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do SEM FIM: BIKE E , , SIM, E POSSIVE ELA IDENTIDAD

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do

SEM FIM:

BIKE E MOD~: , ,

SIM, E POSSIVE

ELA IDENTIDAD

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Editorial

Caro leitor, gostaria de apresentar esse novo titulo com o maior carinho do mundo. Apesar das inúmeras dificul­dades que obtivemos no meio do caminho esse é um trabalho autoral que levou alguns meses para se tornar pos­sível por n fatores.

Nesta primeira edição apresentamos matérias dos mais variados gêneros, desde editorial de moda até crônicas. Descontraída, jovem interessante, ora formal ou informal, ora com nexo ora sem nexo. Aqui é um espaço onde po­demos expor, impor, mostrar, construir ou desconstruir uma ideia de mundo, o meu mundo ou o seu mundo.

Fica aqui registrado meu agradeci­mento a todos os amigos, colegas, profissionais e amadores que puderam de alguma forma contribuir com suas habilidades e/ou conhecimento para re­alizar este humilde espaço.

Então fique a vontade para absorver, abstrair, concordar, discordar, entender ou não o que vem pelas próximas pági­nas. Boa Leitura!

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Não montam cavalos, mas dominam bicicletas. Não é uma modalidade de elite nem é uma modali­dade praticada por nobres que se vestem com roupas de marca. Usam chapéus de ciclista, vestem t-shirts, bermudas e em alguns casos capacete. São dotados de pernas treinadas, uma enorme adrenalina, e muita vontade de voltarem a brincar como quando eram cri-mças, são os apaixonados do Bike Polo.

De origem Irlandesa e com mais de 100 anos, o Bike Polo foi criado pelo antigo ciclista Richard J. Mc­Creadye. O desenvolvimento deste novo desporto de­morou algum tempo, mas a pouco e pouco foi ganhan­do fãs pelo mundo a fora, nomeadamente no Reino Unido, França, Estados Unidos da América, na Índia e até mesmo no Japão. Hoje em dia, os adeptos ganha ram mais expressão, e podemos encontrá-los nos grandes centros urbanos Europeus, Norte-America­nos e recentemente na américa latina.

Os praticantes de Bike Polo encontram-se em espaços ao ar livre com as suas bicicletas per­sonalizadas, que não deixam indiferentes os ol­hares dos que por eles passam. Sem os habitu­ais travões no volante, porque o sistema de travagem destas bicicletas está nos pedais -pedala-se no sentido inverso para travar e con trolar a velocidade - tendo assim as mãos livres de modo a que uma segure o volante e a outra o taco. Por outro lado, os tacos que utilizam são também muito originais, construídos pelos próprios praticantes do esporte, usando bastões de ski e na ponta tem incorporado um pedaço de pvc.

No Brasil o esporte se tem sido difundido bas­tante em São Paulo, um dos maiores centros ur­banos do país, aos poucos a população vai to­mando ciência do que é esta nova modalidade e vagarosamente vai ganhando mais e mais

adeptos. Em pouco tempo de ex­ecução no país já há a formação de uma liga, a S.P.B.P. , a qual é re­sponsável por organizar os torneios na cidade além de coordenar a equipe nacional que participa das

competições latinas. As regras do jogo são simples: equipe de três joga­

dores, duas balizas, um campo retangular, uma bola e ganha quem consegue marcar mais golos na baliza ad­versária. Os locais utilizados são amplos, de superfícies lisas, onde as rodas e as bolas deslizem sem qualquer tipo obstáculos, como por exemplo as quadras do parque lbirapuera. As balizas são marcadas por dois cones e devem ter um distanciamento do centro campo de cinquenta metros. Só se pode marcar gol através

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de uma "tacada" e a bola não pode ser tocada pelos pés, nem os mesmos podem ser apoiados no chão. Se isso acontecer o jogador deve retirar-se até à linha de fundo do campo, tocar em um dos cones com o taco e voltar a entrar em campo.

Os jogadores pedalam e disputam a primeira jogada, o contato neste esporte é consentido somente com os tacos, bicicleta com bicicleta e corpo-a-corpo. No Bike Polo não existem árbitros, tudo é baseado na honestidade e fair-play dos participantes. Estes devem evitar jogadas muito agressivas, que possam

por em risco fisicamente os outros jogadores, assim como atravessar o taco por entre as rodas da bicicleta do adversário.

