Faze-mejustiça,óDeus,epleiteiaaminhacausacontraanaçãoímpia.Livra-medohomemfraudulentoeinjusto.
Salmos43.1
Todahonraetodaglóriasejamdadas
aoPríncipedaPaz–JesusCristo.
Paraminhasmeninas–Fernanda,
Daniela,EmanuellaeRafaella–,razão
domeuesforço.
ParaosmeusfilhosJoãoeRogério,
cumprimentodeumapromessaeprova
daabundânciadeDeus.
©2017,EditoraImpetusLtda.
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RuaAlexandreMoura,51–Gragoatá–Niterói–RJ
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Adaptaçãoparaebook:C&CCriaçõeseTextosLtda.Capa:BrunoPimentelFrancisco
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G791d
Greco,Rogério. CursodeDireitoPenal:partegeral,volumeI/RogérioGreco.–19.ed.–Niterói,RJ:Impetus,2017.
984p.;17x24cm. Isbn:978-85-7626-930-4
Isbndigital:978-85-7626-941-0 1.Direitopenal.I.Título.
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Oautoréseuprofessor;respeite-o:nãofaçacópiailegal.todos os direitos reservados–É proibida a reprodução, salvo pequenos trechos,mencionando-se a fonte. A violação dos direitosautorais(Leinº9.610/1998)écrime(art.184doCódigoPenal).DepósitolegalnaBibliotecaNacional,conformeDecretonº1.825,de20/12/1907.
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OAUTOR
RogérioGreco,casadocomFernandaGrecoepaideDaniela,Emanuella,Rafaella,JoãoPauloeRogério, é Procurador de Justiça, tendo ingressado noMinistério Público deMinas Gerais em1989. Foi vice-presidente da Associação Mineira do Ministério Público (biênio 1997-1998) emembro do conselho consultivo daquela entidade de classe (biênio 2000-2001). É membrofundador do Instituto de Ciências Penais (ICP) e da Associação Brasileira dos Professores deCiênciasPenais,emembroeleitoparaoConselhoSuperiordoMinistérioPúblicoduranteosanosde2003,2006e2008;ProfessordeDireitoPenaldoCursodePós-GraduaçãodaPUC/BH;ProfessordoCursodePós-GraduaçãodeDireitoPenaldaFundaçãoEscolaSuperiordoMinistérioPúblicodeMinasGerais;AssessorEspecialdoProcurador-GeraldeJustiçajuntoaoTribunaldeJustiçadeMinasGerais;MestreemCiênciasPenaispelaFaculdadedeDireitodaUniversidadeFederal de Minas Gerais (UFMG); especialista em Direito Penal (Teoria do Delito) pelaUniversidadedeSalamanca(Espanha);DoutorpelaUniversidadedeBurgos(Espanha);MembroTitulardaBancaExaminadoradeDireitoPenaldoXLVIIIConcursoparaIngressonoMinistérioPúblicodeMinasGerais;palestranteemcongressoseuniversidadesemtodooPaís.Éautordasseguintes obras: Direito Penal (Belo Horizonte: Cultura); Estrutura Jurídica do Crime (BeloHorizonte: Mandamentos); Concurso de Pessoas (Belo Horizonte: Mandamentos); Leis PenaisEspeciais–CrimesHediondoseTortura (Riode Janeiro: Impetus);DireitoPenal–Lições(RiodeJaneiro:Impetus);DireitoPenaldoEquilíbrio(RiodeJaneiro: Impetus); CursodeDireitoPenal –Parte geral e Parte Especial (Rio de Janeiro: Impetus); Código Penal Comentado – Doutrina eJurisprudência(RiodeJaneiro:Impetus);AtividadePolicial–AspectosPenais,ProcessuaisPenais,AdministrativoseConstitucionais(RiodeJaneiro:Impetus);VadeMecumPenaleProcessualPenal(Coordenador);ARetomadadoComplexodoAlemão(RiodeJaneiro:Impetus);ViradodoAvesso–Um Romance Histórico-Teológico sobre a Vida do Apóstolo Paulo (Rio de Janeiro: Nah-gash);Sistema Prisional – Colapso Atual e Soluções Alternativas (Rio de Janeiro: Impetus); Derechos
Humanos,CrisisdelaPrisiónyModelodeJusticiaPenal(Espanha:PubliciaEditorial).ÉembaixadordeCristo.
Falediretocomoautorpeloe-mail:[email protected]
epelosite:www.rogeriogreco.com.br
NOTADOAUTOR
Háaproximadamente3milanos,umjovempastorestavacui dandodesuasovelhasquandorecebeuumrecadodeseupai,quelhepediaparairàprocuradeseustrêsirmãosmaisvelhos,
queseencontravamnocampodebatalha.Opai,comocoraçãoardendo,pediuaofilhomaismoçoquelevasseumpoucodetrigoepãesaosseusirmãos,bemcomolhetrouxessenotíciassobreeles.
Obediente ao seu velhopai, o jovempastor saiu àprocurade seus irmãos e os encontrouaterrorizados sob uma colina, pois todo seu grupo estava sendo desafiado por um enormelutador,naverdadeumgigante,quepropunhaqueseusinimigosescolhessementreelesoutroguerreiro, para que a luta fosse travada somente entre os dois. Aquele que vencesse a lutasubjugariaogrupoinimigo.
Ninguém,contudo,seatreviaadesceracolinaafimdedarinícioàbatalha.Ogigante,durantequarentadiasseguidos,ofendiaehumilhavaseusini migos.Aodepararcomessequadro,ojovempastorfoiàprocuradeseurei,quetambémseencontravanocampodebatalha,e,semqualquerreceio,pediupermissãoparaenfrentarogiganteguerreiro inimigo.Orei,olhandoparaaquelejovemdeapenas17anos,quenuncahaviapegadoemarmas,tentoudemovê-lodaideia,poisnãosabia que aquele pequeno e fraco pas tor estava guerreando em nome do SENHOR DOSEXÉRCITOS.
Com uma simples funda, munido de algumas pedras, o jovem desafiou aquele guerreiroexperiente,umgigantedaterradeGate,e,comosolhosvoltadosparaoseuSenhor,arremessouapedra,queacertouna testade seu inimigo.Ao fazê-lo cair, o jovempastor correu emdireçãoàquele gigante adormecido e, tomando-lhe a espada, cortou-lhe a cabeça, e os seus inimigosforamderrotados.
EssejovempastoreraDavi,filhodeJessé,datribodeJudá;ogiganteeraGolias,datribodeGate,pertencenteaopovofilisteu.
O tamanhoe a forçadogigante guerreiro, quenuncahavia sidoderrotado, intimidavamoexércitodeIsrael.Davi,aocontráriodosdemaisdoseupovo,olhavamuitoalém,poistinhaosolhosvoltadosparaoCriadordoscéusedaterra,cujaforçaéinigualável.
Eunãoseiqualogigantequevocê,amadoleitor,nãoestáconseguindoderrotar.Contudo,talcomoDavi,nãofixeosolhosnoseuproblema.OlheparacimaevejaAquelequeésuperioratudoeatodos.
ABíblianosrelataqueDavieraumhomemsegundoocoraçãodeDeus.Comohomem,mesmodepois de ter sido coroado rei de Israel, Davi errou por diversas vezes. Adulterou, matouinocentes e descumpriu osmandamentos deDeus. Entretanto, Deus conhecia-lhe o coração esabiaque,mesmoerrando,eleamavaoseuCriador.
Todos nós erramos e, muitas vezes, nos sentimos envergonhados de falar com Deus. Amensagemquegostariadetransmitir-lhe,nestaoportunidade,équeDeusestáesperandovocêiniciar a conversa. O amor de Deus é tão profundo que Ele entregou seu único Filho para aremissão de nossos pecados. A Palavra de Deus diz que todos pecaram e carecem da suamisericórdia.
Talvez você esteja pensando agora: “O que esta mensagem está fazendo em um livro deDireitoPenal?”Naverdade,nãoexistelugarmelhorparafalardeDeusdoqueemumaobraquecuidadasmazelaspraticadaspelohomem.Oserhumanoémau.Mata,estupra,rouba,calunia,enfim,praticatodasortedeiniquidades.NaépocadoAntigoTestamento,opovojudeutinhadeimolarumcordeiroparaaremissãodeseuspecados.Oritualconsistiaempegarumcordeirosemqualquerdefeitoesobreeleimporasmãos,comoseestivessetransferindoaeletodosospecados.Emseguida,ocordeiroeramorto.
Comoaraçahumananãocessavadepecareosimbolismodocordeiro imolado jánãoerasuficiente,DeusenviouoseuFilhounigênito, JesusCristo,quenuncahaviapraticadoqualquertransgressão,paraque fosseo seucordeiro,ou seja,oCordeirodeDeus, e,morrendopornósnaquelemadeiro,levassecomEletodososnossospecadosetransgressões.
Assim, Jesus Cristomorreu pormim e por você. Nós, na verdade, é quematamos a JesusCristo.Contudo,elenãoestámorto,poisqueaoterceirodiaressuscitoueestávivoentrenós.Porisso,antesmesmodelerestelivrodeDireitoPenal,que,diga-sedepassagem,nãotemamenorcondiçãode, comsuas liçõesacadêmicas, resolverosproblemasdahumanidade,entreguesuavidaa Jesusedeixedeolharparaseusproblemasesuas transgressõescomose fossemoseu
Golias.
Diariamente assistimos aos telejornais, cujos âncoras, efusivamente, atribuem a chamada“ondadecriminalidade”àfaltaderigordasleispenais,comosenãohouvesserigorsuficiente.Acada dia, nossos congressistas, com finalidades eleitoreiras, criam novas infrações penais,almejando, com isso, satisfazer os desejos da sociedade, que se deixa enganar pelo discursorepressor do Direito Penal. Não se iluda, pois o Direito Penal não é a solução para qualquerproblema. O problema está na natureza do homem, que é má. Por isso, somente Deus poderesolvertodososproblemasdahumanidade.SepraticarmosoSeumandamento–“quevosameisunsaosoutros;assimcomoeuvosamei...” (João13:14)– a sociedade seráoutra.Nãohaverácorrupção,mortes, injúrias,enfim,seseguirmosSuaslições,seohomemsevoltarparaDeusetivertemoraEle,todososproblemasserãoeliminados.
DuranteaproximadamentedezesseteanosnoMinistérioPúblicodeMinasGerais,pudemosperceberadiferençaem lidarcompresosqueconheceramaPalavradeDeus,que tiveramumencontroverdadeirocomJesusCristo,nossoSalvador.Nãopensamemrebelar-se;procuramseadaptaràsregrasdocárcere,emais:servemdeconfortoaosqueaindaseencontramnastrevas.
Sevocê,queridoleitor,quiserteresseencontrocomJesusCristo,façaestaoraçãodeentrega,comtodooseucoração.Seaofinalconcordarcomaquiloquefoilido,digaAMÉM,bemforte,comtodooseusentimento.Digacomigo:
Senhor Jesus, eunãoTevejo,mas creioqueTuésoFilhodeDeus.Agradeço-Te, Jesus,por termorridoemmeulugarnaquelemadeiro,levandoConsigotodasasminhastransgressões.Reconheço,Jesus,queTuésoúnicoSenhoreSalvadordaminhaalma.EscrevemeunomenoLivrodaVidaemedáasalvaçãoeterna.Amém.
AgoraquevocêentregousuavidaaoREIDOSREIS,antesmesmodecomeçaralerestelivro,procure conhecer a Palavra de Deus, que é a Bíblia. Quando estiver ansioso, seja estudando,trabalhandooumesmo comproblemasdeordempessoal, não se esqueçadeque, agora, vocêconheceAlguémaquempode confiar e confidenciar todas as suas angústias.Não se esqueça,também,dequeJesusCristolevou-asnacruzdocalvário.
Esperoquegostedaleituraqueseráfeitaaseguir,poisprocureiescreverestelivrodaformamaisdidáticapossível,buscandoauxiliarnãosomenteoprofissionaldoDireito,comotambémosestudanteseaquelesquedesejamprestarconcursospúblicos.
QueDeusabençoevocê.Maranata!
RogérioGreco
NOTADAEDITORA
Aobraquevocêtememmãosé,semqualquerdúvida,umadasmelhoresàdisposiçãodosoperadoresjurídicos,sendomerecedoradoexcelentedestaquequetemnabibliografiapátria.
Oautor,ocompetenteedinâmicoRogérioGreco,tevesingularêxitoemtransferirparaestaspáginasseulargosabereexperiênciacomoProfessoreProcuradordeJustiça.
Está à sua disposição – em uma coleção agora com 3 volumes – uma rica fonte deconhecimento,aprendizadoeaperfeiçoamentoprofissional,transmitidadeformasimples,masnãomenosprofunda.Éumaobradensaeaomesmotempoclaraedidática.
Acoleçãotemexcelenteconteúdo,semperdertempocomorebuscamentoeoexcessoqueàsvezesatrapalhamoestudanteeooperador jurídico,umavezqueambos–emseudia adia –sentemanecessidadedeliçõessólidasesegurassemperderdevistaarapidezeaobjetividade.Aprofusão de informação dos tempos modernos gera confusão e angústia. O ideal é que ainformação suficiente, devidamente selecionada e explicada, seja apresentada aoestudioso/operador.
Estacoleçãosemoveporesseprincípio.
O excelente estilo redacional, a clareza e a precisão do texto, os exemplos perfeitos e aincomumconjugaçãoda teoria comaprática fizeramda obra o sucessoque é, cada vezmaisrecomendadaeadotadaemtodososníveis.
Recomendo,pois,aobracomoexcelenteveículodecrescimentonainstiganteedesafiadorasearadoDireitoPenal.
Parabéns,portanto,aoautor.Aeleeaosleitores,aEditoraexpressaseusagradecimentoseosvotosdecrescentesucessoerealizações.
