Org. Soc., Iturama (MG), v. 6, n. 6, p.
A GESTÃO DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA NA REDUÇÃO
As organizações buscam aumentar ou sustentar a competitividade por meio de uma administração eficaz e de qualidade para o alcance de resultados significativos em suas metas. Pensando nisso, algumas empresas adotam um modelo de gestão em estoque que apresente benefícios relacionados à redução de custos e à maior liquidez ao diminuir o capital imobilizado sem afetar seu desenvolvimento, com baixo desembolso na armazenagem, com vantagens no aumento das receitas, e ao valor agregado à qualidade dos produtos ou serviços; deste modo conseguirá manter níveis de estoque menores por meio de um planejamento detalhado, ao identificar e adquirir informações das necessidades da demanda de seus clientes. A competitividade está associada também à qualidade do controle de materiais que auxilie os gestores a identificar o que deve permanecer no estoque, como controláponto de equilíbrio da empresa. Por meio de pesquisa bibliográfica foram identificados métodos que permitem redimensionamentos na companhia, como o auxílio na gestão de recursos materiais e na redução de custos para empresas que tenham dificuldadeem gerir o estoque, fator esse que objetivou o aprofundamento do tema. Palavras-chave: Planejamento. Sistema. Tomada de decisão.
STOCK MANAGEMENT AS A STRATEGIC TOOL FOR REDUCING COSTS
Organizations seek to increase or sustain competitiveness through effective and quality management to achieve meaningful results in their goals. Keeping it in mind, some companies adopt an inventory management model that presents benefits related to cost rgreater liquidity, by reducing fixed capital without affecting its development, with low disbursement in storage, advantages in increasing revenues and value added in quality of products or services, as it maintains smaller inventory levels thidentifying and acquiring information on the needs and demands of its customers. Competitiveness is also associated with the quality of the material control that helps the managers to identify what must remain in stock, how to cobalance point. Through the literature review, methods were identified that allows company resizing, such as the aid in the management of material resources and the costs reduction for
1
Graduanda em Ciências Contábeis nas Faculdades Integradas Urubupungá (FIU) de [email protected] 2
Graduanda em Ciências Contábeis nas Faculdades Integradas Urubupungá (FIU) de Pereira [email protected] 3 Professor no curso de Administração e
Barreto. [email protected]
Org. Soc., Iturama (MG), v. 6, n. 6, p. 103-114, jul./dez. 2017 DOI: 10.29031/ros.v6i6.308
A GESTÃO DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA NA REDUÇÃO
DE CUSTOS
Ândria de Almeida Érika Mendes
José Estevão
RESUMO
As organizações buscam aumentar ou sustentar a competitividade por meio de uma qualidade para o alcance de resultados significativos em suas metas.
Pensando nisso, algumas empresas adotam um modelo de gestão em estoque que apresente benefícios relacionados à redução de custos e à maior liquidez ao diminuir o capital
fetar seu desenvolvimento, com baixo desembolso na armazenagem, com vantagens no aumento das receitas, e ao valor agregado à qualidade dos produtos ou serviços; deste modo conseguirá manter níveis de estoque menores por meio de um planejamento
o identificar e adquirir informações das necessidades da demanda de seus clientes. A competitividade está associada também à qualidade do controle de materiais que auxilie os gestores a identificar o que deve permanecer no estoque, como controláponto de equilíbrio da empresa. Por meio de pesquisa bibliográfica foram identificados métodos que permitem redimensionamentos na companhia, como o auxílio na gestão de recursos materiais e na redução de custos para empresas que tenham dificuldadeem gerir o estoque, fator esse que objetivou o aprofundamento do tema.
: Planejamento. Sistema. Tomada de decisão.
