Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Áreas de Informática do MIEIC
A perspetiva de um profissional de engenharia
Projeto FEUP 2016/2017 -- MIEIC :
Manuel Firmino J.M. Magalhães Cruz
Sara Ferreira
Equipa 1MIEIC02_3 :
Supervisor: J.M. Magalhães Cruz Monitor: Vânia Leite
Estudantes & Autores:
Ana Silva: [email protected] Joaquim Santos: [email protected]
João Miguel: [email protected] Luís Henriques: [email protected]
Mariana Costa : [email protected]
Resumo
No presente relatório encontram-se registados os resultados obtidos na nossa pesquisa
sobre as áreas de Informática abrangidas pelo Mestrado Integrado em Engenharia
Informática e de Computação, numa perspetiva profissional.
Começamos por identificar a importância da Engenharia Informática na sociedade atual,
procurando, ainda, referir quais as profissões do mercado de trabalho que têm este curso
como base.
Após uma breve introdução à Engenharia Informática, focamos a nossa atenção na
aplicabilidade da informação recolhida ao MIEIC, ou seja, de que forma o curso
proporcionado pela FEUP se identifica, ou desvia, da situação atual da formação académica
e perspetiva profissional na área em questão. Para isso, recorremos à observação das
áreas científicas existentes no plano de estudos, bem como dos ramos de especialização
disponibilizados. Posteriormente, analisamos a empregabilidade do curso a nível nacional e
internacional. Optamos também por incluir alguns testemunhos de alunos que frequentaram
o curso e de empresas que trabalham com alunos nele formados
Em suma, o MIEIC abrange um conjunto amplo de áreas valorizadas pela indústria,
estando adequado ao mercado de trabalho atual e às suas necessidades. Assim,
proporciona aos alunos uma vasta formação em termos académicos que lhes permite
enfrentar com maior facilidade os múltiplos e complexos contextos profissionais.
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Índice
Lista de figuras
1. Introdução
1.1. Contextualização
1.2. Objetivos
2. Engenharia Informática
2.1 Introdução
2.2 Profissões
3. Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação
3.1. Plano de estudos
3.1.1. Áreas de especialização
3.2. Empregabilidade
3.2.1. Em Portugal
3.2.2. No estrangeiro
3.3. Parcerias
3.4. Testemunhos
4. Conclusões
5. Referências bibliográficas
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Lista de figuras
Figura 2. Gráfico relativo ao número de desempregados do MIEIC (DGEEC, 2016).
Figura 3. Algumas das empresas parceiras da FEUP nos anos letivos de 2014/2015 e
2015/2016 (FEUP, 2016).
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1. Introdução
1.1. Contextualização
O Projeto FEUP trata-se de uma unidade curricular que tem como objetivo a promoção
de um primeiro contacto dos estudantes do 1º ano com a Faculdade de Engenharia e
Universidade do Porto e facilitar a sua integração na mesma (dando a conhecer o ambiente,
o método de trabalho, os principais serviços do campus, entre outras informações).
A UC inicia com uma primeira semana intensiva (com palestras e atividades práticas),
durante a qual os alunos recém-chegados têm uma pequena formação em “Soft Skills”
essenciais no contexto académico da FEUP. Estes focam-se principalmente no
desenvolvimento da capacidade comunicativa e eficácia da mesma (técnicas de
apresentação, comunicação visual, …) e de realização de relatórios técnicos (como e onde
pesquisar informação fidedigna e de qualidade, estrutura, …), de forma a elaborarmos um
trabalho claro e, acima de tudo, elucidativo. Nas semanas seguintes, os alunos, organizados
em equipas de quatro a seis elementos, desenvolvem trabalhos sobre diversos temas.
À equipa 1MIEIC02_03 foi proposto o tema “Áreas de Informática do MIEIC”, no qual
será analisada a problemática “Quais são as áreas de Informática abrangidas pelo Mestrado
Integrado de Informática e de Computação, numa perspetiva de profissional de
engenharia?”.