Mas se as regras são fáceis, já o perigo é real, pois até os mais experientes caiem durante os jogos. Para a praticar desta nova modalidade é necessária muita habilidade como ciclista, ter es-

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'' Ano que v~m será aqui em Sampa, será a nossa vez de

mostrar que podemos

" organizar um evento digno

espírito competitivo, equilíbrio e boa coordenação de movimentos, bem como ter muita força nas pernas e bastante precisa. Neste ano de 2012 o Brasil foi grande destaque no

sul-americano, que aconteceu na argentina em out-

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bro com o número de jogadores inscritos esse ano. Das 35 equipes, 7 foram de São Paulo e 2 do Rio de Janeiro. Além disso, pela primeira vez um país levou 3 equipes formadas exclusivamente por mul­heres.

Em 2013 o Torneio Sul-americano acontecerá em São Paulo - ainda sem data e local definidos. "Ano que vem será aqui em Sampa, será a nossa vez de mostrar que podemos organizar um evento digno de tanta gente boa que conhecemos nesses dois campeonatos. Foi muito importante para nós essa vitória, pois nos deu ainda mais motivação para fazer o evento do próximo ano e pode também ajudar a abrir portas e assim podermos organizar um campeonato no mínimo à altura dos anteriores", afirma o representante da S.P.B.P ..

O contexto urbano é o atual habitat do Bike Pelo, que se mistura com a já conhecida Bike Street Cul­ture - Cultura de bike de rua. Maioritariamente jogado por homens entre os vinte e os trinta anos, esta tendência emergente tende agora ganhar pop­ularidade junto de praticantes do sexo feminino assim como pelo resto do mundo.

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Caminho Sem Fim • • A eterna busca pela Identidade

O tempo da contemporaneidade se mostra cada vez mais heterogêneo. Conforme avançam os conhec­imentos científicos, as inovações tecnológicas e as complexas interações econômicas, os fatores sociais se ausentam nesta nova forma de organização da so­ciedade. Há, assim, um envelhecimento das relações interpessoais construídas em torno do individualismo ~ do capital.

Gradativamente, esta nova logica que se esta­belece no mundo tem reduzido as dimensões de nossas percepções pessoais naquilo que tange o nosso redor, de forma a valorizarmos a reposição do fluxo de informações globais que nos perseguem em detrimento da experiência ativa com aquilo que nos

O humano está se distanciando de si próprio. A cada dia, aumenta o número de pessoas que di­minuem suas próprias perspectivas de mundo em pequenas telas portáteis que se renovam constante­mente. Com isso, mudou-se o próprio objeto das relações estabelecidas com o outro, que agora deixou de ser o homem e passou a ser máquina. Enquanto, o )Utro persiste, o homem começa a inexistir.

As consequências da expansão de uma ideologia capitalista, que garante a disseminação confiante do verbo consumir em todos os cantos do planeta, começam a se evidenciar de forma muito mais com­plexa e conflitante do que a aparente desigualdade social que permeias os aspectos sociais vigentes pelo

globo ( sinônimo particular ao O fenômeno da globalização, fundamentado na ideologia do '' capital, faz com que a dinâmica • • • deixou de ser o

modo de produção capitalista ). Esse novo capitalismo flexível 1 ,

que se configura na realidade do fluxo de mercadorias, bens e pessoas esteja disposta de homem e passou

ser a máquina." acordo com o processo de di­fusão do consumismo. Assim, na medida em que o ato de con­sumir, de gastar e de se endivi-

a presente, está impossibilitando o desenvolvimento das capaci­dades intelectuais intrínsecas a todo individuo, destruindo a ne-

dar tornam-se necessidades insaciáveis, nos tornamos dependentes das periódicas inovações mercadológicas e perdemos contato com o mundo real que se ergue diante de nossos olhos.

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cessidade de criação de nossa própria identidade.

A busca por uma identidade própria se torna muito mais difícil numa sociedade em que os princípios e valores ideológicos estão caracterizados pelo indivi-

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ividualismo e a surreal valorização dos bens de con­sumo materiais.

A construção, identificação e definição daquilo que somos está atrelada a forma com que interagimos com a sociedade que nos circunda. São as relações sociais estabelecidas com os indivíduos as responsáveis pela definição daquilo que somos. É a percepção de uma unidade de pessoas que nos

"

amos. A certeza daquilo que somos já não existe. Per­manecemos, assim, a reproduzir uma identidade comum, que não mais nos pertence. Este paradoxo é construído por algo que transcende o próprio individuo e se posiciona diante do coletivo com a convicção de sua constante manutenção.