STOCK MANAGEMENT AS A STRATEGIC TOOL FOR REDUCING COSTS
ABSTRACT
Organizations seek to increase or sustain competitiveness through effective and quality management to achieve meaningful results in their goals. Keeping it in mind, some companies adopt an inventory management model that presents benefits related to cost rgreater liquidity, by reducing fixed capital without affecting its development, with low disbursement in storage, advantages in increasing revenues and value added in quality of products or services, as it maintains smaller inventory levels through detailed planning by identifying and acquiring information on the needs and demands of its customers. Competitiveness is also associated with the quality of the material control that helps the managers to identify what must remain in stock, how to control it, identifying the business balance point. Through the literature review, methods were identified that allows company resizing, such as the aid in the management of material resources and the costs reduction for
Graduanda em Ciências Contábeis nas Faculdades Integradas Urubupungá (FIU) de P
em Ciências Contábeis nas Faculdades Integradas Urubupungá (FIU) de Pereira Barre
Administração e Ciências Contábeis das Faculdades Integradas Urubupungá de Pereira
103
A GESTÃO DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA NA REDUÇÃO
Ândria de Almeida RIGOLETO1
Érika Mendes PEREIRA2
José Estevão DURAN3
As organizações buscam aumentar ou sustentar a competitividade por meio de uma qualidade para o alcance de resultados significativos em suas metas.
Pensando nisso, algumas empresas adotam um modelo de gestão em estoque que apresente benefícios relacionados à redução de custos e à maior liquidez ao diminuir o capital
fetar seu desenvolvimento, com baixo desembolso na armazenagem, com vantagens no aumento das receitas, e ao valor agregado à qualidade dos produtos ou serviços; deste modo conseguirá manter níveis de estoque menores por meio de um planejamento
o identificar e adquirir informações das necessidades da demanda de seus clientes. A competitividade está associada também à qualidade do controle de materiais que auxilie os gestores a identificar o que deve permanecer no estoque, como controlá-lo identificando o ponto de equilíbrio da empresa. Por meio de pesquisa bibliográfica foram identificados métodos que permitem redimensionamentos na companhia, como o auxílio na gestão de recursos materiais e na redução de custos para empresas que tenham dificuldades constantes
STOCK MANAGEMENT AS A STRATEGIC TOOL FOR REDUCING COSTS
Organizations seek to increase or sustain competitiveness through effective and quality management to achieve meaningful results in their goals. Keeping it in mind, some companies adopt an inventory management model that presents benefits related to cost reduction and greater liquidity, by reducing fixed capital without affecting its development, with low disbursement in storage, advantages in increasing revenues and value added in quality of
rough detailed planning by identifying and acquiring information on the needs and demands of its customers. Competitiveness is also associated with the quality of the material control that helps the
ntrol it, identifying the business balance point. Through the literature review, methods were identified that allows company resizing, such as the aid in the management of material resources and the costs reduction for
Graduanda em Ciências Contábeis nas Faculdades Integradas Urubupungá (FIU) de Pereira Barreto.
em Ciências Contábeis nas Faculdades Integradas Urubupungá (FIU) de Pereira Barreto.
Ciências Contábeis das Faculdades Integradas Urubupungá de Pereira
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that company that has constant difficulties in stock management, a factor that aimed to deepen the topic. Keywords: Planning. System. Decision-making.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho explora o diferencial de uma gestão comprometida com a eficácia
na administração do seu estoque, o qual visa uma estratégia em que prioriza um maior fluxo
de recursos financeiros disponíveis em caixa e a diminuição de estoque ocioso que esteja em
excesso.
A gestão do estoque, objeto de estudo deste artigo, é importante para a tomada de
decisão no quesito de ter investimentos suficientes para atingir o limiar entre o pouco e o
muito, isto é, o ponto de equilíbrio existente no capital reservado para o imobilizado, de modo
que gera a maximização de retorno sobre o capital aplicado, o qual é o principal objetivo de
uma empresa.
