Zoologia Me 2012 Aline Zago

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  • 7/25/2019 Zoologia Me 2012 Aline Zago

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

    JLIO DE MESQUITA FILHO

    INSTITUTO DE BIOCINCIAS

    CAMPUSDE BOTUCATU

    Anlise parasi tolgica e microbiolgica de ti lpias do Nilo

    (Oreochromis niloticus)cr iadas em tanques-rede no

    reservatrio de gua Vermelha - SP e suas inter -relaes comas variveis limnolgicas e fase de criao

    Al ine Cristina Zago

    Botucatu, SP2012

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTAJLIO DE MESQUITA FILHOINSTITUTO DE BIOCINCIAS

    CAMPUSDE BOTUCATU

    Anlise parasitolgica e microbiolgica de tilpias do Nilo(Oreochromis niloticus) criadas em tanques-rede no reservatrio

    de gua Vermelha - SP e suas inter-relaes com as variveislimnolgicas e fase de criao

    Al ine Cri stina Zago

    Orientador: Prof. Dr. Reinaldo Jos da Silva

    Coorientadora: Dra. Fabiana Garcia Scaloppi

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-graduao em Cincias Biolgicas (A/CZoologia) do Instituto de Biocincias daUniversidade Estadual Paulista UNESP,Campus de Botucatu/SP, como parte dosrequisitos para obteno do ttulo de Mestreem Cincias Biolgicas, rea deConcentrao: Zoologia.

    Botucatu, SP2012

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    FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA SEO DE AQUIS. E TRAT. DA INFORMAODIVISO TCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP

    BIBLIOTECRIA RESPONSVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VI CENTE

    Zago, Aline Cristina.Anlise parasitolgica e microbiolgica de tilpias do Nilo (Oreochromis

    niloticus) criadas em tanques-rede no reservatrio de gua Vermelha - SP esuas inter-relaes com as variveis limnolgicas e fase de criao / AlineCristina Zago. - Botucatu, 2012

    Dissertao (mestrado)Universidade Estadual Paulista, Instituto deBiocincias de Botucatu

    Orientador: Reinaldo Jos da SilvaCoorientador: Fabiana Garcia ScaloppiCapes: 21302022

    1. Tilpia (Peixe) Criao. 2. PeixeCriao. 3. Doenas parasitrias.

    Palavras-chave: Bacterioses; Ectoparasitas; Parasitoses; Piscicultura; Sanidade.

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    gr decimentos

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    ii

    gradecimentos

    Agradeo primeiramente a Deus, por me dar fora em todos os momentos de minha

    vida.

    Aos meus pais, Jos e Marli, pela confiana em mim depositada em todos os

    momentos, por todo o apoio e incentivo que me deram aos estudos e, principalmente, aos

    conselhos para no desistir apesar das dificuldades.

    minha irm Francislaine, por me incentivar e acreditar em mim desde o incio.

    Aos meus sobrinhos, Gabriela, Igor e Isadora, por aguentarem essa tia desastrada epelo carinho e alegria que me proporcionam.

    Ao meu namorado, Daniel, pelo carinho, apoio e incentivo em todas as minhas

    atividades.

    Ao meu orientador, Prof. Dr. Reinaldo Jos da Silva, pelos ensinamentos,

    oportunidade e confiana em mim depositada desde o incio. Voc uma pessoa por quem

    tenho muito respeito, carinho e admirao. Muito obrigada por tudo!

    Profa. Dra. Maria Conceio Zocoller Seno, de quem recebi os primeiros

    ensinamentos na rea de Parasitologia. Obrigada pela amizade e por ter compartilhado

    comigo seus conhecimentos e suas experincias, com toda pacincia, carinho e simplicidade

    que possui.

    minha companheira Lidiane, que vem compartilhando comigo as dificuldades e

    alegrias desde a poca da graduao, obrigada pela amizade, companheirismo e conselhos.

    Voc uma pessoa muito especial em minha vida!

    Aos pesquisadores da APTA de Votuporanga/SP, Fabiana e Srgio, pela

    oportunidade concedida, ensinamentos e pelo auxlio para a realizao deste trabalho.

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    iii

    A Daiane e Ktia Flvia, pelo valioso auxlio durante os trabalhos de campo e no

    laboratrio. Obrigada pela amizade e momentos de alegria e descontrao, adoro vocs!

    Aos amigos do Instituto de Pesca de So Jos do Rio Preto/SP, Eduardo (Tuim),

    Pedro e Fernando, pela colaborao nos trabalhos de campo e laboratrio.

    Aos funcionrios da APTA de Votuporanga/SP, pelo auxlio e acolhida.

    Aos meus amigos que esto distantes, Joline, Renan, Cntia Canisso e Amanda,

    que participaram de vrias etapas da minha vida e que, apesar da minha ausncia nos

    ltimos anos, a cada novo reencontro nossa amizade fortalecida.

    A todos os meus amigos da poca de graduao, dos quais sinto muita saudade.

    Ao pessoal do LAPAS, Drausio, Lidiane Firmino, Aline (Jiripoca), Aline Acosta,

    Jaciara, rica, Alison, Vanessa, Rodney, Gyslaine e Heleno pela amizade e colaborao.

    Aos funcionrios do Departamento de Parasitologia, Valdir, Roberto, Alessandra

    e Nilza, pela amizade e colaborao.

    Ao Sr. Lus Borges, proprietrio da Unidade de Piscicultura em Tanques-rede de

    Mira Estrela/SP, pela doao dos peixes para a realizao deste projeto.

    Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico), a

    CAPES (Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior) e a FAPESP

    (Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo), pelo auxlio financeiro para a

    realizao desta pesquisa.

    A todos aqueles que estiveram ao meu lado, seja apoiando ou incentivando, na

    realizao deste trabalho.

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    iv

    Sumrio

    Resumo............................................................................................. .................. 2

    Abstract.............................................................................................................. 4

    Introduo geral

    A piscicultura no Brasil........................................................................................... 6

    Principais problemas relacionados sanidade em pisciculturas no Brasil.............. 9

    Principais parasitoses em cultivo de tilpias no Brasil........................................... 10

    Infeces bacterianas que afetam tilpias em cultivo............................................. 12

    Consideraes finais............................................................................................... 14

    Referncias bibliogrficas...................................................................................... 14

    Objetivos

    Gerais...................................................................................................................... 20

    Especficos.............................................................................................................. 20

    Artigo 1

    Ectoparasitas de tilpias do Nilo (Oreochromis niloticus) provenientes de cultivo

    em tanques-rede e suas inter-relaes com as variveis limnolgicas e fase de

    criao..................................................................................................................... 21

    Resumo............................................................................................................. 22

    Abstract............................................................................................................ 23

    Introduo.........................................................................................................24

    Material e mtodos........................................................................................... 25

    Resultados........................................................................................................ 29

    Discusso.......................................................................................................... 41

    Referncias bibliogrficas................................................................................ 44

    Agradecimentos................................................................................................ 44

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    v

    Artigo 2

    Bactrias isoladas de tilpias do Nilo (Oreochromis niloticus) provenientes de

    cultivo em tanques-rede e suas inter-relaes com as variveis limnolgicas e fase

    de criao................................................................................................................ 49

    Resumo............................................................................................................. 50

    Abstract............................................................................................................ 51

    Introduo.........................................................................................................52

    Material e mtodos........................................................................................... 53

    Resultados........................................................................................................ 57

    Discusso.......................................................................................................... 61

    Agradecimentos................................................................................................ 65

    Referncias bibliogrficas................................................................................ 66

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    sumo

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    Aline Cristina Zago Dissertao de Mestrado 2

    RESUMO

    O Brasil rene condies extremamente favorveis para a aquicultura, principalmente

    devido ao seu grande potencial hdrico. Nos ltimos anos, a tecnologia de piscicultura em

    tanques-rede vem sendo amplamente difundida no Brasil, uma vez que possibilita o

    aproveitamento de recursos aquticos j existentes e exige menores investimentos quando

    comparado piscicultura tradicional. O aumento significativo das atividades relacionadas a

    aquicultura tem aumentado consideravelmente a relevncia dos estudos desenvolvidos com

    parasitas, bactrias e outros patgenos de organismos aquticos, principalmente daqueles

    hospedeiros com potencial para o cultivo e para a comercializao. Desta forma, o objetivodeste projeto consistiu em analisar, sob o ponto de vista parasitolgico e microbiolgico,

    espcimes de tilpias do Nilo (Oreochromis niloticus) criadas em tanques-rede no

    reservatrio de gua Vermelha, Estado de So Paulo, Brasil, bem como observar suas

    inter-relaes com as variveis limnolgicas e fases de criao. Durante o perodo de

    maro de 2010 a maro de 2011, foram estudados 63 peixes, pertencentes a trs fases de

    criao (inicial, intermediria e final). Com relao anlise parasitolgica, verificou-se a

    presena de quatro espcies e um gnero de protozorio, bem como trs espcies e doisgneros de monogenides. No perodo seco, foi observada maior abundncia de

    Trichodina spp. e prevalncia de Epistylis sp.; e no perodo chuvoso, houve maior

    prevalncia de Cichlidogyrus halli. Verificou-se que para a maioria dos ectoparasitas

    encontrados, os peixes pertencentes s fases intermediria e final encontravam-se com

    maiores taxas de parasitismo do que aqueles pertencentes a fase inicial. Quanto anlise

    microbiolgica, foi observada a presena de oito espcies e sete gneros de bactrias,

    sendo que 42,9% dos peixes estavam infectados por pelo menos uma espcie ou gnerodestes organismos. No foram observadas diferenas na prevalncia das bactrias com

    relao s fases de criao ou sazonalidade. Entre as bactrias submetidas ao teste do

    antibiograma, foi verificada sensibilidade a apenas dois dos antibiticos testados. Atravs

    dos resultados obtidos, pode-se constatar a ocorrncia no reservatrio estudado, das

    principais parasitoses e bacterioses que acometem o cultivo de O. niloticus, e que as

    caractersticas limnolgicas e fase de criao influenciaram na ocorrncia das parasitoses.

