AS JUVENTUDES ESCOLARES E SUAS TRIBOS JUVENIS: UMA SAÍDA AOS
TRILHOS DA VIDA COMUM
Deane Monteiro Vieira Costa1
Ifes/ Campus Venda Nova do Imigrante
RESUMO:
Este trabalho é resultado do projeto de pesquisa do Núcleo de Estudos sobre Trabalho,
Educação e Juventudes (NETEJUV) que está sediado no Instituto Federal do Espírito Santo
(IFES) / Campus Venda Nova do Imigrante (VNI), na linha de pesquisa “Escola, culturas
juvenis e sociabilidades”. É desenvolvido pelos professores e alunos pesquisadores. O olhar se
voltou sobre as práticas juvenis construídas no cotidiano escolar. O intuito desta pesquisa é
buscar, nos depoimentos desses/as jovens alunos/as, elementos que permitam entender as novas
necessidades desses sujeitos diante do universo escolar. Para isso, investigamos dimensões
juvenis geralmente negligenciadas no ambiente escolar, como: o lazer, a diversão, o tempo
livre, o homoerotismo, o espaço não tutelado pelo adulto, a experimentação dos
relacionamentos grupais e os sentidos estéticos de identificação, que refutam a ideia de uma
juventude homogênea. Concluímos que, além do aprendizado, os jovens desejam frequentar
uma escola que valorize a sociabilidade, o encontro, pois, mesmo reconhecendo a oportunidade
de se credenciarem para o mundo do trabalho por meio da escola, não admitem a forma como
muitas vezes acontecem as práticas pedagógicas.
Palavras-chave: Juventudes. Tribos juvenis.
INTRODUÇÃO:
A moda é jovem: o cinema e a publicidade dirigem-se prioritariamente
ao público de quinze-vinte anos; as mil rádios livres cantam, quase
sobre o mesmo fundo de guitarra a felicidade de acabar com a conversa.
E a caça ao envelhecido está aberta: enquanto há menos de um século,
(...) os jornais recomendavam produtos para acelerar o crescimento da
barba, e os jovens médicos recém-saídos da faculdade encarregavam-
se de adquirir uma ligeira barriga e carregavam os seus narizes de
óculos com armações de ouro, mesmo que a sua vista fosse perfeita, e
tudo isso para dar aos seus pacientes a impressão de que tinha
experiência – nos nossos dias, a juventude constituiu o imperativo
categórico de todas as gerações.
1Doutora em Educação e coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Trabalho, Educação e Juventudes (NETEJUV)
que está sediado no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) / Campus Venda Nova do Imigrante (VNI). Contamos
com a participação de alunos bolsistas nas transcrições das entrevistas realizadas com os grupos focais, durante a
realização da pesquisa: Lara Neves Secchin, Júlia dos Santos Lima Sobreiro e Lucas Vasconcellos Roncette.
Alain Finkielkraut
A partir da leitura desse trecho de Alain Finkielkraut (1988), filósofo francês que analisa
os “estragos” da modernidade e a fragilização do meio social, é possível compreender que a
jovialidade está cada vez mais inclinada a transcender as faixas etárias e invocar como a mais
bela idade da vida, o que justifica o consumo de objetos que dão uma permanência ao espírito
da eterna juventude (COSTA, 2003, p. 122).
O que isso parece indicar? Inicialmente, torna-se necessário considerar que a juventude
é uma construção social, histórica e cultural. Significa dizer que existe “[...] uma juventude
pobre, rica, indígena, negra, popular, nordestina ..., que ultrapassa os limites etários e celebra
diferentes modos de sentir, pensar, dançar e de atuar no mundo” (COSTA, 2005, 49). Sendo
assim, a ideia de jovem é construída social e culturalmente e, portanto, a cada contexto
histórico, econômico, cultural e social são construídas novas concepções de jovem ou de uma
juventude. Como afirma Levi & Schmitt,
A juventude como construção social: em nenhum lugar, em nenhum momento da
história, a juventude poderia ser exclusivamente biológica ou jurídica. Sempre e em
todos os lugares, ela é investida também de outros símbolos e de outros valores. De
um contexto a outro, de uma época a outra, os jovens desenvolvem outras funções e
logram seu estatuto definidor de fontes diferentes: da cidade ou do campo, do castelo
feudal ou da fábrica do século XIX, da organização do campagnonnage no ancién
régime ou na cidade antiga (1996, p.14).
Sabendo disso, pergunta-se: quais os significados da escola para os jovens, tendo como
referência suas percepções sobre a relação que se estabelece, em especial com os seus pares? A
questão central parte das seguintes problematizações: De que forma o mundo juvenil está
presente na escola? Que experiências juvenis ocorriam no interior do mundo escolar? A busca
da compreensão da construção simbólica dessas expressões juvenis orientou as análises dessa
pesquisa.