WilliamDouglas
JuizFederal,ProfessorUniversitárioe
PresidentedoConselhoEditorial
Sumário
Capítulo1–NotasPreliminares
1.INTRODUÇÃO
2.FINALIDADEDODIREITOPENAL
3.ASELEÇÃODOSBENSJURÍDICO-PENAIS
4.CÓDIGOSPENAISDOBRASIL
5.DIREITOPENALOBJETIVOEDIREITOPENALSUBJETIVO
6.MODELOPENALGARANTISTADELUIGIFERRAJOLI6.1.Dezaxiomasdogarantismopenal
7.PRIVATIZAÇÃODODIREITOPENAL
8.ODIREITOPENALMODERNO
Capítulo2–EvoluçãoHistóricadoDireitoPenaleEscolasPenais
1.INTRODUÇÃO1.1.Vingançaprivada1.2.Vingançadivina1.3.Vingançapública
2.DIREITOPENALNAGRÉCIAANTIGA.DIREITOPENALROMANO.DIREITOPENALGERMÂNICO.DIREITOPENALCANÔNICO2.1.DireitoPenalnaGréciaAntiga2.2.DireitoPenalromano2.3.DireitoPenalgermânico2.4.DireitoPenalcanônico
3.PERÍODOHUMANITÁRIO3.1.AimportâciadaobradeBeccaria3.2.JohnHowardeareformapenitenciária3.3.JeremyBenthanesuainfluêncianosistemapenitenciário
4.PERÍODOCRIMINOLÓGICO
5.ESCOLASPENAIS5.1.Introdução5.2.EscolaClássica5.3.EscolaPositiva
5.4.OutrasEscolas5.4.1.TerceiraEscola(TerzaScuola)5.4.2.EscolaModernaalemã5.4.3.EscolaTécnico-Jurídica5.4.4.EscolaCorrecionalista5.4.5.EscoladaNovaDefesaSocial
Capítulo3–FontesdoDireitoPenal
1.CONCEITO
2.ESPÉCIES
Capítulo4–DaNormaPenal
1.INTRODUÇÃO
2.TEORIADEBINDING
3.CLASSIFICAÇÃODASNORMASPENAIS3.1.Normaspenaisincriminadorasenormaspenaisnãoincriminadoras3.2.Normaspenaisembranco(primariamenteremetidas)3.2.1.Ofensaaoprincípiodalegalidadepelasnormaspenaisembrancoheterogêneas3.3.Normaspenaisincompletasouimperfeitas(secundariamenteremetidas)
4.ANOMIAEANTINOMIA
5.CONCURSO(OUCONFLITO)APARENTEDENORMASPENAIS5.1.Princípiodaespecialidade5.2.Princípiodasubsidiariedade5.3.Princípiodaconsunção5.3.1.Crimeprogressivoeprogressãocriminosa5.4.Princípiodaalternatividade
Capítulo5–InterpretaçãoeIntegraçãodaLeiPenal
1.INTRODUÇÃO
2.ESPÉCIESDEINTERPRETAÇÃO
3.INTERPRETAÇÃOANALÓGICA
4.INTERPRETAÇÃOCONFORMEACONSTITUIÇÃO
5.DÚVIDASEMMATÉRIADEINTERPRETAÇÃO
6.ANALOGIA6.1.Juizcomolegisladorpositivoecomolegisladornegativo
Capítulo6–PrincípiodaIntervençãoMínima
Capítulo7–PrincípiodaLesividade
Capítulo8–PrincípiodaAdequaçãoSocial
Capítulo9–PrincípiodaFragmentariedade
Capítulo10–PrincípiodaInsignificância
1.INTRODUÇÃO
2.TIPICIDADEPENAL
3.REJEIÇÃOAOPRINCÍPIODAINSIGNIFICÂNCIA
Capítulo11–PrincípiodaIndividualizaçãodaPena
1.FASESDAINDIVIDUALIZAÇÃODAPENA
2.INDIVIDUALIZAÇÃODAPENAEALEINº8.072/90
Capítulo12–PrincípiodaProporcionalidade
1.INTRODUÇÃO
2.PROIBIÇÃODEEXCESSOEPROIBIÇÃODEPROTEÇÃODEFICIENTE
Capítulo13–PrincípiodaResponsabilidadePessoal
Capítulo14–PrincípiodaLimitaçãodasPenas
1.INTRODUÇÃO
2.PENASDEMORTEEDECARÁTERPERPÉTUO
3.PENADETRABALHOSFORÇADOS
4.PENADEBANIMENTO
5.PENASCRUÉIS
Capítulo15–PrincípiodaCulpabilidade
Capítulo16–PrincípiodaLegalidade
1.OESTADODEDIREITOEOPRINCÍPIODALEGALIDADE
2.INTRODUÇÃOAOPRINCÍPIODALEGALIDADEPENAL
3.FUNÇÕESDOPRINCÍPIODALEGALIDADE
4.LEGALIDADEFORMALELEGALIDADEMATERIAL
5.VIGÊNCIAEVALIDADEDALEI
6.TERMOINICIALDEAPLICAÇÃODALEIPENAL
7.MEDIDASPROVISÓRIASREGULANDOMATÉRIASPENAIS
8.DIFERENÇAENTREPRINCÍPIODALEGALIDADEEPRINCÍPIODARESERVALEGAL
Capítulo17–PrincípiodaExtra-atividadedaLeiPenal
1.INTRODUÇÃO
2.TEMPODOCRIME
3.EXTRA-ATIVIDADEDALEIPENAL–ESPÉCIES
4.NOVATIOLEGISINMELLIUSENOVATIOLEGISINPEJUS4.1.Aplicaçãodanovatiolegisinpejusnoscrimespermanentesecontinuados
5.ABOLITIOCRIMINIS5.1.Efeitosdaabolitiocriminis5.2.Abolitiocriministemporalis5.3.Princípiodacontinuidadenormativo-típica
6.SUCESSÃODELEISNOTEMPO6.1.Leiintermediária6.2.Sucessãodeleistemporáriasouexcepcionais6.3.Sucessãodecomplementosdanormapenalembranco
7.COMBINAÇÃODELEIS
8.COMPETÊNCIAPARAAPLICAÇÃODALEXMITIOR
9.APURAÇÃODAMAIORBENIGNIDADEDALEI
10.IRRETROATIVIDADEDALEXGRAVIOREMEDIDASDESEGURANÇA
11.APLICAÇÃODALEXMITIORDURANTEOPERÍODODEVACATIOLEGIS
12.VACATIOLEGISINDIRETA
13.ARETROATIVIDADEDAJURISPRUDÊNCIA
Capítulo18–PrincípiodaTerritorialidade
1.LUGARDOCRIME
2.TERRITORIALIDADE
Capítulo19–PrincípiodaExtraterritorialidade
Capítulo20–DisposiçõessobreaAplicaçãodaLeiPenal
1.EFICÁCIADASENTENÇAESTRANGEIRA
2.CONTAGEMDEPRAZO
3.FRAÇÕESNÃOCOMPUTÁVEISNAPENA
4.LEGISLAÇÃOESPECIAL
Capítulo21–ConceitoeEvoluçãodaTeoriadoCrime
1.NOÇÕESFUNDAMENTAIS
2.INFRAÇÃOPENAL
3.DIFERENÇAENTRECRIMEECONTRAVENÇÃO
4.ILÍCITOPENALEILÍCITOCIVIL
5.CONCEITODECRIME
6.CONCEITOANALÍTICODECRIME
7.CONCEITODECRIMEADOTADOPORDAMÁSIO,DOTTI,MIRABETEEDELMANTO
8.DOGMÁTICADODELITO
Capítulo22–ClassificaçãoDoutrináriadasInfraçõesPenais
1.CLASSIFICAÇÃODOUTRINÁRIADASINFRAÇÕESPENAIS1.1.Crimesecontravençõespenais1.2.Crimescomissivos,crimesomissos(próprioseimpróprios)ecrimesdecondutamista1.3.Crimeconsumadoecrimetentado1.4.Crimesdeaçãopúblicaecrimesdeaçãoprivada1.5.Crimesdolososecrimesculposos1.6.Crimeimpossívelecrimeputativo1.7.Crimematerial,crimeformalecrimedemeraconduta1.8.Crimecomum,crimepróprioecrimedemãoprópria1.9.Crimeshediondos1.10.Crimesmilitarespróprioseimpróprios1.11.Crimesqualificadospeloresultado(crimespreterdolososoupreterintencionais)1.12.Crimecontinuado1.13.Crimesmultitudinários1.14.Crimesdedanoecrimesdeperigo(abstratoeconcreto)1.15.Crimessimplesecrimescomplexos1.16.Crimesqualificadosecrimesprivilegiados1.17.Crimedebagatela1.18.Crimefalho1.19.Crimesinstantâneos,crimespermanentesecrimesinstantâneosdeefeitospermanentes1.20.Crimeaprazo1.21.Delitosdeintenção:crimesderesultadocortadoecrimesmutiladosdedoisatos
1.22.Crimescomuns,crimespolíticosecrimesdeopinião1.23.Crimesadistância,crimesplurilocaisecrimesemtrânsito1.24.Crimeshabituais1.25.Crimesprincipaisecrimesacessórios1.26.Infraçõespenaisdemenorpotencialofensivo1.27.Crimesmonossubjetivosecrimesplurissubjetivos1.28.Crimesuniofensivosecrimespluriofensivos1.29.Crimesdesubjetividadepassivaúnicaecrimesdesubjetividadepassivadupla1.30.Crimedeímpeto1.31.Crimeprogressivo1.32.Crimesexauridos1.33.Crimesdeatentadooudeempreendimento1.34.Crimesvagos1.35.Crimesambientais1.36.Crimesunissubsistentes(oumonossubsistentes)ecrimesplurissubsistentes1.37.Crimestranseuntesecrimesnãotranseuntes1.38.Crimesconexos1.39.Crimesfalimentares1.40.Crimesderesponsabilidade1.41.Crimessubsidiários1.42.Crimesfuncionais1.43.Crimesdeaçãomúltiplaoudeconteúdovariado1.44.Crimesdeformalivreecrimesdeformavinculada1.45.Crimesdeensaiooudeexperiência(flagrantepreparadoouprovocado)1.46.Crimesremetidos1.47.Crimesaberrantes1.48.Crimesinternacionais1.49.Crimesemergentes1.50.Crimescondicionadosecrimesincondicionados1.51.Crimesdetrânsito1.52.Crimesdeacumulaçãooucrimesdedanocumulativo
Capítulo23–Conduta
1.CONDUTA
2.CONCEITODEAÇÃO–CAUSAL,FINALESOCIAL
3.CONDUTASDOLOSASECULPOSAS
4.CONDUTASCOMISSIVASEOMISSIVAS
5.AUSÊNCIADECONDUTA
6.FASESDEREALIZAÇÃODAAÇÃO
Capítulo24–TipoPenal
1.CONCEITO
2.TIPICIDADEPENAL=TIPICIDADEFORMAL+TIPICIDADECONGLOBANTE
3.ADEQUAÇÃOTÍPICA
4.FASESDAEVOLUÇÃODOTIPO
5.TEORIADOSELEMENTOSNEGATIVOSDOTIPO
6.INJUSTOPENAL(INJUSTOTÍPICO)
7.TIPOBÁSICOETIPOSDERIVADOS
8.TIPOSNORMAISETIPOSANORMAIS
9.TIPOSFECHADOSETIPOSABERTOS
10.TIPOSCONGRUENTESETIPOSINCONGRUENTES
11.TIPOSIMPLESETIPOMISTO
12.TIPOCOMPLEXO
13.ELEMENTARES
14.ELEMENTOSQUEINTEGRAMOTIPO
15.ELEMENTOSESPECÍFICOSDOSTIPOSPENAIS
16.FUNÇÕESDOTIPO
Capítulo25–TipoDoloso
1.DISPOSITIVOLEGAL
2.CONCEITODEDOLO
3.ODOLONOCÓDIGOPENAL
4.TEORIASDODOLO
5.TEORIASADOTADASPELOCÓDIGOPENAL
6.ESPÉCIESDEDOLO
7.DOLOGERAL(HIPÓTESEDEERROSUCESSIVO)
8.DOLOGENÉRICOEDOLOESPECÍFICO
9.DOLONORMATIVO(DOLUSMALUS)
10.DOLOSUBSEQUENTE(DOLUSSUBSEQUENS)
11.DOLODEPROPÓSITOEDOLODEÍMPETO
12.AUSÊNCIADEDOLOEMVIRTUDEDEERRODETIPO
13.DOLOECRIMEDEPERIGO
Capítulo26–TipoCulposo
1.DISPOSITIVOLEGAL
2.CONCEITOEELEMENTOSDODELITOCULPOSO
3.IMPRUDÊNCIA,IMPERÍCIAENEGLIGÊNCIA
4.CRIMECULPOSOETIPOABERTO
5.CULPACONSCIENTEECULPAINCONSCIENTE
6.DIFERENÇAENTRECULPACONSCIENTEEDOLOEVENTUAL6.1.Doloeventualouculpaconscientenosdelitospraticadosnadireçãodeveículosautomotores
7.CULPAIMPRÓPRIA
8.COMPENSAÇÃOECONCORRÊNCIADECULPAS
9.EXCEPCIONALIDADEDOCRIMECULPOSO
10.CULPAPRESUMIDA
11.TENTATIVANOSDELITOSCULPOSOS
Capítulo27–RelaçãodeCausalidade
1.DISPOSITIVOLEGAL
2.RELAÇÃODECAUSALIDADE
3.DORESULTADODEQUETRATAOCAPUTDOART.13DOCÓDIGOPENAL
4.TEORIASSOBREARELAÇÃODECAUSALIDADE
5.REGRESSÃOEMBUSCADASCAUSASDORESULTADO
6.PROCESSOHIPOTÉTICODEELIMINAÇÃODETHYRÉN
7.OCORRÊNCIADORESULTADO
8.ESPÉCIESDECAUSAS8.1.Causaabsolutamenteindependente8.2.Causarelativamenteindependente
9.OMISSÃOCOMOCAUSADORESULTADO
10.CRIMESOMISSIVOSPRÓPRIOSEIMPRÓPRIOS
11.RELEVÂNCIADAOMISSÃO
12.APOSIÇÃODEGARANTIDOR12.1.Cominaçãodepenadiferenciadaaogarantidor
13.CRIMESOMISSIVOSPORCOMISSÃO
14.TEORIADAIMPUTAÇÃOOBJETIVA
Capítulo28–ConsumaçãoeTentativa
1.DISPOSITIVOLEGAL
2.ITERCRIMINIS
3.CONSUMAÇÃO
4.NÃOPUNIBILIDADEDACOGITAÇÃOEDOSATOSPREPARATÓRIOS
5.DIFERENÇAENTREATOSPREPARATÓRIOSEATOSDEEXECUÇÃO
6.DÚVIDASEOATOÉPREPARATÓRIOOUDEEXECUÇÃO
