INTRODUÇÃO
Neste opúsculo sobre homilética abordamos a
necessidade vital do pregador para elaborar a
mensagem bíblica, ou seja, os mecanismos
necessários para a preparação da mesma.
A história e desenvolvimento desta arte
brilhante, que é a arte de falar em público e
especificamente da homilética que é a arte de
preparar sermões religiosos. Os tipos de sermões
mais usados e mais conhecidos, e também
abordamos as suas estruturas e como elaborá-los.
Encerramos este opúsculo dando algumas
orientações sobre alguns sermões cerimoniais como
o de casamento, funeral e aniversário.
16
1.0. DIVISÃO DA HOMILÉTICA
A matéria dividida em três seções principais, as
quais são: Homilética fundamental, material e
formal.
2.0. HOMILÉTICA FUNDAMENTAL
Visa uma compreensão objetiva dos aspectos
da homilética, sendo eles o conceito da homilética,
origem, significado, importância, objetivo e história
da mesma.
2.1. ORIGEM DO TERMO E DA HOMILÉTICA
- ANTIGA GRÉCIA: A arte de falar em público,
nasceu na Sílicia, na antiga Grécia, por volta do ano
500 a 300 a.C., com o nome de RETÓRICA (Gr.
RHETOR – orador numa assembléia), foram os
gregos Coráx, Tisios, Sócrates, Platão, Aristóteles
que desenvolveram esta arte. Um dos maiores e
mais perfeitos oradores grego foi Demóstenes.
17
- ROMA: esta arte foi aperfeiçoada e adaptada
pelos romanos com o nome de oratória (ORIS – Boca) em 106 a 41 a.C.
Os maiores oradores romanos foram Cícero e
Quintiliano.
- SEC. IV d.C – A Homilética surgiu como
discurso religioso, quando os pregadores cristãos
começaram a estruturar suas mensagens, segundo
as técnicas da retórica grega e da oratória romana.
Despontou-se neste século IV d.C. com os
pregadores gregos: Basílio e Crisóstomo e com os
latinos Ambrósio e Agostinho. O cristianismo passou
a usar esta arte como meio da pregação evangélica
com o nome de oratória sacra. Apartir do IV séc., a
retórica e a oratória tornaram-se sinônimo de
discursos profanos.
O mais famoso pregador da igreja primitiva foi
João Crisóstomo, ele era chamado de “boca de
ouro”. Foi ele que desenvolveu as primeiras teorias
homiléticas (345-407 d.C.). Entretanto, a primeira
homilética foi escrita por Agostinho. Agostinho
dividiu-a em duas partes:
18
INVENIENDE – Como chegar ao assunto, que
hoje corresponde à homilética material.
PROFERENDO – Como explicar o assunto,
que hoje corresponde a homilética formal.
IDADE MÉDIA (590 A 1517)- O maior pregador
latino nesta época foi Bernardo Claraval (1090-
1153).
HUMANISMO – Apartir de 1517 em diante
começa a história da igreja moderna, nesta época
também começa o humanismo que é a ideologia que
se concentra no valor do ser humano. Nesta época
quem escreveu a primeira retórica evangélica foi
Melanchton em 1519 e disse que a pregação
evangélica deveria incluir: Introdução, tema,
disposição, exposição do texto e conclusão.
ILUMINISMO: Este é o periodo das tendências
filosóficas entre os ocidentais. É neste período que
surge o termo Homilética, entre os séculos XVII e
XVIII, quando as principais disciplinas teológicas
receberam nomes gregos, como, por exemplo:
Dogmática, Apologética, Hermeneutica, Homilética.
19
Na Alemanha foram propostos outros nomes para
esta arte de pregar que foram KERICTICA derivado
de KERYX (pescador) e HALIÉUTICA derivado de
HALIEOS. Entretanto, o nome aceito mundialmente
foi Homilética.
O cristianismo usou esta arte como meio da
pregação que no sec.XVII passou a ser chamada de
homilética
2.2. DEFINIÇÃO DE HOMILÉTICA
O termo homilética tem suas raízes
etimologicas em três palavras de cultura grega, as
quais são:
HOMILOS: Que é um substantivo e significa
multidão, turma, assembléia do povo.
HOMILIA: Que também é um substantivo e
significa associação, companhia,
HOMILEO: Que é um verbo e significa falar,
conversar e que aparece no texto biblíco (I Co. 15:33; At. 24: 26; 20:11; Lc. 24:14,15)
20
Portanto, a idéia do termo homilética baseado
em suas definições e origem, podem ser:
A arte de falar em público
A arte de pregar
A arte de preparar sermões religiosos
A arte da organização das idéias que serão
apresentadas
A arte da apresentação do sermão
A arte de falar bem no púlpito da igreja
A teoria da eloquência
A ciência, arte e técnica de comunicar o
evangelho
O estudo de fundamentos e principios de como
preparar uma mensagem bíblica.
Estudo das maneiras de se preparar e
apresentar a mensagem cristã.
É a ciência ou arte de elaborar e expor o
sermão.
21
2.3. NATUREZA DA HOMILÉTICA
A Homilética é uma teologia prática, porque ela
ensina como pregar bem e de forma eloqüente o
evangelho. Portanto, sendo a homilética, a arte de
comunicar a mensagem do evangelho, os textos
bíblicos, eles é a ciência que mais se aproxima da
Hermenêutica (a arte de interpretar corretamante a
Bíblia) e da Exegese (a arte de expor as idéias
biblicas).
A homilética é considerada como ciência sob o
ponto de vista dos seus fundamentos teóricos
(históricos, psicológicos e sociais), é considerada
como arte em seus aspectos estéticos (a beleza do
conteúdo e da forma) e é considerada como técnica
pelo modo específico de sua execução ou ensino.
Portanto, a homilética tem esta tríplice
natureza, manifestada na pregação. Vale ressaltar
que a palavra pregar ou pregação vem do latim:
PRAEDICARE que significa proclamar, o grego usa
quatro termos que são:
22
KERYSSO – proclamar, anunciar, tornar
conhecido.
