PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
ANTONIO LUIS BORGES GONÇALVES
AS PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DE INTELIGÊNCIA FISCAL NAS EMPRESAS: UMA
CONTRIBUIÇÃO BASEADA EM UM ESTUDO DE CASO
MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS
PUC – SP
São Paulo
2011
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
AS PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DE INTELIGÊNCIA FISCAL NAS EMPRESAS: UMA
CONTRIBUIÇÃO BASEADA EM UM ESTUDO DE CASO
MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS
Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade e Finanças, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof. Dr. Napoleão Verardi Galegale.
ANTONIO LUIS BORGES GONÇALVES
PUC – SP
São Paulo
2011
ANTONIO LUIS BORGES GONÇALVES
ERRATA
Folha Onde se lê Leia-se
P. 18
Assim, o desafio desta pesquisa está em identificar quais asdificuldades e suas principais causas na implementação de umsistema de inteligência fiscal, balizado em informações extraídasde um sistema ERP com possível auxilio de um BI.
Assim, o desafio desta pesquisa está em identificar quais asdificuldades e suas principais causas na implementação de umsistema de inteligência fiscal nas empresas.
P. 20 (a)
Como objetivo principal do estudo buscamos identificar como aControladoria, como principal geradora de informação, analisa asprincipais dificuldades e as possíveis causas para implementaçãode inteligência fiscal nas empresas, por meio do banco de dados,controles internos e cruzamento de dados para produzirinteligência fiscal.
Como objetivo principal do estudo buscamos identificar asprincipais dificuldades e as possíveis causas para implementação deinteligência fiscal nas empresas, nas visões da Controladoria, TI e daAlta Administração, por meio de um Estudo de Caso Único.
P. 20 (b)
●Avaliar e analisar os registros dos bancos de dados e sistemasde informação, para identificar àqueles que podem compor asdimensões da informação; uma avaliação que se dá por meio docruzamento de informações na área fiscal.●Identificar e relacionar quais padrões de informação devem serenviados para atender às obrigações principais e acessórias aofisco, contemplando a necessidade de agregação de dados einformações em fontes externas.●Analisar e apontar as variáveis que possam representar umimpedimento a uma administração tributária eficaz.●Demonstrar como as informações disponibilizadas pelacontroladoria podem gerar uma estrutura de inteligência fiscal.
● Pesquisar na bilbliografia existente, os temas sobre InteligênciaFiscal e Businnes Intelligence.● Levantar e analisar a literatura técnica existente.● Aplicar o estudo de caso único nos departamento deControladoria, TI e Alta Administração, através de um questionário.
P. 97
O objetivo principal deste caso é identificar, avaliar e analisar obanco de dados e sistemas de informação, como ocorreram osprocessos na geração das informações pela controladoria, atravésde um sistema ERP, gerando uma estrutura de inteligência fiscal,quais as dificuldades ocorreram, como e porque ocorreram,buscando contribuir para o delineamento de um modelo teóricoque relacione estes benefícios e dificuldades ás características deimplementação de inteligência fiscal.
O objetivo principal deste caso é identificar como a Controladoria,como principal geradora de informação, analisa as principaisdificuldades e as possíveis causas para implementação deinteligência fiscal na empresa.administração tributária eficaz.
P. 98
A fim de dirigir a realização do estudo, foi colocada a seguintequestão principal da pesquisa, elaborada com base no objetivoprincipal da pesquisa. ●QUAIS as principais dificuldades foramencontradas para implementação de inteligência fiscal nasempresas brasileiras COMO foram identificadas essasdificuldades?
A fim de dirigir a realização do estudo, foi colocada a seguintequestão principal da pesquisa, elaborada com base no objetivoprincipal da mesma. ●QUAIS as principais dificuldades e possíveiscausas podem ser encontradas na implementação de inteligênciafiscal em uma empresas?
P. 149
Durante o desenvolvimento do trabalho foram encontradasalgumas limitações: ●O Local onde foram aplicados osquestionários no Estado do Amazonas. ●A natureza operacional,ou seja, a dificuldade de obtenção das respostas dos questionários encaminhados aos Diretores e gerentes, devido ao período que apesquisa foi realizada, pois se encontravam em férias. ●O própriotema da pesquisa, por se tratar de assunto novo no cenárioempresarial e acadêmico, principalmente no que tange ao conceitode inteligência fiscal.
Uma limitação desta pesquisa diz respeito à impossibilidade de segeneralizar o caso em foco para todo o setor. Dois são os fatoresdeterminantes: o primeiro, por se tratar de um estudo de caso, e osegundo, pela especificidade do tema de pesquisa.
Folha Onde se lê Leia-se
RESUMO
Esta pesquisa busca identificar as principais dificuldades para implementação daInteligência Fiscal − provinda da Inteligência Competitiva – e da Tecnologia daInformação à área de controladoria, com o objetivo de exercer sua função de suprir oprocesso decisório com as informações úteis, baseando-se no cenário da situaçãoatual da Inteligência Artificial, desenvolvida pelos órgãos arrecadadores. Para tanto foiescolhida metodologia de pesquisa do tipo exploratória, que contempla um estudoempírico e um estudo de caso único, com análise e informações da empresa, objeto deestudo. Na parte empírica houve a revisão da literatura para o embasamento teórico,com dados sobre o conceito e a importância da Controladoria nas organizações, o seupapel fundamental, a importância da informação nas organizações brasileiras, ageração de inteligência competitiva, inteligência organizacional e inteligência fiscal. Naparte prática, do estudo de caso, foi primeiramente elaborado um roteiro norteador paraa composição de três modelos de questionário a serem respondidos por seisprofissionais dos seguintes setores: Controladoria Fiscal, Diretoria e Tecnologia deInformação, de uma empresa pertencente a um grupo familiar, ligado ao segmento deperfumaria e cosméticos, com vendas tanto no atacado quanto no varejo, segmentadapor um mercado caracterizado pela Zona Franca de Manaus (três participantes dapesquisa) e outro por uma Área de Livre Comércio, também chamada de MercadoLocal, com estruturas independentes e administração independente, representada pelaRegião Norte do Brasil (três participantes da pesquisa). Com a pesquisa torna-sepossível a observação da situação da empresa objeto do estudo antes e depois daimplementação da estrutura de inteligência fiscal buscando satisfazer plenamente asobrigações principais e acessórias utilizando-se para isso de um sistema ERP e de umBusiness Intelligence . Com os questionários foi possível concluir que a ferramenta deBusiness Intelligence pode auxiliar a controladoria na sua função de prover informações confiáveis, úteis e tempestivas ao processo decisório, por meio de flexibilização edinamicidade, proporcionando, como consequência, a melhoria dos processos e dotempo na geração de arquivos digitais destinados a satisfazer os entesgovernamentais.
Considerando as atuais estruturas da Tecnologia da Informação, osnovos paradigmas estabelecidos pelos órgãos arrecadadores e opapel da Controladoria, de suprir o processo decisório cominformações úteis, esta pesquisa teve como objetivo identificar asprincipais dificuldades e suas possíveis causas na implementação deinteligência fiscal em uma empresa. Para tanto, foi utilizada umametodologia de pesquisa do tipo exploratória, contemplando pesquisabibliográfica e um estudo de caso único, com análise do levantamento de dados da empresa objeto do estudo. Na parte da pesquisabibliográfica houve a revisão da literatura para o embasamentoteórico, com informações sobre o conceito e a importância daControladoria nas organizações, da Tecnologia da Informação e dosnovos paradigmas para a estrutura da inteligência fiscal. Na parteempírica do estudo de caso foi, primeiramente, elaborado um roteironorteador para a composição de três modelos de questionário queforam respondidos por seis profissionais dos setorerês modelos dequestionário a serem respondidos por seis profissionais dosseguintes setores: Controladoria Fiscal, Diretoria e Tecnologia deInformação, de uma empresa pertencente a um grupo familiar, ligadoao segmento de perfumaria e cosméticos, com vendas tanto noatacado quanto no varejo, segmentada por um mercadocaracterizado pela Zona Franca de Manaus (três participantes dapesquisa) e outro por uma Área de Livre Comércio, também chamada de Mercado Local, com estruturas independentes e administraçãoindependente, representada pela Região Norte do Brasil (trêsparticipantes da pesquisa). Com a pesq
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Prof. Dr. Napoleão Verardi Galegale
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP
_____________________________________________
Prof. Dr. Jerônimo Antunes
Universidade de São Paulo – FEA/USP
______________________________________________
Prof. Dr. Carlos Hideo Arima
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP
Dedicatória
À memória dos meus pais, Antonio e Efigênia,
que sempre lutaram para que esse momento se realizasse;
eles foram meus eternos professores.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por todos os momentos de nossas vidas. À minha companheira, amiga e esposa Roseli e aos meus filhos, David, Laryssa e Henrique, pelos momentos de privação, pelo incomensurável apoio, incentivo, companheirismo e amor durante toda a realização e conclusão desta dissertação. Ao meu orientador Professor Doutor Napoleão Verardi Galegale, pelo esforço, apoio e pela maneira atenciosa de criticar e contribuir com sugestões e ideias a este trabalho, além de compartilhar de seus conhecimentos. Aos professores doutores Jerônimo Antunes e Carlos Hideo Arima, componentes da banca examinadora, pelas muitas sugestões que contribuíram para o aperfeiçoamento deste trabalho. À coordenação do curso de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, pelo incentivo. Aos professores do curso de mestrado, que colaboraram para a realização desta dissertação. Aos colegas do curso de mestrado e à professora Juraci Beraldi pelos momentos de convivência, cooperação mútua, troca de informações e de conhecimentos, sempre buscando o sucesso desejado nesta fase de nossa vida pessoal e acadêmica. Aos demais familiares e amigos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho.
“A gente pode morar numa casa mais ou menos,
numa rua mais ou menos,
numa cidade mais ou menos,
e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos,
comer um feijão mais ou menos,
ter um transporte mais ou menos,
e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta
e sentir que tudo está mais ou menos...
TUDO BEM!
O que a gente não pode mesmo,
nunca, de jeito nenhum...
é amar mais ou menos,
sonhar mais ou menos,
ser amigo mais ou menos,
namorar mais ou menos,
ter fé mais ou menos,
e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco
de se tornar uma pessoa mais ou menos.”
Chico Xavier
RESUMO
Esta pesquisa busca identificar as principais dificuldades para implementação da Inteligência Fiscal − provinda da Inteligência Competitiva – e da Tecnologia da Informação à área de controladoria, com o objetivo de exercer sua função de suprir o processo decisório com as informações úteis, baseando-se no cenário da situação atual da Inteligência Artificial, desenvolvida pelos órgãos arrecadadores. Para tanto foi escolhida metodologia de pesquisa do tipo exploratória, que contempla um estudo empírico e um estudo de caso único, com análise e informações da empresa, objeto de estudo. Na parte empírica houve a revisão da literatura para o embasamento teórico, com dados sobre o conceito e a importância da Controladoria nas organizações, o seu papel fundamental, a importância da informação nas organizações brasileiras, a geração de inteligência competitiva, inteligência organizacional e inteligência fiscal. Na parte prática, do estudo de caso, foi primeiramente elaborado um roteiro norteador para a composição de três modelos de questionário a serem respondidos por seis profissionais dos seguintes setores: Controladoria Fiscal, Diretoria e Tecnologia de Informação, de uma empresa pertencente a um grupo familiar, ligado ao segmento de perfumaria e cosméticos, com vendas tanto no atacado quanto no varejo, segmentada por um mercado caracterizado pela Zona Franca de Manaus (três participantes da pesquisa) e outro por uma Área de Livre Comércio, também chamada de Mercado Local, com estruturas independentes e administração independente, representada pela Região Norte do Brasil (três participantes da pesquisa). Com a pesquisa torna-se possível a observação da situação da empresa objeto do estudo antes e depois da implementação da estrutura de inteligência fiscal buscando satisfazer plenamente as obrigações principais e acessórias utilizando-se para isso de um sistema ERP e de um Business Intelligence. Com os questionários foi possível concluir que a ferramenta de Business Intelligence pode auxiliar a controladoria na sua função de prover informações confiáveis, úteis e tempestivas ao processo decisório, por meio de flexibilização e dinamicidade, proporcionando, como consequência, a melhoria dos processos e do tempo na geração de arquivos digitais destinados a satisfazer os entes governamentais. Palavras-Chave: Inteligência Fiscal − Inteligência Competitiva − Business Intelligence – Controladoria − Enterprise Resource Planning − Grupo Empresarial Familiar.
ABSTRACT
This research seeks to identify the main difficulties for Implementation of the Fiscal Intelligence - Competitive Intelligence stemmed - and the Information Technology area of the controller, in order to perform ITS providing the function of decision-making process with useful information, based on the scenario current state of Artificial Intelligence, developed by collection agencies. Methodology for this research was exploratory type Chosen, Which includes an empirical study and a single case study, with analysis and company information, the object of study. In the empirical part was the review of the literature for the Theoretical background, date on the concept of the Comptroller and Importance in organizations, ITS roll, The Importance of information in organizations, the generation of competitive intelligence, organizational intelligence and intelligence tax. In the Practical part of the case study was first prepared a roadmap for guiding the composition of three models of the questionnaire to be answered by professionals of the Following six Sectors: Controlling Fiscal Management and Information Technology, a company owned by a family group, connected to the segment of perfumery and cosmetics, with Both wholesale and retail sales, the market targeted Characterized by the Manaus Free Zone (three research participants) and another for a Free Trade Area, also called the Market Place, with independent structures and independent administration, Represented by the Northern Region of Brazil (three research participants). With research, it Becomes Possible to observe the situation of the company object of study before and after Implementation of the intelligence structure seeking to Fulfill Obligations in full tax principal and accessory to it using an ERP system and Business Intelligence. With the Questionnaires Concluded That it was the business intelligence tool Can help in controlling function of Their Providing reliable, useful and timely decision-making through flexible and dynamic, Providing, as a consequence, the improvement of processes and time generation of digital files designed to meet the governmental entities
Keywords: Fiscal Intelligence − Competitive Intelligence − Business Intelligence − Comptroller − Enterprise Resource Planning − Family Business Group.
LISTAS DE QUADROS
Quadro 1 Doze Regras que caracterizam uma Ferramenta OLAP................ 53
Quadro 2 Obrigações Acessórias Federais..................................................... 69
Quadro 3 Obrigações Acessórias Estaduais................................................... 70
Quadro 4 Pesquisa do Banco Mundial ........................................................... 72
Quadro 5 Universo de Atuação do SPED........................................................ 79
Quadro 6 Principais Funcionalidades do Sefaz Virtual.................................... 80
Quadro 7 Benefícios e Vantagens do Sefaz Virtual......................................... 81
Quadro 8 Aspectos que validam o Caso.......................................................... 100
Quadro 9 Principais Dificuldades que Embasaram a Pesquisa...................... 107
Quadro 10 Gênero dos Pesquisados................................................................. 108
Quadro 11 Idade dos Pesquisados.................................................................... 109
Quadro 12 Cargo que Ocupa............................................................................. 109
Quadro 13 Tempo de Trabalho na Empresa...................................................... 110
Quadro 14 Curso de Graduação........................................................................ 110
Quadro 15 Cursos de Especialização ou MBA.................................................. 111
Quadro 16 Cursos para Aperfeiçoamento.......................................................... 112
Quadro 17 Se trabalha em outro local, onde?................................................... 112
Quadro 18 Dificuldades Elencadas pelos Pesquisados................................... 113
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Distinção entre Dados, Informação e Conhecimento......................... 38
Figura 2 Degraus de Construção da Inteligência............................................ 39
Figura 3 Síntese: o Processo de Criação de Inteligência................................. 41
Figura 4 Dados, Informação, Conhecimento, Inteligência e Estratégia......... 42
Figura 5 Modelo de Estrutura de Business Intelligence ................................. 48
Figura 6 Cubos de BI........................................................................................ 52
Figura 7 Arquitetura de BI com uso de OLAP................................................. 53
Figura 8 Modelo de BI SAP.............................................................................. 58
Figura 9 Esquema de Funcionamento do SEFAZ Virtual............................... 81
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Perfil Tributário............................................................................... 92
Gráfico 2 Obrigatoriedade com Relação aos Projetos SPED...................... 92
Gráfico 3 O que Falta às Empresas............................................................. 93
Gráfico 4 Dificuldades Relativas a Documentos Fiscais............................... 94
Gráfico 5 Respostas à Questão da Complexidade da Legislação............... 114
Gráfico 6 Arcabouço Tributário Brasileiro...................................................... 114
Gráfico 7 Treinamento do Pessoal................................................................ 115
Gráfico 8 Pacotes ERP.................................................................................. 115
Gráfico 9 BI Adequado.................................................................................. 116
Gráfico 10 Cruzamento de Informações.......................................................... 116
Gráfico 11 Falta de Profissionais Qualificados................................................ 117
Gráfico 12 Novas Estruturas de Arquivos Digitais........................................... 117
Gráfico 13 Novas Obrigações Acessórias....................................................... 118
Gráfico 14 Processo de Mapeamento de Informações................................... 118
Gráfico 15 Prazos das Obrigações Tributárias................................................ 119
Gráfico 16 Complexidade das Informações.................................................... 120
Gráfico 17 Avaliação de Recursos do Projeto................................................. 120
Gráfico 18 Cronograma de Implementação..................................................... 121
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABB Associação Brasileira de Bancos
ABECS Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço
ABRASCA Associação Brasileira das Companhias Abertas
ABRASF Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais
ACSP Associação Comercial de São Paulo
ALC Área de Livre Comércio
ANDIMA Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro
ANFAVEA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres
BACEN Banco Central do Brasil
BI Business intelligence
BM Banco Mundial
BPM Business Performance Management
CDC Change Data Capture
CEP Código de Endereçamento Postal
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
COFIS Coordenação Geral de Fiscalização
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
COSIF Plano Contábil das Instituições Financeiras
CT-e Conhecimento de Transporte Eletrônico
CTN Código Tributário Nacional
CVM Comissão de Valores Mobiliários
DACON Demonstrativo de Apurações das Contribuições Sociais
DEMAC Delegacia Especial e Maiores Contribuintes
DF-e Documentos Fiscais Eletrônicos
DIF Doutrina de Inteligência Fiscal
DM Data Mart
DNRC Departamento Nacional de Registro de Comércio
DOU Diário Oficial da União
DW Data Warehouse
E-CAC Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte
ECD Escrituração Contábil Digital
EFD Escrituração Fiscal Digital
ENAT Encontro Nacional de Administradores Tributários
ENCAT Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais
ERP Enterprise Resource Planning
ETCO Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial
FCONT Controle Fiscal Contábil de Transição
FEBRABAN Federação Brasileira de Bancos
FENACON Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas
FENAINCO Federação Nacional das Empresas de Serviços Técnicos de Informática e Similares
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IC Inteligência Competitiva
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
IDE Ambiente de Desenvolvimento Integrado
IE Inscrição Estadual
IN Instrução Normativa
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica
JUCEMG Junta Comercial do Estado de Minas Gerais
LALUR Livro de Apuração do Lucro Real
MPC Metodologia da Produção do Conhecimento
NF-e Nota Fiscal Eletrônica
OIE Operações Interestaduais
OLAP OnLine Analytical Processing
OLTP Online Transactional Processing
OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PF Pessoa Física
PIB Produto Interno Bruto
PIS Programa de Integração Social
PJ Pessoa Jurídica
PMATA Projeto de Modernização da Administração Tributária e Aduaneira
PSO Plano de Segurança Orgânica
PVA Programa Validador e Assinador
PwC PricewaterhouseCoopers
RFB Receita Federal do Brasil
RFID Radio-Frequency IDentification
SCD-e Sistema de Circularização de Documentos Fiscais Eletrônicos
SEFAZ Secretarias Estaduais de Fazenda
SGBD's Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados
SIF Sistema de Inteligência Fiscal
SPED Sistema Público de Escrituração Digital
SPED PIS/COFINS
Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
SOAP Simple Object Access Protocol
SRF Secretaria da Receita Federal
SSO Pedido de Conexão Único
SUFRAMA Superintendência da Zona Franca de Manaus
SUSEP Superintendência de Seguros Privados
SVAN Sefaz Virtual Ambiente Nacional
TI Tecnologias de Informação
TGS Teoria Geral de Sistemas
TMS Transportation Management System
TOI Técnicas Operacionais de Inteligência
UF Unidade da Federação
UnIF Unidades de Inteligência Fiscal
URL Uniform Resource Locator
XML Extensible Markup Language
ZF Zona Franca
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16 CAPÍTULO I – O PAPEL DA CONTROLADORIA NOS SISTEMAS DAS EMPRESAS.........................................................................................................
23
1.1. Definição de Controladoria............................................................................ 23 1.2. A Controladoria e os Sistemas de Informação............................................ 25 1.3. Sistema de Informação nas Organizações e Governo................................ 26 1.4. A Gestão da Tecnologia da Informação ..................................................... 27 1.5. O Valor da Informação no Mundo Empresarial............................................ 31 1.6. O Novo Cenário dos Sistemas Organizacionais.......................................... 33
CAPÍTULO II – UM ENFOQUE GERENCIAL PARA A INTELIGENCIA DO NEGÓCIO............................................................................................................
37
2.1. Informação e Inteligência ............................................................................. 37 2.2. Inteligência Competitiva................................................................................ 42 2.3. Inteligência Fiscal: um Viés da Inteligência Competitiva............................. 46 2.4. Business Intelligence: um Enfoque Gerencial............................................. 48 2.5. Data Warehouse (DW).................................................................................. 50 2.6. Data Mart (DM).............................................................................................. 51 2.7. On-line Analytical Processing (OLAP)………………………………………… 52 2.8. Data Mining................................................................................................... 54 2.9. SAP Netweaver Business Intelligence.......................................................... 55
2.9.1. Principais Funcionalidades..................................................................... 56 2.10. Inteligência Fiscal: uma Realidade no Panorama Brasileiro..................... 58 2.11. Os Dez Mandamentos da Inteligência Fiscal............................................ 62 2.12. As Principais Obrigações Acessórias inseridas no Contexto Tributário Brasileiro..............................................................................................................
64
2.12.1. O Fato Gerador e o Princípio da Legalidade..................................... 65 2.12.2. O Fato Gerador da Obrigação Acessória.......................................... 66
2.13. A Ditadura das Obrigações Acessórias..................................................... 71 CAPÍTULO III – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED) 74 3.1. Breve Histórico do SPED.............................................................................. 74 3.2. Apresentação, Objetivos, Benefícios e Universo de Atuação..................... 76
3.2.1. Apresentação........................................................................................... 76 3.2.2. Objetivos.................................................................................................. 77 3.2.3. Benefícios................................................................................................ 77 3.2.4. Universo de Atuação............................................................................... 78
3.3. Escrituração Fiscal Digital (EFD).................................................................. 79
3.3.1. Funcionalidades, Benefícios e Vantagens do Sefaz Virtual................... 80
3.4. Escrituração Contábil Digital (ECD).............................................................. 82 3.5. SPED PIS/COFINS....................................................................................... 84 3.6. Considerações sobre o SPED...................................................................... 86 3.7. Ilustração com Recente Pesquisa realizada sobre os Impactos do SPED e as Principais Dificuldades....................................................................................
91
CAPÍTULO IV – DETALHAMENTO DO ESTUDO DE CASO E SEUS PROCEDIMENTOS..............................................................................................
95
4.1. Objetivos do Caso......................................................................................... 97 4.2. O Delineamento da Pesquisa ...................................................................... 97 4.3. Questão da Pesquisa ................................................................................... 98 4.4. Proposições e Modelo de Pesquisa ........................................................... 98 4.5. Unidade de Análise e Estudo de Caso Único............................................. 99 4.6. Coleta de Dados........................................................................................... 100 4.7. Composição do Questionário....................................................................... 104 4.8. População Pesquisada.................................................................................. 102 CAPÍTULO V – APRESENTAÇÃO DA EMPRESA OBJETO DE ESTUDO E OS RESULTADOS DA PESQUISA....................................................................
103
5.1. Caracterização da Empresa......................................................................... 103 5.2. Breve Histórico ............................................................................................. 104 5.3. Resultados da Pesquisa .............................................................................. 108 5.3.1. Perfil dos Pesquisados – Parte I............................................................... 108 5.3.2. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa........................................ 113 5.3.3. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Diretoria...................... 122 5.3.4. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Controladoria............. 126 5.3.5. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Tecnologia da Informação...........................................................................................................
135
5.3.6. Comentários Gerais sobre a Pesquisa Realizada................................. 140 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 145 LIMITAÇÕES DA PESQUISA............................................................................. 149 PROPOSTA PARA NOVAS PESQUISAS........................................................ 150 REFERÊNCIAS................................................................................................... 151 APÊNDICES........................................................................................................ 158 ANEXOS.............................................................................................................. 171
16
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como proposta identificar as principais dificuldades e
possíveis causas para implementação de inteligência fiscal, nas empresas brasileiras
e fornecer uma contribuição para esse processo de identificação, por meio de
informação gerada pela Controladoria, por arquivos digitais; verificar a veracidade de
tais informações, com base na análise dos registros do banco de dados e sistemas
de informação existentes, com a finalidade de produzir inteligência fiscal, utilizando-
se do Enterprise Resource Planning (ERP) e do Business Intelligence (BI).
As mudanças advindas da tecnologia da informação nas últimas décadas,
principalmente na maneira de conduzir a gestão dos negócios, têm condicionado as
empresas a se adaptarem, constante e sistematicamente, aos novos princípios
gerenciais e aos procedimentos de ações que permeiam todo este processo.
Segundo Maia e Pinto (1999), a informação, neste contexto, tem se tornado um
recurso estratégico, tendo em vista o processo de interação dinâmico entre a empresa
e seu meio ambiente. Consequentemente, o papel da controladoria ganha destaque
por ser este o órgão responsável, na empresa, pelo sistema de informações que apoia
o processo de planejamento e controle de gestão.
Conforme Riccio e Peters (1993, p.13), há mais de dez anos cabe à
Controladoria:
O papel de monitorar os paradigmas de qualidade, devendo informar e interagir proativamente com as diversas funções da organização na busca da excelência empresarial, calçada na crença de que estratégia, custos e qualidade são responsabilidades de todas as funções da empresa.
A controladoria representa a evolução da contabilidade na condição
de organizar a demanda de informações dos tomadores de decisão na
organização. Não há, ainda, uma definição clara quanto às suas funções e
atividades.
Nesse raciocínio, a controladoria tem papel relevante no
desenvolvimento, decisão e implantação de sistemas de informações nas
empresas. Utilizando-se dos fatos ocorridos no passado e no presente para
projetar o futuro, gera informações necessárias para os processos de tomada de
17
decisões e o acompanhamento das atividades operacionais.
A controladoria surgiu para atender às necessidades dos gestores, no
sentido de realizar controles eficientes dos negócios, exigidos pelos usuários
internos e externos. Devido às dificuldades de determinar os problemas
relacionados ao fluxo de informações, vêm se consolidando como uma área
ligada ao planejamento e ao controle.
A inteligência de uma empresa está concentrada em alguns alicerces que
podem direcionar ações efetivas sobre os resultados esperados pela administração.
Um dos principais alicerces está na busca pela melhor informação; àquela que, de
fato, agregue valor ao negócio; àquela que pode representar o grande diferencial
competitivo e que, efetivamente, traga benefícios − em curto, médio e longo prazo −
ao negócio.
Outro aspecto está na capacidade de enxergar cenários e eventos que
também tragam algum benefício para o negócio, mesmo que seja para evitar ilícitos
tributários, erros em processos ou minimizar riscos potenciais ao negócio.
Leonard Fuld (2007, p.16), em seu livro “Inteligência Competitiva” afirma:
“Inteligência é a arte de aplicar conhecimento imperfeito. Não importa quanta
informação você tem. A incerteza sempre existirá e, mesmo assim, você precisa
tomar decisões”.
Assim, a essência da atividade de inteligência competitiva pode ser ampliada
e delimitada na função de abordagens e objetivos específicos, pois ao se promover
uma integração com os aspectos da controladoria, pode-se ligar a abordagem ao
processo fiscal das organizações, assim como com o objetivo e, com isso,
potencializar a área fiscal e tributária, com o intuito de reduzir incertezas, evitar
adversidades e identificar oportunidades para a melhoria da estrutura econômica e
financeira da organização. Visa, também, um cenário futuro à implementação de
inteligência fiscal evitando-se, assim, potenciais contingências tributárias, junto aos
órgãos da administração Federal, Estadual e Municipal.
O risco de informações inexatas, também pode gerar significativa perda de
valor para as empresas, com sérias consequências ao desempenho de sua
atividade. Por essa razão, as informações devem ser claras e objetivas.
Essa complexidade é avaliada constantemente pela controladoria. Como é um
sistema de informações por natureza, sua estrutura deve estar preparada para o
atendimento e entendimento das complexidades do ambiente externo.
18
Peleias (2002, p.15), para atendimento aos agentes do mercado, descreve:
Sendo um sistema aberto, a empresa está em constante interação com o ambiente e que se insere; Essa relação impõe varias demandas a organização, que são atendidas pela controladoria, como acompanhamento, interpretação e avaliação do impacto que as legislações de âmbito federal, estadual e municipal causam a atividade empresarial: atendimento aos diversos agentes de mercado, tais como órgãos reguladores, governamentais e outras organizações com as quais a empresa se relacione [..].
A inteligência competitiva pode, igualmente, ser utilizada como ferramenta
para potencializar a estrutura contábil/fiscal na controladoria, com aspectos
específicos das informações fiscais e tributarias.
Para tanto, cabe definir a inteligência competitiva aplicada à área tributaria
das organizações como inteligência fiscal.
Tornando-se como base a inteligência competitiva, pode definir inteligência fiscal como ‘ciclo de atividade de inteligência, que por intermédio de um sistemático trabalho de informações visa criar uma estrutura de previsão e proteção das questões fiscais e tributarias para a controladoria, com o objetivo de municiar a alta direção para os atributos de planejamento tributário, soluções de passivos fiscais e minimização do risco fiscal junto a fluxo de caixa, além da preocupação com a continuidade e da sobrevivência da organização’. (RIBEIRO, 2005 p. 124-125).
Entretanto há incertezas com relação às informações geradas pela
Controladoria, para satisfazer as obrigações impostas pelas autoridades tributárias
que, atualmente, atrai a atenção da alta direção, com relação á área fiscal da
organização. Não se encontram evidências suficientes de que tais informações
estejam satisfazendo plenamente o contexto da legislação.
Antes de apresentarmos a questão problema de pesquisa citamos Gil (2009)
e Yin (2005), que afirmam que toda pesquisa científica tem início com a formulação
de um problema, cujo objetivo é buscar a solução do mesmo.
Assim, o desafio desta pesquisa está em identificar quais as dificuldades e
suas principais causas na implementação de um sistema de inteligência fiscal,
balizado em informações extraídas de um sistema ERP com possível auxilio de
um BI.
19
Na busca por adequar-se à nova realidade, compatível com o dinamismo da
economia e com as de modernidade, estão sendo implantadas unidades de
Inteligência Fiscal, inseridas na visão e modelo de inteligência organizacional.
Atualmente a ação de inteligência fiscal encontra-se em destaque na maioria
das secretarias de Fazenda Estaduais, Municipais e, principalmente, na esfera
Federal, por meio de diversos aplicativos e obrigações como SPED Contábil, Nota
Fiscal Eletrônica, SPED Fiscal, uma vez que os procedimentos de inteligência
representam uma mudança no processo de fiscalização.
Feitas essas considerações, apresentamos a formulação do problema da
pesquisa com base em Laville e Dionne (1999, p.87) que afirmam: “um problema de
pesquisa é um problema que se pode resolver com conhecimentos e dados já
disponíveis ou com aqueles factíveis de serem produzidos”.
Estabelecido o assunto da pesquisa como aquele referente às dificuldades de
implementação de Inteligência fiscal nas empresas aponta-se o seguinte problema:
Quais as principais dificuldades e as possíveis causas, para implementação da
inteligência fiscal em uma empresa?
O estudo se justifica em razão da introdução de novos processos e
paradigmas, pelas autoridades tributarias, sendo que estes provocam demandas nas
empresas, substancialmente na atividade de BI e, particularmente, com o
desenvolvimento da inteligência Fiscal.
Isto porque, um sistema de informação adequado, somente é possível a partir
de um modelo compreensivo da própria organização, de seus processos e de suas
relações com o contexto, pois na maioria dos casos, os sistemas são fragmentários,
parciais, iluminam quase em excesso certos segmentos de realidade e deixam
totalmente às escuras outros sistemas e serviços de informação que correspondem
ao que se pode chamar de inteligência organizacional, na qual se procura aplicar a
tecnologia da informação como ferramenta gerencial que, utilizada na análise de
dados, permite a produção de informações efetivamente úteis ao cumprimento dos
objetivos da organização.
Na sociedade atual, fortemente influenciada pelas tecnologias de informação
e comunicação, a tecnologia da informação viabiliza a identificação de fontes de
dados, sua captura ou coleta e o processamento que os converterá em informações
capazes de propiciar decisões e aproveitamento de oportunidades e de adaptação
aos novos contextos de atuação organizacional.
20
Deste modo, as organizações, para a realização das atividades, necessitam
de informações internas e externas que permitam o conhecimento de variáveis que
auxiliem na construção de padrões de informações para o planejamento de suas
ações.
Como objetivo principal do estudo buscamos identificar como a
Controladoria, como principal geradora de informação, analisa as principais
dificuldades e as possíveis causas para implementação de inteligência fiscal nas
empresas, por meio do banco de dados, controles internos e cruzamento de dados
para produzir inteligência fiscal.
Para atender a este objetivo principal foram definidos objetivos específicos
com o intuito de estabelecer a linha de condução da pesquisa.
Nesse sentido, determinamos por:
Identificar e relacionar quais padrões de informação devem ser enviados
para atender às obrigações principais e acessórias ao fisco, contemplando a
necessidade de agregação de dados e informações em fontes externas.
Analisar e apontar as variáveis que possam representar um impedimento a
uma administração tributária eficaz.
Demonstrar como as informações disponibilizadas pela controladoria
podem gerar uma estrutura de inteligência fiscal.
Como delimitação da pesquisa, o tema compõe-se de um estudo de caso
único, realizado num Grupo Empresarial Familiar, com participação de capital
estrangeiro, atuante no mercado de Perfumaria e Cosméticos; um mercado que se
encontra em franca expansão utilizando-se de sistema de informação em ERP, ou
fazendo uso de algum sistema de inteligência (Business Intelligence).
Consideramos para a delimitação da pesquisa a relevância e o perfil da
Controladoria, que busca, constantemente, atender os paradigmas da inteligência
fiscal visando novas informações. Do mesmo modo, dimensionar por essas
mudanças que comumente ocorrem no cenário tributário brasileiro, a eficácia da
informação e dos controles internos.