Segundo Costa (2005, p.12):
Pode-se conceber a escola como a instituição da transmissão, por meio dos conteúdos
curriculares e pela própria relação pedagógica, de princípios fundamentais, normas e
valores gerais da sociedade, além do conhecimento acumulado nos campos das
ciências e das artes, ou seja, como a instituição encarregada da conservação e da
transmissão de uma cultura legítima. [...] seja como instituição transmissora da
herança cultural (para alguns, elitista e excludente; para outros, detentora de um
potencial de libertação e emancipação), [...] o fato é que há um esvaziamento de suas
funções tradicionais, creio que a escola vem tentando se manter como organização
mediante estabelecimento de regras, normas, procedimentos legais e burocráticos que
visam a regular o funcionamento do sistema. Alheia à existência de qualquer projeto
educativo, objetivos ou conteúdo, a regulação da organização parece ser o último
recurso na tentativa de mantê-la em pé.
A hipótese deste trabalho coincide com a da minha pesquisa de mestrado, intitulada
“Escola e juventude: encontros e desencontros” (2005), e evidencia que a socialização dos
jovens alunos tem ocorrido no âmbito da regulação do sistema educacional, com as lacunas
deixadas pela organização escolar, nos intervalos entre uma aula e outra, no recreio e nas
ausências dos (as) professores (as).
Desse modo, os jovens atribuem à escola outra função que se tornou bem evidente
durante a nossa pesquisa: a função de sociabilidade, entendida como um conjunto de relações
significativas, sem interesses específicos a priori e que destaca esse espaço como um lugar para
o encontro com os amigos, para as brincadeiras e para o namoro.
Além disso, ao se defrontarem com as normas e regras, estes desenvolvem estratégias
para identificar vantagens e desvantagens, locais permissivos e vigiados, como marcos de uma
relação essencialmente instrumental com a escola (COSTA, 2005).
Com o intuito de verificar a validade de tais questões, vivenciei de maneira intensa o
dia a dia da escola. Agora, no papel de pesquisadora, pude perceber o jovem como sujeito que
não está apenas limitado à instituição escolar e essa constatação vai ao encontro de estudos que
estão “voltados para a consideração dos próprios jovens e suas experiências, suas percepções,
formas de sociabilidade e atuação” (ABRAMO, 1994, p.25).
O texto foi dividido em quatro partes. Na primeira, buscou-se apresentar as referências
teóricas, a saber: Maffesoli (1987), Magnani (2004) e Pais (2004), a fim de se discutir as novas
formas de grupalismo na sociedade contemporânea, tomando a noção de “tribo urbana”. Depois
dessa exposição, são apresentados a instituição escolar pesquisada (Ifes/campus de VNI) e os
sujeitos da pesquisa. Na terceira seção, analisam-se as tribos dessa instituição. E, por fim,
discute-se o cenário escolar e os seus vários significados tecidos pelos seus jovens alunos.
1. A PESQUISA E SEUS APORTES TEÓRICO-METODOLÓGICOS
Esta pesquisa caracterizou-se como qualitativa, uma vez que foram realizadas
observações diretas e indiretas, procurando interpretar os significados que os indivíduos dão as
suas ações, no meio em que constroem suas vidas e suas relações. Também foram realizados
contatos com alunos, professoras, corpo técnico e funcionários.
Segundo Lüdke& André (1986, p.26):
Tanto quanto a entrevista, a observação ocupa um lugar privilegiado nas novas
abordagens de pesquisa educacional. Usada como o principal método de investigação
ou associada a outras técnicas de coleta, a observação possibilita um contato pessoal
e estreito do pesquisador com o fenômeno pesquisado, o que apresenta uma série de
vantagens. Em primeiro lugar, a experiência direta é sem dúvida o melhor teste de
verificação da ocorrência de um determinado fenômeno. “Ver para crer “, diz o ditado
popular.
Dentre as várias formas em que uma pesquisa qualitativa pode ser desenvolvida, a
etnografia se apresenta como a possibilidade para a investigação da realidade cotidiana da
escola que melhor atende aos anseios deste estudo. Essa abordagem antropológica na educação
convida o exercício da crítica cultural, trazendo à nossa visão os significados sociais que grupos
diversos manifestam em situações semelhantes e, sobretudo, complexifica a visão do próprio
ato educativo (Dauster, 2001).
Esse princípio da relativização consiste no “descentramento da sociedade do
observador, colocando o eixo de referência no universo investigado” (DAUSTER, 2001). Isso
significa que por intermédio de um “olhar” relativizador, o pesquisador busca o “outro”,
admitindo lógicas diferentes das suas de conceber e organizar o mundo, permitindo que a
interpretação de um fenômeno educativo se aproxime de um conhecimento sobre os alunos e
sua cultura.
