UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARABA-UEPB
CURSO DE ESPECIALIZAO EM FUNDAMENTOS DA EDUCAO
PRTICAS PEDAGGICAS INTERDISCIPLINARES
JOSEFA RODRIGUES DE GOES
ANLISE DA PROPOSTA PEDAGGICA DE
EDUCAO INFANTIL ATRAVS DO RCNEI
CAMPINA GRANDE-PB 2014
JOSEFA RODRIGUES DE GOES
ANLISE DA PROPOSTA PEDAGGICA DE
EDUCAO INFANTIL ATRAVS DO RCNEI
Monografia apresentada ao Curso de Especializao Fundamentos da Educao: Prticas Pedaggicas Interdisciplinares da Universidade Estadual da Paraba, em convnio com Escola de Servio Pblico do Estado da Paraba, em cumprimento exigncia para obteno do grau de especialista.
Orientadora: ProfMs. Adalgisa Rasia
CAMPINA GRANDE-PB 2014
JOSEFA RODRIGUES DE GOES
ANLISE DA PROPOSTA PEDAGGICA DE EDUCAO INFANTIL ATRAVS
DO RCNEI
Monografia apresentada ao Curso de Especializao Fundamentos da Educao: Prticas Pedaggicas Interdisciplinares da Universidade Estadual da Paraba, em convnio com Escola de Servio Pblico do Estado da Paraba, em cumprimento exigncia para obteno do grau de especialista.
Dedico...
Aos meus familiares que, na minha
luta diria, tornaram-se o meu
exrcito.
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor Deus Todo Poderoso, luz do meu caminho, fora da minha
caminhada;
Aos meus familiares, sempre presentes me dando apoio e tendo a pacincia
necessria nos momentos mais difceis da minhatrajetria de vida;
Aos professores do Curso de Especializao Fundamentos da Educao:
Prticas Pedaggicas Interdisciplinares da Universidade Estadual da Paraba pela
dedicao e responsabilidade para nos abastecer de tantos novos conhecimentos;
minha orientadora, professora e amiga Adalgisa Rasia por todo apoio que
me deu para a minha vitria;
professora Maria Lourdes Cirne que incansavelmente no mediu esforos
para me acompanhar nos momentos mais difceis.
minha querida colega de turma Ktia Atade, companheira inesquecvel.
A todos que me ajudaram direta e indiretamente, o meu muito obrigada.
A Educao deve propiciar ao corpo e alma toda
a perfeio e a beleza que pode ter
Plato
RESUMO
Sabe-se a importncia da Educao Infantil e seus desdobramentos pedaggicos.Sendo assim, este trabalho busca analisar de forma contextualizada os pressupostos tericos prticos e polticos dos educadores sobre a Infncia, Criana e Educao Infantil, como tambm refletir sobre o currculo vivenciado nas salas infantis, tendo como base o Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil e suas reas de Conhecimento.Sabemos que a Educao Infantil com as lutas e mobilizao dos movimentos sociais, sociedade e comunidade, e outros, atravs de vrias dcadas, foi incorporada pelos aspectos legais da Constituio 88, LDB 9.394/90 e ECA/90, que assegurou o direito a criana pequena o atendimento em Creche e Pr-Escola e uma qualidade de educao, respeitando as particularidades e especificidades de cada criana. Situando assim, a Educao Infantil como primeira etapa da educao bsica, o seu desenvolvimento integral, aprimorando, suainsero na sociedade atravs das concepes e avanos, como criana de direito e cidad. Os autores que deram nfase e suporte referencial ao estudo em pauta foram: BRASIL (1998), HEYWOOD (2004), KRAMER (1998), LOUZADA (1999), MACHADO (2002), OLIVEIRA (2002). A pesquisa de carter bibliogrfico, a qual busca-seaprofundar os conhecimentos inerentes ao tema estudado.Espera-se, com isso, que o presente estudo venha contribuir e mostrar a importncia da Educao Infantil e seus momentos histricos na sociedade seus avanos e impasses. PALAVRAS-CHAVE: Infncia. Educao Infantil. Currculo.
ABSTRACT
Know the importance of early childhood education and its pedagogical developments. Thus, this paper seeks to examine in context the practical and political educators theoretical assumptions on Children, Children and Early Childhood Education, as well as reflect on the curriculum experienced in children's rooms, based on the National Curriculum for Early Childhood Education and his areas of expertise. We know that early childhood education with the struggles and mobilization of social movements, community and society, and others, through several decades, was incorporated into the legal aspects of the Constitution 88, LDB and ECA/90 9.394/90, which ensured the right child little care in Nursery and Pre-school and a quality education, respecting the particularities and specificities of each child. Situating thus Childhood Education as the first stage of basic education, their integral development, improving, their inclusion in society through ideas and advancements such as child rights and citizenship. The authors emphasized that support the study and reference in question were: Brazil (1998), Heywood (2004), Kramer (1998), Louzada (1999), Machado (2002), Oliveira (2002). The research is of bibliographical character, which seeks to deepen the knowledge inherent in the theme. It is expected, therefore, that this study will contribute and show the importance of early childhood education and its historical moments in their society advances and impasses. KEYWORDS: Childhood. Early Childhood Education.Resume.
SUMARIO
1INTRODUO ......................................................................................................09
2REFERENCIAL TERICO ....................................................................................10
CAPTULO1 CONTEXTUALIZANDO A EDUCAO INFANTIL .......................10
1.1 Aspectos Histricos da Infncia ....................................................................10
1.2 Educadores que Influenciaram a Educao Infantil .....................................16
CAPTULO 2 CURRCULO DE EDUCAO INFANTIL .....................................17
2.1 Referencial Curricular Nacional para Educao Infantil ..............................18
2.2 reas do Conhecimento Proposta RCNEI .....................................................28
2.2.1 Movimento ................................................................................................29
2.2.2 Msica ......................................................................................................30
2.2.3Linguagem Oral e Escrita ..........................................................................32
2.2.4 Matemtica ...............................................................................................34
2.2.5 Natureza e Sociedade ..............................................................................38
2.2.6 Artes Visuais ............................................................................................39
3METODOLOGIA ...................................................................................................42
4 CONCLUSO ......................................................................................................43
REFERNCIAS .......................................................................................................44
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1INTRODUO
Este trabalho acadmico tem como tema: Anlise da Proposta Curricular da
Educao Infantil atravs do RCNEI. O tema abordado ser uma pesquisa
Bibliogrfica, e ter como objetivo analisar este documento oficial do MEC, para
proporcionar subsdios importantes aos profissionais da rea da educao infantil.
Todo educador deve ter a conscincia da grande importncia de ter em mos,
suportes e recursos necessrios para o bom desempenho do ensino aprendizagem.
O RCNEI (Referenciais Curriculares Nacionais da Educao Infantil) um
instrumento que apresenta novas ideias e muitas propostas, que certamente trar
grandes benefcios para a orientao do desenvolvimento da prtica no cotidiano
escolar. O educador deve estar sempre buscando benefcios para melhorar o seu
desempenho e o aprendizado do educando. Sendo assim, importante que conhea
a proposta apresentada, para servir como um norte nos planejamentos, adaptando-
os a realidade de cada instituio de ensino, atendendoas necessidades de acordo
com o perfil dos alunos respeitando a sua cultura, realidade e a forma de aprender e
conhecer tudo que os rodeiaeque faz parte do seu universo.
Sero apresentadas questes importantes relacionadas a proposta
pedaggica do Referencial Curricular, de acordo com suas ideias e concepes para
quese tenha uma viso de como trabalhar com crianas de 0 a 5 nos de idade,
levando em considerao a importncia do cuidar, do educar e do brincar nas
prtica pedaggicas, de forma que todos estes aspectos sejam interligados para o
desenvolvimento integral e social da criana.
Sero apresentados, de forma sucinta, os Componentes Curriculares da
Educao Infantil, que so:Linguagem Oral e Escrita, Matemtica, Artes Visuais,
Musica, Movimento, Natureza e Sociedade para que, dessa forma, possam ser
analisadas e refletidas as aes e prticas mais frequentesno cotidiano escolar. A
base do trabalho acadmico apresentado sera proposta do RCNEI.
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CAPTULO 1 - CONTEXTUALIZANDO A EDUCAO INFANTIL
Para se compreender a Educao Infantil na atualidade necessrio resgatar
os aspectos histricos que constituram esta histria.
1.1 Aspectos Histricosda Infncia
No decorrer da histria, as concepes e valorizao sobre ainfncia
passaram por momentos de transformao e viso da sociedade e da famlia.E,
a(re) construo dessa histria da infncia teve inicio a partir deestudos e pesquisas
dos filsofos e educadores, como eles pensavam sobre as crianas, no que diz
respeito ao seu desenvolvimento e educao, contextualizados historicamente.
Segundo Pierre (apud HEYWOOD, 2004, p 21) enfatiza que "a infncia o
estado mais vil e abjeto da natureza humana, depois da morte. Somos tentados a
concordar, especialmente como antidoto para toda tolice sentimental que cerca a
criana supostamente pura e inocente da era vitoriana.
Nesse sentido, tais extremos a que se refere o autor, nos traz a lembrana, de
que os grupos sociais e tnicos, so importantes para a construo social da criana
e que se d com o passar do tempo.Para o psiclogo Jerome Kagan(apud
HEYWOOD, 2004, p. 20) diz que, ao adotar uma concepo de criana natural ou
universal, estamos distanciando da sua construo social do que ser criana, ou
seja, com suas especificidades e particularidades,pois, seu desenvolvimento ocorre
por suas fases de vida.
Por outro lado,Kagan (apud HEYWOOD, 2004, p.21) assume a postura agora
familiar de que:
O convvio e a experincia adquirida na famlia to importante quanto biologia e a adaptao das crianas nos seus ambientes acontece por meio do produto de foras histricas, geogrficas, econmicas e culturais diversificadas, fugindo a ideia central a respeito de uma criana puramente natural, ou seja, no existia essa criana natural ou universal.