7.TENTATIVAEADEQUAÇÃOTÍPICADESUBORDINAÇÃOMEDIATA
8.ELEMENTOSQUECARACTERIZAMOCRIMETENTADO
9.TENTATIVAPERFEITAEIMPERFEITA
10.TENTATIVAECONTRAVENÇÃOPENAL
11.CRIMESQUENÃOADMITEMATENTATIVA
12.TENTATIVAECRIMECOMPLEXO
13.TENTATIVABRANCA
14.TEORIASSOBREAPUNIBILIDADEDOCRIMETENTADO
15.PUNIÇÃODATENTATIVACOMODELITOAUTÔNOMO
16.TENTATIVAEAPLICAÇÃODAPENA
17.TENTATIVAEDOLOEVENTUAL
Capítulo29–DesistênciaVoluntáriaeArrependimentoEficaz
1.DISPOSITIVOLEGAL
2.DESISTÊNCIAVOLUNTÁRIA2.1.Introdução2.2.Desistênciavoluntáriaepolíticacriminal2.3.Adesistênciadeveservoluntária,enãoespontânea2.4.FórmuladeFrank2.5.Responsabilidadedoagentesomentepelosatosjápraticados2.6.Agentequepossuiumúnicoprojétilemseurevólver
3.ARREPENDIMENTOEFICAZ
4.NATUREZAJURÍDICADADESISTÊNCIAVOLUNTÁRIAEDOARREPENDIMENTOEFICAZ
5.DIFERENÇAENTREDESISTÊNCIAVOLUNTÁRIAEARREPENDIMENTOEFICAZ
6.NÃOIMPEDIMENTODAPRODUÇÃODORESULTADO
Capítulo30–ArrependimentoPosterior
1.DISPOSITIVOLEGAL
2.NATUREZAJURÍDICA
3.POLÍTICACRIMINAL
4.MOMENTOSPARAAREPARAÇÃODODANOOURESTITUIÇÃODACOISA
5.INFRAÇÕESPENAISQUEPOSSIBILITAMAAPLICAÇÃODOARREPENDIMENTOPOSTERIOR
6.ATOVOLUNTÁRIODOAGENTE
7.REPARAÇÃOOURESTITUIÇÃOTOTAL,ENÃOPARCIAL
8.EXTENSÃODAREDUÇÃOAOSCOAUTORES
9.COOPERAÇÃODOLOSAMENTEDISTINTAEARREPENDIMENTOPOSTERIOR
10.DIFERENÇAENTREARREPENDIMENTOPOSTERIOREARREPENDIMENTOEFICAZ
11.ASÚMULANº554DOSTF
12.REPARAÇÃODODANOAPÓSORECEBIMENTODADENÚNCIA
13.REPARAÇÃODOSDANOSEALEINº9.099/95
14.ARREPENDIMENTOPOSTERIORECRIMECULPOSO
15.APLICAÇÃOMAISBENÉFICAAOAGENTE
Capítulo31–CrimeImpossível
1.DISPOSITIVOLEGAL
2.INTRODUÇÃO
3.TEORIASSOBREOCRIMEIMPOSSÍVEL
4.ABSOLUTAINEFICÁCIADOMEIO
5.MEIORELATIVAMENTEINEFICAZ
6.ABSOLUTAIMPROPRIEDADEDOOBJETO
7.OBJETORELATIVAMENTEIMPRÓPRIO
8.OCRIMEIMPOSSÍVELEASÚMULANº145DOSTF
9.DIFERENÇAENTRECRIMEIMPOSSÍVELECRIMEPUTATIVO
Capítulo32–AgravaçãopeloResultado
1.DISPOSITIVOLEGAL
2.INOVAÇÃODASDISPOSIÇÕESCONTIDASNOART.19DOCÓDIGOPENAL
3.CRIMESQUALIFICADOSPELORESULTADO
4.FINALIDADEDOART.19DOCÓDIGOPENAL
5.CRÍTICAAOSCRIMESPRETERDOLOSOS
Capítulo33–ErrodeTipo
1.DISPOSITIVOLEGAL
2.CONCEITODEERROESUADISTINÇÃODAIGNORÂNCIA
3.ERRODETIPO
4.CONSEQUÊNCIASDOERRODETIPO
5.ERRODETIPOESSENCIALEERROACIDENTAL
6.DESCRIMINANTESPUTATIVAS6.1.Efeitosdasdescriminantesputativas6.2.Hipótesesdeerronasdescriminantesputativas
7.ASDESCRIMINANTESPUTATIVASEASTEORIASEXTREMADA(ESTRITA)ELIMITADADACULPABILIDADE
8.TEORIADACULPABILIDADEQUEREMETEÀSCONSEQUÊNCIASJURÍDICAS
9.DELITOPUTATIVOPORERRODETIPO
10.ERRODESUBSUNÇÃO
Capítulo34–Ilicitude
1.CONCEITO
2.ILICITUDEFORMALEMATERIAL
3.AILICITUDENOCONCEITOANALÍTICODECRIME
4.CAUSASDEEXCLUSÃODAILICITUDE
5.ELEMENTOSOBJETIVOSESUBJETIVOSNASCAUSASDEEXCLUSÃODAILICITUDE
6.CAUSASLEGAISDEEXCLUSÃODAILICITUDE
7.ESTADODENECESSIDADE7.1.Conceito–Elementos7.2.Estadodenecessidadejustificanteeestadodenecessidadeexculpante7.3.Práticadefatoparasalvardeperigoatual7.4.Perigoprovocadopeloagente7.5.Evitabilidadedodano7.6.Estadodenecessidadepróprioedeterceiros7.7.Razoabilidadedosacrifíciodobem7.8.Deverlegaldeenfrentaroperigo7.9.Estadodenecessidadedefensivoeagressivo7.10.Elementosubjetivonoestadodenecessidade7.11.Excessonoestadodenecessidade7.12.Aberratioeestadodenecessidade7.13.Estadodenecessidadeputativo7.14.Estadodenecessidadeedificuldadeseconômicas7.15.Efeitoscivisdoestadodenecessidade
8.LEGÍTIMADEFESA8.1.Conceitoefinalidade8.2.Bensamparadospelalegítimadefesa8.3.Espéciesdelegítimadefesa8.4.Injustaagressão8.5.Diferençaentreagressãoinjustaeprovocaçãoinjusta8.5.1.Provocaçãoparacriaçãodesituaçãodelegítimadefesa8.6.Meiosnecessários8.7.Moderaçãonousodosmeiosnecessários8.8.Atualidadeeiminênciadaagressão8.9.Defesadedireitoprópriooudeterceiro8.10.Elementosubjetivonalegítimadefesa8.11.Legítimadefesaeagressãodeinimputáveis8.12.Legítimadefesarecíproca8.13.Legítimadefesaputativaversuslegítimadefesaautêntica(real)8.14.Legítimadefesaversusestadodenecessidade8.15.Excessonalegítimadefesa8.16.Excessointensivoeextensivo8.17.Excessonacausa8.18.Excessoexculpante8.19.Legítimadefesasucessiva
8.20.Legítimadefesaeaberratioictus8.21.Ofendículos8.22.Efeitoscivisdalegítimadefesa
9.ESTRITOCUMPRIMENTODEDEVERLEGAL9.1.Conceitoerequisitos9.2.Oesvaziamentodoestritocumprimentodedeverlegalcomocausadeexclusãodailicitudeemfacedatipicidadeconglobante
10.EXERCÍCIOREGULARDEDIREITO
11.CONSENTIMENTODOOFENDIDO–CONCEITO,FINALIDADESEREQUISITOS
Capítulo35–Culpabilidade
1.CONCEITO
2.LIVRE-ARBÍTRIOEDETERMINISMO
3.EVOLUÇÃOHISTÓRICADACULPABILIDADENATEORIADODELITO3.1.Sistemacausal-naturalistadeLiszt-Beling(SistemaClássico)3.2.Teorianormativa–Sistemaneoclássico–Metodologianeokantista3.3.Teoriadaaçãofinal(SistemaFinalista)3.4.Teoriasocialdaação3.5.Funcionalismoteleológicooumoderado(Roxin)eFuncionalismosistêmicoouradical(Jakobs)
4.CULPABILIDADEDEATOECULPABILIDADEDEAUTOR
5.ELEMENTOSDACULPABILIDADENACONCEPÇÃOFINALISTA5.1.Imputabilidade(capacidadedeculpabilidade)5.1.1.Denúnciaoferecidaemfacedeuminimputáveledeumsemi--imputável5.1.2.Emoçãoepaixão5.1.3.Embriaguez5.2.Potencialconsciênciasobreailicitudedofato5.2.1.Introdução5.2.2.Diferençaentreodesconhecimentodaleieafaltadeconsciênciasobreailicitudedofato5.2.3.Consciênciarealeconsciênciapotencialsobreailicitudedofato5.2.4.Espéciesdeerrosobreailicitudedofato5.2.5.Errosobreelementosnormativosdotipo5.2.6.Consequênciasdoerrodeproibição5.2.7.Errodeproibiçãoedelitoputativo–Diferença5.3.Exigibilidadedecondutadiversa5.3.1.Conceito5.3.2.Causaslegaisdeexclusãodaculpabilidadeporinexigibilidadedeoutraconduta5.3.3.Inexigibilidadedecondutadiversacomocausasupralegaldeexclusãodaculpabilidade5.3.3.1.Objeçãodeconsciência5.3.4.Aplicação,noJúri,dascausasexculpantessupralegais
6.COCULPABILIDADE
Capítulo36–ConcursodePessoas
1.INTRODUÇÃO
2.REQUISITOSPARAOCONCURSODEPESSOAS
3.TEORIASSOBREOCONCURSODEPESSOAS
4.AUTORIA4.1.Introdução4.2.Conceitorestritivodeautor4.3.Conceitoextensivodeautor
4.4.Teoriadodomíniodofato4.5.Coautoria4.6.Autoriadiretaeindireta4.7.Autoriamediataecrimesdemãoprópria4.8.Coautoriaecrimesdemãoprópria4.9.Autorintelectual4.10.Autordedeterminação4.11.Autoriaporconvicção4.12.Coautoriasucessiva4.13.Autoriacolateral,autoriaincertaeautoriadesconhecida4.14.Autoriadeescritório
5.PARTICIPAÇÃO5.1.Introdução5.2.Cumplicidadenecessária5.3.Teoriassobreaparticipação5.4.Instigaçãoaautoreseafatosdeterminados5.5.Participaçãopunível–desistênciavoluntáriaearrependimentoeficazdoautor5.6.Arrependimentodopartícipe5.7.Tentativadeparticipação5.8.Participaçãoemcadeia(participaçãodeparticipação)5.9.Participaçãosucessiva5.10.Possibilidadedeparticipaçãoapósaconsumação5.11.Participaçãoporomissão5.12.Impunibilidadedaparticipação5.13.Participaçãodemenorimportância5.14.Participaçãoemcrimemenosgrave(desviosubjetivodeconduta)5.15.Cumplicidadeefavorecimentoreal
6.PUNIBILIDADENOCONCURSODEPESSOAS
7.CIRCUNSTÂNCIASINCOMUNICÁVEIS
8.CRIMESMULTITUDINÁRIOS
9.CONCURSODEPESSOASEMCRIMESOMISSIVOS9.1.Crimesomissivospróprioseimpróprios–Distinção9.1.1.Coautoriaemcrimesomissivos(próprioseimpróprios)9.1.2.Participaçãoemcrimesomissivos(próprioseimpróprios)
10.CONCURSODEPESSOASEMCRIMESCULPOSOS10.1.Introdução10.2.Coautoriaemdelitosculposos10.3.Participaçãoemcrimesculposos
Capítulo37–DasPenas
1.INTRODUÇÃO
2.ORIGEMDASPENAS
3.FINALIDADESDASPENAS–TEORIASABSOLUTASERELATIVAS
4.TEORIAADOTADAPELOART.59DOCÓDIGOPENAL
5.CRÍTICASAOSCRITÉRIOSDEPREVENÇÃOGERALEESPECIAL
6.SISTEMASPRISIONAIS
7.ESPÉCIESDEPENAS
8.PENASPRIVATIVASDELIBERDADE8.1.Reclusãoedetenção8.2.Regimesdecumprimentodepena8.3.Fixaçãolegaldoregimeinicialdecumprimentodepena8.4.ALeinº8.072/90eaimposiçãodocumprimentoinicialdapenaemregimefechadonoscrimesnelaprevistos8.5.Leidetorturaeregimeinicialdecumprimentodepena8.6.LeideLavagemdeCapitais(Leinº9.613/98)efixaçãodoregimeabertonashipótesesdedelaçãopremiada8.7.Impossibilidadedecumprimentodepenaemregimemaisgravosodoqueodeterminadonasentençapenalcondenatória8.8.Regrasdoregimefechado8.8.1.Estabelecimentopenalfederaldesegurançamáxima8.9.Regrasdoregimesemiaberto8.10.Regrasdoregimeaberto8.11.Aremiçãopeloestudonosregimessemiabertoeaberto8.12.Progressãoeregressãoderegime8.12.1.JurisprudênciaemtesesdoSuperiorTribunaldeJustiça,Boletimnº7,publicadoem19defevereirode2014,sobrefaltagraveemexecuçãopenal8.13.Regimeespecial8.14.Direitosdopreso8.14.1.Gestantesemãespresas8.14.2.ParâmetrosdeacolhimentodeLGBTemprivaçãodeliberdadenoBrasil8.15.Trabalhodopresoeremiçãodapena8.16.Remiçãopeloestudo8.17.JurisprudênciaemtesesdoSuperiorTribunaldeJustiça,Boletimnº12,publicadoem14emaiode2014,sobreremição8.18.Superveniênciadedoençamental8.19.Detração8.20.Prisãoespecial8.21.Prisão-alberguedomiciliar8.22.Usodealgemas8.23.Monitoramentoeletrônico8.23.1.Introdução8.23.2.Tecnologiasdecontroledeprimeira,segundaeterceiragerações8.23.3.Monitoramentoeprisãopreventiva8.23.4.Regulamentaçãodomonitoramento
