ROSEMAR A. ALENCAR MENDES & M. CONSUELO DA SILVA BARBOSA
SECADI - Curso de Educação Ambiental :: CEA - Maranguape
Fortaleza, março de 2012.
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CONSTRUÇÃO DE UM MAPA DE UMA COMUNIDADE
I - INTRODUÇÃO
Este é um levantamento inicial para a implantação, e construção de um mapa da
comunidade, sendo que foi considerado, raio de um quilômetro, do entorno da EMEIF JOÃO
FREDERICO FERREIRA GOMES, situada a Rua José Mendonça número s/n, no Parque
Genibaú, cidade de Fortaleza, Estado do Ceará; estando esse bairro situado a sudoeste de
Fortaleza, contando com 40.155 habitantes, segundo último Censo Demográfico, feitos em
2010. Está comunidade possui infraestrutura de pessoas de baixo poder aquisitivo, sendo
nesta, encontrados: posto de saúde, mercearia, igreja, loja de móveis, farmácias, e
encontramos ainda, a Lagoa do Albano, Canal de Genibaú e o Rio Maraguapinho.
FIGURA 1: BAIRROS GENIBAÚ EM FORTALEZA, CEARÁ
II - OBJETIVOS DO MAPA NOS ÂMBITOS: SOCIAL, ECONÔMICO E
AMBIENTAL:
As analises sócio, econômica e ambiental, do bairro Genibaú na cidade de Fortaleza,
Ceará, representam os estudos em pesquisas, que retratam está comunidade considerada de
baixa renda, vivendo suas relações sociais de produções e consumos; bem como, questões
ambientais por vezes conflituosas; o bairro acima mencionado é constituído por residências,
indústrias e pequenos comércios. Observando que a maior parte da população supre as suas
necessidades básicas, em trabalhos informais, sem nenhum vínculo empregatício. Situações
adversas impulsionam seus moradores, a viverem enfrentado grande desafio, pois, esses
residentes, tem baixa escolaridade, e são desprovidos do saber na área da informática, ficando
assim, limitados a subempregos, e acabam não gerando sustento, para as suas famílias. Essa
localidade vem enfrentando problemas ambientais, por exemplo: 1) Feira, que acontece todo o
fim de semana, favorecendo algumas famílias, em sua renda mensal, mas, causando
insatisfações à outros moradores, que acabam reclamando dos problemas enfrentados, tais
como: acúmulo de lixos nas ruas, entulhos, sujeiras e mau cheiro, favorecendo a proliferação
de mosquitos, ratos e outros insetos, desencadeando problemas sérios de saúde; 2)
limpeza dos canais do bairro, localizados nas ruas Moçambique, Santa Adélia, Húmaita e
Alves Batista, os mesmos relatam, que já foram feitos procedimentos, mas, mencionam que
de nada adiantaram, por não ser algo sistemático, e atualmente, o quadro permanece o mesmo,
e muitas famílias continuam a margem dessa situação de desconforto e abandono.
É importante salientar, que os moradores tentam superar suas dificuldades,
participando de diversos programas sociais, que visitam essa comunidade de jovens e adultos,
que têm o desejo de aprenderem a ler e escrever, com isso, tentam participar no programa do
PEJA, e acreditando no saber, passando a ter novas oportunidades, como aos de cursos
profissionalizantes. Os problemas de ordens socioeconômicos e ambientais estão
intrinsecamente ligados, levando em consideração, que famílias de baixa renda, moram em
lugares de difíceis acessos, em áreas consideradas de riscos, tendo a escola um público alvo,
de semianalfabetos, desprovidos de ações mais conscientes e participativas; ressaltando que
não devendo ser esquecido, por parte dos governantes, o comércio indevido das drogas,
envolvendo jovens, adultos, e alguns casos, até crianças, desestruturando famílias, e
promovendo violência e medo na população, que clama por segurança, tendo apenas, uma
delegacia, localizada no Conjunto Ceará, um dos bairros adjacentes. Neste lugar, existem um
número reduzido de escolas públicas, tendo os pais, que remanejarem seus filhos para outros
bairros, e por não terem condições financeiras para pagar transportes, muitos ficam fora de
sala de aula, acabam desestimulados e procurando práticas inadequadas de entretenimento,
pois, esses pais passam o dia fora, não tendo condições de orientar seus filhos.
