2) Existe a necessidadede conciliar uma reformulaçãopedagógica dos cursos que nãoesteja pautada unicamente nosconteúdos de disciplinas, su-gerindo-se que as discussõescurriculares sejam feitas sobreas diferentes grandes áreasconsideradas fundamentaispara a formação do zootecnista,de forma a que os temas sejamtrabalhados de maneira globale abrangente, conforme prevêa proposta da comissão. Teoriae prática precisam estar maisassociadas no oferecimento dasdisciplinas, para permitir umaformação mais sólida e estimu-lar o interesse do aluno pelocurso.

Quanto à flexibilização

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da estrutura curricular, foidetectado que existem resis-tências institucionais em ade-rir às propostas inovadorasfeitas pela CNEZ. Isso, pelafalta de discussões inter-disciplinares para promoveradequações de conteúdos,especialmente entre disciplinasbásicas e profissionalizantes,dentro da perspectiva de enca-deamento curricular. Ressalta-se que nas instituiçõespúblicas, a flexibilização temsido mais difícil, princi-palmente em função de es-truturas departamentaisfechadas.

Em relação ainda àf l e x i b i l i z a ç ã o , f o r a mapresentadas sugestões, como ainstituição de tutorias super-visionadas semestrais, paraacompanhamento dos alunosdurante o transcorrer do curso,envolvendo-o em atividadesextracurriculares de ensino,pesquisa e extensão. Para isso,deverá haver uma forma decontabilizar a carga horáriacomo atividades comple-mentares. Houve a proposta decriação de mecanismos do tipodisciplinas “Guarda-Chuva”,com caráter optativo, para queestas atividades realizadas forado âmbito das IES pudessemreceber créditos dentro doscurrículos, permitindo que osalunos possam conduzir, dentrodo perfil do curso, sua for-mação em habilidades e com-petências de seu interesse pro-fissional e intelectual.

Há uma tendência atualpara a adequação do currículoentre 4 e 4,5 anos de duração,com 3.800 a 4.000 horas, ondeo estágio supervisionado

poderia ser iniciado a partir do3o ou 4o semestre, para pos-sibilitar a retroalimentação dosistema, e com os alunos tendoestágios vivenciais desde o 1o

período do curso.Reforçou-se ainda a

idéia de que os currículosdevam ter espaço suficientepara disciplinas optativas queatendam as necessidades re-gionais ou a vocação dosalunos. Parte dessa necessidadepoderia ser atendida com atransposição de algumasdisciplinas obrigatórias para oelenco de optativas e que outrasdisciplinas optativas com-plementares fossem inseridasnas estruturas curriculares.Um sistema de acompanha-mento contínuo da formação doaluno deve estar incluído noprojeto pedagógico dos cursos.

Como conclusões dosseminários regionais e da VIIReunião Nacional de Ensinoneste tema, ficou patente anecessidade de cada vez maisaliar os conteúdos teóricos àpratica, como estímulo denovas habilidades. Muitasvezes a escassez de recursosdificulta a implementação deprojetos pedagógicos inova-dores. Porém, deve-se ter apreocupação de adequarconteúdos e práticas peda-gógicas que promovam umverdadeiro encadeamento dosassuntos, racionalizando custose eficiência do processo ensino-aprendizagem.

As entidades repre-sentadas nos três seminários deensino sugerem que sejamampliados os debates paraavaliar novos projetos peda-gógicos, os quais, poderão

contribuir para o enrique-cimento da proposta de DC,auxiliando as instituições deensino na reformulação de suasestruturas curriculares econtribuindo para formação deprofissionais de excelência.

Foi ratificada a necessi-dade de se levantar as con-dições de oferta dos cursos deZootecnia do país, para ve-rificar as peculiaridades regio-nais, além de diagnosticar osentraves para a implantaçãodas novas Diretrizes Cur-riculares. É também impor-tante, o acompanhamento dosprojetos pedagógicos dasdiferentes IES, o que iráauxiliar no diagnóstico darealidade educacional doensino de Zootecnia no Brasil,visto que os órgãos oficiais nãodispõem de informações atua-lizadas nesta área. Para tanto,já foram contatados os mem-bros zootecnistas na Comissãode Especialistas em CiênciasAgrárias da SESu/MEC, queconcordaram em contribuir napreparação de um questionáriopadronizado, nos parâmetrospedagógicos mais relevantespara o levantamento de dadosestatístico sobre as condiçõesde oferta dos cursos de Zoo-tecnia no Brasil, baseado noinstrumento já utilizado pelaSESu/MEC, o que tornará maiscompleto e eficiente essetrabalho. Essa proposição daCNEZ ao CFMV, deve se cons-tituir na base do plano detrabalho para o 2° semestre de2001.

Walter Motta FerreiraPela CNEZ.

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

Embora o estado doParaná seja referência emvários atividades pecuárias,boa parte de nossaovinocultura ainda é bastanteincipiente. Com exceção dealgumas cabanhas, boa parte denossa produção provém decriações de pequeno e médioporte onde geralmenterepresentam a atividadeeconômica secundária dapropriedade.

Nos últimos tempos aovinocultura vem sofrendorápidas e profundasmodificações para atender asexigências de mercadodesencadeadas pela drásticaredução de entrada de carneovina no estado, decorrente daimposição de barreirassanitárias frente aos demaisestados do país eprincipalmente da carneoriunda de países do cone sul.