EVANGELIZOMAI – evangelizar
MARTERYN – testemunhar, testificar, ser
testemunha
DIDASKEIN – ensinar
2.4. OBJETIVOS DA HOMILÉTICA
- Disciplinar o pregador para melhor entregar a
mensagem
- Auxiliar na elaboração de temas que
apresentem em forma atraente uma mensagem com
tal eficiência que os ouvintes compreendam o que
devem fazer e sejam movidos para fazê-lo.
- Orientar os pregadores em suas prédicas a
fim de evitarem erros e falhas que os mesmos
cometem.
- Ensinar a eloquência (capacidade intelectual
de convencer pelas palavras)
23
- Ensinar onde e como se deve começar e
terminar o sermão. Há sermões que é uma cocha de
retalho uma verdadeira miscelânea de assuntos,
idéias e ensinos.
- Preparar e apresentar sermões de maneira
mais eficaz.
2.5. IMPORTÂNCIA DA HOMILÉTICA
A Homilética é importante quanto ao:
- CONTEÚDO: A prédica é a caracteristica
marcante do cristianismo. É a tarefa mais nobre
existente na terra, não é uma profissão, um negócio
ou uma aventura, mas um privilégio.
QUANTO AO LUGAR CENTRAL: É a
coroação da preparação ministerial, porque para ela
converge toda a teologia.
QUANTO AO OBJETO: Se interessa
exclusivamente pelo bem-estar das almas, o bem-
estar do homem criado por Deus. Três elementos no
mínimo participam da prédica, são eles: DEUS
24
(autor da mensagem); PREGADOR (comunicador); RECEPTOR (ouvinte).
3.0. HOMILÉTICA MATERIAL
Ela está voltada para o texto bíblico em si e
para o material básico necessário á Homilética.
3.1. BIBLIA, MATERIAL BÁSICO DO SERMÃO
A prédica evangélica baseia-se, origina-se,
inspira-se e motiva-se na Palavra de Deus. Deus
fala através da Bíblia. A pregação deve ser:
TEXTUAL: Fiel ao texto pelo qual optamos.
Isto que não adianta ler um texto e não explica-lo.
Há quem tome um texto e depois se esquece dele.
ESCRITURÍSTICA: Bíblia, em conteúdo
doutrinário e ético. A mensagem deve basear-se na
Bíblia. É um crime utilizar o púlpito e não pregar a
Bíblia.
25
A pregação evangélica não é uma pesquisa
cientifica, análises psicológicas, nem suposições
teológicas e revelações extra-biblicas.
CRISTOLÓGICAS: Em seu conteúdo principal.
O centro da pregação é Jesus Cristo. Existe muitas
maneiras dese começar uma pregação, mas há uma
só maneira de se terminar: apresentando a Cristo. A
Bíblia através de Cristo transforma (I Co. 1:22, 23; At.
2:22-36). Muitas pregações são egocêntricas (“Eu fiz
isso, preguei, determinei, reivindiquei, exigi”). Muitas
pregações são antropocêntricas, ou seja, apenas o
homem é exaltado (“Você é vitorioso”, “Você é
vencedor”). Na verdade muitos cultos já iniciam de
forma errada, isto ocorre quando o líder ensina as
pessoas a virem ao culto para receber bençãos,
quando na verdade desde o A.T. o cerne do culto
sempre foi oferecer e não receber (Ex. 23:15). As
bençãos são consequências do que eu ofereço a
Deus (adoração, gratidão, louvor,...)
PRÁTICA: A pregação deve ser prática em sua
aplicação as necessidades reais de nossas igrejas.
O pregador quando apresentar a salvação tem que
26
mostrar como fazer para ser salvo. Da mesma
forma, quando falar sobre santificação ou qualquer
outro tipo de mensagem doutrinária deve explicar
como fazer ou como ser.
3.2. PREPARO DO PREGADOR
A- CONHECER PROFUNDAMENTE A BÍBLIA DE GN. – AP.. Deve conhecer sua origem, sua
composição, estrutura, propósito, caráter e seus
efeitos. Há pregadores que nunca leram toda a
Bíblia.
Noventa por cento (90%) dos sermões
pregados na igreja baseiam no N.T. como se o A.T.
não contesse mensagem para a igreja ou não
apresentasse Jesus. Quando na verdade todo o A.
T. testifica de Jesus (Jo. 5:39; Lc. 24:25,26), e o
próprio Jesus disse que os saduceus erravam por
não conhecer as Escrituras referindo-se ao A.T. (Mt. 22:29). O sermão do Pentecoste foi extraído do A.T.
(Jl. 2:28-30), a igreja primitiva usava o A.T. (AT. 17:11; 2:17-25). O apóstolo Paulo disse que tudo
27
quanto foi escrito referindo-se ao A.T., foi escrito
para o nosso ensino e exemplo (Rm. 15:4; ICo.10:6,11). O A.T. apresenta Cristo por meio de
Cristofania, profecias e tipos.
O N.T.. Nos evangelhos nós somos levados a
crer em Cristo; nas epístolas somos levados a amá-
lo e no Apocalipse somos levados a esperá-lo.
B- É PRECISO FAZER UM ÁRDUO TRABALHO EXEGÉTICO E ESTILISTICO DO TEXTO NO PREPARO DO SERMÃO: Ler o texto
várias vezes (o pregador Dr. CampBell Morgan
costumava ler pelo menos 50 vezes).
Memorizar o texto a ponto de
reproduzi-lo (Bezzel memorizava todos os
textos).
Observar o contexto imediato
(versiculos anteriores e posteriores e
capítulos próximos do texto), e o remoto (o
livro inteiro ou toda a Bíblia). Portanto esta
prática de fechar e abrir a Bíblia e no texto
que cair fazer uma interpretação isolada é
28
anti-hermenêutica, como da mesma forma,
caixinha de promessa, quando os textos são
tirados do contexto e os interpreta
isoladamente. Hermeneutica e exegese são
companheiras da homilética na preparação
do sermão.