1.2. Objetivos
É do interesse dos futuros Engenheiros Informáticos e de Computação começarem,
desde já, a explorar o “mundo do trabalho” e a perceber que tipo de carreira poderão seguir
mais tarde. O tema em questão proporciona uma oportunidade para aprofundar os
conhecimentos relativos a este curso e às suas potencialidades.
Propomo-nos, deste modo, a perceber como os Engenheiros Informáticos traçam o seu
percurso profissional e a explorar as saídas profissionais que despertam maior interesse,
avaliando as suas vantagens e desvantagens.
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Assim, o grupo pretende não só conhecer melhor o curso que escolheu ingressar no ano
letivo 2016/2017, mas também transmitir o máximo de informação de forma clara e eficaz ao
leitor. Reconhecemos que o presente trabalho é direcionado para os alunos de 1º ano do
MIEIC. Porém, isso não impede o público em geral encontre aqui informação relevante.
Dando sempre a máxima atenção à resolução do problema que nos foi colocado, foram
definidos os seguintes objetivos específicos do trabalho, que possibilitaram a formulação e
estruturação de uma resposta adequada:
● caracterizar em termos globais, numéricos e de detalhe as áreas da Informática
abrangidas pelo Mestrado Integrado de Informática e de Computação;
● escolher as áreas mais representativas do curso numa perspectiva de interesse para
um engenheiro de profissão;
● sugerir melhorias ou alterações às áreas do curso, no sentido de as adequar mais à
perspectiva de interesse profissional da atualidade e do futuro previsível.
(Cruz, 2016)
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2. Engenharia Informática
2.1 Introdução
A engenharia informática é a força motriz por trás das inovações e das tecnologias que
têm vindo a mudar o mundo, testando as capacidades, o poder e os limites do computador.
Esta foca-se no desenvolvimento de equipamento físico, ou seja, hardware (exemplo:
microprocessadores) e de programas, ou seja, software , tendo utilidade nos mais variados
tipos de indústria.
Trata-se assim de uma “área em forte expansão, visto que a sociedade depende cada
vez mais de tecnologias de comunicação e de software, em todos os setores de atividade”,
tendo um forte impacto na “gestão industrial e comércio eletrónico, na administração de
serviços públicos de elevada importância (saúde, finanças, justiça,...), em sistemas
controlados por software (transporte, indústria,...), no entretenimento, entre outros.”
(Faria, 2016)
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2.2 Profissões
Devido aos avanços tecnológicos, a nossa sociedade tem-se tornado cada vez mais
dependente das Tecnologias de Informação e Comunicação, dependência esta que vai
aumentar nos próximos anos, sendo por isso necessário formar profissionais nesta área.
Estes distribuem-se em mais abundância em áreas como: a arquitetura e conceção de
sistemas de informação, gestão de sistemas informáticos ou de centros de informática, a
conceção e desenvolvimento de sistemas e aplicações, gestão de projetos informáticos, a
consultoria e auditoria ou a investigação e desenvolvimento de projetos. Tendo em conta as
diversas áreas, as posições que um engenheiro informático pode ocupar dentro de uma
empresa são, também estas, muito diversas. Entre as profissões com mais destaque no
mercado de trabalho atual, encontra-se, entre outras, programador, arquiteto de sistemas,
engenheiro de teste, entre outros.
2. Percentagens relativas aos cargos profissionais dos antigos alunos do MIEIC. (FEUP, 2015)
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3. Mestrado Integrado de Engenharia Informática e
Computação - MIEIC
Como qualquer curso, o MIEIC pretende formar os melhores profissionais nacionais e
mesmo internacionais na sua área de formação, ou seja, na Engenharia Informática. Para
tal, intenta facultar aos seus estudantes uma formação académica de excelência, tanto a
nível técnico como humano, permitindo-lhes a aprendizagem de conhecimentos específicos
sobre a área e o desenvolvimento de competências sociais.