Esta pesquisa é relevante à empresa para o conhecimento dos métodos de
gerenciamento de estoques para um melhor aproveitamento do capital de giro, tendo o
cuidado de não racionar demais e acabar perdendo vendas ou parar a produção por cuidado
excessivo e pela má gestão. Assim, foi identificada a necessidade de um estudo para
percepção da importância do tema em questão.
O objetivo geral deste artigo foi abordar estratégias baseando-se em teoremas que
possam nortear as empresas na tomada de decisões em relação ao estoque, com o aumento das
receitas mediante uma administração e controle no setor de compras, recebimentos e o uso de
sistemas tecnológicos, identificando meios que possam ser usados para reduzir custo e capital
imobilizado e promover a eficiência das atividades. Os objetivos específicos são de relatar
brevemente que um planejamento adequado fundamentado em teorias contribui aos gestores
na competitividade de mercado, na redução de custo e no desempenho do processo decisório.
O estudo foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica de renomados autores
baseando-se em livros, periódicos, artigos científicos e Internet em geral. Dentro deste
contexto é de suma importância um sistema gerencial como ferramenta estratégica para o
estoque.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Serão abordados critérios de gerenciamento de estoque que servirão como alicerce na
redução de custos financeiros e análise de equilíbrio, programação e controle de compra e
sistemas tecnológicos.
2.1 Gestão de Estoque
Uma boa liderança requer capacidade para tomar decisões que gerem resultados
positivos para a organização e um processo de tomada de decisão pode ser simples ou
complexo - isso vai depender do grau de importância, do objetivo a ser alcançado e dos
reflexos da escolha na vida pessoal ou profissional do indivíduo. Tomar decisões envolve a
identificação do problema, bem como definir os critérios, analisar, escolher alternativas e
verificar a eficácia da decisão (MARQUES, 2016).
A gestão pode ser definida como um ato de administrar e gerir, de forma a alcançar
resultados significativos e metas pré-estabelecidas. Uma gestão de qualidade deve ser
fundamentada nos diversos conhecimentos econômicos de mercado que estudam maneiras de
realocar os recursos escassos, sabendo-se que o estoque é um conjunto de recursos que se
encontram armazenados ou acumulados, estando disponível para atender a demanda de
pessoas ou organizações.
“Gestão ou administração é o processo de conseguir que as atividades sejam feitas de
forma eficiente e eficaz com e por meio de outras pessoas. As funções clássicas da
administração são: planejamento, organização, direção (ou ativação) e controle”.
(MARTINS; ALT, 2006, p. 31).
Conforme Crepaldi (2008), a maioria das empresas brasileiras não tem um domínio de
seus custos, tornando incerta a identificação dos lucros ou possíveis prejuízos, sofrendo
perdas relevantes e excedendo a alocação de mercadoria em estoque.
Os estoques são matérias primas, suprimentos, componentes, materiais em processo ou
produtos acabados que uma empresa utiliza em sua produção para suprir as necessidades ou
para vendas em que geralmente é feito um controle rigoroso, tanto do processo como de
disponibilidade dos itens (RIBEIRO, 2012).
O gerenciamento de estoque surgiu para subsidiar as empresas a manterem um
controle sobre todas as operações que envolvem os recursos materiais, desde a entrada, sua
permanência, tempo de reposição, vida útil até chegar ao consumidor final.
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A gestão de estoque pode identificar aspectos que levem a possíveis falhas, perdas,
mal uso de equipamentos ou manuseio de recursos materiais, que acarreta altos custos no
setor, fazendo com que a empresa aumente o custo no produto final e diminua sua
competitividade perante os concorrentes. Essa afirmação é corroborada por Martins e Alt
(2006, p. 198), os quais dizem que “a gestão de estoque constitui uma série de ações que
permite ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados
em relação ao setor que deles se utilizam, bem manuseados e bem controlados”.
Uma gestão eficaz visa garantir a disponibilidade de um produto com o menor estoque
possível, mantendo-o em um nível que garanta a seguridade dos produtos, um menor custo e
também evitar rupturas para melhor atender a demanda de acordo com as necessidades dos
clientes.