Verificar a forma literária do texto
(história, milagres, parabóla, promessa,
profecia, advertência e entre outros)
Descobrir o significado exato de cada
palavra básica do texto. (Como por exemplo,
esquife, libação, incenso, graça, misericórdia
e entre outros)
Anotar peculiaridades de texto, como
por exemplo, palavras que se repetem,
perguntas, comparações entre outros
Pesquisar as circunstâncias históricas
e culturais, como por exemplo, o que era
alfândega, roupas de homens e mulheres,
ósculo santo, fariseus, estóicos e epicureus, o
29
que era caminho de um sábado, o que era um
jornaleiro entre outros
O pregador precisa na hora de estudar
o texto descobrir o assunto mais importante
do texto, como por exemplo, o texto de (Fp.
2:6-11) que se trata da encarnação de Cristo, o
assunto principal desse texto é a humildade
que Paulo está ensinando aos filipenses.
Descubra o sujeito (quem está falando
ou agindo), predicado (o que está falando ou
fazendo), os complementos (o que, onde,
como, aque, por que, para quê e etc).
3.2.1. FERRAMENTAS AUXILIARES
Para fazer uma boa exegese do texto é preciso
ter algumas ferramentas que são indispensáveis no
estudo do texto bíblico. Vejamos:
Chaves bíblicas
Concordância ou versiculário
30
Várias versões da Bíblia (ARA, ARC,
LH, NVI e entre outras)
Comentários dos livros da Bíblia
(esplicação teológica ou textual mais
profunda).
Atlas bíblica
Dicionários (da língua materna-
semiologia, etimologia e biblica).
Enciclopédia (conhecimentos históricos
ou técnicos particulares).
Léxico (dá mais segurança quanto à
tradução adotada).
3.2.2. PREPARO INTELECTUAL
CONHECIMENTOS GERAIS: O
pregador deve ser um leitor inveterado e
insáciavel de informação. Ele deve ser um
amante de livros, inteligente, criativo, culto e
ter a sua bilbioteca. O pregador não pode ser
homem de um livro só. Porque quanto mais
31
cultura ele tiver, mais fácil e mais eficiente
será o seu ministério. O apóstolo Paulo
quando estava preso solicitou a Bíblia e os
livros (II Tm. 4:13). A pessoa que abraça a
carreira de pregador deve estar bem
consciente de que escolheu uma função
intelectual.
ESTAR ATUALIZADO COM OS ACONTECIMENTOS DO MUNDO: O
pregador deve estar atualizado porque isso é
útil na sua mensagem, principalmente quanto
aos eventos escatológicos.
VOCABULÁRIO: O pregador deve ter
o cuidado para não ficar pronunciando
palavras erradas no púlpito da igreja. Ele
deve ter uma mensagem simples, mas não
uma linguagem chã. Ter cuidado com gírias e
até palavras ditas no quintal da casa.
Outro fator importante é que o pregador deve
pregar para se expressar e não para
impressionar, ou seja, deve ter o cuidado com
a linguagem muito elevada e complexa, na
32
verdade ele deve pensar como os letrados,
mas falar como o povo compreende. O
verdadeiro comunicador é aquele que alcança
qualquer auditório. Outro cuidado que ele
deve ter é não ficar falando ou citando
palavras do grego e hebraico se as pessoas
não compreendem.
CONHECIMENTO TEOLÓGICO: O
pregador deve conhecer muuito bem a
teologia sistemática, história eclesiástica,
história dos hebreus, ética cristã e entre
outros.
3.2.3. PREPARO ESPIRITUAL
O preparo espiritual é o mais importante para o
pregador, porque o preparo espiritual implica em:
- Ser um homem de oração;
- Dependência do Espírito Santo;
- Ter uma vida de piedade, ou seja, de nada
adianta pregar bem e não viver o que prega;
- Compromisso com Deus. Deve pregar o que
as pessoas precisam ouvir.
33
- O sermão tem que ter unção, ou seja,
inspiração divina.
3.2.4. PREPARO TÉCNICO QUANTO A VOZ
A voz determina a personalidade de quem fala
e é o veiculo da pregação. Portanto, o pregador
deve ter alguns cuidados. Vejamos:
VELOCIDADE NO FALAR: Há
pregadores que falam tão rápido que mais
parece um narrador de futebol radiofônico.
Entretanto, há outros que mais parece uma
preguiça ou tartaruga no falar e acaba se
tornando um babá no púlpito, ou seja, fala tão
devagar que acaba fazendo as pessoas
dormirem. Na introdução a voz deve ser mais
lenta e mais baixa, mas no decorrer da
mensagem ela deve ser alterada.
MODULE A VOZ DE ACORDO COM O AMBIENTE: Há pregadores que pregam
em determinados lugares pequenos como se
estivessem num estádio de futebol. Outro
34
cuidado é não confundir grito com eloqüência.
O grito é a manifestação cabal de quem não
tem argumento ou mensagem para pregar.
ENTUSIASMO: O pregador deve
pregar para cinco pessoas como se tivesse
pregando para cinco mil, no sentido de
entusiasmo, ou seja, deve pregar para a
glória de Deus e não para sua vaidade. Outro
cuidado que o pregador deve ter é com o ato
de preencher lacunas com “Amém”, “né”, “né
irmãos, ou com “aleluia e glória” inconsciente,
aleatória e desenfreada. Vale ressaltar que o
pregador não deve obrigar também o povo a
dar glória e aleluia para satisfazer o seu ego
ou para sensação que a mensagem está
tendo resultado.
4.0. CUIDADOS QUE O PREGADOR DEVE TER NO PÚLPITO
- MENSAGEM: O pregador não pode usar o
púlpito para desabafo, atacar os inimigos, expor
problemas pessoais ou problemas de membros da
igreja. Também é preciso ter cuidado com as piadas,
35
o pregador não é um comediante ou animador de
auditório. “Particularmente, ele não deve fazer piadas das
questões eternas”1.
