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Encontro com os Professores Insulina Glicose Sangue Prevenção Medicação Estilo de vida Glicose Hipoglicemia Pâncreas Complicação Hipoglicemia Alvo glicêmico Sangue Tratamento Tratamento Insulina Insulina Açúcar Alimentação Resistência Diabetes Diabetes Pré-diabetes Controvérsia Controvérsia Alvo glicêmico Obesidade Coorte Pâncreas Açúcar Prevenção Alimentação Hiperglicemia Complicação Atividade física Hemoglobina glicada Medicação Estilo de vida Caminhada Alvo glicêmico Glicose Sangue Açúcar Prevenção Alimentação Hipoglicemia Atvidade física Hemoglobina glicada Medicação Caminhada Obesidade Coorte Glicose Hiperglicemia Atividade física Hemoglobina glicada Diagnóstico Medicação Estilo de vida Caminhada Coorte Glicose Sangue Prevenção Resistência Estilo de vida Caminhada Obesidade Coorte Tratamento Tipo 2 Hipoglicemia Complicação Hemoglobina glicada Caminhada Resistência Pré-diabetes Diagnóstico Diagnóstico Alvo glicêmico Açúcar Hipoglicemia Atividade física Pré-diabetes Pâncreas Hiperglicemia Sangue Pré-diabetes Obesidade Açúcar Insulina Obesidade Coorte Resistência Prevenção Alimentação Resistência Hiperglicemia Complicação Estilo de vida Pâncreas Alimentação Volume 21 – número 01 – março 2014 As novas tecnologias que estão a serviço do tratamento do diabetes Posse da nova diretoria acontece em São Paulo

Volume 21 - Nº 1

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Encontro comosProfessores

Insulina

Glicose

Sangue

Prevenção

Medicação

Estilo de vida

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Hipoglicemia

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SangueTratamento TratamentoInsulina Insulina

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Volume 21 – número 01 – março 2014

As novas tecnologias que estão a serviço do tratamento

do diabetes

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A SBD e a Comissão de Campanhas agradecem a

todos que de alguma forma contribuiriam para o sucesso do Dia Mundial do Diabetes em 2013. Contamos com

vocês em 2014.

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Palavra do Presidente

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Quando saí da faculdade, diabe-tes era um problema de saúde para o qual se dava pouca im-portância. Mesmo nos meus

primeiros anos de prática médica, já como endocrinologista, poucas eram as pessoas com a doença que eu atendia e, mais raras ainda, aquelas com diabetes do tipo 1.

Difícil achar com quem aprender o que era, e o que fazer, quando tínhamos dúvidas, que não eram poucas.

Por sorte, às vezes conseguíamos um livro como o da Joslin, que nos ensinava não só a tratar a doença, mas também o paciente.

Hoje tudo isso mudou. A epidemia da doença assola o Brasil e o mundo. Na verdade, o diabetes e a obesidade são dois dos grandes males do nosso sé-culo, irmãs siamesas que precisam ser combatidas.

Em um momento de tantas mudan-ças, é uma honra assumir o cargo de presidente da SBD neste biênio, ainda mais acompanhado por este time de profissionais de altíssimo nível e que fa-zem do tratar a pessoa com diabetes e do ensinar a seus alunos um dos seus objetivos principais.

Estar como presidente da Socieda-de Brasileira de Diabetes, nestes tem-pos, requer de nós capacidade de arti-cular ações. Ações estas que contribuam para alertar os governos municipais, es-taduais e federais a respeito de proble-mas emergentes ou já existentes e não bem equacionados e que possam contri-buir com sugestões abalizadas.

A SBD vem enxergando esses fatos e, nós da gestão 2014/2015, estamos dis-postos a continuar contribuindo nes-

ta luta, através da ampliação das redes de comunicação, do uso da tecnologia, sempre que possível, falando com uma linguagem que, sem deixar de ser cien-tífica, seja entendida por todos.

Nosso time composto por médicos endocrinologistas e que trabalham com diabetes, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de atividade física, de comunicação e educação, dará continuidade ao que vem sendo feito pelos nossos anteces-sores, na luta em prol das pessoas com diabetes.

Para que isto ocorra, algumas premis-sas básicas serão nosso norte – delas, al-gumas aprendi com meus pais e profes-sores, ao longo da vida. A primeira é a importância da educação e o valor do conhecimento efetivamente usado. Ou-tras, acolher os desassistidos; valorizar opiniões, mesmo daqueles para quem ninguém dá ouvidos; aceitar sugestões daqueles que, sem grandes títulos cien-tíficos, lutam na linha de frente e, às vezes, sabem o que os cientistas igno-ram; e valorizar a tecnologia e os seus benefícios.

Na verdade, como já tenho dito para alguns colaboradores mais próximos, penso que o todo é maior que as par-tes e o time é mais importante que o capitão.

Finalmente, acredito que, por uma boa causa ou por um sonho, às vezes, vale mirar nas estrelas, mesmo que pos-samos, uma vez ou outra, acertar na vi-draça do vizinho.

Walter MinicucciPresidente da SBD 2014/2015

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1 Palavra do Presidente

3 Palavra do Editor-Chefe

4 Saúde e Ciência

6 Dra. Adriana Costa e Forti

8 Por Quem Sonha Anna Maria?

9 Brasil Sedia Fórum Internacional de Diabetes

10 Posse da Nova Diretoria da SBD

12 Imagina na Copa...

14 Tecnologia a Serviço do Diabetes

16 Controvérsias no Tratamento do Diabetes em Debate

18 Desafios da Medicina durante a Ditadura

20 ADB: Será o Fim de um Sonho?

21 Maconha: Descriminação ou Não?

22 Pelo Brasil

24 Minha Cidade: Campinas

26 Pelo Mundo

27 Comunicados da SBD

28 Agenda

Índice4

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Editorial

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DIRETORIA BIÊNIO – 2014-2015Presidente: Dr. Walter José Minicucci; Vice-Presidentes:

Dra. Hermelinda Cordeiro Pedrosa, Dr. Luiz Alberto Andreotti Turatti, Dr. Marcos Cauduro Troian, Dra. Ro-sane Kupfer e Dr. Ruy Lyra da Silva Filho; primeiro secre-

tário: Dr. Domingos Augusto Malerbi; segundo secretário: Dr. Luis Antonio de Araujo; tesoureiro: Dr. Antonio Carlos Lerário; segundo tesoureiro: Dr. Edson Perrotti dos San-tos; conselho fiscal: Dr. Antonio Carlos Pires, Dra Denise Reis Franco, Dr. Levimar Rocha Araújo, Dr. Raimundo Sotero de Menezes Filho

SEDERua Afonso Brás, 579, salas 72/74, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, CEP 04511-011; Email:

[email protected], Site: www.diabetes.org.br; Tel.: (11) 3846-0729; Gerente: Anna Maria Ferreira; Secretária: Maria Izabel Homem de Mello e Eliana Andrade.

Filiada à International Diabetes Federation.

Editoração Eletrônica e Fotografia

REVISTA DA SBD

Editor-chefe: Dr. Leão ZaguryPresidente da SBD: Dr. Walter MinicucciEquipe de Jornalismo: DC PressEditora: Cristina Dissat – MTRJ 17518; Redação: André Dissat, Tainá Oliveira, e Flávia Garcia. Colunistas: Dr. Augusto Pimazoni e Dr. Ney Cavalcanti.Redação: Rua Haddock Lobo, 356 sala 202- Tijuca - Rio de Janeiro - RJ; Tels.: (21) 2205-0707; email: [email protected]

As colunas e artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.Comercialização: AC Farmacêutica, tel.: (11) 5641-1870 e (21) 3543-0770, [email protected] gráfico: DoisC Editoração Eletrônica e Fotografia

([email protected]); Direção de Arte e Fotografia: Celso Pupo; Diagramação: André

Borges Periodicidade: BimestralImpressão e CTP: Melting Color Grafica e Editora Ltda; Tiragem: 4000 exemplares.

Começamos, sem dúvida, com a mar-ca do nosso Presidente: a tecno-logia no tratamento do diabetes. Atualmente, muitas vezes, temos a

impressão de estar soterrados por aplicativos e inovações tecnológicas. O que fazer? Será possível entender todas? Para muitos a respos-ta é não. Entendo que o importante é saber que existem e como lidar com elas. Na repor-tagem sobre o assunto, quatro endocrinolo-gistas que habitam esse mundo tecnológico, os doutores Mauro Scharf, Márcio Krakauer, Denise Franco e Luis Eduardo Calliari, nos contam as novidades, no ATTD, em Viena, e o que está mais próximo a nós. Destacam, como bons médicos, que sem a humanização ne-nhuma máquina consegue bons resultados.

Destaque especial é dado à atividade da Regional do Rio de Janeiro, liderada pela Anna Gabriela Fuks, que em um interessan-te encontro colocou frente a frente profes-sores e seus ex-alunos em diálogo franco e direto. Parabéns a esse grupo de jovens re-alizadores.

Estimulamos colegas a integrar o nosso grupo de colaboradores. A partir desta edi-ção teremos colunistas convidados, abordan-do variados assuntos. A estreia é da querida Hermelinda Pedrosa, vice-presidente da nos-sa entidade, que nos relata a triste situação da Associação de Diabéticos de Brasília que

tanto fez pelos diabéticos do Distrito Fede-ral. Nas próximas edições contaremos com Josivan Lima, Reine Marie Chaves e Luiz Turatti.

Na coluna Bastidores, uma das preferidas dos leitores, Luiz Espíndola, endocrinolo-gista de Santa Catarina, nos conta os maus momentos que passou na época da ditadura, que completa 50 anos, e como conseguiu se transformar em um conceituado nome da endocrinologia catarinense.

Homenageando nosso presidente, resol-vemos descobrir o que Campinas tem de es-pecial. O leitor vai conhecer um pouco da terra de Walter Minicucci, sob os olhos da querida Sylka Rodovalho que não nasceu na cidade, mas a adotou como sua.

Para concluir, vamos falar da posse do novo presidente em uma reportagem sobre a agradável noite e, além disso, vamos mos-trar o outro lado do Dr. Minicucci na visão de sua família.

Lembro que nossa revista pode ser lida no papel ou na tela do seu computador, tablet ou celular. Afinal, são as novas ferramentas desse mundo moderno.

Saúde para todos.

Leão Zaguryeditor-chefe

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Com a popularização dos smartpho-nes, é cada vez maior o número de aplicativos para auxiliar médicos e

pacientes no monitoramento do diabe-tes. Em Santa Catarina, uma equipe está desenvolvendo um sensor de glicemia intersticial: a proposta é que o equipa-mento inserido embaixo da pele, por uma agulha, enviaria informações via wireless para um telefone.

O projeto se chama Minsulin e é di-rigido por Dr. Fábio Copette, endocri-nologista. O médico esclarece que já existe a aferição de glicemia intersticial por sensores, mas o diferencial está na integração com o smartphone e o que pode ser feito com os dados registrados.

O aplicativo já está disponível gratuita-

O Departamento de Serviços Preventivos dos Estados Uni-dos publicou, no Annals of

Internal Medicine, algumas reco-mendações para o diabetes gesta-cional. De acordo com a entidade, todas as mulheres, independente-mente de apresentarem sintomas, devem realizar exames após as 24 semanas de gravidez. Estima--se que 25% das gestantes norte--americanas apresentem essa con-dição. n

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Instituto de

Biologia Celular e Molecular da Uni-versidade do Porto (IBMC) consegui-ram reduzir a hiperglicemia pelo uso de células estaminais.

O estudo foi realizado em ratos com diabetes tipo 1 que receberam, por via endovenosa, células estami-nais estromais retiradas da medula óssea de doadores adultos. Os en-saios em humanos devem acontecer

em um centro de estudos na Dina-marca.

A equipe portuguesa faz parte do REDDSTAR (Repair of Diabetic Damage by Stromal Cell Administration), que é um projeto financiado pelo “Sétimo Programa Quadro da Comissão Eu-ropeia”. O programa tem a duração de três anos e recebeu 6 milhões de euros de consórcio multidisciplinar de especialistas em investigação e tratamento de complicações de dia-betes. n

Aplicativos e Diabetesmente para iOS (minsulin.com.br)e está sendo desenvolvida uma versão para An-droid. O app facilita o cálculo da dose de insulina a cada refeição, com base nos alimentos consumidos e nas característi-cas do paciente. De acordo com a equipe responsável, é necessário conversar com o endocrinologista, para preencher os dados iniciais no aplicativo e para que o profissional tenha acesso aos dados do paciente e receba mensagens de alerta no celular. Com o desenvolvimento do sensor, os dados do organismo serão enviados para o smartphone, de modo a calcular a dose de insulina necessária. O sistema foi uma das 100 iniciativas sele-cionadas pelo Programa Sinapse de Ino-vação em 2013. n

Rastreio de Diabetes Gestacional

Células Estaminais Contra a Hiperglicemia

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Na edição digital da Revista Diabetes os leitores podem acessar os links dos estudos apresentados na coluna Saúde & Ciência.

Musculação Previne Diabetes

Um estudo feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, concluiu que as mulheres praticantes de musculação têm risco reduzido de desenvolver diabetes tipo 2. A equipe acompanhou cerca de 100

mil enfermeiras americanas por um período de oito anos e a conclusão foi: levantar peso, fazer flexões ou exercícios similares de resistência muscular estão relacionado a um risco mais baixo de diabetes.

Dra. Adriana Lúcia Mendes, endocrinologista, considera que o estudo é mais uma confirmação de que a prática de exercícios físi-cos ajuda a prevenir o diabetes tipo 2. “A musculação e exercícios de resistência, além de aumentar a massa muscular, promovendo uma melhora da ação da insulina, vai fazer com que o pâncreas não seja sobrecarregado e vai promover o aumento do gasto energético em repouso para estimular ainda mais a perda de peso. Assim, duas medidas preventivas do diabetes estão sendo tomadas”, analisa.

