OS VENTOS DA RENOVAÇÃO
A CHEGADA DO INVERNO
Felipe Rocha
Xamanismo Sete Raios
INDICE
O XAMANISMO NOS TEMPOS ATUAIS
FELIPE ROCHA
XAMANISMO
OS SETE RAIOS
JÁ SE VAI O OUTONO...
A CHEGADA DO INVERNO
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
SAIBA MAIS
O XAMANISMO
NOS TEMPOS
ATUAIS
É chegada a hora do despertar
Dentro desse contexto, as práticas xamânicas voltaram a despertar
a atenção das pessoas nas cidades. Pouco a pouco, elas estão
percebendo que a elevação da consciência no mundo moderno passa
pelo resgate da sabedoria ancestral e pela observação das
manifestações da Natureza.
As pessoas estão voltando para a dimensão do Sagrado que habita
cada um de nós, se reaproximando da vida originária – de amor, paz,
confiança e plenitude. Suas mentes estão recebendo a força intuitiva
do Sopro Ancestral e da Verdade Cósmica.
Diante desse chamado, as prioridades, os desejos supérfluos, a
ganância vazia e as preocupações banais estão sendo revistos à luz
da grandeza do que lhes é revelado.
Nos últimos anos, percebemos um crescente interesse das
comunidades urbanas pelo Xamanismo e pela sabedoria da
Terra. Essa busca é resultado do vazio existencial que as pessoas
sentem em suas vidas.
A busca pelas práticas espirituais emana dessa necessidade de se
encontrar a paz interior e um novo significado para a existência,
para além da superficialidade e dos estados transitórios da matéria.
A egolatria e a voracidade consumista desconectaram
absolutamente as pessoas do Caminho Sagrado e promoveram um
preenchimento ilusório, repleto de frivolidades e prazeres efêmeros.
As pessoas estão cansadas das suas rotinas e do seu estado de
sonambulismo. É chegada a hora do despertar.
O Xamanismo surge para revelar aos filhos da Terra os antigos
segredos perdidos do Espírito.
No princípio, você testemunha o milagre.
Depois, você faz o milagre.
Por fim, você é o próprio milagre.
E tudo o que você acreditava estar do lado de fora se revela dentro
de você.
Aho!
FELIPE
ROCHA
Felipe Rocha é terapeuta holístico credenciado (CRTH 4074),
Terapeuta Xamânico formado pela Escola de Xamanismo Paz
Géia e Enteoterapeuta.
Foi iniciado na tradição das Plantas Mestras pelo povo
nativo Shipibo (Maestro Curim Suy e Maestra Roni Wano),
na Amazônia Peruana.
É escritor e fundador do Xamanismo Sete Raios, sistema xamânico
que une as irradiações primordiais da Natureza, os Raios da
Fraternidade Branca e o antigo conhecimento hermético.
Estudioso do Xamanismo enquanto fenômeno espiritual e filosófico,
aplica a Roda Medicinal dos nativos norte-americanos
como instrumento terapêutico e há anos conduz cerimônias com
as Medicinas da Floresta.
Iniciado na fitoterapia indígena Guarani pelo pajé Guaíra,
é cromoterapeuta certificado e multiplicador da Roda Medicinal
Voo da Águia. É também Mestre em Reiki Ma’Heo’O Xamânico e
sintonizado no Reiki Mikao Usui.
XAMANISMO
O xamanismo é o fenômeno espiritual
e filosófico mais antigo da humanidade.
Uma jornada de retorno às nossas
origens através da sabedoria da Natureza.
O caminho espiritual de autocura e da
automaestria
O Xamanismo é o caminho espiritual de autocura e da automaestria,
trilhado em comunhão com a infinita sabedoria da Mãe Natureza,
inspirado pelas técnicas e ferramentas de cura ancestrais e orientado
para um melhor viver, a partir do equilíbrio entre corpo, mente,
emoções e espírito.
Nós todos nascemos do útero da Mãe Terra e, como expressão
perfeita do Grande Mistério, trazemos a centelha do Divino dentro
de nós.
A separatividade é uma ilusão. Nada está fora. Tudo está dentro.
Todas as respostas, todas as curas, todas as virtudes.
Praticar o Xamanismo é reconhecer o Sagrado em todas as
dimensões da vida; é trilhar o caminho rumo às nossas origens
espirituais. O caminho de volta para casa.
O fenômeno espiritual mais antigo da
humanidade.