Deste modo, o MIEIC tem como principais objetivos:
● proporcionar uma formação científica e de engenharia de base sólida, permitindo e
facilitando o trabalho com outras especialidades da engenharia;
● oferecer instrução profissional especializada tendo como base os Computadores, a
Computação e as Tecnologias da Informação;
● promover o desenvolvimento de aptidões não-técnicas como a criatividade, a crítica
e o trabalho em equipa;
● proporcionar ensino sobre os processos de gestão em engenharia com objetivos;
● certificar a formação necessária para que seja atribuído o título conferido pela
Ordem dos Engenheiros de profissional de Engenharia
(FEUP, 2016).
Concluindo, a FEUP pretende formar Engenheiros Informáticos que sejam capazes de
realizar todos os atos do Engenheiro Informático. São eles:
● Análise de Negócio e Engenharia de Requisitos
● Conceção e Construção de Soluções Informáticas
● Teste e validação de Soluções Informáticas
● Gestão de Projetos de Sistemas de Informação
● Gestão de Serviços de Tecnologias de Informação
● Gestão e Auditoria de Sistemas de Informação
(Ordem dos Engenheiros, 2012)
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3.1. Plano de estudos
O ensino de Engenharia Informática da FEUP iniciou-se em 1994/1995 com a criação da
Licenciatura da Engenharia Informática (LEIC) que pretendia formar “licenciados aptos a
dominar os ambientes de desenvolvimento, utilização e manutenção de sistemas e
aplicações informáticas”. Mais tarde, a criação do Mestrado em Engenharia Informática
(MEI), em 2004, veio complementar a educação proporcionada aos alunos nesta área.
(Vidal, 2006)
Em 2008/2009, a criação do Mestrado Integrado em Engenharia Informática e
Computação (MIEIC) veio proporcionar aos estudantes a qualidade de educação do LEIC
juntamente com a flexibilidade, em termos de escolha da área de especialização, do MEI.
Deste modo, o MIEIC é um ciclo de formação e aprendizagem completo de cinco anos
integrados, sendo a qualificação mínima a atingir a do 2º ciclo, ou seja, o grau de Mestre. No
final dos cinco anos, os diplomados terão uma “formação avançada em Engenharia
Informática e Computação, podendo ter escolhido uma área de especialização ou mantido
um leque mais alargado de interesses, mercê de uma ampla oferta de opções, configuráveis
individualmente”.
(FEUP, 2013)
As áreas científicas abrangidas pelo plano de estudos permitem o desenvolvimento dos
conhecimentos dos alunos tanto a nível técnico como a nível social. A nível técnico existem
disciplinas nas áreas de Física, Matemática, Arquitetura de Computadores, Fundamentos
da Programação, Automação industrial, Engenharia de Software, Inteligência Artificial,
Métodos Quantitativos e Gestão, Programação, Sistemas Operativos e Redes, Sistemas de
Informação e Interação Multimédia. E a nível humano destacam-se Aspetos sociais e
profissionais, Capacidades e Atitudes Pessoais, Interpessoais e Profissionais e Ciências
sociais.
Nos 1º ciclo, três primeiros anos, a formação será maioritariamente em ciências básicas
e da engenharia, que permite a interação dos alunos com outras especialidades de
Engenharia e uma formação de base sólida.
(FEUP, 2013)
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No 2º ciclo, o aluno escolherá algumas disciplinas optativas que o permitem
especializar-se numa determinada área ou manter um conjunto mais abrangente de opções.
(FEUP, 2013)
3.1.1. Áreas de especialização
Dentro de cada Licenciatura, assiste-se a uma tendência cada vez maior para a
especialização, e a Engenharia Informática não é exceção. No MIEIC, as possíveis áreas de
especialização incluem Engenharia de Software e Sistemas de Informação, Redes e
Tecnologias de Informação e Sistemas Inteligentes e Multimédia.