De acordo com a especialista, há vários estudos (com pessoas e com modelos animais) comprovando que o exercício físico aeróbico, o de resistência, ou até mesmo a combinação dos dois, são úteis como medidas preventivas para o diabetes. n

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) vêm, através deste comunicado conjunto, contrapor

informações veiculadas na edição do Jornal Nacional de 28/03/2014 sobre a ocorrência de efeitos adversos de me-dicações anti-diabéticas.

O texto da matéria, ressalta, entre outras infomações:“Para o coordenador do núcleo de estudos da Vigilância

Sanitária, a situação é grave. ‘A gente tem percebido, prin-cipalmente, a ocorrência de pancreatite, alguns casos de câncer pancreático e também reações adversas na tireoide, como neoplasia de tireoide’, revela Adalton Guimarães Ri-beiro, diretor do núcleo de estudos da Vigilância Sanitária de São Paulo. Na mira da Vigilância Sanitária, uma lista de dez medicamentos, com sete princípios ativos: liraglutida, exenatida, linagliptina, metformina, saxagliptina, sitaglip-tina e vildagliptina.”

Este texto contém incorreções importantes, tais como:1. é absolutamente incorreta a inclusão da metformina

nessa lista; este fármaco é utilizado no tratamento do diabetes há várias décadas, está consagrado e faz parte de simplesmente todos os consensos científicos nacio-nais e internacionais sobre o tratamento do diabetes como medida inicial de conduta. Ela definitivamente não está associada a qualquer dos efeitos colaterais mencionados na matéria.

2. as demais drogas citadas estão sendo alvo de ampla discussão pelas sociedades científicas, no mundo todo, já há alguns anos, a respeito de seu potencial de causar doenças no pâncreas e na tireoide. As evi-dências até o momento, que estão consolidadas em documentos de consenso das duas maiores entida-des científicas internacionais da área de diabetes, e endossadas pelas entidades científicas brasileiras, apontam para a ausência de relação causal entre esses tratamentos e aquelas doenças. O assunto, porém, ainda está em aberto na comunidade médica cientí-fica internacional.

3. o alerta diz respeito ao fato de que alguns destes princípios ativos, especificamente os de uso injetável, realmente estão liberados pela ANVISA para venda livre, sem prescrição. A SBD e a SBEM posicionam--se contrariamente a esta regulamentação, sendo da opinião de que deveria haver maior controle sobre a prescrição e dispensação destes remédios injetáveis.

Walter MinicucciPresidente da Sociedade Brasileira de Diabetes

Nina MusolinoPresidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Comunicado SBD e SBEM

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Páginas Azuis

Em sua quinta edição, as Páginas Azuis trazem um pouco da histó-ria da Dra. Adriana Costa e Forti.

Doutora em endocrinologia pela Esco-la Paulista de Medicina (EPM), presi-diu a SBD nos anos de 2000 e 2001, tendo sido, ainda, responsável por dois Congressos Brasileiros de Diabetes, em 1991 e 2009, realizados na cidade de Fortaleza (CE).

Fundadora e Diretora do Centro Integrado de Diabetes e Hiperten-são (CIDH) da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, a Dra. Adriana também está presente na diretoria da SBD Nacional sendo, atualmente, res-ponsável pela área de Relações Gover-namentais.

Ela graduou-se em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (1971) e seguiu para a residência médica no Rio de Janeiro, no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Ca-priglione (IEDE), nos anos de 1972 e 1973. Depois, voltou para a capital ca-rioca, em 1978, para cursar o Mestra-do em Endocrinologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janei-ro. Em 1993, defendeu seu doutorado na EPM. A médica se mantém na área acadêmica sendo professora adjunta da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenadora do Curso de Especiali-zação em Diabetes pela Escola de Saú-de Pública do Ceará.

A Dra. Adriana tem grande partici-pação na história da endocrinologia no Estado do Ceará. Nos anos 80, coorde-nou os dados da população cearense dentro do Estudo Multicêntrico sobre a Prevalência do Diabetes Mellitus no Brasil e foi uma das fundadoras do Pro-grama Estadual de Controle e Preven-ção do Diabetes Mellitus no Estado do Ceará. Atuando com diabetes, diabetes

Dra. Adriana Costa e Forti

gestacional, educação em diabetes, saú-de pública e doenças crônicas, a endo-crinologista acredita que um dos desta-ques de sua gestão na SBD foi a atenção à educação do paciente com diabetes. Saiba mais sobre sua trajetória na en-trevista a seguir.

Revista Diabetes: Como a endocrinologia e o diabetes entraram na sua vida?Dra. Adriana Costa e Forti: A decisão de fazer endocrinologia surgiu quando comecei a estudar esse capítulo da Me-dicina. Lembro que fiquei empolgada com o aspecto dinâmico, integrado e metabólico, do entendimento endocri-nológico, na época em que se comemo-rava a descoberta dos hormônios hipo-talâmicos pelo Schally*.

O interesse mais específico pelo dia-betes ocorreu quando iniciei os traba-lhos experimentais no Departamento de Farmacologia da UFC, na área de alteração do receptor adrenérgico vas-cular renal e no estudo do endotélio renal. Isso se solidificou quando tive a oportunidade de trabalhar em Saúde Pública, coordenando o Projeto de Dia-betes e Hipertensão da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, em 1988, fundando e dirigindo, desde então, o CIDH.

Revista Diabetes: O que era SBD na sua época e como a vê hoje?Dra. Adriana Costa e Forti: Não tínha-mos uma sede. Era apenas uma peque-na sala e uma secretária. A equipe tam-bém era menor tanto em número de departamentos como de regionais. Mas a determinação da Sociedade já era de desenvolver a sua missão: disseminar co-nhecimento, conscientizar a população, contribuir para a prevenção e tratamen-to adequado, melhorando a qualidade

de vida das pessoas com diabetes e fa-zendo parcerias.

O que tem ocorrido é que as dife-rentes diretorias parecem ter se empe-nhado nas necessidades do momento e aproveitando as estratégias possíveis. Por exemplo, no nosso período (2000 e 2001), conseguimos trabalhar a polí-tica pública, atingindo estados e prefei-turas através do Ministério da Saúde. Já na gestão do Balduíno, ele teve que se reunir com secretários estaduais e mu-nicipais, por todo o Brasil, por falta de uma atividade ministerial engajada nes-se processo.

Revista Diabetes: O que mais marcou sua gestão como presidente da SBD?Dra. Adriana Costa e Forti: Tenho im-pressão que foram importantes o tra-balho com a educação de pacientes; a capacitação de profissionais e o apoio à organização de serviços, através de reu-niões com equipes de educação; e de várias capacitações de profissionais por todo o Brasil, realizadas em parcerias com a ACED (grupo de apoio de labo-ratórios, criado na gestão do Jorge Luiz Gross**) e da grande parceria com o Ministério da Saúde, que terminou com a capacitação de 15 mil profissionais.

Revista Diabetes: Qual é a importância da SBD no tratamento do diabetes? Dra. Adriana Costa e Forti: A SBD - atra-vés das Diretrizes, dos Posicionamentos, dos e-books, do site, dos Congressos, das Campanhas, do Dia Mundial, das revis-tas, dos Simpósios, das participações dos seus representantes e sócios em congres-sos, diretrizes, manuais e capacitações de outras sociedades e instituições - tem contribuído bastante para o tratamento do diabetes no Brasil. Podemos afirmar, por exemplo, que a introdução da me-

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97“Participar da SBD todos esses anos tem sido um aprendizado contínuo que tenho desenvolvido nas minhas várias atividades profissionais.”

tformina na rede pública foi decorrente da grande interferência da SBD junto ao Ministro da Saúde.

Revista Diabetes: Como foi ser presidente da SBD?Dra. Adriana Costa e Forti: Foi uma ex-periência muito importante. Eu havia sido presidente da Sociedade Brasilei-ra de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), muito mais jovem e fui tam-bém a primeira mulher a estar a frente da entidade. E, na diretoria da SBD, a convite do Dr. Gross, tinha sido vice--presidente tendo participado ativamen-te para que objetivos comuns fossem planejados para serem executados ao longo dos anos.

Tive muita satisfação e muita hon-ra, por ter trabalhado em equipe valorizando todos os profissionais de saúde na atenção e educação terapêutica ao diabetes através da SBD.

Revista Diabetes: O que a SBD teve de influência na sua vida?Dra. Adriana Costa e Forti: Teve não, tem. Participar da SBD todos esses anos tem sido um aprendizado contínuo que te-nho desenvolvido nas minhas várias atividades profissionais, como também acredito que as experiências vivenciadas como professora universitária ou na organização de servi-ços, capacitação de profissio-nais de saúde e educação de pacientes tenham contribu-ído para algumas atividades da Sociedade. A SBD é uma grande família para mim e acredito que para muitos.

Conviver com a família é muito bom e dá saudade. n

*Andrzej Wiktor Schally: médico e endocrinologista polonês naturalizado esta-dunidense que recebeu o Nobel de Fisiologia/Medicina em 1977, por isolar três hormônios distintos, produzidos pelo hipotálamo.

**Jorge Luiz Gross, seu antecessor na presidência da SBD. Tendo coman-dado a Sociedade nos anos de 1998 e 1999.

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Atualidades

Dr. Augusto Pimazoni Netto Coordenador dos Grupos de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim e Hipertensão da Universidade Federal de São Paulo – [email protected]

Um dos maiores poetas e um dos mais sarcásticos humoristas da dé-cada de 60, Juca Chaves também

era conhecido como “O Menestrel Mal-dito”, tendo influenciado várias gera-ções com sua arte suprema. Uma de suas mais notáveis criações foi a canção ro-mântica “Por quem sonha Ana Maria?”, onde ele fala exatamente sobre aquela gostosa sensação de sonhar com o amor, a emoção e, por que não, sonhar tam-bém com um mundo melhor.

Como todo septuagenário que se pre-ze, um de meus passatempos favoritos é o de relembrar com saudades de vi-vências gratificantes e inesquecíveis que marcaram a nossa vida. Lembrei-me dessa canção ao me dar conta de que muitos pacientes e profissionais de saúde talvez nem se lembrem de uma figura das mais marcantes nos estágios iniciais da educa-ção em diabetes no Brasil: a nossa querida Anna Maria Ferreira, Gerente Administra-tiva da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Anna Maria foi a fundadora da ADJ – Associação de Diabetes Juvenil em 1981. Com sua inteligência, competência e dedicação, Anna Maria parecia apenas uma sonhadora em querer implantar a educação em diabetes no Brasil. Em 1984, eu era Diretor Médico e de Ma-rketing da Divisão Diagnóstica Ames, da Miles do Brasil, empresa que lançou no Brasil o famoso Dextrostix e o, igual-mente famoso, monitor de glicemia, o Glucometer. Nossa principal estratégia era a de promover a educação em dia-betes no Brasil, incentivando a prática

Por Quem Sonha Anna Maria?

“Na alameda da poesia

Chora rimas o luar

Madrugada e Ana Maria

Sonha sonhos cor do mar

Por quem sonha Ana Maria,

Nesta noite de luar?...”

Juca Chaves, 1960.

da automonitorização glicêmica, ainda amplamente ignorada em nosso país.

Quando conheci Anna Maria, verifi-quei que ela já estava trabalhando muito na promoção da educação em diabetes, de forma voluntária, como Presidente da ADJ. Então convidei a ela para ser a Gerente de Serviços Educacionais, uma vez que tínhamos objetivos idênticos e, assim, poderíamos potencializar nossos esforços por essa causa. Ela aceitou e por vários anos apresentou um desem-penho excepcional, tendo ocupado car-gos gerenciais importantes na Bayer do Brasil, empresa que adquiriu a Miles.

Lembro-me de várias passagens que ilustram o currículo profissional de Anna Maria. Na verdade, foram muitas as vitórias que alcançamos durante nos-sa conjugação de esforços. Naquela épo-ca, os refrigerantes à base de adoçantes artificiais como a sacarina e ciclamato estavam proibidos no Brasil e nossas crianças com diabetes estavam privadas dessa experiência tão significativa: ex-perimentar as delícias de refrigerantes dietéticos, sem maiores limitações.

A Argentina produzia um refrigeran-te tipo cola, artificialmente adoçado,

mas com um gosto de purgante. Mas era a única opção disponível no mercado. Até que uma indústria do interior de São Paulo decidiu enfrentar essa imposi-ção legal de banimento de refrigerantes dietéticos e lançou no Brasil os primei-ros produtos dessa linha. Entusiasmados com a coragem e a determinação dessa empresa, Anna Maria e eu decidimos visitar a indústria, voluntariamente, e sem aviso prévio. Quando lá chegamos, foi um alvoroço na empresa, pois fomos confundidos como fiscais do Ministério da Saúde. Depois de tudo bem esclareci-do, festejamos a nossa visita e nos propu-semos a dar total apoio a essa indústria.

Felizmente ou infelizmente, Anna Ma-ria continua sonhando com um mundo melhor para todas as pessoas com diabe-tes, o que pode ser comprovado pelos seus quase 30 anos de dedicada atuação empresarial na área. E por que o “infeliz-mente”? Pelo fato de a educação em dia-betes ainda estar longe do ideal, depois de tantos anos e de tantos profissionais envolvidos nessa missão. Continuamos a priorizar os tratamentos farmacológicos em detrimento das intervenções educa-cionais, absolutamente indispensáveis para que o tratamento farmacológico efetivamente funcione.

Afinal de contas, Anna Maria ainda é, e sempre será, uma sonhadora dedicada à sua causa. Da mesma forma, um peque-no contingente de sonhadores dedicados continua fiel a seus ideais de promover uma vida melhor às pessoas com diabe-tes. Algum dia ainda venceremos... n

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Evento

Organizado a partir de uma parceria entre a International Diabetes Federation (IDF), a Asociación Latinoamericana de

Diabetes (ALAD) e a Sociedade Brasilei-ra de Diabetes (SBD), o Fórum Interna-cional de Diabetes (IDF 2014) abordará desde modelos e experiências educacio-nais até questões políticas da diabetolo-gia mundial. O encontro acontece entre os dias 24 e 26 de abril, na cidade bra-sileira de Foz do Iguaçu, no Paraná, e é presidido pelos médicos Dr. Balduíno Tschiedel, Dr. Douglas Villarrole e Dr. Félix Escaño. Para a realização do even-to, foi escolhido o Bourbon Cataratas Convention, localizado a poucos minu-tos de uma das sete novas Maravilhas da Natureza: as Cataratas do Iguaçu.