O Xamanismo é o fenômeno espiritual e filosófico mais antigo da
humanidade, anterior a todas as religiões. E ao contrário do que
muitos acreditam, não se resume à espiritualidade dos povos
indígenas.
Na verdade, o caminho xamânico remonta aos primórdios da
caminhada humana, num tempo em que o homem começou a
observar atentamente os ciclos da Natureza e refletir sobre o seu
lugar no Universo, criando, pouco a pouco, uma conexão com o
macrocosmo.
O Xamanismo está ligado a um conjunto de práticas ancestrais de
expansão da consciência e de imersão no mundo invisível, tendo
como essência a relação simbiótica do indivíduo com o planeta e com
a dimensão incorpórea do Espírito.
O xamanismo atravessou os tempos como uma
prática espiritual autônoma e diversificada.
O fenômeno xamânico sobreviveu com espantosa capacidade de
adaptação, sendo absorvido por todo tipo de cultura, toda forma de
crença, sem jamais perder a sua substância mágica e transcendente.
Em meio a milênios de investidas atentatórias contra a sua essência,
o Xamanismo se desenvolveu de forma marginal à expressão
religiosa e ao cognocentrismo e ao pensamento cientificista,
elevando-se nos dias atuais como um resgate da legítima
espiritualidade primitiva que pode ser o tratamento contra a miséria
consciencial que assola a sociedade moderna.
O Xamanismo é a Medicina da Nova Era!
Para que possamos compreender o fenômeno xamânico,
precisamos, mesmo que momentaneamente, abdicar dos nossos
sistemas de crenças e ir além dos modelos científicos
convencionais para mergulhar em um mundo repleto de mistérios
que fogem à compreensão humana ordinária.
Será necessário abrir a nossa visão para o extraordinário,
adentrando as cavernas antigas onde os nossos ancestrais dançavam
com os espíritos e se transformavam em animais.
Empreendemos uma viagem rumo ao desconhecido, rumo aos
portais do mundo invisível e às profundezas da nossa psiquê, do
nosso inconsciente. Para compreender e sentir o Xamanismo, é
preciso aprender a enxergar de olhos fechados.
A contemplação da Natureza, a reveladora dos
segredos do Cosmo.
Quando praticamos o Xamanismo, voltamos a contemplar a
Natureza como um livro aberto e perfeito que revela todos os
segredos do Cosmos.
Tudo que habita este plano é uma representação perfeita do
Universo. Todos os movimentos da vida, todos os seres, cada planta,
cada mineral, tudo traduz uma força que vai muito além do que os
limites estreitos da racionalidade são capazes de explicar ou nomear.
Estamos na escola terrena como alunos que devem aprender
novamente a sintonizar com o ritmo perfeito da Natureza.
O Xamanismo é o caminho natural de contemplação do invisível, a
jornada da elevação da consciência. É o retorno à condição originária
do espírito e aos dons e potencialidades perdidos do Ser.
A Vida no Xamanismo
Viver o Xamanismo é resgatar a harmonia com os ciclos das
estações, com os reinos Mineral, Vegetal, Animal, Humano…
É estar conectado a todas as formas de consciência concebidas pela
nossa Mãe Terra, em sua perfeita sabedoria. Afinal, tudo é vida, e
devemos reverenciá-la em todas as suas formas. Das mais simples às
mais complexas, pois em todas as expressões da vida pulsam a
chama criativa e o princípio vital do Universo. Honramos o milagre
da existência em cada ser, em cada passo, em cada gesto.
Compreendemos a nossa própria infinitude e caminhamos na
Beleza do Sagrado, percebendo-nos como a singela gota de água no
oceano e, ao mesmo tempo, como o oceano inteiro.
Para praticar o Xamanismo, não é necessário passar por iniciações
com Xamãs, se tornar especialista nas tradições e culturas nativas ou
ser adepto da consagração das Medicinas da Floresta.
O Xamanismo é o simples trilhar do caminho da autocura e da
conexão com a Natureza, o resgate das memórias ancestrais que
nos conduzem ao bem-estar e ao equilíbrio holístico entre corpo,
mente, emoções e espírito. Quando nos curamos, curamos tudo à
nossa volta.
Estamos aqui para resgatar a excelência espiritual, para viver
harmonicamente todas as nossas relações e para nos tornarmos
novamente uns com os mistérios da Criação.
O Xamanismo é o movimento de retorno à sua parte mais pura, à
sua essência espiritual.