    Palavras-chave:piscicultura, sanidade, ectoparasitas, parasitoses, bacterioses.

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    bstr ct

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    Aline Cristina Zago Dissertao de Mestrado 4

    ABSTRACT

    Brazil presents extremely favorable conditions to aquaculture, mainly due to its largehydric potential. In recent years, fish cage technology has been widespread in Brazil

    because it allows the use of water resources and requires less investment compared to

    traditional fish farming. Significant growth in activities related to aquaculture has

    considerably increased the relevance of studies with parasites, bacterias and other

    pathogens of aquatic organisms, especially of those hosts with potential to fish farming and

    marketing. Thus, this study aimed to perform a parasitological and microbiological

    analyzes of tilpia do Nilo (Oreochromis niloticus) cultivated in fish cages from gua

    Vermelha Reservoir, So Paulo State, Brazil, as well as observe their inter-relations with

    limnological and fish production phase. From March 2010 to March 2011, 63 fish

    belonging to three fish production phases (initial, intermediate and final) were studied. For

    the parasitological analysis, it was found four species and one genus of protozoans, as well

    as three species and two genus of monogeneans. It was observed a higher abundance of

    Trichodinaspp. and prevalence of Epistylissp. in the dry season and a higher prevalence

    of Cichlidogyrus halli in the rainy season.The majority of ectoparasites found presented

    higher rates of parasitism in that fish specimens belonging to intermediate and final phases.

    In relation to microbiological analysis, it was observed the occurrence of eight species and

    seven genus of bacteria, and 42.9% of fish were infected with at least one species or genus

    of these organisms. There were no differences in the prevalence of bacteria in relation to

    fish phase creation or seasonality. It was observed susceptibility only for two antibiotics

    tested among bacteria submitted to antibiogram test. According to data obtained, it was

    possible to verify the occurrence in the reservoir studied of the main parasitosis and

    bacteriosis that affect the cultivation of O. niloticus, and that the limnological

    characteristics and fish creation phase influenced only the occurrence of parasites.

    Keywords:fish farming, health, ectoparasites, parasitosis, bacteriosis.

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    ntroduo geral

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    Aline Cristina Zago Dissertao de Mestrado 6

    INTRODUO GERAL

    A piscicultur a no Brasil

    O Brasil apresenta condies extremamente favorveis para a aquicultura,

    principalmente devido ao seu grande potencial hdrico. So mais de 8.000 km de zona

    costeira e cinco milhes de hectares de gua doce em reservatrios naturais e artificiais, os

    quais podem ser aproveitados para a produo de organismos aquticos (Ono & Kubitza,

    1999).

    A produo aqucola no Brasil vem crescendo significativamente nos ltimos anos.

    Em 2008, o setor apresentou uma elevao na produo de 34,4%, quando comparada com

    a de 2007. Esse crescimento, embora menor, teve continuidade em 2009, quando se chegou

    a 19,6% em comparao com 2008. Este incremento pode ser um reflexo das polticas

    pblicas voltadas para o setor e que contriburam para melhorar o acesso aos programas

    desenvolvidos pelo Ministrio da Pesca e Aquicultura (Brasil, 2010).

    No mbito regional, a produo aqucola se encontra ascendente em todo o Brasil.

    No Estado de So Paulo, a aquicultura apresenta um expressivo crescimento, sendo

    responsvel pela segunda maior produo de pescado do pas, totalizando 38.503 t/ano

    (Brasil, 2010).

    Dentre as estruturas de cultivo que o Brasil emprega para a engorda de organismos

    aquticos, destacam-se a utilizao de audes, viveiros escavados e tanques-rede (Brasil,

    2010).

    Nos ltimos anos, o cultivo de peixes em tanques-rede tem se desenvolvido com

    maior intensidade no Brasil (Brasil, 2010). Esta modalidade de cultivo bastante difundida

    em todo o mundo, uma vez que possibilita o aproveitamento de ambientes aquticos j

    existentes e exige menores investimentos quando comparada piscicultura tradicional,

    praticada em viveiros escavados (Ono & Kubitza, 1999).

    Alguns reservatrios, inicialmente destinados para o abastecimento humano,

    gerao de energia eltrica e irrigao, dentre outras finalidades, vm sendo

    progressivamente utilizados para a instalao de projetos de piscicultura em tanques-rede

    (Sampaio & Braga, 2005). Tal fato deve-se a iniciativas do governo brasileiro (decreto n

    4.895, de 25 de novembro de 2003) para o ordenamento da implantao de sistemas de

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    Aline Cristina Zago Dissertao de Mestrado 7

    aquicultura em tanques-rede em guas pblicas, nos grandes reservatrios das unidades

    hidroeltricas. Foi disponibilizado pela Unio at 1% desses ecossistemas artificiais para

    atividades com esta finalidade, cujo processo de licenciamento e outorga devem ocorrer no

    contexto dos mltiplos usos das guas pblicas, e dependem de um complexo sistema de

    autorizao que envolve vrios rgos pblicos federais e estaduais, tais como a SEAP

    (Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca), ANA (Agncia Nacional de guas), e DAEE

    (Departamento de guas e Energia Eltrica), entre outros (Zica, 2008).

    Essa situao pode ser observada em vrios reservatrios no Brasil, como por

    exemplo, o reservatrio de gua Vermelha, pertencente Bacia Hidrogrfica do rio

    Grande, na regio Sudeste do pas.

    O rio Grande nasce na Serra da Mantiqueira, no municpio de Bocaina de Minas,

    Estado de Minas Gerais, a uma altitude de aproximadamente 1.980 m. A Bacia do rio

    Grande apresenta uma rea de drenagem de 143.437,8 km2, dos quais 57.092,4 km2

    (39,8%) encontram-se dentro de territrio paulista, e 86.345,4 km2 (60,2%) em territrio

    mineiro (Instituto de Pesquisas Tecnolgicas, 2008).

    O rio Grande desempenha um importante papel no fornecimento de energia eltrica,

    uma vez que se encontram presentes ao longo de seu curso 13 usinas hidroeltricas: Alto

    rio Grande, Camargos, Itutinga, Funil, Furnas, Marechal Mascarenhas de Moraes (ex-

    Peixoto), Estreito, Jaguara, Igarapava, Volta Grande, Porto Colmbia, Marimbondo e gua

    Vermelha, alm de parte do reservatrio de Ilha Solteira (Instituto de Pesquisas

    Tecnolgicas, 2008).

    Recentemente, foi implantado pela primeira vez no reservatrio de gua Vermelha

    um empreendimento para a criao de tilpias do Nilo (Oreochromis niloticus Linnaeus,

    1758) emsistema de cultivo em tanques-rede.Atualmente so reconhecidas mais de 70 espcies de tilpias provenientes de trs

    diferentes gneros: Oreochromis Gnther, 1889, Sarotherodon Rppell, 1852 e Tilapia

    Smith, 1840 (Zanolo & Yamamura, 2006). Entretanto, apenas as variedades do gnero

    Oreochromis conquistaram destaque na aquicultura mundial, como: a tilpia de

    Moambique, Oreochromis aureus Steindachner, 1864; a tilpia de Zambibar,

    Oreochromis urolipis hornorum Trewavas, 1966; e a tilpia do Nilo, O. niloticus, sendo

    esta ltima, a mais criada em todo mundo devido a sua tima adaptao ao cativeiro(Kubtiza, 2000).

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    Aline Cristina Zago Dissertao de Mestrado 8

    Oreochromis niloticus pertence a Ordem Perciformes, Famlia Cichlidae, e pode

    atingir at 60 cm de comprimento. originria do continente africano, onde encontrada

    nos rios litorneos de Israel, rios Nilo e Jebel Marra e nas bacias dos rios Nger, Benue,

    Volta, Gmbia, Senegal e Chade (Froese & Pauly, 2011). Com a finalidade de melhorar a

    produtividade pesqueira e para auxiliar no desenvolvimento da aquicultura, este cicldeo

    foi introduzido em mais de 100 pases das regies tropicais e subtropicais (Coward &

    Bromage, 2000; Lveque, 2002).

