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PREVEST
2016
LISTA 12
Prof. Cristiano Metralha
Aluno:
BANDEIRAS/ENTRADAS
1. (Fuvest) Observe o mapa abaixo.
Com base no mapa e em seus conhecimentos, assinale a alternativa
correta. a) O rio São Francisco foi caminho natural para a expansão da
cana-de-açúcar e do algodão da Zona da Mata, na Bahia, até a
Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. b) A ocupação territorial de parte significativa dessa região foi
marcada por duas características geomorfológicas: a serra do
Espinhaço e o vale do rio São Francisco. c) Essa região caracterizava-se, nesse período, por paisagens onde
predominavam as minas e os currais, mas no século XIX a
mineração sobrepujou as outras atividades econômicas dessas
capitanias. d) O caminho pelo rio São Francisco foi estabelecido pelas
bandeiras paulistas para penetração na região aurífera da
Chapada dos Parecis e posterior pagamento do “quinto” na sede
da capitania, em Salvador. e) As bandeiras que partiam da Capitania da Bahia de Todos os
Santos para a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro
propiciaram o surgimento de localidades com economia baseada
na agricultura monocultora de exportação.
2. (Espm) As incursões dos bandeirantes paulistas às missões dos
jesuítas castelhanos do Guairá multiplicaram-se a partir do século
XVII. Paulistas e guerreiros tupiniquins enveredavam pelo
Caminho do Peabiru, velha trilha tupi, rumo ao Guairá, território
situado entre os rios Paranapanema, Iguaçu e Paraná. Nessa
região de posse duvidosa, dado que os portugueses sempre
consideraram que a linha de Tordesilhas passava pelo estuário do
Prata, os jesuítas espanhóis haviam criado entre 1622 e 1628 onze
missões.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma
interpretação)
Quanto ao assunto tratado no texto é correto assinalar:
a) as incursões dos bandeirantes às missões jesuítas visavam
apresar indígenas aldeados em grupos numerosos e habituados
ao trabalho rural;
b) nessas incursões não havia nenhuma participação de indígenas
entre os integrantes das bandeiras; c) o objetivo primordial dos bandeirantes paulistas era apresar
“negros da terra” para a exportação dessa mão de obra para a
Europa; d) os ataques dos bandeirantes paulistas aos jesuítas castelhanos
eram uma resposta contra a postura da Espanha que naquele
momento apoiava a invasão holandesa ao Brasil; e) as incursões dos bandeirantes paulistas contra as missões
jesuíticas de Guairá e Tapes ocorreram após o Tratado de Madri.
3. (Ufg) Leia o documento a seguir.
Este homem é um dos maiores selvagens com que tenho topado:
quando se avistou comigo, trouxe consigo um intérprete porque não
sabe falar português nem se diferencia do mais bárbaro Tapuia.
Mesmo se dizendo cristão e sendo casado, lhe assistem sete índias
concubinas. E daqui se pode inferir que, tendo em vista a sua vida
desde que teve o uso da razão, se é que a teve, até o presente
momento, se encontra a andar metido pelos matos à caça de índios
e de índias, estas para o exercício de sua torpeza sexual, aqueles
para a obtenção de seus interesses econômicos. RIBEIRO, Darcy; MOREIRA NETO, Carlos Araújo (Orgs.). A fundação do Brasil: testemunhos
– 1500/1700. Petrópolis: Vozes, 1992. p. 299. (Adaptado).
O documento apresenta a descrição feita pelo bispo de
Pernambuco, D. Francisco de Lima, a respeito do chefe bandeirante
Domingos Jorge Velho. Essa descrição indica um antagonismo
entre religiosos católicos e bandeirantes na América Portuguesa
durante o século XVII. Com base na análise do documento e de seu
contexto histórico, conclui- se que tal oposição associava-se ao fato
de a Igreja a) condenar o enriquecimento por meio da escravidão, contrariando
os citados “interesses econômicos” dos bandeirantes, que se
firmavam como fornecedores de mão de obra escrava para
diversas capitanias. b) defender a catequização dos indígenas e sua organização em
missões religiosas, condenando, assim, as bandeiras de
apresamento, aludidas no trecho “andar metido nas matas à caça
de índios e índias”. c) desprezar a cultura nativista constituída na Capitania de São
Vicente, onde foram rejeitados os costumes e a língua
portuguesa, como destacado pelo bispo, ao afirmar que o
bandeirante necessitou de intérprete. d) repudiar a associação entre bandeirantes e Tapuias, implícita nos
trechos em que o padre afirma que Jorge Velho não se
diferenciava dessa etnia e que mantinha concubinato com tais
índias. e) considerar que os colonos eram desprovidos de raciocínio, como
indicado pelo religioso, ao duvidar que o bandeirante possuía
razão, por entender que esta é alcançada por meio de estudos
eclesiásticos.
4. (Uem) Assinale o que for correto sobre a atuação e a
expansão do movimento dos bandeirantes sobre o território onde
hoje se situa o estado do Paraná. 01) Na região de Guairá, os bandeirantes almejavam explorar
riquezas naturais, como o ouro, e capturar índios. 02) O movimento das bandeiras também tinha como um dos seus
objetivos criar e explorar novas colônias de povoamento no
território onde hoje se situa o estado do Paraná.