POSTURA: O pregador precisa ter alguns
cuidados quanto à forma de se portar no pulpito,
como por exemplo, sentar de pernas abertas, limpar
o nariz, cruzar os braços ou debruçar-se em cima do
púlpito, pular no púlpito, ficar movendo objetos. O
pregador precisa saber usar o corpo e a voz. Pregar
não é fazer show, púlpito não é palco e nem a igreja
é platéia; o pregador não é palhaço, nem artista.
Entretanto é preciso que haja equilibrio na forma de
se portar, porque ele também não é múmia para
ficar como estátua, bom senso e princípios para não
se portar de forma irreverente.
GESTOS: O pregador precisa também ter
muito cuidado quanto aos gestos, isto porque o
corpo fala. Vejamos alguns exemplos: ficar com a
mão na cintura, olhando para cima ou para o chão,
ou para uma só pessoa, o tempo todo, dezenas de
vezes ajeitando o nó da gravata, com as mãos no
1 Warrem & David Wersche – O pregador – pág. 103
36
bolso, ou ficar olhando para a parede dos fundos da
igreja, falar de situações tristes rindo e alegre,
imitarem os gestos de outros pregadores, abrindo
mão de sua originalidade.
MICROFONE: O microfone não é para comer
ou encher de cuspe, deve se mantiver uma distância
de 10 a 50 cm durante a mensagem. O microfone
deve ser mantido no nível ou abaixo do queixo
durante a mensagem, conforme boa regra deve ser
evitada pegar o microfone na mão e sim usar o
pedestal.
DURAÇÃO DA MENSAGEM: Quanto ao
tempo da mensagem é preciso ter alguns cuidados,
como por exemplo, em uma saudação o tempo ideal
é de 3 minutos, em um testemunho 5 minutos, em
uma breve palavra de 8 a 10 minutos e quanto à
mensagem oficial segundo a regra, o ideal é de 40
minutos, mas isso é muito relativo.
Outro detalhe é quanto à oração que todo
pregador costuma fazer após a leitura do texto, ele
não deve orar demasiadamente, desperdiçando o
tempo da mensagem, pois o pregador deve orar em
37
casa, ou seja, na preparação da mensagem, nem
orar em nome o Pai, Filho e Espírito Santo, porque
está é a fórmula para o batismo e não para oração.
PSEUDA-HUMILDADE: O pregador deve ter
cuidados com algumas falsas humildades, como por
exemplo: “Não sei falar, não sou pregador, não
entendo nada”, a humildade não pode ser anunciada
ou alardeada, ela aparece naturalmente. Existem até
aqueles que se vestem mal pensando que isto é
humildade. Vale ressaltar que o pregador nunca
deve dizer que não está preparado ou foi
supreendido.
5.0. CUIDADOS COM EXPRESSÕES INVENTADAS
Existem algumas expressões que parecem ser
verdadeiras, mas não são, e que o pregador deve
ter o cuidado para não repeti-las. Exemplos:
- QUEM NÃO VEM PELO AMOR VEM PELA DOR: Os fatos de algumas pessoas reconheceram
ao Senhor apenas por meio da dor, não significa que
tenha sido o Senhor que tenha se utilizado deste
38
meio para salvar a pessoa, mas a própria pessoa é
que apenas desta forma buscou a Deus. Deus não
quer que ninguém lhe sirva a força, e também Ele dá
ao homem livre arbítrio (Zc. 4:6), e não podemos
olvidar que a pessoas que nem mesmo pela dor se
arrependem (Pv. 29:1).
- CAIR É DO HOMEM E O LEVANTAR É DE DEUS: O cair é do homem e o levantar também é do
homem, embora seja com a ajuda de Deus. Mas se
ele caiu, ele é que tem o dever de se arrepender e
buscar ao Senhor (Lc. 15:18; Pv. 24:16; Tg. 4:8; Ef. 5:14; Ap. 2:5).
- NÃO CAI UMA FOLHA DA ÁRVORE, SE NÃO FOR DA VONTADE DE DEUS: Os homens
têm livre arbítrio (Tg. 4:8), o homem recebeu a
responsabilidade de cuidar da terra (Gn. 1:26; 2:15), isto significa dizer que ele pode preservar ou destruir
a natureza, embora ele tenha que prestar conta no
dia do juízo por tudo que ele fez por meio do corpo,
ou bem ou mal (II Co. 5:10; Ap. 20:12).
- FAÇA O BEM SEM OLHAR A QUEM: Isto é
incoerente e antibiblico, porque não podemos fazer
39
o bem de olhos fechados, ou seja, fazer o bem a
quem age de má fé e é vigarista, isso é imprudência
(Mt. 10:16).
- A VOZ DO POVO É A VOZ DE DEUS: Para
isto ser uma verdade era preciso que os homens
tivessem os mesmos pensamentos de Deus e
trilhasse o seu mesmo caminho (Is. 55: 8,9). Entretanto pouco são os fiéis (Mt. 7:13,14), e muitos
são os que se desviam da verdade (II Co. 2:17). Um
bom exemplo disso é aquele em que os homens
chamaram Jesus de pecador (Jo. 9:16), e que tinha
espirito de Belzebú (Mt. 12:24) enquanto Deus dizia
que Ele era o seu Filho amado (Mt. 3:17).
Portanto estas e outras expressões inventadas
são muito comuns ouvi-las no púlpito, mas aquele
que maneja bem a palavra da verdade não se
deixará enganar-se por nenhuma delas.
6.0. HOMILÉTICA FORMAL
40
O sermão é uma peça literária que se
compõem normalmente de oito partes: titulo, texto,
tema, introdução, tese, argumentação ou assunto,
conclusão e apelo.