    Entre as espcies exticas que o Brasil utiliza como fonte de economia, a tilpia do

    Nilo apresenta grandes vantagens competitivas em relao s nativas (Lizama et al., 2007).

    Tal fato pode ser explicado, em parte, no somente pela rusticidade que caracteriza a

    espcie, como tambm pelo fato de j existirem informaes detalhadas sobre suas

    caractersticas biolgicas e zootcnicas, as quais podem ser aproveitadas em condies de

    cultivo (Boscardin, 2008). Destacam-se, dentre as suas principais caractersticas: curto

    ciclo de produo, rpido crescimento, tolerncia a ambientes superpovoados, consumo de

    alimento natural, bem como de raes balanceadas e resduos agropecurios de origem

    animal e vegetal, tima qualidade de carne, ausncia de mioespinhas, facilidade de

    filetamento e industrializao da carcaa, boa aceitao do fil no mercado consumidor e

    resistncia ao manejo e s doenas (Leonhardt, 1997).

    As tilpias (O. niloticus e Tilapia rendalli Boulenger, 1897) so as espcies de

    peixes mais produzidas no Brasil, podendo ser encontradas em praticamente todo o

    territrio nacional, exceto nas regies abrangidas pelas Bacias do Amazonas e Paraguai,

    onde seu cultivo no permitido pela legislao ambiental vigente. A produo de tilpias,

    em 2009, representou 39% do total de pescado proveniente da aquicultura brasileira

    (Brasil, 2010).Os diagnsticos e as prospeces que emergem dos trabalhos sobre aquicultura

    evidenciam que esta uma atividade de grande importncia e em pleno crescimento no

    Brasil (Sebrae, 2006). Desta forma, observa-se um crescente interesse dos pesquisadores e

    criadores, no que se refere aos prejuzos causados por mortalidade e problemas na

    produo de peixes (Schalch, 2011). A seguir, sero apresentados os principais problemas

    relacionados sanidade em pisciculturas no Brasil.

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    Principais problemas relacionados sanidade em pisciculturas no Brasil

    O aumento significativo das atividades relacionadas aquicultura, observado no

    Brasil e no mundo, tem aumentado consideravelmente a relevncia dos estudos

    desenvolvidos com parasitas, bactrias e outros patgenos de organismos aquticos,

    principalmente daqueles hospedeiros com potencial para o cultivo e para a comercializao

    (Thatcher & Brites-Neto, 1994). Desta forma, nos sistemas de produo intensiva de

    peixes, a sanidade um dos aspectos mais relevantes para a criao comercial de qualquer

    espcie.

    Nos sistemas de produo intensiva, como por exemplo, a criao de peixes em

    tanques-rede, so utilizadas altas densidades de estocagem, sendo comuns neste tipo de

    explorao problemas de manejo, m qualidade da gua, questes nutricionais, entre outros

    (Kubtiza, 2000). Estes fatores de estresse ambiental refletem-se na homeostasia dos peixes,

    predispondo-os ao ataque de organismos patognicos (Pavanelli et al., 2008). Esses

    agentes, em tais condies de estresse, podem desencadear surtos epizooticos graves e

    dizimar criaes inteiras em poucos dias. Tal situao ocorre principalmente devido ao

    descaso com as medidas preventivas na introduo de peixes novos e tambm pela

    presena de peixes selvagens parasitados (Onaka, 2009).

    As bactrias apresentam grande importncia na piscicultura intensiva, uma vez que

    podem ocasionar impacto econmico considervel devido s doenas que provocam. As

    taxas de mortalidade podem ser bastante elevadas em surtos causados por esses

    organismos, uma vez que o tratamento bastante difcil e muitas vezes ineficaz. Por esta

    razo, tais doenas so de declarao obrigatria em muitos pases (Pavanelli et al., 2008).

    Especial ateno tambm deve ser dada s parasitoses, que consistem em uma das

    maiores causas de perdas na piscicultura industrial e esportiva. Apresentam maiorrelevncia na regio Neotropical, devido s caractersticas climticas apresentadas por essa

    regio, as quais propiciam sua rpida e constante propagao (Thatcher & Brites-Neto,

    1994). Soma-se a isso, o fato de que o ambiente aqutico facilita a reproduo, disperso e

    sobrevivncia dos parasitas (Carvalho et al., 2003).

    Os danos causados ao hospedeiro por doenas parasitrias dependem de vrios

    fatores, como: o grupo do parasita em questo, a sua localizao e o modo particular como

    atuam sobre o hospedeiro. Dentro deste contexto, as leses branquiais so particularmenteimportantes, uma vez que esse rgo reage fortemente a presena de parasitas, provocando

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    Aline Cristina Zago Dissertao de Mestrado 10

    uma acentuada proliferao celular e implicando na diminuio ou perda da respectiva

    atividade respiratria que, nos casos mais graves, pode provocar a morte do hospedeiro por

    asfixia (Pavanelli et al., 2008).

    Ademais, as perdas causadas por parasitas e outros patgenos representam um fator

    determinante para o sucesso da piscicultura, pois alm de disseminar agentes patognicos

    para o ambiente, representam riscos sade pblica (Braccini et al., 2008). Neste cenrio,

    destaca-se a importncia do diagnstico laboratorial para a realizao do tratamento, uma

    vez que a utilizao inadequada de um produto pode causar impacto negativo, tanto nos

    peixes como no meio ambiente, bem como o surgimento de espcies de parasitas e

    bactrias resistentes (Vargas, 2004).

    Dada a importncia dos parasitas e bactrias nos sistemas de cultivo, a seguir

    apresentada uma breve reviso sobre as principais doenas causadas por esses organismos

    em O. niloticus.

    Principais parasitoses em cultivo de ti lpias no Brasil

    Diversas parasitoses acometem o cultivo de O. niloticus, porm destacam-se aquelas

    causadas por protozorios ciliados (Filo Ciliophora) e por monogenides (Kubtiza, 2000;

    Shoemaker et al.,2000).

    Dentre os protozorios do Filo Ciliophora, destacam-se aqueles pertencentes ao

    gnero Trichodina sp. Ehrenberg, 1830, e tambm a espcie Ichthyophthirius multifiliis

    Fouquet, 1876. Aparentemente, estes ciliados vivem como ectocomensais no tegumento e

    nas brnquias dos peixes sem causar grandes prejuzos, a no ser em infestaes macias.

    Em condies favorveis de reproduo, podem ser observadas grandes infestaes, tais

    como em ambientes com excesso de matria orgnica e baixas quantidades de oxigniodissolvido nos locais de criao (Eiras, 1994).

    Trichodina sp. um protozorio que apresenta formato circular e um disco adesivo

    com uma srie de dentculos. So usualmente considerados ectoparasitas de pele e

    brnquias do hospedeiro, podendo se proliferar rapidamente na presena de material em

    decomposio. Sua patogenia deve-se aos movimentos giratrios que realizam sobre as

    brnquias e tegumento do hospedeiro, ato que acaba danificando as clulas epiteliais

    (Heckmann, 1996). Altas infestaes por Trichodina sp. ocorrem com maior frequncia em

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    sistemas intensivos de criao de tilpias, principalmente durante a reverso sexual, nas

    fases de ps-larva e alevino (Zanolo & Yamamura, 2006).

    Outro protozorio que pode acometer criaes de tilpias o I. multifiliis, que

    apesar de normalmente ser citado como ectoparasita, localiza-se subepidermicamente,

    apresentando aparncia de pequenos pontos brancos na pele e nas brnquias dos peixes.

    Normalmente, os peixes jovens so os mais susceptveis, sendo que altas infestaes

    geralmente esto associadas a quedas bruscas na temperatura da gua. As leses causadas

    por este agente em infestaes intensas, aliada a sua enorme capacidade reprodutora,

    podem provocar grandes taxas de mortalidade, mesmo em populaes selvagens, sendo

    provavelmente o protozorio que mais causa prejuzos s pisciculturas no mundo (Eiras,

    1994).

    Os monogenides so helmintos pertencentes ao Filo Platyhelminthes, que atuam

    como ectoparasitas na superfcie do corpo, brnquias, cavidade nasal e sistema urinrio de

    peixes (Takemoto et al., 2004). Possuem forma alongada, ovoidal ou circular, so

    hermafroditas, e caracterizam-se pela presena de um aparelho de fixao localizado

    geralmente na parte posterior do corpo, chamado de haptor, utilizado para fixao no corpo

    do hospedeiro (Pavanelli et al., 2008).

    A presena de monogenides nas brnquias dos peixes pode ocasionar hiperplasia

    celular, hipersecreo de muco e, em alguns casos, fuso de filamentos das lamelas

    branquiais. Em casos de produo excessiva de muco, pode ocorrer impermeabilizao das

    brnquias, dificultando a respirao e levando os indivduos morte. Quando esses

    ectoparasitas se encontram junto ao tegumento, geralmente causam leses menos

    acentuadas, no entanto, podem abrir caminhos para a instalao de infeces secundrias

    (Pavanelli et al., 2008).De acordo com Pavanelli et al. (2008), as doenas causadas por monogenides esto

    entre as mais importantes para a piscicultura, uma vez que podem provocar altas taxas de

    mortalidade.