Metodologicamente, com o objetivo de classificar esta pesquisa, foram
utilizados os conceitos de Gil (2010) e Vergara (2005). Fizemos opção pela pesquisa
do tipo exploratória que, segundo Vergara é empregada, como exploratória, no que
tange ao seu fim, enquanto Gil denomina esse fim de objetivo da pesquisa, ou seja,
21
exploratória, no sentido lato do termo. Ainda se pretende fazer uso de dados que
apresentam aspectos descritivos e explicativos, visando localizar e fundamentar a
exploração do caso. Para Gil (2010, p. 27) esse estudo pode ser classificado como
exploratório, dado que busca “proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explicito”.
Para tanto, se faz necessária uma análise dos fenômenos envolvidos neste
processo, bem como os diversos fatores envolvidos nestes fenômenos podem
contribuir para a ocorrência dos mesmos; daí a utilização de algumas ferramentas
das pesquisas descritivas e explicativas.
Já no que tange aos delineamentos da pesquisa, segundo Gil (2010) e aos
meios de investigação, segundo denomina Vergara (2005), esta pesquisa, tem início
com uma revisão bibliográfica, para realizar o embasamento teórico e balizar a linha
a ser seguida. Nesta revisão bibliográfica levantamos os dados sobre o conceito e a
importância da Controladoria nas organizações, o seu papel fundamental, a
importância da informação nas organizações brasileiras, a geração de inteligência
competitiva, inteligência organizacional e inteligência fiscal.
Assim, de acordo com o nível de abrangência, a investigação se enquadra no
tipo de pesquisa exploratória, que segundo outros autores como Vasconcelos
(2002), envolvem esse levantamento bibliográfico, tanto das referências clássicas,
quanto dos estudos mais atuais, incluindo artigos disponíveis na internet, conforme
aponta Severino (2007), para evidenciar os conceitos-chave e as recomendações
mais preponderantes sobre o estado da arte.
Entretanto, além da pesquisa bibliográfica e documental, é imprescindível
mais um procedimento, ou seja, a coleta de dados acerca da realidade discutida
teoricamente, que é desenvolvida no estudo de caso, que se desenvolve num Grupo
Empresarial Familiar, uma empresa representativa do setor de Perfumaria e
Cosméticos.
A metodologia do estudo de caso e seus procedimentos se encontram, de
forma mais detalhada, precedendo a apresentação da empresa.
O trabalho tem sua estruturação da seguinte forma:
O Capítulo I, “O Papel da Controladoria nos Sistemas das Empresas” aborda
a definição de controladoria, os sistemas de informação, os sistemas de informação
nas organizações e no governo, a gestão da tecnologia de informação, o valor da
22
informação para as empresas e o cenário que se mostra atualmente acerca dos
Sistemas Organizacionais.
O Capítulo II, “ Um Enfoque gerencial para a Inteligência do Negócio”, enfoca
a informação, a inteligência, a inteligência competitiva, a inteligência fiscal, a
Business Intelligence, o Data Warehouse, o Data Mart, o On-line Analytical
Processing, o Data Mining, o SAP Netweaver Business Intelligence, os dez
mandamentos da inteligência fiscal, as principais obrigações acessórias e as
obrigações acessórias federais.
O Capítulo III, “Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) aborda um
breve histórico, seus objetivos, benefícios, seu universo de atuação, a Escrituração
Fiscal Digital (EFD), a Escrituração Contábil Digital (ECD), o SPED PIS/COFINS e
tece considerações sobre o SPED.
O Capítulo IV, “Detalhamento do Estudo de Caso e seus Procedimentos”,
mostra o modo como foi construída a pesquisa: o objetivo do caso, o delineamento
da pesquisa, a questão da pesquisa, as proposições e modelo de pesquisa, a
unidade de análise e o estudo de caso único, a coleta de dados, a composição do
questionário e a população pesquisada.
O Capítulo V, “Apresentação da Empresa Objeto de Estudo e os Resultados
Obtidos Na Pesquisa, se inicia pela caracterização da empresa, mostra um breve
histórico, apresenta o perfil dos pesquisados e segue com os resultados obtidos na
pesquisa.
Após os capítulos são tecidas as conclusões ou considerações finais desta
dissertação, as sugestões para trabalhos futuros, apresentadas as referências
utilizadas, os apêndices contendo os modelos dos questionários de pesquisa e o
anexo único que apresenta a Doutrina de Inteligência Fiscal (DIP).
23
CAPÍTULO I − O PAPEL DA CONTROLADORIA NOS SISTEMA DAS EMPRESAS
Com base na revisão da literatura, apresentamos neste capítulo a definição
da Controladoria, suas principais atividades como detentora da informação, a gestão
da informação propriamente dita e a importância desse processo na geração de
informações adequadas perante os órgãos governamentais.
1.1. Definição de Controladoria
Iniciamos este tópico com algumas definições.
Para Mosimann e Fisch (2008, p.88):
A controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos á gestão econômica. Pode ser visualizada sob dois enfoques:
a. Como órgão administrativo com uma missão, funções e princípios norteadores definidos no modelo de gestão e sistema empresa. b. Como uma área do conhecimento humano como fundamentos, conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências.
Para os mesmos autores:
Sob esse enfoque, a Controladoria pode ser conceituada como o conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências da Administração, Economia, Psicologia, Estatística e principalmente da Contabilidade, que se ocupa da gestão econômica das empresas, com o fim de orientá-las para a eficácia (MOSIMANN; FISCH, 2008, p.99).
Na concepção de Kanitz (1976) as origens da Controladoria foram assim
definidas:
Os primeiros controladores foram recrutados entre os homens responsáveis pelo departamento de contabilidade, ou então pelo departamento financeiro da empresa, por varias razões:
- os contadores gerais e os administradores financeiros possuem, em função do cargo que ocupam uma visão ampla da empresa, o que os torna capazes de enxergar as dificuldades como um todo [...]
24
- a controladoria é uma função diretamente subordinada à presidência da empresa. [...]
- as informações que chegam ao controlador são, predominantemente de natureza quantitativa, e esses profissionais já estão familiarizados com os números. (KANITZ, 1976, p. 5-6) [grifo nosso].
Padoveze (2003, p. 3) afirma que “para esses autores, a Controladoria é uma
ciência autônoma e não se confunde com a Contabilidade, apesar de utilizar
pesadamente o instrumental contábil...”.
E continua:
A Controladoria pode ser definida, então como a unidade administrativa responsável pela utilização de todo o conjunto da Ciência Contábil dentro da empresa. Como a Ciência Contábil é a ciência do controle em todos os aspectos temporais - passado, presente, futuro - e como a Ciência Social exige a comunicação de informação, no caso a econômica; à Controladoria cabe a responsabilidade de implantar, desenvolver, aplicar e coordenar todo o ferramental da Ciência Contábil dentro da empresa, nas suas mais diversas necessidades.
A Controladoria é a utilização da Ciência Contábil em toda a sua plenitude. (PADOVEZE, 2003, p. 3).
Almeida, Parisi e Pereira, citados por Catelli (1999, p.343) mencionam que:
A Controladoria não pode ser vista como um método, voltado ao como fazer. Para uma correta compreensão do todo, devemos cindi-la em dois vértices: o primeiro com ramo do conhecimento responsável pelo estabelecimento de toda base conceitual, e o segundo como órgão administrativo respondendo pela disseminação de conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de informações.
Peleias (2002) cita:
A controladoria se baseia em princípios, procedimentos e métodos oriundos de outras áreas do conhecimento, tais como contabilidade, administração, planejamento estratégico, economia, estatística, psicologia e sistemas; subsídios de outras áreas de conhecimento para desempenhar as funções que lhe são atribuídas; a controladoria pode estabelecer as bases teóricas necessárias a sua atuação na organização. (PELEIAS, 2002, p.13).
25
1.2. A Controladoria e os Sistemas de Informação
Dentre as diversas funções da Controladoria a mesma não teria razão de
existir nos dias atuais, sem um Sistema de Informação capaz de demonstrar toda a
estrutura organizacional, alinhada ao Planejamento Estratégico e Planejamento
Operacional, visando buscar informações, no menor tempo possível, para solucionar
conflitos de ambiente interno ou externo.
Kanitz (1976, p.23) assevera que “... ao se abordar um sistema de avaliação
gerencial deve-se ter em mente a existência de dois aspectos distintos. Um, a
avaliação do desempenho do administrador; outro a avaliação do desempenho da
organização sob seu comando”.
Tem-se que a principal ferramenta da controladoria, nessa empreitada, é o
sistema de informações, não só pela geração de relatórios, mas pelo suprimento de
dados úteis capazes de balizar a atividade de Controle.
A Controladoria, de posse dessas informações tem como sintetizar o cenário
mais apropriado do futuro e as alternativas que esse futuro pode apresentar visando
sugerir o melhor direcionamento de esforços para o período. Isso a torna importante,
não só no Controle, mas na elaboração de planos e planejamento.
De sua participação no planejamento a Controladoria oferece uma de suas
maiores contribuições para a manutenção da empresa, que é o seu papel na
pulverização das cargas e riscos da empresa, por seu conhecimento dos pontos
vulneráveis à oscilação externa, com o objetivo de não concentrar esses riscos numa
única área e num único gestor.
As políticas empresariais comumente são definidas como um conjunto de
intenções e regras, emanadas do alto escalão, ou seja, da alta administração, no
nível do planejamento e sistemas estratégicos, que são completadas e atuadas com
procedimentos no nível operacional. Estas representam parâmetros ou orientações
que facilitam a tomada de decisões pelos gestores da empresa. As políticas podem
ser estabelecidas pela gestão, solicitadas pelo corpo técnico da empresa e, ainda,
imposta por fatores externos. De qualquer maneira, elas devem possuir as
características de flexibilidade, abrangência, coordenação e ética, segundo Oliveira
(1995) (REZENDE; ABREU, 2003, p. 167).
26
Os planejamentos de informações e de informática também podem ser
chamados de Planejamento de Tecnologia da Informação que, para muitos autores,
promove a unificação dos conceitos. Esse planejamento deve estar coerente e
integrado com o Planejamento Estratégico Empresarial.
Somente com uma base de dados única da execução das funções
empresarias da organização é possível gerar informações oportunas.
Juntamente com os sistemas de informação e os recursos de Tecnologia da
Informação, outros conceitos e ferramentas podem, efetivamente, contribuir para as
estratégias e o sucesso das organizações.
O conhecimento, a gestão do conhecimento, os sistemas de conhecimento e
a inteligência empresarial constituem-se em inexoráveis instrumentos de gestão e de
alinhamento estratégico da tecnologia da informação ao negócio, missão e visão
organizacional. (REZENDE; ABREU, 2003, p. 306-307).
O conhecimento da organização, também chamado de capital intelectual,
competência, habilidade e inteligência empresarial são reconhecidas como uma
atividade intangível de inestimável valor. (SETWART, 1998; SVEIBY, 1998;
DAVENPORT e PRUSACK, 1998).
1.3. Sistema de Informação nas Organizações e Governo
Este tópico destaca a importância do uso e gerenciamento da gestão da
tecnologia da informação para apoiar a implementação de estruturas que estimulem
a gestão de conhecimento e a inteligência organizacional.
Abordar os novos papéis que as tecnologias de informação e comunicação
representam − na condução dos processos de produção, armazenamento e
gerenciamento da informação no ambiente das empresas e instituições − é crucial
para que se possa oferecer uma visão mais adequada de sua importância nos novos
modelos de gestão organizacional.
Desta forma, apresenta-se o papel e uso das novas tecnologias da
informação, além das mudanças exigidas nos contextos das organizações,
principalmente, nos novos modelos de gestão, fortemente baseados em informação
e conhecimento.
27
Igualmente destaca o papel da nova estrutura organizacional e tecnológica
que a União, Estados e Municípios estão em um processo de avanço para inibir,
coibir e até extinguir as evasões fiscais, fraudes e disseminar a sonegação, por meio
de controles e cruzamento de informações, criando estruturas de controle e
planejamento como: o Sistema Público de Escrituração Digital − SPED e seus
subprojetos que são: SPED Contábil (ECD); SPED FISCAL (EFD); Nota Fiscal
Eletrônica (NFe); Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) e, o mais novo
SPED PIS/COFINS (Programa de Integração Social/Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social). Esses novos paradigmas da estrutura
organizacional dos governos vêm trazer um ciclo incomensurável de informações e
cruzamento das mesmas.
1.4. A Gestão da Tecnologia da Informação
Em função das mudanças tecnológicas que tornam a informação cada vez
mais difusa, e para atender a complexidade e as necessidades empresariais, não se
pode desconsiderar a Tecnologia da Informação, a qual tem um papel de recurso
fundamental para o desenvolvimento da sociedade, processo para o qual possui
diversas finalidades.
As organizações, principalmente a partir da década de 80, sofreram grande
impacto em seus processos e estruturas, razão porque foram obrigadas a repensar
os seus sistemas de informação, com vistas a adaptá-los à nova realidade e às
exigências decorrentes da evolução e explosão das tecnologias que, a cada dia,
avançam rumo a uma estrutura perfeita de informação e geração de valores.
Desde o surgimento dos computadores na década de 1950 e do início da
Teoria Geral de Sistemas (TGS), estudada como teoria, de fato, pelo biólogo alemão
Ludwig Von Bertalanffly (1901-1972), são abordadas as questões cientificas e
empíricas ou pragmáticas.
Para Chinelato Filho (1993), os pressupostos básicos da Teoria Geral de
Sistemas são:
28
Existe uma nítida tendência para a integração nas varias ciências naturais
e sociais.
Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas.
Essa teoria de sistemas pode ser uma maneira mais abrangente de estudar
os campos físicos do conhecimento cientifico, especialmente as ciências sociais.
Essa teoria de sistemas, ao desenvolver princípios unificadores que
atravessam, verticalmente, os universos particulares das diversas ciências
envolvidas, aproxima-nos do objetivo da unidade da ciência.
Isso pode levar a uma integração muito necessária na educação cientifica.
Para Davenport e Prusak (1998), o papel principal da tecnologia da
informação é informar e, por isso, deve-se sempre haver interesse na informação
que os computadores podem gerar. Esta atitude deveria ser adotada porque os
sistemas auxiliam o processo de registro, armazenagem e tratamento dos dados
produzidos e captados pelas organizações, transformando as informações e
conhecimentos por ele contextualizados, em criações humanas.
As organizações que adotam sistemas informatizados, que enfatizam a
tecnologia em seus processos, se baseiam nas seguintes premissas:
Dados tornam-se informação quando o seu criador lhes acrescenta significado. Transformamos dados em informação agregando valor de diversas maneiras. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998, p.5).
A informação é facilmente armazenada nos computadores na forma de dados.
Criar bancos de dados em computadores é o único modo de administrar a complexidade da informação.
A informação deve ser comum a toda organização. As mudanças tecnológicas irão aperfeiçoar o ambiente
informacional (DAVENPORT; PRUSAK, 1998, p.11-12).
Entretanto, de per si, os sistemas informatizados acabam por disponibilizar
uma sobrecarga de informação, algumas vezes registradas em bancos de dados
diversos, situação que não facilita seu uso nos processos e nem o acesso à
informação dentro da organização.
A tecnologia de informação parece incapaz, ao menos por si só, de fornecer
as informações de que necessita para executar e administrar os negócios, ou
29
identificar as necessidades informacionais, o que acarreta um ambiente
informacional carente.
Os sistemas de informação como um conjunto inter-relacionado de bancos de
dados, devem ser estruturados e planejados visando oferecer à organização um
sistema ágil que atenda à demanda de informações estratégicas, permita o
monitoramento do ambiente interno e externo e norteie o planejamento e o processo
decisório.
Dentro do contexto das organizações e objetivando a agregação de valor nas
informações disponibilizadas nos sistemas informatizados, Davenport e Prusak
(1998) destacam que a TI deve direcionar o seu foco para responder a questões
voltadas para:
Determinar as necessidades internas de informação, relativas às funções,
atividades e processos administrativos da organização e a sua satisfação.
Melhorar o fluxo organizacional da informação e o nível de comunicação.
Maximizar os recursos organizacionais de informação, potencializando o
seu aproveitamento.
Estimular os membros da organização na produção e uso dos recursos
informacionais.
Contribuir para modernizar processos e atividades administrativas.
Garantir a qualidade dos produtos e processos organizacionais,
assegurando a sua efetiva disseminação.
Determinar as necessidades de informação externa.
Na cadeia evolutiva do ciclo informacional, que promove a relevância,
contextualização e significado dos dados registrados, a importância do envolvimento
humano aumenta, pois os sistemas de TI não são adequados para lidar com o
objetivo da agregação de valor.
Para McGee e Prusak (1994) as organizações devem planejar
cuidadosamente a modelagem interna da informação e dar importância aos
mecanismos de gerenciamento. Esta conduta está associada, por um lado, à
expansão das linhas horizontais e verticais do fluxo de comunicação das
informações internas e, por outro lado, à captura de informações externas, para
concentrá-las em funções vitais, como:
30
Subsidiar o planejamento estratégico e a estratégia dos processos.
Avaliar e monitorar tendências.
Subsidiar decisões táticas e operacionais.
Subsidiar o processo de tomada de decisões estratégicas.
Baseado em Davenport e Prusak (1998) e McGee e Prusak (1994), pode-se
sintetizar que, para a sedimentação de uma cultura da informação, as TIs devem ser
utilizadas para atender as seguintes necessidades organizacionais:
a) Disponibilizar sistemas de consultas que condensem as informações
existentes nos bancos de dados, de forma a simplificar o acesso e evitar o
excedente de informação (informação desnecessária), que cria confusão entre os
funcionários quando do uso das mesmas. Esse sistema permitirá identificar com
rapidez registros com dados inconsistentes e em duplicidade, promovendo uma
racionalização e depuração dos mesmos.
b) Estabelecer uma política de acesso à informação dentro da organização
em função do grau de sensibilidade da informação.
c) Disponibilizar sistema inteligente de busca de informação externa para
potencializar a pesquisa e uso da informação dentro da organização. Esse sistema
diminuirá a sobrecarga de informação que circula dentro da organização,
principalmente na rede interna.
d) Estabelecer um sistema de divulgação da informação voltada para os reais
usuários, ou seja, informação certa para o público certo, tendo em vista
compartimentalizar a divulgação.
e) Estimular a produção de informação e conhecimento dentro da
organização, enfatizando o uso contextualizado para a agregação de valor, com
mecanismos de retroalimentação ativa e redução da inércia organizacional.
f) Inserir, nos processos de tomada de decisão, o uso da informação com o
valor agregado, reduzindo decisões baseadas em dados empíricos ou pouco
consistentes, de forma a estimular a pesquisa e o estudo sobre o assunto em foco.
31
As facilidades de acesso às redes e aos bancos de dados colocam, ao
alcance de todos, significativa quantidade de informação que, para entendê-la no
contexto organizacional, faz-se necessário situá-la nas diversas perspectivas de uso,
geração, armazenamento e disseminação.
A necessidade de implementação de mecanismos e instrumentos com o
propósito de localizar, analisar fatos relevantes relacionados ao contexto exige que
sejam obtidas informações de forma cada vez mais rápida e se crie os meios mais
competentes para atender às demandas geradas pelas organizações.
O papel da tecnologia de informação no apoio e suporte do processo de
implementação de sistemas informacionais, organizados, estruturados, inteligentes e
competentes, é fundamental para o desenvolvimento da cultura de informação nas
organizações. Isto pressupõe uma visão organizacional centrada no processo, no
qual a tecnologia da informação é utilizada para administrar, organizar e estruturar o
volume de informação em constante mudança e oferecer elementos e subsídios para
o planejamento em todos os níveis da organização. Numa abordagem centrada no
processo, as pessoas são focos das ações que, estimuladas a compartilharem e
produzirem informações agrega valor aos sistemas informacionais.
1.5. O Valor da Informação no Mundo Empresarial
Profundas transformações têm ocorrido nos mais distintos contextos. Como
não poderia deixar de ser, os desafios, que são enfrentados por todos e que
possuem envolvimento social e econômico da sociedade, das nações, das
instituições e das organizações se vê incluído em um ambiente de competição
bastante turbulento. Evidentemente, esse ambiente competitivo cria, entre os
principais gestores de negócios, inúmeras dúvidas sobre como administrar, da
melhor maneira possível, os empreendimentos sob sua responsabilidade.
Essa situação acabou desencadeando uma onda de novas abordagens,
filosofias e novos conceitos de gestão. A competição levada ao extremo provoca
transformações no como as pessoas nas organizações pensam e agem sobre a
questão do cotidiano.
32
Novos valores foram gradativamente impondo-se aos melhores paradigmas
organizacionais. A ortodoxia da gestão tradicional sofre constantes revisões e cede
espaço a novas abordagens de Administração, por diversas oportunidades, em
nome da mudança, valendo-se, inclusive, de exageros, ou seja, pelas oportunidades
que aparecem no movimento do ambiente, passos são dados, muitas vezes, de
maneira impensada. Se deixarmos de lado as disfunções do processo e nos atermos
à focalização do fenômeno em si, é possível verificarmos que essas mudanças,
quando ocorrem, implicam em profundos avanços na gestão de processos
organizacionais, principalmente os empresarias.
Para McGee e Prusak (1994, p.194) “uma ênfase cada vez maior tem sido
dada a se visualizar as empresas através de uma perspectiva de processo.
Perspectivas que enfatizam a estrutura organizacional”.
Já para Davenport e Prusak (1998), ao contrario do conhecimento individual,
o conhecimento organizacional é altamente dinâmico e movido por uma variedade
de forças.
Podemos afirmar que as organizações estão sempre em processos de
mudanças estruturais, culturais e organizacionais e, nesse sentido, a organização
pode ser entendida, segundo Chinelato Filho (1993) como:
Uma ciência, quando são aplicados princípios, doutrinas e leis próprias,
que se consolidam mediante resultados.
Uma técnica, quando são utilizados instrumentos gráficos, como
organograma, fluxogramas, quadros de distribuição de trabalho, metodologias
integradas etc.
Uma arte, à medida que há contato com os seres humanos e, de acordo
com o relacionamento grupal e intergrupal. O organizador deve ter arte para saber
como aplicar a ciência e a técnica, utilizando-se de recursos humanos, materiais e
tecnológicos disponíveis.
Segundo Mañas (2000) a busca de informação tem feito com que
organizações especializem pessoas e formas de ação e tecnologias que permitam
classificar as informações como:
33
Seletivas – utilizam técnicas que levem ao público, à comunidade, ao
governo e à concorrência informações sobre a organização em si. Utilizam-se, com
essas informações, técnicas que permitem separar dessas mesmas fontes, a
retroalimentação necessária para a dinâmica de um sistema, visto em sua totalidade
como completamente integrado.
Obrigatórias ou legais – são as informações obrigatórias por lei e pela
convenção e que, por isso mesmo, têm que sofrer tratamento periódico, pois são
fundamentais para o andamento natural da organização. Estamos nos referindo a
notas fiscais, impostos, taxas, registros, declarações, balanços, entre outros.
Confidenciais – caracterizam-se pelo grau de confidencialidade, sigilo e
pelo acesso restrito a poucas pessoas, como, por exemplo; planos, parentes, novos
projetos, sistemas de logística, lucros e perdas, participação acionaria, negociações
diversas.
Complementares – são caracterizadas como informações que precedem
outras, que servem como apêndices ou complementam a informação. Entre elas
temos descrições, narrações, comentários, anexos, explicações adicionais,
demonstrativos, gráficos, tabelas, quadros etc.
Arquivadas – utilizam técnicas que permitem detectar até que ponto a
organização tem condições de tratar a informação como algo de valor, numa
demonstração de sua organização em relação ao passado, presente e futuro. Uma
organização empresarial que toma decisões retrospectivas apenas funciona,
apagando incêndios, sem, no entanto, trabalhar com informações de fato.
1.6. O Novo Cenário dos Sistemas Organizacionais
A massa dos fluxos de informação produzida internamente, bem como o
volume de dados existentes no ambiente externo, molda novos tipos de sistemas
organizacionais e exige um novo papel da Tecnologia da informação, mais eficaz,
como suporte à implementação de sistemas e subsistemas informacionais.
O grande desafio das organizações, hoje, está em acompanhar as mudanças
aceleradas que ocorrem no mundo, principalmente com relação aos processos de
34
gestão, o que requer uma postura de maior inserção e integração do todo
organizacional.
As mudanças e estratégias para lidar com o intenso fluxo de informação que a
empresa necessita para as suas ações determinam:
Uma empresa é considerada infoempresa quando ela trabalha fortemente embasada em informações, e estas informações estão organizadas e estruturadas, contemplando informações internas e externas. Pode-se generalizar esse termo para empresas que atuam de forma moderna, transparente e competitiva Normalmente essas empresas são administradas por infoempresários, que são gestores que utilizam a informação e a Tecnologia da Informação para suporta suas decisões. (REZENDE; ABREU, 2003, p. 99).
Essas reformulações definem novas táticas de atuação das empresas e
demais instituições e estimulam o aparecimento de novos modelos e desenhos
organizacionais. Os formatos reestruturam funções e atividades e promovem o
aparecimento de novos instrumentos e metodologias operacionais, baseados no uso
intensivo de informação, conhecimento e inteligência.
Como consequência, os sistemas organizacionais estão reforçando a gestão
estratégica de informação, como recurso fundamental para a competitividade,
crescimento, sustentabilidade e aprendizagem, tanto na esfera do planejamento
quanto nos processos de tomada de decisão.
Neste sentido, têm surgido diversas conceituações que caracterizam as
estratégias das organizações, enfatizando a adoção de mecanismos de captura,
análise e uso de informações e conhecimento, tais como: Business Intelligence,
Inteligência Competitiva, Gerência de Conhecimento (Organization Knowledge
Creation), Inteligência Organizacional, Inteligência Empresarial, Inteligência
Econômica, Inteligência Fiscal, entre outros.
Os diversos autores que tratam desse tema mencionam a necessidade das
empresas acompanharem as mudanças advindas da força motriz da informação,
ressaltando que os novos contextos das organizações tendem a integrar e inter-
relacionar os recursos econômicos, materiais e financeiros com os recursos
humanos e tecnológicos.
Surgem, então, algumas abordagens que são enfaticamente discutidas, no
sentido de potencializar a informação e o conhecimento. Elas são assim
denominadas: Gestão de Conhecimento; Inteligência Competitiva e Inteligência
35
Organizacional, Corporativa ou Empresarial e, por fim, a mais recente, denominada
de Inteligência Fiscal.
Para Fuld (2007, p.16), “desenvolver Inteligência Competitiva é semelhante a
criar uma pintura pontilhada. Seu objetivo não é criar uma imagem perfeita, mas uma
imagem representativa da realidade”, ou seja, “Inteligência é usar informação de
forma eficiente e tomar decisões com uma imagem menos do que perfeita.”
Para Ribeiro (2005, p. 125) a atividade de Inteligência Fiscal engloba todas as
atividades do processo de inteligência competitiva, em que a abordagem estratégica
e de análise estará inserida, conforme o ambiente de estudo da estrutura fiscal e
tributaria das organizações.
Na realidade, o que se percebe é a estreita relação existente entre essas
abordagens, pois as organizações que buscam a excelência dos seus negócios
utilizam ambas, para uma ação eficaz e efetiva dos sistemas informacionais, visando
desenvolver cultura de informação e implementar a aprendizagem organizacional, no
sentido de orientar o planejamento e a tomada de decisão.
A base da inteligência organizacional e da gestão do conhecimento está no
uso eficiente de um volume selecionado de informação e não na geração e na
distribuição de grandes quantidades de informação. Com isso, se fornece
informações específicas às pessoas que delas precisam e as utilizam para produzir
conhecimento. Assim, a organização está potencializando os sistemas
informacionais, incentivando o compartilhamento, agregando valor à informação e
estimulando o aprendizado organizacional, com o uso competente do recurso
tecnológico somado ao conhecimento intelectual acumulado.
Na verdade, as tentativas de exploração do conhecimento existente nas
pessoas, processos e produtos de uma organização são procurados, cada vez mais,
pelas organizações e sua sinergia e convergência com a informação estratégica e
inteligência, se torna, a cada momento, mais imperiosos para o sucesso
organizacional.
Por fim, para que os sistemas sejam eficientes, é fundamental que se
desenvolva na organização a cultura de informação, de modo a tornar os
funcionários criadores, compartilhadores e consumidores de informação, de modo a
aprenderem a utilizar a TI para instrumentalizar suas atividades. Neste sentido, as
organizações estão fazendo uso e experimentando modelos que estimulam a troca
de informações e conhecimento, tanto do ambiente interno como externo, numa
36
contínua autorrenovação, para agregar valor e maximizar os investimentos dos
sistemas informacionais e fundamentar a tomada de decisão.
Por outro lado, os Governos vêm ampliando sua gama de informações e
formando uma inteligência por meio de mecanismos de controle e, recentemente,
inaugurou a Delegacia Especial e Maiores Contribuintes (DEMAC) em São Paulo,
cujo objetivo é apertar o cerco contra as 10.568 maiores empresas do País, de
acordo com o fisco e que são responsáveis por 75% da arrecadação federal.
No capítulo que segue busca-se contextualizar a informação para destacar o
atual papel da inteligência, da inteligência competitiva e da inteligência fiscal, como
elemento transformador e dinamizador das ações organizacionais.
37
CAPÍTULO II – UM ENFOQUE GERENCIAL PARA A INTELIGÊNCIA DO NEGÓCIO
Este capítulo demonstra a base conceitual sobre Business Intelligence como
principal ferramenta para análise, os conceitos de inteligência competitiva, a
Inteligência Fiscal no panorama Brasileiro bem como a tenacidade entre inteligência
organizacional, competitiva, fiscal e mostra, também, as principais obrigações
acessórias que as empresas estão obrigadas a apresentar.
2.1. Informação e Inteligência
A abordagem do significado da informação e o processo de agregação de
valor, na perspectiva da inteligência organizacional são imprescindíveis para se
abordar o uso da informação como instrumento de inteligência na área fiscal, neste
estudo.
Portanto, comenta-se o uso estratégico da informação nas organizações e o
ciclo de mutação do dado em inteligência, para inseri-la na visão da inteligência
competitiva.
As definições de inteligência, que seguem, fazem parte do trabalho de
Cavalcanti (2004).
O termo inteligência surgiu no século XIV, tem origem do latim intelligentia.
Segundo o Dicionário Webster (1853, p. 703) inteligência é ‘a capacidade de conhecer, entender ou compreender (...) conhecimento adquirido seja por estudo, pesquisa ou experiência (...) requer observação e reflexão’ (...) se refere a ‘uma porção de coisas distante, ou antes, desconhecidas’.
O Dicionário Michaelis define inteligência como a ‘faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar, entendimento, intelecto’.
Em termos filosóficos é o ‘principio espiritual e abstrato considerado como a fonte de toda a intelectualidade’.
Em termos sociológicos é a ‘capacidade de captar, interpretar, perceber e responder corretamente as expectativas sociais’ (WOLMAN, 2001).
Em termos biológicos pode ser considerada como ‘uma das atividades do organismo’.
38
O significado do termo “Inteligência”, no ambiente organizacional, tem sido
associado, basicamente, aos enfoques que determinam o nível maior de agregação
de valor à informação e à implementação de uma atividade específica, visando obter
informação e transformá-la em conhecimento estratégico, bem como o termo que
identifica a função especial de um órgão ou serviço nacional de informação.
Davenport e Prusak (1998) afirmar que as informações transformam-se em
conhecimento, quando são definidos os seguintes atributos a elas:
Comparação: é possível estabelecer uma relação comparativa dessas
informações com outras em situações semelhantes.
Conseqüências:podem-se observar implicações aos processos de tomada
de decisões;
Conexões: podem estabelecer relações de novo conhecimento com o
conhecimento já existente;
Conversão: podem-se obter versões das pessoas que compartilham o
conhecimento criado.
Esse método para distinguir, dados, informação e conhecimento está
representado na Figura 1.
Dados
Figura 1 − Distinção entre Dados, Informação e Conhecimento
Fonte: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)
Dados Informação Conhecimento
- Comparação
- Consequências
- Conexões
- Conversação
- Contextualização
- Categorização
- Cálculo
- Correção
- Condensação
39
Figura 2 − Degraus de construção da inteligência Fonte: Adaptado de Tarapanoff (2001).
A Figura 2 mostra como primeira categoria de inteligência o termo “dados”.
Eles correspondem a itens dispersos e não contextualizados como, por exemplo,
fatos, textos, gráficos, imagens e sons. A principal atividade nesta categoria é a
coleta (interna e externa) e armazenamento bruto dos dados.
Realizando-se o processamento dos dados, obtém-se a segunda categoria, a
“ informação” que, por sua vez, é caracterizada pela contextualização interpretativa,
ou seja, ela pode ser interpretada individualmente dentro de um contexto. Por
exemplo, tomando-se os dados e – os de forma mais refinada – montando
tabelas, elaborando gráficos ou editando imagens ou sons – obtém-se a informação.
O processamento dos dados geralmente é automatizado e consiste, por exemplo,
em formatação, impressão e visualização digital.
Com relação ao termo informação, ele pode sofrer um processo de
elaboração que consiste em um detalhamento da informação
Partindo-se da informação e, por meio do processo de avaliação, obtém-se o
conhecimento, terceiro degrau representado na Figura 2. O conhecimento é
caracterizado pela avaliação, interpretação e integração de dados e de
Inteligência
Elaboração
Experiência
Conhecimento
Síntese
AprendizadoProcessamento
Avaliação
Informação
Incorporação
V A L O R
Dados
40
informações. Assim, por exemplo, as informações que são discutidas e
interpretadas em uma reunião se tornam conhecimento explícito ou tácito. No
primeiro caso, isso ocorre pelo registro em atas ou relatório e, no segundo caso, o
conhecimento permanece com as pessoas que mantiveram contato com ele. Além
disso, o conhecimento está envolvido com uma série de processos dinâmicos que,
de forma geral, podem ser chamados de aprendizado. O aprendizado consiste,
basicamente, em uma “integração de novas informações em estruturas de
conhecimento, de modo a torná-las potencialmente utilizáveis em processos futuros
de processamento e elaboração” (TARAPANOFF, 2001, p. 119).
O último degrau, representado na Figura 2, corresponde ao termo
“inteligência” que pode ser considerado como o resultado da aplicação da
faculdade intelectual humana sobre conhecimentos específicos, visando à tomada
de decisão. No processo de transformação do conhecimento em inteligência, ocorre
basicamente a síntese de diversos conhecimentos, procurando-se aplicar as
inferências obtidas em uma situação de relevância para a organização (como por
exemplo, para a solução de problemas ou para a definição de diretrizes
estratégicas). Mais detalhadamente, a síntese pode ser vista como uma seqüência
das seguintes etapas: avaliação, interpretação e projeção. A Figura 3 ilustra esse
processo de criação de inteligência.
O processo de criação de inteligência é iniciado com os conhecimentos
existentes na organização. A primeira etapa desse processo é a avaliação, que
consiste objetivamente em reunir, selecionar e identificar fatores críticos da situação
em questão. A segunda etapa é a interpretação, que corresponde ao entendimento
da situação mencionada.
A última etapa é a projeção, que tem como objetivo elaborar possíveis
cenários competitivos, tendo como base a interpretação realizada. A criação de
inteligência dentro da organização se consolida com a experiência da prática de
cada uma dessas etapas, associada ao conhecimento tácito das pessoas.