Essas questões foram e têm sido categóricas para analisar os significados dados pelos
jovens ao processo de escolarização. Como já foi dito, os jovens atribuem à escola outra função
que se tornou bem evidente durante a nossa pesquisa – a função de sociabilidade, entendida
como um conjunto de relações significativas, sem interesses específicos a priori e que destaca
esse espaço como um lugar para o encontro com os amigos, para as brincadeiras e para o
namoro. Essas vivências são recriadas, por exemplo, nas lacunas deixadas pela organização
escolar, nos intervalos entre uma aula e outra, no recreio e nas ausências dos professores.
Depois dessa interpretação, o passo seguinte foi definir o referencial teórico que pudesse
discutir essa análise dos dados coletados e a instituição escolar. Interessa, de maneira especial,
o modo como Maffesoli (1987), Magnani (2004) e Pais (2004) percebem a prevalência da forma
e da estética na organização das relações sociais na sociedade contemporânea. O surgimento de
novas formas de grupalismo para além das formas instituídas que se apoia num paradoxo
essencial:
O vaivém constante que se estabelece entre a massificação crescente e o
desenvolvimento dos microgrupos que chamarei “tribos”. Trata-se da tensão
fundadora que me parece caracterizar a socialidade deste fim de século. A massa, ou
o povo, diferentemente de proletariado ou de outras classes, não se apoiam numa
lógica da identidade. Sem um fio preciso, elas não são os sujeitos de uma história em
marcha. A metáfora da tribo, por sua vez, permite dar conta do processo de
desindividualização, da saturação da função que lhe é inerente, e da valorização do
papel que cada pessoa (persona) é chamada a representar dentro dela. Claro está que,
com as massas em permanente agitação, as tribos, que nelas se cristalizam, tampouco
são estáveis. As pessoas que compõem essas tribos podem evoluir de uma para outra
(MAFFESOLI,1987, p.08-09).
Ainda de acordo com o autor, ao mesmo tempo que a desumanização, o
desencantamento e a solidão marcam esse novo século, novas redes de solidariedade se
constroem em torno da ordem de fusão. Diferentemente da ordem política que privilegia os
indivíduos e suas associações contratuais e racionais, a ordem de fusão vai acentuar a dimensão
afetiva e sensível.
Com efeito, tribo é um elemento de composição de palavras que exprime a ideia de atrito
(do grego tribé), isto é, a resistência de corpos que se opõem quando se confrontam. Essa
dimensão de resistência grupal, substantivamente ligada à ideia de atrito, encontra-se presente
no fenômeno das tribos urbanas. Contudo, o termo tribo, quando associada à figura juvenil,
muitas vezes tem sido comparado às condutas confrontativas, exóticas, desalinhadas e violentas
(PAIS, 2004, p.04).
2. A ESCOLA E OS SEUS SUJEITOS DA PESQUISA
O Ifes/campus de VNI iniciou suas atividades letivas em março de 2010, oferecendo
cursos técnicos integrados ao ensino médio, concomitantes e Proeja (Programa Nacional de
Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de
Jovens e Adultos), pertencentes aos eixos tecnológicos gestão e negócios e produção
alimentícias (FEITOSA, 2013). Atualmente, os cursos técnicos do ensino médio são integrados
e em tempo integral, e salienta-se uma expansão considerável na oferta de vagas de nível médio
na região.
O instituto está localizado num município de colonização predominantemente italiana,
com vocação econômica regional e local para a agroindústria e turismo. Atende a um público
juvenil oriundo de diversos segmentos socioeconômicos e de outros municípios. A escola
possui prestígio diante das outras escolas estaduais da região, isso faz com que a maioria desses
jovens deixe suas cidades e venha para o Ifes, em busca de uma escola de ensino médio com
melhores condições de infraestrutura e qualidade de ensino.
Foram sujeitos da pesquisa: alunos/as, professores/as, corpo técnico e funcionários da
escola pesquisada. Entretanto, os sujeitos mais diretamente investigados foram os jovens alunos
na faixa etária entre 14 e 18 anos.
Tendo optado pela pesquisa qualitativa, do tipo etnográfico, foi necessário na coleta dos
dados de campo lançar mão de instrumentos como: observação, entrevistas, consulta à
documentação e depoimentos, que permitissem captar a manifestação juvenil no interior da
escolar. As entrevistas foram realizadas por meio de seis grupos focais mistos. A escolha dos
(as) alunos (as) que participaram do grupo focal aconteceu por meio da observação, que
identificou os grupos formados na escola. Castro et al (2001, p.34) caracterizam o grupo focal
como:
[...] um processo no qual os membros do grupo narram e discutem visões e valores
sobre eles próprios e o mundo que os rodeia. Frequentemente usado nas ciências
sociais para buscar uma resposta ao “porquê” e “como” dos comportamentos, o grupo
focal tem-se revelado uma estratégia privilegiada para o entendimento de atitudes,
crenças e valores de um grupo ou de uma comunidade relacionada aos aspectos
específicos que se pesquisam.