Engenharia de Software e Sistemas de Informação
Ao concluírem a formação nesta área específica, pretende-se que os estudantes
desenvolvam competências que lhes permitam planear sistemas que vão ao encontro aos
objetivos das Organizações a partir da análise dos requisitos de informação e métodos de
negócio. Para além disso, deverão estar aptos a realizar e administrar as atividades do ciclo
de vida dos sistemas de software de grandes proporções, nomeadamente, no
desenvolvimento de software aplicacional.
A especialização nesta área possibilita o exercício de cargos relacionados com o
desenvolvimento de aplicações web e aplicações móveis, sistemas de informação de gestão
ou sistemas de apoio à decisão, tal como o de arquiteto ou engenheiro de software,
programador, software ou web developer, engenheiro de testes, administrador de bases de
dados, analista de sistemas ou negócio, diretor de sistemas de informação, entre outros.
Para esta especialização destacam-se entre as áreas científicas definidas no plano de
estudos as de Engenharia de Software e de Sistemas de Informação.
Redes e Tecnologias de Informação
Os especialistas em tecnologias de informação devem estar aptos a projetar, executar,
configurar e manter as infraestruturas computacionais de uma organização, o que abrange
as infraestruturas de redes. Assim, é necessário que desenvolvam competências de
programação de sistema, para a web e para dispositivos móveis.
Poderão ocupar posições profissionais relacionados com a cibersegurança, a
computação na nuvem (cloud computing) e redes e servidores. Exemplificando, engenheiro
de sistemas, de redes, de segurança, de sistemas distribuídos, administrador de sistemas,
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entre outros.
Arquitetura de Computadores e Sistemas Operativos e Redes são as áreas científicas
mais relevantes para esta especialização.
Sistemas Inteligentes e Multimédia
Ao terminar a formação nesta área de especialização, os estudantes graduados deverão
ter desenvolvido competências que lhes permitam planear e implementar sistemas com
capacidade de raciocínio automático para o apoio à decisão e ao negócio eletrónico. Para
além disso, deverão ser capazes de produzir e apresentar conteúdos multimédia,
nomeadamente, conteúdos na área da síntese de imagem por computador e a respetiva
aplicação em ambientes virtuais e mistos.
Deste modo, irão trabalhar em cargos relacionados com a aprendizagem computacional
(machine learning), robótica inteligente, realidade virtual e aumentada e jogos de
computador. Exemplos de posições profissionais são especialista em sistemas inteligentes,
sistemas multimédia, sistemas de gestão de conhecimento ou sistemas de gestão de
conteúdos, web designer, programador de sistemas multimédia, entre outros. Corresponde
às áreas científicas definidas no plano de curso de Inteligência Artificial e Interação e
Multimédia.
(Vidal, 2006)
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3.2. Empregabilidade
A grande diversidade de opções oferecidas pelo MIEIC e o seu crescente contributo na
sociedade moderna (a informática já não é um luxo, mas sim uma necessidade) tornam-no
um dos cursos com maior taxa de empregabilidade e procura, quer no país, quer no
estrangeiro:
3.3.1. Em Portugal
A elevada empregabilidade do MIEIC é comprovada pela pesquisa e pelos dados/resultados
disponibilizados no site da FEUP (recolhidos da DGES) e que indicam a percentagem de
diplomados que se encontram registados no IEFP como desempregados:
2. Percentagem de desempregados registados no Instituto do Emprego e Formação Profissional (DGEEC, 2015)
A partir da análise destes resultados e outras informações disponibilizadas verificamos que
dos alunos diplomados entre 2011 e 2014:
● Ao nível do MIEIC, apenas cerca de 1% se encontra registado como desempregado,
nomeadamente, 4 desempregados de 395 diplomados;
● Ao nível da área de formação de engenharia informática, apenas cerca 3,9% se
encontram registados como desempregados, especificamente, 383 desempregados
de 9903 diplomados;
● Ao nível nacional do ensino superior público, apenas cerca de 8,1 % se encontram
registados como desempregados, ou seja, 12059 desempregados de 147371
diplomados.