    Lizama et al. (2007) realizaram um estudo da relao parasito-hospedeiro em trs

    pisciculturas da regio de Assis, Estado de So Paulo, Brasil. Um total de 90 espcimes de

    O. niloticus foi coletado, sendo que 82,2% estavam parasitados por pelo menos uma

    espcie de parasita, como: os monogenides Cichlidogyrus sclerosus Paperna & Thurston,1969, Cichlidogyrus sp. 1 Paperna, 1960 e Cichlidogyrus sp. 2; o crustceo Lamproglena

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    Aline Cristina Zago Dissertao de Mestrado 12

    sp. von Nordmann, 1832 (encontrado em trs estgios de desenvolvimento: jovem, imaturo

    e adulto) e uma espcie de ergasildeo.

    Braccini et al. (2008) estimaram a prevalncia de ectoparasitas de tilpia do Nilo (O.

    niloticus), da linhagem Chitralada, cultivadas em tanques-rede nos rios do Corvo e

    Guairac, Estado do Paran, Brasil. No Rio do Corvo, a prevalncia total de ectoparasitas

    foi de 38,2%, com maior prevalncia de monogenides (19,4%); e no Rio Guairac, a

    prevalncia total foi de 44,2%, com maior prevalncia de tricodindeos (17,4%).

    A presena de ectoparasitas em alevinos de O. niloticus,das linhagens Chitralada e

    GIFT, cultivadas em diferentes densidades (30, 40 e 50 peixes/m3) e alimentadas com 25 e

    30% de protena bruta, foi analisada por Bracini et al. (2007). As prevalncias observadas

    de Trichodina sp., monogenides da famlia Dactylogyridae e infeco mista, variaram de

    26,2 a 73,3%, 0 a 11,9%, e 13,4 a 33,3%, respectivamente, na linhagem Chitralada, e de

    33,3 a 73,3%, 0 a 16,7%, e 0 a 33,3%, respectivamente, na linhagem GIFT. Trichodina sp.

    foi o ectoparasita que apresentou maior prevalncia, tanto na linhagem Chitralada como na

    GIFT. Os peixes da linhagem GIFT, cultivados na maior densidade, apresentaram maior de

    prevalncia de ectoparasitas quando comparados aos da linhagem Chitralada.

    I nfeces bacterianas que afetam ti lpias em cu ltivo

    As bactrias constituem-se importantes patgenos na piscicultura intensiva, devido a

    sua facilidade de disseminao e por apresentarem um carter oportunista (Kubtiza, 2000;

    Pavanelli et al., 2008). Embora existam inmeras bactrias patognicas, algumas delas so

    de ocorrncia frequente e apresentam maior impacto econmico na produo comercial de

    peixes cultivados, como: Streptococcus spp. Rosenbach 1884,Aeromonas spp. Kluyver &

    van Niel, 1936,Pseudomonas spp. Migula, 1894 eFlavobacterium columnareBernardet et

    al.,2002 (Kubtiza & Kubtiza, 2004).

    Uma grande variedade de bactrias do gnero Streptococcus foi associada a

    septicemias em peixes, sendo uma das doenas mais srias nos sistemas de cultivos de

    tilpias. Infeces por esta bactria tambm foram registradas em seres humanos que

    manipulavam peixes no Canad, sendo isolada de algumas pessoas que apresentavam um

    quadro clnico de inflamao nas camadas mais profundas da pele das mos e braos, com

    edema e vermelhido (Kubtiza, 2000).

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    Aline Cristina Zago Dissertao de Mestrado 13

    As bactrias F. columnare,Aeromonas spp. e Pseudomonas spp. normalmente

    habitam os sistemas aquticos e convivem em equilbrio com os peixes. Entretanto, quando

    ocorre algum distrbio ambiental ou presso de manejo, as doenas causadas por essas

    bactrias comeam a aparecer (Kubtiza & Kubtiza, 2004).

    As bactrias dos gneros Aeromonas e Pseudomonaspodem causar um quadro de

    infeco generalizada (septicemia hemorrgica) em peixes, principalmente em perodos de

    temperaturas baixas ou amenas, quando a resposta imunolgica desses animais reduzida

    (Kubtiza, 2000).

    Flavobacterium columnare causa uma doena conhecida como columnariose ou

    doena da boca de algodo ou da cauda comida. Esta bactria se instala em ferimentos

    ou leses corporais causadas aos peixes durante o manuseio (pesagem, despesa e

    transporte) ou por parasitas (Kubtiza & Kubtiza, 2004). Os peixes infectados por F.

    columnare geralmente apresentam leses nas margens das nadadeiras (principalmente a

    caudal), com aspecto de apodrecimento das mesmas, e reas necrticas amareladas nas

    brnquias (colnias de bactrias), que podem destruir parte do epitlio branquial,

    dificultando a respirao e causando a morte dos peixes por asfixia (Kubtiza & Kubtiza,

    2004; Figueiredo & Leal, 2008).

    Siti-Zahrah et al. (2008) observaram surtos de mortalidade peridica em cultivo de

    tilpia (O. niloticus) em tanques-rede nos reservatrios de Tasik Kenyir, Terengganu e

    Pergau Tasik, na Malsia. Estes incidentes foram associados com o incio da estao seca

    no pas (maro a junho), sendo que o isolamento bacteriano de amostras dos olhos, crebro

    e rim revelaram a presena de Streptococcus agalactiae Lehmann & Neumann, 1896em

    70% dos espcimes analisados, e Leuconostoc spp. van Tieghem, 1878 e S. constellatus

    Whiley et al., 1999 em 30% dos espcimes. A maioria dos peixes examinadosapresentaram como sintomas: natao errtica e anomalias oculares (opacidade da crnea e

    exoftalmia - unilateral ou bilateral).

    Figueiredo et al. (2005) caracterizaram a primeira cepa brasileira de F. columnare

    isoladas de tilpias do Nilo (O. niloticus) e bagre do canal (Ictalurus

    punctatus Rafinesque, 1818), atravs de um surto da doena ocorrida em sistemas de

    recirculao de gua. Os autores tambm demonstraram a patogenicidade da doena nesses

    peixes.

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    Rodrigues (2007) isolou vrias espcies pertencentes ao gnero Aeromonas (A.

    hydrophila Stanier, 1943, A. sobria Popoff & Vron, 1981, A. veronii Hickman-Brenner et

    al.,1988,A. caviae Popoff, 1984,A. trota Carnahan et al.,1992 eA. media Allen et al.,

    1983) em tilpias do Nilo (O. niloticus), originrias de pisciculturas dos municpios de

    Cachoeiras de Macacu e de Pira, Estado do Rio de Janeiro, Brasil.

    Consideraes f inais

    O sucesso dos empreendimentos aqucolas depende de vrios fatores, sendo que um

    dos mais importantes refere-se a condio sanitria dos animais que esto sendo cultivados

    (Pavanelli et al., 2008). Dessa forma, o monitoramento do estado de sade dos peixes

    essencial para garantir a produo de animais saudveis e evitar perdas na atividade

    (Onaka, 2009). Ademais, o conhecimento da distribuio sazonal dos organismos

    causadores de enfermidades, assim como, da complexa relao entre fatores ambientais,

    hospedeiros e patgenos so importantes para que se possa intervir no sistema, com

    tcnicas profilticas adequadas, atravs de programas preventivos de controle destas

    enfermidades (Schalch & Moraes, 2005).

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    jetivos

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    OBJETIVOS

    Gerais:

    Avaliar, do ponto de vista parasitolgico e microbiolgico, exemplares de tilpias do

    Nilo (O. niloticus) provenientes de cultivo em tanques-rede na bacia do rio Grande,

    reservatrio de gua Vermelha - SP, bem como observar suas inter-relaes com as

    variveis limnolgicas e fase de criao.

    Especficos:

    1. Determinar a prevalncia, abundncia, intensidade de infeco, frequncia de

    dominncia e dominncia relativa mdia dos ectoparasitas encontrados em tilpias do Nilo

    provenientes do reservatrio de gua Vermelha - SP.

    2. Determinar a prevalncia das bactrias encontradas em tilpias do Nilo

    provenientes do reservatrio de gua Vermelha - SP.

    3. Correlacionar as taxas de parasitismo de cada espcie de parasita com as

    variveis limnolgicas e entre as diferentes fases de criao.

    4. Correlacionar as taxas de parasitismo de cada espcie de bactria com as

    variveis limnolgicas e entre as diferentes fases de criao.

