Vivekano museu
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2014
Rua Profª Sebastiana da Silva Minhoto, 375Tatuapé São Paulo Fone: (11) 2225-1285www.espacoviveka.com.brwww.viveka.com.br
Pesquisa: Zilpa Magalhães
http://www.bienal.org.br/post.php?i=495
Vivekano museu2014
Dark Clouds of the Future, 2014
Prabhakar Pachpute Chandrapur (Maharashtra), Índia
http://www.bienal.org.br/post.php?i=495
Prabhakar PachputeVivekano museu2014
Chandrapur (Maharashtra), Índia
Dark Clouds of the Future, 2014
A imagem do cartaz da 31ª Bienal de São
Paulo, desenhada por Prabhakar Pachpute, é
uma frágil estrutura no formato de torre
de Babel ou concha, contendo um conjunto
de corpos humanos dos quais vemos apenas
os pés descalços e partes das pernas. Ela nos
faz pensar as relações entre o visível e o
invisível, a coletividade e o conflito, o trauma e
o sublime, o forte e o fraco, e equaciona a
resistência poética da arte face à adversidade
do mundo.
As obras de Prabhakar Pachpute tratam das vidas dos
mineiros de carvão e de suas questões e lutas trabalhistas em
geral, e procuram transmitir o trauma sublime e o impacto
psicológico de se trabalhar nas entranhas da terra. "Mesmo em
seu tempo livre, estes trabalhadores se encontram em um
estado de ansiedade permanente e sentem suas vidas
desmoronando – consequência de morarem em cima das
minas onde trabalham". Outra preocupação demonstrada pela
obra do artista é a situação das comunidades agrícolas em
torno desta área, já que, cada vez mais, terras são adquiridas
para mineração e industrialização e os agricultores que nelas
viviam encontram-se sem outras opções de subsistência.
Recentemente, Pachpute tem explorado novos métodos de
desenho, expandindo os limites por meio do uso de lâmpadas e
suas sombras. No primeiro semestre de 2014, esteve em
residência no Brasil, para a ocasião da 31ª Bienal de São
Paulo. A vida dos mineiros de carvão que trabalham no interior
do estado de Minas Gerais são o foco principal de seus
estudos.
por Julia Bolliger Murari
http://www.bienal.org.br/post.php?i=495
Dust Bowl in Our hands, 2013
Vivekano museu2014 Prabhakar Pachpute
Chandrapur (Maharashtra), Índia
Back to the farm II, 2013 Back to the farm I, 2013
Sem dúvida, o uso do carvão como material de desenho é
proposital e está associado às atividades dos mineiros de
carvão. Entretanto, o suporte não age apenas como uma ponte
entre o físico, literal, e o político, mas é também o suporte do
pensamento, para alguém que quase foi um mineiro.
O trabalho de Pachpute parece viver numa fronteira entre
imobilidade e movimento, que põe a concretude dos traços de
carvão em confronto com o intangível e o mundo onírico em que
se vive “lá longe e embaixo”.
As minas de carvão fazem eco à cidade em que ele nasceu,
Chandrapur (Maharashtra, Índia), também conhecida como
“a cidade do ouro negro”, e aparecem agenciando conflitos
pessoais e políticos que se revelam nos títulos do artista, como
Canary in a Coalmine [Canário em uma mina de carvão] (2012) –
referência aos mineiros que levavam canários para o interior das
minas como alerta dos gases tóxicos e The Land Eaters [Os
comedores de terra] (2013). Com cada trabalho, Pachpute sonda
terreno novo, novas saídas, novos modos de ser coletivo, que ele
descobre, frequentemente, na vida intelectual dos próprios
mineiros. – MM
http://www.bienal.org.br/post.php?i=495
Vivekano museu2014 Prabhakar Pachpute
Chandrapur (Maharashtra), Índia, 1986
Os artistas Bik Van der Pol organizaram atividades e
conversas abertas como parte de seu projeto para a
31ª Bienal. Como um programa educacional de
oficinas, palestras e caminhadas, o programa investiga
fatos recentes no Brasil e no mundo, baseados em
tensões em torno da exploração do espaço urbano
e natural.
A 31ª Bienal atua como o local para a criação e
pesquisa do projeto, implementando o modelo
educacional da “escola” como uma forma de teatro
mental que pode criar novos horizontes de ação,
produção e reflexão.
http://bienal.org.br/post.php?i=1893http://www.bikvanderpol.net/
Bik Van der Pol é um duo de artistas
holandeses com sede em Roterdã, que
trabalharam coletivamente através
da arte e da arquitetura desde 1995.