Os grupos focais mostraram-se como momentos fecundos para o aprofundamento de
questões “não entendidas“ durante a observação. Após a transcrição feita pelos alunos
bolsistas, e leitura das entrevistas, realizei a análise temática e destaquei os depoimentos que
ressaltavam a positividade do agir e do falar desses/as jovens alunos/as e até mesmo o silêncio
em que transbordava muitas de suas percepções.
De acordo com Feitosa (2013), os cursos oferecidos pelo Ifes/VNI estão em consonância
com a vocação econômica regional e local, o que permitiu afirmar que havia a possibilidade de
fixação de egressos2 dos cursos na região. No entanto, esta investigação aponta um desencontro
nos currículos técnicos ofertados com os desejos dos jovens alunos:
As matérias técnicas não me interessam pois optei por Agro pela falta de
opções (Aslan3, 16 anos, 3º ano).
Eu não me identifico com as matérias técnicas do Ifes, e para mim elas são um
problema, uma vez que requerem um esforço que poderia ser aplicado em
outras disciplinas (Caçador de Sonhos, 16 anos, 3º ano).
Eu não pretendo seguir carreira na área da Agroindústria, pois não me
identifico (Tina, 16 anos, 3º ano).
Não vou seguir essa área, mas como vou fazer Gastronomia, tem um pouco de
relação. Seria interessante se tivesse essa opção aqui, mas não faria meu curso
superior em VNI (Spiderman, 16 anos, 3º ano).
Não vou seguir a carreira em Agroindústria [...], pretendo fazer medicina
(Manu, 18 anos, 3º ano).
Não pretendo seguir no curso de Agroindústria, pois não tem nada a ver com
o curso que quero, que é Direito, se o Ifes o oferecesse eu não iria querer, pois
quero sair de VNI e nada melhor do que uma faculdade, o horário não importa,
não quero trabalhar agora, quero aproveitar, fazer o que quero antes de ter uma
vida de trabalho (Leca, 17 anos, 3º ano).
Não penso seguir como técnico em Agroindústria. Pretendo, antes dos 25,
pegar minha herança e sair de Venda Nova [...] (Pensador, 18 anos, 3º ano).
Não vou seguir no ramo de Agroindústria, pois gosto mais de Sociologia e
Filosofia. Irei cursar à noite pois vou trabalhar de manhã e à tarde (Chico
Buarque, 18 anos, 3º ano).
Esse desencontro no currículo técnico/profissional da escola com os anseios dos jovens
alunos são sentidos quando eles reclamam da redução da carga horária das disciplinas da
educação básica em relação às aulas específicas do curso, o que, para eles, pode acarretar um
baixo rendimento no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Esse olhar dos estudantes é produzido pela ausência da integração sistematizada do
programa escolar com os conhecimentos humanos, a ciência, a tecnologia e a cultura. Além
2 No detalhamento do Plano de Desenvolvimento Institucional do Ifes/VNI de 2014, foi apontado a necessidade
de uma política interna de acompanhamento dos egressos do ensino médio.
3 Todos os nomes foram dados pelos entrevistados em forma de pseudônimo, para preservar a privacidade e
confidencialidade dos sujeitos pesquisados.
disso, o trabalho humano deveria ser abordado ao longo do ensino médio, como um princípio
educativo. Pois,
[...] o ato de agir sobre a natureza transformando-a em função das necessidades
humanas é o que conhecemos sob o nome de trabalho. Podemos, pois, dizer
que a essência do homem é o trabalho. A essência humana não é, então, dada
ao homem; não é uma dádiva divina ou natural; não é algo que precede a
existência do homem. Ao contrário, a essência humana é produzida pelos
próprios homens. O que o homem é, é-o pelo trabalho. A essência do homem
é um feito humano. É um trabalho que se desenvolve, se aprofunda e se
complexifica ao longo do tempo: é um processo histórico (SAVIANI, 2006,
p.3).
A lacuna desses sentidos na escola pesquisada ganha para a produção dos significados
utilitaristas na vida desses jovens estudantes, inclusive na constituição de seus grupos, é o que
será discutido a seguir.