E classificam-se em três partes:
INTEGRANTES – Introdução, corpo e
conclusão.
NÃO INTEGRANTES – o texto, o tema,
duração e tipos de ouvintes.
AUXILIARES – são os subsídios, os que dão
corpo a mensagem, histórias e ilustrações.
Vejamos aqui o que significa cada parte da
composição de um sermão:
6.1. INTRODUÇÃO OU EXORDIO
É a parte inicial do sermão. É a parte vital do
sermão. Na introdução o pregador pode perder ou
ganhar a atenção do auditório. “É o vestíbulo ou a
41
plataforma de acesso ao ponto central da argumentação”2.
Isto porque a introdução tem os seguintes objetivos:
- Levar o auditório a um relacionamento com o
tema apresentado
- Cativar o interesse ou prender atenção do
ouvinte pela mensagem
- Despertar curiosidades
Ela deve ser clara, curta e objetiva. Portanto
não deve ir além de cinco minutos.
6.1.1. TIPOS DE INTRODUÇÃO
- TEXTUAL: explicação de fatores de
importância relacionada com o texto.
- CONTEXTUAL: quando os antecedentes do
texto falam do mesmo assunto do texto a ser
pregado. EX.: se pregar-mos sobre uma das
parabolas de Lc.15, as outras duas podem ser
citadas porque falam da mesma verdade.
-MANCHETES
2 Silva, Severino Pedro – Homilética, o pregadpr e o sermão – pág. 44
42
- ESTATÍSTICAS
-EXPERIÊNCIAS PESSOAIS OU DE TERCEIROS, DESDE QUE ESTEJA RELACIONADO COM O TEMA.
6.2. CORPO OU DESENVOLVIMENTO
É a parte central ou o centro da pregação. O
corpo da mensagem é uma das partes mais
importantes do sermão. Na verdade o corpo são as
divisões do sermão. E as divisões são as partes
principais de um sermão organizado dentro da
unidade da mensagem. Constituem o esqueleto da
mensagem e o desdobramento das ideias contidas
nas divisões. É o conjunto de fatos, idéias, provas e
de argumentos para a explicação do tema ou do
assunto apresentado. “Aquele que não ordena seus
pensamentos, não pode ser senhor de suas palavras”3.
É a parte mais difícil porque é proporcional a
inteligência e a cultura do pregador. E esta que vai
valorizar o sermão e o pregador.
3 Ilton, Gonçalves – Homilética – pag. 06
43
Portanto o corpo ou as divisões deve conter:
- Sequências das idéias a serem apresentadas,
ou seja, a explicação das divisões. As divisões
podem ser duas a cinco, quanto mais divisões mais
complexo ficará.
- A argumentação do tema
- A sua apresentação lógica, ou seja, a unidade
dos pensamentos. É preciso saber colocar em
ordem as divisões, ou seja, os pontos que vão ser
incluídos na mensagem. O ultimo deve ser o mais
forte.
- A explanação do texto da mensagem. Um
pregador pode ser mau, medíocre, regular, bom,
ótimo ou excelente, na medida em que ele sabe
tratar do assunto. É fácil achar temas o difícil é ter
assunto para justificá-los ou para demonstrá-lo. Para
ter um tema basto ter uma idéia, mas para ter
assunto é preciso penetrar na idéia, analisa-la,
conhecer suas partes e as relações existentes entre
elas. Vale ressaltar que quando um pregador
reclama por falta de assunto, pode ser falta de
44
oração, estudo da Biblia, negligência aos estudos,
falta de mordomia do tempo ou falta de vivência com
a Palavra de Deus. Apesar de que poucos sabem
distinguir um bom sermão de balela, alimento de
palha. Para alguns o pregador é ótimo se apela para
emoções, pelos chavões, frases de efeito, gestos
dramáticos, embora vazio de conteúdo.
6.2.1. OBJETIVOS DAS DIVISÕES
-Promover a clareza das idéias
-Persuadir a pessoa a crer em Cristo e
dissuadi-la a desistir do pecado e tudo aquilo que é
contrario a vontade de Deus.
-Promover a explicação de forma mais clara do
texto a ser pregado.
É aconselhavel dividir no máximo em cinco
tópicos.
45
6.3. CONCLUSÃO DO SERMÃO
É o ponto mais elevado do sermão. Porque é
na conclusão onde o pregador faz a explicação do
que pregou no corpo do sermão. A conclusão revela
se a mensagem atingiu o seu objetivo. E o objetivo
do sermão não é simplesmente explicar um tema,
mas atingir um objetivo, ou alcançar um propósito.
Na verdade a introdução mostra aonde vai, e a
conclusão aonde fomos.
A conclusão é uma síntese de todas as
verdades que foram ditas, e a última parte do
sermão. É o fechamento do sermão e deve ser bem
feita. A conclusão reduz tudo o que disse em termos
práticos.
6.3.1. FORMAS DE CONCLUSÃO
Depende do tipo de mensagem, do pregador,
bem como o estado ou condição do ouvinte.
Portanto vejamos alguns tipos de conclusão.
1- RECAPITULAÇÃO – Quando a mensagem
consiste numa série de pensamentos ou idéias,
46
exigindo dos ouvintes muita atenção. Então deve
destacar pensamentos chaves e pontos
importantes.
2- NARRAÇÃO OU ILUSTRAÇÃO- Uma
ilustração como resumo da verdade principal da
mensagem.
3- APLICAÇÃO OU APELO- Um convite ou
apelo para provocar um maravilhoso efeito no
coração do ouvinte. Leva o ouvinte a identificar-se
com a mensagem. Não pode ser obrigatório,
insistente, breve, claro, objetivo e honesto.
4- POESIA, LIVRO OU CORINHO- Desde que
seja pertinente a mensagem.
Portanto é preciso ter alguns cuidados como:
- Não fugir do assunto ou do texto
apresentado;
- E a conclusão deve ser curta, simples e
objetiva, não fique dizendo, já estou acabando e
nunca acaba.