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1389
Olhar para não ver
Vivekano museu2014
Vivekano museu2014
Belo Horizonte, MG, 1964
Marta Neves
O trabalho da artista é um exercício de sarcasmo sobre a
arte e o sistema que a envolve. A crítica, o mercado, a
mídia especializada e o próprio artista são afrontados por
suas obras com humor corrosivo.
http://nevesmartabr.blogspot.com.br/
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21712/Marta-Neves
Não-ideias
Vivekano museu2014
Kfar Yehezkel, Israel 1970Vive e trabalha em Tel Aviv e Berlim
Marta Neves
Todas as sentenças de Marta Neves sugerem um desejo
intimo ou uma vontade de mudança de uma condição
presente – dos mais comuns aos mais estranhos ou
ambiciosos – que são inviabilizados pela falta de ideias dos
protagonistas de como alcançá-los. A própria imaginação é
dissolvida justamente pela ausência de imaginação. Porém,
na narrativa de Marta Neves, a proposição não resolvida,
supostamente fracassada, retorna de forma bem-humorada
diante da dificuldade de tomar iniciativas na nossa realidade
mais ordinária. Esse vazio das não ideias é, curiosamente, a
fonte mais preciosa de imaginação das pessoas – o que se
vê em certo brilho estranho de seus relatos. Só o descanso
das ideias parece poder manter viva a força de tê-las.
Não-ideias
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1521
Vivekano museu2014
Kfar Yehezkel, Israel 1970Vive e trabalha em Tel Aviv e Berlim
Marta Neves
Na rotina acelerada das grandes cidades
contemporâneas, parece impossível pensar que a
experiência do desencanto – desde o campo mais
privado e íntimo até a esfera coletiva e social,
marcada pela descrença cada vez mais frequente
em nossos sistemas econômico e político – possa
gerar algum tipo de produtividade. Em resposta,
as Não-ideias se colocam, do mesmo modo que
outras ações artísticas de Marta Neves, como
parada obrigatória para o reencantamento com
o mundo; uma abertura para compartilhar
publicamente não-ideias pelas quais, e somente
assim, é possível produzir novas formas de
imaginar. – LP
Não-ideias
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1521
Vivekano museu2014
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1540
Mapa
Qiu ZhijieProvíncia de Fujian, China, 1969
Vivekano museu2014 Qiu Zhijie
Província de Fujian, China, 1969
O mapeamento é uma das principais maneiras pelas quais a
sociedade ocidental chegou a um acordo com o mundo. Com
os mapas, o desconhecido se torna visível e compreensível.
No entanto, eles são também usados para assustar potenciais
visitantes, como na famosa rubrica “aqui há monstros” nos
primeiros mapas europeus do continente americano.
http://veja.abril.com.br/multimidia/galeria-fotos/bienal-de-artes-de-sp-2014/
Mapa
Qiu Zhijie usa essas histórias e técnicas de
mapeamento, em conjunto com uma antiga
tradição chinesa de mapear lugares
imaginários, para construir narrativas
inesperadas, cidades fictícias ou estranhos
locais utópicos como em seus Mapa da utopia
ou Mapa da arte total. Ele teve formação de
calígrafo e usa essa habilidade para desenhar
seus mapas à mão livre.http://www.31bienal.org.br/pt/post/1540
Vivekano museu2014
Para a 31ª Bienal, ele desenhou um mapa em
grande escala que funciona como um curioso
prólogo para a jornada pela exposição adiante.
O mapa se baseia em algumas das ideias
curatoriais e artísticas por trás da Bienal,
fundidas com as próprias reflexões do artista
enquanto estava aqui preparando a imagem.
O desenho, traçado diretamente na parede da
rampa pequena que sai da área Parque,
desaparecerá assim que a exposição for
fechada, em 7 de dezembro. Desse modo, a
ideia de um mapa como representação
permanente de uma paisagem geográfica é
rejeitada em favor dos aspectos temporários e
subjetivos do mapeamento – aspectos sempre
presentes, por mais neutro ou científico que
ele se proclame. – CE
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1540
Mapa
Qiu ZhijieProvíncia de Fujian, China, 1969
Vivekano museu2014 Mark Lewis
Hamilton, Ontário, Canadá, 1958Vive e trabalha em Londres.
http://www.guiadovidro.com.br/noticia/guardian-fornece-mais-de-300-metros-quadrado-de-vidros-para-maior-instaalaco-da-bienal-de-sp
Invention
Com estrutura em metal proeminente, a obra de Lewis,
que contou com o patrocínio da Guardian, uma das
maiores fabricantes de vidros e espelhos do mundo,
contém mais de 300 m² de vidros de tamanhos
variados que, combinados de maneira extremamente
criativa, formam uma instalação que impressiona por
suas grandes proporções. “O objetivo é fazer com
que os espectadores vivenciem diferentes pontos
de vista, levando-os a experiências, sensações e
reflexões únicas sobre as imagens que se formam
através do vidro”, explica Renato Sivieri, gerente de
comunicação da Guardian.