A acessibilidade de pacientes aos insu-mos e medicamentos necessários para o controle da doença será um tema bastan-te discutido no encontro. “Teremos uma sala exclusiva para abordarmos diversos tópicos relacionados às Políticas de Saú-de, onde queremos falar sobre questões mais técnicas e multidisciplinares, prin-cipalmente com médicos de outros pa-íses”, contou o Dr. Balduíno. A grade

Brasil Sedia Fórum Internacional de Diabetes

científica com a programação completa do evento encontra-se disponível na pá-gina oficial (www.idf2014.com).

Para ele, o evento é de grande im-portância para a qualificação dos pro-fissionais dos mais variados lugares do mundo. “Apesar de ainda não termos um número certo de participantes, es-tamos confiantes que será um sucesso. Está sendo um grande desafio que vale-rá a pena. Já fizemos história em outros congressos e pretendemos fazer nova-mente”, afirmou.

A respeito da parceria entre as três entidades, o médico afirma a satisfação em estar mais próximo dos profissionais da América Latina. São esperados apro-ximadamente 1.200 congressistas para este Fórum, que terá a pontuação da Co-missão Nacional de Acreditação (CNA) para médicos brasileiros. “Nossas expec-tativas são as melhores possíveis. É um congresso que tem tudo para dar certo. Estaremos fazendo conexão com diver-sos profissionais da América Latina e isso será muito bom para conhecermos novos métodos, ensinos para a nossa área de atuação”, completou.

Além do Dr. Balduíno, outros associa-

dos da SBD também estão na comissão científica do IDF 2014. São eles: Dra. Adriana Costa e Forti, Dr. Airton Gol-bert, Dra. Ana Lía Cagife, Dr. Carlos Olimpo Mendivil, Dra. Denise Franco, Dra. Hermelinda Pedrosa, Dr. Ivan Da-río Sierra, Dr. Manuel Vera Gonzales e Dr. Walter Minicucci. n

Dr. Balduíno Tschiedel

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Depois de um longo dia de reuniões para traçar as estratégias de traba-lho da gestão 2014/2015, a noite

do dia 27 de janeiro foi reservada para o momento oficial onde a nova diretoria assumiu a presidência da SBD, tendo à frente o Dr. Walter Minicucci.

Uma cerimônia sem formalidades em um ambiente diferente. Praticamente um encontro entre amigos para trocar ideias, matar as saudades e falar sobre os sonhos e projetos para os próximos dois anos. Para isso, a escolha do local tam-bém foi decidida a partir desta propos-ta. No Espaço Villa Vérico, a cerimônia de posse aconteceu em dois ambientes, sem palco tradicional nem disposição formal de uma plateia. Duas salas muito amplas, com ilhas onde os convidados sentavam, conversavam e, também, ma-tavam as saudades. Não era um momen-to de trabalho e sim de encontro.

Para iniciar os trabalhos, o Dr. Mi-nicucci apresentou o mestre de ceri-mônias Dr. Ângelo Brandini, da ONG Doutores da Alegria. O trabalho do Dr. Ângelo é voluntário e o cachê foi do-ado para a ONG, que tem 23 anos de existência.

Dr. Balduíno Tschiedel, que deixou o cargo, foi o primeiro a falar, fazendo um resumo de suas atividades como presiden-te em 2012 e 2013. “Foram dois anos que acumulei muita experiência dentro da SBD”. Ele avaliou as principais ações du-rante a sua gestão, que podem ser confe-ridas no vídeo, localizado na versão online da Revista Digital, esta que, aliás, iniciou na gestão do Dr. Balduíno. Ele finalizou dizendo: “a SBD sairá mais forte ao fim do

Posse da Nova Diretoria da SBD

novo mandato que se inicia”.“Falar depois do Balduíno é sem-

pre difícil”. Assim o novo presidente da SBD, Dr. Walter Minicucci, iniciou sua apresentação, onde falou sobre suas ideias e propostas, que pretende imple-mentar na gestão.

O evento seguiu com algumas brinca-deiras do mestre de cerimônias, que pro-curou envolver os presentes, transforman-do a solenidade em um momento muito informal. Equipamentos como seringas e luvas cirúrgicas foram usadas como instru-mentos musicais e os médicos, de improvi-so e na medida do possível, tentaram fazer uma pequena apresentação. O objetivo era tirar a imagem séria dos presentes e aproximar as pessoas.

Com a proposta de uma gestão par-ticipativa, foram apresentados diversos projetos, por seus responsáveis, que se-rão implementados ao longo dos dois anos. Eles serão temas de diversas repor-tagens nas próximas edições da Revista, detalhando cada um deles e como deve ser desenvolvido na SBD.

O Dr. Augusto Pimazoni e Dr. Marcos Tambascia falaram sobre o e-book; o far-macêutico José Vanilton e enfermeira Paula Pascali apresentaram as propos-tas de retomada do projeto de descarte de resíduos; e o Dr. Simão Lottenberg levantou a questão sobre as Ligas de Dia-betes e como trabalhar em conjunto.

Ainda foi apresentada a proposta de criação de um Manual de Diabetes em braile, proposta da Dra. Fernanda Tomé, do Maranhão; e um vídeo mostrou as mu-danças no novo site da SBD, que entrou no ar no dia da posse. O vídeo continha

frases de impacto, mostrando as várias áre-as do novo portal. Era uma das surpre-sas que o presidente estava preparando e mostrando que o trabalho começou cedo e em ritmo acelerado.

Por ter uma grande afinidade com as novas tecnologias no tratamento do diabetes, o Dr. Minicucci mencionou a criação de um núcleo sobre o tema e com previsão da realização de eventos para discutir o assunto. Também foram citados: o comitê de validação científi-ca; projeto de educação à distância; e projeto Catástrofe para auxiliar pessoas com diabetes em cidades onde tenham ocorrido desastres naturais.

Na área de comunicação, mudanças importantes estão preparadas para acon-tecer logo nas primeiras semanas de tra-balho. Todos os veículos da SBD passam a trabalhar em conjunto. Um comitê edi-torial, incluindo as equipes de trabalho da Revista, site, redes sociais, assessoria de imprensa, publicações científicas e o Dia Mundial do Diabetes estará falando de forma uníssona e ações em conjunto. O objetivo é fortalecer o nome da enti-dade nas várias áreas de mídia.

Quem É o Novo Presidente?Transitando na área há mais de 30 anos, pouca gente não conhece o estilo do Dr. Walter Minicucci. Só para reforçar essa imagem, o conselho dado por ele não poderia ser outro: “Envolvam-se nos projetos e sonhem conosco”.

Mas como conciliar as duas vidas e de forma tão intensa? Marília Minicucci, a filha mais velha, disse que não existe essa história de que o trabalho rouba

Biênio 2014/2015

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“Ele conseguia ser um ótimo médico. Bom para a família e para os pacientes ao mesmo tempo” (Marília Minicucci, filha)

“Ele não precisa do meu conselho. Ele sabe o fazer” (Renata Minicucci, filha)

“Acredito que trará facetas novas para a SBD, com um olhar moderno e nas novas tecnologias” (Eliana Minicucci, esposa)

o tempo com a família. “Quando vi a apresentação do médico dos Doutores da Alegria lembrei do tempo que meu pai fazia a mesma coisa. Ele se fantasiava e nós o chamávamos de “senhor palha-ço”. Marília recordou da época em que empinava pipa, brincava de carrinho de rolimã e até treinava salto em altu-ra com ele. “Foi um pai super presente mesmo sobrecarregado. Conseguia ser um ótimo médico, bom para a família e para os pacientes ao mesmo tempo. Pelo grau de humanidade que tem, vai ser um ótimo presidente”.

Renata, a filha mais nova, foi direta e ainda brincou. “O Minicucci médico eu não conheço bem porque médico na família não faz milagre”. Ela descreveu o pai como aquele está sempre dando apoio, sem estresse e com quem se pode contar na hora que faz algo errado. Ao falar sobre um conselho sobre essa nova etapa, ela chegou a começar a falar, mas recuou. “Não, ele não precisa. Ele sabe o que fazer”.

Eliana, esposa e companheira de muitos anos, descreveu o Dr. Minicucci como um marido e pai muito amoroso e presente. “Ele tenta fazer com que a vida profissional não interfira no envol-vimento com a família. É um bom mé-dico com dedicação 24 horas por dia seja em casa, na Unicamp ou no con-sultório”.

Um homem curioso e inovador são as características que Eliana acredita que devam prevalecer durante a gestão. “Acredito que trará facetas novas para a SBD, com um olhar moderno e atento às novas tecnologias”. n

Os DepartamentosOs nomes dos profissionais de saúde e seus respectivos departamentos da SBD.Educação: Psicóloga Graça Maria de Carvalho Câmara (Coordenadora)

Nutrição: Nutricionista Marlene Merino Alvarez (Coordenadora) / Nutricionista Luciana Paula Camargo Bruno (Vice-coordenadora)

Epidemiologia: Dra. Sandra R. G. Ferreira Vívolo (Coordenadora) / Dra. Bianca Almeida Pititto (Vice-coordenadora)

Pé Diabético: Dra. Maria Candida Ribeiro Parisi (Coordenadora)

Diabetes no Jovem: Dr. Luis Eduardo P. Calliari (Coordenador) / Dr. Mauro Scharf (Vice-coordenador)

Grupo de Diabetes e Gestação: Dr. Carlos Antonio Negrato; Dr. Airton Golbert; Dra. Lenita Zajdenverg; e Dra. Cristina F. Sampaio Façanha

Doenças Cardiovasculares: Dr. Marcello Cascacia Bertoluci (Coordenador) / Dr. Antonio Carlos Pires (Vice-coordenador)

Atividade Física: Dr. Rodrigo Nunes Lamounier (Coordenador) / Dr. Edson Perrotti dos Santos (Vice-coordenador)

Enfermagem: Enfermeira Marcia Camargo de Oliveira (Coordenadora)

Nefrologia: Dr. João Roberto de Sá (Coordenador)

Obesidade: Dr. Ney Cavalcanti Albuquerque (Coordenador)

Transtornos Alimentares: Dra. Claudia Maurício Pieper (Coordenadora) / Dra. Ada Letícia Barbosa Murro (Vice-coordenadora)

Farmacoeconomia: Dra. Luciana Ribeiro Bahia (Coordenadora) / Farmacêutico Luís Flávio Leite (Vice-coordenador)

Farmácia: Farmacêutico José Vanilton de Almeida (Coordenador) / Farmacêutica Graziela Coelho Amato Spadão (Vice-coordenadora)

Psciologia: Dra. Fani Korn Eta Malerbi (Coordenadora)

Grupo de Novas Tecnologias: Dr. Marcio Krakauer; Dra. Denise Reis Franco; Dr. Luis Eduardo P. Calliari; e Dr. Mauro Pinto Scharf

Diabetes no Idoso: Dr. João Eduardo Nunes Salles (Coordendor)

Ética: Dr. José Egidio Paulo de Oliveira (Coordendor) / Dr. Domingos Augusto Malerbi (Vice-coordenador)

Integração de Serviços de Diabetes: Dra. Reine Marie Chaves Fonseca (Coordendora)

Campanhas: Dr. Márcio Krakauer (Coordendor)

Depto. Saúde Ocular: Dra. Solange Travassos Figueiredo Alves (Coordendor)

Grupo de Hiperglicemia Intra Hospitalar: Dr. Rubens lado Sargaço; Dr. Roberto Abraão Raduan; Dra. Silmara Oliveira Leite; e Dr. Gustavo J. P. Caldas

Comitê de Validação Científica: Dr. Sérgio Atala Dib (Coordendor) / Dra. Maria Lucia C. Correa Giannella (Vice-coordenadora) /

Dr. Milton César Foss (Vice-coordenador) / Dr. Marcos Antonio Tambascia (Vice-coordenador)

Ligas de Diabetes: Dr. Simão Augusto Lottenberg (Coordendor)

Saúde Pública: Dra. Karla Melo (Coordendora)

Coordenador de Departamentos: Dr. Levimar Rocha Araújo

Entre as autoridades médicas presentes, Dr. Daniel Rinaldi dos Santos, presidente da Socie-dade Brasileira de Nefrologia; Dra. Nina Musolino, presidente de Sociedade Brasileira de En-docrinologia e Metabologia; e Dr. Walmir Coutinho, presiden-te da IASO.

ErrataNa edição anterior da Revista fo-ram publicadas as fotos de todos os novos membros da Diretoria da SBD, que assumiram junto com o Dr. Walter Minicucci. Entretanto ficou faltando o Dr. Raimundo So-tero, suplente do Conselho Fiscal.

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Mundial no Brasil

Imagina na C pa...Cris Dissat

De cada cinco anúncios veicula-dos na televisão, quatro falam da Copa do Mundo em junho. Em pesquisa sobre interesse do

público em reportagens veiculadas re-centemente, 18% falaram sobre as obras dos estádios para o Mundial. Não tem um dia que o assunto Seleção Brasileira não apareça nos telejornais ou nos pa-pos nos mais variados lugares.

Mas, enquanto a FIFA se preocupa em fazer a Copa no Brasil, existem ou-tras coisas que merecem igual atenção e planejamento para que ninguém seja surpreendido com resultado.

Como será o atendimento nos consul-tórios médicos e hospitais? Vale a pena manter tudo funcionando no período?

A Revista Diabetes conversou com mé-dicos de Norte a Sul do país para avaliar quais as preocupações e o que preten-dem fazer no período da Copa do Mun-do, que vai de 12 de junho a 13 de julho.

Com a Bola Rolando – Não resta dúvida que mesmo para quem não curte fute-bol, os jogos do Brasil vão parar o país por, no mínimo, quatro horas, levando em conta 90 minutos de partida, com uma hora antes e uma depois para a vida voltar ao normal. Isso sendo muito oti-mista e dependendo do resultado.