OS SETE
RAIOS
“Conhece-te a Ti mesmo e conhecerás todo o universo
e os deuses, porque se o que procuras não achares
primeiro dentro de ti mesmo, não acharás em lugar algum”
Frase gravada no Templo de Apolo, no Oráculo de Delfos.
A manifestação do sagrado
O Xamanismo Sete Raios surge como uma linha espiritual e filosófica
com raízes na essência do Xamanismo, enquanto caminho de resgate
da cultura arcaica e das tradições e técnicas nativas de cura, e
permeada pela comunhão das energias primordiais da Terra e do
Cosmos. Para nós, o Sagrado se manifesta de forma sétupla. O
número 7 surge da soma do 3 (a trindade divina) com o 4 (o
quaternário do mundo físico). O 7 simboliza a perfeita união do
humano com o Divino, do plano físico com o plano espiritual. São sete
chakras principais, sete espectros de cores e sete princípios
alquímicos. São Sete Linhas da Umbanda e Sete Raios da
Fraternidade Branca. São sete os princípios da consciência.
Os 7 pilares, os sete raios
Os pilares fundamentais da sabedoria ancestral dos povos nativos se
unem aos estudos alquímicos e ao modelo energético
supradimensional. Nos inspiramos nos Raios do Pai Céu e da Mãe
Terra; os Sete Raios da Consciência Crística e as Sete Emanações
Primordiais da Natureza. Essas linhas, embora representativas de
diferentes faixas vibracionais, são a pura expressão de um mesmo
Todo indivisível, pois tudo o que está acima é exatamente como o
que está abaixo, numa perspectiva não-dualista. Como uma unidade
abrangente, todos elas expressam a divindade. O Povo Vermelho e o
Povo das Estrelas nos guiam rumo à ascensão da Mãe Terra para uma
nova esfera de consciência.
Nós somos um Espírito perfeito e ilimitado, pertencentes à mais
elevada altura do Todo. Somos a pura expressão do Grande Mistério,
uma centelha do Fogo Divino que “se densifica” na matéria por meio
de um invólucro carnal, um eu-individualizado. Este indivíduo deverá
experienciar os variados estímulos e necessidades que a dimensão
terrena oportunamente oferece para desenvolver e integrar as suas
potencialidades cósmicas e dons infinitos. Esse processo de
despertar para o que realmente somos não passa pela total
negligência aos aspectos materiais, mas pela gradual purificação da
sede dos apegos e das paixões que seduzem ao eterno
aprisionamento nos desejos e limitações materiais.
Em nosso curso, mergulhamos nos mistérios dos Sete Raios no Céu e
das Sete Linhas da Terra que nos conduzem à compreensão da
Totalidade e do nosso Eu Divino, que tudo une e nada separa. Nossa
missão é reunir novamente todas as infinitas e minúsculas peças que
compõem o indecifrável domo da Criação. Para além do dualismo
entre bem e mal, preto e branco, vida e morte, Criador e criatura, o
Xamanismo Sete Raios busca a Síntese, a Unidade que se movimenta
na perfeição dos opostos complementares. Silenciamos os
questionamentos, elevamos a nossa mente e vibração à altura das
estrelas e firmamos nossos pés na Terra, guiados pelos Povos
Celestes e pelas Forças Primeiras da Natureza.
Acreditamos que são vários os caminhos que levam ao Divino. Os
Sete Raios dos Mestres Ascensos e os Sete Raios dos Orixás
representam as múltiplas frequências energéticas presentes no
Universo para auxiliar no processo global de evolução, todas
inseridas dentro do contexto maior da Unidade e distantes das
dicotomias irrealistas que insistem em separar o caminho espiritual
em degraus ou níveis hierárquicos. Dentro desse caráter
universalista, despido de julgamentos, o Xamanismo Sete Raios se
afasta do sectarismo religioso e do dogmatismo e centra-se na
comunhão entre as Forças da Natureza e as Forças Cósmicas para
vibrar no propósito da Cura e da Ascensão Planetária.
O Xamanismo Sete Raios te convida a viver e ser o Absoluto. A
vivenciar o Brahman, o Todo, o Dao, o Tao. A lapidar a sua pedra bruta
em um cristal reluzente, análogo à preciosidade que a Vida nos
oferece, se assim permitirmos. Nós te oferecemos a oportunidade
de olhar para o Céu, para a Floresta e para dentro de si, e sentir
queimar o Fogo do poder criativo intrínseco a todos os seres vivos e
que apenas aguarda para ser despertado. Convidamos você a
encontrar todas as respostas e todas as curas. A descobrir os
mistérios do Povo Vermelho e do Povo das Estrelas. A dar o salto
quântico do eu personalístico para o Eu Superior. A ser o Caminho, o
Caminhante e o Caminhar.