9.PENASRESTRITIVASDEDIREITOS9.1.Introdução9.1.1.Possibilidadedeaplicaçãodepenasrestritivasdedireitosnodelitodetráficodedrogas9.2.Espéciesdepenasrestritivasdedireitos9.3.Requisitosparaasubstituição9.4.Duraçãodaspenasrestritivasdedireitos9.5.Prestaçãopecuniária9.5.1.Violênciadomésticaefamiliarcontraamulher9.6.Perdadebensevalores9.7.Prestaçãodeserviçosàcomunidadeouaentidadespúblicas9.8.Interdiçãotemporáriadedireitos9.8.1.Proibiçãodoexercíciodecargo,funçãoouatividadepública,bemcomodemandatoeletivo9.8.2.Proibiçãodoexercíciodeprofissão,atividadeouofícioquedependamdehabilitaçãoespecial,delicençaoudeautorizaçãodoPoderPúblico9.8.3.Suspensãodeautorizaçãooudehabilitaçãoparadirigirveículo9.8.4.Proibiçãodefrequentardeterminadoslugares
9.8.5.Proibiçãodeinscrever-seemconcurso,avaliaçãoouexamepúblicos9.9.Limitaçãodefimdesemana9.10.Conversãodaspenasrestritivasdedireitos
10.PENADEMULTA10.1.Introdução10.2.Sistemadedias-multa10.2.1.PenademultanaLeinº11.343/200610.3.Aplicaçãodapenademulta10.4.Pagamentodapenademulta10.5.Execuçãodapenademulta10.6.Competênciaparaaexecuçãodapenademulta
11.APLICAÇÃODAPENA11.1.Introdução11.2.Cálculodapena11.3.Circunstânciasjudiciais11.3.1.Culpabilidade11.3.2.Antecedentes11.3.3.Condutasocial11.3.4.Personalidadedoagente11.3.5.Motivos11.3.6.Circunstâncias11.3.7.Consequênciasdocrime11.3.8.Comportamentodavítima11.3.9.JurisprudênciaemtesesdoSuperiorTribunaldeJustiça,Boletimnº26,publicadoem10dedezembrode2014,sobreaplicaçãodapena–circunstânciasjudiciais11.4.Circunstânciasatenuanteseagravantes11.4.1.Circunstânciasagravantes11.4.2.Circunstânciasatenuantes11.4.3.Circunstânciasatenuantesinominadas11.4.4.Concursodecircunstânciasagravanteseatenuantes11.4.5.Tribunaldojúri11.4.6.JurisprudênciaemtesesdoSuperiorTribunaldeJustiça,publicadanaediçãonº29,sobreaplicaçãodapena–agravanteseatenuantes
Capítulo38–ConcursodeCrimes
1.INTRODUÇÃO
2.CONCURSOMATERIALOUREALDECRIMES2.1.Introdução2.2.Requisitoseconsequênciasdoconcursomaterialoureal2.3.Concursomaterialhomogêneoeheterogêneo2.4.Concursomaterialepenasrestritivasdedireitos
3.CONCURSOFORMALOUIDEALDECRIMES3.1.Introdução3.2.Requisitoseconsequênciasdoconcursoformalouideal3.3.Concursoformalhomogêneoeheterogêneo3.4.Concursoformalpróprio(perfeito)eimpróprio(imperfeito)3.5.Concursomaterialbenéfico3.6.Dosagemdapena3.7.JurisprudênciaemtesesdoSuperiorTribunaldeJustiça,Boletimnº23,publicadoem29deoutubrode2014,sobreconcursoformal
4.CRIMECONTINUADO4.1.Introdução4.2.Naturezajurídicadocrimecontinuado4.3.Requisitoseconsequênciasdocrimecontinuado4.3.1.Crimesdamesmaespécie4.3.2.Condiçõesdetempo,lugar,maneiradeexecuçãoououtrassemelhantes4.3.3.Oscrimessubsequentesdevemserhavidoscomocontinuaçãodoprimeiro4.4.Crimesdolosos,contravítimasdiferentes,cometidoscomviolênciaougraveameaçaàpessoa4.5.Crimecontinuadosimplesecrimecontinuadoqualificado4.6.Consequênciasdocrimecontinuado4.7.Concursomaterialbenéfico4.8.Dosagemdapenanocrimecontinuado4.9.Crimecontinuadoenovatiolegisinpejus
5.APLICAÇÃODAPENANOCONCURSODECRIMES
6.MULTANOCONCURSODECRIMES
7.JURISPRUDÊNCIAEMTESESDOSUPERIORTRIBUNALDEJUSTIÇA,BOLETIMNº17,PUBLICADOEM6DEAGOSTODE2014,SOBRECRIMECONTINUADOI
8.JURISPRUDÊNCIAEMTESESDOSUPERIORTRIBUNALDEJUSTIÇA,BOLETIMNº20,PUBLICADOEM17DESETEMBRODE2014,SOBRECRIMECONTINUADOII
Capítulo39–DosCrimesAberrantes
1.INTRODUÇÃO
2.ERRONAEXECUÇÃO(ABERRATIOICTUS)2.1.Aberratioictusedoloeventual
3.RESULTADODIVERSODOPRETENDIDO(ABERRATIOCRIMINISOUABERRATIODELICTI)
4.CONCURSOMATERIALBENÉFICONASHIPÓTESESDEABERRATIOICTUSEABERRATIOCRIMINIS
5.ABERRATIOCAUSAE
Capítulo40–LimitedasPenas
1.INTRODUÇÃO
2.LIMITEDASPENAS
3.TEMPOSOBREOQUALDEVERÃOSERPROCEDIDOSOSCÁLCULOSPARAACONCESSÃODOS“BENEFÍCIOS”LEGAIS
4.CONDENAÇÃOPORFATOPOSTERIORAOINÍCIODOCUMPRIMENTODAPENA
Capítulo41–SuspensãoCondicionaldaPena
1.INTRODUÇÃO
2.DIREITOSUBJETIVODOCONDENADOOUFACULDADEDOJUIZ?
3.APLICAÇÃODOSURSIS
4.REQUISITOSPARAASUSPENSÃOCONDICIONALDAPENA
5.ESPÉCIESDESURSIS
6.REVOGAÇÃOOBRIGATÓRIA
7.REVOGAÇÃOFACULTATIVA
8.PRORROGAÇÃOAUTOMÁTICADOPERÍODODEPROVA
9.CUMPRIMENTODASCONDIÇÕES
10.DIFERENÇAENTREOSURSISEASUSPENSÃOCONDICIONALDOPROCESSO
Capítulo42–LivramentoCondicional
1.INTRODUÇÃO
2.REQUISITOSDOLIVRAMENTOCONDICIONAL
3.CONDIÇÕESPARAOCUMPRIMENTODOLIVRAMENTO
4.PROCEDIMENTODOLIVRAMENTOCONDICIONAL
5.NECESSIDADEDESEROUVIDOOCONSELHOPENITENCIÁRIOPARAACONCESSÃODOLIVRAMENTO
6.REVOGAÇÃODOLIVRAMENTOCONDICIONAL
7.EXTINÇÃODAPENA
8.LIVRAMENTOCONDICIONALEEXECUÇÃOPROVISÓRIADASENTENÇA
Capítulo43–DosEfeitosdaCondenação
1.INTRODUÇÃO
2.EFEITOSGENÉRICOSDACONDENAÇÃO
3.EFEITOSESPECÍFICOSDACONDENAÇÃO
4.EFEITOSDACONDENAÇÃONOSCRIMESCONTRAAPROPRIEDADEIMATERIAL
5.EFEITOSDACONDENAÇÃONODELITODEFAVORECIMENTODAPROSTITUIÇÃOOUDEOUTRAFORMADEEXPLORAÇÃOSEXUALDECRIANÇAOUADOLESCENTEOUDEVULNERÁVEL
6.EFEITOSDACONDENAÇÃONALEIDETORTURA
7.FIXAÇÃODOVALORMÍNIMOPARAREPARAÇÃODOSDANOSCAUSADOSPELAINFRAÇÃOPENAL
8.EFEITODACONDENAÇÃONALEIQUEDEFINEOSCRIMESRESULTANTESDEPRECONCEITODERAÇAOUDECOR
9.EFEITOSDACONDENAÇÃONALEIDELICITAÇÕES
10.EFEITOSDACONDENAÇÃONALEIQUEREGULAARECUPERAÇÃOJUDICIAL,AEXTRAJUDICIALEFALÊNCIADOEMPRESÁRIOEDASOCIEDADEEMPRESÁRIA
11.EFEITOSDACONDENAÇÃOCOMRELAÇÃOAMEMBROSDOMINISTÉRIOPÚBLICOEDAMAGISTRATURA
12.EFEITOSDACONDENAÇÃONALEINº12.850,DE2DEAGOSTODE2013(ORGANIZAÇÃOCRIMINOSA)
13.IDENTIFICAÇÃODOPERFILGENÉTICOCOMOEFEITODACONDENAÇÃO
14.PROIBIÇÃODEHOMENAGEMNADENOMINAÇÃODEBENSPÚBLICOS
Capítulo44–DaReabilitação
1.INTRODUÇÃO
2.APLICABILIDADE
3.REQUISITOSECOMPETÊNCIAPARAAANÁLISEDOPEDIDO
4.RECURSODOINDEFERIMENTODOPEDIDODEREABILITAÇÃO
5.REVOGAÇÃODAREABILITAÇÃO
Capítulo45–MedidasdeSegurança
1.INTRODUÇÃO
2.ESPÉCIESDEMEDIDASDESEGURANÇA
3.INÍCIODOCUMPRIMENTODAMEDIDADESEGURANÇA
4.PRAZODECUMPRIMENTODAMEDIDADESEGURANÇA
5.DESINTERNAÇÃOOULIBERAÇÃOCONDICIONAL
6.REINTERNAÇÃODOAGENTE
7.MEDIDADESEGURANÇASUBSTITUTIVAAPLICADAAOSEMI-IMPUTÁVEL
8.EXTINÇÃODAPUNIBILIDADEEMEDIDADESEGURANÇA
9.DIREITOSDOINTERNADO
10.INTERNAÇÃOCAUTELAR
Capítulo46–AçãoPenal
1.INTRODUÇÃO
2.CONDIÇÕESDAAÇÃO2.1.Legitimidadedaspartes2.2.Interessedeagir2.3.Possibilidadejurídicadopedido2.4.Justacausa
3.ESPÉCIESDEAÇÃOPENAL3.1.Açãopenaldeiniciativapública3.1.1.Açãopenaldeiniciativapúblicaincondicionada3.1.2.AçãopenaldeiniciativapúblicacondicionadaàrepresentaçãodoofendidoouàrequisiçãodoMinistrodaJustiça3.1.3.Princípiosinformadoresdaaçãopenaldeiniciativapública3.2.Açãopenaldeiniciativaprivada3.2.1.Privadapropriamentedita3.2.2.Privadasubsidiáriadapública3.2.3.Privadapersonalíssima3.2.4.Princípiosinformadoresdaaçãopenaldeiniciativaprivada
4.REPRESENTAÇÃOCRIMINALOUREQUISIÇÃODOMINISTRODAJUSTIÇA
5.AÇÃOPENALNOCRIMECOMPLEXO
6.DECADÊNCIADODIREITODEQUEIXAOUDEREPRESENTAÇÃO,RENÚNCIAEPERDÃODOOFENDIDO
Capítulo47–ExtinçãodaPunibilidade
1.INTRODUÇÃO
2.MORTEDOAGENTE
3.ANISTIA,GRAÇAEINDULTO
4.RETROATIVIDADEDELEIQUENÃOMAISCONSIDERAOFATOCOMOCRIMINOSO
5.PRESCRIÇÃO,DECADÊNCIAEPEREMPÇÃO
6.RENÚNCIAAODIREITODEQUEIXAOUPERDÃOACEITONOSCRIMESDEAÇÃOPRIVADA6.1.Renúnciaaodireitodequeixa6.2.Perdãodoofendido
7.RETRATAÇÃODOAGENTENOSCASOSEMQUEALEIAADMITE
8.PERDÃOJUDICIAL,NOSCASOSPREVISTOSEMLEI8.1.PerdãojudicialnoCódigodeTrânsitoBrasileiro8.2.PerdãojudicialeaLeinº9.807/998.3.PerdãoJudicialeaLeideOrganizaçãoCriminosa(Leinº12.850,de2deagostode2013)
Capítulo48–Prescrição
1.INTRODUÇÃO
2.NATUREZAJURÍDICADAPRESCRIÇÃO
3.ESPÉCIESDEPRESCRIÇÃO
4.PRESCRIÇÃOANTESDETRANSITAREMJULGADOASENTENÇA
5.PRESCRIÇÃODASPENASRESTRITIVASDEDIREITOS
6.PRESCRIÇÃODEPOISDETRANSITAREMJULGADOASENTENÇAPENALCONDENATÓRIA
7.MOMENTOPARAORECONHECIMENTODAPRESCRIÇÃO
8.PRESCRIÇÃORETROATIVAESUPERVENIENTE(INTER-CORRENTEOUSUBSEQUENTE)
9.TERMOINICIALDAPRESCRIÇÃOANTESDETRANSITAREMJULGADOASENTENÇAFINAL
10.TERMOINICIALDAPRESCRIÇÃOAPÓSASENTENÇACONDENATÓRIAIRRECORRÍVEL
11.PRESCRIÇÃODAMULTA
12.REDUÇÃODOSPRAZOSPRESCRICIONAIS
13.CAUSASSUSPENSIVASDAPRESCRIÇÃO
14.CAUSASINTERRUPTIVASDAPRESCRIÇÃO14.1.Recebimentodadenúnciaoudaqueixa14.1.1.Recebimentodadenúnciaouqueixananovalegislaçãoprocessualpenal14.2.Pronúncia14.3.Decisãoconfirmatóriadapronúncia14.4.Publicaçãodasentençaouacórdãocondenatóriosrecorríveis14.5.Iníciooucontinuaçãodocumprimentodapena14.6.Reincidência14.7.Efeitosdainterrupção
15.PRESCRIÇÃONOCONCURSODECRIMES
16.PRESCRIÇÃOPELAPENAEMPERSPECTIVA(IDEAL,HIPOTÉTICAOUPELAPENAVIRTUAL)
17.PRESCRIÇÃOEDETRAÇÃO
18.IMPRESCRITIBILIDADE
Referências
ÍndiceRemissivo
CAPÍTULO1
NOTASPRELIMINARES
1.INTRODUÇÃOTalvezaprimeiraindagaçãoquevenhaàmentedoleitorquandoiniciaoestudodoDireito
Penalseja,apropósito,suaprópriadenominação.PorqueDireitoPenalenãoDireitoCriminalououtradenominaçãoqualquer?