3. AS TRIBOS JUVENIS DO IFES/VNI
Os jovens pesquisados na escola constituem suas formas associativas de acordo com as
escolhas que lhes são significativas, ou seja, alguns inclinam-se para os grupos excluídos da
escola como jovens, outros em torno da exclusão como alunos e outros partem para o encontro
de seus grupos para além dos muros da escola.
3.1 A TRIBO MEDALHISTA
A tribo Medalhista é formada por 03 componentes, do gênero masculino, situados na
faixa etária de 15 anos, estudam na mesma turma do 1º ano do Ensino Médio do Ifes/VNI.
Todos oriundos de escolas públicas da região, e curiosamente desde a 5ª série (6º ano) do Ensino
Fundamental estudam na mesma sala de aula. São considerados pela turma e pelos professores
como alunos dedicados e com um “futuro garantido”.
Dos 03 componentes, 02 (Medalhista 1 e Medalhista 3) participam da OBMEP
(Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). O Medalhista 1 já recebeu medalha
de ouro no ano de 2013. Em seus depoimentos, é comum a referência ao tempo/espaço escolar
[...] as pessoas dizem que eu sou um aluno com iniciativa e tal é, dedicado, é,
e ao meu ver eu tento me esforçar um pouco, sempre fazendo o que os
professores pedem, e eu tento sempre buscar o que gosto mais é, sempre fazer,
me dedicar mais na disciplina que eu gosto mais e procuro fazer da, do ensino,
algo legal, algo que não seja chato de se aprender, tento sempre brincar,
descontrair, é, sou esse jeito, meio espontâneo (Medalhista 3, 15 anos, 1º ano).
E a primeira vez que eles estudam numa escola de tempo integral. Fazem críticas que deveriam
ser ouvidas pela direção da escola, equipe técnica e pelos docentes.
[...] porque o tempo integral ele é pensado para os alunos ficarem mais tempo
na escola para desenvolverem suas atividades, o problema é que foi feito uma
má organização. [...] porque a gente fica muitas horas no dia na escola e as
atividades que os professores elaboraram não eram compatíveis com a nossa
disponibilidade de tempo (Medalhista 3, 15 anos, 1º ano).
[...] acho que toda a sala já passou pelo menos pelo sofrimento de tantas
atividades e provas para estudar em casa. [...] eu acho que, durante o ano todo,
alguém já passou pelo menos um mês [...] de noites mal dormidas [...], por
causa de trabalhos, atividades, provas, que, que são exageradas e,
principalmente, as atividades que são exageradas e pelo fato da gente ficar aqui
até mais tarde a gente tem um tempo menor pra realizar essas atividades e
trabalhos é fora da sala (Medalhista 1, 15 anos, 1º ano).
Tais julgamentos vão ao encontro de pesquisadores da área (Moll, et al, 2012) que
alertam para os riscos de uma educação integral de baixa potência perder os seus sentidos
humanizadores, na medida em que os alunos são confinados em um turno extra sem a existência
de currículos voltados para os saberes da vida. A respeito do futuro dos medalhistas. Ambos se
preocupam com o porvir e afirmam que vão fazer curso superior, depois de concluírem o ensino
médio.
[...] pretendo pelo menos, está estável economicamente daqui dez anos. [...]
passar pelo ensino médio, pela graduação, pela especialização, mas eu
pretendo, tipo, ter um trabalho [...] que eu possa me sustentar, e, não sei, se eu
pretendo [...] constituir uma família. Mas eu desejo [...] viajar bastante
(Medalhista 1, 15 anos, 1º ano).
Desse modo, para a tribo Medalhista o valor da escolarização passa pela dimensão
instrumental. A sessão de entrevista com essa tribo revelou que esses jovens justificam sua
presença na escola porque querem mudar de vida, fazer cursos e “serem alguém na vida”, termo
usado para definir uma pessoa bem-sucedida no contexto atual.
3.2 A TRIBO CATS
A tribo Cats é formada por 04 componentes, do gênero feminino, situados na faixa etária
de 15 anos, estudam na mesma turma do 1º ano do Ensino Médio do Ifes/VNI. Todas oriundas
de escolas privadas das regiões próximas ao Instituto. Gostam de festas, de moda, de
maquiagens e de serem consideradas as “gatinhas” da turma nas redes sociais. Há uma relação
íntima entre o cotidiano e o tempo livre individual com o encontro da tribo.
De acordo com as observações feitas na entrevista e em sala de aula, a integrante Cat 4,
sempre “toma a frente” de tudo, sendo vista por todas da tribo, como a líder do grupo. Ela
parece não ter vergonha e se porta com certa indiferença ao que os outros pensam, porém
sempre aparece em seu discurso uma preocupação constante com a sua imagem social.
Pesquisadora: Defina que jovem você é. Quem você é?