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    Artigo

    Ectoparasitas de tilpias do Nilo (Oreochromis

    niloticus) provenientes de cultivo em tanques-rede e

    suas inter-relaes com as variveis limnolgicas e fase

    de criao

    Artigo preparado segundo as normas da revista Journal of fish diseases

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    Aline Cristina Zago Dissertao de Mestrado 22

    RESUMO

    A tilpia do Nilo (Oreochromis niloticus) vem ocupando lugar de destaque no cenrio da

    piscicultura mundial, constituindo-se numa das espcies mais indicadas para o cultivo

    intensivo em regies tropicais. Esse sistema de cultivo de peixes possui como caracterstica

    densidades populacionais elevadas, favorecendo a ocorrncia de surtos epizoticos, visto a

    possibilidade da presena de diferentes organismos patognicos. Desta forma, o presente

    trabalho teve como objetivo realizar anlise parasitolgica de tilpias do Nilo (O. niloticus)

    criadas em tanques-rede no reservatrio de gua Vermelha, Estado de So Paulo, Brasil,

    bem como observar suas inter-relaes com as variveis limnolgicas e fase de criao.Durante o perodo de maro de 2010 a maro de 2011, foram coletados 63 peixes,

    pertencentes a trs fases de criao. Verificou-se a presena de quatro espcies e um

    gnero de protozorio, bem como trs espcies e dois gneros de monogenides. No

    perodo seco, foi observada maior abundncia de Trichodina spp. e prevalncia deEpistylis

    sp.; e no perodo chuvoso, houve maior prevalncia de Cichlidogyrus halli. Verificou-se

    que para a maioria dos ectoparasitas encontrados, os peixes pertencentes s fases

    intermediria e final encontravam-se com maiores taxas de parasitismo do que aquelespertencentes fase inicial.

    Palavras-chave: piscicultura, sanidade, monogenide, Trichodina spp., Ichthyophthirius

    multifiliis,Piscinoodinium pillulare.

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    ABSTRACT

    The tilpia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) stands out in production systems and is oneof the most commonly used species in intensive culture in tropical regions. This system of

    fish culture is characterized as high population densities, favoring the occurrence of

    epizootic outbreaks, by the presence of different pathogens. Thus, this study aimed to

    perform a parasitological analysis of tilapia do Nilo (O. niloticus) cultivated in fish cages

    from gua Vermelha Reservoir, So Paulo State, Brazil, as well as observe their inter-

    relations with limnological and fish production phase. From March 2010 to March 2011

    were collected 63 specimens belonging to three fish production phases. It was observed the

    presence of four species and one genus of protozoans, as well as three species and two

    genus of monogeneans. Significant difference was verified in the abundance of Trichodina

    spp. and prevalence of Epistylis sp. in the dry season, and prevalence of Cichlidogyrus

    halli in the rainy season. For the majority of ectoparasites found in this study, fish

    belonging to intermediate and final phases presented higher rates of parasitism than those

    belonging to the initial phase.

    Keywords: fish farming, health, monogeneans, Trichodina spp., Ichthyophthirius

    multifiliis,Piscinoodinium pillulare.

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    INTRODUO

    A piscicultura constitui-se de um tipo de explorao animal que vem se tornandocada vez mais importante como fonte de protenas para o consumo humano. No contexto

    internacional, o Brasil se coloca como um dos pases com grande potencial para a

    piscicultura, pois possui um vasto territrio e suas condies climticas favorecem o

    implemento de cultivo de peixes de gua doce (Pavanelli, Eiras & Takemoto 2008).

    A tecnologia de piscicultura em tanques-rede vem sendo amplamente difundida no

    Brasil, uma vez que possibilita o aproveitamento de recursos aquticos j existentes e exige

    menores investimentos quando comparado piscicultura tradicional, praticada em tanques

    escavados ou revestidos (Ono & Kubtiza 1999).

    O sistema de cultivo de peixes em tanques-rede caracterizado pela utilizao de

    altas densidades de estocagem, sendo comuns neste tipo de explorao problemas de

    manejo, m qualidade da gua, questes nutricionais, entre outros (Thatcher & Brites-Neto

    1994; Kubtiza, 2000). Estes fatores de estresse ambiental podem afetar a homeostasia dos

    peixes, predispondo-os ao ataque de organismos patognicos (Pavanelli et al.2008). Esses

    agentes, em tais condies de estresse, podem desencadear surtos epizooticos graves e

    dizimar criaes inteiras em poucos dias (Onaka 2009). Desta forma, a relevncia dos

    estudos relacionados com parasitas e outros patgenos de organismos aquticos tm

    aumentado consideravelmente, principalmente daqueles hospedeiros com potencial para o

    cultivo e comercializao (Thatcher & Brites-Neto 1994).

    Entre as espcies de peixes utilizadas como fonte de economia no Brasil, destaca-se

    a tilpia do Nilo (Oreochromis niloticus Linnaeus 1758), cultivada amplamente nas

    pisciculturas em todo o territrio nacional (Lizama, Takemoto, Ranzani-Paiva, Ayroza &

    Pavanelli 2007). No ano de 2009, a produo de tilpias (O. niloticus e Tilapia rendalli

    Boulenger 1897) representou 39% do total de pescado proveniente da aquicultura brasileira

    (Brasil 2010).

    Diversas doenas e parasitoses acometem o cultivo de O. niloticus, porm destacam-

    se aquelas causadas por protozorios ciliados, como Trichodina spp. Ehrenberg 1830 e

    Ichthyophthirius multifiliis Fouquet 1876, bem como por monogenides (Kubtiza 2000;

    Shoemaker, Phillip & Joyce 2000).

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    Aline Cristina Zago Dissertao de Mestrado 25

    Os monogenides so considerados responsveis pela parasitose mais importante da

    piscicultura no Brasil, uma vez que podem provocar altas taxas de mortalidade. A presena

    destes parasitas nas brnquias dos peixes pode ocasionar hiperplasia celular, hipersecreo

    de muco e, em alguns casos, fuso de filamentos das lamelas branquiais. Em casos de

    produo excessiva de muco, pode ocorrer impermeabilizao das brnquias, dificultando

    a respirao e levando os indivduos a morte (Pavanelli et al.2008).

    Nos casos de grandes infestaes, os protozorios ciliados podem provocar danos

    sade dos peixes e, consequentemente, perdas econmicas nos sistemas de criao.

    Trichodina spp. e I. multifiliis ocorrem nas brnquias e superfcie do corpo dos peixes,

    podendo ocasionar hipersecreo de muco e leses no tegumento e brnquias (Pavanelli et

    al. 2008).

    Na literatura, existem vrios trabalhos relatando a ocorrncia destes parasitas em O.

    niloticus, bem como suas relaes com as caractersticas limnolgicas ou sazonalidade

    (Tavares-Dias, Martins & Moraes 2001a; Tavares-Dias Martins & Moraes 2001b;

    Ranzani-Paiva, Felizardo & Luque 2005; Lemos, Rodrigues & Lopes 2006; Lizama et al.

    2007; Braccini, Vargas, Ribeiro, Filho & Digmayer 2008; Bucur, Costache, Popa & Oprea

    2011; Jernimo, Speck, Cechinel, Gonalves & Martins 2011). Entretanto, existe uma

    carncia de estudos que relacionem a ocorrncia e as taxas de parasitismo com as

    diferentes fases de criao de O. niloticus.

    Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar, do ponto de vista

    parasitolgico, exemplares de tilpias do Nilo (O. niloticus) criadas em tanques-rede no

    reservatrio de gua Vermelha, Estado de So Paulo, Brasil, bem como observar suas

    inter-relaes com as variveis limnolgicas e fase de criao.

    MATERIAL E MTODOS

    Procedimentos no campo

    As coletas foram realizadas bimestralmente, durante o perodo de maro de 2010 a

    maro de 2011, na Bacia do rio Grande, reservatrio de gua Vermelha, na Associao de

    Piscicultores do municpio de Mira Estrela (Figura 1), Estado de So Paulo, Brasil

    (195547.52 S, 500836.56 O).

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    Um total de 63 peixes pertencentes a trs fases de criao (21 da fase inicial, 21 da

    intermediria e 21 da final) foram capturados (Figura 2). A diviso em fases era

    determinada pelo produtor, de acordo com o tamanho e peso dos peixes.

    Figura 1.Unidade de piscicultura em tanques-rede na Bacia do rio Grande, reservatrio

    de gua Vermelha, pertencente Associao de Piscicultores do municpio de Mira

    Estrela, Estado de So Paulo, Brasil.

    Figura 2.Tilpias do Nilo (Oreochromis niloticus) provenientes de cultivo em tanques-

    rede no rio Grande, reservatrio de gua Vermelha, Estado de So Paulo, Brasil. A) Faseinicial, B) Fase intermediria, e C) Fase final.

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    Imediatamente aps a coleta, os peixes foram individualizados em sacos plsticos e

    mantidos em gelo dentro de caixa trmica para o transporte at o laboratrio.