“Então, a experiência é uma agregação de valor ao processo decisório de
uma organização, por refletir toda a sua capacitação para atuar com competitividade
no seu ambiente externo” (TARAPANOFF, 2001, p. 120).
41
Figura 3 – Síntese: o Processo de Criação de Inteligência Fonte: Adaptado de Tarapanoff (2001).
Empiricamente, Miranda (1999) formula um fluxo com valor agregado
crescente, ou seja, dados, informação, conhecimento e inteligência, até chegar ao
nível de estratégia organizacional. Essa formulação, que se relaciona diretamente
aos níveis hierárquicos organizacionais, está representada na Figura 4.
Neste ponto, é necessário evidenciar a diferença entre inteligência individual
e inteligência organizacional. No primeiro caso, tratam-se das faculdades
intelectuais humanas, características de cada indivíduo, campo de estudos da
psicologia, pedagogia e sociologia. No outro caso, a inteligência organizacional se
refere aos processos de interação social de dentro de uma organização, com o
objetivo último de tomada de decisão. Neste caso, portanto, é apropriado o uso
da expressão “criação de inteligência”, visto que não se trata da citação de uma
faculdade humana, mas, se refere ao uso dessa faculdade para se criar alternativas
para a tomada de decisão organizacional (TARAPANOFF, 2001).
42
Figura 4 – Dados, Informação, Conhecimento, Inteligência e Estratégia Fonte: Miranda (1999, p.8)
2.2. Inteligência Competitiva
A Inteligência Competitiva (IC) tem aqui uma abordagem, que tece
comentários acerca de alguns pontos considerados essenciais, como processo que
orienta uma ação, para a introdução do tipo específico de inteligência aplicada à
área fiscal na Controladoria.
Diversos estudos e pesquisas sobre a inteligência competitiva vêm sendo
realizados no Brasil, com ênfase, principalmente, na competitividade das empresas,
sobre a qual há também uma farta literatura sobre o assunto. Esse tema é abordado
como Business Intelligence e Competitive Intelligence, e é atualmente considerado
um dos principais conceitos do novo paradigma na estrutura organizacional das
empresas e do Governo, com papel fundamental na arrecadação.
Com a explosão da tecnologia da informação e o grande avanço nas
telecomunicações, as empresas de todo o mundo foram influenciadas pelo ambiente
43
externo, pelas oportunidades e ameaças, dependendo cada vez mais da chamada
informação estratégica produzida pela Inteligência Competitiva.
A IC vem sendo potencializada na “Era da Informação” e utilizada para a
retomada do crescimento, promoção do desenvolvimento de nações e de empresas,
e apresenta uma expressiva demanda no Brasil, na ultima década. Basicamente, sua
atividade consiste na aplicação de métodos de vigília do ambiente externo de uma
empresa, buscando monitorar as atividades dos concorrentes e identificar novos
produtos e tecnologias.
Nesta perspectiva, a IC trata apenas do emprego de uma metodologia
específica para processar todas as informações disponíveis, transformando-as em
um produto específico – a Inteligência – elaborada para atender a uma demanda
definida. Esta se faz cada vez mais necessária, em razão da multiplicação das fontes
de informações científicas, técnicas, econômicas e políticas, e funciona como uma
ferramenta de apoio ao processo de tomada de decisão e à administração
estratégica das organizações.
Entender a diferença entre o que seja informação e inteligência é fundamental
para tornar mais eficiente a ação decisória. Assim, para a inteligência é preciso
analisar, correlacionar e identificar as tendências capazes de impactar, exigindo o
monitoramento constante do ambiente no qual a empresa atua (BORGES;
CAMPELLO, 1997).
O que se percebe nas empresas, na maioria das vezes, é a produção de
muitos relatórios que os executivos têm para ler, muitos dados para manipular, para
tomar uma decisão, o que significa que eles detêm muita informação e pouca
inteligência (MARCO, 1999).
Bessa (2002, p.36), ao abordar esse aspecto, cita o consultor John Rosenthal,
que menciona os estoques de informação nas organizações.
Nos nossos depósitos de conhecimentos e informações corporativas, vastos e sem aplicação, têm pouco poder quando entopem relatórios, arquivos e bancos de dados. Hoje em dia, informações não faltam. Faltam ferramentas para entregar a informação certa, às pessoas certas, e no tempo certo.
Pode-se dispor de um grande número de informações, usualmente chamadas
informações descritivas e que se referem a uma determinada situação estática,
porém, é cada vez mais necessário que as organizações operem apoiadas em
44
eficientes sistemas de coleta e análise de informação estratégica, cuja produção é
responsabilidade da Inteligência Competitiva.
Segundo Porter (1999, p.35):
A maioria dos estudos recentes trata a competitividade como fenômeno relacionado às características de desempenho ou de eficiência técnica. Na verdade, a competitividade deve ser vista como um fenômeno que reflete o grau de capacitação alcançado pelas organizações e que se traduz nas técnicas por elas praticadas.
O planejamento ou identificação de necessidade se constitui no processo
inicial para a definição do tipo de inteligência a ser produzida e que orienta e
determina as ações necessárias para a coleta de dados e informações. Essa coleta
envolve a captura dos dados e informações que podem estar de muitas formas em
diversas fontes, tanto internas como externas (primárias e secundárias), sendo a sua
maioria de domínio público, por meio de jornais, revistas, relatórios anuais, bases de
dados, fontes informais entre outros.
A etapa de análise da informação e sua transformação em inteligência são,
geralmente, consideradas a parte mais difícil, havendo a necessidade de interpretar
e pesar as informações, formular uma proposição, identificar padrões e medidas de
analise.
Concluindo o ciclo, a disseminação envolve a distribuição do produto da
inteligência, que pode assumir várias formatações (relatórios, informes, sumários,
exposições substanciais, entre outros), para as quais são sugeridas e defendidas
possíveis ações a tomar. Trata-se de um momento em que se tornam evidentes as
ações subsequentes, que podem gerar a necessidade de novos processos de
inteligência.
Marco (1999, p.13-14) cita Fuld (1995) quando este enfoca que o sucesso do
processo de construção da inteligência competitiva exige das organizações o
entendimento dos princípios que seguem:
- Tenacidade – se constitui em ação inerente à atividade organizacional, de modo que a obtenção de informações seja feita de maneira constante, diária, estimulada por uma cultura informacional.
- Longevidade – se consolide ao longo dos anos, sendo que o desafio está em sedimentar a cultura de informação no ambiente organizacional.
45
- Envolvimento – necessita o compartilhamento da responsabilidade pela coleta e análise das informações internas, resultando numa disponibilidade mais rápida e no uso muito maior do sistema.
Percebe-se que, independente do porte da empresa, esses princípios são
fundamentais para dar sustentação à atividade de inteligência e podem ser aplicados
em vários aspectos de uma empresa.
No caso do Brasil, Bessa (2002) identifica categorias básicas da atividade de
Inteligência e suas funções, para apoiar o processo de planejamento e tomada de
decisão nos seguintes segmentos:
a) Inteligência Competitiva e Tecnológica, que vem sendo realizada pelas
empresas para o aumento da competitividade.
b) Inteligência Econômica, oferecida pelo Estado para apoiar o desempenho
das micro, pequenas e médias empresas brasileiras e na capacidade de atuação no
mercado internacional.
c) Inteligência de Estado, visando à defesa do estado, da sociedade, da
eficácia do poder público e da soberania nacional.
d) Contra-inteligência, visando à proteção das informações sensíveis, seja
para salvaguardar os assuntos sigilosos de interesse do Estado e da sociedade
brasileira, seja para a manutenção da competitividade das empresas.
Muitas tecnologias podem apoiar as fases do ciclo da inteligência e,
especificamente, a tecnologia da informação e o uso da Internet, uma vez que estas
podem representar importantes ferramentas para o seu processo de produção no
ambiente corporativo, tanto interno quanto externo.
Conclui-se que as organizações, ao incorporarem em seus vários processos
decisórios a inteligência competitiva, sedimentam uma cultura forte em informação,
capacitam continuamente os gerentes a reconhecerem e a compartilharem tais
informações dentro do ambiente corporativo, de modo a refletir sobre a maneira de
agir e suas atitudes, para que o valor desse processo venha a ser maximizado.
Nos processos organizacionais, a informação deve contemplar todos os
elementos necessários para análise e processamento; apresentar nível de
confiabilidade para submeter-se a testes; estar disponível no tempo certo; ser
apresentada de forma correta para o seu emprego, bem como possibilitar agregação
46
de valor. Desta forma, a organização estará produzindo uma gestão informacional, a
qual procura se adaptar às mudanças e aos novos cenários exigidos pela sociedade
da informação.
2.3. Inteligência Fiscal: um Viés da Inteligência Competitiva
Furtado (2004, p.16) apresenta a inteligência de três maneiras: “processo-
criação de inteligência; produto-resultado desse processo ou como função
organizacional – pessoas voltadas especificamente para essa atividade”.
Em diversos países, o uso estratégico dos produtos da inteligência se deu a
partir da Segunda Guerra Mundial, como instrumento para alavancar a
competitividade das empresas, sendo que os métodos de inteligência que são
utilizados atualmente na área de administração surgiram nesse período.
No entanto, Sun Tzu, em seu livro “A Arte da Guerra” defende a estratégia e a
eficácia como conceitos fundamentais na efetivação de qualquer um desses
caminhos. “Estratégia” e “Eficácia” são, pois, dois conceitos que podem ilustrar uma
busca de sentido nas obras dos estrategistas.
A maioria das produções na área foi elaborada por especialistas em obter e
analisar informações, provenientes dos órgãos e serviços governamentais de
inteligência, que foram contratados pelas grandes empresas para trabalharem em
seus departamentos de pesquisa, desenvolvimento e marketing (RIBEIRO, 2005).
A explosão das comunicações e informações tem modificado a conduta
arraigada de pessoas, organizações e governos para controlar as informações ou
restringir a sua disseminação, alterando a ênfase na busca de dados secretamente,
para a capacidade de se coletar as informações disponíveis nas chamadas fontes
abertas, que podem ser obtidas em órgãos públicos e na própria Internet.
Miller (2002, p.157), afirma que as tecnologias de informação − com
equipamentos compartilhados, gerenciamento dos documentos, Intranet e Internet −
vêm dando sustentação a cada passo do processo de identificação, captura e
organização do fluxo da informação e identifica como suas funções:
• Alertar com a devida antecipação para o surgimento de oportunidades e ameaças.
• Subsidiar o processo de tomada de decisões estratégicas.
47
• Subsidiar decisões táticas e operações de negócios. • Avaliar e monitorar concorrentes, setores de negócios e tendências
sociológicas e políticas. • Subsidiar o planejamento estratégico e a estratégia do processo.
A aprendizagem representa o elemento “capaz de tornar o conhecimento
potencialmente utilizável em processos futuros de processamento e elaboração” e a
inteligência representa um esforço organizado e sistemático de coleta de dados e
informações que correspondem à síntese de diversos conhecimentos e inferências
aplicáveis em situações de relevância para a organização, solução de problemas e
definição de diretrizes estratégicas (TARAPANOFF, 2001, p.119).
Independente do porte e da atuação organizacional, seja da área pública seja
da iniciativa privada, o escopo de produção de inteligência está voltado basicamente
para potencializar a informação qualificada, transformando-a em recurso que oriente
a tomada de decisão.
Na inteligência, as informações precisam ser extrovertidas, prospectivas e
qualitativas para alimentar o processo de decisão e ação no ambiente corporativo.
Por isso, não raras vezes, elas se constituem, apenas em sinais fracos,
incertos e incompletos. Em outras palavras, o conjunto de informações que se impõe
está mais orientado ao futuro e para o ambiente externo, a partir do conhecimento
das capacidades e potencialidades internas da organização (OLIVEIRA, 2004, p.51).
As informações estão se tornando recursos cada vez mais necessários para a
continuidade das empresas modernas, tento em vista as rápidas mudanças que
ocorrem em seu ambiente externo, exigindo adaptações em tempo exíguo em seu
ambiente interno (MOSIMANN; FISCH, 2008, p.23).
O processo de valorização da informação cumpre algumas fases e passos
lógicos, segundo Weitze e citado por Rezende e Abreu (2003).
Conhecer muitas informações. Aprender sobre as informações. Juntar e guardar as informações úteis. Selecionar, analisar e filtrar as informações de maior valor. Organizar as informações de forma lógica. Valorizar as informações. Disponibilizar e usar as informações (REZENDE; ABREU, 2003,
p.97-98).
48
Pelo menos três passos são fundamentais para a valorização da informação,
que são: conhecer, selecionar e usar as informações. A seleção mal elaborada pode
causar danos incalculáveis quando do uso dessas informações.
2.4. Business Intelligence: um Enfoque Gerencial
O ambiente de negócios no qual as empresas operam atualmente está se
tornando cada vez mais complexo e mutante. As empresas, privadas ou públicas,
sofrem crescentes pressões forçando-as a responder rapidamente a condições que
estão sempre mudando, além de terem que ser inovadoras na maneira com que
operam.
Essas atividades exigem das empresas agilidade, tomadas de decisões
rápidas e frequentes, sejam elas estratégicas, táticas e operacionais, algumas das
quais são muito complexas. Tomar essas decisões exige quantidades exageráveis
de dados oportunos e relevantes, bem como de informação e conhecimento.
O processo dessas informações, na estrutura das decisões necessárias, deve
ser feita de forma rápida, com frequência em tempo real, e comumente com apoio
computadorizado.
A Figura 5 apresenta como deve ser um modelo de estrutura de Business
Intelligence.
Figura 5 – Modelo de Estrutura de Business Intelligence Fonte: Sefaz (2011)
49
Com base na compreensão da estrutura de BI torna-se mais fácil
compreender a realidade observada no nosso país.
As ferramentas de BI podem fornecer uma visão sistêmica do negocio e
ajudar na distribuição uniforme dos dados entre usuários, sendo seu objetivo
principal transformar grandes quantidades de dados em informações de qualidade
para a tomada de decisões. Através delas é possível cruzar dados, visualizar
informações em varias dimensões e analisar os principais indicadores de
desempenho (BATISTA, 2004). Essa facilidade, considerando as características
desta ferramenta, pode contribuir diretamente para as funções da área de
controladoria na obtenção, análise e comunicação do recurso informação para todos
os gestores, além de permitir um estreito monitoramento das atividades da empresa
como um todo.
Em suma, com o advento da tecnologia da informação, o problema está em
compilar e interpretar a vasta existência de dados, de forma que possam se
transformar em informações úteis e essenciais para os usuários. As ferramentas
de BI visam, exatamente, contribuir para que os gestores compreendam os dados
de forma sistêmica, para que tomem decisões tempestivas e apropriadas,
alinhando-as aos objetivos da empresa, e ampliando a função dos sistemas de
informações gerenciais, executivas e de apoio à decisão, tendo um conceito de
‘guarda-chuva’. (BARBIERI, 2001).
Business Intelligence (BI) é um termo “guarda chuva” que inclui arquiteturas, ferramentas, bancos de dados, aplicações e metodologias. E uma expressão livre de conteúdo, portanto, significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Parte da confusão relacionada ao BI é causada pela enxurrada de acrônimos e palavras da moda associadas a ele e suas ferramentas (como business performance management – BPM). Os principais objetivos do BI são permitir o acesso interativo aos dados (às vezes, tempo real), proporcionar a manipulação desses dados e fornecer aos gerentes e analistas de negócios a capacidade de realizar a análise adequada. Ao analisarem dados, situações e desempenhos históricos e atuais, os tomadores de decisão conseguem valiosos insights que podem servir como base para decisões melhores e mais informadas. O processo de BI baseia-se na transformação de dados em informações, depois em decisões e, finalmente, em ações (TURBAN et al, 2009, p.27).
50
A informação é base para a construção do conhecimento. Portanto, a
informação não é conhecimento, mas sim um componente deste. Com o objetivo de
suprir a necessidade de a organização descobrir os seus “saberes”, a gestão do
conhecimento é um processo que visa abstrair o capital intelectual do seu ativo
corporativo, captando os conhecimentos tácitos individuais de cada colaborador,
registrando e armazenando-os em sistemas computacionais específicos para esse
fim, tornando acessível o conhecimento composto por informações.
A empresa busca, pelas ferramentas de BI, acessar e integrar indicadores de
performance e tendência com diferentes graus de sintetização, capazes de auxiliá-la
na condução do negócio. Nessa linha, McGeever (2000) apresenta outra visão do
conceito de BI, referente ao tipo de informação segmentada que o gestor de um
ramo de negócios procura. Fazendo uso de BI, o usuário pode moldar as
informações de acordo com as suas necessidade e expectativas; do mesmo modo
pode conectá-las a outras, a fim de obter uma melhor análise e um melhor
resultado com o seu uso, ou seja, ele pode tornar-se mais independente na busca
de informações adequadas, não precisando de relatórios distintos e isolados para
conseguir o pretendido.
Os componentes da ferramenta de gestão de BI consistem no
armazenamento de dados (data marts e data warehouse), na análise de
informações (Online Analytical Processing – OLAP) e na mineração de dados (data
mining). Estes são essenciais para compor e entender a ferramenta de Business
intelligence e são abordados nos seguintes tópicos deste capítulo.
2.5. Data Warehouse (DW)
O DW tem a capacidade de gerenciar grandes quantidades de dados e, por
isso, qualquer tecnologia que pretenda oferecer suporte ao mesmo, precisa
satisfazer tanto os requisitos de capacidade de processamento, quanto os de
eficiência. O objetivo geral desse conjunto de dados consiste em oferecer subsídio
ao processo decisório, criando a possibilidade de facilitação de acesso a grandes
bases de dados, que podem ser manipuladas pelos usuários. É, em suma, o banco
de dados geral da empresa, onde todos os dados estão armazenados e prontos
51
para serem utilizados e trabalhados. A partir disso, é possível inferir a importância
dos DW para a área de controladoria, no que tange a conferir ao usuário um grau
maior de independência, possibilitando a essa área devotar mais de seu tempo ao
monitoramento das operações organizacionais à compilação de dados.
Um Data Warehouse é um banco de dados ou repositório de dados especial preparado para dar suporte a aplicação de tomadas de decisão. As aplicações variam de simples geração de relatórios ou consultas a complexas otimizações. (TURBAN et al, 2009, p.27).
Um data warehouse é projetado para garimpar informações escondidas nas
montanhas de dados de uma empresa. A longo do tempo, os sistemas de
informações são desenvolvimentos e implementados visando o controle de um
determinado processo na empresa. Em alguns casos, nem mesmo os analistas de
sistemas conseguem ter a visão do todo. A maioria dos sistemas de informação é
parametrizada, nos quais as pesquisas às informações são predefinidas, não
oferecendo flexibilidade ao usuário final (nem aos próprios analistas) para criar
novas pesquisas de forma ágil e rápida. Os data warehouses tem como premissa
resolver essa questão, dando ao usuário final a flexibilidade necessária para
pesquisas, mesmo para as mais exóticas.
2.6. Data Mart (DM)
O DM é definido como um subconjunto lógico e físico da área de
apresentação do Data Warehouse; um conjunto flexível de dados voláteis,
extraídos de uma fonte operacional e apresentados em um modelo dimensional,
suscetível às consultas inesperadas dos usuários. Para Inmon (1997) o DM
corresponde às informações dos níveis departamentais.
Inmon, Terdeman e Imhoff (2001) contribuem a respeito do conceito, expondo
que os data marts são estruturas moldadas com os dados encontrados no DW,
sendo que pertencem a áreas específicas na empresa, como finanças,
contabilidade, vendas, etc., e são formatados pelos requerimentos de cada área.
Então, entende-se que no sistema empresa, o DW é o grande banco de dados,
enquanto que os DM são dados trabalhados para determinada área ou usuário, isto
52
é, são cubos provenientes do banco geral de dados transformados em informações
específicas.
Segundo Adriaans e Zantinge (1996), todas as informações podem ser
transferidas da base de dados operacional para os dados warehouse. Para
visualizar essa operação, demonstramos a Figura 6.
Dados operacionais Data Warehouse Data Marts (cubos)
Figura 6 – Cubos de BI Fonte: Adaptada de Adriaans e Zantinge (1996, p.21).
Destaca-se que o DW recebe e armazena dados oriundos de todas as áreas
operacionais da empresa, enquanto que os DM são os cubos de informações
geradas a partir desses dados.
2.7 On-line Analytical Processing (OLAP)
A ferramenta de uma ferramenta OLAP é caracterizada pela análise
multidimensional dinâmica dos dados, apoiando o usuário final nas suas atividades.
Eles permitem uma série de visões, tais como as consultas ad-hot que, segundo define, Bill Inmom, são consultas com acesso casual único e os dados são tratados segundo parâmetros nunca antes utilizados. Isso significa que o próprio usuário gera as consultas de acordo com suas necessidades de cruzamento de dados e de uma forma diferente da usual, com emprego de métodos que o levam a obter as respostas desejadas. (TURBAN et al, 2009, p.57).
O termo “OLAP” foi citado pela primeira vez em um artigo escrito em 1992 por
Edgard Franck Codd (1923-2003). Neste artigo Codd definiu doze regras que
Extração da
Base de Dados
53
caracterizam uma ferramenta OLAP.
O Quadro 1 mostra estas doze regras.
Características das Ferramentas OLAP
Visão Conceitual Multidimensional
Transparência
Acessibilidade
Informações de Performance Consistentes
Arquitetura Cliente-Servidor
Dimensionalidade Genérica
Manipulação de Matrizes Dinamicamente
Suporte a Multiusuário
Operações Ilimitadas em Referências Cruzadas
Manipulação de Dados Intuitivamente
Consultas Flexíveis
Quadro 1 – Doze Regras que caracterizam uma Ferramenta OLAP Fonte: Adaptado de Codd (1970)
A Figura 7 representa a ferramenta de OLAP em um sistema de BI.
Figura 7 – Arquitetura de BI com uso de OLAP Fonte: Pentaho Organization (2011).
54
2.8. Data Mining
O Data Mining, que utiliza modelos sofisticados para gerar modelos de
previsões, pode ser útil na descoberta de informações que não aparecem de outra
forma, consistindo na descoberta de tendências e padrões em dados,
transformando as informações descobertas em ações e resultados. Em reforço,
Berry e Linoff (1997) conceituam esse recurso como a exploração e análise, por
meios automáticos ou semiautomáticos, de grande quantidade de dados para
descobrir padrões e regras significativos. A meta dessa ferramenta pode ser a
de permitir à organização melhorar as suas diversas áreas de atividade, pela
disponibilização de informações que facilitem a realização de suas rotinas
operacionais.
Um dos grandes problemas dos especialistas em análise de informação é a transformação de dados em informação. Como saber isso de uma forma automatizada e no menor tempo possível? Uma das respostas para isso é a combinação de estatísticas convencionais com técnicas de inteligência artificial, que resultam em uma técnica muito comentada nos dias de hoje: o Data Mining. Os processos de Data Mining são extremamente complexos, além de serem trabalhos que, dificilmente, serão resolvidos apenas por um especialista em Data Mining. E, qualquer projeto de Data Mining torna obrigatória a existência de um profissional com conhecimento do negócio, pois ele possui domínio total do assunto. Isso é para evitar que o resultado da modelagem não tenha a menor utilidade para apoiar uma decisão. (TURBAN et al, 2009, p. 50).
A partir desse ferramental de BI, que facilita a geração e a comunicação do
recurso informação aos usuários, a empresa pode ter flexibilização e dinamicidade
em seus processos, podendo, até mesmo, suprir várias de suas deficiências, ter
seu plano atendido de forma eficiente, contemplar tomada de decisões eficazes e
gerar um clima favorável ao seu contínuo desenvolvimento e ao seu pleno controle
organizacional.
O desenvolvimento que segue no tópico 2.9 mostra a estrutura de um
sistema de BI desenvolvido pela SAP NetWeaver Business Intelligence (SAP
NetWeaver BI).
55
2.9. SAP NETWEAVER BUSINESS INTELLIGENCE (SAP NETWEAVER BI)
O acesso no momento certo à informação relevante, sempre foi um aspecto
crítico do sucesso nos negócios. Agora, com o uso generalizado da Internet,
tecnologias de coleta de dados − com ou sem fio − como a RFID e o consequente
aumento das fontes de dados, isso é ainda mais relevante.
O SAP NetWeaver Business Intelligence (SAP NetWeaver BI) fornece um
quadro completo de sua empresa para satisfazer as várias necessidades dos
usuários finais, profissionais de TI e gerentes executivos. Ele reúne uma poderosa
infraestrutura de inteligência de negócios, um conjunto abrangente de ferramentas,
capacidades de planejamento e simulação, bem como funcionalidades de data-
warehousing − tudo entregue por meio de uma tecnologia de portal corporativo.
Com o SAP NetWeaver BI, se pode integrar dados de toda a empresa e de
outros lugares, transformando-os em informação prática e atualizada, que resulta em
tomadas de decisão seguras, ações bem direcionadas e resultados sólidos de
negócios. Ele suporta, segundo informações disponibilizadas no site do SAP:
Data-warehousing – Gestão de data warehouse, modelagem de negócios, extração, transformação e carregamento, que permitem construir data warehouses, modelar a arquitetura de informação, de acordo com a estrutura de negócios e gerenciar dados de múltiplas fontes.
Inteligência de Negócios – analíticos online, data mining e alertas dão base para acessar e apresentar dados, procurar por padrões e identificar exceções.
Planejamento de Negócios – Um framework de planejamento de BI, com funcionalidades seguras de fluxo de trabalho, suporta planejamento e orçamento, usando a Web ou o Microsoft Excel, baseados em dados corporativos consolidados para planejamento bottom-up ou top-down.
Percepção de Negócios – A criação personalizada de pesquisas, relatórios e análises, assim como o design de aplicativos Web permite que se crie relatórios de análise, que dê suporte a decisões em todos os níveis e apresente software de inteligência de negócios na Web.
Medições e Gerenciamento – Gestão de conteúdo de negócios, gerenciamento de metadados e inteligência de negócios colaborativa monitoram o progresso, oferecem templates de relatórios, asseguram informação consistente e ajudam os tomadores de decisão a trabalharem em conjunto.
Serviços Open-hub – As funcionalidades dos serviços open-hub permitem a distribuição de informação empresarial auditada e de
56
alta qualidade, por meio de webservices para aplicativos. Troca massiva de dados, Change Data Capture (CDC) e funcionalidades de modelagem, simplificam o desenvolvimento e permitem operações de baixo custo.
Broadcast de Informação – As funcionalidades de transmissão de informação suportam a distribuição em massa de informação para grandes audiências, de forma personalizada e segura. Você pode transmitir informação como um documento offline ou um relatório ao vivo por e-mail personalizado ou pela Internet de acordo com uma agenda ou com eventos-chave.
Aceleração da Inteligência de Negócios – Baseada em compressões, processamento de memória em paralelo e tecnologias de busca, a funcionalidade SAP NetWeaver BI Accelerator melhora a performance de pesquisas, reduz as tarefas de administração e encurta os processos em batch. Desenvolvido como uma ferramenta para os processadores Intel, o acelerador oferece, consistentemente, tempos de resposta rápidos, mesmo com aumento do volume de dados, número de usuários e análises.
2.9.1. Principais Funcionalidades
O SAP NetWeaver oferece todas as funcionalidades que uma plataforma de
aplicações e integração exige para desenvolver, integrar, e operar soluções,
seguindo uma arquitetura empresarial orientada a serviços. As principais
características são:
Infra-estrutura do Portal - Esta funcionalidade é a tecnologia líder na área de portal que oferece acesso unificado, personalizado e baseado em perfis ao seu ambiente de Informática, mesmo que este seja heterogêneo. A infra-estrutura do Portal é disponibilizada pelo SAP NetWeaver Portal.
Colaboração - Colaboração em tempo real promove comunicação dinâmica entre equipes ou comunidades permanentes ou ad hoc (formadas para fins específicos) - incluindo e-mails compartilhados, calendários, discussões encadeadas e armazenamento de documentos.
Acesso Multicanal - Com o acesso multicanal, você tem a possibilidade de se conectar aos sistemas da empresa através de voz, celular, ou tecnologia de radiofreqüência. O acesso multicanal é permitido pelo uso do SAP Mobile Business, uma solução que leva os processos empresariais até o local onde o negócio está acontecendo.
Gerenciamento de Conhecimentos - Gerenciamento de Conhecimentos com serviços centrados no usuário permite um ponto de acesso único ao sistema de gerenciamento de conteúdo do SAP e aos repositórios de dados de terceiros -- com busca integrada, taxionomia, classificação, gerenciamento de conteúdo, publicação e processos de fluxo de trabalho relacionados.
57
Inteligência Empresarial - Esta funcionalidade permite integrar, analisar e disseminar informações importantes a tempo oportuno. Esta informação é conduzida através do SAP Business Intelligence, que oferece um sólido conjunto de ferramentas de inteligência empresarial que o ajudará a criar e implementar relatórios e aplicações personalizadas e interativas, dando suporte às decisões em qualquer nível.
Gerenciamento de Dados - Esta funcionalidade promove a integridade da informação através de toda a rede de negócios em um ambiente de Informática heterogêneo. Permite compartilhar de forma harmoniosa, dados importantes que antes estavam limitados em múltiplos sistemas, e assegura consistência de dados inter sistemas. Esta funcionalidade é obtida pelo uso do SAP Master Data Management.
Integração de Processos entre áreas - Esta funcionalidade permite a comunicação com base em XML/SOAP entre os componentes de aplicação de várias fontes e vendedores. Permite-lhe também definir os componentes de software, interfaces, mapeamentos, e regras de conteúdo baseadas em encaminhamento. Esta funcionalidade é oferecida pelo SAP Exchange Infrastructure.
Gerenciamento do Processo Empresarial - Com o gerenciamento do processo empresarial, você poderá moldar e conduzir processos em um ambiente de Informática dinâmico. Você poderá combinar aplicações subjacentes em processos adaptáveis, de extremo a extremo, movimentando toda a cadeia de valores. Esta capacidade lhe é oferecida pelo SAP Exchange Infrastructure.
Servidor de Aplicações -- Esta funcionalidade suporta serviços e aplicações da Web independente da plataforma. Os padrões de desenvolvimento nativos são J2EE e ABAP. Você poderá utilizar tecnologias já existentes, enquanto constrói e desenvolve aplicações de e-business e serviços da Web. Esta capacidade é oferecida pelo SAP Web Application Server.
Gerenciamento do ciclo de vida da solução - SAP NetWeaver oferece uma tecnologia centralizada para todos os estágios do ciclo de vida do software, inclusive projeto, desenvolvimento, instalação, atualização de versões, testes e operações em andamento. O Web Dynpro suporta uma metodologia de desenvolvimento impulsionada por modelos para construir interfaces para o usuário profissional através da Web.
Desenvolvimento de Aplicação na Web - SAP oferece um ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) e uma ampla gama de ferramentas para o desenvolvimento, teste e instalação de aplicações para a no ‘SAP Web Application Server’ através de todo o ciclo de vida do software.
Segurança na Internet -- As tecnologias de segurança incluem pedido de conexão único (SSO), autorização por função, administração central de usuários, troca segura de informação através de criptografia, infraestrutura de suporte chave pública, troca de documentos segura e assinaturas digitais.
Globalização -- O SAP NetWeaver dá suporte a empresas globais em várias línguas, moedas e áreas de diferentes fusos horários.
58
A Figura 8 representa um modelo de Businnes Intelligence com todas as
funcionalidades descritas no contexto citado.
Figura 8 – Modelo de BI SAP Fonte: SAP Organization (2011)
2.10. Inteligência Fiscal: uma Realidade no Panorama Brasileiro
As etapas do processo de inteligência podem variar de empresa para
empresa.
Moura Campos (1999, p.3) apresenta a “natureza do conhecimento gerado
pela atividade de inteligência fiscal como conhecimento processado, e resultante de
processos mentais como análise, comparação, avaliação, dedução e síntese”,
enfatizando as técnicas operacionais para a coleta e busca do dado negado,
fundamentalmente apoiadas nas técnicas da inteligência militar.
Na realidade, esses “processos mentais” correspondem às funções básicas
de um setor que se dedica a produzir inteligência, que envolve basicamente o
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planejamento, a coleta, o processamento e a difusão de informações estratégicas,
que também compõem o ciclo de produção em qualquer tipo de inteligência.
Para Ribeiro (2005, p.124), tomando-se como base a inteligência competitiva,
pode-se definir a inteligência fiscal aqui abordada como:
Ciclo de atividade de inteligência, que por intermédio de um sistemático trabalho de informação visa criar uma estrutura de previsão e proteção das questões fiscais e tributarias para a controladoria com o objetivo de municiar a alta direção para os atributos de planejamento tributário, soluções de passivos fiscais e minimização do risco fiscal junto a ao fluxo de caixa, além da preocupação com a continuidade e da sobrevivência da organização.
O mais importante papel da inteligência, em última analise, é de proporcionar
conhecimentos antecipados e suprir as necessidades do usuário. Assim, o
planejamento e a atividade de inteligência envolve a administração de todos os
esforços visando identificar os dados e informações necessárias ao seu decisor.
(BESSA, 2004, p. 62).
A expansão da internet, permitindo acesso rápido e fácil às informações,
produz o fenômeno da hiper-informação, ou seja, um excesso de informações
disponibilizadas para acesso de qualquer pessoa, gerando a necessidade da
formação de profissionais capazes de coletar, analisar e agregar valor às
informações, transformando-as em um produto acabado, tradicionalmente chamado
de inteligência e de fundamental importância no processo de tomada de decisão.
Por outro lado, a estrutura governamental vem, a cada dia, sistematizando os
seus controles internos, a fim de melhorar a arrecadação, fraudes, sonegações e
contingentes tributários. Nesse caminho e com esta finalidade criou o Sistema de
Inteligência Fiscal (SIF) representada pelos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato
Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
É um sistema pelo qual os Estados deverão trocar informações das empresas
emitentes de notas fiscais eletrônicas.
Apresenta-se a seguir a sua instituição:
Dispõe sobre a instituição do Sistema de Inteligência Fiscal (SIF) e intercâmbio de informações entre as unidades da Federação.
As Secretarias de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, neste ato
60
representados pelos respectivos Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação, tendo em vista o disposto nos artigos 102 e 199 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25.10.1966), resolvem celebrar o seguinte: P R O T O C O L O Cláusula primeira Fica instituído o Sistema de Inteligência Fiscal - SIF -, integrado pelas Unidades de Inteligência Fiscal - UnIF - dos Estados, signatários do presente protocolo, e orientado pela Doutrina de Inteligência Fiscal - DIF - definida no Anexo Único deste protocolo.
§ 1º O SIF é o conjunto harmônico e integrado de UnIF, baseado na mútua colaboração, com vistas à cooperação técnica e ao intercâmbio de informações, no interesse das atividades de Inteligência Fiscal.
§ 2º Para efeito deste protocolo, considera-se UnIF o setor especializado, formalizado na estrutura da Secretaria de Fazenda, Receita, Finanças ou Tributação da unidade federada, responsável pelo desenvolvimento da atividade de Inteligência Fiscal definida na referida Doutrina de Inteligência Fiscal.