A intensificação navelocidade do crescimentomuscular aliada a rápida

terminação da carcaça parecemser a maneira mais factível eeficiente de se obter umproduto de qualidade superiore de competitividade nomercado consumidor de carnes.Para tanto, pesquisasorientadas para odesenvolvimento de sistemasadequados de nutrição,sanidade e manejo para aintensificação da produção decordeiros se fazem necessárias.

Na fazenda escola daUniversidade Estadual dePonta Grossa (UEPG) há anosvem sendo desenvolvido umprojeto de Produção Intensivade Ovinos. Numa primeiraetapa, fez-se a melhoria dopadrão genético do rebanho,oriundo de um programaestadual de fomento aatividade, através decruzamentos direcionados aanimais especializados paraprodução de carne. Nos últimosdois anos o projeto foidirecionado a exploração

máxima do potencial produtivoinerente aos ovinos.

O aumento no númerode cordeiros por parto e afreqüência de partos têmprofundo impacto sobre aeficiência produtiva dorebanho. Em geral, a maioriadas raças exploradas paraprodução de carne tem umparto por ano, concentrado noperíodo de inverno, decorrenteda estação de monta queacontece no outono.

A transferência dasovelhas, durante o período deencarneiramento, para áreas depastagem de boa qualidade e ousuplementação com alimentosde maiores teores protéico eenergético elevam rapidamenteseu peso e implicam emsignificativa ele-vação da taxade concepção. A espécie ovina,quando em condições ideais denutrição e manejo, podeapresentar índices denatalidade de até 150% eintervalos de parto em torno

PROJETO INOVADOR INCREMENTAOVINOCULTURA

Produção de carne ovina atendendo aos padrões de qualidade exigidos pelo mercadoconsumidor. Esse é o principal objetivo de um programa estadual para a produção de ovinos,conhecido como Programa Cordeiro do Paraná, que está sendo conduzido pelos diferentessegmentos da ovinocultura paranaense. Além disso, o programa visa desenvolver todos ossegmentos da cadeia produtiva e comercial. Segundo Rosalino Zat, Zootecnista da EMATER/PR: “o produtor vai obter maior eficiência reprodutiva com menor custo e haverá umaoferta de carne ovina com qualidade, sem resíduos químicos, mais macia e com menoscolesterol, durante todo o ano”. Como produto, o programa busca basicamente oferecerdesde cordeiros precoces, abatidos com 90 dias com 15 quilos de carcaça, até animaisadultos, que serão usados exclusivamente para embutidos e charque.

Os resultados iniciais das pesquisas realizadas na Universidade Estadual de PontaGrossa (UEPG), região do segundo planalto paranaense, são apresentados pelo ZootecnistaProfessor João Ricardo Alves Pereira (UEPG) e pelo Técnico Agropecuário Izaltino Cordeirodos Santos (Fazenda Escola – UEPG).

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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 200116

Tabela 1.Desempenho dos cordeiros produzidos no sistema intensivoIdade (dias) Peso (kg) GP * (kg/dia) GC* (kg/dia)

Nascimento 4,0 - -30 15,0 0,370 0,17860 (desmama) 25,0 0,333 0,16090 (abate) 35,0 0,333 0,160

*GP = Ganho de Peso; GC = Ganho de Carcaça;Rendimento de carcaça = 48%

concepção. A espécieovina, quando em condiçõesideais de nutrição e manejo,pode apresentar índices denatalidade de até 150% eintervalos de parto em torno de8 meses, possibilitando aocorrência de 3 partos a cada 2anos.

No projeto da UEPG, asovelhas, após o desmame (60dias pós parto), são mantidasem áreas de pastagem erecebem suplementação a basede silagem (milho ou sorgo) eração concentrada. Aliado apresença do macho somentedurante a noite, este manejopermite taxas de concepção quevariam de 70 até 95%, paraperíodos mais críticos de verãoe inverno e dentro da estaçãode monta, respectivamente. Oestímulo à reprodução fora doperíodo de monta é um dosfatores fundamentais pararedução na sazonalidade deoferta da carne ovina, fato quedificulta o planejamento daatividade para um forne-cimento contínuo e de quali-dade constate do produto.

Para antecipar a idadede abate dos machos é ne-cessário explorar ao máximo asfases de crescimento dos ani-mais. O animal cresce peloestímulo que recebe de suaherança genética, manifestadapela ação de hormônios e de

fatores externos, dentre osquais, a nutrição desempenhapapel fundamental. O cres-cimento do tecido muscular,leia-se carne, é máximo du-rante a fase que vai donascimento até a puberdade,que para os ovinos correspondeaos 6 primeiros meses de vida.

Para alimentaçãodiferenciada dos cordeiros, noprojeto da UEPG, deve-se usara técnica de alimentadoresseletivos (creep-feeding),deixando ração de boa qua-lidade sempre a disposição dosanimais. Os cordeiros não têmacesso a pastagem até a ocasiãodo abate, que ocorre entre 75 e90 dias de idade, dependendoda raça; a amamentação ocorre

durante toda a noite, períodoem que as ovelhas permanecemcom os cordeiros. Deve-sebuscar a máxima produção deleite da ovelha durante sualactação para um melhordesempenho do cordeiro. Natabela 1 são apresentados osresultados de desempenho doscordeiros durante o período.