11
Porm, Nicholas Tucker (apud HEYWOOD, 2004, p 21) afirma a infncia ,
pois, uma grande medida, resultado das expectativas dos adultos. Comentando,
para que os historiadores entendessem as experincias cotidianasdas crianas no
passado (o que se pode chamar histria social das crianas) era necessrio
compreender aquilo que os adultos pensavam e sentiam sobre os jovens (a historia
cultural da infncia).
Observa-se que, nasociedade outrora,osentimentode infncia
certamenteumafaseabstratareferente determinadafasedavida.David Archard(apud
HEYWOOD, 2004, p, 22), comenta que todas as sociedades, em todas as pocas,
tiveram o conceito de infncia, ou seja, a noo de que as crianas podem ser
diferenciadas dos adultos de vrias formas. Portanto, ocorrendo ideias divergentes
sobre questesrelacionadas durao da infncia, as qualidades que diferenciam
os adultos das crianas e a importncia vinculadaassuasdiferenas.
PhilippeAris fez aafirmativasurpreendentedequeomundomedievalignoravaa
infncia.No momento emquetivessem condies desobreviversemocuidadoeas
atenes desuas mes ou amas, entreasidadesde5 a
7anos,ascrianaseramlanadasna grandecomunidadedoshomens(HEYWOOD,
2004).
Ainda, Aris(1981) destaca que a civilizao medieval no percebia um
perodo transitrio entre a infncia, e a idade adulta. Em outras palavras, a evoluo
de atividades da famlia e sociedade num todo, com respeito criana, no tinha um
olhar para ela como um ser em desenvolvimento, e sim, figurativo.
Isso vistonosexamesde pinturas antigas,diriode famlia,retratosnos tmulos
eigrejas,situandoacrianacomoumadultoemminiatura.Nesse sentido, as crianas s
foram descobertas nos sculos XV, XVI e XVII, havendo, assim, um reconhecimento
que as crianas precisavam de um tratamento especialparapoderintegrar o
mundodosadultos. Assim, a maioria daspessoaspartedo pressupostodequeas ideias
epraticascom relao infncia so naturaischocando-se ao
descobrirqueoutrassociedadesdivergem delas.Apartirdosculo XII revela uma
descoberta da infncia do ponto de vista artstico.
Uma pesquisafrancesaproclama que
acriananuncafoitocelebradacomonaidademdia.
Nosepodenegarque,aquelesqueescreviama historia daidademdiaa consideravam,
emgrandeparte, umaquestodereis, batalhase
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principalmentepoltica.Asfontesmedievaiscostumavamservagasnoquedizrespeito
estimativadeidades,esecaracterizavampelaambiguidade comrelao
linguagemnessarea.
Nesse sentido, pose-se afirmar que durante a idade mdia a infncia como
tambm (a adolescncia) no passou to despercebida, no entanto, foi definido de
forma imprecisa e muitas vezes desprezado(HEYWOOD, 2004). Registra-se
queesse interesse limitado na infncia em si, aconteceu no contexto das condies
sociais de uma sociedade pr-industrial.
Nessa perspectiva, Aries (1981) certamente estava correto ao apresentar as
crianas medievais inseridas gradualmente no mundo dos adultos, a partir, de uma
idade precoce, ajudando os pais, trabalhando na condio de servos ou
desenvolvendo um aprendizado de um oficio (HEYWOOD, 2004).
De acordo com a afirmativa do autor, percebe-se que no foi o primeiro
estudioso ao observar a distancia existente entre, o comportamento de crianas e de
adultos, era menos evidente no passado, do que nos dias atuais. Desse modo, como
fala Louzada (1999).
Os moralistas e os educadores, utilizando o conselho confessor, procuraram modificar os hbitos e comportamentos, com o objetivo de reduzir a promiscuidade entre crianas e adultos, por exemplo, era prtica da poca, todos dormirem na mesma cama (LOUZADA, 1999, p. 10).
Sendo assim, a partirdo sculo XVIII, formou-se um novo sentimentode
infncia voltado para as questes psicolgicase moral. Antes de corrigiruma criana,
era preciso conhecersua mentalidadepara educ-la de formamais adequada.
Aries (1978) completou seu trabalho argumentando que a preocupao
elevada com a educao transformou aos poucos o conjunto da sociedade durante o
sculo XIX e XX, notadamente ao estimular uma funo nova e espiritual para a
famlia.
J para Pierre Rich(apud HEYWOOD, 2004, p, 34) afirmou que, entre os
sculos VI e VIII, o sistema monetrio redescobriu a natureza da criana e toda sua
riqueza, pois, a maior parte da populao levava uma existncia miservel,
trabalhando apenas para sobreviver, sob ameaa da peste de inanio ou de
invases estrangeiras.O historiador Jacques Le Goff (HEYWOOD, 2004,p, 34),
assegurou que a idade mdia utilitria no tinha tempo para compaixo ou
admirao pelas crianas, de forma que mal as notava, os monetrios, todavia,
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conseguiram destacar-se como uma vela acesa na escurido geral, tendo tambm
experincias diretas na criao e na educao de crianas.
O autor se refere descobertada criana e sua riqueza entre os sculo VI e
VII Icom o sistema monetrio, numperodo em que a populao vivia de forma
miservel trabalhando apenas para sobreviver sob debilidade extrema por falta
de alimentao e sob a ameaa da invaso dos estrangeiros. A Idade Mdia
Utilitria no tinha temponem compaixo para admirar as crianas, nem eram
percebidas.Assim,ser que podemos olha a histria da infncia por muitos outros
pontos de vista? Por exemplo, a crianatrabalhou como adulto na primeira
revoluo industrial e ainda hoje vemos pelos mais diferentes lugares do mundo o
trabalho, ou a sobrevivncia infantil como condio ainda posta pela sociedade.
Na frica as crianas vivem em condies sub-humanas, ento a criana,
principalmente das classes menos favorecidas,so mais vulnerveis e mais
desprotegidas ainda,pelo sistema social que no consegue realizar, ou permitir
que o estado realize uma poltica sria para infncia. Basta ver que as crianas
esto nas salas de aula mais ainda praticamente soltas e sem apoio de pais e da
prpria sociedade.
No perodoem torno do sculoXII,em sua renascena, o crrego de
historiadores opostos a Aris(1981) tornou-se um rio, e eles falam em termos de
uma fase verdadeiramente fundamental na histria da infncia.
Segundo o historiadorDavid Herlihy (apud HEYWOOD, 2004 p. 36) o
resultado foi um investimento social e psicolgico maior nas crianas, mais
recursos foram dedicados a sua educao e a sade.
A infncia foi descoberta mais uma vez durante ossculos, XVI e X VIII,
se pudermos dar crditos a certos historiadores.Herlihy(apud HEYWOOD, 2004,
p. 36). Enquanto alguns historiadores observavam a esfera cultural para explicar
o interesse renovado nas crianas durante esse perodo,outros destacaramo
impacto das transformaes econmicas argumentando que o perodo entre os
sculos VI eVIII,testemunhou o surgimento do capitalismo,na Europa Ocidental
os, pais tiveram um incentivo para garantir que as crianas no destrussem suas
heranas, e que seusfilhos homenspelo menos tivessem habilidades necessria
para o sucesso no comrcio ou nos ofcios.
Ainda sobre a histria da infncia (FRANCO,2002,p. 30) comenta que:
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Sendo a infncia uma construo histrica e social, imprprio, ou inadequado supor a existncia de uma populao infantil homognea, pois o processo histrico nos faz perceber diferentes populaes infantis com processos desiguais de socializao.
Do ponto de vista da autora, registra-se que so muitas as concepes e
definies sobre a infncia e seu contexto histrico onde est inserido que varia
de localidade e cultura, ou seja,cada poca com seu discurso sobre a
infncia.Como diz Sousa (2000, p. 91), a noo de infncia no natural, mas
profundamente histrica e cultural.
Diante do contexto histrico sobre a infncia, constata-se que ela vem ao
longo dos tempos,buscando espao e estrutura social mediante sua
especificidade, que ora indagamos: o que ser criana nos dias de hoje? Como
situar a infncia nesse contexto?
Kuhlmann (1998, p. 31) aponta que preciso considerar a infncia como a
condio da criana. O conjunto das experincias vividas por elas em diferentes
lugares histricos,geogrficos e sociais muito mais do que uma representao
dos adultossobreesta fase da vida.
Comentando o autor necessrio conhecer as significaes de infnciae
considerar as crianas e suas particularidades, localizando as suas relaes
sociais e reconhecendo como produtora da sua histria.
A literatura nos mostra o delineamento da histria da infncia e criana na
Idade Mdia,consolidando em estudos cientifico sobre a criana e seu
desenvolvimento infantil a partir das concepes, muitas vezes antagnicas e
seus momentos histricos diversos, constituindo assim, como mediador das
prticas educacionais e a viso da sociedade a qual a criana passou a adquirir
nos ambientes que estavam inseridas assumindo,ora como adulto em miniatura,
ora como criana indefesa, passando a vivenciar situao adversa do seu mundo
infantil.
No Brasil a criana tem sua infncia camuflada por assumir o mundo do
trabalho. Conforme Louzada (1999,p. 15) o atendimento da criana no Brasil
teve inicio com a chegada dos Jesutas. Assim, os modelos ideolgicos sobre a
criana daquele perodo evidenciavam o papel que a igreja desempenhava e,
particularmente, passava pela disseminao de duas imagens (da criana mstica
e da criana que imita Jesus) que interferiram na maneira de os adultos
15
pensarem. Surgido assim, a influncia da concepo europeia ,o mito da criana
santa. Para tanto, os jesutas investiram nos pequenos indiozinhos, filhosde
gentios. Junto com rfos portugueses vindo da metrpoles, esses indiozinhos
formariam um exrcito e cada um seria um pequeno Jesus, a pregar e a
sacrificar-se nas mata e nos sertes (LOUZADA, 1999).