Algumas cidades se adiantaram de-cretando ponto facultativo nesses dias. Essa opção acontece em função de exi-gências da FIFA em relação ao aparato policial gigantesco no caso de estádios encravados dentro das cidades. Isso sem falar nas manifestações que acontecerão em toda parte. Será um período com-plicado.

A preocupação dos profissionais de saúde vai além disso. O Dr. Saulo Caval-canti (MG), ex-presidente da SBD, lem-bra que esse ano teve que acrescentar mais uma data para ter atenção com os pacientes. “Já ficava atento a períodos como Natal, Carnaval e Semana Santa, onde as pessoas associam tudo à farra

gastronômica. Não podemos esquecer que boa parte dos pacientes é obesa”. O Dr. Saulo lembra que mesmo quem não gosta do jogo em si, inventa almo-ços que duram um dia inteiro. “Temos que ter atenção especial e instruir nos-sos pacientes para que não descontro-lem o diabetes”.

Abrir ou Não os Consultórios: Eis a Questão – Para o Dr. Ruy Lyra (PE) o número de faltas nos consultórios será muito alto. “Acredito em um esvaziamento expressi-vo. Os pacientes irão nos procurar salvo extrema urgência”.

Dra. Geísa Macedo, também de Per-nambuco, lembra do grande número de feriados que virão com a Copa. “Mesmo que nossa intenção seja trabalhar não vamos conseguir. Quem não gosta de fu-tebol ainda vai aproveitar para viajar no mesmo período. Ninguém vai priorizar a saúde e sim o lazer”.

Os horários das partidas no Brasil se-rão menos complicados do que no últi-mo Mundial na África do Sul, quando os jogos, às vezes, aconteciam no meio do dia. Mas o Dr. Laerte Damaceno (ES) afirma: “Dia de jogo do Brasil não adian-ta, é melhor fechar o consultório”. O endocrinologista acredita que nas de-mais partidas será menos complicado. “Dá prejuízo sim, mas por outro lado, é o momento do ócio que todos precisam de vez em quando”, brinca o médico.

Do outro lado do país, o Dr. Airton Golbert (RS) não acredita em mudan-ças tão significativas na rotina de traba-lho, apesar de várias cidades já decreta-rem feriado. “Estaremos trabalhando e sabemos que os pacientes vão precisar de nós”. Ele lembra que é um período onde acontecem os grandes congressos internacionais, American Diabetes Associa-tion e Endocrine Society, que contribuirão para mudanças nas rotinas.

O Dr. Luiz Antonio Araújo (SC), pre-sidente do último Congresso da SBD, em Florianópolis, acredita em paralisa-ção só nos jogos do Brasil. “Acho que só vamos parar na hora do jogo”.

Já o Dr. Marcelo Bertolucci (RS) acredita em um aumento expressivo no movimento em hospitais em função de possíveis excessos dos torcedores. “Acho que as Prefeituras sofrerão uma sobre-carga que precisa ser planejada”.

O time carioca de endocrinologistas – Dra. Anna Fuks, Dra. Rosane Kupfer e Dra. Solange Travassos – acredita em dias mais e menos complicados.

No Rio de Janeiro, o Maracanã fica dentro de um bairro de passagem e em todas as partidas haverá esquema de trânsito especial, fechando completa-mente os acessos cerca de quatro horas antes dos jogos, o que irá complicar bas-tante. Serão cinco partidas no estádio, fora os treinos e reconhecimentos de gramado. Os horários das partidas são próximos aos de rush, o que deve deixar o trânsito caótico na cidade.

Para a Dra. Anna Fuks, presidente da SBD Regional Rio, haverá uma re-dução significativa nas consultas de ro-tina e aumento no atendimento a emer-gências. “Teremos muitos turistas que passam mal durante esses eventos, com desidratação e infecção alimentar, por exemplo”.

A Dra. Rosane Kupfer, da diretoria da SBD, explica que é precisar se adap-tar a esses feriados que acontecerão em junho. “Não dá para abrir o consultório em dias de jogos do Brasil. Acredito que os pacientes estão tomando consciência disso. Já estou me adiantando e marcan-do várias consultas para antes da Copa”.

“Não tem como concorrer com o jogo do Brasil e também vou querer as-sistir”, brinca a Dra. Solange Travassos. Ela acredita que pelo fato de existirem várias cidades sede, a questão pode estar diluída. “Nas Olimpíadas 2016, com cer-teza, os problemas serão bem maiores do que na Copa”.

O importante é se planejar e tentar conciliar tudo da melhor forma, princi-palmente orientando os pacientes sobre o que pode ajudar ou atrapalhar para que cheguem as finais da Copa da me-lhor forma possível n

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Jogos do Brasil na primeira fasex 12/06 - 17h - São Paulo

Brasil x Croáciax 17/06 - 16h - Fortaleza

Brasil x Méxicox 23/06 - 17hs - Brasília

Brasil x Camarões

1- Saulo Cavalcanti2- Rosane Kupfer4- Airton Golbert5- Laerte Damaceno6- Ruy Lyra7- Luiz Antonio Araujo10- Geisa Macedo11 Solange Travassos12 Marcelo Bertolucci13- Anna Fuks

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Inovação

Mais uma vez a tecnologia entra como assunto em destaque no tratamento do diabetes. Uma

reportagem publicada na revista Isto É sobre as novas possibilidades e os lan-çamentos que vêm por aí; um recente evento internacional com mais de 2 mil participantes em Viena, Áustria, com lançamentos e pesquisas; e os primeiros informes sobre o Simpósio Internacio-nal de Tecnologia da SBD, que aconte-cerá no segundo semestre de 2014, fa-zem parte do leque de opções sobre o tema que está na pauta da entidade.

Os avanços tecnológicos vêm sendo discutidos e acompanhados pela SBD há algum tempo. Já em 2012, a realiza-ção do ATTD-LA (Advanced Technologies & Treaments for Diabetes – Latin America), no Rio de Janeiro, mostrava a importân-cia e o interesse dos médicos em enten-der esse novo mercado que não para de crescer. Um dos apoiadores na ocasião, o Dr. Walter Minicucci, é hoje o presidente da SBD e entende bem a necessidade de aumentar os conhecimentos no segmen-to aliando-o ao tratamento do diabetes. Na reportagem da revista Isto É, um dos destaques foi a frase do especialista que chama o período de “era de ouro no tra-tamento do diabetes”.

As Novidades do ATTD em Viena – O Dr. Márcio Krakauer esteve presente à últi-ma edição ao Advanced Technologies & Treaments for Diabetes, que aconteceu em Viena. Foram cerca de 2 mil médicos presentes com seis brasileiros entre eles.

O endocrinologista considerou exce-

Tecnologia a Serviço do Diabetes

lente o nível do congresso e destacou al-guns pontos considerados de ponta na área de tecnologia. “Há uma certeza: o pâncreas artificial já é uma realidade. To-das as pesquisas mostram que os equipa-mentos podem trabalhar sozinhos, sem necessidade de intervenção do pacien-te, ou com intervenção mínima. Não é a cura para o diabetes (tipo1), mas é um avanço espetacular”, comentou o es-pecialista. Ele mencionou, também, as novas insulinas em fase de pesquisa que estão mais modernas e adequadas.

Ele menciona que não há previsão de nenhum lançamento para breve, mas des-tacou um sensor de glicose da Abbott, que dura 14 dias e não precisa ser calibrado. “Eles querem lançá-lo como substituto das glicemias capilares, inclusive no Brasil”.

Lógico que os aplicativos não ficaram de fora das apresentações no ATTD. O Dr. Krakauer citou os contadores de car-boidratos automáticos por fotografia, que são esperados com ansiedade pela comunidade científica. O equipamento usa a chamada inteligência artificial.

O Dr. Luis Calliari, que esteve no ATTD, também destacou o pâncreas ar-tificial assim como todos os seus compo-nentes, sensor, sistemas de infusão algo-ritmos que vem sendo alvo de discussões que incluem médicos, engenheiros, bió-logos e outros profissionais. “Os debates vêm unindo setores da indústria, hospitais e universidades. A evolução do tratamen-to pode e deve ser trazida para nosso dia a dia, mas passa antes pela maior disse-minação do uso tecnologias mais simples e acessíveis, como canetas, novos glico-símetros, calculadores de bolus, agulhas menores e análogos, que possam ser dis-ponibilizados para um número maior de pacientes”, explica o endocrinologista.

A próxima edição do ATTD será em fevereiro de 2015, em Paris, mas antes disso, um evento irá movimentar o as-sunto no Brasil.

SBD e Evento de Tecnologia – O primei-ro Simpósio de Tecnologia em Diabetes ocorrerá em 2014, em São Paulo, ain-da sem data definida, e terá a frente o Dr. Mauro Scharf, Dr. Márcio Krakauer, Dra. Denise Franco e Dr. Luis Calliari. Os quatro especialistas são apaixona-dos pelas novas tecnologias, estudam a fundo o que existe de mais moderno na área, ao mesmo tempo que estimulam vínculos muito próximos com seus pa-cientes.

O objetivo central do Simpósio é dis-cutir e ajudar os associados a estarem em dia com as novidades, tendo em mente o papel fundamental do médico e do rela-cionamento com o seu paciente. Para o Dr. Mauro Scharf, “nenhuma tecnologia é capaz de oferecer amparo, suporte emo-cional, prover educação continuada e o tão necessário relacionamento humano”.

Segundo o Dr. Scharf, a expectativa para o evento a ser realizado pela SBD é que grandes nomes nacionais e mundiais estejam reunidos para debater e as novi-dades que o mercado está trazendo e o que está em fase de estudos e aprovação.

Para a Dra. Denise Franco, não resta dúvida que os profissionais precisam estar atualizados. “Imagina um paciente che-gando ao seu consultório com um novo glicosímetro e você não ter a menor ideia do funcionamento do equipamento?”.

Ela esclarece que não é necessário entender o funcionamento de todos os equipamentos existentes, mas é preciso saber da existência e principais caracte-rísticas. “É a mesma situação em relação às insulinas, que não deixa de ser uma

Dr. Márcio Krakauer

Dr. Mauro Scharf

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tecnologia, é preciso saber o que dizer. A curiosidade dos pacientes é um estí-mulo para irmos atrás dessas informa-ções na literatura”. A Dra. Denise enfa-tiza que, de alguma forma, a dúvida vai chegar até o médico.

O Dr. Scharf explica que esse debate se torna cada vez mais importante, pois com o advento da internet, o acesso à informação acontece em tempo real. “O paciente com diabetes, em particular, se utiliza muito da rede mundial de com-putadores para a busca de informações. Parte da responsabilidade dessa busca é pela dificuldade em obter respostas do seu médico. Portanto, creio que ao médico, que lida no seu dia a dia com pacientes diabéticos, seja fundamental conhecer e dominar essas novas tec-nologias, pois além de muito úteis ao paciente, farão parte de uma realidade cada vez mais presente na vida de to-dos”, explica o endocrinologista.

Ferramenta Médico-Paciente – Criar um elo de ligação entre a tecnologia, o médico e o paciente é o ponto central da questão na visão da Dra. Denise Franco. Ela lida com as duas questões, já que trabalha também na área de educação em diabe-tes. “Acredito que dependendo da for-ma com que você utiliza, pode ser mais uma ferramenta para ajudar na relação médico-paciente. A cada dia surgem mais recursos que podem facilitar o dia a dia não só do paciente, mas também para o médico”. A Dra. Denise exemplifica mencionando o uso de glicosímetros que possuem software associado, facili-tando a leitura e análise dos resultados, que podem ser feito em conjunto com o paciente. “Os dois podem juntos enten-der e visualizar o que está acontecendo.”

Para o Dr. Luis Eduardo Calliari foram os avanços tecnológicos que permitiram a evolução de um dos aspectos da huma-nização do tratamento, direcionada para a melhora do controle. “Agulhas e lan-cetas menores e mais finas reduziram o sofrimento das picadas e permitiram que fossem utilizadas para maior controle e mais aplicações; insulinas modernas re-duziram hipoglicemias; bombas de infu-são melhoraram a flexibilidade de vida. Todos estes fatores reduzindo cegueira, insuficiência renal. Isto também é huma-nizar o tratamento. O contato pessoal, o apoio e as orientações hoje são facilita-dos pelo uso da tecnologia.”

O Presente e o Futuro Próximo – Cada vez é mais difícil prever o que o futuro, não muito distante, está reservando na área do tratamento do diabetes. Por isso, é tão importante debater o tema, pois a medida que o tempo passa, as novidades se acumulam e fica mais difícil absorver tanta informação.

Já é rotina entre os pacientes ir atrás das novidades. O Dr. Mauro Scharf co-menta que alguns adquirem bombas de insulina em outros países, que ainda não estão disponíveis e nem aprovadas no Bra-sil. “Isso ocorre com pouca frequência, mas não se torna um problema, visto que estamos sempre presentes nos congressos mundiais de tecnologia e acabamos por conhecer e dominar outros sistemas. Mas não me surpreenderei se algum dia, um paciente me mostrar algo novo e que ain-da não conheço, pois com a globalização e a melhora do acesso à informação, os pa-cientes tem viajado mais e ido ativamente atrás de seus interesses”, explica o médico.

Em meio a tantas novas opções sur-gem também as dúvidas. O Dr. Callia-ri explica que seus pacientes chegam com vários questionamentos, mas “sem-pre evoluem no tratamento através da orientação médica”.

Entre as novidades apontadas, a Dra. Denise fala sobre possibilidades, em cur-to prazo, de utilização de novos recursos para crianças e adolescentes. “Podemos

pensar em outros locais onde a tecno-logia pode ser aplicada, como em um ‘joguinho eletrônico’, onde os resulta-dos das glicemias podem ser preenchi-dos, permitindo uma mudança de fase em um videogame. Já temos trabalhos comprovando que só pelo fato de estar acoplado a um jogo existe o interesse na passagem de ‘fase’, aumentando, a vontade de aumentar o número de vezes que fará o teste de glicemia”.