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04) Em razão dos ataques dos bandeirantes, os sobreviventes das
missões jesuíticas fugiram em direção ao sul e fundaram novas
missões. 08) Foi uma ação organizada e colocada em prática pelo exército
colonial brasileiro e com a colaboração de padres jesuítas com
o objetivo de integrar essa região ao restante do país. 16) Tratava-se de um movimento pacífico, pois tinha como
finalidade catequizar e converter tribos indígenas paranaenses
que ainda não haviam estabelecido contatos com a civilização.
5. (Ufmg) Analise este mapa:
A partir da análise do mapa e considerando outros conhecimentos
sobre o assunto,
a) EXPLIQUE um motivo para as Expedições de Apresamento.
b) CITE dois processos históricos decorrentes das Expedições de
Apresamento.
c) COMPARE o tratamento dado aos povos indígenas por parte das
Expedições de Apresamento e das Missões jesuíticas.
6. (Fgv) Leia o texto sobre as origens de São Paulo.
A estratégia da penetração para o sertão, se foi amplamente
aproveitada pelos colonos de São Paulo, nasce na prática da
conversão jesuítica. (...) Embora por razões opostas, tanto as
incursões dos jesuítas, tímidas é verdade, não se embrenhando
muito além do núcleo piratiningano, como as bandeiras e as
entradas dos colonos tinham um mesmo objetivo: o índio.
Amílcar Torrão Filho, A cidade da conversão: a catequese jesuítica e a fundação de São Paulo
de Piratininga. Revista USP. São Paulo, n.º 63, 2004.
O fragmento apresenta parte das condições que originaram a) a guerra travada entre a Igreja Católica, a favor da escravização
indígena, e os colonos paulistas, defensores do trabalho livre. b) o conflito entre colonos e religiosos pelo controle da mão de
obra indígena, presente no entorno de São Paulo. c) a leitura, com forte viés ideológico, que considerava
desnecessária a exagerada violência dos jesuítas contra os povos
indígenas. d) o desvínculo econômico de São Paulo com o resto da colônia,
diante da impossibilidade de exploração da mão de obra
indígena.
e) o fracasso das missões religiosas em São Paulo, pois coube
apenas ao Estado português o controle direto dos indígenas.
7. (Ufpb) O título e a letra da música a seguir fazem referência,
em linguagem artística, ao processo de formação territorial do
Brasil. Esse processo teve muitas motivações, diversos agentes
históricos, variadas formas de organização e múltiplas direções
geográficas, dele resultando o alargamento das dimensões originais
das possessões portuguesas na América, que haviam sido
estabelecidas pelo Tratado de Tordesilhas (1494).
ENTRADAS E BANDEIRAS
O que vocês diriam dessa coisa
Que não dá mais pé?
O que vocês fariam pra sair desta maré?
O que era sonho vira terra
Quem vai ser o primeiro a me responder?
Sair desta cidade ter a vida onde ela é
Subir novas montanhas diamantes procurar
No fim da estrada e da poeira
Um rio com seus frutos me alimentar
NASCIMENTO, Milton e BRANT, Fernando. Disponível em:
<http://miltonnascimento.letras.terra.com.br/letras/252573/->. Acesso em: 08 set. 2006).
Considerando a letra da música, as informações apresentadas e seus
conhecimentos sobre o tema, verifica-se que as motivações, os
agentes, as formas de organização e a direção geográfica da
expansão territorial na América Portuguesa estão, corretamente,
correlacionadas em:
a) A busca e aprisionamento de índios, para a sua comercialização
nos engenhos do atual Nordeste, desfalcados de escravos negros
após a tomada de Angola pelos holandeses, motivou os
habitantes de São Paulo a organizarem bandeiras para o extremo
ocidental da Amazônia. b) A procura de ouro e metais preciosos impulsionou autoridades
metropolitanas e colonos a formarem monções, aproveitando a
navegabilidade do rio Paraná, em direção à Capitania de Minas
Gerais. c) A busca de terras para o gado, afastadas da região canavieira
litorânea, estimulou os estancieiros do sul (Capitania de São
Pedro do Rio Grande do Sul) a empreenderem entradas nos
sertões paraibanos. d) A procura de ouro e, depois, o interesse no comércio decorrente
da descoberta das minas na região incentivaram os colonos
paulistas a organizarem monções para a Capitania de Mato
Grosso, penetrando território, então, pertencente ao Império
espanhol. e) A necessidade de expansão do gado para novas terras induziu os
habitantes de São Paulo a formarem bandeiras contra os índios
guaranis, aldeados em Missões ao sudoeste dos limites
territoriais da América Portuguesa, à época.
Gabarito: Resposta da questão 1: [B]
Resposta da questão 2: [A]
Resposta da questão 3: [B]
Resposta da questão 4: 01 + 04 = 05.
Resposta da questão 6: [B]
Resposta da questão 7: [D]