Os homens estão perdidos. A multidão é formada por milhares de pares de olhos

faz identificar quem somos. E, por fim, é através do sentimen­to de pertencimento ao mundo e a sociedade em que estamos

O humano prefere perceber a máquina já que

inseridos, que nos tornamos não percebe a si mesmo." capazes de construir a nós

que se desencontram na ver­gonha de olharem ao chão. As pessoas já não percebem mais as pessoas. O humano prefere perceber a máquina já que não percebe a si mesmo. Onde es-

1esmos. Portanto, como formar identidade numa sociedade

que preza o individuo e não o conjunto? Como definir aquilo que somos se estamos perdendo contato com o próximo?

O futuro que se projeta já não é mais o que era 2.

As incertezas não assolam apenas o futuro próxi­mo,como também o presente momento que vivencia-

tamos? Quem somos? Não sabemos de coisa alguma, apenas continuamos, in­cessantemente, a reproduzir uma identidade vazia, apoiada na ideologia de um sistema devastador com­promissado em nos proporcionar apenas o falecer daquilo que somos e uma busca eterna que persegue os homens perdidos na escuridão de uma caminhada sem fim.

Por Lucas Gariani

1 Referencia ao novo estágio de desenvolvimento do capitalismo, identificado como capitalismo flexível por Richard Sennet em sua obra "A corrosão do caráter". 2 Conforme já constatava Paul Valery em sua célebre frase : "Même l'avenir n'est plus ce qu'il était" .

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· ne Zendron e Glauco

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O Gaognam StYte marca a ascensão do pop coreano e dessa vez velo a galo~, passando por barreiras, gravação atrás de gravaÇão. A sátira de psy referlooo-se a um certa provlnclaolsmo exlneote em (iaogoam,

região abastada de SOOUI CCoreia dO SUU, esconde atrás da cootemporaoeidade de seu cu~, mas "Garwnam S'tYie" é mais do que a~nas urna aspiração a um estilo de vida.

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100 o "YYU'TUbe toow é urn rankirg que aiX>Ota os

vídeoctipes mais assiStidos no webslte:

'PsY é ageoclado ~la "'rU ErrtertalomeOt·, veja a com­paração com uma das maiores gravadoras dos

EStadOs Uoldos, a UniVersal Muslc Groufk

r----.. com "Ciaosoam r;'tYie" I 'PsY regiStrOU dois recordes no Ittmes, inéditOs eotre artiStas coreanoS:

lCt thê l11U~f ( vt~ê0 ch([l{

NENHUM OUTRO ARTISTA COREANO

FEZ TANTO SUCESSO NOS EUA

lf\ lhê U5 dtUl'~

GANGNAM TEM APENAS 15 MILHAS2, ENQUANTO O ESTADO DE NOVA YORK TEM 47 MILHAS2

GANGNAM POSSUI

DO P.I.B. COREANO

N. YORK POSSUI

DO P.I.B. AMERICANO (MESMO SENDO 3.000 x MAIOR)

~ -----'-'\U. 4196 dos eStUdantes da 'G

Universidade de Seoul são de Ganioam, uma área que CObre apenas 0.039~ do

País inteiro.

É como se tf196 ctos eStUdantes da Universidade de Harvard

Viessem de Mantlattao L

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"Gangnarn StYre· eStá se tOmando a sensaÇão dos virals. Ele é JX>PUiar Pão apenas no \'bUTtlbe. mas

~rnbérn é cornpartH hadO ern todas as redes sociais:

O nome rear de 'Psy é Park Jae-sang. Ele tem Jll anos e é um

rapper pOp do sur da Koreia

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Enfim estamos próximo a dezembro, contagem regressivas em torno do mundo inteiro, a cada minuto que passa as expectativas para o dia 21 de dezembro aumentam. Medo. Ao longo da historias grandes empresários por meio da industria da comunicação e crenças se apropriaram deste sentimento generaliza­do da população. Feliz foi o inventor das seguradoras, o inventor do plano de saúde e o inventor das pílulas anticoncepcionais. Hoje em dia é difícil não existir uma prevenção para as mais diferentes atrocidades existentes. Porém, para a felicidade dos "investidores do medo", a humanidade criou uma nova e contagi­ante paranoia, a de que o mundo deve acabar dentro

lizadas na construção de casas subterrâneas, locais onde uma família poderia viver até um ano sem ver a luz do dia. Uma empresa da Califórnia tem um projeto para construir até dez abrigos coletivos nove metros abaixo do solo que acomodarão até mil pessoas. O preço para sobreviver? É preciso desembolsar até oitenta e seis mil reais!