No sculo XVIII no Brasil as Cmaras Municipais e as Santas Casas de
misericrdia passaram a cuidar das crianas enjeitadas, chamadas de crianas
expostas. Sendo assim, foi fundada no Rio de Janeiro em 1738 a Roda e a Casa
dos Expostos, que recebiam doao de ricos comerciantes para a manuteno da
casa (LOUZADA, 1999).
Como podemos registrar no incio da Repblica,pouco se faziano Brasil
uma educao para criana pequena. No havia Legislao especfica de
proteo a elas, nem atendimento educativo para as crianas mais pobres.
De acordo com Oliveira (2002,p. 92), o cerne da polmica era
argumentao de que,se os jardins-de-infncia tinham objetivos de caridade e
destinavam-se aos mais pobres, no deveriam ser mantidos pelo poder pblico.
Dessa forma, medida que as mudanas sociais e polticas foram
ocorrendo, o setor publico pressionado pela sociedade, principalmente referente
a classe popular passou a reconhecer a importncia do atendimento a criana
pequena. Sendo assim, em 1908,foi criada a primeira creche popular de cunho
assistencialista para crianas de dois anos filhos de operrio.
Nesse contexto, ao falar sobre infncia e criana e seu reconhecimento no
Brasil, urge reportarmos as suas formas de atendimento a partir das dcadas at
a sociedade atual.
Na dcada de20 a crise no sistema poltico oligrquico ento
predominante e a expanso das atividades industriais culminaram com a
revoluo burguesa no pas. (OLIVEIRA, 2002,p. 97). Ocorrendo nesse momento
poltico o Primeiro Congresso Brasileiro de Infncia em 1922 no Rio de Janeiro.E
no que se refere ao perodo anterior a 1930, observa-se nas Polticas Publicas de
atendimento paraa criana pequena, a ausncia do estado e criao de asilo para
rfos.
A partir das dcadas de 30 e 40,foi introduzido o conceito de assistncia
social para as crianas,voltadas para as questes emocionais e sociais.
Focalizando,portanto,numa perspectiva higienista de cunho filantrpico e
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assistencialista. Conforme(KRAMER,2001,p. 27) A psicanlise fortalecia as
intensas discusses existentes em torno da maior ou menor permissividade que
deveria existir na educao das crianas, trazendo a discusso, temas tais como,
frustao, agressividade, e ansiedade. Assim, caberia ao professor sua ateno
voltada para as necessidades afetivas das crianas e que ele deveria assumir o
papel do ponto de vista clinico e emocional.
Durante os anos de 1950, houve a redescoberta dos trabalhos tericos de
Montessori, Piaget e Vigotsky. De acordo comKramer (2001,p. 27) crescia o
interesse de estudiosos da aprendizagem pelo conhecimento dos aspectos
cognitivo do desenvolvimento, pela evoluo da linguagem e pela interferncia
dos primeiros anos de vida da criana no seu desempenho acadmico posterior.
J na dcada de 60, ainda Kramer (2001, p. 28) diz que as pesquisas que tinham
como tema a educao pr-escolar estavam centradas nos estudos do
pensamento da criana e da influencia da linguagem no rendimento escolar.
1.1.1 A Pr-Escola no Brasil
Quanto s polticas pblicas para a pr-escola no perodo de 64 a 79
ocorreu a ditadura da resistncia, implantando as teorias comportamentais, alm
de teorias crtica e reprodutivistas e tambm as correntes Piaget, Luria, Vigottsk,
Emlia Ferreiro, Madalena Freire, Paulo Freire.
J no perodo de 80 e 90 no Brasil atravs das mobilizaes de setores da
sociedade civil e organizada rgos pblicos e o apoio da UNICEF se comea a
pensar numa poltica para a criana e tambm o adolescente. Em se tratando da
pr-escola esta por sua vez passou por trs fenmenos marcantes: A expanso
quantitativa do universo infantil nos centros pr-escolares, a formulao de
propostas pedaggica e currculos no mbito das Secretarias de Educao e o
reconhecimento da criana educao desde o nascimento.
17
1.1.2 Polticas de Educao no Brasil
A Educao Infantil teve seus espaos conquistados atravs da Legislao e
Polticas Pblicas:
A Constituio Federal de 1988
Captulo III,artigo 208 IV criana de 0 a 6 anos o direito educao.
O Estatuto da Criana e do Adolescente (8.069/ 1990).
Cap.IVart dever do Estado assegurar a criana e ao adolescente (...)
atendimento em creche e pr escola s crianas de zero a seis anos de idade.
Com relao aos atendimentos educacionais houve em 1994 aprovao
daPoltica Nacional da Educao Infantil / MEC /SEF/ CODEI.
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAO NACIONAL 1996- LDBN 9.394
Seo II. Art.29 [...] A Educao Infantil, primeira etapa da educao bsica, tem
como finalidade o desenvolvimento integral da criana...Funo educativa
creche e pr-escola.O processo avaliativo Art.31/LDB far-se- mediante
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento,sem o objetivo de
promoo mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental.
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAO INFANTIL
1999(RCNEI).
PARAMETROS NACIONAIS DE QUALIDADE PARA A EDUCAO INFANTIL
(2006)
INDICADORES DA QUALIDADE NA EDUCAO INFANTIL (2009)
DIRETRIZES NACIONAL PARA A EDUCAO INFANTIL (2010)
Refletindo sobre os momentos histricos do campo da Educao
Infantil,registramos que o mesmo vem num processo intenso de reviso de
concepes e avanos sobre a Educao da criana de 0 a 5 anos,a partir da sua
dimenso de atendimento e fortalecimento das prticas pedaggicas, espaos
coletivos, tendo como indicadores de qualidade a mediao e a seleo das
18
diretrizes curriculares garantindo assimaaprendizagemeo desenvolvimento da
criana na sua integralidade.
1.2 Educadores que Influenciaram a Educao Infantil
Nos estudos sobre a infncia, observa-se a contribuio de vrios autores,
destacando-se Jean Jacques Rousseau, escritor Francs de origem Sua (1712-
1718). Nicolau (1986)qualifica-o como precursor de ideologia democrtica
burguesae crtico ao feudalismo. Destaca-se por combater as ideias que
prevaleciam na poca: a criana no seria um adulto em miniatura(como se
pensava), mas teria necessidades, caractersticas e condies de desenvolvimento
prprio. Criticou a instruo severa para com as crianas e o uso excessivo da
memria, propondo brinquedos, e os esportes favorveis aprendizagem infantil.
Para ele, considerava que a educao fosse o resultado do contato da criana com
a natureza. Em seu livro EMILIO, uma utopia em forma de romance, onde
imaginava a educao de um jovem, considerava que o processo de formao do
indivduo deveria conter uma educao baseada na experincia. possvel
considerar Rousseau como um dos pioneiros na compreenso de como a criana
pensa.
CelestinFreniet(1896-1966), educador Francs, o processo educativo era
liberar ao mximo as crianas da autoridade irracional dos adultos, mostrar a estes
os caminhos da realizao individual e social, ou seja, a organizao dos interesses
e das capacidades infantis, possibilitando o desenvolvimento mximo de sua
personalidade, por outro lado, focaliza a formao escolar, a educao propiciada as
crianas no deve estar em desacordo com a vida.Para ele, a criana chave do
futuro, ser em construo, condutor do processo educativo mediato nas
necessidades, seus interesses e curiosidades (ANGOTTI,1994). Um dos princpios,
a Escola Ativa, voltada para atividade espontnea, garantido a livre expressoda
criana para que ela aprenda a expor, a expressar-se, a falar, partindo da ao para
se aprender agir, a plena realizao do indivduo. A proposta de trabalho na escola
era as aulas-passeio, professor e aluno dialogando, em que as crianas
resgatavam a explorao da cultura, do social e do trabalho, ou seja, a oportunidade
de vivenciar o que liam na escola e o experimentava l fora, observado. Trabalhava
tambm, atravs de atelis em sala de aula (tecelagem, fiao, costura, cozinha),
19
bem como, o jornal escola a correspondncia, a produo de textos livres pelos
prprios alunos. O livro de vidaenfatiza a disciplina e a autoridade do professor,
entretanto, o trabalhocooperativo deveria acontecer num ambiente organizado. E o
papel do educador o de despertar, conservar nas crianas foras vivas que
condicionam a verdadeira educao(ANGOTTI, 1994).
Destaca-se tambm OvideDecrory,pedagogo belga (1871-1932).Para ele, a
atividade infantil, sua percepo global e a necessidade de inserir a criana em seu
meio natural so princpios bsicos. Segundo Nicolau(1986), Decrory com seu
mtodo dos centros de interesse, afirma queo contato da criana com o meio
rompeu a rigidez dos programas de sue tempo. Para ele, a criana deve ser criana
e no um adulto em potencial. Nesse esforo de vivncia dos (centros de interesse)
a criana passava por trs momentos: a observao, a associao e a expresso.
De acordo com ele,a sala de aula pode acontecer em qualquer parte: na fazenda, na
loja, no mercado, na oficina, no campo,no museu, num jardim etc. O conhecimento
do meio viria para satisfazer as necessidades delas. Cada aluno coloca seu trabalho
pessoal, documentado e organizado mediante as suas modificaes.
importante destacar o papel de Vigotsky(1988) psiclogo bielo-russo
ressalta o papel da escola no desenvolvimento mais estudado pela pedagogia
contempornea. As preocupaes de Vygotsky se centraram em buscar quais
aspectos da dinmica da sociedade e da cultura teriam influencia no curso do
desenvolvimento do sujeito, vai chamar a ateno para o fato de que todas as
funes do desenvolvimento das crianas aparecem primeiro em nvel social, entre
pessoas, e depois em nvel social, no interior da criana. Ou seja, essa passagem,
de um nvel interpsicolgico para um nvel intrapsicolgico, acontece a
internalizao, que a criana vai reconstruindo internamente uma atividade externa,
resultando, portanto, os processos interativos ao longo do seu desenvolvimento e
aprendizagem.Dessa forma, o conhecido construdo por ela e a parte da
internalizao de signos produzidos culturalmente (a Linguagem), atravs da
interao com o outro. Suas vivncias, suas atividades passa a ser considerada de
forma isolada,mas medidas nas interaes com seus pares, familiares e sociedade.
