1
* O Relatório P.I.S.A. (1) da O.C.D.E., pretende avaliar as competências básicas de leitura, escrita e cálculo, mas também alguns domínios mais específicos como literacia da matemática e da ciência em alunos de 15 anos de mais de 32 países (cerca de 265 000 alunos).
* O P.I.S.A. avalia até que ponto, após a conclusão da escolaridade obrigatória, os jovens estão preparados para continuarem a aprender ao longo da vida e para conseguirem analisar, argumentar e exprimir as suas ideias.
1. Problemáticas da leitura
Resultados PISA
(1) Programme for International Student Assessment.
2
Em Portugal, a informação sobre literacia da leitura foi recolhida
em 2000, em 149 escolas (138 públicas e 11 privadas) envolvendo 4600
alunos, desde o 5º ao 11º ano de escolaridade.
.
No relatório PISA 2000, o conceito de literacia da leitura
foi definido como a “capacidade de cada indivíduo
compreender, usar textos escritos e reflectir sobre eles, de
modo a atingir os seus objectivos, a desenvolver os seus
próprios conhecimentos e potencialidades e a participar
activamente na sociedade”.
3
Cada aluno foi posicionado em um de cinco níveis, com base na classificação obtida.
Estudantes com Nível de proficiência 5 (acima de 625 pontos)
São capazes de:
* realizar com sucesso tarefas sofisticadas, que envolvem processos
como: a gestão da informação em textos não familiar;
* inferir sobre qual é a informação relevante para a tarefa;
* fazer a avaliação crítica e a construção de hipóteses;
* adaptar conceitos que podem ser contrários às expectativas.
4
Estudantes com nível de proficiência 4 (entre 553 e 625 pontos) são
capazes de realizar tarefas difíceis de leitura que envolvem processos
como: a localização de informação implícita; a construção de significado a
partir de subtilezas de linguagem; e a avaliação crítica de um texto.
Estudantes com nível de proficiência 3 (entre 481 e 552 pontos) são
capazes de realizar tarefas com complexidade moderada, envolvendo a
localização de múltiplos segmentos de informação, o estabelecimento de
relações entre as diferentes partes de um texto, e o seu relacionamento com
o conhecimento familiar e quotidiano.
5
Estudantes com nível de proficiência 2 (entre 408 e 480 pontos) são capazes de realizar tarefas básicas de leitura que envolvem: a localização simples de informação; inferências de vários tipos, mas de nível baixo; a compreensão do significado de uma parte bem definida do texto; e o uso de informação exterior ao texto para a sua compreensão.
Estudantes com nível de proficiência 1 (entre 335 e 407 pontos) são capazes de realizar apenas as tarefas de leitura menos complexas desenvolvidas para o PISA, implicando a localização de uma única peça de informação, a identificação do tema principal de um texto, ou a simples conexão com o conhecimento do quotidiano.
6
Estudantes com proficiência inferior ao nível 1 na escala
global de literacia de leitura não são capazes de realizar as tarefas mais
básicas que o PISA propunha.
* Estes estudantes têm sérias dificuldades em usar a leitura
como um instrumento efectivo para o avanço e a extensão dos seus
conhecimentos e competências em outras áreas. São alunos que
poderão estar em risco não só na sua transição inicial da educação
para o trabalho, mas também na possibilidade de virem a usufruir
de outras aprendizagens ao longo da vida.
7
Portugal OCDE Portugal OCDE
Abaixo do nível 1 10% 6%52% 40%
Nível 1 17% 12%
Nível 2 25% 22%
Nível 3 27% 29%
Nível 4 17% 22%
Nível 5 4% 9%
Os resultados globais mostram que 52% dos alunos portugueses testados está abaixo do nível 3 e que apenas 4% se encontra no nível 5.