O confinamento doscordeiros até o abate tempossibilitado índices de morta-lidade muito baixos, decor-rentes da não exposição destesanimais à intempéries e conta-minações por endoparasitas.

A carne produzida nestesistema tem qualidade muitosuperior à produzida poranimais criados em condiçõesextensivas e abatidos maistardiamente, destacando-se seubaixos teores de gordura. Ascarcaças apresentam em média3 mm de gordura de cobertura,e constituem-se de gorduras debaixa saturação. A carne decordeiro produzido de formaintensiva tem também comoponto favorável o sabor carac-terístico da carne ovina muitopouco evidente, fator este degrande importância para amaior aceitação do produtojunto ao consumidor. Contráriaa afirmação de que a produçãode animais confinados apresen-ta alto custo de produção, aprodução de cor-deiros nestesistema tem mostrado-sealtamente viável, desde queexplorada a máxima eficiênciaprodutiva da espécie, princi-palmente sua maior prolifi-cidade e potencial de ganho depeso. Análises econômicas pre-liminares indicam rentabilida-de variando entre e 20% e 30%.

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

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Desde a criação do primeiro curso de Zootecnia no Brasil, em 1966,na Pontifícia Universidade Católica de Uruguaiana, no Rio Grande doSul, até hoje, foram criadas 44 faculdades em todo o território nacional.Existe expectativa de aumento deste número de escolas, tendo em vistaque temos notícias da autorização de um curso em Imperatriz doMaranhão e outro com processo em andamento em Ponta Grossa NoParaná.

Informações levantadas pela Comissão Nacional de Ensino daZootecnia (CNEZ), mostradas no quadro abaixo, indicam uma relativaprocura pelos cursos de zootecnia, principalmente nas instituições deensino superior (IES) públicas.

FACULDADES DE ZOOTECNIA NO BRASIL

Quadro: Relação Candidato (C) / Vaga (V) em algumas IES de Zootecniado Brasil no vestibular 99.

IES da Zootecnia Candidato/Vaga

Universidade Federal de Lavras (UFLA – MG) 16,1Universidade de São Paulo (USP - Pirassununga) 12,8Universidade Estadual Paulista (UNESP – Botucatú) 10,6Universidade Federal de Viçosa (UFV - MG) 8,8Universidade Estadual Paulista (UNESP – Jaboticabal) 7,8Universidade Federal de Santa Maria (UFSM - RS) 6,6Universidade Estadual de Maringá (UEM - PR) 6,5Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) 4,5Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) 3,7Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) 3,4Universidade Federal da Paraíba (UFPB – Areia) 3,3Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) 0,7Pontifícia Universidade Católica de Uruguaiana (PUC) 0,2FONTE: CNEZ, 2001

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CONTATO COM ASFACULDADES

Procurando tornardisponível os contatos com asinstituições mantenedoras deensino de Zootecnia, aZootecnia Brasileira apresentauma listagem das faculdades noBrasil, enviada pela CNEZ.

ALAGOAS1. Fundação UniversidadeEstadual de AlagoasTelefax: (0XX82) 530 3382 [email protected]

2. Universidade Federal deAlagoasTelefone: (0XX82) 214 1100 [email protected]

AMAZONAS

1. Faculdade Batista deManaus

BAHIA

1. Universidade Estadual doSudoeste da Bahia

Telefone: (0XX77) 424-1143; [email protected]

CEARÁ

1. Universidade Estadual doVale do Acaraú

Telefone: (0XX88) 613-1213;Fax: 613 1895E-mail: [email protected]

2. Universidade Federal doCeará

DISTRITO FEDERAL

1. Faculdade Terra deBrasília (FTB) - Centro deApoio de VivênciasAgrárias

Telefone: (0XX61) 333 6186;Fax: 334 2986

2. União Pioneira deIntegração Social (UPIS)

Telefone: (0XX61) 346 1944;Fax: 346 8473

ESPÍRITO SANTO

1.Centro de Ensino Superiorde Vila VelhaTelefax: (0XX27) 229 1644E-mail: [email protected]

2. Instituto de EnsinoSuperior do Espírito Santo -Faculdade de CasteloTelefone: (0XX27) 542 450,542 2253, 462 3610

3.Universidade Federal doespírito Santo

GOIÁS

1. Fundação de EnsinoSuperior de Rio VerdeTelefone: (0XX62) 620 [email protected]

2. Universidade Católica deGoiásTelefone: (0XX62) 227 [email protected]

3. Universidade Estadual deGoiásTelefax: (0XX62) 671 1427 [email protected]

MATO GROSSO DOSUL

1. Instituto de EnsinoSuperior do Pantanal

Telefone: (0XX67) 231 [email protected]

2. Universidade CatólicaDom Bosco

Telefone: (0XX67) 765-2040;[email protected]

3. Universidade Estadual doMato Grosso do SulTelefone: (0XX67) 422 3838;[email protected]

MINAS GERAIS

1. Faculdade de Agronomia eZootecnia de Uberaba

Telefax: (0XX34) 315 4188 [email protected]