47
6.4. O TEXTO
Toda mensagem bíblica é baseada em um
ou vários textos bíblicos, não em filmes,
ilustrações, experiências pessoais, sugestões
teológicas e comentários de Bíblias de estudo.
O texto é a passagem bíblica que
fundamenta o sermão. Entretanto é preciso ter
alguns cuidados na escolha do texto bíblico.
Vejamos:
- Que estejam na capacidade de
interpretação do pregador.
- Escolher textos conhecidos do pregador,
para não querer explicar o inexplicável.
6.5. O TEMA
É o assunto que forma a base da
mensagem do pregador, deve estar associado a
um texto bíblico.
48
O tema tem como propósito despertar o
interesse, a curiosidade por parte do ouvinte. Os
temas podem ser classificados em:
- Forma Afirmativa (perdidos e achados)
-Forma Exclamativa (ganho mediante
perda)
-Forma Interrogativa (quando Jesus
voltará)
Há diversos tipos de temas, como: Gerais
(fé, salvação, Trindade, e entre outros),
Especifícos, Doutrinário, Prático, Evangelistico,
Ocasional e entre outros. Vale ressaltar que o
tema não pode ter natureza negativa.
6.6. ILUSTRAÇÕES
É ensinar mediante exemplo, tem como
objetivos:
- Tornar clara a mensagem mediante um
exemplo ou descrição de um incidente.
- Possibilitar o esclarecimento e a
compreensão da mensagem
49
- Auxiliar a memória. As pessoas se
lembram mais das ilustrações do que dos
argumentos.
- Atrair a atenção e tornar o sermão mais
atraente.
6.6.1. NATUREZA DA ILUSTRAÇÃO
Ela pode ser uma:
- Parábola
-História (incluindo fábula ou anedota).
Entretanto é preciso ter cuidados com piadas
para não banalizar as coisas eternas.
- Experiência profissional
- Acontecimento histórico
- A própria imaginação do pregador.
Vale ressaltar que é preciso ter alguns
cuidados como:
- Ilustrações que comprometam o texto
bíblico
50
- História não bíblica, a origem da mesma
deve ser citada.
- O pregador deve ter o cuidado de não ficar
o tempo todo contando histórias.
7.0. MÉTODO DE PREPARAR E PREGAR SERMÕES
Existem três métodos pelos quais os
pregadores podem preparar e pregar o sermão.
7.1. Escrever e ler o sermão
Vantagens:
Traz habilidade ao pregador em escrever
Emprega as palavras com bastante cuidado
e segurança
Conserva melhor a unidade do sermão
Evita que o pregador fique nervoso e
preocupado com o que vai falar
Cita o texto com bastante precisão
Desvantagens:
51
Fica presa a leitura e perde o contato com
os ouvintes
E se não souber ler bem terá problemas
7.2. Escrever, decorar e recitar o sermão
Vantagens:
Exercita a desenvolver a memória
Deixa o pregador livre para gesticular
Parece mais natural
Desvantagens:
Pode esquecer uma palavra ou frase,
pondo assim em perigo todo o sermão e cair em
descrédito.
7.3.Preparar um esquema e pregar
Vantagens:
Habitua-se a desenvolver o pensamento e
fica livre para gesticular
Fica livre para usar sua imaginação e usar
ilustrações que se lembra no momento.
Desvantagens:
52
Perde o hábito de escrever
Pode esquecer o tema
Pode ser menos apurada a mensagem.
Obs.: Este é o método mais utilizado na
oratória.
8.0. TIPOS DE SERMÕES
Sermão, tecnicamente é um discurso
falado, tecnicamente elaborado, e biblicamente é
a demonstração do Espírito e do poder (II Co. 2:4), dirigindo a mente, objetivando persuadir os
ouvintes. Há vários tipos de sermões, os mais
conhecidos e mais usados são três: TEMÁTICO,
TEXTUAL, EXPOSITIVO.
Vejamos como elaborar e desenvolver cada
um deles:
8.1. TEMATICO OU TÓPICO
É quando o assunto ou tema sai do texto e
as divisões da cabeça do pregador. É aquele
53
cujas divisões principais derivam de um tema
independente do texto bíblico.
Este tipo de sermão é apropriado para
retiro, cruzadas congressos e entre outros. Neste
tipo de sermão é aconselhavel primeiro buscar o
substantivo depois o verbo. Neste sermão
deve-se escolher um versiculo do texto e fazer
um tema, e as divisões não pode usar as
palavras do texto e sim os princípios da palavra.
Na verdade este tipo de sermão não se baseia
na análise do assunto. Vale ressaltar que uma
forma lógica e pretica para desenvolver um
sermão temático é a utilização das perguntas
básicas (porque?, quando?, como?, onde?, o
que?).