Cláusula segunda O SIF tem como objetivos primordiais:
I - estabelecer rede permanente de interação entre as UnIF, através da manutenção de fluxo de informações ágil, seguro e institucional, de interesse da atividade de Inteligência Fiscal;
II - facilitar o desenvolvimento de ações de Inteligência Fiscal, conjuntas e integradas, entre as UnIF;
III - promover a cooperação técnica entre as UnIF, através da permuta de experiências, métodos, técnicas e da realização de eventos voltados à capacitação dos profissionais de Inteligência Fiscal.
§ 1º Será formado grupo de trabalho específico para a criação de portal na rede mundial de computadores - internet -, como forma de facilitar a consecução dos objetivos delineados neste protocolo.
§ 2º Poderão ser formados grupos de trabalho, com representantes das UnIF integrantes do SIF, para desenvolvimento de estudos sobre temas ou áreas específicas de interesse das atividades de Inteligência Fiscal.
Cláusula terceira Será criado cadastro com a identificação das UnIF integrantes do SIF e de seus representantes, aos quais compete a manutenção do fluxo de informações de interesse às atividades de Inteligência Fiscal.
§ 1º O cadastro de identificação das UnIF será mantido atualizado, principalmente quanto aos contatos dos representantes das UnIF integrantes do SIF.
§ 2º Serão utilizados meios seguros na comunicação entre as UnIF.
§ 3º Eventual demanda dirigida à UnIF integrante do SIF que não decorra de ação conjunta e cuja informação pretendida não esteja disponibilizada nos meios ordinários de cooperação entre as fiscalizações das unidades federadas deverá, ressalvada a
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concordância entre as UnIF envolvidas, ser específica e pontual, no interesse da atividade de Inteligência Fiscal.
Cláusula quarta A coordenação do SIF será exercida por um representante de UnIF dele integrante ou por seu eventual substituto, de outra UnIF, eleitos para mandato de 2 (dois) anos, por maioria simples dos votos das UnIF presentes na reunião citada no inciso II do § 1º desta cláusula, vedada a reeleição.
§ 1º Anualmente, deve ser realizada uma reunião para tratar de assuntos relacionados com a organização e o funcionamento do SIF, preferencialmente no mês de outubro e em local a ser determinado no território da UnIF cujo representante estiver na coordenação do SIF, devendo os resultados serem registrados em documento próprio.
§ 2º Poderão ser agendadas reuniões extraordinárias, a critério da coordenação do SIF, com vistas ao cumprimento dos objetivos estabelecidos na cláusula segunda, especialmente no que tange à permuta de experiências, técnicas e métodos.
§ 3º As deliberações nas reuniões serão efetivadas por maioria simples de votos dos representantes das UnIF integrantes do SIF.
Cláusula quinta O SIF poderá se inter-relacionar com outros sistemas de inteligência, mediante a concordância de maioria absoluta das UnIF dele integrantes, observado o sigilo fiscal estabelecido no Código Tributário Nacional e na legislação própria.
Cláusula sexta O presente protocolo entrará em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União, produzindo efeitos a partir de 1º de agosto de 2009.
A área tributária das organizações é tida como uma área operacional, mas a
evolução da questão fiscal no Brasil mostra que esta é mais uma questão estratégica
para dirigentes, do que simplesmente escriturações fiscais. A situação fiscal das
empresas no Brasil demonstra que praticamente 90% das empresas têm algum tipo
de pendência com o Fisco, apresentando, assim, a problemática da má condução da
atividade tributária na organização.
Constantemente a mídia divulga informações referente a questão fiscal nas
organizações, impulsionadas pela lenta reforma tributária, tão sonhada por sinal. E
se percebe que estas informações são de caráter adverso para as empresas. Neste
período, para se ter uma idéia, mais de 20.000 empresas estão sendo autuadas pela
Receita Federal por uma série de erros e débitos junto ao sistema do Fisco. Estas
autuações prejudicam o dia a dia da organização, pois paralisam todo o
funcionamento tributário da empresa, principalmente nas que estão em processo de
concorrência.
62
O acompanhamento da situação fiscal da organização deve ser uma forma de
desenvolver processos estratégicos do planejamento fiscal, com o intuito de
minimizar o impacto fiscal no caixa da empresa. Este impacto pode ser revisto em
função da melhor utilização das informações fiscais produzidas interna e
externamente pela empresa. Neste sentido de acompanhar o monitorar a situação
fiscal, favorece a empresa no encontro de oportunidades e redução de adversidades
por parte do Fisco.
Mas, diante desse cenário complexo da globalização da informação e das
novas tecnologias de controle fiscal e, também, do crescente recrudescimento das
organizações criminosas frente ao SPED, o governo federal instituiu o Sistema de
Inteligência Fiscal, através do Protocolo ICMS nº 66, de 03.07.2009 – DOU 1 de
15.07.2009. Esse protocolo cria unidades especializadas na detecção, investigação
e combate às fraudes fiscais estruturadas e outros ilícitos correlatos.
Na busca da plena eficácia, as Unidades de Inteligência Fiscal (UnIF),
instituídas na estrutura dos órgãos fazendários, devem atuar em rede, balizadas por
doutrina única e específica, através de sistema integrado, que permita um fluxo
permanente de dados e conhecimentos no âmbito das Administrações Tributárias,
mantendo estreito relacionamento com outros órgãos de Inteligência das diversas
esferas do Poder Público, no chamado Sistema de Inteligência Fiscal (SIF).
Para evitar surpresas desagradáveis o empresário deve manter sob controle
os sistemas internos de operações fiscais e financeiros através de um saneamento
cadastral eficaz, intensificando a fiscalização entre os documentos que circulam
internamente e que estarão disponíveis para a Receita e suas unidades fiscais.
Deve-se evitar autuações e fiscalizações, pois, trabalhar com informações corretas e
atualizadas garantem a qualidade tributária da organização e, quem tem
conhecimento fiscal sabe disso. Não se deve deixar que os recursos de caixa sejam
transferidos diretamente para o fisco.
2.11. Os Dez Mandamentos da Inteligência Fiscal
Considerando as questões da Inteligência e de Business Intelligence,
percebe-se que a preocupação diária de um gestor está na capacidade de
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administrar o fluxo de produção de informações estratégicas para o êxito
empresarial.
Na mesma linha, o gestor das questões fiscais e tributárias de uma
organização precisa estabelecer parâmetros para a administração estratégica de
informações fiscais.
A perfeita gestão fiscal e de informações fiscais envolve alguns pontos
básicos, corporificados nos dez mandamentos da inteligência fiscal, disponibilizados
no Jornal Valor Econômico, por Fabio Ribeiro, em 14 de maio de 2006.
1. A transformação da questão fiscal-tributária da empresa em uma questão estratégica. O conhecimento da questão fiscal-tributária deve ser mote de reuniões estratégicas para análise e decisão.
2. A ampliação do conhecimento da situação fiscal da empresa para a sua alta direção. Isso porque, muitas vezes, percebemos que ela não tem conhecimento da situação fiscal, mas legalmente é a responsável direta por ela.
3. A criação de um sistema de monitoramento da situação fiscal da empresa. O controle apurado da situação fiscal determina o grau de qualidade e de redução do risco fiscal da organização. Este monitoramento serve para evitar autuações e fiscalizações constantes.
4. A situação fiscal regular é um conjunto de fatores que integram todo o escopo de informações fiscais — ou seja, a união das informações da sede, das filiais, dos sócios e diretores e das empresa coligadas e o controle das informações com fornecedores. Hoje o escopo de controle por parte do fisco é uma integração de informações que possam constituir um cenário de atuação. Problemas fiscais com essas linhas de integração geram, assim, autuações e possíveis fiscalizações, tanto que algumas empresas vêm sofrendo problemas em relação aos fornecedores inaptos, inclusive com glosagem de créditos.
5. A criação de uma escala de prioridades para a manutenção da situação regular e para a necessidade de certidões. Percebo constantemente nas empresas a necessidade de certidões negativas e o desespero para obtê-las. A empresa não consegue obter uma certidão negativa por falta de controle da situação e, ao mesmo tempo, por não acompanhar os diversos problemas, processos, débitos e autuações de forma regular, o que gera impedimentos.
6. O desenvolvimento de estratégias fiscais e tributárias com domínio total do conhecimento da situação fiscal, com informações reais do ponto de vista do fisco e cuidados com o desenvolvimento de teses e planejamento tributário. Muitas vezes acompanhado departamentos jurídicos ou tributários desenvolvendo teses e planejamentos tributários sem entender os procedimentos operacionais da gestão fiscal.
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7. Todo o contato com a repartição pública deve ser realizado por meio de pessoal especializado. Essa é outra questão importante. A empresa relega a questão de contato com o ente público através do office-boy, mas a questão tributária é de suma importância e depende de boa qualificação para atuação.
8. A informação prestada ao fisco deve ter um sistema de controle rigoroso, pois a mesma é o instrumento principal de fiscalização. A maioria das autuações e processos que as empresas sofrem deve-se a motivos de falhas nas declarações prestadas.
9. A checagem constante de pagamentos e processos para evitar duplicidades, autuações e impedimentos de certidões. É muito comum ouvir dos gestores que a empresa já pagou tributos em duplicidade ou pagou a maior e não consegue o devido reembolso. Isso é uma falha tremenda de controle da informação fiscal e pode, sim, gerar autuação por parte do fisco para verificações.
10. Todo contribuinte tem, de acordo com a Constituição Federal, o direito à informação, o direito à consulta e o direito à defesa. O direito fica qualitativo a partir do momento em que o contribuinte dominar a informação fiscal, produzindo informação de forma continua.
Os mandamentos em foco servem para construir uma inteligência de gestão
de situação fiscal e reduzir o impacto fiscal na estrutura financeira e competitiva da
empresa, segundo conclusão de Fábio Pereira Ribeiro, presidente da DOCS
Inteligência Fiscal e autor de “Inteligência Fiscal na Controladoria”.
Ainda para o autor, a quantidade de exigências que as empresas devem
cumprir alimenta um sistema moroso de trabalho que só interfere na competitividade
do negócio, além de gerar altos custos. Reduzir o impacto fiscal sobre a estrutura
financeira é um grande objetivo hoje do gestor.
2.12. As Principais Obrigações Acessórias Inseridas no Contexto Tributário Brasileiro.
O Código Tributário Nacional classifica a obrigação tributária em duas
espécies, pelo critério do objeto da prestação, em principal e acessória. Para cada
espécie de obrigação, identifica um fato gerador, indicando o momento de sua
ocorrência.
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Nas disposições discorridas da obrigação tributária, art. 113 e §§, aponta o
Código Tributário Nacional (CTN), o momento do nascimento entre a verificação do
fato gerador e o surgimento da obrigação principal.
Contrariamente, a regra para identificar e definir o momento do surgimento da
obrigação principal não é observado em relação à obrigação acessória, cujo
nascimento, na letra do §2º do art. 113, advém da legislação tributária, que poderá
ser desvinculada da lei.
2.12.1. O Fato Gerador e o Princípio da Legalidade
O principio da tipicidade da tributação, que já se encontra implícito na formulação do principio da legalidade como reserva absoluta de lei (é vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça) era explicitado no regime da Constituição anterior por lei complementar, o Código Tributário Nacional, no exercício da sua função reguladora das limitações do poder de tributar. (XAVIER, 2002, p.20)
No disciplinamento da obrigação principal, o CTN denota o apego pela
tipicidade na descrição dos seus elementos, impondo à norma a delimitação rigorosa
do fato sobre o qual visa incidir. É a denominada tipicidade fechada ou cerrada,
consubstanciada no dever de previsão exaustiva de todos os elementos do fato
típico.
Carrazza (2001, p.229) esclarece que a tipicidade fechada apura o alcance do
princípio da legalidade, argumentando que:
Só é típico o fato que se ajusta rigorosamente àquele descrito, com todos os seus elementos, pelo legislador. Conjugados, estes princípios constitucionais impedem o emprego da analogia in pejus das normas tributárias ou penais-tributárias como fonte criadora de tributo e infrações (com suas respectivas sanções).
A previsão legal dos arts. 114 e 113, §1º do CTN, que somente considera
existente a obrigação principal se implementada a situação legalmente descrita
como necessária e suficiente para a sua ocorrência, que é o próprio fato gerador.
Outra dedução extrai-se da combinação dos artigos do Código Tributário
Nacional pertinente à obrigação acessória:
66
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§2º. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
...Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
As obrigações acessórias normalmente são estabelecidas por norma que não
seja a Lei, Atos normativos, Instruções Normativas, todos aqueles veículos
normativos previstos no art. 96 do CTN, tais como decretos e regulamentos, entre
outros contidos no seu art. 100, podem ser utilizados para criar obrigações
acessórias.
Contudo, não se dispensa a descrição da obrigação pela legislação,
dispensando-se apenas a exclusividade da lei em sentido estrito como instrumento
de introdução da obrigação na ordem legal tributária.
2.12.2. O Fato Gerador da Obrigação Acessória
O art. 115 tem o propósito de verificar se a obrigação acessória pode ou não
de algum instrumento que normatiza a não ser a Lei. Estabelece que:
“Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure
obrigação principal”
Como já foi visto no §2º do art. 113, a obrigação acessória decorre da
legislação tributária e tem por objeto as prestações positivas ou negativas, nelas
previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.que decorre
toda a celeuma em torno da necessidade ou não do fato gerador para a
configuração da obrigação acessória.
Buscando captar a mens legis inserta no art. 115 do CTN, Coêlho (1997, p.
268) menciona:
Vimos que as chamadas obrigações acessórias não possuem ‘fato gerador’; decorrem de prescrições legislativas imperativas: ‘emita notas fiscais’, ‘declare rendas e bens’, etc. A impropriedade redacional é sem par. Diz-se o fato gerador da obrigação acessória é ‘qualquer situação’ que, na forma da‘legislação aplicável’, impõe a
67
‘prática ou abstenção de ato’.Outra maneira de prescrever deveres de fazer e não fazer por força de lei, cabe apenas reafirmar que a legislação a que se refere o artigo somente pode ser coleção de leis em sentido formal e material
Acaba por concluir o autor que o art. 115 do CTN apenas nomeia,
erroneamente, o instrumento normativo apto a criar obrigações tributárias de fazer e
não fazer, com evidente impropriedade terminológica, referindo-se à legislação, que
possui conceito mais amplo que o de lei, quando, na verdade, intenciona apontar a
própria lei estrita como único meio idôneo de estabelecer obrigações, inclusive as
acessórias, sem que para tanto houvesse a necessidade de determinar um fato
gerador.
É certo que a obrigação acessória, por seu caráter instrumental, prestando-se
a auxiliar a execução das atividades arrecadadora e fiscalizadora dos entes
tributantes, não necessariamente ligada a uma obrigação principal, por vezes
reveste-se de peculiaridades que parecem, num primeiro momento, negar a
existência de fato que a origine. Tal ocorre com a obrigação de declarar-se isento
perante a Receita Federal. O sujeito passivo, em tese, não se colocou em situação
que desencadeasse os efeitos da norma, mas está, ainda assim, obrigado ao seu
cumprimento.
Porém, o exemplo acima não excepciona o que fora afirmado: toda obrigação
tem um fato gerador descrito anteriormente em norma legal. O sujeito passivo da
obrigação acessória de prestar declaração de isento, embora não esteja vinculado a
nenhuma obrigação principal, deve colaborar para o desempenho da atividade
fiscalizadora e arrecadadora do Fisco. O fato que gera a aludida obrigação é a
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda, nascendo,
desde então, a obrigação instrumental de fazer uma declaração anual de que não
aufere renda acima do limite fixado como faixa de isenção.
A verdadeira nota diferenciadora entre as obrigações previstas no CTN, a par
do objeto da prestação a que dão origem, não é a existência de fato gerador, que se
exige para ambas as espécies, mas a influência mitigada do princípio da legalidade e
da tipicidade em relação à obrigação acessória.
Art. 96. A expressão ‘legislação tributária’ compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
68
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
São dois os principais defeitos da tributação no Brasil na história atual:
a) Complexidade excessiva do sistema tributário.
b) Injustiça da estrutura tributária existente, notadamente em função de
definições presentes na legislação infraconstitucional.
A complexidade excessiva decorre dos seguintes fatores:
a) Quantidade de diplomas jurídico-tributários em vigor (alguns milhões).
b) Frequentes mudanças nessa extensa legislação, notadamente com uma
perversa alternância de critérios adotados.
c) Instituição irracional de obrigações acessórias.
d) Proliferação de exigências tributárias com regramentos diferenciados.
e) Opções normativas que brigam com a realidade social e com a capacidade
da administração tributária de lidar razoavelmente com tais definições.
A legislação tributária brasileira é uma das mais amplas e numerosas que
existe, abrangendo diversas Leis, Leis Complementares, Medidas Provisórias,
Decretos, Regulamentos, mas, a obrigação principal esta amparada legalmente na
sua plenitude, porém existem divergências com relação ao amparo legal das
obrigações acessórias, essas que desencadeiam uma força motriz de trabalho para
os profissionais da área fiscal – e dentro do já explanado anteriormente, segue um
elenco das principais obrigações acessórias divididas entre União e Estados,
69
excluído-se desta lista o SPED que é comentado exclusivamente em capitulo
posterior.
OBRIGAÇÃO DESCRIÇÃO DACON DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
DBF DECLARAÇÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS
DCP DEMONSTRATIVO DE CRÉDITO PRESUMIDO
DCRE DEMONSTRATIVO DO COEFICIENTE DE REDUÇÃO DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
DCTF DEMONSTRATIVO DE DEBITOS E CRÉDITOS TRIBUTARIOS FEDERAIS
DE DEMONSTRATIVO DE EXPORTAÇÃO
DECRED DECLARAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CARTÕES DE CREDITO
DERC DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS PAGOS A CONSULTORES POR ORGANISMOS NACIONAIS
DEREX DECLARAÇÃO SOBRE UTILIZAÇÃO DOS RECUROS EM MOEDA ESTRANGEIRA DECORRENTES DE RECEBIMENTOS DE EXPORTAÇÕES
DIF BEBIDAS DECLARAÇÃO DE BEBIDAS
DIF CIGARROS DECLARAÇÃO ESPECIAL DE INFORMAÇÕES FISCAIS RELATIVAS A TRIBUTAÇÃO DE CIGARROS
DIF – PAPEL IMUNE DECLARAÇÃO DE PAPEL IMUNE
DIMOB DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE ATIVIDADES IMOBILIARIAS
DIMOF DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA
DIPI DECLARAÇÃO DOS IMPOSTOS SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
DIPJ DECLARAÇAO DE INFORMAÇÕES ECONOMICO FISCAIS DA PESSOA JURIDICA
DIRF DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE
DITR DECLARAÇÃO DO IMPOSTO TERRITORIAL RURAL
DMED DECLARAÇÃO DE SERVIÇOS MEDICOS E DE SAUDE
DNF DEMONSTRATIVO DE NOTAS FISCAIS
DPREV DELCARAÇÃO SOBRE OPÇÃO DE TRIBUTAÇÃO DE PLANOS PREVIDENCIARIOS
DSPJ DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA DA PESSOA JURIDICA (EMPRESAS INATIVAS)
DSTA DECLARAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTARIA DO SETOR AUTOMOTIVO
DTTA DECLARAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE DE AÇÕES
GFIP/SEFIP GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMAÇÕES Á PREVIDENCIA SOCIAL
PAR-RMF PROGRAMA DE ATENDIMENTO Á REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA
PERD/DCOMP PEDIDO ELETRONICO DE RESTITUIÇÃO OU RESSARCIMENTO E DA DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO
Quadro 2 – Obrigações Acessórias Federais Fonte: Adaptado pelo Autor com base em dados da Receita Federal do Brasil (2011)
70
SIGLA ESTADO OBRIGAÇÃO DESCRIÇÃO AC Acre DAM, GIEF, SINTEGRA Demonstrativo de Apuração Mensal, Guia
Anual de Informações Econômico- fiscais AL Alagoas DAC, DIM, GIA ICMS,
SINTEGRA Declaração de Atividade do Contribuinte, Documento de informação mensal do ICMS, Guia de Informação e Apuração do ICMS
AP Amapá DIAP, ICMS, SINTEGRA Declaração de informação e Apuração do ICMS
AM Amazonas DAM, SINTEGRA Declaração de Apuração Mensal BA Bahia DMA, CS-DMA, SINTEGRA Declaração e Apuração Mensal ICMS,
Cédula Suplementar declaração mensal do ICMS
CE Ceará DIEF, SINTEGRA Declaração de Informações Econômico- fiscais.
DF Distrito Federal
REA, SINTEGRA Regime Especial de Apuração do ICMS
ES Espírito Santo DIEF, DOT, SINTEGRA Declaração de Informações Econômico- fiscais, Declaração de Operações Tributáveis
GO Goiás DPI, SINTEGRA Declaração Periódica de informações. MA Maranhão DIEF, DIVA, SINTEGRA Declaração de Informações Econômico-
fiscais, Declaração de informações do Valor Adicionado
MT Mato Grosso GIA, ICMS ELETRÔNICA, SINTEGRA
Guia de Informação e Apuração do ICMS Eletrônica
MS Mato Grosso do Sul
GIA, ICMS ELETRÔNICA, SINTEGRA
Guia de Informação e Apuração do ICMS Eletrônica
MG Minas Gerais DAPI, SINTEGRA, VAF Declaração de Apuração do Imposto, Valor Adicionado Financeiro
PA Para DIEF, SINTEGRA Declaração de Informações Econômico- fiscais
PB Paraíba GIM, SINTEGRA Guia de Informação Mensal do ICMS PR Paraná GIA, ICMS, SINTEGRA Guia de Informação Mensal do ICMS PE Pernambuco SEF, SINTEGRA Sistema de Escrituração Contábil e Fiscal PI Piauí DIEF, SINTEGRA Declaração de Informações Econômico-
fiscais RJ Rio de Janeiro GIA ICMS, SINTEGRA Guia de Informação e Apuração do ICMS RN Rio Grande do
Norte GIM, SINTEGRA Guia de Informação Mensal do ICMS
RS Rio Grande do Sul
GIA, SINTEGRA, GMB Guia de Informação e Apuração do ICMS, Guia Movimentação Anual
RO Rondônia GIAM, SINTEGRA Guia de Informação e Apuração do ICMS Mensal
RR Roraima ICMS RR Informações Relativas às operações Interestaduais
SC Santa Catarina DIME, SINTEGRA Declaração de Informações do ICMS e Movimento Econômico
SP São Paulo GIA, ICMS, GIAST, SINTEGRA, DIPAM
Guia de Informação e Apuração do ICMS, Guia de informação e ICMS Substituição Tributária, Declaração e Informação dos Municípios
TO Tocantins DIF, SINTEGRA Documento de Informações Fiscais
Quadro 3 – Obrigações Acessórias Estaduais Fonte: Adaptado pelo Autor com base em dados da Secretaria da Fazenda dos Estados e Sintegra
(2011)
71
As obrigações acessórias do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços – ICMS estão diretamente relacionadas com a finalidade de garantir a justa
arrecadação de impostos, evitar fraudes e manter as operações comerciais de forma
legalmente organizadas, Assim, a legislação submete os contribuintes de ICMS a
cumprirem um número elevado de obrigações acessórias, as quais impõem a
identificação das operações, em particular, a quantificação do tributo devido,
emissão de notas fiscais, escrituração de livros e manutenção de documentos em
perfeita ordem, para exibição ao fisco, quando solicitado. Este arcabouço
imensurável de obrigações acessórias, amparadas e abrigadas por normas
estabelecidas pelo público, está todo destacado nos regulamentos de ICMS dos
Estados, também existe previsão legal para cobrança de multas por falta de entrega,
entrega fora de prazo e entrega com informações inexatas.
Sendo assim, observam-se as consequências dessa transmissão de
informações, as quais são provenientes de cruzamento de informações recebidas
por meio eletrônico, de contribuintes sediados no Estado de Origem e também no
Estado de destino ao qual o contribuinte venha a estabelecer relação comercial
Compreende-se o papel da Controladoria como principal geradora de
informações, as quais devem sempre ser confrontadas e analisadas evitando,
assim, os ilícitos tributários.
2.13. A Ditadura das Obrigações Acessórias
O Brasil é o país que demanda mais tempo para o cumprimento das
obrigações tributárias. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita em conjunto pelo
Banco Mundial (BM) e pela PricewaterhouseCoopers (PwC), em 2009, num universo
de 183 países.
Para fazer a comparação, o estudo levou em consideração um padrão de
empresa com características predeterminadas, como porte e número de
empregados. O estudo levantou os tributos e obrigações acessórias que seriam
devidos por essa determinada empresa em cada um dos países, conforme explica
Carlos Lacia, sócio da PricewaterhouseCoopers.
72
Quadro 4 – Pesquisa do Banco Mundial Fonte: Doing Business – Banco Mundial (2010)
A pesquisa buscou verificar quais são os países que facilitam ou não o
pagamento dos impostos. Para isso, foram analisados três itens:
- quantidade de recolhimentos de tributos por ano;
- número de horas anuais gastas;
- a carga tributária em relação ao lucro.
O pior desempenho do Brasil foi no tempo destinado para o cumprimento das
obrigações tributárias. Calculado em 2,6 mil horas anuais, a quantidade de tempo
deixou o país em último colocado.
Em relação à carga tributária, o desempenho do Brasil foi melhor, mas nem
tanto. Entre os 183 países, o país ficou na 167ª posição. No número de
recolhimentos anuais, o sistema tributário brasileiro ficou no 30º lugar. A
classificação geral, que leva em conta os três itens, deixou o Brasil na 150ª posição,
num desempenho melhor que a Índia (em 169º lugar), mas pior que a classificação
dos demais emergentes, como China (125ª posição) e Rússia (103ªposição).
73
Para Lacia (2009), a classificação do Brasil não foi uma surpresa. O Brasil
tem um sistema tributário complexo, com muitos tributos sem similar no exterior.
‘Sobre o lucro, por exemplo, temos o Imposto de Renda e a CSLL, uma contribuição social. Esses dois tributos são cobrados sobre o lucro e possuem bases muito parecidas’, diz. ‘A explicação para a existência de dois tributos é simples, lembra, e está mais relacionada ao destino da arrecadação do que aos contribuintes ou à base de cálculo’. ‘O recolhimento do Imposto de Renda é dividido com Estados, enquanto a CSLL, não’, diz. Nos demais países, porém, a regra geral é um unico tributo sobre o lucro (LACIA, 2009).
Outro exemplo importante está nas contribuições PIS e COFINS, que não
possuem similares no exterior.
Mais do que isso, são duas contribuições diferentes calculadas sobre a mesma base. Todas essas cobranças adicionais criam obrigações acessórias, como declarações e informações a serem prestadas à autoridade fiscal (LACIA, 2009)
Isso, conforme Lacia, contribuiu para dificultar o cumprimento de todas as
exigencias.
Este lembra que:
Independentemente de uma reforma tributária que não encontra consenso, ao menos o Brasil caminha para um sistema cada vez mais informatizado, com fluxo inteligente de informações. A expectativa, diz, é que com a nota fiscal eletrônica e o Sped, sistema pelo qual livros são substituídos por arquivos digitais, haja uma simplificação dos documentos e informações exigidos. ‘Isso é o que se espera, embora ainda não tenha acontecido’.
No capítulo seguinte, com base no que aqui foi apresentado sobre Inteligência
Fiscal, é apresentado o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).
74
CAPÍTULO III – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED)
Este capítulo trata de maneira clara e objetiva, de como a informação pode
ser gerenciada e analisada de modo a gerar inteligência fiscal, visando o cruzamento
de informações, através de banco de dados por sistema de BI (Business
Intelligence), uma das principais plataformas do Governo para esse cruzamento de
informações em diversos segmentos e atividades, com o intuito de promover
melhoria na arrecadação e na tentativa de eliminar e frustrar fraudes, sonegação e
evasão fiscal.
3.1. Breve Histórico do SPED
A Emenda Constitucional nº 42, aprovada em 19 de dezembro de 2003,
introduziu o Inciso XXII ao art. 37 da Constituição Federal, que determina às
administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios atuarem de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
cadastros e de informações fiscais.
Para atender o disposto Constitucional, foi realizado, em julho de 2004, em
Salvador, o I ENAT - Encontro Nacional de Administradores Tributários, reunindo o
Secretário da Receita Federal, os Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito
Federal, e o representante das Secretarias de Finanças dos municípios das Capitais.
O Encontro teve como objetivo buscar soluções conjuntas, nas três esferas de
Governo, que promovessem: - maior integração administrativa, padronização e
melhor qualidade das informações; - racionalização de custos e da carga de trabalho
operacional no atendimento; - maior eficácia da fiscalização; - maior possibilidade de
realização de ações fiscais coordenadas e integradas; - maior possibilidade de
intercâmbio de informações fiscais entre as diversas esferas governamentais; -
cruzamento de informações em larga escala com dados padronizados; e -
uniformização de procedimentos.
75
Em consideração a esses requisitos foram aprovados dois Protocolos de
Cooperação Técnica: um objetivando a construção de um cadastro sincronizado que
atendesse aos interesses das administrações tributárias da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e, outro, de caráter geral, que viabilizasse o
desenvolvimento de métodos e instrumentos que atendessem aos interesses das
respectivas Administrações Tributárias.
Em agosto de 2005, no evento do II ENAT - Encontro Nacional de
Administradores Tributários, em São Paulo, o Secretário da Receita Federal, os
Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito Federal, e os representantes das
Secretarias de Finanças dos municípios das Capitais, buscando dar efetividade aos
trabalhos de intercâmbio entre os mesmos, assinaram os Protocolos de Cooperação
nº 02 e nº 03, com o objetivo de desenvolver e implantar o Sistema Público de
Escrituração Digital (SPED) e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).
O SPED, no âmbito da Receita Federal, faz parte do Projeto de Modernização
da Administração Tributária e Aduaneira (PMATA), que consiste na implantação de
novos processos apoiados por sistemas de informação integrados, tecnologia da
informação e infraestrutura logística adequados.
Dentre as medidas anunciadas pelo Governo Federal, em 22 de janeiro de
2007, para o Programa de Aceleração do Crescimento 2007-2010 (PAC) − programa
de desenvolvimento que tem por objetivo promover a aceleração do crescimento
econômico no país, o aumento de emprego e a melhoria das condições de vida da
população brasileira − consta, no tópico referente ao Aperfeiçoamento do Sistema
Tributário, a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e Nota
Fiscal Eletrônica (NF-e) no prazo de dois anos.
Na mesma linha das ações constantes do PAC, que se destinam a remover
obstáculos administrativos e burocráticos ao crescimento econômico, pretende-se
que o SPED possa proporcionar melhor ambiente de negócios para o País e a
redução do “Custo Brasil”, promovendo a modernização dos processos de interação
entre a administração pública e as empresas em geral, ao contrário do pragmatismo
pela busca de resultados, muito comum nos projetos, que têm como finalidade
apenas o incremento da arrecadação.
76
3.2. Apresentação, Objetivos, Benefícios e Universo de Atuação
3.2.1. Apresentação
Instituído pelo Decreto n º 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o projeto do
Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) faz parte do Programa de
Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e constitui-se em
mais um avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes.
De modo geral, consiste na modernização da sistemática atual do
cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às
administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação
digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo, assim, a
validade jurídica dos mesmos, apenas na sua forma digital.
É composto por três grandes subprojetos: Escrituração Contábil Digital
(ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD), a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) - Ambiente
Nacional e, o mais novo subprojeto, o SPED PIS COFINS que, gradativamente, irá
substituir uma obrigação acessória chamada de DACON (Demonstrativo de
Apurações das Contribuições Sociais).
Representa uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três
esferas governamentais: federal, estadual e municipal.
Mantém parceria com 20 instituições, entre órgãos públicos, conselho de
classe, associações e entidades civis, na construção conjunta do projeto.
Firma Protocolos de Cooperação com 27 empresas do setor privado,
participantes do projeto-piloto, objetivando o desenvolvimento e o disciplinamento
dos trabalhos conjuntos.
Possibilita, com as parcerias fisco-empresa, planejamento e identificação
de soluções antecipadas no cumprimento das obrigações acessórias, em face às
exigências a serem requeridas pelas administrações tributárias.
Faz com que a efetiva participação dos contribuintes na definição dos
meios de atendimento às obrigações tributárias acessórias exigidas pela legislação
77
tributária contribua para aprimorar esses mecanismos e confira a esses instrumentos
maior grau de legitimidade social.
Estabelece um novo tipo de relacionamento, baseado na transparência
mútua, com reflexos positivos para toda a sociedade.
3.2.2. Objetivos
O SPED tem como objetivos, entre outros:
Promover a integração dos fiscos, mediante a padronização e o
compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas às restrições
legais.
Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes,
com o estabelecimento de transmissão única de distintas obrigações acessórias de
diferentes órgãos fiscalizadores.
Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria do
controle dos processos, a rapidez no acesso às informações e a fiscalização mais
efetiva das operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica.
3.2.3. Benefícios
Redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de
documentos em papel.
Eliminação do papel.
Redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações
acessórias.
Uniformização das informações que o contribuinte presta às diversas
unidades federadas.
Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas.
Redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas
instalações do contribuinte.
78
Simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da
administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e trânsito entre
unidades da federação).
Fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio de
informações entre as administrações tributárias.
Rapidez no acesso às informações.
Aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos passos
para coleta dos arquivos.
Possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes a
partir de um leiaute padrão.
Redução de custos administrativos.
Melhoria da qualidade da informação.
Possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais.
Disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos
distintos e concomitantes.
Redução do “Custo Brasil”.
Aperfeiçoamento do combate à sonegação.
Preservação do meio ambiente pela redução do consumo de papel.
3.2.4. Universo de Atuação
A maioria dos contribuintes já se utiliza dos recursos de informática para
efetuar tanto a escrituração fiscal como a contábil. As imagens em papel
simplesmente reproduzem as informações oriundas do meio eletrônico.
A facilidade de acesso à escrituração, ainda que não disponível em tempo
real, amplia as possibilidades de seleção de contribuintes e, quando da realização de
auditorias, gera expressiva redução no tempo de sua execução.
O Quadro 5 mostra o universo de atuação do SPED.
79
UNIVERSO DE ATUAÇÃO
SPED – Contábil
SPED – Fiscal
NF-e – Ambiente Nacional
NFS-e
CT-e
e-LALUR
Central de Balanços
SPED – PIS COFINS
Quadro 5 – Universo de Atuação do SPED Fonte: Receita Federal do Brasil (2011)
3.3. Escrituração Fiscal Digital (EFD)
A Escrituração Fiscal Digital (EFD) foi instituída pelo Convênio Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) nº 143/2006, sendo constituída por um
conjunto de escrituração de documentos fiscais e de outras informações de interesse
dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal, bem como do
registro de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas
pelo contribuinte relativas ao ICMS e ao Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI).
Esta obrigação passou a ser exigida desde 2009, conforme Protocolo ICMS nº
77/2008 e determinação de cada Estado. Assim, os contribuintes selecionados na
legislação mencionada ficaram obrigados à apresentação da EFD desde Janeiro de
2009, devendo apresentar mensalmente este arquivo digital às suas respectivas
unidades da Federação.