São diversos os problemas socioeconômicos e ambientais, sendo necessários
projetos, envolvam toda a comunidade, que motivando as mudanças e oportunizando os
jovens, que estão à margem desse descaso social, sendo as escolas parceiras importantes, no
processo de conscientização, ministrando aulas inovadoras, inseridas dentro do contexto
social dos alunos, integrando as famílias, ao processo de ensino aprendizagem dos seus filhos,
envolvendo os pais não alfabetizados.
III - DESCRIÇÃO
A EMEIF JOÃO FREDERICO FERREIRA GOMES, foi inaugurada no dia 25 de
janeiro de 2003, pelo prefeito de Fortaleza, o Sr. Juraci Vieira Magalhães, com o objetivo de
absolver a demanda dos anexos da Escola Municipal Murilo Aguiar (Francisco Ariselmo,
Ayrton Senna, Creche Escolar Conjunto Ceará ).
Esta escola funciona nos três turnos, e conta com trinta turmas no diurno, educação
infantil e primeira a quarta series do ensino fundamental, e sete turmas noturnas de educação
de jovens e adultos, totalizando 1.137 alunos em 2003.
A mesma, dispõe de: biblioteca, sala de informática, laboratório de ciências, um mini
teatro, ampla cozinha, refeitório, pátio coberto, sala de professores, secretaria e doze
banheiros em funcionamento.
Desde sua criação, tem sido procurado contribuir para a melhoria da aprendizagem do
aluno, fortalecendo a leitura e a escrita como instrumento de desempenho para a cidadania.
Este processo vem sendo desenvolvido através de um trabalho dinâmico e envolvente,
onde o corpo docente, funcionários e a comunidade em geral, fortalecem a parceria buscando
a valorização do ser humano, para efetivação da aprendizagem.
A EMEIF JOÃO FREDERICO FERREIRA GOMES, e está registrada junto ao MEC
com número 23.257.172, e esta situada a Rua José Mendonça s/n, no bairro Parque Genibaú,
na cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará, telefone: (85) 3488.3248 e no ano de 2012, tem
com diretora a Sra. Donatília Amaro Filguera e vice-diretora Sra. Selma Maria Teixeira Sales.
FIGURA 2: EMEIF NO BAIRRO GENIBAÚ, EM FORTALEZA – CE
ORGANOGRAMA DA EMEIF JOÃO FREDERICO FERREIRA GOMES
PRÓS E CONTRA DA EMEIF
DIRETORA: Donatília Amaro Filguera
VICE-DIRETORA: Selma Maria Teixeira
COORDENADORAS
LÚCIA DE FÁTIMA MARTINS BEZERRA
MARIA LUCILEIDE HENRIQUE LOPES
SECRETARÍA
M. CONSUÊLO DA SILVA BARBOSA
ORIENTADOR EDUCACIONAL
MOÉSIO CIPRIANO
PROFESSORES REGENTES: 32
PROF FORMADORES LEITORES: 03
PROF INFORMÁTICAS: 03
AUX. ADMINISTRATIVOS: 03
AUX. DE SERVIÇOS GERAIS: 01
PORTEIROS: 04
COZINHEIRAS: 04
PRÓS
*Boa estrutura física interna da escola;
*Professores qualificados;
*Materiais didáticos adequados;
*Disponibilidade de merenda.
CONTRA
*Área de Risco / Com. de baixa renda;
*Iluminação Deficiente do entorno;
*Quando chove dificulta o acesso à
escola, e transbordam os esgotos;
*População semi analfabeta;
*Grande índice de problemas de
desestrutura familiar, devido ao uso
abusivo de drogas;
*Ausência de equipe psicopedagógica.
IV - COLETA DE DADOS
Foram fotografados a EMEIF JOÃO FREDERICO FERREIRA GOMES, bem como,
todo o seu entorno:
FOTOGRAFIAS, NUM RAIO UM QUILOMETRO, DA EMEIF
EMEIF João Frederico Ferreira Gomes Posto de Gasolina BR / Petrobrás
Igreja Assembleia de Deus de Genibaú Centro de Saúde da Família
Movenil Móveis Frigorífico Oliveira
Asfaltamento Deficitário Poças d´água após a Chuva (dengue)
Calçadas impedidas - deficiência mobilidade Automóvel em Mal Estado Conservação
Estacionamento Irregular (desordem urbana) Calçadas com dificuldades de locomoção
Ausência de Asfaltamento, Sujeiras nas Calçadas,
Calçada desnivelada, locomoção Deficitária Entupimento Futuros em Épocas Chuva.
