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VISITA AO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL Lima, 15 de outubro de 2013. Francisco das Chagas Bezerra de Sousa Supremo Tribunal Federal Brasília – Brasil APRESENTAÇÃO Neste dia dirigimo-nos ao Tribunal Constitucional do Peru e lá fomos recebidos pela Senhora MILAGROS MORALES SOTO, servidora da Oficina de Imagem Constitucional Especialista em Protocolo. O Tribunal é sediado provisoriamente em uma antiga residência na Rua Ancash, 390. É a segunda edificação mais antiga da cidade de Lima, cuja primeira construção foi a Igreja São Francisco, situada próximo ao casarão. Após uma breve passagem pelo palácio, fomos encaminhados à sala de reuniões do Tribunal, local em que tivemos uma breve explanação do Senhor Felipe Paredes San Román, Coordenador Geral do Gabinete de Assessores. O TRIBUNAL Nesta oportunidade falou-nos sobre o Tribunal ser um órgão distinto do Poder Judiciário, tendo com ele apenas uma relação de coordenação. A forma de controle de constitucionalidade segue tanto o modelo americano, controle difuso, como o europeu, do austríaco Hans Kelsen, controle concentrado. O Tribunal existe desde a Constituição de 1979, mas, na Constituição de 1993, foi rebatizado com o nome atual. COMPETÊNCIAS Dentre suas competências recebe as demandas de inconstitucionalidade cujos sujeitos ativos são: o presidente da República; 25% dos congressistas; o defensor do povo (ombudsman), cargo que não existe na organização brasileira; o Fiscal da Nação, que no nosso caso seria o Procurador-Geral da República; os Colégios Profissionais, cujo paralelo no Brasil seriam os conselhos regionais; e pela assinatura de cinco mil cidadãos.

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VISITA AO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

Lima, 15 de outubro de 2013. Francisco das Chagas Bezerra de Sousa

Supremo Tribunal Federal Brasília – Brasil

APRESENTAÇÃO

Neste dia dirigimo-nos ao Tribunal Constitucional do Peru e lá fomos

recebidos pela Senhora MILAGROS MORALES SOTO, servidora da Oficina de

Imagem Constitucional – Especialista em Protocolo.

O Tribunal é sediado provisoriamente em uma antiga residência na Rua

Ancash, 390. É a segunda edificação mais antiga da cidade de Lima, cuja primeira

construção foi a Igreja São Francisco, situada próximo ao casarão.

Após uma breve passagem pelo palácio, fomos encaminhados à sala de

reuniões do Tribunal, local em que tivemos uma breve explanação do Senhor Felipe

Paredes San Román, Coordenador Geral do Gabinete de Assessores.

O TRIBUNAL

Nesta oportunidade falou-nos sobre o Tribunal ser um órgão distinto do

Poder Judiciário, tendo com ele apenas uma relação de coordenação. A forma de

controle de constitucionalidade segue tanto o modelo americano, controle difuso, como

o europeu, do austríaco Hans Kelsen, controle concentrado.

O Tribunal existe desde a Constituição de 1979, mas, na Constituição de

1993, foi rebatizado com o nome atual.

COMPETÊNCIAS

Dentre suas competências recebe as demandas de inconstitucionalidade

cujos sujeitos ativos são: o presidente da República; 25% dos congressistas; o defensor

do povo (ombudsman), cargo que não existe na organização brasileira; o Fiscal da

Nação, que no nosso caso seria o Procurador-Geral da República; os Colégios

Profissionais, cujo paralelo no Brasil seriam os conselhos regionais; e pela assinatura de

cinco mil cidadãos.

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Uma curiosidade é a ausência do presidente do poder judicial na lista de

legitimados ativos, em decorrência de que a Constituição de 1993 não previa o Tribunal

Constitucional, de forma que o órgão de cúpula do Poder seria a Suprema Corte de

Justiça, e o presidente desta não teria legitimidade para demandas de

inconstitucionalidade. Com a posterior reinclusão do Tribunal Constitucional na

Constituição esqueceu-se de inserir o presidente do Poder Judiciário na lista de

detentores de legitimidade ativa.