1.1. Resultados em Portugal
8
As diferenças mais significativas entre o grupo de testados que se situou no nível 1 e o que se encontrava no nível 4 são:
* alunos com melhor desempenho usam mais
estratégias de controlo (por exemplo, definição prévia da
informação de que necessita antes de começar, verificação final
do que aprendeu, verificação de que aprendeu o que era mais
importante) e de elaboração (por exemplo, estabelecimento de
relações entre temas de várias disciplinas e com conhecimentos
prévios);
9
* o interesse e o gosto pela leitura, que está associado a
melhores desempenhos, bem assim como a diversidade do que
lêem, são mais elevados entre os melhores alunos;
* o auto-conceito académico, o sentimento de eficácia, o
sentido de pertença à escola e a motivação para estudar
com vista a assegurar o seu próprio futuro são outras das
características que melhor diferenciam estes dois grupos de
alunos;
10
* os recursos educacionais existentes em casa (dicionários, um
lugar sossegado para estudar, uma secretária, livros de texto e
calculadoras), bem como os bens culturais na família
(literatura clássica, livros de poesia, obras de arte), são outros
factores de diferenciação;
* o interesse académico dos pais e o seu interesse social,
medidos pela frequência com que estabelecem interacções com
os filhos, por exemplo discutindo temas sociais, livros, filmes
ou simplesmente falando com eles, é outro aspecto
diferenciador significativo.
11
O estudo PISA também mostrou que baixos níveis de literacia estão associados a insucesso escolar, medido em anos de repetência.
Sabe-se ainda que o insucesso escolar está associado a abandono escolar precoce e a menores oportunidades sociais.
Segundo o relatório Eu não desisto – Plano Nacional de Prevenção do Abandono Escolar, em 2001, 24,6 % dos alunos portugueses abandonava a escola sem ter concluído o ensino básico, e 44.8% saía da escola sem concluir o ensino secundário.
1.2. Insucesso e abandono escolar
12
Percentagem de população que concluiu pelo menos o Ensino Secundário.
13
Segundo o relatório Eu não desisto…
* o desemprego registado em Portugal no mês de Dezembro de 2003, de
acordo com dados do IEFP (2004), elucidava que cerca de 75% de
desempregados possuía habilitações académicas não superiores ao Ensino
Básico;
Em Education at a Glance 2003 (OCDE) é possível verificar que, relativamente a
um índice 100 (correspondente ao salário médio de alguém com formação secundária),
em Portugal, o salário médio dum indivíduo sem qualificação de nível secundário é de
cerca de 60, enquanto que o salário médio de um indivíduo com formação é de cerca
de 180 (dados de 1999). Somos um dos países da OCDE onde esta diferença
salarial é mais notória.
Consequência sociais
14
A ruptura com o projecto da modernidade da sociedade industrial resulta de:
• revolução da tecnologia;
• crise económica do capitalismo;
• apogeu dos movimentos sócio-culturais de defesa dos direitos humanos e de protecção do meio ambiente.
Estas mudanças culturais, políticas e ideológicas dão
origem a uma alteração do paradigma sócio-cultural e à
redefinição do paradigma educacional
Humanista
2. Mudança de paradigma 2.1. Novo paradigma social
15
Em especial nas últimas décadas, assistiu-se à
diversificação e massificação dos formatos e
suportes da informação, com destaque,
actualmente, para os formatos digitais e a Internet.
Principais transformações / inovações tecnológicas associadas ao advento da sociedade da informação
Digitalização - Novas formas imateriais de representação e de reprodução da informação.
Redes - Desenvolvimento de sistemas convergentes de telecomunicações.
Interactividade – Desenvolvimento das condições de interacção entre fontes e receptores de informação.
2.2. O Paradigma da Sociedade da Informação e do Conhecimento
16
A informação, associada ao uso das novas tecnologias da informação e comunicação, é o instrumento fundamental para o desenvolvimento de uma cidadania activa.
Na Sociedade da Informação e do Conhecimento, a base fundamental das interacções entre indivíduos e a matéria-primado seu trabalho é a informação.
O número de profissões que trabalham directamente com informação e conhecimento, assim como das pessoas que ocupam essas profissões, não pára de aumentar.