Ai já temos um esperto. Vender casas de baixo da terra? Que pessoa em sã consciência compraria algo deste tipo? Ah sim! Um paranoico fissurado pelo fim do mundo. É a cultura Maia dando dinheiro aos Inves­tidores do Medo.

Acultura maia também esta se aproveitando da de alguns dias.

Desde 1999 nunca houve uma conspir­ação tão grande a respeito do fim da existência humana. O fim do mundo seria justificado pelas mais diferentes opiniões, colapso econom1co, explosões solares, redução da veloci­dade do núcleo terres-

''A humanidade criou própria crença para lucra com essa história, países como México, Guatemala, Honduras, Belize e El Salvador formam o mundo maia, esses países se preparam para aproveitar o bom momento turístico que viverá nos próximos dias devido à mudança de ciclo no

uma nova e contagiante paranoia, a de que o mundo deve acabar

dentro de alguns dias." e até a visita inesperada de alienígenas! Se o mundo vai acabar ou não, não podemos afirmar com certeza, mas uma coisa é certa, tem gente ganhando muito dinheiro com esta loucura toda.

Quando recebemos uma notícia de morte eminente a primeira coisa que começamos a planejar é nosso enterro. Seguindo esta ideia, indivíduos no mundo inteiro já começaram a construir suas "tumbas".

No caso de um fim do mundo causado por catástro­fes naturais pessoas estão fugindo para as terras altas ou até mesmo se escondendo de baixo da terra. Nos Estados Unidos já existem empresas especial-

calendário dessa civilização pré-colombina, que ocorre no próximo dia 21 de dezembro. Na Riviera Maia, ao sul do Mexico, já tem um enorme festival de musica eletrônica com duração de três dias, 20 á 22 de dezembro.

Pode largar o talão de cheque! A NASA já anun­ciou que se o mundo acabar este ano não será por causa do sol. Então você acha que tudo está resolvi­do e que todos poderemos viver tranquilos até que o sol apague? Não. A paranoia agora já atingiu um novo patamar. Da Física para a Economia. Voltamos nossos olhares agora para um novo grupo de pes

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Três outros mercados estão em ascensão com todo esse alvoroço, um é o da venda de terras de pequeno porte em regiões agrícolas, incentivo às viagens, e as vendas de armas que tem aumentado substancial­mente em solo norte americano.

Logo após o lançamento do filme 2012 (2009) o parque Yellowstone nos EUA registrou um aumento significativo no número de visitantes. No filme o local seria o marco zero do fim do mundo, onde o grande vulcão subterrâneo (o maior do mundo localizado dentro de um continente) entraria em erupção dando início ao fim de toda a América do Norte.

O incentivo foi mais do que bem vindo e com certe­

''

de 2009 com o filme 2012,. Os usuários das redes sociais também aproveitam o momen­to para criar diversos memes - virais de piadas que costumas se espalhar de forma muito rápidas.

Só nos resta a aguardar o dia vinte e um para saber que de fato, se tudo ocorrer como esperado, não ocorrera nada. E você? Está preparado para o fim? O que você tem feito? Já viajou para o mundo todo como queria? Já gastou milhares de reais com­prando viagens desnecessárias e alimentos enlatados? E sua arma? De qual calibre?

Está alimentando a za, se o mundo real­menteacabar por causa das erupções solares esse parque vai lotar no dia 21 de dezembro!

Lojas da cidade siberiana Economia do Fim do Mundo? Ou está apenas ocupado de mais para gastar seu tempo com conspir­ações sem sentido? Lojas da cidade

siberiana de Tomsk puseram à venda um kit de artigos de primeira necessidade munido com uma etiqueta dizendo "Para o Fim do Mundo".

de Tomsk puseram à venda um kit de artigos de primeira

necessidade munido com uma etiqueta dizendo "Para

o Fim do Mundo"." O conjunto inclui uma ficha de identificação com

campos vazios por preencher indicando os dados pessoais, alguns medicamentos de primeiro socorro, um pequeno pacote de trigo sarraceno, uma lata de conservas de peixe e uma garrafinha de vodca, além de um bloco de notas, um lápis, duas velas, uma caixa de fósforos, uma corda e um sabonete.