O Tribunal é composto por sete membros com mandato de cinco anos,

escolhidos pelo Congresso Nacional, por dois terços dos parlamentares. Findo o

mandato sem a escolha de novos juízes, prorroga-se a permanência destes.

Fato interessante deu-se diante da dificuldade de o Congresso Nacional

obter a votação favorável de dois terços, ocasionou a renúncia de um dos juízes.

Diante disso, criou-se um problema, pois se um membro poderia renunciar,

todos poderiam, deixando-se a Corte vaga. Daí entendeu o Tribunal que cargo é

irrenunciável, mesmo assim, alegando motivos pessoais, o juiz deixou suas funções,

estando a Corte atualmente com apenas seis juízes.

Os magistrados tem o apoio de assessores diretos bem como de assessores

dos grupos, estes especializados nas matérias criminais, previdenciárias, trabalhistas,

dentre outras.

Outro fato curioso é que a Constituição de 1979 previa a cidade de Arequipa

como sede do Tribunal Constitucional. Há uma ação popular em que se pede o retorno

do Tribunal para aquela cidade por conta de sua grande tradição jurídica. Vale dizer que

ditadores peruanos foram depostos por conta da força dos movimentos originados

naquela cidade. Como solução, algumas audiências são realizadas na sede de Arequipa.

Acrescentou o palestrante, que no julgamento das causas um dos membros é

o Ponente, a relatoria é atribuição dada um servidor da casa. O voto dos magistrados é

privado

SESSÃO DE SALA

Finda a explanação do Senhor Felipe Paredes, dirigimos a uma das Salas

para assistir a uma sessão.

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Compõem a Sala o Presidente do Tribunal, Juiz Óscar Urviola Hani, o Vice-

Presidente, juiz Juan Vergara Gotelli e o juiz Gerardo Eto Cruz.

O presidente anunciou nossa presença na audiência, e, depois de finda esta,

recebeu-nos em seu gabinete.

ASSESSORIA DE IMPRENSA

Retornamos à sala de reuniões da Corte onde recebemos uma bela

explanação do Chefe da Oficina de Imagem institucional, o Senhor Gregorio Mattos

Torres.

Contou-nos que logo que assumiu a função ficou preocupado com o total

desconhecimento da população a respeito do Tribunal.

Dentre desafios encontrados destacou que em sua existência de trinta anos o

Tribunal é muito pouco conhecido; que pessoas do interior do país nem sabem de sua

existência; que, entre os que o conhecem, nada sabem sobre seu funcionamento,

competência e atribuições; que confundem o Tribunal com o Poder Judiciário.

Assim deu início a um trabalho de projeção do Tribunal, com:

criação de notas de imprensa, com resumo das sentenças sem termos

jurídicos, com redação clara e simples;

criação da página web, com informações das sentenças, audiências

públicas, consulta de causas, jurisprudência, programação de

audiências, atividades do Colegiado, bem como o noticiário “TC ao

dia”, o boletim institucional, o programa “Seus Direitos” entre

outros.

Dentre as criações o que mais nos chamou a atenção foi o Boletim

Institucional, cuja tiragem é de 15000 exemplares com edição mensal. Esses exemplares

são deixados em locais de grande concentração e circulação, despertando interesse do

público em razão de sua linguagem clara e simples.

A assessoria de imprensa tem como meta, ainda a criação de um programa

de rádio e de um documentário sobre o Tribunal.

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Lima, 16 de outubro de 2013. Francisco das Chagas Bezerra de Sousa

Supremo Tribunal Federal Brasília – Brasil

TRIBUNAL CONSTITUCIONAL - SECRETARIA RELATORIA

Foi-nos apresentado pela Secretária da Sala 1, Senhorita Janet Otárola, o

funcionamento da Secretaria Relatoria, correspondente à Secretaria do Plenário no STF.

É o órgão ano encarregado de prestar assistência técnica no aspecto processual e de

secretaria. O Secretário relator é aprovado pelo pleno por indicação do presidente.

Dentre as principais atividades da secretaria estão a de fazer o plano anual

de atividades, assistir às sessões de turmas e pleno, dirigir e supervisionar as Secretarias

de Salas, prestar assistência ao Plenário sobre temas processuais, doutrinários e

jurisprudenciais.