2. Universidade de AlfenasTelefone:(0XX35) 299 3000;Fax: 200 3136 [email protected]

3. Universidade Federal deLavras

Telefone: (0XX35) 829 1122 [email protected]

4. Universidade Federal deViçosa

Telefone: (0XX31) 899 2103 [email protected]

5. Faculdades de Economia eAdministração de BeloHorizonte

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

20

6. Escola Federal deOdontologia e Zootecnia deDiamant ina

PARÁ

1. Faculdade de CiênciasAgrárias do Pará

Telefone: (91) 226-1992

PARAÍBA

1. Universidade Federal daPara íba

Telefone: (0XX83) 216 7200;Fax: 225 1901

PARANÁ

1. Centro UniversitárioCampos AndradeTelefax: (0XX41) 223 8919 [email protected]

2. Faculdades IntegradasEspír i taTelefone: (0XX41) 335 [email protected]

3. Pontifícia UniversidadeCatólica do ParanáTelefone: (0XX41) 382 1454 [email protected]

4. Universidade Estadual deMar ingáTelefone: (0XX44) 261 [email protected]

5. Universidade Estadual doOeste do Paraná

Telefone: (0XX45) 225 [email protected]

6. Universidade Federal doParaná

Telefone: (0XX41) 350 5769 [email protected]

PERNAMBUCO

1. Universidade FederalRural de Pernambuco

Telefone: (0XX81) 441 [email protected]

RIO GRANDE DONORTE

1. Universidade Federal doRio Grande do Norte

Telefone: (0XX84) 215 [email protected]

RIO GRANDE DO SUL

1.Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do SulTelefone: (0XX51) 320 [email protected]

2. Universidade Federal deSanta Maria

Telefax: (0XX55) 220 8001E-ma i l :[email protected]

RIO DE JANEIRO

1. Faculdade de CiênciasAgro-Ambientais

Telefone: (0XX21) 260 2633;Fax: 590 7493E-ma i l :[email protected]

2. Universidade FederalRural do Rio de Janeiro

Telefone: (0XX21) 682 1220;Fax: 628 1120E-mail: [email protected]

SÃO PAULO1. Escola Superior de

Agronomia de ParaguaçúPaul i s ta

Telefax: (0XX18) 361-1492E-ma i l :[email protected]

2. Universidade de MaríliaTelefone:(0XX14) 433 8088;Fax: 433 8691E-mail: [email protected]

3. Universidade de São PauloTelefone: (0XX11) 818 4313;Fax: 815 5665 E-mail:[email protected]

4. Universidade do OestePaul i s ta

Telefone (0XX 18) 229 1000;Fax: 229 1013E-ma i l :[email protected]

5. Universidade EstadualPaulista Júlio de MesquitaFilho - Campus Botucatú

Telefone: (0XX14) 821 3737;Fax: (0XX14) 821 2343E-mail: [email protected]

6. Universidade EstadualPaulista Júlio de MesquitaFilho - CampusJabot icaba l

Telefone (0XX16) 323 2500E-ma i l :[email protected]

7. Universidade São MarcosTelefone (0XX11) 6163 6877;Fax: 6163 7345E-ma i l :[email protected]

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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 200121

1) CFMV

Conselheiro EfetivoAdeilton Ricardo da SilvaTelefone: (061) 322.7708 - Fax:(061) 226.1326E-mail: [email protected]

2) CRMV/PRConselheiro EfetivoDr. Luiz Alexandre FilhoTelefone: (041) 263.2511 - Fax:(041) 264.4085E-mail: [email protected]

3) CRMV/RJConselheiro EfetivoDr. Fábio Sampaio Vianna RamosFilhoTelefone: (021) 576.7281 - Fax:(021) 576.7844E-mail: [email protected]

4) CRMV/MSConselheiro EfetivoDra. Lilian Regina Rothe MayerZorzetoConselheiro SuplenteDr. Edson IzéTelefone: (067) 731.1779/1655 -Fax: (067) 731.3131E-mail: [email protected]

5) CRMV/MGConselheiro EfetivoDr. João Ricardo AlbanezConselheiro SuplenteDr. Alexandre Lúcio BizinotoTelefone: (031) 3274.4133 - Fax:(031) 3274.4134E-mail: [email protected]

6) CRMV/GOSecretária Geral:Dra. Danielle C. de S. Pires Morales

Telefone: (062) 278.4550 - Fax:(062) 278.4550

7) CRMV/MTConselheiro EfetivoDr. Benedito Oscar FernandesCamposTelefone: (065) 634.4351Fax: (065) 634.2534E-mail: [email protected]

8) CRMV/PEVice-Presidente:Dr. Antônio Eurico Vieira Travassos

Conselheiro EfetivoDr. Francisco Fernando Ramos deCarvalhoConselheiro SuplenteDr. Valderedes Martins da SilvaDr. Ricardo Silva FalcãoTelefone: (081) 227.2517Fax: (081) 227.2092E-mail: [email protected]

9) CRMV/PBTesoureiro:Dr. Armando das Neves de MeloConselheiro EfetivoDr. Josenildo Quirino DiasTelefone: (083) 221.3473Fax: (083) 221.3169E-mail: [email protected]