17
A matéria prima da Sociedade da Informação
Da noção de “mão-de-obra” e dos recursos estratégicos básicos da era industrial, passou-se
para o “cérebro-de-obra” (1) e a valorização dos bens intangíveis, ou seja, dos
dados (2), da informação (3), e do conhecimento (4). A agregação destes três
valores é, nas sociedades desenvolvidas, partilhada mediante sistemas eficazes de
comunicação que não dispensam as novas tecnologias, que sustentem as redes de
circulação de informação, as quais servem de suporte à tomada de decisões mais
rápida e mais informada.
A informação é um bem mercantil, um produto de
consumo que adquire valorização económica.
(1) – Cf. ANGELONI, Maria Terezinha (2003). «Elementos intervenientes na tomada de decisões. In: Ciências da Informação..Brasília, be-1, pp.17-22. Disponível em: http://www.ibict.br/cionline/viewarticle.php?id=153 (acedido em 30/5/2008).(2) Dado - elemento usado na informação, o qual, por si só e fora de um contexto, não adquire sentido.(3) Informação – conjunto de dados inseridos num contexto que veiculam um significado.(4) Conhecimento- informação que foi processada e compreendida pelo indivíduo e que este retém na memória.
18
Interacções Sociais
As redes de informação ao dispor de todos alteraram os processos de
comunicação entre os indivíduos:
* A comunicação mediada por computadores e redes de
informação impulsionou uma gama enorme de comunidades virtuais (1).
* Os contactos sociais deixaram de estar determinados temporal e
espacialmente. Há espaços físicos de fraca frequência de fluxos de
comunicação entre os indivíduos. Em contrapartida, alguns espaços
virtuais caracterizam-se pela intensidade dos fluxos de
comunicação.
(1) Cf. CASTELLS, Manuel (2005). A era da informação: economia, sociedade e cultura. A sociedade em rede. Vol. I.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
19
Os objectivos e os valores atribuídos à leitura evoluíram ao longo da história da humanidade.
3. Novas modalidades e ambientes de leitura
Nos séculos XII e XIII, com a passagem do
modelo monástico ao modelo
escolástico, os escritos passam a
constituir um instrumento de
trabalho, não sendo apenas encarados do ponto de vista
da conservação da memória.
No séc. XVIII, com os avanços técnicos
que permitiram a generalização da
imprensa de Gutenberg (séc. XV), passou-se da leitura assente na oralidade
(intensiva e em grupo) para a leitura silenciosa (extensiva)
e potenciadora de uma autonomia do
pensamento individual.
Actualmente, o texto electrónico
está a mudar a nossa relação com o texto. Ao passar do papel para o monitor, o texto presta-se a
novas manipulações (ex. inserir no corpo de um texto outros
enunciados).
Necessidade de educar para o uso ético da
informação.
20
A leitura faz-se hoje em diferentes suportes físicos. No entanto, permanece como escrita, quer sob a forma de livro digitalizado ou CD (disco compacto), ou existindo mesmo de forma virtual e acessível em redes como a actual Internet (1).
Mais do que nunca, continua a ser necessário levar o aluno a atingir um nível de compreensão que lhe permita retirar das suas leituras o prazer ou a informação que procura, e saber avaliar o que lê para transformar informação (fidedigna) em conhecimento.
(1) CF. ANTÃO, Jorge Augusto da Silva (2000). O elogio da leitura. Porto: Edições Asa, p.8
3. 1. Relação Literacia e Tecnologia
21
Quando os alunos procuram respostas para uma questão de investigação e lêem informação da Internet, num ecrã, necessitam activar as competências que aplicam à leitura de um texto em suporte papel (1).
Activam conhecimentos prévios para seleccionarem a informação necessária.
Monitorizam a compreensão, fazendo primeiro uma leitura superficial para encontrarem as sequências de texto que contêm informação relevante e só depois uma leitura mais atenta.
(1) Cf. SCHMAR-DOBLER, Elizabeth ( 2003). « Reading in the Internet: the link between literacy and technology». International Reading Association, Inc. .