Um dos mais renomados artistas visuais do Canadá,
Mark Lewis começou sua carreira como fotógrafo,
fazendo parte do movimento de fotografia conceitual da
Escola de Vancouver, nos anos 80. Muito do seu
trabalho foca a tecnologia de película e outros
diferentes gêneros de reprodução de imagem em
movimento, que marcaram a história do cinema.
300m² de vidros
Vivekano museu2014 Mark Lewis
Hamilton, Ontário, Canadá, 1958Vive e trabalha em Londres.
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1556
Inventionhttps://www.youtube.com/watch?v=JAQ7Fv-VU38
A instalação Invention [Invenção] se baseia
em uma premissa ficcional simples, ainda
que imensamente provocativa: a de que se
desenvolveu um mundo paralelo, no qual
as tecnologias da imagem em movimento
só teriam sido inventadas no início do
século 21. Desse ponto de partida, o
trabalho de Mark Lewis especula como
olharíamos para as imagens se o cinema, a
televisão e as plataformas de imagens em
movimento não existissem ou estivessem
ainda prestes a ser lançados.
Projeto expográfico em colaboração com Mark Wasiuta e Adam Bandler. Diretor de fotografia Martin Testar
Vivekano museu2014 Mark Lewis
Hamilton, Ontário, Canadá, 1958Vive e trabalha em Londres.
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1556
Invention
O resultado é um ambiente no qual não existe
mais uma fuga fácil de nosso entorno imediato,
o qual se torna, isto sim, objeto para a
experiência do olhar. Por meio da manipulação
de reflexo e luz, além da simples gravação de
imagens e seu deslocamento da realidade,
utilizando a recém-criada câmera de vídeo,
esse 2014 alternativo oferece um tipo de
experiência visual diferente daquele que ocorre
na tela e na narrativa fílmica.
Poderíamos pensar a respeito de nossos padrões
habituais de consumo de imagem e de quais seriam
suas limitações ou restrições. Ao sermos
confrontados com uma ideia que nunca aconteceu,
temos a oportunidade de refletir sobre o que nosso
mundo concreto exclui. – CE
Projeto expográfico em colaboração com Mark Wasiuta e Adam Bandler. Diretor de fotografia Martin Testar
Vivekano museu2014
Istambul, Turquia, 1977vive e trabalha em Viena e Istambul
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1512
Cabine Telefônica Aberta
A cidade de Bingöl, no Curdistão turco, onde vive parte da família estendida de Nilbar Güreş, é habitada
principalmente pelas minorias curda e alevita, brutalmente discriminadas pelas políticas do governo central.
Uma das formas dessa discriminação é negar às pessoas o acesso à infraestrutura mais básica.
Depois de várias tentativas de fornecer
soluções práticas ao isolamento da cidade
terem sido sistematicamente recusadas pelo
governo, a artista decidiu registrar em vídeo e
fotos as saídas criativas encontradas pelos
habitantes. As imagens da série Open Phone
Booth [Cabine telefônica aberta] constituem
uma espécie de afresco social. Apresentam,
por exemplo, a simples prática de subir à área
mais alta da aldeia para poder captar melhor
os sinais de celular, transformando uma
tecnologia contemporânea em uma espécie de
instrumento para um exercício quase místico.
http://nilbargures.com/
Nilbar Güreş
Vivekano museu2014
Chbanieh, Líbano, 1967Vive e trabalha em NY
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1546
Nilbar Güreş
Ela também registrou situações que, à
primeira vista, poderiam parecer comuns e
até marginais às preocupações centrais da
série. No entanto, essas imagens adicionam
informações suplementares e abrem o
trabalho a outros significados. Com títulos
sutilmente irônicos, Güreş consegue que um
simples poste de luz seja visto como uma
escultura, um conjunto de baldes de metal,
como uma natureza morta, e uma mulher
sobre um afloramento rochoso, como uma
artista. De modo similar ao que acontece com
outros trabalhos dessa artista, aqui as
imagens se equilibram na linha entre o
cômico e o trágico, entre o real e o absurdo,
entre o testemunho do documento e a
aparência da encenação. – SGN
Cabine Telefônica Aberta
Vivekano museu2014
Chbanieh, Líbano, 1967Vive e trabalha em NY
http://espacohumus.com/nilbar-gures/
É cômico porque o cotidiano o é, mas é comovente, porque
essas narrativas encostam o dedo em feridas abertas, em
estereótipos monstruosos, sempre prontos a engolir etnias e
gêneros.