10) CRMV/ALConselheiro EfetivoDr. Onaldo SouzaConselheiro SuplenteDr. José Bartolomeu de OliveiraMotaTelefone: (082) 221.2086Fax: (082) 221.2086E-mail: [email protected]

11) CRMV/PIConselheiro EfetivoDr. Maria Elizabete de Oliveira

Telefone: (086) 221.1688 - Fax:(086) 221.1688E-mail: [email protected]

12) CRMV/SEConselheiro SuplenteDr. Manoel ResendeTelefone: (079) 241.3101 - Fax:(079) 241.3101E-mail: [email protected]

13) CRMV/RNConselheiro EfetivoDr. Jorge dos Santos CavalcantiConselheiro SuplenteDr. Otto Anderson de Brito Crizanto

Telefone: (084) 221.3290Fax: (084) 222.2166E-mail: [email protected]

14) CRMV/ROVice-Presidente:Dr. Aécio Silva de AzevedoConselheiro EfetivoDr. Jobel Beserra de OliveiraTelefone: (069) 222.2560 - Fax:(069) 222.2560E-mail: [email protected]

15) CRMV/ACSecretário-Geral:Dr. Manoel Elier de AquinoConselheiro EfetivoDr. Aroldo de SouzaConselheiro SuplenteDr. João Reis FlemingTelefone: (068) 224.5570 - Fax:(068) 224.5570/9455E-mail: [email protected]

16) CRMV/TOSecretário-Geral:Dr. Adhemar José PedreiraTelefone: (063) 214.2560 - Fax:(063) 214.2560

ZOOTECNISTAS PRESENTES NOS CONSELHOSREGIONAIS DE MEDICINA VETERINÁRIA (CRMV)

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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 200123

RZB: O que o levou adar apoio à criação de umconselho de Zootecnia ?

Max: Fomos Procura-dos por representantes dosetor, através da ABZ, quereivindicavam a criação eregulamentação do ConselhoFederal de Zootecnia, comoforma de normatizar a gestãodos interesses da ZootecniaNacional, bem como esta-belecer regras de compor-tamento e fiscalização daatividade profissional dosZootecnistas. Convictos daimportância dessa medida nãosó como forma de darsegurança profissional, masprincipalmente ao própriousuário dos serviços dessest é c n i c o s , a p o i a m o simediatamente a causa, apre-sentando um projeto queprevê a criação do ConselhoFederal e dos Regionais deZootecnia. RZB:Qual a sua expec-

tativa em relação ao CFZ ?

Max: Nossa expecta-tiva é de que o Conselho possaatender às necessidades daZootecnia no sentido deprover o cabedal de normas eprocedimentos necessáriospara garantir o aprimo-ramento de questões que vãodesde a formação profissional,até o exercício propriamentedito da atividade, de maneiraa garantir que tanto profissi-onais quanto os usuáriosdesses serviços possam sabera quem recorrer. A Zootecniaé uma atividade fundamentalpara um país. Para isso, éessencial que a profissãoesteja devidamente regula-mentada, bem como seuexercício, através da criaçãodeste conselho.

RZB: Como tramitou oprocesso até o momento ?

Max: O projeto está emdiscussão e atualmenteincluído na pautada votação da

Deputado Federal Max

Rosenman PMDB - PR.

ENTREVISTASegundo a Lei 5.550/68, enquanto não for criado o próprio

conselho de fiscalização da profissão de Zootecnista, a mesma deve semanter vinculada com o Conselho de Medicina Veterinária. Isso, noentendimento do Presidente da ABZ, Marcos Traad, já traduz apossibilidade de criação de um conselho profissional próprio para aZootecnia, o que está sendo viabilizado.

O projeto de criação do Conselho Federal de Zootecnia (CFZ)recebe apoio do Deputado Federal Max Rosenman PMDB - PR. A votaçãodeve acontecer em breve na Comissão de Administração, Trabalho eServiço Público da Câmara Federal.

O deputado Max Rosenmann fala à Revista Zootecnia Brasileirasobre as expectativas em torno do projeto.

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

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Comissão de Trabalhoda Câmara Federal.Nossaexpectativa é de que ele sejaaprovado pela comissão embreve, e chegue ao plenário atéo final do ano. Mas, para tanto,necessitamos de uma ativamovimentação política dosZootecnistas do Brasil.

RZB: Existem impe-dimentos legais, no momento,para a criação de conselhosprofissionais ?

Max: O impedimentohoje é mais de naturezapolítica. Há uma espécie deacordo informal no Congressopara evitar ingerência ouestímulo a conflitos entrecategorias profissionais, bemcomo a criação de novosconselhos. Mas mesmosabendo da adversidade,continuaremos lutando poisconsideramos que comdeterminação e perseve-rançaé possível chegar à umconsenso sobre o tema.

RZB: E a personalidadejurídica dos conselhos pro-fissionais? Devem ser públicosou privados ?

Max: O governo federaltem em geral estimulado amudança para um modelo degestão privada de interessepúblico. Acredito que comalguns cuidados, esse é omelhor modelo, até porque oEstado não deve ter ingerênciadireta sobre estas instituições.A idéia é que cada classeprofissional faça a sua autoregulação, sempre, é claro, deforma transparente, subordi-nando seus interesses aointeresse maior da populaçãodo país.