OBrasil,desdequesetornouindependente,em1822,somenteutilizouaexpressãoDireitoCriminal uma única vez, em seu Código de 1830 (Código Criminal do Império). Nos demais,passouaadotaradenominaçãoCódigoPenalparaoconjuntodenormas,condensadasnumúnicodiplomalegal,quevisamtantoadefiniroscrimes,proibindoouimpondocondutas,sobaameaça
de sançãopara os imputáveis emedidade segurançapara os inimputáveis,1 como também acriarnormasdeaplicaçãogeral,dirigidasnãosóaostiposincriminadoresneleprevistos,comoatoda a legislação penal extravagante, desde que esta não disponha expressamente de modocontrário,conformedeterminaoart.12daParteGeraldoCódigoPenal(leinº7.209/84),assimredigido:
Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por leiespecial,seestanãodispuserdemododiverso.
ConformeasliçõesdeBasileuGarcia,criticava-seaexpressãoDireitoPenalporqueestadavaênfaseàpenaenãoabrangiaasmedidasdesegurança,quevisamnãoàpuniçãodoagentequecometeu um injusto típico, mas, sim, ao seu efetivo tratamento. Contudo, noticiava ainda orenomado mestre que alguns sustentavam ser “mais apropriado dizer Direito Criminal,porquantoasmencionadasmedidasvisamaevitaroscrimesepressupõem,emregra,queoseu
destinatáriotenhapraticadoalgum.”2
NiloBatista,adeptodaexpressãodireitopenal,justificasuaposiçãodizendo:
“Emprimeirolugar[...],apenaécondiçãodeexistênciajurídicadocrime–aindaqueaocrime,posteriormente,odireitoreajatambémouapenascomumamedida de segurança. Pode-se, portanto, afirmar comMir Puig que apena‘nãoapenaséoconceitocentraldenossadisciplina,mastambémquesuapresençaésempreolimitedaquiloqueaelapertence.Emsegundolugar,porque as medidas de segurança constituem juridicamente sanções com
caráterretributivo,eportantocomindiscutívelmatizpenal’.”3
EmborafaçamosoestudodeumDireitoPenal,nãodescartamosousodovocábulocriminaldonossosistemajurídico.Porexemplo,olocalondetramitamaçõesdenaturezapenalchama-seVara Criminal; o recurso interposto em virtude de uma decisão proferida por um juízomonocráticoédirigidoesubmetidoaocrivodeumaCâmaraCriminal;oadvogadoquemilitanasearapenaléconhecidocomoadvogadocriminalista.
Apesar da discussão existente, a denominação Direito Penal é, ainda, a mais difundida eutilizada,inclusivepelaprópriaConstituiçãoFederal,de1988,v.g.,noart.22,incisoI.
2.FINALIDADEDODIREITOPENALA finalidade do Direito Penal é proteger os bens mais importantes e necessários para a
própria sobrevivência da sociedade, ou, nas precisas palavras de Luiz Regis Prado, “opensamento jurídicomodernoreconhecequeoescopo imediatoeprimordialdoDireitoPenal
radicanaproteçãodebens jurídicos – essenciais ao indivíduo e à comunidade.”4 Nilo Batistatambém aduz que “a missão do direito penal é a proteção de bens jurídicos, através da
cominação,aplicaçãoeexecuçãodapena.”5Apena,portanto,ésimplesmenteoinstrumentodecoerção de que se vale o direito penal para a proteção dos bens, valores e interesses maissignificativosdasociedade.
Comodireitopenalobjetiva-setutelarosbensque,porseremextremamentevaliosos,nãodoponto de vista econômico,mas simpolítico, não podem ser suficientemente protegidos pelosdemaisramosdodireito.
QuandodissemosserpolíticoocritériodeseleçãodosbensaseremtuteladospeloDireitoPenal,éporqueasociedade,diaapósdia,evolui.Bensqueemoutrostemposeramtidoscomo
fundamentaise,porisso,mereciamaproteçãodoDireitoPenal,hoje,jánãogozamdessestatus.6
Exemplodissofoiarevogaçãodosdelitosdesedução,raptoeadultério,levadaaefeitopelaLei
nº11.106,de28demarçode2005.Amulherdadécadade1940,períodoemque foi editadonossoCódigoPenal,cujaparteespecial,cominúmerasalterações,aindaseencontraemvigor,écompletamentediferentedaquelaqueparticipadanossasociedadejánoséculoXXI.
Hoje, a mulher é voltada para o trabalho; divide, efetivamente, os encargos relativos àmanutençãodeseu larcomomarido;atuaativamentenavidapolíticadopaís,enfim,háumadiferença gritante entre a que viveu na década de 1940, e a deste novo século. Conceitosmodificam-seduranteopassardosanos.Éporissoqueodireitopenalvive,comonãopoderiadeixardeser,emconstantemovimento,tentandoadaptar-seàsnovasrealidadessociais.
Em virtude dessa constante mutação, bens que outrora eram considerados de extremaimportância e, por conseguinte, carecedores da especial atenção do Direito Penal já nãomerecem,hoje,serporeleprotegidos.
Assim, já que a finalidade do direito penal, como dissemos, é proteger bens essenciais àsociedade,quandoestatutelanãomaissefaznecessária,eledeveafastar-seepermitirqueosdemaisramosdodireitoassumam,semasuaajuda,esseencargodeprotegê-los.
EsseraciocínioarespeitodafinalidadeprotetivadebensjurídicosatribuídaaoDireitoPenalteveiníciocomBirnbaum,em1834.Antesdele,FeuerbachafirmavaqueoDireitoPenaltinhapor
fimprotegerdireitossubjetivos,poisodelitosignificavaumalesãodeumdireitosubjetivoalheio7.Portanto,desdeBirnbaumadoutrinamajoritáriatemafirmadoserestaafinalidadedoDireitoPenal.
Noentanto,atualmente,partedadoutrinatemcontestadoesseraciocínio,aexemplodoProf.GüntherJakobs,queafirmaqueoDireitoPenalnãoatendeaessafinalidadedeproteçãodebensjurídicos, pois, quando é aplicado, o bem jurídico que teria de ser por ele protegido já foiefetivamenteatacado.ParaJakobs,oqueestáemjogonãoéaproteçãodebensjurídicos,mas,sim,agarantiadevigênciadanorma,ouseja,oagentequepraticouumainfraçãopenaldeveráser punido para que se afirme que a norma penal por ele infringida está em vigor. ConformedestacadoporGuillermoPortilla Contreras, para Jakobs, “o essencial noDireito Penal não é aproteção de bens jurídicos senão a proteção de normas, dado que os bens se convertem emjurídicosnomomentoemquesãoprotegidosnormativamente”;econtinuadizendoque“odelitojánãosecaracterizarápeloconceitodedanosocial,senãopelodeinfidelidadeaoordenamento,eapenacumpriráamissãodeconfirmaromandatojurídicocomocritérioorientadordasrelações
sociais”8.
Apesar da posição do emérito catedrático da Universidade de Bonn, prevalece aquela arespeitodafinalidadeprotetivadebensqueéatribuídaaoDireitoPenal.Consequentemente,seoDireito Penal tempor fim proteger bens jurídicos, não pode ocorrer a criação típica semque
algumbemestejasendoporeletutelado.
Merecedestaque,noentanto,aadvertêncialevadaaefeitoporAndréEstefam,quandoaduzque“amissãocrucialdojuristadoDireitoPenal,muitomaisdoquesimplesmentedefiniroqueébemjurídico,deveserencontrarquaissãooslimitesparaasuaproteçãopormeiodasnormas
penais.”9 Indomais além, podemos dizer que também faz parte dessamissão conter a “fúrialegislativa”,ouseja,odesejoincontidodolegisladordecriartipospenais,proibindoouimpondodeterminadoscomportamentoscujosbensnãomereciamserprotegidospeloDireitoPenal,mas,sim,poroutrosramosdoordenamentojurídicomenosradicaisdoqueaquele.
3.ASELEÇÃODOSBENSJURÍDICO-PENAISSendoafinalidadedoDireitoPenalaproteçãodosbensessenciaisaoconvívioemsociedade,
deveráo legislador fazerasuaseleção.Emboraessecritériodeescolhadebens fundamentaisnão seja completamente seguro,poisquenelehá forte conotação subjetiva,naturaldapessoahumana encarregada de levar a efeito tal seleção, podemos afirmar que a primeira fonte depesquisaencontra-senaConstituiçãoFederal.
OsvaloresabrigadospelaCartaMagna,taiscomoaliberdade,asegurança,obem-estarsocial,aigualdadeeajustiça,sãodetalgrandezaqueoDireitoPenalnãopoderávirar-lhesascostas,
servindoaLeiMaiordenorteaolegisladornaseleçãodosbenstidoscomofundamentais.10
A Constituição Federal exerce, como veremos mais adiante, duplo papel. Se de um ladoorientaolegislador,elegendovaloresconsideradosindispensáveisàmanutençãodasociedade,poroutro,segundoaconcepçãogarantistadoDireitoPenal,impedequeessemesmolegislador,com uma suposta finalidade protetiva de bens, proíba ou imponha determinadoscomportamentosvioladoresdedireitosfundamentaisatribuídosatodapessoahumana,tambémconsagradospelaConstituição.
NessesentidosãoasliçõesdeAndréCopetti,quandoassevera:
“É nos meandros da Constituição Federal, documento onde estãoplasmadososprincípiosfundamentaisdenossoEstado,quedevetransitarolegisladorpenalparadefinirlegislativamenteosdelitos,senãoquerviolaracoerência de todo o sistema político-jurídico, pois é inconcebívelcompreender-se o direito penal, manifestação estatal mais violenta erepressora do Estado, distanciado dos pressupostos éticos, sociais,
econômicosepolíticosconstituintesdenossasociedade.”11
4.CÓDIGOSPENAISDOBRASIL
ApósaproclamaçãodaIndependência,em1822,edepoisdeter-sesubmetidoàsOrdenaçõesAfonsinas,ManoelinaseFilipinas,oBrasileditou,durantesuahistória,osseguintesCódigos:
–CódigoCriminaldoImpériodoBrasil,aprovadoem16dezembrode1830;
–CódigoPenaldosEstadosUnidosdoBrasil,Decretonº847,de11deoutubrode1890;
–ConsolidaçãodasLeisPenais,aprovadaeadotadapeloDecretonº22.213,de14dedezembrode1932;
–Código Penal, Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – cuja Parte Especial, comconsideráveisalterações,encontra-seemvigoratéosdiasdehoje;
– Código Penal, Decreto-Lei nº 1.004, de 21 de outubro de 1969 – que permaneceu por umperíodoaproximadodenoveanosemvacatiolegis,tendosidorevogadopelaleinº6.578,de11deoutubrode1978,semsequerterentradoemvigor;
–CódigoPenal,Leinº7.209,de11dejulhode1984–comestaleifoirevogada,tãosomente,aParteGeraldoCódigoPenalde1940.
OnossoatualCódigoPenalécompostoporduaspartes:geral(arts.1ºa120)eespecial(arts.121a361).
É a Parte Geral do Código destinada à edição das normas que vão orientar o intérpretequandodaverificaçãodaocorrência,emtese,dedeterminada infraçãopenal.Aliencontramosnormas destinadas à aplicação da lei penal, preocupando-se o legislador em esclarecer, v.g.,quando se considera praticado o delito, ou seja, o tempo do crime; cuida de conceitosfundamentaisàexistênciadodelito,comoacondutadoagente(dolosaouculposa),bemcomoonexodecausalidadeentreestaeoresultado;elencacausasqueexcluemocrime,afastandosuailicitudeouisentandooagentedepena;ditaregrasquetocamdiretamenteàexecuçãodapenainfligidaaocondenado,bemcomoàaplicaçãodemedidadesegurançaaoinimputávelousemi-imputável; enumera causas de extinção da punibilidade; enfim, ocupa-se de regras que sãoaplicadasnãosóaoscrimesprevistosnopróprioCódigoPenal,comotambématodaalegislaçãoextravagante, isto é, àquelas normas que não estão contidas no corpo do Código, mas quedispõemtambémdematériaspenais.
AParteEspecialdoCódigoPenal,emboracontenhanormasdeconteúdoexplicativo,como,v.g.,aquelaquedefineoconceitodefuncionáriopúblico(art.327),oumesmocausasqueexcluamocrimeouisentemoagentedepena,édestinada,precipuamente,adefinirosdelitoseacominaraspenas.