    Caractersticas de manejo da piscicu ltura estudada

    Na Tabela 1, so apresentadas as caractersticas de manejo utilizadas em cada fase de

    criao na piscicultura avaliada. O ciclo de produo, desde a fase inicial at a final,

    apresentava durao de aproximadamente quatro meses. De acordo com o proprietrio,

    constantemente era realizado o monitoramento da qualidade da gua. A piscicultura no

    fazia uso de antibiticos (para profilaxia ou tratamento de doenas), sendo que o nicomtodo teraputico utilizado era feito atravs do uso de sal. Antes da classificao por

    fases de criao, os peixes eram submetidos a um banho de sal; e tambm, constantemente

    uma trouxa de sal era colocada na parte superior de cada tanque-rede.

    Tabela 1. Caractersticas de manejo adotadas em cada fase de criao para o cultivo de

    tilpias do Nilo (Oreochromis niloticus) em tanques-rede no rio Grande, reservatrio de

    gua Vermelha, municpio de Mira Estrela, Estado de So Paulo, Brasil.

    Fase de criaoCaractersticas Inicial Intermediria Final

    Dimenso dos tanques-rede(m3)

    6 6 6

    Densidade por tanque-rede 5000 2000 800

    Peso (g) 2 a 150 151 a 400 401 a 800

    Alimentao 8 vezes ao dia 5 vezes ao dia 3 vezes ao dia

    Tipo de rao Rao comercialextrusada com

    38% de protenabruta

    Rao comercialextrusada com

    32% de protenabruta

    Rao comercialextrusada com

    32% de protenabruta

    Anlise da qual idade da gua

    No dia de cada coleta, foram avaliadas a temperatura, a transparncia e a

    concentrao de oxignio dissolvido na gua com o auxlio de aparelho multissensor de

    marca YSY - Mod.50. Posteriormente, uma amostra de 500 mL de gua era resfriada para

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    a anlise no laboratrio dos seguintes parmetros: amnia, nitrito e pH, processados com o

    auxlio de reagentes da marca Alfakit.

    Processamento e anlise parasitolgica

    Os animais foram submetidos biometria, para anotao do peso e comprimentos

    padro e total, sendo posteriormente necropsiados de acordo com tcnicas propostas por

    Eiras, Takemoto & Pavanelli (2006). A anlise parasitolgica seguiu a metodologia de

    Eiras et al.(2006).

    Para a anlise qualitativa e quantitativa dos protozorios, foi feita raspagem do mucoda superfcie corprea com auxlio de lmina histolgica, sendo este material fixado em

    lcool 70%. Posteriormente, este material foi analisado em microscpio ptico (aumento

    de 10x), mediante compresso do contedo entre lmina e lamnula, e retirada do excesso

    de lquido utilizando-se papel de filtro (modificado de Pavanelli, Eiras & Takemoto 2002).

    As brnquias foram coletadas e imediatamente transferidas para um frasco contendo

    gua a 55 C, sendo o contedo agitado para desprendimento dos monogenides. Os

    frascos permaneceram em repouso por 1 hora e, aps esse perodo, foi adicionado lcool93% ao contedo. Os monogenides encontrados foram fixados em lcool 70%. Para

    estudo das estruturas esclerotizadas (ganchos, ncoras e barras do haptor e complexo

    copulatrio), amostras desses monogenides foram clarificadas em meio de Hoyer ou Grey

    & Wess (Kritsky, Thatcher & Boeger 1986).

    Para a identificao e diagnstico dos parasitas, as seguintes referncias foram

    utilizadas: Doullou (1993) e Pariselle & Euzet (2009) para os monogenides; e Van As &

    Basson (1989), Martins & Ghiraldelli (2008) e Pavanelli et al. (2008) para os protozorios.

    Todos os espcimes de peixe foram fotodocumentados, e fotomicrografias dos

    parasitas foram obtidas atravs de sistema computadorizado por anlise de imagens Qwin

    Lite 3.1, Leica Microsystems, Wetzlar, Germany.

    Material-tipo e espcimes representativos das espcies de helmintos foram

    depositados na Coleo Helmintolgica do Departamento de Parasitologia, Instituto de

    Biocincias (CHIBB), Universidade Estadual Paulista - UNESP, campus de Botucatu, So

    Paulo, Brasil.

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    Anlise estatsti ca

    Os dados de prevalncia, abundncia mdia e intensidade mdia de infeco dos

    parasitas foram calculados de acordo com Bush, Lafferty, Lotz & Shostak (1997), e os de

    frequncia de dominncia e dominncia relativa mdia de acordo com Rohde, Hayward &

    Heap (1995). A comparao da prevalncia dos parasitas em relao s fases de criao e

    sazonalidade foi feita utilizando-se o teste de proporo (teste Z). A variao na

    intensidade de infeco e abundncia dos parasitas com relao sazonalidade foi feita

    utilizando-se o teste t de Student ou teste U de Mann-Whitney, de acordo com a

    distribuio dos dados. Com relao s fases de criao, para se verificar a variao na

    intensidade de infeco e abundncia dos parasitas, foi utilizado o teste One Way ANOVA

    (sendo a diferena entre os grupos determinada pelo teste de Tukey) ou Kruskal-Wallis (H)

    (sendo a diferena entre os grupos determinada pelo teste de Tukey ou mtodo de Dunn),

    de acordo com a distribuio dos dados. Para o clculo do fator de condio (K), foi feita a

    curva da relao entre peso total (Wt) e o comprimento padro (Ls) dos espcimes de O.

    niloticus, conforme Le Cren (1951), utilizando-se de um grfico de disperso das variveis

    (peso e comprimento). A relao Wt/Ls foi ajustada por uma equao exponencial do tipo

    Wt = a.Lsb, onde a constante a (coeficiente linear) indica o bem estar do peixe, e o

    parmetro b (coeficiente angular) expressa o tipo de crescimento da espcie (Santos 1978;

    Benedito-Ceclio & Agostinho, 1992; Orsi, Carvalho & Foresti 2002). Com os dados do

    coeficiente angular, foi calculado o fator de condio individual (K = Wt/Ltb) para cada

    espcime de peixe. O teste de correlao de Spearman (rs) foi utilizado para observar

    possveis correlaes entre o fator de condio (K) e a abundncia parasitria de acordo

    com a sazonalidade e fases de criao. Os testes estatsticos foram feitos atravs do

    programa SigmaStat 3.1 (Systat Software Inc., California, USA), adotando-se o nvel designificncia de 5%.

    RESULTADOS

    Todos os peixes estavam infestados por pelo menos uma espcie de ectoparasita,

    sendo observada a presena dos seguintes taxa: Trichodina compacta Van As & Basson

    1989, Trichodina magnaVan As & Basson 1989,I. multifiliis eEpistylissp.Iwoffi Faur-

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    Fremiet 1943 presentes tanto na superfcie corporal, quanto nas brnquias;Piscinoodinium

    pillulare (Schperclaus 1954) Lom 1981, Cichlidogyrus halli Price & Kirk 1967,

    Cichlidogyrus thurstonae Ergens 1981, Cichlidogyrus sp. 1 Paperna 1960 e Scutogyrus

    longicornis Paperna & Thurston 1969 presentes somente nas brnquias; e Gyrodactylus sp.

    Nordmann 1832, presente somente na superfcie corporal (Figuras 3-8).

    Os dados biomtricos dos peixes e as taxas de parasitismo total em cada fase de

    criao podem ser observados na Tabela 2. Foi verificado que os peixes das fases

    intermediria e final apresentaram maiores abundncias do que aqueles pertencentes fase

    inicial (H= 10,7, p = 0,005).

    A variao na prevalncia, intensidade mdia de infeco e abundncia mdia dos

    parasitas de O. niloticus de acordo com a fase de criao esto apresentados na Tabela 3, e

    de acordo com a sazonalidade na Tabela 4. Trichodina spp. apresentaram os maiores

    valores de prevalncia, intensidade mdia de infeco e abundncia mdia em todas as

    fases de criao, bem como nos perodos seco e chuvoso. Trichodina spp. tambm

    apresentaram os maiores valores de frequncia de dominncia e dominncia relativa mdia

    entre os parasitas encontrados (Tabela 5).

    Os peixes das fases intermediria e final apresentaram as maiores abundncias de

    Trichodina spp. (U = 11,5; p = 0,003) e Cichlidogyrus sp. 1 (U = 31,7; p < 0,001), e

    intensidade de infeco e abundncia de S. longicornis (U = 18,8; p < 0,001) quando

    comparados com aqueles pertencentes fase inicial.

    Os peixes da fase final apresentaram maiores prevalncias de I. multifiliis(Z = 2,8; p

    = 0,006) eEpistylis sp. (Z = 2,2; p = 0,026) do que aqueles pertencentes fase inicial. Os

    animais da fase intermediria apresentaram maiores prevalncias (Z = 2,6; p = 0,01) de S.

    longicornis, prevalncia (Z = 2,751; p = 0,006) e abundncia (U = 7,1; p = 0,03) de C.

    halli, e prevalncia (Z = 2,5; p = 0,011), intensidade de infeco (U = 6,2; p = 0,046) e

    abundncia (U= 14,8; p < 0,001) de C. thurstonae quando comparados com aqueles da

    fase inicial. A fase final foi a que apresentou maior taxa de prevalncia do monogenide

    Cichlidogyrus sp. 1 (p > 0,05).