80
Através da criação da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) Virtual, um
sistema de informação que visa orientar as Secretarias Estaduais de Fazenda e
Empresas participantes do projeto Sefaz Virtual Ambiente Nacional (SVAN), no que
se refere à definição das especificações e critérios técnicos adotados para os
ambientes de homologação e de produção.
O Sefaz Virtual Ambiente Nacional, ou apenas Sefaz Virtual, é um ambiente
computacional seguro, de alta disponibilidade e de elevado desempenho, que visa
assumir as funcionalidades das Secretarias Estaduais de Fazenda (Sefaz), que
optarem por utilizar a infraestrutura necessária para participar do projeto da Nota
Fiscal Eletrônica.
3.3.1. Funcionalidades, Benefícios e Vantagens do Sefaz Virtual
O Quadro 6 apresenta as principais funcionalidades identificadas para o
ambiente de Sefaz Virtual.
FUNCIONALIDADES DO SEFAZ VIRTUAL
Manter atualizada uma base de dados com o cadastro dos contribuintes autorizados a emitir NF-e, para cada Sefaz cujo ambiente está integralmente suportado por esta solução.
Recepcionar notas fiscais eletrônicas e lotes de NF-e.
Processar notas fiscais eletrônicas e lotes de NF-e.
Autorizar notas fiscais eletrônicas e lotes de NF-e.
Cancelar NF-e autorizadas.
Inutilizar numeração de NF-e.
Disponibilizar a consulta da situação atual de um documento de NF-e.
Fornecer informações sobre o status de serviço.
Quadro 6 – Principais Funcionalidades do Sefaz Virtual Fonte: Receita Federal do Brasil (2011)
81
O Quadro 7 apresenta os benefícios e vantagens do projeto Sefaz Virtual que
são viabilizados aos contribuintes e Secretarias Estaduais de Fazenda participantes.
BENEFÍCIOS DO SEFAZ VIRTUAL
Redução de custos e entraves burocráticos, facilitando o cumprimento das obrigações tributárias e o pagamento de impostos e contribuições.
Um melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos.
Disponibilizar um ambiente computacional seguro, de alta disponibilidade e de elevado desempenho.
VANTAGENS DO SEFAZ VIRTUAL
Viabilizar a participação no projeto de um número maior de empresas contribuintes, localizadas em todo o território nacional.
Fornecer um ambiente único e padronizado para as Secretarias de Fazenda e empresas participantes do projeto.
Quadro 7 – Benefícios e Vantagens do Sefaz Virtual Fonte: Receita Federal do Brasil (2011)
A Figura 9 apresenta um esquema da estrutura e funcionamento da Sefaz
Virtual.
Figura 9 − Esquema de Funcionamento do SEFAZ Virtual Fonte: Receita Federal (2011)
82
Para cada serviço oferecido, há um Web Service específico. Um WebService
(ou serviço Web) é uma aplicação baseada em mensagens XML (Extensible Markup
Language) publicada, localizada e chamada através da internet. Sua função é de
encapsular, contratar funções e objetos remotos, oferecidos via um protocolo padrão
e reconhecido.
Na Sefaz Virtual, o fluxo de comunicação é sempre iniciado pelo aplicativo do
contribuinte, pelo envio de uma mensagem ao Web Service com a solicitação do
serviço desejado. Em contrapartida, o Web Service sempre devolve uma mensagem
de resposta confirmando o recebimento da solicitação de serviço ao aplicativo do
contribuinte na mesma conexão.
A solicitação de serviço poderá ser atendida na mesma conexão ou ser
armazenada em filas de processamento nos serviços mais críticos para um melhor
aproveitamento dos recursos de comunicação e de processamento da Sefaz Virtual.
Os serviços podem ser síncronos ou assíncronos em função da forma de
processamento da solicitação de serviços:
a) Serviços síncronos – o processamento da solicitação de serviço é
concluído na mesma conexão, com a devolução de uma mensagem com o resultado
do processamento do serviço solicitado.
b) Serviços assíncronos – o processamento da solicitação de serviço não é
concluído na mesma conexão, havendo a devolução de uma mensagem de resposta
com um recibo, que apenas confirma o recebimento da solicitação de serviço. O
aplicativo do contribuinte deverá realizar uma nova conexão para consultar o
resultado do processamento do serviço solicitado anteriormente.
3.4. Escrituração Contábil Digital (ECD)
Trata-se da substituição da escrituração em papel, pela Escrituração Contábil
Digital - ECD, também chamada de SPED-Contábil. Tem a obrigação de transmitir,
em versão digital, os seguintes livros: I - Livro Diário e seus auxiliares se houver; II -
Livro Razão e seus auxiliares se houver; III - Livro Balancetes Diários, Balanços e
Fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos.
83
Segundo a Instrução Normativa RFB nº 787 de 19 de novembro de 2007,
estão obrigadas a adotar a ECD, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de
1º de janeiro de 2008, as sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento
econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 de
novembro de 2007 e sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro
Real; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março de
2009) em relação aos fatos contábeis desde 1º de janeiro de 2009, as demais
sociedades empresárias sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no
Lucro Real. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março
de 2009).
Para as demais sociedades empresárias a ECD é facultativa.
As sociedades simples e as microempresas e empresas de pequeno porte
optantes pelo Simples Nacional estão dispensadas desta obrigação
Seu funcionamento se dá a partir do sistema de contabilidade em que a
empresa gera um arquivo digital no formato especificado no anexo único à Instrução
Normativa RFB nº 787/07 (disponível no menu Legislação). Devido às peculiaridades
das diversas legislações que trata da matéria, este arquivo pode ser tratado pelos
sinônimos: Livro Diário Digital, Escrituração Contábil Digital – ECD, ou Escrituração
Contábil em forma eletrônica.
Este arquivo é submetido ao Programa Validador e Assinador – PVA
fornecido pelo SPED. Deve-se fazer o download do PVA e do Receitanet e instalá-
los em um computador ligado à internet.
Através do PVA, devem ser executados os seguintes passos: - Validação do
arquivo contendo a escrituração; - Assinatura digital do livro pela(s) pessoa(s) que
têm poderes para assinar, de acordo com os registros da Junta Comercial e pelo
Contabilista; - Geração e assinatura de requerimento para autenticação dirigido à
Junta Comercial de sua jurisdição. Para geração do requerimento é indispensável,
exceto para a Junta Comercial de Minas Gerais, informarem a identificação do
documento de arrecadação do preço da autenticação. Deve-se verificar na Junta
Comercial da Jurisdição como obter a identificação.
Assinados a escrituração e o requerimento, faz-se a transmissão para o
SPED. Concluída a transmissão, será fornecido um recibo, que deve ser impresso,
pois ele contém informações importantes para a prática de atos posteriores.
84
Ao receber a ECD, o SPED extrai-se um resumo (Requerimento, Termo de
Abertura e Termo de Encerramento) e este é disponibilizado para a Junta Comercial
competente. Na atual estrutura, cabe à Junta Comercial buscar o resumo no
ambiente SPED. Enquanto ela não adota tal providência, ao consultar a situação, a
resposta obtida será "o livro digital foi recebido pelo SPED Contábil, porém, ainda
não foi encaminhado para a Junta Comercial".
Necessita-se verificar na Junta Comercial da jurisdição, como fazer o
pagamento do preço para autenticação.
Recebido o preço, a Junta Comercial analisará o requerimento e o Livro
Digital. A análise poderá gerar três situações, todas elas com o termo próprio:
Autenticação do livro.
Indeferimento.
Sob exigência.
IMPORTANTE: para que um livro colocado sob exigência pela Junta
Comercial possa ser autenticado, depois de sanada a irregularidade, ele deve ser
reenviado ao SPED. Não há necessidade de novo pagamento do preço da
autenticação. Deve ser gerado o requerimento específico para substituição de livros
não autenticados e colocados sob exigência.
O SPED é instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das sociedades empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.
3.5. SPED PIS/COFINS
A EFD-PIS/COFINS trata-se de um arquivo digital instituído no Sistema
Público de Escrituração Digital – SPED, a ser utilizado pelas pessoas jurídicas de
direito privado na escrituração da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, nos
regimes de apuração não-cumulativo e/ou cumulativo, com base no conjunto de
documentos e operações representativos das receitas auferidas, bem como dos
85
custos, despesas, encargos e aquisições geradores de créditos da não-
cumulatividade.
Os documentos e operações da escrituração representativos de receitas
auferidas e de aquisições, custos, despesas e encargos incorridos, serão
relacionadas no arquivo da EFD-PIS/COFINS em relação a cada estabelecimento da
pessoa jurídica. A escrituração das contribuições sociais e dos créditos será
efetuada de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica.
O arquivo da EFD-PIS/COFINS deverá ser validado, assinado digitalmente e
transmitido, via Internet, ao ambiente SPED. Conforme disciplina a Instrução
Normativa RFB nº 1.052 de 5 de julho de 2010, estão obrigadas a adotar a EFD-
PIS/COFINS:
I. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2011,
as pessoas jurídicas sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado,
nos termos da Portaria RFB nº 2.923, de 16 de dezembro de 2009, e sujeitas à
tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real.
II. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2011,
as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com
base no Lucro Real.
III. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012,
as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com
base no Lucro Presumido ou Arbitrado.
Seu funcionamento se dá a partir de sua base de dados; a pessoa jurídica
deverá gerar um arquivo digital de acordo com leiaute estabelecido pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil - RFB, informando todos os documentos fiscais e
demais operações com repercussão no campo de incidência das contribuições
sociais e dos créditos da não-cumulatividade, referentes a cada período de apuração
do PIS/PASEP e da COFINS. Este arquivo deverá ser submetido à importação e
validação pelo Programa Validador e Assinador (PVA-PIS/COFINS) fornecido pelo
SPED.
86
3.6. Considerações sobre o SPED
Uma das características mais marcantes deste novo cenário nacional é a
substituição das atuais obrigações acessórias exigidas pelo Fisco, muitas ainda em
papel. Porém, não se trata de um simples arquivo transmitido à Receita Federal, os
quais também já existem atualmente.
A grande diferença reside no fato de cada obrigação digital ser assinada
digitalmente pelos contribuintes. Para isso, outro componente da nova era digital foi
utilizado: a certificação digital, processo que garante a validade jurídica do formato
digital das obrigações.
Com base nisso, nasceu o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital),
que atualmente já abrange os projetos de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), Escrituração
Fiscal Digital (EFD), Escrituração Contábil Digital (ECD), Conhecimento de
Transporte Eletrônico (CT-e) e Controle Fiscal Contábil de Transição (FCont). As
opções são muito amplas e neste 2011 já existe a exigência do Livro de Apuração do
Lucro Real (e-LALUR), EFD – PIS/PASEP COFINS e em estudo a implementação
da folha de pagamento digital, livro de controle da produção e estoque e outros mais
que fazem parte do leque de SPED.
Mas, o uso da tecnologia não se baseia apenas na forma de composição e
transmissão das informações para o Fisco. É muito mais do que isso, os aspectos de
BI (Business Intelligence), por exemplo, podem ser agregados aos conceitos já
utilizados pela Receita. Seria inocente pensarmos que esta gama enorme de
informações estruturadas ficará sem uso, apenas engordando os bancos de dados
do governo.
É certo de que em um primeiro momento, o Fisco está concentrado na
massificação e operacionalização destes projetos, garantindo que as informações
tenham ótima qualidade. Mas, para um segundo momento, é certo que todos esses
recursos disponíveis serão utilizados para análise, validação, cruzamento, auditoria e
fiscalização dos contribuintes.
Pelo perfil do contribuinte, que ficou anos na vanguarda tecnológica, e que
agora está em uma corrida para alcançar o Fisco, temos alguns aspectos relevantes:
O que fazer para diminuir os riscos e se proteger de possíveis autuações? Quais
87
ferramentas podem se contrapor ao avanço do Fisco? O que fazer para diminuir a
desvantagem?
Apenas o uso da tecnologia não basta e não garante excelência por si só. É
necessário olhar internamente, revisar os atuais processos e rotinas que, em muitos
casos, se iniciam em diferentes áreas da empresa. Contudo, como refletem
diretamente nas informações prestadas, é necessário o engajamento de diversos
departamentos da companhia nesta empreitada, como contabilidade, departamento
fiscal, jurídico, tecnologia da informação, ativo fixo, produção, compras, engenharia e
entre outras, uma vez que cada um é responsável por parte das informações.
Após as revisões de processos e as demandas definidas e identificadas,
entra a TI e todos os recursos presentes, como ferramentas e serviços
especializados disponíveis para o atendimento e realização. Uma destas
ferramentas é o próprio BI (Business Intelligence), que em conjunto com a solução
SPED, torna-se um diferencial para a extração de relatórios que garantem tomadas
de decisões mais assertivas, denominando-se desta forma "BI-Fiscal". A base de
dados da solução SPED tende a ser a mais íntegra e consistente, pois apresenta as
informações que serão geradas, assinadas e transmitidas aos órgãos do governo,
devendo estar livres de incoerências, inconsistências e erros de base.
E é na validação dos dados, antes do envio ou o seu uso interno pela
corporação, que se encontra outra etapa muito importante do processo, pois a
quantidade de informações geradas é imensa, o que complica pelo pouco tempo
para entrega e ainda em meio às constantes alterações legais, aliadas ao curto
prazo para implementá-las.
Por conta destas situações, que não tendem a se alterar, a absorção da tarefa
pela organização torna-se árdua, optando-se, na maioria das vezes, por contratação
de serviços e ferramentas especializadas, oferecidas através de Software Houses,
consultorias e integradoras de sistemas. Independente da solução adotada é
importante ressaltar que a validação dos dados, desde os cadastros básicos como
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), Código de Endereçamento Postal
(CEP) e Inscrição Estadual (IE), até o cruzamento de informações de uma ou mais
obrigação acessória, torna-se essencial para diminuir os riscos com as eventuais
autuações "eletrônicas" geradas pela Receita Federal.
Neste momento, torna-se difícil determinar a extensão destas autuações pela
falta de ocorrências conhecidas no mercado; as empresas ainda não iniciaram
88
esforços nestas etapas tão importantes do processo. Esta situação foi vivenciada na
época da implementação da IN 68 (posteriormente IN 86), e mostrou que somente
após as primeiras notificações ocorridas que o processo se tornou mais conhecido e,
a partir daí, grande parte das empresas envidou esforços no sentido de regularizar
esta obrigação de forma preventiva. Considerando este passado não tão distante,
cabe a seguinte questão: não seria o momento das companhias iniciarem os
trabalhos preventivamente?
O Sistema Público de Escrituração Digital veio trazer enormes benefícios no
que se diz respeito ao planejamento de Inteligência Fiscal, visando assim, análise
das informações, cruzamento de informações entre diversos segmentos, efetuando
comparação e históricos anteriores.
Os atuais sistemas de fiscalização do governo no Brasil são verdadeiros
fiscais eletrônicos. Eles não deixam passar qualquer detalhe, deslize ou
“esquecimento”, fazendo com que a fiscalização seja cada vez mais eficiente. E não
apenas com o intuito de arrecadar impostos, taxas, tributos. O que poucas empresas
tomaram ciência é que os sistemas de fiscalização vão muito além. Eles estão
monitorando e coletando informações sobre o comportamento das companhias e
cruzando dados em busca de fraudes ou operações ilícitas.
O velho “jeitinho brasileiro”, portanto, está com seus dias contados. Não há
mais espaço para processos manuais de controle nem para “conversas” com os
fiscais. Estes estão sendo representados, cada vez mais, pela capacidade
tecnológica do governo, que vem crescendo e se desenvolvendo aceleradamente,
exigindo que empresas, de médio e grande porte, acompanhem essa evolução. E,
pior, pode impor multas altíssimas aos desavisados. Portanto, ganhar esta
competição é, na verdade, uma exigência com data marcada.
De 1988 a 2005 foram geradas 183 mil novas leis, ou seja, 37 novas leis ou
atos normativos por dia. Nessa época surgiram inúmeras empresas especializadas
em soluções para as novas exigências. Práticas e processos que, até recentemente,
não estavam na mira do Fisco passaram a ser previstos e monitorados. A ilegalidade
esta cada vez mais escassa.
Processos como o SPED (Sistema Público de Escrituração Fiscal) e a Nota
Fiscal Eletrônica (NF-e) tornam-se o espelho de detalhes para o Fisco observar e
identificar o comportamento das empresas. As informações a serem prestadas
sempre foram muitas. Mas, agora esse número é ainda maior porque o governo
89
busca saber a relação exata entre o que está sendo vendido, com o que está sendo
comprado e se tudo está devidamente registrado na contabilidade quando
comparada às movimentações de estoque/inventário, movimentações financeiras,
fiscais, faturamento etc. Todos os dados das operações, quando cruzados, precisam
estar de acordo com as exigências legais
Esse projeto de forma industrializada aumenta a arrecadação sem aumentar o
imposto. O Estado sabe que aumentar os impostos é uma prática inviável, já que o
Brasil tem uma das maiores cargas tributarias do mundo (quase 40%).
Segundo dados da imprensa, em 2009 o total de impostos pagos alcançou R$
1,1 trilhão no País, equivalente a 35% do Produto Interno Bruto (PIB). Nas últimas
semanas, o impostômetro, ferramenta desenvolvida pela Associação Comercial de
São Paulo (ACSP), passou a marca de R$ 500 bilhões no ano, 22 dias antes que a
mesma marca em 2009. A previsão é que, até o fim de 2010, o total de impostos
chegue a R$ 1,24 trilhão, 13% a mais que no ano passado e quase o dobro do
crescimento do PIB em 2010, estimado em cerca de 7%.
Com a redução do trabalho manual e conciliações visuais, hoje o Fisco atua
em processos de inteligência, com regras pré-definidas de comparação e checagem.
Cada informação é comparada com suas correspondentes em diferentes áreas da
empresa. Por exemplo, o valor apurado do ICMS e informado pela empresa em sua
escrituração é confrontado com o valor pago através da Guia de Pagamento. As
informações de PIS/COFINS precisam estar íntegras quando apresentadas na
Instrução Normativa 86/2001, DACON (Demonstrativo de Apurações das
Contribuições Sociais), SPED Fiscal etc. São conferidos os registros, cruzando
informações de estoque x contabilidade x inventário x produção, chegando ao
detalhe de verificar toda a engenharia de produtos (insumos necessários ao produto
final). Nada disso seria possível sem a automatização dos processos.
Tudo começa com uma simples fiscalização. Contudo, as multas por
inconsistências na arrecadação ou nos arquivos fiscais são exorbitantes. Podem até
mesmo “quebrar” uma empresa. Um pequeno erro pode levar a consequências
maiores devido à integração prevista entre os diversos órgãos fiscalizadores
(Receita Federal, INSS, Banco Central, SUSEP, CVM, Secretarias da Fazenda,
Prefeituras, etc.).
90
As atenções da fiscalização recaem, em especial, sobre as grandes
empresas. Fusões, aquisições ou mudanças importantes na operação das empresas
estão na mira do “Big Brother fiscal”, nome pejorativo dado a esta maneira
investigativa de atuação do fisco. E, a cada dia, um novo grupo de empresas entra,
ou melhor, é “intimada” a entrar no jogo.
Unificar todos os processos fiscais parece simplificação, mas, na verdade, o
que existe agora é uma complexidade maior, um alto nível de exigências. Algumas
empresas, que utilizam vários sistemas de gestão (os chamados ERPs), ao mesmo
tempo, vão encontrar dificuldade para garantir a integridade e a centralização dos
dados exigidos pelo Fisco. Longe, definitivamente, do nosso “jeitinho”, tudo agora
deve ser e estar estruturado, de forma transparente.
O termo auditoria fiscal sempre causou temor às empresas. Isso porque a
legislação fiscal brasileira é uma das mais complexas do mundo. Temos mais de 170
obrigações acessórias, 76 tributos do âmbito nacional, mais de 100 tipos de
documentos fiscais, três níveis de governo (Federal, Estadual e Municipal) com
competência legislativa para instituir e cobrar tributos e, além disso, a nossa carga
tributária incide sobre toda a cadeia de produção, consumo, renda e patrimônio. Com
o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), o medo mais uma vez afrontou
essas companhias, pois, se era fácil sofrer uma autuação quando o fiscal visitava a
empresa pessoalmente, com o acesso digital, tudo foi facilitado, e as fraudes, sendo
por equivoco ou não, geram pesadas multas.
Nesse cenário, é necessário lembrar que as ferramentas digitais vieram para
auxiliar no domínio dessa complexidade e, efetivamente, estão ajudando. Mas, é
preciso notar que o Fisco também está munido de soluções que, com técnicas
excelentes, promovem o cruzamento de dados e o compartilhamento de informações
entre todas as esferas da fiscalização das quais estamos mencionando. A saída,
então, é antecipar a auditoria dos seus arquivos digitais, antes mesmo de uma
fiscalização.
Fazer essa auto-fiscalização não é tarefa fácil, mas quanto antes começar
menores serão os riscos de a companhia pagar multas. Os sistemas de auditoria
fiscal e contábil analisam os arquivos digitais antes de enviar ao Fisco, tratando
desde a base de dados da empresa até a gestão das apurações e recolhimentos de
tributos e atendimento à legislação.
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Não será difícil notar nos próximos anos mais empresas na busca de soluções
de auditoria fiscal. Levando em consideração que uma empresa pode ser autuada
em até cinco anos, o que indica que nos próximos anos teremos muitas companhias
pagando por irregularidades no envio de informações ao Fisco. Algumas podem
perder grande parte da sua receita somente com o pagamento de multas, que,
muitas vezes, variam entre 10% e 100% do valor de uma operação.
Resumindo, como diz um antigo ditado popular: “é melhor prevenir que
remediar”. Afinal, a auditoria fiscal eletrônica não só vai trazer mais assertividade nas
informações, como irá também proporcionar agilidade, redução de custos e mais
tranquilidade para sua área fiscal. Investir nesse modelo é investir em segurança e
inovação.
3.7. Ilustração com Recente Pesquisa realizada sobre os Impactos do SPED e as Principais Dificuldades
A referida pesquisa é recente, teve sua coleta de dados iniciada em
13/04/2011 e divulgada em comunidades virtuais como: JAP's, SPED Brasil,
Spedito e SPED/ NF-e Google Group, que estiveram juntas na pesquisa
que teve seu encerramento em 13/05/2011.
A pesquisa buscou identificar o horizonte das empresas com relação a
amplitude do projeto SPED , como são geradas esses informações , qual a
obrigatoriedade, se existem auditorias no sistema, e quais as principais dificuldades
elencadas pelos entrevistados, abaixo segue alguns pontos dessa pesquisa:
Foi atingido o número de 1500 questionários respondidos por
empresas com um público de mais de 50 mil profissionais.
Foram escolhidas empresas dos setores da indústria, comércio e serviços,
buscando analisar quais os pontos críticos mencionados por pessoas diretamente
ligadas ou indiretamente ligadas ao processo de geração, validação e manutenção
e envio dos arquivos digitais ao fisco.
Selecionamos dentre toda a pesquisa as partes que achamos consonantes
com o nosso trabalho como, por exemplo, o Gráfico 1 que demonstra o perfil
tributário obtido.
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Gráfico 1 − Perfil Tributário Fonte: SPED Brasil (2011)
O Gráfico 2 demonstra a obrigatoriedade com relação aos projetos SPED
Gráfico 2 − Obrigatoriedade com Relação aos Projetos SPED
Fonte: SPED Brasil (2011)
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Considerando estes dois gráficos observamos que, aproximadamente a
metade dos respondentes se diz obrigado a EFD ICMS/IPI, ECD e EFD
PIS/COFINS, entretanto, em outra pergunta quanto a data da obrigatoriedade, quase
65% se incluiu em uma das três obrigatoriedades previstas, e quase 60% está no
Lucro Real.
Quando mencionado o Lucro Presumido, apenas 37,3% das empresas
responderam de forma correta sobre a obrigatoriedade. O que leva a concluir que
ainda em 2011, com mais de 5 anos de projeto SPED, ainda existem empresas que
não estão totalmente cientes de suas obrigatoriedades.
O Gráfico 3 aponta o que falta às empresas na visão dos participantes.
Gráfico 3 − O que Falta às Empresas Fonte: SPED Brasil (2011)
Neste caso, mais de 56% credita a falta de capacitação das áreas contábil e
fiscal como a maior dificuldade no projeto SPED, e 42% cita a falta de capacitação
na área TI como dificuldade.
94
O Gráfico 4 apresenta as maiores dificuldades apontadas com relação à
documentação fiscal.
Gráfico 4 − Dificuldades Relativas a Documentos Fiscais Fonte: SPED Brasil (2011)
60% das empresas ainda consideram a NCM (Classificação Fiscal) a maior
dificuldade no preenchimento da NF-e. Pesquisa da IOB, realizada em 2010 com
mais de 400 empresas, apontou que 40% delas erram as alíquotas relacionadas à
NCM.
48% das empresas consideram os Valores dos Tributos a maior dificuldade no
preenchimento da NF-e. Pesquisa da Fiscosoft, realizada em 2011 com mais de 400
empresas, apontou que 42% delas consideram como maior desafio acompanhar as
alterações legais.
Esta pesquisa foi colocada para ilustrar as dificuldades com o SPED, uma vez
que nossa pesquisa tem foco nas dificuldades.
No capítulo que segue apresentamos os procedimentos para elaboração da
pesquisa.
95
CAPÍTULO IV – DETALHAMENTO DO ESTUDO DE CASO E SEUS PROCEDIMENTOS
Este capítulo apresenta o detalhamento da metodologia empregada e a
descrição dos procedimentos utilizados para a análise dos resultados.
O caso se desenvolve num Grupo Empresarial Familiar, uma empresa
representativa do setor de Perfumaria e Cosméticos, que visa compreender quais as
principais dificuldades no processo de geração de inteligência fiscal e possíveis
impactos no desempenho da companhia que seja oriundo das características e
manutenção de sua cultura organizacional através de Tecnologias de Informação
(TI), objetivando o processo de inteligência fiscal.
O autor definido para alicerçar o estudo de caso é Robert Yin (2005), cuja
metodologia possibilitará uma pesquisa mais profunda das características
especificas da referida empresa, abrangendo a tecnologia da informação no que
tange ao processo de inteligência fiscal, e os impactos futuros na geração dos
arquivos digitais.
Ressalta-se que Yin (2005) sugere para a metodologia do estudo de caso a
análise de três fatores: - o tipo de problema a ser resolvido; - o controle que o
investigador possui sobre os acontecimentos; - o foco em eventos contemporâneos
em contraste com eventos históricos.
Assim, adequando este estudo à análise de Yin (2005), o primeiro ponto
abordado, tenta responder como as empresas brasileiras estão gerenciando
informações através de TI e como essas informações são estruturadas para geração
de inteligência fiscal. No segundo ponto, o controle sobre tais fenômenos por parte
do investigador é de grande relevância, podendo interferir diretamente nas decisões
das mudanças focadas no trabalho. Por fim, no terceiro ponto, o trabalho delimita-se
a, analisar, identificar e avaliar as informações que a organização dá origem, por
meio da Controladoria, através de sistema ERP, acompanhado de BI a fim de
verificar as principais dificuldades e suas possíveis causas na formação de
inteligência fiscal.
Com base nesses dados a opção, dentro das possibilidades do estudo de
caso, foi a escolha do estudo de caso único, também na concepção de Yin (2005).
96
Segundo Yin (2005, p.61), o método de estudo de caso é:
Uma pesquisa empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto real de vida, no qual as fronteiras entre fenômeno e contexto não são claramente evidentes e no qual, múltiplas fontes de evidências são usadas.
Para o autor a escolha deve ser realizada com base em três fatores: o tipo de
questão que a pesquisa pretende responder, a contemporaneidade do fenômeno
que se pretende estudar e a possibilidade de controle sobre esse fenômeno. O
método de estudo de caso é o mais adequado quando procura responder questões
do tipo “como” e “por que”, quando o fenômeno estudado é contemporâneo (isto é,
ainda esta ocorrendo), e quando há pouca ou nenhuma possibilidade de controlar os
fatores envolvidos.
Para Yin (2005), um estudo de caso único é mais apropriado em três
situações:
a. Quando representa o caso decisivo, no que tange testar-se uma teoria bem formulada, dado que é necessário um caso único, que satisfaça todas as condições para se confirmar, contestar ou estender uma teoria.
b. Quando se trata de um caso raro ou extremo.
c. Quando lida com um caso revelador, tendo o investigador a oportunidade única de analisar um fenômeno ate então inacessível (YIN, 2005, p.63).
Esta pesquisa trata de um fenômeno enquadrável, segundo os itens, pois
trata-se de um Grupo Empresarial Familiar com participação de capital estrangeiro
composto por cinco empresas denominado de “GRUPO ECONOMICO, porém
totalmente independentes, o principal segmento do grupo é Perfumaria e Cosméticos
, porém existem outros segmentos além dos já mencionados que não são de grande
monta para a organização , suas principais receitas estão relacionas a venda no
varejo, porém opera também como vendas no atacado , sua estrutura de negócio foi
dividida em dois mercados assim denominados: - Mercado caracterizado pela Zona
Franca de Manaus e- Área de Livre Comércio denominado de Zona Franca e
Mercado Local que representa suas vendas no atacado e regiões do Nordeste, Sul
e Sudeste com lojas de varejo, sua estrutura financeira e econômica são totalmente
descentralizadas e independentes.
97
Estes fatores tornam este caso extremo por ser de empresa familiar muito
dinâmica, mas que mantém sua cultura e preceitos preservados, tornando o caso
propício para análise no impacto de informações, visto que o ERP utilizado é o
mesmo com bases de dados independentes porém o BI é diferente devido as
regiões abrangidas .
4.1. Objetivos do Caso
O objetivo principal deste caso é identificar, avaliar e analisar o banco de
dados e sistemas de informação, como ocorreram os processos na geração das
informações pela controladoria, através de um sistema ERP, gerando uma estrutura
de inteligência fiscal, quais as dificuldades ocorreram, como e porque ocorreram,
buscando contribuir para o delineamento de um modelo teórico que relacione estes
benefícios e dificuldades ás características de implementação de inteligência fiscal.
Em suma, se pretende verificar quais as principais dificuldades para
implementação de inteligência Fiscal em um segmento da economia.
4.2. O Delineamento da Pesquisa
Segundo Yin (2005), qualquer tipo de pesquisa deve ter um delineamento de
pesquisa (research design), que é a sequência lógica que conecta as questões
propostas pela pesquisa aos dados coletados e, finalmente, às conclusões que
serão traçadas. É um “plano de ação”, que indica qual o caminho que será seguido
para se sair das questões propostas e chegar às respostas desejadas.
Para o autor, o delineamento de uma pesquisa baseada no método de
estudos de caso deve apresentar cinco itens, considerados especialmente
importantes:
Questões de pesquisa.
Proposições.
Definição da(s) unidade(s) de análise.
Descrição da lógica ligando os dados obtidos às proposições.
Definição de critérios para interpretar as descobertas da pesquisa.
98
4.3. Questão da Pesquisa
A fim de dirigir a realização do estudo, foi colocada a seguinte questão
principal da pesquisa, elaborada com base no objetivo principal da pesquisa.
QUAIS as principais dificuldades foram encontradas para implementação
de inteligência fiscal nas empresas brasileiras COMO foram identificadas essas
dificuldades?
4.4. Proposições e Modelo de Pesquisa
Segundo Yin (2005), a definição de proposições dirige a atenção da pesquisa
para determinados aspectos que devem ser examinados dentro do escopo do
estudo.
Proposições podem ser entendidas como afirmações que estabelecem, de
certa maneira, relações teóricas entre os fatores que estão sendo estudados. Num
exemplo citado pelo autor, ele apresenta a seguinte questão de pesquisa: “Como e
por que as organizações colaboram entre si para prestar serviços em conjunto”?
Uma vez que a pergunta em si não indica o que deve ser estudado, uma proposição
do tipo “as organizações colaboram para obter benefícios mútuos” pode indicar a
direção para que o estudo seja iniciado.
O autor salienta que mesmo no caso de pesquisa exploratória, no qual o
objetivo principal é a busca de novas ideias e hipóteses para explicação do
fenômeno, é importante que sejam conduzidas a partir de algum referencial teórico
para que possam chegar a algum objetivo determinado, iniciando a exploração com
alguma lógica e direção, mesmo que mais tarde as propostas iniciais sejam
comprovadas erradas. As proposições não podem ser consideradas como hipóteses
da pesquisa, pois não haverá comprovação estatística.
Com a finalidade de estabelecer uma referencia teórica para o estudo, ou, de
acordo com a definição de Yin (2005), elaborar a preposição da pesquisa, realizou-
se, como já mencionado na introdução deste estudo, um levantamento bibliográfico
por meio do qual buscou-se identificar, na literatura e na imprensa especializada, as
principais questões e aspectos referentes a inteligência fiscal (construção de
99
inteligência, novos paradigmas, benefícios obtidos, dúvidas, comentários e
afirmações, etc).
Durante o levantamento bibliográfico foi possível perceber que as questões
apresentadas dividiam-se em quatro grupos: relacionadas ao processo de
implementação de inteligência fiscal, conceito de inteligência fiscal, pressupostos de
inteligência fiscal e a maneira de conduzir com inteligência os resultados a serem
obtidos.
4.5. Unidade de Análise e Estudo de Caso Único
De acordo com Yin (2005), em uma pesquisa conduzida utilizando-se do
método de estudos de casos, duas dimensões devem ser consideradas: o número
de casos que compõe o estudo e o foco que será dado à unidade de análise.
Quanto ao número de casos, os estudos de caso podem ser de caso único
(single-case) ou casos múltiplos (multiple-case).
O autor apresenta três casos típicos para a realização de um estudo de caso
único: quando o caso é um caso que representa todos os aspectos de uma teoria
bem formulada; quando representa um caso extremo ou único; ou quando
representa uma oportunidade única de estudo para um determinado pesquisador.
Segundo o autor, o estudo de caso único é análogo a um experimento único,
e muitas das condições que servem para justificar um experimento único também
justificam um estudo de caso único.
Encontra-se um fundamento lógico para um caso único quando ele representa
o caso decisivo ao testar uma teoria bem formulada. A teoria especificou um
conjunto claro de preposições, assim como circunstâncias nas quais se acredita que
as preposições são verdadeiras. Para confirmar, contestar ou estender a teoria deve
existir um caso único que satisfaça todas as condições para testar a teoria. O caso
único pode, então, ser utilizado para determinar se as preposições de uma teoria são
corretas ou se algum outro conjunto alternativo de explanações pode ser mais
relevante.
Neste trabalho a opção é pelo estudo de caso único, cujo objetivo deve-se ao
fato de adequar-se ao terceiro fundamento de caso único, um fundamento lógico que
100
será um caso representativo ou típico, com a intenção de capturar as circunstancias
e condições de um situação lugar-comum ou dia-a-dia.
Neste trabalho, a unidade de análise considerada será o processo de
implementação de inteligência fiscal conduzida por um sistema ERP e um sistema
de BI, e como a empresa consegue atingir parcialmente seus objetivos, mas
tentando chegar à plenitude.