No mesmo link é também disponibilizado o acesso aos resultados de um inquérito que
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obteve uma resposta de 73% da população da FEUP (quantidade significativa, pelo que
pode ser considerado fiável), e que demonstra que: cerca de 62% dos estudantes obtêm o
primeiro emprego antes de terminar o curso e cerca de 95% dos estudantes obtêm emprego
até 6 meses depois de terminar o curso.
Deste modo, é possível concluir-se que a taxa de desemprego é bastante reduzida,
destacando-se mesmo dentro da área de formação de engenharia informática, que já por si
é uma área de elevada empregabilidade. Confirma-se, mais uma vez, a abundância de
emprego associada ao curso, logo a sua adequação às necessidades do mercado de
trabalho atual.
3.3.2. No estrangeiro
No estrangeiro a tendência mantém-se, verificando a presença significativa de ex-alunos do
mieic em diversas empresas de renome, tanto a nível europeu, como a nivel internacional.
Deste modo, é possível inferir mais uma vez a adequação do curso aos múltiplos e
complexos contextos profissionais presentes em todo o mundo.
“(…) Organizado pela Associação de Antigos Alunos de Engenharia Informática da FEUP
(AlumniEI-FEUP), com o apoio do Mestrado Integrado em Engenharia Informática e
Computação (MIEIC), o evento traz ao Porto algumas das melhores empresas de
informática do Mundo para recrutar recém-graduados da Faculdade de Engenharia.
Google (diretamente da Alemanha), Yieldify (investida pela Google Ventures), Timwe
(empresa nacional presente atualmente em 75 países), Microsoft (diretamente da
Dinamarca), Farfetch (avaliada em mais de um bilião de euros), Deloitte (uma das maiores
consultorias do Mundo), Feedzai (baseada agora em Silicon Valley) ou a Luxemburguesa
eProseed são apenas algumas das empresas internacionais e nacionais com grande
vocação exportadora que vão passar pela Faculdade de Engenharia em busca de talentos
na Engenharia Informática.” (Notícias Universidade do Porto, 2016)
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3.4. Parcerias
São inúmeras as ofertas proporcionadas pela FEUP aos seus alunos e
recém-graduados que permitem o contacto destes com empresas dispostas a acolher os
jovens talentos da instituição, desde concursos e conferências a visitas guiadas a vários
locais de interesse. Escolhemos, a título de exemplo, a FEUP Career Fair, um evento
mediático que, na edição do presente ano, reuniu mais de 50 empresas, nacionais e
internacionais, num ambiente propício ao convívio e à troca de informações entre
estudantes e empregadores. De acordo com o website oficial do evento, dessas 50
empresas, 38 estavam na “job wall” direcionada aos alunos do MIEIC. (SICC-DCOOP, 2016)
Para além da realização deste tipo de atividades ao longo do ano, a FEUP garante que
os seus estudantes possam rentabilizar as suas capacidades e pô-las à prova num
ambiente empresarial durante a conclusão do seu curso. Para isso, “o MIEIC tem
estabelecido ao longo dos anos uma forte parceria com diversas empresas nacionais e
internacionais” através de, por exemplo, “propostas de trabalhos de dissertação em
ambiente empresarial, propostas de projetos para realização em unidades curriculares e
propostas de estágios de verão”. As empresas interessadas na formação de uma parceria
com faculdade passam por um rigoroso processo de seleção que garante a qualidade das
ofertas apresentadas aos alunos.
(FEUP, 2016)
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Salientamos agora algumas das empresas que, nos anos letivos de 2014/2015 e
2015/2016, colaboram com a FEUP, tanto na realização de eventos, bem como em projetos
de média/longa duração:
2. Algumas das empresas parceiras da FEUP (FEUP, 2016)
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3.6. Testemunhos de alunos
Um dos indicadores mais fiáveis sobre a adaptação de um curso às exigências do
mercado de trabalho atual são os testemunhos dos alunos. São estes que, por já terem
saído do MIEIC e enfrentado as dificuldades da procura do primeiro emprego na área de
formação, conseguem da melhor forma avaliar a adequação do curso e das respetivas áreas
científicas aos interesses dos que estão a empregar e a preparação ou a falta da mesma
que levam do instituto de ensino.