No Código Penal ainda percebemos que, quase sempre ao lado dos artigos, de forma
destacada,encontramosdeterminadasexpressõesquesedestinamàsuamaiorinteligibilidade.Vejamosoexemplodoart.1º.Antesmesmode fazermosasua leitura,podemosperceberqueesseartigocuidarádealgoquedizrespeitoàanterioridadeda lei.Eporquechegamosaessaconclusão?Porumarazãomuitosimples:oprópriolegisladorpreocupou-seemnosinformar,porintermédio daquilo que chamamos de indicação marginal ou rubrica, que aquele artigo seriadestinadoa tratardamatéria jáporeleanunciada.Vejamosoutroexemplo:noart.121,caput,temosaseguinteredação:mataralguém.Olegislador,nestecaso,deuaessecrimeonomeniurisdehomicídio,colocandoessaexpressãoemsuarubrica.Aindicaçãomarginalourubricavariarádeacordocomcada infraçãopenalou institutodaParteGeralouEspecialdoCódigo,podendotambémserutilizadanalegislaçãoextravagante.
Curiosamente,nossoCódigoPenal tinha,emsuaParteEspecial,doisdelitosdiferentesquepossuíam a mesma indicação marginal. Havia, nos arts. 332 e 357, a rubrica exploração deprestígio.AprimeiradiziarespeitoaocrimepraticadoporparticularcontraaAdministraçãoemgeraleasegundaimportava,especificamente,emcrimecontraaadministraçãodaJustiça.Comaentrada em vigor da Lei nº 9.127/95, que deu nova redação ao art. 332 do Código Penal, olegislador entendeu por bem modificar a rubrica. Agora, aquele que solicita, exige, cobra ouobtém,parasiouparaoutrem,vantagem,apretextodeinfluirematopraticadoporfuncionáriopúbliconoexercíciodafunção,cometeodelitodetráficodeinfluência,enãomaisodeexploraçãodeprestígio.
Omovimentodecodificação,quetevesuasraízesnoperíodoiluministaeseconcretizounoséculoXIX, cuja finalidadeera tentaracabar coma insegurançaea incertezaqueos inúmerosdiplomaspenaisesparsostraziam–principalmentepelafaltadesistematizaçãoentreeles–,queeram,atémuitasvezes,contraditóriaseincoerentes,estásendominadopelainflaçãolegislativaqueassolaamaioriadosordenamentosjurídicos,aexemplodoqueocorrenoBrasil.
Em nosso ordenamento jurídico-penal existem dezenas, para não dizer centenas, de leisespeciaisouextravagantesdefinindoinúmerasinfraçõespenais,aexemplodoqueocorrecomatortura, o racismo, as drogas, os crimes hediondos etc. Isso faz com que se perca a visãosistêmica, proporcional e racional do nosso ordenamento jurídico-penal, surgindo dúvidas nomomentodainterpretaçãoconjugadadessestextoslegais.
Adescodificaçãopenal,comoalertaSergioGabrielTorres,“alteraaeficáciadaleipenaletrazcomo consequência uma severa lesão aos princípios da necessidade, sistematicidade,
racionalidade,unidade,simplicidadeeproporcionalidadequedevemorientaramatéria.”12
5.DIREITOPENALOBJETIVOEDIREITOPENALSUBJETIVO
Direito Penal Objetivo é o conjunto de normas editadas pelo Estado, definindo crimes econtravenções,istoé,impondoouproibindodeterminadascondutassobaameaçadesançãooumedidadesegurança,bemcomotodasasoutrasquecuidemdequestõesdenaturezapenal,v.g.,excluindoocrime,isentandodepena,explicandodeterminadostipospenais.
OEstado,sempreatentoaoprincípiodalegalidade,pilarfundamentaldetodoodireitopenal,pode,deacordocomsuavontadepolítica,ditarnormasdecondutaoumesmooutrasquesirvampara a interpretação e a aplicação doDireito Penal. Todas essas normas que ganham vida nocorpodaleiemvigorformamoquechamamosdeDireitoPenalObjetivo.
Direito Penal Subjetivo, a seu turno, é a possibilidade que tem o Estado de criar e fazercumprirsuasnormas,executandoasdecisõescondenatóriasproferidaspeloPoderJudiciário.Éopróprioiuspuniendi.Sedeterminadoagentepraticarumfatotípico,antijurídicoeculpável,abre-seaoEstadoodever-poderdeiniciarapersecutiocriminisinjudicio,visandoaalcançar,quandoforocasoeobedecidoodevidoprocessolegal,umdecretocondenatório.
MesmoqueemdeterminadasaçõespenaisoEstadoconcedaàsupostavítimaafaculdadedeingressaremjuízocomumaqueixa-crime,permitindo--lhe,comisso,darinícioaumarelaçãoprocessualpenal,casooquereladovenhaasercondenado,oEstadonãotransfereaoquerelanteoseuiuspuniendi.Aoparticular,comosesabe,sócabeochamado ius persequendi ou o ius accusationis, ou seja, o direito de vir a juízo e pleitear acondenaçãodeseusupostoagressor,masnãoodeexecutar,elemesmo,asentençacondenatória,hajavistatersidoavingançaprivadaabolidadenossoordenamentojurídico.
Ochamadoiuspuniendi,noentanto,nãoselimitaàexecuçãodacondenaçãodoagentequepraticou, por exemplo, o delito. A própria criação da infração penal, atribuída ao legislador,tambémseamoldaaesseconceito.Assim,tantoexerceoiuspuniendioPoderLegislativo,quandocria as figuras típicas, como o Poder Judiciário, quando, depois do devido processo legal,
condenadooagentequeviolouanormapenal,executasuadecisão.13
Podemossubdividir,ainda,oiuspuniendiem:positivoenegativo.
Iuspuniendipositivoseriaocitadoanteriormente,valedizer,opoderquetemoEstadonãosomenteparacriarostipospenais,comotambémparaexecutarsuasdecisõescondenatórias.
Ius puniendi em sentido negativo seria, conforme as lições de Antonio Cuerda Riezu, “afaculdade de derrogar preceitos penais ou bem restringir o alcance das figuras delitivas”,14
atribuição essa que compete ao Supremo Tribunal Federal, quando declara ainconstitucionalidadedeleipenal,produzindoeficáciacontratodoseefeitovinculante,conformedeterminao§2ºdoart.102daConstituiçãoFederal.
Assim,concluindo,podemosconsideraroDireitoPenalObjetivoeoDireitoPenalSubjetivocomo duas faces de umamesmamoeda. Aquele, como o conjunto de normas que, de algumaforma,cuidadematériadenaturezapenal;este,comoodever-poderquetemoEstadodecriarostipospenais,edeexerceroseudireitodepunircasoasnormasporeleeditadasvenhamaserdescumpridas.
6.MODELOPENALGARANTISTADELUIGIFERRAJOLIConformeasliçõesdeBobbio:
“As normas de umordenamento não estão todas nomesmo plano. Hánormas superiores e normas inferiores. As inferiores dependem dassuperiores. Subindodasnormas inferiores àquelasque se encontrammaisacima,chega-seaumanormasuprema,quenãodependedenenhumaoutranorma superior e sobre a qual repousa a unidade do ordenamento. Essanorma suprema é a norma fundamental. Cada ordenamento possui umanormafundamental,quedáunidadeatodasasoutrasnormas,istoé,fazdasnormasespalhadasedeváriasproveniênciasumconjuntounitárioquepode
serchamadodeordenamento.”15
Eéjustamentesobreessahierarquiadenormas,existentenochamadoEstadoConstitucionaldeDireito,queLuigiFerrajolivaibuscarosfundamentosdoseumodelogarantista.
Num sistema em que há rigidez constitucional, a Constituição, de acordo com a visãopiramidal propostaporKelsen, é a “mãe”de todas asnormas.Todas asnormas consideradasinferioresnelavãobuscarsuafontedevalidade.Nãopodem,portanto,contrariá-la,sobpenadeseremexpurgadasdenossoordenamentojurídico,emfacedovíciodeinconstitucionalidade.
AConstituiçãonosgaranteumasériededireitos,tidoscomofundamentais,quenãopoderãoseratacadospelasnormasquelhesãohierarquicamenteinferiores.Dessaforma,nãopoderáolegisladorinfraconstitucionalproibirouimpordeterminadoscomportamentos,sobaameaçadeumasançãopenal,seo fundamentodevalidadedetodasas leis,queéaConstituição,nãonosimpedirdepraticarou,mesmo,nãonosobrigarafazeraquiloqueolegisladornosestáimpondo.Pelocontrário,aConstituiçãonosprotegedaarrogânciaedaprepotênciadoEstado,garantindo-noscontraqualquerameaçaanossosdireitosfundamentais.
Nesse sentido, Ferrajoli aduz que o “garantismo – entendido no sentido do EstadoConstitucional de Direito, isto é, aquele conjunto de vínculos e de regras racionais impostos atodosospoderesna tuteladosdireitosde todos, representaoúnicoremédioparaospoderesselvagens”, e distingue as garantias em duas grandes classes: “as garantias primárias e as
secundárias.Asgarantiasprimáriassãooslimitesevínculosnormativos–ouseja,asproibiçõeseobrigações,formaisesubstanciais–impostos,natuteladosdireitos,aoexercíciodequalquerpoder.Asgarantiassecundáriassãoasdiversasformasdereparação–aanulabilidadedosatosinválidos e a responsabilidade pelos atos ilícitos – subsequentes às violações das garantias
primárias.”16
A magistratura, segundo a concepção garantista de Ferrajoli, exerce papel fundamental,principalmentenoquedizrespeitoaocritériodeinterpretaçãodaleiconformeaConstituição.Ojuiznãoémeroaplicadordalei,meroexecutordavontadedolegisladorordinário.Antesdetudo,éoguardiãodenossosdireitosfundamentais.AnteacontrariedadedanormacomaConstituição,deveráomagistrado, sempre,optarporestaúltima, fonteverdadeiradevalidadedaprimeira.NaspalavrasdeFerrajoli:
“A sujeição do juiz à lei já não é, como o velho paradigma positivista,sujeiçãoàletradalei,qualquerquefosseseusignificado,senãosujeiçãoàleienquanto válida, quer dizer, coerente com a Constituição. E no modeloconstitucional garantista a validez já não é um dogma associado à meraexistênciaformaldalei,senãoumaqualidadecontingentedamesmaligadaàcoerênciadeseussignificadoscomaConstituição,coerênciamaisoumenosopinável e sempre remetida à valoração do juiz. Disso se segue que ainterpretação judicialda leié tambémsempreumjuízosobrea leimesma,que corresponde ao juiz junto com a responsabilidade de eleger os únicossignificados válidos, ou seja, compatíveis com as normas constitucionais
substanciaisecomosdireitosfundamentaisestabelecidospelasmesmas.”17
ComobemdestacouSalodeCarvalho:
“A teoria do garantismo penal, antes de mais nada, se propõe aestabelecer critérios de racionalidade e civilidade à intervenção penal,deslegitimandoqualquermodelodecontrolesocialmaniqueístaquecolocaa‘defesa social’ acima dos direitos e garantias individuais. Percebido dessaforma, omodelo garantista permite a criação de um instrumental prático-teórico idôneo à tutela dos direitos contra a irracionalidade dos poderes,sejampúblicosouprivados.
Os direitos fundamentais adquirem, pois, status de intangibilidade,estabelecendo o que Elias Diaz e Ferrajoli denominam de esfera do nãodecidível,núcleosobreoqualsequeratotalidadepodedecidir.Emrealidade,conformaumaesferadoinegociável,cujosacrifícionãopodeserlegitimado
sequer sob a justificativa da manutenção do ‘bem comum’. Os direitosfundamentais–direitoshumanosconstitucionalizados–adquirem,portanto,afunçãodeestabeleceroobjetoeoslimitesdodireitopenalnassociedades
democráticas.”18
6.1.Dezaxiomasdogarantismopenal
Ateoriagarantistapenal,desenvolvidaporFerrajoli,19temsuabasefincadaemdezaxiomas,ouseja,emdezmáximasquedãosuporteatodooseuraciocínio.Sãoeles:
1.Nullapoenasinecrimine;
2.Nullumcrimensinelege;
3.Nullalex(poenalis)sinenecessitate;
4.Nullanecessitassineinjuria;
5.Nullainjuriasineactione;
6.Nullaactiosineculpa;
7.Nullaculpasinejudicio;
8.Nullumjudiciumsineaccusatione;
9.Nullaaccusatiosineprobatione;
10.Nullaprobatiosinedefensione.
Porintermédiodoprimeirobrocardo–nullapoenasinecrimine–,entende--se que somente será possível a aplicação de pena quandohouver, efetivamente, a prática dedeterminadainfraçãopenal,que,aseuturno,tambémdeveráestarexpressamenteprevistanaleipenal–nullumcrimensinelege.A leipenalsomentepoderáproibirou imporcomportamentos,sobaameaçadesanção,sehouverabsolutanecessidadedeprotegerdeterminadosbens,tidoscomo fundamentais ao nosso convívio em sociedade, em atenção ao chamado direito penalmínimo – nulla lex (poenalis) sine necessitate. As condutas tipificadas pela lei penal devem,obrigatoriamente,ultrapassarapessoadoagente,istoé,nãopoderãoserestringiràsuaesferapessoal,àsuaintimidade,ouaoseuparticularmododeser,somentehavendopossibilidadedeproibiçãodecomportamentosquandoestesvieremaatingirbensdeterceiros–nullanecessitassineinjuria–,exteriorizadosmedianteumaação–nullainjuriasineactione–,sendoque,ainda,somenteasaçõesculpáveispoderãoserreprovadas–nullaactiosineculpa.