Neste projeto, essa opção implicou na necessidade de um instrumento de
coleta de dados a ser aplicado na empresa com pessoas de mais de um
departamento.
Para Yin (2005), projetos de caso único, portanto, exigem uma investigação
cuidadosa do caso em potencial para minimizar as chances de uma representação
equivocada e maximizar o espaço necessário para coletar as evidências do estudo
de caso.
4.6. Coleta de Dados
De acordo com Yin (2005), seis fontes de evidência podem ser utilizadas para
a coleta de dados em estudo de caso: registro de arquivos, entrevistas,
questionários, observação direta, observação participante e artefatos físicos. Outro
aspecto importante a ser observado é representado por quatro aspectos no
levantamento da pesquisa empírica conforme mostra o Quadro 8.
Testes de caso Tática do estudo Fases da pesquisa no qual a tática dever ser
aplicada
Validade do Constructo
Utiliza fontes múltiplas de evidências. Estabelece encadeamento de evidências. O rascunho do relatório do estudo de caso é
revisado por informantes-chave.
Coleta de dados Coleta de dados Composição
Validade interna
Faz adequação ao padrão. Faz construção da explanação. Estuda explanações concorrentes. Utiliza modelos lógicos.
Análise de dados Análise de dados Análise de dados Análise de dados
Validade Externa
Utiliza teoria em estudo de caso único. Utiliza lógica da replicação em estudos de
casos múltiplos.
Projeto de pesquisa Projeto de pesquisa
Confiabilidade Utiliza protocolo de estudo de caso Desenvolve banco de dados para o estudo de
caso
Coleta de dados Coleta de dados
Quadro 8 – Aspectos que validam o Caso Fonte: Yin (2005)
101
O instrumento escolhido foi um questionário (três modelos em apêndice),
enviado à empresa e direcionada aos profissionais das áreas de Tecnologia da
informação, Controladoria Fiscal e Diretoria Geral, visando analisar as principais
dificuldades e as causas para implementação de inteligência fiscal. Esse
questionamento se dá no processo de implantação de projetos de inteligência fiscal
e projetos atuais como SPED – Sistema Público de Escrituração Digital ou algum
sistema envolvendo BI (Business Inteligence) voltados para área fiscal. Intenciona-se
pela análise final descrever os dados obtidos, promovendo uma articulação dos
aspectos teóricos e empíricos com os dados obtidos nessa abordagem descritiva.
As aplicações de padrões da tecnologia da informação, para implementação
de inteligência fiscal nas organizações devem demonstrar, no caso prático, a sua
viabilidade e apontar as evidências de erros ou omissões suspeitas. Nesse sentido,
esta pesquisa busca validar ou não essas dificuldades, mostrando um cenário que
está sendo vivenciado nessa nova era na gestão de informações tributárias.
A ideia do questionário é permitir uma maior flexibilidade na questão natureza
exploratória da pesquisa e este foi conduzido pelo próprio pesquisador, devido ao
fato dos locais de trabalho dos pesquisados serem de difícil acesso. Assim, a
condução se deu via email com as dúvidas tiradas com a ajuda do sistema skype.
4.7. Composição do Questionário
O questionário foi elaborado a partir das proposições iniciais, do modelo de
pesquisa, das informações coletadas e levantamento bibliográfico; quais medidas
usadas para implementação de inteligência fiscal para tanto as perguntas foram
baseadas nas seguintes questões:
Porque a empresa optou em adotar um sistema ERP?
Como ocorreu o processo de implementação do BI de Inteligência Fiscal?
Quais dificuldades foram encontradas para implantação do novo sistema
com interface do BI?
Como a organização está vendo os novos paradigmas nas novas
estruturas de informações digitais que foram e serão entregues para os principais
órgãos públicos?
102
4.8. População Pesquisada
População nada mais é do que o conjunto de indivíduos ou objetos que
apresentam em comum determinadas características definidas para o estudo.
A população pertencente à pesquisa é de ambiente não controlado, ou seja,
no contexto da vida real profissional. São seis profissionais, sendo dois de
Tecnologia da Informação e dois da área de Controladoria e dois Diretores,
colaboradores de um grupo econômico familiar, atuante no segmento de
Perfumaria e Cosméticos.
A intenção é obter respostas desses profissionais às perguntas: 1) quais as
principais dificuldades encontradas na implementação de inteligência fiscal no
grupo 2) Quais os critérios foram utilizados para avaliar, identificar e analisar as
informações geradas pela Controladoria? 3) Qual o papel da Controladoria nesse
processo de implementação?
O capítulo que segue, com base nestes procedimentos de pesquisa,
apresenta os resultados obtidos.
103
CAPÍTULO V – APRESENTAÇÃO DA EMPRESA OBJETO DE ESTUDO E OS RESULTADOS DA PESQUISA
O estudo de caso ora delineado é representado por um grupo empresarial
familiar do segmento de Perfumaria e Cosméticos e outros derivados, com atuação
no mercado varejista e atacadista, com participação de capital estrangeiro, dividido
em duas subdivisões uma denominada de Mercado Local que abrange as regiões
Sul, Sudeste e Nordeste e outra denominada de Zona Franca, que abrange a
Região Norte, incentivada por benefícios fiscais, Zona Franca e Área de Livre
Comércio.
Participantes da pesquisa: 01 diretor Geral, 01 Diretor (Proprietário), 02
Gerentes das áreas de TI, das subdivisões, 02 usuários-chave da Controladoria
Fiscal. Como condição para a realização da pesquisa foi solicitado o sigilo com
relação ao nome da empresa e dos pesquisados.
5.1. Caracterização da Empresa
A empresa basicamente importa todos os produtos que revende, seus
produtos geram um faturamento anual do grupo em torno de ½ bilhão de reais,
aproximadamente, a matriz das duas principais empresas do grupo está situada em
Manaus, no Estado do Amazonas e o Mercado Local está dividido da seguinte
maneira:
Três depósitos, de aproximadamente 50.000 m2 para distribuição e
logística, situados no Município de Extrema, Estado de Minas Gerais e localizados
estrategicamente para efeito de planejamento tributário.
Duas lojas de Varejo, situadas no Estado do Rio Grande do Sul, no
Município de Porto Alegre, nos principais shoppings da cidade.
Três lojas de Varejo situadas no Estado de Pernambuco, no município de
Recife, situadas nos principais shoppings da Cidade: Shopping Recife, Tacaruna,
Boa Vista e uma loja de atacado para distribuição em massa.
104
Uma loja de Varejo, situada na Rua Oscar Freire, uma das principais ruas
de comercio a céu aberto no Município de São Paulo, na qual também mantém todo
pessoal administrativo, marketing, comercial e logística.
A Zona Franca e Área de Livre Comércio estão assim divididas:
No Município de Manaus existem 32 lojas divididas em locais estratégicos:
aeroporto, principais shoppings da região, centro comercial da cidade, hotéis, cujas
essas mercadorias são importadas diretamente via Zona Franca de Manaus.
Na loja situada no centro da cidade, existe uma estrutura de
armazenamento e distribuição das mercadorias, na qual se concentram também as
demais estruturas: administrativa, comercial e marketing.
A área de livre comércio é dividida em 03 grandes lojas situadas no Estado
do Amapá, em sua capital Macapá e um depósito fechado, no qual ficam
armazenadas as mercadorias que são importadas pelo Porto de Belém; existe,
ainda, uma loja de distribuição no atacado em Belém.
Uma loja situada no Estado de Rondônia, na cidade de Guajará-Mirim,
divisa com a Bolívia.
5.2. Breve Histórico
Sua história começou em 1970, quando foi fundada como uma loja situada na
Rua 25 de Março, iniciando sua atividade com pouco mais de 10 funcionários entre
empregados e prestadores de serviços.
Hoje ela conta com mais de 1.000 colaboradores e aproximadamente 300
prestadores de serviços nas diversas áreas de negócios.
A partir do ano de 1996 o grupo implantou um sistema ERP para suportar o
crescimento e a expansão das atividades da empresa, sendo que já contava com
uma estrutura bem maior que a inicial e um faturamento em torno de meio milhão de
reais.
A escolha pelo fornecedor, para o sistema ERP foi movida pela estrutura do
sistema, pelas necessidades de atendimento à estrutura comercial do Grupo, pelo
105
tipo de relatórios que o sistema gerava; tudo influenciado com base na estrutura
comercial, deixando-se de lado a estrutura organizacional e administrativa do grupo.
Neste primeiro momento foi analisada tão somente a estrutura comercial e
marketing. Após a implantação do ERP e decorrido algum tempo, notou-se a
necessidade de implementar a estrutura organizacional e administrativa do grupo.
Houve, então, a necessidade de adquirir novos módulos do sistema que
satisfizessem tal necessidade; foi adquirido também um sistema de inteligência para
administração comercial que gera e acompanha gerencialmente o desempenho de
cada área de cada subdivisão do grupo com base nos negócios realizados.
O sistema ERP utilizado é o mesmo para o grupo empresarial, porém, a base
de dados está dividida da mesma maneira que a administração comercial, Mercado
Local, ZF e ALC.
Como a parte organizacional e administrativa num primeiro momento não foi
integrada ao ERP, esse foi o segundo passo na implantação: foram implantados
diversos módulos gerenciais.
No período que compreende os anos de 1996 a 2005 o grupo sofreu várias
fiscalizações tanto na esfera Estadual como Federal e acumulou um prejuízo
aproximado de mais de dois milhões de reais onerando, de maneira substancial, o
fluxo de caixa da empresa.
Algumas questões ainda estão sendo discutidas administrativamente e via
judicial, mas, a partir deste momento resolveu-se implantar um sistema de
inteligência fiscal, o qual deveria minimizar esses efeitos até chegar à plenitude de
sanar todos os problemas fiscais que envolviam o grupo empresarial.
A partir do ano de 2006, a alta administração resolveu tomar providências
com relação ao ocorrido nas fiscalizações anteriores e propôs a criação de uma
estrutura para sanar os problemas ocorridos no passado, foi implementado então o
departamento de Controladoria Fiscal, o qual ficaria responsável por toda estrutura
tributária do grupo, visando implementar melhorias e evitar novas autuações.
Como já foi mencionado anteriormente, o grupo está dividido em 05
empresas, sendo que duas mantêm suas matrizes em Manaus e estão sujeitas à
fiscalização diferenciada conforme legislação vigente.
A partir da implantação deste departamento foram levantadas várias questões
e ações a serem conduzidas:
A empresa trabalha com eficácia as informações geradas?
106
Existe algum controle de débitos fiscais existentes nas principais
repartições públicas?
Como são tratadas as informações geradas através do sistema ERP?
Existe algum sistema de inteligência artificial – BI utilizado para gerenciar e
analisar tais informações?
Quais as dificuldades levantadas para criação deste departamento e, como
a empresa é descentralizada, como são efetuados os levantamentos e trabalhos
analisados?
Com base nestes questionamentos fizemos um levantamento das dificuldades
que nortearam a pesquisa com os autores que as embasaram teoricamente e
apresentamos no Quadro 9.
DIFICULDADES AUTOR-OBRA
A complexidade da legislação tributaria brasileira
CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário . 16ª ed.São Paulo: Malheiros, 2001.
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários ao Código Tributário Nacional , coord. Carlos Valder do Nascimento. Rio de Janeiro: Forense, 1997.
CÓDIGO TRIBUTARIO NACIONAL - Artigos, 96, 97, 100, 113, 114 e 115.Obrigações Acessórias
MAÑAS, Antonio Vico. Administração de Sistemas de Informação. São Paulo:Érica, 1999.
SVEIBY, K.E. A nova riqueza das organizações: gerenciando e avaliandopatrimônios de conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da informação– aplicada a sistemas de informação empresarial. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003.McGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico dainformação. Rio de Janeiro: Campus, 1994.DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial –como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. 2ª Ed. Rio deJaneiro: Campus, 1998.
DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial –como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. 2ª Ed. Rio deJaneiro: Campus, 1998.
McGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico dainformação. Rio de Janeiro: Campus, 1994.BARBIERI, C. BI – Business Intelligence : Modelagem e Tecnologia. Rio deJaneiro: Axcel Books, 2001
REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da informação– aplicada a sistemas de informação empresarial. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
CHINELATO FILHO, João. A arte de organizar para informatizar. Rio deJaneiro: Livros Técnicos e Científicos, 1993.
McGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico dainformação. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
O arcabouço tributário e o excesso de obrigações principais e acessórias.
O treinamento constante do pessoal envolvido no
processo de geração fiscal
Os pacotes excessivos do ERP para atualização da
legislação tributaria
Um BI adequado para agregar todas as obrigações
principais e acessórias.
Cruzamento de todas as informações necessárias
para gerar relatórios e obrigações tributárias.
107
Quadro 9 − Principais Dificuldades que Embasaram a Pesquisa Fonte: Adaptados dos Autores Citados no Quadro
Falta de profissional qualificado e especializado sobre a legislação tributaria
DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial –como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. 2ª Ed. Rio deJaneiro: Campus, 1998.
As novas estruturas de arquivos digitais recém
criadas pela União, Estados e Municípios.
CHINELATO FILHO, João. A arte de organizar para informatizar. Rio deJaneiro: Livros Técnicos e Científicos, 1993.
Criação de novas obrigações acessórias sem extinguir as existentes com informações
em duplicidade
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários ao Código Tributário Nacional , coord. Carlos Valder do Nascimento. Rio de Janeiro: Forense, 1997.
DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial –como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. 2ª Ed. Rio deJaneiro: Campus, 1998.
CAVALCANTI, Elmano Pontes. Inteligência Empresarial e o Sucesso nosnegócios. Artigo: ENANPAD 2004. XXVIII ENCONTRO DA ANPAD. Setembro,2004.
PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
Os prazos para cumprimento das obrigações principais e
acessórias são demasiadamente curtos
CÓDIGO TRIBUTARIO NACIONAL - Artigos, 96, 97, 100, 113, 114 e 115.Obrigações Acessórias
A complexidade das informações gerada pelo
SPED e demais obrigações digitais.
McGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico dainformação. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da informação– aplicada a sistemas de informação empresarial. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
FULD, Leonard M. Inteligência Competitiva: Como se manter a frente dosmovimentos da concorrência e do mercado. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
RIBEIRO, Fabio Pereira. Inteligência Fiscal na Controladoria – Umacontribuição do uso de procedimentos de inteligência competitiva comoferramenta de produção e análise de informações fiscais para a controladoria. SOUZA, Cesar Alexandre de; SCCOL, Amarolina Zanela. Sistemas ERP noBrasil (Enterprise Resource Planning ) Teoria e Casos. São Paulo: Atlas, 2009.
Avaliação dos recursos destinados ao projeto, revisão
e comunicação do projeto
Definição do cronograma para implementação do projeto, consultoria para equipe de retaguarda.
Os processos de mapeamento de informações
nem sempre são claros e objetivos , enfatizando á área
tributaria da empresa.
108
5.3. Resultados da Pesquisa
Considerando os seis questionários de pesquisa apontamos os resultados
obtidos conforme os questionamentos solicitados, segundo os modelos em
apêndice.
5.3.1. Perfil dos Pesquisados – Parte I
Neste item apresentamos os resultados obtidos do perfil dos pesquisados
levando em consideração dois pesquisados de cada área (diretoria, controladoria e
tecnologia da Informação), sendo três pesquisados trabalhadores do Grupo na Zona
Franca (ZF) e três pesquisados trabalhadores do Grupo no Mercado Local (ML),
perfazendo um total de seis participantes.
1) Gênero:
GRUPO PESQUISADO ZONA FRANCA MERCADO LOCAL
MASCULINO 2 3
FEMININO 1 0
Quadro 10 – Gênero dos Pesquisados Fonte: Elaborado pelo Autor
Os dois grupos são em sua maioria masculinos, salvo a responsável pela TI.
109
2) Idade:
FAIXA ETÁRIA ZONA FRANCA MERCADO LOCAL
35 a 40 anos 1 0
41 a 45 anos 1 1
46 a 50 anos 1 2
Quadro 11 – Idade dos Pesquisados Fonte: Elaborado pelo Autor
Podemos observar que os cinco homens pesquisados estão acima dos 40
anos, salvo a responsável pela TI, com 35 anos.
3) Cargo que ocupa na Instituição:
Quadro 12 – Cargo que Ocupa na Empresa
Fonte: Elaborado pelo Autor
Podemos observar que os cargos são os mesmos nos dois locais, divergindo
unicamente no nome do cargo da diretoria.
LOCAL CARGOS OCUPADOS
Diretor Administrativo e Financeiro
Gerente de Controladoria Fiscal
Gerente de Tecnologia da Informação
Diretor Geral
Gerente de Controladoria Fiscal
Gerente de Tecnologia da Informação
ZONA FRANCA
MERCADO LOCAL
110
4) Tempo de Trabalho na Instituição:
Quadro 13 – Tempo de Trabalho na Empresa
Fonte: Elaborado pelo Autor
O tempo de trabalho na instituição varia de 4 a 16 anos, sendo que os mais
antigos de cada local, 12 (ZF) e 16 (ML), ocupam os cargos de Diretoria.
5) Curso de Graduação:
Quadro 14 – Curso de Graduação
Fonte: Elaborado pelo Autor
Os cargos ocupados condizem com as formações acadêmicas apresentadas,
sendo que dois dos pesquisados apresenta duas formações diferentes: um deles em
Administração de Empresas e Ciências Contábeis e outro em Ciências Contábeis e
Direito. Os responsáveis por TI têm formação em Engenharia e Ciência da
Computação.
TEMPO DE TRABALHO NA INSTITUIÇÃO
ZONA FRANCA MERCADO LOCAL
2 a 5 anos 0 1
6 a 10 anos 2 1
11 a 14 anos 1 0
15 a 20 anos 0 1
CURSOS DE GRADUAÇÃO ZONA FRANCA MERCADO LOCAL
Ciências Contábeis 2 2
Administração de Empresas 0 1
Engenharia da Computação 1 0
Ciências da Computação 0 1
Direito 0 1
111
6) Cursos de Especialização ou MBA:
Quadro 15 – Cursos de Especialização ou MBA Fonte: Elaborado pelo Autor
Notamos a preocupação dos profissionais de estarem sempre atualizados.
Cada um fez em média dois cursos de especialização.
CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO OU MBA ZONA FRANCA MERCADO LOCAL
Mestrado em Ciências Contábeis 1 0
Especialização em Direito Tributário 1 1
Especialização em Controladoria Estratégica 0 1
Especialização em Ciências da Computação 0 1
Especialização em Contraladoria 0 1
Especialização em Finanças 0 1
Especialização em Análise e Auditoria de Sistemas
1 0
MBA em Gestão Tributária 0 1
MBA em Auditoria 0 1
MBA em Gestão Empresarial - Executivo Internacional
1 0
MBA em Processos e Gestão de Tecnologia 1 0
Redes e Oracle 1 0
Consultoria em Projetos – IPTEC/RS 0 1
112
7) Outros Cursos para Aperfeiçoamento
OUTROS CURSOS PARA APERFEIÇOAMENTO
ZONA FRANCA MERCADO LOCAL
Contabilidade Internacional 1 0
Tributos 1 0
SAP 1 0
Gerenciamento de Pessoas 0 1
Diversos cursos na área Tributária 0 1
Não respondeu 1 1
Quadro 16 – Cursos para Aperfeiçoamento Fonte: Elaborado pelo Autor
Percebemos nesta resposta que os cursos de aperfeiçoamento são
direcionados à área em que atuam e que alguns fizeram mais de um curso.
8) Trabalha em outro Local? Qual?
Quadro 17 – Se trabalha em outro local, onde? Fonte: Elaborado pelo Autor
Os dois profissionais que responderam afirmativamente, um deles trabalha
em Escritório Contábil e o outro trabalha com Consultoria e Assessoria Técnica para
Empresas na Área Tributária e Escritórios de Advocacia.
Um dos profissionais que respondeu não, afirmou que desenvolve trabalho
não remunerado como voluntário.
TRABALHA EM OUTRO LOCAL
ZONA FRANCA MERCADO LOCAL
SIM 1 1
NÃO 1 2
Não Respondeu 0 1
113
5.3.2. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa
Das dificuldades abaixo encontradas cite, se houver, quais as que você
enfrentou no processo de implementação? Indique outras se achar necessário?
Quadro 18 − Dificuldades Elencadas pelos Pesquisados Fonte: Elaborado pelo Autor
A questão 1 destina-se a analisar quais foram as principais dificuldades
encontradas, de acordo com os pesquisados, no processo de implementação da
inteligência fiscal dentro do contexto da organização e os gráficos representam quais
foram as respostas de cada pesquisado por departamento e por mercado de
atuação.
A questão 1a compreende: “A complexidade da legislação tributária
brasileira”. 100% dos entrevistados das três áreas, TI, Controladoria e Diretoria
responderam que a complexidade da legislação tributária brasileira é um fator que
mais afeta a geração de inteligência fiscal na organização.
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1 1 1 1 1 1 9
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1 1 1 1 111 1 1 12
1 1 1 1 13
Um BI adequado para agregar todas as obrigações principais e acessórias.
Tec, Inf. Diretoria Control.Questão
Das dificuldades abaixo encontradas , cite se houver quais que você enfrentou no processo de implementação? Indique outras se achar
A complexidade da legislação tributaria brasileiraO arcabouço tributário e o excesso de obrigações principais e acessórias.O treinamento constante do pessoal envolvido no processo de geração fiscalOs pacotes excessivos do ERP para atualização da legislação tributaria
A complexidade das informações gerada pelo SPED e demais obrigações digitais.Avaliação dos recursos destinados ao projeto , revisão e comunicação do projeto.Definição do cronograma para implementação do projeto, consultoria para equipe deretaguarda.
Cruzamento de todas as informações necessárias para gerar relatórios e obrigaçõestributárias.
Falta de profissional qualificado e especializado sobre a legislação tributaria brasileiraAs novas estruturas de arquivos digitais recém criadas pela União, Estados eMunicípios.
Criação de novas obrigações acessórias sem extinguir as existentes com informaçõesem duplicidade.
Os processos de mapeamento de informações nem sempre são claros e objetivos ,enfatizando á área tributaria da empresa.
Os prazos para cumprimento das obrigações principais e acessórias sãodemasiadamente curtos.
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5.3.3. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Diretoria
1) A empresa tem algum sistema ERP em conjunto com BI ? Quais as razões pelas quais a empresa adotou esses sistemas?
Zona Franca
ERP – Maxipro e no momento está havendo a implantação do SAP. O BI existente é na área comercial denominado Quikview
Mercado Local
Sim, a empresa opera com um ERP e optou em adquirir um BI voltado para a área Comercial e outro para a área tributária, a fim de acompanhamento e melhoria nos impostos e demais obrigações fiscais.
Podemos notar que ambos os mercados possuem um sistema ERP para
controles de informação. A ZF atualmente está em um processo de mudança do
ERP, porém, somente no ML existe um BI voltado para a área Tributária visando
melhor controle dos arquivos e suas obrigações fiscais, o Mercado caracterizado
pela ZF tem uma estrutura na legislação com complexidade menor que o ML, visto
que existe apenas um ERP para geração de tais informações.
2) A decisão de adotar o sistema foi um consenso entre diversos interessados? Como foi executada?
Zona Franca
Foi definição Corporativa (Matriz) para padronização e unificação da mesma plataforma de sistema nas unidades (filiais) espalhadas no mundo.
Mercado Local
A decisão partiu da necessidade eminente de novas perspectivas frente aos novos sistemas e controles governamentais, essa decisão partiu das necessidades atuais do grupo, visando resolver problemas que existiam na administração tributária da organização, partiu do consenso entre todos os interessados; foi comunicado à presidência que avaliou e aprovou o projeto.
Nesta questão podemos observar que a adoção do sistema foi uma decisão
vertical partindo da alta direção das empresas, visando um melhor desempenho e,
também, a participação de todos os demais interessados na conjuntura do projeto.
123
3) A empresa possui algum sistema de inteligência fiscal? Quais os motivos que levaram a organização a adotar tal sistema?
Zona Franca
Não. A empresa está priorizando a implementação do sistema ERP (SAP) de gestão da empresa e o próximo passo será a melhoria de processos que poderá contemplar um BI Finanças e a possibilidade de inteligência fiscal. Portanto, o status é um plano de médio prazo.
Mercado Local
A empresa tem um sistema que visa o gerenciamento das informações tributárias, motivos estruturais da organização e necessidade de acompanhamento do dinamismo do mercado e dos governos.
Nesta questão evidenciamos que existe no segmento do Mercado Local, uma
preocupação com relação as obrigações e informações que serão repassadas para o
fisco. Quanto à estrutura da Zona Franca existe a preocupação de implantação do
sistema SAP, que foi determinado pela Matriz estrangeira e que é a principal
acionista como prioridade do momento e, posteriormente, irão implementar um BI
voltado para a área de finanças da organização. Ainda não existe nenhum plano
para implementação de BI para gerenciamento de informações fiscais.
4) Quais métodos foram avaliados para a equipe de projetos em relação a sua implementação?
Zona Franca
Não há BI Fiscal. O método para implementação do sistema ERP (SAP) foi definido pela Matriz, onde está sendo utilizado o template global e adaptando conforme necessidade e especificidade local (país).
Mercado Local
A organização adotou como avaliação a nova estrutura organizacional e o crescimento de informações e obrigações elencadas pelo departamento fiscal
Nesta questão ficou evidente que na organização, somente o Mercado Local
preocupou-se em adotar uma estrutura visando, objetivamente, as informações
geradas pela controladoria, no que tange à área tributaria. O segmento da Zona
Franca está preocupado, no momento, com a implementação do sistema SAP.
124
5) Houve treinamento prévio das equipes de trabalho em relação à metodologia da implementação? Como ocorreu?
Zona Franca
Não.
Mercado Local
O treinamento somente ocorreu após a implementação visando o aperfeiçoamento, porém houve treinamento para os usuários-chave no acompanhamento do projeto
Ficou evidenciada a preocupação do segmento do Mercado Local em treinar
os seus colaboradores, porém, isso somente ocorreu após a implementação não
sendo um critério correto na perspectiva de implementação.
6) A comunicação do projeto foi transparente e clara? Como foram atingidos os objetivos?
Zona Franca
Sim. Toda a administração foi envolvida e comunicada a respeito do projeto implementação do sistema ERP (SAP) e sistematicamente a equipe do projeto faz reunião com a Matriz. Quanto os demais empregados são comunicados de tempos em tempos (bimestralmente ou trimestralmente).
Mercado Local
A comunicação do projeto partiu exclusivamente da diretoria para os demais departamentos, foi bem claro, porém, houve algumas resistências no inicio do mesmo
Nesta questão tanto o Mercado Local quanto a Zona Franca tiveram o mesmo
objetivo com relação ao projeto, partindo do alto escalão da organização e
comunicando os principais responsáveis. Notamos que no mercado local houve
resistência na implementação do projeto por motivos de adaptação.
7) Houve necessidade de equipe de apoio externo para implementação? Qual o critério de escolha dessa equipe?
Zona Franca
Sim. Estamos contando com consultoria externa internacional e local, tendo em vista que se trata de um projeto global.
Mercado Local
Sim, houve apoio de equipe externa para acompanhamento da implementação; essa escolha ocorreu por uma empresa especializada em projetos e processos de implantação de sistemas gerenciais e fiscais, visando um desempenho favorável e pleno.
125
Nesta questão foram unânimes em responder que houve a necessidade de
apoio externo para implementação, visando melhorias no processo e cumprimento
dos prazos para implementação
8) Existe algum departamento para gerenciamento das informações fiscais? Qual o departamento e como é sua estrutura?
Zona Franca
No projeto implementação do sistema ERP (SAP) a área responsável pelas informações é a Diretoria financeira – Depto de Controladoria, que conta também com apoio de consultor tributário externo.
Mercado Local
A empresa adotou há aproximadamente 03 anos um sistema de gerenciamento de informações fiscais, porém, os resultados ainda não foram avaliados na sua totalidade.
Nesta questão existe um departamento responsável pelo gerenciamento das
informações fiscais e também uma consultoria externa na área tributária no
segmento da Zona Franca.
9) A empresa está satisfeita com a nova estrutura de informações geradas pela controladoria fiscal?
Zona Franca
O processo atende as necessidades normais e básicas para que a empresa não tenha desvios ou irregularidades fiscais. Porém, conforme informado anteriormente a empresa planeja a melhoria de processos que poderá contemplar um BI Finanças e a possibilidade de inteligência fiscal e que auxiliará no planejamento estratégico tributário / fiscal.
Mercado Local
Ainda não podemos avaliar os resultados esperados, porém, segundo o departamento e análises efetuadas houve melhorias significativas, com relação ao desempenho apurado, atendendo as necessidades fiscais.
Neta questão, os dois segmentos estão satisfeitos com as informações
geradas. A Zona Franca não possui um sistema de BI, mas o sistema de ERP
satisfaz as atuais necessidades. O Mercado Local ainda não teve como verificar com
exatidão os resultados esperados, mas concorda que houve melhorias significativas
nas informações geradas.
126
10) As dificuldades do projeto foram sanadas, ou ainda devem ser melhoradas e estruturadas?
Zona Franca
O projeto implementação do sistema ERP (SAP) ainda está em andamento, com previsão de lançamento (go live) até o final do ano corrente.
Mercado Local
O projeto foi implementado em sua plenitude as dificuldades principais foram resolvidas, porém, com a evolução tecnológica e a estrutura tributária existentes estamos implementando melhorias a cada dia.
Nesta questão, os dois segmentos ainda estão implementando melhorias,
mas as principais dificuldades foram sanadas até o momento da implementação,
porém, a Zona Franca ainda está concluindo o processo de implementação do ERP
e o Mercado Local estão estruturando alguns pontos que precisam ser sanados com
relação às novas tecnologias.
5.3.4. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Controladoria
1) Você saberia informar se existe algum sistema ERP ou BI na empresa? Quais?
Zona Franca
Sistema MaxPro, sistema informatizado, integrado para atender a necessidade de melhorias nas informações de cunho operacional, administrativo e financeiro.
Mercado Local
A empresa possui um sistema ERP o qual integra todas as áreas, administrativa, comercial, custos, controladoria, departamento de pessoal, custos e marketing. O sistema de BI é utilizado pelo score da empresa e suas áreas de acesso; o BI na área de Controladoria Fiscal é direcionada para comparação de informações e obrigações acessórias, visando sanar erros de informações ocasionados pelo ERP e uma melhor análise destes dados, cruzando informações de diversos segmentos.
O objetivo desta questão foi analisar se a organização possui algum sistema
ERP ou BI. Nesta questão as duas divisões possuem um sistema de ERP, porém
somente o Mercado Local possui um sistema de BI voltado para a área fiscal.
127
2) Como são geradas as informações para cumprimento das principais obrigações acessórias da empresa?
Zona Franca
As informações são geradas em arquivos TXT para validação dos programas disponibilizados pelos órgãos fiscalizadores e arrecadadores.
Mercado Local
Essas informações são geradas pelo ERP da empresa, que normalmente apresentam divergências; os motivos analisados destas divergências foram identificados através de informações inconsistentes no ERP.Esse problema está sendo solucionado por treinamentos contínuos dos usuários.
Esta questão traz como objetivo analisar as informações enviadas ao fisco,
por intermédio de algum sistema ERP ou outro capaz de fazê-lo. A divisão ML
afirmou que as informações são geradas por um sistema ERP, porém, no Mercado
Local foi enfatizado que as informações geram divergências e nem sempre são
consistentes. A ZF não identificou qual o sistema que gera essas informações,
mencionando apenas que são gerados por arquivos TXT e são validados
exclusivamente por programas dos órgãos fiscalizadores.
3) Você poderia informar como era a estrutura fiscal da empresa antes da implementação:
Quais as mudanças que ocorreram após a implementação?
Zona Franca
Era completamente mecânica, metodologia retrógada, escrituração em livros adquiridos em tipografia, apuração dos impostos em planilha eletrônica. Mudanças significativas ocorreram, tais como, aprimoramento das informações, agilidade na escrituração, bem como redução de custos, principalmente de pessoal.
Mercado Local
A Estrutura fiscal da empresa antes da implementação era efetuada basicamente por planilhas de Excel, através do fechamento dos livros fiscais e as obrigações acessórias eram geradas manualmente, sem qualquer verificação de consistência com outras informações geradas. Com a implementação do ERP, esses problemas foram, em parte, sanados, evitando retrabalho e também uma consistência um pouco melhor, mas, também, não eram 100% corretas. Havia muitas planilhas externas para adequar as informações. A implementação somente entrou na sua plenitude após 03 anos de uso do ERP e, posteriormente, com o BI, que aumentou a capacidade de análise das informações, comparativos e cruzamento de informações.
O intuito desta questão foi demonstrar como a organização atua na geração
das informações fiscais antes da implementação do ERP, e as duas divisões foram
enfáticas em responder que eram métodos arcaicos, com base em planilhas
128
eletrônicas sem qualquer controle, bem como livros manuscritos. Após a
implementação houve melhoria das informações, agilidade no processo, redução de
custos, e no ML ocorreu após um período de 03 anos e a implementação do BI, a
capacidade de análise e cruzamento de informações sofreram grandes resultados.
4)Quase as principais dificuldades encontradas na implementação do sistema ERP acompanhado do BI?
Zona Franca
Adequação do sistema quanto às operações da empresa, visto a miscigenação das informações, e adequação das mesmas para enviar ao fisco. Problemas com pessoal, possuidores de mentalidades arcaicas que não aceitaram, de imediato, a implementação do sistema.
Mercado Local
As principais dificuldades encontradas na implementação do ERP foram: 1- Falta de treinamento do pessoal envolvido no processo de
implementação. 2- Mudança constante de consultores do fornecedor do pacote ERP 3- Aproveitamento de base de dados do sistema anterior de maneira
incorreta, gerando divergências de dados e informações 4- Falta de estrutura do fornecedor para solucionar pequenos problemas. 5- O fornecedor não possuía equipe no Estado para resolver problemas
imediatos. 6- Falta de acompanhamento da legislação por parte do fornecedor para
obrigações imediatas. 7- Falta de melhorias no sistema para acompanhamento da legislação que é
um fator chave dentro de um sistema fiscal
As principais dificuldades do BI. 1 – Informações inconsistentes a partir do ERP que foram sanadas posteriormente 2 – Treinamento dos usuários chave.
Esta questão vem, a principio, destacar o problema da pesquisa visando
descobrir quais as principais dificuldades encontradas para implementação de
inteligência fiscal na organização. Com base nesse contexto, a divisão da ZF
respondeu que a adequação do sistema quanto às operações da organização e o
problema de aceitação dos usuários foi um fator relevante, já o ML elencou que a
falta de treinamento do pessoal envolvido foi um agravante, acompanhado da falta
de legislação por parte do implementador; o aproveitamento de base de dados do
sistema anterior e treinamento dos usuários chave, foram fatores que impediram o
bom desempenho da implementação.
129
5) Houve melhorias no sistema de informação?