Cat 4:[...] Olha, eu não sei (risos) realmente quem eu sou, não sei definir, mais
as pessoas falam que eu sou engraçada, aliás, muitas pessoas falam que eu sou
engraçada, gente boa, mas também tem quem fala que eu sou antipática,
arrogante, ignorante e a maioria das pessoas acham isso. (Risos)
Cat 4: Que eu sou antipática e ignorante.
Pesquisadora: Antipática e ignorante. Mas você acredita nisso assim? Que
você é antipática e ignorante?
Cat 4: Às vezes. Às vezes eu sou mesmo. E as, as pessoas falam que eu sou
falsa. E às vezes eu sou falsa mesmo.
Percebe-se que os constrangimentos vividos pelas componentes da tribo permitiram a
plasticidade e a formação desse agrupamento:
Pesquisadora: Então se vocês estivessem individualmente numa sala, vocês
seriam mais fracas?!
Todas: Sim.
Pesquisadora: Como grupo?
Cat 4: Com certeza.
Todas: Sim.
Diferentemente da tribo Medalhista, não há uma preocupação constante com a formação
acadêmica depois da conclusão do ensino médio, por parte dessas jovens. O que permanece é
o desejo do namoro, da “curtição”, da sexualidade e das amizades.
3.3 A TRIBO ENGAJADOS
A tribo Engajados é formada por 06 componentes4, 3 do gênero feminino e 03 do
masculino, situados na faixa etária de 15 e 18 anos, estudam em turmas diferenciadas do Ensino
Médio do Ifes/VNI. A maioria deles são provenientes de escolas públicas de suas cidades de
4 Só participaram do grupo focal, três componentes. Os demais estavam envolvidos com as atividades do grêmio
estudantil.
origem, passaram no Ifes por meio das políticas de cotas e todos dependem da assistência
estudantil5 do Instituto para dar continuidade aos seus estudos.
Muitos desses aspectos os agregam, no entanto, o que de fato os uniu foi o desejo de
participação política no espaço escolar. Para isso, organizaram um grêmio, em agosto de 2014.
O grêmio estudantil Áurea Eliza – homenagem ao nome de uma das vítimas de desaparecimento
forçado durante a Operação Marajoara, no Araguaia, em 1973 – tem se envolvido em questões
internas do instituto como: educação profissional em tempo integral, elaboração de
programação para atender os calouros, participação em jornadas e também nas discussões de
caráter nacional que lutavam pelo fim da redução da maioridade penal.
Num texto escrito pela presidenta6 do grêmio, também componente dessa tribo, é
defendido que:
[...] o grêmio é a voz do estudante dentro de uma instituição, por isso deve ter
o máximo de representatividade em sua diretoria, e prezamos por isso em nossa
entidade. É de extrema importância o mantimento de uma boa comunicação
com a escola, visando a buscar a solução das demandas dos estudantes.
Nosso grêmio possui 13 cargos, ocupados por estudantes de todos os turnos e
séries. Cada diretor do grêmio possui funções, que estão especificadas no
estatuto do mesmo, apesar de haver a discriminação de cada cargo procuramos
sempre trabalhar em equipe, mantendo a organização.
Atualmente possuímos uma sede localizada em uma pequena sala cedida pela
instituição, que é o local em que nos reunimos e organizamos, além de abrigar
toda a documentação e pertences da entidade.
Os componentes da tribo Engajados, durante a semana não moram mais com os pais,
mas, em repúblicas com colegas de outras turmas do Ifes e um dos componentes mora com tios
em Venda Nova do Imigrante. A respeito dessa experiência de morar longe dos pais, eles
afirmam ser positiva, libertária e enriquecedora para o desenvolvimento pessoal de cada um.
Engajada 1: Para mim, foi uma experiência nova assim. Eu gostei muito da
experiência, porque eu gosto assim, dessa questão de independência assim, de
não depender dos pais para fazer alguma coisa, porque quando você mora
sozinho cê tem que fazer suas coisas por sua conta. Então eu gostei muito da
experiência, eu tô gostando e acredito que eu vou continuar tendo essa
experiência porque na graduação penso que vai ser da mesma forma, né, que
5 Trata-se de uma política com diversos programas que atendem prioritariamente a situação socioeconômica dos
discentes de baixa renda, a saber: auxílio transporte, auxílio alimentação, auxílio didático e uniforme, auxílio
moradia e auxílio financeiro. Os recursos para cada programa dependem do orçamento para a Assistência
Estudantil. Para isso, é feita uma avaliação por um profissional de Serviço Social. 6Termo utilizado pela estudante em referência à presidenta da república, Dilma Rousseff.
eu pretendo ir pra outro estado, então penso que vai continuar assim. Eu gostei
bastante da experiência de morar sozinha.