RZB: Pode haver umprocesso de desregulamentaçãoda fiscalização de algumasprofissões ?

Max: Não acredito, poisé fundamental que se preserveos mecanismos de fiscalizaçãoda atividade profissional, poissomente assim poderemos tergarantias de qualidade esegurança tanto para oprofissional habilitado quantopara o usuário.

RZB: Como os Zootec-nistas devem se mobilizar paraa criação do seu conselho ?

Max: Temos recebidoum apoio decisivo da classe dosZootecnistas do Paraná. Mas épreciso que essa mobilizaçãoocorra também em outrosEstados da Federação. Pre-cisamos que os profissionais seorganizem, procurem osparlamentares de seus Estadosexpressando a importância doprojeto, esclarecendo as van-tagens à sociedade da fis-calização do exercício pro-fissional dos Zootecnitas pelosZootecnistas. Enviem cartas, e-mails (visitem a página daCâmara Federal na Internet,para contatos com os deputa-dos), fax, promovam semi-nários de discussão do tema emsuas regiões e registrem asdecisões dos profissionais eestudantes. Enfim, participemativamente desse processo,pois somente com essamobilização poderemosgarantir a apro-vação daproposta pelo Congresso.Estamos e continu-amosabertos a toda e qualquercolaboração, bem como àdisposição da classe para qual-quer reivindicação.

Atenção Colegas: Mandem e-mails aos Deputados.Realcem a importância da criação do nosso conselho.Use a home-page do congresso nacionalMax Rosenmann (autor do nosso projeto).Pedro Henry e Ugo Biehl (interessados nos pedidos de criação de conselhosem trâmite na Câmara.Outros, além de Senadores do seu Estado.Mantenham-se articulados em busca de soluções.

Política é a arte de fazer pressões – pressionem !!!

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NOVEMBRO/DEZEMBRO - 200125

RZB - O que é IBD e o queele faz ?

Denis - O IBD é Associaçãode Certificação Instituto Bio-dinâmico. O vínculo do IBDcom a agricultura biodinâmicae orgânica ocorre desde 1983 eos trabalhos de certificaçãoforam iniciados em 1990. O IBDdesenvolveu um sistema decertificação adaptado àscondições brasileiras e daAmérica Latina, buscandorespeitar as característicasregionais dos projetos.Atualmente, o IBD possui 45inspetores credenciados emobiliza um total de 70profissionais. O IBD realiza acertificação de produtosorgânicos e biodinâmicos egarante a qualidade dos selos“ORGÂNICO INSTITUTOBIODINÂMICO” e “DEMETER”.RZB - Qual a sua impor-

tânc ia ?Denis - A certificação e aconseqüente concessão do selode qualidade, que comprova aprocedência dos produtosorgânicos biodinâmicos, temsua importância centrada nanecessidade de se identificar aorigem do produto quanto aométodo de produção. A marca

normalmente indica a origemgeográfica, o tipo de proces-samento, ou a empresa proces-sadora. A certificação de umproduto indica que o InstitutoBiodinâmico certifica que umaoutra organização poderá usaro selo, já que satisfaz asdiretrizes estipuladas pelomesmo. Essas diretrizes sãomonitoradas por IFOAM(Federação Internacional deMovimentos de AgriculturaOrgânica) e DAR (DeutscherAkkreditierungs Rat) quegarantem a qualidade doserviço prestado e conferem aoIBD o padrão ISO 65/EN45011.O Selo (no caso, os dois cedidospelo Instituto Biodinâmico),indica o seguinte trabalhoenvolvendo a origem doproduto:a) Acompanhamento dosistema de produção, sejavegetal ou animal, por técnicosespecializados na área;Visitas rotineiras ao local deprodução, com inspeçõestécnicas;b) Análises residuais paraverificar o nível de conta-minação;c) Que a unidade de produçãoaprovada enquadra-se nasDiretrizes para os Padrões de

Qualidade Demeter e Orgânico“Instituto Biodinâmico”. Taisdiretrizes, publicadas peloInstituto Biodinâmico repre-sentam as condições ideais deprodução para que hajacertificação do produto.IBD trabalha exclusivamentecom a empresa BioR@stro quepossui um eficiente sistema derastreamento da produçãoanimal garantindo a rastre-abilidade total dos projetos.RZB - Com que países o

IBD tem intercâmbio?Denis - O InstitutoBiodinâmico possui um corpode inspetores e um comitê decertificação que verifica aconformidade dos produtosorgânicos e biodinâmicos comnormas nacionais e inter-nacionais (Norma 2.090/91 doMercado Comum Europeu). Ocertificado do IBD é aceitomundialmente. Atualmente osprodutos certificados pelo IBDsão internalizados princi-palmente na Europa, EstadosUnidos e Japão. O IBD além decertificar produtos no Brasilcertifica projetos na Bolívia,Argentina, Paraguai e Repú-blica Dominicana.RZB - Qual a expectativa doIBD para a pecuária de orgânica

Em sintonia com os avanços da agropecuária orgânica e em função dacrescente demanda por produtos deste gênero no mercado mundial, aZootecnia Brasileira procurou o Presidente do Instituto Biodinâmico(IBD), o Engenheiro Agrônomo Denis Ditchfield, para uma entrevistasobre o assunto.