Os modelos de gestão de estoque se diferenciam pelo grau com que as variáveis consideradas representam a realidade. Os mais aprimorados levam em conta detalhes como taxa de produção/recebimento de materiais, incertezas na demanda e nos prazos, variações de preço/custo em função da quantidade comprada/produzida, número de centros de distribuição, etc. (CORRÊA; DIAS, 1998, p. 3).
Segundo Dias (2012, p. 8-9), “as deficiências do controle de estoques normalmente
são mostradas por reclamações contra sintomas específicos e não por críticas diretas a todo o
sistema”. Alguns desses sistemas encontrados normalmente são:
� Grandes e periódicas dilatações dos prazos de entrega para os produtos acabados e
dos tempos de reposição para matéria-prima;
� Quantidades maiores de estoque, enquanto a produção permanece constante;
� Elevação do número de cancelamentos de pedidos ou mesmo devoluções de
produtos acabados;
� Variação excessiva da quantidade a ser produzida;
� Produção parada frequentemente por falta de material; e
� Falta de espaço para armazenamento.
Os tópicos citados acima são alguns de várias dificuldades que podem surgir em uma
empresa quando não se tem um controle das operações, o que, consequentemente, acaba por
provocar um desequilíbrio no balanço da empresa, diminuindo o giro de capital imobilizado e
gerando um saldo negativo nas receitas, como cita o mesmo autor abaixo:
Um estoque maior acarreta maiores custos, pois o capital estará imobilizado durante um período de tempo mais longo. O ciclo total do estoque, que vai desde a compra da matéria-prima até a venda do produto acabado, deve ser minimizado e ao mesmo tempo as faltas de estoque mantidas ao mínimo possível. (DIAS, 2012, p. 15).
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Baixos níveis de estoque podem fazer com que a empresa trabalhe num limiar
arriscado, em que qualquer detalhe, por menor que seja, acabe prejudicando ou parando a
produção (MARTINS; ALT, 2006, p. 83).
Identificar o ponto de equilíbrio do estoque é uma tarefa difícil para os gestores, pois
no decorrer do período há variações na demanda em que uma média entre um período e outro
acaba por ajudar a empresa a manter um nível que atenda a demanda e não acarrete custos
elevados.
Além de conhecer todo o processo que move a empresa e determinar o nível de
estoque que deverá ser mantido, necessitam ser identificados os custos incorridos ao produzir,
armazenar e transportar seu produto, o que auxilia nas decisões à redução dos custos como
cita o autor a seguir:
Numa visão muito mais abrangente, a Gestão Estratégica de Custos requer análises que vão além dos limites da empresa para se conhecer toda a cadeia de valor: desde a origem dos recursos materiais, humanos, financeiros e tecnológicos que utiliza, até o consumidor final. Passa a não ser apenas importante conhecer os custos da sua empresa, mas os dos fornecedores e os dos clientes que sejam ainda intermediários a fim de procurar, ao longo de toda a cadeia de valor (até chegar o consumidor final), onde estão as chances de redução de custo e aumento de competitividade. (MARTINS, 2001, p. 318).
Uma ferramenta que subsidia a gestão de estoque é a logística, a qual facilita na
agilidade dos processos, auxilia a produção de mercadorias até o produto acabado e garante
qualidade e redução de custos, como descreve Barboza (2012, p. 14):
A logística em si é um assunto importantíssimo para a administração das empresas. Ela tem o papel de melhorar o fluxo das mercadorias e das informações entre os consumidores e os produtores, que por sua vez estão espalhados em uma ampla área geográfica. Esse fluxo vai desde a aquisição da matéria-prima, passa pelo produto acabado e por fim a entrega ao consumidor final.
A integração de um controle de estoque eficiente e o auxílio logístico podem
contribuir para uma melhor gestão de toda a cadeia de suprimentos da empresa, mantendo
níveis de estoque conforme a demanda.