A paranoia das pessoas está em um grau tão elevado que livros, seriados de televisão, filmes, escolas de samba e muitos outros zombam da temáti­ca, O assunto passou a ter maior visibilidade a partir

Kit de sobrevivencia vendido na Rússia.

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"The lmaginary" é nome desta obra desenvolvida por uma instituição Suíça que pesquisa as diferentes maneiras de pensar e o poder da imaginação. As criações gráfi­cas quase realistas possuem característi- -cas dadaístas, mas a obra vai muito além de qualquer comparação. As imagens são singulares e transitam entre o objetivo e o subjetivo, há evidencia de uma mensagem para o observador que pode ser interpreta­das de muitas maneiras, cabe a você ex­plorar seu subconsciente e o empirismo para absorver aquilo que você enxergar de melhor.

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Tecnologia e a Vida (Não) Social

As descobertas científicas, após um processo de popularização, influenciam e modificam a sociedade. Raramente paramos para pensar, mas nossa vida seria muito diferente sem luz elétrica, automóveis, rádio e televisão. Influenciados pelo forte mercado capitalista associado aos meios de comunicação e por enormes estratégias de marketing nos tornamos mais e mais dependentes dessa tecnologia que evolui ano após ano. Muito além da dependência dos tablets, celulares, aplicativos, computadores, notebooks ... está a dúvida: até que ponto todo esse desenvolvi­mento e aparatos cuja finalidade seria facilitar nossas vidas vão nos "conectar" efetivamente? Até quando o dialogo virtual irá prevalecer? Quando vamos deixar a "vida social" de lado para viver em sociedade? "

dar". A rede tem sim um papel importante e seu lugar na história, responsável pela gigantesca velocidade com que intercambiamos notícias pelo mundo e re­sponsável por acontecimentos históricos importantís­simos, mas esta discussão gira em torno do quão está ferramenta tão preciosa nos distancia do mundo real para viver em um mundo virtual, um território sem fron teiras, onde escrevemos, dizemos, mostramos e vive­mos o irreal.

Este afastamento das pessoas do mundo real é preocupante, as pessoas estão se distanciando uma das outras para viver em uma realidade vendida, ma­nipulada e mentirosa. O dialogo entre olhares já esta deixando de existir, a percepção do mundo em torno

dos indivíduos não faz mais

Na verdade os aparelhos criados não são os principais vilãos, o papel que desempen­ham é apenas de nos manter conectado cada vez mais, por mais tempo e em diferentes plataformas, como facebook, in-

Quando vamos deixar a sentido e já não possui mais valor, o toque está cada vez mais sem sentimento e as pes­soas mais frias. O contato humano é extremamente impor­tante, enquanto o homem viver em sociedade, "socializar''

"vida social" de lado para

viver em sociedade?"

instagram, twitter, foursquere, whatsapp ... , mas o grande problema está na internet que nos permite "aproximar", "compartilhar", "criar'' , "conhecer", "estu-

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sempre foi uma necessidade do ser humano uma vez que o individuo não sabe viver sozinho, no entanto estamos vivendo e convi­vendo com robôs.

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A buscas incessante por uma identidade e por uma originalidade iludida perde espaço quando se trata da rede, as facilidades que obtemos através dessas ferra­mentas nos deixam preguiçosos, deixando que alguém pense por nós, limitando, assim, um olhar não nos permitindo ir além. Desconectar para conectar é a melhor forma de tentar mudar este quadro, observar e valorizar o mundo que existe a

"

Viver sem internet e seus aparatos por meio das novas tecnologias seria um retrocesso, esses muda­ram totalmente nossas vidas e nos auxiliam, o grande o problema é o exageiro, muitas vezes despercebido, da maior parte de seus usuários, algo que não deveria ocorrer. Devemos nos policiar para não deixar de viver e nos tornar mais refém ainda disto. Viver numa socie-

dade real é mais do que justo e sua volta é extremamente im­portante. Aprender, dividir histórias, compartilhar momen­tos, viver e conviver por meio de um diálogo, onde os olhares ainda possam se encontrar, talvez seja uma das melhores

Observar e alorizar o necessário, é uma necessi­dade, então sinta, viva, respire,

mundo que existe a sua volta olhe, toque, pense, não deixe que ninguém faça isso por

é extremamente importante." você.

coisas da vida, e o individuo que ainda não valoriza isto está deixando de viver.