Open Phone Booth (2007-2011) revisita em vídeo as gambiarras
criativas de um povoado lidando com a falta de necessidades
básicas como eletricidade em sua região.
Nilbar Güreş
Cabine Telefônica Aberta
Vivekano museu2014 Walid Raad (Ra’ad)
Chbanieh, Líbano, 1967Vive e trabalha em NY
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1546
Cartas ao Leitor (1864, 1877, 1915, 1923)
Cartas ao leitor (1864, 1877, 1916, 1923) é parte do projeto artístico em andamento Scratching on Things I
Could Disavow [Riscando em coisas que eu poderia repudiar], iniciado em 2007, e que responde ao
surgimento recente de grandes e novas infraestruturas para a arte árabe “islâmica” moderna e contemporânea
no mundo árabe e em outros países. Os objetos artísticos e histórias apresentados neste projeto surgiram de
encontros nesse terreno envolvendo indivíduos, instituições, economias, conceitos e formas.
Vivekano museu2014 Walid Raad (Ra’ad)
Chbanieh, Líbano, 1967Vive e trabalha em NY
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1546
Cartas ao Leitor (1864, 1877, 1915, 1923)
Cartas ao leitor propõe algumas amostras de parede pré-
fabricada para um novo Museu de Arte Moderna Árabe
em São Paulo – ou Amã, ou Doha, ou Abu Dhabi, ou
Beirute, ou Marrakech, ou Hong Kong, ou Nova York. O
trabalho é movido pela convicção de que muitos dos
chamados objetos de arte moderna árabe carecerão de
sombras quando exibidos no novo museu. Em antecipação
a essa situação, parece impor-se a necessidade de lidar
com alguns elementos, ou parâmetros de exibição
(paredes, pisos, tinta, luzes), que contribuem para essa
condição de falta de sombra e, por outro lado, de estar
atento a suas consequências, propondo antídotos
materiais possíveis e/ou lidando com as manifestações
alucinatórias (objetivas) resultantes.
Vivekano museu2014 Walid Raad (Ra’ad)
Chbanieh, Líbano, 1967Vive e trabalha em Beirute e em NY
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1546
Como em obras anteriores, o tempo e a história se
apresentam aqui de maneira enigmática: na forma de
arquivos que abordavam a história, a memória e a recordação
com a ajuda de fotografia, filme, design, arquitetura e discurso
– mostrando algo semelhante a um futuro do pretérito, a
encenação de uma realidade onírica sem um referente, ou
pelo menos com um referente obscuro (ou obscurecido). Um
futuro do pretérito caracterizado pelo deslizar constante entre
narrativa histórica e narrativa ficcional, que ocorre quando
a memória é ativada, revelando o quanto elas realmente têm
em comum. – WR
https://www.youtube.com/watch?v=pZcroB548gc
Cartas ao Leitor (1864, 1877, 1915, 1923)
Vivekano museu2014
Feira de Santana, BA, 1973Vive e trabalha em Salvador
Virginia de Medeiros
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1400
Sergio e Simonehttp://site.videobrasil.org.br/canalvb/video/1772825/Virginia_de_Medeiros_18o_Festival
Virgínia relata o processo de criação e gravação de seu vídeo Sérgio
e Simone, premiado no 18º Festival. O trabalho nasce de outra obra
realizado na Ladeira da Montanha, área degradada de Salvador. Ali,
Virgínia encontra a travesti Simone. Desse encontro nasce uma
parceria, que resulta em um vídeo sobre a região. Tempos depois, ao
procurar a protagonista para obter uma autorização de uso de
imagens, a artista se depara com Sérgio, identidade resultada de um
processo de mutação: Ao sofrer uma overdose de crack, Simone tem
um delírio místico que a faz retornar à sua primeira identidade
masculina, tornando-se um pastor evangélico fanático que demoniza
o culto do candomblé – do qual participava – e a homossexualidade. A
artista explora a ambivalência dessa negação, pois ao contestar sua
antiga condição, Sérgio sempre carrega consigo sua identidade
anterior, nunca sepultando-a por completo. Por fim, a artista fala do
papel da diversidade humana em seu trabalho.