Portanto, os gestores devem estar atentos à tomada de decisão para obterem êxito em
suas metas e auxiliarem, detalhadamente, os setores ao deixar claro o objetivo da empresa, na
tentativa de evitar possíveis falhas, atrasos, excessos ou falta de produtos.
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2.2 Custos Financeiros e Análise de Equilíbrio
O custo financeiro do
todo o capital que foi investido na aquisição das mercadorias,
além de outros custos que a empresa obtém para constituir o
Segundo Dias (2012, p.
material que gera determinados custos”, como:
� Juros;
� Depreciação;
� Aluguel;
� Equipamento de movimentação;
� Deterioração;
� Obsolescência;
� Seguros;
� Salários;
� Conservação.
Os custos de estoque podem ser classificados
representa exemplos do custo da falta (quando a empresa perde vendas por não ter produtos
disponíveis); o custo da perda (quando há demasia de produtos que acarreta em
obsolescência); e o custo de oportunidade (é quando
render em outro tipo de investimento ou mercadoria).
Figura 1- Representação do custo de estoque.
Fonte: Cruz (2015).
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e Análise de Equilíbrio
estoque é considerado um processo de estocagem qu
que foi investido na aquisição das mercadorias, despesas diretamente ligada
que a empresa obtém para constituir o estoque.
Segundo Dias (2012, p. 31), custo de estoque é “todo e qualquer armazenamento de
material que gera determinados custos”, como:
Equipamento de movimentação;
Os custos de estoque podem ser classificados de várias maneiras. A figura abaixo
representa exemplos do custo da falta (quando a empresa perde vendas por não ter produtos
disponíveis); o custo da perda (quando há demasia de produtos que acarreta em
obsolescência); e o custo de oportunidade (é quando o capital investido no estoque poderia
render em outro tipo de investimento ou mercadoria).
Representação do custo de estoque.
108
é considerado um processo de estocagem que abrange
despesas diretamente ligadas,
“todo e qualquer armazenamento de
de várias maneiras. A figura abaixo
representa exemplos do custo da falta (quando a empresa perde vendas por não ter produtos
disponíveis); o custo da perda (quando há demasia de produtos que acarreta em
o capital investido no estoque poderia
109 Org. Soc., Iturama (MG), v. 6, n. 6, p. 103-114, jul./dez. 2017
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Um auxiliar do custo financeiro é o ponto de equilíbrio que permite compreender a
quantidade que a empresa precisa vender para cobrir seus custos e despesas, não tendo lucro
nem prejuízo. Crepaldi (2008, p. 2) refere-se à análise de equilíbrio como “o processo de se
calcular as vendas necessárias para cobrir os custos de forma que o lucro e o prejuízo sejam
iguais à zero”.
Gitman (1997) afirma que o ponto de equilíbrio é indispensável para a empresa por ser
capaz de apontar o nível de operações que precisam ser conservadas para cobrir todos os
custos, considerando o nível de vendas necessário para sua estabilização.
O ponto de equilíbrio (PE) é onde o valor das receitas equipara-se ao das despesas,
sendo o resultado da divisão dos valores dos custos e despesas fixas pela margem de
contribuição unitária, portanto, não haveria lucro e nem prejuízo, como mostra a figura
abaixo:
Figura 2- Representação do ponto de equilíbrio.
Fonte: Ávila (2015).
Logo, gerir estoques economicamente consiste, essencialmente, na procura da
racionalidade e equilíbrio com o consumo, de tal maneira que: a) as necessidades efetivas de
seus consumidores sejam satisfeitas com mínimo custo e menor risco de falta possível; b) seja
assegurada a seus consumidores e continuidade de fornecimento; c) o valor obtido pela
continuidade de fornecimento deve ser inferior a sua própria falta (VIANA, 2002).