Além disso, a Secretaria aprova as datas, além de programar, publicar e

notificar os interessados para as audiências.

Após o que, o Secretário da Sala 2, Senhor Víctor Alzamora apresentou-nos

aspectos dos recursos no Tribunal Constitucional. Como o TC é última ou única

instância os únicos recursos cabíveis são o de aclaração, correção e reposição. Seria o

que no nosso ordenamento jurídico conhecemos como embargos declaratórios.

Os recursos são previstos no artigo 121 do Código de Processo

Constitucional. Uma curiosidade é que este código é único no mundo, vale destacar, o

Peru é único no mundo a instituir um código de processo constitucional.

A explanação apresentou vários detalhes do trâmite dos recursos que se

iniciam na OTDA – Oficina de Trâmites Documentários e Artigos, passa à Secretaria

Relatoria, à Comissão de Assessores, ao Magistrado ponente, aos outros magistrados;

novamente á Secretaria Relatoria e, por fim, volta à OTDA.

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Lima, 16 de outubro de 2013. Francisco das Chagas Bezerra de Sousa

Supremo Tribunal Federal Brasília – Brasil

CENTRO DE ESTUDOS CONSTITUCIONAIS

À tarde deslocamo-nos para o Centro de Estudos Constitucionais – CEC,

localizado no Distrito de San Isidro. O CEC é órgão do Tribunal e sua função

primordial é divulgar a jurisprudência entre os magistrados, promotores e advogados.

Foi-nos apresentado um panorama da jurisprudência do TC nos últimos

anos.

Dentre os casos citados há situações interessantíssimas e outras muito

curiosas que foram decididas pelo TC.

Dentre eles nos chamou bastante a atenção os seguintes:

“Derecho al honor y cobranzas: hombres de amarillo”. Ocorreu o

seguinte, diante do pouco sucesso obitido pelas financeiras nas cobranças de dívidas, as

empresas então criaram um uniforme de cor amarela para seus funcionários que

cobravam as dívidas. Como a atividade foi amplamente divulgada pela mídia, o fato de

uma pessoa receber a visita de um homem de amarelo era comentado por seus vizinhos

ou pelas pessoas que presenciavam o fato. Assim, ser visitado por um homem de

amarelo era altamente constrangedor, fato que chegou às portas do Tribunal

Constitucional.

“Hoja de Coca” ou folha de coca, que é o hábito milenar

principalmente dos habitantes das regiões mais altas do país, de se mascar a folha de

coca para, suportar as altitudes. O problema foi utilização da folha para a produção da

cocaína o que desvirtuou totalmente o hábito. Por fim, como o costume é muito mais

antigo e necessário, o Tribunal decidiu pela sua permanência.

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Lima, 17 de outubro de 2013. Francisco das Chagas Bezerra de Sousa

Supremo Tribunal Federal Brasília – Brasil

TRIBUNAL CONSTITUCIONAL - DIRETORIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO

Fomos recebidos pela Senhora LUCY LINHARES OJEDA, Diretora Geral

de Administração do Tribunal Constitucional.

A Direção geral de Administração é órgão encarregado de coordenar a

gestão dos sistemas administrativos de pessoal, contabilidade, tesouraria,

abastecimento, imagem institucional e tecnologia da informação.

Conforme informação da Senhora Diretora Geral, entre 2001 e 2002 foram

editadas várias leis a fim de evitar crises que a que tiveram recentemente. Dentre elas a

lei de procedimento administrativo geral; de declaração de bens e rendas; modernização

do Estado; bases da descentralização; transparência e acesso à informação e Código de

Ética dos Funcionários Púbicos.

Apresentou o seguinte organograma da Diretoria:

OFICINA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Na oficina de Tecnologia da Informação fomos recebidos pelo Engenheiro

César Rodríguez. Além da criação aplicativos para gestão dos procedimentos da Corte,

destaca-se também o trabalho de popularização do Tribunal Constitucional junto ao

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internauta, com a transmissão de audiências ao vivo e noticiários e utilização de redes

sociais como Facebook e Twitter.

Lima, 23 de outubro de 2013.