CERTIFICAÇÃO DO IBD DÁ CREDIBILIDADE ÀAGRICULTURA ORGÂNICA

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

no Brasil?Denis - O IBD está trabalhandocom a pecuária orgânica há doisanos. Os projetos estão no iníciosendo a expectativa das melho-res possíveis. Devido aosproblemas de saúde animalocorridos na Europa, a carneorgânica possui uma grandedemanda por parte dos consu-midores. O Brasil possuicondições naturais favoráveispara o desenvolvimento dapecuária orgânica. Os proces-sadores e os pecuaristas estãosensíveis a esta opção.RZB - Quais os principais

benefícios que a pecuáriaorgânica pode trazer para opa í s ?

Denis - Os principaisbenefícios da pecuária orgânicasão: credibilidade, melhoriadas condições ambientais,sociais e econômicas para opaís. Ocupação de um mercadodiferenciado mundialmente,podendo trazer divisas econô-micas e políticas para o Brasil.RZB - Quais as principais

regiões do país que jáutilizam a pecuáriaorgânica?

Denis - Atualmente osprincipais estados quedesenvolvem a pecuáriaorgânica são: Mato Grosso,Mato Grosso do Sul, Goiás, SãoPaulo e Paraná.RZB - Quais os principais

desafios da pecuáriaorgânica frente aossistemas tradicionais?

Denis - O sistema de pecuáriaorgânica utiliza tecnologiadiferenciada dos sistemas

tradicionais. A conversão deum sistema convencional paraorgânico, além do período deconversão, inclui o monito-ramento de resíduos químicos,a composição da paisagem, arastreabilidade dos animais, aeficiência do sistema e o desen-volvimento social. O padrãotecnológico utilizado normal-mente é mais elevado do quenos sistemas tradicionaisRZB - Qual a situação da

pecuária orgânica local emund ia l ?

Denis - A situação da pecuáriaorgânica no Brasil é de cresci-mento. No momento temosapenas quatro projetos certi-ficados e vários projetos emfase de implantação do sistemaorgânico. Atualmente, emadequação da rastreabilidade,temos cadastrado 210 milanimais. Internacionalmente ocrescimento da pecuária orgâ-nica é destaque na Austrália ena Argentina. Na Argentina em1980 havia cerca de 400 milhectares certificados e em 2000passou para mais de 3 milhõesde hectares certificados. Nessaexpansão de área a pecuáriaorgânica certificada teve papelfundamental. O Brasil poderáter crescimento significativona pecuária orgânica certi-ficada, o que vai depender doentendimento do criador sobrea importância e as oportu-nidades de negócio que ela traz,além dos benefícios para asustentabilidade dos sistemasde produção animal.

Dennis Ditchfield Presidente do IBD [email protected]

www.ibd.com.br Tel/fax: (0XX14) 6822 5066

Zootec 2002Zootec 2002Zootec 2002Zootec 2002Zootec 2002XXII CongressoXXII CongressoXXII CongressoXXII CongressoXXII Congresso

Brasileiro deBrasileiro deBrasileiro deBrasileiro deBrasileiro deZootecniaZootecniaZootecniaZootecniaZootecnia

Rio de Janeiro - Brasil Rio de Janeiro - Brasil Rio de Janeiro - Brasil Rio de Janeiro - Brasil Rio de Janeiro - Brasil

13 a 15 de Maio de 2002

Rio Centro Rio de Janeiro

Brasil

Promoção

ABZ - Associação Brasileira de Zootecnistas

AZERJ -Associação de Zootecnistas do Estado do Rio de Janeiro

O Zootec 2002 pretende realçarZootecnia como uma profissãoimportante para a sociedade ,tendo em vista que serárealizado no Rio de Janeiro, osegundo pólo consumidor dopaís.O tema central do evento seráfocado na segurança alimentarcolocando em evidência aZootecnia com a missão de atuarem todo o complexo produtivodos alimentos, para garantirmáxima qualidade aosconsumidores, além deapresentar as alternativas quea Zootecnia vem desenvolvendo,para atender as novasexigências de mercado.PARTICIPE , VAMOS OCUPAR OESPAÇO QUE É NOSSO.Maiores informações:Tel: (0xx21) 2569-0209

2587-9123

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

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A Zootecnia nacional játem algumas marcas próprias,cujos registros foram pedidospela ABZ e encontram-se emprocesso de tramitação junto aoInstituto Nacional de Propri-edade Industrial (INPI). Inicial-mente, temos que mencionarque o símbolo da nossa pro-fissão pertence à ABZ existindoum padrão esta-belecido comoo abaixo descrito.O uso da logomarca deve seguiros seguintes critérios:a)a utilização do símbolo daZootecnia com fins comerciais(material promocional, tais

como bonés,pastas, camisetas,etc), só poderá ser feita pelaAssociação Brasileira deZootecnistas (ABZ), ou medi-

ante autorização oficial ex-pressa da nossa entidade,tendo, neste caso, que ser men-cionada obrigatoriamente aABZ (exatamente como oexposto). Solicitamos, dessaforma, que haja esta obser-vância por parte dos colegas eacadêmicos para o uso da nossamarca, sendo preciso que todoscolaborem na fiscalização douso inadequado(não autori-zado) e nos informem para quetomemos asprovidências legais;b)a utilização do símbolo, pelasentidades de zootecnistas(sindicatos e associações), bem