Ela ainda menciona novas terapias para o diabetes tipo 1, como o pâncreas artificial, um dos destaques nas palestras do ATTD, entretanto a endocrinologis-ta lembra que as máquinas não podem fazer um bom trabalho se não existirem insulinas com melhor ação. “Ainda te-mos dificuldades no mecanismo de ação delas. Por outro lado, existem protoco-los de imunobiológicos, para prevenção do diabetes tipo 1. Os aplicadores e a forma de verificar a glicemia, os senso-res, acurácia e sensibilidade estão evo-luindo, que podem levar a uma redução no número de picadas e a forma com que é avaliada e a glicemia”.

Para o Dr. Mauro Scharf algumas no-vidades farão diferença. “Creio que as bombas inteligentes e os sistemas de-nominados full closed loop, que contam com sensores de glicemia cada vez mais acurados, menores, mais duráveis e me-nos invasivos e sua capacidade de trocar informações com os sistemas de infusão de insulina”, comentou.

O que virá de novo e qual a diferença que pode trazer irá depender da área em que se está atuando. Mas não exis-tem formas de frear o ritmo da evolu-ção. Para a Dra. Denise, é impossível pensar em um consultório, hoje, sem a tecnologia inserida nele. n

Dr. Luis Eduardo Calliari

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Encontro com os Professores

Por Flávia Garcia

A SBD Regional Rio de Janeiro organizou o primeiro GEMD (Grupo de Estudos Multidisci-plinar em Diabetes) do ano em

um formato diferenciado. O evento, realizado em março, já teve mais de 30 edições, ao longo de quase uma déca-da. Ele reuniu mais de 100 participan-tes no Colégio Brasileiro de Cirurgiões, em Botafogo, com duração de três horas e mediado pela Dra. Melanie Rodacki, vice-presidente da SBD-RJ.

Para esta edição, a nova diretoria da Regional além de homenagear os qua-tro ex-presidentes da SBD Nacional, ofereceu uma oportunidade única aos jovens médicos: trocarem conhecimen-tos com endocrinologistas de longa ex-periência no tratamento do diabetes.

O tema central foi sobre controvér-sias no tratamento do diabetes tipo 1 e tipo 2. Através da coordenadora, Dra. Melanie Rodacki, vice-presidente da SBD-RJ, foram formuladas perguntas a cada um dos participantes que respon-deram de maneira informal aos questio-namentos. A partir daí os demais par-ticipantes da mesa foram solicitados a comentar o que desejassem. A plateia também interagiu com outras pergun-tas. Segundo os participantes foi uma grande troca de ideias.

Para o Dr. Leão Zagury, editor da Re-vista Diabetes, “o debate amplia a possibi-lidade de saber como diferentes especia-listas entendem o tratamento do diabetes. Enriquece e amplia os conhecimentos”.

Dra. Melanie: Alguns estudos multicêntri-cos mostram que pacientes com DM 2 mal controlados por longos períodos podem apresentar aumento da mortalidade quan-do submetidos a um controle intensivo da glicemia. Em sua opinião, qual o alvo gli-cêmico ideal para estes pacientes?Dr. José Egídio: A meta recomendada para o controle glicêmico auxilia o pa-ciente e o médico no dia a dia de acom-

Controvérsias no Tratamento do Diabetes em Debate

panhamento. Recentemente, as Socie-dades Científicas tiveram que repensar os limites ideais da hemoglobina glica-da, principalmente em pacientes dia-béticos idosos, pacientes com controle ruim por longos períodos, com compli-cações associadas e a nova orientação é mantê-los com a hemoglobina entre 7,5 e 8,5. Dra. Marília: A lição que tiramos de to-dos os trabalhos publicados é que o pa-ciente com diabetes tipo 1 ou tipo 2 de-vem ser acompanhados desde que temos o diagnóstico. Só assim podemos ter mais sucesso na prevenção das complicações.

Dra. Melanie: A metformina tem se mostra-do útil em pacientes com pré-diabetes. Como acompanhar o desenvolvimento do DM em pacientes com pré-diabetes que utilizam este tratamento? Que exames solicitar? Deve-se manter a metformina ou retirá-la tempo-rariamente para a realização dos exames (glicemia, TOTG, hemoglobina glicada)? Dr. Leão: Em primeiro lugar é preciso ter clareza sobre seu objetivo quando o médico prescreve metformina. É preci-so pensar em duas hipóteses. São pesso-as que poderão se tornar diabéticas ou que já tem algum grau de lesão nas célu-las ß e, por isso, necessitam tratamento.

Na verdade estamos tentando evitar que se tornem diabéticas ou estamos tra-tando essas pessoas? Lembro que, por ocasião do diagnóstico do que se con-vencionou chamar pré-diabetes, muitas células ß já estão danificadas (Butler) e nosso objetivo será proteger as outras e, para isso, não podemos permitir que a glicemia se eleve. Quando prescrevo o medicamento entendo que estou tra-tando o paciente e, por isso, os parâme-tros de acompanhamento devem ser os mesmos dos indivíduos diabéticos e pelo mesmo tempo e não se deve suspender a medicação. Além da metformina, quan-do prescrita para tratamento, os hábitos devem ser modificados, incentivando a redução do peso e a prática de atividade física.

Dr. Adolpho: Concordo que o uso do medicamento, mesmo que para pre-venção, não deve ser interrompido. Existem controvérsias e estudos mais antigos que afirmam que se deve op-tar entre o medicamento e a mudança do estilo de vida e estudos de menor porte que propõem a retirada do me-dicamento. Mas o tempo destes estudos é curto, o que dificulta a conclusão so-bre interrupção. De qualquer forma, no tratamento de doenças crônicas é possível interromper a utilização de um medicamento quando não se torna necessário. Porém o diabetes não tem cura e é uma doença remissiva. Dra. Marília: Defendo a mudança de hábitos como primeiro passo. Em 2030, teremos cerca de 500 mil novos diabé-ticos. Todos os estudos mostram que a mudança de hábitos (alimentação ba-lanceada e exercícios físicos) melhora a qualidade de vida e reduz a necessidade de medicamentos. Mas a manutenção do peso é a parte mais difícil. É funda-mental atividade física intensa de uma hora por dia. A caminhada por menor tempo é válida apenas para a preven-ção dos riscos cardiovasculares, mas não para manutenção do peso.

Dra. Melanie: O índice HOMA-IR avalia o grau de sensibilidade à insulina, porém apresenta limitações. Quando devemos pe-dir o índice HOMA na prática clínica? Como investigar clinicamente resistência à insulina, em pacientes com e sem diabetes?Dr. Adolpho: Nunca devemos utilizar o índice HOMA na prática. Em primeiro lugar, todo paciente com diabetes tipo 2 tem resistência à insulina, já compro-vado por diversos estudos. Entretanto, o resultado do exame não vai mudar o tratamento nem que tenha hipertensão.Dr. Egídio: O HOMA-IR não é um exa-me do especialista clínico.Dr. Leão: Independente do índice apre-sentado é necessário conversar com o paciente e convencê-lo de que aquele resultado não é o motivo de preocupa-

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ção. Mas, em determinados casos, trato o excesso de peso e, ao fazer isso, a ten-dência é que o paciente se acalme. Dra. Marília: Os pacientes não enten-dem os resultados apresentados, inter-pretam à sua maneira e correm para buscar informações conosco.

Dra. Melanie: As insulinas pré-misturas permitem administração simultânea de in-sulina de ação intermediária e de ação rá-pida em uma única injeção. Entretanto, não permitem ajuste fino da dose de insulina e podem aumentar o risco de hipoglicemia. Quando e como devemos usar as insulinas pré-misturas? Dr. Egídio: No início, tentamos restau-rar a fisiologia no paciente e o tratamen-to deve ser pensado com o auxílio das insulinas basal e prandial. A maior par-te dos pacientes tem diabetes tipo 2 e, na maioria das vezes, já tomam muitos medicamentos e não gostariam de usar insulina. Para um paciente que nunca usou insulina será mais difícil começar utilizando duas insulinas diferentes em comparação com uma pré-mistura. Não podemos esquecer que o desejo do pa-ciente é um ponto muito importante, porque se não houver a aceitação, ele não vai seguir corretamente o tratamen-to. O diferencial é que com a pré-mistu-ra você consegue reduzir o número de injeções por dia, com nível de controle desejável no DM2.Dra. Marília: As pré-misturas auxiliam no tratamento do paciente com diabe-tes tipo 2, mas para os do tipo 1 não há diferença. Dr. Leão: Eu não prescrevo pré-mistu-ras. Acredito que é preciso investir na educação do paciente e explicar todas

as necessidades do tratamento. Prefiro as insulinas análogas. Se o paciente tem condição de pagar pela consulta, tem possibilidade de investir no tratamento que vai responder melhor.

Dra. Melanie: Com o surgimento de novos agentes antidiabéticos, ainda há lugares para as sulfoniluréias? As sulfoniluréias trazem prejuízos cardiovasculares? Quan-do estas drogas devem ser usadas? Dr. Adolpho: As sulfoniluréias são me-dicamentos de baixo custo e se mantém como opção de tratamento em todos os consensos internacionais. Mesmo sabendo que grande parte das pessoas para de responder ao tratamento por volta do sexto ou sétimo ano, é uma boa opção para a fase inicial. Tenho casos de pacientes que, com mais de 20 anos de tratamento com as sulfoniluréias, conti-nuam a responder bem. Todas as drogas possuem alguma limitação. Dr. Egidio: Sou a favor de todos os agen-tes terapêuticos liberados para o trata-mento do diabetes. Diabetes é uma sín-drome muito democrática neste sentido terapêutico, pois todos os medicamen-tos irão encontrar pacientes responsivos e bem adaptados ao seu uso diário.

Dra. Melanie: Quando devemos associar agonistas do receptor GLP1 com insulina? Dr. Leão: Uma opção é acrescentar insu-lina a uma terapêutica antiglicemiante, que já inclua o GLP1, mas é preciso pen-sar nos efeitos no paciente. É uma droga nova e ainda em testes. Precisamos sa-ber o que queremos. Já receitei, mas não para muitos pacientes e as reações foram diversas. Por exemplo, em paciente em tratamento de ganhando peso, acho que

vale usar, mas é preciso individualizar o tratamento com muita segurança.

Dra. Melanie: Levando em consideração os riscos, glitazonas e insulina devem ser associadas? Dr. Egídio: Tem algumas restrições nes-ta associação e desta forma devemos ava-liar bem o perfil clínico do nosso pa-ciente. Sobrepeso e obesidade, presença de insuficiência cardíaca, osteoporose entre outras condições poderão alterar a conduta. Mas, devemos lembrar que em casos de insulino-resistência grave é uma combinação a ser pensada.Dr. Adolpho: Não prescrevo. Está escrito em bula que se associados causam males e para evitar um possível processo jurí-dico, não uso.

Dra. Melanie: Em pacientes com DM1 em uso de insulina NPH, como efetuar a troca por insulina glargina ou detemir na prática clínica? Dra. Marília: Temos que diminuir a dose da insulina glargina na troca das insuli-nas, em geral em torno de 30%. Mas, pre-cisamos analisar caso a caso, pois estas isnulinas são muito caras e é preciso ava-liar a relação custo-benefício. Temos um compromisso a firmar com o paciente. É uma via de mão dupla. De que adianta passar um tratamento caro a um pacien-te que por algum motivo não vai segui-lo?Dr. Leão: O uso dessas insulinas não garante o resultado de tanta melhora. Com exceção da qualidade de vida, pois reduz a unidade necessária de uso.Dr. Egidio: Nos pacientes tipo 1, que terão que usar a insulina para o resto da vida, começar com os análogos pode ser mais seguro. Já no DM2, uso primeiro a NPH. n

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Bastidores

Desafios da Medicina durante a Ditadura

de entregar meus documentos na secretaria do Instituto, para pleitear a bolsa para a Residência, fui informado que havia um problema: um veto militar”, recorda o Dr. Espíndola.

Mas como um veto militar? A história, na realidade, havia começado quatro anos antes.

Em 1964, o então jovem médico de Florianópolis, partici-pava ativamente dos movimentos estudantis em Santa Cata-rina, “Era um ritmo intenso”. Dentro de um grupo onde o Dr. Espíndola atuava estavam diversos líderes nacionais que depois se tornaram personalidades históricas, entre eles, José Serra e Agostinho Neto, um líder estudantil angolano que, posteriormente, se tornou presidente de Angola.

Ele lembra bem que tudo mudou a partir do dia 1 de abril. O Dr. Espíndola conta que o seu grupo em Florianópolis ti-nha uma Kombi, que era usada, para atendimento itinerante de adultos carentes tanto na área de saúde quanto para a alfabetização. “Fui acordado, ainda de madrugada, no dia 1 de abril, com a informação da existência de um movimento militar para derrubar o Governo. Pegamos a Kombi e fomos para a frente do Quartel da Polícia Militar. Fizemos um dis-curso para os militares para que se mantivessem fiéis ao Go-verno. Até aquele momento, eles não haviam optado a quem apoiariam. Lá pelas nove da manhã, escolheram ficar do lado dos miliares e a primeira ordem que veio foi: prendam a tur-ma da Kombi”.

Ele conta que entre os que decidiram estava Luiz Octavio Pires e Albuquerque Gallotti, graduado em Direito, e que 20 anos depois de ser um preso político (em 1984) assumiu o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

“Isso ficou marcado na minha vida”, afirma o Dr. Espíndo-la, “e o efeito desse episódio seria sentido anos mais tarde”.

Aquele veto para a Residência no IEDE foi apenas o pri-meiro que o médico recebeu.

Outros Desafios – Dois ou três dias depois, do veto para a Re-sidência no IEDE, o Dr. Jaime Rodrigues entrou em contato com o Dr. Espíndola pedindo que o mesmo fosse ao Minis-tério do Interior, que ainda era no Rio de Janeiro, falar com o Coronel Rodrigues, idealizador do Projeto Rondon e que havia sido Secretário de Segurança do Rio Grande do Sul.