Francisco das Chagas Bezerra de Sousa Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

VISITA À CORTE SUPREMA DE JUSTIÇA

Na Corte Suprema de Justiça fomos recebidos pelo Senhor Javier Escalante.

Fizemos uma breve passagem pela sala da presidência onde fomos recebidos pelo Juiz

RAMIRO DE VALDÍVIA CANO, em substituição ao presidente da Corte, com quem

tomamos o café da manhã.

1 Gabinete do Presidente

Posteriormente nos dirigimos à Corte Superior de Justiça de Lima onde

fomos recebidos pelo Dr. IVAN SEQUEIROS, presidente da Corte.

O Poder Judicial peruano é composto por 31 cortes superiores de justiça,

havendo duas delas em Lima, denominadas Lima Norte e Lima Sul. A corte em que nos

encontrávamos detém cerca de 31% de toda a carga processual do país.

O presidente, em breve explanação, relatou sobre o desenvolvimento do

Poder Judiciário, lento, mas presente. Mencionou-nos sobre os problemas com

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orçamento, principalmente quanto à necessidade de ter sedes próprias, pois muitos são

alugados, sendo dependências impróprias para o bom funcionamento das Cortes.

Quanto ao trabalho realizado, falou sobre o intenso combate à corrupção e

sobre um programa de aproximação com a população, chamado “Justiça na

Comunidade”, ganhador de um prêmio.

A fim de entendermos melhor a estrutura do Poder Judiciário, apresentou-

nos o seguinte organograma simplificado:

Em relação aos juízes de paz não togados, um diferencial com o Brasil, é

que no Peru eles são eleitos e, por conta disso, são muito conhecidos pela população.

A semelhança com nosso sistema é que também não são remunerados.

VISITA À COORDENADORIA DE PLANOS JURISDICIONAIS E CAPACITAÇÃO

Ainda na Corte Superior de Justiça de Lima, visitamos a Coordenadoria de

Planos Jurisdicionais e Capacitação onde a Senhora LIZ REBAZA VÁSQUES,

Coordenadora, nos apresentou a estrutura funcional do Poder Judiciário que tem

administração centralizada em Lima.

O Poder Judiciário tem cerca de 26.000 servidores que são regidos por dois

regimes. O foro competente para as ações entre funcionários e a Administração é a

justiça trabalhista.

Uma curiosidade verificada no serviço público peruano é que quando um

servidor entra em licença por certo período é efetuada a contratação de substitutos.

Suprema Corte de

Justiça

Cortes Superiores de Justiça

(31)

Juízos Especializados e

Mistos Juízos Penais

Juízos de Paz

Togados

Juízos de Paz

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Se houver a substituição por uma quantidade de anos o substituto é efetivado, pois ele

provém de um cadastro de reserva realizado previamente por concurso público.

Callao, 23 de outubro de 2013.

Francisco das Chagas Bezerra de Sousa Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

VISITA À CORTE SUPERIOR DE JUSTIÇA DO CALLAO

O Callao é Distrito Constitucional o que equivale em nosso país a um

Estado, em razão de sua autonomia.

Naquela Corte fomos recebidos pelo Dr. JORGE MIGUEL ALARCÓN

MENÉNDEZ, Juiz Vocal Titular da Corte.

2 Corte Superior de Justiça do Callao, Francisco Bezerra, Dr. Jorge Miguel, Gino Lancaster e Juiza

Madeleine Ildefonso Vargas.

Como a estrutura organizacional da Corte é a mesma de Lima, o Dr. Jorge

Miguel apresentou-nos toda a estrutura física do Tribunal, bem como a estatística das

Turmas Cíveis e Criminais e Mistas, conforme a seguir:

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Um excelente trabalho realizado na Corte de Callao é o de iniciativa da Dra.

MADELEINE ILDEFONSO VARGAS, Juíza Especializada, representante de Juízos

Especializados ou Mistos, que consiste na criação de uma equipe de apoio ao juízo

composta de médicos, terapeutas, psicólogos, pedagogos, bem como a ornamentação

de uma sala especial para os encontros de pais com seus filhos. A sala é decorada de

forma lúdica com pintura viva, dispõe de jogos, brinquedos, sendo totalmente

harmonizada e destinada a distinguir-se totalmente dos ambientes frios, comuns aos

órgãos oficiais.