Deste modo, para melhor conseguirmos alcançar os objetivos do trabalho que nos foi
proposto, decidimos entrevistar o Engenheiro Ramiro Marques, um antigo estudante de
Informática e assistir às gravações das Jornadas dos 20 anos da Engenharia Informática e
Computação, onde diversos antigos alunos do LEIC e do MIEIC partilharam a respetiva
experiência.
O Engenheiro Ramiro Marques fez o seu estágio na SONAE, onde ainda trabalha.
Afirma ter–se afastado da área de formação com o avanço da carreira. Assim, apesar de
continuar a desenvolver software o seu trabalho atual é mais parecido com um de gestor do
que de programador. E não é o único – os engenheiros Bárbara Costa, Marco Sousa e João
Paredes também são exemplos de alunos do LEIC que têm uma carreira sucedida afastada
da área de formação, mas como consequência desta, como testemunharam nas Jornadas
dos 20 anos de Engenharia Informática e Computação .
Quando questionado sobre as dificuldades com que se deparou ao ingressar no
mercado de trabalho, o Eng. Ramiro Marques, assegura-nos que foram inexistentes - a
transição da vida de estudante para a de trabalhador foi suave e a mudança de linguagem
de programação para uma muito diferente da qual tinha trabalhado foi um impedimento
resolvido em pouco tempo. Sobre este assunto, a Engenheira Filipa Moura, também antiga
aluno do curso, nas Jornadas dos 20 anos de Engenharia Informática e Computação afirma
que neste não ensinam tudo, mas instruem sobre métodos, formas de raciocínio, percepção
e resolução.
(FEUP, 2016)
Relativamente às áreas com mais interesse a nível profissional atualmente, o antigo
aluno por nós entrevistado destaca a segurança e o Big Data , nomeadamente nas soluções
de mobilidade e combinação de horários, em aplicações móveis.
Concluiu a entrevista informando-nos que “grande parte dos nossos estagiários (da
SONAE) são saídos da FEUP. No entanto, há de tudo em todo o lado, tudo depende da
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dedicação de cada um e do trabalho que desenvolvem.”
3.7. Testemunhos de empresas
Tal como o testemunho dos alunos, o das empresas responsáveis pelos primeiros
cargos remunerados dos graduados do MIEIC é de extrema relevância para apurar a
adequação da preparação dos estudantes ao mercado de trabalho e, consequentemente, a
pertinência das áreas do curso.
Francisco Almada Lobo, CEO da Critical Manufacturing caracteriza o MIEIC como um
curso com uma formação académica distinta e notável, afirmando que o facto de a maioria
dos empregados da empresa em questão serem graduados da FEUP permite “estar sempre
na vanguarda da tecnologia e negócios.”
Nuno Cordeiro, Head of Deloitte Digital, afirma que os alunos do curso já referido estão
perfeitamente habilitados, tanto em termos técnicos como humanos, para trabalhar num
mundo em constante evolução, nomeadamente na área das tecnologias. Deste modo,
permitem a constante evolução da empresa.
Cipriano Sousa, CTO da Farfetch, louva a parceria e a cooperação existente entre a
Farfetch e a FEUP visto que destas têm resultado colaborações com graduados do MIEIC
“que se revelam importantes recursos para a empresa, acrescentando valor a todos os
(seus) projetos”. Acrescenta ainda que se mostra muito interessada em continuar a realizar
projetos com o MIEIC, a FEUP e a Universidade do Porto.
Para além destes testemunhos, é necessário realçar o recrutamento frequente pela
Microsoft Dinamarca de alunos da FEUP, caracterizando-os como inovadores, criativos,
habilitados, com paixão – tudo “características para virem a ser excelentes profissionais”.
(FEUP, 2016)
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4. Conclusões
A elaboração deste relatório permitiu a aquisição de um conhecimento mais
aprofundado do MIEIC, nomeadamente sobre as áreas abordadas, a estrutura do curso, a
sua adequação ao mercado de trabalho da atualidade e a sua credibilidade no estrangeiro.