Entretanto este tipo de sermão tem algumas
vantagens e também desvantagem. Vejamos:
54
VANTAGENS DESVANTAGENS
-Facilita a
eloqüência
-É possivel
negligenciar a Palavra de
Deus
-Facilita a
manipulação
- Atrair a atenção para
o pregador
-Facilita à
retórica
- Pode secularizar a
pregação
8.1.1. EXEMPLOS DE SERMÕES TEMÁTICOS
1- TEMA: Uma casa abençoada
TEXTO: Js. 24:15
INTRODUÇÃO
CORPO OU DIVISÃO
55
1- É aquela que serve a Deus (Sl. 128:1-4)
2- È aquela que é fiel a Deus (Hb. 3:2)
3- É aquela que vive em união (Mt. 12:25)
CONCLUSÃO
2- TEMA: A Paz verdadeira
TEXTO: Ef. 2:17
INTRODUÇÃO
CORPO OU DIVISÃO
1- A paz vertical (Jo. 16:33)
2- A paz horizontal (Hb. 12:14)
CONCLUSÃO
3- TEMA: O benefício do perdão
TEXTO: Ef. 4:32
INTRODUÇÃO
CORPO OU DIVISÃO
1- Perdoar e sendo perdoado (Mt. 6:12)
56
2- O perdão limpa o coração (Mt. 5:8; Ef. 4:31)
3- O exercício do perdão (Mt. 18:21,22)
CONCLUSÃO
4- TEMA: Viver sem condenação
TEXTO: Rm. 8:1
INTRODUÇÃO
CORPO OU DIVISÃO
1- Diante dos homens (Lc. 19:8,9)
2- Diante de Deus (Rm. 5:1)
3- Diante de si mesmo
4- Diante do diabo (Ap. 12:10)
CONCLUSÃO
A estrutura do sermão (tema, texto,
introdução, corpo, conclusão), é comum para
todo tipo de sermão. Nestes exemplos mostrados
57
explicamos como se elaborar um sermão
temático. Nos dois primeiros exemplos e no
quarto utilizamos o substantivo do texto para
elaborar o tema e as divisões saíram da minha
cabeça, ou seja, elas não estão no texto. Após o
tema e texto vem a introdução que devo fazer
conforme já foi ensinado e depois vem as
divisões e por fim a conclusão que também deve
ser feita como já foi anteriormente ensinado. Vale
ressaltar que quanto às divisões eu preciso
fundamentá-las com textos bíblicos, embora elas
tenham saído da minha cabeça. No terceiro
exemplo usamos um verbo do texto para
formular o tema.
8.2. SERMÃO TEXTUAL
É aquele que cujas divisões principais derivam
de um texto bíblico de pequena proporção. A grande
diferença deste tipo de sermão para o temático é
que tanto o tema como as divisões saem do texto. O
texto sugere as divisões e as divisões não devem
ser forçadas, exige-se perspicácia, perícia e
58
paciência. O segredo no sermão textual é localizar
os verbos. Outro segredo são as palavras sinônimas
ou as palavras que são repetidas no texto, elas
merecem foco. Vale ressaltar que neste tipo de
sermão apenas uma breve porção da Bíblia, deve
ser lida, ou seja, apenas um versículo ou até três
versículos, pois não deve ser mais do que isto,
senão será um sermão expositivo, a grande
vantagem deste tipo de sermão é a explicação da
Palavra de Deus, e permite uma maior profundidade
no conteùdo da mensagem; a desvantagem é que
ele não permite o tratamento completo dos
assuntos. Vale ressaltar que uma forma lógica e
pratica para o desenvolvimento é utilizar as divisões
do próprio texto.
Vejamos alguns exemplos:
1- TEMA: Visões em tempo de crises
TEXTO: Is. 6:1,5
INTRODUÇÃO
CORPO OU DIVISÃO
1- Visão de Deus – v. 1
59
2- Visão de si mesmo – v. 5
3- Visão dos outros – v. 5
CONCLUSÃO
2- TEMA: Expressões do mundanismo
TEXTO: I Jo. 2:16
INTRODUÇÃO
CORPO OU DIVISÃO
1- Concupisciência da carne
2- Concupisciência dos olhos
3- Soberba da vida
CONCLUSÃO
3- TEMA: Negativas da vida Cristã
TEXTO: Sl. 1:1
INTRODUÇÃO
CORPO OU DIVISÃO
60
1- Não anda
2- Não se detém
3- Não se assenta
CONCLUSÃO
No primeiro e no terceiro usamos os verbos
do texto para elaborar o tema e as divisões, e no
segundo as palavras repetidas do texto.
7.3. SERMÃO EXPOSITIVO OU MENSAGEM NARRATIVA
É aquele cujas divisões principais derivam
de uma grande porção das Escrituras,
apresentadas de forma progressiva. Na verdade
todo sermão é expositivo, mas aqui indica a
extensão do texto.
O sermão expositivo propõe-se a analisar
um fato histórico textual. É descrever com
detalhes o texto durante a pregação. Não é
apenas um mero comentário do texto e sim uma
análise pormenorizada, ele parece um pouco em
sua estrutura com o sermão textual sendo que
ele assume um caráter mais extenso e
61
progressivo. O tema, os tópicos e subtópicos são
extraídos diretamente do texto e giram em torno
de um assunto (parábola, história, milagre) que
pode ser vários versículos, um capítulo ou um
livro completo da Bíblia. Vale ressaltar que uma
forma lógica e pratica para o desenvolvimento de
um sermão expositivo é a descrição do episódio.
Vejamos um exemplo:
TEMA: Davi, um homem segundo o coração de Deus
TEXTO: I Sm. 16
INTRODUÇÃO
CORPO
1- Sua chamada
1.1- Em pleno trabalho
1.2- Em plena crise de liderança
2- Aspectos gerais de Davi
2.1- Seu nome
2.2- Aparência física
62
2.3- Temperamento
2.4- Posição familiar
3- Caráter
3.1- Obediente
3.2- Humilde, paciente
CONCLUSÃO
A grande vantagem deste tipo de sermão é que
exige mais do pregador, não se trata de um mero
comentário do texto, mas de uma análise
pormenorizada e não permite idéias próprias.
9.0. DIFERENÇAS DOS TRÊS SERMÕES
APRESENTADOS
TEMÁTICO TEXTUAL EXPOSITIVO
- Gira em
torno de um tema
- Gira em
torno de um texto
- Gira em torno de
um assunto
- As
divisões saem da
cabeça
do pregador
-As
divisões
saem do texto
- As divisões saem
do assunto
63
10. SERMÕES CERIMONIAIS
Queremos neste tópico dar uma breve
orientação na apresentação de alguns sermões
cerimoniais. Como por exemplo, o sermão para
casamento, sermão para funeral e o para
aniversário.
10.1. SERMÃO PARA CASAMENTO
Este tipo de sermão não pode ser análitico ou
com regras preestabelecidas, mas uma mensagem
prática e com algumas recomendações dirigidas ao
casal. Entretanto, o ministro deve evitar ficar falando
um monte de coisas que deve ou não deve fazer,
nem muito menos fazer um discurso cheio de
advertências, repreensão ou até mesmo censuras,
porque o aconselhamento aos noivos devem ser
antes do casamento e aqui eles já estão casando.