22
Determinam quais são as ideias importantes (1) - analisam o texto, desenvolvendo a compreensão do mesmo.
Sintetizam - distinguem os aspectos centrais de uma ideia.
Fazem inferências - interpretam usando conhecimentos anteriores e o texto.
(1) Cf. SCHMAR-DOBLER, Elizabeth ( 2003). « Reading in the Internet: the link between literacy and technology». International Reading Association, Inc. .
23
Vão-se questionando (1) - o que é mais importante ainda na leitura de um texto digital (hipertexto), para que se não percam nos seus objectivos de pesquisa.
Navegam - se, no texto em papel, os alunos usam o índice, o glossário, os títulos para procurar a informação, na Internet avaliam a pertinência de abrir um determinado link ou de efectuar um download.
(1) Cf. SCHMAR-DOBLER, Elizabeth ( 2003). « Reading in the Internet: the link between literacy and technology». International Reading Association, Inc. .
24
Entende-se por literacia a capacidade de processamento, na
vida diária (social, profissional e pessoal), de informação escrita e
de uso corrente contida em documentos livro e não-livro.
Tradicionalmente, o conceito de literacia avalia competências
em três domínios fundamentais: leitura, escrita e cálculo.
4. Novas Literacias
25
Actualmente, o conceito de literacia alargou-se,
englobando um vasto conjunto de competências e cobrindo
variadíssimas situações que nos permitem falar em diferentes
tipos de literacia: literacia da leitura, literacia visual, dos
média, dos computadores, digital, do uso de redes (Internet)
…
O termo Literacia da Informação é, inclusivo dos
anteriores.
4.1. A Literacia da Informação
26
(...) ser capaz de ler não define a literacia no complexo mundo de
hoje. O conceito de literacia inclui a literacia informática, a
literacia do consumidor, a literacia da informação e a literacia
visual. Por outras palavras, os adultos letrados devem ser capazes
de obter e perceber a informação em diferentes suportes. Além do
mais, compreender é a chave. Literacia significa ser capaz de
perceber bem ideias novas para as usar quando necessárias.
Literacia significa saber como aprender (1) .
(1) STRIPLING, Barbara K. , ERIC,1992, in CTAP Information Literacy Guidelines K-12, http://ctap.fcoe.k12.ca.us/ctap/Info.Lit/Guidelines.html
BIBLIOTECAS ESCOLARES LEITURA E LITERACIA NOS SEGUNDO E TERCEIRO CICLOS DO ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIO** Adelina Freire ** 09/2007
27
A literacia da informação é um processo de
aprendizagem pelo qual se: identifica uma necessidade
ou define um problema; procura recursos eficazes; reúne
e consome informação; analisa e interpreta a
informação; sintetiza e comunica com eficácia a
informação e avalia o processo.
CTAP Information Literacy Guidelines K-12,http://ctap.fcoe.k12.ca.us/ctap/Info.Lit/Guidelines.html
28
Trata-se, então, de adoptar um
comportamento adequado para obter, seja
por que canal ou meio, informação
adequada às necessidades, com espírito
crítico e com consciência de como fazer
um uso ético da mesma em sociedade.
4.2. Percepcionar o processo de pesquisa
Para o pleno uso da informação, os indivíduos necessitam de desenvolver a
consciência dos processos de metacognição que os ajudarão a desenvolver
dois tipos de competências:
Saber como localizar e como aceder a informação
Saber como compreender e usar informação
É necessário que durante os seus processos de pesquisa os alunos sejam ajudados a compreender que localizar e aceder à informação implica:
reconhecer a necessidade de informação: saber distinguir o que se sabe do que não
se sabe;
distinguir formas de solucionar o problema: saber que fontes de informação
podem satisfazer a necessidade de informação;
construir estratégias de localização: saber como desenvolver e refinar
estratégias de pesquisa;localizar e aceder: conhecer formas de encontrar fontes de informação e instrumentos
de pesquisa para aceder ao seu conteúdo e para o reter.