Vivekano museu2014
Feira de Santana, BA, 1973Vive e trabalha em Salvador
Virginia de Medeiros
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1400
Sergio e Simone
Oito anos depois, em 2014, Medeiros
retoma o contato com Sergio, que, em
breve recaída, se tornou pai de santo e
criou seu próprio terreiro de candomblé, no
qual assumiu ambas as identidades,
Sergio e Simone. O conjunto de imagens
documentadas reflete a complexidade
desse constante processo de
transformação corporal e espiritual sobre a
paisagem de uma cidade onde duas
religiões conflitam. Sugere ainda a
dificuldade de configurar uma outra
existência em uma sociedade binarista, ou
seja, que por via da discriminação exige
que sejamos uma coisa ou outra. – LP
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1394
Vivekano museu2014 Edward Krasinski
Ucrânia, 1925 – Polônia, 2004
Os objetos de Krasinski referem-se à forma, como elas se
comportam no espaço. Concentrações mutáveis de energia são
criadas em determinados locais, em zonas específicas (site
specific), localizando-se além da realidade substancial dessas
estruturas, por exemplo, nos pontos de ruptura, o desapego,
a continuidade, a proximidade.
Krasiński: Spear e outros trabalhos“Explorar o espaço e capturar movimento”
Breitwieser, p.62.
http://www.tate.org.uk/art/artworks/krasinski-untitled-t12566/text-summary
http://www.bienal.org.br/post.php?i=495
Vivekano museu2014 Edward Krasinski
Polônia, 1925-2004
Suas fotos são montadas de modo muito pensado, ainda que
possam parecer casuais. Elas o mostram como uma figura
delicada, irreverente, brincando com uma suposta herança
aristocrática numa época da Polônia comunista, em que tais
ações não eram politicamente bem recebidas. Todas as
fotografias foram tiradas por seu amigo e colaborador Eustachy
Kossakowski, que era próximo de toda a cena da vanguarda
polonesa da época.
Foto
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http://ops.thejewishmuseum.org/
Sem Título, 1965. Haste de metal e madeira, duas partes de 70 7/8 pol. longo (180 cm)
Cortesia de Paulina Krasińska e Foksal Gallery Foundation
Krasiński: Spear e outros trabalhos
Thiago Rocha Pitta em:http://espacohumus.com/edward-krasinski/
Vivekano museu2014 Edward Krasinski
Polônia, 1925-2004Krasinski achava a arte muito séria para ser feita por artistas.
Ele então descobriu o infinito dentro de uma linha; não parou-a. Como um
cartógrafo foi criando uma assinatura que nunca era limítrofe, expandia-se. Nada
escapava e nada queria escapar. Krasinski demarcou de azul paredes de
apartamentos, barrigas e costas alheias, as árvores e os retratos antigos. Produziu
perspectivas únicas, como se estendesse a todo lugar comum as costas de um
oceano móvel de imaginação.
Na 31ª Bienal de São Paulo, o
fotógrafo Eustachy Kossakowski traz
uma seleção de fotografias feitas no
apartamento de Krasinski na Polônia,
onde ele viveu a maior parte de sua vida
e produziu. São fotos de uma
displicência bonita e também um relato
muito sincero de um dilapidador de
objetos e de lugares; naquele santuário,
morava Krasinski, sua eterna linha azul
e um desejo de transformar o entorno
numa narrativa de questionamento.
S Titulo, 1975 tape e pintura em hardboard, apoio 699X500X33mm Tate Londres.
Edward Krasiński's Studio - Avant-Garde Institute, photo courtesy of Foksal Gallery Foundation
Vivekano museu2014
José Val del Omar foi uma das figuras mais importantes
do cinema vanguardista espanhol. Foi contemporâneo
de Federico García Lorca, Luis Cernuda, María
Zambrano e outras figuras da Era de Prata da cultura
espanhola, interrompida pela Guerra Civil (1936-39), que
formou a “Geração de 36”.
Durante os anos da República espanhola, trabalhou com
as “Misiones Pedagógicas” (missões de ensino), um
programa estatal que levava aprendizagens da cultura
moderna para as populações rurais ainda dominadas
por grandes latifundiários e pela Igreja, na verdade
desafiando o monopólio desta última.
O projeto "misiones” incluía o uso do cinema como
instrumento pedagógico, utilizando-o como forma de
promover uma identidade coletiva entre os seus
telespectadores.
http://www.museoreinasofia.es/en/exhibitions/val-omar-overflow
Granada, 1904 – Madrid, 1982
José Val del Omar
Vibração de Granada, 1934-1935. Filme 16mm, 21’. Cor: filtro verde. Som: silencioso.
AGUAESPEJO GRANADINO (1955) FUEGO EN CASTILLA (1960)
Vivekano museu2014
O regime de Franco fomentou um cinema
comercial monocultural, como uma
consequência natural de seu projeto militarista
nacional-católico, inibindo a autoridade dos
principais estúdios nacionais e deixando pouco
espaço para a experimentação vanguardista.
Ao inviabilizar o cinema independente, Val del
Omar voltou-se para a experimentação
tecnológica com lentes, som e iluminação e
tecnologia de projeção. Tudo isso como parte
de seu projeto místico, projetado para
empurrar o espectador do Tríptico em
transportes de êxtase, eliminando a distância
entre o espectador e o espetáculo.