Naquele momento, a intenção era implantar o projeto em Santa Catarina. “O Coronel me recebeu, explicou o plano e, na verdade, o que ele queria era a indicação de alguns nomes que seriam bem aceitos pelo movimento estudantil para im-plantar o projeto. Como achei o projeto interessante, passei a ele alguns nomes e, na sequência, um dos fatos interessantes foi que ele me convidou para voltar a Florianópolis com ele. Imagina, eu, recém preso político, chegando na cidade com um Coronel do Exército. Foi então que dei a ele a minha condição: ‘vou, desde que tudo fique na surdina’. Com isso, depois de concordar com a viagem ganhei a bolsa e conclui

Em 2014, o Golpe Militar de 64 completa 50 anos e cen-tenas de manifestações e atividades estão acontecendo pelo país para lembrar a data. Pouca gente sabe, mas um dos primeiros endocrinologistas da cidade de Flo-

rianópolis, o Dr. Luiz Carlos Espíndola, viveu momentos difí-ceis nesta época e teve que superar muitos obstáculos no iní-cio de sua carreira. Veto para cursar pós-graduação no IEDE (Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia), demissão de cargo em hospitais e até proibição em participar de proje-tos da área de saúde tiveram que ser encarados pelo médico.

Hora de conhecer alguns bastidores da história política e da medicina durante a Ditadura Militar no Brasil.

Repressão e Perseguições - Foram anos difíceis de esquecer e não foi diferente para o Dr. Espíndola, que lembra tudo o que passou como se fosse hoje.

“Tinha muitos planos naquela época, entre eles, o de fazer a pós-graduação no Rio de Janeiro, no IEDE, onde estavam grandes professores como os doutores Jaime Rodrigues, José Scherman, Francisco Arduíno, Luiz César Póvoa e Maurício Barbosa Lima. Em 1968, fui para o Rio, mas, dois dias depois

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o curso no Rio de Janeiro”, relatou o endocrinologista.

Ao voltar para sua cidade natal, tor-nou-se o primeiro endocrinologista da região, dentre os 80 médicos em ativi-dade na época. Como sempre visou a área acadêmica, e somando seus conhe-cimentos adquiridos durante no Rio de Janeiro, o Dr. Espíndola ministrou um curso extracurricular de endocrinologia para alunos de medicina de Florianópo-lis. O médico relata que logo após este curso foi contratado pela Universidade local para dar aulas dentro da grade cur-ricular da Faculdade de Medicina.

“Trinta dias depois o comando do Terceiro Exército mandou me demi-tir. O Heitor Lacerda me chamou – na época eu tratava da mãe dele – e, com muito desconforto, disse que não podia me manter na universidade, pois eu ha-via sido demitido por uma ordem das Forças de Segurança”, lembra o médico afirmando que cerca de um ano e meio depois foi aberto um concurso para pro-fessor de endocrinologia na Universi-dade e ele se inscreveu. “Na época, os concursos não classificavam os candida-tos, simplesmente aprovavam ou repro-vavam. Dentro desse sistema e de acor-do com os interesses deles, escolhiam quem era aprovado. Mas, pela primeira vez, este concurso do qual eu participei, incluiu a classificação e, quando a banca emitiu os resultados aos participantes, classificou os aprovados por nota e eu fui o primeiro colocado”, afirma.

Eram os primeiros anos da década de 70 e, na ocasião, a história do Dr. Es-píndola foi repercutida na mídia local, mesmo de forma camuflada, já que a própria imprensa estava amordaçada, como ele mesmo descreve. Foi então que devido ao veto militar divulgado, o Reitor da instituição de ensino negou-se a contratar o médico como professor.

Surgiu, então, outro apoio. “Havia um deputado e advogado, muito bom, Leoberto Caon, que entrou na justiça e conseguiu uma liminar a meu favor, obrigando a Universidade a me entre-gar o cargo. Foi a primeira liminar con-tra a Constituição, em Santa Catarina”.

Ao receber a sua grade de trabalho, mais uma surpresa. “Eles me deram um horário no qual eu trabalharia das cin-co da tarde às oito da noite, lecionando Semiologia Digestiva. O que não tinha nada a ver comigo. Mas, fui para minis-

com as questões de saúde impostas na atualidade. Notamos um inconformis-mo muito grande da categoria como um todo”, ressalta.

Deixando um conselho para o jo-vem médico, o Dr. Espíndola acredita ser fundamental que se estabeleça uma luta, diante da consciência de que saúde é uma necessidade de todos, de forma que seja criada no país uma carreira de estado para o médico brasileiro. “Esta é a única forma de resolver a atual si-tuação. As pessoas que desconhecem os fatos acham que está tudo bem, mas tem colegas que estão trabalhando mui-to para exercer a profissão e sem condi-ções para tal”, finaliza ele. n

trar as aulas até que, no terceiro dia, re-cebi a comunicação de que eu estava ex-cluído da instituição de ensino”, conta o médico afirmando que neste momento fechou-se a porta para a carreira acadê-mica para a qual ele havia se preparado.

Mas o endocrinologista nunca dei-xou de lado sua luta e sua carreira aca-dêmica. Seu envolvimento na política médica aumentou ainda mais. “Fui vice--presidente da Associação Médica Bra-sileira, quatro anos Diretor Científico desta Associação e, também, Diretor de Relações Internacionais. Além disso, em dois períodos presidi a Associação Ca-tarinense de Medicina e fundei o Sin-dicato dos Médicos de Santa Catarina. Fui também fundador da Unimed San-ta Catarina e Unicred”, conta. Em 2005 ampliou seu contato e envolvimento com a SBEM, fazendo parte de uma das diretorias da entidade a nível nacional.

Sobre o atual momento político e as manifestações que acontecem no país, desde 2013, o médico afirma que o que está acontecendo, cerca de cinco déca-das depois do Golpe Militar, é bem di-ferente daquela época. “A geração ati-va da década de 60 teve um movimento muito humanístico, do ponto de vista social e democrático. Mas nesses últi-mos anos, o que se vê foi uma explo-são, sem qualquer organização, a luta do poder pelo poder. E, normalmente, quando isso acontece os movimentos se extinguem”, completa.

Em relação às recentes lu-tas políticas por parte dos médicos, o Dr. Espíndola acredita que um dos gran-des responsáveis pela luta da categoria foi o Progra-ma Mais Médicos. “É um movimento eleitoreiro transitório, que não dá res-posta nenhuma às necessi-dades da população e que fez com que o Governo, de uma maneira ostensiva, desse à categoria médica uma conotação de elite so-cial, desvinculada das reali-dades brasileiras. Isso não é real já que, em qualquer categoria profissional, você tem todos os tipos de pessoas. Milhares de médi-cos são extremamente en-volvidos e comprometidos

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Colunista Convidado

Recentemente tivemos a informa-ção do encerramento das ativida-des da Associação de Diabético de

Brasília. A notícia soa para nós como uma grande derrota dos pacientes e en-tristece todos que batalhamos há tanto tempo pela melhoria da qualidade de vida e educação em diabetes.

A ADB foi fundada em 9 de março de 1987 por um grupo de voluntários da Cruz Vermelha e tinha como missão promover educação entre pacientes e familiares e atualizar profissionais de saúde. Tivemos grandes nomes envol-vidos em todo o processo, como a nos-sa saudosa e querida Laurenice Pereira Lima, Dr. José Bernardo Peniche, Dra. Maria Stela Dias, Dra. Nailee Monte-chi, Dra. Nely Calegaro, Nutricionista Anelena Seyfath, Maria Irene Monteiro, Geraldina Simão, Jussara Helou de Mes-quita (in memorian), Aluisio Medeiros Tavares e Maria de Faria, entre outros.

Durante os últimos 13 anos realizou diversas atividades entre Simpósios e Seminários anuais, além de encontros com diabéticos e ações pelo Dia Mun-dial do Diabetes.

Até o final de 2010 ocupou parte do Centro de Saúde nº 6, onde mantinha sua sede provisória, concedida pela Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal, até que uma resolução problemática provo-cou a desocupação. Em 2010, foi libera-da a Emenda Parlamentar do Deputado Augusto Carvalho, com a liberação de uma verba de R$ 500 mil para o início da

ADB: Será o Fim de um Sonho?

Dra. Hermelinda PedrosaVice-presidente da SBD e coordenadora do Projeto Step by Step e do Programa Salvando o Pé Diabético.

construção de um Centro de Referência de Diabetes. Em junho do mesmo ano, um novo projeto atualizado com base no anterior, que coordenei com a assessoria das doutoras Eliziane Leite, Lilian Paes Leme e Mariana Batista, iniciou.

Em 2011, o Governo considerou a construção como prioridade, junto ao CS da Regional de Taguatinga e, a par-tir desse momento, começava um longo caminho para liberação ambiental e de-mais providências, que não combinava com a expressão usada “prioridade”. Ao longo desse período, a ADB e a SBD ti-veram participação importante junto à primeira dama, Dra. Ilza Queiroz, para acompanhar e acelerar a liberação e construção do Centro. Vale salientar que a verba do Ministério da Saúde foi renovada por três vezes para que não ocorresse perda da Emenda Parlamen-tar, sabidamente suficiente para iniciar o processo de construção, cabendo ao GDF a contrapartida do custo da obra.

Em dezembro de 2013, o projeto do Centro de Referência de Diabetes esta-va aprovado pela Caixa Econômica, no entanto, o Fundo de Saúde da SES-DF não havia alocado a verba de contrapar-tida exigida pela CEF no valor de R$ 3.373.668,82.

A relação da ADB com o citado Cen-tro se dá nos seguintes pontos: x A ADB recebeu um valioso terreno

localizado no Sudoeste, porém não ti-nha recursos para a sua manutenção. O terreno foi cedido à NOVACAP para a construção do Centro ao par-ticipar do Grupo de Trabalho entre 2004 e 2005 à SES-DF, com a garantia de que teria o espaço necessário para as suas atividades.

x Com as mudanças na SES-DF, o Pro-jeto sofreu solução de continuidade.

x Em 2009 a ADB foi convidada a se re-tirar do CS No 4, onde funcionava, e

desde então não recebeu outro local para atuar como sede.

x O Conselho Regional de Nutrição DF (CRN-DF) cedeu a sua sede sem ônus cabendo à ADB arcar com as despesas.

x A saída do CS deflagrou um processo de esvaziamento natural de sócios e até da diretoria voluntária e a ADB atuou como captadora de recursos para os eventos de Educação Conti-nuada em parceria com o Programa de Educação e Controle de Diabetes (atual Coordenação Central de Dia-betes) da SES-DF e da Sociedade Bra-sileira de Diabetes – DF.

x Os estudos realizados pela Unidade de Endocrinologia e o compartilha-mento das arrecadações dos eventos constituíram a fonte de recursos que foram insuficientes para manter as despesas na sede do CRN-DF, inviabi-lizando a sua existência como ONG.

Em suma, a leitura é a de que as solu-ções de continuidade típicas que ocor-rem com mudanças de governos se re-fletem em todos os cenários no Brasil. Enquanto há uma concessão de espaços para várias outras entidades, a ADB foi alijada do trabalho de parceria ocorrida ao longo de 27 anos.

São as idiossincrasias do Brasil. En-quanto a Educação e Saúde não foram consideradas prioridades de fato, traba-lhos como esses estão em condições de vulnerabilidade e a sua continuidade comprometida.

A SBD-DF e todos os profissionais que participaram dos vários eventos organi-zados em parceria com a ADB se solida-rizam com essa triste realidade. A busca agora é de efetuar uma saída honrosa para a associação: arcar com os custos de sua desativação.

Um momento lamentável para a Dia-betologia do DF. n

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Ponto de Vista

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Dr. Ney Cavalcanti

Há séculos as plantas canabis, que contém a maconha, também cha-mada de marijuana são conheci-

das pelo homem. Suas folhas produzem substâncias

químicas, as chamadas canabinóides.Os dois principais grupos são conhe-

cidos pelas siglas inglesas THC e CBD. O grupo dos CBD tem pouca ou nenhu-ma ação sobre o sistema nervoso. Já o THC é responsável por diversas ações, fazendo com que os seus consumidores, a maioria deles, experimente sensações diferentes e agradáveis, vulgarmente chamadas de “barato”.

Já existem medicamentos há muito anos aprovados em vários países, inclu-sive nos Estados Unidos, que utilizam a canabis, que produz principalmente o CBD. São indicados para várias con-dições clínicas como náuseas, vômitos, epilepsia etc.

O consumo das marijuanas foi pro-gressivamente aumentando, não como medicamento, mas pelas suas ações psi-cotrópicas, euforizantes. Isto foi relacio-nado com o aumento da criminalidade e também por seus usuários acarreta-rem acidentes de trânsito. Por conta disso, e também por se temerem pelos seus possíveis efeitos colaterais, ela foi proibida, na maioria dos países no iní-cio do século XX.

Passou a ser crime plantar, conduzi--la ou usá-la.

O Governo Federal Americano pune, até hoje, com multa de 100 mil dólares e

vários anos de prisão quem assim proce-de. O objetivo era evitar ou pelo menos diminuir substancialmente o seu consu-mo. Aconteceu exatamente o contrário.

Cada vez existem mais usuários dela. Por ter sido considerado ilegal a ma-

conha passou a ser comercializada pelo crime organizado. Os chamados cartéis fizeram e fazem fortuna com o seu co-mércio. Assim, a criminalidade com ela relacionada aumentou extraordinaria-mente.

Por conta disso, o debate para a sua liberação é um assunto dos dias atuais. Vinte estados americanos já permitem o seu uso em determinadas condições. Apesar de o Governo Central permane-cer contrário. Uruguai também liberou, recentemente, o seu uso.

A Holanda já tomou esta medida há vários anos.

No Brasil, várias passeatas têm sido re-alizadas, defendendo a sua liberação. Os que defendem esta tese afirmam que o seu consumo iria diminuir. O contesta-do por muitos é que a ação dos grupos criminosos, que operam o seu comér-cio, seria suprimida. Como consequên-cia a criminalidade, relacionada ao seu consumo, iria reduzir-se acentuadamen-te. E ainda, ao contrário que acontece com outras drogas, atualmente liberadas como o álcool e o cigarro, a maconha não causa sérios danos à saúde humana.