A respeito de suas características individuais, foi destacado por cada um deles as que
são mais necessárias na rotina política de um grêmio juntos aos estudantes, corpo docente e
direção da escola.
Engajado 2: Espontâneo, social, sociável, [...] engajado.
Engajada 1: Eu acho que eu posso me definir também como uma pessoa
sociável, assim, comunicativa, eu sou uma pessoa que gosta né, de falar (risos).
E como dedicada, eu me considero uma pessoa dedicada ao que eu é [...]decido
fazer assim, eu costumo me dedicar bastante assim.
Engajada 3: Eu sou uma pessoa dedicada também, aquilo que eu quero fazer
eu corro atrás e faço, porque eu tinha o desejo de vim para cá, me dediquei e
vim, literalmente vim com a cara e com a coragem. É [...] (risos), acho que é
isso.
Sobre suas famílias, eles contam mais fatos cotidianos com conflitos e apresentam outros
arranjos familiares que desejam constituir, apontando as falhas vivenciadas em seus lares:
Engajado 2: [...] eu tenho uma irmã mais velha que já se formou no curso
superior, já trabalha, casada e está grávida. Aí ficam lá em Vargem Alta só
meu pai e minha mãe. A minha relação com a minha mãe é muito boa, apesar
de às vezes a gente se estranhar um pouco. Com o meu pai já foi pior, mas não
agora, né, porque nossas ideias entram em conflito, porque eu não...não gosto
das coisas que ele faz, mas já foi pior, no auge da minha rebeldia adolescente.
Tudo bem, tenho quase dezoito anos, mais por volta dos treze, quatorze, meu
Deus! Nem eu me aguentava. Eu brigava com todo mundo, porque eu ainda
morava com os meus pais e eu comecei a mudar depois que eu vim para cá,
depois que eu conheci o mundo de fato. Então eu brigava com todo mundo, eu
não queria fazer nada dentro de casa, então era um caos. Mas agora já
está...está na paz.
[..]é ... hoje, vejo que nasci homossexual. Sempre, assim, desde que eu percebi
a diferença entre menino e menina, eu sentia algo diferente pelos meninos que
os meninos não sentiam um pelo outro, um pelos outros, mas eu sentia essa
coisa diferente, é... até quando eu entrei na adolescência, eu descobri que isso
era desejo, mas até então só ficava no viés do desejo, quanto a...as paixõezinhas
de criança, eram por meninas até porque a sociedade condicionava isso. Aos
treze anos, é...eu assumi a minha orientação sexual pra mim mesmo. Eu refleti
e falei assim: “Estou gostando de um menino e sinto atração sexual também
por um menino, então sou homossexual”. E ficou...eu fiquei nesse...nessa
construção por um ano, enquanto eu morava ainda na cidade dos meu pais, que
só minhas amigas...eu sempre tive apenas amigas, desde que eu me entendo
por gente, então eu conversava com as minhas amigas, aos catorze anos eu vim
morar em Venda Nova, cheguei aqui sem medo nenhum, é...e coloque minha
cara a tapa literalmente, porque ela foi bem é...estapeada (risos), é...não só pela
vida, mas pelas pessoas também. Então, a...esse ano, até o final de 2012, é...eu
me construí com uma sociedade, no final de 2012, aos plenos...com quinze
anos eu conversei com a minha mãe, foi um final de semana é...na angústia até
que, quando eu estava saindo de casa pra voltar pra Venda Nova, eu não tinha
coragem de falar, eu digitei no celular, “Mãe, eu gosto de meninos”, ela leu e
teve uma reação que eu já esperava. “Meu filho, reza e pede a Deus que isso
vai passar”, ok, é...até hoje não passou e também creio eu que não vai passar
(risos), mas depois de que eu contei pros meus pais, o clima na minha casa
ficou super estranho, meu pai que sempre teve problemas de saúde, ficou pior,
teve depressão, ainda tem, e...mas agora eu tô bem com eles, se eles aceitam
ou não, pra mim já não faz diferença, porque a minha parte, o que eu sentia
que deveria fazer, era de colocá-los a par da situação, isso eu fiz, agora o resto
é com eles. É... Com o resto da minha família, os que me interessam, é...são
super tranquilos, agora os outros, tanto faz. E com a sociedade é...eu tenho uma
relação muito boa com algumas pessoas, mais, e com as mais conservadoras
é...nem tanto, mais eu não deixo de falar quem eu sou e não deixo de falar
minha posição.
No que se refere à homossexualidade, é importante destacar, a discussão de Ferrari
(2000, p.09) quando ressalta que a própria classificação de homossexualidade para “[...]
determinadas práticas sexuais já representaria a perpetuação de conceitos, crenças e,
consequentemente, de comportamentos que recuperariam o pensamento e as práticas dos
séculos XVIII e XIX”.