como pelas faculdades, CFMVe CRMV e centros ou diretóriosacadêmicos, poderá ser feitaem documentos diversos, sem

fins comerciais, contanto queseja seguido o padrão esta-belecido. Neste caso, a mençãoà ABZ, pode ou não ser aca-tada,tendo em vista que, mes-mo em se tratando de uma mar-ca da associação, o símbolorepresenta a nossa profissão. Épreciso assim, manter a men-ção à ZOOTECNIA. Entretanto,solicitamos que seja estimuladoo uso do nomeda associação, deforma conjunta com o símbolo,para que façamos os colegas eacadêmicos entenderem queexiste uma entidade que cadavez mais tem que ser difundida.As outras marcas que estão re-gistradas em nome da ABZ são:

ZOOTEC: Congresso Brasileirode Zootecnia, cuja realizaçãosempre será por promoção danossa associação.

Revista Zootecnia Brasileira,cuja edição é exclusiva pelaABZ.Resolvemos tomar taisiniciativas, para que tenhamoscomo explorar recursos varia-dos para a nossa entidade, quenecessita do seu apoio paraficar cada vez mais fortalecida.Também decidimos registrar osímbolo da Zootecnia, tendo emvista a sua aprovação noZOOTEC de Belo Horizonte epelo fato de termos recebido ainformação de que o CFMVestava tentando deflagrarconcurso nacional para amudança do nosso símbolo, oque devemos impedir, custe oque custar.

MARCAS DA ZOOTECNIA

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ZOOTECNIA BRASILEIRA

GRADUAÇÃO À DISTÂNCIA EMZOOTECNIA

REGINALDO DANIEL DA SILVEIRA(Jornalista, Coordenador de MídiasInterativas em EAD)

ATENÇÃOEMPRESÁRIOS

DO SETORAGROPECUÁRIO

O ESPAÇOEMPRESARIAL

da REVISTAZOOTECNIABRASILEIRA

é dedicado àsempresas com

atividadeligadas à áreada zootecnia.Anuncie naZootecniaBrasileiraEntre em

contato pelo telefone:

(0xx41) 264-8954Das 13 às 17hs.

oupelo e-mail

[email protected]

A Associação Brasileira deZootecnistas tem recebido váriospedidos de informação sobrecursos de graduação ou pós-graduação em Zootecnia através deEducação a Distância. A julgarpelos pedidos é significativo onúmero de pessoas que residem emáreas afastadas dos grandescentros urbanos, e que gostariamde estudar ou mesmo seaperfeiçoar sem precisar se afastarde seus domicílios.

A regulamentaçãoda EAD é baseada na Lei deDiretrizes e Bases da EducaçãoNacional (lei n.º 9.393), e qualquerinstituição interessada podecredenciar-se junto ao MEC. Aanálise é feita por especialistas emEAD, e o trâmite é o mesmo doscursos presenciais. Os interessadosdevem consultar o documento“indicadores de qualidade paracursos de graduação e à distância”no site do MEC(http://www.mec.gov.br/).

Um curso de graduação àdistância em Zootecnia, contudo,precisa de amplos estudos para asua viabilização. Numa rápida ebreve análise é possível considerarque a parte introdutória do cursodeveria ser desenvolvida nospadrões hoje conhecidos da EAD(Internet, software educacional,videoconferência) pela atençãodada às disciplinas básicas deciências exatas e biológicas. A áreade ciências humanas emdisciplinas como Administração eEconomia rural, teria um excelenteaproveitamento em EAD. Já aparte profissionalizante exigiriaum planejamento em que seriafundamental o acompanhamentopresencial. Seria o caso porexemplo de aulas práticas de

Máquinas Agrícolas e NutriçãoAnimal .

A atenção maior de umplanejamento inicial para um cursoEAD de graduação em Zootecniaseria trabalhar a sua característicamaior: a praticidade. Neste pontoo uso do computador e a Internetpoderiam ajudar ao aluno quedurante o curso precisa atuar emfazendas, em contato com osanimais e aprender os processos deprodução de alimentos e derivadosde animais.

A EAD em Zootecnia,deveria também considerar aregionalização de interesses docurso. Nos cursos presenciais,algumas faculdades de Zootecniacostumam incluir no currículo,disciplinas específicas sobreespécies de interesse econômico daregião onde se localiza a escola.

No Brasil o que predominahoje na graduação de EAD, sãocursos nas áreas de Educação. NoParaná a Universidade Estadual dePonta Grossa (UEPG), em trabalhoconjunto com a FundaçãoUniversidade Eletrônica do Paraná,desenvolve o Curso NormalSuperior com Mídias Interativaspara mais de 3.000 alunos. Cursosenvolvendo Matemática, Física,Química, Pedagogia eAdministração são desenvolvidospor outras instituições (cerca dedez ao todo no Brasil). Existemtambém os cursos de graduação adistância em Ciências Biológicas naUniversidade Estadual do NorteFluminense e Biologia naUniversidade Federal do Ceará.

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UMA PUBLICAÇÃO DA ABZ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ZOOTECNISTAS

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