Os demais brocardos garantistas erigidos por Ferrajoli apontam para a necessidade deadoção de um sistema nitidamente acusatório, com a presença de um juiz imparcial e
competenteparao julgamentodacausa–nullaculpasinejudicio–quenãoseconfundacomoórgãodeacusação–nullum judiciumsineaccusatione. Fica, ainda, a cargodesteúltimooônusprobatório,quenãopoderáser transferidoparaoacusadodapráticadedeterminada infraçãopenal–nullaaccusatiosineprobatione–,devendoser-lheasseguradaaampladefesa,comtodososrecursosaelainerentes–nullaprobatiosinedefensione.
7.PRIVATIZAÇÃODODIREITOPENALTemosassistido,ultimamente,àretomadadoprestígiodavítimanoprocessopenal.Depois
daSegundaGuerraMundial,comadescobertadasatrocidadesdonazismo,surgepelaprimeiravezo termovitimologia. ConformeesclareceHeitorPiedade Júnior, “o termo ‘vitimologia’, queetimologicamentederivadolatimvictima,aeedaraizgregalogos,foipelaprimeiravez,segundose afirma, empregado por Benjamin Mendelson, em 1947, numa conferência pronunciada no
HospitaldoEstado,emBucareste.”20
Muitos institutos penais e processuais penais foram criados mais sob o enfoque dosinteressesprecípuosdavítimadoque,propriamente,doagentequepraticoua infraçãopenal.Suavontadeélevadaemconsideração,porexemplo,nasaçõesdeiniciativaprivada,oumesmonas ações de iniciativa pública condicionadas à representação; no arrependimento posterior,previsto no art. 16 do Código Penal, tem-se em mira a reparação dos prejuízos por elaexperimentados; a própria lei que criou os Juizados Especiais Criminais (9.099/95), em seuart.62,depoisdeesclarecerqueoprocessodeveráserorientadopeloscritériosdaoralidade,dainformalidade, da economia processual e da celeridade, afirma que os seus objetivos serão,sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena nãoprivativadeliberdadeetc.
Vemos,assim,queavítima,esquecidaquefoidurantedécadas,começaaretomarposiçãodeproeminência, sendo seus interesses priorizados pelo Estado. Essa influência da vítima noDireitoenoProcessoPenalfezcomquealgunsautorescunhassemaexpressãoprivatizaçãodoDireitoPenal,entendendo-acomoumaoutraviadereaçãodoEstado.UlfridNeumannesclareceque “recentemente, a introdução da relação autor-vítima-reparação no sistema de sançõespenaisnosconduzaummodelode‘trêsvias’,ondeareparaçãosurgecomoumaterceirafunção
dapenaconjuntamentecomaretribuiçãoeaprevenção.”21
AreferidaLeidosJuizadosEspeciaisnosforneceoutroexemploqueseamoldaaoconceitodeprivatizaçãodoDireitoPenal,valedizer,acomposiçãodosdanos,naqual,nashipótesesdeaçãopenaldeiniciativaprivadaoudeaçãopenaldeiniciativapúblicacondicionadaàrepresentação,oacordohomologadoacarretaarenúnciaaodireitodequeixaourepresentação,nos termosdo
parágrafoúnicodoart.74daLeinº9.099/95.
8.ODIREITOPENALMODERNOConformeliçõesdeEdgardoAlbertoDonna,o:
“Chamado Direito Penal moderno se encontra com um fenômenoquantitativoquetemseudesenvolvimentonaparteespecial.Nãohácódigoquenosúltimosanosnãohajaaumentadoocatálogodedelitos,comnovos
tipospenais,novasleisespeciaiseumaforteagravaçãodaspenas.”22
Deacordocomasliçõesdorenomadoautor,podemoscitarcomoexemplos,dentreoutros,dochamadoDireito Penal moderno, cujas previsões se fazem presentes namaioria dos CódigosPenais,principalmentenospaísesocidentais:
•direitopenaldorisco;
•antecipaçãodaspunições;
•aumentodoscrimesdeperigoabstrato;
•delitoseconômicos;
•crimeorganizado;
•lavagemdedinheiro;
•direitopenalambiental;
•terrorismo;
•responsabilidadepenaldapessoajurídica;
•crimescibernéticos;
•drogas;
•mudançadetratamentodocriminoso,enxergando-ocomouminimigo;
•aumentodeproteçãoabensjurídicosabstratos,comoasaúdepública;
•recrudescimentodaspenas;
•dificuldadeparareintegraçãosocialdopreso,aumentandooefetivotempodecumprimentodapena, dificultando sua saída do cárcere no que diz respeito à progressão de regime oulivramentocondicional.
ODireitoPenalmoderno,comosepercebe,segueasorientaçõespolítico--criminaisdeumDireitoPenalmáximo,deixandode lado,muitasvezes, asgarantiaspenaise
processuaispenais,soboargumento,falsoemnossaopinião,dedefesadasociedade.
1PelaLeinº7.209/84,comareformadapartegeraldoCódigoPenal,asmedidasdesegurançapassaramaserdestinadasaosinimputáveis(ouaossemi-imputáveis,nahipótesedoparágrafoúnicodoart.26,necessitandoocondenadodeespecialtratamentocurativo–conformeoart.98doCP).2GARCIA,Basileu.Instituiçõesdedireitopenal,p.7.3BATISTA,Nilo.Introduçãocríticaaodireitopenalbrasileiro,p.48.4PRADO,LuizRegis.Bemjurídico-penaleConstituição,p.47.5BATISTA,Nilo.Introduçãocríticaaodireitopenalbrasileiro,p.116.6ConformeasseveraSérgioSalomãoShecaira,“nãoéporoutrarazãoque,nomomentoemquevivemos,degrandesmodificaçõessociais,deevoluçãoesuperações,estejamosaenfrentarumduploproblema:quaisbensjurídicos devem ser protegidos; quais bens jurídicos não mais precisam de proteção. Em outras palavras,estamos diante de uma via de duas mãos: a que criminaliza condutas e a que as descriminaliza”(Responsabilidadepenaldapessoajurídica,p.134).7FERNANDÉZ,GonzaloD.Bienjurídicoysistemadeldelito,p.12.8CONTRERAS,GuillermoPortilla.Lainfluenciadelascienciassocialesenelderechopenal:ladefensadelmodeloideológico neoliberal en las teorías funcionalistas y en el discurso ético de Habermas sobre selección de losinteresespenales(Críticaejustificacióndelderechopenalenelcambiodesiglo),p.106.9STEFAM,André.Direitopenal–Partegeral,v,1,p.47.10“ÉaConstituiçãoquedelineiaoperfildoEstado,assinalandoosfundamentos,objetivoseprincípiosbasilares(particularmente,arts.1ºao5ºdaCF)quevãogovernarasuaatuação.Logo,comomanifestaçãodasoberaniadoEstado,oDireitoe,emespecial,oDireitoPenalpartemdaanatomiapolítica(Focault),devemexpressaressaconformaçãopolítico-jurídica(estatal)ditadapelaConstituição,mas,maisdoqueisso,devemtraduzirosvaloressuperioresdadignidadedapessoahumana,daliberdade,dajustiçaedaigualdade,umavezqueocatálogodedireitosfundamentaisconstitui,comoressaltaGómezdelaTorre,onúcleoespecíficodelegitimaçãoelimitedaintervenção penal e que, por sua vez, delimita o âmbito do punível nas condutas delitivas” (Queiroz, Paulo deSouza.Direitopenal–Introduçãocrítica,p.17-18).11COPETTI,André.Direitopenaleestadodemocráticodedireito,p.137-138.12TORRES,SergioGabriel.Característicasyconsecuenciasdelderechopenaldeemergencia –Laemergenciadelmiedo,p.144.13Podemoscitaroart.57daLeinº6.001/1973 (Estatutodo Índio)comoexceçãoaessemonopólioestatal,quediz,verbis:Art.57.Serátoleradaaplicação,pelosgrupostribais,deacordocomasinstituiçõespróprias,desançõespenaisoudisciplinarescontraosseusmembros,desdequenão revistamcarátercruelou infamante,proibidaemqualquercasoapenademorte.14CuerdaRIEZU,Antonio.Ellegisladoryelderechopenal,p.96.15BOBBIO,Norberto.Teoriadoordenamentojurídico,p.49.16FERRAJOLI,Luigi.Elgarantismoylafilosofíadelderecho,p.132.17FERRAJOLI,Luigi.Derechosegarantías–Laleydelmásdébil,p.26.18CARVALHO,Salode;CARVALHO,AmiltonBuenode.Aplicaçãodapenaegarantismo,p.17.19FERRAJOLI,Luigi.Direitoerazão,p.74-75.20PIEDADEJÚNIOR,Heitor.Vitimologia–evoluçãonotempoenoespaço,p.78.21NEUMANN,Ulfrid.Alternativasalderechopenal(Críticaejustificacióndelderechopenalenelcambiodesiglo),p.202.22DONNA,EdgardoAlberto.Derechopenal–Partegeneral,t.I:Fundamentos–Teoríadelaleypenal,p.63-64.
CAPITULO2
EVOLUÇÃOHISTÓRICADODIREITOPENALEESCOLASPENAIS
1.INTRODUÇÃODefinitivamente, o homem não nasceu para ficar preso. A liberdade é uma característica
fundamentaldoserhumano.Ahistóriadacivilizaçãodemonstra,noentanto,que,logonoiníciodacriação,ohomemsetornouperigosoparaseussemelhantes.
SegundoolivrodeGênesis,capítulo3,versículo8,Deusseencontravacomohomemsemprenofinaldatarde,ouseja,naviradadodia.SeucontatoerapermanentecomEle.Contudo,apóssua fatal desobediência, Deus se afastou do homem. Começava, ali, a história das penas. Aexpulsãodoprimeirocasaldoparaísofoi,comcerteza,amaiordetodasaspunições.Logoapósprovardofrutodaárvoredoconhecimentodobemedomal,ohomemdeixoudeladosuapurezaoriginal,passandoacultivarsentimentosqueatéentãolheeramdesconhecidos.
Anos mais tarde, a desobediência inicial do homem gerou o primeiro homicídio. Caim,enciumado pelo fato de que Deus havia se agradado mais da oferta de seu irmão Abel,traiçoeiramente,omatou.CaimrecebeusuasentençadiretamentedeDeus,quedecretouqueeleseriaumfugitivoeerrantepelaterra.
A partir desses acontecimentos, o homem não parou de praticar fatos graves contra seussemelhantes.Oplanooriginal deDeus eraparaqueohomem tivessedomínio sobre todas ascoisas.Suadesobediência,contudo,levou-oadistanciar--sedeDeus,dandoinícioàpráticadecomportamentosnocivosàquelesqueseencontravamao
seuredor.
Todogruposocialsemprepossuiuregrasqueimportavamnapuniçãodaquelequepraticavafatoscontráriosaseusinteresses.Eraumaquestãodesobrevivênciadoprópriogrupoteralgumtipodepuniçãoquetivesseocondãodeimpedircomportamentosquecolocavamemriscosuaexistência.
SegundoasliçõesdeMaggiore“apena–comoimpulsoquereagecomummalanteomaldodelito–écontemporâneadohomem;poresteaspectode incoercívelexigência ética, não tem
nemprincípionemfimnahistória.Ohomem,comoserdotadodeconsciênciamoral,teve,eterá
sempre,asnoçõesdedelitoepena.”1
Apalavra“pena”provémdolatimpoenaedogregopoinéetemosignificadodeinfliçãodedor físicaoumoralao transgressordeuma lei.Conformeas liçõesdeEnriquePessina,apenaexpressa “um sofrimento que recai, por obra da sociedade humana, sobre aquele que foi
declaradoautordedelito.”2
A história do Direito Penal, portanto, confunde-se com a própria história da humanidade.Desdequeohomempassouaviveremsociedade,sempreestevepresenteaideiadepuniçãopelapráticadeatosqueatentassemcontraalgumindivíduo,isoladamente,oucontraoprópriogruposocial.Essapuniçãonãoeraorigináriadeleisformais,quenãoexistiamnaquelaépoca,massimde regras costumeiras, culturais, destinadas à satisfação de um sentimento inato de justiça e,também,comafinalidadedepreservaroprópriocorposocial.
Obviamenteque,noinício,asreaçõesnãotinhamdeser,obrigatoriamente,proporcionaisaomalpraticadopeloagenteinfrator.Emmuitassituaçõesprevalecia,comosepodiaesperar,aleidomaisforte.Aideiaderetribuiçãopelomalsofrido,oumesmodevingança,eramuitoclara.
ConformeasliçõesdeMagalhãesNoronha:
“A pena, em sua origem, nada mais foi que vindita, pois é mais quecompreensível que naquela criatura, dominada pelos instintos, o revide àagressãosofridadeviaserfatal,nãohavendopreocupaçõescomaproporção,nemmesmocomsuajustiça.
Emregra,oshistoriadoresconsideramváriasfasesdapena:a vingançaprivada, a vingança divina, a vingança pública e o período humanitário.Todaviadeveadvertir-sequeessesperíodosnãosesucedemintegralmente,oumelhor, advindo um, nempor isso o outro desaparece logo, ocorrendo,então,aexistênciaconcomitantedosprincípioscaracterísticosdecadaum:uma fase penetra a outra, e, durante tempos, esta ainda permanece a seu
lado.”3
1.1.Vingançaprivada
A primeira modalidade de pena foi consequência, basicamente, conforme explicitado porMagalhãesNoronha,dachamadavingançaprivada.Oúnicofundamentodavingançaeraapuraesimplesretribuiçãoaalguémpelomalpraticado.Essavingançapodiaserexercidanãosomentepor aquele que havia sofrido o dano, como tambémpor seus parentes oumesmo pelo gruposocialemqueseencontravainserido.