O autor, em sua teoria, procura mostrar que os significados do movimento da
criana em direo aos objetos configuraram-se, inicialmente, em uma situao
objetiva, e, logo depois, atravs de intermediao de outras pessoas.
Exemplificando, a criana na tentativa de alcanar um objeto. Quando a me ou
20
outra pessoa vem ajud-la a pegar o objeto, est ajudando tambm a dar outro
significado ao movimento de pegar, transformando assim no ato de apontar. Assim,
esse movimento se torna um ato de gesto, e para ele andar, esses movimentos
ampliam seus significados e sua espacialidade de comunicao conferida ao gesto,
desde ento, ostatus da Linguagem. Neste ponto surge a importante atividade
mental. A criana ao lidar com desejos que no pode realizar cria atravs de
brinquedos, uma situao imaginria, direcionando seu comportamento, no apenas
pela percepo imediata dos objetos, mas pelo significado da situao.
Exemplificando, quando ela v e escuta o som do avio, em seguida, pega um lpis
e transforma num avio, criando assim, uma situao imaginria. O voo do avio,
que aos poucos, mediante sua faixa etria, vai abrindo caminhos para o
desenvolvimento do pensamento abstrato e transforma o brinquedosimblico num
completo sistema de linguagem, som e palavras.
Segundo Vygotsky (1988), o primeiro contato da criana com novas
atividades, habilidades ou informaes deve ter a participao de um adulto. Da a
importncia do professor na sala de aula ser o mediador constante nestes
momentos de vivncias da criana. A criana se constitui meio das relaes sociais
das quais a linguagem a expresso fundamental. E, no dilogo que ao
internalizar um procedimento a criana se apropria dele tornando-o voluntrio e
independente. Ou seja, a formao se d numa relao dialtica entre sujeito e a
sociedade a seu redor, onde ela est inserida. Pois na Educao Infantil que a
criana avana nos seus conhecimentos, primeiros contatos com a realidade a qual
est inserida, tendo como ponto de partida, segundo Vygotsky a Zona Real (ZR), ou
seja, o seu desenvolvimento real, a qual demonstra a capacidade de realizar tarefas,
independente de receber ajuda.Ele chega escola, creche, com sua bagagem de
experincias de sua prtica social. E, no cotidiano das salas de aula que ocorre a
Zona Prxima (ZP),que define suas funes psicolgicas que no amadureceram
ainda,mas que ainda esto em processo de amadurecimento (LOUZADA, 1999). O
professor cria condies espaos de atividades, aprendizagens para que ela
desenvolva. importante frisar que no devemos esperar a criana crescer para
aprender e sim, oferecer condies para que ela aprenda e ento se desenvolva.
Ainda dentro das ideias do autor, salienta que o aspecto essencial do
aprendizado o fato de ele criar tambm a Zona Potencias (ZP), a qual indica a
capacidade da criana tem de resolver tarefas com ajuda do outro, que o caminho
21
desde o objeto, at a criana e desta at o objeto do conhecimento passa por outra
pessoa. nesses argumentos que refletiremos o papel do professor como mediador
da aprendizagem da criana, saber identificar suas capacidades e ajud-la a
desenvolver novas competncias e probabilidades, bem como se apropriando de
conhecimentos cientficos e condies necessrias para a formao da
individualidade. Dessa forma, mediante a autora Louzada(1999, p. 36) enfatiza ainda
que o outro ainda de formasignificativa no processo de desenvolvimento da
criana. Para ela, o outro a sua famlia, comunidade, os colegas, a professora,
enfim, os seus interlocutores.
Jean Piaget(1896-1980),bilogo suo desenvolveu um mtodo precursor na
esfera da inteligncia do estgio infantil. Revolucionou o modo de encarar a
educao de crianas ao mostrar que elas no pensam como os adultos e
constroem o prprio aprendizado.Piaget dedicou-se a vida a um trabalho de
observao cientifica no processo de conhecimento pelo ser humano principalmente,
a criana. Para ele, que muito contribuiu com a histria da educao, a criana
absorve o teor do aprendizado por meio de um processo natural de apreenso do
conhecimento. Observando crianas, desenvolveu uma teoria do conhecimento,
chamada de Epistemologia Gentica(teoria do nascimento e desenvolvimento, ou
evoluo do conhecimento),que busca explicar a lgica do pensamento do ser
humano.
Para Piaget (apud DIAS, 1996, p.10)a inteligncia humana se constri e se
desenvolve em funo de interaes sociais, e da ao do ser humano sobre o meio
em que vive. Explicando o pensamento lgico infantil, ele descobriu regularidades
em vrias crianas: esquemas (a estrutura bsica do conhecimento de
objetos,pessoas,situaes) a equilibrao(todo conhecimento passa pelo processo
de assimilao,ouseja,a apreenso das caractersticas e de acomodao (utilizao
e modificao de esquemas conforme a situao),que juntos iro formar a
equilibrao(o prprio conhecimento) e, os quatro estgios de desenvolvimento, que
caracterizam as formas de o individuo interagir com a realidade:
a) Sensrio-motor (0 a 2 anos)-uso dos reflexos ao motora, perodo da
intelignciaprtica;
b) Properacional(2 a 7anos)- caracteriza-se pelo surgimento da capacidade de
dominar a linguagem e a representao do mundo por meiodos smbolos;
22
c)Operaes concretas(7 aos 12 anos)- a criana comea acompreender s
significados das situaes que consegue dominar, manipular, surge a lgica nos
processos mentais;
d)Operaes formais(12 anos em diante)- adolescente passa a ter o domniodo
pensamento lgico, a partir das hipteses e dedues. Ou seja, ocorre o raciocnio
abstrato.
O estgio, forma de organizao mental. Deve ser considerado do ponto de vista
motor, intelectual e afetivo.
Assim possvel analisar que o indivduo,desde criana, vai construindo o
seu desenvolvimento mental. Da,a necessidade da escola/creche, valorizar a ao
individual da criana,promovendo atividades em grupo, ressaltando o papel de
interao de cada uma com o objeto de conhecimento, salientando a sua ao sobre
esse conhecimento. A criana tem uma enorme receptividade sensorial, sempre
aberta ao concreto, as suas experincias ao que v, ao que ouve, toca ,apalpa. E,
nesse momento que agindo sobre o objeto de conhecimento, pergunta acerca de
tudo, ela vai descobrindo o mundo e, reinventando contedos.
Dentro do contexto, (PIAGET apud LOUZADA, 1999p. 12) destaca que a
criana:
Constri o conhecimento interagindo com o meio fsico e social. Ela um ser ativo que vivencia diferentes fases. Devem-se respeitar essasfases propiciando criana situaes de aprendizagens que lhepossibilitem atuar sobre o objeto de conhecimento
Refletindo essa viso, o conhecimento no se constitui em cpia da realidade
e sim, uma relao entre objeto e sujeito, resultado de um trabalho de criao,
significao e ressignificao.
Assim, para Piaget, a escola tem que rever sua prtica pedaggica
articulando ao modo de ser das suas crianas,contemplando suas descobertas,
curiosidades e criatividade que as motivam e, com base nessas vivncias
propiciadas por elas prprias, elaborar situaes didticas com temticas de
interesse infantil, conforme a faixa etria atendida, um ambiente rico em desafios,
respeitando a espontaneidade delas, e tambm atividades ldicas, essenciais na
formao da criana, sem se fixar em um currculo dogmtico.
23
Os estudos de Piaget tiveram vasta repercusso na Psicologiae na
Pedagogia, trazendo algumas implicaes para a educao percebidas na prtica
pedaggica dos professores.
Modificao da postura do professor-compreendendo como a criana pensa para propor atividades que possa fazer e compreender;
Modificao do conceito de erro-os erros mostram como a criana compreendeu as situaes, os objeto, as pessoas, e representam verdadeiras hipteses do que ela aprendeu;
Modificao do sistema de correo/avaliao- ao invs de se corrigir uma resposta errada, corrigir o processo, sem dar respostas prontas. (DIAS,1996,p.11).
Portanto, a obra de Piaget leva concluso de que o trabalho de educar as
crianas no se refere tanto transmisso de contedos quanto a favorecer a
atividade mental do aluno(REVISTA ESCOLA,2009, p.91).Comentando,a
escola/creche dever promover uma ampliao de referencias somando as
experincias que as crianas trazem do seu meio de forma criativa, interativa e
critica.
Conforme Kishimoto(1988) a criao de instituies pr-escolares resultou de
fenmenos sociais recentes, com a urbanizao e industrializao. A criao do pr-
escolar foi para atender questes da famlia e sociedade, no da criana como ser
social histrico e individual em si mesmo. Pois, aps a primeira revoluo industrial
as crianas eram foradas ao trabalho dos TEARES, ou nas minas de carvo por
serem mo-de-obramais barata, que as dos adultos. Nesse perodo do sculo XIX,
comeou uma certa preocupao do governo da Inglaterra e na Frana sobre as
condies de vida dos trabalhadores. Mediante esse contexto, deu-se a criao de
pr-escola, sem fins educacionais, as apenasassistencialista, objetivando afastar
crianas pequenas dos ambientesfabris.