Assim, o estoque tem grande participação no resultado financeiro, influenciando a
variação do ativo e fazendo-se necessária uma análise de equilíbrio.
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2.3 Programação e Controle de Compra
A programação e o controle de compra têm a função de planejar todos os recursos
materiais que serão necessários adquirir para que a empresa desenvolva suas atividades tendo
o controle de seleção de fornecedores, aquisição de mercadorias, tempo de permanência em
estoque e cotação de preços com o objetivo de identificar fornecedores com alta capacidade e
agilidade nas entregas, baixo custo e a qualidade dos produtos e serviços.
Martins e Alt (2006, p. 81) defendem a ideia de que:
A gestão da aquisição - a conhecida função de compras - assume um papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos, principalmente financeiros, envolvidos, deixando cada vez mais pra trás a visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e não um centro de lucros.
O setor de compras é um auxiliar indispensável para a gestão, sendo capaz de
controlar o custo do capital imobilizado no estoque, o seu tempo de rotatividade e a
necessidade de aquisição para que não careça de nenhum item, controlando também a
quantidade de produtos adquiridos para que não eleve a capacidade de armazenamento.
Martins e Alt (2006) discorrem que é de extrema importância identificar os fornecedores
habilitados que entendam as necessidades da empresa referente a prazos, quantidade e
qualidade.
Os autores acima articulam que os objetivos estratégicos da empresa e o setor de
compras devem estar ligados para atingirem êxito contínuo no atendimento ao cliente,
tornando-o dinâmico ao utilizar cada vez mais sistemas sofisticados.
De acordo com Dias (2008, p. 259), os objetivos básicos de compras são:
� Obter um fluxo contínuo de suprimentos;
� Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de investimento a
operacionalidade da empresa.
� Comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo a padrões de
quantidade e qualidade definidos.
� Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honesta as melhores condições
para a empresa, principalmente em condições de pagamento.
A função de compras tem um grande valor agregado à aquisição de mercadorias e ao
controle de estoques para uma empresa; por meio desse setor podem-se definir estratégias
para reduzir custos, diminuir a ociosidade do capital, aumentar o giro e alavancar as receitas.
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A administração de recursos materiais é um conjunto de atividades que planeja e
controla o equilíbrio entre estoque e demanda dentro de uma empresa, sem deixar exceder ou
faltar produtos, interagindo juntamente com os setores de compras, armazenagem,
conservação, controle e distribuição, com o objetivo de atender as necessidades dos clientes
oferecendo produtos de qualidade e impulsionando a margem de lucro da empresa.
Dias (2012, p. 9), propõe que “a administração deverá determinar ao departamento de
materiais o programa de objetivos a serem atingidos, isto é, estabelecer certos padrões que
sirvam de guia aos programadores e controladores e também de critérios para medir a
performance do departamento. Essas políticas são diretrizes que, de maneira geral, podem
abranger”:
� Metas quanto ao tempo de entrega dos produtos ao cliente;
� Definição do número de depósito e/ ou de almoxarifados e da lista de materiais a
serem estocados neles;
� Até que nível deverá flutuar os estoques para atender a uma alta ou baixa das
vendas ou a uma alteração de consumo;
� Limites na especulação com estoques em compras antecipadas, com preços mais
baixos ou ao se comprar quantidades maiores para obtenção de desconto;
� Definição da rotatividade dos estoques.
2.4 Sistemas Tecnológicos para o Estoque
As inovações tecnológicas, principalmente as telecomunicações, são de grande valia
para as organizações, pois garantem informações necessárias e consistentes, dados precisos e
corretos em tempo hábil para tomada de decisões; através da rede é possível difundir
informações entre instituições, fornecedores e clientes, tornando assim a empresa mais
competitiva perante as constantes mudanças no mercado.
Crepaldi (2008, p. 2) relata que “as empresas estão em constantes mudanças, cada vez
mais necessitam de controles precisos e informações oportunas sobre seu negócio para
adequar suas operações às novas situações de mercado”.