3 Sala de encontros de pais e filhos.

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Lima, 23 de outubro de 2013.

Francisco das Chagas Bezerra de Sousa Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

VISITA À GERÊNCIA GERAL

A Gerência geral é o órgão do Poder Judiciário que tem a função de

execução, coordenação e supervisão das atividades administrativas. É subordinada ao

Conselho Executivo e exerce suas funções em nível nacional. Atualmente o Gerente

Geral é o Juiz Alejandro Gustavo Jimenez Morales.

Tem como órgãos de apoio o Gabinete de Coordenação de Projetos,

Gabinete infraestrutura e Gabinete de Segurança Integral e órgãos subordinados como

as gerências de pessoal e magistrados, de administração e finanças, de informática, de

serviços judiciais e arrecadação, de planejamento, de centros juvenis, e de

desenvolvimento. Conforme organograma abaixo:

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Lima, 24 de outubro de 2013.

Francisco das Chagas Bezerra de Sousa Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

VISITA À SALAS SUPREMAS E CONSELHO EXECUTIVO

A Suprema Corte divide-se em Sala Plena, Salas Supremas Permanentes e

Transitórias e o Conselho Executivo.

O Conselho executivo é integrado por:

O Presidente do Poder Judiciário, que o preside;

Dois Juízes Supremos eleitos pela Sala Plena da Corte Suprema;

Um Juiz Superior Titular em exercício eleito pelos presidentes das

Cortes Superiores de Justiça;

Um Juiz Titular Especializado ou Misto;

Um representante eleito pela Junta de Decanos do Conselho de

Advogados.

Dentre as funções do Conselho Executivo são de aprovar o orçamento

apresentado pela Gerência Geral e executá-lo, depois de sancionado pelo Congresso.

Como um Estado unitário, diferentemente do Brasil, o Conselho Executivo da Corte

Suprema tem autoridade administrativa e judicial sobre todas as Cortes do país.

VISITA AOS ÓRGÃOS JURISDICIONAIS DO EDIFÍCIO “CARLOS ZAVALA LOAYZA”.

O edifício leva o nome de um dos mais brilhantes cidadãos peruanos.

Carlos Zavala foi advogado, jurisconsulto, magistrado, diplomata, professor e político,

além de presidir a Corte Suprema de Justiça em 1941 e 1942.

Vale destacar este edifício em razão de sua origem. Além de moderno e

confortável, foi construído com o dinheiro recuperado nas ações de combate aos

crimes de corrupção, tráfico e outros.

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4 Edifício Carlos Zavala Loayza

5 Interior do Edifício Carlos Zavala Loayza

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Lima, 24 de outubro de 2013.

Francisco das Chagas Bezerra de Sousa Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

VISITA À SALA SUPREMA PENAL NACIONAL

Na tarde do dia 24 visitamos a Sala Suprema Penal Nacional onde

assistimos uma audiência.

A Sala é composta por cinco juízes, conforme o organograma abaixo:

São competências da Sala:

Recursos de apelação em processos sentenciados por Corte

Superior em matéria penal;

Recursos de cassação, nos termos da lei;

Conflitos de competência, nos termos da lei;

A investigação e julgamento dos delitos dos funcionários

compreendidos no artigo 183 da Constituição, Membros do

Ministério Público e Juízes Superiores, conforme as disposições

legais permanentes.

Extradiciones ativas e passivas; e demais processos previstos em lei.

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Na audiência tratou-se de oitiva de acusado de roubo qualificado.

Houve o “informe oral” que é a apresentação da versão do ocorrido pelo

próprio acusado, acompanhado de seu advogado.

Nessa oportunidade o acusado alegou negativa de autoria e dois dos cinco

juízes fizeram arguições ao acusado.

Nesse tipo de audiência, após a manifestação do acusado, o advogado tem

cinco minutos para falar e, no caso presente, corroborou os argumentos do acusado,

alegando terem sido as provas plantadas pela polícia.