Com o presente relatório conclui-se que o MIEIC é um curso que abrange um conjunto
amplo de áreas valorizadas pela indústria, tal como, Engenharia de Software,
Desenvolvimento Web e Mobile, Sistemas de Informação, Sistemas Inteligentes, Multimédia,
Redes, entre outros. Deste modo, permite aos estudantes uma área no seu interesse, na
qual estarão muito bem preparados para cargos de interesse de um engenheiro de
profissão.
Adicionalmente, estabelecendo uma comparação com as áreas da Engenharia
Informática em geral, conclui-se facilmente a sua adequação ao mercado de trabalho atual.
Salienta-se a formação em Sistemas e Tecnologias de Informação que permite o trabalho
em Big Data, que é cada vez mais procurado.
Para além disso, o MIEIC proporciona aos alunos uma vasta formação não só em
termos académicos, como também de gestão, social e empreendedorismo. Adicionalmente,
é pertinente sublinhar que a formação sólida em bases científicas e de engenharia facilita a
interação dos estudantes com profissionais de outras áreas de engenharia.
Perante os testemunhos de antigos alunos do MIEIC e de empresas de renome que
trabalham com graduados do mesmo, infere-se não só a credibilidade deste a nível nacional
e internacional, mas também a apropriação do MIEIC na formação de futuros profissionais.
Tanto a ausência de grandes dificuldades na entrada para o mercado de trabalho como a
desempregabilidade extremamente reduzida são consequências quer da distinta formação
que é proporcionada aos estudantes do MIEIC, bem como da procura cada vez maior de
engenheiros informáticos. Os recém-graduados do MIEIC detêm, por um lado,
conhecimentos técnicos que lhes permitem realizar eficazmente qualquer tipo de trabalho,
mesmo que as circunstâncias lhes sejam inéditas, e, por outro lado, competências humanas
e sociais, podendo tornar-se gestores de equipas ou mesmo de empresas.
Deste modo, infere-se que o MIEIC é um curso muito bem adaptado às necessidades do
mercado de trabalho, devendo continuar atento à evolução deste para com este e evoluir e
manter a notável formação que proporciona.
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5. Referências bibliográficas
FEUP. 2013. “FEUP - Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação”.
Última atualização: 19 de novembro de 2013.
https://sigarra.up.pt/feup/pt/cur_geral.cur_view?pv_curso_id=742&pv_ano_lectivo=2016
FEUP. 2016. “FEUP - Careerfair 2016”. Data de acesso: 20 de outubro de 2016.
https://paginas.fe.up.pt/~careerf16/
FEUP. 2016. “Lista de Parceiros | Mestrado Integrado em Engenharia Informática e
Computação”. Data de acesso: 20 de outubro de 2016.
https://web.fe.up.pt/~dei/mieic/pt/empresas/
FEUP. 2016. “Formas de Colaboração | Mestrado Integrado em Engenharia Informática e
Computação”. Data de acesso: 20 de outubro de 2016.
https://web.fe.up.pt/~dei/mieic/pt/formas-de-colaboracao/
FEUP. 2014. “Programa | Jornadas dos 20 Anos Engenharia Informática e Computação”.
Data de acesso: 17 de outubro de 2016.
https://paginas.fe.up.pt/~eic20anos/programa/
FEUP. 2016. “Testemunhos | Licenciaturas e Mestrados”. Última atualização: 02 de
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https://sigarra.up.pt/feup/pt/web_base.gera_pagina?p_pagina=21463
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DGEEC. 2016. “Dados e Estatísticas de Cursos Superiores”. Data de acesso: 22 de outubro
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João Pascoal Faria, João Canas Ferreira, Raul Moreira Vidal. 2016. “Informações e
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https://sigarra.up.pt/feup/pt/conteudos_geral.ver?pct_pag_id=251363&pct_parametros=pv_c
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