Muito pelo contrário, ela tem ação benéfica, comprovada cientificamente em várias patologias. Artrite reumatói-

de, epilepsia, demência, fibromialgia, esclerose múltipla entre elas.

A ação sobre o peso corporal da mari-juana é paradoxal. O estabelecido é que a maconha faz as pessoas aumentarem suas dimensões ponderais.

Sobre a ação da marijuana muitos usuários apresentam a chamada “Lari-ca”. Palavra da língua portuguesa an-tiga, e que quer dizer fome abrupta e intensa, resultando em grande ingesta de alimentos. Ela inclusive usada em si-tuações de desnutrição como nos aidé-ticos e nos cancerosos. Nestes últimos, além de minimizar os efeitos negativos da quimioterapia (náuseas e vômitos) ela ajudaria na melhoria nutricional.

Porém, hoje se sabe que o uso crô-nico desta droga leva a perda de peso. Por conta disso, e, além disso, atuam be-neficiando e até mesmo prevenindo o surgimento do diabetes e das doenças cardiovasculares. Os efeitos colaterais do seu uso são bronquite, diminuição da memória recente, desencadeamento de psicoses em propensos e alteração da coordenação motora, entre outras.

A probabilidade que os usuários ve-nham utilizar outra droga ilegal é pe-quena, cerca de 15%. Outro risco seria desenvolver dependência a ela, essa pos-sibilidade não é grande. Muito menor do que com o crack (90%), nicotina (80 %), cocaína (13%). Quanto à maconha, menos de 10%.

Aguardo a sua opinião, para que pos-samos decidir: Criminalizá-la ou não? n

Maconha: Descriminação ou Não?

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Formado por integrantes da SBD Rio de Janeiro, o Grupo de Es-tudo Multidisciplinar em Dia-

betes (GEMD) marcou seu primeiro encontro de 2014 para a manhã do dia 22 de março. Com o tema “Deba-tendo sobre Controvérsias no Manejo do Diabetes Mellitus”, o evento teve quatro ex-presidentes da SBD Nacio-nal como palestrantes. Foram eles: Dr. Adolpho Millech, Dr. José Egídio Oliveira, Dr. Leão Zagury e Dra. Ma-rília Brito Gomes.

Os próximos GEMD estão marca-dos para os dias 24 de maio, 19 de julho e 27 de setembro, todos ainda sem programação confirmada. A pre-sidente da Regional, Dra. Anna Ga-briela Fuks, é também responsável pela realização destes eventos. Veja, nas páginas 16 e 17, a cobertura do evento. n

De 4 a 6 de abril acontece a 16ª edição do Curso Avançado em Tratamento do Diabetes, na

cidade de São Paulo, no Hotel She-raton. O curso é presidido pelo Dr. Antonio Roberto Chacra.

De acordo com o Dr. Chacra, o curso tem caráter eminentemente clí-nico, especialmente preparado para todos os profissionais relacionados à prática clínica diária e em aspectos

de fisiopatologia focados para novas estratégias terapêuticas.

“Tratamento do Diabetes: State of the Art”, “Desafios no Tratamento do Diabetes Tipo 2”, “Insulinoterapia Ba-sal”, “Biotecnologia e Endocrinologia” são alguns dos assuntos levados ao pú-blico durante o curso. A programação completa encontra-se disponível no site dos organizadores do evento (www.fernandapresteseventos.com.br).n

Nos dias 9 e 10 de maio acontecerá a oitava edição do Curso de Atualiza-ção no Tratamento do Diabetes (CATD 2014). O evento é organizado pelos doutores Leão Zagury e Roberto Zagury e será realizado no Win-

dsor Atlântica Hotel, em Copacabana (RJ).Segundo o Dr. Leão, a ideia é apresentar novas informações sobre diferen-

tes formas de tratamento do diabetes, a partir de estudos realizados, revendo aspectos fisiopatológicos, controvérsias e levando a experiência adquirida com a tecnologia disponível, além de informações sobre novos exames. “O curso procura passar o máximo de informações no mínimo de tempo. Nos-sos pacientes estão cada vez mais informados e altamente questionadores. É absolutamente necessário estar atualizado”, afirma.

Dentre os temas a serem debatidos estão: grandes estudos, insulinas e ou-tras drogas injetáveis, drogas novas e drogas orais, novidades em geral, bomba de infusão, gestação, neuropatia e obesidade.

As inscrições devem ser feitas até o dia 6 de maio, pelo site www.acfarma-ceutica.com.br/catd2014. O valor das taxas é de R$550 para médicos, R$385 para residentes e R$385 para Sócio SBD. Na mesma página encontra-se dis-ponível a programação do curso. n

GEMD 2014 Diabetes em Pauta

Atualização no Tratamento

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De 13 a 15 de novembro, a SBD Regional Rio de Ja-neiro realizará seu primei-

ro Congresso. A presidente do evento e da regional, Dra. Anna Gabriela Fuks, afirma que a data foi escolhida especialmente para que o evento seja realizado jun-to com as comemorações do Dia Mundial do Diabetes (14 de no-vembro). A expectativa é de rece-ber mais de 600 congressistas já nesta primeira edição. “O Con-gresso começou a ser elaborado em 2013. Pensamos em fazer no ano passado, mas optamos por deixar para 2014, ano em que não temos o Congresso Brasileiro de Diabetes e nem o EndoRio”, completa.

Os preços das inscrições são: R$240 para associados SBD, SBEM e Abeso; R$190 para Re-sidentes/Pós-graduados/Mes-trandos/Doutorandos associa-dos SBD, SBEM e Abeso; R$360 para médicos não sócios; R$285 para Residentes/Pós-graduados/Mestrandos/Doutorandos não sócios; R$225 para profissionais de saúde não sócios; e R$180 para acadêmicos em formação e técnicos não sócios. A inscrição deve ser feita pelo site oficial do evento (www.diabetesrio2014.com.br).

Além disso, os interessados já podem enviar seus trabalhos cien-tíficos, também pelo site, com data limite marcada para 18 de agosto.

Para manterem-se atualizados sobre os preparativos para o pri-meiro congresso da SBD-RJ, os in-teressados podem ler as notícias e informações publicadas no site da Regional e curtir a Fan Page no Facebook (https://www.face-book.com/diabetesrio). n

A edição do EndoRecife de 2014 acontece, mais uma vez, na cida-de de Porto de Galinhas. Presi-

dido pelo Dr. Lúcio Villar, será reali-zado entre os dias 5 e 7 de junho no Hotel Summerville. De acordo com o médico, o Congresso terá inovações na programação científica com o in-tuito de melhorar o aproveitamento das informações sobre os avanços no diagnóstico e tratamento dos distúr-bios endócrinos mais relevantes. Se-gundo ele, são esperadas cerca de 700 pessoas.

As inscrições para o evento podem ser feitas pelo site oficial. Os valores

são: R$545 para médicos sócios quites da SBEM; R$650 para médicos não quites ou não sócios da SBEM; R$335 para residentes e outros profissionais; e R$265 estudantes, até o dia 20 de maio.

A programação científica pode ser acessada no site do evento. Dentre os palestrantes serão 30 convidados na-cionais e, já estão confirmados, qua-tro nomes internacionais. São eles: Adrian F. Daly (Bélgica), John Bilezi-kian (EUA), Sara Cassibba (Itália) e Vivian A. Fonseco (EUA). Para outras informações, acesse: www.endocrino-logiape.com.br/endorecife2014. n

Profissionais de todo país tem com-promisso marcado para setem-bro, no Sul do Brasil. A cidade de

Curitiba, capital do estado do Paraná, considerada uma das cidades brasilei-ras mais sofisticadas e padronizadas em qualidade de vida, receberá a 31ª edição do Congresso Brasileiro de Endocrino-logia (CBEM). Presidido pelo Dr. Cesar Luiz Boguszewski, será realizado entre os dias 5 e 9 de setembro.

Interessados em participar do CBEM 2014 podem efetuar a inscri-ção no site oficial do Congresso. As taxas de pagamento até dia 6 de julho são: R$650 para Sócios SBEM, SBD, ABESO, Abrasso; R$1.100 para Não sócios, R$350 para Residentes/Pós--graduandos/ Sócios da SBEM; R$600 para Residentes/Pós-Graduandos/Não Sócios da SBEM; R$350 para Es-tudantes de graduação; e R$150 para

Acompanhantes. O prazo de envio de trabalho será até dia 21 de abril. De acordo com o Dr. Cesar, o objetivo é atingir mil trabalhos inscritos.

O evento tem como tema central “Endocrinologista e Sustentabilidade”. Para compor a programação, haverá um simpósio com a Sociedade Interna-cional de Hormônio de Crescimento. Além disso, acontecerá um highlights em conjunto com a Endocrine Society, o SBEM-ESE Summit com a European Society of Endocrinology, e o SBEM - GHRS Workshop com a Growth Hormo-ne Research Society.

Para os amantes do futebol, está ro-lando o “EndoBolão”, no qual os ins-critos podem fazer suas apostas para os resultados dos jogos da Copa do Mundo de 2014, o vencedor receberá o reem-bolso de sua taxa de inscrição, passagem e diárias, durante o CBEM 2014. n

Congresso Regional de Diabetes

EndoRecife 2014

Brasileiro de Endocrinologia

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São Paulo

Minha Cidade:Campinas

Por Tainá Oliveira

O encontro entre belas árvores e prédios típicos de cidade grande é a principal característica de Cam-

pinas, em São Paulo, que faz com que ela tenha um contraste entre o interior e os ares urbanos. Responsável por 15% de toda a produção científica nacional, é a décima quinta cidade mais rica do país, sendo o terceiro maior polo de pesquisa e desenvolvimento brasileiro. Com seu jeito aconchegante e simples, o local proporciona aos seus moradores um laço forte de afinidade e a vontade de não querer sair de lá.

A cidade surgiu na primeira metade do século XVIII como um bairro rural da Vila de Jundiaí (conhecido nos dias atuais, apenas como Jundiaí). Naquele período, o local era formado por largas faixas de campos naturais, denominadas campinas, com áreas de mata atlântica fechadas ao redor de regiões montanho-sas.

No começo, o local foi denominado Bairro Rural do Mato Grosso e ficava próximo a uma trilha usada por Ban-deirantes do “Planalto de Piratininga”. Este percurso era conhecido como “Tri-lha dos Goiases” e tinha como destino a recém-descoberta Minas de Goiases, hoje o Estado de Goiás. O povoamento teve início a partir das instalações de um pouso de tropeiros.

Na segunda metade do século XVIII, o local evoluiu na área econômica, po-lítica e social. A chegada de fazendeiros procedentes de Itu, Porto Feliz, Tauba-té, entre outros lugares, foi importante para o desenvolvimento da cidade. Atra-vés deles, e do interesse do Governo da Capitania de São Paulo, o então Bairro Rural do Mato Grosso se transformou em Freguesia de Nossa Senhora da Con-ceição das Campinas do Mato Grosso (1774); depois, em Vila de São Car-los (1797); e em Cidade de Campinas (1842); período no qual as plantações de café já lotavam as lavouras de cana e dominavam a paisagem da região.

Nos dias de hoje, Campinas ocupa uma área de 801 km² e conta com uma população aproximada em 1 milhão de habitantes, distribuída por quatro dis-tritos (Joaquim Egídio, Sousas, Barão Geraldo e Nova Aparecida) e centenas de bairros. É a décima cidade mais rica do Brasil e responsável por pelo menos 15% de toda produção científica nacio-nal, sendo o terceiro maior polo de pes-quisa e desenvolvimento brasileiro. Os fatores econômicos e sociais, em espe-cial, geraram um crescimento popula-cional, permitindo à cidade constituir-se como um dos polos da região metropo-litana de São Paulo.

Nascida na cidade de Goiânia, a en-docrinologista Dra. Sylka Rodovalho se mudou para a cidade de Campinas em

1990 para fazer residência. O que era para ser uma passagem para seu cresci-mento profissional, acabou virando es-colha de vida. “Eu cheguei a Campinas para fazer residência na Universidade Estadual de Campinas (UniCamp) e acabei ficando. Foi aqui que meus fi-lhos nasceram, foi aqui que eu cresci profissionalmente. É um lugar pelo qual eu tenho um carinho enorme”, declarou.

Quando questionada sobre os pon-tos positivos do local, a Dra. Sylka não poupou elogios à cidade paulista, po-rém pontuou uma questão negativa: “Campinas é especial, pois aqui nós te-mos diversas opções de transporte ro-doviário e aeroviário. Temos pessoas de diversos lugares do país que buscam a cidade para crescer profissionalmente ou em busca de emprego. Além disso, vale ressaltar que temos diversos pontos culturais e turísticos que fazem da nossa cidade ainda mais especial. Porém, in-felizmente ainda somos vitimas da vio-lência, e isso é algo que deixa a desejar”, relatou.

Para a endocrinologista um dos lu-gares mais importantes na cidade é Distrito de Barão Geraldo, onde fica a UniCamp. “Barão Geraldo é um lugar maravilhoso. Tem uma geografia dife-rente. Perto da Universidade estão bar-zinhos, lojas e outros lugares onde as histórias se misturam. É um ótimo am-

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Lagoa do Taquaral

Observatório Municipal de Campinas

Bosque dos Jequitibás

Cidade de Campinas

biente para fazer novas amizades e tro-car experiências”, afirmou.

Parar e observar a vegetação da re-gião é um prazer especial. O carinho é tanto que para a Dra. Sylka as árvores de Campinas são as mais bonitas do país.

Entre tantos fatos que marcaram sua vida pessoal, ela se orgulha de poder ter acompanhando a expansão da Uni-Camp, tornando-se uma das mais im-portantes do Brasil.