Zona Franca
As melhorias feitas no sistema, após implantação, foram exclusivas e adequadas às requeridas pela fiscalização.
Mercado Local
Sim, as melhorias foram claras para o departamento, após todo o processo de rever os parâmetros e demais condições para o bom andamento do trabalho.
As duas divisões responderam que houve melhorias na informação gerada a
partir do ERP
6)A empresa possuiu ou possuía controles dos processos de fiscalização
Zona Franca
Os controles existentes eram de cunho mecânico, sem a devida informação em tempo hábil.
Mercado Local
Anteriormente a empresa não possuía qualquer controle nos processos de fiscalização; eram apenas pontuais na medida em que eram fiscalizados. Esse era um problema constante, visto que opera em diversos Estados e principais capitais. Após a implementação do sistema e reestruturação no departamento, a empresa começou a adotar relatórios e acompanhamentos periódicos de todas as informações e obrigações acessórias geradas pelo sistema e acompanhadas pelo BI.
Esta questão elenca se a empresa possui algum sistema de controle com
referência aos processos de fiscalização. A ZF destacou que eram controles
mecânicos, sem informações em tempo hábil, já o ML enfatizou que anteriormente a
implementação não possuía qualquer controle sobre os processos de fiscalização, e
que a partir da implementação e reestruturação no departamento, passou a adotar
relatórios periódicos de todas as informações necessárias por meio do BI para o bom
andamento do processo de inteligência fiscal
130
7)Anteriormente a implantação do BI existia algum controle paralelo as informações geradas pelo ERP.
Zona Franca
Resposta no item 6, os controles eram mecânicos.
Mercado Local
Antes da implantação do BI havia vários controles paralelos, os quais geravam enorme retrabalho para o departamento fiscal; até então não havia um departamento de controladoria fiscal para analisar essas informações que não eram analisadas em sua plenitude, somente artificialmente. Como o sistema ainda não gerava todas as informações para atender à legislação vigente, foram criados controles paralelos para sanar tal situação. Após rever as parametrizações do sistema e da legislação dos locais de trabalho da empresa essa situação foi normalizada.
O objetivo desta questão foi analisar as principais dificuldades existentes no
processo de geração de inteligência fiscal. A ZF foi clara em responder reportando-
se a questão anterior e o ML também foi enfático em responder que existiam
controles paralelos, gerando retrabalho para os usuários, e que após a
parametrização do sistema, em acordo com a legislação dos locais de trabalho, essa
situação sofreu melhorias.
8)Houveram reduções nas autuações após a implementação do ERP / BI e do departamento de Controladoria Fiscal?
Zona Franca
A redução de autuações se deu, não apenas pelos sistemas de informações, mas também pela mudança de assessoria contábil/fiscal nos últimos 5 anos.
Mercado Local
Como a empresa está sob fiscalizações periódicas, esses fatos só puderam ser analisados após a implementação completa do ERP e do BI que durou aproximadamente 03 anos. Essas situações estão sendo analisadas nesse momento, pois aparentemente houve uma redução em torno de 30% nas autuações e os prazos das obrigações acessórias estão sendo cumpridas na sua plenitude.
Essa questão teve como objetivo demonstrar um mandamento da inteligência
fiscal que é o monitoramento constante das certidões negativas e cadastrais junto
aos órgãos fiscalizadores. Nesse intuito, a ZF respondeu que essas autuações se
deram, não apenas pelo sistema de informações, mas também na mudança de
estrutura no departamento com assessoria externa; já o ML respondeu que após a
implementação do ERP acompanhado do BI, ainda são analisadas tais situações,
mas que houve redução de 30% em tais autuações.
131
9) Na sua opinião o plano de implementação foi bem definido?Era bastante claro ou em que ponto poderia melhorar?
Zona Franca
Teoricamente o plano era bom, porém, a implementação encontrou outra realidade, o que a levou a uma readequação de alguns parâmetros.
Mercado Local
O plano de implementação, na minha opinião, não foi bem estruturado, porque partiu de uma base de dados com diversos problemas. A princípio seria uma nova estrutura, mas foram emendando no processo; os consultores não foram hábeis o bastante para resolver essas questões pontuais. Ele era claro na sua concepção, mas não na sua execução. Acredito que deveria ser melhor analisado e a implementação no inicio deveria ter um plano de horas mais adequado.
O objetivo desta questão foi avaliar o plano de implementação do ponto de
vista das dificuldades encontradas na área tributaria. A ZF limitou-se a responder
que a implementação teve problemas de estruturas e parâmetros, porém, o ML
respondeu que a implementação sofreu problemas de parametrização do sistema e
estrutura do banco de dados, que partiu de uma base já existente na organização;
que era clara na concepção, mas, na execução sofreu várias dificuldades.
10) Em relação as informações:
a) Houve melhorias na disponibilidade de informação
Zona Franca MUITO
Mercado Local MUITO
c) Houve melhorias no tempo de obtenção da informação
Zona Franca POUCA
Mercado Local NENHUMA
d) Houve melhoria na confiabilidade qualidade da informação
Zona Franca POUCA
Mercado Local MUITO
132
e) Houve perda de informação
Zona Franca POUCA
Mercado Local NENHUMA
Essas perguntas tiveram a intenção de analisar, se após a implementação,
houve melhorias nas informações geradas pelo ERP com apoio ou não do BI,
visando um dos princípios fundamentais da inteligência fiscal que são informações
precisas e claras com objetivo de não gerar retrabalho e nenhum contingente
tributário e, nesse sentido, o ML foi enfático em responder que houve melhorias na
disponibilidade, no tempo, na confiabilidade da informação não havendo perda.
Já A ZF respondeu que houve melhorias na disponibilidade, porém o tempo
não foi alterado, a confiabilidade foi pouca e a perda de informação nenhuma,
11) Na sua opinião os sistema implantado é adequado a estrutura organizacional da empresa.
Zona Franca
Na totalidade das necessidades da empresa não; um sistema para ser eficiente precisa atender pelo menos 80% da realidade empresarial. Talvez isso se deva ao fato do mesmo não ser amigável ao usuário; menus complexos para imprimir um simples relatório.
Mercado Local
Existem diversos sistemas no mercado; o sistema atual é um sistema de um fornecedor não muito conhecido, porém, satisfaz as necessidades da empresa, contudo, houve a necessidade de implementação do BI visando uma informação mais clara e consistente das mesmas.
O objetivo desta questão seria analisar do ponto de visto da implementação
se a mesma satisfaz em sua plenitude o processo de geração de inteligência fiscal.
Porém os dois segmentos foram claros em responder que não satisfaz
completamente as necessidades da organização.
133
12) No seu ponto de vista a empresa esta preparada para a nova estrutura de arquivos digitais atuais e os demais que virão?
Zona Franca
Preparada não, mas se preparando, investindo em sistema para atender essa nova demanda de arquivos digitais.
Mercado Local
Sim, mas o ponto principal de todas essas mudanças está relacionado à legislação que sempre demanda tempo e também um complexo arcabouço tributário que existe no país. O Estado no todo está se preparando, a cada dia, para novos sistemas, porém, não excluiu ou eliminou os anteriores; isso acarreta sempre retrabalho para todos os envolvidos na entrega dúbia de informações iguais em sistemas diferentes.
Essa questão trouxe à tona se a organização está preparada para as novas
obrigações impostas pelo fisco, visando o cruzamento das mesmas. As duas
divisões responderam que não estão preparadas suficientemente para a geração de
tais informações, porém, estão investindo e se preparando para isso.
13) Existem processos paralelos para controle das obrigações fiscais , fora dos sistemas existentes ?
Zona Franca
Sim, controles extras fiscais e contábeis.
Mercado Local
Atualmente a empresa não opera com controles paralelos, existem verificações constantes e periódicas de todas as obrigações acessórias. Neste ponto o BI foi de grande valia, no que tange ao confronto de informações em diversas obrigações acessórias com informações iguais.
Essa questão traz como objetivo verificar a existência de controles paralelos;
um dificultador na geração de inteligência fiscal. A ZF foi clara em responder que
sim, porém, o ML foi enfático em responder que a organização não opera com
controles paralelos; o instrumento de BI sanou essa situação ajudando nos controles
e cruzamento de informações.
14) A empresa esta obrigada a alguma das obrigações abaixo? Existe alguma consistência nas informações geradas pelo ERP/ BI ou confronto de informações?
SPED FISCAL, SPED CONTABIL, NOTA FISCAL ELETRONICA, SPED PIS COFINS.
Quais.
134
Zona Franca
A empresa está obrigada a todas do SPED. As inconsistências que existiam em algumas das obrigações da questão foram sanadas, porém, a do SPED PIS COFINS ainda está em fase de desenvolvimento, uma vez que o fisco ainda está aprimorando o validador para se adequar às empresas.
Mercado Local
Sim, atualmente a empresa está obrigada a atender todas as obrigações citadas; as informações são geradas através do ERP e existem validações no próprio ERP; com auxilio do BI as divergências são tratadas e analisadas diretamente no ERP. Não há controles paralelos nesse momento.
As duas divisões responderam que estão obrigadas à apresentação das
obrigações elencadas e que as inconsistências foram sanadas, porém, o ML enfatiza
que essas obrigações são geradas pelo ERP e, posteriormente, submetidas ao BI
para tratar as divergências diretamente no ERP.
15) A sua empresa sabe quanto tempo gasta dos profissionais com as obrigações acessórias? ( X ) A sua empresa sabe quanto tempo gasta dos profissionais com as obrigações acessórias? Não (Resposta da empresa da ZF) ( ) 1 a 10 horas/mês ( ) 11 a 20 horas/mês ( ) 21 a 40 horas/mês ( ) 41 a 80 horas/mês ( X ) 81 a 160 horas/mês (Resposta da empresa do ML) ( ) 161 a 320 horas/mês ( ) 321 a 480 horas/mês ( ) 481 a 640 horas/mês ( ) mais de 640 horas/mês
A ZF respondeu não a esta questão e o ML evidenciou que gasta
aproximadamente entre 81 a 160 horas mês com profissionais na geração de
obrigações acessórias.
16) O que é mais difícil para a preenchimento e verificação de documentos fiscais?
( X ) O que é mais difícil para a preenchimento e verificação de documentos fiscais? NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul (Resposta da empresa da ZF) ( X ) CST - Código de Situação Tributária (Resposta da empresa da ZF) ( ) CFOP - Código Fiscal de Operações e Prestações ( ) Valores dos tributos: alíquotas, bases de cálculo, etc (Resposta da empresa do ML) ( ) Informações sobre frete
135
( ) Informações sobre os clientes ( ) Outro (Especifique):_______________________________________________
Esta questão analisa um dos dificultadores para implementação de
inteligência fiscal na organização. A ZF respondeu que o NMC e o CST são fatores
de relevância para preenchimento de documentos fiscais, porém, o ML coloca como
relevante os valores de tributos, alíquotas e base de cálculo.
5.3.5. Parte II – Perguntas Integrantes da Pesquisa à Tecnologia de Informação
1) Em sua opinião como foi conduzido o mapeamento dos processos de implementação?
Zona Franca
Os processos foram padronizados com levantamentos e dados do cliente e após a implantação, sempre existe uma fase de adaptação com mudanças de conceitos e culturas que podem ocasionar alguns atritos, mas contornáveis.
Mercado Local
Conduzido internamente pela equipe departamental que domina a legislação e a operação adequada às realidades da companhia, porém, não tem parâmetros de comparação com outras empresas e sistemas, o que não garantiu que a definição fosse totalmente aderente, permitindo que, posteriormente, houvesse necessidade de nova análise e alterações dos processos para adequação complementar.
Nessa questão observamos a condução do mapemanento dos processos de
implementação. A ZF afirmou que os processos foram padronizados, levantando
dados do cliente e que a fase de adaptação poderia provocar atritos, porém
contornáveis. O ML respondeu que a mesma foi conduzida pela equipe
departamental com domínio total da legislação; não houve comparação com outras
empresas, não garantindo, assim, uma aderência total ao sistema, deixando aberto
para necessidade de nova análise e alterações posteriores.
136
2) Existe algum sistema de inteligência utilizado pela empresa para gerar informações e dar suporte à área de controladoria fiscal? Se afirmativo, quais informações são geradas?
Zona Franca
A empresa ainda não possui um sistema de inteligência; está sendo implantado atualmente o SAP que foi definido pela matriz que tem participação relevante no capital, porém, o ERP que utilizamos hoje consegue gerar todas as obrigações fiscais, obedecendo a legislação vigente.
Mercado Local
Foi implementado o controle de SPED Fiscal/PIS/COFINS com rotinas de pré-validacao das informações, auxiliando o usuário na identificação e correção da origem (causa raiz) dos problemas, permitindo, em tempo, efetuar as devidas correções para nova geração e posterior envio/validação junto ao fisco.
A divisão ZF respondeu a essa questão, que não existe um sistema de
inteligência na organização, porém, estão em fase de implantação do SAP, mas
afirmou que o ERP atual consegue gerar todas as informações fiscais, porém não
definiu qual a confiabilidade dessas informações. O ML respondeu que foi
implementado um controle do SPED Fiscal PIS/COFINS, auxiliando os usuários na
identificação e correção dos problemas, permitindo os ajustes necessários antes do
envio e validação junto ao fisco.
3) Houve domínio da empresa implementadora na condução do processo? Justifique
Zona Franca
Está sendo conduzido de maneira que haja a menor customização possível, salvo alguma necessidade que o sistema ainda não atenda; o sistema atual que existe na empresa foi conduzido de maneira aderente pela empresa implementadora.
Mercado Local
O domínio da implementadora foi parcial, em virtude da legislação não estar madura suficiente, refletindo também na baixa maturidade e confiabilidade do software.
O objetivo desta questão foi analisar e validar o domínio da empresa que está
ou implementou o processo. A divisão ZF respondeu que ainda está sendo
conduzido o processo para gerar uma customização menor e o sistema que esta
implementado foi conduzida de maneira aderente. O ML respondeu que o domínio
foi parcial em virtude da legislação, da baixa maturidade e da confiabilidade do
software.
137
4) Foi notada alguma mudança nos processos de trabalho, em razão da implementação do sistema? Se afirmativo, qual (is)?
Zona Franca
Sim, foi notado alterações de processos, principalmente na área fiscal onde o sistema possibilita uma gama muito extensa de configurações e assim auxilia ao usuário se adequar às legislações vigentes
Mercado Local
Houve um sentimento de agilidade e confiabilidade imediato, em virtude das validações prévias, que auxiliaram – como afirmado anteriormente – na identificação e correção dos arquivos antes do envio ao fisco.
Sim, ambos os pesquisados notaram uma mudança nos processos, gerando
agilidade e confiabilidade de imediato.
5) Os key users tiveram participação ativa em todo o processo de implementação?
Zona Franca
Sim, são os mais requisitados no processo de levantamento, configuração e testes do projeto; a empresa implementadora acompanha o processo da área em todas as fases.
Mercado Local
Parte fundamental para o sucesso desta implementação foi a correta definição dos key users. Determinou-se que os especialistas da área seriam alocados durante todo o processo para dedicação integral ao projeto, dando garantia de que a companhia teria exatidão na determinação desta nova rotina operacional.
Esta questão teve por objetivo evidenciar o material humano, o conhecimento
para geração de inteligência fiscal e foi respondida afirmativamente pelo ML e ZF.
Tais informações foram de extrema importância na implementação do projeto e que
os especialistas da área foram alocados com dedicação integral ao processo.
6) Com relação às informações houve:
a) Melhoria na disponibilidade de informação?
Zona Franca MUITO
Mercado Local MUITO
138
b) Melhoria no tempo de obtenção da informação?
Zona Franca MUITO
Mercado Local MUITO
c) Melhoria na confiabilidade da qualidade da informação?
Zona Franca POUCA
Mercado Local MUITO
d) Perda de informação?
Zona Franca POUCA
Mercado Local NENHUMA
As questões de A a C refletem o contexto da informação como um dos
principais geradores de inteligência fiscal. Houve um consenso entre o ML e ZF,
com relação às questões disponibilidade, tempo e confiabilidade; houve divergência
com relação à melhoria da confiabilidade, da qualidade e perda de informação entre
os respondentes.
7) Os pontos principais das operações foram ou serão auditáveis, para garantir a confiabilidade das informações? Justifique.
Zona Franca
O próprio sistema gera um processo de auditoria para avaliação das informações que serão geradas visando, assim, uma estrutura menor de inconsistências.
Mercado Local
O próprio módulo em questão já trata esta auditoria como consistência obrigatória, porém, a implantação deste projeto permitiu que criássemos pontos auditáveis em momentos antecedentes à geração da informação, aumentando a garantia de qualidade das informações e minimizando o retrabalho durante o processo de fechamento e conferência dos arquivos em questão.
Nessa questão, ambas informaram que o próprio sistema gera uma auditoria
para avaliação das informações, mas o ML salienta que criaram pontos auditáveis
antes da geração da informação, aumentando a garantia da qualidade das
informações, minimizando o retrabalho no processo de fechamento.
139
8) Na sua opinião quais foram as principais dificuldades no processo de implementação?
Zona Franca
No meu ponto de vista há dois momentos principais: o levantamento e aderência da empresa ao ERP e o processo de virada, onde o dia a dia do usuário é alterado para uma nova sistemática, pois sempre há mudanças nisso, visto que cada ERP tem sua identidade visual nas telas dos programas. Como os usuários-chave do processo não se desligaram das suas atividades diárias, isso foi um dos pontos que determinou um tempo maior na implementação.
Mercado Local
Disponibilidade de tempo foi o principal sentimento, pois esta implementação ocorreu durante a execução das atividades normais do período. Deve também ser considerada a dificuldade, por parte da consultoria em virtude – conforme citado anteriormente – do baixo grau de maturidade, tanto da legislação quanto do software.
A ZF identificou como principais dificuldades: o levantamento e aderência do
ERP e o processo de virada; os usuários chave não se desligaram totalmente dos
trabalhos rotineiros, o que também interferiu na implementação. O ML identificou a
disponibilidade de tempo dos usuários que estavam envolvidos no trabalho diário e
também o baixo grau de maturidade do sistema com relação à legislação.
9) Como foram sanadas as questões relacionadas as dificuldades na implementação?
Zona Franca
Nesse ínterim existem situações em que uma reunião ou novo levantamento de requisitos é o suficiente para alinhar as dificuldades; em alguns casos de não aderência ocorre a customização e, neste caso, ocorrem negociações comerciais e concessões/acordos de ambos os lados. Foi analisada juntamente com a empresa implementadora tais dificuldades, visando a maior flexibilidade evitando, assim, maior customização.
Mercado Local
Flexibilidade pode ser considerada a palavra chave para ambas as empresas (Cliente e implementador), pois dos dois lados o prazo foi estendido de forma a adequar-se melhor às possibilidades de pessoal e pesquisas/testes da aplicação e legislação.
Nessa questão, a flexibilidade foi considerada a palavra-chave para os
pesquisados, do ponto de vista do cliente e implementador, partindo do ponto que
devem adequar e equacionar a possibilidades de pessoal, de pesquisas e de testes
de aplicação à legislação.
140
10) Na sua opinião as diretrizes do processo foram alcançadas? Justifique.
Zona Franca
Sim, pois automatizamos o processo, garantindo maior segurança e confiabilidade nos dados. Isso tudo garantiu uma maior certeza de que os dados apresentados refletem, com exatidão, as ocorrências da companhia, sendo acompanhado constantemente para modificações e melhorias no padrão, se necessário.
Mercado Local
Certamente sim, pois além de estarmos trabalhando de forma automatizada neste processo, garantindo maior acuracidade na prestação de contas das informações apresentadas, também passamos a antecipar a garantia de qualidade das informações no inicio do processo. Isso tudo garantiu e garantirá uma maior certeza de que os dados apresentados refletem com exatidão as ocorrências da companhia.
Nesta questão, os pesquisados foram unânimes em afirmar que sim,
garantindo a automatização do processo e a acuracidade na prestação de contas
das informações.
5.3.6. Comentários Gerais sobre a Pesquisa Realizada
A pesquisa buscou identificar as principais dificuldades no processo de
implementação de inteligência fiscal, com base nos questionários enviados aos
pesquisados visando, assim, identificar junto aos usuários, e dentro do processo
organizacional, tais dificuldades.
Os questionários foram baseados em um roteiro de questões, cujo propósito
foi tão somente de nortear sua realização. Durante a condução dessas atividades,
os pesquisados foram estimulados a exporem suas percepções sobre os temas
abordados.
Nesse sentido, em decorrência deste procedimento, pudemos estender a
investigação conduzida a outros detalhes não previstos pelo instrumento do
questionário, possibilitando um conhecimento mais nítido, a partir dos depoimentos
dos gestores, da situação que envolveu a implementação das ferramentas de BI e
ERP, a implementação do processo de inteligência fiscal avaliando os pontos
divergentes, bem como a atuação da área de controladoria durante o período
compreendido pela pesquisa.
141
Com base nos resultados obtidos chegamos às seguintes contribuições:
CONTROLADORIA
A pesquisa demonstrou que os dois departamentos de Controladoria fazem
uso de sistema ERP para geração de informações fiscais e cumprimento das
principais obrigações acessórias, além disso, percebemos que a estrutura do
departamento antes da implementação era basicamente feita de forma manual, por
meio de controles paralelos e planilhas.
A pesquisa revelou que as principais dificuldades descritas pelo entrevistado
da ZF estão relacionadas à adequação do sistema, miscigenação das informações e
problemas com pessoal. Quanto ao ML, essas dificuldades têm maior amplitude e
envolvem fatores como a legislação tributaria, falta de melhorias no sistema, falta de
treinamento do pessoal envolvido na implementação, bem como relacionou as
dificuldades com o BI sobre informações inconsistentes a partir do ERP.
Com relação à informação e aos controles de processos de fiscalização, a
pesquisa demonstrou que as duas divisões apontaram melhorias após a
implementação e também foi evidenciado que os controles paralelos foram
eliminados, havendo uma redução nas autuações na organização.
Foi identificado junto aos respondentes, se a implementação foi bem definida
e se o sistema implantado era adequado e os pesquisados responderam que o plano
era bom, mas não foi bem estruturado, gerando outros problemas para a
organização. Igualmente foi salientado que o sistema não satisfaz plenamente as
necessidades da empresa.
A pesquisa também procurou analisar junto aos pesquisados se a empresa
está obrigada a entregar os arquivos digitais do SPED, se está preparada para a
entrega desses arquivos digitais, qual o tempo que consome com suas obrigações
principais e acessórias, se ainda existem controles paralelos e quais os documentos
de maior complexidade no ponto de vista dos processos e obtivemos a seguinte
resposta dos pesquisados: nesse contexto de informações houve divergências com
relação à ZF, que afirma que a empresa não esta preparada, mas está se
adaptando. O ML foi enfático em afirmar que a empresa está preparada, porém,
existem algumas restrições com relação à legislação. A ZF também afirma que a
empresa ainda mantém controles paralelos, já no ML não existem controles
142
paralelos e as horas gastas no processo para ML foram de 81 a 160 horas mês. A
ZF não respondeu a essa questão e, em relação aos documentos, foram
respondidos que o NCM e CST são os mais complexos.
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Para os profissionais de TI a pesquisa buscou identificar alguns critérios
relacionados:
Como foram conduzidos os processos de mapeamento da implementação.
Existe algum sistema de inteligência na empresa.
Houve domínio da empresa implementadora do sistema.
A participação dos key users foi efetiva.
Quais foram as principais dificuldades no processo de implementação.
Se houve mudanças nos processos de trabalho em razão da
implementação.
As diretrizes do processo foram alcançadas e as dificuldades da
implementação foram sanadas.
Existe algum processo de auditoria no processo.
Os pesquisados responderam que quanto ao mapeamento dos processos
foram padronizados e acompanhados por profissionais que dominam a legislação e
o ML salientou que não teria parâmetros para comparação com outras empresas.
Com relação ao segundo tópico a ZF informou que não possui sistema de
inteligência, o ML informou que implementaram um controle de SPED Fiscal
PIS/COFINS.
Houve divergência de opiniões com relação ao terceiro tópico com relação à
empresa implementadora, a ZF afirmou que o processo foi aderente, porém, para o
ML que foi parcial.
Com relação à participação dos key users, foram fundamentais para
implementação segundo os pesquisados e com relação às dificuldades
questionaram que o levantamento das informações e o tempo disponibilizado foram
às principais dificuldades; dificuldades que foram sanadas pela flexibilidade da
implementadora e da organização.
143
Nas questões sobre auditoria e o domínio da empresa implementadora, os
pesquisados responderam que o próprio sistema gera um processo de auditoria, e
houve melhorias com relação às informações.
DIRETORIA
A pesquisa buscou identificar junto aos Diretores das duas divisões da
organização, ZF e ML, as necessidades de implementação do projeto, as
dificuldades encontradas, a comunicação do projeto, o apoio externo na
implementação, a satisfação com a implementação e outros sistemas
implementados.
Os pesquisados da ZF informaram que possuem um sistema ERP e estão em
fase de implantação do SAP e que o mesmo foi definido pela corporativa Matriz; que
não possuem um sistema de inteligência fiscal, mas que poderão adquirir de médio
em longo prazo. Não houve treinamento da equipe de trabalho, a comunicação do
projeto envolveu toda administração, houve apoio de equipe externa, o
departamento de controladoria foi responsável, que o projeto atende as
necessidades normais da empresa e que o projeto do SAP está em andamento.
Os pesquisados do ML, responderam que possuem um ERP e um sistema de
BI, voltado para a área tributaria e comercial e que houve necessidade para as
novas perspectivas de informações, para atender os controles governamentais.
Assim, foi adotado como método as necessidades do departamento fiscal.
Informaram que o treinamento somente ocorreu após a implementação, que a
comunicação foi clara, que houve necessidade de equipe externa no auxilio da
implementação e, ainda,, mencionaram que as dificuldades foram sanadas, mas
estão implementando melhorias continuas.
As áreas de Controladoria e TI, realizaram em conjunto uma análise das
principais dificuldades no processo de implementação de inteligência fiscal, adotada
pelo grupo empresarial objeto do estudo com apoio da Diretoria, e foi constatado que
o processo de validação do estudo em relação às dificuldades encontradas foi
parcial pelo fato de haverem duas divisões na organização, que utilizam sistemas
ERP diferentes e apenas uma utiliza um sistema de BI no apoio da formatação das
informações geradas na construção da inteligência.
144
Também foi constatada na pesquisa que a principal dificuldade na geração da
inteligência fiscal está relacionada às mudanças advindas da legislação tributária e o
excesso de obrigações as quais as empresas estão condicionadas, bem como, que
a informação é a principal condutora no processo de geração de inteligência.
Os resultados obtidos nesta pesquisa não podem ser generalizados a todas
as empresas, tendo em vista que este estudo teve como base um grupo empresarial
familiar especifico, atuante no segmento de perfumaria e cosméticos, entretanto, as
informações aqui relatadas, podem ser aprofundadas, estudadas e esgotadas em
outras pesquisas.
145
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando a situação problema abordada, a questão da pesquisa, a partir
da qual foi conduzida a presente dissertação, os objetivos propostos e as evidências
coletadas na empresa, objeto do estudo de caso, que serviu de base aos resultados
apresentados nesta dissertação, são expostas a seguir, as conclusões suportadas
por essa pesquisa.
Os resultados obtidos a partir das evidências coletadas na empresa, com o
propósito de identificar: “as principais dificuldades as possíveis causas para
implementação de inteligência fiscal nas empresas através do banco de dados,
sistemas de informação, controles internos, cruzamento de dados, para produzir
inteligência fiscal”, buscou verificar, no contexto da empresa, a Controladoria como
principal geradora de informação, a consistência das informações geradas pelo
sistema ERP utilizado e com apoio de um BI, o processo de geração de inteligência
fiscal, as dificuldades encontradas para implementação de inteligência fiscal em
termos de fatores que levaram a validar ou não o processo.
O uso estratégico da informação vem se constituindo, nos dias atuais, no
instrumento que a Controladoria, como principal geradora da informação, está
adotando no ambiente da complexidade que envolve os mecanismos de informações
destinadas a satisfazer a organização e os órgãos da Administração Federal,
Estadual e Municipal.
Quando a Controladoria possuir a informação e o conhecimento que necessita
para tomar decisões inteligentes, permitindo minimizar riscos e ampliar a qualidade
dos processos, significa que estará preparada para utilizar o potencial transformador
da informação e da tecnologia.
Deste modo, as organizações, para realização de suas atividades necessitam
de informações internas e externas, que permitam o conhecimento de variáveis e
padrões de informação para o planejamento de suas ações; esses padrões e
variáveis de informação visam a geração da inteligência fiscal, balizada na
inteligência competitiva e organizacional.
O conceito de Controladoria envolve os atos relacionados ao planejamento, à
racionalização, à organização e ao auxílio, ao gerenciamento, desenvolvendo
sistemas que objetivam levar as entidades a alcançarem seus propósitos.
146
A área de controladoria funciona de forma a centralizar as informações
pertinentes a sua atividade de monitoramento das áreas, planejamento e sua
realização, correção dos possíveis desvios entre o plano e o efetivado e provimento
de informações consistentes e tempestivas ao processo decisório, apoiada no
sistema de informações disponibilizado e no controle organizacional. A área de
tecnologia de informação se responsabiliza pela geração, processamento e
manutenção de informações relevantes à controladoria, ao processo decisório e
demais áreas, bem como é a gestora dos recursos tecnológicos utilizados na
empresa.
Ambas as áreas atuam em sinergia com o objetivo principal de prover
informações adequadas e comunicá-las, de forma eficaz, aos tomadores de
decisões que propulsionam ou não o desempenho da organização. Para facilitar o
processo de sua geração, disponibilização e comunicação − assim como o
melhoramento interno das áreas organizacionais e o desempenho das áreas
apoiadoras do processo decisório, a de controladoria e a de tecnologia da
informação − é que surgiram as ferramentas de Business Intelligence, que tem o
desígnio de tornar dinâmico e flexível o uso das informações, formatadas e
manuseadas pelo próprio usuário.
Também foi analisado, por meio de um enfoque gerencial para inteligência do
negócio, no qual foram tratados os principais conceitos de informação, inteligência
competitiva e inteligência fiscal como norteador para geração das principais
obrigações fiscais.
O conceito de BI foi analisado, delineando os seus fundamentos e as
principais ferramentas utilizadas para transformação da informação em inteligência,
como também discorremos sobre os conceitos de SPED, seus objetivos, universo e
atuação, com o intuito de promover a integração dos fiscos, padronizar as
obrigações acessórias para os contribuintes e tornar mais rápida a identificação de
ilícitos tributários.
As empresas estão conscientes em relação à necessidade de mudança e à
utilização de ferramentas adequadas. Por isso, estão dispostas a melhorar seus
processos e sua estrutura, em benefício da integridade tributária. Atualmente os
órgãos de fiscalização mantém um amplo banco de dados com o intuito do
cruzamento de informações, a fim de facilitar os controles, a evasão de impostos,
fraudes e aumentar o potencial de arrecadação; princípios que são caracterizados
147
como inteligência fiscal governamental, transformando dados em informação e
informação em Inteligência.
O conceito de Inteligência Fiscal está voltado, principalmente, em
potencializar a informação qualificada, transformando-a em recursos que orientem a
tomada de decisões e, sobre esse aspecto, existe uma grande preocupação em
relação ao modo como essas informações geradas pela Controladoria irão satisfazer
as atuais exigências impostas pelos entes governamentais.
As dificuldades encontradas no processo de inteligência fiscal na empresa
objeto do estudo de caso , foram devidamente fundamentadas no referencial teórico
e o estudo de caso demonstrou, pelo uso dos questionários que o departamento de
Controladoria da ZF observou que as maiores dificuldades estão relacionadas à
adequação do sistema, miscigenação das informações, problemas com pessoal,
controles paralelos, bem como afirmou que a empresa não está preparada para os
novos processos de arquivos digitais. A Controladoria do ML constatou que dentre
as dificuldades há fatores como legislação tributaria, excesso de obrigações
acessórias, falta de melhorias no sistema, falta de treinamento do pessoal envolvido
na implementação, porém, a divisão está preparada para os novos paradigmas dos
registros digitais.
Quanto à estrutura de Tecnologia da Informação, os processos de
implementação foram mapeados e houve participação efetiva dos profissionais
envolvidos na implementação. Com relação às dificuldades questionaram que o
levantamento das informações e o tempo disponibilizado dos profissionais não foram
suficientes para adequação do processo.
As pesquisas mencionadas e o resultado deste estudo de caso evidenciam
muitas diferenças entre o que é citado pela literatura e o que é relatado pelas
empresas, quando se refere à implementação de inteligência fiscal. Os aspectos
discordantes e diferenciados vão desde o conceito de inteligência fiscal, na maneira
com são implementados, até as necessidades instituídas pelos entes federativos.
Ademais, os resultados da pesquisa realizada possibilitaram aspectos novos
não mencionados em pesquisas anteriores com relação à implementação de
inteligência fiscal, no tocante à necessidade de uma interação constante no
acompanhamento da legislação tributária e no acompanhamento de todos os novos
projetos desenvolvidos pelos órgãos do Governo, no intuito de satisfazer plenamente
todas as obrigações acessórias e principais.
148
Do exposto, concluímos que grande parte do referencial teórico que existe
sobre inteligência fiscal deve ter sido construído tomando-se por base a necessidade
constante de melhorias nos sistemas de informação, bem como a preocupação no
que tange ao fortalecimento, atuação e a aceleração da fiscalização do poder
publico.
Essa pesquisa contribuiu no processo de implementação de inteligência fiscal
observando fatores de dificuldades que poderão, de certa forma, serem aderentes na
geração de inteligência por parte das empresas e do poder publico.
149
LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Durante o desenvolvimento do trabalho foram encontradas algumas
limitações:
- O local onde foram aplicados os questionários no Estado do Amazonas.
- A natureza operacional, ou seja, a dificuldade de obtenção das respostas
dos questionários encaminhados aos Diretores e Gerentes, devido ao período que a
pesquisa foi realizada, pois se encontravam de férias.
- O próprio tema da pesquisa, por se tratar de assunto novo no cenário
empresarial e acadêmico, principalmente no que tange ao conceito de inteligência
fiscal.
150
PROPOSTAS PARA NOVAS PESQUISAS
Com base nas constatações feitas em todo o processo de pesquisa podemos
elencar alguns questionamentos para futuras pesquisas:
O que sustenta o conceito de inteligência fiscal?
Os negócios das empresas e do governo, efetivamente têm inteligência?
O estágio atual do desenvolvimento na Controladoria de empresas,
abrangendo área fiscal, tributária e de tecnologia da informação, leva as
organizações a serem inteligentes?
É válida a aplicação do estudo, para uma população maior de empresas,
bem como a empresas do mesmo segmento?
151
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156
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http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?home=estadual&secao=1&optcase=AL&page=classificacao/resultview_tipo2.php?acdef=9.16.9 Acesso em 17 Jul 2011.
http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?home=estadual&secao=1&optcase=AP&page=classificacao/resultview_tipo2.php?acdef=9.26.9 Acesso em 17 Jul 2011.