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Por Ana Carolina Guedes

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Crônica

Do nome proprio. Do polovro omor. Do veróo omor.

ó mundo, onde estamos? Olhe ao teu redor! Desligue a musica barulhenta. Saia dos sites de relacionamento. Feche sua caixa de mensagens. Pare de olhar a tele­visão! Não veja nada, não ouça nada, apenas leia-me. Sim, já sofro do mal de não poder me calar. É preciso ouvir, é preciso contar.

Pronto. Já fechou a porta do mundo? Já voltou a se esconder por aqui? Então já podes ler e dizer o que tu és, o que nós - somos?

Sinta-se feliz, essas poucas linhas que querem te fazer sentir são restritas as poucas almas que se dispõem a ler sobre nada e a pensar em nada para que um dia possam entender tudo.

-Quem tu és?-Você é mais um nome. Sim, pode ser que sejas o An­

tonio ou a Carolina, mas se não for, tu és apenas mais um nome. A verdade é que nomes também sentem, também falam, também amam. Todos os nomes são letras unidas entre si que formam palavras únicas (como todas as outras!) e insistem em chamar-se de próprias. Logo, somos nomes, somos palavras.

Isso não é descoberta, desculpe-me. É apenas relato. Mas, o interessante é que todas as palavras pos­suem um processo lógico de manifestação: o desenter­ro. Esta percepção, invariavelmente limitante, revela que todas as palavras são mudas e inativas. É preciso uma língua dentro de uma boca para dar vida a qualquer palavra. Ou então é preciso os dedos de uma mão gelada para escrever palavras, que instantes atrás, eram palavras caladas.

E os nomes? Nessa logica, os nomes também pre­cisam ser desenterrados para poderem deixar de estar­em calados. No entanto, não é este o cerne da questão na construção deste testículo escrito apenas á esta folha de papel que parece, tristemente, ter mais com­preensão e sentimento que muitos outros nomes (in­sensíveis as questões humanas).

O que é humano? As palavras são construções tipi­camente humanas, são elas que dão vida a nossa boca e que movimentam nossos pés. O humano está se sep­arando da própria criação, o humano esta se animali-

Por Lucas Gariani

do irracionalmente na sua incompetência no ato de sentir. Onde nós estamos? Olhe! Olhe para este quarto, esta sala, esta casa ... Pergunte-se por que tudo é tao vazio? Faltam Palavras.

As pessoas não podem mais sentir. A vida já se aproxima ao estado de morbidez anterior a morte. Não se pode mais pensar, nem falar, nem sentir, nem amar.

Amar? Não se pode mais amar! Aqui ainda é a Terra? o planeta Terra? Antes, antes o verbo. Agora a palavra: "NÃO!". Amar ... antigo verbo intransitivo, agora - verbo proibido. Não se pode sentir amor (pala­vra). Deve-se sentir a dor de não poder sentir (verbo).

Se tu amas, os milhares de nomes surgem desen­terrados e insistem em gritar(falar palavra alta só pra machucar, ferir a quem sente). Se tu amas, os milhares de pares de olhos, antes perdidos na multidão, se en­contram em sua direção e lhe arrancam a palavra (amor) cortando-lhe o peito com olhares afiados. -Que lugar é esse? Para onde devemos ir para poder amar? Viver? Respirar?-

Diga-me teu nome! Grite contra o ar .. Solte a palavra na janela ...

Diga que tu amas.

Sim, tu amas. E eu? Por que nao posso amar? E o mundo do direito, do igual, do justo ... Quando poderei ser feliz sem precisar ocultar o sentimento da vida -viver sem precisar esconder de ti minha felicidade? Agora, pare de gritar. Deixe que eu grito: " AMOR!" . Palavra pequena, singela e humilde. Palavra de luz que traz vida a esta folha. Amar, verbo dolorido que desenterra o meu nome e não me deixa calar.

Perdoe-me a força das palavras, a intensidade do grito. Tudo é vazio no sentido, mas é cheio na fala. Tudo pra nada. .. Palavras incompletas constroem frases incertas, que formam períodos incorretos, que constituem parágrafos desconexos que finalmente criam esse texto ruim. Ou seja, o problema está na pa­lavra. (Na tua palavra! ).