Granada, 1904 – Madrid, 1982
José Val del Omar
http://cinema-scope.com/columns/columns-dvd-jose-val-del-omars-triptico-elemental-and-and-other-experiments-from-spain-by-matt-losada/
Vista da exposição: VAL DEL OMAR estouro de 2010http://www.museoreinasofia.es/en/exhibitions/val-omar-overflow
Visão Tátil. Colagem sobre papel.http://www.museoreinasofia.es/en/exhibitions/val-omar-overflow
AGUAESPEJO GRANADINO (1955) FUEGO EN CASTILLA (1960)
Vivekano museu2014
Enquanto trabalhava com efeitos especiais, nos Estúdios Chamartín (um dos quatro grandes estúdios de cinema na
época) e em adiantados programas de rádio, nos anos 40, Val del Omar apresentou várias patentes para
invenções em tecnologia de áudio. Uma delas foi o sistema de som Diáfono, seu primeiro passo tecnológico
para o espetáculo total do Tríptico, com colocação de fontes, tanto na frente como atrás do espectador, cada uma
em uma trilha separada, para produzir o que chamou de um "diálogo dialético" de som. Mas o Diáfono não foi
feito para aumentar a verossimilhança sônica, como acontece com a estereofonia, mas para aumentar o poder do
aparato cinematográfico, para além da mera representação fiel da realidade.
Em 1956, quando Aguaespejo granadino foi apresentado no Festival de Berlim, Val del Omar também aperfeiçoou o
que ele chamou Desbordamiento Apanorámico de la Imagen (estouro da Imagem Apanoramica), em que uma
projeção simultânea de imagens abstratas, sincronizadas com os ritmos do som do filme , podia ser vista na parte
da frente, das paredes laterais e do teto do teatro, criando de fato uma tela côncava, que tomou conta do
espectador.
Ele então desenvolveu Visión Táctil (Tactile Vision), um sistema de luz pulsante, com a intenção de tatilizar a
percepção visual, utilizada para a 2ª parte do Tríptico, Fuego en Castilla. Estas invenções foram projetados para
liberar seus filmes do confinamento das bordas da tela plana, um movimento do óptico para o háptico e uma
expansão de possibilidades perceptivas além daqueles normalmente disponíveis ao sensório, tanto no cinema
quanto fora dele.
No Tríptico, o movimento elementar de água, nuvens e luz, em ritmos normalmente invisíveis a olho nu, é feito
perceptível através de muitas invenções de Val del Omar, em combinação com imagens paradas, movimento rápido
e lento, filtros e espelhos anamórficos. As experiências resultantes variam do êxtase e tormento solenes, para a
iluminação.
Granada, 1904 – Madrid, 1982
José Val del Omar
http://cinema-scope.com/columns/columns-dvd-jose-val-del-omars-triptico-elemental-and-and-other-experiments-from-spain-by-matt-losada/
invenções em tecnologia de áudio
Vivekano museu2014
O Tríptico é uma série de três
"elementales,” que Val del Omar propôs
como um gênero cinematográfico
distinto do documentário:
AGUAESPEJO GRANADINO (1955)
FUEGO EN CASTILLA (1960), e
ACARIÑO Galaico (iniciado em 1961 e
concluído postumamente em 1995, a partir
de filmagens, gravações e anotações de
Val del Omar). Parte do Tríptico ganhou
prêmios nos festivais de Cannes, Bilbao, e
Melbourne, nos anos 50 e início dos anos
60, antes de desaparecer de vista ao
longo de décadas.http://www.gartenbergmedia.com/dvd/val-del-omar.html
Granada, 1904 – Madrid, 1982
José Val del Omar
Tríptico ELEMENTAR DE ESPAÑA
Aguaespelho granadino, 1955
Assista em:http://vimeo.com/76810882
AGUAESPEJO GRANADINO (1955) FUEGO EN CASTILLA (1960)
Vivekano museu2014
Kfar Yehezkel, Israel 1970Vive e trabalha em Tel Aviv e Berlim
Val del Omar
Aguaespelho granadino e Fogo em Castela são o
resultado de uma obsessão técnica, de um
delírio gramatical; verdadeiros autos sacramentais
compostos como uma partitura musical, em que
diversos níveis de significado se sobrepõem em
camadas. Nelas se complementam diversas teses
místicas e narrações enunciadas por sua
organização em pares: a água e o fogo, as
estéticas da dança flamenca de Antonio Ruiz e de
Vicente Escudero, o andaluz africano e o castelhano
europeu, o horizontal e o vertical, o ouvido e o olho,
o liso e o estriado, o invisível e o oculto.