Na Frana, foi a criao dos SALLES d`asile para crianas abandonadas,
mantidas por damas da sociedade, com carter filantrpico e havia uma
preocupao com a educao formal das crianas (oferecia refeies, jogos,
iniciao a leitura, escrita e ao calculo).Em 1837 foi transformado em escola, ou
seja, mudanas de SALLES d asile para escola maternais, maior ateno aos
aspectos educacionais. A criao da 1 legislao de amparo s escolas foi editada
por Pauline Kergomard, criando tambm os primeiros cursos para formao de
http://www.infoescola.com/pedagogia/metodo-de-educacao-piagetiano/
24
professores especializados em Educao Infantil, consolidando assim a pr-escola
Francesa.
J Na Alemanha, a pr-escola nasceu com carter educacional, destinada a
todas as crianas e no as desamparadas.Froebel criou os Jardinsde Infncia os
Kindergaten. Os jardins de infncia tinham uma filosofia pedaggica que valorizava o
brinquedo e o trabalho manual.
Na sua, o precursor da pr-escola foi Pestalozzi, que inovou a viso
pedaggica, preocupou-se pela 1 vez com aspectos psicolgicos da educao.
Para ele, os mtodos pedaggicos deviam preocupar-se com a capacidade e ritmo
de aprendizagem de cada um. Ainda focalizou que o centro de educao era o
educando.
importante registrar que Maria Montessori, educadora Italiana foi uma das
pioneiras do movimento escolonovistas europeu, assimilava os novos
conhecimentos provenientes da Pedagogia e Antropologia Pedaggica e criando em
1907 a Casa dei Bambini (casas de crianas), para educar crianas pr-escolares
deficientes mentais. Sua metodologia consistia na liberdade de ao da criana
sobre objetos (material didtico, atividades motoras e sensoriais e necessidade de
ambiente adaptado s crianas, incorporava-se a prtica educativa de crianas
normais, em 1937).
Os brinquedos que a criana manipula tem finalidade didtica: so blocos,
bastes, tbuas, peas de encaixe, enfim, slidos durveis, introduzindo forma
concreta noo de cor, forma, peso, tamanho etc. O papel do professor orientar a
criana permitindo que ela se autocorrija.
25
CAPTULO 2 CURRCULO DE EDUCAO INFANTIL
2.1 Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil: Um Olhar
Reflexivo sobre sua Implementao
Em decorrncia da valorizao da criana e da insero da Educao Infantil
na educao bsica, que se estabelece na LDB uma nova exigncia de formao
para os educadores,exigindo assim, uma nova prtica em que contemple o universo
de aprendizagem da criana,de forma ldica,comunicativa,criativa e critica. Da, a
necessidade de Formao Continuada dos professores dessa rea de Educao
Infantil, assegurando a associao entre teoria e prtica. Com base na
implementao de mudanas nos Sistemas de Ensino,creches e Pr-
escolas,mediante a constituio de 1988,ECA e LDB 9394/96,no mbito
municipal,garantindo como espao educativo e ao complementar e famlia,como
tambm,o desenvolvimento de projetos curriculares para as crianas
pequenas,oMinistrio da Educao e Cultura - MEC,em1994,com sua poltica de
educao infantil,visando conhecer as propostas pedaggicas construdas pelos
sistemas atravs de estudos realizados,garantindo um paradigma norteador de
projeto curricular de educao infantil,atendendo a diversidade,singularidade e
pluralidade de cada regio foi elaborado e divulgado,no perodo de 1997-1998,o
documento Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil - RCNEI,com a
funo de subsidiar os sistemas educacionais na elaborao e implementao de
programas e currculos,com vistos a implementao de polticas educacionais de
qualidade com a criana de0 a 6 anos.
O RCNEI um conjunto de sugestes e referncias para creches,entidades
equivalentes a pr-escolas.Faz parte dos documentos dos Parmetros Curriculares
Nacionais,que foram elaborados pelo Ministrio da Educao.Seu objetivo auxiliar
professores de Educao infantil a realizar seu trabalho educacional com crianas
pequenas,atendendo s determinaes da Lei de Diretrizes e Bases da Educao
Nacional (Lei 9.394/96), que estabelece,pela primeira vez na histria do Brasil,que a
educao infantil a primeira etapa da educao bsica.
26
Tem-se como seguintes princpios:
O respeito dignidade das crianas.
O direito das crianas a brincar.
O acesso das crianas aos bens sociais,culturais desportivos.
A socializao das crianas por meio de sua participao e insero nas diversas prticas sociais.
O atendimento aos cuidados essenciais associados sobrevivncia e ao desenvolvimento da identidade. (BRASIL,1998,p. 13).
A inteno do Referencial indicar caminhos que contribuam para que as
crianas desenvolvam integralmente sua identidade e para que possam ser capazes
de crescer como cidados,com direitos infncia reconhecidos. Alm disso,serve
para que se possa realizar,nas instituies infantis,um trabalho educativo emque o
cuidar e o educar se d de forma indissociveis contribuindo com a socializao dos
alunos dessa faixa etria e a ampliao dos conhecimentos da realidade social e
cultural.
O RCNEI tem uma proposta aberta,reflexiva e no obrigatria,como guia de
reflexo de cunho educacional sobre objetivos,contedos e orientaes didticas
para os profissionais que trabalham diretamente com as crianas de 0 a 5
anos,tendo como foco seus estilos pedaggicos e a diversidade cultural legitima.
O RCNEI organizado da seguinte forma:
Um documento introduo,(Volume I)que apresenta uma reflexo sobre creches e
pr-escolas no Brasil,situando e fundamentando concepes de criana, de
educao, de instituio e do profissional, que foram utilizadas para definir os
objetivos gerais da educao infantil e orientaram a organizao dos documentos de
eixos de trabalho que esto agrupados em dois volumes relacionados aos seguintes
mbitos de experincia: Formao Pessoal e Social e conhecimento de mundo.
O volume2 relativo ao mbito de experincia Formao Pessoal e Social que
contm o eixo de trabalho que favorece, prioritariamente, os processosde
construo da Identidade e Autonomia das crianas.
J o volume3 relativoao mbito de experincia Conhecimento de Mundo que
contm seis documentos referentes aos eixos de trabalho orientados para a
construo das diferentes linguagens pelas crianas e para as relaes que
estabelecem com os objetivos de conhecimento: Movimento, Msica, Artes
Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade eMatemtica.
27
A organizao do Referencial possui carter instrumental e didtico, devendo os
professores ter conscincia, em sua prtica educativa, que a construo de
conhecimentos se processa de maneira integrada e global e que h inter-relao
entre os diferentes eixos sugeridos a seremtrabalhados com as crianas. Nessa
perspectiva, o Referencial um guia de orientao que dever servir de base para
discusses entre profissionais de um mesmo sistema de ensino ou no interior da
instituio, na elaborao de projetos educativos singulares e diversos.
Segundo o RCNEI (BRASIL, 1988), so Objetivos Gerais da Educao Infantil:
Desenvolver uma imagem positiva de si.
Descobrir e conhecer, progressivamente, seu prprio corpo.
Estabelecer vnculos afetivos e de troca com adultos e crianas.
Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade.
Brincar expressando emoes, sentimentos,pensamentos, desejos e
necessidades.
Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plstica, oral e escrita),
ajustadas as diferentes intenes de comunicao.
Conhecer algumas manifestaes culturais, demonstrando atitudes de interesse,
respeito e participao diante delas e valorizando a diversidade.
As mudanas ocorridas na legislao brasileira sobre a educao infantil,
definindo a garantia de ateno as crianas de o a 5 anos, uma educao de
qualidade, atribuindo-lhe a condio decidado, cujo direito a proteo
integralassegurado pela famlia, pela sociedade, e pelo poder publico
(BRASIL,1988), fez com que representassem o perfildo professor de educao
infantil, a partir de sua formao acadmica, profissional e pessoal.
A legislao prev ainda, um conjunto de medidas afirmando hoje, uma
formao adequada do professor e suaatuao nas salas infantis, constando de
condies de trabalho e remunerao digna, bem como, a continuidade de polticas
de formao para esse segmento educacional infantil (BRASIL, LDB, 9394/96,Art 69,
67).
Nessa perspectiva, o RCNEI (BRASIL, 1998 p.41) enfatiza que faz-se
necessrio que estes profissionais, nas instituies de educao infantil,tenham ou
28
venham a ter uma formao inicial slida e consistente acompanhada de adequadae
permanente atualizao em servio.
nesse contexto de formao in locus, que o professor dessa rea, vai
construindo seus saberes da prtica, a reelaborao do seu fazer pedaggico
atravs da ao-reflexo-ao.
O trabalho direto com crianas em creche/Pr Escolas exigeque o professor
tenha uma competncia polivalente, ou seja:
Ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com contedos de natureza diversos que abrangem desde contedos bsicos, essncias, at conhecimentos especficos provenientes das diversas reas de conhecimento(RCNEI, BRASIL1998 p. 41).
Refletindo, torna-se necessrio estabelecer princpios, critrios, objetivos,
com relao formao desse profissional, buscando promover prticas,
aproveitandomais experincias acumuladas pela vivncia com crianas e o reflexo
sobre a prtica transformadora nas salas infantis.
Ainda, analisando o perfil do professor de educao infantil, a autora
Wajskop, comenta o novo professor de educao infantil, dever ser um profissional
reflexivo em constante formao pessoal e acadmica, aberto as mudanas e atento
as diversidades e pluralidades das crianas com as quais trabalha, (BRASIL, 1999,
p. 14), promovendo prticas educativas que levem em conta o cuidar e o educar de
forma indissociveis.
no contexto da prtica que o professor deve trabalhar a brincadeira,voltado
em todas as suas manifestaes, como estratgia de ensino aprendizagem de forma
ldica e utilizao das diversas reas de conhecimento (msica, movimento,
Linguagem oral e escrita, natureza e sociedade,matemtica, artes visuais), para a
realizao de novas aprendizagens mais significativas.