…Saber compreender e utilizar informação implica:
comparar e avaliar: saber como aferir a relevância e a qualidade da informação
pesquisada;
organizar, sintetizar e criar: saber elaborar um produto novo que articule
coerentemente os saberes adquiridos, que os relacione com os anteriormente
possuídos;comunicar e aplicar: ser capaz de transmitir o novo conhecimento
adquirido; ser capaz de utilizar o novo conhecimento, nomeadamente na
tomada de decisões.
BIBLIOTECAS ESCOLARES LEITURA E LITERACIA NOS SEGUNDO E TERCEIRO CICLOS DO ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIO ** Adelina Freire ** 09/2007
32
Seja, qual for o suporte em que é feita, a leitura é a base que
sustenta a capacidade de aprendizagem pessoal nas diferentes
áreas disciplinares.
As equipas das bibliotecas escolares, os professores e a
comunidade educativa, em trabalho colaborativo, deverão
empreender actividades de leitura e de animação da leitura que
favoreçam a familiaridade com a leitura e com a utilização da
informação, bem como o prazer de ler.
5. Exigências de Mudança Na Escola e na BE
33
Na escola é necessário:
- alterar culturas profissionais centradas no ensino expositivo e individualista;
- que exista um professor bibliotecário, com formação adequada e uma equipa da BE estáveis;
- apoio dos órgãos de gestão na flexibilização de horários que permitam o trabalho colaborativo;
-integração das novas realidades de pesquisa na Internet nas práticas dos docentes.
34
Na BE é necessário:
- uma colecção adequada às necessidades curriculares e aos gostos dos seus utilizadores;
-um catálogo informatizado que facilite a pesquisa;
- uma organização funcional e apelativa;
-tecnologia moderna que facilite o acesso à informação;
- apoio permanente aos utilizadores.
35
Um professor bibliotecário, com formação adequada, que promova acções na escola para :
- clarificar o novo conceito de BE, a sua missão, objectivos e a vantagem na utilização dos seus recursos numa perspectiva construtivista da aprendizagem;
- fomentar a construção participada do plano de actividades;
- fomentar o trabalho colaborativo para a formação de leitores e o desenvolvimento da literacia da informação;
- propor materiais de apoio à pesquisa que sejam amplamente discutidos e consensuais entre os professores.
(1) Tradução livre de: LOERTSCHER; ACHTERMAN (2003); Increasing academic achievement
through the Library Media Center, Salt Lake City, Hi Willow Research and Publishing, p. 46.
A Internet é como um pântano: cheio de lama e lixo, mas também uma fonte de
nutrientes e com uma diversidade esplêndida, a transbordar de vida. É difícil apreciar a
beleza de um pântano, sem algum treino (1).
- sensibilização aos colegas para o cuidado a ter quando se solicita aos alunos pesquisa na Internet, sem acompanhamento de um professor. Os alunos : * dominam de estratégias básicas de pesquisa (palavras-chave, sinónimos, pesquisa boleana… )
* Sabem avaliar websites (autor credível, informação precisa e
correcta, actualizada, várias faces da mesma questão?)
- só a intersecção dos objectivos da biblioteca com as práticas de sala de aula
contribuem para a efectivação da função educativa da BE.
- O necessário desenvolvimento de competência em Literacia da Informação é
mais eficaz se integrado nas aprendizagens de sala de aula.
- O trabalho colaborativo é uma importante estratégia que pode dar origem a
práticas de ensino e de aprendizagem motivadoras e eficazes, sobretudo quando o
grau de interdependência dos colaboradores é elevado.
6. Modalidades de trabalho Biblioteca Escolar
O Trabalho Colaborativo e a partilha de ideias entre a equipa da BE e os professores em geral tenderão a facilitar a integração dos recursos da BE nas práticas de “sala de aula”, transformando a BE num recurso central para o processo de aprendizagem.
O desenvolvimento de competências literácicas só ocorrerá com sucesso se BE e Sala de Aula estiverem perfeitamente integradas e se as concepções de ensino-aprendizagem assentes em metodologias activas e baseadas nos recursos informativos se concretizarem.