Na trilha ascendente do progresso espiritual, mesmo a pedra mais
bruta pode ser lapidada num cristal reluzente, análogo à
preciosidade que a Vida nos oferece, se assim permitirmos. É
chegada a hora de vislumbrar a realidade última, a noção de que o
universal pertence inteiramente ao individual e que o ser humano é
muito mais do que acredita ser. Nós te convidamos a despertar do
sono das ilusões para construir a Nova Era da Consciência Cósmica. A
ser um viajante do invisível na imensidão do Universo. Um ponto de
luz único e indivisível que se confunde com a eternidade e que pode
transformá-la, a todo momento.
Já se vai
o Outono...
Nos recolhemos para florecer
A estação da transformação, da renúncia, das mortes necessárias ao
alcance da Eternidade. Outras folhas secas se vão. Lançadas à Terra,
suavizam o nosso caminhar. Logo, vamos florescer novamente. Em
novas dores, em inesperadas cores. Livre dos fardos de outrora,
saímos da nossa caverna e a promessa do amanhecer se cumpre
diante dos meus olhos. Se antes a Luz nos cegava, agora nos abraça
em delicado encantamento. A escuridão apenas nos guiava ao
encontro da aguardada transformação. O Outono não nos faz, de
modo algum, iluminados. O Outono nos faz mais completos. Na
integração plena dos nossos contrastes. No medo que enfim se
rompe em coragem, na morte que anuncia uma nova vida.
Compreendemos e acolhemos os nossos ciclos. O que não mais me
servia? O que impedia o meu progresso e cansava o meu caminhar?
Na noite mais escura, a redenção nos convidou a enfrentar os medos
mais profundos e ir até ela. Em meio aos lamentos paralisantes,
abandonamos o que nos consumia e seguimos adiante. Equilibramos
os nossos contrastes antes de retomarmos a íngreme subida, agora
com mais serenidade e confiança. Já não somos o que éramos antes,
mas podemos enfim alcançar o que viemos Ser! Seguimos então mais
devagar, sem alarde, sem ânsias, sem excessos, para que a Natureza
recomponha, no seu infalível tempo, todas as pequenas partes de
nós que levou pra cuidar.
O Outono nos esclareceu que, para transcender o eu, precisamos
reconhecer os dragões que, ao menos por ora, são nossos. Negar
nossas sombras é naufragar no oceano das ilusões. Compreendemos
que, de nada adianta divagar em pensamentos e formas sublimes, se
não provamos o amargo sabor deste eu imperfeito. Por isso,
contemplamos nossas sombras, nossos medos. É no silêncio
melodioso entre as nossas distrações, entre o redemoinho dos
tantos desejos e prazeres enganosos, que podemos vislumbrar a
claridade na escuridão sem fim. A morte não se opõe à vida, afinal.
Elas se complementam, como o crepúsculo que aguarda a aurora. As
flores voltarão, mas não serão nunca mais as mesmas.
Compreendemos que para que a renovação aconteça, é preciso
deixar ir o que não nos pertence. Depois de abrir espaço, nos
preenchemos de estranha plenitude. Os sopros gélidos da mudança
nos alcançam, outra vez. A Lua nos ensinou sobre os Mistérios do
Feminino e do inconsciente, e os deciframos um pouco mais. Agora,
protegemos no calor das mãos as nossas novas sementes. Uma
revoada de borboletas colore o Céu e nos lembra que não tardará
para que as folhas retornem, exuberantes e transbordando em Vida.
A esperança nos envolve antes de um novo começo. Depois de tudo
que o vento leva, tanta coisa o vento nos traz.
A CHEGADA
DO INVERNO
Tudo está ligado, como o sangue que une uma família.
Todas as coisas estão ligadas.
O que acontece na Terra recai sobre os filhos da Terra.
Não foi o homem que teceu a trama da Vida.
Ele é só um fio dentro dela.
Tudo o que ele fizer à teia estará fazendo a si mesmo
Chefe Seatle
Sopram os ventos do Inverno...