2.2 reas do Conhecimento Propostas no RCNEI
Segundo oRCNEI (2002),as reas de conhecimento referem-se construo
das diferentes linguagens pelas crianas e as relaes que estabelecem com os
29
objetivos de conhecimento destacando-se os seguintes eixos:Movimento, Artes,
Msica, Linguagem Oral e Escrita, Matemticae Natureza e Sociedade.
Dessa forma,passa-se a enfatizar a importncia de cada eixo na Instituio de
Educao Infantil: Atravs de seus objetivos, contedos, o papel do professor e
Avaliao.
2.2.1 Movimento
De acordo com o RCNEI(2002),o trabalho com movimento contempla a
multiplicidade de funes e manifestaes do ato motor, propiciando um amplo
desenvolvimento de aspectos especficos da motricidade das crianas, abrangendo
uma reflexo acerca das posturas corporais implicadas nas atividades cotidianas,
bem como atividades voltadas para a ampliao da cultura corporal de cada criana.
O movimento para a criana pequena significa muito mais do que mexer
partes do corpo ou deslocar-se no espao, so realizados movimentos atravs de
jogos, brincadeiras, a dana e as prticas esportivas, revelam por seu lado, a cultura
corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais
o movimento aprendido e significado de forma que a criana realiza estas
atividades espontaneamente.
importante que o trabalho incorpore a expressividade e a mobilidade prpria
da criana, as conversas, os deslocamentos e as brincadeiras resultantes desse
movimento no podem ser entendidas como disperso ou desordem, e sim como
uma manifestao natural das crianas.
Ainda segundo o RCNEI (BRASIL, 2002), muito importante que o professor
perceba os diversos significados que pode ter a atividade motora para as crianas.
Nessa perspectiva, o professor dever avaliar constantemente o tempo de
contentao motora ou de manuteno de uma mesma postura de maneira a
adequar asatividades s possibilidades das crianas de diferentes idades.
Sendo assim, a organizao do ambiente dos materiais e do tempo visa a
auxiliar que as manifestaes motoras das crianas estejam integradas nas diversas
atividades da rotina.
30
Outro aspecto importante refere-se avaliao do movimento: deve ser
continua, levando em considerao os processos vivenciados pelas crianas,
resultado de um trabalho intencional do professor. Dever constituir-se em
instrumento para a reorganizao de objetivos, contedos,procedimentos, atividades
e como forma de acompanhar e reconhecer cada criana e grupo.
O educador deve informar sempre as crianas acerca de suas competncias,
a valorizao de seus esforos e comentrios a respeito de como esto construindo
e se apropriando desse conhecimento, so atitudes que as encorajam e situam com
relao prpria aprendizagem, desta maneira estar estimulando seus alunos.
De acordo com o RCNEI:
A msica no contexto da Educao Infantil vem, ao longo de sua histria atendendo a vrios objetivos, alguns dos quais alheios as questes prprias dessa linguagem. Tem sido, em muitos casos suporte para atender a vrios propsitos, como a formao de hbitos, atitudes e comportamentos: lavar as mos antes do lanche, escovar os dentes, respeitar o farol etc.; a realizao de comemoraes relativas ao calendrio de eventos do ano letivo simbolizados no dia da rvore, dia do soldado, dia das mes etc.; a memorizao de contedos relativos a nmeros, letras do alfabeto, cores etc., traduzidos em canes. Essas canes costumam ser acompanhadas por gestos corporais, imitados pelas crianas de forma mecnica e estereotipada (BRASIL,2002,p. 47, Volume 3).
2.2.2 Msica
Como os eixos temticos foram elaborados de forma contextualizada amsica
est presente de forma muito importante para o desenvolvimento da criana.
De acordo com o RCNEI, a msica a linguagem que se traduz em formas
sonoras capazes de expressar e comunicar sensaes, sentimentos e pensamentos,
por meio da organizao e relacionamento expressivo entre o som e o silncio
(BRASIL, 2002, p. 45, volume 3).
Pesquisadores e estudiosos vm traando paralelos entre o desenvolvimento
infantil e o exerccio da expresso musical, resultando em propostas que respeitam
o modo de perceber, sentir e pensar, em cada fase e contribuindo para que a
construo do conhecimento dessa linguagem ocorra de modo significativo.
31
preciso cuidar, no entanto, para que no se deixe de lado o exerccio das questes
especificamente musicais.
Portanto, o trabalho com msica deve considerarque a criana se expressa
de forma diferenciada. Segundo o RCNEI, a linguagem musical excelente meio
para o desenvolvimento da expresso, do equilbrio, autoestima e
autoconhecimento, alm de poderoso meio de integrao social(BRASIL,2002,p. 49,
Volume 3).
Segundo Machado (2000,p. 38),o trabalho com a rea de msica deve se
organizar de forma que, ao final da Educao Infantil, as crianas tenham
desenvolvido as seguintes capacidades:
Reconhecer e utilizar a msica como linguagem expressiva e forma de
conhecimento do mundo;
Assumir uma atitude positiva diante da manifestao musical sendo capaz de
expressar sentimentos, percepes e pensamentos por meio dela;
Conhecer msica de diferentes gneros, ritmos e estilos,da produo nacional e
internacional, conhecendo um pouco da histria dessa linguagem, assim como
de alguns de seus criadores;
Assim, tambm devem interpretar, criar e refletir sobre os produtos musicais
que a sociedade oferece.
De acordo com o RCNEI (BRASIL 2002, p 57 volume 3):
A organizao dos contedos para o trabalho da rea de msica nas instituies de Educao Infantildever, acima de tudo, respeitar o nvel de percepo e desenvolvimento (musical e global) das crianas em cada fase bem como as diferenas socioculturais entre os grupos de crianas das muitas regies do pas.
Sero trabalhados como conceitos em construo organizados numprocesso
contnuo e integrado que deve abranger:
A explorao de materiais e a escuta de obras musicais para propiciar o contato
e experincias com a matria-prima da linguagem musical: som (e suas
qualidades) e o silencio;
A reflexo sobre a msica como produto cultural do ser humano importante
forma de conhecer e representar o mundo.
32
Considerando-se que a maioria dos professores de educao infantil no tem
uma formao especifica em msica, sugere-se que cada profissional faa um
contnuo trabalho consigo mesmo no sentido de:
Sensibilizar-se em relao s questes inerente musica;
Reconhecer a msica como linguagem cujo conhecimento se constri;
Entender e respeitar como as crianas se expressam musicalmente em cada fase,para, a partir da, fornecer os meios necessrios (vivncias, informaes, materiais) ao desenvolvimento de sua capacidade expressiva (BRASIL, 2002, p. 67).
Um aspecto desafiador refere-se avaliao na rea de msica que deve ser
contnua, levando em considerao os processos vivenciados pelas crianas,
resultado de um trabalho intencional do professor. O professor poder documentar
os aspectos referentes ao desenvolvimento vocal (se cantam e como);ao
desenvolvimento rtmico e motora; capacidade de imitao, de criao e de
memorizao musical.
2.2.3Linguagem Oral e Escrita
O terceiro eixo proposto no documento do MEC refere-se linguagem oral e
escrita, que na sala de aula o professor entra em contato com as diversidades de
cotidiano, e pode por meio dos diferentes olhares, beneficiar tanto o ensino como a
aprendizagem fazendo uso da oralidade que pode aproximar culturas diferentes. Por
exemplo: o aluno oriundo de centros desenvolvidos, cidades ou meios culturais mais
diversos podem ser surpreendidos com os que vm da zona rural, interiores ou
cidades menores. Por meio do reconhecimento desses diferentes saberes a
oralidade um ponto de partida para o preparo da escrita.
De acordo com o RCNEI (BRASIL, 2002,p117, v. 3)a aprendizagem da
linguagem oral e escrita um dos elementos importantes para as crianas
ampliarem suas possibilidades de insero e de participao nas diversas prticas,
sociais.
Aprender uma lngua no somente aprender as palavras, mas tambm os
seus significados culturais, e com eles, os modos pelos quais as pessoas do seu
33
meio sociocultural entendem, interpretam e representam a realidade. Essa
ampliao est relacionada ao desenvolvimento gradativo das capacidades
associadas s quatro competncias lingusticas bsicas: falar, escutar, ler e
escrever.
A linguagem oral est presente no cotidiano e na prtica das instituies de
educao infantil a medida que todos que dela participam: crianas e adultos, falam,
se comunicam entre si, expressando sentimentos e ideias.
Em algumas prticas se considera o aprendizado da linguagem oral como um
processo natural,que ocorre em funo da maturao biolgica, outra prticas, ao
contrrio, acredita-se que a interveno direta do adulto necessria e determinante
para a aprendizagem da criana. Acredita-se tambm que para haver boas
condies para essa aprendizagem necessrio criar situaes em que o silencio e
a homogeneidade imperem. Nessa perspectiva,a linguagem considerada apenas
como um conjunto de palavras para nomeao de objetos, pessoas e aes
,restringindo a algumas atividades, estre elas as rodas de conversa (BRASIL,2002
p. 119,v. 3).
A construo da linguagem oral no linear e ocorre em um processo de
aproximaes sucessivas com a fala do outro, seja ela, do pai, da me, do
professor, dos amigos ou aquelas ouvidas na TVe rdio. Assim acabam criando
formas verbais, expresses e palavras, na tentativa de apropriar-se das convenes
da linguagem. As crianas tm ritmos prprios e a conquista de suas
capacidadeslingusticasse d em tempos diferenciados. O desenvolvimento da fala e
da capacidade simblica amplia significativamente, porm as falas infantis
so,ainda, produto de uma perspectiva muito particular, de um modo prprio de ver
o mundo (BRASIL 2002).