    Os peixes das fases intermediria e final apresentaram maiores valores de abundncia

    total quando comparados com aqueles pertencentes fase inicial (H= 10,6; p = 0,005).

    Com relao sazonalidade, foi observado que Trichodina spp. (U = 1010,5; p =0,043) foi mais abundante no perodo seco, assim comoEpistylis sp. (Z = 2,739; p = 0,006)

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    foi o mais prevalente. No perodo chuvoso, foi verificada maior prevalncia de C. halli (Z

    = 2,239; p = 0,025).

    No foi observada correlao entre o fator de condio (K) e a abundncia parasitria

    quanto sazonalidade ou fases de criao (p > 0,05).

    Na Tabela 6, podem ser verificados os parmetros fsico-qumicos da gua

    mensurados no rio Grande, reservatrio de gua Vermelha, Estado de So Paulo, Brasil. O

    pH, amnia, amnia txica e nitrito apresentaram valores semelhantes durante todo o

    perodo de estudo. A transparncia da gua e os nveis de oxignio dissolvido

    apresentaram-se com valores mais baixos durante o ms de novembro de 2010. Com

    relao temperatura da gua, foram encontrados os menores valores nos meses referentes

    ao perodo seco (maio, julho e setembro de 2010).

    Tabela 2. Prevalncia (P), intensidade mdia de infeco (IMI) e abundncia mdia de

    parasitismo e os dados biomtricos observados nas diferentes fases de criao de tilpias

    do Nilo (Oreochromis niloticus) provenientes de cultivo em tanques-rede no rio Grande,

    reservatrio de gua Vermelha, Estado de So Paulo, Brasil, durante o perodo de marode 2010 a maro de 2011.

    Fase Peso (g) CP*(cm) P (%) IMI** AM**

    Inicial56,4 13,7(1,4 - 214,3)

    10,06 0,9(4,2 - 17,2)

    100 25 5,9(2 - 108)

    25 5,9(2 - 108)

    Intermediria228,4 27,4(59,8 - 444,6)

    18 0,8(13 - 23,5)

    100 181 94,3(10-2030)

    181 94,3(10-2030)

    Final590,6 59,6

    (205,4-1481,1)24,2 0,8(17 - 32)

    100581,2 387,6

    (4 - 8199)581,2 387,6

    (4 - 8199)*CP: comprimento padro. **Valores apresentados como erro padro da mdia (amplitude).

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    Tabela 4.Prevalncia (P), intensidade mdia de infeco (IMI) e abundncia mdia (AM)

    de acordo com a sazonalidade dos parasitas encontrados em tilpias do Nilo (Oreochromis

    niloticus), provenientes de cultivo em tanques-rede no rio Grande, reservatrio de gua

    Vermelha, Estado de So Paulo, Brasil, durante o perodo de maro de 2010 a maro de

    2011.

    ParasitasPerodo seco (n=27) Perodo chuvoso (n=36)

    P (%) IMI* AM* P (%) IMI* AM*Trichodinaspp. 96,3 472,8 302,5

    (4-7768)455,3 291,6

    (4-7768)83,3 96,4 33,8

    (2-926)80,3 28,8

    (0-926)

    Ichthyophthiriusmultifiliis

    28,6 37,7 32,1(2-198)

    8,4 7,3(0-198)

    11,1 3,8 1,2(2-7)

    0,4 0,2(0-7)

    Epistylis sp.** 71,4 - - 33,3 - -

    Piscinoodiniumpillulare

    11,1 1 0,1 0,1(0-1)

    0 0 0

    Cichlidogyrus halli 70,4 5,1 1,2(0,7 - 18,75)

    3,6 0,9(0 - 18,75)

    94,4 6,4 1,6(0,6 - 45,5)

    6,1 1,5(0 - 45,5)

    Cichlidogyrusthurstonae

    90,5 3,7 0,8(0,3 - 12,17)

    2,6 0,7(0 - 12,17)

    86,1 4,1 1(0,32 - 24,5)

    3,5 0,9(0 - 24,46)

    Cichlidogyrussp. 1 18,5 0,4 0,2(0,03 - 1)

    0,1 0,04(0 - 1)

    22,2 0,2 0,1(0,01 - 0,91)

    0,04 0,03(0 - 0,91)

    Scutogyrus

    longicornis

    59,3 1,7 0,4

    (0,02 - 6)

    1 0,3

    (0 - 6)

    75 1,2 1,6

    (0,05 - 8,2)

    0,9 0,3

    (0 - 8,2)Gyrodactylussp. 48,2 36,3 29,4

    (2 - 388)17,5 14,3

    (0 - 388)30,6 5,4 1,6

    (1-18)1,6 0,6

    (0-18)

    Total 100 506,1 322,4(0-8166)

    506,1 322,4(0-8166)

    100 94, 2 30,1(2-943)

    94,2 30,1(2-943)

    *Valores apresentados como erro padro da mdia (amplitude). **Por se tratar de um protozorio colonial, os clculos deintensidade mdia de infeco e abundncia mdia no foram realizados.

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    Tabela 5. Frequncia de dominncia e dominncia relativa mdia dos parasitas

    encontrados em tilpias do Nilo (Oreochromis niloticus), provenientes de cultivo em

    tanques-rede no rio Grande, reservatrio de gua Vermelha, Estado de So Paulo, Brasil,

    durante o perodo de maro de 2010 a maro de 2011.

    Parasitas Frequncia de dominncia Dominncia relativa mdiaTrichodinaspp. 45 0,6 0,3Ichthyophthirius multifiliis 0 0,01 0,02Cichlidogyrus halli 14 0,2 0,3Cichlidogyrus thurstonae 4 0,11 0,2Cichlidogyrussp. 1 0 0,001 0,1

    Scutogyrus longicornis 0 0,03 0,1Gyrodactylussp. 0 0,04 0,1

    Tabela 6.Parmetros fsico-qumicos da gua mensurados no rio Grande, reservatrio de

    gua Vermelha, prximo Unidade de piscicultura em tanques-rede de Mira Estrela,

    Estado de So Paulo, Brasil, durante o perodo de maro de 2010 a maro de 2011.

    ParmetrosMeses de coleta

    Mar/10 Mai/10 Jul/10 Set/10 Nov/10 Jan/11 Mar/11O2D

    1 6,6 6,7 6,3 7,6 3,9 6,2 5,2Tr 2 > 2 > 1,5 1,45 0,98 >1,5 > 1,5pH 7 7 7 6,75 6,5 7,5 7T 29,3 24,5 22,9 23,6 28,6 30,8 28,6

    Am 0,1 0 0 0,1 0,1 0,1 0,1At5 9 x 10-4 0 0 6 x 10-4 2,3 x 10-4 2,3 x 10-4 9 x 10-4Nt 0,1 0,03 0 0 0,03 0,1 0,03

    1

    Oxignio dissolvido (mg.L-1

    );2

    Transparncia (m);3

    Temperatura (C);4

    Amnia (mg.L-1

    );5

    Amniatxica (mg.L-1); 6Nitrito (mg.L-1).

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    Figura 3. Protozorios encontrados em tilpias do Nilo (Oreochromis niloticus),

    provenientes de cultivo em tanques-rede no rio Grande, reservatrio de gua Vermelha,

    Estado de So Paulo, Brasil. A) Trichodina compacta; B) Trichodina compacta corado

    com nitrato de prata; C) Trichodina magna; D) Trichodina magnacorado com nitrato de

    prata, E)Ichthyophthirius multifiliis; F)Epistylis sp.

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    Figura 4. Cichlidogyrus halli encontrado em tilpia do Nilo (Oreochromis niloticus),

    proveniente de cultivo em tanques-rede no rio Grande, reservatrio de gua Vermelha,

    Estado de So Paulo, Brasil. A) vista total, B) regio anterior, C) haptor.

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    Figura 5. Cichlidogyrus thurstonae encontrado em tilpia do Nilo (Oreochromis

    niloticus), proveniente de cultivo em tanques-rede no rio Grande, reservatrio de gua

    Vermelha, Estado de So Paulo, Brasil. A) vista total, B) regio anterior, C) haptor.

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    Figura 6. Cichlidogyrus sp. 1 encontrado em tilpia do Nilo (Oreochromis niloticus),

    proveniente de cultivo em tanques-rede no rio Grande, reservatrio de gua Vermelha,

    Estado de So Paulo, Brasil. A) vista total, B) regio anterior, C) haptor.

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    Figura 7.Scutogyrus longicornis encontrado em tilpia do Nilo (Oreochromis niloticus),

    proveniente de cultivo em tanques-rede no rio Grande, reservatrio de gua Vermelha,

    Estado de So Paulo, Brasil. A) vista total, B) regio anterior, C) haptor.