Em busca de unir o homem com o divino, na natureza e com o resto da humanidade, através do cinema.
http://www.gartenbergmedia.com/dvd/val-del-omar.html
Fogo em Castela, 1960
AGUAESPEJO GRANADINO (1955) FUEGO EN CASTILLA (1960)
Vivekano museu2014
Kfar Yehezkel, Israel 1970Vive e trabalha em Tel Aviv e Berlim
Val del Omar
Aguaespelho granadino / fogo em Castela
Val del Omar esteve sempre obcecado por
dominar a matéria técnica de seus filmes, e
nesse sentido sua mística é
fortemente materialista.
Afirmava, veementemente, que quem dominasse
o formato do negativo, o sistema de som e a
lente da câmera seria o verdadeiro amo das
imagens, dono do espetáculo de nosso
tempo. Em certo sentido, sua obra é uma
tentativa de alcançar tal maestria a fim de
oferecer uma resposta esquizoide, libertadora e
espiritual ao ambiente de repressão e autarquia
nacional-católica com o qual foi obrigado a
conviver. – PGR
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1612
Fogo em Castela, 1960
AGUAESPEJO GRANADINO (1955) FUEGO EN CASTILLA (1960)
Vivekano museu2014 Arthur Scovino
São Gonçalo, RJ. 1980Vive e trabalha em Salvador, BA.
Nascido na região metropolitana do Rio de Janeiro,
RJ, mudou-se para Salvador, BA, em 2008 para
estudar na Escola de Belas Artes da UFBA.
Desde então, desenvolve suas pesquisas artísticas
em torno do ambiente, da cultura e das relações
afetivas e sociais na Bahia, sobretudo em Salvador.
Trabalha com performance, instalação, fotografia,
vídeo e desenho. Investiga estética e pensamento
artísticos contemporâneos através de ações
performáticas e relacionais.
Participou de mostras de performances, exposições
individuais e coletivas, e em 2013, recebeu o prêmio
do Salão de Artes Visuais da Bahia.
Atualmente investiga símbolos do imaginário
religioso e da miscigenação brasileira. Art Performance realizada por Arthur Scovino, no dia 31 de Maio, 2014
no Mosteiro de São Bento para a 3ª Bienal da Bahia
https://www.youtube.com/watch?v=taLF1Dc7gJ8http://arthurscovino.wordpress.com/
Casa de Caboclo
Vivekano museu2014 Arthur Scovino
São Gonçalo, RJ. 1980Vive e trabalha em Salvador, BA.
Um ambiente em constante mudança que poderia ser
tanto um espaço doméstico quanto cerimonial,
em que um conjunto de imagens (desenhos, fotos e
escritos) e ferramentas (livros, gases e líquidos) é
reunido para auxiliar um encontro, que
acontecerá dentro desse próprio ambiente.
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1594
Casa de Caboclo
O caboclo e sua casa funcionam como metáfora para o
que o espaço da arte pode ser e fazer e também como
uma superação de suas premissas e limitações.
Juntos, eles nos permitem perceber que certos objetos,
em condições específicas, podem nos afetar, que
podemos nos envolver em uma troca significativa com
eles e com o espaço que habitam.
Vivekano museu2014
Kfar Yehezkel, Israel 1970Vive e trabalha em Tel Aviv e Berlim
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1558
Inferno, 2013
"Inferno” é uma resposta
cinematográfica à construção
de uma réplica, em tamanho
real, do Templo de Salomão
por uma igreja brasileira no
bairro do Brás, em São Paulo.
O filme retrata a construção
(real) do Templo e a sua
destruição (ficcional), e tem
como base pinturas e
fotografias representando o
Templo ao longo da sua
história.