Eleger a linguagem oral como contedo da educao infantil fazer do dilogo um lugar de desenvolvimento e aprendizagem. Implica promover atividades que criem situaes de fala, escuta e compreenso da lngua atravs do uso de diferentes textos e situaes enunciativas ampliando as capacidades comunicativas das crianas de forma significativa e que preserve a naturalidade de conversar, falar e escutar (MACHADO,2000, p. 42.).
Dessa forma, a criana que vive em uma sociedadeem permanente contato
como mundo letrado, certamente ter maior facilidade em desenvolver a escrita na
34
diversidade e no convvio social que a criana desperta o interesse e a curiosidade
pela linguagem e consequentemente pela escrita.
Conforme o RECNEI (BRASIL, 2002, p. 127),diante do ambiente de
letramento em que vivem, as crianas podem fazer, a partir de dois ou trs anos de
idade, uma srie de perguntas como O que est escrito aqui?, ou O que isto quer
dizer?, indicando sua reflexo sobre a funo e o significado da escrita, ao
perceberem que ela representa algo. Para aprender a escrever a criana ter que
lidar com dois processos de aprendizagem paralelos: o da natureza do sistema de
escrita da lngua o que a escrita representa e como e o das caractersticas da
linguagem que se usa para escrever.
Sendo assim, quanto maior for o contato com os diferentes portadores de
textos a criana ter mais facilidade de desenvolver a aprendizagem da linguagem
escrita preparando-se para desenvolver a prtica de escrever com autonomia.
2.2.4Matemtica
A Matemtica uma disciplina bsica em todos os seguimentos e o seu saber
torna-se essencial para o convvio na sociedade. Frequentemente, escuta-se no
meio escolar que matemtica muito difcil de ensinar e aprender,como em todas as
reas j mencionadas, a Matemtica pode se destacar pela sua presena em todae
qualquer situao, as crianas convivem com a matemtica desde muito pequenas
no seu cotidiano, seja familiar, social, e educacional, a criana passa a ter contato
com a matemtica a partir do momento que tem experincia com o seu universo.
Quando ela passa a enxergar o mundo e experimentar as diversidades comoas
cores, formas,tamanho, quantidades, nmeros, peso, medidas, tempo e espaos,
todos esses conhecimentos bsicos so proporcionados pela matemtica que os
cerca por todos os lados.
Sendo assim, esta rea do conhecimento deve ocupar o seu lugar, como
todas as outras reas dos componentes curriculares,que foram citadas no
RCNEI,isto porque ela faz parte da vida da criana em seu dia-a-dia, seja qual for o
ambiente em que ela esteja. Dessa forma, o Referencial Curricular Nacional para a
Educao Infantil traz no terceiro volume os conhecimentos matemticos, a
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aquisio e a construo desses conhecimentos so importantes para desenvolver o
raciocnio lgico-matemtico das crianas. Nota-se que a criana que frequenta a
escola muito cedo e encontra um ambiente favorvel elas tm a oportunidade de
construir seus prprios conhecimentos sobre o mundo edesenvolver suas
capacidades cognitivas de pensar e refletir com autonomia suas aes e suas
prprias descobertas baseadas em seu raciocnio, procurando encontrara soluo
para os questionamentose conflitos encontrados no ambiente escolar com as outras
crianas. Com o desenvolvimento da inteligncia o sujeito se torna cada vez mais
adaptada ao meio podendo inclusive transformar este meio atravs de suas aes
(FERREIRA, 2009,p.5).
Dessa forma, os profissionais da educao infantil devem buscar no
Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil as bases tericas e
reflexivas, as diversas maneiras prticas ldicas e eficazes de realizar as atividades
com as crianas,afastando das salas de aula alguns tipos de atividades
desnecessrias, que no possibilitam as crianas construrem o seu conhecimento
com autonomia utilizando-se do raciocnio lgico matemtico, tendo conscincia da
importncia da matemtica para o seu cotidiano.
Como aprender construir significados e atribuir sentidos, as aes
representam momentos importantes da aprendizagem na medida em que a criana
realiza uma interao (BRASIL, 1998,p. 209).
Quase sempre nas instituies de educao infantil comum ouvir os
discursos de muitos educadores de que possvel desenvolver o raciocnio logico
matemtico apena se a criana trabalhar com o material concreto uma ideia
equivocada pelo professor,o material disponibilizado a criana importante, porm,
se faz necessrio interveno do educador, no auxilio da construo do seu
conhecimento. Essas prticas pedaggicas e outras questes so abordadas e
criticadas pelo RCNEI, que na proposta pedaggica apresenta recursos
diversificados, como os jogos, as brincadeiras, e os brinquedos que se tornam
importantes e necessrios para o processo de desenvolvimento das crianas de 0 a
5 anos. A criana sente prazer em brincar com seus coleguinhas, e vivenciar o
perodo da sua infncia, isto trar benefcios em vrios aspectos, no apenas o
cognitivo, mas, tambm, o psicolgico, afetivo, social, todos estes aspectos devero
ser estimulados, preciso que o educador tenha conscincia de respeitar as
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limitaes e necessidades oferecendo um ambiente acolhedor e agradvel para as
crianas de creches e educao infantil.
A inteligncia vai sendo formada medida que o sujeito se v frente a
situaes desafiadoras, enfrentando problemas reais ou abstratos que se
constituem na dinmica cotidiana das relaes dos indivduos com o meio.
(BARBOSA; HORN;2008 p. 27).
importante que o educador participe ativamente desse processo interagindo
com as crianas ao manipular os objetos e jogos, observado e fazendo
questionamentos das novas descobertas, partindo daquilo que ele j sabe e com
isso fazer reflexes e construir novos conhecimentos.
Sendo assim, importante o educador fazer seu planejamento partindo do
conhecimento prvio do aluno e, com base nesse conhecimento, direcionar o
planejamento dirio para que ele seja bem sucedido obtendo bons resultados no
desenvolvimento dos alunos.
Observa-se a importncia desses conhecimentos prvios, na teoria de
aprendizagem de Vygotsky, sua teoria difere da teoria de Jean Piaget por ser
sociointeracionista, de acordo com essa teoria o desenvolvimento das capacidades
cognitivas da criana primeiramente depende do processo de aprendizagem, o
estimulo atravs da mediao do professor possibilitar ao aluno interagir com o
meio e com o outro num processo de interao social.
Existem dois nveis de desenvolvimento das nossas capacidades cognitivas
durante o processo de ensino aprendizagem, de acordo com a teoria de Vygotsky, o
primeiro dominado de desenvolvimento real, aquele que est relacionado ao
nosso conhecimento prvio, so habilidades e conhecimento j adquiridos em outras
experincias j vividas, a outra etapa do nosso desenvolvimento cognitivo
denominada de desenvolvimento potencial, justamente o conhecimento ainda no
adquirido e que necessidade de auxilio de outras pessoaspara desenvolv-los e por
em prtica. O processo de transio entre as duas etapas do desenvolvimento
cognitivo chamado de zona de desenvolvimento proximal que Vygotsky idealizou
em sua teoria da aprendizagem, para ele essa zona o que ir aproximar o aluno
nas conquistas de um novo conhecimento tendo por base e conexo um
conhecimento prvio, e a devida interveno pedaggica de um educador.
A proposta pedaggica do RCNEI para a Educao Infantil, na sua
elaborao contou com a importante teoria interacionistado suo Jean Piaget, seus
37
estudos e pesquisas nos revelam importantes descobertas sobre o desenvolvimento
do ser humano, e estava focado na descobertade como o ser humano desenvolvia o
seu raciocnio.
A inteligncia para Piaget o mecanismo de adaptao do organismo a uma
situao nova e, como tal, implica a construo continua de novas estruturas. Esta
adaptao refere-se ao mundo exterior, como toda adaptao biolgica. Desta
forma, os indivduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exerccios e
estmulos oferecidos pelo meio que os cercam (BELLO, 1995, p.2).
importante ressaltar que Piaget atravs dos seus estudos e de acordo com
a sua teoria interacionista, busca nos mostrar que o desenvolvimento do nosso
raciocnio no acontece por acaso ele construdo a partir da nossa interao com o
meio.
Para o atendimento educacional de crianas na faixa etria de 0 a 3 anos, o
RCNEI apresenta em sua proposta pedaggica, objetivos que devero ser
alcanados, tendo como base toda uma proposta de contedos e metodologias,
estabelecer aproximaes e algumas noes matemticas presente no seu
cotidiano, como contagem, relaes espaciais etc. (BRASIL, 1998, p.215).Esses
objetivos devero ser ampliados para as crianas com a faixa etria de 0 a 6 anos,
aprofundar o conhecimento que j foi construdo durante os trs primeiros anos de
vida da criana da instituio infantil. Na proposta do Referencial a criana dever
ter desenvolvido as seguintes capacidades: reconhecer e valorizar os nmeros,como
representao simblica que fazem parte d nossa vida em sociedade e toda
atividade que estiver relacionada aos nmeros, como: trabalhar nmeros e
quantidades com a contagem oral de objetos e no uso de materiais pedaggicos, e
at mesmo em situaes do nosso cotidiano escolar que forem propostos pela
educadora durante o processo de ensino/aprendizagem, para que a criana possa
estabelecer relao e sentido daquilo que ela est construindo como conhecimento
de mundo, para que logo aps tenha a possibilidade de coloca-las em prtica na sua
vivencia diria com os demais no seu meio social.
Outro objetivo importante desenvolver melhor a sua comunicao em
conhecimentos matemticos, na transio de suas ideias e na resoluo de
problemas de seu cotidiano, atravs da sua linguagem oral desenvolver uma
linguagem matemtica que possibilite a criana melhor autonomia e participao na
sociedade.
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O RCNEI ainda apresenta como proposta de trabalho pedaggico contedos
selecionados e organizados na medida em que possibilite ao aluno construir e
expandir seus conhecimentos sobre a matemtica.