A tecnologia facilita o gerenciamento de estoque sem causar impacto no custo, sendo
uma ferramenta eficaz para o planejamento das contas, auxiliando diretamente no processo
das mesmas com o objetivo de manter um estoque mínimo que atenda a demanda de clientes,
evitando desperdícios, desvios e desfalques.
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Os Sistemas são usados para uma gestão adequada, para a facilitação de tarefas e à
automação de processos. Martins e Alt (2006, p. 6) discorrem que:
A tecnologia é um recurso que ganha importância a cada dia. Assim, tecnologias mais avançadas produzem um diferencial em relação às anteriores, normalmente traduzido em menores custos, ou um outro diferencial que possa ser transformado em algum tipo de vantagem econômica, como maior lucro.
Um sistema de informação consiste em todos os elementos que recebem, manejam e
distribuem informações, facilitando a introdução e processamento de dados em informação,
armazenamento de ambos, e a produção de resultados.
Existem sistemas que são utilizados pelas empresas para maior facilidade na
comunicação com os clientes, fornecedores, distribuidores, bancos e entre outros, que trazem
vantagens como: rapidez, segurança, redução de custos, facilidade em alocação dos pedidos e
na parceria entre cliente e fornecedor (MARTINS; ALT, 2006).
Os administradores devem conhecer e identificar a real necessidade da empresa antes
da implantação de sistemas de controle. Com isso, o aumento do desempenho organizacional,
na realização dos objetivos, apresentará um retorno significativo em seu investimento.
Sem o auxílio do computador torna-se extremamente difícil, senão impossível, o
registro e o controle de todo esse movimento, o que se reflete diretamente nos lançamentos
contábeis e nos resultados operacionais das empresas (MARTINS; ALT, 2006, p. 304).
Para um bom funcionamento no Controle de Estoques, existe a necessidade de certas informações para iniciar a operação do sistema. A classificação dessas informações, às vezes, é difícil, já que os problemas e as necessidades encontradas são diversos em função do tamanho de cada negócio. Entretanto, com sistemas bem simples, podem-se obter documentos que geram informações, necessitando que se faça uma correta análise do seu processamento e finalidade. (DIAS, 2012, p. 290).
Portanto, os sistemas são essenciais para a execução e para o controle eficaz das
operações na tomada de decisão ao evitar falhas, ociosidade, desorganização e perdas,
dispensando o uso de espaço físico para o arquivamento de documentos, os quais trazem
dados mais precisos e informações oportunas.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as informações contidas nesse trabalho, conclui-se que uma empresa pode se
beneficiar com vantagens e se tornar competitiva no mercado ao adotar uma gestão de estoque
eficiente, método este que desempenha um papel importante no processo decisório.
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O estoque não é visto como prioridade para algumas organizações no desenvolver de
suas atividades, o que onera o capital de giro da empresa, gera baixo nível de serviço aos
clientes e impacta a lucratividade.
A saúde financeira de um negócio depende de estratégias bem elaboradas na
mensuração da análise de equilíbrio, com sistemas tecnológicos de qualidade para melhor
organização de seus bens intangíveis, ocasionando sustentabilidade e prosperidade à empresa.
O tomador de decisão, por meio de um planejamento de qualidade, leva a empresa a
diminuir desperdícios, aperfeiçoar processos e gerar ganho financeiro ao gerenciar de forma
correta seu capital imobilizado.
Portanto, este estudo objetivou realçar que a estratégia em reduzir custos seja eficiente,
tendo conhecimento de todo processo que move a empresa, tanto internamente (recursos
materiais, humanos, financeiros e sistêmicos), como externamente (fornecedores, clientes e
tudo que não está no controle da empresa), construindo uma gestão competitiva e tornando o
estoque um fator relevante no equilíbrio entre oferta e procura e transparecendo no aumento
da receita.
REFERÊNCIAS
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