ABíbliarelataaexistênciadaschamadas“cidadesrefúgio”,destinadasaimpedirqueaquelequehouvessepraticadoumhomicídioinvoluntário,ouseja,umhomicídiodenaturezaculposa,
fossemortopelovingador de sangue.4 Se, no entanto, o homicida viesse a sair dos limites dacidaderefúgio,poderiasermortopelomencionadovingador.5
ALeideTaliãopodeserconsideradaumavançoemvirtudedomomentoemquefoieditada.Issoporque,mesmoquedeformaincipiente,játraziaemsiumanoção,aindaquesuperficial,doconceitodeproporcionalidade.O“olhoporolho”eo“dentepordente”traduziamumconceitodeJustiça,emboraaindaatreladaàvingançaprivada.ConformeesclarecemMaríaJoséFalcónyTellaeFernandoFalcónyTella:
“Durantemilêniosocastigodosatoscriminaisselevavaacabomediantea vingança privada. A intervenção da coletividade se dava somente paraaplacar a cólera de um deus que se supunha ofendido. Se produzia umaidentificaçãodelito--pecado, ideia que informará durante anos de forma decisiva toda afisionomiapenal.Nestaevolução,otaliãosupôsumtímidointentoafimdesuperar a absoluta arbitrariedade com que se aplicava a pena
anteriormente.”6
1.2.Vingançadivina
Seguindo,ainda,asliçõesdeMagalhãesNoronha,noquedizrespeitoàvingançadivina:
“Jáexisteumpodersocialcapazdeimporaoshomensnormasdecondutae castigo.Oprincípioquedomina a repressão é a satisfaçãodadivindade,ofendidapelocrime.Pune-secomrigor,antescomnotóriacrueldade,poisocastigodeveestaremrelaçãocomagrandezadodeusofendido.
É o direito penal religioso, teocrático e sacerdotal. Um dos principaisCódigoséodaÍndia,deManu(Mânava,Dharma,Sastra).Tinhaporescopoapurificação da alma do criminoso, através do castigo, para que pudesse
alcançar a bem-aventurança. Dividia a sociedade em castas: brâmanes,guerreiros,comercianteselavradores.Eraadosbrâmanesamaiselevada;aúltima,adossudras,quenadavaliam.
Revestido de caráter religioso era também o de Hamurabi. Aliás,podemos dizer que esse era o espírito dominante nas leis dos povos doOriente antigo. Alémda Babilônia, Índia e Israel, o Egito, a Pérsia, a China
etc.”7
Era o direito aplicado pelos sacerdotes, ou seja, aqueles que, supostamente, tinham umrelacionamento direto com um deus e atuavam de acordo com sua vontade. Incontáveisatrocidadesforampraticadasemnomedosdeuses,muitasdelascomafinalidadedeaplacar-lhesaira.Acriatividademalignadoshomensnãotinhalimites.
As sociedades, nesse período, eram carregadas de misticismos e crenças sobrenaturais.Eventos da natureza, como chuvas, trovões, terremotos, vendavais etc., podiam demonstrar afúriadosdeusesparacomoshomense,paratanto,precisavaseraplacada,medianteosacrifíciohumano. Alguém era apontado como culpado e, consequentemente, devia ser entregue aosdeuses.
1.3.Vingançapública
Avingançapúblicasurge,nessafasedaevoluçãohistóricadoDireitoPenal,efundamentadanamelhororganizaçãosocial,comoformadeproteção,desegurançadoEstadoedosoberano,mediante,ainda,aimposiçãodepenascruéis,desumanas,comnítidafinalidadeintimidatória.
Nessafase,aindaháresquíciosdasfasesanteriores,ouseja,avingançaprivadacontinuaaseraplicadanoseiodastribos,sendocarregada,também,demisticismos,típicosdafasedavingançadivina.ConformeesclareceJoãoMestiere:
“Avingançadivinacedenaturalmentelugaràvingançapública, produtoda paulatina afirmação do direito no contexto socio-cultural. As váriassociedades, já politicamente organizadas, contam com um poder central,procurandoportodososmeiosseafirmaremanteracoesãoeadisciplinadogrupo social. Leis severas são ditadas e a sociedade não demoramuito asentiraenormeperdaqueestásofrendodiaadia,comaaplicaçãodajustiça.Asmortes e asmutilações apenas enfraqueciam a tribo, sendo necessário
entãooutraformaderetribuição.”8
Pelo fato de as mutilações serem praticadas com muita frequência, enfraquecendo,sobremaneira,ogruposocial,surgeumanovaformaderesoluçãodosconflitos:acompositio.
SegundoasliçõesdeMaggiore:
“Ao transformar-se o talião em composição, se realiza o processosubsequente. Assim, o agravo já não se compensa com um sofrimentopessoal,senãocomalgumautilidadematerial,dadapeloofensor.Opreçodoresgate, e já não mais o da vingança, está representado pela entrega deanimais,armas,utensíliosoudinheiro.Eaproporçãoentreareparaçãoeoagravo, está contida às vezes na chamada ‘tarifa de composição’, em sua
medidaprecisa.”9
2.DIREITOPENALNAGRÉCIAANTIGA.DIREITOPENALROMANO.DIREITOPENALGERMÂNICO.DIREITOPENALCANÔNICO2.1.DireitoPenalnaGréciaAntiga
Apóspassarpelosperíodosdavingançaprivadaedavingançadivina,numaterceiraépoca,denominada“histórica”,apenadeixoudeseassentarsobrefundamentoreligioso,passandoaterumabasemoralecivil,emboraessasfasesaindafosseminterligadas,ouseja,nãohaviaocorridoumaseparaçãoabsolutaentreelas.Aevoluçãomaissignificativa,deacordocomasliçõesdeLuisJiménezdeAsúa,ocorreunoquedizrespeitoàresponsabilidade:
“Que durante o transcurso de vários séculos passou de sua índolecoletiva,dogenos,àindividual.Certoque,inclusivenasépocasmaisantigas,o direito grego somente castigou o autor, quando se tratava de delitoscomuns.Mas,notocanteàsofensasdecaráterreligiosoepolítico,existiramdurante longos períodos sanções de caráter coletivo. Os traidores e ostiranos erammortos e com eles toda sua família. Glotz assinala episódioshistóricos de pena de morte coletiva, de privação coletiva de direitos, deexpulsão coletiva da paz, chamada pelos gregos atimia, que acarretavaterríveisconsequências:qualquerumpodiamataroexcluídodacomunidade
eapoderar-sedeseusbens.”10
2.2.DireitoPenalromano
ODireitoRomanopodeserconsideradoumdosmarcosmaisimportantesdanossahistória.Roma foi fundada em 753 a.C. e surgiu de uma pequena comunidade agrícola existente napenínsula itálica no século VIII, tornando-se um dosmaiores impérios domundo antigo. EmvirtudedeumapropostalevadaaefeitoporumplebeuchamadoGaiusTerentilius,em462a.C.,que se opunha aomodo pelo qual as leis eram conhecidas e aplicadas, principalmente pelos
patrícios, foi designado um decenvirato (um grupo de dez homens), que teve por encargo apreparaçãodeumconjuntodeleisque,posteriormente,ficouconhecidocomoLeidasXIITábuas,quechegouaseutermoefoipromulgadade451a450a.C.Foi,originalmente,escritaemdozetabletes demadeira, que foram afixados no Fórum Romano, permitindo, assim, que todos asconhecessemepudessem fazer a sua leitura. Sua temática estavadivididada seguinte forma:TábuasIeII:Organizaçãoeprocedimentojudicial;TábuaIII–Normascontraosinadimplentes;Tábua IV – Pátrio poder; Tábua V – Sucessões e tutela; Tábua VI – Propriedade; Tábua VII –Servidões; Tábua VIII – Dos delitos; Tábua IX – Direito público; Tábua X – Direito sagrado –TábuasXIeXII–Complementares.
CezarRobertoBittencourtnosinformaainda:
“Nos primeiros tempos da realeza, surge a distinção entre os crimespúblicoseprivados,punidospelo iuspublicumeius civile, respectivamente.Crimes públicos eram a traição ou conspiração política contra o Estado(perduellio)eoassassinato(parricidium),enquantoosdemaiseramcrimesprivados–delicta–porconstituíremofensasao indivíduo, taiscomofurto,dano, injúria etc. O julgamento dos crimes públicos, que era atribuição doEstado, através do magistrado, era realizado por tribunais especiais, cujasançãoaplicadaeraapenademorte.Jáojulgamentodoscrimesprivadoseraconfiadoaopróprioparticularofendido,interferindooEstadosomentepararegular seu exercício. Os crimes privados pertenciam aoDireito privado enãopassavamdesimplesfontesdeobrigações.Naépocadoimpérioromanosurgeumanovamodalidadede crime, os crimina extraordinaria, ‘fundadosnas ordenações imperiais, nas decisões do Senado ou na prática dainterpretaçãojurídica,queresultanaaplicaçãodeumapenaindividualizada
peloarbítriojudicialàrelevânciadocasoconcreto’.”11
Econcluiorenomadoautor,dizendoque,naqueleperíodo:
“Os romanos não realizaram uma sistematização dos institutos deDireitoPenal.No entanto, a eles remonta a origemde inúmeros institutospenais que na atualidade continuam a integrar a moderna dogmáticajurídico-penal. Na verdade, os romanos conheceram o nexo causal, dolo,culpa, caso fortuito, inimputabilidade, menoridade, concurso de pessoas,penasesuamedição.Nãoprocuraramdefini-los,trabalhavam--nos casuisticamente, isoladamente, sem se preocupar com a criação, por
exemplo,deumaTeoriaGeraldeDireitoPenal.”12
2.3.DireitoPenalgermânico
ODireitogermânicoprimitivonãopossuíafontesescritas,sendosuasnormastransmitidaspormeiodoscostumes.Osproblemaspenaiseramresolvidospelavingançaoupelaperdadapaz(friedlosigkeit).Oagenteinfratoreracolocadoforadaproteçãojurídicadogrupoaquepertencia,podendoserperseguidoemortoporqualquerpessoa.Poressarazão,segundoAníbalBruno,afriedlosigkeit“setornaumamodalidadedepenademorte,amaisvelhaepersistentedasformasdereaçãoanticriminal–tambémamaisabsurda,nascondiçõesdoDireitoPenalmoderno.”13
O direito aplicado a cada indivíduo variava de acordo com o grupo a que efetivamentepertencia.Aospoucos,ocontatocomomundoromanofezcomqueessedireitoconsuetudináriofossesendomodificado,umavezqueRomaprezavasuasleisescritas.Asordálias,oujuízosdeDeus, foramamplamente utilizadas peloDireito Penal germânico durante toda a IdadeMédia,ondeeramconsideradasumaespéciedeprovajudiciáriautilizadaparaadeterminaçãodaculpaoumesmodainocênciadosacusados.Apalavra“ordália”temosignificadodeumjulgamentonoqualnãoexisteinterferênciadoshomens,poisseuresultadodependeexclusivamentedeDeus.Oacusado,portanto,deveriaprovarsuainocênciasesubmetendoadiversasprovas,aexemplodesegurar,durantedeterminadotempo,umapedraincandescenteoucolocarsuasmãosdentrodaágua fervente. Se suportasse o sofrimento, significava que era inocente e que Deus o haviaabsolvido;casocontrário,estariacomprovadasuaculpa.
Avingançadesangue(blutrache)eraentendidamaiscomoumdeverdoquecomoumdireito.Tempos depois, foi superada pela composição, que, no começo, era tida como voluntária e,posteriormente,passouaserlegal.Noentanto,conformeasseveraAníbalBruno:
“O uso primitivo de resolver pela força as questões criminais nãodesapareceu:apráticadavingançarecrudesceucomaquedadamonarquiafranca,quandoainfluênciadoDireitoromanocedeunovamenteopassoaosvelhos costumes germânicos, sendo preciso para combatê-la a instituiçãodas tréguas de Deus, do asilo religioso, das pazes territoriais. Penetroumesmonaspráticasdoprocessopenal.Depoisdasordálias,ojuízodeDeusacabouprevalecendosobaformadoduelojudiciário,quereaparece,levandoojulgadorareconhecerarazãodomaisforte,narealidadetomandoasortedasarmase,portanto,aforçacomoprovadoDireito.Eraumaconsequência,talvez,dapredominânciado individualnoDireitogermânico,queo levouafazerpersistirnosregimesjurídicossobasuainfluência,comoodominantenomaiortrechodaIdadeMédia,avingançaprivadaeacomposiçãoentreaspartes, ou acentuando a pena pecuniária e tomando em consideração, na
apreciaçãodocrime,maisodanoqueoelementosubjetivodoagente.”14
2.4.DireitoPenalcanônico
O ano de 313 d.C. foi fundamental para o Cristianismo. Depois de um longo período deperseguições, o Imperador Constantino, “o Grande”, proclamou a liberdade de culto, com aexpediçãodochamadoÉditodeTolerância,apóssairvencedornabatalhadeMonteMilvio,em28deoutubrode312,quando,nanoiteanterior,sonhoucomumacruz,naqualestavaescritoemlatim:inhocsignovinces (sobestesímbolovencerás).Se,porumlado,asupostaconversãodeConstantino,interrompendoumciclodeperseguiçãoaoscristãos,podetertidoseumérito,poroutro,aigrejacristãprimitiva,puraviu-seimpregnadaderituaispagãos,quenãoforamabolidospeloImperadorequepermanecematéosdiasdehoje,jáqueConstantino,atéseusúltimosdiasdevida,continuousendoum“adoradordodeussol.”
Em 27 de fevereiro de 380, por meio do Édito de Tessalônica, o Imperador Teodósio IdeterminouqueocristianismofosseaúnicareligiãoautorizadaemtodooImpérioRomano,aocontráriodeConstantino, que, emborao tolerasse, nãoo colocou acimadeoutras religiões.Apartirdeentão,opoderdaIgreja,mesmoimpregnadaderituaispagãos,foicrescendo.
DeacordocomasliçõesdeHelenoFragoso:
“Odireitocanônicodividiaoscrimesemdelictaeclesiastica(deexclusivacompetência dos tribunais eclesiásticos); delicta mere secularia (julgadospelostribunaisleigos)edelictamixta,osquaisatentavamaomesmotempocontraaordemdivinaeahumanaepoderiamserjulgadospelotribunalqueprimeiro deles conhecesse. As penas distinguem-se em espirituales(penitências, excomunhão etc.) e temporales, conforme a natureza do bemquea