2.2.5 Natureza e Sociedade
De acordo com o RCNEI (BRASIL, 2002), da mesma forma que os eixos
temticos anteriores foram estudados com sua relevncia, o Componente Curricular
Natureza e Sociedade tambm proporciona diversos conhecimentos sobre o mundo
em que vivemos. Essa temtica deve ser explorada pelas crianas para que elas
tenham a possibilidade de acesso ao conhecimento da grande diversidade de
culturas, sociedades, ambientes naturais e seres vivos que h no mundo. O
educador na sua prtica deve ter a conscincia e o compromisso da realizao de
um trabalho reflexivo e constante, essa temtica dever ser bastante explorada no
dia-a-dia da vida da o educador criana.
De modo geral o educador preocupado em desenvolver habilidades de leitura
e escrita, o trabalho com o eixo temtico Natureza e Sociedade se torna um pouco
desvinculado, sem que a criana tenha o contato fsico com a natureza e a
sociedade. importante a criana interagir de forma significativa para que ela
construa sua identidade e sua prpria cidadania, dessa forma necessrio que ela
tenhacontato com a natureza e com o mundo o qual ela est inserida.
[...] o trabalho pedaggico precisa se orientar por uma viso das crianas como seres sociais, indivduos que vivem em sociedade. Cidads e cidados. Isso exige que levemos em considerao suas diferentes caractersticas. No s em termos de histria de vida ou de regio geogrficas, mas tambm de classe social, etnia e sexo. (KRAMER, 1989,p. 19).
A proposta apresentada pelo RCNEI, quando estudada e analisada percebe-
se que existe uma aparente distancia entre os contedos dos diversos componentes
curriculares, como se no estivessem conectados uns aos outros. Cabe ao educador
analisar bem a proposta estudando para que no haja equivoco quando coloca-las
em prtica. Sendo assim, importante estudar bem e conhecer a proposta
pedaggica do RCNEI e perceber de fato o que ela nos quer mostrar, qual a
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maneira mais indicada de se trabalhar os contedos na educao infantil.
Percebemos, no entanto, que ela nos mostra que a forma mais indicada e mais
correta trabalhar os contedos de maneira interdisciplinar, contextualizando todos
os outros contedos e os conhecimentos possveis para ser trabalhado em uma
nica aula.
A preocupao com o planejamento independe do componente curricular ou
do eixo temtico em foco, o planejamento deve ser sempre bem elaborado e
diversificado sempre buscando proporcionar oportunidades diferenciadas para que
as nossas crianas possam construir conhecimentos significativos para suas vidas.
Sendo assim, para cada eixo temtico que for trabalhado com nossos alunos
devemos ter uma maior preocupao em oferecerrecursos adequados para que o
aluno tenha oportunidade de vivenciaras diferentes realidades e refletir sobre elas
encontrando possibilidades deconstruir seus prprios conhecimentos.
A observao e a explorao do meio constituem-se duas das principais
possibilidades de aprendizagem das crianas desta faixa etria dessa forma que
podero, gradualmente, construir as primeiras noes a respeito das pessoas, do
seu grupo social e das relaes humanas. A interao com adultos e crianas de
diferentes idades, as brincadeiras nas suas mais diferentes formas, a explorao de
espao, o contato com a natureza, se constituem em experincias necessrias para
o desenvolvimento e aprendizagem infantis. (BRASIL, v. 3, 1998.178)
A reflexo apresentada pelo RCNEI sobre as prticas pedaggicas so
relacionadas s prticas pedaggicaspresentes em muitas instituies infantis que
pouco contribuem para a construo de conhecimentos significativospara a vida da
criana no meio social. Uma das prticas mencionadas pelo Referencial so as
variadas datas comemorativas do calendrio nacional.
2.2.6 Artes Visuais
As artes visuais fazem parte do nosso cotidiano j desde muito pequenos, em
muitas realidades as crianas j buscam experimentar essas prticas durante a sua
infncia, nas brincadeiras quando esto sozinhas ou at mesmo em companhia de
outras crianas, em muitas ocasies essas experincias so vivenciadas atravs de
instrumentos rsticos retirados da prpria natureza quando a criana tem a
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oportunidade de entrar em contato com esses ambientes riqussimos e de poder
explor-los durantes seus momentos de ludicidade. Nesses casos por muitas vezes
os primeiros instrumentos utilizados paras as suas artes so aqueles que encontram
pelo caminho, e durante suas descobertas ela tem a possibilidade de experimentar
diversos elementos como pedras, gravetos ou at mesmo o carvo e muitos outros
que ela possa encontrar durante a brincadeira no espao em que ela esteja.
As artes visuais assim como a msica e o movimento considerada pelo
Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil - RECNEI uma linguagem
importante para as crianas. por meio da arte de rabiscar, desenhar, pintar,
modelar, entre outros, que a criana busca se comunicar com o mundo a sua volta,
demonstrando atravs das artes que ela mesma produz transmitir suas emoes,
seus desejos, seus sentimentos, suas angustias e at mesmo seus medos. por
essas e outras razes que as artes visuais no podem ser vistas pelos educadores
de educao infantil como simples atividades de passatempo, preciso d mais
ateno e valor ao que as crianas produzem, buscando sempre valoriz-las em
suas prticas, dessa forma, elevando a sua autoestima e confiana em si mesmas
para que elas possam se sentir motivadas e o mais importante mostr-las sempre
jeitinho eu elas desejam fazer. o seu ''eu;; que estar ali sendo apresentado em
suas artes e tambm ser para a criana uma grande descoberta, pois, nesse
momento entre outros, que ela poder vivenciar no ambiente escolar que ela estar
construindo a sua personalidade, e suas descobertas e desenvolvimento devero
ser respeitados e valorizados sempre, para que ela possa expressar a sua
singularidade e ter a sua identidade preservada.
O trabalho com as Artes Visuais na educao infantil requer profunda ateno
no que se refere ao respeito das peculiaridades e esquemas de conhecimento
prprios cada faixa etria e nvel de desenvolvimento. Isso significa que o
pensamento, a sensibilidade, a imaginao, a percepo, a intuio e a cognio da
criana devem ser trabalhadas de forma integrada, visando a favorecer o
desenvolvimento das capacidades criativas das crianas. (BRASIL, v. 3, 1998, p.91)
Nas prticas pedaggicas das instituies infantis e de alguns educadores o
ensino das artes no est sendo valorizado e explorado como deveria, os trabalhos
que so produzidos pelas crianas por muitos profissionais da educao no so
levados a srio, e como consequncia disso no so reconhecidos e vistos como
uma linguagem, e como linguagem a criana deveria ter a liberdade para se
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expressar e mostrar aquilo que ela percebe, sente e deseja do mundo. Mas, essa
liberdade de expresso que as crianas tm de direito ao manter contato com as
artes plsticas no esta sendo respeitada, mas esse somente um dos problemas
referente a essas prticas, muitos dos que se dizem educadores na educao
infantil no oferecem oportunidades para que as crianas tenham autonomia de
serem criativas e produzirem as suas prprias artes, elas simplesmente tm que
seguir as ordens do educador e s fazer aquilo que se pede.
O que se percebe em alguns casos que em muitas prticas pedaggicas as
artes plsticas so vistas simplesmente como atividades de passatempo ou de
trabalhar o desenvolvimento da coordenao motora das crianas, sem que haja um
interesse naquilo que elas esto produzindo e nem valor de significados.
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3METODOLOGIA
Tendo em vista o fato de que o presente trabalho monogrfico visa analisar o
contexto histrico da Educao Infantil, e refletir sobre o Currculo na Educao
Infantil e o Referencial CurricularNacional para a Educao Infantil a opo
metodolgica desse estudo foi pesquisa bibliogrfica que segundoLakatos, a
pesquisa bibliogrfica permite compreender que, se de um lado a resoluo de um
problema pode ser obtida atravs dela, por outro, tanto a pesquisa de laboratrio
quanto de campo (documentao direta) exigem, como premissa, o levantamento
do estudo da questo que se prope a analisar e solucionar. A pesquisa bibliogrfica
pode, portanto, ser considerada tambm como o primeiro passo de toda pesquisa
cientfica. (1992, p.44). A pesquisa foi feira tendo como norte autores estudiosos no
assunto como:Ari, Brasil. KuhlmannJr , Kramer,Kuhlmann Jr, Louzada, Oliveira,
buscando fundamentar a questo da Educao infantil, suas concepes,
significados, avanos e vivncias. O trabalho foi desenvolvido atravs de seguintes
passos metodolgicos: seleo bibliogrfica, classificao dos livros, fichamentos
dos livros, artigos, revistas e textos, anlise de documentos / MEC.
Sendo assim, neste estudo pretendemos trazer contribuies aos professores
de educao infantil, um trabalho significativo e de qualidade junto criana de 0 a 5
anos.
43
4 CONCLUSO
O presente estudo nos mostra a importncia do documento oficial do MEC,
denominado RCNEI no qual apresenta proposta de um currculo nacional para
educao infantil.
Sabe-se que o documento traz sugestes para as reas do conhecimento, ou
seja, delimita os eixos integrados nos quais os professores de educao infantil
encontraro os objetivos, por faixa etria, bem como reflexes didticas que
norteiam a prtica pedaggica do educador que trabalha com crianas de 0 a 5
anos.
Na verdade, o Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil
(RCNEI) um elemento bsico no planejamento dos profissionais da escola, sendo
o objeto para anlise e discusses das principais funes da Educao Infantil que
o cuidar e o educar.
Ao trmino deste trabalho monogrfico, possvel atravs da anlise do
RCNEI, salientar sua importncia para as creches e pr-escolas do sistema do
ensino pblico deste Pas, sendo assim, com a utilizao adequada do RCNEI, as
aulas nas turmas de Educao Infantil podem ganhar um novo cenrio que reflete
diretamente com o atendimento adequado as caractersticas da infncia e o
processo de Ensino e Aprendizagem.
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