V - CONSTRUÇÃO DE UMA MATRIZ DE IMPACTOS
A construção dessa matriz de impacto, visa realizar a caracterização da área de
estudos, entendendo os aspectos naturais, meio físico e aspectos sociais, que compõem a
paisagem e o processo de avaliação ambiental, salientando questões relevantes para os
moradores atuais.
A análise ambiental do bairro Genibaú, constitui espaço físico complexo, presentes na
área de avaliação de impactos do processo de uso e ocupação da terra, seu efeito na ecologia e
paisagem e as consequências socioambientais, tais ações.
O mesmo retrata as dificuldades, mostrando o espaço físico, a compreensão de
paisagem, e contextos operacionais, formados da síntese dos processos naturais e sociais.
Sendo assim, a área estudada é um bairro periférico de Fortaleza, estando compreendida nas
proximidades dos bairros, Antônio Bezerra, Autran Nunes, Henrique Jorge e Conjunto Ceará.
Atualmente, esse espaço físico representa um dos problemas, na estrutura da cidade de
Fortaleza, sendo alvo, de inúmeros conflitos socioambientais, tais como: falta de saneamento
básico adequado, precária infraestrutura de ruas e avenidas, encontra-se esburacadas, sem
pavimentação, e estreitas, dificultando a locomoção de veículos e pedestres, principalmente,
no período chuvoso, onde os esgotos transbordam, e por vezes, entram em algumas moradias.
Enfocamos os canais dos bairros que apesar de alguns procedimentos governamentais,
continuam sujos, com dejetos e atraindo vários insetos, dentre eles, o mosquito da dengue,
causando vários problemas de saúde, e levando a óbitos as crianças, jovens e adultos.
O componente Social dessa realidade socioambiental deve-se ao fato, de o bairro ter
sido projetado no que chamamos de geografias alternativas, representadas pelo processo de
favelização. A estrutura socioambiental da área, dinâmica social, pode ser caracterizada
como: uma área de baixa renda, composta por uma estrutura urbana espontânea, na qual
grande parte do local não tem condições satisfatórias para moradias, a população sobrevive
em locais de riscos, representando uma alternativa real, não mercantil de produção,
reprodução de consumo da paisagem.
VI - CONSTRUÇÃO DE UMA MATRIZ DE SOLUÇÕES
Se pensarmos em um bairro utópico, onde todas as calçadas sejam niveladas,
facilitando a vida dos cadeirantes; que havendo carros sobre as calçadas, e estes estejam em
bom estado de conservação; controle para que não haja desordem urbana, seria mais simples,
mas sabemos da dificuldade de incutir essa mentalidade, para nos tornarmos uma sociedade
organizada com padrões de convivência definidos e respeitado por todos.
Com essa motivação, citaremos algumas sugestões para a matriz de soluções dos
problemas:
1) CONTROLE DA DESORDEM URBANA NO TRÂNSITO
- EMEIF: conscientizar os alunos da necessidade, de termos uma sociedade organizada –
Respeitando os Sinais de Trânsito; lugares permitidos para o estacionamento; onde motorista
deem a vez ao deficiente físico, sendo incutido nas cabeças dos mesmos, que este já enfrenta
dificuldades de locomoção; conscientizar aos alunos, futuros motoristas, a importância de se
manter os automóveis, em bom estado de conservação.
- DETRAN: cobrar desse órgão de transito, maior fiscalização no entorno da EMEIF,
sugerindo que o mesmo, faça campanhas regulares junto ao bairro, onde: carros mal
conservados sejam vistoriados; não estacionando em lugares proibidos; dirigindo com a
documentação em dia; não podem dirigir de chinelos ou de sapatos que possam causar
acidentes, fazendo se cumprir o código de trânsito.
- DATA: 2012 A 2020, culminância março de cada ano.