Para os interessados em conhecerem a cidade a Dra. Sylka deixa o recado: “Quando você vier à Campinas vai en-contrar um lugar aconchegante e muito agradável. A fama de ter grupos fecha-dos não é verdade. Recebemos pessoas dos mais variadas locais do país e com culturas diferentes. Dessa forma, todo mundo acha seu próprio espaço”.

Pontos Turísticos – Campinas oferece óti-mas opções de passeios ao ar livre e ex-celentes restaurantes. Confira abaixo al-gumas opções de locais que podem ser visitados quando estiverem pela cidade. x Bosques dos Jequitibás: Criado em

1880, o Bosque dos Jequitibás é um famoso local para passeios familiares na cidade de Campinas e uma ótima pedida para todos aqueles que gos-tam de estar em contato com a natu-reza. Localizado na região central da cidade, tem uma das maiores e mais antigas áreas de lazer. Recebe apro-ximadamente 1 milhão de visitantes por ano. Seu endereço é: Rua Coro-nel Quirino, 02.

x Lagoa do Taquaral: Conhecida po-pularmente como Lagoa do Taquaral está localizada no Parque Portugal. Possui 165.830 metros quadrados de área e volume de água estimado em 994.000 metros cúbicos. Seu nome é uma homenagem à esposa de um fazendeiro que doou a área para for-

mação do parque. No local, os visitan-tes encontrarão opções como pedali-nhos, e conhecer diversas espécies de peixes de água doce, como tilápia e tucunaré. É um ótimo programa para quem gosta de caminhar e desfrutar de uma bela paisagem. Atualmente, é realizado o torneio de pesca espor-tiva Tucunacamp. A Lagoa fica na Av. Heitor Penteado, s/n, Taquaral.

x Restaurante Fellini: É uma das can-tinas mais requisitadas e tradicionais da cidade. Boa parte de sua clientela opta pelo antepasto variado, com ja-món serrano, alcachofra, parmesão em lascas, tomate seco, lâminas de berinjela no azeite e abobrinha cur-tida no balsâmico. Está localizado na Avenida Coronel Silva Telles, 514, no bairro Cambuí.

x Seo Rosa: Um dos bares mais conhe-cidos da cidade de Campinas. Já foi quatro vezes premiado pela Revista Veja nas categorias: “Melhor Sanduí-che», «Melhor Petisco», «Melhor Ha-ppy Hour” e “Melhor para Paquerar”. Seu ambiente alternativo e “descola-do” atrai, principalmente, o público jovem. Tem duas filiais: Rua Emílio Ribas 567 e Rua Alameda dos Vido-eiros 455, Gramado.

x Observatório Municipal de Campi-nas: Um ótimo programa para quem curte astronomia. Inaugurado no dia 15 de janeiro de 1977, é o primeiro Observatório Municipal do país e foi uma iniciativa da Prefeitura Munici-pal da cidade. Ele está localizado na zona rural, a 32km do Centro, e a 17km do Distrito de Joaquim Egídio. Funciona aos domingos no horário das 17h às 21h. Para visitar é necessá-rio pagar uma taxa de R$ 4,00 (qua-tro reais) por pessoa e meio-ingresso a R$ 2,00 (dois reais). Situa-se no Monte Urânia, Serra das Cabras. n

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Pelo Mundo26

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A 74th Scientific Sessions da American Diabetes Association será realizada na cidade de São Francisco, nos

Estados Unidos, de 13 a 17 de junho. Para a edição de 2014 são esperados 14 mil participantes, dos mais variados luga-res do mundo, entre médicos, enfermei-ros, nutricionistas e outros profissionais da área de saúde. As sessões serão reali-zadas no Moscone Center, 747, Howard Street. O evento apresentará os avanços na ciência básica, prevenção, diagnóstico e tratamento do diabetes.

Dentre os tópicos da programa-ção científica estão: Acute and Chronic Complications, Behavioral Medicine, Clinical Nutrition, Education and Exercise,

ADA em São Francisco

Clinical Diabetes/Therapeutics, Epidemiology Genetics, Immunology/Transplantation, Insulin Action/Molecular Metabolism, Integrated Physiology Obesity, Islet Biology/Insulin Secretion.

As taxas de inscrição, até o dia 1º de maio, são de $490 para membros da ADA, $800 para não membros, $290 para Es-tudantes, Residentes e Pós Graduados, e $100 para acompanhantes. Existe ainda a possibilidade de se inscrever em apenas um dia de Congresso. Para tal opção, os interessados podem escolher a data de par-ticipação e as inscrições custam $285 para membros da ADA e $375 não membros. Todas as inscrições podem ser realizadas no site oficial da ADA até 5 de junho.

Durante o evento os participantes te-rão acesso à Expert Session, uma sessão projetada para interação entre partici-pantes e líderes mundiais com experi-ência na área de diabetes.

No total, são 380 apresentações orais e 1.600 pôsteres interativos e informa-tivos.

O Guided Audio Posters Tours é ou-tra atração confirmada no evento. O salão proporciona visitas guiadas para os congressistas que poderão debater diversos os mais variados tópicos.

Outro atrativo é o Exibit Hall, a maior exposição mundial de produtos e relacionados ao diabetes. É importan-te ficar atento quanto às restrições do local. No domingo dia 15, será realizado o Together we can stop diabetes. Um mo-vimento da ADA onde os participantes usam alguma roupa na cor vermelha com o objetivo de chamar a atenção so-bre o problema. No mesmo dia também acontecerá a corrida 5K Fun Run/Walk apoiada pela Novo Nordisk. O evento é gratuito para todos os cadastrados na 74th Scientific Sessions.

Quem puder separar um tempo para um passeio, vale a pena conhecer a ci-dade. São Francisco é conhecida como “a cidade favorita” dos americanos. O título foi concedido por conta de sua beleza cênica, atrações culturais, telefé-ricos, entre outras atrações coisas. Pos-sui atrações como: o Ghirardelli Square, Golden Gate Bridge, e a maior Chinato-wn dos Estados Unidos. n

Chicago Receberá ENDO 2014Fo

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Uma das principais a cidades dos Estados Unidos, Chicago, será a sede da 96ª edição do 96th

Annual Meeting & Expo, o congresso da Endocrine Society. O evento acontece no período do dia 21 a 24 de junho, na semana seguinte ao da ADA. A ex-posição tem como objetivo conectar--se com especialistas de diversos luga-res do mundo que buscam participar de várias pesquisas e sessões clínicas, atualizar informações com especialis-tas de ponta e acompanhar de perto os lançamentos mais recentes da indústria farmacêutica.

A programação científica do ICE/ENDO 2014 está constituída com cerca de 88 simpósios e mais de 72 sessões clínicas apresentadas por es-pecialistas em endocrinologia. Nes-ta edição, serão acolhidas mais de 70 sociedades internacionais e serão destacados os mais recentes avanços na pesquisa de hormônio e prática clínica.

As inscrições podem ser efetuadas no site oficial do ICE/ENDO 2014. A programação completa do evento também já se encontra online na pá-gina. n

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Comunicados da SBD

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A SBD disponibiliza em seu site artigos e notícias sobre alimentação e nutrição para os profissionais de saúde e para o público em geral. As últimas publi-cações são: Artigo comentado: Progression to microalbuminúria in patients with

type 1 diabetes: a seven-year prospective study; Oleaginosas, inflamação e resistência à insulina; Ingestão de chá verde, oxidação de gordura e tolerância à glicose em humanos saudáveis; e Cremes Vegetais e Margarinas: diferenças, semelhanças e seu papel na alimentação.

Para acessar esta área, basta achar, no menu horizontal do portal da entida-de, o item “Nutrição” e logo após selecionar o sub-menu “Notícias e Artigos”. n

A nova diretoria da SBD, liderada pelo Dr. Walter Miniccuci, se reu-niu recentemente para definir a

anuidade de 2014. Os valores são: R$260 para médicos, R$160 para profissionais de saúde, e R$80 para estudantes e re-sidentes. n

O Site da SBD teve seu layout modi-ficado. No ar desde o dia da posse do Dr. Walter Minicucci, a página

está com um visual mais “clean”, total-mente renovada e reformulada para fa-cilitar ainda mais o acesso do internau-ta. Em breve, a Revista da SBD fará uma reportagem contando os detalhes desta modificação.

Com o novo site no ar, a Sociedade, preparou, uma reportagem temática para o carnaval, com o nome de “Folia com Saúde”. Nela, o internauta tinha acesso a sete práticas básicas que uma pessoa com diabetes precisa se recordar para que possa aproveitar as festividades sem problemas. O novo espaço foi divi-dido nos seguintes temas: Glicose, Medi-camentos, Alimentação, Roupas, Hidra-tação, Bebidas Alcoólicas e Pé Diabético.

A página fornece, ainda, um “Cartão do Paciente Diabético” para download, para que a pessoa possa se identificar e ter nele uma série de procedimentos em

caso de acidentes, como hipoglicemia, em que pode ocorrer a perda de cons-ciência. Além desta reportagem, outros temas como festa junina, páscoa, natal, entre outras estarão presentes na página da entidade.

Outro ponto diferenciado e importan-te do novo site da SBD é a área abaixo das Notícias, onde as informações são dividias entre público e os profissionais de saúde. Para o público, são quatro áreas destaca-das: Alimentação e Nutrição, com dicas e receitas saudáveis; Atividade Física, sobre como fazer exercício regularmente é es-sencial e trás benefícios à saúde; Manual Oficial de Contagem de Carboidratos; e a área de Perguntas e Respostas, onde os internautas tiram suas dúvidas.

Já para o profissional de saúde, os destaques são: as Dizetrizes 2013/2014; os Highlights do Congresso da SBD 2013; o e-Book; a Revista Diabetology & Metabolic Syndrome; e os colunistas, com suas últimas publicações feitas no site. n

Além do site da entidade, a SBD está presente em algu-mas Redes Sociais para que

a interação com o internauta seja ainda melhor. A rede mais popu-lar, o Facebook, conta com cerca de 24 mil seguidores na página da entidade (www.facebook.com/SBD.Diabetes) e mais 14.500 pes-soas na Fan Page do Dia Mundial do Diabetes (www.facebook.com/diamundialdodiabetes).

Outras redes usadas pela Socie-dade são o Twitter, com a conta da Sociedade (www. twitter.com/Diabetes_SBD) com mais de 3.600 seguidores e a conta do Dia Mun-dial (www.twitter.com/wdd_bra-sil) com mais de 2.900, e o You-tube. O canal de vídeos (www.youtube.com/socbrasdiabetes) possui 92 publicações, com en-trevistas sobre os Congressos da SBD, eventos internacionais, en-trevistas, entre outros. Uma ótima chance de assistir pela primeira vez ou rever alguns momentos importantes para a Sociedade. O responsável pelas redes sociais é o Dr. Laerte Damaceno n

Anuidade 2014 Novo Site da SBD

SBD Nas Redes Sociais

Alimentação e Nutrição

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Abril 2014

11º Encontro de Endocrinologia Feminina

| Data: 4 e 5

| Local: Porto Alegre, RS

| Informações: www.endofeminina.com.br

16º Curso Avançado em Tratamento do

Diabetes

| Data: 4 a 6

| Local: São Paulo, SP

| Informações: (11) 5084-4246 / 5081-7028

| www.fernandapresteseventos.com.

| br/eventos_16diabetes.html

International Diabetes Forum

| Data: 24 a 26

| Local: Foz do Iguaçu, PR

| Informações: (51) 3086-9100

| www.idf2014.com

Maio 20148ª CATD – Curso de Atualização no

Tratamento do Diabetes

| Data: 9 e 10

| Local: Rio de Janeiro, RJ

| Informações: (21) 3543-0770 / (11) 5641-

| 1870 / www.acfarmaceutica.com.

| br/catd2014

Encontro Brasileiro de Endocrinologia

Pediátrica (EBEP)

| Data: 15 a 17

| Local: Florianópolis, SC

| Informações: (11) 3849-0099

| www.ebep.com.br

Junho 2014

EndoRecife 2014

| Data: 5 a 7

| Local: Porto de Galinhas, PE

| Informações: www.endocrinologiape.com.

| br/endorecife2014

74th Scientific Session – American Diabetes

Association

| Data: 13 a 17

| Local: SãoFrancisco, EUA

| Informações: professional.diabetes.org/

96th Annual Meeting & Expo – Endo 2014 –

Endocrine Society

| Data: 21 a 24

| Local: Chicago, EUA

| Informações: www.endocrine.org

Julho 201419º Congresso Brasileiro Multidisciplinar em

Diabetes

| Data: 24 a 27

| Local: São Paulo, SP

| Informações: (11) 5572-6559 ramais

| 11, 12 e 19, www.anad.org.br/

| congresso/19_Congresso_Site/

Agosto 2014CODDHI 2014 - Controvérsias em Obesidade,

Diabetes, Dislipidemias e Hipertensão

| Data: 14 a 16

| Local: Rio de Janeiro, RJ

| Informações: em breve

Diacor 2014 – 10ª Atualização em Diabetes

na Cardiologia

| Data: 22 e 23

| Local: São Paulo, SP

| Informações: (11) 3849-0099

| www.diacor.com.br

Setembro 201431º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e

Metabologia

| Data: 5 a 9

| Local: Curitiba, PR

| Informações: (51) 3086 9100

| www.cbem2014.com.br

50th EASD Annual Meeting 2014

| Data: 15 a 19

| Local: Viena, Austria

| Informações: www.easd.org/

Outubro 2014TODDA – Curso Avançado no Tratamento da

Obesidade, Diabetes e Doenças Associadas

| Data: 17 e 18

| Local: Rio de Janeiro, RJ

| Informações: (21) 3543-0770 / (11) 5641-

| 1870, www.acfarmaceutica.com.br/

| todda2014

Novembro 20141º Congresso Regional de Diabetes do Rio de

Janeiro

| Data: 13 a 15

| Local: Rio de Janeiro, RJ

| Informações: (21) 2548-5141

| www.diabetesrio2014.com.br

9º Congresso de Endocrinologia e Metabologia da Região Sul (ENDOSUL)

| Data: 21 e 22

| Local: Florianópolis, SC

| Informações: (48) 3322-1021

| www.endosul2014.com.br

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