Yael Bartana
Trecho do filme:
http://mais.uol.com.br/view/1xu2xa5tnz3h/trecho-de-inferno-da-artista-yael-bartana-04020C983572DC895326?types=A&
http://yaelbartana.com/
Vivekano museu2014
Kfar Yehezkel, Israel 1970Vive e trabalha em Tel Aviv e Berlim
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1558
O 1º Templo foi construído por Salomão em Jerusalém e destruído em 584 AC. O 2º Templo, do qual restou o Muro das Lamentações, foi erguido no mesmo local em 64 dC. e destruído também em seguida. Em visita ao canteiro de obras do que seria o 3º Templo de Salomão – desta vez em São Paulo –, Bartana não pôde enxergar outro futuro possível a não ser a repetição profética do passado, isto é, sua destruição. No que chama de uma “pré-encenação”, a artista destaca, entre o esquecimento e a celebração de um passado fantasiado, como a história é escrita e como as religiões são fundadas.O crescimento recente das religiões evangélicas e neopentecostais no Brasil desencadeou manifestações religiosas híbridas, nas quais se mesclam referências ao judaísmo e ao catolicismo, e cada igreja compete para provar sua maior proximidade com uma matriz original. A construção de um templo – como tentativa de voltar a um tempo bíblico – é uma das estratégias da indústria da fé, na luta por capital simbólico.Interessada em registrar os rituais que organizam e orientam as nossas ações cotidianas, Bartana já lançou mão da ficção para criar novos rituais, fundar movimentos políticos e criar narrativas nacionais, sugerindo que a arte pode desenhar possíveis futuros. Em Inferno, é a criação de um passado mítico que anuncia ruínas por vir. – BS
Yael Bartana
Inferno, 2013
Vivekano museu2014
Kfar Yehezkel, Israel 1970Vive e trabalha em Tel Aviv e Berlim
Os filmes, instalações e fotografias de Yael Bartana
exploram a imagem de identidade e a política da
memória. Seu ponto de partida é a consciência
nacional propagada por seu país natal, Israel. Central
para o trabalho são os significados implícitos por
termos como "pátria", "retorno" e "pertença".
Bartana investiga estes através das cerimônias, rituais
públicos e desvios sociais que visam reafirmar a
identidade coletiva do Estado/Nação. Em seus
projetos israelenses, Bartana tratou do impacto da
guerra, rituais militares e uma sensação de ameaça à
vida de todos os dias.
Entre 2006 e 2011, a artista vem trabalhando na
Polônia, a criação da trilogia "E a Europa vai ficar
surpresa", um projeto sobre a história das relações
polaco-judeu e sua influência sobre a identidade
polonesa contemporânea.
Yael Bartana representou a Polônia na 54ª Exposição
Internacional de Arte de Veneza (2011).
Yael Bartana
http://yaelbartana.com/
Inferno
Vivekano museu2014
Rancagua, Chile, 1971
Voluspa Jarpa
A instalação, composta de arquivos da
CIA e do regime militar brasileiro
impressos em papel transparente e
pendurados em linhas diagonais, cria um
belo efeito nos corredores da Bienal.
Quem observar de perto verá que os
documentos têm tarjas pretas –
correspondentes aos trechos censurados
pelo governo.
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1568
Histórias de Aprendizagemhttps://www.youtube.com/watch?v=xfIwXjQIBXk
Vivekano museu2014
Rancagua, Chile, 1971
Voluspa Jarpa
A obra de Voluspa Jarpa questiona as representações da
história em diversos sistemas da imagem, como nos meios
de comunicação ou na arte. Histórias de aprendizagem é
uma instalação labiríntica e irregular composta, de um lado,
por arquivos da CIA sobre a ditadura brasileira (1964-1985)
revelados há alguns anos pelo governo dos Estados Unidos
e, de outro, por documentos dos serviços secretos
brasileiros produzidos durante os mandatos dos presidentes
Getúlio Vargas (1951-1954) e João Goulart (1961-1964).
Deste último, ela inclui também registros sobre o exílio no
Uruguai e o suposto assassinato na Argentina, em 1976,
investigado como parte do plano coordenado entre as
ditaduras do Cone Sul conhecido como Operação Condor.
Histórias de Aprendizagem
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1568
Vivekano museu2014
Rancagua, Chile, 1971
Voluspa Jarpa
Para Jarpa, é sintomático o fato de que, antes da liberação desses
documentos ao acesso público, em todos eles haja trechos que foram
riscados. Isso pode ser interpretado como o comportamento histérico
que, na psicanálise freudiana, designa a impossibilidade de lidar com o
trauma. Para Sigmund Freud, o trauma é um relato arquivado e negado, e
o sintoma, um arquivo cifrado. Aos riscos dos documentos originais, a
artista soma a estrutura da instalação, que impede que o espectador
tenha acesso aos documentos que estão diante dele, podendo apenas
vislumbrar os que estão em segundo e terceiro planos. Dessa maneira,
experimenta-se uma possibilidade como impossibilidade, o que remete
a uma promessa de revelação que, na verdade, se concretiza como
repressão.
Jarpa realizou várias obras a partir de arquivos sobre o Chile e outros
países latino-americanos revelados pelos Estados Unidos. Em todos os
casos, analisa o que foi apagado e chama a atenção para a imagem
resultante do documento que sofreu intervenção: uma imagem que
expressa tanto a construção de visibilidades quanto a potência poética e
política dos usos do arquivo, e que cria sombras no presente. – SGN
http://www.31bienal.org.br/pt/post/1568
Histórias de Aprendizagem
Vivekano museu2014
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Pesquisa: Zilpa Magalhães