Alguns Estudos - Keith Lance e seus colaboradores (Estados Unidos)
Está comprovado
Que o desempenho académico dos alunos aumenta
quando:
• o professor bibliotecário colabora com os outros professores
para criar experiências de aprendizagem motivadoras usando os
recursos da biblioteca escolar (Colorado :I – 1993; II - 2000);
• os alunos receberam com frequência instrução em literacia da
informação pelo professor bibliotecário (Alaska -1999);
• existe um elevado grau de verdadeira colaboração entre o
professor bibliotecário e o professor de sala de aula, num
vasto leque de actividades (Illinois - 2005).
Também está comprovado:
que a colecção da BE só produz efeitos positivos nos resultados académicos dos alunos quando faz parte de iniciativas a nível de toda a escola para integrar a literacia da informação na abordagem da escola ao currículo (Pennsylvania - 2000).
Numa colaboração:
• Devem existir objectivos comuns;
• Todos os elementos envolvidos têm igual valor;
• Pode ocorrer em vários graus e nas áreas extracurricular e curricular;
Colaboração:
• O seu grau mais conseguido implica co-planificação,
co-execução e co-avaliação das unidades de ensino;
• O tempo disponível, o apoio do órgão de gestão, a
“cultura de escola”, a atenção dispensada ao
relacionamento interpessoal, são factores importantes que
podem facilitar ou constranger o trabalho colaborativo.
Colaboração: definição
«relação de trabalho baseada na confiança entre dois ou mais participantes
vistos como iguais, envolvidos numa partilha de pensamentos, de planos e na
criação de situações de ensino integrado. Através de perspectivas e
objectivos comuns, são criadas oportunidades de aprendizagem que
integram os conhecimentos específicos de cada área e as literacias da
informação, por intermédio de co-planificação, co-execução e co-avaliação
da evolução dos estudantes ao longo do processo de ensino, de modo a
melhorar as suas aprendizagens em todas as áreas do currículo.» (5)
(5) cf. MONTIEL-OVERALL (2005) - Toward a Theory of Collaboration for Teachers and Librarians. Disponível em: http://www.ala.org/ala/aasl/aaslpubsandjournals/slmrb/slmrcontents/volume82005/theory.cfm [acedido em 30/5/2008] - Tradução livre.
•O modelo A exige um número mínimo dos atributos de colaboração.
Os modelos C e D requerem maior comprometimento e mais esforço.
• A um nível de envolvimento mais intenso corresponde um maior
sucesso académico dos alunos.
Equipa da Biblioteca Escolar e Professores
Quatro modelos de relação colaborativa
45
Três tarefas fundamentais que a escola e as bibliotecas escolares devem cumprir:
7 . Para gerir a mudança na era da Informação
- formar cidadãos activos;- preparar os alunos para os mundos académico e profissional;- capacitar os alunos para a vida quotidiana.
Para as concretizar, o mais importante não é tanto o que se ensina, mas o que
os alunos aprendem.
Para tal, há que desenvolver nos alunos um amplo conjunto de
competências de leitura e literacia que lhes permitam viver e aprender num
ambiente rico em informação, e cada vez mais dominado pelas tecnologias.
Há que ajudá-los a encontrar significado pessoal (conhecimento) na
vastíssima oferta de informação.
Profissional da informação
Líder e parceiro do trabalho colaborativo
Ensino de competências em Literacia da
Informação
Acção de Formação: A BIBLIOTECA ESCOLAR: LEITURA E LITERACIA ** Adelina Freire ** Maio de 2008
UM PROFESSOR BIBLIOTECÁRIO COM COMPETÊNCIAS PARA
ORIENTAR OS “NADO-DIGITAIS”
Com a crescente disponibilidade de informação em formatos electrónicos, é
crucial para os utilizadores dirigirem-se não apenas à biblioteca mas sobretudo
ao professor-bibliotecário.
instrutor e guia
de estudantes com uma educação assente na Literacia
da Informação, numa realidade em que domina o
acesso à informação global através da Web.
Actualmente tem uma nova função