2) CONTROLE DOS VETORES DA DENGUE
- EMEIF: conscientizar os alunos de minimizarmos as áreas incubadoras, e a possibilidade
das larvas do mosquito Aedes Aegypt, vir a eclodir no verão, estimulando a visitação dos
agentes de saúde. Sugestões de programações para o bairro Genibaú: panfletagens,
distribuição de adesivos e imãs de geladeira, palestras, apresentações de teatro, exposições,
além de mutirões de limpeza, acompanhando às visitas casa a casa, remoção de criadouros e
visitas de imóveis estratégicos e especiais, feito pelas equipes da SMS.
- NÚCLEO DE CONTROLE DE ENDEMIAS DA SECRETARIA MUNICIPAL DA
SAÚDE (SMS): fazer com que o órgão crie parcerias para a prevenção e ao combate aos
criadouros do mosquito Aedes Aegypt, dentro das casas dos alunos; cobrar junto aos órgãos
competentes, a limpeza de córregos e de lagoas, evitando assim, a sua multiplicação.
- DATA: permanente, culminância maio/junho e novembro de 2012.
3) NÃO JOGAR LIXO NAS VIAS PÚBLICAS
- EMEIF: Despertar nos alunos através de campanhas, da importância em não jogarmos lixos
nas ruas; fazendo mutirões, para divulgar a campanha de limpeza e a conscientização; criar
parodia com tema lixo.
- A EMPRESA MUNICIPAL DE LIMPEZA E URBANIZAÇÃO (EMLURB): fazer mais
atividades para coibir o descarte desses materiais em logradouros públicos, e completando
esta ação, com campanhas da EMLURB, conscientizando os moradores do bairro.
- DATA: permanente, abril/maio e setembro/outubro de 2012.
4) A IMPORTÂNCIA DAS FEIRAS LIVRES
- EMEIF: Motivar a comunidade através de abaixo assinado, junto a EMLURB, para que, o
espaço utilizado pelos feirantes seja preservado, garantindo a retiradas de restos de alimentos,
após o período de sua utilização; fazer uma dramatização, enfocando a importância de se
consumir alimentos frescos e saudáveis; promover saladas de frutas, junto a comunidade
escolar, bem como, distribuir semente de legumes, para o cultivo de um espaço hortalicio.
- A EMPRESA MUNICIPAL DE LIMPEZA E URBANIZAÇÃO (EMLURB), cobrar da
mesma, a assistência prestada a comunidade do Genibaú, com o atendimento sistematizado e
eficaz, na limpeza e remoção dos dejetos da feira.
- DATA: permanente, agosto de 2012.
VII - AGENDA DE PRIORIDADES LOCAIS
MESES PROJETO 1 PROJETO 2 PROJETO 3 PROJETO 4
Março 2012 X
Abril 2012 X
Maio 2012 X X
Junho 2012 X
Agosto 2012 X
Setembro 2012 X
Outubro 2012 X
Novembro 2012 X
Obs.: Controle da desordem urbana no trânsito: PROJETO 1
Controle dos vetores da dengue: PROJETO 2
Não jogar lixo nas vias públicas: PROJETO 3
A importância das feiras livres: PROJETO 4
Os projetos devem ter duração mínima de trinta dias e máxima de sessenta dias, e
poderá o fim de um projeto concorrer com o início de outro projeto.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
EDUCAÇÃO. (1993). Educação em Saúde: Coletânea de Técnicas. São Paulo: SES. Souza,
D. V, & Zioni, F. (2003). Novas perspectivas de análise em investigações sobre meio
ambiente: a teoria das representações sociais e técnica qualitativa da triangulação de dados.
Saúde e Sociedade, 12(2), 76-85.
FERREIRA SALES, L. B. Análise Sócio-Ambiental do Segmento do Baixo Curso do Rio
Maranguapinho na Cidade de Fortaleza-Ce: Relações Sociedade x Natureza.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. [Link]
GIL, A. C. (2005). Métodos e Técnicas de Pesquisa em Educação Ambiental. In A. Philippi
Jr., & M. C. F Pelicioni, (Edts.), Educação ambiental e sustentabilidade (pp. 577-598).
Barueri, SP: Manole.
PELICIONI, A. C., SOARES NETTO, F., WIELICZKA, M. G. Z., & DANTAS, V. M.
(2000). Educação Ambiental na Formação de Agentes Comunitários. In A. Philippi Jr., & M.
C. F. Pelicioni (Edts.), Educação ambiental: desenvolvimento de cursos e projetos (p. 253-
265). São Paulo: Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Núcleo de
Informações em Saúde Ambiental: Signus Editora.
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