Vale ressaltar que a mensagem nupcial possui um
teor ético e bíblico, mas não moralista. O assunto
principal deste tipo de sermão deve ser baseado em
64
passagens bíblicas alusivas a tais acontecimentos.
Mencionando o testemunho bíblico sobre a origem,
definição e natureza do casamento. O ministro
também deve ter o cuidado de não deixar o casal
em pé por muito tempo, ministrando um sermão de
50 minutos, uma hora ou até mais; ter cuidado com
pseudas-espiritualidade e indecências, como por
exemplo, ficar falando em linguas estranhas,
profetizando e coisas deste tipo durante a
ministração.
O ministro deve familiarizar-se com as leis do
estado e da nação onde for celebrada a cerimonia,
certo de cumprir os requisitos legais. O Casamento
religioso no Brasil só acontece após ser realizado o
casamento civil perante o juiz no cartório.
O pastor deve ter um livro de registro no qual
fará constar o casamento.
Vejamos um exemplo de um sermão para
casamento:
TEMA: A importância de Jesus no casamento
65
TEXTO: Jo. 2:1-11
INTRODUÇÃO
CORPO
1- O casal convidou Jesus
2- Jesus presente no casamento
3- O presente de Jesus
CONCLUSÃO
10.2. SERMÃO PARA FUNERAL
Este tipo de sermão deve ser breve, simples e
de fácil compreensão para não perder seu objetivo
principal. Na verdade este sermão é um dos mais
dificeis de se pregar, pois as pessoas estão
entristecidas, amarguradas e abatidas. Portanto, o
ministro deve pregar uma mensagem de consolação
e levar aos presentes uma meditação de estar
preparado para o viver e o morrer e levá-los a
compreender a necessidade de um encontro com
Deus. Vale ressaltar que é preciso ter o cuidado de
não querer julgar as pessoas ou censurar os
66
presentes. O sermão fúnebre não pode ser um
discurso sentimental, um discurso de elogios ao
falecido ou dura sentença de julgamento. O sermão
fúnebre deve ter duas proclamações: A proclamação
da vida e a proclamação da morte. A finalidade e
admoestar, advertir, instruir e, sobretudo confortar e
fortalecer no sentido de que as almas sejam ganhas
para o abençoado porvir. Vale ressaltar, que é uma
oportunidade digna de maior consideração e
meditação, ideal para que se leve a um público
heterogêneo a mensagem de esperança e salvação
no Senhor.
O sepultamento cristão tem um triplo propósito:
1- Respeito à pessoa falecida
2- Um sincero agradecimento a Deus por tudo
o que Ele fez a pessoa falecida
3- Um aviso de Deus a se preparem para sua
hora.
Outra observação é que a cerimônia é para
o morto, mas a pregação é para os vivos.
Vejamos um exemplo:
67
TEMA: A universalidade da morte
TEXTO: Hb. 9:27
INTRODUÇÃO
CORPO
1- Todos nós enfrentaremos a morte
2- Como se preparar para a morte
3- A vida após a morte
CONCLUSÃO
10.3. SERMÃO PARA ANIVERSÁRIOS
Em todas as mensagens, Cristo deve ser o
tema central, do inicio ao fim. Entretanto, este tipo
de sermão, pode ser um sermão histórico, ou seja,
breve relato sobre a origem e existência, e também
pode ser uma descrição do presente, apresentando
uma boa perspectiva para o futuro. Vejamos um
exemplo:
68
TEMA: Condições para uma vida abençoada
TEXTO: Pv. 3:1-5
INTRODUÇÃO
CORPO
1- Não se esquecer dos ensinos do Senhor – v. 1a
2- Guardar os mandamentos – v. 1b
3- Não se desamparar da benignidade – v.3
4- Não se desamparar da fidelidade – v 3a
CONCLUSÃO
69
CONCLUSÃO
Não basta apenas ser pregador, é preciso
saber pregar, ou seja, desenvolver bem esta arte,
porque afinal de conta não estamos pregando
qualquer coisa, e sim a Palavra de Deus que é a
maior mensagem salvífica do mundo.
Portanto, é preciso manejar bem a palavra da
verdade e sabê-la apresentar às pessoas,
persuadindo-as a crer em Cristo e dissuadí-los a
deixar o pecado, levando-os a Deus por meio de
Cristo que é o Mediador entre Deus e o homem (I
Tm. 2:5).
70
BIBLIOGRAFIA
1- ARAÚJO, Aparecido – Homilética, sua
importância, Definição e origem – Copyright –
2005 – Aliança de Paz.
2- Http://omaiormestre.ubbihp.com.br/
pregador.html – Dicas para ser um bom
pregador – Homilética (a arte de preparar e
pregar sermões).
3- GONÇALVES, Ilton – Conhecimentos de
Homilética – A arte de pregar sermões
religiosos.
4- SANCHES, Ciro Zibordi – Erros que os
pregadores devem evitar – CPAD – 7ª edição
RJ – 2006.
5- SILVA, Severino Pedro da – Homilética, o
pregador e o sermão – CPAD – 1ª edição RJ
– 1992
71
6- WARRE; WIRSBE David – Os 40 segredos
do pregador eficaz – o que fazer e o que
evitar para que sua mensagem alcance os
objetivos – Eclesia – 2000 – 1ª edição SP
7- REIFLER, Ulrich Hans – Pregação ao alcance
de todos - 1ª edição – 1993 – Vida Nova – SP
8- BARBOSA, Ivan José – Curso Teológico –
Vol. II – Publicações Cristãs ISLI – 1ª edição
– 2006.
9- SILVA, José Daniel da – IV Seminário de
Obreiros – 1996
10-SCHNEIDER, Osmar – Sepultamento cristão,
Vol. III.
72