O autor defende a troca da palavra homossexualidade pela palavra homoerotismo,
no intuito de retirar do termo conotações preconceituosas (poupando delas as pessoas
classificadas como homossexuais), em função da origem médica do conceito. Além disso, o
termo homoerotismo representaria melhor a variedade de práticas sociais e sexuais das pessoas
que sentem algum tipo de atração pelo mesmo sexo e o uso dessa palavra abandonaria a ideia
da existência de uma identidade homogênea e de essência, que ainda hoje está presente quando
se emprega o termo homossexual. Assim,
A palavra “homossexual” está excessivamente comprometida com o contexto médico-
legal, psiquiátrico, sexológico e higienista de onde surgiu. O “homossexual”, como
tento mostrar, foi uma personagem imaginária com a função de ser a antinorma do
ideal de masculinidade requerido pela família burguesa oitocentista. Sempre que a
palavra é usada evoca-se, querendo ou não, o contexto da crença preconceituosa que
até hoje faz parecer natural dividir os homens em “homossexuais” e “heterossexuais”
(FERRARI, 2000, p.09).
Segundo Ferrari (2000, p. 92), o homoerotismo está presente em vários momentos
e locais da escola. Está presente nas conversas entre alunos, nos rabiscos nas carteiras, nas
pichações dos banheiros masculinos, enfim está no cotidiano da escola, dos professores, dos
alunos e, no entanto, a discussão não foi ainda trazida para o discurso oficial, ainda não foi
integrada de maneira satisfatória ao currículo. Dessa forma, o homoerotismo se mantém na
clandestinidade, como uma identidade desviante, como algo que deve ser escondido.
A tribo se queixa, ainda, da falta da participação dos outros estudantes na pauta de lutas
que o grêmio tem produzido:
Engajada 1: O Diretor de Ensino, o nosso Diretor Geral, eles entendem e
sabem a importância do Movimento Estudantil, essas pessoas sabem. Mais os
estudantes não sabem, então a gente conseguiu fazer uma jornada de lutas
muito grande, porque a gente conseguiu reunir todos os estudantes, só que no
momento em que a gente tava fazendo essa jornada, a gente percebeu que as
pessoas que eram interessadas, que ficavam pra ouvir a gente ao menos, foram
poucas, porque as outras pessoas foram se dispersando, como era uma “aula
vaga”, entre aspas, é...elas foram saindo e antes de ter essa jornada a gente não
pôde falar qual ia ser o horário da jornada, justamente porque a gente sabia, se
fosse ser de manhã, sete horas, eles não iriam chegar sete horas e se fosse
depois da aula, até dez e quarenta, eles iriam em bora mais cedo, então a gente
não pôde por não confiar em nós mesmos né, porque a gente tá representando
os estudantes, a gente não pôde, até o último dia, falar [...].
Pesquisadora: Isso incomoda vocês?
Engajado 2: Muito.
Engajado 1: Muito. Mas isso é reflexo de uma sociedade?
Engajada 1: Sim. Que a gente vive numa sociedade hoje que é... aonde se fala
muito em política, porque você ouve muito falar é...mal do governo ou é...falar
dos políticos, mas as pessoas não entendem o que tá acontecendo, as pessoas
escutam, elas veem notícias e elas simplesmente falam e criticam e...e só sabem
fazer isso [...].
Engajado 2: O homem é um ser político e por que fugir disso?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada deixou claro que é através dos tempos livres e dos lazeres no
universo escolar, que esses jovens se diferenciam do mundo adulto, construindo ritos, normas
e expressões culturais. Essa sociabilidade juvenil no Ifes/VNI passa pelos critérios da vivência,
do pragmatismo, da estética, do lazer e também no envolvimento em ações coletivas, como é o
caso da tribo “os engajados”.
Nesse sentido, a construção das tribos de identidade juvenil apareceu como um dos
elementos constitutivos da singularidade da condição juvenil. Essa situação é explicada por
Camacho:
O grupo se converte no centro de seus interesses, tudo gira em torno dele, as
atividades, as sensações e os pensamentos estão vinculados ao que pensam, digam ou
opinam os seus pares. Surge a necessidade de compartilhar tudo. O fundamental é não
ser rejeitado e estar incluído em todas as atividades grupais, porque a necessidade de
pertencimento é vital e o ostracismo é temido (2000, p.127).
Concluímos que, além do aprendizado, os jovens desejam frequentar uma escola que
valorize a sociabilidade, o encontro, pois, mesmo reconhecendo a oportunidade de se
credenciarem para o mundo do trabalho por meio da escola, não admitem a forma como muitas
vezes acontecem as práticas pedagógicas.
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