O Xamanismo é a Medicina da Terra, o caminho espiritual de retorno
às nossas origens, ao reequilíbrio de todas as partes que nos
compõem, a partir da aproximação e contemplação dos infinitos
mistérios da Natureza, que são também os nossos. Quando
encarnamos para mais uma experiência física, recebemos da Mãe
Terra tudo o que é realmente necessário para mais uma jornada de
aprimoramento. O alimento, O Ar que respiramos, o calor do Sol, a
água... Viver xamanicamente é resgatar a dimensão do Espírito e
perceber que, de tudo o que a Natureza é feita, nós também somos.
Terra, Ar, Fogo e Água. Corpo, mente, espírito e emoção. O
Xamanismo nos convida a voltar para casa. A trilhar o caminho de
retorno à infinita essência do Ser.
Com o Solstício de Inverno, a grande Roda das estações continua a
girar e a orientar os nossos passos. No Outono, notamos que as
folhas secas se desprendem das árvores e caem. Na hora certa, as
folhas nascerão novamente, dando continuidade ao ciclo da
Natureza. Da mesma forma, a escuridão do Outono nos convidou ao
exercício do desapego e da transformação; à contemplação da morte
como a outra face da Vida. Dentro das nossas cavernas,
identificamos as nossas questões mais profundas e compreendemos
quais são as pedras brutas que precisam ser lapidadas para
ascendermos às maiores alturas da consciência. As folhas secas que
deixamos cair marcam o nascimento de um novo Eu, de um novo
ciclo, uma nova Vida!
O Inverno nos fala de renovação. Depois de integrar a lição outonal
do desapego, abrimos espaço vazio para receber a sabedoria. Nos
tornamos mais leves, para nos elevarmos. O pôr do sol do eu inferior
testemunha a aurora do Eu Divino, que prevaleceu sobre os fardos e
distrações que lhe atrasavam o progresso espiritual. O Outono inicia
o caminho da materialidade decrescente, que culmina com os ventos
renovadores do Inverno. A renúncia sincera nos conduz
naturalmente à prosperidade da alma. O Inverno traz o arquétipo do
ancião, o caminho do Mestre, que aprendeu para poder ensinar.
Depois de praticarmos o desapego no Outono, podemos agora ser
preenchidos pelos sopros silenciosos do Grande Espírito...
No Inverno, a Natureza parece adormecer. Na verdade, ela apenas
concentra a sua energia no interior da Terra, para que as sementes
possam se alimentar e florescer mais à frente, sob o Fogo da
Primavera. É como se no Outono nós preparássemos os nossos
jardins para receberem novas sementes no Inverno. Transformamos
os aprendizados do desapego em ensinamentos, em sementes de
sabedoria que compartilharemos com os nossos irmãos a partir do
exercício do sagrado poder da palavra. Voltamos para dentro e
cultivamos a nossa mente superior, a pura conexão com a fonte
criativa do Grande Espírito, e sentimos uma vontade natural de
compartilhar na mesma medida em que recebemos. Dar e receber,
afinal, são a mesma coisa.
Chegamos à estação do conhecimento que se aperfeiçoa em
sabedoria. Colocamos em prática aquilo que aprendemos e nos
tornamos o exemplo daquilo que queremos testemunhar no mundo.
O Inverno nos ensina a desenvolver o ilimitado poder da nossa
mente. Nossos corpos desaceleram e através do elemento Ar
podemos nos conectar com a dimensão do Vazio, onde acessamos a
infinita sabedoria cósmica. Os Seres das Estrelas sopram suas
mensagens para nos auxiliarem a acessarmos os conhecimentos que
vem de muito longe, mas de um lugar imensamente familiar... O
Inverno renova nossas forças e nos traz a esperança de um novo
amanhecer. A semente da Luz começa a se fortalecer e anuncia as
bênçãos da Nova Era para todos os filhos da Terra.
Contemple. Compartilhe. Celebre. A dádiva da Vida sopra nos ventos
da renovação!
"O homem nada sabe; mas é chamado a tudo conhecer" - Hermes
Trismegisto
O portal da doação
Enquanto seguimos a trilha do conhecimento e da sabedoria nos
ventos do Inverno, somos convidados a compartilhar com os nossos
irmãos os aprendizados que vão sendo integrados em nossa jornada.