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    Figura 8. Gyrodactylus sp. encontrado em tilpia do Nilo (Oreochromis niloticus),

    proveniente de cultivo em tanques-rede no rio Grande, reservatrio de gua Vermelha,

    Estado de So Paulo, Brasil. A) vista total, B) regio anterior, C) haptor.

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    DISCUSSO

    No presente estudo, foi observada a presena de quatro espcies e um gnero de

    protozorio, bem como trs espcies e dois gneros de monogenides em tilpias do Nilo

    (O. niloticus) criadas em tanques-rede no rio Grande, reservatrio de gua Vermelha,

    Estado de So Paulo, Brasil. Os ectoparasitas encontrados neste estudo so comumente

    observados em O. niloticus, tendo sido relatados em diversos trabalhos e sob o regime de

    diferentes sistemas de cultivo (Vargas et al.2000; Tavares-Dias et al.2001a; Tavares-Dias

    et al. 2001b; Martins, Moraes, Andrade, Schalch & Moraes 2001; Ranzani-Paiva et al.

    2005; Ghiraldelli, Martins, Jernimo, Yamashita & Adamante 2006; Lemos et al. 2006;Braccini et al.2008; Bucur et al.2011; Jernimo et al.2011).

    Os tricodindeos so parasitas de grande significncia na produo comercial de

    tilpias e esto presentes em quase todos os ambientes de cultivo (Kubtiza, 2000). No

    presente estudo, Trichodina spp. apresentaram os maiores valores de frequncia de

    dominncia e dominncia relativa mdia, bem como as maiores taxas de parasitismo em

    todas as fases de criao e perodos do ano. Ghiraldelli et al. (2006), estudando os

    ectoparasitas de O. niloticus cultivadas em trs regies do Estado de Santa Catarina, Brasil,

    encontraram resultados semelhantes, nos quais os tricodindeos constituram o grupo de

    parasitas mais numerosos e dominantes. Da mesma forma, Ranzani-Paiva et al. (2005)

    observaram as maiores taxas de infestao por protozorios do gnero Trichodina spp. em

    O. niloticusprovenientes da represa de Guarapiranga, Estado de So Paulo, Brasil.

    De acordo com Kubtiza (2000) e Pavanelli et al. (2008), a susceptibilidade das

    tilpias as parasitoses e doenas depende de diversos fatores, como: as condies dequalidade da gua e a carga orgnica nas unidades de produo, o estado de nutrio dos

    peixes, e particularmente, as condies de qualidade da gua. A anlise dos parmetros

    fsico-qumicos da gua revelou que a maioria dos valores encontrados estava de acordo

    com as condies adequadas para o cultivo de O. niloticus, exceto a temperatura, que nos

    meses referentes a estao seca apresentou valores abaixo do recomendado para a espcie,

    que varia entre 27 a 32 C (Kubtiza, 2000). De acordo com Kubtiza (2000), temperaturas

    abaixo de 27 C reduzem o apetite e o crescimento, alm de suprimirem o sistema

    imunolgico, predispondo os peixes ao ataque de organismos patognicos. No perodo

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    seco, foram observados maiores abundncias de Trichodina spp. e prevalncia deEpistylis

    sp.

    Durante o perodo chuvoso, apenas a prevalncia de C. halli foi maior quando

    comparada com o perodo seco. Entretanto, a intensidade mdia de infeco e a abundncia

    mdia de C. halli e dos demais monogenides observados neste estudo, apresentaram

    valores baixos nos dois perodos estudados. Resultado semelhante foi observado por

    Ranzani-Paiva et al. (2005) estudando O. niloticus provenientes da represa de

    Guarapiranga, Estado de So Paulo, Brasil. Neste estudo, Ranzani-Paiva et al. (2005)

    verificaram que Cichlidogyrussp. ocorreu em uma baixa intensidade mdia, e as maioresprevalncias foram constatadas nos meses correspondentes ao perodo chuvoso (outubro,

    novembro e dezembro). Da mesma forma, Zica (2008) estudando O. niloticus cultivadas

    em tanques-rede no reservatrio de Chavantes, Estado de So Paulo, Brasil, constatou que

    a prevalncia por monogenides foi elevada, principalmente no perodo chuvoso, porm a

    intensidade de infeco e abundncia foram baixas em todos os perodos do ano.

    De acordo com Eiras (1993), a maioria das espcies de monogenides tem um

    padro anual de infeco bem definido, com o aumento do nmero de parasitas em

    temperaturas mais elevadas (vero) e uma diminuio em temperaturas mais baixas

    (inverno). Os resultados obtidos no presente estudo com relao sazonalidade

    corroboram com os achados de Jernimo et al. (2011). Neste trabalho, Jernimo et al.

    (2011) observaram em O. niloticus cultivada em trs regies do Estado de Santa Catarina,

    Brasil, maiores infestaes por protozorios nos meses com temperaturas mais baixas

    (outono e inverno), e um aumento nas taxas de parasitismo por monogenides nos meses

    que apresentaram temperaturas mais elevadas (primavera e vero).

    Com relao s fases de criao, foi verificado que para a maioria dos ectoparasitas

    encontrados, os peixes pertencentes s fases intermediria e final apresentaram maiores

    taxas de parasitismo do que aqueles da fase inicial. Conforme relatado por Zuben (1997), o

    tamanho do corpo do hospedeiro o fator mais correlacionado com o nmero de espcies

    de parasitas. Hospedeiros maiores podem oferecer mais espao para os parasitas, e assim

    abrigar mais espcies. Desta forma, uma maior variedade de nichos disponibilizada para

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    ocupao, permitindo assim a ocorrncia simultnea de mais espcies de parasitas (Poulin

    1995).

    Estudos comparando as taxas de parasitismo nas diferentes fases de criao de O.

    niloticus so escassos, sendo mais frequentes aqueles relacionados ocorrncia de

    parasitismo em apenas uma fase, principalmente a de alevino.

    O nico relato presente na literatura comparando fases de criao foi executado por

    Vargas et al. (2000), que estudaram O. niloticus criadas em tanques escavados em um

    "pesque-pague" de Umuarama, Estado do Paran, Brasil. Vargas et al. (2000) compararam

    as taxas de parasitismo em peixes nas fases de alevino (2,6 1,8 cm e 0,4 g) e reprodutores

    (machos: 29,1 1,3 cm e 449,3 49,7 g; fmeas: 25,1 5,8 com e 347,8 189 g). Foi

    observado que a prevalncia total de ectoparasitas em peixes na fase de alevino foi de 87%,

    com maior ocorrncia de Trichodina sp. (36%), seguida de monogenides (15%). Nos

    reprodutores, foi identificada uma prevalncia de 31%, sendo observada uma maior

    ocorrncia de monogenides (14%), seguida de Trichodinasp. (12%).

    Leonardo, Pereira & Krajevieski (2006) conduziram um estudo na regio deMaring, Estado do Paran, Brasil, no qual observaram a ocorrncia mensal e sazonalidade

    dos ectoparasitas em alevinos de O. niloticus aps a reverso sexual. Os exames

    parasitolgicos demonstraram a ocorrncia de 100% de ectoparasitismo em todos os lotes

    de peixes avaliados mensalmente. Do total de peixes coletados, 73,6% estavam parasitados

    por Trichodina sp., 19,1% por Dactylogyrus sp., 11,8% por I. multifiliis, e 0,1% por

    Chilodonella sp., sendo que as maiores ocorrncias aconteceram em meses mais frios.

    No presente estudo, no foi observada correlao estatstica significativa entre o fator

    de condio e a abundncia parasitria dos peixes, tanto com relao s fases de criao

    quanto com a sazonalidade. Tal resultado sugere que, apesar de os peixes terem sido mais

    parasitados nas fases intermediria e final, e tambm no perodo seco, essas taxas de

    parasitismo no foram suficientes para afetar o estado fisiolgico, a sanidade, e o bem-

    estar dos peixes.

    Atravs dos resultados obtidos, pode-se constatar a ocorrncia no reservatrio de

    gua Vermelha, Estado de So Paulo, Brasil, das principais parasitoses que acometem o

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    cultivo de O. niloticus, e que as caractersticas limnolgicas e fase de criao influenciam

    na ocorrncia desses organismos. Alm disso, todos os parasitas encontrados esto sendo

    registrados pela primeira vez no reservatrio estudado.

    AGRADECIMENTOS

    Os autores agradecem ao CNPq (Processo n 577649/2008-6), a CAPES e FAPESP

    (Processo n 2010/01424-0) pelo auxlio financeiro durante a realizao da pesquisa. Ao

    Sr. Lus Borges, proprietrio da Unidade de piscicultura em tanques-rede de Mira Estrela,

    Estado de So Paulo, Brasil, pela doao dos peixes. Aos amigos do Instituto de Pesca de

    So Jos do Rio Preto, Estado de So Paulo, Brasil, bilogo Pedro Guilherme Panin

    Candeira, MSc Fernando Stopato da Fonseca e Dr. Eduardo Makoto Onaka pelo auxlio

    durante as coletas.

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    Artigo

    Bactrias isoladas de tilpias do Nilo (Oreochromis

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