157
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http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_tributaria/ricms_2002_seco/sumario2002.htm Acesso em 15 Jul. 2011.
http://info.fazenda.sp.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=sefaz_tributaria:vtribut Acesso em 15 Jul. 2011.
http://www.fazenda.df.gov.br//aplicacoes/legislacao/Consultas/TelaConsulta.cfm - Acesso em 15 Jul. 2011.
http://www.sefaz.pe.gov.br/ Acesso em 15 Jul. 2011.
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158
APÊNDICE – QUESTIONÁRIO (3) AOS PESQUISADOS
APÊNDICE I – QUESTIONARIO PARA A DIRETORIA GERAL
Este questionário tem caráter acadêmico e visa complementar a Dissertação
de Mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais, sobre o tema “ As principais
dificuldades para implementação de inteligência fiscal”.
A identidade e as respostas serão preservadas, sendo analisado o conjunto
das respostas para a compilação do resultado
Sua participação e colaboração são fundamentais para este processo.
PARTE I – PERFIL DO PESQUISADO
1) Gênero: ( ) Masc. ( ) Fem.
2) Idade:
3) Qual o seu cargo na empresa?__ ______________________________________
4) Há quanto tempo trabalha na empresa? ________________________________
5) Qual sua formação acadêmica? _ ______________________________________
6) Possui alguma Especialização ou MBA? Se afirmativo, qual?________________
___________________________________________________________________
7) Fez ou faz outros cursos para aperfeiçoamento? Qual (is)?__________________
___________________________________________________________________
8) Você trabalha em algum outro local além deste? Se afirmativo, qual o tipo de
atividade?___________________________________________________________
159
PARTE II – PERGUNTAS INTEGRANTES DA PESQUISA
Das dificuldades abaixo encontradas cite, se houver, quais você enfrentou no processo de implementação? Indique outras se achar necessário?
( ) A complexidade da legislação tributaria brasileira
( ) O arcabouço tributário e o excesso de obrigações principais e acessórias.
( ) O treinamento constante do pessoal envolvido no processo de geração fiscal
( ) Os pacotes excessivos do ERP para atualização da legislação tributaria
( ) Um BI adequado para agregar todas as obrigações principais e acessórias.
( ) Cruzamento de todas as informações necessárias para gerar relatórios e obrigações tributárias.
( ) Falta de profissional qualificado e especializado sobre a legislação tributaria brasileira
( ) As novas estruturas de arquivos digitais recém criadas pela União, Estados e Municípios.
( ) Criação de novas obrigações acessórias sem extinguir as existentes com informações em duplicidade.
( ) Os processos de mapeamento de informações nem sempre são claros e objetivos , enfatizando á área tributaria da empresa.
( ) Os prazos para cumprimento das obrigações principais e acessórias são demasiadamente curtos.
( ) A complexidade das informações gerada pelo SPED e demais obrigações digitais.
( ) Avaliação dos recursos destinados ao projeto , revisão e comunicação do projeto.
( ) Definição do cronograma para implementação do projeto, consultoria para equipe de retaguarda.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
160
1) A empresa tem algum sistema ERP em conjunto com BI ? Quais as razões pelas quais a empresa adotou esses sistemas?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) A decisão de adotar o sistema foi um consenso entre diversos interessados? Como foi executada?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) A empresa possui algum sistema de inteligência fiscal? Quais os motivos que levaram a organização a adotar tal sistema?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) Quais métodos foram avaliados para a equipe de projetos em relação a sua implementação?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5) Houve treinamento prévio das equipes de trabalho em relação à metodologia da implementação? Como ocorreu?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6) A comunicação do projeto foi transparente e clara? Como foram atingidos os objetivos?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
161
7) Houve necessidade de equipe de apoio externo para implementação? Qual o critério de escolha dessa equipe?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8) Existe algum departamento para gerenciamento das informações fiscais? Qual o departamento e como é sua estrutura?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9) A empresa está satisfeita com a nova estrutura de informações geradas pela controladoria fiscal?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10) As dificuldades do projeto foram sanadas, ou ainda devem ser melhoradas e estruturadas?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
162
APÊNDICE II – QUESTIONARIO PARA A CONTROLADORIA
Este questionário tem caráter acadêmico e visa complementar a Dissertação
de Mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais, sobre o tema “ As principais
dificuldades para implementação de inteligência fiscal”.
A identidade e as respostas serão preservadas, sendo analisado o conjunto
das respostas para a compilação do resultado
Sua participação e colaboração são fundamentais para este processo.
PARTE I – PERFIL DO PESQUISADO
1) Gênero: ( ) Masc. ( ) Fem.
2) Idade:
3) Qual o seu cargo na empresa?__ ______________________________________
4) Há quanto tempo trabalha na empresa? ________________________________
5) Qual sua formação acadêmica? _ ______________________________________
6) Possui alguma Especialização ou MBA? Se afirmativo, qual?________________
___________________________________________________________________
7) Fez ou faz outros cursos para aperfeiçoamento? Qual (is)?__________________
___________________________________________________________________
8) Você trabalha em algum outro local além deste? Se afirmativo, qual o tipo de
atividade?___________________________________________________________
163
PARTE II – PERGUNTAS INTEGRANTES DA PESQUISA
Das dificuldades abaixo encontradas cite, se houver, quais você enfrentou no processo de implementação? Indique outras se achar necessário?
( ) A complexidade da legislação tributaria brasileira
( ) O arcabouço tributário e o excesso de obrigações principais e acessórias.
( ) O treinamento constante do pessoal envolvido no processo de geração fiscal
( ) Os pacotes excessivos do ERP para atualização da legislação tributaria
( ) Um BI adequado para agregar todas as obrigações principais e acessórias.
( ) Cruzamento de todas as informações necessárias para gerar relatórios e obrigações tributárias.
( ) Falta de profissional qualificado e especializado sobre a legislação tributaria brasileira
( ) As novas estruturas de arquivos digitais recém criadas pela União, Estados e Municípios.
( ) Criação de novas obrigações acessórias sem extinguir as existentes com informações em duplicidade.
( ) Os processos de mapeamento de informações nem sempre são claros e objetivos , enfatizando á área tributaria da empresa.
( ) Os prazos para cumprimento das obrigações principais e acessórias são demasiadamente curtos.
( ) A complexidade das informações gerada pelo SPED e demais obrigações digitais.
( ) Avaliação dos recursos destinados ao projeto , revisão e comunicação do projeto.
( ) Definição do cronograma para implementação do projeto, consultoria para equipe de retaguarda.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
164
1) Você saberia informar se existe algum sistema ERP ou BI na empresa? Quais?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) Como são geradas as informações para cumprimento das principais obrigações acessórias da empresa?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Você poderia informar como era a estrutura fiscal da empresa antes da implementação:
Quais as mudanças que ocorreram após a implementação?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4)Quase as principais dificuldades encontradas na implementação do sistema ERP acompanhado do BI?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5) Houve melhorias no sistema de informação?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6)A empresa possuiu ou possuía controles dos processos de fiscalização
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
165
7)Anteriormente a implantação do BI existia algum controle paralelo as informações geradas pelo ERP.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8)Houveram reduções nas autuações após a implementação do ERP / BI e do departamento de Controladoria Fiscal?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9)Na sua opinião o plano de implementação foi bem definido?Era bastante claro ou em que ponto poderia melhorar?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10) Em relação as informações:
a) houve melhorias na disponibilidade de informação
( ) Muito ( ) Pouca ( ) Nenhuma
b)Houve melhorias no tempo de obtenção da informação
( ) Muito ( ) Pouca ( ) Nenhuma
c)Houve melhoria na confiabilidade qualidade da informação
( ) Muito ( ) Pouca ( ) Nenhuma
d)Houve perda de informação
( ) Muito ( ) Pouca ( ) Nenhuma
11) Na sua opinião os sistema implantado é adequado a estrutura organizacional da empresa.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
166
12) No seu ponto de vista a empresa esta preparada para a nova estrutura de arquivos digitais atuais e os demais que virão?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
13) Existem processos paralelos para controle das obrigações fiscais, fora dos sistemas existentes ?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
14) A empresa esta obrigada a alguma das obrigações abaixo? Existe alguma consistência nas informações geradas pelo ERP/ BI ou confronto de informações?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
15) A sua empresa sabe quanto tempo gasta dos profissionais com as obrigações acessórias? ( ) A sua empresa sabe quanto tempo gasta dos profissionais com as obrigações acessórias? ( ) 1 a 10 horas/mês ( ) 11 a 20 horas/mês ( ) 21 a 40 horas/mês ( ) 41 a 80 horas/mês ( ) 81 a 160 horas/mês ( ) 161 a 320 horas/mês ( ) 321 a 480 horas/mês ( ) 481 a 640 horas/mês ( ) mais de 640 horas/mês
16) O que é mais difícil para a preenchimento e verificação de documentos fiscais?
( ) O que é mais difícil para a preenchimento e verificação de documentos fiscais? NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul ( ) CST - Código de Situação Tributária ( ) CFOP - Código Fiscal de Operações e Prestações ( ) Valores dos tributos: alíquotas, bases de cálculo, etc ( ) Informações sobre frete ( ) Informações sobre os clientes ( ) Outro (Especifique):_______________________________________________
167
APÊNDICE III – QUESTIONARIO PARA A GERÊNCIA DE PROJETOS OU TI.
Este questionário tem caráter acadêmico e visa complementar a Dissertação
de Mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais, sobre o tema “ As principais
dificuldades para implementação de inteligência fiscal”.
A identidade e as respostas serão preservadas, sendo analisado o conjunto
das respostas para a compilação do resultado
Sua participação e colaboração são fundamentais para este processo.
PARTE I – PERFIL DO PESQUISADO
1) Gênero: ( ) Masc. ( ) Fem.
2) Idade:
3) Qual o seu cargo na empresa?__ ______________________________________
4) Há quanto tempo trabalha na empresa? ________________________________
5) Qual sua formação acadêmica? _ ______________________________________
6) Possui alguma Especialização ou MBA? Se afirmativo, qual?________________
___________________________________________________________________
7) Fez ou faz outros cursos para aperfeiçoamento? Qual (is)?__________________
___________________________________________________________________
8) Você trabalha em algum outro local além deste? Se afirmativo, qual o tipo de
atividade?___________________________________________________________
168
PARTE II – PERGUNTAS INTEGRANTES DA PESQUISA
Das dificuldades abaixo encontradas cite, se houver, quais você enfrentou no processo de implementação? Indique outras se achar necessário?
( ) A complexidade da legislação tributaria brasileira
( ) O arcabouço tributário e o excesso de obrigações principais e acessórias.
( ) O treinamento constante do pessoal envolvido no processo de geração fiscal
( ) Os pacotes excessivos do ERP para atualização da legislação tributaria
( ) Um BI adequado para agregar todas as obrigações principais e acessórias.
( ) Cruzamento de todas as informações necessárias para gerar relatórios e obrigações tributárias.
( ) Falta de profissional qualificado e especializado sobre a legislação tributaria brasileira
( ) As novas estruturas de arquivos digitais recém criadas pela União, Estados e Municípios.
( ) Criação de novas obrigações acessórias sem extinguir as existentes com informações em duplicidade.
( ) Os processos de mapeamento de informações nem sempre são claros e objetivos , enfatizando á área tributaria da empresa.
( ) Os prazos para cumprimento das obrigações principais e acessórias são demasiadamente curtos.
( ) A complexidade das informações gerada pelo SPED e demais obrigações digitais.
( ) Avaliação dos recursos destinados ao projeto , revisão e comunicação do projeto.
( ) Definição do cronograma para implementação do projeto, consultoria para equipe de retaguarda.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
169
2) Em sua opinião como foi conduzido o mapeamento dos processos de implementação? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) Existe algum sistema de inteligência utilizado pela empresa para gerar informações e dar suporte à área de controladoria fiscal? Se afirmativo, quais informações são geradas?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Houve domínio da empresa implementadora na condução do processo? Justifique
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) Foi notada alguma mudança nos processos de trabalho, em razão da implementação do sistema? Se afirmativo, qual (is)?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5) Os key users tiveram participação ativa em todo o processo de implementação?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
170
6) Com relação às informações houve:
a) Melhoria na disponibilidade de informação?
( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nenhuma
b) Melhoria no tempo de obtenção da informação?
( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nenhuma
c) Melhoria na confiabilidade da qualidade da informação?
( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nenhuma
d) Perda de informação?
( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nenhuma
7) Os pontos principais das operações foram ou serão auditáveis, para garantir a confiabilidade das informações? Justifique.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8) Na sua opinião quais foram as principais dificuldades no processo de implementação?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9) Como foram sanadas as questões relacionadas as dificuldades na implementação?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10) Na sua opinião as diretrizes do processo foram alcançadas? Justifique.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
171
ANEXOS
ANEXO (ÚNICO) I - DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA FISCAL - DIP
INTRODUÇÃO
O recrudescimento da atuação de organizações criminosas na seara tributária, com o cometimento de um rol de ilícitos conexos com os delitos tributários e a aproximação das atividades empresariais - mormente para reciclar os capitais produtos de seus crimes -, vem exigindo das Administrações Tributárias o desenvolvimento de metodologia de trabalho mais eficaz.
Somem-se a isso os desafios impostos na era da globalização e da informação, com o advento de novas tecnologias, fatores que levaram à necessidade de criação de unidade especializada na detecção, investigação e combate às fraudes fiscais estruturadas e outros ilícitos correlatos: a atividade de Inteligência Fiscal.
Na busca da plena eficácia, as Unidades de Inteligência Fiscal (UnIF), instituídas na estrutura dos órgãos fazendários, devem atuar em rede, balizadas por doutrina única e específica, através de sistema integrado, que permita um fluxo permanente de dados e conhecimentos no âmbito das Administrações Tributárias, mantendo estreito relacionamento com outros órgãos de Inteligência das diversas esferas do Poder Público, no chamado Sistema de Inteligência Fiscal (SIF).
DOUTRINA DE INTELIGÊNCIA FISCAL
A Doutrina de Inteligência Fiscal (DIF) é formada por um conjunto de princípios, valores, conceitos e características, destinado a orientar o exercício da atividade de Inteligência Fiscal, que visa consolidar o saber específico e estabelecer linguagem conceitual comum, possibilitando maior integração da comunidade de Inteligência Fiscal.
Nesse sentido, a DIF possui as seguintes características:
a) orientativa; exprime preceitos orientadores para o exercício da atividade de Inteligência Fiscal;
b) dinâmica: deve ser aperfeiçoada continuamente;
c) adogmática: deriva de fundamentos racionais e realísticos;
d) consensual: expressa o consenso dos profissionais envolvidos na atividade de Inteligência Fiscal;
e) unitária: propicia unidade de linguagem entre os integrantes da comunidade de Inteligência Fiscal;
f) específica: consolida as especificidades da atividade de Inteligência aplicada à fiscalização de tributos, diferenciando-a dos demais ramos.
1. A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA FISCAL
1.1 Conceito:
Define-se atividade de Inteligência Fiscal como o exercício sistemático de ações especializadas, visando à obtenção, análise, difusão tempestiva e salvaguarda de dados e conhecimentos, com as seguintes finalidades:
172
a) assessorar as autoridades fazendárias, nos respectivos níveis e áreas de atribuição, no planejamento, na execução e no acompanhamento das ações da fiscalização, bem como no aperfeiçoamento da legislação tributária e das políticas internas de segurança;
b) detectar e combater a fraude fiscal estruturada;
c) subsidiar os órgãos responsáveis pela persecução penal no combate aos crimes contra a ordem tributária, de lavagem de dinheiro e de outros correlatos.
A atividade de Inteligência Fiscal divide-se em dois ramos: a Inteligência, que visa precipuamente produzir o conhecimento; e a Contra-inteligência, que objetiva prevenir, detectar, obstruir e neutralizar ações adversas que ameacem a salvaguarda dos dados, conhecimentos, áreas e instalações, pessoas e meios de interesse da Unidade de Inteligência Fiscal.
Ambos representam parte de um todo, devendo ser entendidos como inter-relacionados, sem limites precisos de abrangência.
Entende-se por fraude fiscal estruturada a de natureza penal tributária, cujas principais características são as seguintes:
a) estruturadas através de mecanismos complexos;
b) perpetradas por grupos especialmente organizados para tais fins (organizações criminosas);
c) podem envolver o emprego de diversos artifícios como dissimulação de atos e negócios, utilização de interpostas pessoas, falsificação de documentos, simulação de operações, blindagem patrimonial, operações artificiosas sem fundamentação econômica, utilização de paraísos fiscais, utilização abusiva de benefícios fiscais, utilização de empresas sem atividade econômica de fato para absorver eventuais responsabilizações, etc.;
d) têm elevado potencial de lesividade ao erário, em benefício de um ou mais contribuintes ou de pessoas a eles vinculadas.
1.2 Valores:
Valores são convicções positivas de conduta, cultuadas pela sociedade nacional e necessariamente respeitadas no desempenho da atividade de Inteligência Fiscal, os quais são representados: pela lealdade à sociedade e ao Estado; pelo respeito irrestrito à Constituição Federal e ao sistema legal vigente; pelo profundo sentimento de servir à causa pública acima de interesses pessoais; pela consciência de que o exercício desta atividade é impessoal e apartidário; pela fidelidade aos fins institucionais da Administração Tributária; pela conduta ética e moral e pela busca incessante da verdade.
1.3 Características:
A atividade de Inteligência Fiscal possui as seguintes características:
a) assessoria: produz conhecimento para assessorar o processo decisório, fornecendo subsídios ao planejamento e à execução das atividades no âmbito da Administração Tributária;
b) dupla vertente técnica: pode ser desenvolvida na vertente reativa, com vistas à produção de evidências, na forma de indícios ou provas, sobre os mecanismos e partícipes da fraude fiscal estruturada; ou na vertente prospectiva, com a geração de prognósticos na área tributária, visando ao combate a ilícitos e ao aperfeiçoamento da legislação;
c) especialização: utilização de metodologia própria, com aplicação de técnicas especiais, visando à obtenção de dados negados, não acessíveis pela aplicação de métodos ordinários de fiscalização;
d) duplo fluxo do conhecimento: o conhecimento produzido pode ser difundido para subsidiar o processo decisório superior, bem como para aperfeiçoar as ações de fiscalização e o lançamento de ofício, além das persecuções penais decorrentes;
173
e) inovação: a atividade deve ser permeável a novas ideias, tecnologias, métodos e técnicas.
1.4 Princípios Básicos:
A atividade de Inteligência Fiscal submete-se aos princípios constitucionais aplicáveis à administração pública e também aos seguintes princípios:
a) objetividade: planejar e executar ações orientadas aos objetivos estabelecidos e às finalidades da atividade;
b) simplicidade: planejar e executar ações de modo a evitar complexidade, custos e riscos desnecessários;
c) concentração: concentrar os recursos humanos e materiais disponíveis, com vistas a maximizar o alcance e qualidade dos resultados de determinado trabalho;
d) controle: supervisionar e acompanhar sistematicamente as ações, de forma a assegurar a aderência ao planejamento, conferindo rapidez e uniformidade procedimental;
e) compartimentação: restringir o acesso a dados e conhecimentos sigilosos, a fim de evitar riscos e comprometimentos, difundindo-os tão somente àqueles que tenham real necessidade de conhecê-los;
f) oportunidade: desenvolver ações e apresentar resultados em prazo adequado, principalmente com observância da decadência tributária e da prescrição penal;
g) amplitude: obter os resultados mais completos possíveis com a maximização da utilização dos recursos disponíveis;
h) imparcialidade: minimizar o efeito de fatores subjetivos que influenciem na produção do conhecimento, distorcendo a realidade;
i) utilidade: produzir conhecimentos úteis à Administração Tributária;
j) segurança: adotar medidas de salvaguarda dos dados, do conhecimento produzido, dos materiais, áreas, instalações e profissionais envolvidos na atividade;
k) interação: estabelecer e estreitar relações de cooperação com órgãos de interesse, visando a otimização de resultados;
l) clareza: utilizar linguagem simples, clara, concisa e precisa nos documentos, normas e comunicações de Inteligência, permitindo sua perfeita compreensão, evitando ambiguidades.
2. PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
2.1 Conceitos
A produção do conhecimento na atividade de Inteligência Fiscal requer a utilização de linguagem especializada entre os profissionais da área, e entre estes e os usuários de seus trabalhos, com o objetivo de padronizar os conceitos e entendimentos sobre as matérias tratadas e as técnicas utilizadas.
2.1.1 Operações intelectuais
O profissional de Inteligência Fiscal pode desenvolver três operações intelectuais para conhecer determinados fatos ou situações: conceber ideias, formular juízos e elaborar raciocínios.
a) Ideia - é a simples concepção na mente da imagem de determinado objeto, sem adjetivá-lo.
b) Juízo - é a operação pela qual a mente estabelece uma relação entre idéias.
174
c) Raciocínio - é a operação pela qual a mente, a partir de dois ou mais juízos conhecidos, alcança outro que deles decorre logicamente.
2.1.2 Estados da mente em relação à verdade
A verdade é um atributo que se vincula à relação entre o conteúdo do pensamento do profissional de Inteligência Fiscal (sujeito) e os fatos ou situações (objeto).
A verdade - significativa, imparcial, oportuna e bem apresentada - é a aspiração que norteia o exercício da atividade de Inteligência Fiscal. Por isso, os profissionais que a exercem devem se acautelar contra a mera ilusão da verdade: o erro.
A mente pode se encontrar, em relação à verdade, em quatro diferentes estados:
a) ignorância: estado da mente que se caracteriza pela inexistência de qualquer imagem de determinado objeto;
b) dúvida: a mente se encontra em situação de equilíbrio, com razões para aceitar ou negar que a imagem por ela mesma formada corresponde a determinado objeto;
c) opinião: a mente acata, porém com receio de se enganar, a imagem por ela mesma formada como correspondente a determinado objeto. O valor do estado de opinião se expressa por meio de indicadores de probabilidades;
d) certeza: consiste no acatamento integral pela mente da imagem por ela mesma formada, como correspondente a determinado objeto.
2.1.3 Tipos de conhecimento
A atividade de Inteligência Fiscal se consubstancia pelas ações de obtenção e análise de dados para a produção e difusão de conhecimentos.
Dado é a representação de fato ou situação ainda não submetida à aplicação de metodologia específica pelo profissional de Inteligência Fiscal.
Conhecimento é o resultado final da aplicação de metodologia específica, sobre dados e/ou conhecimentos anteriores, pelo profissional de Inteligência Fiscal.
Os tipos de conhecimento produzidos na atividade de Inteligência Fiscal diferenciam-se em função dos seguintes fatores: o grau de complexidade do trabalho intelectual necessário à produção do conhecimento (se juízo ou raciocínio); o estado da mente do profissional de Inteligência Fiscal em relação à verdade (se opinião ou certeza); e o foco da produção do conhecimento (fatos e/ou situações passados, presentes ou futuros).
A partir destas considerações, o conhecimento pode ser classificado em:
a) informe: resulta de juízos formulados pelo profissional de Inteligência Fiscal e que expressa a sua certeza ou opinião sobre fato ou situação passados ou presentes;
b) apreciação: resulta de raciocínios elaborados pelo profissional de Inteligência Fiscal e que expressa a sua opinião sobre fato ou situação passados ou presentes. A apreciação é um conhecimento produzido quando se faz impositiva a consideração de frações que, embora não representem o estado de certeza, são essenciais à compreensão de fato ou situação, passados ou presentes;
c) informação: resulta de raciocínios elaborados pelo profissional de Inteligência Fiscal e que expressa a sua certeza sobre fato ou situação passados ou presentes. Decorre da operação mais apurada da mente, o raciocínio, envolvendo, além da simples narração de fatos ou situações, a sua interpretação;
d) estimativa: resulta de raciocínios elaborados pelo profissional de Inteligência Fiscal e que expressa a sua opinião sobre a evolução futura de um fato ou situação. Envolve não apenas o domínio da metodologia própria da atividade de Inteligência, mas também o domínio de técnicas prospectivas complementares.
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2.2 Metodologia da Produção do Conhecimento
A atividade de Inteligência Fiscal produzirá conhecimento, através de metodologia específica, em atendimento a demandas internas ou externas.
A demanda será interna à Unidade de Inteligência Fiscal quando decorrer de sua própria iniciativa, conforme previamente estabelecido no seu plano de Inteligência ou por necessidade superveniente. A demanda externa ocorrerá por determinação superior ou em razão de pedido de cooperação de usuário, órgão congênere ou conveniado.
A Metodologia da Produção do Conhecimento (MPC) é um processo formal e regular de ações sistemáticas decorrentes da reunião e análise de dados, cujo resultado é o conhecimento materializado e difundido através de documentos de Inteligência.
A metodologia apresentada é aplicável, no todo ou em parte, aos quatro tipos de conhecimento, de acordo com as peculiaridades de cada um.
Compreende, basicamente, as seguintes fases: planejamento, reunião, análise e síntese, interpretação e conclusão, formalização e difusão.
Tais fases não precisam ser seguidas de uma maneira linear, podendo eventualmente estar sobrepostas ou mesmo ter uma ou outra suprimida.
2.2.1 Planejamento
Planejamento é a primeira fase da metodologia da produção do conhecimento na qual o profissional de Inteligência procura, de forma ordenada e racional, sistematizar o trabalho a ser desenvolvido, tendo em vista os fins a atingir.
O planejamento inclui, especialmente, a determinação dos seguintes fatores: assunto a ser tratado; faixa de tempo a ser considerada; usuário do conhecimento; finalidade do conhecimento; aspectos essenciais do assunto, conhecidos e a conhecer; recursos necessários: humanos, materiais e financeiros; e prazo disponível para a produção e difusão do conhecimento com oportunidade.
2.2.2 Reunião
Reunião é a fase da metodologia da produção do conhecimento durante a qual o profissional de Inteligência procura colecionar dados e conhecimentos que respondam e/ou complementem os aspectos essenciais a conhecer.
Além dos conhecimentos adquiridos por solicitação a outros órgãos de Inteligência, nesta fase podem ser utilizadas ações de coleta ou busca de dados, conforme a acessibilidade da fonte.
2.2.2.1 Fontes de dados
A Unidade de Inteligência Fiscal deverá utilizar todas as fontes de dados possíveis, as quais são entendidas como toda e qualquer pessoa, documento, organismo ou mecanismo que forneça dados que viabilizem a produção do conhecimento. Classificam-se em fontes fechadas, se necessária a utilização de técnicas especiais de Inteligência para acesso aos dados; ou fontes abertas, se os dados estiverem acessíveis.
2.2.2.2 Ações de Inteligência Fiscal
Ações de Inteligência Fiscal são todos os procedimentos e medidas realizadas pela Unidade de Inteligência Fiscal para a obtenção dos dados necessários à produção do conhecimento. Dividem-se em dois tipos: coleta e busca.
a) Coleta
Coleta é a ação que visa à obtenção de dados disponíveis em fontes abertas.
b) Busca
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Busca é a ação não-ostensiva dirigida à obtenção de dados negados, protegidos por seus detentores, através da utilização de Técnicas Operacionais de Inteligência (TOI).
Técnicas Operacionais de Inteligência são procedimentos especializados, utilizados nas ações de inteligência, respeitados os limites legais, com o emprego de profissionais devidamente habilitados e equipamentos, que objetivam facilitar a atuação humana nas ações de busca, aumentando suas potencialidades, possibilidades, capacidades e operacionalidades.
2.2.3 Análise e Síntese:
É a fase intelectual da metodologia, na qual o conhecimento é efetivamente produzido.
Inicialmente, o profissional de Inteligência avalia a pertinência e estabelece o grau de credibilidade dos dados e conhecimentos reunidos, a fim de classificar e ordenar aqueles que, prioritariamente, serão utilizados e influenciarão decisivamente no conhecimento a ser produzido.
Após, os dados e conhecimentos, reunidos e pertinentes, são decompostos em frações significativas, relacionadas aos aspectos essenciais levantados, e examinados, estabelecendo-se sua importância em relação ao assunto que está sendo tratado.
Por fim, o profissional de Inteligência monta um conjunto coerente e ordenado das frações significativas já devidamente analisadas. O aproveitamento de uma fração significativa varia de acordo com o tipo de conhecimento que se pretende produzir, porém, é desejável que sejam aproveitadas, principalmente, as frações significativas com grau máximo de credibilidade.
2.2.4 Interpretação e Conclusão:
Nesta etapa, o profissional de Inteligência estabelece o significado final do assunto tratado, chegando a uma conclusão significativa, com base na experiência e no raciocínio lógico, sobre os fatos e situações analisados, estabelecendo relações de causa e efeito, apontando tendências ou fazendo previsões, conforme o tipo de conhecimento a ser produzido.
2.2.5 Formalização e Difusão:
É a fase na qual se dá a destinação final ao conhecimento produzido, com a sua formalização em um documento de Inteligência e posterior difusão ao usuário.
Excepcionalmente, em respeito ao princípio da oportunidade, admite-se a difusão na forma oral, previamente à sua formalização, mediante autorização e estrito controle.
3. DOCUMENTOS DE INTELIGÊNCIA FISCAL
Documentos de Inteligência Fiscal são documentos padronizados, classificados ou não, que circulam internamente nas Unidades de Inteligência Fiscal, ou entre estas e o usuário do conhecimento ou outro órgão congênere ou conveniado, a fim de transmitir ou solicitar dados e/ou conhecimentos.
A redação dos documentos de Inteligência Fiscal deve ser pautada pela objetividade, coesão, simplicidade, concisão, precisão e clareza.
Consideram-se fundamentais para o bom desenvolvimento da atividade de Inteligência Fiscal os seguintes documentos:
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3.1 Relatório de Inteligência Fiscal
O Relatório de Inteligência Fiscal evidenciará o conhecimento produzido, servindo precipuamente para a sua difusão externa à UnIF. Poderá transmitir conhecimento dos tipos informe, informação, apreciação ou estimativa, que será explicitado na redação do documento.
3.2 Pedido de Coleta ou Busca
Pedido de Coleta ou Busca é o documento por meio do qual uma UnIF solicita dados e/ou conhecimentos a outras Unidades de Inteligência.
3.3 Ordem de Busca
Ordem de Busca é o documento de uso interno, utilizado para acionamento do profissional de Inteligência encarregado de operações, visando à obtenção de dados.
3.4 Relatório de Agente
Documento exclusivamente interno, que contém resultado das buscas realizadas pelo profissional de Inteligência encarregado de operações. Primordialmente na forma escrita, pode ser feito na forma oral, em função do princípio da oportunidade, devendo ser transcrito posteriormente. Deve ser oportuno, objetivo, claro, simples e imparcial.
4 CONTRA-INTELIGÊNCIA
Contra-Inteligência é o ramo da atividade de Inteligência Fiscal que se destina a prevenir, detectar, obstruir e neutralizar ações adversas que ameacem a salvaguarda: dos dados e conhecimentos, das pessoas, dos materiais, e das áreas e instalações de interesse da UnIF.
Será implementada através de um conjunto de medidas, ações, normas e procedimentos, considerando-se as vulnerabilidades e as ameaças existentes.
Além disso, pode suscitar ou assessorar o desenvolvimento ou o aperfeiçoamento de política de segurança institucional para a Administração Tributária a qual estiver vinculada a UnIF.
4.1 Segmentos da Contra-Inteligência
A Contra-Inteligência atua por meio de dois segmentos: a segurança orgânica e a segurança ativa.
4.1.1 Segurança orgânica
Segurança orgânica é o conjunto de medidas passivas, de caráter preponderantemente defensivo, destinadas a garantir o perfeito funcionamento da Unidade de Inteligência Fiscal, de modo a prevenir e a obstruir as ações adversas que lhe são dirigidas por elementos ou grupos de qualquer natureza.
A segurança da UnIF deve ser planejada e implementada por meio da elaboração de um Plano de Segurança Orgânica (PSO), que irá determinar as normas e medidas de segurança, atribuir responsabilidades, definir a periodicidade de certas ações, como inspeções de segurança, e, ainda, arrolar as vulnerabilidades e riscos atuais ou potenciais a que está sujeita.
O PSO deve prever normas de proteção: dos dados e conhecimentos, observando o suporte físico que os contém, o meio que os veiculam, e o local em que se encontram; dos recursos humanos, inclusive da sua integridade física, na admissão, desempenho e desligamento das funções; dos materiais, mesmo não contendo dado ou conhecimento sensível, de modo a assegurar o seu perfeito e contínuo funcionamento; e das áreas e instalações, essenciais ao desempenho da atividade de Inteligência Fiscal.
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4.1.2 Segurança ativa
Segurança ativa é o conjunto de medidas de caráter eminentemente ativo, destinadas prioritariamente a neutralizar as ações adversas de elementos ou grupos de qualquer natureza dirigidas contra a UnIF ou à Administração Tributária.
5. A UNIDADE DE INTELIGÊNCIA FISCAL
5.1 Estrutura e funcionamento
Em vista da sua natureza de assessoramento ao processo decisório, é recomendável que a Unidade de Inteligência Fiscal tenha a sua vinculação funcional com os níveis mais altos da Administração Tributária a qual está inserida.
A sua estrutura básica de funcionamento, além da chefia responsável pela coordenação das atividades administrativas e operacionais, pode contemplar atividades como a de análise, responsável pela produção do conhecimento; de operações, responsável pela execução de ações de Inteligência, principalmente as buscas; de contra-inteligência, responsável pela implementação das medidas de segurança orgânica e ativa; e de apoio administrativo, responsável pelas atividades administrativas, como recebimento, expedição e arquivamento de documentação.
Conforme a disponibilidade de recursos humanos e materiais, tais atividades poderão ser concentradas ou divididas.
Excepcionalmente, pode-se contar com o apoio de pessoal não orgânico para consecução de atividades pontuais, principalmente as relacionadas com a atividade de operações.
5.2 O Profissional de Inteligência Fiscal
5.2.1 Atributos
O profissional de Inteligência Fiscal deve possuir atributos e qualidades específicos para o bom desenvolvimento da atividade, tais como: raciocínio lógico e prospectivo, capacidade de análise e síntese, juízo crítico, cultura abrangente, capacidade de observação e memorização, perspicácia, controle emocional, adaptabilidade, autoconfiança e habilidade no relacionamento interpessoal, além do domínio de equipamentos e das técnicas operacionais aplicáveis.
5.2.2 Processo seletivo
Para ingressar na Unidade de Inteligência Fiscal, mister se faz a realização de processo seletivo específico, com vistas à identificação do perfil adequado ao desenvolvimento das atividades.
Recomenda-se que as funções dentro da UnIF, sobretudo a coordenação das atividades, sejam exercidas por agentes do Fisco, nos limites de suas competências, excepcionando-se a possibilidade de composição dos quadros do setor de apoio administrativo, em vista das suas atribuições específicas.
5.2.3 Qualificação
Em vista da necessidade de qualificação dos profissionais que trabalham na atividade de Inteligência Fiscal, faz-se necessária a realização de programas específicos e sistemáticos de formação e aperfeiçoamento.
5.3 Autonomia administrativa e financeira
Sempre que possível, a Unidade de Inteligência Fiscal deverá possuir autonomia administrativa na condução de suas atividades, observados os canais hierárquicos competentes.
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