Após a audiência fomos acolhidos pelos juízes supremos e tivemos uma

breve explanação do Juiz JOSÉ ANTONIO NEYRA FLORES, professor de Direito

Processual Penal e Técnicas de Litigância Oral.

Lima, 25 de outubro de 2013.

Francisco das Chagas Bezerra de Sousa

Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

No dia 25 de outubro de 2013 houve as comemorações pelo aniversário da

Oficina de Controle da Magistratura – OCMA. Corresponde no Brasil às atividades

exercidas pelo CNJ, mas, bem mais antiga, pois está comemorando 36 anos de

existência.

Em cada Corte Superior há uma Oficina Desconcentrada de Controle da

Magistratura – ODECMA, uma forma de deixar a OCMA mais próxima do cidadão.

A OCMA, apesar de o nome sugerir, não investiga apenas os magistrados,

mas todos os servidores do Poder Judiciário. À exceção dos juízes supremos, tem a

função de investigar a conduta dos magistrados e auxiliares nos atos de corrupção e

má conduta funcional.

Tivemos o privilégio de participar dos festejos de criação da OCMA em

sessão presidida pelo Presidente da Corte Suprema, Dr. Enrique Javier Mendoza

Ramírez, dentre outros juízes além da Dra. Ana María Aranda Rodríguez, Juíza Suprema

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Titular, Chefa da Oficina de Controle da Magistratura, que fez uma apresentação da

estatística dos trabalhos realizados pela Instituição e nos brindou com um discursos

que pautou pela união e compromisso de todos os trabalhadores para continuar

realizando um trabalho eficiente e eficaz.

6 - Francisco, Dra. Ana María Aranda Rodríguez e Gino Lancaster.

CONCLUSÕES

Tivemos a oportunidade, por meio do Programa Joaquim Nabuco, de

conhecer também o Chile e o Uruguai e, sem dúvidas que, independentemente das

questões sociais ou econômicas, o Peru demonstra estar na vanguarda em relação

àqueles países e ao Brasil.

Destacamos a iniciativa de criação de órgãos de controle como a OCMA,

instituída em 1976, quando nosso Órgão semelhante só veio a existir em 2004, bem

como a sua descentralização, com órgãos em todas as Cortes de justiça.

Também destacamos, a criação de juizados especiais, com rito próprio,

para processo e julgamento de crimes de corrupção.

Quanto ao Tribunal Constitucional, ressalto a ampla difusão dos trabalhos

realizados junto à população e a criação do Código de Processo Constitucional.

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ANEXO

BOAS PRÁTICAS

SUGESTÕES PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL:

CÓDIGO DE PROCESSO CONSTITUCIONAL

O Peru é pioneiro na criação de um Código de Processo Constitucional, o

que proporciona um procedimento de controle de constitucionalidade célere e livre de

conflito entre normas como regimentos internos e leis.

BOLETIM INFORMATIVO

O Tribunal Constitucional, além de promover sua imagem por meio da

mídia como internet, redes sociais e jornais, também edita informativo com tiragem de

15.000 exemplares, com linguagem de fácil entendimento e distribuição gratuita.

REDES SOCIAIS

Seria bastante interessante a adesão do Tribunal às redes sociais como

o Twitter e o Facebook, pois o país é um dos maiores do mundo no acesso às essas

redes. Órgãos como a Presidência da República, o Senado e a Câmara já aderiram.

SUGESTÕES PARA O PODER JUDICIÁRIO:

JUIZADOS ESPECIAIS PARA CRIMES DE CORRUPÇÃO

No Poder Judiciário, destaco a criação de juizados especiais para processo e

julgamento dos crimes de corrupção, que dispõe inclusive de um rito especial próprio.

MENORES SOB TUTELA DO JUDICIÁRIO

Chamou-nos a atenção, também, a sala totalmente decorada de forma

lúdica, confortável, com cores vivas, para o encontro de pais, com seus filhos que estão

sob a tutela do Poder Judiciário. Bem, ainda, o apoio de uma equipe composta de

médicos, terapeutas, psicólogos e pedagogos. Esta prática, sabemos, não poderia ser

aplicada no Supremo, que não detém essa atribuição, mas poderia ser sugerida aos

tribunais estaduais.