Transformamos os aprendizados em ensinamento, em sementes de
sabedoria. Fazemos essa semeadura por meio do poder da palavra e,
principalmente, através do exemplo. Cultivamos a nossa mente
superior, a pura conexão com a fonte criativa do Grande Espírito, e
sentimos uma vontade natural de compartilhar na mesma medida
em que recebemos. Percebemos que dar e receber, afinal, são a
mesma coisa.⠀
O espírito animal guardião do Inverno é o Búfalo Branco. Para os
nativos norte-americanos, ele é o Animal que se doou por inteiro. O
Búfalo Branco doou sua carne, sua pele, seus ossos. Ele se doa em
essência e espírito para o bem da sua comunidade. Da mesma
maneira, o Inverno é o tempo de nos doarmos, de celebrarmos as
dádivas da Vida oferecendo o nosso melhor para os nossos irmãos.
É o momento em que a Natureza nos ensina sobre gerar abundância
a partir da prática da doação. Aquilo que doamos é aquilo que
receberemos do Universo, com graça e humildade. Amor, tempo,
atenção...⠀
Experimente doar para algum irmão próximo alguma coisa pela qual
você nutre grande estima. Ou experimente fazer essa doação a um
irmão que te desafia, que te desequilibra, que te oportuniza o
aprendizado da compaixão e da tolerância. Esse é um gesto que
carrega imenso poder, que nos aproxima dos presentes do mundo
espiritual. A doação é uma forma de celebrar as folhas secas que você
deixou cair no Outono, de celebrar o nascimento de um novo Eu.
Pratique a doação para revelar ao Universo as suas novas cores, a sua
nova vida. É doando que aprendemos a receber, imensamente.⠀
Doe. Compartilhe. Ofereça... Abra um fluxo para receber as inúmeras
dádivas que o Grande Espírito tem reservadas a você.⠀
Aho.
CONCLUSÃO
“Você consegue experimentar o poder
e não se perder no processo?
Poucos completam a jornada de iniciação.
Muitos param no meio do percurso,
satisfeitos com o que alcançaram.
E há os que caem na armadilha do poder e da vaidade.
Perdem-se ao longo do caminho”.
Don Antônio Morales Baca
Na filosofia de encontro com o seu poder de auto maestria que
propõe o Xamanismo Sete Raios sabemos que, para criar alguma
coisa nova, primeiro algo precisa ser destruído. A morte e a vida não
são estados independentes ou possíveis de serem separados. A
morte não existe sem a vida, assim como a vida não existe sem a
morte. O escuro só existe pois existe uma pequena fagulha de luz.
Nós somos a natureza e a natureza somos nós. Tudo é uno.
Os ciclos da natureza serão sempre os mesmos: inverno, primavera,
verão, outono e inverno novamente.
O que pode ser diferente nesta Dança da Natureza é a jornada que
faremos de reencontro com a nossa essência. Essa escolha é
inteiramente nossa e por isso também a responsabilidade sobre ela.
Podemos aprender a dançar junto com os ventos, chuvas, luas, com
as plantas, com os animais, os minerais...
Depois da morte que o outono nos propôs podemos decidir germinar
e reflorescer nos próximos ciclos. Renascer como faz um xamã que
testemunha a morte, a sua morte, todos os dias.
Assim como um recém-nascido necessita de uma adaptação ao
mundo físico que se encontra encarnado nós também precisamos
nos adaptar ao mundo espiritual que foi esquecido. Precisamos
reaprender a respirar, a caminhar e viver na espiritualidade.
Todo momento é um convite, uma oportunidade para que retorno a
nossa essência aconteça.
O Solstício de Inverno é mais um convite para compartilharmos com
o mundo as nossas potencialidades, o milagre de estar por aqui
aprendendo e compreendendo o mundo.
O Búfalo Branco, o Ar, as Estrelas, o reino Animal, o Corpo mental,
que simbolizam o Inverno, nos convidam a experiênciar o poder da
renovação nesta jornada terrena.
O convite está feito e eu quero poder te acompanhar nesta jornada.
“Um caminho é só um caminho,
e não há desrespeito a si ou aos outros em abandoná-lo,
se é isto que o coração nos diz…
Examine cada um com muito cuidado e deliberação.
Tente-o muitas vezes, tanto quanto julgar necessário.
Só então pergunte a você mesmo, sozinho, uma coisa…
Este caminho tem coração?
Se tem, o caminho é bom,
se não tem, ele não lhe serve.
Um caminho é só um caminho.”
(Carlos Castañeda)
Bibliografia
consultada
Website – https://xamanismoseteraios.com.br/
Felipe Rocha - Curso online Xamanismo Sete Raios
Richard Heinberg – Celebrando os Solstícios – Madras
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